Chapecó é #1

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´ ´ Chapeco e nº1 Agosto 2012

Notícias do Dia O melhor para quem vive a cidade

Para conhecer mais sua cidade

Panorâmica

Oportunidades no setor imobiliário e excelência na área de saúde Horizontes

O potencial do turismo de negócios e a evolução da educação superior Almanaque

Gastronomia, cultura, esporte e natureza encantam moradores e visitantes

95 anos

EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO

CRESCENDO RÁPIDO, CHAPECÓ CONSOLIDA-SE COMO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL




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Editorial

´e

CHAPECO´

Uma publicação do Grupo RIC PRESIDENTE

Mário J. Gonzaga Petrelli

Grupo RIC/SC VICE-PRESIDENTE-EXECUTIVO

Marcello Corrêa Petrelli DIRETOR COMERCIAL

Reynaldo Ramos DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO

Albertino Zamarco Jr. DIRETOR OPERACIONAL

Paulo Hoeller DIRETOR REGIONAL CHAPECÓ

Marco Salgado DIRETOR DE REDAÇÃO NOTÍCIAS DO DIA

Luís Meneghim

Revista CHAPECÓ É COORDENADOR-GERAL, EDIÇÃO DE ARTE, DIAGRAMAÇÃO E FOTO DE CAPA

Victor Emmanuel Carlson GERENTE COMERCIAL

Roberto Winter EDITOR-EXECUTIVO

Diógenes Fischer REPORTAGEM

Lilian Simioni, Lisiane Kerbes, Patrícia Dal Berto e Victor Emmanuel Carlson FOTOGRAFIA

Tarla Wolski e Victor Emmanuel Carlson DISTRIBUIÇÃO

Roberto Winter e Francielli Kosczinski REVISÃO

Sérgio Luiz Meira IMPRESSÃO

Gráfica Coan www.ndonline.com.br/revistaChapecoE Rua Sete de Setembro, 1.920D – Presidente Médici CEP 89806-150 – Chapecó/SC Fone (47) 3319-2500

Uma cidade que alça voos para o futuro É nítida a evolução de Chapecó na última década. O forte desenvolvimento econômico se percebe nas ruas da cidade, com o comércio pujante e o primeiro shopping center, na diversificação da economia e na variedade de restaurantes. Os efeitos do crescimento trouxeram mais qualidade de vida para a população e transformaram Chapecó em uma cidade moderna. Hoje o município completa 95 anos de fundação e, para comemorar esta data, o Grupo RIC, por meio da Editora Notícias do Dia, presenteia a comunidade com a revista Chapecó É. Temos orgulho de fazer parte dessa história nos últimos 25 anos – tempo em que a RICTV Record de Chapecó vem contribuindo para o desenvolvimento local. Chapecó É começa com um breve histórico da formação da cidade, citando algumas das famílias que ajudaram a construí-la, desbravando o território com trabalho árduo e pioneirismo. Gente que transformou a região na Capital do Oeste Catarinense e cujo exemplo se perpetua como modelo de empreendedorismo, dedicação ao trabalho e aos valores da livre iniciativa. Ao produzir esta edição de Chapecó É constatamos uma cidade próspera com várias instituições de ensino superior, hospitais que são referência, um setor de construção civil em expansão e uma classe empresarial atuante. A cidade é também a capital catarinense dos eventos de negócios, que não param de crescer. O retorno às operações do aeroporto, reformado e ampliado, além de vital para a economia local, parece combinar com o momento da cidade, que alça voos para um futuro de crescimento e desenvolvimento. É nesse clima de entusiasmo que presenteamos os chapecoenses com a revista Chapecó É. Feliz Aniversário!

Marcello Corrêa Petrelli Vice-Presidente-Executivo Grupo RIC/SC

Notícias do Dia O melhor para quem vive a cidade

“Os efeitos do crescimento trouxeram mais qualidade de vida para a população e transformaram Chapecó em uma cidade moderna.”

Programa de sustentabilidade

Foram plantadas 500 árvores para a produção desta revista



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Índice

Chapecó 95 anos

Horizontes

Impulso desbravador........................................................8

Dos negócios à tradição..................30

Almanaque O Verdão contra-ataca...................40 Esbanjando simpatia......................46 Foco na comunidade.......................48 Divulgação

Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina (CEOM)

Oportunidades para aprender.........36

A saga das famílias que participaram do desenvolvimento da região

RICTV comemora 25 anos de atuação em Chapecó

Panorâmica

Sabores de Chapecó.......................54

Urbanização acelerada...................................................20 Victor Carlson

Victor Carlson

A capital do Oeste...........................................................12

Toda a diversidade e o sabor da gastronomia local Condomínios fechados são um exemplo da expansão do setor imobiliário

Fazendo o bem com boa música......60

Saúde para crescer........................................................26

O coração da cidade é verde...........64

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Chapecó 95 anos Acervo Victorino Zolet

Primeira vista aérea de Chapecó, registrada em dezembro de 1956. Ao fundo, a Catedral recém-inaugurada e suas torres de 40 metros

Impulso desbravador EM MEIO ÀS DIFICULDADES DE UMA TERRA DESCONHECIDA, FAMÍLIAS DE COLONOS CONSTRUÍRAM A CIDADE QUE HOJE CONHECEMOS COMO CHAPECÓ Texto Lisiane Kerbes e Victor Carlson

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ocupação tardia do Oeste Catarinense foi resultado de décadas de conflitos e disputas pelo território. A Guerra do Contestado, a disputa com o Paraná e com os argentinos pelo território do Oeste desistimulavam a colonização da região. Para assegurar os domínios no Oeste o governo fomentou a instalação de colônias militares como a de Chapecó, em 1882, onde hoje fica Xanxerê. Enquanto isso, a disputa

com a Argentina era resolvida pelo presidente dos Estados Unidos, Grover Stephen Cleveland, convidado como mediador do conflito. Cleveland deu ganho de causa ao Brasil, convencido pelo Ministro do Exterior, o Barão do Rio Branco, em 1895. Somente com o fim da Guerra do Contestado em 1915, e da disputa entre Santa Catarina e o Paraná em 1917, após intervenção do Presidente Venceslau Braz, é que teve início a colonização do Oeste Catarinense.

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Impulso desbravadorChapecó 95 anos

9 Livro Ernesto Bertaso, de Verona a Chapecó, de Maria Adelaide Pasquali Hirsch. Editora Argos.

A integração definitiva do Oeste ao território de Santa Catarina atraiu o interesse pelas terras. Até esse momento, esta região do estado era escassamente povoada. Para legitimar a posse das propriedades, o governo passou a incentivar a criação de empresas colonizadoras para a ocupação do território. Esse foi um fator importante para o impulso migratório dos descendentes de italianos e de alemães do Rio Grande do Sul. Em Chapecó, a grande protagonista foi a Companhia Colonizadora Bertaso, do ex-caixeiro viajante nas colônias gaúchas, Ernesto Francisco Bertaso, nascido na Itália. Visionário, Bertaso percebeu a grande oportunidade aberta com o fim dos conflitos e a necessidade de expansão das colônicas gaúchas para outros territórios. Ele comprou as terras dos herdeiros da Baronesa de Limeira no Paraná e espalhou cartazes da área no interior gaúcho.

CHAPECÓ FOI FUNDADA EM 25 de agosto de 1917, com a chegada das primeiras famílias de colonos gaúchos em busca de novas oportunidades. Naquela época, terra era o que não faltava. Na data de sua criação, o município contava com uma área de mais de 14 mil quilômetros quadrados. Os primeiros anos de colonização foram muito difíceis. Não havia estradas e as famílias que chegavam iam abrindo picadas para a passagem dos animais e das carroças com as mudanças. A disponibilidade de terras férteis com condições de pagamento facilitadas, associada à escassez de terras no Rio Grande do Sul, atraiu muita gente para Chapecó. As primeira famílias que chegaram em Passo dos Índios – antigo nome da colônia – viviam basicamente da agricultura. Com trabalho árduo, empreendedorismo e pioneirismo, estes

Cartaz de propaganda distribuído no Rio Grande do Sul pela empresa de Ernesto Bertaso colonos foram construindo suas vidas com o que conseguiam tirar da terra. Com o passar do tempo, a extração de madeira das vastas florestas de pinheiros tornou-se a principal atividade econômica até aproximadamente 1950. A maior parte da madeira era exportada para a Argentina. Os troncos eram transportados pelo rio Uruguai em balsas até São Tomé, na Argentina, onde eram comercializados. O forte vínculo de Chapecó com as tradições gaúchas vem desde os primeiros anos de colonização e foi mantido pelos filhos dos imigrantes que vieram do Rio Grande do Sul. A C H A P E C Ó É

trajetória dessa gente, os desbravadores do Oeste, se confunde até hoje com a história de Chapecó. É o caso da família Zandavalli, cujo patriarca Antônio Zandavalli veio da Itália para se instalar em Garibaldi (RS). Com a família já constituída, comprou 200 colônias de terra no Oeste catarinense e doou para os quatro filhos homens. Um deles, Emílio Zandavalli, veio para Chapecó em 1927 e passou a trabalhar com a comercialização de madeira. Já a família de André Marafon chegou em 1937, fixando-se inicialmente em Concórdia, onde mantinha uma


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Chapecó 95 anos4Impulso desbravador Acervo Victorino Zolet

Membros da família Marafon na Rua Pio XII, durante a nevasca de agosto de 1965 Acervo Família Zandavalli

loja de tecidos e produtos alimentícios. Em 1948, André se mudou para Chapecó, onde sua família contribuiu para a fundação dos dois maiores frigoríficos do município, juntamente com a família Pasquali. Já a família Maciel trouxe para a cidade a telefonia e o grupo escolar Marechal Bormann. A família Cella chegou em Chapecó em 1923 e fundou uma das mais antigas comunidades do interior: a Colônia Cella. Seus integrantes abriram uma das primeiras madeireiras da cidade, participaram da fundação da Cooperalfa e da vida política local. Darci Camargo, um dos primeiros médicos de Chapecó, também marcou história, ficando conhecido como o “médico dos pobres”. Em 1935, chegou a Chapecó Aquiles Tomazelli. Foi ele quem trouxe a energia elétrica e o cinema, inaugurando a primeira sala de exibição do município em 1940.

