nº2 Agosto 2013
´ ´ Chapeco e nº2 Agosto 2013
Para conhecer mais sua cidade
Panorâmica
As novidades e os preparativos para mais uma edição da Efapi Horizontes
EDIÇÃO DE ANIVER SÁRIO CHAPECÓ 96 anos
Como a Agricultura de Precisão está melhorando a produtividade no campo
BOA FASE DA CHAPECOENSE envolve toda A população e transforma o clube numa força Do futebol catarinense
Wardelei Tecchio/Foto Xanxerê
Torcida apaixonada
COMPRA
VENDA
LOCAÇÃO
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Editorial
´e
CHAPECO´
Uma publicação do Grupo RIC FUNDADOR e Presidente Emérito
Mário J. Gonzaga Petrelli
Grupo RIC SC presidente-Executivo
Marcello Corrêa Petrelli Diretor Comercial
Reynaldo Ramos Diretor Administrativo e Financeiro
Albertino Zamarco Jr. Diretor Operacional
Paulo Hoeller Diretor Regional chapecó
Roberto Winter Diretor de Redação Notícias do Dia
Luís Meneghim
Revista CHAPECÓ É Coordenação Geral e diagramação
Victor Emmanuel Carlson Gerente Comercial
Maristela Santos Gerente Comercial EDITORA
Cléo Roberto Feigel Editor-executivo
Diógenes Fischer REPORTAGEM
Fernanda Dreier, Fernanda Moro, Lilian Simioni, Lisiane Kerbes e Patrícia Dal Berto fotografia
Tarla Leziane Wolski e Victor Emmanuel Carlson ilustração
Felipe Parucci REVISÃO
Sergio Luiz Meira distribuição
Hannah Mattos IMPRESSÃO
Gráfica Posigraf
Desenvolvimento bem planejado Os chapecoenses estão longe de enfrentar os engarrafamentos de cidades como Florianópolis e Blumenau, resultados de uma ocupação urbana mal planejada ao longo de décadas, à qual se somam as limitações geográficas e ambientais. Mas ao invés de esperar a cidade chegar a esse ponto, Chapecó toma a dianteira ao propor uma atualização de seu Plano Diretor. A iniciativa deve ser reconhecida e apoiada, principalmente por se tratar de um dos municípios que mais crescem em Santa Catarina. O futuro da cidade também está sendo pensado pela Sociedade Amigos de Chapecó, em um projeto propositivo visando o ano de 2030. Todos esses movimentos em prol do desenvolvimento da cidade sinalizam uma sociedade que pensa em seu futuro. Contribuindo para o debate e apoiando a participação dos moradores nestes processos, a revista Chapecó É traz duas reportagens sobre o tema. Entre as demais matérias presentes nesta edição estão os preparativos da cidade para a Efapi 2013, a coragem dos imigrantes haitianos que enfrentaram uma longa viagem para se instalar no Oeste, a importância do desenvolvimento da agricultura de precisão na região, a paixão dos torcedores pela Chapecoense, e muito mais. É com satisfação que publicamos a segunda edição da Chapecó É no dia do aniversário da cidade, agradecendo às pessoas, empresas e instituições locais que têm apoiado esse projeto. A cidade ganha uma publicação informativa e nós do Grupo RIC SC assumimos o compromisso de apoiar todas as iniciativas em favor do desenvolvimento de Chapecó. Que esta trajetória de sucesso se mantenha por muitos anos no futuro!
www.ricmais.com.br/sc/revistachapecoe Rua Sete de Setembro, 1.920D – Presidente Médici – CEP 89806-150 – Chapecó/SC Fone (47) 3319-2500
Marcello Corrêa Petrelli Presidente-Executivo Grupo RIC SC
“ É com satisfação que publicamos a segunda edição da Chapecó É no dia do aniversário da cidade, agradecendo às pessoas, empresas e instituições locais que têm apoiado esse projeto.”
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Índice
Panorâmica
Almanaque
Todos se encontram na Efapi..........................................8
Delícias made in Chapecó..............46 Victor Carlson
Uma nova chance no Oeste............................................14 Espaço para novos moradores.......................................18 Bem equipados para crescer.........................................22 Victor Carlson
A indústria metalmecânica já é a segunda maior força na economia do município
Sabores locais para comemorar o aniversário da cidade
Segurança sobre duas rodas..........................................26
Em busca da beleza......................50
Horizontes
Verde é a cor da paixão.................54 Tarla Wolski
Crescendo na direção certa............................................28 Projetando a Chapecó de amanhã..................................34 Semeando tecnologia....................................................38 Tarla Wolski
Em ótima fase, a Chapecoense conquista o torcedor
Um pioneiro da regionalização......58 Identificação com o público...........60
Opinião Como a Agricultura de Precisão está melhorando a produtividade no agronegócio
Cooperar para evoluir.....................64
Na rota do ecoturismo..................................................42
Chapecó, 96 anos..........................66
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Panorâmica Fotos Victor Carlson
Com atrações para toda a família, a feira acontece desde 1967 e a cada dois anos movimenta a economia da cidade durante o mês de outubro
Todos se encontram na Efapi
CHAPECÓ SE PREPARA PARA SEDIAR MAIS UMA EDIÇÃO DA MAIOR FEIRA MULTISSETORIAL BRASILEIRA, QUE DEVE RECEBER CERCA DE 550 MIL VISITANTES ESTE ANO
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Texto Patrícia Dal Berto
magine um ambiente onde apenas o agronegócio seja responsável por movimentar mais de R$ 120 milhões em investimentos. Imagine agora que esse mesmo ambiente ofereça ainda shows,
cultura e música, em meio a um público de certa de 550 mil pessoas. Imagine que, além disso, conte com um movimentado espaço comercial onde são vendidos produtos de mais
de 650 expositores. Imaginou? Então seja bemvindo a mais uma edição da Efapi, a tradicional Exposição-Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Chapecó, que acontece de 4 a 13 de outubro no Parque Tancredo Neves. Considerada a maior feira multissetorial brasileira, a Efapi está no calendário dos maiores eventos do setor agropecuário, industrial e comercial da América Latina. Por isso,
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Todos se encontram na EfapiPanorâmica
Fotos Divulgação
há mais de oito meses os trabalhos já começaram para a comissão organizadora, composta pelo prefeito José Claudio Caramori, pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Chapecó, Diógenes Lang, pelo secretário estadual de Agricultura e Pesca, João Rodrigues e mais 25 pessoas entre empresários, comerciantes, produtores e comunidade chapecoense. “A Efapi é um momento ímpar. Queremos que ela seja do tamanho de Chapecó e com a qualidade que nossa cidade merece”, afirma o coordenador geral da comissão organizadora, Américo do Nascimento Júnior, secretário municipal de Coordenação de Governo e Gestão. Na edição passada, o público da feira foi de 648 mil visitantes. Para os interessados no agronegócio, aconteceram inúmeras atividades e oportunidades de interagir com grandes empresas do mercado, conhecer novas e promissoras tecnologias, assistir a palestras com renomados especialistas nas mais diferentes áreas da agricultura e de outros setores. Para o público em geral, a feira não teve menos atrativos, reunindo diversas atrações culturais, exposição de animais e produtos, gastronomia e os aclamados shows de bandas nacionais. Oito deles já estão confirmados para a edição deste ano: Michel Teló, Luan Santana, Paula Fernandes, Neto & Frederico, Victor & Léo, Munhós & Mariano, Skank e Jota Quest. “Para este ano o diferencial da Efapi não estará nos números, mas sim na qualidade da gestão”, afirma o secretário estadual João Rodrigues, que preside a comissão organizadora. “Queremos uma grande feira como em todos os anos anteriores. Mas não buscamos novidades no formato, e sim mudanças na área de custos para o poder público municipal”, diz Rodrigues. “A feira será autossustentável
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Além da agropecuária, o setor automobilístico também tem lugar de destaque na Efapi e não vai comprometer o orçamento do município, ou seja, vai se pagar”. Essa gestão sustentável parece ser um dos diferenciais da edição 2013, que promete mexer com o público e os participantes, sem mexer nos cofres públicos. Segundo o presidente da comissão, os shows nacionais que atraem grandes multidões serão pagos pelas agências que promovem as
Nascimento: comissão organizadora está há oito meses preparando a edição de 2013 C H A P E C Ó É
apresentações, sem que a prefeitura tenha gastos com isso. João Rodrigues enfatiza ainda que a feira de Chapecó tornou-se uma referência para o Brasil e para os países do Mercosul, em razão de representar uma poderosa síntese da economia do grande Oeste catarinense. “Como feira multissetorial, a Efapi interage os setores e subsetores da agropecuária, da indústria e do comércio. Isso lhe dá autonomia e já a torna gigante”, avalia.
