SÍLEX

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R$ 50,00

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O FUTURO É AGORA Na sociedade hoje e no futuro, o mundo tem e terá suas raízes na tecnologia. Em qualquer lugar que estivermos, seja em casa, no trabalho ou na faculdade, estamos sempre conectados. Existe um lado positivo nisso, muitas tecnologias estão sendo renovadas e melhoradas em diversas áreas que ajudarão o ser humano no futuro, como medicina e educação, por exemplo. Mas no mundo, não há nada perfeito, então é evidente que, mesmo bem intencionada, pode nos levar à ruína. A Sílex nasceu justamente para mostrar essa dualidade, trazendo luz às mais fascinantes e determinantes tecnologias, ao mesmo tempo que elabora temas culturais e atuais. Temos como nossa missão não só transformar você, leitor, em alguém inteirado, capaz de argumentar, questionar e expor ideias sobre os nossos temas, mas também torná-lo apto a usar estas aprendizagens no seu dia a dia. Trazemos em nossa revista eixos de arte, meio ambiente, sociedade e ciência, todos atravessados e impactados pela tecnologia. Não só, mas também te informamos e auxiliamos sua sobrevivência no meio digital te dando dicas e indicações excelentes. Se interessou? Então experimente o futuro.

Da esquerda pra direita: Pedro Hardardt, Samira Costa, 008Sabrina Ferrari, Bruno Ulrich e Breno Cerqueira

Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM 2023/2 Curso de Graduação em Design Projeto Integrado 3º semestre Projeto Editorial e Gráfico Breno Otero Cerqueira Bruno Dominguez Ulrich Pedro Hardardt Vieira Sabrina Ferrari Junqueira Samira Felix Ribeiro da Costa Projeto III Marise de Chirico Produção Gráfica Mara Martha Cor Percepção e Tendências Paula Csillag Infografia Marcelo Pliger Ergonomia Matheus Passaro e Eddy Stephan Marketing Estratégico Luis Américo Finanças aplicadas ao mercado Paulo Faria



COLLABS:

CLÓVIS DE BARROS FILHO É um jornalista, filósofo e professor livredocente na área de Ética da USP. Especialista em comunicação, direito, sociologia e política, além de já ter escrito diversos livros.

SÉRGIO SACANI É um geofísico, influenciador, dono do blog Space Today e host do podcast Ciência sem Fim, associado dos Estúdios Flow. É, sobretudo, proeminente divulgador científico brasileiro.

BAKA GAIJIN “Estrangeiro idiota”, em japonês – é um youtuber, designer e perito na cultura japonesa, filosofia e marketing. Além disso, considera a si próprio sommelier de becos e é um ótimo fotógrafo.

DONGLU YU É uma artista conceitual que foca seus trabalhos na construção de cenários fantásticos e fictícios. É conhecida principalmente por melhorar o desenvolvimento visual de seus projetos.


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HACKS_

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PROFILE_

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PROPS_

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TONE_

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MORTE DA ARTE:

O BOOM DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

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FX_Oppenheimer: Como Nolan recriou a explosão da bomba atômica_

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WAVE_Inteligência Artificial na música: O fim do compositor?_

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STREAMING: ACOMO AFETA O ECOSSISTEMA DO NOSSO PLANETA

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CONTROL_Agricultura: Utilização da inteligência artificial no campo

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RETURN_Aves: Como inspiram a criação de novas tecnologias

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NEUROMANCER:

A OBRA QUE TORNOU EVIDENTE O CYBERPUNK

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SERVER_Lula 3: O governo que mais dialoga com os games_

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SYSTEM_Celular é o novo cigarro: Como são as ações do cérebro_

092 JAMES WEBB: COMO FUNCIONA O MAIOR TELESCÓPIO ESPACIAL

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DNA_O Futuro das próteses biônicas: A Internet das coisas_

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DATABASE_Pirâmides: Os mistérios por trás de suas construções_

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INVADERS_

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UPDATE_

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SPINE_

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HIGHLIGHTS_ 013

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Foto: Retoka

5 DESAFIOS E 5 TENDÊNCIAS NA CIBERSEGURANÇA A cibersegurança, no cenário atual, é de extrema importância e interesse global, afinal, dados de usuários, empresas e governos estão em jogo

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SECTION_HACKS

Desafios Emergentes em Cibersegurança

Tendências Emergentes em Cibersegurança

001. Ataques de Ransomware em Ascensão: Os ataques de ransomware continuam a ser uma das maiores ameaças cibernéticas. Eles envolvem a criptografia dos dados de uma vítima e a exigência de um resgate em criptomoeda em troca da chave de descriptografia, causando prejuízos financeiros significativos e interrupção dos negócios do empresário.

001. Inteligência Artificial (ia) e Machine Learning (ml): A ia e o ml estão sendo usados para aprimorar a detecção de ameaças cibernéticas em tempo real. Essas tecnologias podem identificar comportamentos suspeitos, analisar grandes conjuntos de dados e automatizar respostas a ameaças, de forma a tornar todo o sistema mais eficiente, automatizado e seguro.

002. Ameaças à Internet das Coisas (IoT): A proliferação de dispositivos IoT, como câmeras de segurança, termostatos inteligentes, fechaduras, etc, torna as redes mais complexas e vulneráveis. A segurança insuficiente nesses dispositivos pode abrir possibilidades para invasores explorarem brechas na rede para praticarem furtos de dados, e até de itens físicos em caso de hack de fechaduras, cofres e outros dispositivos de trancas, por exemplo.

002. Zero Trust Security (Segurança de Confiança Zero): A abordagem de “confiança zero” pressupõe que ninguém e nada dentro ou fora da rede deve ser confiável automaticamente. Isso promove a autenticação contínua e a verificação rigorosa, limitando o acesso somente a quem precisa. Desta forma, procurando sites e serviços que ofereçam ao cliente um sistema seguro e com artimanhas que não o preocupem ao confiar sua senha para.

003. Cibersegurança nas Empresas: As empresas enfrentam ameaças cibernéticas constantes, com ataques direcionados a dados corporativos e propriedade intelectual. A segurança da cadeia de suprimentos também é uma preocupação crescente, já que os invasores buscam infiltrar-se através de parceiros comerciais.

003. Criptografia Pós-Quântica: Com a promessa de computadores quânticos capazes de quebrar algoritmos de criptografia tradicionais, a pesquisa em criptografia pós-quântica visa criar sistemas resistentes a essas ameaças futuras, protegendo a integridade e a veracidade dos dados do cliente em questão.

004. Desafios na Nuvem: Com a adoção generalizada da computação em nuvem, a segurança de dados armazenados e processados em servidores remotos torna-se fundamental. Vazamentos de dados na nuvem podem expor informações sensíveis.

004. Proteção de Identidade Digital: A autenticação multifatorial, o uso de identidades digitais confiáveis e a biometria estão ganhando destaque para combater o roubo de identidade, garantindo que apenas indivíduos autorizados tenham acesso a sistemas.

005. Amplificação de ataques DDoS com Redes 5G: A implementação de redes 5G aumenta a capacidade dos ataques distribuídos de negação de serviço (DDoS) devido à maior largura de banda, tornando-os mais devastadores e relativamente mais difíceis de conter.

005. Compartilhamento de Ameaças: A colaboração entre organizações e setores para compartilhar informações sobre ameaças cibernéticas está mais comum. Permitindo uma resposta mais eficaz, pois as organizações podem se beneficiar da experiência na mitigação de ameaças.

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Imagem: Cyberpunk 2077

CYBERPUNK 2077: DOGTOWN E AS FAVELAS Conversamos com artistas da CD Projekt Red, que nos contaram sobre as inspirações para a cidade de Dogtown e a expansão do jogo, Cyberpunk 2077: Phantom Liberty

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A DEMONSTRAÇÃO DE PHANTOM LIBERTY, expansão de Cyberpunk 2077 que traz uma nova história, personagens, cidade e diversas outras novidades, não foi a única atividade do TecMasters em Los Angeles, durante o Summer Game Fest: Play Days. Além de jogar o conteúdo inédito, também foi possível conversar com Wiktoria Stachowska, a artista de ambiente sênior e coordenadora de cidade, e com Kacper Niepokólczycki, o artista líder de ambiente. A dupla respondeu diversas perguntas sobre a nova expansão de Cyberpunk 2077, explicando melhor as infinitas possibilidades do jogo e revelando algumas das principais inspirações para a criação de Dogtown, a cidade onde a história de Phantom Liberty se passa. Entre as referências, o time se baseou em favelas do Brasil e no comportamento das pessoas após o terremoto de Managuá em 1972. As dinâmicas entre personagens de Phantom Liberty.

Sílex

OK. Começando com algo muito específico: eu senti que aconteceu alguma coisa entre a Myers e o Reed no passado e eles continuam mal resolvidos desde então. O que vocês podem me falar sobre isso?

motivações internas deles, e nem seus objetivos. Na realidade, você provavelmente vai ter que investir em alguns relacionamentos e, em determinados momentos, terá a chance de conhecer esses objetivos e motivações para ter mais certeza [sobre quem confiar].

Sílex

E eu consigo conhecer essas motivações e objetivos apenas fazendo a campanha principal ou existem histórias paralelas para que eu possa explorar mais sobre esses personagens?

Wiktoria Stachowska

Ambos! O que você viu [na demonstração] é o que faz parte da campanha principal, certo? Isso por si só, já oferece várias missões. Mas também temos muito conteúdo secundário e atividades emocionantes. Adicionamos muitas novidades como armas, equipamentos, novos trabalhos, entregas, rotas e muitos outros detalhes. Então, em geral, há muito o que fazer e descobrir em Dogtown.

Kacper Niepokólczycki

O que eu posso dizer, de uma forma que não estrague a experiência, é que existe uma história para ser desenrolada, e você pode descobrir cada vez mais sobre, conforme for jogando a expansão/dlc do nosso jogo.

A EXPANSÃO TRÁS A Sílex Certo. É que eu fiquei com essa fortíssima imESSÊNCIA QUE pressão sobre eles. NÃO FOI Wiktoria Stachowska Em Phantom Liberty você terá mais impressões PREVIAMENTE como esta e com muitos personagens, pois nós realmente não demonstramos as verdadeiras ATINGIDA @SÍLEX_MAGAZINE

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Imagem: Cyberpunk 2077

Imagem do personagem de Idris Elba dentro do jogo

Kacper Niepokólczycki

O negócio é que o jogo é bastante focado em história. Então quanto mais você souber agora, menos divertido vai ser quando jogar. Vamos tentar poupar um pouco disso. [Ao mesmo tempo], nossos games são muito abrangentes, sabe? Você vai precisar fazer escolhas, decisões que serão muito difíceis, e cada uma delas leva a resultados diferentes, seja na história, seja nos relacionamentos… ou o que quer que esteja acontecendo. E sim, temos algumas missões secundárias diferenciadas e todas elas levam a caminhos variados.

Sílex

A respeito do Idris Elba, o que vocês podem me dizer da escolha dele para o papel de Solomon Reed? Foi inspirado por algum trabalho específico dele?

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Kacper Niepokólczycki

Somos questionados sobre isso vez ou outra, mas não nos envolvemos nesse processo em específico. Minha perspectiva, o que posso dizer, é que ele se encaixa perfeitamente para o papel.

Sílex

Absolutamente! Ele é incrível!

Wiktoria Stachowska

Do que eu sei, houve uma busca intensa para encontrar a pessoa perfeita para o papel. E na minha opinião, é ele, Idris Elba! O cara tem uma carreira ilustre e se mostrou gostar de games. “Em geral, Dogtown estava progredindo em algum momento, e alguns anos atrás, houve a Guerra de Unificação, onde o Coronel Kurt Hansen veio e ocupou o lugar”, conta a artista. “Este personagem é muito importante para nós.


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Mergulhando em Dogtown, a nova cidade de Cyberpunk 2077 Após ser questionada sobre o que mais poderia contar ao TecMasters sobre Dogtown, Wiktoria Stachowska revelou inúmeras informações e referências sobre a cidade. “Bem, Dogtown é uma parte de Night City, é um distrito. Ela já foi integrada ao Pacifica District, em particular. A característica mais importante desse lugar é que ele é fechado e não fica aberto durante todas as estações. As pessoas não podem simplesmente entrar e sair, a menos que estejam envolvidas com algo, ou tenham um negócio em conjunto, ou sejam exilados, ou talvez foram sentenciadas à morte, ou estão fugindo de alguma coisa, e coisas assim. Queríamos criar algo novo, algo melhor e com humor diferente do que tínhamos em Night City, e Dogtown é isso. Não é um lugar onde você iria para um piquenique com a família”. “Em geral, Dogtown estava progredindo em algum momento, e alguns anos atrás, houve a Guerra de Unificação, onde o Coronel Kurt Hansen veio e ocupou o lugar”, conta a artista. “Este personagem é muito importante para nós. Você não teve a opção de conhecê-lo pessoalmente, mas terá uma chance quando jogar o jogo completo. Ele é o cara que comanda a cidade com punho de ferro e criou uma espécie de estado com leis próprias”. Segundo Wiktoria, “não há regras para a civilização” de Dogtown, exceto as que o próprio Kurt criou. Ela prossegue: “Ele está mantendo a cidade como uma área de negócios para si mesmo, onde ele fecha acordos ilegais e assim, ganha dinheiro para manter o Barghest, o exército que mantém a cidade e os distritos intactos”. Do ponto de vista ambiental, a cd Projekt Red também queria oferecer algo que não existia em Night City. “Circunstância em que o personagem chega a um lugar e não pode simplesmente sair, e daí, [como pode acontecer em situações reais]”, partindo daí para a compra ou o aluguel de um

apartamento ou a ida até uma construtora para conseguir uma casa própria. “Aqui, você precisa recriar seu próprio espaço com coisas que se encontram aqui e ali, pegando alguns remanescentes da guerra da unificação e restos jogados em construções, etc. Nós nos inspiramos muito em arquiteturas como favelas” “Você não entrou no centro do nosso distrito civilizado, mas teve um vislumbre disso quando estava morando em um esconderijo com Myers e o pelotão invadiu”, Wiktoria se refere aqui à demonstração que foi jogada um pouco antes da nossa entrevista com o pessoal. “Existem apenas dois distritos [em Dogtown]. A primeira é a parte brilhante e cintilante com esculturas e cassinos e coisas assim, contraposta à parte rebaixada de Longshore Stacks. Queríamos entregar esse cenário com sensação de autossustentabilidade altamente funcional e densamente povoada que precisa de quem mora nas favelas. Sabe?” “A classe trabalhadora de Dogtown com pessoas que saem de lá e precisavam se adaptar a esta nova situação após a Guerra da Unificação, quando não havia nada parecido. Então, eles estão reciclando criativamente coisas que encontram aqui e ali em canteiros de obras para construir suas casas. Há muitas construções de casas nesse estilo em meio a containers de obra, e tudo isso forma uma rede suspensa de recortes dançantes. Este é só um pedaço de Dogtown. A cidade é muito, muito densa”. Isso significa que cada uma dessas áreas é diferente. “Então, você viu principalmente o cassino, com vigas e arquitetura peculiar com muitas cores e outras inspirações”, relembra a artista, novamente fazendo menção à demonstração jogada. “Também temos o estádio com um clima completamente diferente, temos os distritos superiores mais cobertos de vegetação, enfim… é realmente um lugar repleto de atividades em mundo aberto. Muitas coisas estão acontecendo lá”. As favelas não foram a única inspiração para Dogtown.