DA MESMA FORMA, MUITAS OUTRAS

A família italiana Zandavalli, com nonno Antonio e seus filhos em festividade familiar Acervo Família Cella

famílias continuaram a se fixar em Chapecó, trazendo novidades e ajudando na construção da história, economia e cultura locais. As trajetórias de algumas delas foram contadas por seus descendentes na série A Saga das Famílias, exibida pela RICTV Record de Chapecó entre dezembro de 2009 e abril de 2010. Conforme a equipe técnica do Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina (CEOM), vinculado à Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), é possível dizer que Chapecó foi pensada para ser a cidade polo da região, baseando-se principalmente na agroindústria e no sistema cooperativista, que desde então são as principais características da economia local. O otimismo quanto ao sucesso do modelo de colonização era tanto que, na década de 1950, o Coronel Bertaso deu uma entrevista à revista Celeiro Catarinense afirmando que, “no ano 2000, Chapecó terá 200 mil habitantes”. Doze anos depois desta data, se a cidade continuar mantendo o ritmo acelerado de expansão que tem marcado sua história, a previsão de Bertaso está bem próxima de se tornar realidade. l

Família Cella com autoridades do município e o Coronel Bertaso (1º a esq. sentado) C H A P E C Ó É


Cuide do esgoto. Senão, tem volta.

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Panorâmica

A capital

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Panorâmica

do Oeste COM UMA ECONOMIA DIVERSIFICADA E COMPETIVA, CHAPECÓ CRESCE A CADA ANO E ATRAI INVESTIMENTOS DO BRASIL E DO EXTERIOR Texto Lisiane Kerbes Fotos Victor Carlson

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Panorâmica4A capital do Oeste

O movimento na Av. Getúlio Vargas, considerada a principal via da cidade, é um espelho do desenvolvimento econômico de Chapecó tadora. Em 2011, as indústrias locais venderam um total de US$ 29,86 bilhões para o mercado externo, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MB Comunicação/Divulgação

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hapecó tem 183,5 mil habitantes e uma economia em franca expansão, consolidando-se como polo econômico do Oeste Catarinense pela força de diversos setores produtivos, com destaque para a agroindústria, o comércio, o turismo de negócios e as indústrias metalmecânica, moveleira e de construção civil. Trata-se de um dos melhores lugares do país para se investir e trabalhar, de acordo com a oitava edição da pesquisa “As 100 Melhores Cidades para Fazer Carreira”, coordenada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e publicada na revista Você S/A. Segundo dados da prefeitura, existem hoje 15.297 empresas registradas no município, que é reconhecido como a Capital Catarinense de Negócios pela lei n. 14.071, de 2007, da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Um dos pontos fortes da economia chapecoense é a sua capacidade expor-

Lanznaster: agronegócio continua forte, mas outros setores também crescem C H A P E C Ó É

(MDIC). De janeiro a junho deste ano, já foram contabilizados US$ 16 bilhões. “A agroindústria é a locomotiva do desenvolvimento de Chapecó e assim deverá continuar por muito tempo, embora esteja ocorrendo uma saudável diversificação com novas frentes de desenvolvimento econômico”, comenta o presidente da Coopercentral Aurora, Mário Lanznaster. A Aurora é uma das maiores exportadoras de Santa Catarina, sendo responsável pela injeção de R$ 3,8 bilhões na economia regional no ano passado e por manter mais de 5 mil empregos diretos e 18 mil empregos indiretos na cidade. Em Chapecó, a Aurora mantém uma cooperativa associada: a Cooperalfa, que completa 45 anos de atividade em 2012. Atualmente, a Alfa conta com 15.620 famílias filiadas em toda a região, sendo 906 em Chapecó. “Desde sua fundação a Alfa sempre teve preocupação


A capital do OestePanorâmica

com o crescimento. Se não fosse isso, não teríamos a solidez que desfrutamos hoje”, diz o presidente da Cooperalfa, Romeo Bet. A Cooperalfa promove uma série de programas que visam à organização e à gestão das propriedades rurais, além de prestar assistência técnica e promover programas de conscientização ambiental. Além disso, realiza anualmente o Campo Demonstrativo Alfa (CDA), um evento para divulgar as inovações tecnológicas do setor agropecuário com o objetivo de fortalecer a cadeia de produção de alimentos e o cooperativismo. Neste ano, o CDA chegou à 17ª edição com cerca de 100 expositores e 6 mil visitantes convidados.

O COMÉRCIO TAMBÉM É UM SETOR importante para alavancar a economia do município. Nos últimos anos, vieram para a cidade grandes redes lojistas que, além de trazer maior variedade de produtos e novas oportunidades de trabalho, provocaram um movimento no mercado local em direção à profissionalização. Essa mudança de perfil do comércio se acentuou com a instalação do Shopping Pátio Chapecó, inaugurado no final de 2011. Com 40.692 metros quadrados de área construída, o shopping tem atualmente 120 lojas, além de uma praça de alimentação com 17 opções para lanches rápidos ou refeições. Conta ainda com quatro salas de cinema (uma delas com tecnologia 3D), estacionamento coberto com mil vagas, hotel e centro empresarial. De acordo com o gerente, José Maila, o empreendimento recebe mais de 150 mil visitas por mês e atrai consumidores de toda a região Oeste. “Em média, 56% do público é de Chapecó e o restante é do entorno da cidade”, informa Maila. Com a chegada do shopping, segundo o diretor executivo do Sindicato do Comércio da Região de Chapecó

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A chegada do Shopping Pátio Chapecó, no final de 2011, mudou o perfil do varejo local (Sicom), Eduardo Perone, foi possível perceber uma preocupação maior entre os comerciantes para atualizar o layout de suas lojas, melhorar o mix de produtos e flexibilizar os horários de funcionamento. Para contribuir com a melhoria do comércio e auxiliar as empresas a aprimorar-se em todos os aspectos, o Sicom realiza o Programa de Revitalização de Espaços Comerciais. A marca do progra-

Bet: a Cooperalfa chega aos 45 anos com mais de 15 mil famílias filiadas na região C H A P E C Ó É

ma, que conta com a participação de 38 lojas da região central da cidade, é Multi Centro Chapecó. Cidade de empreendedores, Chapecó vê surgir novas oportunidades a todo o momento. A Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) contribui para isso com ações para buscar novas matrizes econômicas como, por exemplo, missões empresariais para a China e a Itália. Conforme o presidente da Acic, Maurício Zolet, tanto os italianos como os chineses estão interessados em atuar por aqui no ramo de energias renováveis. Projetando o futuro de Chapecó, a entidade tem quatro grandes metas: melhorias no aeroporto municipal Serafim Enoss Bertaso, melhorias na BR-282, principal rodovia de interligação da cidade com o estado e o país, construção de ferrovias e mais segurança pública. Zolet destaca que o governo federal já publicou o edital para contratação dos estudos e projeto da Ferrovia da Integração, que ligará Chapecó ao Porto de Itajaí. A ACIC luta também para a construção de uma ferrovia interestadual ligando Santa Catarina ao Centro-Oeste do país.


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Panorâmica4A capital do Oeste

Além de quatro pavilhões para shows e exposições, o Chapecó Multiparque terá infraestrutura para lazer, alimentação e hospedagem

O AEROPORTO SERAFIM ENOSS Bertaso também impacta diretamente na movimentação econômica da cidade. Inaugurado em 1978, o aeroporto MB Comunicação/Divulgação

Outra bandeira da Associação Comercial e Industrial de Chapecó é a instalação de um novo parque de exposições e eventos: o Chapecó Multiparque. De acordo com Zolet, a área total necessária para a execução deste empreendimento é de aproximadamente 1,5 milhão de metros quadrados. Além da destinação de parte dessa área para o condomínio tecnológico do oeste (Deatec), estão previstos espaços para hotel executivo, restaurantes, parque público de lazer, pista de automobilismo, kartódromo, quatro pavilhões com área individual de 12 mil metros quadrados, estrutura para shows, área para exposição e comercialização de animais, heliporto e parque de diversões. A iniciativa de apresentar esse projeto se deve ao crescimento do número de novos eventos na cidade, que as duas estruturas existentes – Parque Tancredo Neves e Centro Plínio de Nes – não comportam mais.

Zolet: infraestrutura é essencial para atrair mais investimentos para Chapecó C H A P E C Ó É

teve suas operações suspensas para aviões com mais de 100 passageiros entre março e julho deste ano. Depois de passar por uma série de adequações solicitadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), voltou a funcionar e conta atualmente com oito voos diários e um fluxo mensal de 23 mil passageiros. A intenção é aumentar o número de voos para 10 e o número de passageiros para 30 mil por mês. Segundo o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Gilberto Badalotti, cerca de 50% desses passageiros procedem de outros municípios e aproveitam para fazer compras no comércio local. O período em que o aeroporto ficou fechado para as reformas e ampliação da pista provou para toda a população a importância do equipamento. Vários eventos foram cancelados e muito negócios deixaram de ser realizados. A ACIC estimou em R$ 120 milhões os



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Panorâmica4A capital do Oeste Divulgação

A ponte sobre o Rio Taquaruçu faz parte das obras do Contorno Viário Oeste, que vai retirar os veículos pesados do Centro prejuízos para toda a região do Oeste Catarinense. Com o retorno das operações a nova bandeira da ACIC é defender um novo e moderno terminal de passageiros e de cargas. “É preciso que o aeroporto acompanhe o desenvolvimento da região, que será cada vez maior”, defende Zolet. Ainda na área da infraestrutura,

o Contorno Viário Oeste, que está em obras, vai melhorar o trânsito do centro. Iniciada em fevereiro de 2009, a rodovia de 7,8 quilômetros de extensão liga a SCT 480, na saída para o Rio Grande do Sul, até a Avenida Leopoldo Sander, na rótula com as Avenidas São Pedro e Atílio Fontana. O contorno vai servir para desviar o fluxo de veículos

A revitalização da Av. Getúlio Vargas deu novo fôlego ao comércio no centro da cidade C H A P E C Ó É

de carga pesada que hoje corta a cidade, principalmente na Avenida General Osório. Totalizando um investimento de cerca de R$ 15 milhões, a implantação do Contorno Viário Oeste inclui ainda a obra da ponte sobre o Rio Taquaruçu, com 130 metros de extensão. Quem também promove ações pensando no futuro da cidade é a Sociedade Amigos de Chapecó (SAC), que iniciou em 2009 o Projeto Chapecó 2030. O objetivo é criar estratégias e propostas de ação para promover o desenvolvimento sustentável da cidade. No ano passado foram realizados fóruns temáticos em dez áreas (espaço e infraestrutura, economia, agropecuária, cultura, meio ambiente, educação, gestão pública, esporte e lazer, social e saúde) e acrescentada uma nova área: segurança pública. A síntese das necessidades e propostas apresentadas durante os fóruns será apresentada em uma revista a ser lançada no segundo semestre deste ano.l



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Panorâmica

Urbanização acelerada

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Urbanização aceleradaPanorâmica

