Indústria SETEMBRO de 2013
Uma realidade nacional
SETEMBRO de 2013
na rota da liderança
COMO SANTA CATARINA ESTÁ SE PREPARANDO PARA ASSUMIR A PONTA DO MERCADO náutico BRasileiro
de ia es gu nt : S a AI ric M E fab
Indústria Náutica SC
4
editorial
Indústria
Náutica SC
Uma nova matriz econômica para SC
Uma publicação do Grupo RIC
Grupo RIC SC Fundador e Presidente Emérito
Mário J. Gonzaga Petrelli Presidente-Executivo
S
Marcello Corrêa Petrelli
anta Catarina caminha para ser o maior polo naútico do País. O Estado vem atraindo as melhores e maiores empresas estrangeiras
do ramo. Nos últimos anos, quatro das maiores fabricantes do setor investiram aqui cerca de R$ 100 milhões em novas unidades, desenvolvimento de produtos e tecnologia. Multiplicaram empregos, geraram mais know-how e ajudaram a aumentar o faturamento da indústria náutica local para cerca de R$ 300 milhões. Também atrai a atenção do mercado o lançamento dos iates da Schaefer Yachts. A empresa sediada em Palhoça investiu em torno de R$ 30 milhões em fábrica, marina e tecnologia para desenvolver os dois maiores iates de luxo (de 62 e 80 pés) inteiramente criados em Santa Catarina. O lançamento foi um sucesso, colaborando para a projeção do Estado. Por essa razão a RIC SC foi a campo para avaliar o tamanho deste mercado e, principalmente, mostrar a pujança da indústria náutica catarinense. Constatamos que o potencial é enorme, não mensurado com exatidão e ainda pouco explorado. Assim, esperamos contribuir com este novo setor da indústria do Estado, que ganha peso e representação, gerando empregos e renda para a população. Desejamos que as iniciativas dos empreendedores sejam estimuladas e defendemos que o setor seja encarado como estratégico para o desenvolvimento econômico de Santa Catarina.
Diretor Comercial
Reynaldo Ramos Diretor Administrativo e Financeiro
Albertino Zamarco Jr. Diretor Operacional
Paulo Hoeller
Diretor de Redação Notícias do Dia
Luís Meneghim
revista indústria náutica sc Coordenador-geral
Victor Emmanuel Carlson Gerente Comercial Editora
Cléo Roberto Feigel Editor-executivo
Diógenes Fischer Reportagem
Fabrício Umpierres e Cristiano Maia Editor de arte
Luiz Fernando Ferrary Revisão
Sergio Luiz Meira
A presente publicação faz uma apresentação do mercado e da indústria náutica de lazer no Estado, em um guia de fabricantes que reúne 24 empresas. Além disso, o conteúdo se completa com matérias destinadas a vários públicos, desde o interessado em adquirir seu
Gerente de distribuição
Hannah Mattos Impressão
Gráfica Posigraf
primeiro barco até os investidores mais experientes. Finalizamos desejando uma ótima leitura.
Marcello Corrêa Petrelli
Presidente-executivo do Grupo RIC SC
Avenida do Antão, 1.857 CEP 88025-150 – Florianópolis/SC (48) 3221-4100 www.ricmais.com.br/sc/industrianauticasc
Setembro de 2013
6 11 12 14 17 18
5
Panorama: A nova onda náutica Opinião: De volta para o mar Mercado: Impulso estrangeiro Guia de compra: Meu primeiro barco
Financiamento: Um sonho acessível Segurança: Desbrave o mar com sabedoria
GUIA DE FABRICANTES
Conheça os principais estaleiros instalados em Santa Catarina
22 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 60 61
Schaefer Yachts (Palhoça) Azimut-Benetti (Itajaí)
Sessa Marine Brasil (Palhoça) Armada Yachts (Palhoça)
Brunswick (Joinville) Fibrafort (Itajaí) Gamper (São Francisco do Sul) Kalmar (Itajaí) Ocean Life (Palhoça) Império (Itajaí)
Psari (Camboriú)
Singular (Palhoça)
Diversos
Tecnologia & Produtos
Eventos: Rio Boat Show Opinião: O show que te espera Divulgação
Opinião: As oportunidades que vêm do mar
6
Indústria Náutica SC
PANORAMA
A nova onda
Investimentos de empresas locais e internacionais no mercado catarinense colocam o estado na ponta de um setor que cresce ano após ano
U
ma nova matriz econômica
nários que o estado vem recebendo de
está transformando Santa Ca-
grandes marcas da indústria náutica
tarina em um polo internacio-
mundial e que podem colocar a indús-
nal de atração de investimentos e gera-
tria catarinense pela primeira vez no
ção de empregos: a indústria náutica de
topo da produção nacional. Nos últimos
lazer, que cresce de 10% a 20% ao ano
anos, quatro das maiores empresas do
impulsionada pelo aumento do público
setor investiram cerca de R$ 100 milhões
consumidor e pela facilidade cada vez
em novas unidades, desenvolvimento de
maior na compra de barcos de passeio.
produtos e tecnologia em Santa Catari-
Estaleiros de pequeno e grande porte
na. O maior deles até o momento é o
instalados no estado geram cerca de
da italiana Azimut-Benetti, que investiu
2 mil empregos e faturam em torno de
R$ 40 milhões na primeira etapa de
R$ 300 milhões por ano. De acordo com
implantação da unidade brasileira, em
a Associação Brasileira de Construtores
Itajaí. Segundo a empresa, o projeto
de Barcos e Implementos (Acobar), San-
completo envolve a criação de um polo
ta Catarina é o segundo polo brasileiro
náutico próprio, que demandaria recur-
do segmento, com 21% do total de es-
sos de R$ 200 milhões e a atração de
taleiros em operação. Perde apenas para
outros investidores e fornecedores.
São Paulo, com 35% das empresas.
A Schaefer Yachts, com unidades em
Mas essa posição tende a se inverter
Florianópolis, Palhoça e Biguaçu, con-
em breve, com os investimentos milio-
cluiu em 2013 um ciclo de pelo menos
Setembro de 2013
7
Divulgação
Os estaleiros instalados em Santa Catarina geram
R$ 30 milhões de investimentos em fá-
“Mané” Ferrari, presidente da Associa-
cerca de 2 mil empregos e
brica, marina, tecnologia (criação de um
ção Náutica Catarinense para o Brasil
faturam em torno de
Centro de Design e Inovação) e o de-
(Acatmar). A entidade tem 211 associa-
R$ 300 milhões por ano
senvolvimento dos dois maiores barcos
dos, entre estaleiros, marinas, lojistas e
de luxo inteiramente projetados no es-
empresários. Recentemente, a Acatmar
tado, de 62 e 80 pés. A norte-americana
tem mantido contato com associações
Brunswick, maior fabricante mundial de
de outros países, como a italiana Ucina,
barcos de lazer, investiu R$ 22 milhões
interessadas em fazer negócios e am-
para instalar em Joinville sua primeira
pliar a presença em território catarinen-
unidade no Brasil. E a italiana Sessa
se. Tudo em função de aumentar o nú-
Marine ampliará sua produção local
mero de empresas instaladas e formar
com uma nova fábrica em Palhoça, que
mais mão de obra na região. A principal
recebeu um aporte de R$ 12 milhões
feira náutica do estado, a Exponáuti-
por parte de seu parceiro brasileiro, a
ca, realizada anualmente em Biguaçu,
também catarinense Intech Boating.
já se consolidou como a terceira maior do país, atrás apenas dos tradicionais
Rumo à liderança
Boat Shows realizados em São Paulo e
“Santa Catarina tem tudo para, em
Rio de Janeiro desde a década de 1990.
dois ou três anos, ultrapassar a produ-
Em 2011, o evento movimentou cerca de
ção de São Paulo e se tornar o maior
R$ 25 milhões em negócios e recebeu
polo náutico do país”, afirma Leandro
um público de 10 mil visitantes.
8
Indústria Náutica SC
PANORAMA Arrecadação de ICMS pelo setor náutico em Santa Catarina (em milhões de reais)
14,7
2009
2008
8,9
4
2011
2010
9,6 “Quando se fala em náutica no Bra-
nos próximos anos, deverá se firmar
sil, se fala em Santa Catarina. Somos
como o terceiro polo náutico do esta-
sem dúvida o mercado mais importante
do já que, além dos investimentos da
em liderança, criatividade e autonomia
Brunswick, pode receber uma unidade
tecnológica”, diz o empresário e cons-
da espanhola Astondoa.
trutor Marcio Schaefer, que há 20 anos criou a Schaefer Yachts e é considera-
Com um crescimento anual de até 20%, a indústria náutica de lazer é impulsionada pelo aumento do público consumidor e pela facilidade cada vez maior na compra de barcos de passeio
Crescimento acelerado
do um dos propulsores do polo náutico
Apesar de estar hoje bem posiciona-
catarinense. “Quando começamos não
do no mercado nacional, Santa Catarina
existia praticamente nada. Os trabalha-
largou um pouco tarde na produção de
dores nós formamos um por um no iní-
barcos, em comparação a outros esta-
cio da empresa”, lembra o proprietário
dos. Os primeiros fabricantes do país
do estaleiro que hoje emprega 900 pes-
surgiram nas décadas de 1960 e 1970,
soas e produz embarcações que custam
principalmente no Rio de Janeiro e em
de R$ 200 mil a R$ 12 milhões.
São Paulo. Mas nos últimos 15 anos, a
Santa Catarina conta com dois grandes
presença catarinense no setor cresceu de
polos de produção náutica, na Grande
forma surpreendente. Além da Schaefer,
Florianópolis e em Itajaí. Na região me-
que lidera o mercado de alto padrão no
tropolitana da Capital – especialmente
país, o estado conta com a maior fabri-
nos municípios de Palhoça e Biguaçu –
cante de barcos na América Latina: a
estão empresas como Schaefer Yachts,
Fibrafort, de Itajaí. No mercado há 22
Sessa Marine Brasil, Armada Yachts,
anos, a empresa já vendeu mais de 11
Ocean Life, Singular Boats, entre ou-
mil embarcações, sendo responsável por
tras. Itajaí e arredores abrigam estalei-
49% da produção de unidades no Brasil.
ros como a Fibrafort, Azimut-Benetti,
As duas pioneiras desenvolveram um
Kalmar e Psari. A região de Joinville,
mercado que motivou o surgimento de
Setembro de 2013
9
Divulgação
Santa Catarina é o segundo polo brasileiro do segmento, com 21% do total de estaleiros em operação no país
concorrentes internos – empresas me-
mentos que resultassem em aumento
nores, mas que ajudaram a diversificar
de arrecadação. De acordo com a Se-
a produção e gerar mais empregos – e
cretaria da Fazenda a medida deu certo.
também externos, como os grandes es-
Em 2008, antes do Pró-Náutica, o setor
taleiros internacionais. O ponto de par-
pagava em ICMS e outros tributos es-
tida para a atração dos estrangeiros foi
taduais um total de R$ 4 milhões. No
a criação do Pró-Náutica, programa de
ano seguinte, o valor mais que dobrou
benefícios fiscais do governo estadual
(R$ 8,9 milhões), continuou crescen-
que reduziu para 7% o ICMS pago pelo
do em 2010 (R$ 9 milhões) e chegou a
setor. Até então o imposto era de 25%, o que reduzia a competitividade e ele-
Victor Carlson
vava o preço dos barcos produzidos em Santa Catarina. A criação do Pró-Náutica, uma longa batalha dos produtores locais, coincidiu com a crise econômica internacional de 2008/2009, o que tornou o estado ainda mais atraente para os grupos internacionais. A chegada dos ‘’gringos’’ assim que a queda do imposto foi anunciada causou polêmica entre os fabricantes locais, que há anos pagavam uma alíquota mais de três vezes superior. Contudo, o governo alegou que este ajuste era necessário para incentivar toda a indústria catarinense e atrair investi-
Ferrari: Santa Catarina deve tornar-se o maior polo náutico do país nos próximos três anos
10 Indústria Náutica SC
PANORAMA R$ 14,7 milhões em 2011, graças à adesão das empresas locais e ao cresci-
Um estaleiro que conquistou campeões
mento da produção.
Navegar é preciso divulgação
Enquanto a produção de embarcações cresce, a prática de atividades náuticas em Santa Catarina enfrenta dificuldades diante da falta de estruturas de apoio. Este contraste pode ser notado pela posição do estado no ranking de vagas molhadas para embarcações. Enquanto o Rio de Janeiro tem 35,7% de todos os espaços, Santa Catarina, com seus 560 km de litoral, ocupa a quarta colocação, com 11,4% das vagas, atrás de São Paulo e Bahia. Relatório produzido pela Acobar destaca os entraves para a aprovação de novas marinas em diversas regiões – especialmente na Lagoa da
Veleiros catarinenses de alto padrão tornaram-se referência entre especialistas
Conceição, em Florianópolis – devido a limitações de espaço físico e baixa
A Kalmar, de Itajaí, é um símbolo
um empresário paulista o com-
profundidade. O mesmo acontece no
da diversidade da indústria náutica
prou e levou até a empresa para
rio Biguaçu, onde o calado impede
catarinense e do gosto dos em-
tentar recuperá-lo. O trabalho de
que embarcações de grande porte (aci-
preendedores pelo mar. Com um
restauração foi bem-sucedido e
ma de 50 pés) entrem no canal, o que
apuro artesanal de alto padrão, o
levou cerca de dois anos para ser
inviabiliza o projeto de polo náutico
estaleiro tornou-se referência tam-
concluído.
idealizado pela prefeitura.
bém entre projetistas, navegadores e colecionadores.
O estaleiro também foi respon-
Em 2011, a Acatmar lançou o projeto
sável pela reforma do Lady Lou,
Marina Legal, que conta até o momen-
Criada em 1983 pelo artesão
barco usado em competições
to com oito estabelecimentos da Gran-
Lars Krueger (que faleceu em de-
nacionais e internacionais pelo
de Florianópolis que já encaminharam
corrência de um câncer em 2008),
bicampeão olímpico Torben Gra-
toda a documentação necessária aos
a Kalmar também faz reformas e
el. E ele não foi o único lendário
órgãos competentes para conseguir a
restaurações de embarcações an-
iatista brasileiro na lista de clientes
regularização e o licenciamento. “Com
tigas, como o veleiro Froya 2, um
– o também bicampeão olímpico
isto, as marinas podem buscar finan-
gigante de 50 pés construído em
Robert Scheidt, sobrinho de Lars
ciamentos e incentivos com bancos de
1968 e que pertenceu à família real
Krueger, teve as primeiras expe-
fomento para ampliarem a oferta e de-
norueguesa. Depois de ser utilizado
riências em regatas com o barco
senvolverem o segmento”, explica Fer-
em regatas oceânicas, estava aban-
Toró, que considera um dos me-
rari, ressaltando o fato de que menos
donado e ia virar sucata, até que
lhores que já teve.
de 20% da frota produzida em Santa Catarina permanece no estado.