Desde sua primeira edição, em 1967, a Efapi segue uma linha evolutiva e consegue ampliar sua representatividade exibindo as potencialidades econômicas e a cultura da região. Além disso, sempre procura melhorar suas instalações e infraestrutura, melhorando o acesso das milhares de pessoas que circulam pelo Parque Tancredo Neves a cada nova edição. Este ano, o parque terá alterações estruturais significativas que prometem tornar mais prático o acesso, trazendo mobilidade e comodidade aos visitantes, incluindo pessoas com deficiência física. Uma das novidades é a mudança na posição
NOVO SISTEMA AUTOMATIZADO DE COLETA DE LIXO ORGÂNICO
MAIS EFICIÊNCIA, HIGIENE E RESPEITO AO MEIO AMBIENTE
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Panorâmica4Todos se encontram na Efapi Fotos Divulgação
Rodrigues: uma das preocupações para este ano é tornar o evento autossustentável do palco alternativo. Habitualmente ele era construído ao lado do palco principal, na arena de shows. Agora terá sua estrutura montada em frente à praça de alimentação, para facilitar o acesso e a circulação das pessoas. Espaços alternativos, que em outras edições eram ocupados por expositores, serão transformados este ano em ambientes de convivência. “A ideia é anexar pequenas áreas com bancos, deques, painéis da cidade, estrutura de luzes e jardins”, destaca o prefeito Caramori. “Estamos preparando uma transformação visual para encantar e surpreender quem visitar a Efapi 2013”. Foram investidos cerca de R$ 500 mil nas obras, que incluem novas praças, ambientes artísticos, muros e melhorias nos pavilhões. “Queremos proporcionar conforto, beleza e acessibilidade à grande massa de visitantes prevista para este ano”, enfatiza o coordenador-geral Américo do Nascimento Júnior.l As atrações da Efapi vão dos shows nacionais às tradições regionais, passando pelas lides campeiras
A ação da GM é focada nas praças, área central, Molhe da Barra Sul e Pontal Norte C H A P E C Ó É
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Panorâmica Fotos Victor Carlson
Colegas de trabalho na Aurora, Ginior Andre e Amonise Pierre estão há quase dois anos na cidade e sonham em trazer as famílias para cá
Uma nova chance no Oeste EM BUSCA DE MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA, DEZENAS DE IMIGRANTES HAITIANOS ADOTARAM CHAPECÓ PARA MORAR, TRABALHAR E PROSPERAR
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Texto Fernanda Moro
uiados pela esperança de um futuro melhor, milhares de haitianos têm migrado para o Brasil em busca de novas oportunidades. A imigração teve início logo após o terremoto que abalou o país caribenho em 2010, provocando cerca de 220 mil mortes e deixando pelo menos 1,2 milhão de desabrigados. Ao sair de seu país, os haitianos enfrentam meses de viagens
penosas e perigosas rumo a um caminho incerto. Para muitos, a longa jornada tem como destino final Chapecó, cidade onde a comunidade haitiana cresce a cada dia. Ginior Andre e Amonise Pierre trabalham juntos na Cooper Central Aurora. Em Chapecó há quase dois anos, dizem não ter estranhado nada por aqui, mas confessam que, se pudessem, trariam a praia e o calor típico do seu país natal para
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Panorâmica4Uma nova chance no Oeste
O primeiro grupo de imigrantes,
Philomise e o filho Nathanael, primeiro bebê de descendência haitiana nascido em Chapecó a Capital do Oeste. No Haiti, Amonise trabalhava como professora, mas o salário era insuficiente para sustentar a família. A mudança de vida foi necessária, especialmente depois do terremoto, quando ela juntou coragem para sair do país. Passou pela República Dominicana, Equador, Panamá, Peru e Acre até se estabelecer em Chapecó. Na bagagem, além da saudade do filho que deixou no Haiti, Amonise trouxe a esperança de uma vida melhor. Seguindo o mesmo caminho, Ginior Andre também saiu em busca de melhores condições de vida e trabalho. As
recentes conquistas em Chapecó são contadas com brilho nos olhos e um enorme sorriso no rosto. “Aqui eu consegui um trabalho, estudei e tenho um certificado de soldador. Até me casei”, conta alegre o haitiano. Mas a saudade ainda aperta o coração. O contato com a família não é frequente e o dinheiro do salário é cuidadosamente administrado. Mesmo assim, ele guarda uma pequena poupança com o objetivo de trazer outras pessoas da família. “Depois que meu pai vier para cá, só quero voltar ao Haiti para rever os amigos. Apesar da saudade, não penso em voltar”. C H A P E C Ó É
com sete haitianos, desembarcou em Chapecó em março de 2011. A empresa Fibratec foi a primeira do Sul do país a trazer trabalhadores do Haiti para a região. Hoje, 25 haitianos trabalham na empresa. Os demais são funcionários de agroindústrias e mercados da cidade. Para Érico Tormen, presidente da Fibratec, a experiência tem sido positiva. “São funcionários dedicados e eficientes, estão bem aqui. É bom poder ajudar essas pessoas oferecendo a oportunidade que eles buscavam ao sair do seu país de origem”, diz Tormen. A empresa ofereceu estrutura de apoio para quem chegava e, aos poucos, familiares e amigos também foram trazidos para cidade e a comunidade haitiana foi crescendo. “Foi um longo período de adaptação, mas hoje eles estão integrados à comunidade chapecoense, que os acolheu de braços abertos”, enfatiza o empresário. No décimo oitavo dia do ano, nasceu no Hospital Regional do Oeste, o menino Nathanael Saint Fleur Joseph, um pequeno “haitiano-chapecoense”. O garoto, filho de pais imigrantes, tem nacionalidade brasileira e um coração para guardar o carinho pelos dois países. Nathanael é o primeiro bebê de descendência haitiana a nascer na região. É, também, fonte de luz e força para a mãe Philomise. Dois meses após o nascimento do filho, ela e o marido se separaram. Os dois vieram juntos para o Brasil e chegaram a Chapecó no início de 2011. Philomise tem mais duas filhas, que ficaram sob os cuidados da avó no Haiti. Ao tocar no assunto, o constante e expressivo sorriso é subitamente substituído pelas lágrimas e um choro de saudade. O pequeno Nathanael é quem mantém acesa a chama da esperança da mãe. O brilho no olhar e o forte abraço que acolhe o bebê, revelam muito mais do que um simples desejo, transmitem a confiança em dias melhores na Capital do Oeste.l
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Panorâmica
Espaço para novos moradores COM DEMANDA EM ALTA NAS VENDAS E NO ALUGUEL, O MERCADO IMOBILIÁRIO DE CHAPECÓ VEM CRESCENDO JUNTAMENTE COM A POPULAÇÃO DA CIDADE Texto Patrícia Dal Berto
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ão é preciso ser um especialista no ramo para saber que o país vive um momento diferenciado no mercado imobiliário. Um cenário que envolve queda dos juros, aumento do salário mínimo e da oferta de emprego, além de financiamentos e programas de incentivo por parte do Governo e do sistema financeiro, tem incentivado a aquisição de imóveis pelas famílias brasileiras. Em Chapecó o cenário não é diferente. O 8º Salão do Imóvel e o 9º Feirão Caixa da Casa Própria, realizados este ano na cidade são prova de que o merca-
do imobiliário local vai muito bem, obrigado. Os números em negócios surpreenderam os organizadores, as imobiliárias participantes, os corretores e, principalmente, os clientes do setor. “O setor imobiliário de Chapecó apresenta um crescimento significativo. Existe demanda para todos os tipos de imóveis e serviços, e isso faz com que o desenvolvimento deste mercado se destaque também em termos de qualidade e quantidade”, explica Altir Paludo, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis (Secovi). Esse aquecimento econômico
representou, por exemplo, um incremento de 40% nos negócios fechados durante o Salão do Imóvel, em maio. Segundo os organizadores, durante o evento foram vendidos 169 imóveis, totalizando mais de R$ 21,9 milhões, e a estimativa é que nos próximos meses devam ser fechados mais outros 1.185 negócios gerados no Feirão, representando cerca R$ 162 milhões em investimentos. Dados do Secovi também revelam que o valor médio dos imóveis para venda na faixa de R$ 135 mil a R$ 170 mil, são os mais procurados. De acordo com Paludo, o número de negócios concretizados e prospectados re-
Panorâmica
está relacionado, principalmente, ao início das aulas nas universidades e outras instituições de ensino. Neste caso, a procura é por imóveis com valores de locação próximos aos R$ 500 reais. Apesar do aumento da demanda, o nível de exigência é grande e o consumidor procura imóveis com um bom padrão de localização e vagas extras de garagem.
Para o diretor imobiliário da
Tarla Wolski
Paludo: mercado em alta gera demanda para todos os tipos de imóveis e serviços
Tarla Wolski
vela um grande interesse em investir em Chapecó. “Análises de mercado mostram que o risco de uma brusca desvalorização do imóvel é muito pequeno se comparado às possibilidades de ganho com esse investimento; por isso também o grande interesse de investidores”, acrescenta o presidente do Secovi. Segundo a pesquisa da entidade, houve também um aumento representativo na procura por locação em Chapecó, que aumentou 10% em relação ao ano passado. Este índice
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Casa Imóveis, Fernando Biffi de Moura, a tendência do mercado de Chapecó para os próximos anos é manter o desenvolvimento de forma equilibrada, sem sobressaltos. “Os desafios atuais incluem a busca do desenvolvimento do setor pautado no compromisso com a sustentabilidade, contribuindo com uma expansão urbana ordenada e planejada, que ofereça infraestrutura adequada em toda a cidade”, salienta o proprietário da empresa Casa Imóveis. Mas esta estabilidade só chegou nos últimos anos, depois que o mercado local adquiriu um novo perfil. Com o crescimento econômico da região, as mudanças no cenário chapecoense são visíveis, com obras espalhadas pelos quatro cantos da cidade. Chapecó está crescendo e revelando um grande potencial para o setor
Moura: negócios pautados pela expansão urbana planejada e pela sustentabilidade com uma nova clientela formada pela classe C. O perfil traçado pelo Secovi aponta que investidores em imóveis são jovens casais de trabalhadores vindo de outros estados, com idade entre 30 a 45 anos, dois filhos em média e salários a partir de R$ 1.600. Os apartamentos mais procurados por este público são imóveis ainda na planta, devido às facilidades de pagamento e às diversas opções de financiamento. Conforme o proprietário da Construtora Dimensão, Clóvis Afonso Spohr, isso também Victor Carlson
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Panorâmica4Espaço para novos moradores Fotos Tarla Wolski
se explica pela oportunidade que o cliente tem de personalizar sua unidade. “Oportunidade de escolha, personalização do projeto, rentabilidade e lucratividade, são algumas das características que atraem os clientes que procuram imóvel na planta”, observa o empresário. Segundo Alexandre Melchioretto, engenheiro civil e presidente da Toscana Construções S/A, os lançamentos de empreendimentos vem atingindo uma demanda natural de consumidores. “As vendas estão bem aquecidas, principalmente na faixa de preço de até R$ 300 mil”, acrescenta. Para ele, os consumidores têm buscado imóveis com maior cuidado na segurança, privacidade, espaços bem aproveitados e um custo-benefício dentro do seu orçamento. De acordo com o Fernando Biffi de Moura, os empreendimentos planejados com áreas próximas ao comércio, escolas, saúde e áreas de lazer saem na frente. “Essa é a tendência do mercado imobiliário em Chapecó: descentralizar, mas com infraestrutura”, destaca o diretor imobiliário da Casa Imóveis.
Spohr: aposta nos imóveis sustentáveis Um fator determinante para a formação deste novo público consumidor de imóveis é a crescente demanda de trabalho em diversas áreas, além da vinda cada vez mais representativa de estudantes de toda a região Sul, que buscam profissionalização nas diversas instituições de ensino de Chapecó. “Podemos destacar no perfil dos consumidores também os profissionais da área educacional e da saúde, motivados pelas oportunidades de mercado, atendendo à demanda das empresas, tanto na indústria quanto no comércio”, salienta Paludo.