UMA DAS CIDADES QUE MAIS CRESCEM EM SANTA CATARINA, CHAPECÓ CONCENTRA INVESTIMENTOS E PASSA POR UMA EBULIÇÃO NO MERCADO DE CONSTRUÇÃO CIVIL Texto Patrícia Dal Berto Fotos Victor Carlson

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iante do fortalecimento da economia local e das boas expectativas para os próximos anos, corretores e líderes de entidades do ramo imobiliário de Chapecó apostam na expansão do mercado de imóveis. Uma das justificativas é o ainda considerável déficit habitacional. Segundo o Sindicato do Mercado Imobiliário (Secovi/Oeste), estima-se que a cidade necessite hoje de aproximadamente 9 mil moradias. As construtoras e imobiliárias locais estão investindo, como nunca, para atender a esta demanda. Em 2011, na comparação com o ano anterior, houve um aumento de 40% no número de alvarás concedidos para construções em Chapecó, ampliando a área construída de 543 mil m2 para 761 mil m2 e caracterizando um verdadeiro “boom imobiliário”. Aliados ao déficit habitacional, há outros motivos para o ritmo ascendente da construção civil em Chapecó: sua infraestrutura urbana e sua localização privilegiada, que atraem um número cada vez maior de investidores para a região com projetos nas áreas da indústria, comércio, serviços, lazer e moradias, ativando ainda mais o mercado imobiliário. Para o empresário Daví Barela Dávi, da Imobiliária Nostra Casa, “Chapecó mostra de forma clara que tem condições para continuar o processo de desenvolvimento que adotou nas últimas décadas”. Esse fator de crescimento, segundo especialistas, deve-se justamente ao clima favorável da economia nacional e também ao fato de Chapecó ser polo de uma região de quase um milhão de habitantes, configurando-se como uma das

principais economias do estado. “Vemos um crescimento constante em torno de Chapecó, que se consolida como a metrópole da região, com as cidades adjacentes servindo-se����������������������������� dela na busca de suas necessidades”, afirma Dávi. A valorização dos imóveis é um atrativo para investidores, pois apresenta opções de investimentos com retorno considerável. De acordo com o diretor imobiliário Ademir Roque Sander, da Exata Imobiliária�������������������������������������� , um dos grandes atrativos para se investir em Chapecó continua sendo o agronegócio. “Um setor industrial vinculado ao campo que vem alcançando excelentes resultados e trazendo um aquecimento considerável para a economia local, desenvolvendo ainda mais o mercado de imóveis”, afirma Sander.

Daví: expansão do setor imobiliário acompanha a trajetória de desenvolvimento do município

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Panorâmica4Urbanização acelerada

Outro fator que o empresário considera importante é a própria cultura regional, destacando o espírito de trabalho do chapecoense, o que faz com que lideranças políticas e empresariais apostem neste desenvolvimento. “Existe um crescimento de renda constante na região Oeste. E toda esta população vem consumir em Chapecó, que lidera a região em todos os sentidos. Isso acaba impulsionando todos os setores, não apenas o imobiliário”, conclui Sander.

O COMÉRCIO FORTE, ATRATIVO E A velha lei da oferta e da procura fazem a região prosperar. Isso assegura a demanda por moradia e espaços para empresas se estabelecerem, criando uma margem para investimentos imobiliários a curto, médio e longo prazo. “Chapecó hoje oferece todas as opções habitacionais e comerciais possíveis, por causa da facilidade do crédito imobiliário, com opções adequadas para todas as classes sociais, ao exemplo do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’”, observa o empresário e diretor imobiliário Fernando Biffi de Moura, da Casa Imóveis. “Tanto para morar bem, como para investir, nossa cidade é uma excelente opção.” Segundo Altir Paludo, presidente do Sindicato do Mercado Imobiliário (Secovi/Oeste), a disponibilização de recursos para o setor de construção civil, especialmente para a população de baixa renda foi o grande impulsionador da expansão imobiliária. O crescimento da demanda foi tão grande que hoje a procura por imóveis em Chapecó é maior que a oferta, principalmente em se tratando de propriedades novas. “O governo disponibiliza incentivos com programas que oferecem juros acessíveis e prazos maiores, tornando realidade o sonho da casa pró-

Sander: o agronegócio é um dos principais fomentadores do mercado imobiliário local pria e contagiando o mercado para os investimentos”, lembra Paludo, acrescentando que as mudanças na legislação do setor proporcionaram segurança jurídica ao mercado. “Com isso, as empresas construtoras disponibilizam financiamentos diretos em até 100 meses para pagar, impulsionado o mercado imobiliário”, analisa o presidente do Secovi. No ano passado, o Governo Fede-

Moura: a demanda por imóveis mais seguros e ambientalmente corretos cresce na cidade C H A P E C Ó É

ral bateu recordes em investimentos nos programas habitacionais, com medidas que impulsionaram o mercado imobiliário em todo o país. Em Chapecó, entre 2009 e 2011, foram investidos R$ 140 milhões de recursos federais do programa “Minha Casa, Minha Vida”, atendendo 2.164 famílias. Para este ano, acredita-se que o governo continuará investindo não apenas para resolver o déficit habitacional, mas para continuar com o círculo construção-emprego-renda. Segundo os agentes de mercado, investir em imóvel em Chapecó é ter a certeza de um bom negócio. Para o presidente do Secovi, no entanto, deve-se ter cuidado, afinal cada caso precisa ser estudado individualmente. Os investimentos dependem da localização, da infraestrutura e das atividades existentes na vizinhança, que podem valorizar ou depreciar um local, por exemplo. Para os investidores, um conselho: ao efetuar um investimento imobiliário, é fundamental ter sempre o assessoramento de uma imobiliária ou corretor de confiança. As mudanças sociais e culturais da sociedade se refletem nas preferências do público consumidor de imóveis em Chapecó, com a valorização de uma vida mais saudável e com qualidade, sem agredir tanto o meio em que habita. Pensando nisso, o mercado imobiliário também tem oferecido produtos compatíveis com o que a comunidade busca e quer. “As pessoas perseguem a melhoria constante da qualidade de vida, mas também estão mais conscientes e críticas. Esse é um fator que merece atenção do mercado e que exige novas soluções e mais conhecimento do setor”, afirma Fernando Biffi de Moura. Espaços maiores, mais seguros e confortáveis são uma tendência mundial, e as cidades de médio


Resultado da fusão de importantes empresas do ramo de engenharia e construção, a Toscana investe em Chapecó, visando beneficiar a população e ajudar no desenvolvimento desta bela cidade.

Registro de incorporação número 79.401 do CRI de Chapecó - SC

Projeto Bem Viver Agora uma realidade para Chapecó • Condomínio fechado • Dois dormitórios • Cozinha e área de serviço • Sala de estar • Vaga de estacionamento individual • Playground • Quadras poliesportivas • Churrasqueiras • Salão de festas • Localização: Bairro Seminário, próximo ao IFSC, UNOESC, UFFS

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Panorâmica4Urbanização acelerada

O Residencial Espelho das Águas, na BR-282, é um exemplo de condomínio fechado que investe no conceito de moradia sustentável porte estão priorizando este tipo de ambiente. “Em Chapecó, nossa empresa trabalha e planeja novos empreendimentos com esta proposta, na forma de condomínios e loteamentos fechados, aliados à segurança e a uma infraestrutura ambientalmente correta”, acrescenta Biffi.

UM DOS PRIMEIROS CONDOMÍNIOS fechados da cidade foi o Condomínio Villagos, próximo ao Rio Uruguai, construído e projetado pelo então agricultor Vite Panizzi, que desistiu do cultivo de cítricos para investir no valor imobiliário de sua propriedade. Com arados e tratores, ele transformou o que era uma plantação em um condomínio privilegiado. “Estava passando por um momento difícil com a agricultura, então resolvi investir em algo diferente, que pudesse ser rentável e também satisfatório”, conta Panizzi. A ideia do ex-agricultor foi um sucesso de vendas e hoje o Residencial Villagos é muito procurado. Segundo o corretor de imóveis e inves-

tidor Reinaldo Canal, foi um projeto ousado que rendeu um resultado excelente. “Tenho uma casa lá, onde passo os fins de semana. O condomínio foi um grande investimento”, comenta Canal. O Villagos tornou-se um residencial de alto padrão com uma proposta ambiental e de lazer. “A maioria dos proprietários construiu casa para o fim de semana, para fugir da rotina. Com o tempo, acredito que mais pessoas passarão a ter residência fixa aqui”, complementa Vite Panizzi. Quem visitar o residencial não irá notar somente a bela arquitetura das casas; o condomínio conta ainda com quatro lagos com pedalinhos, ponte, percurso de caminhadas e uma jardinagem cuidadosa. O sucesso do Villagos fez com que Panizzi criasse um novo projeto, chamado Residencial Casas da Montanha, na beira do Rio Uruguai, com a proposta de agregar uma marina. “O projeto ainda não foi anunciado para venda, mas será uma novidade em Chapecó, uma obra pioneira”, diz. C H A P E C Ó É

Outro exemplo desses empreendimentos contemporâneos é o Residencial Espelho das Águas, próximo ao trevo de acesso à Chapeco, na BR-282. O condomínio investe na sustentabilidade, com reservatórios de recolhimento de água da chuva para uso em jardins, reposição de mata nativa e tratamento de esgotos cloacais. Além disso, o empreendimento possui um Conselho Urbanístico que aprova todas as residências. “Os proprietários/consumidores fazem seu habitat social ser melhor por esforço próprio. Nosso papel é organizar e deixar os mecanismos urbanísticos e legais planejados a fim de perpetuar um ‘padrão urbanístico’”, explica o empresário Ademir Sander. Esse não é o único empreendimento local que segue a linha sustentável. Para os investidores e para o mercado imobiliário de Chapecó, esta é uma tendência inevitável, já que a cidade possui uma condição diferenciada das demais, com um planejamento urbano organizado e com várias opções de edificação em suas quadras.l



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Panorâmica Victor Carlson

No Hospital da Criança, a professora Lilian Rodrigues (1ª a dir.) coordena o projeto Um Sorriso Para a Vida, que existe desde 2001

Saúde para crescer CHAPECÓ CONTA COM UMA AMPLA REDE DE ATENDIMENTO BÁSICO, HOSPITAIS DE EXCELÊNCIA E INVESTE NA FORMAÇÃO DE MÉDICOS Texto Lisiane Kerbes

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hapecó cresce em todas as áreas, e na saúde não é diferente. São novos médicos que vêm trabalhar aqui ou se formam na cidade, novas especialidades implantadas nos hospitais e uma infraestrutura de atendimento em constante expansão. Os números mostram isso claramente. No Hospital Regional do Oeste (HRO), por exemplo, são realizados entre 600 e 700 atendimentos diários no setor de emergência e urgência e nos ambulatórios, além de aproximadamente 1.700 internações e mais de 1.200 cirurgias por mês.

