08 OIÊ!
Carta Editorial
10 A GOOD HELP
Pessoas muito fodas que ajudaram nesse projeto
ARTES E TALS
48 WATCH OUT
Filmes, séries e afins que você não pode deixar de ver
52 BECO DOS ARTISTAS
Artes e ilustrações de alguns dos nossos leitores
56 O CORRE DE...
Artistas muito fodas para ficar de olho
60 AUMENTA O SOM
A quebra de regras do grime brasileiro
22 PELAS RUAS DA CIDADE
5 lugares de SP que você não sabia que existiam
26 NO PRECINHO
6 coisas em SP para quem tá com a grana curta
30 LARICA
Coisas que você deve comer antes de ser prefeito de SP
34 VSF SP
As maiores roubadas da cidade de São Paulo
74 JANELAS
Uma visão de São Paulo pelas janelas dos nossos leitores
76 CASH
Dicas financeiras para melhorar a sua vida econômica
80 NEW KIDS ON SP
Dicas para você que é novo em SP
84 (NÃO) EXISTE AMOR EM SP
Namorar alguém de São Paulo pode ser mó legal
86 SEX? TOU!
5 mitos sobre o sexo oral e ist ´ s
90 SE TOCA!
Infos sobre masturbação vaginal (além do óbvio)
106
FIRST ISSUE Umas fotos legais da nossa primeira edição 114 SIGNOS & DRINKS O bar por São Paulo ideal para o seu signo 118
E depois de tudo, um espacinho para...
AÍ, FECHÔ? Poema Visual
THE
AFTER
128 E
ROLÊS (RE)CONECTANDO...
36 62 PINTANDO AS RUAS COM MANO LIMA 96 O AMOR É SÓ PARA UM? A FESTA PROFANA DE PEDRO PINHO O QUE SERÁ DOS JOVENS? 12
OIÊ!
Nós viemos aqui te contar que: a gente entende. A gente sabe como é se sentir um peixe fora d’água, sentir como se ninguém te compreendesse, ou, pior: sentir como se estivesse tendo que crescer rápido demais. São responsabilidades, estágios, relacionamentos, vida social, trabalho… E realmente esperam que a gente consiga conciliar tudo isso?
Oi?? Ok, a vida adulta está chegando, mas sempre esperam que a gente se encaixe no “modelo de maturidade” que adultos devem ter e, porra, isso é chato para caralho!
Por isso, posso te dizer: a gente entende. E MUITO! Por isso, decidimos nos reunir aqui para criar um lugar em que a gente é livre para respirar bem fundo e só AAAAGHHHHH!!
Tá tudo bem, às vezes a gente precisa.
Nesta edição da “Fechô”, você encontrará tudo aquilo que tem procurado há muito tempo. No eixo Rolês, você vai achar recomendações de rolês muito fodas em SP, além de uma outra visão dessa cidade gigante, seja com dicas de comidas, ou até mesmo o que (não) fazer por aqui na seção VSF SP. No Artes e Tals, você terá recomendações de vários artistas e obras para acompanhar, além de um espacinho exclusivo para os nossos leitores lá no Beco dos Artistas. No eixo (Re)Conectando…, oferecemos textos, infográficos e várias dicas sobre assuntos que vão permitir uma puta de uma auto reflexão, conhecendo até sobre o seu próprio corpo no nosso infográfico sobre masturbação vaginal Se Toca!. Temos certeza que, na “Fechô”, você vai achar algo que vai te fazer dizer “nossa muito eu”. Vai ser um rolê incrível.
E AÍ, FECHÔ?
escola superior de propaganda e marketing
Graduação no curso de Design com Habilitação em Comunicação Visual e Ênfase em Marketing
projeto integrado do 3° semestre 2023_01
Projeto III: Marise de Chirico
Produção Gráfica: Mara Martha Roberto
Ergonomia: Matheus Passaro e Eddy Stephan
Finanças Aplicadas: Alexandre Ripamonti
Marketing Estratégico: Ana Cristina Estrada
Cor, Percepção e Tendências: Paula Csillag
Infografia: Marcelo Bautista Pliger
projeto editorial e gráfico
Ana Luiza Consalter Amôr
Gabrielle Ishida Chiang
Jullia Eimy Yoshimura
Marcos Costa Hasegawa
Victoria Maria Braga de Sousa
ANA LUIZA AMÔR GABRIELLE ISHIDA
JULLIA EIMY MARCOS HASEGAWA
VICTORIA MARIA
A GOOD HELP
Mestre em filosofia política pela Unifesp e coordenadora da coleção de diversos livros Feminismos Plurais.
@djamilaribeiro1
Psicóloga, especialista em gênero e sexualidade, mestra em educação sexual para todos os públicos.
@espacopubere
Fotógrafo que se mudou pra SP e se viu na necessidade de fotografar o espaço no qual se descobriu.
@pdrpinho
Agente de transformação social, colunista que escreve sobre a temática LGBTQIA+.
@noah_scheffel
Jornalista e criadora de conteúdo digital, conhecida por refletir sobre beleza, sociedade e comportamento.
@guitakahashi
Ilustradora digital que gosta de retratar pessoas em pequenos e simples momentos do dia a dia.
@wonderviic
DJAMILA RIBEIRO
NOAH SCHEFFEL
ELÂNIA LIMA
GUI TAKAHASHI
VICTORIA MARIA
PEDRO PINHO
O QUE SERÁ DOS JOVENS?
Thiago Theodoro, ex-diretor da Capricho, fala sobre o sucesso da revista e o desafio de se manter relevante para o público adolescente em constante mudança
por marcos HasegaWa
Então Thi, primeiro eu queria entender de onde veio a vontade de trabalhar no mercado editorial, principalmente morando no Brasil, né?
Ó, eu acho que vale a gente posicionar no tempo e no espaço. Há vinte anos, isso era uma possibilidade real, ainda que tivesse rolado o advento da internet e a internet fosse uma uma realidade, o mercado de trabalho era basicamente impresso e tambem no meio televisivo.
Havia os grandes sites como o UOL e alguns portais que já até perderam muita força hoje em dia, mas a mídia impressa era o lugar onde você desejava trabalhar, principalmente pra gente que tinha crescido consumindo esse tipo de mídia. Então pra mim foi um caminho natural. Então a mídia impressa era um lugar além de muito glamoroso, onde se fazer uma carreira como um jornalista gay, também era possível. Então, assim, esse conjunto de fatores me levou a acabar.
Uma vez que na mídia eletrônica eu não me via encaixado, ainda que eu tenha feito algumas entrevistas, por conta do meu jeito e da minha voz, eu nao funcionei no rádio e na TV, e aí tem uma coisa LGBTfobia sim. Participei de seleções que eu sei que eu não entrei por ser talvez um pouco afeminado demais. Então isso foi uma uma questão.
Então a mídia impressa era um lugar além de muito glamoroso, onde se fazer uma carreira como um jornalista gay, também era possível. Então, assim, esse conjunto de fatores me levou a acabar trabalhando nessa coisa pré-histórica que é esse bafo de revista, muito legal e divertido.
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Diretor de arte, Designer, Comunicador, Apresentador e Roterista
E trabalhar no mercado editorial foi sempre sua primeira opção como jornalista?
Eu sempre quis muito, comecei numa editora em Bauru, chamada Alto-astral, que na época era relativamente grande, rivalizava em alguns segmentos com as grandes editoras aqui de São Paulo, como a Globo e a Abril. Na verdade, pra ser bem honesto eu acho que era onde tinha trabalho. Então eu peguei um gosto e ali fazendo estágio eu acabei gostando. Só que a minha ideia era sempre voltar pra São Paulo. E aí eu fui atrás dos maiores e melhores lugares para trabalhar e comecei a participar desses processos seletivos. Passei no processo seletivo do Estadão, fiquei um bom tempo lá mas eles não gostavam da minha ousadia, então eu fiquei entre os melhores do meu curso, isso foi apresentado pra mim, mas a minha atitude para com o jornal não era valorizada porque eu os criticava muito. Após isso eu fiz o treinamento da Folha, que não foi adiante, logo fiz o treinamento da Editora Abril que foi o lugar onde eu me senti de fato muito à vontade. A vontade de ser quem eu era, eu acho que isso é justo pontuar, já que isso pra mim era muito importante, não ter que ser outra pessoa para trabalhar em um lugar.
Mas também era um lugar onde tinha lugares que me interessavam. Queria muito trabalhar na MTV, Capricho, Contigo, Veja São Paulo e por aí vai. Então ali eu falei: " gente aqui tem coisas que me interessam". Então fiz o processo e fiquei um ano trabalhando no RH, não foi tão simples assim.
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Thiago Theodoro em palestra para o Spotify Brasil
Será que ajudando outros adolescentes, eu vou ficar de bem com a minha adolescência?
E sobre trabalhar com o público teen, convenhamos que você precisa estabelecer uma relação de confiança muito forte. A Capricho manteve por muito tempo essa relação bem estabelecida, moldando esse mercado por muitas décadas.
Qual era o segredo para lidar com esse publico, sem ser um adolescente?
Olha, em se tratando de Capricho onde eu fiquei por quase quinze anos, quando eu cheguei o título já tinha quarenta anos e já falava com adolescentes há vinte anos. Então eu peguei esse caminho já pronto. Era meio que "você chegou no lugar que é a revista adolescente mais popular do Brasil e o maior site adolescente do mundo". Então para você estragar essa relação você tem que ser um péssimo jornalista, e tem gente que é, que não consegue funcionar nesse ambiente. Para mim já tinha meio caminho andado, mas o que foi fundamental, foi olhar muito profundamente para um fundamento super hiper básico do jornalismo que é: ouvir.
Então assim você não é adolescente mais, mas a gente tinha uma vantagem entre aspas que era: o adolescente não é ouvido, ponto final. Ninguém quer saber o que o jovem pensa. "Ai jovem só fala bobagem", "Aí é uma fase", "Ai ai frescura". E na época que eu entrei, em 2007, esse preconceito era ainda impressionantemente mais forte.
O simples fato de você se dedicar a ouvir, gera um primeiro passo muito grande. E depois era, o que você vai fazer com o que você ouviu, sem julgar. Então assim, era entender que aos quatorze anos o maior problema da vida de uma pessoa é realmente: ser aceita na escola, ir no show do NX Zero, se sentir bonita e atraente, se sentir desejada, saber como vai ser a sua primeira vez. É tudo muito foda, sabe?
15 fechô I the first issue
É um público que não tem poder de compra. Ele tem mesada. E ninguém quer vender pra mesada
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É artesanal demais. Leva dias pra fazer. Leva um mês pra fazer quase cem, tirar uma foto, editar essa foto, ver como ela funciona, imprimir as provas, o designer chora. É delicioso. Eu amava. Mas é caro. Dá trabalho. O papel é caro. O papel mata bichinhos, árvores. É um negócio horroroso. Na revista cada detalhe importa. Então cada decisão, cada página é um negocinho que você tem que pentear e lamber, eu lia revista quatro, cinco vezes antes de mandar pra gráfica. Passa, repassa, passa e lê mais um, lê mais um. Monta o boneco, aí folhear e fala, nossa, temos aqui quatro páginas que está tudo amarelo. Vamos misturar? Para entregar a qualidade que a gente entregava. Refaz o boneco da revista. Porra que anúncio feio, fodeu. A gente mexe com anúncio e bota lá atrás. São decisões muito artesanais. E era muita gente pra fazer. Era uma puta encheção de saco, gostosa, mas era. Eu acho, se eu fizesse uma revista hoje eu ia cobrar cem reais. Para entregar a qualidade que a gente entregava ali quando eu cheguei, que era uma revista grossa com papel bom, etc, é uma fortuna. Então ai meu Deus a revista morreu, que tristeza, mas morreu porque havia uma necessidade de mercado, né? Eu não quero uma revista de fofoca mais, fofoca eu vejo na internet. Então vai ser sobre o quê? Que assunto segura um mês na banca? Que assunto segura três meses na banca? Sem que você fique totalmente obsoleto.