Setembro de 2013
opinião
11
Álvaro Ornelas consultor de negócios internacionais da Associação NÁUTICA CATARINENSE PARA O BRASIL (Acatmar)
De volta para o mar
serviços de manutenção, bons restaurantes, tours locais e inúmeros outros serviços. O gasto médio diário no turismo náutico é de R$ 1.400 – algo em torno de U$ 650 por dia, por pessoa, segundo um estudo de impacto econômico feito em 2011 pela
S
Victor Carlson
anta Catarina teve o mar como seu
Universidade de Faro em Portugal. O uso do mar também permeia o turismo
principal acesso entre os séculos 17
esportivo de água, que inclui modalidades
e 20, quando as águas do Oceano
como wakeboard, stand up paddle, vela,
Atlântico traziam o comércio, os viajantes
surfe, kitesurfe e outras, que coexistem
e o progresso ao estado. As cidades de
como o turismo náutico. Uma enorme
Laguna, São Francisco do Sul e Florianópolis
cadeia de produtos e serviços se cria
eram importantes entrepostos do comércio
quando o potencial náutico é transformado
colonial. Mas tudo isso, em algum
em uma estratégia econômica de
momento, acabou e nossa estratégia de
desenvolvimento sustentável.
desenvolvimento econômico tomou outros
Se a Ilha de Santa Catarina fosse de fato a
rumos. Alguns se conformam dizendo que
“décima ilha dos Açores” certamente todo
foi o modelo de urbanismo português/
esse potencial náutico estaria estruturado
açoriano que nos colocou de costas para o
em estratégias de desenvolvimento
mar ao longo da história.
econômico e social. Teríamos um turismo
Particularmente, não culpo os portugueses pelo baixo aproveitamento do potencial náutico no Estado, uma vez que nas Ilhas dos Açores encontramos uma infraestrutura invejável para o turismo náutico, um importante segmento econômico que gera centenas de postos de trabalho em todo o arquipélago. Portanto, culpar o legado açoriano pelo nosso baixo aproveitamento da costa é, no mínimo, injusto com aqueles que usam tão bem o mar e têm um grande fluxo turístico náutico consolidado. Entre os doze segmentos do turismo,
qualificado ofertando diversos serviços no
Uma enorme cadeia de produtos e serviços se cria quando o potencial náutico é transformado em uma estratégia econômica de desenvolvimento sustentável.
segmento, além de vários campeonatos mundiais de esportes náuticos. Teríamos um moderno terminal de cruzeiros, marinas modernas e segurança no mar com balizamento náutico e ordenado nas praias de Florianópolis. As Baías Norte e Sul serviriam de “porto seguro” para abastecimento e descanso de embarcações de pequeno e médio porte. E teríamos a tão sonhada nova economia na capital. Quanto entendermos que o mar é a nossa maior riqueza estaremos prontos
a modalidade náutica é a que apresenta
para traçar estratégias econômicas voltadas
o melhor retorno financeiro. Os
para a sustentabilidade econômica, social
armadores privados de pequenas e médias
e ambiental com o amplo uso do mar. Será
embarcações, bem como seus amigos e
que agora, em 2013, estamos preparados
familiares, estão dispostos a pagar por
para essa mudança?
12 Indústria Náutica SC
MERCADO
Impulso estrangeiro Grandes estaleiros italianos e americanos escolhem Santa Catarina como porto de entrada para navegar no promissor mercado nacional
Brunswick Boat Group Brasil, gigante do mercado náutico internacional com faturamento global de US$ 1 bilhão e presente na Europa, Américas, Ásia e Oriente Médio. A aposta no mercado brasileiro é grande, tanto que os quatro modelos que produzirá aqui (Bayliner 310 e 350 e Sun Ray 350 e 370 Sundancer) terão adaptações para agradar o consumidor local.
S
Quem também percebeu o potencial
e ainda falta alguma coisa para
de Santa Catarina no mercado global foi
Santa Catarina se consolidar
o grupo italiano Azimut-Benetti. Com
como principal polo náutico do
40 anos de atuação e nove fábricas pelo
país, tudo leva a crer que o posto será
mundo, o estaleiro foi o primeiro entre
alcançado graças a um “empurrão” de
os estrangeiros a instalar-se no estado.
estaleiros internacionais. Sede de duas
A fábrica em Itajaí está em atividade
empresas líderes em seus segmentos
desde 2010 e hoje produz quatro mode-
– a Fibrafort, na linha de barcos mais
los, todos de grande porte. São barcos
populares, e a Schaefer Yachts, nas em-
de 43, 48, 60 e 70 pés, com caracterís-
barcações de alto padrão –, o estado
ticas específicas para o mercado nacio-
é hoje o destino preferencial de gran-
nal. “Queremos deixar nossos barcos
des empresas americanas e europeias,
um pouco mais brasileiros”, diz Fran-
cujos projetos e investimentos poderão
cesco Ansalone, diretor de Marketing
colocar a indústria catarinense não só
da Azimut Benetti. Nos primeiros 18
na liderança nacional, mas como refe-
meses em Itajaí foram construídas 12
rência internacional no setor náutico.
embarcações. Este ano, a unidade bra-
“O Brasil é o principal foco de
sileira deve fabricar 20 unidades e a ex-
expansão na América do Sul e os
pectativa é que a produção cresça 25%
R$ 22 milhões investidos na unidade
ao ano, até chegar a 100 unidades/ano.
de Joinville representam uma plata-
A Azimut não chegou apenas para
forma estratégica para a companhia”,
construir uma fábrica. Ela veio deter-
afirma Jorge Valdes, diretor-geral do
minada a criar um polo náutico reunin-
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AZIMUT BENETTI Construção de fábrica e polo náutico em Itajaí Investimento realizado: R$ 40 milhões Investimento total previsto: R$ 200 milhões Empregos gerados: 300 diretos e 220 indiretos Produção anual: 20 unidades (2013)
fotos divulgação
Valdes, da Brunswick: investimento de R$ 22 milhões na fábrica de Joinville é estratégico para a maior fabricante mundial de embarcações de lazer
Ansalone, da Azimut Benetti: aposta em barcos adaptados ao gosto do público brasileiro
do fornecedores e prestadores de ser-
da na região”, explica Massimo Radice,
viço, numa região estratégica, próxima
diretor responsável pelo projeto de im-
ao mais importante porto do estado.
plantação da Sessa no Brasil.
A primeira fase deste investimento so-
Para alguns fabricantes catarinenses,
mou recursos em torno de R$ 40 mi-
a concorrência internacional é bem-vin-
lhões, com a construção da fábrica de
da. “A chegada de empresas de fora cer-
15 mil metros quadrados, que gerou,
tamente vai qualificar a produção local.
segundo a empresa, 300 empregos di-
Quem não produz com qualidade não
retos e outros 220 indiretos. O projeto
conseguirá acompanhar o crescimento
total prevê uma estrutura de 200 mil
tecnológico, mas quem acompanhar
metros quadrados e investimento su-
vai adquirir um know-how sem preço.
perior a R$ 200 milhões.
Eles virão para fazer barcos excelentes
Outra empresa italiana recém-chega-
e reduzir seus custos. Será um novo
da ao Estado é a Sessa Marine, que se
passo para a indústria catarinense”,
uniu ao estaleiro local Intech Boating
afirma Gustavo Gamper, sócio-diretor
para criar a Sessa Marine Brasil, em
da Gamper, que produz barcos infláveis
2011. A unidade brasileira encerrou o
em São Francisco do Sul.
segundo ano de atividades em alta, com
E este parece ser apenas o começo de
crescimento de 43,7% e faturamento de
um ciclo virtuoso para o mercado náu-
R$ 23 milhões. Em 2013, o estaleiro
tico local. Recentemente, a Associação
inaugura uma nova fábrica em Palhoça,
Náutica Catarinense para o Brasil (Acat-
com investimentos na ordem de R$ 15,5
mar) firmou um acordo com a italiana
milhões. Além de aumentar a capacida-
Ucina, uma das principais associações
de produtiva, as novas instalações per-
náuticas da Europa, para estabelecer
mitirão a construção de barcos de até
parcerias e novos investimentos. Uma
50 pés. “Vamos trazer a Santa Catarina a
aproximação que pretende criar bases
tecnologia de produção do Fly 42, além
sólidas para a continuidade dos investi-
de desenvolver mão de obra capacita-
mentos italianos no Estado.
BRUNSWICK Fábrica em Joinville Investimento: R$ 22 milhões Empregos gerados: 180 (previsão)
SESSA MARINE Nova fábrica em Palhoça Investimento: R$ 15,5 milhões Empregos gerados: 95
14 Indústria Náutica SC
GUIA DE COMPRA
Meu primeiro barco O que você deve saber e que cuidados precisa tomar antes de se tornar o “capitão do seu próprio navio”
S
e você já decidiu que está na hora de ter um barco, é fundamental ter algumas respostas
na ponta da língua – e do lápis – antes de fechar o negócio. A primeira pergunta que deve ser feita nestas horas é: qual é a utilidade do barco? É para lazer, para fazer uma regata, pesca, mergulho? É fundamental saber isso para definir se você precisará de um barco à vela ou a motor. Há inúmeras opções no mercado para cada finalidade, por isso esta primeira questão é tão importante. Definida esta etapa, é preciso saber quanto você está disposto a gastar. É
presidente da Associação Náutica Catarinense para o Brasil (Acatmar).
fundamental levar em conta não só o preço final do barco que está com-
Serviços essenciais
prando, mas seu valor de manutenção,
Contar com os serviços de uma ma-
gasto médio com combustível, custo da
rina é de grande importância, princi-
marina, a disponibilidade de peças no
palmente para quem não tem muita
mercado, entre outros itens. “Hoje é
familiaridade com o barco e pretende
possível começar com um barco peque-
usá-lo para os passeios de fim de sema-
no, de 17 a 19 pés, que custa em torno
na e feriados. “O trabalho da equipe da
de R$ 60 mil e que pode ser financia-
marina é dar comodidade e segurança
do em vários anos. Para deixar em uma
ao dono da embarcação. Você liga pra
marina, o custo médio mensal de um
dizer que vai usar, o pessoal prepa-
barco deste porte está na base de R$
ra o barco, põe na água, você sai com
500”, calcula Leandro “Mané” Ferrari,
a família pra navegar, volta e pronto!
Setembro de 2013
15
divulgação
Com o aumento da produção e das opções de financiamento, o lazer náutico é hoje acessível a um público cada vez maior
Não precisa se preocupar com detalhes
zadas. É provável que já tenham testa-
importantes de manutenção, como adoçar o motor, passar uma água no barco, a cada saída”, enumera Ferrari. Outra dica importante é comparar o preço de um barco novo com o de um usado, para ter noção da desvalorização ao longo do tempo. “Para quem vai comprar um barco usado, a dica é se cercar de informação. Falar com antigos donos, com o marinheiro atual, com outros proprietários do mesmo modelo de barco. Também é possível
do o modelo que você está pensando
Alé do preço, o futuro proprietário deve levar em conta os custos com manutenção e combustível, além da disponibilidade de marinas na região onde pretende navegar
em comprar”, ensina o jornalista Giancarlo Proença, que veleja há 10 anos e não cansa de buscar informações sobre novidades e lançamentos. Antes de retirar o barco seminovo, é preciso conferir se ele está devidamente registrado na Capitania dos Portos, caso contrário ele não pode ser utilizado. As feiras náuticas são uma excelente oportunidade para conhecer as principais opções do mercado e os lança-
comprar edições especiais de testes de
mentos. No principal evento do setor
barcos feitas pelas revistas especiali-
realizado em Santa Catarina, a Expo-
16 Indústria Náutica SC
GUIA de compra Victor Carlson
dicas para entrar no mundo náutico
1
Defina a utilidade de sua embarcação (passeio, lazer, regata, pesca etc.). Isto vai delimitar as melhores opções para cada caso
2
Verifique os custos de manutenção antes de escolher o modelo, o que inclui a marina onde o barco ficará
3
Faça uma pesquisa com o mercado de seminovos para avaliar a diferença de preços
4
Teste o barco ao lado de quem conhece a área (um marinheiro, por exemplo) e não ouça só o vendedor
5
Se estiver comprando um barco usado, verifique se há registro na Capitania dos Portos
6
Participe de feiras, onde pode-se conhecer e avaliar as principais opções do mercado
7
Procure a opinião de quem navega (donos de barcos, marinheiros, mecânicos, busque revistas e sites especializados) antes de “bater o martelo”
Proença: cercar-se de informação é essencial para quem planeja comprar um barco usado
náutica, dezenas de estaleiros locais
têm mais condições e já conhecem
e também revendedores de outras
um pouco dos segredos da vida no
marcas estão à disposição para tirar
mar, ele pode ser um ótimo substituto
dúvidas dos consumidores. Em even-
para a casa de praia. “É uma compa-
tos como o Rio Boat Show, realizado
ração bem comum e muitas vezes o
no Pier Mauá, região portuária do Rio
barco leva vantagem. Tem gente que
de Janeiro, é possível agendar um test
não compra mais imóveis em diferen-
drive para experimentar ali mesmo o
tes praias e prefere uma embarcação,
modelo escolhido. Quem busca um
pois passa a ter uma casa em qualquer
barco de entrada, para levar a família
praia”, afirma Ferrari.
ou um grupo de até seis pessoas, deve
Embarcações deste porte geralmen-
optar por um barco entre 17 e 26 pés.
te custam mais de R$ 1 milhão – valor
Se a necessidade é de um passeio um
não muito superior ao das residências
pouco mais longo, com mais pessoas
em algumas praias badaladas – e con-
e possibilidade de pernoite no barco
tam com luxo e conforto. Um barco de
para um ou até dois casais, os modelos
40 pés, em média, pode receber de 10
de médio porte – entre 30 e 36 pés –
a 12 pessoas para um passeio diurno,
são mais indicados.
e suporta de quatro a cinco pessoas para pernoite, com duas cabines e ba-
Casa vs. barco
nheiros individuais. Nas opções com o
Se para quem está entrando agora
flybridge – o “terraço” dos barcos – a
no mundo náutico o barco dos dese-
funcionalidade e a sensação de liber-
jos pode custar o mesmo que um car-
dade e prazer podem valer muito mais
ro de médio porte, para aqueles que
do que um espaço em terra.
Setembro de 2013
17
Financiamento
Um sonho acessível U
de financiamento é via Crédito Direto ao Consumidor (CDC), com prazo de 60 meses e juros que variam de 1,14% a 1,8% ao mês. O valor médio fica na faixa de R$ 150 mil e cerca de 80% do crédito é concedido a pessoas físicas. A popularização do mercado náutico também chegou até os consórcios. De
Com linhas de crédito em até 60 vezes e a opção de consórcio para barcos maiores, o mercado náutico de lazer vem se tornando cada vez mais viável para a classe média
olho na tendência, a Racon, subsidiária do Grupo Randon, incluiu as embarcações a motor em seu portfólio. “Acabamos pegando um perfil diferente de público, que geralmente já tem um barco, Victor Carlson
m dos fatores que explicam o
portfólio do banco. A principal forma
mas planeja comprar um maior daqui a dois ou três anos. Para este objetivo, um
crescimento do setor náutico
consórcio é o ideal”, avalia Jorge Bof,
no estado é a facilidade de
master franqueado da Racon em Santa
condições à disposição de quem quer
Catarina. Na prática, o que a empresa
comprar sua primeira embarcação.
fez foi utilizar a mesma carta de crédito
Hoje é possível adquirir a “lancha dos
oferecida para veículos automotores e
sonhos” da família pelo preço de um
adaptar legalmente ao segmento náu-
carro de médio porte e financiada em
tico. Por isso, veleiros e outros barcos
até 60 meses. “A classe média agora
sem motorização não podem ser objeto
pode comprar um barco. Esta é uma
do consórcio.
realidade e um nicho forte de mercado”, ressalta Mané Ferrari, presidente da Acatmar. Segundo ele, um bom
O limite de cotas para consórcio de Bof: a carta de crédito do consórico é adaptada do modelo usado para carros
barco de entrada, seguro e confortá-
barcos é de R$ 210 mil, parcelados em 100 meses sem juros, pagando uma taxa de administração de 14% e corre-
vel, na faixa de 17 a 19 pés (capaz de
ceberam este nicho e marcam presen-
ção do valor pela tabela FIPE. Os valo-
comportar até quatro pessoas), pode
ça nas principais feiras do setor e nos
res mensais do consórcio podem variar
ser comprado por cerca de R$ 60 mil.
pontos de venda para que essa vontade
de R$ 350 em 80 meses a até R$ 2,3
se torne realidade.
mil em 100 meses. Segundo Bof, o seg-
Alguns estaleiros chegam a fazer um quadro comparativo para mostrar que um barco custa o mesmo que um carro
mento náutico representa 3% do total
Maré de financiamentos
de crédito oferecido pela Racon. “Pelo
de médio padrão. Com o salto que o
O pioneiro na concessão de crédito
crescimento do mercado, acredito que
mercado automobilístico teve nos úl-
para compra de embarcações náuticas
em alguns anos esse volume pode che-
timos anos – e o crescimento da eco-
no país foi o banco Santander, que en-
gar a até R$ 5 milhões por ano, ou 10%
nomia – muitos consumidores que já
trou no segmento há quase 15 anos,
de todas as cartas de crédito”. Seja com
estão satisfeitos com seus carros estão
quando ainda se achava que ter um
consórcio ou financiamento, para quem
procurando um novo hobby para a fa-
barco era “coisa de rico”. Hoje a linha
quer realizar o sonho do barco próprio,
mília. As instituições financeiras per-
náutica é uma das mais importantes do
é só fazer as contas e planejar.
