Exame de Papanicolau Por que é tão importante? Todas as mulheres com certeza já ouviram falar desse exame, e a maioria inclusive já o fez. Mas vocês sabem o que é o exame de Papanicolau? O exame de colpocitologia oncótica é conhecido como Papanicolau ou preventivo. O nome Papanicolau vem do nome do médico Georgios Papanicolaou, estudioso das células do sistema reprodutor feminino e idealizador do exame no início do século XX. No exame é feita uma raspagem das células do colo do útero, e sua principal função é analisar se há alterações celulares sugestivas de lesões provocadas pelo Papilomavirus humano (HPV). No entanto o exame avalia também microorganismos presentes, podendo detectar cândida, gardnerella e diagnosticar infecções sexualmente transmissíveis. O câncer de colo de útero é o terceiro câncer mais comum entre as mulheres. O exame de Papanicolau veio para alterar o prognóstico das pacientes, pois detecta lesões precursoras consideradas pré-malignas, isto é, lesões que se não tratadas em tempo correto irão possivelmente evoluir para câncer. São pouquíssimos os tumores malignos que possuem exames de prevenção que conseguem evitar a evolução para câncer, na grande maioria os exames são realizados para detecção precoce do câncer e aumento das possibilidades de cura. No câncer de colo de útero, quando tratamos essas lesões iniciais que ainda não são câncer, mudamos a
evolução da doença e evitamos a transformação maligna! E quais alterações sugestivas de HPV podem ser verificadas no seu Papanicolau? No laudo do seu exame pode constar: • Exame normal, descrito como negativo para malignidade • ASCUS: células atípicas de significado indeterminado. Indica que existe alguma atipia nas células avaliadas, sem no entanto caracterizar lesões pré-malignas. Pode ser provocado por HPV ou por alterações benignas como infecções, inflamações, atrofia pós menopausa. • ASC-H: células escamosas atípicas, não podendo afastar lesões de alto grau. Apesar de ser um resultado também indeterminado, neste achado, diferente do ASCUS descrito anteriormente, a chance de haver alguma lesão de HPV pré-maligna é maior. • LSIL: lesão intraepitelial escamosa de baixo grau. Antigamente denominado NIC 1. Indica que há alterações celulares leves, com baixa probabilidade de câncer. Quando biopsiado, a maioria das LSIL trata-se de NIC 1, 16% tem NIC 2, 5% NIC 3 e 0,1% câncer. • HSIL: lesão intraepitelial escamosa de alto grau. Presença de células com grandes atipias, com grande risco de lesões pré-malignas moderadas e avançadas. Na biópsia, a porcentagem de NIC 3 é de 50%, e 7% de câncer. Você deve ter percebido que o resultado do Papanicolau nem sempre é condizente com os achados de biópsia. Isso acontece porque o Preventivo é um exame de rastreamento, ele mostra possíveis suspeitas que serão avaliadas com colposcopia e biópsia, que
são os exames que confirmam ou não o achado, de acordo com exame físico e avaliação do seu médico. Nem todas as alterações de Papanicolau tem indicação de biópsia, por isso a importância de analisar todos os fatores, isso ocorre porque grande parte dos ASCUS e LSIL regridem espontaneamente e podem ser observados. Portanto, se o seu exame apresentou alguma alteração, é importante verificar com seu ginecologista qual será o próximo passo, que pode ser expectante com coleta precoce (em 4 a 6 meses) de outro preventivo, realização de colposcopia (exame ginecológico com análise de colo de útero, vagina e vulva por aparelho com lente de aumento) e biopsia se necessário ou pesquisa de DNA HPV ou captura híbrida quando indicado e disponível. E não se desespere! A maioria das lesões são tratáveis. A importância do Papanicolau é justamente esta- detectar lesões de colo de útero e tratá-las em momento correto, evitando a evolução para câncer. Portanto mulheres, não se descuidem! Mantenha seus exames em dia! Ficou com alguma dúvida? Entre no meu site ou redes sociais e me mandem perguntas!
DRA. KELLY FERNANDA PEREIRA E SILVA CRM/PR 23549 | RQE 16376 | RQE 2888 | Cirurgia Geral | Cirurgia Oncológica
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Revista Saúde | Junho . 2021 | rsaude.com.br
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