17 fechô I the first issue
Você acha que a Capricho ainda se comunica tão bem com os jovens de hoje, quanto ela se comunicava a alguns anos atrás?
Eu não acompanho da mesma forma que eu acompanhava, então eu não consigo dizer se a marca é relevante ainda. Eu acho que até por obrigação, devo manter uma certa cordialidade porque eu tenho colegas que trabalham lá até hoje e tenho muito carinho pela marca ainda, mas eu não consigo te dizer mensurar qual é a relevância da marca hoje.
O que eu sei é que toda vez que eu abordo o tema Capricho na minha experiência pessoal hoje como podcast e influencer, ordas se movimentam. É um negócio absurdo. Eu fico não fico surpreso porque eu sei o tamanho da marca mas é incrível a força que a marca tem no imaginário das pessoas adultas e das pessoas jovens também. Eu acho que o negócio deve ser bom lá ainda. Mas era melhor quando eu estava lá, claro (risos). Eu não acompanho da mesma forma que eu acompanhava, então eu não consigo dizer se a marca é relevante ainda. Eu acho que até por obrigação, devo manter uma certa cordialidade porque eu tenho colegas que trabalham lá até hoje e tenho muito carinho pela marca ainda, mas eu não consigo te dizer mensurar qual é a relevância da marca hoje. Eu fico não fico surpreso porque eu sei o tamanho da marca mas é incrível a força que a marca tem no imaginário das pessoas adultas e das pessoas jovens também. Eu acho que o negócio deve ser bom lá ainda. Mas era melhor quando eu estava lá, claro (risos).
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Nos últimos meses temos acompanhado o comeback de algumas revistas impressas. Você acha que existe um espaço para volta das revistas teen?
Ninguém lê revista mais. Então assim, que jovem lê a revista?
Eu não vejo isso acontecer mesmo. Gente, isso não é isso é baseado em impressões, é baseado em experiências que eu tenho com o público. Não vejo isso acontecer, o que não quer dizer que não exista essa fantasia com relação a esse lindo universo editorial, né meus divos?
A revista não deixou de ser um objeto desejo e talvez em alguma medida tenha se tornado ainda mais um objeto de desejo à medida em que ela se tornou irrelevante. Então dentro desse universo eu imagino um espaço explorando esse encantamento que as novas gerações tem pelo passado, pelo que ficou. Isso sempre existiu mas nunca esteve tão forte. Né?
Porque eu acho que a gente nunca teve tanto acesso ao que aconteceu antes. Hoje uma menina que quer ouvir a discografia toda do The Smiths, é muito fácil pra ela. Então nesse território gostoso de nostalgia há um espaço. Mas eu não vejo como um veículo de massa mais. É tipo comprar um banjo, entendeu? Sei lá, não vai rolar mais. Uma outra coisa que me irrita muito: "Aí eu amo revista", "Vamos fazer revista". Ninguém lê revista mais. Então assim, eu vou fazer uma revista. Você lê a revista? Quais são as revistas que você assina? Pouca gente lê revista hoje. Então assim, também diante do pouco portfólio que a gente tem, que eu acho que é até grande demais pela situação do mercado, tem que ler revista, a gente tem que saber como que faz o negócio. Né?
19 fechô I the first issue
Um ano na adolescência, são cinco anos na vida adulta
Então você acredita que o diferencial que a Capricho tinha na época para ser a pioneira nesse segmento, era o fato de vocês se preocuparem mais em ouvir, sem querer impor regras a esse público?
Mais ou menos. Uma vez que você é a líder, você dita comportamentos. Vamos falar de hoje, que tem pouquíssimas revistas. Se você é uma pessoa no Instagram que conversa com determinado público, se você não trouxer novidades, não lançar tendência para esse público, você é irrelevante. Eu não vou seguir uma pessoa que já faz tudo que eu faço. Então a gente de fato também tinha como objetivo não só compreender esse público mas mostrar qual que era a próxima coisa que ia rolar. Era animador, excitante!
O adolescente, principalmente, muda muito. Uma coisa é você ser um garoto de doze anos, um garoto de treze anos já é outro garoto. E isso a Capricho sabia fazer muito bem, e não à toa era líder, mas também fazia porque era líder. Uma menina de quatorze anos e uma menina de quinze anos, tem uma vida em entre elas, principalmente se: ela mudou de escola para fazer o colegial? Ela já transou? Ela namorou?
Um ano na adolescência, são cinco anos na vida adulta. é muita coisa que acontece. Uma menina de quatorze anos e uma menina de quinze anos, tem uma vida em entre elas, principalmente se: ela mudou de escola para fazer o colegial? Então obviamente é um público que carece de muitas, a Capricho como um veículo que precisava ser relevante trazia novidades. E isso a Capricho sabia fazer muito bem, e não à toa era líder, mas também fazia porque era líder.
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9 LUGARES DE SP QUE VOCÊ NÃO SABIA QUE EXISTIAM
Aposto que você não conhecia essas pérolas escondidas pela cidade de São Paulo. Já demorou para levantar e ir, né?
MUSEU DA DIVERSIDADE SEXUAL
O Museu da Diversidade Sexual de São Paulo, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia
Criativa do Estado de São Paulo, é uma instituição destinada à memória, arte, cultura, acolhimento,
REPÚBLICA
Rua do Arouche, 24
valorização da vida, agenciamento e desenvolvimento de pesquisas envolvendo a comunidade LGBTQIA+, contemplando a diversidade de siglas que constroem hoje o MDS, e seu reconhecimento pela sociedade brasileira.
22 PELAS RUAS DA CIDADE
CASARÃO DO BELVEDERE
É um imóvel histórico e atualmente é um famoso espaço cultural transformado por Paulo Goya para acolher produções artísticas (o local recebe diversas peças e exposições) e atuar na preservação da memória da Bela Vista. Possibilita conhecer os pormenores da vida cotidiana de uma família burguesa do final do século XX.
CCCSP
O Centro Cultural Correios de São Paulo está localizado no Vale do Anhangabaú. Esse prédio tem 15 mil m² de área construída e foi inaugurado em 1922. O centro cultural em si é relativamente novo, tendo sido inaugurado em 2013, com duas salas de exposições, além de um museu enorme fixo contando a história do prédio.
A7MA
A arte de rua está definida sob intenções que resultam em trabalhos coletivos, cheios de presença humana e fortes toques de questionamento. A galeria especializada em arte urbana já conta com mais de 30 exposições.
GALERIA CALIFÓRNIA
Inaugurada em 1955, o edifício projetado por Oscar Niemeyer e Carlos Lemos é uma dessas pérolas escondidas no centro da cidade. Além das lojas e sebos, o prédio conta ainda com um painel de Cândido Portinari.
23 fechô I the first issue
Rua Medeiros de Albuquerque, 250
Rua Barão de Itapetininga, 255
Rua Pedroso, 267
BELA VISTA
Praça Pedro Lessa
CENTRO HISTÓRICO
VILA MADALENA REPÚBLICA
MUSEU JUDAICO DE SP CDMSP
O Museu Judaico de São Paulo cultiva e mantém vivas as diversas expressões, histórias, memórias, tradições e valores da cultura judaica, em diálogo com o contexto brasileiro, com o tempo presente e com as aspirações de seus diferentes públicos. O edifício é a antiga Sinagoga Beth-El, projetada e construída por Samuel Roder.
BELA VISTA
IAB
O prédio é sede do instituto e conta também com um auditório para 120 pessoas, a livraria de arquitetura Bookstore e as salas de exposições. O mais legal é que o Instituto conta com diversos roteiros pela cidade.
O Conservatório Dramåtico Musical de São Paulo foi um conservatório e a primeira escola superior de música erudita e arte dramática do Estado de São Paulo, que oferecia bacharelado em música com foco na formação de atores com as habilitações em além de canto, composição, regência e instrumento e em arte dramática.
CENTRO
EDIFÍCIO SAMPAIO MOREIRA
O primeiro grande prédio da cidade, o Edifício Sampaio Moreira é, além de histórico, a sede de um dos mais antigos empórios da cidade, a Casa Godinho, fundada há muito tempo por um imigrante português.
24 PELAS RUAS
DA CIDADE
Rua Martinho Prado, 128
Avenida São João, 269
Rua Bendo Freitas, 306
VILA BUARQUE
Rua Líbero Badaró, 346
CENTRO HISTÓRICO
26
ROLÊS PARA QUEM TÁ COM A GRANA CURTA
5 coisas legais para fazer no centro de São Paulo se você está duro, ou só está no final do mês e ainda quer sair de casa
FAZER UM PASSEIO PELO MINHOCÃO AOS DOMINGOS
O extenso viaduto que corta parte da região central da cidade é fechado aos carros durante os finais de semana, quando é tomado de gente caminhando, tomando sol em
cadeiras de praia, fazendo churrasco ou pedalando. O Minhocão está em vias de se tornar parque pra valer, em projeto inspirado pelo High Line em Nova Iorque.
27 fechô I the first issue
CONHECER O INTERIOR DO TEATRO MUNICIPAL DE SP
Um dos mais bonitos espaços do Centro de São Paulo, o Municipal é cheio de história para contar além de ser essencial para a cultura da cidade e muito bonito de visitar. Essas visitas são guiadas duram uma hora e meia e a inscrição é presencial na bilheteria do Teatro.
VER ARTES INTERESSANTES NA PRAÇA DAS ARTES
Sede de diferentes grupos artísticos da cidade e abriga exposições nos espaços abertos e no antigo espaço do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, onde estão itens do acervo histórico do Teatro Municipal. As visitas são gratuitas para grupos de até 10 pessoas.
DAR UMA PASSADA NA MATILHA CULTURAL
A casa se define como “entidade anônima” e fica perto da Praça Roosevelt, onde, desde 2009, tem uma programação de debates, festas, oficinas e exibições.
OUVIR MÚSICA AO VIVO NO VÃO DO MASP
Todas as quintas-feiras no final da tarde o MASP ignora o trânsito da Avenida Paulista e promove shows de artistas e bandas em palco montado no vão.
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NO PRECINHO
COISAS QUE VC PRECISA COMER ANTES DE SER PREFEITO DE SP
Você já pensou em se canditatar para prefeito? Para isso você tem que ter comido essas oito coisas aqui. Sem fazer cara de nojo
ilustrações por Victoria maria
PÃO COM MORTADELA DO MERCADÃO
Antes de sentar na cadeira de prefeito de SP qualquer pessoa precisa comer um desse inteiro. Sozinho. Não vale dividir.
CHURRASCÃO GREGO
NO CENTRO VELHO DA CIDADE
Quem nunca salivou esperando chegar esse sanduíche delicioso ficar pronto, JAMAIS vai entender o que é o melhor para todos os moradores da cidade. Tem que comer tudo porque é muito bom.
VIRADO À PAULISTA DE QUALQUER
LUGAR DA CIDADE DE SÃO PAULO
Vamos ser honestos: você realmente confiaria a administração do dinheiro do IPTU de uma cidade enorme pra quem não sabe o que é comer um belo virado à paulista numa segundona? Isso é tipo, um puta pré-requisito paulista e, se você der sorte, todos que você provar estarão deliciosos! Não esquece de pegar os acompanhamentos certos, paulista de verdade já tem anotado.
30 LARICA
BAIÃO DE DOIS E VACA ATOLADA DO BAR DO BIU
Uma pessoa que nunca tenha experimentado isso no Bard do Biu jamais vai saber lidar com o orçamento da maior cidade do país.
LANCHÃO DE PERNIL DO BAR DO ESTADÃO
A Justiça Eleitoral deveria impugnar a candidatura de quem nunca comeu essa iguaria às cinco da manhã depois de uma festa. Ok, também vale durante o dia, mas não pode nem pensar em fazer cara feia comendo ese lanche! Até porque é delicioso hmmmmm.