18 Indústria Náutica SC
segurança Victor Carlson
Desbrave o mar com sabedoria Além de dominar os conhecimentos técnicos para conduzir um barco, é preciso saber interpretar as condições da natureza e como agir em situações de risco
O
mar exige muita atenção e conhecimento de quem navega. Para aumentar a segurança na
costa brasileira com o crescimento da atividade náutica, a Marinha incluiu novas obrigações para quem quer tirar sua habilitação de condutor. A portaria publicada em junho de 2012 pela Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil passou a exigir do candidato, além da prova teórica que já fazia parte do processo, a comprovação de uma vivência mínima de seis horas de navegação para se habilitar como arrais-amador e de três horas para motonauta. A preparação pode ser feita em cursos práticos oferecidos por marinas e
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Dicas para uma navegação segura
Treinando no computador Para quem já quer ir estudando para sua prova de habilitação, o site da Capitania dos Portos de Santa Catarina (www.mar. mil.br/cpsc) disponibiliza o “Aprenda a Navegar”, um simulador online que ensina as principais regras de navegação. Confira algumas delas nos exemplos a seguir.
Ultrapassagem Toda embarcação que esteja ultrapassando outra deverá manter-se fora do caminho dessa outra. Deverá ser considerada uma embarcação alcançando outra aquela que se aproximar de outra vinda de uma direção de mais de 22,5 graus para ré do través dessa última, isto é, que se acha numa posição que, durante a noite, só poderá ver a luz de alcançado (ou da popa) dessa outra, sem avistar nenhuma de suas luzes de bordo.”
Situação de “roda a roda”
Navegação em canais estreitos
Quando duas embarcações estiverem se aproximando em rumos opostos em condições que envolvem risco de colisão, cada uma deverá seguir para boreste, de forma que a passagem se dê de bombordo por outra.
Uma embarcação que estiver em uma via de acesso ou canal estreito deve se manter tão próxima quanto possível do limite exterior deste canal ou via que estiver a boreste. Embarcações com menos de 20 m de comprimento e barcos à vela não podem bloquear a passagem de outra embarcação que só possa navegar com segurança dentro de canal estreito ou via de acesso.
entidades credenciadas pela Marinha.
cimentos gerais de primeiros socorros,
mites da navegação interior, exceto moto
Estes cursos deixam o aluno apto para
regulamentos do Tráfego Aquaviário
aquática. Para ter um alcance maior e
conduzir embarcações nos limites de
e princípios de básicos de navegação
navegar entre portos nacionais e estran-
navegação interior, nas vias fluvial (em
como o uso da Carta Náutica e a con-
geiros nos limites da navegação costeira
rios, lagos ou represas) e marítima
versão de rumos. Passando na prova,
é preciso ser um mestre-amador. A úl-
(em baías, enseadas, canais e lugares
é possível solicitar a emissão da Car-
tima categoria é a de capitão-amador,
abrigados demarcados pela Marinha).
teira de Habilitação de Amador (CHA)
capaz de conduzir embarcações entre
A exigência vale para a condução de
em uma das cinco categorias dispo-
portos nacionais e estrangeiros sem li-
qualquer tipo de embarcação, seja de
níveis. A categoria de motonauta o
mite de afastamento da costa.
propulsão a remo, vela ou motor. A
torna habilitado para conduzir moto
Os demais procedimentos não muda-
prova pode ser feita por qualquer pes-
aquática nos limites da navegação in-
ram: é necessário realizar a prova teó-
soa acima de 18 anos e a lista de locais
terior. Com a habilitação de veleiro é
rica com 20 questões para motonauta
onde os cursos são oferecidos está dis-
possível conduzir embarcações a vela
e 40 questões para arrais. Em ambas
ponível na Capitania dos Portos.
sem propulsão a motor, nos limites da
é necessário ter no mínimo 50% de
navegação interior.
acertos. A habilitação tem prazo de
Após concluir o curso é preciso ser aprovado em uma prova teórica que
Já o arrais-amador está apto para con-
inclui noções de meteorologia, conhe-
duzir todo tipo de embarcações nos li-
validade de 10 anos e o tempo de sua emissão é de dois meses em média.
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Indústria Náutica SC
GUIA DE FABRICANTES
A LÍDER DOs BARcOS CLASSE A Ao completar 20 anos, a Schaefer Yachts se firma como a maior empresa náutica do país no segmento de luxo e comemora o sucesso lançando um superiate de R$ 12 milhões
onde são desenhados e aperfeiçoados os projetos e construiu sua terceira fábrica aos pés da ponte Hercílio Luz, na Capital. “Depois de todos estes investimentos, posso dizer que atingimos um novo patamar em termos de tecnologia e aceitação de mercado”, diz Schaefer. Mas o começo foi difícil. Até a metade da década de 1990, o Brasil lutava contra a inflação e o ambiente de negócios era selvagem para quem ousava empreender. Ainda mais em um segmento que não tinha sequer mão de obra disponível. “No começo, treinei um por um”, lembra o
É
empresário. “Hoje disputamos funcioná-
sem passar necessariamente
moveleira, pois desenvolvemos pratica-
pela trajetória pessoal e profissional
mente 100% das embarcações, do mobi-
do empresário e yacht designer Mar-
liário à parte elétrica.”
impossível contar a história da
rios não apenas com outras empresas do
indústria náutica catarinense
setor, mas com outras indústrias, como a
cio Schaefer. Aos 30 anos, depois de se formar em Arquitetura Naval em
Data de Fundação: 1992 Sede: Palhoça (SC) Unidades em SC: Florianópolis, Palhoça e Biguaçu Volume de produção: 200 barcos/ ano Funcionários: 900 Faturamento anual: R$ 150 milhões em 2011 www.schaeferyachts.com.br
Com a cara do Brasil
Buenos Aires e trabalhar em estaleiros
Com cerca de 900 funcionários traba-
na Europa, ele decidiu voltar a Floria-
lhando nas unidades de Florianópolis,
nópolis, sua terra natal, para desen-
Palhoça e Biguaçu, o estaleiro espe-
volver projetos náuticos com veleiros
ra crescer pelo menos 15% em vendas
e pequenas lanchas. Nascia a Kiwi
neste ano, com a produção de 200 uni-
Boats, que anos depois deu origem à
dades, entre barcos de 26 a 80 pés. O
Schaefer Yachts, estaleiro líder de mer-
principal mercado consumidor é o brasi-
cado no segmento luxo no Brasil e que
leiro, um público que ajudou a definir os
já produziu mais de 2,5 mil embarca-
diferenciais das lanchas da marca. “So-
ções em 20 anos de atividade.
mos diferentes dos europeus e gostamos
O aniversário de duas décadas, come-
de socializar, de barcos mais abertos,
morado em novembro de 2012, coinci-
de trazer os amigos e a família para o
diu com um ciclo de investimentos que
mar”, define Schaefer, destacando o que
somou mais de R$ 30 milhões ao longo
considera ser o grande diferencial de
dos últimos cinco anos. Neste período,
seus projetos: entender o que o brasilei-
a empresa desenvolveu e lançou seus
ro quer. “Os barcos nacionais hoje são
dois maiores produtos (as Schaefer de
mais equipados e sofisticados do que os
62 e 80 pés), criou um Centro de Design
barcos tradicionais da Europa. Os espa-
Setembro de 2013
fotos divulgação
Pioneiro no mercado náutico de lazer em Santa Catarina, o empresário Marcio Schaefer desenha os próprios barcos e diz que o grande diferencial da Schaefer Yachts é entender o gosto do consumidor brasileiro
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Indústria Náutica SC
GUIA DE FABRICANTES
“O mercado está crescendo muito e a demanda por barcos maiores também; por isso é fundamental pensar em novas opções”, diz o presidente da empresa, Márcio Schaefer
ços são mais bem divididos, a área ex-
a primeira parceria com o estúdio ita-
terna, como o flybridge, é mais utilizada,
liano Pininfarina, responsável pelo de-
temos mais espaços solares”, explica.
sign de marcas como Ferrari, Maserati
Schaefer cita como um “clássico” do
e Alfa Romeo. “Queremos nos provo-
mercado nacional um de seus projetos:
car e buscar inovações”, disse à época
a Phantom 300, a lancha de 30 pés mais
Márcio Schaefer sobre a parceria com a
vendida no país, com mais de 1,3 mil
empresa dirigida por Paolo Pininfarina,
unidades já produzidas. Lançada em
que assina uma das opções de design
2009, inicialmente como um barco de
interno da Schaefer 620. Em dois anos
29 pés (Phantom 290), teve aceitação
de comercialização, este barco que cus-
instantânea no Rio Boat Show, com
ta em média R$ 5,6 milhões já teve mais
mais de 20 encomendas. O sucesso
de 20 unidades vendidas, sendo que a
gerou linhas especiais, como a versão
produção é de uma unidade por mês. No
com proa aberta, e um novo modelo
São Paulo Boat Show do ano passado,
com mais espaço interno rebatizado de
foram apresentadas também a Phantom
Phantom 300. Foi este modelo – outro-
365 (uma evolução da 360, de 36 pés) e a
ra um carro-chefe e hoje um dos barcos
Phantom 400, opção intermediária entre
de entrada da marca – que fez as vendas
os modelos de 38,5 e 50 pés. “O merca-
dispararem e tornou a Schaefer Yachts
do está crescendo muito e a demanda
conhecida também no exterior.
por barcos maiores também; por isso é fundamental pensar em novas opções”,
A era dos superiates No inicio da década passada, o real
aponta o empresário. Em
fevereiro
deste
ano
Márcio
desvalorizado frente ao dólar fez com
Schaefer lançou seu mais arrojado proje-
que a empresa investisse no merca-
to: a Schaefer 800, um superiate de 80
do externo, chegando a exportar para
pés com autonomia de 300 milhas e ca-
países da Europa, África, América do
pacidade para 23 pessoas, que custa em
Norte e até do Oriente Médio. Com o
torno de R$ 12 milhões. Antes mesmo
crescimento, foram lançados projetos
de a primeira unidade estar pronta, qua-
mais arrojados como a Phantom 385 (a
tro já estavam vendidas, uma delas para
primeira com um flybridge e comando
o apresentador Luciano Huck, que fez
duplo), as versões Fly e Hard Top das
questão de definir os detalhes ao lado
Phantom 500 até chegar ao mercado de
de Schaefer. Com três motores de 1.200
superiates em 2011 com o lançamento
HP, o barco, segundo seu projetista, é
da Schaefer 620, de 62 pés. “Hoje so-
ágil, ecológico e seguro, atingindo ve-
mos campeões de venda em todos os
locidade de cruzeiro entre 28 e 30 nós e
segmentos”, comemora o empresário.
picos de 34 nós. “Ele é resultado de mui-
O modelo de 62 pés, que teve toda
tas parcerias. É feito todo no Brasil, mas
a produção daquele ano encomenda-
agrega uma linha de produção interna-
da durante o Rio Boat Show, marcou
cional”, diz Schaefer.
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Schaefer 620
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Um projeto construído ao longo de dois anos e com foco em cada detalhe, a Schaefer 620 marca uma parceria internacional com o estúdio italiano Pininfarina, responsável por desenhar para marcas como Ferrari e Maserati, que assina uma das opções de design interno deste modelo. A área social integrada à plataforma móvel da popa tem um salão principal em dois níveis, sala de estar e cozinha gourmet equipada. São três suítes, com área de escritório na master. Comporta 16 passageiros (seis para pernoite) e mais dois tripulantes.
Comprimento total (com plataforma): 18,6m Boca máxima: 5 m Cabines: 3 + 1 Toilets: 3 + 1 Calado: 1,18 m Motorização: 2 x 900 – 1150 / 2 x IPS 900 – 1200 Capacidade de água doce (com aquecedor): 750 l Passageiros: 16 + 2 (dia) e 6 + 2 (noite) Capacidade de combustível do motor centro: 3000 l Capacidade de combustível do motor IPS: 2870 l Deslocamento aproximado: 30 ton Designer: Marcio Schaefer
Comprimento total: 24,09 m Comprimento de casco: 23,93 m Cabines: 3 + 1 | 4 + 1 Boca máxima: 6 m Toilets: 3 + 1 | 4 + 1 Calado (máx. incluindo hélices): 1,65 m Motorização: 2 x 1800 a 2400 | 3 x IPS 1200 Capacidade de água doce (com aquecedor): 1200 l Passageiros dia: 18 + 2 Passageiros noite: 6 + 2 | 8 + 2 Capacidade de combustível: 4700 l Deslocamento aproximado: 50 ton Designer: Marcio Schaefer
Schaefer 800 Maior lancha 100% projetada e fabricada no país, foi apresentada ao mercado em fevereiro deste ano, na inauguração da nova fábrica da Schaefer, e se tornou um dos grandes destaques do Rio Boat Show 2013. Tem capacidade total para 23 pessoas e conta com quatro suítes, salão principal com sala de jantar, convés em um nível, teto solar e flybridge. Seu tamanho comporta garagem para jet ski, bote de até quatro metros e três motores de 1,2 mil HP. Sua autonomia de 300 milhas, dependências e cozinha completa são itens indispensáveis para um cruzeiro tranquilo.
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GUIA DE FABRICANTES
Schaefer 800
Com projeto de autoria do yacht designer Marcio Schaefer, a lancha de 80 pés também traz uma opção de design interno a cargo da Pininfarina, maior estúdio do setor no mundo. Suas quatro suítes e o enorme salão (que inclui salas de jantar e de estar) traduzem tudo o que um público diferenciado e de alto poder aquisitivo espera. Uma perfeita combinação entre design, performance e engenharia de alta precisão, que transforma a navegação numa experiência incomparável.
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GUIA DE FABRICANTES Phantom 500 HT e Fly
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A dupla de modelos de 50 pés ajudou o estaleiro de Palhoça a ganhar espaço no segmento náutico de alto padrão. O modelo hard top (HT) é famoso pelo gigantesco teto solar que transforma o convés em um terraço e pode acomodar até 15 passageiros mais um tripulante (seis para pernoite). A lancha esportiva 500 Fly foi desenvolvida para o máximo aproveitamento da área externa e conta com cockpit amplo, flybridge com comando e três camarotes. Os dois modelos são equipados com TVs, home theater, condicionador de ar e churrasqueira.
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Comprimento total (com plataforma): 14,9 m Boca máxima: 4,26 m Cabines: 3 + 1 Toilets: 2 + 1 Calado: 1,15 m Motorização: 2 x 575 – 720HP Capacidade de água doce (com aquecedor): 600 l Passageiros: 15 + 1 (dia) e 6 + 1 (noite) Capacidade de combustível: 1600 l Deslocamento aproximado: 17,5 ton Designer: Marcio Schaefer
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Phantom 300
Comprimento total (com plataforma): 9,54m Boca máxima: 2,87m Calado: 0,45m Motorização: 1x 320 – 380HP / 2x 150 - 220HP Capacidade de água doce: 100 l Passageiros (Dia / Pernoite): 10 / 4 Altura da cabine: 1,80m Capacidade de combustível: 300 l Deslocamento aproximado: 3200 Kg Designer: Marcio Schaefer
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Lancha mais vendida da Schaefer Yachts, com mais de 1,3 mil unidades fabricadas, surgiu no início da década passada em sua versão 29 pés e mudou a história do estaleiro. A grande aceitação da então Phantom 290 fez a Schaefer ampliar a produção e partir para projetos maiores. Hoje um das lanchas de entrada da empresa, foi remodelada para a versão com 30 pés e conta com pé direito maior na cabine, solarium na popa e uma nova entrada de ar. Pode ser equipada com um ou dois motores e tem capacidade para quatro pessoas pernoitarem e para 10 pessoas passarem o dia.