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Sílex

Wiktoria Stachowska

Não queríamos focar em determinados países, propositalmente. Em vez disso, focamos em alguns comportamentos de pessoas de locais como Argentina, Brasil, Nicarágua e Manágua. Depois do terremoto que aconteceu nos anos 1970 em Manágua, nos inspiramos em como as pessoas se comportam por lá. Observamos o que é mais importante para eles. E por exemplo, a ditadura tomou o poder [político] e mudou a vida dessas pessoas. Elas precisaram se adaptar a essas circunstâncias e nós coletamos algumas informações em fotos. O que elas fizeram no início? Precisavam, por exemplo, de suprimentos. Então eles varreram os detritos das estradas e criaram algumas rotas principais para coletar o que era necessário. E nós apenas estávamos observando os comportamentos de pessoas dessa época, pois elas viviam em circunstâncias parecidas com a população de Dogtown. Os habitantes de Longshore Stacks fazem parte do grupo que, provavelmente, vive em uma situação similar em favelas, onde não existem opções. Não há como comprar materiais em lojas, então essas pessoas criam seu próprio espaço, à própria maneira. E dependendo de que lado da cidade você está e das pessoas que vivem nessas áreas, a situação é diferente, bem como as inspirações que tivemos e os recursos que reunimos.

Foto: Thomaz Silva

E existe mais alguma coisa que vocês tiraram inspiração do Brasil, além das favelas?

Favela no Rio de Janeiro

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RAZER NARI ULTIMATE Atualmente um dos melhores e mais bonitos headsets gamers da marca, superando o famoso Kraken. Além de ser wireless. R$ 900,00 – www.amazom.com.br

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Eduardo Balducci Veste John John inverno 2023

DUALIDADE: O contraste de luzes vibrantes em azul e vermelho, demonstrando a dualidade Sílex FOTOS SAMIRA COSTA ILUSTRAÇÕES SABRINA FERRARI, BRUNO ULRICH E HADA

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Gabriela Duarté Veste Zara inverno 2023

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Laura Storte Veste Zara outono 2023

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Letícia Oda Veste Animale outono 2023

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Laura Homrich Veste Le Lis Blanc outono 2023

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Rafaela Nishioka Veste Zara outono 2023

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Pedro Mahfuz Veste Reserva outono 2023

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Pedro Viviani Veste Uniclo outono 2023

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Foto: Oppenheimer

OPPENHEIMER: COMO NOLAN RECRIOU A EXPLOSÃO DA BOMBA ATÔMICA?

A ideia por trás das explosões presentes no filme do gênio e polêmico diretor de Oppenheimer, Christopher Nolan POR DANIELE CAVALCANTE

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O DIRETOR CHRISTOPHER NOLAN queria que efeitos do brilho ofuscante e da nuvem de coguOppenheimer, seu novo filme sobre o pai da melo típica das bombas nucleares. Ao filmá-la bomba atômica – lançado aqui no Brasil no dia bem de perto, criou-se uma ilusão óptica bem 20 de julho de 2023 – exibisse nas telonas o efei- convincente para os espectadores. to da explosão de uma bomba nuclear sem o uso de cgi. E ele conseguiu este feito graças a uma O que é CGI e porque Nolan não usou? equipe brilhante, a muitos experimentos e a um Também conhecido como efeitos visuais, cgi velho truque do cinema. (“Computer Graphic Imagery”) é toda e qualquer Nolan é conhecido por exigir rigor quase cien- técnica para produzir imagens por computador. tífico para obter realismo em algumas de suas São os famosos efeitos especiais que podem cenas. Vimos o melhor exemplo disso em Inte- adicionar desde pequenos detalhes a uma cena, restelar, obra que incluiu uma simulação de um até compor filmes completos. buraco negro supermassivo que seguiu com exaHoje, os grandes estúdios de computação grátidão os modelos matemáticos e as orientações fica conseguem produzir todo tipo de efeito vidos melhores cientistas. sual, e certamente poderiam criar uma explosão Quando o diretor revelou que não usaria cgi atômica bastante realista. para a explosão nuclear de seu novo filme, alguMesmo assim, Nolan preferiu algo menos mas pessoas brincaram na internet com a ideia “perfeitinho”. É que, para ele, explosões reais de Nolan explodir uma bomba real. Bem, de certa são mais caóticas e confusas do que os comforma, isso até aconteceu: a equipe de produção putadores poderiam gerar. Em uma entrevista usou mesmo algumas bombas, mas nada que à revista Empire, Nolan disse que “a coisa mais pudesse representar riscos a qualquer ser vivo. óbvia a fazer seria criar todas [as explosões] com computação gráfica, mas eu sabia que isso não Como Nolan criou a bomba nuclear alcançaria o tipo de natureza tátil, irregular e real em Oppenheimer? do que eu queria”. Para recriar o Teste Trinity – a primeira vez que uma arma nuclear foi detonada –, a equipe utilizou uma técnica clássica chamada perspectiva forçada, popularmente conhecida como truque de câmera. Ela consiste em fazer coisas pequenas parecerem maiores ou grandes perto de outros objetos e vice-versa. Essa técnica, embora muito antiga, ainda é usada nos dias de hoje quando os diretores não querem recorrer à computação gráfica. Como exemplo, pense no interior das casinhas dos hobbits, nos filmes da saga O Senhor dos Anéis. Ali, tudo foi construído em dois tamanhos diferentes: um pequeno, para Gandalf parecer grande, e outro grande, para os hobbits parecerem pequenos. No caso da bomba de Oppenheimer, Nolan e sua equipe criaram uma explosão real em miniatura, com alguns elementos que simularam os

PARA ELE EXPLOSÕES REAIS SÃO BEM MAIS CAÓTICAS E CONFUSAS @SÍLEX_MAGAZINE

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Foto: Melinda Sue Gordon

Christopher Nolan, em uma das locações de filmagem

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Ao The Hollywood Reporter, ele explicou: “cgi é inerentemente bastante confortável de se olhar. É seguro, anódino. E o que eu disse a Andrew [Jackson, o supervisor de efeitos visuais do filme] em Oppenheimer foi ‘isso não pode ser seguro. Não deve ser confortável olhar para isso. Tem que ter mordida. Tem que ser bonito e ameaçador em igual medida’”. Para isso, eles decidiram criar o incêndio com uma combinação de gasolina, propano e pó de alumínio, enquanto o magnésio foi usado para criar um flash ofuscante. “Nós realmente queríamos que todos falassem sobre aquele flash, aquele brilho. Então tentamos replicar isso o máximo que pudemos”, disse outro supervisor de efeitos especiais, Scott R. Fisher. Antes de chegar a um resultado satisfatório, eles usaram vários experimentos, “alguns em escala gigante, usando explosivos e sinalizadores de magnésio, e grandes explosões de pólvora negra de gasolina”, disse Fisher, ao SyFy. “E alguns [experimentos] absolutamente minúsculos, usando interações de diferentes partículas, diferentes óleos, diferentes líquidos”.

CGI É BEM CONFORTÁVEL DE OLHAR. NÃO PODE SER SEGURO

Explosão nuclear vs explosão no cinema

Claro, nada produzido por Nolan e sua equipe se compara à bomba real usada no Teste Trinity pelo Projeto Manhattan, sob a direção de Julius Robert Oppenheimer. A explosão ocorrida em 1945 gerou energia equivalente a 24,8 quilotons de tnt e derreteu areia do deserto onde o teste ocorreu, transformando-a em um vidro verde radioativo. Além disso, a explosão criou uma onda de choque sentida a 160 km de distância e uma nuvem em formato de cogumelo com 12,1 km de altura. Após a poeira abaixar, foi revelada uma cratera de 80 m de largura. Nolan não revelou a fórmula usada para gerar a explosão realista de Oppenheimer, mas parece que seu objetivo foi alcançado.

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THEME:COLOR 01/01/2024

MORTE DA ARTE: O BOOM DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL


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Artistas temem que a inteligência artificial roube seus empregos e suas criações, mas os responsáveis por esses sistemas dizem que tecnologias são apenas ferramentas POR CHRIS VALLANCE IMAGENS MID JOURNEY @SÍLEX_MAGAZINE 0039


A DUALIDADE DAS IAS INQUIETA OS ÂNIMOS DOS ARTISTAS

Arte anti-ia feita pela artista Veronika Kozlova

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REVOLUÇÕES NA ARTE não são novas, masesta,de algum modo, pode ser terminal. “A arte está morta, cara”, disse Jason M. Allen ao jornal americano The New York Times. Allen foi o vencedor da feira de arte do Colorado na categoria “artistas digitais emergentes”. Sua obra vencedora, Teatro de Ópera Espacial, foi feita com uso do Midjourney, um sistema de inteligência artificial que permite que imagens sejam criadas a partir de algumas frases, como “astronauta em cima de um cavalo” ou “cachorro com uma flor na boca num retrato ao estilo de Pablo Picasso” A vitória deixou muitos artistas furiosos, mas Allen não se abalou: “Acabou. A inteligência artificial ganhou. Os humanos perderam”. Ele recebeu

um prêmio relativamente pequeno, equivalente a R$ 1.500, mas o feito dominou os holofotes da imprensa internacional. Alguns artistas já temiam que uma nova geração de imagens geradas por meio de inteligência artificial poderia roubar seus postos de trabalho, pegando carona no que aprendeu sobre o ofício ao longo dos anos. “Essa coisa quer nossos empregos e é ativamente um anti-artista”, afirmou rj Palmer, um artista de arte conceitual para filmes e videogames, em uma mensagem que viralizou no Twitter. Em suas críticas, Palmer ressaltou como esses sistemas de inteligência artificial podem imitar precisamente artistas e seus traços estéticos. A produção desses sistemas de inteligência artificial é impressionante, mas eles são construídos com base na produção de criadores de carne e

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compactado de “100.000 gigabytes de imagens” extraído da internet, contou à bbc o fundador Emad Mostaque. Mostaque, um cientista da computação com formação em tecnologia. E a inteligência artificial pode reproduzir um estilo em segundos: “Neste momento, se um artista quiser copiar meu estilo, ele pode passar uma semana tentando replicá-lo”, diz Palmer. “Isso é uma pessoa gastando uma semana para criar uma coisa. Com esta máquina, você pode produzir centenas delas por semana”. Mas Mostaque, do Stable Diffusion, diz que não está preocupado em deixar os artistas sem trabalho. Para ele, o projeto é uma ferramenta como um aplicativo de planilhas, que “não tirou o trabalho dos contadores”. Então, qual é a mensagem de Mostaque para jovens artistas preocupados com sua futura carreira, talvez em ilustração ou design? “Minha mensagem para eles seria: ‘trabalhos de design de ilustração são muito entediantes’. Não se trata de ser artístico, mas sim de ser uma ferramenta”. Mostaque sugere que essas pessoas encontrem oportunidades usando a nova tecnologia: “Este é um setor que vai crescer muito. Ganhe dinheiro com esse setor se você quiser ganhar dinheiro. Vai ser muito mais divertido”. E de fato já existem artistas usando a arte da inteligência artificial para se inspirar e ganhar dinheiro. A em-

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PODE REPRODUZIR VÁRIOS ESTILOS EM 3 SEGUNDOS presa OpenAI diz que seu sistema dall-e ai (ainda não disponível como o Stable Diffusion) é usado por mais de 3.000 artistas de mais de 118 países. Houve até quadrinhos do formato graphic novel feitos usando inteligência artificial. O autor de um deles chamou a tecnologia de “um colaborador que pode te emocionar e surpreender no processo criativo”. Mas, embora haja muita crítica sobre a maneira como esses sistemas de inteligência artificial usam o trabalho dos artistas, especialistas dizem que as batalhas judiciais em torno do tema podem ser bastante complexas. O professor Lionel Bently, diretor do Centro de Propriedade Intelectual e Direito da Informação da Universidade de Cambridge, diz que no Reino Unido “não é uma violação de direitos autorais, em geral, usar o estilo de outra pessoa”. Bently disse à bbc que um artista precisaria mostrar que a produção de uma inteligência artificial reproduziu uma parte sig-

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nificativa de sua expressão criativa original em uma peça específica de sua arte usada para treinar a inteligência artificial. Mesmo que provar isso seja possível, poucos artistas terão os meios para travar tais batalhas jurídicas sobre isso. A Sociedade de Direitos Autorais de Artistas e Designers (Dacs, na sigla em inglês), que cobra pagamentos em nome de artistas pelo uso de suas imagens, está preocupada. Questionada se os meios de subsistência dos artistas estão em jogo, uma chefe do Dacs, Reema Selhi, afirmou que “sim, absolutamente sim”. A Dacs não é contra o uso de inteligência artificial na arte, mas Selhi quer que artistas, cujo trabalho é usado por sistemas geradores de imagem para ganhar dinheiro, sejam recompensados de forma justa e tenham controle sobre como suas obras são usadas. “Nã o há garantias para os artistas poderem identificar obras em bancos de dados que estão sendo usados e optar por não participar”, acrescenta. Os artistas podem reivindicar violação de direitos autorais quando uma imagem é extraída da Internet para ser usada para treinar uma IA, embora especialistas em direito autoral disseram à bbc que há diversos fatores que podem im-

