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Entrevistando o atleta Cássio Rippel

Aos 44 anos, o paranaense de Ponta Grossa, Cássio Rippel tem em seu currículo inúmeros títulos e recordes brasileiros e sul-americanos e mira uma vaga nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Em 2013, foi eleito pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) o melhor atleta do tiro esportivo e recebeu o Prêmio Brasil Olímpico. Dois anos depois, alcançou uma de suas principais conquistas em 27 anos no tiro esportivo: a medalha de ouro na Carabina Deitado 50m nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Nessa mesma prova ele conseguiu, estabelecer novo recorde pan-americano e garantiu a vaga nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Desde 2018 é membro da Comissão de Atletas da ISSF e, ano passado, foi eleito presidente da Comissão de Atletas da CBTE. Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), Cássio é tenente-coronel na 11ª Brigada de Infantaria Mecanizada, em Campinas (SP), e iniciou sua carreira militar em 1995, quando ingressou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx). Só consegui conquistar tudo o que tenho hoje, manter o foco nos Jogos Olímpicos de Paris de 2024 e o trabalho de alto rendimento, porque sou integrante do Exército Brasileiro.

Qual a importância do Exército na sua carreira?

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Com certeza, o Exército Brasileiro é o meu maior patrocinador do momento porque me permite que tenha e desenvolva um trabalho de alto rendimento no tiro esportivo.

Como é sua rotina de treinos?

Cássio – Hoje em dia estou treinando em dois períodos, com dois treinos técnicos e um treino físico. Inicio bem cedo, por volta das 5 da manhã com um treino puramente técnico, com duração de cerca de três horas e meia. Antes do meio-dia faço um trabalho físico e à tarde são mais três horas de treino técnico. Esse treino técnico engloba tanto o tiro no estande – ou seja, tiro real como nós chamamos – quanto o tiro em seco, trabalhando com simulador de tiro. No estande, você está sozinho na sua linha de tiro. Obviamente que tem um atleta ao seu lado, mas “você não está preocupado” com o resultado dele.

Cite suas principais conquistas no tiro esportivo. Minha principal conquista foi a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, além do recorde pan-americano. Também destaco, no mesmo ano, a medalha de ouro na Copa Sul-Americana da ISSF, em Santiago, no Chile. Na ocasião quebrei o recorde brasileiro e sul-americano. Antes do meio-dia faço um trabalho físico

A meditação e a ioga ajudam em sua carreira de atleta?

São ferramentas muito importantes para conciliar todo o trabalho. O atleta de tiro esportivo tem um “combate” consigo mesmo. Comparando com a natação ou com o atletismo, em que você está vendo seu adversário ao seu lado, no tiro isso não acontece. Você quer fazer a sua melhor performance, ou seja, quer se superar. E nesse ponto a ioga e a meditação funcionam muito bem com técnicas de individualização. A parte mental do tiro esportivo é muito importante para que o atleta tenha a confiança necessária para alcançar o resultado. Comparando com a natação ou com o atletismo, em que você está vendo seu adversário ao seu lado, no tiro isso não acontece. Fui eleito durante o Campeonato Mundial de Changwon

Qual

a importância do apoio da família em sua carreira?

O apoio da minha família é incondicional, sem o apoio deles não seria possível ser um atleta de alto rendimento. Quando me casei já era atleta do tiro esportivo. Então o esporte está envolvido na nossa família. Eu converso com minha esposa, discutimos problemas possíveis de serem solucionados. E é nessa imersão dentro do esporte que a gente consegue crescer com uma base muito sólida. Dessa forma, tenho certeza de que vou para a competição e vou ter o suporte dentro da minha casa, tanto na ida quanto na volta, e muitas vezes conto com a presença deles nas competições.

Desde quando você é membro da Comissão de Atletas da ISSF e como é sua participação?

Fui eleito durante o Campeonato Mundial de Changwon, na Coreia do Sul, em 2018, e é a primeira gestão que participo. Na Comissão trazemos a demanda dos atletas e fazemos gestões importantes e transformadoras dentro da ISSF para que a presidência, o secretário geral e as lideranças sempre tenham em mente o que os atletas vão fazer a seguir, o que vai acontecer na ponta da linha.

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