Com o crescente número de
Dávi: inovações para melhorar a qualidade de vida das famílias e do meio ambiente
habitantes vindos de outras cidades e estados, as imobiliárias de Chapecó têm ampliado suas ofertas. De acordo com o diretor imobiliário da Casa Imóveis, parte desse público é composto por jovens casais à procura do primeiro imóvel. “As construtoras têm se aprimorado em suas obras, propondo opcionais diferenciados. Para atender a esta demanda, criamos uma unidade móvel, que vai até o cliente nos bairros, universidades e cidades vizinhas, levando propostas e C H A P E C Ó É
informação sobre o mercado imobiliário”, explica Moura. Além das novas alternativas para atrair clientes, as construtoras e imobiliárias estão investindo em empreendimentos com opcionais inovadores e tecnologias sustentáveis. Para Daví Barela Dávi, proprietário da imobiliária Nostra Casa, essa é uma tendência que deve ser levada em conta desde a ideia inicial. “Podemos citar como exemplo a churrasqueira e a sacada, que todos gostam de ter em seu apartamento. É necessário um bom projeto arquitetônico, uma excelente localização, captação de água, enfim, requisitos que contemplem melhorias para a qualidade de vida da sua família e também do meio ambiente”, salienta o empresário. Um imóvel sustentável oferece redução de até 30% no consumo de energia e de até 40% no consumo de água. “Sempre nos preocupamos com reutilização da água da chuva, redução do consumo de energia e equipamentos com boa eficiência energética”, diz o proprietário da Construtora Dimensão, Clovis Spohr. “Temos muito a evoluir neste particular, estamos estudando novos projetos para aproveitar melhor os recursos naturais, como a energia solar, e avançar nos processos de reaproveitamento e destinação dos resíduos”, acrescenta. Para as incorporadoras e construtoras, o grande desafio é traçar estratégias e entender o mercado levando sempre em conta a questão da melhoria na qualidade dos imóveis oferecidos. “As estratégias são as mais variadas, inovações tecnológicas, políticas de preços, acessibilidade, entre outras. Mas entendo que, independente de qualquer argumento, a qualidade do imóvel deve ser o fundamental, pois é o que efetivamente prevalece com o passar dos anos”, conclui Spohr.l
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Panor창mica4Bem equipados para crescer Victor Carlson
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Bem equipados para crescer A DEMANDA POR MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A AGROINDÚSTRIA E OUTROS SETORES INDUSTRIAIS ALAVANCOU O DESENVOLVIMENTO DO SETOR METALMECÂNICO EM CHAPECÓ
A
refrigerado, com empresas tradicionais no mercado local. “Devemos toda esta expansão à evolução do setor agroindustrial”, diz Carlos Martinelli, sócio-proprietário da Açoperfil, fabricante de estruturas em aço. Segundo ele, o crescimento das agroindústrias vem mantendo o mercado aquecido e em constante desenvolvimento. A proximidade com grandes empresas exportadoras que passaram a comprar seus equipamentos fez com que as indústrias metalúrgicas, mecâTarla Wolski
participação da indústria metalmecânica na economia regional tem se destacado nos últimos anos e revelado um novo potencial, arrojado e diferenciado, para o Oeste Catarinense. Sua capacidade competitiva fica evidente em uma série de equipamentos produzidos para a agroindústria, incluindo sistemas de refrigeração e de transporte refrigerado, além de esquadrias metálicas, construções em aço e equipamentos para diversos segmentos econômicos, todos com tecnologia de nível internacional. Crescendo juntamente com os demais setores da economia local, este mercado foi ganhando importância até se tornar a segunda principal atividade econômica de Chapecó. O município integra hoje o maior parque de produção e industrialização de suínos e aves da América Latina, que inclui também as cidades de Concórdia, Joaçaba, Videira, Capinzal e São Miguel do Oeste. Dessa forma, entre todos os segmentos da indústria metalmecânica, o que mais tem destaque na região é a produção de máquinas e equipamentos para agroindústrias, como produtos para desossa, rastreamento e depenação de animais. Também importante nesse universo é o setor de transporte
Texto Patrícia Dal Berto
Martinelli: mercado tem investido em conhecimento e tecnologia de nível global C H A P E C Ó É
nicas e de material elétrico ganhassem expressão com produtos e serviços reconhecidos no país e no exterior. “O agronegócio acabou revelando outro setor econômico em Chapecó”, observa o empresário. Outro fator que tem proporcionado estímulo à indústria metalmecânica é a adoção de bases tecnológicas apropriadas aos padrões competitivos do mercado internacional. “Hoje a tecnologia é o fator primordial, é ela que garante o desenvolvimento vigoroso de Chapecó e da região”, explica Nelson Eiji Akimoto, diretor-presidente da Nord Electric S.A., especializada em soluções em Engenharia Elétrica. A tecnologia produzida hoje em Chapecó não atende somente à demanda local, mas também é comercializada para outros mercados, contribuindo para o desenvolvimento de inovações na agroindústria em geral. “Nessa área, ficamos atrás apenas de Joinville”, aponta Carlos Martinelli. “Estamos muito bem preparados para o mercado, atendendo suas demandas e conscientes de que a qualidade da mão de obra e dos materiais utilizados são fundamentais para a consolidação do setor.” Esse ambiente de eficiência e precisão, onde as empresas investem cada vez mais em tecnologia para tornar seus produtos competitivos, acaba gerando
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Panorâmica4Bem equipados para crescer Tarla Wolski
Gasparin: políticas públicas são necessárias para estimular ainda mais a indústria local
Combinando
a
busca
Tarla Wolski
um ciclo de desenvolvimento a médio e longo prazo que envolve também a participação de outros setores da sociedade. “Fico à vontade para afirmar que estamos cada vez mais preparados para novas demandas. O desenvolvimento das universidades de nossa região, por exemplo, é um forte aliado nesse processo”, lembra Akimoto.
tre o ambiente externo e interno. Tudo para garantir mais eficiência e qualidade no transporte de cargas que necessitam de resfriamento. “Na mesma medida em que o mercado evolui ele também fica mais exigente”, destaca o empresário Carlos Martinelli, salientando que a indústria metalmecânica está sempre em busca de novas práticas e novas formas de fazer melhor, mais rápido, com menos custo e com mais sustentabilidade. “Essa busca incessante por novas tecnologias em nível global e o crescente investimento em conhecimento foram a mola propulsora da expansão do setor aqui na região”, salienta Martinelli. Segundo ele, os principais desafios para o futuro do setor envolvem questões como tecnologia de superfície, automação de baixo custo, eficiência energética e redução de resíduos industriais. Segundo Dirceu Gasparin, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Chapecó (Simec), os setores metalmecânico e elétrico encontram
por
evolução tecnológica, a modernização de instalações e processos, além de milhões investidos em inovação, o setor caminha a passos largos para ganhar reconhecimento mundial. E por meio dessa evolução constante, o mercado do agronegócio também ganha com o desenvolvimento de novos produtos e práticas inovadoras com o uso dessas tecnologias, além do aumento na competitividade por meio de um processo ágil e seguro da produção até o transporte dos produtos. Nessa última etapa, elementos termoisolantes mais eficientes e que não agridem o meio ambiente vêm sendo desenvolvidos para minimizar as trocas de calor en-
Akimoto: empresas estão preparadas para atender as novas demandas do mercado C H A P E C Ó É
um cenário econômico propício para se desenvolver na cidade, mas há ainda muito a ser feito nas esferas políticas para estimular ainda mais o setor. “Precisamos de incentivos fiscais e menos taxas tributárias. Isso nos daria mais força para desenvolver esse mercado que hoje é fundamental para a economia do Oeste Catarinense”, enfatiza. Além da falta de incentivos e impostos altos, outra dificuldade do setor é a consolidação da região como polo de pesquisa e serviços de alta especialidade. “Chapecó precisa de um plano para atrair e manter pesquisadores”, diz o empresário Nelson Akimoto. Segundo ele, é preciso desenvolver tecnologicamente a região criando desafios, fomentando a pesquisa e aproximando a comunidade das universidades. “Senti essa necessidade na minha empresa. Por isso criamos a Fundação Científica e Tecnológica em Energias Renováveis, com representantes das empresas e universidades. Temos uma parceria com empresários de Portugal para a montagem de placas de energia solar”, explica o proprietário da Nord Eletric. O presidente do Simec complementa dizendo que a falta de profissionais qualificados tem deixado as indústrias sem opções para atender melhor o mercado. “A falta de mão de obra capacitada e o alto preço dos trabalhadores deixam as empresas reféns de um mercado que não se desenvolve na mesma velocidade”, conclui Gasparin. Levantamento recente feito pelo sindicato mostra que existem em Chapecó 650 empresas no setor, com mais de 6 mil funcionários. As áreas de atuação são bastante diversificadas e incluem autoelétrica, chapeação, construção, equipamentos industriais, espelhamento, esquadrias, funilaria, jateamento, luminosos, manutenção, material elétrico, mecânica, metalúrgica, produtos metálicos, pintura automotiva, retífica e tornearia.l
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Panorâmica
Segurança sobre duas rodas a BORDO DE MOTOCICLETAS, OS POLICIAIS MILITARES DA ROCAM COMBATEM O CRIME COM RAPIDEZ E EFICIÊNCIA NAS RUAS DE CHAPECÓ
Tarla Wolski
U
m trabalho que envolve adrenalina e requer muita atenção. Assim é o cotidiano dos policias que trabalham na Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas da Polícia Militar (PM). Mais conhecido como Rocam, o sistema de policiamento surgiu no segundo semestre de 2011, com a finalidade de agilizar os atendimentos prestados pela PM. Uma opção alternativa para driblar os problemas do trânsito e prestar rápido auxílio à população. O subtenente Clovis Leuze, comandante da Rocam, conta que a modalidade de policiamento é dinâmica e alcança bom resultado devido à agilidade de deslocamento das motos. “Temos um problema sério de fluxo de trânsito e, por isso, este é um modelo de atendimento de alto potencial”, argumenta. A Rocam substituiu o Pelotão de Motos, que funcionava desde 1997. Para a implantação da nova modalidade, que contou com a doação das motocicletas pelo poder público municipal, uma equipe de trabalho foi especializada e passou por treinamentos táticos para dar conta da pilotagem de alto risco. Atualmente, a divisão conta com um efetivo de 18 soldados e 20 motocicletas. As patrulhas são formadas por três ou quatro
Texto Fernanda Moro
O subtenente Leuze (no centro) comanda as operações motorizadas feitas pela Rocam policiais. Já as escoltas são feitas com um efetivo maior e, em operações mais complexas, pode haver também a presença de um atirador. Desde a implantação da Rocam em Chapecó, Leuze explica que houve reforço no trabalho de recuperação de objetos e veículos furtados, apreensão de drogas e armas, identificação de elementos em atitude suspeita, cumprimento de mandados de prisão e captura de foragidos. A proposta é desenvolver um trabalho preventivo e também de rápido atendimento às ocorrências. “Todo dia enfrentamos novos desafios e diferentes situações. C H A P E C Ó É
Precisamos estar preparados para dar um rápido retorno para a população”, explica o subtenente da PM e comandante da Rocam. O soldado Celso Vitali Junior, trabalha na Rocam há quase dois anos. Ele já acompanhou diversas ocorrências e conta que o cotidiano da profissão requer muita atenção. “É uma correria. Precisamos ter agilidade no deslocamento, mas, por outro lado, também é preciso cuidado no trânsito”, observa o policial militar. “Podemos sofrer algumas quedas, mas faz parte do nosso trabalho. Nosso maior objetivo é zelar pela segurança.”l
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Victor Carlson
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Crescendo na direção certa NOVO PLANO DIRETOR DE CHAPECÓ BUSCA SE ANTECIPAR ÀS NECESSIDADES FUTURAS DE UMA CIDADE EM EXPANSÃO, COM PARTICIPAÇÃO POPULAR E DISCUSSÕES TÉCNICAS
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Texto Lilian Simioni A partir dessa triagem, a prefeitura vem organizando oficinas temáticas com a participação de especialistas e da população para debater estes assuntos com pesquisadores. No fim de cada oficina são escolhidos delegados, que posteriormente se reúnem em uma conferência para criar um anteprojeto de lei para o Plano Diretor. Em seguida, o documento vai para a discussão em audiências públicas em oito regiões. Com o anteprojeto e as discusTarla Wolski
inegável: basta abrir a janela de casa e olhar em volta para perceber que Chapecó está crescendo dia após dia. A cidade recebe um fluxo cada vez maior de pessoas, que chegam de todas as partes para trabalhar, estudar e fazer a vida na capital do Oeste de Santa Catarina. Foi com o objetivo de preparar o município para receber tantos novos moradores, atualizando e repensando alguns dos critérios de ocupação territorial, que a prefeitura decidiu propor uma revisão do Plano Diretor (PD). Quem coordena o processo é o vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Urbano de Chapecó, Luciano Buligon. Segundo ele, o documento sancionado em 2004 precisava ser “oxigenado”, buscando impulsionar o desenvolvimento da cidade. Um dos pontos a serem modificados é a ampliação da abrangência do plano, que passará a incluir também o interior do município, área que não era contemplada pelo PD anterior. Outras regulamentações importantes serão reavaliadas, entre elas o Código de Obras e a Lei do Parcelamento do Solo. A participação popular foi outro aspecto essencial na revisão do Plano Diretor. Segundo Buligon, foram recebidas 128 sugestões por e-mail, carta, fax e até mesmo transcritas. A partir dessa participação foi feita uma compilação, dividindo as sugestões em seis temas: Meio Ambiente; Habitação e Regularização Fundiária; Uso e Ocupação do Solo/Parcelamento do Solo; Instrumentos do Estatuto da Cidade; Zoneamento do Entorno do Aeroporto; e Código de Obras.
Buligon: objetivo é criar novos critérios de ocupação urbana diante do rápido crescimento do município
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sões, novamente é feita a compilação dos assuntos, dessa vez na forma de um projeto de lei, que segue, por fim, à Câmara de Vereadores para discussão e aprovação. Embora o cronograma esteja aberto – já que novas discussões não previstas ainda podem surgir, segundo Buligon, por força dos próprios debates –, a expectativa da prefeitura é que em outubro o projeto de lei seja finalizado e encaminhado à Câmara de Vereadores até a última semana do mês.