Phantom 400
Lançada no São Paulo Boat Show 2012, conta com design arrojado e foi desenvolvida para atender a uma necessidade do mercado: uma lancha intermediária (entre os modelos de 36 e 50 pés) com hard top e um teto solar que permite navegar com o rosto ao vento. Com capacidade para 14 pessoas (cinco para pernoite), tem pé direito amplo nas cabines e um espaço de passagem entre o deck e a proa que dá segurança a quem está no barco. Por sua característica de barco-casa, projetada para ter um espaço amplo e conforto nos ambientes, é um dos modelos mais procurados da linha Phantom.
Comprimento total (c/ plataforma): 11,90m Boca máxima: 3,95m Cabines: 2 Toilets: 2 Calado: 0,72m Motorização: 2 x 300-400HP Capacidade de água doce (com aquecedor): 300 l Passageiros: 14 (dia) e 5 (noite) Capacidade de combustível: 800 l Deslocamento aproximado: 9.300 Kg
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GUIA DE FABRICANTES
Tradição italiana com sotaque brasileiro A Azimut Benetti, um dos maiores grupos internacionais do setor, planeja implantar um polo náutico próprio em Santa Catarina
de crescimento do setor, mas também entender as preferências nacionais em se tratando de barcos. Presente no país há mais de 20 anos, por meio de um acordo de licenciamento que já vendeu mais de 500 embarcações de alto padrão, a
A Data de Fundação: 1969 Sede: Avigliana, Itália Fábrica no Brasil: Itajaí (SC) Volume de produção: 20 unidades/ano (projeção para 2013)* Funcionários: 300* br.azimutyachts.com *dados referentes à operação brasileira
Azimut já tinha destino certo quando chegada do estaleiro Azimut
ainda começava a olhar para o merca-
Benetti, um gigante da in-
do nacional: “desde o princípio optamos
dústria internacional, a Santa
por Santa Catarina, por sua ótima locali-
Catarina mudou o panorama do setor
zação, grandes portos e boa infraestru-
náutico no estado e no país. O cresci-
tura de aeroportos”, detalha Ansalone.
mento e a consolidação dos fabricantes
O ano era 2009 e o país, ainda que um
locais já evidenciava a força do polo in-
tanto afetado pela crise econômica inter-
dustrial catarinense, que ganhou ainda
nacional, mostrava um cenário promis-
mais visibilidade com os investimentos
sor para o mercado náutico, com novos
do grupo italiano em Itajaí. “Queremos
lançamentos e vendas em alta. Quan-
deixar nossos barcos um pouco mais
do o governo catarinense criou o Pró-
brasileiros”, diz Francesco Ansalone,
-Náutica, reduzindo consideravelmente
diretor de marketing da Azimut-Benetti.
o ICMS da produção local, as condições
A decisão do grupo, que teve um fatu-
se tornaram ainda mais propícias para a
ramento global de 650 milhões de euros
instalação de uma fábrica no estado.
em 2011, colocou o estado no radar de
A operação em Itajaí começou em
outros estaleiros internacionais e tem
2010. O projeto prevê investimentos de
tudo pra conduzir a indústria náutica
R$ 200 milhões em uma estrutura de
de Santa Catarina à liderança nacional.
200 mil m2 e um espaço total de pro-
No ano passado, as vendas brasileiras
dução de 45 mil m2. Quando estiverem
representaram 10% do volume de negó-
totalmente operacionais, as instalações
cios do grupo e 25% da receita da marca
da empresa devem abrir cerca de mil no-
Azimut Yachts.
vos postos de trabalho na região. Por en-
Para a empresa, estar no Brasil não
quanto, a estrutura da fábrica é de 15 mil
significa apenas aproveitar o potencial
m2, gerando 300 empregos diretos e 220
Setembro de 2013
divulgação
indiretos. A empresa também desenvolve programas para formação de mão de obra, com cursos de montagem de móveis navais, montagem geral e mecânica. Mais do que criar uma grande fábrica, o projeto da Azimut-Benetti em Santa Catarina prevê a atração de novos investimentos para o estado – em especial de fornecedores italianos – e um intercâmbio técnico entre a equipe local e a europeia. O grupo conta com um centro de serviços e depósito de peças, onde uma equipe de profissionais italianos está transferindo know-how para funcionários locais. O projeto inclui também a ida de brasileiros à Itália para se atualizarem sobre produtos e novos modelos
é chegar a 100 unidades por ano. Entre
de negócios e a vinda de profissionais da
os diferenciais que a Azimut-Benetti viu
matriz até Itajaí para manter a conexão e
no mercado brasileiro está o gosto pe-
o apoio à unidade brasileira.
las áreas externas dos barcos. “Aqui, os
Foco na sofisticação
rados do que os hard top”, compara o
modelos com flybridge são mais procuQuatro modelos-chave da linha de
executivo. Ao identificar essa preferên-
luxo da companhia estão sendo pro-
cia, a empresa resolveu direcionar a pro-
duzidos em Santa Catarina: as lanchas
dução local para alguns dos principais
Azimut 43, 48, 60 e 70. Nos primeiros
modelos da “Coleção Flybridge”, como
18 meses de atividade em Itajaí, foram
as lanchas de 48 e 70 pés. Esta última,
produzidos 12 barcos, número que deve
uma embarcação de mais de 22 metros
crescer ano a ano. “Para 2013, vamos
de comprimento, é um dos maiores iates
produzir 20 unidades de alto padrão e
em fabricação no país, com quatro cabi-
esperamos crescer 25% a cada ano”,
nes e uma área de 30 m2 em seu “terra-
calcula Ansalone. A longo prazo, a meta
ço” (o flybridge).
Ansalone: aposta no mercado de alto padrão e nos barcos com flybridge, bem ao gosto do consumidor nacional
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Indústria Náutica SC
GUIA DE FABRICANTES
Parceria para ganhar o mercado nacional Italianos da Sessa Marine se associaram à empresa catarinense e já faturam R$ 23 milhões em seu segundo ano de atividade no estado
da e permitir a implantação de novas linhas de embarcações, como a F42. Construída pela Intech Boating, a nova fábrica terá uma área produtiva inicial de 5,2 mil m2 em um espaço total de 9,5 mil m2. O investimento da parceira
A
fabricante
brasileira será de R$ 15,5 milhões e dará italiana
Sessa
Marine encontrou uma fór-
Data de Fundação: 1958 Sede: Bergamo, Itália Fábrica no Brasil: Palhoça (SC) Volume de produção: 48 barcos/ ano (projeção) Funcionários: 95* Faturamento anual: R$ 23 milhões em 2012 www.sessamarine.com *dados referentes à operação brasileira
à empresa a capacidade de produzir quatro unidades por mês.
mula diferente para aportar
A Sessa Marine Brasil conta hoje com
no mercado náutico brasileiro. Em vez
95 funcionários (80 na parte industrial e
de construir uma unidade própria, o
15 na área administrativa) e tem presen-
tradicional estaleiro, que completa 55
ça em todo o país por meio de sua rede
anos de fundação em 2013, apostou na
de dealers. Em 2012, o estaleiro vendeu
parceria com a empresa catarinense In-
32 barcos no mercado nacional, sendo
tech Boating para formar a joint venture
14 somente do modelo C40, apresenta-
Sessa Marine Brasil. Em julho de 2011 a
do no Rio Boat Show daquele ano. “O
empresa começou a produzir suas pri-
ano passado foi muito produtivo para
meiras embarcações fora da Itália – os
a empresa. Além da região Sudeste,
modelos Cruiser (C36 e C40) e Key Largo
primeiro polo onde firmamos nossa
(KL27 e KL 28Sole). Em menos de dois
presença, conquistamos espaços nas
anos de atividade, já dá sinais de que
regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste”,
seus planos para o mercado brasileiro
diz José Antônio Galízio Neto, diretor
serão cada vez mais ambiciosos.
da Sessa Marine Brasil, que esteve pre-
Em 2012, a Sessa Marine Brasil atin-
sente nos principais eventos náuticos
giu um faturamento de R$ 23 milhões,
do país e pretende repetir a estratégia
com crescimento de 43,27% em com-
em 2013. “Percebemos, por meio destes
paração ao ano anterior. O resultado foi
eventos, que a marca já está conhecida e
comemorado pelo grupo italiano, que
vem aumentando sua presença no mer-
inaugura este ano uma fábrica na área
cado. Os primeiros clientes conquista-
industrial da Pedra Branca, em Palhoça,
dos já começaram a migrar para nossos
para atender ao crescimento da deman-
barcos maiores”, comenta Galízio.
Setembro de 2013
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Transferência de tecnologia Para o presidente da Sessa Marine
nidades de completar a linha da Sessa Brasil”, acredita.
Brasil, a nova fábrica em Palhoça será
A Sessa Marine é hoje uma organi-
importante não só para os planos da em-
zação com cerca de 250 colaboradores,
presa, mas também para o desenvolvi-
mais de 500 embarcações produzidas e
mento do mercado local. “Vamos trazer
uma rede de quase 80 concessionários
para o Brasil a tecnologia para fabricar o
na Europa. Criada pela família Radice
Fly 42; isso significa um passo à frente
em 1958, a marca oferece quatro linhas
em termos de capacidade de produção,
de embarcações de alta qualidade, de
instalações de motores IPS, além da for-
portes que variam de 20 a 70 pés. Mas a
mação de mão de obra capacitada”, dis-
entrada no segmento náutico começou
se Massimo Radice, diretor responsável
uma década depois da fundação, em
pelo projeto de implantação da Sessa
1968, quando a empresa evoluiu da pro-
Marine no Brasil. “O modelo Fly nos dá
dução de moldes em plástico para a pro-
a possibilidade de entrar no mundo das
dução de barcos. A vontade de aplicar
lanchas maiores e principalmente no fly-
conceitos de gestão industrial em um
bridge, muito querido no mercado bra-
setor artesanal levou à criação de mo-
sileiro”, observa Massimo, para quem o
delos capazes de atender a uma deman-
acompanhamento dos clientes no cresci-
da de produção em série. Sua estrutura
mento da marca e da linha de produtos
no país de origem divide-se em dois es-
é importante para o desenvolvimento de
taleiros: um em Cividate al Piano, em
novos modelos. “A Sessa Marine na Itá-
Bergamo, no norte da Itália, e outro em
lia desenvolve de três a quatro lanchas
Roccelletta di Borgia, em Catanzaro, na
por ano, então temos grandes oportu-
região do mar Mediterrâneo.
Radice: abertura da nova fábrica em Palhoça marca a expansão da produção do estaleiro italiano no Brasil e a inclusão de novas linhas ao portfólio de embarcações produzidas no país
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Indústria Náutica SC
GUIA DE FABRICANTES
Aposta na customização A Armada Yachts investe em desenvolvimento de produto e pesquisa de mercado para conquistar clientes com embarcações personalizadas
brasileira a seguir as normas de certificação europeias, cujas exigências ambientais e técnicas dão garantia às nossas embarcações”, afirma Souza. Este domínio dos projetos permite à empresa oferecer diversas opções de
E
localizada em Palhoça, se ca-
o conceito de custom made yachts,
racterizou por primeiro estudar em de-
customizando materiais, cores, metais
talhes as tendências do mercado para
e móveis de acordo com o desejo do
depois lançar seus produtos. Antes de
cliente. “Percebemos que o perfil do
apresentar o primeiro barco, um mode-
consumidor está mudando, ficando
lo de 30 pés lançado no final de 2007,
cada vez mais exigente e a concorrên-
o estaleiro fez um trabalho de pesquisa
cia internacional já está aqui”, detalha
e concepção de produto que durou um
o diretor da empresa.
m pouco mais de cinco anos
personalização. Segundo o empresá-
de atividade, a Armada Yachts,
rio, a Armada adota como diferencial
ano e meio. Para o sócio-diretor Caio César Souza, essa foi a estratégia para
Fundada em: 2007 Sede: Palhoça (SC) Volume de produção: 50 barcos/ano Funcionários: 160 www.armada.com.br
Do litoral ao interior
chegar de forma consistente a um mer-
Souza cita seu primeiro lançamento
cado que vinha crescendo bem, mas
– a 300 Cabrio – como um “sucesso
era muito exigente. “Foi bom termos
explosivo”. A lancha de 30 pés foi elei-
esta preocupação, pois logo em se-
ta pela crítica especializada como um
guida enfrentamos a crise do mercado
dos melhores e mais tecnológicos bar-
financeiro internacional, que teve for-
cos apresentados no salão náutico de
tes reflexos no setor náutico”, lembra
2007 e as vendas garantiram produção
Souza, que hoje diz que a empresa está
e distribuição em série, além do lança-
“vacinada” contra estes riscos. O antí-
mento de um novo modelo a cada ano.
doto? Cautela e embarcações fabrica-
O barco se destacou por ter o maior ba-
das sob medida.
nheiro da categoria e um sofá de popa
Toda a linha de produção, que con-
deslizante, que torna o cockpit equi-
ta com um modelo de 30 pés, dois de
valente ao de uma lancha de 34 pés.
38 e dois de 40 pés, é desenvolvida
“A aceitação foi muito boa em todo o
pela equipe interna do estaleiro, com
país. Temos barcos nossos navegando
apoio de um escritório terceirizado de
no Pará, no Distrito Federal e em Minas
engenharia. “Somos a única fabricante
Gerais, além dos tradicionais mercados
Setembro de 2013
divulgação
do litoral”, comenta. O maior estado
fundamental para a consolidação da
consumidor, porém, é São Paulo, para
marca, está garantida neste ano.
onde é destinada quase metade da pro-
Com 160 funcionários, a Armada fe-
dução – os outros 50% são bem dis-
cha o primeiro quadrimestre de 2013
tribuídos entre outros estados onde a
com a marca de 200 embarcações pro-
marca está presente.
duzidas. A capacidade anual é de 50
A lancha mais procurada ainda é a de
barcos, número que pode até dobrar no
30 pés, modelo de entrada, que custa a
final deste ano de acordo com o fecha-
partir de R$ 350 mil, seguido de perto
mento de acordos comerciais que estão
pelo modelo intermediário da linha, a
sendo negociados. Souza acredita que
400 Grand Coupé, com valor em torno
os resultados deste e dos próximos
de R$ 950 mil. “Produzimos um bar-
anos vão depender do desempenho da
co como se fosse uma casa e sempre
economia local, já que, segundo ele,
procuramos evoluir, trazendo tecno-
muitas empresas projetaram os negó-
logias como sistemas de automação e
cios com base em um crescimento de
programação acionados via iPad, cartas
7% do PIB nacional, o que não vem
náuticas em 3D, entre outras soluções”,
acontecendo. “Mas é possível que nos-
detalha Souza. A participação nas prin-
sa empresa cresça até 10% neste ano”,
cipais feiras do país, uma estratégia
calcula o empresário.
As embarcações fabricadas no estaleiro de Palhoça seguem normas europeias de certificação, com exigências técnicas e ambientais de padrão internacional
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Indústria Náutica SC
GUIA DE FABRICANTES
No radar dos norte-americanos A instalação de uma fábrica em Joinville é considerada estratégica para a expansão do grupo Brunswick na América Latina
unidade de 14 mil m2 instalada no Perini Business Park, em Joinville. Resultado de um investimento de R$ 22 milhões, a nova fábrica deve gerar até 180 empregos diretos na região. “Este investimento em Santa Catarina representa uma platafor-
N
ma estratégica para a companhia, que
por um lado não conta com
explica Jorge Valdes, diretor geral da
a mesma valorização estética e de de-
Brunswick Boat Group Brasil. Formado
sign que os europeus tanto prezam, os
em engenharia mecânica em Monterrey
Estados Unidos não têm motivos para se
e com MBAs feitos nos EUA e Europa,
sentirem menosprezados neste segmen-
Valdes conhece bem o mercado latino-
to. Na relação barcos por habitantes, os
americano, onde atuou, na própria
norte-americanos ganham de goleada:
Brunswick, como diretor de Desenvolvi-
enquanto um a cada 68 italianos possui
mento de Negócios.