Criação de uma cidade cyberpunk no ia

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pedir essa reivindicação. Para Selhi, mudanças propostas na lei do Reino Unido tornariam mais fácil para as empresas de inteligência artificial extrair legalmente o trabalho dos artistas da internet — algo ao qual o Dacs se opõe. Mostaque, do Stable Diffusion, diz entender medos e frustrações dos artistas e designers, e lembra que “já vimos isso com a fotografia também”. Ele disse que o projeto está trabalhando com “líderes da indústria de tecnologia para criar mecanismos pelos quais os artistas possam fazer upload de seus portfólios e solicitar que seus estilos não sejam usados em serviços online usando tecnologias como essa”. O Google chegou a criar um sistema de inteligência artificial que poderia criar imagens a partir de frases escritas pelos usuários. Chamado de Imagen, ele nunca chegou a ser aberto ao público por causa dos “riscos potenciais de uso indevido”. O Google alertou que os conjuntos de dados de imagens usados para treinar esses sistemas geralmente incluíam pornografia, refletiam estereótipos sociais e raciais e continham “associações depreciativas ou prejudiciais a grupos de identidade marginalizados”. Recentemente, o site de tecnologia Techcrunch publicou preocupações de que o Stable Diffusion poderia ser usado para criar pornografia não consensual, os chamados deepfakes (em que o rosto de uma pessoa

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O GOOGLE CRIOU UM SISTEMA DE IA E AS TREINOU CERTO pode ser inserido sobre o rosto de outra de forma que o usuário não consiga distinguir que aquilo foi forjado). Mostaque diz que esse tipo de uso antiético “quebra os termos da licença” de sistemas como o Stable Diffusion. Segundo ele, o software já filtra as tentativas de criar “imagens não seguras para o trabalho” (nsfw, na sigla em inglês), com materiais com nudez ou violência. Mas essas barreiras podem ser contornadas porque quem domina tecnologia. O ônus dessas novidades tecnológicas, diz Mostaque, é “as pessoas fazerem algo ilegal”. Mas argumenta que outras ferramentas existentes também podem ser deturpadas, como, por exemplo, alguém pode usar “a ferramenta de mesclagem do Photoshop para colocar a cabeça de alguém em um corpo nu”. ? O artista de ficção científica Simon Stålenhag escreveu no Twitter que a arte baseada em inteligência artificial revelou um “tipo de gosma secundária... que nossos novos senhores da tecnologia esperam nos alimentar” E há alguns grandes nomes ligados ao desenvolvimento da tecnologia. O próprio Elon Musk é um patrocinador da empresa OpenAI, que defende seu sistema dall-e como um auxiliar para a criatividade humana que produz “imagens únicas e originais que nunca existiram antes”. Para o


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Colisão entre mundos gerada por ia

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Homem entre 2 rotas gerada por ia

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artista contemporâneo e radialista Bob-and-Roberta-Smith (o nome pertence a apenas um artista), que já trabalhou em grandes galerias e fará uma instalação artística na Tate Modern de Londres em outubro, a inteligência artificial pode ser uma área interessante de atividade artística, na tradição do mash-up. Mas Bob-and-Roberta-Smith, que trabalha principalmente com mídias físicas tradicionais, defendeu que legisladores precisam atualizar as normas vigentes “para que ninguém se sinta roubado”, e que o dinheiro não seja simplesmente desviado dos artistas para os bolsos das grandes corporações.

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Foto: Daft Punk

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA MÚSICA. O FIM DO COMPOSITOR?

Sugestão de música ideal, análise de gosto musical e até composição. As IAs entraram no mercado da música pra ficar, mas como fica o músico? POR ABRAMUS

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NOS ÚLTIMOS ANOS temos acompanhado o avanço do uso de Inteligência Artificial no mercado da música. Os serviços de streaming usam e abusam desse recurso para indicar novas músicas e montar playlists para seus usuários. É considerado, inclusive, o maior valor que oferecem, ao invés dos vastos acervos que possuem, como muitos acreditam. O valor está na curadoria, e a máquina é de grande ajuda ao fazer a análise do enorme volume de dados. Na outra ponta, a dos artistas, o apoio que as inteligências artificiais dão ao analisar o mercado e os gostos dos consumidores é inestimável. Elas trazendo informações valiosas para os produtores e compositores na hora de decidir quais caminhos trilhar em busca do novo hit que irá “quebrar a internet” como nunca antes visto. Isso mostra como este tipo de tecnologia está influenciando a música como um todo. Porém, vai muito além disso. Um campo que pouco se fala é o uso da inteligência artificial na composição das músicas. Pode parecer conversa de ficção científica, mas é mais real e desenvolvido do que se pensa na sociedade nos dias atuais. Experiências com o uso de inteligências artificiais na composição acontecem o tempo todo. Já fizeram músicas no estilo dos Beatles. O Google permitiu que qualquer um criasse sua música baseada no trabalho de Bach (veja aqui), e mais recentemente, a Warner Music Group assinou contrato com uma inteligência artificial! Eles esperam lançar 20 álbuns até o final do ano e isso surpreendeu muita gente. Porém, precisamos analisar melhor a história antes de fazer grandes alardes. A empresa Endel é dona da tecnologia e o tipo de trabalho que produz, são as chamadas músicas ambientes, muito semelhantes aos Lo-Fi que os millenials tanto apreciam (saiba mais). São batidas melódicas para ajudar a relaxar, focar ou dormir, como podemos acompanhar a seguir.

E a regra é clara, se está na internet, memes serão feitos, com qualidade ou não. Ao abrir a barra de pesquisas do Youtube, por exemplo, e pesquisar por músicas cantadas por qualquer indivíduo – feita por ia – você irá encontrar. Sejam personagens de desenhos animados, atores ou personalidades da internet, alguma música com tais estará lá. Mas não só isso, cantores que infelizmente já faleceram, mesmo que sem permissão, dão suas vozes a diversas músicas como forma de sátira. Ouvindo as músicas, podemos perceber que não é esse monstro de sete cabeças. A máquina é muito boa em analisar dados, por isso, ao “alimentá-la” com milhares de músicas existentes, ela se torna capaz de identificar padrões e reproduzir melodias e batidas, em modo randômico. Não deixa de ser surpreendente, mas não precisa ser visto como uma ameaça.

É MAIS AVANÇADO DO QUE A MAIORIA DAS PESSOAS ACHAM QUE É @SÍLEX_MAGAZINE

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Foto: Youtube, Reprodução

A IA PERMITE QUE CANTORES QUE JÁ MORRERAM, “CANTEM”

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Túneis presentes dentro da pirâmide de Gizé


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Essas inteligências artificiais precisam ser vistas como aliadas dos músicos e compositores. São ferramentas que democratizam a música, facilitando a entrada de novos criadores, o que é sempre positivo. Ela abre portas para novos caminhos, ampliando o mercado. É sim uma mudança, uma quebra de paradigma, que vai exigir adaptação de todos, demandando que os profissionais se movimentem. Já que parados não chegamos em lugar nenhum, precisamos enxergar a oportunidade. Na outra ponta, a dos artistas, o apoio que as inteligências artificiais dão ao analisar o mercado e os gostos dos consumidores é inestimável. Elas trazendo informações valiosas para os produtores e compositores na hora de decidir quais caminhos trilhar em busca do novo hit que irá “quebrar a internet” como nunca antes visto. Isso mostra como este tipo de tecnologia está influenciando a música como um todo. Porém, vai muito além disso. Um campo que pouco se fala é o uso da inteligência artificial na composição das músicas. Pode parecer conversa de ficção científica, mas é mais real e desenvolvido do que se pensa na sociedade nos dias atuais. Sem falar que a máquina ainda carece de elementos fundamentais, como a criatividade para fazer um poema musicado como Lenine e Tom Jobim, ou o sentimento à flor da pele expresso nas sofrências de Marília Mendonça e tantos outros. Falta alma! Isso só nós temos. O caminho é somar as habilidades analíticas da máquina e levar a música para novos horizontes. O futuro não é do conflito, mas sim da colaboração.

Michael Jackson “zumbi”, no clipe de Thriller

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Foto: PEXELS

AGRICULTURA: UTILIZAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO CAMPO

Explorando o impacto dos robôs na agricultura e os desafios da transição tecnológica.

POR WILLIANE MAGALHÃES

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AGRICULTURA É UMA DAS ATIVIDADES humanas mais antigas, mas a incorporação de tecnologia e inovação tem mudado radicalmente a forma como produzimos nossos alimentos. A Inteligência Artificial (ia) é uma das tecnologias que está transformando a agricultura moderna, ajudando os agricultores a tomar decisões mais precisas e informadas. A ia está sendo usada para prever a produção de culturas, otimizar o uso de recursos naturais, melhorar a qualidade dos solos e até mesmo para automatizar tarefas que antes eram feitas manualmente. Neste texto, discutiremos como a IA está sendo usada na agricultura e os benefícios que ela traz para a produção de alimentos.

O que é Agricultura 4.0?

A Agricultura 4.0 é uma abordagem tecnológica para a agricultura que incorpora as mais recentes tecnologias digitais, como a Internet das Coisas (IoT), a Inteligência Artificial (ia), a robótica e a automação, para melhorar a eficiência, a produtividade e a sustentabilidade da produção agrícola. Ao contrário das técnicas agrícolas tradicionais, que dependem muito da experiência e do conhecimento dos agricultores, a Agricultura 4.0 utiliza dados e análises para otimizar a produção, permitindo a tomada de decisões mais precisas corretas e informadas. Pensando na sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, a Agricultura 4.0 pode contribuir significativamente por meio da redução do desperdício e do uso mais eficiente dos recursos naturais. Por exemplo, sensores IoT podem coletar dados sobre a umidade do solo e as condições climáticas, permitindo que os agricultores irriguem apenas quando necessário, reduzindo o uso excessivo de água. Além disso, a Agricultura 4.0 também pode ajudar a minimizar o uso de pesticidas e fertilizantes químicos, por meio da detecção precoce de pragas e doenças, e do uso de soluções agrícolas para resolver estes problemas.

O futuro do mercado com a adoção da Agricultura 4.0

A adoção da Agricultura 4.0 pode ter um grande impacto no mercado agrícola e na economia de um país, por meio do aumento da produtividade e eficiência das atividades agrícolas. A Agricultura 4.0 utiliza, como dito antes, tecnologias avançadas e a análise de dados, para automatizar e otimizar processos agrícolas, reduzir custos e aumentar a qualidade e quantidade dos produtos. Com a adoção da Agricultura 4.0, é possível melhorar a gestão de recursos, como solo, água e mais, tornando as atividades agrícolas mais sustentáveis. Além disso, a Agricultura 4.0 permite a criação de novos produtos e serviços, como sensores para monitoramento do clima e dos solos, drones para pulverização de defensivos agrícolas e sistemas de irrigação inteligentes.

A IA OFERECE MUITAS CHANCES PARA APURAR A EFICÁCIA E FORÇA DA AGRICULTURA @SÍLEX_MAGAZINE

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Foto: Globo Rural

Drones

Drones podem ser usados para monitorar plantações e coletar dados de alta resolução sobre o crescimento das culturas. Isso pode ajudar a identificar áreas com problemas, como infestações de pragas ou deficiências nutricionais. Algoritmos de machine learning podem ser usados para analisar grandes conjuntos de dados agrícolas e fornecer insights sobre padrões e tendências. Isso pode ajudar os agricultores a tomar decisões mais informadas sobre a irrigação, fertilização e outros aspectos do cultivo.

Robôs agrícolas

Robôs podem ser usados para tarefas como plantio, colheita e manutenção de culturas. Eles podem trabalhar de forma autônoma, reduzindo a necessidade de mão de obra humana.

Sistemas de visão computacional

Sistemas de visão computacional podem ser usados para monitorar as plantas e identificar problemas de saúde. Eles podem detectar doenças, infestações de pragas e outras anomalias que afetam a saúde das culturas.

Chatbots agrícolas

Algoritmos de machine learning podem ser usados para analisar grandes conjuntos de dados agrícolas e fornecer insights sobre padrões e tendências. Isso pode ajudar os agricultores a tomar decisões mais informadas sobre a irrigação, fertilização e outros aspectos do cultivo.

Sensores

Sensores podem ser usados para coletar dados sobre temperatura, umidade do solo, condições climáticas e outras variáveis ambientais que afetam o crescimento das culturas. Drone sobrevoando a plantação

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Formação e capacitação de profissionais

A formação e a capacitação dos agricultores e profissionais do setor podem ser afetadas pela Agricultura 4.0, uma vez que serão necessárias habilidades específicas para operar e manter as novas tecnologias. É importante que os agricultores recebam treinamentos adequados e tenham acesso a informações e suporte técnico para aproveitar ao máximo as tecnologias disponíveis.

Perspectivas futuras com a utilização da IA no campo

As perspectivas futuras para a Agricultura 4.0 e a utilização da Inteligência Artificial no campo são promissoras. A ia pode ser usada para prever doenças e pragas, monitorar as condições climáticas e do solo, realizar análises preditivas e ajudar na tomada de decisões relacionadas ao plantio,

Exemplos de caso da Inteligência Artificial no campo

A aplicação da ia na agricultura tem exemplos promissores, como o monitoramento de safra com sensores, detecção de doenças com sistemas de visão computacional, irrigação inteligente com algoritmos de machine learning e classificação e seleção de produtos agrícolas com base em critérios específicos. Em reportagem de G1, o agricultor Marco Portes contou que tem utilizado Inteligência Artificial (ia) em sua propriedade em Cascavel (pr) há três anos, aumentando a produtividade em mais de 6 sacos por alqueire. A ia escolhida conseguiu identificar problemas nas lavouras, como pragas e doenças, e evitou danos maiores na produtividade. Drones podem ser usados para monitorar plantações e coletar dados de alta resolução sobre o crescimento das culturas. Isso pode ajudar a

identificar áreas com problemas, como infestações de pragas ou deficiências nutricionais Pensando na sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, a Agricultura 4.0 pode contribuir significativamente por meio da redução do desperdício e do uso mais eficiente dos recursos naturais. Por exemplo, sensores IoT podem coletar dados sobre a umidade do solo e as condições climáticas, permitindo que os agricultores irriguem apenas quando necessário, reduzindo o uso excessivo de água. Além disso, a Agricultura 4.0 também pode ajudar a minimizar o uso de pesticidas e fertilizantes químicos, por meio da detecção precoce de pragas e doenças, e do uso de soluções agrícolas para resolver estes problemas. Embora a tecnologia não seja barata, Portes diz que o investimento compensa. Segundo especialistas, o Brasil está aplicando bem a ia, mas é preciso levar a tecnologia para mais pessoas. E, a longo prazo, a tecnologia pode ajudar a dar sugestões aos agricultores sobre como trabalhar melhor e produzir mais.