O Hospital Regional recebe também pacientes de 110 municípios, atendendo a uma população de 1,1 milhão de pessoas. Desses atendimentos, em média 85% são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O HRO também é referência em transplantes renais, procedimentos de captação de tecidos e transplante de córneas, mantendo um banco de olhos credenciado pela SC Transplantes e pelo Ministério da Saúde. Para melhorar e expandir o atendimento do HRO, já foi entregue ao Governo do Estado um projeto de ampliação que promete ser um dos

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Saúde para crescerPanorâmica Divulgação

marcos desde a fundação do hospital, em 1986. O projeto prevê 156 novos leitos, passando dos atuais 319 para 475. Está prevista, também, a ampliação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que passará a contar com mais 26 leitos, e a construção de 12 salas cirúrgicas. Essa ampliação deverá receber um investimento de aproximadamente R$ 30 milhões e tornará o HRO o maior de Santa Catarina. Uma iniciativa mais recente – mas não menos importante – foi a criação do Hospital da Criança (HC), que completou um ano de atuação em maio de 2012 e é administrado pela mesma entidade responsável pelo HRO, a Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira (AHLVH). No primeiro ano, foram realizados mais de 47 mil atendimentos no Pronto Socorro, 1.067 internações e 742 cirurgias. O hospital conta hoje com 19 médicos pediatras e 112 funcionários, que atuam nos serviços de enfermagem e na área administrativa.

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to socorro do Hospital Regional. “Não podemos quantificar o trauma psicológico de uma criança que estava ali e podia se deparar com pacientes politraumatizados, baleados, esfaqueados ou com parada cardíaca”, exemplifica.

OUTRO MARCO NA SAÚDE FOI A

Teixeira: a criação do HC foi um grande avanço para humanizar o atendimento De acordo com Severino Teixeira da Silva Filho, presidente da AHLVH, a criação do Hospital da Criança representou um grande avanço para a cidade ao humanizar o atendimento aos pequenos, que antes eram atendidos juntamente com os adultos no pron-

criação, em 2006, do curso de Medicina na Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), que já formou a primeira turma. Atualmente, os alunos da Unochapecó fazem a residência médica na área de cirurgia nas instalações do HRO. A intenção do hospital é ampliar a parceria com a universidade. “Temos outros projetos em andamento, como residência médica em traumato-ortopedia, na parte de ginecologia e obstetrícia e clínica médica”, adianta Severino. As opções na formação de novos profissionais da saúde devem aumentar ainda mais com a chegada da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), que preDivulgação

O Hospital Regional do Oeste é referência em transplantes renais, procedimentos de captação de tecidos e transplante de córneas C H A P E C Ó É


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Panorâmica4Saúde para crescer Divulgação

O HRO espera a aprovação pelo governo estadual de um projeto que deve destinar R$ 30 milhões para a ampliação de sua estrutura com hemoderivados (transfusão sanguínea), tratamento de lesões cutâneas crônicas e expansão de área física.

NA ASSISTÊNCIA BÁSICA À POPUlação, Chapecó conta com 38 equipes de saúde da família, que cobrem 71,43% da cidade. A Secretaria Municipal da Saúde também possui 276 agentes comunitários, cobrindo Victor Carlson

tende abrir sua primeira turma de Medicina até 2014. A Unimed Chapecó – Cooperativa de Trabalho Médico da Região Oeste Catarinense – também é responsável por tornar a cidade um centro de medicina de alta complexidade. Para Geraldo Córdova, presidente da cooperativa, desde a fundação da Unimed Chapecó, em 1992, a assistência à saúde na cidade foi gradativamente incorporando tecnologia. “Esses investimentos somente foram possíveis por meio da cooperação”, frisa Córdova. “Outro aspecto extremamente importante na Unimed Chapecó é a busca incessante da humanização em todo o atendimento prestado”, acrescenta. Contando atualmente com 225 médicos cooperados e mais de 600 colaboradores, a Unimed Chapecó procura disponibilizar tecnologia e conhecimento atualizados por meio de aquisições de novos equipamentos, atuando na educação continuada e na promoção de eventos científicos. No momento, estão em estudo novos investimentos na área de neurocirurgia, videocirurgia, suporte para tratamento

Córdova: investimentos em tecnologia e atendimento são prioridades da Unimed C H A P E C Ó É

86,47% do município, e 28 equipes de saúde bucal, cobrindo 52,63%. São 28 unidades de saúde no município, que oferecem um total de 61 serviços. Atuam na rede municipal 137 médicos e a prefeitura mantém em estoque 250 medicamentos disponíveis gratutitamente. Já o Programa Municipal de DST/HIV/Aids conta com um Hospital Dia, que tem abrangência regional, sendo referência para 36 municípios. Contribuem ainda para o atendimento de saúde na cidade os projetos realizados pela Unochapecó. Entre eles está o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde), desenvolvido desde 2006 em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde. Outro projeto é o Um Sorriso Para a Vida, que desde 2001 trabalha com crianças e adolescentes internados no HRO e no Hospital da Criança. De acordo com a professora Lilian Rodrigues, coordenadora do projeto, o objetivo é promover ações educativas e lúdicas para ajudar as crianças a lidar melhor com a experiência de hospitalização.l



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Horizontes4Dos negócios à tradição Divulgação


Horizontes

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À esquerda, o Parque Tancredo Neves, sede das maiores feiras da cidade. Acima, o moderno Centro de Cultura e Eventos Plínio de Nes

Dos negócios à tradição COM EXCELENTE INFRAESTRUTURA E QUALIDADE EM SERVIÇOS, CHAPECÓ SE DESTACA INTERNACIONALMENTE NO TURISMO DE EVENTOS Texto Patrícia Dal Berto Fotos Victor Carlson

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onsiderada a cidade polo da agroindústria nacional, Chapecó destaca-se por ter um movimentado calendário de turismo de negócios, com feiras internacionais e congressos, além de uma ampla programação de eventos culturais. “Chapecó tem uma evidente vocação para sediar grandes eventos”, diz Márcia Regina Sartori Damo, diretora de projetos especiais da Associação Comer-

cial e Industrial de Chapecó (ACIC). “Nossa economia desperta interesse, já que a cidade é sede de empresas internacionalmente conhecidas em diversas áreas, não se limitando ao agronegócio”. Essa diversidade pode ser conferida durante a Efapi, uma das maiores feiras multissetoriais do Brasil, que recebe mais de 500 mil pessoas em cada edição. Esta feira bianual, que acontece desde 1967, deu origem a uma série de novos eventos

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Horizontes4Dos negócios à tradição Daniel Queiroz

a partir de um processo de segmentação. “É uma tendência nacional, com eventos mais direcionados e maior foco nos resultados”, explica Miriam Terezinha Felippi, Presidente do Convention Bureau de Chapecó. Um exemplo disso é a Metalplast, que anteriormente fazia parte da Feira Metal Mecânica, Corte e Conformação. “Hoje, com a segmentação, o resultado para os expositores é muito melhor”, avalia Miriam.

ATÉ O FINAL DE 2012, CHAPECÓ será palco de quatro grandes eventos. Entre os dias 27 e 31 de agosto, acontece a Mercomóveis 2012, a maior feira de móveis do estado, que no ano passado recebeu 15 mil visitantes e 150 expositores. A organização espera para este ano um volume de negócios da ordem de R$ 200 milhões. Para o presidente da Mercomóveis, Nivaldo Lazaron Junior, Chapecó oferece mais do que apenas localização estratégica para realizar eventos. “Os serviços de aeroporto, hotelaria, ligações rodoviárias, gastronomia diversificada e outros atrativos, além do potencial econômico, têm atraído um público investidor que gera crescimento e perspectivas para novas feiras”. Em setembro, é a vez da Mercoagro – Feira Internacional de Negócios, Processamento e Industrialização da Carne, que chega à sua 9ª edição depois de receber 650 expositores e mais de 35 mil visitantes em 2011. O evento, organizado a cada dois anos, acontece dos dias 18 a 21 e a expectativa é superar os US$ 150 milhões movimentados na edição do ano passado. Outra feira que é exemplo de segmentação é a Logistique – Feira Internacional de Logística, Serviços, Transporte e Comércio Exterior, em outubro. Por fim, em novembro, acontece a Mercoláctea Milk Fair – 4ª Feira Internacional do Setor Lác-

Miriam: com a segmentação dos eventos, aumentam os resultados para os expositores teo, que em 2011 reuniu 150 expositores e 26 mil visitantes. Todos esses grandes eventos serão realizados no Parque de Exposições Tancredo de Almeida Neves. Em 2012 a cidade já sediou o XIII Simpósio Brasil Sul de Avicultura e

Márcia: Chapecó é uma cidade de interior com o calendário de eventos de uma capital C H A P E C Ó É

IV Brasil Sul Poultry Fair, em abril, e o V Simpósio Brasil Sul de Suinocultura e IV Pig Fair, em agosto. A maior parte destes grandes eventos costuma ser previamente acompanhada por simpósios técnicos e palestras, que também movimentam a cidade. São eventos preparatórios com troca de informações entre especialistas de cada segmento, como o Encontro de Médicos Veterinários, por exemplo, ou o Simpósio Interleite, preparatório da Mercoláctea. A cidade recebe ainda convenções de classe, como as realizadas recentemente pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e pelos contabilistas, que costumam recebem um público de mais de duas mil pessoas, muitas delas acompanhadas por familiares. Todos esses eventos têm atraído também os olhares de empresas internacionais. Empresários de diversos países buscam Chapecó como aporte de trabalho para seus investimentos e grandes negociações. “Queremos mostrar ao Brasil e ao mundo que nossos produtos são de ótima qualidade”, acrescenta, orgulhoso, o presidente da Mercomóveis. Segundo Márcia Sartori, da ACIC, uma das maiores provas do sucesso de Chapecó no turismo de negócios está no fato de que os eventos organizados na cidade costumam ir além de suas primeiras edições. Ela avalia que a cidade está cada vez mais preparada para garantir bons resultados aos organizadores. “A infraestrutura aeroportuária, a localização estratégica dentro do Mercosul e consequentemente dentro dos estados do Sul do país, um calendário robusto de eventos, com demandas crescentes, e a participação efetiva do poder público e empresarial nesta atividade, nos credenciam para ser uma cidade de interior com eventos de capital”, salienta Márcia.