O momento é considerado propício para a revisão do Plano Diretor não por acaso, já que a cidade apresenta índices de crescimento econômico animadores. Por outro lado, ainda existem vários fatores limitantes para o crescimento de Chapecó. Um deles é a legislação ambiental que restringe o uso do
Tarla Wolski
Tarla Wolski
Weber: planos para a mobilidade urbana devem considerar a ocupação dos bairros
entorno da bacia do Lajeado São José (reserva hídrica natural que abastece a cidade), a ocupação do Vale do Rio Uruguai e da Floresta Nacional (Flona). Além disso, há ainda a Portaria 256/ GCS, de maio de 2011, que determina regras para o entorno do Aeroporto Municipal Serafim Enoss Bertaso. “Se por um lado temos fatores restritivos, por outro temos uma pressão muito forte pela expansão. Precisamos ser inteligentes para ver o que se quer da cidade e como compatibilizar a habitação, o emprego, o lazer, a mobilidade, o saneamento e o acesso aos serviços públicos”, destaca Nemésio da Silva, diretor de Planejamento e Gestão da Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Apesar das limitações de altura de construções no entorno do aeroporto devido à Portaria 256/GCS, o vice-prefeito Luciano Buligon entende que há possibilidades para a área. “A sugestão do governo é que o local não seja destinado a moradias unifamiliares, mas a empresas de baixo impacto ambiental”. Tratando-se de desenvolvimento, os problemas gerados pela restrição do uso do entorno podem ser diminuídos diante dos benefícios que poderão ser obtidos com essa estrutura. “Precisamos visualizar o aeroporto não como um limitador, mas como um potencializador para a cidade. Nosso futuro está diretamente ligado à conexão com o mundo através do aeroporto”, aponta a professora Adriana Baldissera, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Uceff Faculdades. Conforme a secretaria de Desenvolvimento Urbano, uma empresa especializada foi contratada para fazer
Philippi: projeto da UFSC busca antecipar problemas que a cidade pode ter no futuro um plano de desenvolvimento para o Aeroporto Serafim Bertaso. O novo projeto prevê mais 300 metros de pista e um novo terminal, com 500% a mais de capacidade instalada. “Nossa visão é de que estamos em uma localização estratégica, equidistante a cidades importantes da América do Sul. Por isso sonhamos com um aeroporto internacional”, diz Buligon. Outra área com ocupação restrita pelo Plano Diretor é a microbacia do Lajeado São José, fonte de água para o município. De acordo com Buligon, o que se discute é a proporcionalidade das construções com relação ao tamanho do terreno. “Pelo Plano Diretor antigo, se você tiver um terreno de 3 mil m2 você só pode construir 1,6 mil m2. E se tiver um terreno de 30 mil m2, também só pode construir 1,6 mil m2. Há uma
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Nemésio: são necessárias mais áreas verdes, parques, ciclovias e qualidade no transporte passe a andar de ônibus”. Essa é a aposta da prefeitura. Mas o trabalho não será simples. Para Glicério Weber, presidente do Núcleo de Chapecó do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), a mobilidade urbana precisa considerar outros fatores do Plano Diretor, como a ocupação dos bairros, por exemplo. “Preconizamos, no Novo Urbanismo, que todos os bairros tenham seu centro, para que as pessoas precisem vir ao centro da cidade o mínimo possível. Assim se reduz o número de ônibus e carros circulando”, observa Weber. O arquiteto sugere ainda vários terminais nos bairros ao invés de um terminal centralizado, acrescidos da utilização de calhas exclusivas para ônibus e de uma revisão nas tarifas. Ele lembra que, quando o valor é muito alto,
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as pessoas preferem comprar uma moto ou um veículo, complicando ainda mais o trânsito. Ao final do processo de discussão com a sociedade, um novo desafio será posto para a prefeitura: alinhar as decisões do Plano Diretor com as ações sugeridas no Plano de Mobilidade Urbana que será desenvolvido pela UFSC. “Esperamos que o Plano Diretor e o trabalho do LabTrans sejam convergentes”, diz Buligon. “Precisaremos fazer uma leitura adequada se tivermos divergências, lembrando sempre que a prioridade é a vida das pessoas.” A revisão do Plano Diretor veio em meio a outra discussão importante: a reforma urbana. Para abordar esse tema, foi organizada a Conferência da Cidade, que tratou de assuntos como ordenamento territorial, saneamento, habitação e mobilidade urbana. O diretor da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Nemésio da Silva, coordenou esse processo e destaca as principais decisões: a necessidade de mais áreas verdes e parques, ciclovias e mais qualidade no transporte coletivo. Um passo importante nesse sentido foi a criação do Conselho da Cidade, integrando os conselhos de Meio Ambiente, Ordenamento Territorial, Habitação e Regularização Fundiária, Saneamento e Mobilidade Urbana. “A intenção é discutir esses assuntos de forma integrada e não mais isoladamente. E nada melhor do que um conselho amplo, que tenha diferentes olhares e represente diversos segmentos da sociedade”, ressalta Nemésio. l
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Além da ocupação territorial, o Plano Diretor também define algumas diretrizes relativas à gestão da mobilidade urbana em Chapecó. Para desenvolver um projeto de melhorias para o transporte coletivo na cidade, a prefeitura contratou o Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Segundo o coordenador técnico da equipe de passageiros do Labtrans, Rodolfo Micolazzi Philippi, o município será o pioneiro em Santa Catarina nessa modalidade de estudo. E terá esse planejamento em um momento importante: “antes que o problema exista, a cidade se prepara para atacar o que ocorreria no futuro”. Segundo ele, a primeira impressão a respeito do que foi coletado até o momento mostra que a cidade não tem graves problemas, mas sim questões pontuais. O plano encomendado pelo município será entregue em novembro de 2014 e sua implantação se dará em três etapas: um diagnóstico inicial dos problemas, seguido pela proposição de ações para melhorem os gargalos e, por fim, a indicação de ações que a prefeitura pode tomar para manter o sistema funcionando. Segundo o vice-prefeito Luciano Buligon, a prioridade que será dada para o transporte coletivo se resume em uma frase: “a cidade vai bem quando você faz com que a pessoa que tenha condições para andar de carro
Tarla Wolski
discrepância”, avalia o vice-prefeito. “O necessário é o compromisso de que o solo seja permeável e que não sejam estabelecimentos de alto potencial agressivo ao meio ambiente”, acrescenta.
Horizontes4Projetando a Chapecó de amanhã
Felipe Parucci
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Projetando a Chapecó de amanhã A PARTIR DE UM ESTUDO QUE ENVOLVEU MAIS DE 600 PESSOAS, O PROJETO CHAPECÓ 2030 APONTA CAMINHOS PARA UMA CIDADE FORTE E SUSTENTÁVEL
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Texto Fernanda Dreier
stamos em 2030. A qualidade de vida alcançada no município equipara-se a de cidades de países desenvolvidos. O povo de Chapecó sente orgulho e alegria em morar aqui, pode-se dizer que somos uma cidade feliz não somente pelo crescimento e desenvolvimento econômico, mas principalmente pela superação de metas de indicadores de qualidade de vida, equidade social, ambiente de negócios, referência em inovação, tecnologia e capital humano. O trecho acima é parte do conteúdo da “carta do futuro”, texto que encerra o documento de apresentação do projeto Chapecó 2030, uma iniciativa da Sociedade Amigos de Chapecó (SAC) com base em uma série de análises desenvolvidas entre 2009 e 2012. A “brincadeira” expressa, verdadeiramente, os propósitos de um projeto que mobiliza um grupo de pessoas interessadas em fazer de Chapecó um lugar cada vez melhor para se viver. Fundada em 1966 para organizar a Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Chapecó (Efapi) quando a cidade completava 50 anos, a SAC atuou até os anos 1990 e ficou desativada até 2009, quando retomou suas atividades, com o objetivo de fomentar o crescimento sustentável do município. Com o apoio do Governo Estado, da Prefeitura Municipal, da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) e da Unochapecó, o projeto Chapecó 2030 tem a missão de integrar estratégias para promover o desen-
volvimento econômico, sociocultural e urbano-territorial de Chapecó e região. De acordo com o presidente da SAC, Claudio Jorge Kracker, trata-se de uma iniciativa da sociedade civil organizada para projetar o futuro da cidade a partir de um estudo da situação atual, que definiu um conjunto de diretrizes gerais orientadoras. Mais de 600 voluntários, 350 entidades e 100 profissionais especialistas trabalharam na criação da primeira versão do projeto, publicada no final de 2012 e disponível no site www.projetochapeco2030.com.br. As estratégias foram elaboradas por especialistas de diversas áreas e discutidas em dez fóruns temáticos realizados em 2011. “Além da diretoria e do conselho consultivo, contamos hoje com a participação de um grupo gestor formado por um especialista para cada uma das dez áreas temáticas. Ao todo, são 50 pessoas que colaboram com o projeto de uma forma voluntária”, afirma Kracker. Para apontar caminhos, ações e avaliações periódicas foram formados comitês temáticos que observaram o histórico, as demandas reprimidas, as fragilidades, as potencialidades, os projetos inovadores e a indicação de prioridades para cada uma das seguintes áreas: Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural; Esporte e Lazer; Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação Tecnológica; Meio Ambiente e Sustentabilidade; Saúde e Bem-Estar; Educação e Desenvolvimento Humano; Cultura; Assistência Social; Gestão Pública; e Segurança Pública.