FEIJOADA DE, LITERALMENTE, QUALQUER PF NA CIDADE
Agora sério: uma pessoa que não come feijoadas às quartas e sábados sabe o que é melhor para cidade e o que ela mais precisa? E digo mais: não tem nem desculpinha que todo pf sempre tem uma feijoadinha deliciosa para marcar a semana dos paulistas. Se quiser ser prefeito, já vai achando seu restaurante de estimação que isso aqui é rotina para todo mundo que ousa morar aqui.
EMPANADAS DO EMPANADAS BAR
Você nunca comeu os sabores carne, frango, queijo, palmito, espinafre e carne seca? Nem ouse pensar em ser prefeito de São Paulo.
UMA COXINHA DO BH LANCHES
Você confiaria as creches da cidade a quem nunca comeu esta belíssima coxinha? Pois eu que não!
31 fechô I the first issue
34 VSF SP
AS MAIORES ROUBADAS DA CIDADE DE SP
Nossos leitores listam quais são as maiores roubadas da cidade, porque, vamos combinar, nem tudos são flores
@RAFA
“conselho: não vá ao beco do batman no feriado, qualquer outro dia é melhor.”
@PEDRO
“a maior roubada é vc viajar pra São Paulo e convidar algum paulista pra sair, pq eles te enrolam e ainda vão na internet humilhar falando que em são paulo ninguém tem tempo pra uma fudida que nem vc”
@DANI
“Liberdade aos domingos.”
@BEATRIZ
@JOLYNE
“não tem nada pior que méqui mil aos domingos e sábado a noite.”
“Ir pra São Paulo é a maior roubada kkkkk brincadeira. Do jeito que a cidade está, nenhum lugar está seguro mas evitem República, Anhangabaú e Campos Elíseos.”
@HUGO
“o rolê mais furado de SP, ctz q é a 25 de março = Muvuca, mal cheiro, camelô incomodando, quase nada de qualidade.”
35 fechô I the first issue
A FESTA PROFANA DE PEDRO PINHO
O fotógrafo baseado em São Paulo estabelece paralelos entre sua criação conservadora evangélica e as festas hedonistas que ele documenta
tExtO EMMA RUSSEL fOtOS PEDRO PINHO
Quando você adora, está se conectando a algo maior do que você, que você compartilha com outras pessoas. E isso torna sua vida melhor
38
O festival de música eletrônica Coro Fundo ainda estava em um pleno andamento quando o sol nasceu do lado de fora do galpão que ocupava no bairro de Gamboa, no Rio de Janeiro. Pedro Pinho tirou uma foto de uma mulher com cabelos rosa choque estendendo as mãos em direção a um feixe de luz em adoração. Semelhante às igrejas que ele costumava frequentar em sua terra natal no Brasil, o fotógrafo encontrou aqui festeiros que buscavam alcançar um estado de transcendência. “Quando você adora, está se conectando a algo maior do que você, que você compartilha com outras pessoas. E isso torna sua vida melhor”, diz ele. “A música eletrônica é a mesma coisa.”
Por boa parte de uma década, Pedro tem documentado cenas de vida noturna amigáveis aos LGBTQ+, como essa, onde os marginalizados pela elite branca dominante em suas vidas diárias encontram poder em uma experiência coletiva. Mover-se em rápida repetição por longos períodos de tempo – em sincronia com milhares de outros corpos – é
muito parecido com um ritual religioso, segundo ele. “É um lugar perfeito para remover seu corpo fisicamente de tudo o que a sociedade está ditando agora e se conectar a outros corpos de maneiras muito diferentes.”
“Muita percepção que temos das pessoas vem de seus corpos e a mídia está incessantemente controlando os corpos das pessoas e [prescrevendo] como você deve parecer”, acrescenta Pedro. “A cultura rave no Brasil é marcada pela necessidade de ir contra isso”. Em suas imagens, um indivíduo exibe uma tatuagem com as palavras “bixa” em escrita gótica, outros exibem seios e nádegas de maneira liberal – um espectro de identidades de gênero celebradas. “É um lugar onde você pode encontrar pessoas diferentes, brilhantes e no melhor delas e ser aceito por quem são”.
Nos edifícios decadentes do centro de São Paulo, nas áreas verdes da periferia do Rio e nas praias idílicas da Bahia, uma revolução cultural está ocorrendo no Brasil; uma que é intrinsecamente política. Longe dos clubes elegantes dos centros das cidades ricas, uma cena underground surgiu nas sombras, onde noites lideradas por coletivos como a Mamba Negra – um coletivo anticapitalista liderado por Laura Diaz e Carol Schutzer, que tentam garantir que nenhum homem branco esteja envolvido na criação de suas festas diversificadas e selvagens – e a Batekoo, uma rave centrada na
39 fechô I the first issue
comunidade negra e queer, todas celebram a diversidade. Desde que o líder de extrema-direita Jair Bolsonaro chegou ao poder em 2019, seu governo tem sido acusado de “genocídio” pelas comunidades indígenas, denunciado por políticas que devastam o meio ambiente, reduzido os fundos públicos para músicos, cineastas e artistas de uma forma que parece ser uma punição por oposição a ele, diminuído os gastos federais com saúde pública, educação e pesquisa de uma maneira que afeta os que vivem com HIV/AIDS, e pode ser responsabilizado por uma das maiores taxas de mortalidade por Covid do mundo (ele afirmou que as vacinas podem transformar os destinatários em jacarés e subencomendou maciçamente os medicamentos salvadores). Como resultado, as raves se tornaram politicamente engajadas: usadas como ferramenta para educar as pessoas sobre uma série de questões, desde raça até gênero, classe, política e gentrificação, ao mesmo tempo em que oferecem um espaço seguro para as pessoas
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Fotografia da artista drag queen Ivana Wonder, tirada por Pedro Pinho em sua festa
Tudo o que me tornou quem eu sou, não apenas ser gay, foi considerado um pecado
serem verdadeiras consigo mesmas. “Uma coisa muito boa sobre o Brasil é que ele é muito diverso. A cultura rave em São Paulo aborda muitos problemas, simplesmente porque essas pessoas estão presentes em nossas comunidades”, diz Pedro. “Somos muito conscientes e agimos em muitas outras questões, especialmente em como pensar e ocupar uma cidade… São Paulo é uma cidade difícil para as pessoas negras viverem, então precisamos falar sobre isso. Também é uma cidade difícil para pessoas trans.” Atualmente, o Brasil lidera a lista de países com o maior número de pessoas trans mortas a cada ano. De acordo com a ativista trans Bruna Benevides, autora de um relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, essas mortes começam “muito antes do gatilho ser puxado. Está nos insultos, nos despejos de casa, na falta de oportunidades de emprego, está na escola, onde o gênero nunca é discutido.” A celebração dos excluídos pela rave ressoou com o fotógrafo, que, como um homem negro e gay criado nos confins da capital conservadora do Brasil, sentiu-se rejeitado pela sociedade mainstream e pela religião em seu cerne. Atualmente, o Brasil lidera a lista de países com o maior número de pessoas trans mortas a cada ano. “Tudo o que me tornou quem eu sou, não apenas ser gay, foi considerado um pecado”, diz Pedro. “Festas, sair, dançar, mesmo sendo uma parte de nossa cultura e um aspecto muito
41 fechô I the first issue
importante de viver no Brasil – as pessoas religiosas negam. Elas estão erradas.
O super festival de música eletrônica Coro Fundo ainda estava em pleno andamento quando o sol nasceu do lado de fora do galpão que ocupava no bairro de Gamboa, no Rio de Janeiro. Pedro Pinho tirou uma foto de uma mulher com cabelos rosa choque estendendo as mãos em direção a um feixe de luz em adoração. Semelhante às igrejas que ele costumava frequentar em sua terra natal no Brasil, o fotógrafo encontrou aqui festeiros que buscavam alcançar um estado de transcendência. “Quando você adora, está se conectando a algo maior do que você, que você compartilha com outras pessoas. E isso torna sua vida melhor”, diz ele. “A música eletrônica é a mesma coisa.”
Por boa parte de uma década, Pedro tem documentado cenas de vida noturna amigáveis aos LGBTQ+, como essa, onde os marginalizados pela elite branca dominante em suas vidas diárias encontram poder em uma experiência coletiva. Mover-se em rápida
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Foto de Pedro Pinho em uma festa bem bacana com gays, se divertindo e mostrando a diversidade
Somos muito conscientes e agimos em muitas questões
repetição por longos períodos de tempo – em sincronia com milhares de outros corpos – é muito parecido com um ritual religioso, segundo ele. “É um lugar perfeito para remover seu corpo fisicamente de tudo o que a sociedade está ditando e se conectar a outros corpos de maneiras extremamente diferentes”, um jeito super legal e criativo.
“Muita percepção que temos das pessoas vem de seus corpos e a mídia está incessantemente controlando os corpos das pessoas e [prescrevendo] como você deve parecer”, acrescenta Pedro. “A cultura rave no Brasil é marcada pela necessidade de ir contra isso”. Em suas imagens, um indivíduo exibe uma tatuagem com as palavras “bixa” em escrita gótica, outros exibem seios e nádegas de maneira liberal – um espectro de identidades de gênero celebradas. “É um lugar onde você pode encontrar pessoas diferentes, brilhantes e no melhor delas e ser aceito por quem são”.
Nos edifícios decadentes do centro de São Paulo, nas áreas verdes da periferia do Rio e nas praias idílicas da Bahia, uma revolução cultural está ocorrendo no Brasil; uma que é intrinsecamente política. A Mamba Negra, um coletivo anticapitalista liderado por Laura Diaz e Carol Schutzer, tentam garantir que nenhum homem branco esteja envolvido na criação de suas festas diversificadas e selvagens – e a Batekoo, uma rave centrada na comunidade.
43 fechô I the first issue
Desde que o líder de extrema-direita Jair Bolsonaro chegou ao poder em 2019, seu governo tem sido acusado de “genocídio” pelas comunidades indígenas, denunciado por políticas que devastam o meio ambiente, reduzido os fundos públicos para músicos, cineastas e artistas de uma forma que parece ser uma punição por oposição a ele, diminuído os gastos federais com saúde pública, educação e pesquisa de uma maneira que afeta os que vivem com HIV / AIDS, e pode ser responsabilizado por uma das maiores taxas de mortalidade por Covid do mundo (ele afirmou que as vacinas podem transformar os destinatários em jacarés e subencomendou maciçamente os medicamentos salvadores). Como resultado, as raves se tornaram politicamente engajadas: usadas como ferramenta para educar as pessoas sobre uma série de questões, desde raça até gênero, classe, política e gentrificação, ao mesmo tempo em que oferecem um espaço muito seguro para as pessoas poderem ser verdadeiras consigo mesmas.
Um lugar perfeito para remover seu corpo de tudo o que a sociedade está ditando
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Dois gays juntos são mais felizes que um gay só. Um lugar para remover seu corpo de tudo o que a sociedade está ditando
SE LIGA NA TELINHA!
Aqui estão recomendações de oito séries e filmes com conteúdo representativo para você maratonar no seu tempo livre. Além de um musical incrível que você não vai querer perder!
BRENDA LEE E O PALÁCIO DAS PRINCESAS
Considerada referência na luta pelos direitos LGBTQIA+, a ativista Brenda Lee (1948-1996) foi homenageada em 2022 pelo musical Brenda Lee e o Palácio das Princesas. Ao contar a história da travesti Caetana, que ficaria
MUSICAL
conhecida como Brenda Lee, o espetáculo cria uma discussão sobre a luta das travestis nas ruas de São Paulo, a escassez de oportunidades que as impele à prostituição e como foram apoiadas pela protagonista.
48 WATCH OUT!
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SEX EDUCATION
A produção narra a história dos estudantes, pais e professores da escola fictícia Moordale, enquanto os personagens lidam com dilemas que na maioria das vezes envolvem a vida sexual. Otis Milburn (Asa Butterfield) é uma espécie de especialista em sexo. Junto com Maeve (Emma Mackey), ele resolve montar sua própria clínica de saúde sexual para ajudar outros estudantes da escola.