ão é só a Itália que pode se
tem no mercado brasileiro seu principal
gabar da tradição náutica. Se
foco de expansão na América do Sul”,
uma embarcação, nos EUA a relação é de Data de Fundação: 1845 Sede: Lake Forest, EUA Unidades em SC: Joinville Volume de produção: 400 barcos/ano Funcionários: 180* Faturamento anual: www.brunswick.com
um barco para cada 18 pessoas – índice
Made in Brazil
inferior apenas ao de países nórdicos,
No norte catarinense, o estaleiro pro-
como Finlândia (1/7) e Suécia (1/6). Legí-
duz quatro modelos de duas marcas: os
tima representante de um mercado com
Bayliner 310 e 350 e as Sea Ray 350 e
tradição e gosto pelo mar, a Brunswick
370 Sundancer, que posicionam a em-
é hoje a maior fabricante de lanchas de
presa dentro do segmento de luxo. “As
lazer do mundo. Com sede no estado do
Bayliners sofreram algumas alterações
Tennessee e escritórios em 21 cidades de
para melhor se adaptarem ao mercado
quatro continentes, a empresa alcançou
brasileiro. Já a 350 Sundancer é um mo-
*dados referentes à operação
um volume de vendas de US$ 1,1 bilhão
delo novo que será lançado no Brasil”,
brasileira
em 2011 e detém uma série de marcas
explica Valdes. Neste período de che-
que incluem barcos de 16 a até 100 pés.
gada ao mercado nacional, a empresa
Desde o final de 2012, parte desta
está trazendo engenheiros e especia-
produção é feita em solo catarinense, na
listas técnicos de sua sede para fazer
Setembro de 2013
divulgação
um programa de aperfeiçoamento de
e plataformas pesqueiras, além de em-
competências com a equipe que atuará
barcações com outras marcas.
em Joinville. Segundo Valdes, até o fi-
Atenta às exigências e características
nal deste ano a produção será gradativa
do mercado brasileiro, a Brunswick es-
para assegurar o treinamento adequa-
colheu dois modelos de grande sucesso
do, o que inclui a ida de trabalhadores
da marca Bayliner nos EUA para iniciar
até os Estados Unidos para participa-
a produção em Santa Catarina. A lancha
rem de capacitações na sede da em-
de 31 pés (310), voltada para cruzeiros
presa. “A mão de obra em Joinville é
curtos, tem uma ampla plataforma de
bastante qualificada, com alto nível de
popa e uma das melhores cabines da
educação”, avalia o diretor.
categoria, garantia de conforto em pas-
A capacidade total de produção da
seios mais longos. A Bayliner 350 é mais
planta catarinense é de 400 unidades
indicada para quem gosta de levar a fa-
por ano e a ideia inicial é atender ao
mília e convidar os amigos – o cockpit é
mercado interno. Futuramente, a pro-
amplo e tem capacidade para até 12 pes-
dução local poderá ser exportada para
soas sentadas e bom espaço para circu-
os países vizinhos, já que a Brunswi-
lação. As Sea Ray, por sua vez, são reco-
ck projeta o Brasil como terceiro maior
nhecidas pelo visual ousado e esportivo,
produtor do grupo, atrás apenas dos
com alto desempenho e acabamento.
Estados Unidos e Canadá. Em todo o
Com o conceito de day cruiser, foram
mundo, o Grupo Brunswick também
desenhadas para passar um dia inteiro
produz barcos para pesca em alto mar
no mar, com segurança e conforto.
No norte catarinense, o estaleiro tem capacidade para produzir 400 unidades por ano de quatro modelos de luxo: as Bayliner 310 e 350 e as Sea Ray 350 e 370 Sundancer (foto)
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Indústria Náutica SC
GUIA DE FABRICANTES
O GRANDE MERCADO DOS BARCOS PEQUENOS Com mais de 11 mil unidades vendidas em duas décadas, a Fibrafort é a maior fabricante do país e vem crescendo 20% a cada ano
Fibrafort lançou a linha Focker, que se tornou uma referência em modelos de entrada. Dez anos depois expandiu sua linha para lanchas maiores e mais esportivas, com o lançamento da 280 GT, que vendeu 100 unidades no primeiro ano de
Data de Fundação: 1989 Sede: Itajaí (SC) Volume de produção: 1,2 mil unidades/ano Funcionários: 300 Faturamento anual: R$ 60 milhões em 2012 www.fibrafort.com.br
N
comercialização. Em 2010 foi lançada a
absoluta em produção e ven-
dos concorrentes internacionais ao esta-
das. Os números mostram a importância
do fez a Fibrafort buscar diferenciações
do estaleiro, criado há 22 anos em Ita-
também nas lanchas de entrada. Foi o
jaí, para o desenvolvimento do mercado
que fez com seu modelo de 19 pés, a lan-
náutico catarinense: são mais de 11 mil
cha mais vendida do país, que ganhou
unidades vendidas no Brasil e no mundo
um design mais arrojado para se trans-
e uma produção de 100 barcos/mês, o
formar na Focker i9.
o mercado de pequenas e mé-
310 GT, que tem opção de dois motores
dias lanchas, a Fibrafort é líder
e um amplo espaço interno. A chegada
que equivale a quase 50% do total de
Para dar conta da demanda, a Fibrafort
embarcações produzidas no país. Insta-
conta com um espaço de 6,7 mil m2 de
lada em um dos polos nacionais do seg-
área construída, onde estão suas duas
mento e com larga experiência na produ-
linhas de produção. Uma é responsável
ção com fibra de vidro, a empresa aposta
pelos barcos menores, de 16 a 26 pés
suas fichas nas lanchas de entrada, cada
(Focker 160, i9, 205, 215, 230, 240, 255
vez mais populares e acessíveis. Isso faz
e 265), enquanto a outra produz os mo-
com que a Fibrafort projete um cresci-
delos de 27 a 31 pés (Focker 275, 275ss,
mento de 20% para 2013 – mantendo o
280 GT e 310 GT). Em 2012, a empresa
resultado dos últimos anos – e planeje a
vendeu 850 unidades de seu catálogo de
expansão da fábrica, ampliando de 300
12 modelos (com opções de 16 a 31 pés)
para 500 o número de funcionários.
e obteve faturamento de R$ 60 milhões.
Nada mal para quem começou pro-
A Fibrafort tem uma rede de 30 unidades
duzindo acessórios à base de fibra e
autorizadas pelo país e exporta parte
foi adaptando sua produção ao então
de sua produção para a Europa (Rússia,
incipiente mercado náutico. Em 1998, a
Holanda e Alemanha).
Setembro de 2013
310GT
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A lancha de 31 pés é a maior da linha Focker e é uma evolução da linha GT iniciada com a 280. Assim como sua “irmã menor”, tem vários itens para personalização e seu espaço mais amplo permite uma interação maior no cockpit – além do conforto maior no camarote e o banheiro com pé-direito de 1,75m. Uma autêntica day cruiser, com destaque para o acabamento e a decoração, que permite um passeio para até 12 pessoas. Outra vantagem é a possibilidade de motorização dupla. Comprimento total standard: 9,43 m Comprimento com opcionais: 9,63 m Boca: 2,95 m Calado mín: 0,60 m Calado máx: 0,90 m Ângulo V do casco: 19º Peso sem motor: 3.240 kg Motorização: 1 x 300 a 430 HP | 2 x 120 a 220 HP Tanque de combustível em alumínio: 380 l Tanque de água doce: 160 l ou 2 x 90 l Tanque de águas negras: 90 l (opcional) Material do casco: fibra de vidro Capacidade de passageiros dia/noite: 12/4 Altura cabine: 1,80 m
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Comprimento total standard: 5,70 m Comprimento com opcionais: 5,75 m Boca: 2,32 m Calado mín: 0,30 m Calado máx: 0,41 m Ângulo V do casco: 19° Peso sem motor: 687 kg Motorização: 1 x 90 HP a 150 HP Tanque de combustível em alumínio: 100 l Tanque de água doce: 28 l Material do casco: fibra de vidro Capacidade de passageiros: 7 Altura do espelho de popa: 20”
Focker i9 Atualização da Focker 190, a lancha mais vendida do mercado náutico brasileiro, a i9 reúne todas as características que fizeram a fama de sua antecessora em um novo design, ainda mais esportivo e contemporâneo. Com capacidade para sete pessoas, é ideal para passeios curtos ou descanso à beira-mar. Navega com motores entre 90HP e 150HP e pode ser equipada com opcionais, como sistema de som marinizado com alto falantes.
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Indústria Náutica SC
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Um nicho a ser explorado A Gamper, especializada em barcos infláveis, fornece embarcações para órgãos públicos, mas também atende à pesca artesanal
que vão de 2 m a 8 m de comprimento, com preços entre R$ 9 mil e R$ 95 mil. Para 2013, a expectativa é entregar 60 barcos. “Atualmente estamos crescendo na faixa de 30% ao ano”, comenta Gus-
Data de Fundação: 1982 Sede: Itajaí (SC) Funcionários: 20 www.gampernautica.com.br
E
tavo, que emprega 12 funcionários.
tico permanece pouco explorado: a pro-
de lazer, mais especificamente para o
dução de botes infláveis. Por mais que
público da pesca. Neste perfil, um dos
não tenha o mesmo apelo ou funcionali-
modelos mais vendidos é o de 4,5 m e
dade que um barco com casco e cabine,
capacidade para cinco pessoas, que não
os infláveis também têm seu mercado e
demanda motorização potente e custa
importância. É o que percebeu a família
em torno de R$ 25 mil. Mas a empre-
Gamper, que há cinco anos é uma das
sa não pretende investir no mercado
referências deste segmento com uma
de barcos de lazer. “A procura é muito
fábrica em São Francisco do Sul, no nor-
sazonal e o produto é muito específico,
te catarinense. “Tudo começou quando
só compra quem realmente gosta. Não
idealizamos um barco para fazer a tra-
adianta dedicar a produção para um bar-
vessia entre São Francisco e Joinville, há
co que as pessoas começam a comprar
alguns anos. O projeto não foi adiante,
em outubro e não procuram mais depois
mas decidimos focar na produção de bo-
de janeiro”, diz o empresário, certo de
tes infláveis”, explica Gustavo Gamper,
que está navegando no nicho correto.
nquanto os barcos de passeio
Cerca de 90% da produção da
ganham novos fabricantes ano
Gamper é vendida para órgãos públicos.
após ano, outro segmento náu-
Os outros 10% são focados em barcos
sócio-diretor da empresa.
Por isso, o foco da empresa continuará
Hoje, a Gamper está entre as maiores
sendo nas feiras regionais e nos eventos
empresas do segmento no país. Seus
de navegação profissional. “A indústria
principais clientes são universidades,
náutica de Santa Catarina ainda têm
autarquias de governo e as polícias esta-
muito espaço para crescer e se desen-
duais, que compram barcos para fiscali-
volver, para aprender com quem vem de
zação ambiental, patrulha e apoio náu-
fora. Quem trabalhar sério continuará
tico. Ao todo são 11 modelos de barcos,
tendo mercado”, conclui Gustavo.
Setembro de 2013
Gamper 600 e 500
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Com design assinado por Oscar Ramiro, brasileiro radicado na Itália e especialista em projeto navais para infláveis, os modelos de 6 e 5 metros do estaleiro de São Francisco do Sul foram lançados em 2009 e são fabricados com um tecido fornecido pela francesa Pennel Flypo, considerado o melhor e mais resistente do mundo. Os modelos têm alguns pontos em comum, como os solários da proa, que permitem um passeio ao sol com muito conforto. Tanto a 600 quando a 500 têm capacidade para 10 pessoas durante o dia. Aceitam motorização entre 115 HP e 150 HP.
Comprimento: 5,10 m (interno) e 6 m (ext.) Boca: 2,56 m (externa) e 1,36 m (interna) Calado: 0,42 m Ângulo de popa: 20o Número de ocupantes: 10 (9+1) Tanque de combustível: 140 l Tanque de água doce: 28 l Diâm. do tubo: 60 cm (PP) e 50 cm (PR) Número de câmaras independentes: 4 Peso sem motor e combustível: 460 Kg Tipo de motorização: Popa Motorização: 115 HP a 150 HP Velocidade projetada: 38 nós Liberação em mar aberto: 20 milhas
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ETNA 25 Lançado em 2011, o Etna 25 é a maior embarcação da Gamper e é ideal para passeios e lazer. Pode ser equipado com banheiro, guincho elétrico para ancoragem e kit targa com toldo. O estofamento, todo em poliuretano de célula fechada, tem bom acabamento e não encharca. Na parte inflável, um misto de poliéster, neoprene e hypalon bastante resistente garante a durabilidade do produto. O Etna 25 tem 7,6 m de comprimento e 3,09 m de boca. Transporta até 20 pessoas e aceita um motor de 225 HP ou dois de 200 HP, ambos de popa.
Comprimento: 7,6 m (ext.) e 6,7 m (int.) Boca: 3,09 m (externa) e 2,09 m (interna) Calado: 0,42 m Ângulo de popa: 15o Número de ocupantes: até 20 (19+1) Tanque de combustível: 300 l Tanque de água doce: 90 l Diâm. do tubo: 62 cm (PP) e 55 cm (PR) Número de câmaras independentes: 6 Peso sem motor e combustível: 1.100 Kg Tipo de motorização: Popa Motorização: 250 HP a 2x250 HP Velocidade projetada: 38 nós Capacidade de carga: 2.500 Kg Homologação: CE
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O charme retrô dos barcos em madeira Inspirados em embarcações de meio século atrás, os modelos produzidos pelo estaleiro Kalmar conquistam especialistas e navegadores
Modern Fiber (o modelo Garda 22, com casco de fibra e convés em madeira), One Offs (projetos especiais de embarcações exclusivas) e os serviços de marcenaria naval. Dentro da linha Wooden Classics está
Data de Fundação: 1982 Sede: Itajaí (SC) Funcionários: 20 www.kalmar.com.br
O
um dos principais modelos da Kalmar:
madeira em arte. Ou melhor:
jetado por Horacio Carabelli, construtor
em barcos considerados verdadeiras
e renomado estrategista da regata inter-
obras de arte. O trabalho que ele iniciou
nacional Volvo Ocean Race, o K8 é um
em Itajaí em 1983 é reconhecido por al-
daysailer inspirado nas embarcações da
guns dos maiores navegadores do país
década de 1950, de navegação fácil e sua-
pela excelência, beleza e desempenho.
ve, que comporta de duas a seis pessoas.
Completando 30 anos e 125 embarca-
Foi desenvolvido sob medida para um
ções produzidas, o estaleiro Kalmar é
cliente e suas características clássicas
administrado pela filha de Lars, Lorena
e esportivas fizeram sucesso. Outras
Kreuger, depois da morte do fundador
oito unidades, a um preço médio de
em 2008. Além de manter a linha de
R$ 200 mil, já estão navegando pelo país.
construtor naval Lars Kreuger
o veleiro K8, eleito por especialistas um
dedicou sua vida a transformar
dos 20 mais belos barcos do país. Pro-
barcos clássicos, a Kalmar também faz
A linha de produção deste estaleiro
reformas e constrói interiores de em-
artesanal inclui também canoas e barcos
barcações de alto padrão. Um trabalho
de maior porte. Um exemplo é o Lobs-
completamente diferente dos estaleiros
ter 35, inspirado nas ágeis embarcações
de produção em série, envolvendo mais
americanas feitas para pesca de lagosta.
arte e cuidado do que volume de pes-
Para quem prefere fazer cruzeiros, o Kal-
soas – alguns dos 20 colaboradores são
mar 38, veleiro desenvolvido na década
funcionários da empresa há décadas.
de 1980 pelo desenhista Roberto Barros,
A linha de produção divide-se em cin-
comporta oito pessoas em um espaço
co frentes: os Wooden Classics (barcos
com dois camarotes e dois banheiros,
e veleiros clássicos), Sports (pranchas,
além de um ambiente único com salão,
stand up paddle, canoas e caiaques),
cozinha e mesa de navegação.