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Horizontes4Dos negócios à tradição

Em julho, a Wurstfest (Festa da Linguiça) reúne a gastronomia típica com muito chope e música alemã no Centro de Cultura Plínio de Nes

ALÉM DAS FEIRAS DE NEGÓCIOS, Chapecó conta ainda com outros eventos em áreas que vão da ciência à gastronomia, incluindo as festas tradicionais. A maior parte deles acontece no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, inaugurado em 2008. O centro tem capacidade para realizar até doze eventos simultâneos, com salão de convenções e os mais bem equipados teatros do Sul do país. Além disso, dispõe de salas de apoio técnico e artístico, ambiente climatizado, cafeteria, bilheterias, elevador e estacionamento interno. O espaço do Centro de Cultura costuma sediar festas tradicionais organizadas pelas comunidades. Entre elas, algumas são bastante conhecidas pela população, como a Wurstfest (Festa da Linguiça), que acontece no mês de julho e traz em sua programação comidas típicas, chope e música alemã. Seu objetivo é valorizar a indústria local, conhecida mundialmente pela produção de linguiças. “A Wurstfest é

uma excelente opção de diversão para a comunidade”, acrescenta Juliano Frigeri, presidente da JCI Chapecó, também organizadora da 11ª Freechopp, que será realizada em dezembro na Efapi para um público limitado de 2,2 mil visitantes, com venda de pacotes para grupos de 20 pessoas.

Frigeri: expectativa para a 11ª edição da Freechopp, que acontece em dezembro C H A P E C Ó É

Outro evento tradicional é a Semana Farroupilha, que ocorre todos os anos em setembro. Pelo fato de a comunidade chapecoense ter grande ligação com a cultura do Rio Grande do Sul, a festa busca um resgate das tradições gaúchas. Além de um acampamento que inclui cavalgadas, música e churrasco, o evento conta com a programação especial do Galpão da RIC, um espaço decorado no “estilo gaudério” e que recebe dezenas de convidados durante a semana. “Não podemos esquecer que possuímos também um autódromo com potencial para receber eventos de nível nacional e internacional, como a Stock Car e a Fórmula Truck, que concentram milhares de pessoas apenas num final de semana”, acrescenta Márcia Sartori. O leque de opções cada vez maior tem atraído públicos diversificados nas festas e eventos de Chapecó, do apreciador das manifestações culturais ao investidor industrial, abrindo oportunidades e desenvolvendo o município.l



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Horizontes Tarla Wolski

A Unochapecó tem 40 anos de tradição e oferece 60 cursos de graduação, 31 de pós-graduação, quatro de mestrado e um de doutorado

Oportunidades para aprender COM 22 INSTITUIÇÕES CREDENCIADAS PELO MEC, A CIDADE OFERECE DIVERSAS OPÇÕES PARA QUEM QUER CURSAR O ENSINO SUPERIOR

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Texto Lisiane Kerbes

á vai longe o tempo em que estudar era sinônimo de dificuldade para os jovens chapecoenses, quando era preciso andar quilômetros a pé até uma escola ou então mu� dar de cidade para poder cursar uma faculdade. Hoje, ao comple� tar 95 anos, o município vive uma

realidade bem diferente. Além de uma rede de escolas bem estrutu� rada nos ensinos fundamental e médio, Chapecó conta ainda com 22 instituições de ensino supe� rior credenciadas no Ministério da Educação (MEC). São inicia� tivas particulares, comunitárias e públicas que juntas oferecem

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Oportunidades para aprenderHorizontes

um grande número de cursos pre� senciais e a distância. Entre elas está a Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), com 40 anos de história.

A UNOCHAPECÓ COMEÇOU SUAS atividades letivas no ano de 1972, com o curso de Pedagogia. Em 1992, sua mantenedora, a Fundação Uni� versitária do Desenvolvimento do Oeste (Fundeste), uniu-se�������� ��������������� às fun� dações universitárias de Joaçaba e de Videira para criar a Universidade do Oeste de Santa Catarina (Uno� esc). Na sua configuração atual, a Unochapecó foi criada em 2002, mediante um processo de cisão da Unoesc. Hoje, oferece 60 cursos de graduação, 31 de pós-graduação latu sensu, quatro mestrados pró� prios e um doutorado em convênio com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Conforme o Reitor Odilo Poli, a universidade está terminando um ciclo de expansão que incluiu a cria� ção de novos cursos, como Medici� na, Odontologia, Design, Engenha�

ria Mecânica e Engenharia Elétrica. O próximo passo é a implantação do Parque Tecnológico, prevista para o ano que vem. A universidade tam� bém acompanha o desenvolvimento da cidade e da região para atender às demandas que vão surgindo. “Os cursos se transformam a partir das mudanças que ocorrem na socieda� de. A atualização constante é um dos segredos da qualidade da educação superior”, observa o reitor. Após a cisão com Unochapecó, a Unoesc ficou alguns anos sem atuar na cidade, mas em 2009 voltou a ter uma unidade no município com a aquisição da Faculdade FIE. Segun� do o diretor geral da Unoesc Cha� pecó, Eliandro Bortoluzzi, o foco da instituição está na área de gestão de negócios. “A Unoesc tem um estrei� to relacionamento com o meio em� presarial da cidade para conhecer o cenário de atuação e propor ati� tudes educacionais e de formação que atendam às necessidades com foco em resultado”, frisa Bortoluzzi, acrescentando que a unidade tem dez cursos de graduação, todos com

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pleno envolvimento com o mercado de trabalho. Para 2013, a Unoesc de Chapecó projeta a implantação de dois cursos de mestrado, um em Di� reito e um em Administração.

DENTRO DA REDE PÚBLICA, CHApecó conta com quatro instituições de ensino superior: um polo da Uni� versidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com ensino a distância, o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e a Uni� versidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Em 2004, a Udesc realizou o primeiro vestibular vocacionado do Campus Oeste para os cursos de Enfermagem (Palmitos), Enge� nharia de Alimentos (Pinhalzinho) e Zootecnia (Chapecó). As aulas de todos os cursos iniciaram em março daquele ano. Atualmente, o campus é chama� do Centro de Educação Superior Oeste (CEO) e as aulas de Enfer� magem passaram a ser ministradas em Chapecó, enquanto Palmitos ganhou o curso de Tecnologia em Divulgação e Victor Carlson

Odilon Poli, reitor da Unochapecó; Eliandro Bortoluzzi, diretor geral da Unoesc; e Maria Luíza Bevilaqua Brum, diretora geral do CEO C H A P E C Ó É


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Horizontes4Oportunidades para aprender Divulgação

Focada na área de gestão de negócios, a Unoesc Chapecó tem dez cursos de graduação e planeja implantar dois de mestrado em 2013

JÁ A UFFS, FOI CRIADA NO DIA 15 de setembro de 2009, abrangendo os 396 municípios da Mesorregião Fronteira Mercosul, que inclui o Su� doeste do Paraná, o Oeste de Santa Catarina e o Noroeste do Rio Gran� de do Sul. A universidade surgiu de uma reivindicação popular com participação de entidades comuni� tárias, ONGs, igrejas e movimentos sociais que apoiavam a implantação de uma universidade federal nos três

estados do Sul. Além da sede, em Chapecó, a universidade tem outros quatro campi: Realeza e Laranjeiras do Sul (PR) e Cerro Largo e Erechim (RS). Com 33 cursos em 42 turmas ingressantes anualmente, além de Victor Carlson

Produção Moveleira. Os dois cursos da unidade chapecoense – Zootec� nia e Enfermagem – possuem 309 e 211 alunos, respectivamente. “O cur� so de Zootecnia foi o primeiro colo� cado nas notas do Enade em todo o Brasil. Já o curso de Enfermagem foi o melhor no Estado. Sabemos que nossos alunos estão bem situados no mercado e no serviço público”, infor� ma a diretora Geral do CEO, Maria Luíza Bevilaqua Brum.

Antônio Andrioli, da UFFS: processo de seleção prioriza alunos de escolas públicas C H A P E C Ó É

oito cursos de pós-graduação latu sensu e um de mestrado, a UFFS quer atender a 10 mil alunos até 2014. Por enquanto, as aulas são realizadas em sedes alugadas, mas o campus defi� nitivo já está em construção. O vice-reitor da universidade, Antônio Andrioli, destaca que um dos diferenciais da instituição é ser uma oportunidade para estudan� tes de escolas públicas cursarem o ensino superior. Para a seleção dos alunos, a UFFS concede uma bonificação ao candidato de acor� do com o número de anos que fre� quentou a rede pública no ensino médio. A UFFS também está inclu� sa no plano de expansão de vagas em cursos de Medicina, anuncia� do pelo MEC em junho deste ano. A universidade é a única do Sul do País a participar do plano e é a única instituição onde estão pre� vistos dois cursos: um em Chapecó e outro em Passo Fundo (RS). l



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Almanaque4O Verdão contra-ataca

Escolhinha da Chapecoense: formando cidadãos e descobrindo novos craques

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Almanaque

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O Verdão contra-ataca A CHAPECOENSE ENCONTRA UM NOVO RUMO E APOSTA NO FUTURO, COM UMA GESTÃO PROFISSIONAL, UMA ARENA EM CONSTRUÇÃO E MUITO APOIO DA TORCIDA Texto Lilian Simioni Fotos Victor Carlson

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izem os místicos que o verde é a cor da firmeza, da resistência, da esperança. Crenças à parte, tais qualidades parecem se encaixar perfeitamente à história recente da Associação Chapecoense de Futebol. Depois de uma crise que o deixou à beira de fechar as portas, o “Verdão” – como o time é carinhosamente chamado pelo torcedor – passou por uma completa reestruturação e hoje figura como uma das cinco maiores forças do futebol catarinense. Fundada em 1973, a Chapecoense é hoje um clube equilibrado financeiramente, com aproximadamente 5 mil sócios. Disputando a Serie C do Campeonato Brasileiro, vem atraindo um público cada vez maior para os jogos na Arena Condá, que passa por reformas para ampliar sua capacidade e qualidade. De olho nas novas gerações, o clube investe em escolinhas para crianças e adolescentes. Mas nem sempre foi assim. Tudo ia bem até meados da década de 1990, quando o time era patrocinado pelo Frigorífico Chapecó. Os resultados foram satisfatórios até 1996, ano marcado pela conquista do Campeonato Catarinense. No ano seguinte, porém, o Verdão perdeu seu maior patrocinador e a crise se instalou. A dificuldade foi tanta que o comentarista da RIC TV Record, Sérgio Badalotti, o Badá, lembra que algumas reuniões resumiam-se a oito pessoas: três diretores e cinco profissionais da imprensa. “Não havia quem

quisesse o comando do clube”, destaca. O desempenho foi caindo a cada ano, até que em 2005 a Chapecoense passou por um de seus piores momentos, com o fantasma do fechamento batendo à sua porta. Havia, inclusive, a possibilidade de mudar o nome do time. “Fui contra essa sugestão. Considerei que o nome valia muito mais do que a dívida”, lembra o ex-presidente Edir De Marco. Um fator político foi necessário para que o Verdão continuasse em pé: o então prefeito João Rodrigues convocou uma reunião na

Para o comentarista Badá, da RICTV, os jovens que antes torciam só por times gaúchos hoje têm orgulho de vestir a camisa da Chapecoense

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Almanaque4O Verdão contra-ataca

Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) para conclamar a colaboração dos empresários. Do encontro saiu uma espécie de “comissão de resgate da Chapecoense”. A partir daí o clube iniciou uma virada. Problemas na Justiça – como ações trabalhistas – foram resolvidos, apostou-se na profissionalização da diretoria e a cultura do planejamento estratégico foi implementada. Hoje, conforme o presidente Sandro Pallaoro, a Chapecoense atingiu a estabilidade financeira. As funções de diretor administrativo e de diretor de futebol são remuneradas e a administração trabalha com planos, metas e ações para cobrir possíveis imprevistos. Além de patrocínios e sócios, a diretoria busca constantemente parcerias com outros times. “Afinal”, aponta Pallaoro, “é necessário ter um clube estável financeiramente, mas também um time competitivo”.