FLEABAG
Fleabag (Phoebe Waller-Bridge) é uma jovem adulta lidando com problemas quase universais sob o ponto de vista feminino: problemas de relacionamento, frustração sexual e profissional, conflitos familiares. Uma mulher moderna vivendo em Londres, ela está tentando curar uma ferida enquanto recusa ajuda daqueles à sua volta, mantendo seu perfil intimidante o mais intacto possível.
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ME TIRA DAQUI
Na sitcom Me Tira Daqui, destinos diferentes se cruzam pelos corredores de uma residência estudantil em Seul, que é habitada por jovens de todo o mundo e das mais diversas origens culturais. Entre eles está Se-wan (Park Se-wan), Jamie (Shin Hyun-seung), Sam (Choi Youngjae), Minnie (Minnie), Hyun Min (Han Hyun-min). Novos amigos, novos amores e novas experiências surgem à medida que todos eles aprendem a conviver.
EVERYTHING SUCKS
Tudo se passa em Oregon, 1996. Na escola de Boring, Kate Messner (Peyton Kennedy) e Luke O’Neil (Jahi Winston) são dois alunos que sabem muito bem o que é passar pelos dramas do colégio, mas eles não os únicos, já que todos os outros membros do clube de teatro e de vídeo sentem o mesmo desespero que eles. Sem internet ou smatphones, essa turminha decide, então, produzir um filme para registrar todos os dramas do ensino médio.
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49 fechô I the first issue
DIVINAS DIVAS
Rogéria, Valéria, Jane Di Castro, Camille K, Fujika de Holliday, Eloína dos Leopardos, Marquesa e Brigitte de Búzios formaram o grupo que testemunhou o auge de uma Cinelândia repleta de cinemas e teatros. O documentário mostra a trajetória artística de oito artistas lendárias e pioneiras travestis e acompanha o reencontro das artistas para a montagem de um espetáculo, trazendo para a cena as histórias e memórias de uma geração que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época.
ZUZU ANGEL
A ditadura militar faz o país mergulhar em um dos momentos mais negros de sua história. Alheia a tudo isto, Zuzu Angel (Patrícia Pillar), uma estilista de modas, fica cada vez mais famosa no Brasil e no exterior. Paralelamente seu filho, Stuart (Daniel de Oliveira), ingressa na luta armada, que combatia as arbitrariedades dos militares. Então ela decide localizar o corpo do filho e enterrá-lo. Mas Zuzu vai se tornando uma figura cada vez mais incômoda para a ditadura.
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ALICE JÚNIOR COISA MAIS LINDA
Em Alice Júnior, Alice (Anne Celestino) é uma adolescente trans cheia de carisma que investe seu tempo fazendo vídeos para o Youtube. Um dia, seu pai Jean (Emmanuel Rosset) é transferido pela sua empresa e eles precisam se mudar. Ela enfrenta preconceitos ao se deparar com uma sociedade mais retrógrada do que estava acostumada.
Maria Luiza Carone (Maria Casadevall), uma moça conservadora e dependente de seu pai e o marido. Sua vida toma um rumo completamente diferente quando seu marido desaparece e ela descobre que ele transformou o negócio numa casa noturna. No Rio, a jovem descobre então um novo mundo na companhia de mulheres.
50 WATCH OUT!
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A PRIMEIRA EXPOSIÇÃO A GENTE NUNCA ESQUECE
Algumas artes e ilustrações muito fodas que foram enviadas por alguns dos nossos leitores
52 BECO DOS ARTISTAS
@GUAJIROBAMPO @BIANCAFORISCHI @HELLNV
@_AIMPIN
53 fechô I the first issue @ISAKATA_ @HENRICAMPEA
@ROMOLODHIPOLITO @PURIN_NAKA
@DOMIKRONEBERGER
@IONEDAJUN
O CORRE DE...
ARTISTAS BRASILEIROS PARA TER NO RADAR
6 fotógrafos alternativos promissores que oferecem um olhar “fresh” e contemporâneo do Brasil
CAI RAMALHO
Cai Ramalho (1994) nasceu em SP, Brasil. Depois de frequentar a escola de moda, Ramalho começou a trabalhar como fotógrafo em 2013. E seis anos depois se tornou um fotógrafo exclusivo da Vogue Brasil e já
trabalhou com marcas como Flavia aranha, Neriage, Angela Brito e Cho Project. As imagens de Ramalho demonstram compreesão de cor e forma, oferecendo perspectivas frescas de moda contra cenários intímos.
57 fechô I the first issue
pOr IGY AYEDUN
@CAIRAMALHO
KARLA BRIGHTS
Natural de Quixeré (CE) e atualmente vivendo em SP, Karla Brights vem ganhando cada vez mais espaço como fotógrafa e ganhando atenção de grandes nomes. Além de já ter feito parte do time de profissionais que colaboram com a revista Vogue. Suas fotos redefinem a moda brasileira e refletem a verdadeira identidade do Brasil.
GLEESON PAULINO
Se você acompanha do mundo da moda, pode já ter ouvido falar dele. Gleeson Paulino de 33 anos, nascido no Mato Grosso do Sul, já teve suas capturas exibidas internacionalmente em revistas como Elle e Harper’s Bazaar. Paulino diz que seu objetivo com as imagens é revisitar e se reconectar com suas raízes.
@KARLABRIGHTS @GLEESONPAULINO
CAODENADO (JEFF)
Caodenado, também conhecido por Jeff, é um fotógrafo de 24 anos de Votorantim, São Paulo. Suas imagens retratam a periferia de São Paulo, e seguem o estilo das “quebradas”, ou conhecido como “chavoso”.
HELEN SALOMÃO
A fotógrafa poetista, original de Salvador, BA, atualmente tem se dedicado ao estudo de direção de fotografia. Apresenta em seus trabalhos a periferia sem sangue, a poesia dos espaços e a não padronização dos corpos.
58 O CORRE DE...
@CAODENADO @HELESALOMAO
60 AUMENTA O SOM
A QUEBRA DE REGRAS DO GRIME BRASILEIRO
O escritor e documentarista Jesse Bernard passou meses no Brasil pesquisando a crescente cena de “Brime” para o documentário “Como Você”, sua estreia como diretor
por SUZANA CRISTALI
Há um novo ritmo reverberando no Rio e nas ruas laterais de São Paulo. Apesar das barreiras linguísticas, ele está quebrando fronteiras e gerando um som familiar, porém redefinido. Através do upload, os continentes se chocam, causando um alvoroço. Os ritmos sinistros e a frieza do grime são infundidos com o funk ensolarado das favelas. O escritor e DJ Jesse Bernard passou vários meses no Brasil pesquisando a crescente cena de “Brime” para o documentário “Como Você”, sua estreia como diretor. Aqui, em primeira mão, ele mergulha no calor do momento, e vai super fundo.
Eu aprendi que o grime é uma cultura. Você pode rotular a cultura, mas quando se trata da música em si, se você retirar as letras de muitas das músicas, nem todas elas são riddims ou instrumentais de grime. Algumas são UK funky, algumas são trap, algumas são drill, garage ou dubstep. É uma amalgamação de sons. Eu não sei mais o que chamar a música em si. Porque é tão fluida, muda com os artistas e o produtor. O que é único no grime brasileiro é o fato de que se encaixa perfeitamente em um set de funk, bem como a paixão por trás diso. E isso é muito foda para o Brasil.
“A cultura do grime no Brasil é muito semelhante à cultura do grime no Reino Unido, e tudo o que envolve a super cultura negra também. Além da música em si, é a moda, aparecer nos sets, viajar pelo país só para fazer um show para promover a si mesmo... e então os ambientes que criam os MCs também. Eu tenho acompanhado o artista SD9 e estado com os caras pelos últimos seis meses. Eu passei quase todas as semanas com eles, fazendo churrascos e indo em turnê. Eu diria que SD9 é o futuro do grime no Brasil. Depois, há Fleezus, Febem
e N.I.N.A, que faz mais drill e trap hoje em dia, mas ela pode andar num ritmo de grime com facilidade.
Eu não sei o que é sobre os sons do Brasil e do Reino Unido, eles têm essa relação profunda e enfática. E obviamente, musical e sonoramente, há similaridades. Mas eu acho que, apenas em um nível humano, não importa onde esteja no mundo, seja em Nova York, Chicago ou Lagos no momento,Mas eu acho que, apenas em um nível humano, não importa onde esteja no mundo, seja em Nova York, Chicago ou Lagos no momento, Mas eu acho que, apenas em um nível humano, não importa onde esteja no mundo, seja em Nova York, Chicago ou Lagos no momento, quando as pessoas não têm nada, mas têm o talento e a arte e a habilidade de fazer uso disso, isso faz a diferença. Então eu diria que é isso que une as duas cenas. Não é apenas a música; é a natureza DIY que você não pode replicar. Você pode comprar para todos na cena novos CDJs Pioneer, ou computadores com Ableton, o que eu tenho certeza que ajudaria muitas pessoas. Mas em termos do que foi alcançado até agora sem essas coisas, é único. Você não pode colocar um preço nisso. Ableton, o que eu tenho certeza que ajudaria muitas pessoas. Mas em termos do que foi alcançado até agora sem essas coisas, é único. Você não pode colocar um preço nisso.
Eu aprendi que o grime é uma cultura. Você pode rotular a cultura, mas quando se trata da música em si, se você retirarultura, mas quando se trata da música em si, se você retirar as letras de muitas das músicas, nem todas elas são riddims ou instrumentais de grime. É uma amalgamação de sons. Eu não sei mais o que chamar a música em si.
61 fechô I the first issue
PINTANDO AS RUAS COM MANO LIMA
Conheça uma nova geração de artistas urbanos que estão conquistando seu espaço
tExtO MIGUEL ANJO ILUStRAçãO MANO LIMA
Eu tô aqui para você se sentir bem e entrar nesse lugar nenhum dinheiro vai pagar o que essa experiência me proporcionou
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Dia 18 de abril de 2022, no Theatro Municipal de São Paulo, a exposição “Contramemória” proporcionou um choque entre dois momentos da arte nacional. Em comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna, a Perifacon (Convenção de Cultura Pop das Favelas) convidou 22 artistas, todos de periferia, para homenagear 22 modernistas. Assim, trabalhos de artistas periféricos puderam ocupar o mesmo espaço que obras do acervo modernista do CCSP (Centro Cultural de São Paulo) e expressar novas narrativas e visões de mundo acerca da identidade nacional, da mesma forma como fizeram os modernistas de 1922: só que um século depois.
“Disseram que eu não ia chegar, cheguei. Sem precisar diminuir ninguém. Cem anos depois, chegou minha vez de ajudar a revolucionar”, declarou o jovem artista Guilherme Lima de 22 anos, morador da cidade de Jacareí, município a 87 quilômetros da Grande São Paulo, que teve a oportunidade de ver sua arte ocupar o mesmo espaço de pintores como a grande Anita Malfatti.
PROcESSOS E DEScObERtAS
Desde cedo, Guilherme sempre desenhou muito. Ele não consegue sequer lembrar quando foi o seu primeiro contato com a arte, veio de berço. O incentivo de sua mãe, professora, foi fundamental no início de tudo. Afinal, quando ele não estava na rua empinando pipa e jogando bola, ficava em casa rabiscando a parte de trás das folhas de provas fornecidas pela mãe, para que pudesse seguir brincando e desenvolvendo sua poderosa veia artística.
Na escola, Guilherme era destaque por causa de suas habilidades. No entanto, por empecilhos financeiros teve que se tornar autodidata. Em concursos de desenho, organizados pelo próprio colégio, ele sempre ganhava. Seus amigos nunca deixaram de admirar, incentivar e elogiar o talento do colega, e, quando havia trabalhos em equipe na escola, Lima era sempre o mais disputado. Assim, conforme crescia Guilherme buscou pesquisar e estudar algumas técnicas para aprimorar os seus traços. No entanto, por empecilhos financeiros teve que se tornar autodidata. Com o passar do tempo, o artista, que também é conhecido como Manolima (@manolimaa) percebeu, então, que a arte era sua paixão e que talvez fosse possível viver daquilo. Assim, ele e sua mãe começaram a procurar uma escola para que pudesse se desenvolver melhor e se tornar um profissional.