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Horizontes4Projetando a Chapecó de amanhã Divulgação
Vários fóruns temáticos de discussão foram organizados durante a elaboração do projeto
Entre as diversas demandas
prazo. Representantes do projeto Chapecó 2030 já participaram, por exemplo, da audiência pública do Plano Municipal de Saneamento em relação aos Recursos Hídricos, das discussões da Conferência Municipal da Cidade e das audiências públicas do Plano Diretor e do Código de Obras do município. O presidente da SAC atenta ainda Tarla Wolski
identificadas pelo projeto estão a implantação de uma zona de compartimento para a produção animal visando assegurar a qualidade sanitária da produção agropecuária, de um centro de treinamento para produtores rurais, de um parque tecnológico, de um Conselho Municipal de Inovação, de um Conselho Municipal de Esportes e de um hospital oncológico na cidade. As propostas incluem ainda a formação de um centro de treinamento para atletas e a implantação de sistema de captação de energia solar nos pontos de iluminação pública, além da ampliação do ensino integral na rede municipal e da ocupação de espaços públicos para projetos culturais. E estas são apenas alguns exemplos das mais de trezentas propostas que os organizadores do projeto esperam ver viabilizadas nos próximos 17 anos. Segundo o presidente da SAC, são realizadas reuniões periódicas dos comitês temáticos com secretários municipais para acompanhar a implantação das propostas a médio e longo
Kracker: objetivo é definir diretrizes para o desenvolvimento sustentável da cidade C H A P E C Ó É
para o fato de estarmos em um ano de definição do Plano Plurianual (PPA) das novas administrações municipais. “Por meio de audiências públicas, conferências e reuniões de trabalho, essa atuação tem o papel fundamental de democratizar os processos decisórios da gestão pública, ampliando a participação e definindo prioridades em todas as áreas para dar respostas para a população a médio prazo”, ressalta Kracker. De acordo com o vice-presidente da SAC, Cláudio Alcides Jacoski, o grupo tem se reestruturado para poder criar novos caminhos e participar também desse tipo de atividade com proposições. “Para este ano temos grandes desafios. Entre eles a consolidação da interação entre os eixos temáticos, os indicadores e as metas. O projeto vai ter de olhar para grandes necessidades que o município tem e pensar, por exemplo, saúde, infraestrutura e educação de forma unificada”, conta. Um evento que possa fazer essa reunião de ideias está sendo planejado também para este ano. Até o momento o projeto realizou estudos e discussões a partir de parâmetros de desenvolvimento, sustentabilidade e qualidade de vida que resultaram em um levantamento de contribuições de pessoas e entidades em busca de caminhos possíveis para Chapecó nas próximas décadas. “Nossa maior dificuldade está em sensibilizar as autoridades a construir um planejamento para além de seu mandato, a pensar ações para hoje que possam remeter a um futuro planejado. O desenvolvimento deve continuar, independente de quem seja o próximo governante”, completa Kracker. Ele diz lamentar apenas que muitas pessoas ainda não tenham se dado conta da grandeza do projeto, principalmente por ele ser realizado de forma voluntária.l
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Semeando tecnologia A AGRICULTURA DE PRECISÃO COMEÇA A SER APLICADA NAS PROPRIEDADES RURAIS DA REGIÃO COMO FORMA DE AUMENTAR A PRODUÇÃO Texto Lilian Simioni Fotos Tarla Wolski
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aior lucratividade com menor custo. O objetivo comum a todos os empreendedores também está presente no campo. Por meio da tecnologia aplicada às atividades agrícolas, produtores locais começam a testar técnicas inovadoras desenvolvidas dentro do conceito de Agricultura de Precisão (AP). Inicialmente voltada para a produção de grãos, a implantação destas técnicas em propriedades rurais da região ainda está no começo, mas dá indícios de que pode ser uma excelente ferramenta para ampliar a produtividade e a competitividade da agricultura local. Administrando as terras do avô, o engenheiro agrônomo Félix Muraro Junior resolveu
iniciar a aplicação da AP há três anos. Com culturas de soja, milho, trigo e pastagens (aveia e azevém) para o gado, Junior ainda não sentiu resultado na produtividade, porém calcula que está gastando cerca de 10% a menos de insumos na terra. Antes da aplicação das técnicas, os insumos eram aplicados de maneira homogênea – a mesma quantidade para toda a área. Com a AP, o terreno é todo dividido: quanto menor o tamanho desses espaços (grids), melhor o resultado. Em cada grid é coletado solo para amostra e o espaço é marcado com uma estaca e no GPS. As amostras seguem para o laboratório, para análises que determinam o nível de nutrientes de cada uma delas. De posse dos laudos quími-
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Semeando tecnologiaHorizontes
co (que verifica componentes como potássio e fósforo) e físico (como a compactação do solo), o profissional faz as interpretações dos dados e a recomendação ao produtor. Com isso, é possível inserir os insumos adequados, de acordo com a necessidade, em cada um dos pontos anteriormente demarcados. “Do jeito que era feito antigamente, poderíamos até estar jogando dinheiro fora”, comenta Junior. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Agricultura de Precisão é conceituada como “um sistema de gerenciamento agrícola baseado na variação espacial de propriedades do solo e das plantas encontradas nas lavouras e visa à otimização do lucro, sustentabilidade e proteção do meio ambiente. Trata-se de um conjunto de tecnologias aplicadas para permitir um sistema de gerenciamento que considere a variabilidade espacial da produção”.
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Depois de adotar a agricultura de precisão, o gasto de Félix com insumos ficou 10% menor
Mesmo para os produtores
cadas – ainda não vê vantagens em comprar os equipamentos. Segundo o engenheiro agrônomo, a propriedade é pequena e em vários meses do ano o investimento ficaria parado. Já a família de Rodrigo Conte, também engenheiro agrônomo, optou por comprar um distribuidor de insumos para ser usado em sua propriedade no município de Coronel
que não têm os equipamentos necessários para a aplicação das técnicas de AP, é possível contratar prestadores de serviço para auxiliar no processo. Conforme o engenheiro agrônomo da Cooperalfa, Ferdinando Brustolin, como a característica em Chapecó e região é a predominância de pequenas propriedades, algumas adaptações podem ser feitas. Para não inviabilizar o procedimento, a coleta das amostras de solo pode ser feita manualmente ou com equipamentos terceirizados. “Estamos percebendo os benefícios de contratar o serviço, já que o valor não se torna significativo pelo bom resultado da aplicação das técnicas”, ressalta Junior. Por isso, a família – que tem 180 hectares, dos quais 100 já tiveram as técnicas de AP apli-
Rodrigo: distribuidor equipado com GPS calcula a aplicação correta de nutrientes C H A P E C Ó É
Freitas. O equipamento, que custou R$ 140 mil, não é o único necessário para a Agricultura de Precisão. Entretanto, depois da coleta do solo e da leitura dos dados, basta instalar um dispositivo no distribuidor. Como é equipado com GPS, o agricultor só precisa passar com o distribuidor no terreno para que os insumos necessários sejam aplicados na medida certa. “Conversei com meu pai sobre a viabilidade e resolvemos comprar o equipamento, que chegou há um mês. Ou você é bom no que faz ou não vale a pena continuar”, ressalta. A decisão foi tomada depois que a família fez os cálculos de produtividade. Segundo o produtor, a média do milho aumentou em 28% no primeiro ano. Já na safrinha da soja e do feijão, o aumento foi de 20%. “No início não aplicamos a AP em toda a área. Mas no ano seguinte nem pensamos duas vezes e fizemos a demarcação, a coleta, a análise e a aplicação variável dos insumos em toda a propriedade”, afirma Conte. Além de ser aproveitado em uma área total de 240 hectares, o equipamento também está sendo alugado para prestar serviços a agricultores das proximi-
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Horizontes4Semeando tecnologia
dades. O agrônomo conta que, vendo os resultados na propriedade de sua família, alguns agricultores passaram a buscar informações sobre as possibilidades de aplicação da AP. Impulsionado pelos bons resultados já obtidos e buscando aperfeiçoamento, Rodrigo está cursando a pós-graduação em Produção Vegetal – Ênfase em Agricultura de Precisão, na Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). E é para lá que estão indo os profissionais que buscam especialização nessa área. Segundo a coordenadora Karen Döering Golin, o curso surgiu especialmente pela demanda regional. Os objetivos da pós-graduação passam pelo uso racional de insumos e a redução dos impactos ambientais, além, é claro, do aumento na produção. “Os agrônomos estão procurando atualização e aprimoramento. Buscam alternativas para o aumento de produtividade, dentro da realidade de cada produtor”, comenta a professora. Com a teoria e a prática no curso, Karen garante que os pós-graduados
alto para os nossos pequenos produtores e o relevo da região também é complicado, muito acidentado. Mas a tendência, mais cedo ou mais tarde, é que os valores sejam reduzidos ou que as linhas de financiamento abram mais possibilidades de aquisição dos equipamentos.”
Karen, da Unochapecó: pós-graduação forma mão de obra especializada na área estão aptos a prestar orientação e assistência aos produtores. Para ela, esse trabalho será cada vez mais requisitado pelos produtores locais, bem como por agricultores em estados com a AP bastante avançada, como Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Goiás. “O investimento ainda é
Em parceria com a Cooperalfa, produtores têm acesso a análises no laboratório da Epagri C H A P E C Ó É
Por enquanto, resta aos produtores de Chapecó e da região buscarem alternativas para ter acesso a este tipo de tecnologia. A Cooperalfa, por exemplo, já vem atuando com o conceito de Agricultura de Precisão desde 2009 e presta serviços aos agricultores, o que se configura como um dos objetivos do Projeto Alfa. “Adaptamos algumas ferramentas que acabam alcançando a todos”, resume o agrônomo da cooperativa. Para baixar o custo, em algumas propriedades o grid chega a ser de um hectare. As análises são feitas no laboratório da Epagri e podem inclusive ser acompanhadas pela internet durante todas as fases. Nas propriedades menores os agrônomos traçam, através de um sotfware, zonas de níveis de nutrientes. Com base em pontos de georreferenciamento, são feitas as linhas de aplicação. Entretanto, Brustolin destaca que a produtividade não depende somente da AP e inclusive sofre a influência de variáveis que estão fora do controle do ser humano, como a quantidade de chuva e a temperatura. “São pelo menos 53 fatores dos quais depende a produtividade”, diz o agrônomo da Cooperalfa. “As ferramentas oferecidas pela Agricultura de Precisão são importantes, mas os profissionais e produtores precisam entender que não basta o georreferenciamento. A precisão na agricultura tem relação com o gerenciamento da propriedade como um todo.”l
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A bela vista do alto da tirolesa de 1,3 mil metros que leva os visitantes do Rio Grande do Sul a Santa Catarina por sobre o Rio Uruguai
Na rota do ecoturismo NO DISTRITO De GOIO-EN, RECANTOS NATURAIS e esportes náuticos ATRAEM CADA VEZ MAIS OS CHAPECOENSES E OS TURISTAS QUE PASSAM PELO oeste catarinense Texto Fernanda Moro
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hapecó é destaque nacional pelo seu movimentado calendário de turismo de eventos. A realização de importantes feiras, congressos e reuniões de negócios movimenta vários setores da economia e gera desenvolvimento para a região. Mas nos últimos anos, outra prática turística também tem ganhado destaque. Visitar espaços naturais e contemplar as belezas ambientais típicas da região é uma opção cada vez mais procurada. O distrito de Goio-En é um dos destinos de lazer de muitos chapecoenses e parada obrigatória para os turistas que passam pela cidade. O local apre-
senta uma vista de encher os olhos e os raios de sol refletidos na imensidão das águas do Rio Uruguai, marco divisório entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, dão as boas-vindas a todos os que chegam à cidade. A área foi uma das mais atingidas pelo reservatório da Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó. Após a construção da barragem, teve início no local um projeto de renovação e aproveitamento de suas potencialidades turísticas. Um dos empreendimentos que surgiram na região é o Centro Náutico Faé, construído às margens do Rio Uruguai depois da formação do lago da Usina. Hoje, o local é um dos mais procurados por banhistas e praticantes de esportes náuti-
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Na rota do ecoturismo Horizontes
Outro lugar coM BASTANTE procura é o camping Rota do Sol, que conta com estrutura náutica e serviço de acesso ao rio para barcos. Este ano, o local se prepara para sediar a primeira edição do Summer Náutica, nos dias 23 e 24 de novembro, reunindo competições voltadas aos amantes da velocidade e dos esportes náuticos, além de um shopping com exposição de produtos dos segmentos de pesca, camping e náutica. A programação inclui a 1ª Copa Chapecó Summer Náutica de Motonáutica, a 5ª Etapa do Campeonato Gaúcho de Motonáutica de Velocidade, shows de jet ski e flyboard, o encontro de embarcações PierStop e o Summer Music, com DJs no deque principal.
Fotos Tarla Wolski
cos. Para Rogério Faé, proprietário do complexo, depois da construção da barragem e da formação do lago houve uma transformação completa do lugar. “O Goio-En tornou-se um ponto de referência e hoje recebemos muitos turistas de outras cidades e estados”, comenta Faé. O espaço fica aberto o ano todo, mas o maior movimento de visitantes é registrado na temporada de verão. A estrutura conta com área de camping, sete cabanas para aluguel, prainha com área para banhistas, lanchonete e estacionamento. Há ainda uma marina, que, segundo o proprietário, é a primeira do Oeste catarinense a ser registrada junto à Marinha do Brasil. Para quem visita o Centro Náutico e procura por aventura, a sugestão é encarar uma das maiores tirolesas da América Latina. Com 1,3 mil metros, a tirolesa interestadual é uma das formas mais rápidas de atravessar o rio. Em pouco mais de um minuto, é possível passar do Rio Grande do Sul para o território catarinense. Em menos de dois anos de funcionamento, cerca de 10 mil pessoas já experimentaram o equipamento.