SE A DIRETORIA ESTÁ FOCADA no desempenho, nas arquibancadas também há uma nova “onda verde” surgindo. A mais recente geração de torcedores é, em maioria, exclusiva da Chapecoense, o que não acontecia em outros tempos. O comentarista Badá chama a atenção para a proximidade dos moradores de Chapecó com a dupla Internacional e Grêmio, times de maior expressão do Rio Grande do Sul, uma vez há muitos descendentes de gaúchos na população local. Mas aos poucos isso vem mudando: nos jogos do Verdão, a juventude comparece no Condá cada vez mais com a camisa da Chapecoense. O presidente do clube lembra que a solução para a crise de 2005 envolveu a comunidade, o que também contribuiu para que a torcida ficasse mais forte. Depois de tantos tropeços, em apenas dois anos a Chapecoense foi campeã catarinense pela terceira

Edir de Marco resistiu aos tempos difíceis e impediu que o time mudasse de nome vez na história. “As crianças definem o time de coração por volta dos sete aos dez anos. E os jovens de hoje são as crianças que acompanharam a conquista do título em 2007”. Para intensificar ainda mais essa relação com a comunidade, o clube reativou sua escolinha de futebol. “A surpresa foi muito positiva e o inte-

resse superou em muito a expectativa da diretoria”, observa Pallaoro. Atualmente, cerca de 400 alunos de 7 a 15 anos participam das escolinhas, com uma mensalidade acessível – R$ 50, incluindo o kit com camisa, meia e calção – e o sonho de ser um grande jogador de futebol. O presidente aponta que o primeiro objetivo da escolinha é a formação do cidadão, já que o esporte tem um importante papel nesse processo. O segundo é criar um vínculo entre o jovem e a Chapecoense. “O aluno que não seguir a carreira de atleta terá sua profissão e poderá ser um colaborador no futuro”, explica. “Participar da escolinha desperta o amor pelo clube, cria essa identidade. E isso é muito importante para nós, já que time sem torcida não vai a lugar nenhum.” A terceira meta da escolinha é descobrir novos talentos, que são direcionados para as categorias de base – juvenil (até 17 anos) e juniores (até 20 anos). Além de preparar os profissionais para o time principal, a Associação Chapecoense também pensa no futuro de sua infraestrutura. Segundo o presidente, R$ 1 milhão oriundos do Governo do Estado serão investidos no novo Centro de Treinamento, no campo da Água Amarela.

ATUALMENTE NA SÉRIE C DO

Sandro Pallaoro hoje administra um clube competitivo e estável financeiramente C H A P E C Ó É

Campeonato Brasileiro, a Chapecoense ainda quer fazer muita história. Dentro do planejamento da diretoria está conquistar uma vaga na Série B e figurar entre os quatro melhores no Campeonato Catarinense. Para o presidente Pallaoro, os tempos de vacas magras ficaram definitivamente para trás. “Com o trabalho que vem sendo feito, não tem como a Chapecoense voltar a ser pequena”, afirma. O antigo estádio regional Índio Condá, inaugurado em 1976, teve o projeto de remodelação iniciado em 2008. No ano seguinte foi sanciona-



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Almanaque4O Verdão contra-ataca Divulgação

Com um projeto orçado em R$ 25 milhões, o novo estádio Arena Condá terá salas comerciais e capacidade para até 25 mil pessoas Somente nesse lado da arena a caparestante de verba municipal. da a lei que dava um novo nome à cidade de público aumentou de 10 mil A segunda ala a ser construída foi casa da Chapecoense: Arena Condá. para 13 mil lugares. A ala Sul teve um a Norte, inaugurada em março desDentro do conceito de arena, a consinvestimento de R$ 3,9 milhões, sente ano. O investimento nesta etapa trução prevê espaços além dos utilido R$ 1,7 milhão do Procon – que está foi de R$ 5,6 milhões, sendo R$ 3 mizados para o futebol, incluindo salas instalado nas salas comerciais – e o lhões oriundos do Governo do Estado. na parte externa das arquibancadas; As salas já estão ocupadas para parte delas já está ocuatendimento odontológico à popada por setores da adpulação e também receberão a ministração municipal e Clínica da Mulher. outras serão disponibiliPelo planejamento inicial, a zados para aluguel. próxima ala a ser executada será O projeto, orçado em a Leste. Paralelamente a isso, cerca de R$ 25 milhões, conforme recomendação do Midará à nova Arena a capanistério Público, o telhado das cidade para receber até cadeiras cobertas está sendo re25 mil pessoas em uma cuperado, num investimento de área de 5.383 metros quaR$ 325 mil. Também está progradrados. A primeira etapa, mada a troca de todo o gramado a ala Sul, foi inaugurada Arena.l da em janeiro de 2010. Futuros craques em formação reforçam as categorias de base C H A P E C Ó É



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Almanaque 4Esbanjando simpatia

Para Thiago, sua popularidade ĂŠ resultado direto da seriedade e do senso de profissionalismo que herdou dos pais


Almanaque

Esbanjando simpatia FOI EM CHAPECÓ QUE O GAÚCHO THIAGO FREITAS DESCOBRIU SUA VOCAÇÃO PARA O JORNALISMO E CONSTRUIU UMA CARREIRA DE SUCESSO NA TV E NO COLUNISMO SOCIAL Texto Lilian Simioni Fotos Victor Carlson

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ara Thiago Freitas, apresentador do programa Ver Mais, da RIC TV Record, o dia parece ter mais de 24 horas. Aos 28 anos, o mais novo dos três filhos de Sadi Fernando e Maria Lione divide seu tempo entre incontáveis tarefas todas as semanas. O gosto pelo trabalho veio do pai, que é motorista do caminhão de lixo e continua na ativa aos 70 anos. E não se limita a isso: orienta colegas mais jovens, dá palestras em escolas e ajuda moradores a conseguirem lixeiras. “Meu pai tem uns 50 anos de carteira assinada e nunca ficou em casa de atestado médico. Levo o exemplo dele de transparência, de honestidade e de respeito com os compromissos”, conta o apresentador, natural de Bagé (RS). Sua mãe também é exemplo de dedicação e de fé. “É minha fonte de inspiração, além de ser muito compreensiva comigo”, acrescenta. A busca pela excelência em tudo que faz é uma característica de Thiago. Essa facilidade para agradar se mostrou logo no primeiro emprego. Ainda em Candiota (RS), onde morava com a família, sua função era entregar fotos de eventos em domicílio. Depois, vendeu cosméticos, estagiou na Secretaria de Educação e foi convidado a se candidatar a vereador aos 17 anos. Porém, com a negativa dos pais, desistiu da política e resolveu sair de casa para estudar. Veio para Chapecó, onde já morava um dos irmãos, e começou a cursar Jornalismo na Unochapecó. Desde o início da faculdade, procurou manter-se trabalhando. Aproveitando a sua facilidade de se relacionar, foi estagiário da Justiça Eleitoral e logo em seguida iniciou no colunismo social. Esta última atividade abriu as portas para

que a RICTV Record o convidasse a fazer testes para um quadro do programa Ver Mais. O ingresso na televisão, em 2008, foi algo inesperado. “Achei que não teria espaço. Não via negros trabalhando nos canais na região. Também não me acho bonito, e considerava que só as pessoas bonitas trabalhavam na TV”, lembra. Quando a antiga apresentadora saiu do programa, a emissora pediu que Thiago a substituísse até encontrar outra profissional para assumir a atração. “Sou substituto até hoje”, observa com o bom humor e a humildade de quem sabe ser o único apresentador homem do Ver Mais em Santa Catarina e estar entre as dez maiores audiências da rede. Thiago não cumpre horários na TV. Como ele mesmo diz, cumpre “atividades”. Tem dias que prefere descansar um pouco mais. Já outros, como as sextas-feiras, são verdadeiras corridas contra o tempo. Pela manhã, visita clientes. Chega ao estúdio às 11h30 e se prepara para apresentar o Ver Mais. Em seguida, passa para a reunião de pauta e concentra-se�������������������������������� �������������������������������������������� na produção, com revisão de matérias, edição etc. No fim do dia, escreve colunas para um jornal e duas revistas e à noite acompanha eventos e baladas. Depois, ainda grava o quadro “Por Aí” e volta para casa de madrugada. Todo esse empenho tem suas recompensas. O carinho das pessoas é nítido nas ruas, mas no início Thiago chegava a se constranger com os primeiros pedidos por autógrafos. “Olhava para os lados para ver se alguém estava vendo”, conta. Hoje, diz gostar do retorno do público e vê o crescimento da popularidade como resultado de um trabalho baseado na seriedade e no senso de profissionalismo herdados dos pais.l

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Almanaque Victor Carlson

Equipamentos de ponta e técnicos capacitados transmitem os rostos e as vozes do Oeste Catarinense para mais de 66 mil residências

Foco na comunidade

A RICTV CHAPECÓ COMEMORA 25 ANOS LEVANDO UMA PROGRAMAÇÃO DE QUALIDADE AOS TELESPECTADORES DE CHAPECÓ E REGIÃO, COM PRIORIDADE PARA OS TEMAS LOCAIS Texto Lilian Simioni

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trajetória da RICTV no Oeste Catarinense começou em 1987, quando o empresário Mário José Gonzaga Petrelli obteve a concessão para operar a TV O Estado em Chapecó. A emissora transmitia inicialmente o sinal da extinta TV Manchete e em seguida passou a exibir a programação do SBT. Até que, em fevereiro de 2008, uma parceria com a Rede Record deu origem à marca que hoje faz história na comunicação local. A emissora conquistou espaço com uma programação produzida localmente, sempre com

qualidade e em sintonia com o que os chapecoenses desejam assistir. “Acompanho Chapecó desde 1937, quando eu ainda era garoto. Somos pioneiros e acreditamos no Oeste mais do que qualquer um”, afirma o presidente do Grupo RIC. Neste período, a emissora vem testemunhando em áudio e vídeo os momentos mais importantes da história do município e da região. “Falar dos 25 anos da RICTV Chapecó é como resgatar a memória do Oeste Catarinense, pois muitos fatos importantes foram contados através das nossas câmeras”, enfatiza o diretor regional Marco Salgado.