65 fechô I the first issue
Depois de muita procura, ele encontrou a Kinoene Arts, escola de arte em São José dos Campos, município ao lado de Jacareí, na região metropolitana do Vale do Paraíba.
“Era o maior trampo pra mim, tinha que sair muito cedo de casa e ainda pegava 4 ônibus”, comentava, toda vez que se sentia prejudicado pelas dificuldades que passava para conseguir estudar. Mas Lima demonstrou muita dedicação e potencial, competências que lhe renderam uma bolsa de estudos nessa mesma escola de artes.
tEcNOLOGIA cOMO ALIADA
Em 2018, mais uma vez em um projeto da escola, Guilherme se juntou a um amigo que já desenhava em um suporte digital, para projetar as camisas do “terceirão”. Mas Lima demonstrou muita dedicação e potencial, competências que lhe renderam uma bolsa de estudos nessa mesma escola de artes.
Na época. Ele estudava design de interiores no Instituto Federal e pensava em trabalhar com isso, pensava em trabalhar com isso.
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Mas aí, ele não teve pra onde fugir, foi amor à primeira vista. Ficou encantado com o trabalho que fizeram naquela mesa digitalizadora e percebeu que era o que ele gostaria de fazer aquilo também. Chegando em casa, baixou todos os programas necessários no seu computador e começou a desenhar pelo próprio mouse. Naquele tempo, ele já trabalhava vendendo sorvete na rua para complementar a renda em casa. Sendo assim ele abriu mão de muitas coisas. Trabalhou muito e refrescou o paladar de muita gente até cpnseguir acumular a quantia necessária para ele poder comprar a sonhada mesa digitalizadora, em 2021. O que sempre foi muito foda para mim, eu achava incrível, sabe? Muito foda mesmo.
Por outro lado, nem tudo são flores. Até hoje é muito difícil para Guilherme conciliar o trabalho com os estudos e desenhos. Diversas vezes, ele estava cansado após um dia inteiro fazendo sorvetes, e ainda assim precisava buscar energia para ir à frente do comou ir estudar. Sair para fora e praticar.
A cultura da comunidade: ilustrando o cotidiano de um jeito brasileiro, de um jeito que nunca foi mostrado.
Guilherme Lima sempre gostou da arte, mas nunca se sentiu representado por nenhuma. “Por que ninguém fala do pessoal que joga bola e empina pipa?”. Então, decidiu entrar nesse meio para mostrar o que ele vive dentro da realidade dele, através da arte. “Arte não é só Leonardo Da Vinci”.
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Ilustração feita por Mano Lima em parceria com a Nike
UM fOGUEtE EM AScENSãO
Quando Guilherme começou, inspirava-se muito nos desenhos dos artistas plásticos Juan Calvet, Edu Ribeiro e Ferreirart. Hoje, é gratificante para ele poder conversar e aprender com suas referências. Foi a maior satisfação”, explica entusiasmado.
Além disso, Lima também é muito estimulado pelo rap e pelo funk, ele costuma desenhar escutando esses estilos musicais também é quem sabe dar grau na bicicleta e jogar bola”, brinca o artista. Ele espera que essa turma entre em uma galeria de arte e se sinta um dia representada. Por isso sempre procura retratar a cultura da comunidade em suas maravilhosas e belas produções.
Por falar em rap, Manolima elaborou recentemente a arte da música “TRAP DE CRIA 2” do artista Kyan. Foi a maior satisfação”, explica entusiasmado. “O Kyan sempre foi um artista que eu ouvi muito, esse trampo foi minha virada de chave pros rappers, ali muita gente me conheceu. “Foi a maior satisfação”. Um artista renomado com muito a oferecer.
Era o maior trampo, tinha que sair muito cedo de casa e pegava 4 ônibus
De vez em quando, entravam na galeria algumas crianças em vulnerabilidade social, tentando vender alguma coisa até que o garoto da foto adentrou no local, de modo tímido, para vender pano de prato. Nesse momento, os seguranças já estavam a postos para retirá-lo do local. Como toda criança, sua mente transbordava curiosidade e, num gesto inconsciente, começou a mexer em algumas esculturas que também estavam expostas no lugar. Isso está acontecendo gradativamente. Nesse momento, os seguranças já estavam a postos para retirá-lo do local.
“Eu quero fazer mais exposição, mas dessa vez vender, né. Se Deus quiser, um dia chegar no nível do Calvet para quando falarem dele, falarem do Manolima também, quero ser reconhecido igual”, desabafa o artista. Ele também falou sobre o quão gratificante é fazer parte dessa nova geração de artistas, dos ‘crialistas’. “Eu estou fazendo parte de uma história que está sendo contada agora e vai fazer sentido para os crias do futuro.” O artista ainda refletiu sobre o que falta para seguranças já estavam a postos para retirá-lo do local, absorva artistas periféricos. “Não acredito que falte esforço nosso, mas sim abertura das pessoas mais ricas e influentes. Isso está acontecendo gradativamente. Então é isso, a nossa arte acompanha esses movimentos, mas infelizmente quem ainda dita o mercado é a, definitivamente, a elite.”
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Mlk da quebrada em conquista. É o “mizuno de mil”, que até hoje é um ícone nas comunidades
SUA VISÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO
Uma visão diferente de São Paulo pelas janelas dos nossos leitores
JANELAS 74
@HASEEGAWA @ANALU.AM0R @NIICK.IVY @JULLIA_EIMY @JOWMAGAS
75 fechô I the first issue @WONDERVIIC @ISHIDAGABRIELLE @WITHLOVPIPO @SOOVCRX @PEPETOLLER
CA$H
COMO APLICAR NO MERCADO FINANCEIRO
Investimento pode ser tornar um debate recorrente entre os jovens. Em uma realidade de crise financeira e instabilidade econômica, pais passam a alertar seus filhos sobre a importância do controle de seu dinheiro. Porém, mais do que poupar, é possível também aplicar e garantir lucros. Entenda.
Se você está com um dinheiro guardado na conta e não sabe o que fazer, fique atento. Apesar do mercado de investimentos parecer coisa de “gente grande”, é possível iniciar suas aplicações ainda na adolescência.
Bruna Cordeiro, consultora financeira e Representante da fintech Tô Ricco, nos concedeu uma entrevista exclusiva explicando como um jovem pode passar a investir. Abaixo, acompanhe todas as dicas da especialista.
POSSO INVESTIR MESMO EU SENDO JOVEM?
Quanto antes começar melhor, existem investimentos disponíveis no mercado a menos de cem reais, com pouco já dá pra começar. O ideal, sabendo a sua idade, é procurar um banco ou corretora e entender qual o tipo de conta que você pode abrir (conta de menor de idade, conta universitária ou conta normal) e a partir daí entender quais produtos de investimentos estão disponíveis para você.
Normalmente são produtos de menor risco e mais conservadores como Tesouro Direto e Renda Fixa: CDB, LCI, LCA, LC. Os produtos de renda variável também ficam disponíveis, mas por serem produtos de maior risco é importante pesquisar bastante antes de entrar. Mas não esqueça de estudar sobre o produto antes de investir mesmo se for renda fixa.
QUAL É A MELHOR MANEIRA DE INVESTIR?
Na prática você precisará abrir uma conta em uma corretora ou em um banco e depois disso temos algumas boas práticas para que você invista cada dia melhor: comece aos poucos; tenha constância, o hábito tem poder então tente investir todos os meses; tenha paciência, faça um planejamento, saber a direção a seguir vale mais que velocidade; controle suas finanças, fazendo suas anotações de entradas e saídas; faça bons investimentos, mas não só financeiros… invista na sua educação e no seu crescimento pessoal.
Devo me preocupar mais com as perdas temporárias (volatilidade) ou com mudanças permanentes no meu padrão de vida (ser forçado a viver com menos)?
Com os dois, sobre a volatilidade, termo comum no mundo dos investimentos nada mais é que a medição da oscilação, os altos e baixos de retorno de produtos de investimento. A volatilidade é medida olhando o histórico de rentabilidade passada, o que não garante o futuro, mas apresenta para nós um perfil de comportamento.
Olhar a volatilidade pode ajudar na hora de decidir a entrar, continuar ou sair de aplicações, mas não é somente esse ponto que deve ser analisado para tomar esse tipo de decisão. E, referente a uma diminuição na renda, é algo sim para se preocupar, na verdade é algo para se planejar. Entra nas questões de reservas de emergência que nós falamos acima, uma mudança nos padrões de vida sempre pode acontecer com toda e qualquer pessoa, a todo e qualquer momento, então esteja um passo à frente.
77 fechô I the first issue
Investir de forma inteligente é estar atualizado sobre os movimentos do mercado, dos impactos políticos e econômicos, e claro fazendo investimentos que sejam o seu perfil
pOr EDUARDA ANDRADE
COMO INVESTIR PARA QUE ME TRAGA ALTOS RETORNOS À LONGO PRAZO?
Investir de forma inteligente é sempre estar atualizado sobre todos os movimentos do mercado, de todos os impactos políticos e econômicos e, é claro fazendo investimentos que estejam dentro do seu perfil. Mas primordial é assim que possível faça a diversificação dos seus investimentos, acontece o mesmo no mundo dos investimentos, pois se uma modalidade de aplicação vai mal, outra estará indo bem e no final da conta você pode ter saldos positivos. Diversificação, conhecimento e tempo são a chave do sucesso para quem quer alcançar bons retornos.
QUANDO UMA PREVIDÊNCIA PRIVADA É BENÉFICA?
Quando você busca investimentos de longo prazo. Dentro da previdência existem duas modalidades: o VGBL e PGBL, a escolha depende do seu perfil de investidor, sua faixa salarial e sua declaração de Imposto de Renda. A declaração de IR e a faixa salarial são importantes porque ambos poderão te ajudar a pagar menos impostos. Além disso, os fundos de previdência possibilitam que você troque de modalidade de fundos sem a necessidade de fazer resgate.
Dessa maneira você pode ir adaptando suas aplicações conforme o mercado e dentro do seu perfil de investidor, que pode ir mudando durante os anos, evitando, assim, pagar imposto de renda simplesmente por querer trocar a modalidade de aplicações.
AINDA NÃO TRABALHO, DEVO COMEÇAR A PENSAR EM APOSENTADORIA?
A minha resposta é sim, os jovens em sua grande maioria olham muito pro presente e para um futuro não tão distante e acabam esquecendo da época da aposentadoria. Acho que a construção da ideia é muito simples, claro que tudo depende de cada pessoa para cada pessoa, mas normalmente as coisas acontecem da seguinte forma:
Como jovem adulto, fase de construção da carreira, de viver experiências, de ser um pouco mais ousado e destemido. É o momento onde estamos nos dedicando mais aos estudos e os valores destinados a investir podem não ser muito altos, mas são significativos. Na próxima fase, de mais estabilidade financeira e profissional. Quando ocorre um aumento da renda e das despesas, assim como as pessoas assumem mais riscos buscando maiores retornos. Já pensando na aposentadoria vem a consolidação da carreira, os vários investimentos ficam menos arrojados e normalmente é o momento em que começaremos a pensar em diminuir o ritmo.
Se você começar a pensar e construir sua aposentadoria ainda adolescente e usufruir com meio século, são três décadas que se você guardou e teve rentabilidade, ao invés de deixar pra pensar nisso quando já estiver na hora de aposentar, use o tempo a seu favor.
E não deixe a sua aposentadoria somente na mão dos governos, ler e entender sobre nosso sistema de previdência social, fará com que você saiba mais sobre a importância da aposentadoria na sua vida.