Setembro de 2013
K8
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O modelo que fez sucesso ao ser exposto durante a Volvo Ocean Race de 2012 é um veleiro forte e resistente, inspirado em embarcações clássicas da década de 1950. Um dos diferenciais do K8 é seu amplo cockpit, que comporta até cinco pessoas, com um layout que favorece a segurança dos ocupantes em passeios diurnos e pequenas travessias. Simples de manobrar e com fácil controle das velas, conta também com um motor de centro de 14 HP, ideal para manobras e deslocamentos em pequenas distâncias. O desempenho está relacionado à sua construção, que usa a técnica de laminado moldado em madeira e epóxi. O casco recebe duas camadas de cedro laminado e é revestido com fibra de vidro para garantir a impermeabilidade.
Comprimento total: 8,02 m / 26 pés Comprimento de linha d’água: 5,75 m Boca máxima: 2,28 m Calado da quilha: 1,50 m Deslocamento: 1.240 kg Área vélica: 26 m² Capacidade (dia): 5 pessoas
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Comprimento total: 10,81m / 35 pés Comprimento de linha d’água: 9,83 m Boca máxima: 3,22 m Calado: 0,91 m Deslocamento (com motor): 4.500 kg Pontal moldado: 1,65 m Velocidade de cruzeiro: 18 nós Motor diesel: 300 HP Capacidade (dia/noite): 8 pessoas / 4 pessoas Tanque de diesel: 500 l Tanque de água: 150 l
Lobster 35 Inspirado nos rápidos barcos de pesca de lagosta da região do estado do Maine, na costa dos EUA, este modelo possui elegância, rapidez e suavidade ao navegar. Com essas características, além de ser indicado para a pesca esportiva, tornou-se uma das opções mais requisitadas também para o lazer. Na versão Sport, o foco é a área social, com melhor integração da praça com o salão e com o deck, deixando o espaço mais arejado. Seus diferenciais são a leveza, o bom aproveitamento do espaço interno e a cabine fechada. O Lobster 35 conta ainda com itens opcionais, como ar condicionado, TV e DVD player.
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Indústria Náutica SC
GUIA DE FABRICANTES
evolução COM Foco na qualidade A Ocean Life, detentora da marca Evolve, prefere investir na personalização de seus modelos a ampliar a produção a qualquer custo
e branco. Arrojada e desportiva, a 270 tem um espaço interno mais amplo e pé direito maior, novo design e mais autonomia de combustível. Com quatro anos de mercado, a Ocean Life já produziu 110 embarcações
Data de Fundação: 2009 Sede: Palhoça (SC) Volume de produção: 48 unidades/ano Funcionários: 50 www.oceanlife.com.br
E
e emprega 50 funcionários em sua fábri-
sário Ricardo Wilges, proprietá-
amadurecimento e, por isso, prefere
rio do estaleiro Ocean Life, com sede
focar na qualidade das lanchas. “Que-
em Palhoça. Sua empresa é a responsá-
remos aumentar a produção, sem dúvi-
vel pela produção dos modelos Evolve,
da, mas não é meu objetivo minimizar
marca que ganhou reconhecimento no
custos utilizando materiais de qualidade
mercado pela antiga Evolution Boats. Ao
inferior”, explica. A fábrica produz hoje
adquirir os moldes das Evolve 22 e 26,
quatro unidades por mês para atender a
a Ocean Life fez adaptações – em vez
clientes espalhados pelo país, em espe-
do motor de popa, um motor de centro,
cial paulistas e cariocas.
volução é a palavra que define a
ca com mais de 1,3 mil m2. Para Wilges,
história e os projetos do empre-
o momento do mercado brasileiro é de
que permitiu retrabalhar a plataforma e
Na visão do proprietário da Ocean Life,
o convés, deixando mais espaço para cir-
o mais importante é a evolução constan-
culação – sem mexer no casco ou alterar
te do estaleiro e dos barcos. “Quando
o desempenho na água.
vou a feiras não penso em números, mas
Atualmente, a Ocean Life está no
sim na forma como os barcos vão sendo
mercado com dois modelos. Um deles é
aprimorados e como o público percebe
o Evolve 235 Cab, que permite até três
isso”, diz Wilges. A personalização é a
pessoas no pernoite. O outro é um lan-
estratégia para cativar os clientes. “Cada
çamento que a empresa apresentou no
barco nosso tem características únicas,
Rio Boat Show 2013: a Evolve 270, evo-
pois o comprador pode personalizar a
lução do modelo anterior de 26,5 pés,
pintura e alguns outros itens. O mercado
exibida ao público numa versão espe-
está começando a perceber a importân-
cial, totalmente personalizada e com
cia destes detalhes; por isso não temos
casco estilizado com desenhos em preto
produção em escala”.
Setembro de 2013
Wilges: produção personalizada para atender as exigências de cada cliente
Victor Carlson
Evolve 235 CAB
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O modelo de entrada da Evolve é a lancha cabina de 23 pés que leva Motorização Mercury (170 a 320 HP) e é destinada tanto para passeios rápidos quanto para um dia de lazer (conta com um espaço para churrasco na plataforma traseira) com a família e amigos. Comporta oito pessoas durante o dia e conta com uma confortável cabine para pernoite de até três pessoas. O modelo é uma versão mais ampla e atualizada da lancha da Evolve 225, que fez sucesso com o estaleiro Evolution Boats e segue hoje como a embarcação de entrada da Ocean Life.
Comprimento máximo: 7,10 m Boca máxima: 2,60 m Calado: 0,60 m Altura da cabine: 1,25 m Peso sem motorização: 1.000 kg Motorização exigida: 170 a 320 HP Passageiros (dia/noite): 8/3 Ângulo do “V” de popa: 22º Tanque de água doce: 120 l Tanque de combustível: 200 l
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fotos divulgação
Evolve 270 A principal novidade da Ocean Life para 2013 foi apresentada no Rio Boat Show e marcou a evolução do modelo anterior de 26,5 pés: a Evolve 270 foi projetada para ser mais arrojada e desportiva, tem um novo design, pé direito maior e espaço interno mais amplo. Tem possibilidade de personalização de cores, opcionais e detalhes de acabamento. Pode ser equipada com motor de 200HP a 430HP e sua capacidade é para o pernoite de um casal ou até 10 pessoas durante o dia. A 270 é a principal aposta da Ocean Life para a categoria de pequenas e médias lanchas no país.
Comprimento Máximo: 7,90 m Boca máxima: 2,68 m Calado: 0,50 m Altura da cabine: 1,30 m Altura do banheiro: 1,27 m Peso sem motorização: 1.600 kg Motorização exigida: de 200 HP a 430 HP Passageiros (dia/noite): 10/2 Ângulo do “V” de popa: 23º Tanque de água doce: 90 l Tanque de combustível: 200 l
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Indústria Náutica SC
GUIA DE FABRICANTES
Na tradição dos pioneiros Os modelos produzidos pela Império Yachts mantêm o DNA dos primeiros fabricantes de embarcações à base de fibra de vidro
no mercado, então começamos com a remodelação do barco. Voltamos a utilizar o casco antigo da DM e fizemos um modelo maior, de 34 pés”, conta Marchenta. Com ares de clássico, a pri-
Data de Fundação: 2009 Sede: Itajaí (SC) Funcionários: 20 www.imperioyachts.com.br
A
meira lancha da Império teve boa aceita-
Itajaí têm uma história que remonta a
Com mais de 50 embarcações produ-
décadas de tradição na indústria náuti-
zidas e cerca de 20 colaboradores, o es-
ca. A Império hoje dá continuidade ao
taleiro foca na personalização como es-
legado do famoso “Casco Marinheiro”
tratégia para cativar os clientes. “Antes
desenvolvido pela DM, do empresário
mesmo de passar a cotação nós fazemos
David Moreira, no Rio de Janeiro, que
um trabalho detalhado de consultoria,
fez sucesso no país durante quatro dé-
pois cada cliente quer algo diferente e
cadas por seu desempenho e qualidade.
não vamos incluir algo que ele não quei-
Moreira, por sua vez, criou este casco
ra ou deixar de lado algum item impor-
inspirado nas Hatteras americanas, bar-
tante. Tudo isso faz diferença no preço
cos que foram pioneiros na fabricação
final da embarcação e nos custos de ma-
em fibra de vidro que hoje dominam a
nutenção”, detalha o diretor.
história da Império Yachts co-
ção no mercado e permitiu o lançamento
meçou em 2009, mas os bar-
de outro modelo pouco tempo depois: a
cos que saem do estaleiro de
lancha de entrada DM 200, de 20 pés.
produção náutica mundial.
Para outubro deste ano, a Império pre-
É com esse background histórico que
para o lançamento de seu terceiro mode-
a Império começou suas atividades,
lo: o DM280, inspirado na lancha de 34
ao adquirir o estaleiro DM e os direi-
pés, em um casco reformado e adapta-
tos sobre a marca. Bruno Marchenta,
do. No ano que vem o plano é aumentar
diretor-geral da empresa, lembra que o
o portfólio com um modelo ainda maior,
início foi de estudos e adaptações, pois
tanto que a empresa já está à procura de
o último lançamento do estaleiro cario-
mais espaço de fábrica. “Mas certamen-
ca tinha saído sem as características do
te ficaremos na região de Itajaí, um dos
casco marinheiro. “A lancha de 28 pés
principais polos náuticos do país e onde
lançada antes não teve boa aceitação
já temos história”, conclui Marchenta.
Setembro de 2013
DM 200
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O barco de 20 pés é prático e confortável, indicado para passeios turísticos e prática de esportes. Com casco baseado nos “cascos marinheiros” popularizados pela DM, tem um “V” com ângulo bem acentuado, três sprays, shine (quebra ondas) e bolinas (quilhas) laterais, projetadas para proporcionar uma navegação mais suave, sem pancadas, sem derrapar e sem adernar nas curvas e garantir maior potência na retomada. Tem capacidade para sete pessoas durante o dia e usa motor a gasolina. Como é leve, pode ser rebocado por um carro popular com carreta rodoviária de um eixo. Comprimento: 20 pés (6 m) Boca (Largura): 2,24 m Calado: 0,50 m Peso sem motorização: 500 kg Tanque de água doce: 30 l Tanque de combustível: 100 l Motorização à gasolina 2 tempos: de 90 HP a 135 HP Motorização à gasolina 4 tempos: de 115 HP a 150 HP Capacidade: 7 pessoas
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fotos divulgação
DM340 Celebration A DM 340 marcou a retomada do famoso “casco marinheiro” no mercado brasileiro. Embarcação imponente, indicada para viagens, passeios turísticos e prática de esportes, conta com uma das mais amplas plataformas e pé direito interno da categoria. Esportiva, tem detalhes de design semehantes ao modelo de 20 pés que permitem uma navegação suave e estável. Lancha ágil, pode ser equipada com um ou dois motores (1x350HP a 400HP e parelha de 200HP a 300HP). A iluminação é toda em LED e a mesa da cabine é reforçada para reverter sofá em cama.
Comprimento: 10,30 m Pé direito: 2,05 m Boca: 3,28 m Plataforma: 5 m² Ângulo do casco: 15o Calado leve: 0,65 m Peso sem motorização: 2.950 kg Tanque de água doce: 300 l Tanque de combustível: 300 l ou 600 l Capacidade: 12 pessoas Pernoite: 6 ou 8 pessoas Motorização à gasolina: de 380 HP a 410 HP (1x) e de 225 HP a 350 HP (2x) Motorização a diesel: de 350 HP a 400 HP (1x) e de 220 HP a 300 HP (2x)
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Indústria Náutica SC
GUIA DE FABRICANTES
VAI DE CARRO OU DE BARCO? Com foco nos modelos menores, a Psari Boats aproveita a ascensão e a popularização do mercado náutico junto a um novo perfil de consumidor
C
Data de Fundação: 2007 Sede: Camboriú Funcionários: 13 www.psari.com.br
omprar o segundo carro ou
volveu projetos para outros estaleiros
um barco? É com essa pergun-
locais. A expertise da Rinaldi Yachts
ta que a Psari Boats, localiza-
Design deu ao modelo Psari 195 um es-
da no município de Camboriú, decidiu
paço interno incomum para a categoria,
apresentar seus modelos a um novo
equivalente a barcos de maior dimen-
perfil de consumidor náutico. Um qua-
são (como o de um 20 ou 21 pés), que
dro comparativo em seu site mostra que,
é o principal diferencial deste modelo.
em algumas comparações, um conjunto
O cockpit tem bancos individuais e gi-
completo (casco, mostagem e motor)
ratórios, sofás na popa (para quatro pes-
pode sair até um pouco mais barato do
soas) e na proa (para outras duas), mais
que um automóvel, numa faixa de R$ 54
uma mesa de centro. Uma capacidade
mil a R$ 66 mil. Com a aposta nos mo-
total para até oito pessoas a bordo.
delos de entrada, em especial com seu
A aceitação de seu modelo principal,
modelo de 19,5 pés, a empresa completa
que já teve 80 unidades vendidas, permi-
seis anos de existência com a marca de
tiu a evolução da série com o lançamento
100 embarcações vendidas. “Com es-
de um barco de 21 pés, em março deste
trutura modesta”, como define o sócio-
ano, como uma opção de upgrade para
-diretor Guilherme Weinmann, a Psari
quem já possui o carro-chefe da marca.
começou as atividades em Itajaí e com
Mais recentemente, a empresa está de-
produção terceirizada. Hoje conta com
senvolvendo uma lancha de 17 pés. “Era
13 funcionários, entre linha de produção
uma necessidade do mercado. Como
e administrativo.
a nossa 195 é um modelo único, mais
Barcos de entrada sim, mas desenha-
amplo, às vezes nos perguntavam sobre
dos por quem tem larga experiência no
a possibilidade de produzir um modelo
mercado: o engenheiro naval argentino
um pouco menor, com valor mais aces-
Ricardo Rinaldi, que também desen-
sível”, explica Wienmann.
Setembro de 2013
PSARI 195
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O principal modelo da Psari é esta lancha que, em 19,5 pés, tem atributos e porte de embarcações maiores. Ideal para navegação em águas abrigadas, tem um costado alto que dá uma navegação segura, mesmo em águas mais agitadas, e sem respingos em excesso. Desenho exclusivo do engenheiro Ricardo Rinaldi, a Psari 195 é uma das referências da categorias de lanchas de entrada também pela relação custo-benefício. Aceita motorização de 90HP a 150HP e tem capacidade para até oito pessoas durante o dia. Comprimento total: 5,87m Peso do casco: 580 kg Comprimento linha d’água: 5,03 m Lotação máxima: 8 pessoas Boca máxima: 2,30m Motorização: 90 HP a 150 HP Calado (sem motor): 0,40 m Tanque de combustível: 100 l Tanque de água doce: 30 l Pontal: 1,10 m Deslocamento: 1.800 kg Material do casco: fibra de vidro Ângulo V do casco: 18º
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PSARI 215 Esta lancha de 21,5 pés, evolução da Psari 195 tem como principal novidade uma cabine, com espaço confortável para duas pessoas, e banheiro. As plataformas de popa também ganham um generoso espaço e otimizam a área de circulação. Na proa, o solário permite mais um local para aproveitar o passeio. Durante o dia pode levar oito pessoas e, à noite, abriga um casal. Com projeto assinado pelo escritório Rinaldi Yacht Design, a lancha tem um design inovador e pode ser equipada com motorização entrre 115HP e 175HP de popa.