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Almanaque4Foco na comunidade Fotos Elizandro Giacomini/Divulgação

No esporte, além de acompanhar a Chapecoense nos gramados estaduais e nacionais, a tela da RICTV Chapecó é palco para equipes de vôlei e handebol masculino, que destacam o nome da cidade em todo o país com suas conquistas. Na economia, a cobertura das feiras promovidas pelo município ganha relevância e mostra a força da economia local. Momentos de comoção e tristeza que marcaram a vida da população também foram registrados, como a enchente que inundou grande parte do centro da cidade em 1990 e destruiu casas, lojas e supermercados. Ou então o acidente aéreo de 1997, que vitimou dois pilotos e cinco médicos que vinham de Porto Alegre buscar órgãos para um transplante.

Ivalberto Tozzo, Miriam Felippi e Edson Piana na festa da RIC

Luciana Lang, Auro Antônio Pinto, Marcos Bedin e Iara Lang

ATUALMENTE, SÃO NOVE horas semanais de produção regional, com o empenho em manter a emissora constantemente próxima da comunidade. São campanhas e projetos que buscam atender às demandas dos chapecoenses, como a Arena Mundo RIC, que incentiva a prática de atividades físicas; o Garota Ver Mais, que valoriza a beleza das mulheres locais; a Campanha do Agasalho e a Feijoada do Ver Mais, que destina todo o lucro para o Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa). A emissora também apoia eventos culturais, ações de entidades beneficentes e marca presença no acampamento Farroupilha e na Efapi. O maior projeto, entretanto, é a Maratona da Solidariedade, que existe há 14 anos e já arrecadou 420 mil

Homenageados: Alfredo Lang e Plínio David de Nes Filho

Marcelo e Mário Petrelli e o diretor regional Marco Salgado C H A P E C Ó É

toneladas de alimentos, beneficiando anualmente mais de 4 mil famílias carentes de Chapecó. A equipe da RICTV Record Chapecó conta hoje com aproximadamente 40 pessoas, entre jornalistas, apresentadores e técnicos. O diretor regional Marco Salgado ressalta que o bom trabalho realizado pelo jornalismo é fruto também de um time de profissionais que atuam na “retaguarda”, como cinegrafistas e editores, por exemplo. Os telespectadores podem conferir o resultado deste trabalho acompanhando diariamente jornalistas como Thiago Freitas, no Ver Mais; Eduardo Prado, no Jornal do Meio-Dia; e Diana Bordin, que há dois meses gerencia o Departamento de Jornalismo. A programação regional da RICTV é assistida por mais de 66 mil famílias. Pesquisa realizada pela Unochapecó aponta que 50% da população está ligada na emissora nos mais de 50 municípios ao redor da cidade, o que confirma a liderança regional da emissora. Com os resultados atuais e uma trajetória marcada pela valorização do olhar local sobre os fatos, a RICTV Record Chapecó recebe o reconhecimento do vice-presidente do grupo RIC em Santa Catarina, Marcello Corrêa Petrelli: “Em 2012, Chapecó está de parabéns duplamente, pois é uma pioneira da TV regional e do Brasil”. A festa em comemoração ao aniversário aconteceu no dia 21 de junho, na sala de cinema do Shopping Pátio Chapecó, com a participação de autoridades políticas de todo o estado, empresários, convidados e a direção executiva do Grupo RIC.l





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Almanaque4Sabores de Chapec贸


Almanaque

Sabores de Chapecó DO TRADICIONAL CHURRASCO AOS EXÓTICOS TEMPEROS ORIENTAIS, AS OPÇÕES GASTRONÔMICAS OFERECIDAS PELOS RESTAURANTES DA CIDADE ESTÃO CADA VEZ MAIS APETITOSAS Texto Lilian Simioni Fotos Victor Carlson

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e imaginarmos um percurso pelos restaurantes locais fazendo “testes cegos” – aqueles em que a pessoa prova pratos com uma venda nos olhos – seria difícil dizer que toda essa riqueza de sabores é oferecida em Chapecó. São aromas complexos, temperos precisos, texturas agradáveis, preparos no ponto exato, menus requintados e bem executados. Mas,

A carne é a estrela maior, seja na alta gastronomia do Dining (ao lado) ou no clássico Galpão Grill (acima)

abrindo os olhos, também é possível ter uma grata surpresa: as decorações vão do estilo tradicional, passam pelo histórico e chegam ao moderno. Isso tudo complementado por opções para quem quer dar uma esticada – dançando, ouvindo música, assistindo algum esporte na televisão ou mesmo curtindo a vista da cidade. Para os paladares mais tradicionais, que não dispensam um belo churrasco, uma das melhores opções para o almoço é o Galpão Grill. As carnes são selecionadas já nos frigoríficos fornecedores e transportadas embaladas a vácuo, fechadas em caixas e resfriadas. O rodízio – acompanhado de um bufê que também oferece opções para quem não come carne – inclui picanha, alcatra, vazio da costela, maminha, contrafilé, costela, cupim, fraldinha, miúdos, além de carnes de frango, cordeiro e suíno. O prato de maior sucesso da casa, o mais esperado e mais pedido, é a costela ao molho gorgonzola. A carne bem assada desmancha com uma passada de garfo e o molho cremoso é servido abundantemente, ao gosto do cliente. Na boca, o sabor mais forte da carne harmoniza perfeitamente com o gosto suave do molho de queijo. À noite o Galpão Grill serve um rodízio com mais de 60 tipos de pizzas, entre sabores doces e salgados, complementado por um bufê de saladas, massas, polenta, frango a passarinho e outras cinco variedades de carnes. Também com opções ao meio-dia e à noite, a Casa de Maria serve a cada dia uma seleção de pratos diferente. A proprietária Maria De Marco conta que a ideia é surpreender sempre o cliente. E a casa consegue esse efeito apos-

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Almanaque4Sabores de Chapecó

NO RESTAURANTE TERRACE, localizado no Hotel Bertaso, o tradicional se destaca. O serviço à la carte

Tarla Wolski

tando em sabores diversificados e com um toque de diversas tradições culinárias. O tempero nordestino, por exemplo, é uma herança da região de origem de Dona Maria, e é destaque aos sábados, com feijão tropeiro, cuscuz e baião de dois. Mas os carros-chefes do restaurante, quando o assunto é sucesso de público, são o rodízio de pizzas à noite e o bufê de frutos do mar no almoço de domingo. O rodízio possui mais de 50 tipos de pizza, doces e salgadas, com o acompanhamento de quatro variedades de massas (funghi, quatro queijos, carbonara e alho e óleo), risotos e guarnições. O bufê de frutos do mar traz os ingredientes frescos para pratos como paella, moqueca, bobó de camarão, camarão à siciliana, bacalhau à portuguesa, dourado, filé de linguado com ervas finas e salmão. Além das delícias que vêm do mar, a Casa De Maria ainda serve, aos domingos, rodízio de carne, sushis e os demais pratos do bufê.

Na Casa De Maria, diferentes tradições culinárias em um farto bufê que muda diariamente é oferecido no almoço e no jantar, com pratos inspirados na cozinha internacional e que primam pelo rigor no preparo. O menu é bem variado em relação às carnes, incluindo frango, porco, filé mignon, bacalhau, filé de linguado, côngrio, truta, salmão, tilápia, camarão e peru. Segundo a supervisora do hotel, Sirlene Kunz, os pratos mais pedidos são o camarão à grega, o filé

mignon com molho de pimenta verde, o filé de linguado à Miami e o côngrio à belle meunière. No camarão à grega, o arroz – com manteiga, passas, cenouras e outros ingredientes – e as batatas fritas são os complementos do ingrediente mais importante do prato: os camarões, temperados com pimenta do reino, feitos à milanesa e intercalados com queijo no espetinho. Quem procura o Terrace encontra, além da satisfação do paladar, uma vista privilegiada da extensão da Avenida Getúlio Vargas, um ambiente agradável e o show ao vivo de um pianista todas as noites.

JÁ O DINING, UM BISTRÔ DE ALTA

O camarão à grega é uma das delícias no menu do Restaurante Terrace, no Hotel Bertaso C H A P E C Ó É

gastronomia, fica em uma casa considerada um marco histórico para Chapecó. O local foi moradia de Serafim Enoss Bertaso, filho do proprietário da empresa colonizadora da cidade, que vendia terras aos recém-chegados na região. Agora, a casa é um local de boa culinária e diversão. Segundo o proprietário, Edimar De Marco, além de funcionar de terça-feira a sábado, o Dining Bistrô e Lounge pode ser alugado para eventos e, a cada 15 dias,



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Almanaque4Sabores de Chapecó

promove festas, especialmente com música eletrônica. Na gastronomia, um dos destaques é o carré de cordeiro com molho barbecue. O carré é coberto com o molho de sabor intenso, mas agridoce, realçando o adocicado natural da carne de cordeiro. O contraste é feito com purê de batata baroa, que é neutra, e aroma de funcho. Segundo o chef Alisson Fernando Kuhn, o funcho serve como adstringente, equilibrando o paladar. O restaurante possui uma horta orgânica, de onde vem boa parte dos temperos, verduras e hortaliças. Kuhn lembra que pães e patês são artesanais e o cardápio apresenta variações de acordo com a estação do ano e a disponibilidade de ingredientes sazonais.