CA$H 78
NEW KIDS ON SP
O QUE NÃO DEIXAR DE FAZER SENDO UM NOVATO NA CIDADE
Listamos 6 lugares que os novatos não podem deixar de visitar para conhecer a cidade de São Paulo
FALAR “SAMPA”
Você vai encontrar esse diminutivo carinhoso, eternizado por Caetano Veloso na música de mesmo nome, em bares, eventos e até contas de Instagram. Mas, acredite, é raro
ver um paulistano usando “Sampa” no dia a dia para se referir à própria cidade. É como o “Big Apple” de Nova Iorque ou “Frisco” de San Francisco.
81 fechô I the first issue
IGNORAR AS FEIRAS DE RUA
As feiras livres, que acontecem em dias certos da semana em lugares pré-definidos, são frequentadas principalmente por gente do bairro que vai comprar frutas e verduras, ou comer um pastel na hora do almoço. É tudo muito diversificado, você não pode perder.
IGNORAR O CENTRO
Ainda que São Paulo seja uma cidade enorme com muitas coisas legais espalhadas em diferentes regiões, o coração paulistano está na região central. Os arredores da Praça da República, Praça da Sé, Liberdade e Anhangabaú são essenciais para conhecer SP.
SÓ USAR CARRO
Tudo bem que a cidade é grande a beça e tudo bem que a oferta de táxis e aplicativos é grande. Mas tente buscar opções: as linhas de ônibus e metrô (fora do horário de rush) cobrem boa parte do centro expandido e trajetos curtos podem perfeitamente ser feitos a pé.
GASTAR EM LUGAR CARO
São Paulo é uma das cidades que torna real a expressão “caldeirão cultural” e tem excelentes restaurantes cinco estrelas. Mas a boa comida paulistana está nos botecos, lanchonetes e restaurantes populares, então guarda a carteira cheia de dinheiro para gastar em vários lugares!
82 NEW KIDS ON SP
(NÃO) EXISTE AMOR EM SP
NAMORAR ALGUÉM DE SÃO PAULO PODE SER MÓ
LEGAL
Pode ser que no final nesse texto, voce já esteja apaixonado por algum paulista, afinal, o amor é sussa, mano
pOr SUZANA CRISTALI
É bem provável que seu amor paulistano curta comer bem, sem duplo sentido, e aprecie vários tipos de culinária. Afinal, a comida típica de São Paulo pode ser a pizza, ou o yakisoba, ou a esfiha ou várias outras. Aliás, pode ser a sua chance de conhecer uma cultura diferente, já que em São Paulo um montão de gente descende de imigrantes e migrantes. Afinal muitos paulistanos têm orgulho de suas origens, sejam italianos, portugueses, japoneses, judeus, árabes ou brasileiros do Nordeste. E, olha, estão errados?
Vocês podem ir juntos nas festas de de rua, do respectivo bairro e descendência. Tem festas de rua em todas as zonas da cidade e de todas as origens. Você vai descobrir um novo significado para várias palavras que já conhecia. E vai ser bonitinho vê-lo ficar chocado ao descobrir que nem todo mundo entende as gírias paulistanas. “Tá zoando que não falam ‘daora’ em todo o Brasil’?” E casaco se chama blusa. E vai ser bonitinho vê-lo ficar chocado ao descobrir que nem todo mundo entende as gírias paulistanas. “Tá zoando que não falam ‘daora’ em todo o Brasil’?”
Vocês podem ir juntos nas festas de de rua, do respectivo bairro e descendência. Tem festas de rua em todas as zonas da cidade e de todas as origens. Você vai descobrir um novo significado para várias palavras que já conhecia.E casaco se chama blusa. E vai ser bonitinho vê-lo ficar chocado ao descobrir que nem todo mundo entende as gírias paulistanas.
“Tá zoando que não falam ‘daora’ em todo o Brasil’?”
Aí você pode impressioná-lo cantando uma bela canção nos karaokês da Liberdade. Quem precisa de praia se podem ver o sol se pondo na Praça do Pôr do Sol?E, aos domingos,
você têm a Paulista e o Minhocão para passear de mãos dadas. E existe café da manhã mais romântico do que pão na chapa na padoca? Vou ter que te dizer que não, hein.
Vocês podem ir juntos nas festas de de rua, do respectivo bairro e descendência. Tem festas de rua em todas as zonas da cidade e de todas as origens. Você vai descobrir um novo significado para várias palavras que já conhecia.E casaco se chama blusa. E vai ser bonitinho vê-lo ficar chocado ao descobrir que nem todo mundo entende as gírias paulistanas.
“Tá zoando que não falam ‘daora’ em todo o Brasil’?”
Aí você pode impressioná-lo cantando uma bela canção nos karaokês da Liberdade. Quem precisa de praia se podem ver o sol se pondo na Praça do Pôr do Sol? E existe café da manhã mais romântico do que pão na chapa na padoca? Se pá é melhor que um croissant em Paris. E, aos domingos, você têm a Paulista e o Minhocão para passear de mãos dadas. E existe café da manhã mais romântico do que pão na chapa na padoca? Se pá é melhor que um croissant em Paris.
Ele deve ser uma pessoa que se adapta a todos os climas, afinal em São Paulo você pode ter as quatro estações em 24 horas. E existe café da manhã mais romântico do que pão na chapa na padoca? Se pá é melhor que um croissant em Paris. E já está acostumado com as várias rinites e alergias que todo paulistano, nascido na cidade ou não, tem. O pessoal de São Paulo é mó gato, vai. E entre hipsters, skatistas e arrumadinhos, todo mundo é estiloso. Você vai saber logo como foi o dia pelo jeito que ele começar a contar: se foi normal é “então...”. Se foi um dia daqueles é “mano do céu”. Às vezes a vida vai colocar obstáculos entre vocês.
85 fechô I the first issue
SEX? TOU!
5 MITOS SOBRE O SEXO ORAL E IST’S
Cuidado onde você coloca essa boca, as IST’s também são transmissíveis pelo sexo oral. Usa camisinha porra!
fOtOs REN HANG
NÃO É NECESSÁRIO USAR PROTEÇÃO NO SEXO ORAL
“Se os parceiros não tiverem se submetido a um exame completo para descartar a presença de IST’s, sempre se deve tomar precauções de método de barreira (não apenas anticoncepcional)”, afirmou o especialista do
Instituto de Medicina de Madri. O médico recomenda que, ao receber sexo oral, tanto o homem quanto a mulher usem camisinha (ou folhas de látex), já que as mucosas são porta de entrada para infecções.
87 fechô I the first issue
NÃO ESCOVAR OS DENTES ANTES DO SEXO ORAL
Há quem acredite que seja recomendável não escovar os dentes antes do sexo oral, para que eventualmente não se produzam feridas na boca, reduzindo o risco de contágio de IST’s. O que é sim recomendável é evitar sexo oral em caso de algum sangramento ou queimadura na boca.
A BOCA NÃO É UM MEIO DE CONTRAIR IST’S
Trata-se de um dos mitos mais recorrentes sobre o sexo oral. “A afirmação é falsa, já que se pode contrair IST’s via sexo oral”, afirmou Mariano Gayá, médico do Instituto de Medicina Sexual De Madri. Gayá cita como exemplos o vírus do papiloma humano (HPV), herpes e gonorreia.
SE RETIRADO ANTES NÃO HÁ RISCO DE CONTÁGIO
Ainda que seja mais baixo, há risco, pois o líquido préejaculatório, que lubrifica o canal da urina para passagem do esperma, também tem potencial de contágio.
O ÚNICO PERIGO DO SEXO ORALSÃO AS IST’S
Embora uma das causas mais frequentes de cancêr bucal seja o tabagismo, alguns tumores foram associados à infecção por HPV, o mesmo de algumas verrugas genitais.
88 SEX? TOU!
SE TOCA!
Dicas e informações (além do óbvio) sobre masturbação vaginal para te ajudar a conhecer o assunto um pouco melhor :)
ilustrações Victoria maria
PONTO G
Parte sem rugosidade da vagina. Localizado cerca de 5 a 7.5 dentro da parede interior da vagina.
VAGINA
Outra área do seu corpo, além do clitóris, que é super sensível e causa uma sensação incrível quando estimulada.
LÁBIOS
Sua superfície conta com mais de um milhão e meio de neurotransmissores que auxiliam no prazer.
ÂNUS
Também possui muitas terminações nervosas e é bastante agradável o ter estimulado também.
CAPUZ
No topo da vagina, você pode ver o capuz do clitóris. O pequeno retalho de pele que cobre seu clitóris.
CLITÓRIS
Aquele pequeno pedaço de pele cheio de terminações nervosas que é incrível quando estimulado.
VULVA
Parte externa dos órgãos genitais femininos. Inclui a abertura, os lábios maiores e menores e o clitóris.
PELE
Protege a vagina e suas estruturas e transmite uma sensação maravilhosa com o toque, por ser sensível.
DICA BÔNUS
A base do clitóris é hipersensível. Tudo o que você precisa fazer é colocar o polegar e o indicador em ambos os lados do clitóris, pressionando para baixo e para dentro, “espremendo” entre as dobras da pele ao redor, como se fosse um pequeno pênis!
UHH SEXO? PESSOAS?
As interações humanas são importantes para o nosso desenvolvimento afetivo e qualidade de vida, por isso, também é interessante explorar o seu corpo com outra pessoa! Lembre-se: nada nunca substituirá o toque, o beijo e o carinho de um outro ser vivo :)
QUER SABER MAIS?
QUER SABER MAIS?
Só virar a página!
Só virar a página!
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CLITORIS WORLD?
A masturbação não precisa estar focada apenas no clitóris! A vagina tem várias terminações nervosas e pontos de prazer, então tente estimulá-las!
TENTA ASSIM Ó:
Vai de travesseiro, almofada ou pelúcia! Deite-se de bruços com sua vulva em cima do objeto e, lentamente, esfregue seus quadris contra ele.
SE TOCA ALI, AQUI...
Experimente se provocar antes de ir direto ao clitóris. Esse tipo de provocação tende a dar uma excitada e, quando você tocar o clitóris, ele estará mais sensível.
VIVA SEU MOMENTO!
Para não correr o risco de ser pego de surpresa com a mão na vagina, separe um momento no qual você tenha privacidade e não precise ter pressa! Viva seu momento e se toca!
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XÔ CÂNCER!
Pessoas entre 20 e 50 anos que se masturbam mais de cinco vezes por semana têm menos chance de desenvolver um câncer.
NUNCA!
NO TROUBLE
A masturbação pode aliviar dores relacionadas a sintomas ginecológicos como, por exemplo, cólicas. Além disso, ajuda a prevenir endometriose.
ZZZZZ...
O ato melhora o sono por conta da endorfina e de hormônios liberados após o orgasmo.
Nada de usar álcool ou produtos de limpeza como lubrificante! Esqueça, também, o óleo de coco, hein!
ISSO SIM!
Mantenha as unhas limpas, pois elas são fonte de bactérias, então, mãos sempre lavadas para evitar quaisquer problemas!
NEM PENSAR!
Não use objetos pontiagudos, alimentos ou outros acessórios que podem, mas não são feitos, para estímulo sexual.
fechô I the first issue 93
Somos tudo o que você não esperava em produtos sexuais
O AMOR É SÓ PARA UM?
Relacionamentos não monogâmicos desafiam os limites convencionais, promovendo crescimento pessoal e questionamento constante
texto MARIANA SILVA
Não é traição, apenas uma nova forma de explorar e fazer parcerias. Um estado de espírito progressista
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Bastou uma frase em um episódio de “And Just Like That”, a série de continuação de “Sex and the City”, onde Charlotte York Goldenblatt questiona a exploração lésbica de Miranda com o ícone queer Che Diaz. “Você não é progressista o suficiente para isso. Você está passando por uma crise de meia-idade – deveria ter apenas tingido o cabelo!”, ela diz. Ultimamente, tenho pensado sobre a pergunta de Charlotte. Talvez seja devido ao fato de que estou começando a entender meu relacionamento de um ano e alguns meses. A lua de mel começou a se dissipar como um pôr do sol brilhante; as camadas começam a se desfazer. À medida que começamos a estabelecer as bases do possível futuro de nossa parceria, me vejo questionando como chegamos a entender e aceitar coletivamente a monogamia como o núcleo familiar atribuído. Suponho que também tenha algo a ver com o fato de que, em Nova York, um lugar onde a expressão de si mesmo é levada ao extremo, estou cercado por pessoas cuja é não convencional.