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SET:ANTIVIRUS

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STREAMING: COMO AFETAM O ECOSSISTEMA DO NOSSO PLANETA


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Entenda de que forma nossas atividades cotidianas na internet são capazes de emitirem gases que geram o efeito estufa, gerando efeitos negativos para o ambiente POR DIMÍTRIA COUTINHO IMAGENS PEXELS @SÍLEX_MAGAZINE 0059


Os data centers são o alicerce tecnológico que impulsiona o streaming.

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Data Centers

assistir uma série, mandar um um e-mail,

rodar o feed de notícias de uma rede social : todas essas atividades são capazes de afetar o meio ambiente. Recentemente, a Netflix divulgou quanto de carbono emitimos ao assistir a uma hora de streaming . Já outras empresas, como o Google , afirmam que suas atividades são livres de emissão de carbono. Mas como realizar atividades cotidianas como essas podem prejudicar o meio ambiente ? Para que um filme chegue até a tela da sua televisão, ele precisa ser produzido, armazenado em um serviço da nuvem. diante. E toda essa cadeia produtiva é capaz de emitir gás carbônico (co2).

De acordo com a Netflix, assistir a uma hora de streaming é o mesmo que dirigir um carro a gás natural por 400 metros. Em 2020, 50% da emissão de carbono da empresa aconteceu na produção física de filmes e séries; 45% nas operações corporativas, como os escritórios da empresa; e 5% nos provedores de serviços em nuvem que fazem a plataforma de streaming funcionar. O principal ponto em comum entre todos os serviços tecnológicos que utilizamos, como redes sociais, streaming e plataformas de e-mail, são justamente os serviços em nuvem. Quando dados são armazenados na nuvem e podem ser acessados de

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Foto: Netflix

qualquer lugar do planeta, eles estão, na verdade, em enormes centros de processamento de dados, conhecidos como data centers . Esses espaços costumam gastar muita energia para funcionar e, por isso, são grandes potenciais emissores de gases poluentes. “São todas aquelas máquinas funcionando, o que gera consumo de energia. Você precisa ter bateria, porque eles não podem sair fora do ar, e muitas baterias podem usar diesel, aí a gente já está falando de fonte energética fóssil, e isso ambientalmente é incorreto. Um dos grandes desafios nos data centers é otimizar o uso de ar condicionado”, comenta Tereza Cristina Carvalho, membro do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (ieee) e professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-usp). Tereza explica que a localização dos data centers também dizem muito sobre o quão poluentes eles podem ser. Aqui no Brasil, a matriz energética é baseada, sobretudo, em usinas hidrelétricas, consideradas uma fonte limpa de energia. Já em outros países, o fornecimento de energia pode ser não-limpo, ou seja, emitir gases poluentes que afetarão a atsmosfera de nosso planeta e mudarão nosso estilo de vida.

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Montanhas de tecnologia descartada: o desafio do lixo eletrônico e o chamado urgente para reciclar e preservar nosso planeta

Cada país tem sua matriz energética. Eu posso estar assistindo um filme que não está no Brasil, que tem uma matriz energética limpa, mas esse filme está na Alemanha, que usa termelétricas. Com o conceito de computação em nuvem, a nuvem pressupõe que o seu computador pode estar em qualquer lugar do mundo”, exemplifica Tereza. A regra também vale para armazenamento de dados de outros serviços tecnológicos, como redes sociais. “Como o conteúdo de um mesmo vídeo pode estar distribuído em diversos servidores instalados em diferentes locais com matrizes energéticas limpas e não limpas, no final pode haver emissão significativa de co2, mas isso é totalmente evitável”, continua a especialista.


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Zerando a emissão de carbono

Poster da nova temporada da série Lupin, da Netflix

UMA HORA DE STREAMING EQUIVALE A DIRIGIR CARRO A GÁS POR 400 M

Para evitar as consequências ambientais, muitas empresas de tecnologia têm apostado em iniciativas que “zeram” a emissão de carbono na atmosfera. O Google é uma das companhias que já conseguiu zerar a emissão de carbono, ainda em 2007. Isso significa que quando você faz uma bsuca, manda um e-mail no Gmail ou assiste a um vídeo no YouTube , você não está liberando co2 no meio ambiente. Em setembro de 2020, o Google anunciou, ainda, que conseguiu remover todo o legado de carbono, eliminando tudo o que havia sido liberado na atmosfera antes de 2007. O Twitter tem o objetivo de ser 100% neutro de carbono no fornecimento de energia em seus data centers até 2022. Já o Facebook alcançou, no ano passado, a meta de zerar as emissões de carbono em suas operações, e prete nde atingir o mesmo objetivo incluindo fornecedores e funcionários até 2030. A Netflix, por sua vez, afirma que deve zerar as emissões de gases do efeito estufa até o final de 2022. Na prática, o que tudo isso significa? “Na prática, a empresa plantou uma árvore”, resume Tereza. “Quem com-

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100% Além de priorizar o uso de energias limpas em data centers, portanto, as gigantes de tecnologia costumam apoiar projetos para fechar essa conta. No caso do Twitter , por exemplo, uma parceria com a ong Cool Effect financia projetos verdes em todo o mundo, inclusive no Brasil. Esses espaços costumam gastar muita energia para funcionar e, por isso, são grandes potenciais emissores de gases poluentes. “São todas aquelas máquinas funcionando, o que gera consumo de energia. Você precisa ter bateria, porque eles não podem sair fora do ar, e muitas baterias podem usar diesel, aí a gente já está falando de fonte energética fóssil, e isso ambientalmente é incorreto. Um dos grandes desafios nos data centers é otimizar o uso de ar condicionado”, comenta Tereza Cristina Carvalho, membro do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (ieee) e professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-usp). Tereza explica que a localização dos data centers também dizem muito sobre o quão poluentes eles podem ser. Aqui no Brasil, por exemplo, a matriz energética é baseada, sobretudo, em usinas hidrelétricas, consideradas uma fonte limpa de energia. Já em outros países, o fornecimento de energia pode ser não-limpo, ou seja, emitir gases poluentes.filme que não está no Brasil.

Descarte de circuitos eletrônicos

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Foto: PEXELS

COMO AS AVES INSPIRAM A CRIAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS?

Biomimética é a ciência que tem como princípio imitar estratégias da natureza para o desenvolvimento de produtos e soluções POR LUCIANO LIMA

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DAS BACTÉRIAS AOS SERES HUMANOS, das algas as araucárias, dos fungos aos albatrozes, todo organismo é um vencedor. O simples fato de existir no presente, dá a qualquer ser vivo a medalha de vitorioso no maior e mais antigo “reality show”: a evolução da vida. No ar há pelo menos 4 bilhões de anos, os dois principais objetivos desse desafio são manter-se vivo e reproduzir-se. Para ajudar nessas tarefas cada “brother” vivo conta com uma enorme quantidade de adaptações que foram sendo testadas e aprimoradas ao longo de sua permanência na “casa”. Algumas adaptações, como mitocôndrias, cérebros, olhos e patas, são compartilhadas por muitos seres, outras como ecolocalização, asas e penas são mais exclusivas. Mas independentemente da adaptação, elas estão continuamente sendo testadas. Aquelas que funcionam são mantidas, passadas para as futuras gerações e aprimoradas com passar do tempo. As que deixam de ser úteis por algum motivo, desaparecem. Ou seja, cada ser vivo é um laboratório que acumula soluções exitosas que foram exaustivamente testadas ao longo dos últimos bilhões de anos. Esse é o princípio base da biomimética.

Tecnologia impulsionada pela natureza

A biomimética é uma ciência multidisciplinar que tem como princípios fundamentais aprender e imitar estratégias já presentes na natureza para o desenvolvimento de produtos, tecnologias e outras soluções para os seres humanos. É bem possível que você esteja agora utilizando algo desenvolvido com base na biomimética. O velcro, por exemplo, foi criado por um engenheiro suíço que, em 1941, ao passear com seu cachorro notou que algumas sementes de carrapicho ficaram aderidas ao seu pelo e começou a estudar o mecanismo que permitia as sementes fazer isso. Apesar de biomimética e sua conceituação como ciência sejam termos relativamente recentes, com origem na década de 1950, a criação de soluções inspiradas na natureza é algo ancestral

nos seres humanos. Por exemplo: diferentes povos originários por todo o mundo utilizam penas na ponta traseira das flechas para estabilizar sua trajetória e aumentar a sua velocidade. É muito provável que a idéia de fixar penas nas flechas tenha surgido ao observar as próprias aves em voo, “flechando” o ar com suas asas.

O Voo Humano – Inspirado Pela Maestria Aérea das Aves

Atualmente, as aves continuam sendo uma grande fonte de inspiração “tecnológica” e um dos exemplos mais emblemáticos e repetidos da biomimética é baseado em duas partes de duas diferentes espécies de aves: as penas das corujas e bico dos martins-pescadores. Os trens-bala japoneses são bastante conhecidos por sua velocidade, mas para poderem atingir até 350km/h em ambientes urbanos eles tiveram que vencer um outro desafio além da velocidade, o barulho. O atrito de partes específicas do trem com o ar e a explosão de barulho que acontecia toda vez que o trem entrava em um túnel, estão entre os principais causadores de ruído pelos trens balas. Em 1990, Eiji Nakatsu, engenheiro responsável pelo departamento de desenvolvimento tecnológico dos trens balas japoneses, viu em um jornal um pequeno anúncio sobre uma palestra promovida pela Sociedade de Aves Silvestres do Japão, cujo tema seria a aerodinâmica das aves. A palestra seria proferida por um engenheiro de aviação e, interessado pelo tema, Eiji resolveu assistir. Estimulado pela palestra, Eiji colocou seu time de engenheiros para pensar como estruturas microscópicas presentes nas bordas das penas das corujas, que permitem que elas voem no mais absoluto silêncio, poderiam ajudar a diminuir o barulho causado pelo atrito dos pantógrafos com o ar. Pantógrafo é a peça que fica na parte superior do trem e o conecta com a rede de energia. Estimulado pelo sucesso do novo pantógrafo projetado, Eiji começou então a pensar no problema do túnel e lembrou então dos martins-

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Foto: Chris Hill

Águia Americana levantando voo

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-pescadores que toda vez que mergulham saem de um ambiente menos denso (ar) para um muito mais denso (água). Ele projetou então um “bico” de trem baseado no bico dos martins-pescadores. As duas soluções somadas não apenas reduziram drasticamente o barulho dos trens-bala, como os deixaram ainda mais rápidos. Algumas adaptações, como mitocôndrias, cérebros, olhos e patas, são compartilhadas por muitos seres, outras como ecolocalização, asas e penas são mais exclusivas. Mas independentemente da adaptação, elas estão continuamente sendo testadas. Aquelas que funcionam são mantidas, passadas para as futuras gerações e aprimoradas com passar do tempo Geralmente, quando pensamos nas aves, não pensamos em animais velozes em terra, mas sim no ar e é nos céus que está um dos principais legados da biomimética das aves. Não é exagero algum argumentar que sem observar aves nós nunca teríamos “inventado” o voo. De Leonardo da Vinci a Santos Dumont, todas as idéias de protótipos que buscaram lançar o ser humano de certa forma inspiradas nas aves. Aliás, você já parou para pensar qual a origem da palavra “avião”? Foi criada pelo inventor francês Clément Ader que patenteou uma máquina voadora como “avion”, que literalmente quer dizer “ave grande”. A máquina de Clément nunca voou, mas seu nome decolou. Segundo o poeta Carlos Drummond “O homem vangloria-se de ter imitado o voo das aves com uma complicação técnica que elas dispensam”. É poético, as aves contam com uma grande quantidade de adaptações para serem capazes de voar. Desde o formato das asas a aerodinâmica do seu corpo, muitas, muitas mesmo, dessas adaptações das aves inspiraram e continuam inspirando engenheiros aeronáuticos a desenvolverem aviões mais eficientes e seguros.

É UM PÁSSARO OU UM AVIÃO? OU É A MESMA COISA

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Foto: Daft Punk

LULA 3 É GOVERNO QUE MAIS DIALOGA COM INDÚSTRIA DE GAMES, DIZ ASSOCIAÇÃO

Segundo presidente da Abragames, dialógo com o setor tem acontecido desde o 1º dia de governo

POR IGOR OLIVEIRA

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EMPREENDER NO MUNDO DOS GAMES no Brasil é um verdadeiro desafio e, com a missão de facilitar um pouco a jornada, a Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Games) já está na jornada há 19 anos – inclusive na hora de dialogar com o governo, que nem sempre está sintonizado com a indústria de jogos eletrônicos de videogame. Em conversa com o Game On durante o big Festival, Rodrigo Terra, presidente da Abragames, falou sobre os desafios atuais do mercado de games no Brasil e revelou que o atual governo federal é o que mais dialoga com o setor – mesmo com as críticas de ministros e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos games e esportes eletrônicos.

Ecossistema em desenvolvimento

De acordo com o dirigente, apesar de desenvolvedores existirem desde os anos 80, o mercado brasileiro enquanto indústria organizada só esteve presente mesmo nos últimos 15 anos. E a partir daí, se traça uma análise. Terra segue apontando que o fato de que o mercado nacional conta com uma quantidade de vagas abertas indica uma evolução do ecossistema brasileiro. O tempo é necessário para que o segmento vá mapeando as demandas e melhorias necessárias para seu próprio crescimento.