Comprimento: 6,41 m Boca: 2,30 m Capacidade (dia): 8 pessoas Capacidade (noite): 2 pessoas Pé direito da cabine: 1,42 m Tanque de combustível: 120 l Tanque de água doce: 50 l Peso do casco: 800 kg Ângulo V do casco: 18°
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Indústria Náutica SC
GUIA DE FABRICANTES
Ampliando limites na Grande Florianópolis Seis anos depois de começar a fabricar barcos, a Singular Boats expande sua linha de produção com uma nova sede em Paulo Lopes
Se conforto era o que Comin queria com seus barcos próprios, parece que o consumidor ficou satisfeito com o modelo de 28 pés que deu início à produção da empresa. Há dois anos, lançou a versão de 29 pés, com modelos
Data de Fundação: 2007 Sede: Palhoça Volume de produção: 12 barcos/ano Funcionários: 20 www.singularboat.com.br
A
Standard e Top, e projeta futuros bar-
seis anos, mas conta com a
ciais como o espaço para circulação,
experiência de longa data de Jair Co-
boca com três metros de largura, capa-
min, seu fundador, que tem mais de
cidade para quatro pessoas dormirem,
uma década de atuação no ramo, pres-
churrasqueira e motorização dupla (na
tando serviços de assistência técnica.
versão Top). Neste período, as 29 da
Depois de conhecer em detalhes o
Singular já tiveram 10 unidades vendi-
processo de produção de embarcações
das, 30% do total de embarcações co-
dos mais diferentes tamanhos, Comin
mercializadas pelo estaleiro.
Singular Boats entrou no
cos de maior porte. Os novos barcos
mercado náutico de lazer há
tiveram boa aceitação graças a diferen-
passou a buscar o modelo ideal, com
Por enquanto, a fábrica da Singular
dimensões, detalhes de conforto e de
ocupa uma área de 850m 2, tem capa-
espaço interno que não conseguia en-
cidade de produção de uma lancha por
contrar no portfólio de produtos de
mês e emprega 20 funcionários. Tanto
outros fabricantes.
o volume de produção quanto o núme-
Foi esta busca pelo barco “singular”
ro de empregos devem ser ampliados
que deu origem à empresa, atualmen-
com a operação da nova sede. E, claro,
te sediada em Palhoça, mas que até
com novos modelos para o mercado.
o início de 2014 deve se instalar em
No início de 2014, a Singular vai apre-
uma nova sede no município de Paulo
sentar a lancha de 26,5 pés, cujo pro-
Lopes, ampliando os limites do polo
jeto já está em desenvolvimento. Será
náutico da Grande Florianópolis (que
um modelo cabinado e bem espaçoso
já conta com diversas empresas insta-
para a categoria, que servirá também
ladas em Biguaçu, São José, Palhoça e
como impulso para a futura fábrica de
na Capital).
Paulo Lopes.
Setembro de 2013
Singular 280
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A lancha de 28 pés marcou a entrada da Singular Boats no mercado e se consolidou como a embarcação mais vendida da empresa, com 20 unidades navegando pelo país. Sua aceitação no mercado permitiu a evolução da linha, com o desenvolvimento dos modelos com 29 pés. Entre os opcionais que podem ser agregados à Singular 280, estão TV, CD/DVD player e sistema de som. Durante o dia, tem capacidade para até 10 pessoas e 4 para pernoite. A motorização adequada é de 300 HP a 380 HP, com opção de dupla (2x 120 HP a 260 HP).
Peso total (TPB): 2,5 ton Calado: 0,50 m Combustível: 300 litros Capacidade: 10 pessoas Pernoite: 4 pessoas Boca: 3,0m Pé direito da cabine: 1,80 m Pé direito do banheiro: 1,75 m Classificação: mar aberto e costeira Água potável: 180 litros Comprimento: 8,55 m Motorização: 1x 300 HP - 380 HP ou 2x 120 HP - 260 HP
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fotos divulgação
Singular 290 Top As duas versões das lanchas da Singular são desenvolvidas no mesmo casco, porém a 290 conta com alterações como a plataforma mais ampla com uma extensão em fibra, janelas retangulares na lateral, proporcionando mais luz natural no interior da cabine, ampliação no solário do cockpit, cortinas divisórias de ambientes no interior e criação do espaço gourmet na popa, o que vinha sendo muito solicitado pelo público. Outro diferencial da 290 Top é que ela vem equipada com mais acessórios nos itens de série (sistema de áudio e vídeo por exemplo), além de opcionais como churrasqueira (elétrica ou a carvão) e aparelho de ar condicionado.
Peso total (TPB): 2,5 ton Calado: 0,50 m Combustível: 300 litros Capacidade: 10 pessoas Pernoite: 4 pessoas Boca: 3,0 m Pé direito da cabine: 1,80 m Pé direito do banheiro: 1,75 m Classificação: mar aberto e costeira Água potável: 180 litros Comprimento: 8,9m Motorização: 1x 300 HP - 380 HP ou 2x 120 HP - 260 HP
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Indústria Náutica SC
GUIA DE FABRICANTES Top Line Yachts
Mastro D’Ascia
Brasboats
Sediada em Biguaçu, a empresa
O estaleiro de Florianópolis é es-
Fundada em 1999, fabrica lanchas
surgiu em 2010 com um modelo úni-
pecializado em catamarãs multiuso
para os amantes da pesca esportiva,
co e voltado para o mercado de alto
para transporte, trabalho, resgate e
sem deixar de lado o consumidor de
padrão, a lancha 410 HT, com proje-
cabotagem. Fundado em 2011, produ-
barcos de passeio. Quatorze anos
to desenvolvido por Ademir “Popó”
ziu quatro unidades no primeiro ano
após sua criação, a empresa localiza-
Lima, que durante 30 anos trabalhou
de atividades da fábrica localizada na
do no distrito industrial de Palhoça
com construções náuticas de grande
Caieira da Barra do Sul. Produz três
já fabricou 542 unidades, emprega 18
porte em Porto Alegre. Com 20 fun-
modelos: o Nomad (embarcação ca-
funcionários e conta com representan-
cionários, a Top Line produz uma mé-
binada e homologada para utilização
tes nos principais mercados do país.
dia de oito unidades por ano e desti-
em mar aberto, com capacidade para
Com produção anual em torno de 40
na a maior parte da produção para os
10 pessoas durante o dia), o Nomad
unidades, a Brasboats trabalha com
mercados de Santa Catarina e Paraná.
WA e o Nomad 7CC, ambos abertos
cinco modelos de embarcação: as Fly
A ampliação da linha para além do
com console central de duplo posto
Fish de 17, 19, 21, 23 e 29 pés, todas
modelo de 41 pés está nos planos da
de comando. Todos possuem casco
produzidas sob orientação de um en-
empresa, que já estuda projetos para
hidrodinâmico para permitir uma na-
genheiro naval. O próximo projeto é
embarcações de maior e menor porte. www.toplineyachts.com.br
vegação mais estável. www.mastrodascia.com.br
desenvoler um modelo de 26 pés.
Century Yachts
BB Barcos
Estaleiro Krause
A empresa entrou no mercado há
Com 30 anos de história, chegou a
Um dos pioneiros do mercado
dois anos com um modelo único de
Santa Catarina apenas em setembro
náutico uruguaio, o Estaleiro Krau-
lancha de 30 pés, que já teve dez uni-
de 2011. Sediada em Imbituba, a BB
se chegou ao Brasil há 12 anos, se
dades vendidas. A estratégia do esta-
começou em Porto Alegre na déca-
instalando primeiro em Florianópo-
leiro localizado em Itajaí foi apostar
da de 1980 e produz hoje veleiros e
lis e recentemente mudando a fábri-
em um tamanho de barco que não
catamarãs para lazer e transporte de
ca para Palhoça, onde produz seis
tinha tanta concorrência no mercado,
passageiros. Boa parte da produção
modelos de lanchas de 16 a 24,5 pés
diferente das embarcações de menor
é enviada para o norte do país, onde
– especialmente para lazer e uso es-
porte (entre 15 e 26 pés), que têm inú-
há maior demanda por deste tipo de
portivo – com preços a partir de R$ 6
meras opções. A Century 300, com
embarcação. Reduzir um pouco a
mil. Com cinco funcionários e o tra-
motor de 300 HP, teve boa aceitação
distância de seus clientes – além de
balho de outros oito terceirizados,
do mercado, com vendas para esta-
estar mais perto do mar – foi o que
sua capacidade produtiva fica entre
dos como São Paulo, Distrito Federal,
levou a empresa a se estabelecer no
40 e 50 barcos por ano. O estalei-
Pará e Piauí. O estaleiro projeta um
litoral catarinense. Hoje, produz qua-
ro começou em 1981, no Uruguai, e
novo modelo, uma lancha cabinada
tro modelos: veleiros de 36 e 42 pés e
mudou o mercado local ao se con-
de 21 pés, para buscar um público de
catamarãs de 41 pés e de 60 pés, que
centrar na produção de embarcações
entrada.
comporta até 120 passageiros.
de pequeno porte.
www.centuryachts.com.br
www.bbbarcos.com
www.brasboats.com.br
www.estaleirokrause.com.br
Setembro de 2013
Sea Crest
Sail Master
Lancer Yachts
O segmento de barcos para pesca
A empresa fabrica embarcações em
A Lancer Yachts estreou no merca-
esportiva é o foco do estaleiro que se
Santa Catarina desde 1998, quando
do em 2011 com um barco de 27 pés,
estabeleceu em São José em 1998 e
foi adquirida pela Navalmar, mas a
lançcado depois de uma pesquisa de
que conta com filial no estado ame-
marca Sail Master existe há 25 anos e
mercado para definir que perfil de
ricano da Flórida, para onde expor-
se consolidou nos mercados do Bra-
lancha teria melhor procura por par-
ta parte da produção. Com mais de
sil (onde já vendeu mais de três mil
te dos consumidores. Com um dese-
40 funcionários, produz anualmente
unidades) e da Argentina, onde sua
nho moderno, a Lancer 277 é um dos
cerca de 280 cascos de 15 a 36 pés,
história começou e onde já vendeu
maiores barcos na sua categoria, com
divididos entre a linha Adventure e
cerca de oito mil barcos. Seu foco é a
espaço interno equivalente a uma
Fishing. Em 2009, o modelo Fishing
produção de botes infláveis e semi-rí-
lancha de 30 pés. Desde o lançamen-
215 foi eleito como o melhor barco
gidos, para passeio, trabalho, esporte
to, já foram vendidas 30 unidades. A
de pesca do país. Hoje, o barco mais
e transporte aquaviário. A produção
Lancer fabrica dois barcos por mês no
vendido é o Fishing 245, de 24,5 pés,
anual fica em torno de 300 barcos e
estaleiro localizado em Palhoça, que
mas a empresa conta com um mode-
a fábrica conta com seis funcionários.
conta com 18 funcionários. Para os
lo de 36 pés, com capacidade para 10
Ao todo, a empresa produz 10 mode-
próximos anos, projeta o lançamento
pessoas (dia) ou quatro (pernoite). www.seacrestboats.com.br
los de embarcações. www.sailmaster.com.br
de uma lancha de 32 pés. www.lanceryachts.com.br
Zeta Yachts
Catarina Yachts
Dream Boats
A Zeta Yachts começou há três
O estaleiro com sede em Itajaí se
A produção da empresa de Jara-
anos em Palhoça, mas apresentou
destaca por produzir barcos customi-
guá do Sul é concentrada nas em-
seus modelos ao mercado apenas
zados de grande porte (não tem pro-
barcações fabricados com a técnica
em 2012, com o lançamento dos bar-
dução em série) e peças para indús-
artesanal do streep planking, que
cos de 26 e 28 pés voltados para o
tria náutica. Fundado em 2006, foi o
consiste na colagem de sarrafos de
mercado de pesca. Desde que ini-
primeiro fabricante a contar uma má-
madeira em torno de um molde do
ciou a produção, já vendeu 18 embar-
quina fresadora na linha de produção-
casco, que depois é coberto com fi-
cações e está produzindo duas por
Mesmo com boa parte dos processos
bra de vidro e resina epóxi. No aca-
mês. Com seis funcionários na linha
automatizados, conta hoje com 20
bamento, são aplicadas camadas de
de produção – e capacidade para
funcionários e é muito procurado por
verniz marítimo com filtro solar. A
aumentar para até três barcos fabri-
quem quer um barco de grande porte
empresa trabalha com três modelos:
cados por mês – a Zeta está inves-
– geralmente acima de 60 pés – mas
uma canoa tipo canadense para duas
tindo agora na ampliação da rede de
busca exclusividade. O cliente contra-
pessoas, uma canoa individual ideal
representantes pelo país e já conta
ta um projetista e a empresa se encar-
para áreas com vegetação superficial
com presença nas cidades de Floria-
rega da execução. Entre os trabalhos
e um barco de 13,5 pés, também in-
nópolis, Belém (PR), Ilha Bela (SP) e
recentes estão duas encomendas de
dividual, destinado para quem preci-
Simões Filho (BA). www.zetaestaleiro.com.br
projetos para fora do país. www.catarinayachts.com
sa de mais espaço. www.dreamboats.com.br
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54 Indústria Náutica SC
TECNOLOGIA & produtos
SYSMARINE Seu barco na palma da mão O Sysmarine Adriatic é o primeiro sistema de automação para embarcações de passeio desenvolvido no Brasil. Fácil de usar e com um design moderno, permite o controle elétrico, como ilufotos divulgação
minação, vidros elétricos, hard top e lift de TV, visualização de câmeras de segurança e posição do barco à distância e acompanhamento de rotas através de cartas náuticas digitais. Possui ainda sistema multimídia multiambiente com vídeo Full HD, que pode ser controlado por iPhone ou iPad. fotos Divulgação
GARMIN Assistente de pulso para navegadores A Garmin traz ao Brasil o relógio náutico quatixTM, habilitado com GPS. O modelo conta com recursos marítimos de navegação, controle
EASYCHOPP Combustível para a festa
remoto de equipamentos Garmin, ativação auto-
A EasyChopp – Chopeira Elétrica é
mática de MOB e transmissão de dados NMEA
uma solução prática para ter o chope
2000. Altamente preciso, inclui altímetro de
sempre gelado a bordo. É compatível
ajuste automático, barômetro, bússola de 3 ei-
com todos os barris de cinco litros
xos, sensor de temperatura e tabela de marés.
existentes no mercado mundial. O
Além disso, foram incorporadas funções para
sistema “Peltier” de refrigeração
vela, como cronômetro de contagem regressi-
mantém a cerveja sempre abaixo de
va, linha de partida virtual e modo assistente
3°C. Para uma cerveja mais cremosa
de rumo. Ele também pode compartilhar dados
como um chopp, o EasyChopp vem
sem fio com outros produtos compatíveis e per-
equipado com um compressor e uma
mite planejar roteiros em casa por meio de um
válvula adaptadora para barris não
software de planejamento marítimo.
pressurizados.
Setembro de 2013
RAYMARINE Mapeando o fundo do mar A Dragonfly DownVision, da Raymarine, é a primeira sonda de imagens em alta resolução e com tecnologia Chirp voltada para o mercado náutico e de pesca. Esta tecnologia transmite em um amplo espectro de frequências, garantindo maior nitidez. O equipamento consegue captar imagens a até 183 metros de profundidade e tem sensor de temperatura e GPS integrados. Pode ser utilizado com cartografia em microSD da Navionics Silver, Gold e HotMaps. A interface com o usuário é feita por display VGA de 5,7’, opticamente protegido para proporcionar visibilidade máxima mesmo sob o sol.