Foi aqui nesta cidade em que, eu, um texano criado no catolicismo, ex-coroinha, testemunhei pela primeira vez relacionamentos não monogâmicos consensuais, amorosos e bem-sucedidos. No mundo de hoje – pelo menos online – parece que todos estão optando por se envolver em relacionamentos abertos, desde encontros casuais até anarquia nos relacionamentos. O “GayTwitter™” está cheio de reclamações sobre a abundância de jogadores (e “bottoms”!) disponíveis pela metade no Grindr, Sniffies e em todos os outros aplicativos usados para encontrar parceiros sexuais na atualidade. Alguns dos meus amigos próximos, que estão em relacionamentos monogâmicos de longa data, estão explorando novas maneiras de permanecerem fiéis ao amor que sentem por seus parceiros, ao mesmo tempo em que honram sua própria sexualidade e crescimento. Não é traição – apenas uma nova forma de explorar e construir parcerias. Um estado de espírito progressista; pelo menos do meu ponto de vista. Embora gostemos de brincar com a ideia de nossa abertura como sociedade – como o trisal quente de “Gossip Girl”, formado por Evan Mock, Emily Alyn Lind e Thomas Doherty, e o foco desta temporada em suas tribulações no relacionamento – a ideia coletiva em relação à não monogamia ainda é de desaprovação. Afinal, relacionamento monogâmico. Então...
99 fechô I the first issue
Qual é o verdadeiro estado da monogamia – como conceito cultural e ideologia de relacionamento – nesta época? Ela está apenas em sua era decadente? Ou será que a poliamoria é realmente o futuro? Se os casais estão, mais do que nunca, explorando relacionamentos abertos e ligações não convencionais – sexuais, românticas ou de outra natureza – somos progressistas o suficiente para aceitar isso, ou devemos apenas tingir nossos cabelos? Aí entra a questão, né.
Das relações muito sensuais e muito gays de Elite à série altamente viciante Sister Wives do TLC, a não monogamia está em toda parte na cultura popular atual. Em Seeing Strangers, de Sebastian J. Plata, o personagem principal do romance faz uma parada para um encontro casual no caminho de volta para casa com seu “talentoso marido artista”. Em vez de explicar o arranjo do casal, o autor simplesmente o apresenta como um fato discreto: “Cristian já sabe que vou trabalhar até tarde, então nem me preocupo em avisá-lo.” Afinal, talvez os relacionamentos sejam
apenas isso: arranjos e acordos que podem ser ajustados ao longo do tempo e com negociações adequadas para refletir com mais precisão as necessidades das partes envolvidas?
“As atitudes em relação ao namoro estão mudando e há uma mudança palpável em direção às pessoas que praticam e exploram estruturas de relacionamento além da monogamia”, diz Ana Kirova, a mulher por trás do Feeld, um aplicativo descrito como um palácio de prazer e curiosidade. Seu slogan, “junte-se sozinho ou com um parceiro para encontrar amantes e amigos”, parece um convite picante e caloroso. Ana e seu parceiro Dimo embarcaram em uma jornada a partir do desejo de liberdade em seu próprio relacionamento. Depois de dois anos juntos, eles decidiram explorar estruturas além da monogamia. “Descobri que não existem guias para o que um relacionamento fora da estrutura monogâmica tradicional poderia parecer”, diz Ana. E ela não está sozinha.
De fato, nos cinco anos desde que Ana e Dimo lançaram o aplicativo, 1 em cada 3 americanos se mostrou aberto à ideia de não monogamia ética (ENM), de acordo com a pesquisa do Feeld, e desde 2020, o desejo por ENM aumentou drasticamente, com 240% mais pessoas adicionando essa opção em seus perfis. Para Jean, um modelo e designer de 27 anos do signo de Escorpião de Brooklyn, a não monogamia sempre foi sua abordagem natural para relacionamentos.
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Fotografia do filme “Threesome” de 1994
Junte-se com um parceiro para encontrar amantes
“Se eu dividisse, sou romanticamente monogâmico e sexualmente não”, ele diz. Pouco antes da pandemia chegar, Jean ousou introduzir a ideia de ser aberto com seu parceiro. Não sem hesitação, é claro. Como ele me conta, tem sido uma experiência gratificante. Uma que lhes permitiu crescer individualmente e coletivamente.
“Descobri muito sobre ser honesto comigo mesmo e, por extensão, com meu parceiro. Lembro-me de me sentir egoísta ao levantar a ideia”, diz Jean. “Agora, sinto que, de forma geral, fomos capazes de ser mais abertos um com o outro. Sem trocadilhos”. E isso é muito legal em um relacionamento, Trair sempre será traição, mas com regras tão flexíveis quanto os parceiros em um relacionamento estão dispostos a torná-las, talvez os casais que exploram juntos tenham mais chances de permanecer juntos? Diante do questionamento radical que nossa sociedade tem vivenciado na última década – deixando para trás costumes religiosos e patriarcais – nos sentimos à vontade para desafiar os limites estabelecidos dos relacionamentos. O importante é o diálogo.
“Acredito que os seres humanos têm uma necessidade natural de comunidade. Na sociedade capitalista moderna, passamos tanto tempo no trabalho que muitos de nós não estamos tão envolvidos na comunidade como nossos antepassados estavam”, diz Molly, uma designer de brinquedos de 30 anos
101 fechô I the first issue
de Los Angeles com ampla experiência em relacionamentos monogâmicos heterossexuais e não monogâmicos homossexuais. Nos conhecemos desde o ensino médio e, seis anos atrás, quando ela expressou pela primeira vez seu interesse recém-descoberto pela poliamoria, isso não foi surpreendente. Fazia sentido para ela. “Quero esclarecer que todas essas palavras diferentes têm significados ligeiramente diferentes, assim como pansexualidade e bissexualidade são identidades semelhantes, mas ainda não são exatamente iguais”, acrescenta ela.
Na verdade, de acordo com livros de história e antropólogos, a poliamoria tem sido uma parte bastante natural da experiência humana. Em 2003, alguns cientistas da revista New Scientist sugeriram que até 10.000 anos atrás, “a maioria das crianças era gerada por um número relativamente pequeno de homens”. Como Ana me diz durante nossa conversa, “a monogamia é uma estrutura fácil e internalizada para recorrer quando não nos são apresentadas alternativas”.
Mas no mundo de hoje temos opções. Muitas, na verdade. Sobrecarregados pela fadiga de decisão, os millennials e a geração Z estão cansados de serem ditados sobre quem ser e como fazer. “As pessoas estão cansadas de rótulos”, acrescenta Ana. Então, em vez disso, buscamos exploração, muitas vezes impulsionados por nosso desejo de questionar tudo. O maior equívoco em torno do ENM, diz Molly, é a falta de compromisso ou a incapacidade de permanecer fiel. Mas a verdade é que, para participar desses estilos de relacionamento complexos, é necessária um nível avançado de autoconfiança. “A não monogamia consensual requer muita introspecção, comunicação e empatia”, diz ela. “Aprimorar essas habilidades certamente me ajudou na minha vida amorosa, mas também descobri que elas tiveram um impacto considerável em todas as áreas da minha vida”. Ana diz que existem certos valores que todos podemos buscar em qualquer tipo de relacionamento, como respeito, gentileza e cuidado. “Os fundamentos de um relacionamento não mudam realmente, não importa qual estilo seja”, acrescenta Jean. Independentemente de nossa compreensão pessoal ou visão dos relacionamentos não monogâmicos, uma coisa é clara: devemos trabalhar no autoconhecimento antes de nos envolver em qualquer tipo de acordo romântico ou sexual. Os relacionamentos estão se transformando diante de nossos
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Os atores Lara Flynn Boyle, Stephen Baldwin e (Josh Charlesm cena do filme “Threesome” de 1994
Queremos abrir para o mundo é um espaço para questionar
olhos a cada dia – de um status estático para uma exploração dinâmica, com amplo espaço para crescimento pessoal. Quanto mais tempo passo explorando os cantos escuros e protegidos do meu parceiro, e ele dos meus, consigo sentir nosso relacionamento evoluindo em tempo real. Como isso se parece para o nosso relacionamento ainda está por ser escrito. Mas sei que ambos estamos animados para ver como a história se desenrola. É sobre isso, e ta tudo bem!
“O que queremos abrir para o mundo é um espaço para questionar, um mundo onde a monogamia é apenas uma opção”, diz Ana. Afinal, todos temos muito amor para dar, bem, pelo menos Molly e Jean têm. “Considero meu relacionamento o mais honesto e saudável que já tive. É educado perguntar se você quer me beijar”, diz Jean, brincando. “Vou contar ao meu namorado depois.” O futuro está parecendo muito mais progressista, se me perguntar.
Qual é o verdadeiro estado da monogamia – como conceito cultural e ideologia de relacionamento – nesta época? Ela está apenas em sua era decadente? Ou será que a poliamoria é realmente o futuro? Se os casais estão, mais do que nunca, explorando relacionamentos abertos e ligações não convencionais – sexuais, românticas ou de outra natureza – somos progressistas o suficiente para aceitar isso, ou devemos apenas tingir nossos cabelos?
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Das relações muito sensuais e muito gays de Elite à série altamente viciante Sister Wives do TLC, a não monogamia está em toda parte na cultura popular atual. Em Seeing Strangers, de Sebastian J. Plata, o personagem principal do romance faz uma parada para um encontro casual no caminho de volta para casa com seu “talentoso marido artista”. Em vez de explicar o arranjo do casal, o autor simplesmente o apresenta como um fato discreto: “Cristian já sabe que vou trabalhar até tarde, então nem me preocupo em avisá-lo.” Afinal, talvez os relacionamentos sejam apenas isso: arranjos e acordos que podem ser ajustados ao longo do tempo e com negociações adequadas para refletir com mais precisão as necessidades das partes envolvidas?
“As atitudes em relação ao namoro estão mudando e há uma mudança palpável em direção às pessoas que praticam e exploram estruturas de relacionamento além da monogamia”, diz Ana Kirova, a mulher por trás do Feeld, um aplicativo descrito como um
palácio de prazer e curiosidade. Seu slogan, “junte-se sozinho ou com um parceiro para encontrar amantes e amigos”, parece um convite picante e caloroso. Ana e seu parceiro Dimo embarcaram em uma jornada a partir do desejo de liberdade em seu próprio relacionamento. Depois de dois anos juntos, eles decidiram explorar estruturas além da monogamia. “Descobri que não existem guias para o que um relacionamento fora da estrutura monogâmica tradicional poderia parecer”, diz Ana. E ela não está sozinha.
De fato, nos cinco anos desde que Ana e Dimo lançaram o aplicativo, 1 em cada 3 americanos se mostrou aberto à ideia de não monogamia ética (ENM), de acordo com a pesquisa do Feeld, e desde 2020, o desejo por ENM aumentou drasticamente, com 240% mais pessoas adicionando essa opção em seus perfis. Para Jean, um modelo e designer de 27 anos do signo de Escorpião de Brooklyn, a não monogamia sempre foi sua abordagem natural para relacionamentos. “Se eu dividisse, sou romanticamente monogâmico e sexualmente não”, ele diz. Pouco antes da pandemia chegar, Jean ousou introduzir a ideia de ser aberto com seu parceiro. Não sem hesitação, é claro. Como ele me conta, esse assunto tem sido uma experiência gratificante.