Política e games no Brasil

Um ponto importante que Rodrigo Terra ressalta é que a associação também cumpre uma função política. De acordo com o Presidente, essa atuação voltou a ser mais ativa nos últimos dois anos. Além de visar os interesses do meio privado, para os desenvolvedores, a Abragames também busca estreitar o dialógo entre o ecossistema e o governo vigente. No início do ano, o governo atual deu indicativos de que não possui uma visão baseada na realidade sobre o mercado de games e sua verdadeira importância. Além da ministra Ana Moser ter diminuído a importância competitiva dos esportes eletrônicos, o próprio Presidente Lula se envolveu em polêmicas ao apontar os games como influenciador direto da violência entre os mais jovens. Contudo, de acordo com Rodrigo Terra, apesar das falas problemáticas, o atual governo mantém dialógo aberto com a Abragames desde o seu primeiro dia. Ele ressalta que, as falas de alguns representantes não demonstram a verdade.

EMPRENDER NO MUNDO DOS GAMES NO BRASIL É BEM DESAFIADOR

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NEUROMANCER: A OBRA QUE TORNOU EVIDENTE O CYBERPUNK SET:MALWARE SET:MALWARE THEME:DYSTOPIA THEME:DYSTOPIA 2024 01/01/2023 01.01.2023

BRUNO DOMINGUEZ ULRICH

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Como a obra de ficção científica de William Gibson influenciou na reconstrução do gênero e na estruturação do cyberpunk como um estilo literário POR BRUNO DOMINGUEZ ULRICH ILUSTRAÇÕES RAFAEL MOCCO @SÍLEX_MAGAZINE

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Ilustração 3D baseada na ilustração de capa de Neuromancer

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NO UNIVERSO DA LITERATURA especulativa, poucas obras alcançaram a magnitude e a influência de “Neuromancer”, o romance icônico de William Gibson. Lançado em 1984, esse livro revolucionário não apenas inaugurou um novo subgênero literário, o cyberpunk, como também antecipou e influenciou significativamente a forma como percebemos, pensamos e interagimos com a tecnologia num geral.

Introdução e importância

“Neuromancer” é amplamente considerado o ponto de partida do movimento cyberpunk na literatura. William Gibson, um escritor visionário, transportou seus leitores para um futuro distópico onde a tecnologia havia se tornado uma extensão complexa da sociedade. Em seu universo, megacorporações controlam o mundo, hackers habilidosos navegam pelo ciberespaço, e a linha entre humano e máquina torna-se cada vez mais tênue. A estética cyberpunk de Gibson explorou não apenas avanços tecnológicos, mas também as consequências sociais e psicológicas dessas mudanças. A fusão entre humanidade e máquina, a e a omnipresença de corporações poderosas são temas recorrentes até os dias de hoje.

A FICÇÃO SEGUE INSPIRANDO TALENTOS

Mas antes, o que exatamente é Cyberpunk?

O então estilo ou subgênero da ficção científica, retrata uma sociedade distópica consequente dos avanços desenfreados e sem limites da tecnologia, dominada por um híper-capitalismo predatório, onde as ruas são tomadas pela desigualdade social, gangues de criminosos, drogas, violência e guerras. Sendo assim, podendo referir-se ao gênero através de uma famosa expressão: “alta tecnologia, baixa qualidade de vida” (low tech, low life). Esteticamente muito característico por suas semelhanças a tecnologias dos anos 80 e 90 juntamente da mescla das culturas orientais com a americana. Dessa junção, surgem cores vibrantes em letreiros neon, uma quantidade impensável de propagandas e anúncios nas ruas, ferramentas e adereços extremamente detalhados e chamativos, com vieses revolucionários.

As raízes do gênero

Tudo começou entre as décadas de 60 e 70, numa circunstância onde as histórias ficção científica caminhava para uma estagnação, ou seja, estavam prestes a estacionar no gênero com narrativas aventurescas e sem muitas camadas. Foi então que surgiu o movimento New Wave, encabeçado por Michael Moorcook, na época editor da revista britânica New Worlds, sendo então uma resposta a estas convenções em que o estilo se encontrava. O movimento New Wave, trouxe não só novas técnicas de escrita, narra-

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Foto: Calin Stan

tiva e estilo, como uma mudança de tom para algo mais sóbrio, sério, cult e multifacetado. Essa mudança de tonalidade se deve principalmente pelo cenário enfrentado na época – Guerra Fria, mudanças climáticas e Guerra do Vietnã, por exemplo – que deram uma nova cara para o gênero da ficção científica em escala global, passando a explorar temas mais sociais e humanos de forma realista e muitas das vezes, pessimista. Desta forma, uma abordagem mais “punk”, com assuntos considerados tabus na época se tornando cada vez mais evidentes, como o submundo das drogas, liberdade sexual e figuras messiânicas. Em meio a isso, surgiram movimentos como o proto-cyberpunk, com várias obras precursoras do gênero em questão.

Momentum

William Gibson começou sua carreira literária por volta dos anos 80, período marcado não só por gigantescas mudanças e avanços tecnológicos, mas também por significativas transformações econômicas. Isto posto, é claro que muitos dos elementos estéticos e narrativos de Neuromancer refletiriam o cenário mundial da época, sendo assim, a inspiração na cultura e centros urbanos japoneses era expressiva, isto pois o país estava cotado para se tornar a maior potência econômica a partir daquela década, além de serem, desde sempre, uma referência em inovações tecnológicas. Outra grande inspiração para o autor foram as grandes cidades, es-

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Centro comercial da cidade de Tokyo, no Japão


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Imagem de uma missão do jogo Cyberpunk 2077

pecialmente as asiáticas, num geral, por serem cada vez mais populosas, , verticais e modernas, refletidas pelo capitalismo nos letreiros e displays de neon.

Influências da obra

Instigado por este cenário contemporâneo e obras importantes do período passado, como Nova de Samuel Delany – que trouxe à tona discussões sobre implantes cibernéticos e homem-máquina, por exemplo – ou Androides sonham com ovelhas elétricas de Philip K. Dick,

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que Gibson começou a organizar suas ideias para criar seu próprio universo caótico e anárquico, a trilogia Sprawl, composta pelos romances Neuromancer, Count Zero e Monalisa Overdrive. Porém, antes da efetiva criação do conjunto, o autor já influenciava o gênero com seus contos publicados na revista omni, na qual abordava elementos muito presentes hoje no estilo, como o ciberespaço – que mais pra frente motivou a elaboração do metaverso – e a neurotransmissão de dados em rede mental. Estes contos o tornaram relevante o suficiente, a ponto de ser chamado para, então, escrever seu próprio romance. A estética se deve, não só pelas inspirações periódicas da sociedade, mas também pela hq fran-


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cesa Metal Hurlant e O longo amanhã de Moebius, servindo de autoridade na estética do estilo, num geral devido às megacidades verticais e por seu aspecto noir, fortemente incorporado na maioria das histórias cyberpunk. O caráter noir, especialmente, vem dos anos 40 com obras de investigação policial em um ambiente urbano e soturno, muito utilizado nas obras de cyberpunk, principalmente na franquia Blade Runner e, em Neuromancer, subvertendo o aspecto do protagonista detetive bom moço, com um criminoso “aposentado”. Apesar de sua narrativa lotada de ação e mistério, o romance conseguiu ser ainda mais impactante por conta de seu “worldbuilding”, compostos por arcologias, modificações corporais extremas, composições lotadas de detalhes, temáticas intensas e profundas, megacorporações capitalistas agindo como estado, subcul-

TEM IMPACTO DIRETO NA FORMA A QUAL ENXERGAMOS FICÇÃO E TECNOLOGIA HOJE

turas em constante mutação e cenários virtuais definitivos, servindo como espelho para como a ficção científica enxergaria o gênero daqui pra frente.

Decorrências da obra

Juntamente com o filme dos anos 80, Blade Runner e o mangá Akira, Neuromancer é um dos pilares do gênero, que, apesar de não prever tecnologias presentes na sociedade atual como os telefone celulares, foi capaz de moldar e guiar diversas discussões e aspectos presentes em obras recentes. Por exemplo, no livro existe uma força policial, inspirada na Interpol, chamada de “polícia de Turing”, cuja qual age de forma a regulamentar a evolução, prevenindo que inteligências artificiais atinjam um ponto de independência. Algo que é muito debatido na sociedade atual, seja a ética do uso, ou até mesmo seus limites. Ademais, em obras como o mangá Pluto e o jogo Cyberpunk 2077, notamos a presença de construtos e chips de memória – capazes de armazenar os “dados” de uma pessoa e cloná-la, mesmo após sua morte – algo que é muito comum e originário da obra de William Gibson. Além disso, o conceito de ciberespaço, inspirou o famosíssimo filme Matrix, das irmãs Wachowski, que repensou esta ideia e alinhou a narrativa da obra. Em títulos como o já citado Cyberpunk 2077 e Deus Ex

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Cena do original Blade Runner, que demonstra a influência japonesa

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Machina as inspirações – homem-máquina, sociedade miserável e megacidades – em Gibson e nas obras dos anos 80 é evidente.

Daqui para o futuro

Foto: Blade Runner (1982), de Ridley Scott

Portanto, a obra de ficção científica de William Gibson transcendeu o universo da literatura, tendo gigantesca influência no audiovisual (games, filmes, séries, animações), na moda, na música e continua inspirando diversos artistas e escritores pelo futuro em diante.

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Foto: RETOKA

CELULAR É O NOVO CIGARRO: COMO SÃO AS AÇÕES DO CÉREBRO

Notificações, curtidas e rolagem infinita nas redes causam prazer, mas afetam controle dos impulsos. Dependência digital pode levar a transtornos POR MARINA PAGNO

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SECTION_SYSTEM SET: MALWARE

CONFERIR NOTIFICAÇÕES, CURTIDAS e o feed de redes sociais já são hábitos comuns para quem tem um smartphone na mão. O simples som de uma notificação pode trazer uma sensação boa, mas, ao mesmo tempo, afetar o controle dos nossos impulsos. E, assim como o cigarro ou outros vícios, o uso constante do celular também pode se tornar uma dependência. Tudo isso é um processo químico, que ocorre dentro do cérebro através da dopamina. Estimulado por comentários e curtidas, o neurotransmissor é liberado, provocando prazer e satisfação.

Alerta: Só que a dopamina vicia

Checar o celular o tempo todo, clicar em notificações, ficar rolando infinitamente as timelines sem buscar algo determinado, pode gerar um looping altamente perigoso para a saúde. “Quanto mais a pessoa entra em contato com esses estímulos que causam recompensas rápidas e imediatas, maior a tendência de aumentar o comportamento. E aí ela começa a sentir falta quando não está perto do celular”, resume a médica psiquiatra Julia Khoury, mestre e doutora em Medicina Molecular pela Universidade Federal de Minas Gerais (ufmg).

mente sensações como prazer e satisfação na pessoa que recebe. Mas ela também vai até a parte da frente do cérebro. Liberada, inibe as funções dessa região, chamada de córtex pré-frontal e responsável pelo controle dos impulsos, moderação do comportamento e tomada de decisões; Com isso, pode causar impulsividade e afetar o controle do uso – nesse caso, uso do celular. O processo é o mesmo em outros tipos de vícios, como em jogos ou drogas. “O vício em smartphones é causado por causa desse tipo de recompensa rápida”, afirma a psiquiatra. “Como temos estímulos rápidos no celular, o cérebro não treina mais para se concentrar por um tempo maior. E isso diminui a capacidade de concentração”, diz Julia.

As notificações dentro do cérebro

Julia Khoury, que fez mestrado e doutorado em dependência digital, afirma que o mundo digital é uma fonte inesgotável de estímulos rápidos, capaz de nos dar pequenas doses de alívio frente à vida real e cotidiana. “As pessoas vão em busca desses estímulos rápidos que geram prazer para se livrar de sentimentos ruins ou para ter pequenos prazeres ao longo do dia”, diz a médica psiquiatra. Você pode não perceber, mas, ao receber uma mensagem do “crush” ou um elogio inesperado em uma foto postada, um neurotransmissor começa a correr dentro do cérebro: é a dopamina; A dopamina, então, se desloca até a parte central do cérebro e, ao ser liberada ali, causa imediata-

O TEMPO TODO COM EXCESSO DE ESTÍMULO, NÃO CONSEGUE DESCANSAR @SÍLEX_MAGAZINE

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DISTOPIA OU REALIDADE? Como a inteligencia humana tem sido afetada pela tecnologia digital O neurocientista francês Michel Desmurget tem feito estudos que analisam o nível de QI de crianças e seu desenvolvimento perante a sociedade e nessa pesquisa ele pode constatar que tem ocorrido uma diminuição de QI nas novas gerações, e boa parte disso é proveniente do uso desenfreado de dispositivos eletrônicos, porém o tempo de tela de uma criança não seja o único culpado, isso tem um efeito significativo em seu QI. Vários estudos têm mostrado que quando o uso de televisão ou videogame aumenta, o QI e o desenvolvimento cognitivo diminuem.

GERAÇÃO DIGITAL Como as tecnologias estão tornando as pessoas menos sociáveis e menos aptas para trabalhos e atividades, já que também facilita a vida das pessoas

O efeito Dunning-Kruger, proposto pela primeira vez pelos psicólogos David Dunning e Justin Kruger em 1999, revela uma verdade preocupante sobre a cognição humana. A sua investigação mostra que as pessoas com níveis mais baixos de competência numa determinada área tendem a sobrestimar as suas capacidades nesse domínio. Esta sobrestimação é consequência do seu conhecimento limitado, que os deixa incapazes de reconhecer a profundidade da sua própria ignorância. As redes sociais criam "câmaras de eco" em que as pessoas só se interessam por ideias que afirmam suas crenças, ampliando preconceitos e evita que os indivíduos avaliem criticamente pontos de vista diferentes

OVERLOAD De acordo com os psicólogos David Dunning e Justin Kruger, as competências humanas estão em constante queda, por consequência de um conhecimento falso, tornando os indivíduos incapazes de reconhecer a sua própria ignorância.