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Faé: após a barragem, o distrito de Goio-En se tornou uma referência em lazer náutico Para quem busca um programa mais tranquilo, o trajeto que liga Santa Catarina ao Rio Grande do Sul reserva vários outros pontos atrativos. Uma boa opção de turismo natural é dar um passeio pela Trilha do Pitoco, onde o barulho da água de um pequeno riacho é o único som mais forte que o canto dos pássaros. Localizada cerca de 30 km do centro de Chapecó, a trilha é um refúgio para a correria da vida agitada na cidade. Ao chegar, o visitante é recebi-
Em sua propriedade, Gomercindo preserva a natureza e a memória do cãozinho Pitoco C H A P E C Ó É
do com um alegre sorriso pelo proprietário, Gomercindo Figueira. É ele quem mostra o trajeto e está sempre disposto a apresentar as belezas do lugar. Com uma caminhada de pouco mais de uma hora, paisagens encantadoras vão surgindo ao longo do caminho de 3,2 quilômetros de extensão. Além de diversas árvores e espécies de animais, cinco cachoeiras de aproximadamente 45 metros de altura enchem de graça o local. “As pessoas chegam bem cedo pela manhã, almoçam aqui e passam o dia todo conhecendo o espaço”, explica o proprietário, que costuma receber visitantes em todas as épocas do ano. Prestes a completar 63 anos, muito sereno e religioso, Seu Gomercindo relata uma coleção de histórias da trilha e de turistas. “Vem gente de tudo que é canto do mundo, já recebemos turistas de todos os países da América Latina”, revela orgulhoso. Ele conta que a trilha foi batizada em homenagem a um morador muito especial: o cão Pitoco, que sempre acompanhava os visitantes, guiando-os pelo caminho. Quando o amigo de tantos anos faleceu, Gomercindo decidiu homenagear o companheiro. “Nunca mais vai existir um cachorro igual ao Pitoco”, lembra.l
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Almanaque
Del铆cias made in Chapec贸
Texto Fernanda Moro Fotos Victor Carlson
Delícias made in Chapecó Almanaque
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A CAPITAL DO OESTE COMEMORA MAIS UM ANIVERSÁRIO E, PARA AJUDAR A PREPARAR A FESTA, TRAZEMOS SUGESTÕES DE PRATOS à BASE DE FRANGO OU CARNE SUÍNA, DOIS DOS MAIS IMPORTANTES PRODUTOS DA ECONOMIA LOCAL
Lombo de porco com calda de frutas agridoce Um prato provocante feito com camadas de carne suína assada e bem temperada, cobertas por um caldo quente à base de ameixa, damasco e figo, ingredientes que dão um toque apurado ao sabor. A receita preparada pelo chef André, do restaurante Spettus, pode ser acompanhada por um arroz com ervas finas e uma taça de vinho. Em um espaço elegante, decorado à moda clássica, o restaurante recepciona os clientes com um agradável som de piano e oferece a vista de um bela adega de vinhos. No menu, você ainda encontra frutos do mar, carnes nobres, pizzas e uma variedade de massas e acompanhamentos.
Spettus Rua Benjamin Constant, 99 D – Calçadão (49) 3323-5040 www.spettussul.com.br
Coq au vin Simples mas delicioso, este prato francês é facilmente adaptado à culinária brasileira a consiste basicamente em pedaços de frango marinados com vinho tinto e especiarias. Como acompanhamento, arroz e batata na manteiga. Vale a pena provar esta receita preparada por Felipe Carioni, chef do Du Sel, um agradável e sofisticado restaurante que serve pratos variados à base de frutos do mar, massas, carnes e saladas diversas.
Du Sel Restaurante Rua Nereu Ramos, 155 D (anexo ao Hotel Almasty) – Centro (49) 3361-2342 C H A P E C Ó É
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Almanaque4Delícias made in Chapecó
Galeto à moda da casa
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Mais uma receita feita com ingredientes clássicos da região é o galeto assado na brasa, com molho vinagrete à base de ervas. Para acompanhar o prato, polenta frita, massa ao alho e óleo, e um saboroso vinho. Essa é a sugestão do chef Carlos Malacarne, da Galeteria Malacarne. Um espaço hospitaleiro, que apresenta uma variedade de pratos à base de carne de frango. Aberto nas noites de terça a sábado e servindo almoços nos fins de semana, o restaurante é uma saborosa opção para desfrutar da culinária típica de Chapecó.
Frango New York As carnes de frango e suína são usadas em muitas receitas regionais. Pensando nisso, o Bistrô Nova York preparou uma receita especial que une a essência dos dois sabores. O prato consiste em um filé de frango recheado com filé suíno, manjericão e queijo brie. A carne é empanada com uma farinha especial – feita de pão de forma e amêndoas – e depois é frita. Para acompanhar, a indicação do chef João de Souza é o confit de legumes preparado com cebola, berinjela, abóbora e tomate. A receita exclusiva pode ser apreciada em um ambiente que surpreende pelo aconchego e bom atendimento. A decoração tem como referência a cidade de Nova York, retratada em diversas fotografias e obras espalhadas pelo ambiente. O bistrô também oferece serviços de bar e café. C H A P E C Ó É
Bistrô Nova York Edifício Soprana Center – Av. Getúlio Vargas, 1128 N, esquina c/ Calçadão (49) 3312-2024
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Almanaque Fotos Tarla Wolski
Em busca da beleza TRATAMENTOS MAIS ACESSÍVEIS E ATENDIMENTO ESPECIALIZADO atraem o interesse dos chapecoenses pelas CLÍNICAS DE ESTÉTICA E DE CIRURGIA PLÁSTICA Texto Lilian Simioni
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anthus, hidrolipo, massagens, peeling, depilação a laser, carboxiterapia, botox, rinoplastia, mastopexia, lipoaspiração etc. São muitos os tratamentos estéticos, dermatológicos e possibilidades de cirurgias plásticas que antes um privilégio apenas dos mais abastados e hoje estão ao alcance de um público cada vez maior. Em Chapecó, o número de clínicas especializadas cresce no mesmo ritmo em que pessoas com diversos perfis de poder aquisitivo procuram seus serviços. Os valores mais acessíveis e as condições de parcelamento estão chegando a uma popula-
ção que antes não cogitava investir dinheiro na autoestima. Um mercado em franca expansão é o da cirurgia plástica. A cidade, que tinha seis médicos especializados até o final de 2012, hoje já conta com nove. A Dra. Tainara Cassol é uma das recém-chegadas. Instalou-se em Chapecó depois de finalizar a residência em cirurgia plástica no início do ano. Apesar de estar há pouco tempo com o consultório na cidade, a procura por seus serviços tem se mantido dentro do planejado. Ela relata que no estado de São Paulo, onde fez a residência, o público da classe C e até mesmo da classe D costuma fazer cirurgias plásticas,
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Em busca da belezaAlmanaque
mesmo precisando financiar o pagamento. Para a cirurgiã, a realidade por aqui ainda não é semelhante, mas a tendência é que as pessoas comecem a investir mais no próprio bem-estar. O também cirurgião plástico Rafael Tirapelle já conseguiu perceber a demanda crescente em Chapecó. Nos cinco anos em que atua na cidade, o médico relata que o número de pacientes tem dobrado anualmente. E eles vêm de diferentes classes sociais. “Hoje em dia uma cirurgia plástica já não é mais tão cara e ainda oferecemos facilidades de pagamento parcelado”, ressalta. Além disso, Tirapelle também destaca que atualmente a cirurgia estética e a cirurgia reparadora quase se confundem. “Hoje a ideia de plástica é diferente. As pessoas estão buscando autoestima e as cirurgias estão mais ligadas à qualidade de vida”. No Brasil, cerca de 70% dos pacientes que buscam uma cirurgia para melhorar a aparência e o bem-estar são mulheres. No consultório de Tirapelle o percentual é de 80%. Mesmo com um percentual muito mais baixo, os
Dr. Tirapelle: a demanda por plásticas está cada vez mais ligada à qualidade de vida homens também começam a procurar por este tipo de procedimento. Para a Dra. Tainara, além de estarem se cuidando mais, eles estão se permitindo e aceitando mais a ideia de fazer uma plástica. “Antes eles percebiam o problema, mas tinham alguma restrição e não buscavam a cirurgia”, avalia a cirurgiã. Entre as opções de cirurgias plásticas faciais e corporais, as mulheres de Chapecó têm procurado mais a prótese mamária e a lipoaspiração. Já os homens, conforme o Dr. Tirapelle, buscam especialmente a blefaroplastia (reparação de pálpebra), a lipoaspiração e a rinoplastia (do nariz).
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atendemos inclusive após as 18h”, relata. Segundo ele, a média de idade dos clientes é de 25 a 35 anos. Mas a procura pelos tratamentos abrange desde adolescentes até idosos. Os homens também são minoria no consultório dermatológico, representando apenas 20% dos atendimentos. Eles procuram a depilação prolongada (que dura dois anos), especialmente de barba, redução de manchas faciais, com tratamentos com cremes ou com peelings, e preenchimentos. As mulheres buscam também a redução das manchas faciais, soluções para a queda de cabelo e a aplicação de botox. Pacientes de classe média formam a maior parte da clientela do dermatologista. “As pessoas começaram a guardar dinheiro durante o ano e a utilizar as economias para pagarem os procedimentos”, comenta o Dr. Winckler, lembrando que os tratamentos também se tornaram mais acessíveis devido à concorrência dos produtos utilizados. “Os preços estão baixando ano a ano desde 2007, quando começou a aumentar o número de empresas fornecedoras.”
Sem oS mesmoS níveIS de
Recém-formada, a Dra. Tainara abriu este ano seu consultório de cirurgia plástica
complexidade de uma cirurgia, os tratamentos dermatológicos e estéticos também estão em alta na cidade. O dermatologista Fabiano Winckler, que atende desde 2010 em Chapecó, aponta uma demanda crescente de 30% a 40% por ano em sua clínica. “Temos trabalhado de oito a dez horas diárias para dar conta da procura. Para atender quem trabalha em horário comercial, C H A P E C Ó É
Dr. Winckler: procura por tratamentos dermatológicos cresce até 40% ao ano
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Almanaque4Em busca da beleza Fotos Tarla Wolski
Ana Paula: movimento na clínica de estética se mantém constante desde o início do ano Independente dos custos, ele aponta que a busca pela autoestima está se disseminando de maneira geral. “É um trabalho muito gratificante”, revela o médico. “Em alguns tratamentos, como os preenchedores, o resultado é na hora. Os clientes ficam muito agradecidos, alguns até choram.” Atenta às oportunidades do mercado de cuidados estéticos, Ana Paula Bodanese, proprietária da franquia da Clínica Magrass em Chapecó, percebeu um fenômeno inédito: este ano a procura não diminuiu no primeiro semestre, como vinha acontecendo desde a abertura do negócio, há quatro anos. “Em 2013 estamos com uma demanda interessante desde janeiro”. Além dessa constatação, a empresária diz que tem obtido um incremento anual de 20% nos atendimentos. A clínica conta com dez profissionais – entre fisioterapeuta, esteticista, nutricionista e biomédica. De acordo com Ana, o grande destaque entre os pacotes oferecidos são as atividades ligadas ao emagrecimento saudável. “Agregamos sessões de estética com
a parte nutricional. Com uma equipe multiprofissional, os resultados são ainda melhores”, acrescenta.
