REVISTA SAÚDE LONDRINA - EDIÇÃO 38

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Transplante Renal A doença renal crônica se caracteriza como à diminuição progressiva do funcionamento dos rins, levando a diminuição da eliminação das impurezas do organismo e, ao atingir determinados limites, exige uma intervenção, como a diálise ou o transplante de rim. O transplante renal é uma opção de tratamento para os pacientes que sofrem de doença renal crônica avançada. No transplante renal, um rim saudável de uma pessoa viva ou falecida é doado a um paciente portador de insuficiência renal crônica avançada. Através de uma cirurgia, esse rim é implantado no paciente e passa a exercer as funções de filtração e eliminação de líquidos e toxinas. Como a doença renal crônica é silenciosa, muitas vezes, os pacientes só descobrem a doença apenas em fases avançadas, quando não há tempo para programar o tratamento que ele desejaria realizar. É por isso que a maioria das pessoas que apresentam doença renal crônica avançada começa primeiro por hemodiálise ou diálise peritoneal. E depois, se inscrevem na lista de transplante de rim ou recebem um rim de um doador vivo. Como qualquer procedimento cirúrgico, as condições de saúde do paciente podem impor contraindicações para a realização do transplante renal. Pacientes portadores de alterações hepáticas, cardiovasculares ou infecciosas que não estejam compensadas, não podem realizar a cirurgia. Existem dois tipos de doadores: os doadores vivos (parentes ou não) e os doadores falecidos. No caso de doadores falecidos, os rins são retirados após se estabelecer o diagnóstico de morte encefálica e após a permissão dos familiares. O diagnóstico de morte encefálica possui critérios muito rigorosos definidos pelo Conselho Federal de Medicina. Inúmeros exames são realizados para que se possa determinar o bom funcionamento dos rins do doador e se certificar que ele não apresenta alguma doença que possa ser transmitida ao receptor. O sangue do doador será cruzado com o sangue dos receptores,

e receberá o rim aquele paciente que for mais compatível, ou seja, apresenta o menor risco de rejeição com o órgão que está disponível. Para receber um rim de doador falecido é necessário estar inscrito na Central de Transplantes do Estado onde será feito o transplante, onde existe uma lista única de receptores de rim. No caso de rim de doador vivo, tanto os parentes, quanto os não parentes podem ser doadores, desde que haja uma autorização judicial. As condições necessárias para ser um doador vivo é manifestar desejo espontâneo e voluntário de ser doador. A comercialização de órgãos no Brasil é crime, e passível de pena. Caso haja o desejo, é necessário que o sangue do doador seja compatível com o sangue do receptor. Após o transplante de rim, o paciente ficará tomando remédios chamados de imunossupressores, que diminuem a chance de rejeição do órgão que ele recebeu, diminuindo a imunidade. Essas medicações devem ser utilizadas durante todo o tempo que forem transplantados. O abandono da medicação pode ter sérias consequências, como a perda do rim transplantado e outras complicações. Como todos os remédios, os imunossupressores apresentam efeitos colaterais. Entre os efeitos colaterais mais comuns, destacam-se a predisposição a infecções virais e bacterianas, principalmente no primeiro ano após o transplante de rim. O rim transplantado pode permanecer funcionando por vários anos (mais de 10 anos), mas, em alguns casos, o tempo de duração de funcionamento do órgão não é tão longa. O uso correto dos imunossupressores é importantíssimo para a manutenção do funcionamento do transplante. Características relacionadas ao paciente que recebeu o órgão, como número de transfusões

sanguíneas, transplantes anteriores; intercorrências ocorridas no momento do transplante renal e ao próprio órgão que foi doado terão impacto na duração do funcionamento do órgão. O rim transplantado também pode ser acometido com algumas doenças que poderão alterar sua função, como as infecções urinárias, obstruções na via de saída de urina e rejeições. A rejeição ocorre quando o organismo passa a reconhecer o rim recebido como estranho. Para cada uma dessas situações existe um tratamento específico e quanto mais cedo for iniciado, maiores as chances de manter o funcionamento do rim. Os pacientes que se submetem ao transplante renal têm uma maior sobrevida ao longo dos anos. Porém, a indicação da melhor estratégia de tratamento depende de vários fatores e deve ser individualizada para cada paciente.

DR. FRANCISCO GONÇALVES NEVES NETO CRM/PR 24581 | RQE 17465 | Médico Nefrologista

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rsaude.com.br | Junho . 2021 | Revista Saúde

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