VIDA NAS TELAS % de população mundial que usa smartphones 60%

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Essa informação é baseada em um levantamento realizado em 45 nações. O Brasil ocupa a segunda posição na lista de países com mais pessoas gastando tempo em frente às telas, com aproximadamente 56,6% de suas horas acordadas, o que equivale a cerca de nove horas por dia.

Mas mais da metade das 16 horas do dia que as pesoas passam acordadas é destinado ao uso de smartphones e computadores.


No filme "Wall-e" da Disney, é apresentado um futuro distópico no qual a Terra foi abandonada e destruída pelos seres humanos. Eles agora vivem em naves espaciais automatizadas, onde robôs realizam todas as tarefas para eles, e as pessoas estão constantemente distraídas por telas, desconectadas da realidade. Esse cenário reflete nossa sociedade atual, na qual passamos muito tempo olhando para telas e negligenciamos o meio ambiente, a Terra e até a nós mesmos. O texto sugere que o futuro retratado em "Wall-e" pode estar mais próximo do que pensávamos.

WALLEZAÇÃO Como o futuro de nossa sociedade está se encaminhando para o visto no filme Wall-e.

O consumo excessivo de dopamina que desempenha um papel central no sistema de recompensas do cérebro, influenciando a motivação e o estímulo. Aliado a dependência de informações rápidas, frequentemente ligados a dispositivos eletrônicos e redes sociais, estão criando viciados em em conteúdos rápido como vemos no Tik Tok, se tornando algo comum na sociedade atual. A psiquiatra norte-americana Anna Lembke destaca que isso contribui para a insatisfação geral na sociedade e a falta de momentos de verdadeira excitação.

TIK TOK

gráfico de uso da rede social Tik Tok nos semestres de 2018 - 2021 400M

A rede social que mais consome o tempo dos jovens nos dias de hoje. Hoje em dia, é muito comum a interrupção de uma atividade para checar redes sociais.

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PRODUÇÃO E USO Como aumento da população, juntamente com a evolução da taxa de produção pode afetar no consumo e em outros aspectos dos indivíduos

% do crescimento da população mundial

A sociedade atual está completamente dependente dos dispostivos eletrônicos, especialmente o celular. Sem tal, a comunicação, lazer, trabalhos são completamente afetados. Sendo assim, o consumo e a produção tende a aumentar conforme o passar dos anos, alinhados ao aumento da população.

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@SÍLEX_MAGAZINE Fontes: Electronics Hub, Global Overview Report da DataReportal 2023

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Para quem quer tentar sair um pouco da frente das telas, principalmente nos momentos de lazer, ou até mesmo fugir da dependência digital, os especialistas dão algumas dicas:

Imagem: RETOKA

O que fazer para se “desligar” (totalmente ou não)

Buscar o equilíbrio:

quem precisa ficar de olho no celular por conta da profissão, por exemplo, deve ficar atento não apenas na quantidade do uso, mas também na sua relação com o aparelho; De acordo com a psiquiatra Julia Khoury, pessoas que estão em momentos de lazer, longe do trabalho, e não conseguem se desligar, possuem um risco maior à dependência do que quem usa por uma grande quantidade de tempo, mas apenas quando está trabalhando;

Estabelecer limites entre o trabalho e a vida pessoal:

uma das alternativas é concentrar a troca de mensagens do trabalho em um celular diferente do usado para fins pessoais;

Zonas livres de tecnologia ou desafios de detox digital:

com família ou amigos, estabelecer ambientes ou períodos onde o celular não pode ser usado, como em uma viagem, por exemplo;

A vida offline também é boa:

Atividades ao ar livre, prática de exercícios físicos e de esportes, ou reunir os amigos no mundo real, longe do celular, também são aliadas. “Um chefe ou um cliente te mandam uma mensagem e você está em descanso. Aí ele escreve: ‘Não precisa olhar agora, é para quando voltar’.

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Metáfora de uma mulher consumida pelo meio digital


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Foto: Bloomberg Business

FUTURO DAS PRÓTESES BIÔNICAS: A INTERNET DAS COISAS

Como as protéses para pessoas que não possuem ou perderam seus membros estão se desenvolvendo atualmente POR AMY MCKEEVER, MICHAEL GRESHKO

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SECTION_DNA SET: CORTÉX

PODE PARECER ALGO “ASSUSTADOR” imaginar que daqui há alguns anos, a geladeira da sua casa vai estar se comunicando com o seu telefone para te avisar que você está com poucas caixas de leite em estoque, por exemplo. Mas a verdade é que de uma forma sutil, a tecnologia já se instaurou na maioria das suas tarefas cotidianas, e cada vez mais a interconectividade entre os objetos ao seu redor será algo comum, e é pensando nisso que as grandes empresas de próteses têm investido tanto em desenvolver esses “equipamentos inteligentes “.

O futuro das próteses biônicas

Interconectar diversos aparelhos cotidianos. Bons exemplos dessas empresas, são a multinacional alemã Ottobock e a islandesa Össur, responsáveis pela grande parte das próteses mais modernas utilizadas hoje em dia ao redor do mundo. No que se refere aos tecnológicos joelhos eletrônicos modulares, a Ottobock oferece os equipamentos da linha C-Leg, sendo o C-Leg 4 o mais atualizado, com funcionalidades desde o sistema inteligente de travamento de segurança quando o paciente precisa se manter estável quando parado em pé, e possui também conectividade com os aplicativos MyMode e Cockpit, permitindo o monitoramento do dispositivo e configurar os ajustes necessários.

Próteses Neurossensitivas

Até aqui, apenas sondamos o cenário atual no que se refere ao que o mercado oferece de mais moderno como soluções no mundo de próteses, em alguns exemplos. Mas a questão é que, não somente as empresas fabricantes desses equipamentos, mas também muitos estudantes, pesquisadores e profissionais da saúde tem desenvolvidos projetos inovadores para os próximos anos, e a expectativa é alta com

relação a tecnologias que até há alguns anos atrás, pareceriam coisas utópicas demais. Ideias vindas de filmes de ficção científica. Estamos falando de projetos de próteses com funções neurossensitivas, equipamentos modulares de fáceis personalizações, que permitem movimentação idêntica à natural, com resposta rápida, e o mais importante de tudo, próteses que irão facilitar ainda mais o processo de reabilitação para o paciente. Por este motivo também que estes profissionais têm buscado se capacitar nessas tecnologias promissoras. A clínica Bionicenter, em São José dos Campos, é um grande exemplo disso: profissionais que se dedicam diariamente em poder oferecer sempre o melhor em tratamentos e o que o mercado tem de mais avançado em soluções protéticas, transformando vidas e reconstruindo sonhos. Um exemplo desses projetos é a Prótese de Membro Modular (mpl, do inglês Modular Prosthetics Limb), desenvolvida pelos pesquisadores do Laboratório de Física Aplicada da Universidade John Hopkins, uma das mais famosas univer-

PRÓTESES QUE IRÃO FACILITAR O PROCESSO DE REABILITAÇÃO DO PACIENTE

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Ilustração: Josué Zabeau

1ª PROTÉSE DE PERNAS SENSORIAIS DO JOELHO PRA CIMA JÁ EXISTE

Idealização Túneis presentes de dentro uma da pirâmide mão biônica, de Gizé estilo cyberpunk

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SECTION_DNA SET: CORTÉX

sidades com ênfase em pesquisa, dos eua. Melissa Loomis foi a primeira paciente a testar a prótese com funções de controle e feedback sensoriais e, através do pensamento conseguiu movimentar a prótese como se fosse seu próprio braço. 100 sensores espalhados por todo o dispositivo enviam informações sensório-motoras diretamente para o cérebro, permitindo a sensação de toque, temperatura e pressão. Prótese Biônica mais avançada do mundo Melissa Loomis testando a mpl, considerada a prótese biônica mais avançada do mundo. Cientistas da Suíça estão desenvolvendo um protótipo de uma perna biônica com propriocepção, que é a capacidade de transmitir ao usuário a noção espacial do membro, sua localização e orientação, o que só é possível devido aos eletrodos cirurgicamente implantados no sistema nervoso da perna. Estes sensores perfuram o nervo tibial, diferentemente da maioria dos projetos em que os sensores são apenas posicionados superficialmente aos membros. Vale ressaltar que o projeto envolve diversos estudos da área de neuroengenharia, que tem como objetivo de estudo principal a integração entre corpo e máquina. Neste projeto, o microcontrolador embutido no joelho, interpreta os sinais vindo de 7 sensores na sola do pé e converte em sinais elétricos imitando os que as pessoas normalmente receberiam vindos de uma perna. “Esta é a primeira prótese no mundo para amputados de pernas acima dos joelhos equipada com feedback sensorial. Mostramos que o feedback é crucial para aliviar a carga mental de usar um membro protético, o que, por sua vez, leva a um melhor desempenho e facilidade de uso.” – Djurica Raspopovic, voluntário do experimento. transporte de pedra e materiais por barco.

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JAMES WEBB: COMO FUNCIONA O MAIOR TELESCÓPIO ESPACIAL 02 02

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SET:CORTEX SET:CORTÉX THEME:MATTER THEME:MATTER 01/01/2024 01/01/2023


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Descubra como o Telescópio Espacial James Webb está revolucionando a astronomia; entenda para que ele serve e confira imagens e descobertas POR LAURA INTRIERI IMAGENS JWST @SÍLEX_MAGAZINE 0095


Um total de 19 galáxias, com um anél duplo no centro

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O TELESCÓPIO ESPACIAL JAMES WEBB (jwst) foi lançado em 24 de dezembro de 2021, após mais de 30 anos de trabalho em um dos projetos mais esperados de toda a história da astronomia. O aparelho é um resultado de uma colaboração internacional entre a Nasa, agência espacial americana, a Agência Espacial Europeia (esa) e a Agência Espacial Canadense (csa).

O que é o Telescópio Espacial James Webb?

O jwst é o sucessor do Telescópio Espacial Hubble. Foi equipado com instrumentos científicos de ponta que permitem que ele estude uma ampla gama de fenômenos cósmicos com nível de detalhe inédito. O equipamento vem observando desde a formação de estrelas e galáxias até a evolução do universo como um todo. Ele é importante para a astronomia porque pode ajudar a responder algumas das perguntas mais fundamentais da humanidade, como detalhes da formação de nosso universo primitivo. O telescópio leva o nome do ex-administrador da Nasa James E. Webb. Ele liderou a agência durante o programa Apollo e estabeleceu a pesquisa científica como uma atividade central do órgão. O jwst já revelou descobertas e capturou

O JWST BUSCA PISTAS SOBRE VIDA FORA DA TERRA

imagens estonteantes do espaço sideral.

Para que serve o telescópio James Webb?

O jwst é um telescópio espacial com o objetivo de captar a radiação infravermelha do universo e, com isso, observar a formação dos primeiros corpos celestes. Além disso, também busca informações sobre possíveis condições de vida em outros planetas. A iniciativa de construção de um aparelho como o Webb surgiu em 1989, antes mesmo de seu predecessor, o Hubble, ser lançado no espaço. Originalmente chamado de “Next Generation Space Telescope”, o Webb foi idealizado como uma forma de respaldar e dar continuidade às descobertas de seu “irmão mais velho”. Ao longo das décadas seguintes, várias agências espaciais internacionais, centros da Nasa, parceiros industriais e acadêmicos foram selecionados para contribuir com o desenvolvimento da peça. A construção do James Webb teve início em 2004. O espelho primário de 18 segmentos, um dos maiores desafios para o grupo de engenheiros, foi concluído em 2011. Em 2015, todos os quatro instrumentos científicos do Webb foram entregues ao Goddard Space Flight Center da Nasa, onde passaram por testes diversos. Em 2018, todos os componentes de voo do Webb foram entregues à Northrop Grumman em Redondo Beach, Califórnia, e em 2019, as duas metades do telescópio foram conectadas. Os testes ambientais e de

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comunicação continuaram até que o Webb foi dobrado e armazenado pela última vez em 2021, antes de ser enviado para Kourou, na Guiana Francesa, para lançamento. No dia 25 de dezembro de 2021, o Telescópio Espacial James Webb foi lançado a bordo do foguete Ariane 5, a partir do Centro Espacial de Kourou. Cerca de 31 minutos após a saída, o instrumento já trabalhava com seus painéis solares e outras peças. O lançamento foi um dos mais tensos da história da Nasa, depois de décadas de trabalho e vários reajustes orçamentários. Esses recálculos levaram a missão a um custo final de R$ 51 bilhões.O telescópio chegou ao L2 Lagrange, seu ponto de observação situado a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, no dia 23 de janeiro de 2022. Os cientistas envolvidos no projeto calculam que o telescópio deve ter uma vida útil de, no mínimo, cinco anos e meio após o seu lançamento – mas expectativas otimistas extendem a missão para cerca de dez anos. A Nasa é a principal agência espacial responsável pelo desenvolvimento do jwst, sendo responsável pelo gerenciamento geral do projeto, além do lançamento e operação do observatório. A Agência Espacial Europeia (esa) contribuiu diretamente com o desenvolvimento de dois dos instrumentos científicos do jwst, além do veículo de lançamento Ariane 5. A Agência Espacial Canadense (csa) é responsável pelo fornecimento dos instrumentos científicos fgs/niriss.o

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Quem foi James Webb?

Camadas intermináveis ​ de gás e poeira tornam-se o foco

James E. Webb foi um funcionário público americano e administrador da Nasa de 1961 a 1968. Ele foi responsável pelo início do Programa Apollo e é creditado como um dos principais nomes por trás da missão bem-sucedida de enviar o homem à Lua em 1969. Webb nasceu em 7 de outubro de 1906, em Granville County, nos eua. Após se formar em direito na Universidade George Washington em 1936, se envolveu com nomes importantes e ganhou influência na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Em 1949, foi indicado para trabalhar como vice-secretário de Estado. Em 1961, ele foi nomeado Administrador da Nasa pelo Presidente John F. Kennedy, onde supervisionou uma das eras mais produtivas da exploração espacial americana. Foi sob sua administração que o governo norte-americano fixou como meta o pouso na Lua até o final da década de 1960, através do Programa Apollo. Em reconhecimento ao seu trabalho na agência, o Telescópio Espacial James Webb foi nomeado em sua homenagem – mas não sem alguns questionamentos. Em 2021, um grupo de pesquisadoresapontou que Webb foi membro de alto escalão no governo norte-americano enquanto funcionários eram perseguidos e demitidos por sua orientação sexual. Isso fez com que a Nasa abrisse uma investigação interna sobre o tema. Um relatório foi publicado pela agência em novembro de 2022, afirmando que

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“não encontrou evidências de que Webb fosse um líder ou proponente da demissão de funcionários do governo por sua orientação sexual”, e a homenagem ao burocrata foi mantida.