PIERPLAS Solução criativa para atracação Produzido no Brasil pela PierPlas, de Caixas do Sul (RS), o pier flutuante é um produto inovador fabricado em módulos de plástico injetado, medindo 50x50x42 cm. Capaz de suportar até 360 kg/m 2 na água, o pier acompanha a mudança de nível das marés e possui propriedades antiestáticas e anti-UV. Com uma vida útil três vezes superior ao similar em madeira, tem montagem rápida, prática e limpa e possibilita a atracação em vaga molhada ou seca. Por ser modular, permite a flexibilidade para montagem em diferentes formatos e dimensões.
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56 Indústria Náutica SC
EVENTOS
Rio Boat Show Os estaleiros catarinenses se destacaram na última edição do evento apresentando desde barcos de entrada até iates milionários, em uma amostra da diversidade e da qualidade da produção local
edição de 2013 do maior
A
Segundo maior polo náutico do país,
salão náutico a céu aber-
Santa Catarina se impôs no Rio Boat
to no país mostrou toda a
Show não só pela quantidade, mas
competitividade da indústria náutica
pela qualidade: o maior iate desenvol-
catarinense, responsável por alguns
vido no Brasil – o Schaefer 800, de 80
dos maiores e mais vendidos barcos
pés – foi uma das principais atrações
apresentados na feira. No total, 16
da feira, assim como a Azimut 70, da
empresas instaladas em Santa Cata-
italiana Azimut Benetti, que agora
rina participaram do Rio Boat Show,
é produzida em Itajaí. Mas não fo-
o
que aconteceu entre 25 de abril e 1
ram só embarcações milionárias que
de maio no Pier Mauá, zona portuá-
se destacaram. Barcos de entrada,
ria da capital fluminense. Reunindo
como a linha de modelos de 16 a 31
estaleiros, representantes de marcas e
pés do estaleiro Fibrafort, de Itajaí, e
lojistas, o evento contou com 100 ex-
os lançamentos Evolve 270 da Ocean
positores e 230 barcos expostos numa
Life e FS 180, da FS Yachts, também
infraestrutura de 45 mil m .
atraíram a atenção dos visitantes que
2
Setembro de 2013
57
fotos Gianne Carvalho
Dezesseis empresas instaladas em Santa Catarina participaram do maior salão náutico a céu aberto do Brasil, realizado em abril no Pier Mauá
O empresário Marcio Schaefer, proprietário da Schaefer Yachts, aproveitou o evento para apresentar dois novos modelos ao mercado
A Ocean Life exibiu o seu Evolve 270, com itens de série que vão desde para-brisa em vidro temperado até pia com geleira térmica iluminada no cockpit
58 Indústria Náutica SC
EVENTOS Como termômetro do mercado, o Rio Boat Show projeta um aumento de 5% no mercado náutico nacional para este ano fotos Gianne Carvalho
procuravam seu primeiro barco. No segmento de médio porte, as Sundancer 350 e 370, que passam a ser produzidas pela Brunswick em Joinville,
Os modelos Sundancer 350 e 370, produzidos em Santa Catarina pela Brunswick, foram destaque no segmento de embarcações de médio porte
e os modelos de 40 pés da Armada (400 Grand Coupé) e da Sessa Marine Brasil (C40), também representaram a produção catarinense no Rio.
Indústria consolidada Para quem é do setor, o crescimen-
gócios, superando os R$ 270 milhões registrados em 2012.
Missão pela qualificação
to e o amadurecimento da produção
O evento carioca também mostrou
náutica do estado não surpreende. “A
que as empresas catarinenses tive-
produção e a qualidade dos estalei-
ram resultado superior à expectativa
Além dos estaleiros, uma comitiva
ros catarinenses está consolidada há
nacional de crescimento para o setor.
com representantes de 15 empresas
alguns anos. Começou por volta de
A Sessa Marine Brasil, por exemplo,
catarinenses esteve no Rio a convite
2008 e se firmou em 2010, quando os
divulgou um resultado de R$ 16 mi-
do Sebrae/SC e do governo do Es-
estrangeiros começaram a investir no
lhões em negócios, um crescimento
tado de Santa Catarina, como parte
estado”, afirma Marcio Dottori, dire-
de 60% em comparação aos R$ 10
do programa Nova Economia @SC.
tor técnico do Rio Boat Show. Apesar
milhões registrados no ano passado.
Além de prospectar clientes, a missão
da diferença para o líder São Paulo
Esta foi a terceira vez que a empresa
apresentou produtos e serviços cata-
ainda ser grande, Santa Catarina está
participa do evento carioca. “O Rio
rinenses a empresas e fornecedores
crescendo muito mais”, opina Dotto-
Boat Show terminou com resultados
de todo o país. “O propósito é intro-
ri, que prevê um aumento de 5% no
promissores. Além do aumento nos
duzir as micro e pequenas empresas
mercado náutico nacional este ano,
negócios, nosso estande teve 24% a
catarinenses no mercado, participan-
frente a 2012. Este leve incremento
mais de visitantes”, afirmou Massimo
do de feiras e eventos e aumentando
também foi registrado nos números
Radice, diretor da Sessa Marine e res-
a oportunidade de fechar negócios”,
finais do Rio Boat Show, que gerou
ponsável pelo projeto de implantação
afirma Roberto Tavares, coordena-
um total de R$ 276 milhões em ne-
da empresa no Brasil.
dor do projeto.
Setembro de 2013
59
SCHAEFER
Lançamentos fazem sucesso
Em um estande muito visitado pelo público, a Schaefer Yachts apresentou dois novos modelos e contabilizou um total de 28 embarcações comercializadas durante a feira
VOLUME de negócios fechados na rio boat show (em reais)
2012
2013
270
276
milhões
No estande da Fibrafort, a variedade de modelos e as condições facilitadas de pagamento atraíram o consumidor e fizeram a empresa vender 20% a mais do que havia previsto
milhões
A Schaefer Yachts, que levou ao Rio Boat Show o maior barco produzido no Brasil – a lancha Schaefer 800, de 80 pés – vendeu 28 embarcações durante a feira, com destaque para a Phantom 300, barco de 30 pés que vendeu 11 unidades. Os modelos mais visitados do estaleiro foram os lançamentos apresentados no Rio: a Schaefer 800 (que custa a partir de R$ 12 milhões e já tem quatro unidades encomendadas) e a Phantom 400. Para este ano, a empresa espera crescer 15%, acima da média nacional do setor.
FIBRAFORT
Desempenho além das metas A Fibrafort, de Itajaí, que produz cerca de mil embarcações por ano, também saiu satisfeita do salão náutico do Rio. “A participação foi muito boa e conseguimos superar nossa meta de vendas em 20%”, diz Márcio Ferreira, presidente do estaleiro. No total, a empresa vendeu 50 barcos, sendo que oito foram do lançamento apresentado na feira: o Focker 265 Open, uma lancha de 26,5 pés com proa aberta e acessórios como porta-objetos e guarda-sol.
60 Indústria Náutica SC
opinião
Otto Aquino Jornalista, diretor de redação da Revista Náutica e escreve sobre barcos e o mundo náutico há quase dez anos
O show que te espera
Schaefer 800, classificada pelos seus criadores como “o primeiro iate inteiramente projetado e construído no Brasil”. Assim como a Fibrafort e FS Yachts, que tem planos para ampliar suas instalações e lançar novos modelos. São ótimas notícias também para quem
A
está pensando em comprar um barco, pois a
maioria dos estaleiros de barcos
concorrência aumenta a qualidade geral dos
de lazer de Santa Catarina, um dos
barcos oferecidos — especialmente o dos
mais importantes polos náuticos do
nacionais, que, com a participação ativa dos
Brasil, lançou ou está preparando novidades para o mercado, o que irá tornar a oferta de embarcações nos próximos Boat Shows ainda mais atraente. Santa Catarina tornou-se a bola da vez para o mercado náutico. Atualmente, há mais de 20 estaleiros, entre estrangeiros e nacionais, o que dá às terras catarinenses o status de estado brasileiro com a maior quantidade de fabricantes de barcos de lazer. E muitos outros
Santa Catarina tornou-se a bola da vez para o mercado náutico e ganhou o status de estado brasileiro com a maior quantidade de fabricantes de barcos de lazer.
estrangeiros, ficam obrigados a elevar também o nível dos seus produtos. O entusiasmo que ronda os fabricantes de barcos catarinenses é tão grande que pode ser visto com a quantidade (e qualidade) dos novos barcos, entre lanchas, veleiros e iates, apresentados nos últimos anos — além dos futuros modelos que muitos dos fabricantes da região pretendem lançar nos próximos meses — nos dois maiores acontecimentos
querem produzir e vender seus barcos aqui.
náuticos do país e que acontecem todos os
De certa forma, o crescimento do mercado
anos, os salões náuticos São Paulo Boat Show
náutico catarinense fortaleceu os estaleiros
e Rio Boat Show, que fazem parte do mesmo
nacionais e também abriu espaço para a entrada
grupo que edita a revista Náutica, a maior,
de marcas estrangeiras. Se, no passado, a via preferencial de entrada de barcos estrangeiros
American Boat, também de Joinville. Além de abrigar um dos trechos mais
mais conceituada publicação sobre barcos do país, com 25 anos de história.
era a simples importação, isso hoje mudou.
bonitos do litoral brasileiro para se
A razão está na equação do custo: com taxas
navegar, outro fator que torna interessante
Show, no Rio de Janeiro, perdeu uma grande
altas de importação é praticamente impossível
a abertura de fábricas de barcos em
oportunidade de conhecer a produção
igualar o preço de um barco feito aqui. Para
Santa Catarina são os incentivos fiscais
catarinense. Mas, calma, porque haverá outra
ser mais competitivo em preço, só mesmo
para atrair indústrias e gerar empregos,
boa chance. As principais marcas catarinenses
produzindo no Brasil, como já estão fazendo,
como a concessão de reduções do ICMS.
(Sessa Marine, Azimut Yachts, Bayliner, Sea
por exemplo, a marca italiana Sessa Marine e
Os antigos e os recém-inaugurados
Ray, Chris Craft, Fibrafort, Schaefer Yachts,
o grupo americano Brunswick, que inaugurou
fabricantes nacionais de barcos de Santa
FS Yachts e Evolve Boats) já confirmaram
uma gigantesca fábrica em Joinville. Outros
Catarina, obviamente, estão enfrentando
presença, em outubro, no São Paulo Boat
fabricantes estrangeiros de barcos estão
a concorrência de igual para igual,
Show. Isso quer dizer que novos barcos vão
de olho na boa maré que assola o mercado
melhorando sua gestão e projetando
pintar no mercado, mostrando que a região de
náutico catarinense, como no caso das lanchas
novos barcos. É o caso, por exemplo, da
Santa Catarina está cada vez crescendo mais
americanas Chris Craft, importadas pela
Schaefer Yachts, que lançou a novíssima
— e não apenas no tamanho dos cascos.
Quem não visitou o mais recente Boat
Setembro de 2013
opinião
61
Glauco José Côrte presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC)
As oportunidades que vêm do mar
indústria catarinense. Em sua primeira etapa, o trabalho reuniu mais de 400 lideranças catarinenses para analisar tendências, identificar oportunidades e selecionar os segmentos mais promissores para que os setores público
S
Divulgação
anta Catarina é um Estado
e privado concentrem esforços. Recente estudo da FIESC levantou as
singular em seus recursos
oportunidades na cadeia de petróleo
naturais, dentre os quais
e gás para o Estado. Quando se avalia
merece destaque o litoral. Mas é um
esse segmento, os números são sempre
lugar diferenciado também em relação
impressionantes. Os investimentos da
aos seus empreendedores, os quais,
Petrobras na área estão previstos em
independentemente das condições de
mais de US$ 200 bilhões até 2016. Ao
infraestrutura ou de apoio do setor
lado das empresas de base tecnológica,
público, criam e desenvolvem empresas
a Organização Nacional do Petróleo
criativas, inovadoras, vencedoras. O setor
(Onip), que realizou o trabalho, apontou
náutico é um exemplo disso e tem ainda
a construção de barcos de apoio e reparo
um grande potencial a ser explorado.
naval como alternativas atrativas para
Hoje, o segmento possui mais de 50
Santa Catarina no curto prazo.
indústrias, com 4,1 mil trabalhadores,
A FIESC lançou no começo deste ano
que já respondem por quase 1% do valor da transformação industrial do Estado. A previsão é que esses números aumentem, com novos investimentos. Navegantes e Itajaí concentram o maior número de empresas construtoras de embarcações. Em Itajaí está a Detroit Brasil, estaleiro líder na América Latina em construção de rebocadores, que gera mais de 800 empregos diretos. Na Grande Florianópolis, a trajetória da Schaefer Yachts, do industrial Márcio Schaefer, é uma referência em embarcações para lazer. Não é à toa que o Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense,
o Comitê de Petróleo e Gás, para discutir
Não é à toa que o Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense, da FIESC, elencou a economia do mar como um dos setores portadores de futuro para a indústria catarinense.
as oportunidades para a indústria no Estado, com o fornecimento de bens e serviços para essa cadeia. Além de elevar a participação catarinense no setor, a iniciativa pretende potencializar a capacidade industrial e promover maior articulação entre universidades, centros de pesquisas e empresas, buscando o desenvolvimento tecnológico local. Entre os desdobramentos, já tivemos rodadas de negócios para empresas do setor. Por tudo isso, podemos dizer que Santa Catarina se prepara para uma nova fase de desenvolvimento sustentável,
que está sendo elaborado pela FIESC,
a partir da economia do mar. E o mais
elencou a economia do mar como um
importante: o resultado será mais
dos setores portadores de futuro para a
qualidade de vida para os catarinenses.
100 100
MAISMAIS DE DE RODOVIAS RODOVIAS EM OBRAS EM OBRAS
2.000 2.000 kmkm
MAIS MAIS DE DE DE OBRAS DE OBRAS EM ESTRADAS EM ESTRADAS
INVESTIMENTO INVESTIMENTO DE MAIS DE DE MAIS DE
33
R$ R$BILHÕES BILHÕES
OBRAS OBRAS EM TODAS EM TODAS AS AS REGIÕES REGIÕES DO ESTADO DO ESTADO
OOPACOTE PACOTEDE DEOBRAS OBRAS QUE QUEVAI VAIMUDAR MUDARAAVIDA VIDA DOS DOSCATARINENSES CATARINENSES No maior No maior investimento investimento em infraestrutura em infraestrutura de nossa de nossa história, história, o Governo o Governo de Santa de Santa Catarina Catarina vai vai trazer trazer maismais oportunidades, oportunidades, maismais segurança, segurança, maismais empregos, empregos, maismais agilidade, agilidade, maismais tempo tempo parapara vocêvocê trabalhar, trabalhar, estudar, estudar, se divertir. se divertir. Através Através de obras de obras comocomo a pavimentação a pavimentação completa completa da Serra da Serra do Corvo do Corvo Branco, Branco, o novo o novo acesso acesso ao sul aoda sulIlha da Ilha de SC deeSC Aeroporto e Aeroporto Hercílio Hercílio Luz,Luz, a duplicação a duplicação da Avenida da Avenida Santos Santos Dumont Dumont em Joinville, em Joinville, a Via a Rápida Via Rápida entre entre Criciúma Criciúma e a eBR-101, a BR-101, a nova a nova ligação ligação entre entre Tangará Tangará e Campos e Campos Novos, Novos, a restauração a restauração da da rodovia rodovia Fraiburgo-Videira-Luzerna, Fraiburgo-Videira-Luzerna, recuperação recuperação da rodovia da rodovia em Chapecó em Chapecó - Goio-Ên - Goio-Ên e pavimentação e pavimentação de Romelândia de Romelândia a Anchieta, a Anchieta, entreentre muitas muitas outras. outras. É mais É mais respeito respeito com com você.você. E com E com todos todos aqueles aqueles que que querem querem crescer crescer juntojunto com com Santa Santa Catarina. Catarina. Conheça Conheça e acompanhe e acompanhe todastodas as obras as obras em sc.gov.br/pactoporsc em sc.gov.br/pactoporsc
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