Na outra ponta desse mercado, a formação de profissionais também está em expansão. A escola Fisiomar oferece a formação técnica em Estética, além das pós-graduações em Estética, Fisioterapia Dermatofuncional e Acupuntura. A instituição já tem inclusive uma graduação em tramitação no Ministério da Educação, que deve entrar em funcionamento em 2015, passando a formar tecnólogos em Estética e Imagem Corporal. A diretora da escola, Solange Cardoso Daneluz, lembra que o Brasil é o terceiro país no mundo em movimentação econômica em procedimentos estéticos. Com as turmas sempre completadas antes do previsto, Solange já planeja voos mais altos para a escola. “Até 2015 estaremos instalados em uma sede própria”, projeta a proprietária da Fisiomar. Para ela, o caminho da formação é sem volta. “Esse boom na área da estética que vemos hoje exige profis-
sionais capacitados. No futuro, a habilitação será uma exigência”, diz Solange, citando como exemplo a profissão de manicure: além de saber fazer bem a unha da cliente, a profissional precisará saber identificar patologias, orientar e encaminhar o cliente ao médico que trata daquela enfermidade. Além da busca pela autoestima, uma característica que une todos esses tratamentos e procedimentos é a necessidade de informação. Seja na cirurgia plástica, na dermatologia ou nas clínicas estéticas, a recomendação para os interessados é a mesma: procurar saber qual a formação dos profissionais, conversar com clientes que já se submeteram aos tratamentos e saber quais os resultados, saber exatamente como é feito o tratamento ou cirurgia plástica, seus efeitos e cuidados depois do procedimento. Solange ressalta que o profissional não faz sozinho o tratamento e, por isso, não pode prometer perfeição. “Ele deve, sim, orientar adequadamente o que o cliente deve fazer”. O Dr. Wickler completa: “as respostas são muito individuais. O certo é que não existe milagre nessa área.”l
Serviço Clínica FW (Dr. Fabiano Winckler) Rua Porto Alegre, 700 D – Centro. (49) 3322 9969 | www.clinicafw.com.br Magrass Rua Guaporé, sala 2 – Bairro Presidente Médice. (49) 3312 1825 | www. magrass.com.br Dra. Tainara Cassol Travessa Guararapes, 141 – Centro. (49) 3316 1360 | www.tainaracassol.com.br Dr. Rafael Tirapelle Rua Florianópolis, 130 E – Centro. (49) 3322 5044 | www.rafaeltirapelle.com.br Solange: mercado de estética precisa de mais profissionais capacitados e habilitados C H A P E C Ó É
Instituto Fisiomar Rua Austrália, 65 D – Bairro Maria Goretti. (49) 3316 1907 | www.institutofisiomar.com.br
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O AMOR PELA CHAPECOENSE ESTÁ CADA VEZ MAIS PRESENTE NA CIDADE, UNINDO FAMÍLIAS E AMIGOS EM TORNO DO FUTEBOL. E o time corresponde em campo
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Texto Lisiane Kerbes
Arena Condá costuma tremer de emoção com o som constante dos tambores das torcidas organizadas. Gritos de apoio e aplausos entoam no estádio a cada lance que passa pelos pés dos jogadores. Nas arquibancadas, torcedores das mais diversas idades dão força ao “Verdão”, como é carinhosamente chamada pelos torcedores a Associação Chapecoense de Futebol. Passando por uma ótima fase, a equipe do técnico Gilmar Dal Pozzo não tem decepcionado. Quando subiu para a Série B, no ano passado, nem o torcedor mais fanático imaginava que o time do Oeste chegaria a ocupar a liderança do campeonato. E fanatismo pelo clube do coração é o que não falta no torcedor local. Não é preciso ir ao estádio para perce-
ber a empolgação e a paixão que o time desperta em todos na cidade. Boa parte da história do clube fundado em 10 de maio de 1973 pode ser conferida na residência do administrador e empresário Eduardo José Fausti, 41 anos. Ele é, sem dúvida, um dos torcedores mais apaixonados e dedicados ao time verde e branco. Na casa dele, o salão de festas não é um espaço comum: foi transformado no Cantinho do Verdão, onde Fausti costuma passar os fins de semana e onde reúne os amigos antes de ir assistir aos jogos. “Sempre torci, mas não era aquela paixão”, lembra. “Por volta de 1994 comecei ir ao estádio e comprar as camisas dos campeonatos. Em 1996 o time foi campeão catarinense. Aí é que começou a paixão maior.”
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Fotos Tarla Wolski
Verde é a cor da paixão
Verde é a cor da paixãoAlmanaque
Desde então, o amor pela Chapecoense só aumentou e acabou envolvendo toda a família. Tanto que o Cantinho do Verdão, criado em 2006, foi ideia das filhas Caroline e Dayane. Aos poucos, a família e os amigos foram reunindo objetos referentes ao time e hoje o espaço está ficando pequeno para abrigar todas as peças da coleção. Fausti não sabe dizer quantos itens possui. Entre eles, estão as camisas de quase todos os campeonatos. “As de 1982, 1983, 1984, 1986 estão difíceis de encontrar. Das de 1977, 1978, 1979, 1985 tenho réplicas”, conta. A partir de 1990, ele tem todas as camisas oficiais. Algumas faz questão de mostrar: as dos campeonatos de 2007, 2011 e 2013, todas autografadas pelos jogadores. Para conseguir camisas que ainda não possui, Fausti sempre leva uma nova aos jogos, na esperança de que veja algum outro torcedor com uma camisa que ele não tenha e aceite trocar. No Cantinho do Verdão ainda há espaço para galeria de fotos, recortes de jornais, adesivos, toalhas, garrafas, aventais, relógios, kit para chimarrão, entre outros objetos, muitos deles personalizados pela família. Entre os itens preferidos de Fausti está a camisa que o goleiro Nivaldo usou ao completar 206 jogos pela Chapecoense. “Comprei a camisa e ele veio aqui em casa autografar. Era um sonho meu e o Cadú Gaúcho trouxe o Nivaldo”, conta o torcedor. Ele também ganhou, do zagueiro Willian Amaral, a medalha de campeão 2007. “Meu sonho é um dia montar uma loja da Chapecoense, vender produtos do time, mas o custo é muito alto.”
Assim como a de Fausti, muitas outras famílias compartilham a paixão pelo Verdão. Um exemplo é a família da auxiliar administrativa Janaine Ramos, 26 anos. Desde criança ela acompanha o pai ao estádio. “Quando eu era mais nova ia só para brincar. Há dois anos comecei a assistir mesmo
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Na casa de Fausti, criador do Cantinho do Verdão, as filhas e até a cachorrinha vestem a camisa
Sócia de carteirinha, Janaine herdou do pai o “fanatismo” e não perde um jogo na Arena aos jogos, torcer e ser sócia”, conta Janaine. “Virou fanática, não perde um jogo”, acrescenta o pai dela, Argeu Ramos, 52 anos, que também comparece a todos os compromissos da Chapecoense na Arena Condá. A história de Argeu com o time verde e branco é mais antiga. “Eu morava em Pinhalzinho, trabalhava em Chapecó e assistia aos jogos. Acompanho desde que o time começou, há 40 anos”, relata. Janaine destaca que em dia de jogo não existe nada mais importante para C H A P E C Ó É
a família. “Em abril de 2012 estávamos em férias, mas não deixei ninguém viajar antes do jogo”, lembra. E o amor ao time vai além das paredes da casa dos Ramos. O pintor Vilson Bueno, 51 anos, amigo da família, acompanha Janaine e Argeu em todos os jogos. Da mesma forma que Argeu, Vilson é torcedor da Chapecoense desde sua fundação. “Pode faltar jogador, mas não nós aqui no estádio”, diz. A auxiliar de contabilidade, Adriane Scatolin Hertz, 34 anos, confessa que até
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Almanaque4Verde é a cor da paixão Fotos Tarla Wolski
“Somos apaixonadas”, diz a mãe. “Minha sala virou uma galeria do Verdão. Tenho de tudo: copos, banners, bandeira, camisetas, até uma cuia de chimarrão. O que eu encontrar do time, compro”, relata Ijones. “Deixo de ir a qualquer festa, até as visitas, para assistir aos jogos”, acrescenta.
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Adriane e Alcione, com os dois filhos e um amigo vizinho, a caminho de mais um jogo
Anderson criou o “Blog do Verdão” em 2011 e hoje já contabiliza mais de 40 mil acessos perde alguns jogos de vez em quando, mas o marido, Alcione Hertz, os filhos Luiz Ricardo, 6 anos, e Pietro, 2 anos – além do vizinho João Augusto, de 8 anos –, acompanham todas as partidas. A família sempre torceu para o Verdão, mas passou a ir com frequência à Arena Condá há dois anos. “As crianças torcem muito. O Luiz faz escolinha da Chapecoense, entra em campo com os jogadores. É muita alegria”, frisa Adriane.
A aposentada Ijones Terezinha Rigo, 54 anos, também não falta em nenhum jogo há mais de quatro anos. “Quando dá para ir, acompanho com minha filha os jogos fora de casa. Foi ela quem me incentivou a torcer pelo time”, diz Ijones. A atleta de tênis de mesa Jiovana Rigo, 24 anos, filha de Ijones, sempre foi torcedora da Chapecoense, paixão que aumentou depois que começou sua carreira no esporte. C H A P E C Ó É
Chapecoense
também
é
responsável por reunir amigos em nome de uma mesma paixão. O técnico de comunicação Juliano Alves, 20 anos, é um dos torcedores que gostam de acompanhar o time em grupo. Torcedor desde criança, há seis anos integra a torcida organizada Raça Verde e ajuda a animar os jogos na Arena tocando na bateria da torcida. “Tem que empolgar a galera, estamos aí para isso”, diz, ao ser questionado se não cansa de tocar sem pausas durante o jogo. Além da Raça Verde, outras organizadas contribuem com sua empolgação para agitar os torcedores e apoiar o time, como a Garra Independente e a Torcida Jovem Chapecoense. A dedicação pelo time está presente também na internet. Torcedor e grande incentivador da Chapecoense, o auxiliar financeiro Anderson Vitor Soccol, 26 anos, criou em 2011 o blog Espaço do Verdão para ajudar na divulgação do time e disponibilizar informações atualizadas aos torcedores. Ao completar dois anos, o blog já atingiu mais de 40 mil acessos. “Tudo começou com a procura de informações sobre o clube. Às vezes não encontrava nada atualizado, e aí veio a ideia de criar um blog”, conta Anderson. Torcedor desde 2007, ele não falta em nenhum jogo e diz ter concretizado o projeto com a ajuda dos amigos Wagner Schleicher e Alan Carlos Riboli. Atualmente, o blog é divulgado também nas redes sociais e, conforme Anderson, há possibilidade de virar um site no futuro.l
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Almanaque
Um pioneiro da regionalização O EMPRESÁRIO MÁRIO PETRELLI, FUNDADOR DO GRUPO RIC, É HOMENAGEADO EM CHAPECÓ PELA ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE IMPRENSA
Elves Todeschini
O
empresário e fundador do Grupo RIC, Mário José Gonzaga Petrelli, foi homenageado em Chapecó no dia 3 de agosto, durante o 6º Encontro da Imprensa de Santa Catarina. Graduado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (1959), Petrelli foi controlador da TV Cultura de Florianópolis e da TV Coligadas de Blumenau e fundou a TV Cultura de Chapecó (hoje RBS TV) e a TV O Estado, também de Chapecó (hoje RIC Record). É fundador e presidente emérito da Rádio e TV Independência S/A de Curitiba. Também fundou os jornais Notícias do Dia em Santa Catarina e a Record News em Santa Catarina e Paraná. A representatividade do empresário na comunicação do estado foi enfatizada pelo secretário de Estado da Agricultura e Pesca, João Rodrigues. “Mário Petrelli representa a comunicação catarinense, pela capacidade, pela qualidade, pelo espírito empreendedor e pelo respeito que ele tem pelos profissionais que trabalham em sua rede”, frisou o secretário. “É um mestre que passa seus ensinamentos para os mais novos”, enfatizou o prefeito de Chapecó, José Caramori.