Características do Telescópio Espacial James Webb

O jwst pesa aproximadamente seis toneladas e tem 6,5 metros de diâmetro. Ele é composto por quatro grandes instrumentos científicos. Segundo a Nasa, eles podem ser operados de 17 maneiras diferentes para realizar operações científicas variadas. O primeiro deles é o fgs/niriss (siga em inglês de Sensor de Orientação Fina/Detector de Infravermelho Próximo e Espectrógrafo sem Fenda). Ele é responsável por proporcionar precisão às imagens e por investigar detecção de primeira luz, caracterização e trânsito de exoplanetas. O miri (Instrumento de Infravermelho Médio) conta com uma câmera e um espectrógrafo que enxerga na região do infravermelho médio, possibilitando ver a luz desviada para o vermelho de galáxias, cometas e estrelas distantes. Já o NIRSpec (Espectrógrafo de In-

Mostra o nunca antes visto nascimento de uma estrela

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fravermelho Próximo) é utilizado para dispersar a luz de um objeto em um espectro, permitindo descobrir propriedades físicas como temperatura, massa e composição química da matéria. Esse instrumento tem a capacidade de observar 100 objetos simultaneamente e é o primeiro espectrógrafo no espaço com essa habilidade. Por fim, a NIRCam (Câmera de Infravermelho Próximo) é a principal responsável por gerar imagens no telescópio. Ela detecta luz das primeiras galáxias em processo de formação, além de estrelas mais próximas. A NIRCam também possui coronógrafos que bloqueiam a luz de objetos mais brilhantes, possibilitando a captação de imagens de corpos escuros nas proximidades.

Por que o James Webb é melhor que o Hubble?

O James Webb Space Telescope foi projetado para superar seu predecessor, o Hubble, lançado em 1990, sendo capaz de visualizar uma grande variedade de estrelas e galáxias em diversas distâncias com uma capacidade aumentada. Em primeiro lugar, o jwst é consideravelmente maior do que o Hubble, com um espelho primário de 6,5 metros de diâmetro, em comparação com os 2,4 metros de seu irmão mais velho – o que resulta em um opopder de captação de luz seis vezes maior, segundo a Nasa. Isso significa que o jwst pode ver objetos mais distantes e de luz até 100 vezes mais fraca. Além disso, o espelho do jwst é feito de materiais diferentes, como ouro e berílio, o que o torna mais leve e melhor para refletir e coletar a luz recebida. Outra vantagem do jwst é que ele é projetado es-

pecificamente para observações infravermelhas, o que permite que ele detecte a luz emitida por objetos mais antigos, como as primeiras estrelas e galáxias, e também observe a formação de astros em nuvens de poeira. O Hubble pode ver alguns comprimentos de onda infravermelhos, mas foi otimizado para ver luz ultravioleta e visível mais curta. Para capturar os comprimentos de onda infravermelhos mais fracos da luz, o Webb precisa ser muito mais frio que o Hubble, e para isso, ele precisa estar muito mais distante da Terra. Enquanto o Hubble orbita o nosso planeta, o jwst está programado para orbitar o Sol junto com a Terra ficar a cerca de 1,5 milhão de quilômetros de nosso lar, em um ponto chamado de ponto de Lagrange 2.

Missão do telescópio James Webb

Com sua capacidade avançada de coletar e analisar dados, o jwst pode ajudar os cientistas a entender melhor como o universo se formou e evoluiu ao longo do tempo. Ele pode pode observar distantes regiões de formação estelar em detalhes e detectar as primeiras galáxias que se formaram no cosmos. Observar objetos mais distantes

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Imagem nos ajuda de a uma entender a origem do universo pornebulosa que a luz viaja em uma velocidade finita e leva se umformando tempo determinado para chegar a nós. Em

outras palavras, quanto mais afastado um objeto está, mais tempo a luz levou para alcançar o observadior, permitindo que vejamos um momento anterior da história do espaço. Outra área de pesquisa crucial do JWST é a busca por planetas que possam ser potencialmente habitáveis. O telescópio é capaz de detectar atmosferas e avaliar se esses planetas têm certas condições adequadas para o desenvolvimento de vida. Isso pode levar a algumas descobertas emocionantes sobre a existência de vida fora do nosso quintal cósmico.

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Principais Descobertas do JWST:

Em setembro de 2022, o jwst capturou sua primeira imagem direta de um exoplaneta; O aparelho combinou dados com o Hubble para uma foto cheia de detalhes de uma galáxia; Mais de 15 anéis de poeira vindos de um par de estrelas foram flagraods pelo telescópio; O telescópio observou oficialmente as quatro galáxias mais distantes conhecidas, há cerca de 13,4 bilhões de anos; O James Webb detectou pela primeira vez a presença de CO2 na atmosfera de um exoplaneta; O aparato realizou suas primeiras observações da lua Titã, de Saturno, capturando imagens intrigantes de nuvens; O telescópio detectou nuvens de silicato (minerais formadores de rochas) na atmosfera de vhs 12561257 b, uma anã marrom a cerca de 72 anos-luz da Terra. Além disso, O James Webb é extremamente reconhecido por suas fotografias deslumbrantes, chegando a obter imagens que jamais seriam possíveis utilizando outros telescópios ou dispositivos. Entre as mais faladas, estão a “Nebulosa do Anél do Sul”, a “Nebulosa Carina”, o Quinteto de Stephan, sem contar as diversas outras impactantes imagens de galáxias, planetas e estrelas.

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Foto: Nat Geo

OS MISTÉRIOS POR TRÁS DA CONSTRUÇÃO DAS PIRÂMIDES DO EGITO

Conforme o passar do tempo, surgem pesquisas que explicam cada vez mais os enigmas e revelam novas descobertas POR NATGEO

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SECTION_DATABASE SET: CORTÉX

AS PIRÂMIDES DO EGITO são um dos marcos culturais mais emblemáticos do mundo. Ao longo dos anos, especialistas têm tentado desvendar os mitos de como essas imponentes construções foram erguidas. Embora as respostas para essa pergunta ainda não sejam satisfatórias, uma recente pesquisa trouxe algumas luzes sobre o assunto. As pirâmides de Quéfren, Miquerinos e a Grande Pirâmide de Gizé (também conhecida como a pirâmide de Quéops ou Keops) foram construídas durante a Quarta Dinastia (2686-2160 a.C.). Elas estão localizadas na margem ocidental do rio Nilo, na planície de Gizé, no Egito, e representam antigas proezas de engenharia que têm fascinado a humanidade há centenas de anos. Conforme aponta a Enciclopédia Britannica, plataforma de divulgação de dados do Reino Unido voltada para a educação, desde Heródoto, historiador grego do século 5 a.C., várias hipóteses foram elaboradas sobre a construção das pirâmides sem que uma resposta definitiva fosse aceita.

O rio Nilo foi fundamental na construção das pirâmides

Atualmente, indica a enciclopédia, a teoria mais plausível sugere que os egípcios utilizaram uma rampa ou terraço inclinado que permitia o transporte dos blocos de pedra por meio de trenós, rolos e alavancas. No entanto, uma nova pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (pnas) sugere que os construtores foram capazes de erguer pirâmides, tumbas e templos graças a um antigo braço do rio Nilo agora extinto, conhecido como o braço de Khufu. Os pesquisadores avaliaram as variações dos níveis de água do Nilo nos últimos 8 mil anos e determinaram que o braço de Khufu, um afluente do Nilo, proporcionou um ambiente fluvial favorável para o surgimento e desenvolvimento do local de construção, auxiliando os construtores

no planejamento do transporte de pedra e materiais por barco. Os autores sugerem que os antigos egípcios aproveitaram o rio e suas enchentes anuais por meio de um engenhoso sistema de canais e bacias, formando um complexo portuário que está localizado a mais de sete quilômetros a oeste do Nilo nos dias atuais. Esses canais e bacias precisavam ter profundidade suficiente para acomodar embarcações de calado raso (profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação, em relação à linha d’água) ao longo do ano. Enquanto que embarcações maiores provavelmente só poderiam navegar durante a época de enchentes (de agosto a outubro), quando o nível da água no canal do Nilo aumentava. A hipótese do complexo portuário propõe que os construtores das pirâmides cortaram o dique ocidental do braço de Khufu e dragaram as bacias até a profundidade do rio. Isso teria possibilitado aproveitar a elevação anual da enchente como um elevador hidráulico, quando os níveis mais al-

COMO, SEM GRANDES TECNOLOGIAS, PIRÂMIDES FORAM MONTADAS? @SÍLEX_MAGAZINE

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Foto: Mc Globetrotteuse

tos de água chegavam à base da planície de Gizé. Dessa forma, a existência dos canais e do porto teria permitido aos engenheiros transportar materiais de construção e suprimentos para o complexo das pirâmides, facilitando a sua construção.

Como os raios cósmicos ajudaram a encontrar um túnel na Grande Pirâmide do Egito

Os humanos passaram milênios tentando desvendar os segredos das Pirâmides de Gizé. Construídas há cerca de 4500 anos, elas contêm túmulos e câmaras que antes guardavam os restos dos primeiros faraós egípcios. Mas a tecnologia moderna revelou que as pirâmides também contêm túneis escondidos. Em 2016 e 2017, um grupo de pesquisadores conhecido como projeto ScanPyramids identificou várias destas cavidades dentro das pirâmides. E, esta semana, as autoridades egípcias anunciaram novos detalhes sobre um destes espaços: o

INIMAGINÁVEL COMO A TECNOLOGIA PERMITE A DESCOBERTA DE COISAS

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Túnel dentro de uma das pirâmides do Egito Túneis presentes dentro da pirâmide de Gizé


SECTION_DATABASE SET: CORTÉX

Corredor da Face Norte, que fica logo acima da entrada da Pirâmide de Khufu (a Grande Pirâmide), a maior das pirâmides do Planalto de Gizé. Com a ajuda de uma tecnologia chamada radiografia múon – que utiliza partículas de raios cósmicos para sondar objetos e construir modelos tridimensionais de seus interiores – os cientistas confirmaram que o Corredor da Face Norte se estende por 9 metros de comprimento e mais de 1,80 metro de largura. Os arqueólogos estão céticos de que estes corredores tenham algum significado ritual. Como a arqueóloga Kate Spence disse à National Geographic em 2017, e como o arqueólogo Mark Lehner disse ao New York Times, as pesquisas mostraram que os egípcios provavelmente construíram túneis nas pirâmides para aliviar a pressão e mantê-las estruturalmente sólidas. Ainda assim, como as próprias pirâmides, estes espaços vazios continuam a nos fascinar. Então, como sabemos que eles existem, conheça como os cientistas os descobrem. Aqui está a ciência por trás da tecnologia.

A ciência da radiografia múon

Os cientistas tiveram uma visão melhor do interior da pirâmide graças a uma técnica de imagem inteligente chamada radiografia de múon, que foi testada pela primeira vez em campo nas Pirâmides de Gizé há mais de 50 anos. Esta radiografia depende do múon, uma espécie de partícula subatômica muito semelhante ao elétron, exceto que é cerca de 200 vezes mais maciça e dura apenas alguns milionésimos de segundo. Apesar de sua curta vida útil, os múons estão constantemente “chovendo” sobre nós. Objetos cósmicos extremos na Via Láctea e em outros lugares produzem constantemente partículas de alta energia que ocasionalmente batem na Terra. Quando estas partículas – chamadas de raios cósmicos – colidem com nossa atmosfera superior, o impacto produz um spray de partículas que inclui múons.

O chuvisco natural de múon da Terra não representa nenhuma ameaça. Se você estiver lendo esta história em um smartphone moderno, 10 múons terão passado inofensivamente através de sua tela quando você terminar esta frase. Os múons também têm as propriedades certas para ajudar os cientistas que tentam ver através de estruturas – sejam elas pirâmides, mosteiros ou vulcões. Eles têm a estrutura ideal para passar por objetos sólidos, e também são simples de detectar com filmes e detectores especiais de emulsão. Os múons passam pelo espaço vazio muito mais facilmente do que através de objetos sólidos. Assim, ao montar uma série de detectores de múons em diferentes locais e ângulos dentro de uma estrutura, os cientistas podem mapear o que é sólido e o que é um vazio. Foi exatamente isso que os pesquisadores fizeram no caso das pirâmides, conforme descrito em um novo estudo publicado na revista Nature Communications. Duas equipes diferentes de pesquisadores – um da Universidade Nagoya, do Japão, e outro da Comissão de Energias Alternativas e Energia Atômica, da França – estabeleceram uma série de detectores de múons dentro de duas passagens conhecidas na pirâmide: seu corredor descendente e uma passagem escavada na pirâmide no século 9 d.C., que agora serve como entrada turística. Estes detectores foram instalados para mapear o Corredor da Face Norte, anteriormente descoberto. Após meses de coleta de dados a partir de 2019, os pesquisadores combinaram as diferentes medidas de múon para descobrir o tamanho e a localização do espaço vazio do Corredor da Face Norte. Ao todo, o vazio tem cerca de 9 metros de comprimento, aproximadamente 2 metros de altura e pouco mais de 1,80 metro de largura.