COZINHA INTERNACIONAL MAIS comida japonesa podem ser encontradas no Ninja Lounge Sushi. A ideia de atender a vários gostos no mesmo espaço também exige a atuação de especialistas em diferentes técnicas culinárias: o mestre sushiman Adrian Gonzalez e o chef Isaac Félix Tesser dividem a cozinha do restaurante. Depois de dois anos trabalhando para desenvolver o prato, Tesser indica o camarão tailandês. Esta iguaria combina camarão ao pesto de manjericão com um molho que fica entre o doce e o salgado, com leite de coco e curry. Gonzalez também criou algo novo para a comida japonesa: o crounch, substituindo a alga pela massa filo para dar crocância e equilíbrio ao sushi. O sucesso do restaurante – que também promove a festa Ninja UP nas quintas-feiras, com música e gastronomia; a Sequência de Sabores nas terças e quartas-feiras, com aproximadamente 50 pratos diferentes; e a Sexta de Bossa e Violão, uma vez por mês – está avançando para além de sua sede. O planejamento da casa envolve a

O ambiente elegante do Ninja Lounge e sua abordagem inovadora da comida oriental implantação de um projeto social com crianças carentes, atendimento delivery e franquias em Santa Catarina e outros estados.l

Serviço Dining Bistrô e Lounge – Rua Pio XII, Esquina com Av. Nereu Ramos – Centro. Fone (49) 3312-1000.

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Galpão Grill – Av. Fernando Machado, 1.353D, Centro. Fone (49) 3324-6575. Casa De Maria – Av. Fernando Machado 3.547D. Fone (49) 3323-5521. Restaurante Terrace – Av. Getúlio Vargas, 52-S – Centro. Fone (49) 3361-8888. Ninja Lounge Sushi – Rua Achiles Tomazelli, 271-D. Fone (49) 3312-1290.


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No dia 29 de julho foi a vez do Quinteto Persch, de Porto Alegre, apresentar um repertório que foi de Astor Piazzolla a Antonio Vivaldi

Fazendo o bem com boa música O PROJETO BRAVÍSSIMO ENCANTA A PLATEIA CHAPECOENSE COM UM MIX DE ATRAÇÕES MUSICAIS E A ARRECADAÇÃO DE RECURSOS PARA AÇÕES SOCIAIS Texto Lilian Simioni Fotos Tarla Wolski

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que une os acordes dissonantes do jazz e o som caipira das violas? A música erudita e a popular? Os instrumentos pesquisados na história e um piano de cauda? No Bravíssimo, essa pergunta tem uma única resposta: a qualidade e a vontade de ajudar ao próximo. Com todo seu retorno financeiro

revertido a entidades assistenciais, o projeto propõe à plateia uma viagem sem preconceitos ao mundo da música, independente de onde ela vem, quantos músicos a tocam ou que instrumentos eles usam. Em sua oitava edição, o Bravíssimo nasceu da paixão da criadora do projeto, Luciana Lang, pela música e seu desejo de movimentar o setor cultural de Chapecó.

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Almanaque4Fazendo o bem com boa música

Segundo ela, a intenção é trazer grupos musicais que não vêm geralmente ao Oeste Catarinense. Todos os anos, a organização do evento pesquisa e conversa com diversos grupos, buscando reunir um mix de estilos. Assim como a música, todo o projeto é diferente. “O Bravíssimo é simples, delicado”, comenta Luciana. “Procuramos aproximar a plateia. Na abertura fazemos uma ambientação e no intervalo as pessoas têm possibilidade de contato com os músicos”, acrescenta. Apesar do sucesso atual, a idealizadora do projeto relembra que o início foi complicado, com dois anos muito difíceis a partir de sua criação, em 2002. Tanto que foi necessário deixar o Bravíssimo inativo nos anos seguintes. A retomada veio em 2007, por meio de uma parceria com o Rotary Clube de Chapecó, que mudou a venda dos ingressos de individuais para pacotes. O então presidente do Rotary, Sérgio Galli, lembra que o público passou de duzentas para mil pessoas. A consequência foi o aumento da renda, mas também do esforço para as vendas dos pacotes. “Mesmo assim, sempre faltam ingressos”, comemora.

O Bravíssimo tem seis apresentações por ano, cada uma com um grupo de estilo diferente O reconhecimento do projeto é evidente no interesse do público, na atenção aos grupos e nos depoimentos dos participantes. “Aqui se reúnem pessoas que gostam de música. É um trabalho muito bom para a cidade, culturalmente. E sabendo que estamos fazendo o bem a entidades sociais, fica ainda melhor”, comenta Mara Lopes Dias, que é espectadora

DESDE SUA RETOMADA, O EVENTO consolidou-se no calendário cultural da cidade e o local das apresentações passou do Hotel Lang Palace para o Centro de Eventos. Anualmente são seis apresentações, com a venda de 500 pacotes de ingressos. Todo o lucro é repassado pelo Rotary Clube de Chapecó para uma entidade assistencial. Em 2011, o Projeto Verde Vida recebeu os recursos do Bravíssimo. Este ano, os valores arrecadados com a venda de ingressos serão revertidos à Apae. O Projeto tem o apoio da RICTV Record de Chapecó, entre outras empresas.

do Bravíssimo há três anos. Participando pela primeira vez, o casal Ivanete e Rosalvo Reolon foram a todas as apresentações deste ano. “É fantástico. Certamente viremos nos próximos anos”, relata Rosalvo. O encantamento com o projeto não é somente do público. Vem também dos próprios músicos, já que a maioria dos grupos nunca havia se apresentado em Chapecó. “Os músicos se encantam ao encontrar o teatro lotado com 800 pessoas. Também mostramos como é revertido o dinheiro. Então às vezes um grupo demora dois ou três anos para vir – por conta de agenda, por exemplo –, mas acaba dando um jeito de conhecer o Bravíssimo mais cedo ou mais tarde”, aponta Luciana.l

Apresentações do Projeto Bravíssimo em 2012 25/03 – Renato Borghetti e Quarteto 27/05 – Orquestra Paranaense de Viola Caipira 29/07 – Quinteto Persch 30/09 – Trio Madeira Brasil A organizadora Luciana Lang aposta na aproximação entre os músicos e o público C H A P E C Ó É

28/10 – Kervansarai 25/11 – Orquestra Brasileira de Música Jamaicana



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O coração da cidade é verde

Lazer junto a natureza em meio ao centro urbano


O coração da cidade é verdeAlmanaque

Para a bióloga Janine Nogara, além de preservar a natureza, o local promove a qualidade de vida da população

O ECOPARQUE REVITALIZADO CONVIDA O CHAPECOENSE PARA PASSEAR, PRATICAR ESPORTE E RELAXAR EM MEIO À NATUREZA Texto Patrícia Dal Berto Fotos Tarla Wolski

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lugar já foi abandonado e pouco frequentado pelos moradores da cidade. Mas tudo isso está no passado. Hoje, depois de uma reestruturação completa, o Ecoparque dá um novo sentido ao lazer dos chapecoenses. É um espaço bem estruturado e aberto à população, onde as pessoas podem se reunir ao ar livre com segurança em busca de um cotidiano mais saudável e próximo à natureza. Em um passeio pelo local é possível observar várias espécies de plantas nativas, frutíferas, todas identificadas e catalogadas. Para a entidade que mantém o parque, a Fundação do Meio Ambiente (Fundema), a área precisa ser vista como um patrimônio ecológico de Chapecó. Além de garantir a

preservação do ecossistema, possibilitando pesquisas através da reconstituição da fauna e da flora nativas, o lugar tornou-se um espaço voltado para a qualidade de vida. Segundo Janine Nogara, bióloga e fiscal ambiental da Fundema, trata-se de um dever do poder público. “Incentivar a prática de atividades educativas, esportivas e socioculturais em meio à natureza é um benefício que merece ser trabalhado sempre”, conclui. Com atrações para todas as idades, o Ecoparque recebe um público bem variado. Para a contadora Greice Kelly Johann, de 26 anos, que costuma fazer caminhadas pelo local, o que mais chama a atenção é o ambiente agradável e a mata verde. “Costumo frequentar o Ecoparque algumas vezes por semana. É um lugar que me faz bem. Depois que me

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Almanaque4O coração da cidade é verde

ALÉM DAS TRILHAS ECOLÓGICAS e do acesso à internet, o parque conta ainda com playground e espaço fitness. A Fundema também organiza eventos de incentivo à atividade física e aulas abertas para os frequentadores. Quem há tempo não passava pelo local se surpreende com as mudan-

Com a rede Wi-Fi livre, é possível acessar a internet sem deixar de aproveitar o sol

Divulgação

exercito, procuro relaxar em contato com a natureza. Alivia o estresse do dia a dia”, comenta. Depois da reformulação foram construídas três trilhas de caminhada no parque, com distâncias e dificuldades diferentes. Uma delas, chamada “trilha azul”, tem 1.215 metros de extensão, enquanto a “trilha verde” possui 990 metros e na “trilha amarela” os praticantes da caminhada percorrem 875 metros. Outra novidade é o acesso gratuito à internet. Em meio a caminhadas e atividades físicas, alguns preferem se manter conectados. “Enquanto a minha mãe e minha tia caminham, eu fico no Facebook conversando com minhas amigas”, conta Luiza Bergmann, de 10 anos.

Em janeiro, o projeto Arena Mundo RIC promoveu a prática de atividades físicas no parque ças. “Fiquei curioso, pois não vinha para Chapecó há algum tempo. Isso aqui é uma outra realidade, mudou muito. É um ótimo espaço pra tomar um chimarrão com a família”, observa o engenheiro civil Christian Guiddi, morador de São Miguel do Iguaçu (PR), a passeio na cidade. Durante o verão são desenvolvidas várias atividades no Ecoparque. Uma delas foi promovida pela RICTV Record de Chapecó, que preparou uma programação especial voltada para os usuários do parque e seguidores da boa saúde. Em janeiro deste ano, o programa Arena Mundo RIC promoveu a prática de atividades físicas por meio do entretenimento. O evento reuniu cerca de 300 pessoas por dia entre crianças, jovens e adultos, que participaram de aulas de aeróbica, caminhadas e alongamentos, em um clima descontraído e motivador. Promovendo o bem-estar das pessoas através do esporte, o grupo RIC pretende organizar mais atividades como a Arena Mundo RIC em Chapecó e região. Para Francieli Kosczinski, coordenadora de eventos da RICTV Record, o objetivo é incentivar a prática esportiva através de uma orienC H A P E C Ó É

tação qualificada. “Buscamos através de professores de Educação física divulgar os benefícios de exercícios feitos ao ar livre e ensinar a maneira correta de se exercitar sem correr o risco de possíveis lesões. O evento da RIC atingiu suas metas e levou mais de cinco mil pessoas ao Ecoparque. Um sucesso”, avalia a coordenadora do evento.l

Um playground completa a estrutura do Ecoparque, para a diversão da criançada




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