Texto Lisiane Kerbes
O presidente da ACI entrega a placa da homenagem a Marcello Petrelli, filho do Dr. Mário e presidente do Grupo RIC SC Para o presidente da Associação Catarinense de Imprensa (ACI), Ademir Arnon, falar de Petrelli é falar da história de Santa Catarina. “Ele é a memória viva da comunicação. Realizar essa homenagem é motivo de muito orgulho”, ressalta. Já o diretor regional da ACI, Marcos Bedin, destaca que Petrelli interiorizou a radiodifusão no estado. “Um empresário arrojado, com uma trajetória de cinco décadas de sucesso na área de comunicação social”, define o jornalista. C H A P E C Ó É
O diretor do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Vagner Dalbosco, destaca que Petrelli foi uma das primeiras pessoas a perceberem que o Oeste de Santa Catarina podia ser um polo de imprensa. “Ele foi um precursor da regionalização da informação”, completa o vice-presidente da Associação dos Diários do Interior (ADI), Adriano Kalil. “É uma pessoa admirada por todos e até imitada, porque sempre viu muito longe o crescimento de cada região”, acrescenta o representante da Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert), José Bohner. Já o presidente da Câmara de Vereadores de Chapecó, Marcio Sander, lembra que a Casa legislativa já fez a sua homenagem ao empresário, prestigiando-o com o título de Cidadão Honorário de Chapecó. Aos 78 anos de idade, Mário Petrelli se encontrava impossibilitado de participar do evento e não pôde receber pessoalmente o reconhecimento dos chapecoenses, mas foi representado por seu filho Marcello Petrelli, presidente-executivo do Grupo RIC em Santa Catarina. A homenagem é realizada todos os anos a profissionais da comunicação que completaram 50 anos de profissão e permanecem na atividade. l
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Victor Carlson
O sucesso de pĂşblico na RIC TV Record foi construĂdo por Eduardo com simpatia, profissionalismo e credibilidade
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Identificação com o público HÁ QUASE SETE ANOS APRESENTANDO O JORNAL DO MEIO DIA, EDUARDO PRADO CONQUISTOU O CARINHO DO TELESPECTADOR E A ADMIRAÇÃO DOS COLEGAS Texto Lisiane Kerbes
O
trabalho sério e comprometido com a comunidade realizado à frente do Jornal do Meio Dia, na RIC TV Record, reflete-se na popularidade cada vez maior do apresentador Eduardo Prado entre os telespectadores de todas as idades. Ex-policial militar, ele hoje usa sua experiência na corporação para nortear seu trabalho na TV. “O que faço hoje devo ao que aprendi na polícia. Senti no dia a dia como é o sistema do crime e trago para a comunidade uma linguagem simples, porque é fácil falar do que eu fiz”, diz Eduardo. Sua primeira experiência na televisão foi em 2001, na TV Record de Xanxerê. Passou por outras emissoras de rádio e TV locais e chegou a tentar a sorte na capital, mas acabou retornando à Chapecó devido à sua grande identificação com a cidade. Em novembro de 2006 foi chamado para apresentar o Jornal do Meio Dia, na RIC TV e desde então seu sucesso junto ao público só vem aumentando. Na opinião do vigilante Maximino Costa, o trabalho do apresentador é “mais sério” do que o das outras emissoras de televisão. “Ele tem mais atitude, tem o lado humano. Nunca deixo de assistir. Quando termina o jornal dele eu vou para o trabalho”, comenta. “Ele faz um jornalismo mais claro, dá opinião, é destemido. Eu gosto disso”, comenta a bancária Andreize Frazão Duarte. “Tem alguém da mídia que vê as mesmas coisas que a gente”, observa. Já o pequeno Vitor Bruski, de 9 anos, assiste ao programa desde os 6 anos. O garoto é cego e, entre os programas e apresentadores de TV que costuma ouvir, o preferido é o Eduardo Prado. “A maioria da cidade assiste
ao jornal dele”, diz Vitor. O carinho pelo apresentador da RIC Record é acompanhado pela mãe, Noeli Otowicz, que já levou Vitor para conhecer Eduardo de perto. “Fui no estúdio no dia 1º de setembro, com 8 anos. No dia 5 eu ia fazer 9 anos”, conta Vitor. Neste dia, ele ganhou do apresentador uma capa e um suporte para teclado e se comprometeu a voltar à emissora para tocar no programa. O retorno foi neste ano, no aniversário de Eduardo. O carinho e a simpatia do apresentador é facilmente percebido também entre os colegas de trabalho. O cinegrafista Jair Correia trabalha com Eduardo há sete anos e comenta que eles “sentem na pele” os problemas de algumas pessoas quando vão fazer matérias. “Onde a gente vai tem muito retorno da comunidade”, conta. Para o cinegrafista, Eduardo é bem-visto na cidade devido ao seu profissionalismo. “É uma pessoa séria, não admite erros, justamente pela preocupação que tem com a qualidade do trabalho, que é o que faz ele ser o que é hoje”, diz Jair. O supervisor operacional Cleumir Pasa, com 22 anos de empresa, acompanha o trabalho de Eduardo desde que ele entrou na emissora. “É uma pessoa simples e com um grande coração. Ele gosta de ajudar as pessoas”, comenta. Para a repórter Raquel Tedesco, o jornal “ganha vida” com Eduardo. “Ele é fantástico. Opina e aceita sugestões, é uma troca de ideias diária”, frisa a colega de trabalho. Com 38 anos de idade e 22 anos de profissão, Eduardo diz que tenta fazer seu trabalho cada vez melhor e diz que se sente extremamente bem na RIC TV Record. “Eu agradeço aos colegas. Só conseguimos fazer um bom trabalho quando a equipe funciona; e aqui a equipe funciona muito bem”, finaliza. l
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Cooperar para evoluir PARA O PRESIDENTE DA COOPERALFA, ROMEO BET, OS CONCEITOS DO COOPERATIVISMO SÃO FUNDAMENTAIS PARA A EXPANSÃO SUSTENTÁVEL DA ECONOMIA LOCAL
Como o Sr. avalia os índices de crescimento apresentados pelo município de Chapecó? O ritmo em que cresce o município de Chapecó, cidade polo do Oeste cata-
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eeleito para mais quatro anos na presidência da Cooperalfa, Romeo Bet destaca como seu principal desafio nesta nova fase à frente da segunda maior cooperativa agropecuária de Santa Catarina manter a solidez financeira e o crescimento alcançados nos últimos anos, com índices de aproximadamente 15% ao ano. Os resultados líquidos da Alfa nos últimos quatro anos somaram R$ 200 milhões, volume aplicado em investimentos estruturais que voltam aos associados como capital social. Segundo Bet, o cooperado teve seu capital social acrescido em média 33% em 2012. “Nossa meta é manter os programas sociais, contar com um quadro de sócios cada vez melhor informado e uma assistência técnica competente”, diz o presidente da Cooperalfa, destacando ainda os investimentos na sucessão familiar rural. A preocupação com o crescimento da cooperativa e seu papel no desenvolvimento do município é uma constante. “Compreendemos que só teremos um mundo mais justo com ética, respeito e trabalho. Para nós, cooperar é evoluir”, acrescenta. Na entrevista a seguir, Romeo Bet fala um pouco mais sobre os planos da cooperativa para continuar crescendo junto com a cidade.
rinense, é mais acelerado e superior ao ritmo de crescimento do nosso País, o que para nós é motivo de orgulho. Mais que isso, por termos nascido neste berço do ramo alimentício, contamos com uma referência que tem sido inspiradora e norteadora de um planejamento estratégico que contempla um universo de negócios para a cooperativa igualmente dinâmico e vanguardista. O eixo econômico do município ainda é o setor agroindustrial, do qual temos o privilégio de fazer parte. Como o cooperativismo tem contribuído para o crescimento econômico da cidade? O sistema cooperativista tem marcado presença nos mais diferentes segmentos da economia de Chapecó. Além do agronegócio, liderado por Cooperalfa e Aurora, este tem sido o modelo de organização adotado por boa parte do sistema financeiro, em cooperativas C H A P E C Ó É
de crédito como Sicoob Maxicrédito, e também pelos profissionais médicos, através da Unimed. O sucesso destas e de outras cooperativas nos assegura que os ideais cooperativistas podem sim ser um caminho. Basta acreditar que muitas vozes trabalhando ordenadamente, buscando os mesmos objetivos, têm o poder de conquistar novas alternativas e melhores rumos para o município, o estado e a nação. Visando à manutenção sustentável desse crescimento, como o Sr. acha que a cidade deve planejar seu futuro? É preciso continuar ampliando a matriz econômica e ir além do agronegócio para manter-se bem colocada no ranking de municípios com os melhores índices de desenvolvimento humano (IDH) no estado e no país. Os administradores públicos devem motivar ações e investimentos para dar ao nosso município uma infraestrutura sustentável. Hoje temos uma dinâmica econômica muito mais diversa, incluindo comércio, serviços, educação, saúde e sistema financeiro. Essas atividades acabam por atrair constantes fluxos populacionais em direção à capital regional, com novos comportamentos de consumo motivados pelas lojas de departamentos e shoppings. Em contrapartida, sabemos que juntamente com o desenvolvimento, crescem os desafios da criminalidade, desigualdade social, segurança pública e de logística. Isso tudo exige de nós líderes cooperativistas e empresários posturas de investimentos que atendam a essas novas demandas sociais e de consumo.l
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Opinião
Chapecó, 96 anos plantamos a Universidade da Melhor Idade, em parceria com a UNOESC, para citar apenas duas grandes ações na área, reconhecidas internacionalmente. A renda do chapecoense deu um salto de R$ 437,01 em 1991, para R$ 1.017,34 em 2010, um incremento de 132,80%. Tudo isso pode ser explicado pelas inúmeras oportunidades oferecidas pelo nosso Município. Oportunidades de emprego, de qualificação, de crescimento e aperfeiçoamento profissional. A instalação de novas empresas gera desenvolvimento econômico e social, consequentemente mais qualidade de vida para o cidadão. Comemoramos, mas o trabalho continua. Chapecó está em obras. Recebe neste momento investimentos de cerca de R$ 500 milhões, recursos do Município, do Estado e da União. Cinco macroáreas concentram obras novas, melhorias e serviços: infraestrutura, educação, saúde, assistência social e esporte. Conhecer hoje o nosso município é como receber um convite cheio de oportunidades que só uma cidade influente tem a oferecer. Grandes universidades, educação, saúde de qualidade, comércio, indústria, agricultura, e prestação de serviços fortes, gastronomia e turismo de eventos em constante desenvolvimento, além do espaço à cultura e atenção às questões sociais e ambientais. É por isso que temos muito a comemorar. Os 96 anos de Chapecó, sim, mas especialmente o resultado do trabalho dos empreendedores chapecoenses. l C H A P E C Ó É
Divulgação
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emos muito a comemorar. O atual momento vivido pelos chapecoenses revela um Município em plena sintonia com o desenvolvimento econômico e social. Somos uma cidade polo no Sul do país. Em Chapecó, capital e social caminham juntos, oferecendo melhor qualidade de vida para quem nasceu aqui e para quem escolheu viver nessa terra. Destacamos os indicadores divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), os quais apontam um crescimento significativo no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Avançamos na educação, renda e longevidade, na década compreendida entre os anos 2000 e 2010, com incremento de 15,83% no IDHM. Chapecó ocupa a 67ª. colocação entre os 5.565 municípios brasileiros e a 18ª. entre os 295 municípios catarinenses. Citamos especialmente a educação, com crescimento de 0,176. Deve-se prioritariamente à atenção especial que dedicamos às nossas crianças. Construímos e inauguramos o maior e mais moderno Centro de Educação Infantil Municipal do Estado. Estamos construindo outros seis em diversas regiões do município. Investimos em qualidade. Focamos em instalações físicas, amplas e modernas, mas muito mais em capacitações constantes dos professores que fortalecem e revigoram o nosso sistema de ensino. A mesma atenção dedicamos aos idosos e à promoção de oportunidades. Criamos a Cidade do Idoso e im-
José Caramori
Prefeito de Chapecó
“Conhecer hoje o nosso município é como receber um convite cheio de oportunidades que só uma cidade influente tem a oferecer.”
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