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DEATH BURGER: GÊNIO DA ARTE CYBERPUNK Artista referência no desenho em estilo cyberpunk, além de ser emergente na área da criação de histórias

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JOSAN GONZALEZ É UM ILUSTRADOR espanhol conhecido como Death Burger. Conhecido principalmente em sua página do Instagram, onde posta suas artes extremamente detalhadas e coloridas, lotadas de estilo e cuidado. Na maioria das vezes – quase sempre – desenha dentro de universos cyberpunk, ou com elementos de tal. Não só desenha e pinta, mas também é contador de histórias, sendo o criador da série em quadrinhos cyberpunk: The Future is Now. Antes de se tornar o ilustrador de sucesso que é agora, Josan Gonzalez iniciou sua carreira na indústria da moda, depois disso, ele trabalhou como artista freelancer em algumas capas de livros, capas de álbuns musicais e capas de quadrinhos. O artista, inclusive, fez parte de grandes e famosos projetos, como a capa da trilogia de livros do ilustre e pai do estilo cyberpunk, William Gibson – Neuromancer, Count Zero e Monalisa Overdrive. Além disso, fez parte de um dos maiores e mais divulgados jogos de videogame dos últimos tempos: Cyberpunk 2077. Josan foi responsável por artes e conceitos das cidades e design de personagens do mesmo, além de ter desenhos seus cravados em capas das edições físicas de luxo. O artista, sobretudo, tem projetos em andamento para história própria, chamado de Citadel 9, Entry 04 e The Future is Now! sendo ele o ilustrador e o responsável pelo roteiro. É muito importante que você, leitor da Sílex, dê força para os mais diversos artistas – seja ele um iniciante ou um expert – portanto, apoie, siga, divulgue a arte daqueles que gosta.

O ARTISTA VEM RECEBENDO MUITOS HOLOFOTES COM O

@DEATHBURGER CITADEL9.COM ARTVEE.COM/ARTIST/DEATH-BURGER/

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Ilustração mostra 4 criminosos em ambiente cyberpunk

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Ilustração de uma cybersamurai mostrando sua espada


Ilustração mostra um robô cheio de detalhes da estética


Foto: Gambiarra (filme)

GAMBIARRA: O CYBERPUNK NO BRASIL Um projeto que ambienta a sociedade brasileira no estilo cyberpunk

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SECTION_UPDATE

A FICÇÃO CIENTÍFICA tem ganhado cada vez mais obras de autores nacionais, e, dentro deste gênero, existem diversas ramificações, usadas para catalogar em que tipo de ambiente a história acontece. Um dos mais famosos é o cyberpunk, que explodiu na década de 80 em filmes como Blade Runner e Robocop, e que traz uma visão underground da sociedade, geralmente controlada por grandes empresas, onde a maior parte da população tem condições de vida ruins, mesmo rodeada de alta tecnologia. É neste contexto que acontecem as histórias de Gambiarra, projeto transmídia – já há um filme e uma hq – que traz uma visão cyberpunk da cidade do Rio de Janeiro e é recheada de referências às obras nas quais se inspirou.

Na HQ Gambiarra:

O Acionista, desenhada por Rafael Cruz e também escrita por Erik Hewitt e Gustavo Colombo, os personagens Yan e Flaneur precisam levar um pendrive secreto com informações que incriminam uma autoridade até um misterioso comprador, mas terão que passar por um território de surfistas de trem.

O filme Gambiarra

O hd de Espadas narra a história de Heitor, um jornalista fracassado que vive de postar notícias-gif, mas sonha em conseguir uma grande reportagem. Sua oportunidade parece ter surgido quando ele encontra um misterioso hd que pode comprometer a gigante de tecnologia Intercom. A inspiração em clássicos dos anos 80 se reflete na estética cheia de luzes vibrantes e localidades futuristas, que simulam a das fitas vhs. Com trilha sonora original, que ainda assim ganhou características bem particulares da cultura brasileira, como batidas de funk.

VIDA MISERÁVEL MESMO COM AS MAIS ALTAS TECNOLOGIAS

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ESTAR NO MUNDO VIRTUAL FAZ VOCÊ ESQUECER DO REAL

Pessoas se expõem nas redes sociais sem medir consequências. Uso impulsivo da web complica vida de adolescentes.

POR ANA MADURANO ILUSTRAÇÃO REPLUSED Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga formada pela usp. É especialista em problemas de aprendizagem e colunista de educação.

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A AMPLIAÇÃO do conhecimento pelas pessoas se deve muito ao advento da internet. Quem tem acesso a ela, esteja onde estiver, pode saber de coisas que, de outra forma, seria quase impossível. Inclusive, entra-se em contato com a produção científica, que antes era restrita às bibliotecas universitárias. Mas não é só isso: compras são feitas, operações bancárias realizadas, acompanhamento da vida escolar dos filhos, e tantas outras coisas... Inclusive, as pessoas se relacionam com outras através da internet, fazendo coisas que para elas seria inconcebível de outra forma. Afinal, não têm que encará-las frente a frente. Tanto é assim que, nas redes sociais, as pessoas chegam a fazer um diário sobre suas vidas. Contam tudo. Algo que, em outros tempos, se restringia a um diário, que era apenas lido por quem o escrevia, tendo segredos ou não. Era um espaço privado. Hoje, por pouco que possam dizer sobre si, estão se expondo a milhares de pessoas em todo o mundo. Sem ter bem clara a exposição que terão.


Com a diferença de que, queimado o diário, ele deixa de existir. Na internet isso não acontece – não basta deletar uma informação, foto ou vídeo, eles podem ter sido copiados por alguém, que vai usá-los como bem entender. Não se tem o controle das coisas. Isso tem complicado a vida de alguns adolescentes (não só deles), como a menina de 14 anos que teve sua intimidade exposta em imagens num site de relacionamento. Ou o rapaz de 19 anos que deu detalhes de sua vida pessoal, ajudando pessoas de má-fé a planejarem seu sequestro. Estar no mundo virtual faz esquecer que ele está inserido no real. Com uma ideia de que se tem controle sobre ele, que se está no comando, bastando dar um clique. Essa é uma das características observadas nos adolescentes, que sentem poderem e saberem tudo, como se sempre estivessem no controle das coisas e de suas vidas. Como a ideia de que usar droga depende só da vontade deles, achando que podem parar de usá-las na hora que bem entenderem. Assim, acabam agindo de maneira impulsiva, não considerando todos os fatores envolvidos numa ação. O que fica difícil balizar quando se lida com a internet, pois justamente não é possível fiscalizar para onde vão as informações lá

colocadas e o que vão fazer com elas. Perde-se totalmente o controle.

Limite:

Não só eles estão perdendo a noção de controle, seus pais os acompanham nisso. Os valores passados a eles em prol de uma liberdade que foi conquistada a duras penas tem se confundido com falta de limites. Para muitos liberdade sexual e libertinagem é a mesma coisa. Não é. Exercer livremente algo não exime ninguém de responsabilidade. Principalmente em relação a si próprio. Que preço paga alguém que é visto nu ou em carícias íntimas com outra pessoa por milhares? Para alguns, fica difícil até sair de casa. Mesmo que se diga que ninguém tem nada a ver com isso. Além de tudo isso, há um outro fator – a necessidade de exposição e de serem vistas que as pessoas têm sentido magens.

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AS 3 FORÇAS QUE REGULAM A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL Direito autoral, proteção de dados e relações trabalhistas são as forças regulatórias inesperadas que farão parte do futuro das IAs.

POR RONALDO LEMOS ILUSTRAÇÃO REPLUSED Ronaldo Lemos é um advogado, professor e pesquisador brasileiro, respeitado internacionalmente. É especialista em temas como tecnologia e mídia.

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VOCÊ SE LEMBRA do mundo há seis meses? Nele, havia até cartas públicas pedindo limites para a inteligência artificial. A principal foi feita pelo Instituto do Futuro da Vida. Alegava que a IA representava “riscos profundos para a sociedade e a humanidade” e pedia para interromper as pesquisas em modelos superiores ao GPT-4 por seis meses. Justamente para dar tempo de se criar algum tipo de regulamentação sobre a tecnologia. A carta fez sucesso. Foi assinada por mais de 30 mil pesquisadores e celebridades, incluindo Elon Musk e Yuval Harari. A carta aberta “Uma carta aberta aos líderes mundiais sobre o risco da inteligência artificial”, assinada por mais de 30 mil pesquisadores e celebridades, fez aniversário de seis meses ontem. Ninguém cantou parabéns (só este colunista). Até porque a carta foi solenemente ignorada. Nenhuma pesquisa sobre ia parou. Todas aceleraram fortemente. O próprio Elon Musk criou sua própria empresa de inteligência artificial três meses depois de ter assinado a carta. A Open


AI incluiu a pesquisa por imagens no ChatGPT, cial: o direito autoral, a proteção de dados e as além de lançar produtos novos como o Dall-E 3. relações trabalhistas. Nenhuma delas é nova ou O Google também soltou seu smartphone ba- tem nomes cintilantes como a carta queria. Mas seado em ia. são essas três forças que estão colocando as Em suma, a carta acabou se tornando na prática plataformas de inteligência artificial em xeque. A uma grande peça de marketing dos serviços de proteção de dados é hoje (junto com o direito do inteligência artificial. Talvez a primeira vez em consumidor) uma das ferramentas regulatórias que “riscos profundos para a humanidade” tenha que permitem às autoridades públicas interpelar se convertido em um slogan comercial. Capaz as empresas de ia. Todas têm a obrigação legal de acelerar, em vez de reduzir, a expansão das de proteger dados pessoais e o consumidor. Se empresas de ia. saírem fora da linha, estão na berlinda. E a regulamentação da Inteligência Artificial, ou- O direito autoral, por sua vez, virou alavanca retro objetivo da carta, avançou? A resposta é sim, gulatória. Podem as empresas de ia treinar seus mas não do jeito que a carta queria. Ela propunha modelos inteligentes usando obras protegidas a criação de “novas autoridades regulatórias de- por direitos autorais? Existem hoje quatro grandicadas à ia” e “sistemas de identificação capazes des ações judiciais nos EUA propostas por criade distinguir imagens reais e sintéticas” e “mé- dores intelectuais contra as plataformas de ia. A todos robustos de certificação e auditoria”. Nada mais famosa foi assinada por escritores como disso aconteceu. No mundo de hoje, as chances John Grisham e George R. R. Martin de Game of de acontecer são cada vez menores. Thrones. A decisão dessas ações terá um impacA carta de ia foi um momento importante na his- to global sobre as plataformas de ia. tória da tecnologia. Foi a primeira vez que um grupo tão grande de especialistas alertou sobre os riscos da ia. Mas, infelizmente, parece que o seu apelo caiu em ouvidos moucos.No entanto, três forças regulatórias inesperadas emergiram nesse período para regular a inteligência artifi-

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PLUTO (ANIME)

No anime do Studio M2, robôs–com certa relevância dentro do universo cyberpunk da obra–são assassinados por um sujeito que deixa objetos formando chifres próximas a cabeça de suas vítimas. A obra simula, muito bem, uma sociedade em que humanos e robôs convivem em (quase) perfeita harmonia, levantando o questionamento se isso seria possível algum dia.

SÍLEX_SCORE: autor Naoki Urasawa data 26 de outubro, 2023 disponível_em https://www.netflix.com

NEUROMANCER (LIVRO) De um dos pilares da ficção científica, William Gibson, a obra é um dos mais famosos romances do gênero cyberpunk, e ganhou os três principais prêmios da ficção científica. Trata de um ex-hacker – cowboys, como são chamados – que foi impossibiltado de exercer seu trabalho por conta de um erro que o mesmo cometeu aos seus patrões. SÍLEX_SCORE: escritor William Gibson data 1 de julho de 1984 disponível_em https://www.amazon.com.br

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AKIRA (MANGÁ) Um projeto militar coloca em risco a cidade de Neo-Tokyo, 31 anos depois de ser devastada por uma misteriosa explosão negra, na terceira guerra mundial. Transborda perfeitamente o cyberpunk – o mangá, não o filme. SÍLEX_SCORE: autor Katsuhiro Otomo

COWBOY BEBOP (ANIME) Em 2071, a humanidade se expandiu pela galáxia, mas mesmo assim, os diferentes planetas estão lotados de assassinatos, drogas e criminosos, cujos quais são perseguidos por Spike e Jet Black, caçadores de recompensas. SÍLEX_SCORE: diretor Shinichiro Watanabe data 3 de abril, 1998–24 de abril, 1999

GHOST IN THE SHELL (FILME) Na sociedade interconectada e cyberpunk da obra, a Secção 9 de Segurança Pública da cidade é responsável pelo combate à ameaças cibernéticas. Com isso, uma policial ciborgue e seu companheiro caçam um misterioso hacker.

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RUPTURA A série de TV, Ruptura (Severance), trás consigo ideias extremamente inovadoras e que nos fazem questionar a sociedade, por abordar uma tecnologia que seria capaz de alterar completamente a forma como enxergamos o equilíbrio entre o lazer e a profissão. Assista no escuro, fugindo de qualquer spoiler ou sinopse mais completa, pois a experiência é fascinante.

SÍLEX_SCORE: criador Dan Erickson data 18 de fevereiro,2022–8 de abril,2022

LOVE DEATH & ROBOTS A série de histórias antológicas, ou seja, com diferentes temáticas e abordagens em cada episódio, conversa com criaturas aterrorizantes, ganchos bizarros, tecnologias disrruptivas e humor ácido nos vários universos únicos criados. Se destaca por possuir diversos estilos de animação – de altíssima qualidade – em todos os episódios de uma mesma temporada. SÍLEX_SCORE: criador Tim Miller data 15 de março, 2019 disponível_em https://www.netflix.com

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EX_MACHINA Trata sobre um tema extremamente relevante nos dias de hoje, a inteligência artificial, extrapolando o tema a níveis inimagináveis, com atores conhecidos e um ótimo enredo. SÍLEX_SCORE: diretor Alex Garland data 21 de janeiro, 2015

BLADE RUNNER 2049 Não tem como citar ficção científica cyberpunk sem lembrarmos da importantíssima saga neo-noir, Blade Runner. O filme de 2017 continua a história do original de forma excepcional e lotada novos mistérios. SÍLEX_SCORE: diretor Denis Villeneuve data 5 de outubro, 2017 disponível_em https://www.netflix.com

PERDIDOS NO ESPAÇO A série trata sobre uma família que se vê obrigada a se mudar do planeta Terra devido a complicações climáticas. Aborda temas interessantíssimos sobre o futuro de nossa sociedade, ao mesmo tempo que trata sobre amor familiar.

SÍLEX_SCORE: criadores Irwin Allen, Matt Sazama, Burk Sharpless data 13 de abril, 2018–1 de dezembro, 2021

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