“Descobri muito sobre ser honesto comigo mesmo e, por extensão, com meu parceiro. Lembro-me de me sentir egoísta
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Os atores Lara Flynn Boyle, Stephen Baldwin e (Josh Charlesm cena do filme “Threesome” de 1994
Não existem guias para um amor fora da estrutura
ao levantar a ideia”, diz Jean. “Agora, sinto que, de forma geral, fomos capazes de ser mais abertos um com o outro. Sem trocadilhos.”
Trair sempre será traição, mas com regras tão flexíveis quanto os parceiros em um relacionamento estão dispostos a torná-las, talvez os casais que exploram juntos tenham mais chances de permanecer juntos? Diante do questionamento radical que nossa sociedade tem vivenciado na última década – deixando para trás costumes religiosos e patriarcais – nos sentimos à vontade para desafiar os limites estabelecidos dos relacionamentos.
“Descobri muito sobre ser honesto comigo mesmo e, por extensão, com meu parceiro. Lembro-me de me sentir egoísta ao levantar a ideia”, diz Jean.
“Acredito que os seres humanos têm uma necessidade natural de comunidade. Na sociedade capitalista moderna, passamos tanto tempo no trabalho que muitos de nós não estamos tão envolvidos na comunidade como nossos antepassados estavam”, diz Molly, uma designer de brinquedos de 30 anos de Los Angeles com ampla experiência. Acredito que os seres humanos têm uma necessidade natural de uma comunidade jovem e de mente aberta.
No fim, é tudo sobre consentimento e uma conversa profunda com o seu parceiro. Celebrem o amor!
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the first
issue
GÊMEOS
SIGNOS & DRINKS
Descubra o bar perfeito pra você segundo o seu signo
Assim como os taurinos, conhecidos por apreciarem os prazeres sensoriais e o conforto, o bar oferece uma atmosfera acolhedora e luxuosa. Com uma decoração sofisticada e uma seleção cuidadosa de bebidas e petiscos, o Benzina Bar agrada aos gostos refinados dos taurinos.
O Benzina Bar cativa os taurinos, oferecendo uma experiência gastronômica e sensorialmente satisfatória.
TOURO
Assim como os taurinos, conhecidos por apreciarem os prazeres sensoriais e o conforto, o bar oferece uma atmosfera acolhedora e luxuosa. Com uma decoração sofisticada e uma seleção cuidadosa de bebidas e petiscos,
o Benzina Bar agrada aos gostos refinados dos taurinos.
O Benzina Bar cativa os taurinos, oferecendo uma experiência gastronômica e sensorialmente satisfatória.
ÁRIES
É um bar vibrante e cheio de energia, assim como Áries. Com uma atmosfera animada e entusiasmada, o bar atrai pessoas em busca de diversão e desafios. O No Name Boteco também se destaca por oferecer novidades e tendências em seu cardápio, refletindo o espírito pioneiro de Áries. É um local socialmente agitado e perfeito para os arianos que adoram estar no centro das atenções.
No Name Boteco
Benzina Bar
Bar do Beco
Rua dos Pinheiros, 585 –Pinheiros
Rua Girassol, 396 –Vila Madalena
Rua Aspicuelta, 17 –Vila Madalena
LEÃO
Assim como os virginianos, conhecidos por sua atenção aos detalhes e busca pela perfeição, desde a seleção de bebidas até a decoração minimalista, o Void General Store reflete a precisão e o refinamento dos virginianos. O bar pode oferecer uma variedade de opções de bebidas artesanais e coquetéis meticulosamente preparados, atendendo ao paladar exigente dos virginianos.
Assim como os leoninos, conhecidos por sua presença radiante, o bar exala uma energia calorosa e envolvente. Com uma decoração vibrante e atmosfera festiva, o “Bar Pitico atrai leoninos em busca de diversão e entretenimento. Seus frequentadores podem desfrutar de música ao vivo, performances e eventos, que combinam perfeitamente com os leoninos.
Rua Martim Carrasco, 56 –Pinheiros
CÂNCER
Assim como os cancerianos, conhecidos por seu lado afetuoso e familiar, o bar oferece um ambiente caloroso e acolhedor. Com uma decoração aconchegante e atendimento amigável, o Bar Benê proporciona uma sensação de lar longe de casa. É um lugar onde os cancerianos podem se sentir confortáveis e apreciar momentos de intimidade com amigos e entes queridos.
Rua Guaicui, 61 –Pinheiros
Rua Padre Garcia Velho, 158 –Pinheiros
115 fechô I the first issue
VIRGEM Bar Benê
Bar Pitico Void General Store
Assim como os sagitarianos, conhecidos por sua sede de liberdade e busca por novas experiências, o bar oferece uma atmosfera descontraída e exploratória. Com uma decoração rústica e uma seleção diversificada de bebidas, o Caixote Bar desperta o espírito aventureiro dos sagitarianos. O bar pode oferecer uma variedade de opções de cervejas artesanais e coquetéis exóticos, estimulando os paladares aventureiros dos sagitarianos.
Assim como os escorpianos, conhecidos por sua paixão e mistério, o bar oferece uma atmosfera envolvente e sedutora. O bar oferece coquetéis exclusivos e drinks com intensos, satisfazendo o paladar exigente dos escorpianos.
Com uma vibração magnética, o Baixo Pinheiros Bar é o local perfeito para os escorpianos explorarem suas paixões, desfrutarem de encontros intrigantes e vivenciarem experiências memoráveis.
Assim como os librianos, conhecidos por seu apreço pela beleza e equilíbrio, o bar oferece um ambiente charmoso e harmonioso. Com uma decoração cuidadosamente planejada e uma atmosfera agradável, a Pracinha do Seu Justino atrai librianos em busca de estética e boa companhia. Além disso, o espaço social do bar é propício para os librianos se conectarem com outras pessoas, estimulando a construção de relacionamentos.
Rua Augusta, 914 –Cerqueira César
Rua Guaicuí, 62 –Pinheiros
Rua Harmonia, 117 –Vila Madalena
LIBRA ESCORPIÃO SAGITÁRIO
Pracinha do Seu Justino
Baixo Pinheiros Bar
Caixote Bar
PEIXES
AQUÁRIO
CAPRICÓRNIO
Com sua atmosfera artística e ambiente contemporâneo, o Galeria 540 atrai aquarianos em busca de novas ideias e experimentações. O bar é palco de eventos culturais, exposições de arte e performances ao vivo, refletindo a natureza criativa dos aquarianos. Com sua vibração inovadora e uma atmosfera acolhedora, o “Galeria 540” é o local perfeito para os aquarianos se expressarem.
Assim como os capricornianos, conhecidos por sua determinação e foco, o bar oferece uma atmosfera séria e sofisticada. Com uma decoração elegante e uma seleção cuidadosa de bebidas, o Goela Bar atende aos padrões exigentes dos capricornianos. O bar pode oferecer uma variedade de destilados de alta qualidade e coquetéis clássicos, atraindo o paladar refinado dos capricornianos.
Com sua localização à beira-mar e decoração temática, o Lar Mar transporta os visitantes para um mundo de encantamento e serenidade. O bar oferece uma variedade de drinques exóticos e coquetéis artísticos, despertando os sentidos dos piscianos e estimulando sua imaginação. Além disso, o ambiente relaxante e acolhedor do Lar Mar é propício para os piscianos se entregarem à contemplação. Goela Bar
117 fechô I the first issue
540
Galeria
Lar Mar
Rua Belmiro Braga, 120 –Pinheiros
Rua Mourato Coelho, 540 –Pinheiros
Rua João Moura, 613 –Pinheiros
MENSTRUAÇÃO: UM ASSUNTO PARA TODO MUNDO
Informação sobre sexualidade é parte do conjunto de direitos sexuais e reprodutivos, quanto mais defendermos a educação em sexualidade, mais estaremos promovendo a intimidade e afeto
Quando criança, periodicamente via minha mãe rasgando camisetas velhas e dobrando em pequenos paninhos. Ela os levava para o banheiro e dizia que eram paninhos para o Chico, mas eu, pequena, não entendia uma palavra.
Eu já tinha escutado minha avó paterna falar desse tal de Chico e uma vez até perguntei: “Quem é Chico, vó?”. Ela arregalou o olhão, ficou muito brava e gritou: “Me respeita, sua moleca!”. E nada de eu saber quem era o tal do Chico.
Foi lá pela quinta série que eu aprendi que ele era o sangue menstrual. E foi só trintona que descobri que a palavra Chico é referente ao porco. Chamamos a menstruação por esse nome por acreditarmos que o sangue menstrual seja algo sujo como um chiqueiro de porcos.
Eu sou psicóloga e educadora nos temas de sexualidade infanto-juvenil e sempre que possível abordo o tema da menstruação com o público adolescente (independentemente de serem meninas, meninos ou menines). Acredito na importância de falar sobre menstruação com todos, afinal você não precisa ser um corpo menstruante para aprender sobre os ciclos menstruais e sobre as condições de vida das pessoas que menstruam.
Mas por que minha mãe rasgava camisetas para fazer os paninhos do Chico? Pois é, minha mãe usava os paninhos porque nossa família não tinha dinheiro para comprar absorventes no mercado. No início dos anos noventa não havia coletor nem se falava sobre o uso absorvente de pano. Minha mãe usava pano por questões financeiras e eu demorei a entender que aquilo se tratava de algo que chamamos de pobreza ou, também, precariedade menstrual.
Minha mãe menstruou pela primeira vez no ensino médio e hoje, quase meio século depois, ainda estamos num contexto em que muitas meninas pobres não têm acesso aos recursos básicos para coletar seu sangue menstrual, e seguem usando os paninhos feitos de camisetas velhas.
Nos banheiros de muitas escolas, boa parte das vezes não há papel higiênico e isso dificulta o uso do sanitário durante os períodos menstruais. E se em casa levantar esse assunto gera constrangimento, imagina levantar o dedo e trazer a pauta para discussão em sala de aula?
A minha menarca (primeira menstruação) aconteceu na sétima série, mas a segunda vez que menstruei foi na oitava (um ano depois). Minha mãe disse que era normal e que com o passar do tempo eu menstruaria todo mês, como ela.
Embora tenha menstruado na sétima série, minha primeira consulta ginecológica aconteceu só em meados da faculdade. E isso porque a minha mãe tinha na cabeça a noção de que a primeira consulta acontecia somente depois da primeira relação sexual ou depois da maioridade.
Foi só depois que me tornei educadora nessa temática de sexualidade que compreendi que a educação nessa área tem a capacidade de promover o acesso à informação sobre muita coisa, inclusive sobre menstruação – e isso independe de você ser uma pessoa menstruante ou não.
A informação sobre sexualidade faz parte do conjunto de direitos sexuais e quanto mais defendermos a educação em sexualidade, mais estaremos promovendo a intimidade e afeto com nossa própria corporeidade, e mais respeitaremos a corporeidade de quem convive conosco.
118 AFTER
texto ELÂNIA FRANCISCA ilustração VICTORIA MARIA
PERCEBERAM QUE EU SOU UM PEIXE FORA DO AQUÁRIO
texto NOAH SCHEFFEL ilustração VICTORIA MARIA
O meu maior medo de me identificar como um homem, o que sempre fui e sempre serei, era acabar por perder minha única filha. O medo era dela tão pequena não compreender como podia um homem ser mãe.
No entanto, diferente do que a maioria dos adultos pode pensar ou dizer, ela foi a pessoa que mais me acolheu. Porém, os anos passaram e eu fiquei esperando o momento que, pelo preconceito estrutural, ela começaria a ter vergonha de mim. Afinal, agora ela já está há quase uma década nessa terra. Afinal, agora "o meio" já tem influência suficiente para que ela seja atingida por alguma tentativa de ofensa da qual eu não tenho como proteger.
Até que alguns dias antes do Dia das Mães – uma data que sempre me deixa apreensivo pelos trabalhinhos escolares e a reprodução da maternidade “padrão” – em um dia que o pai dela a buscava na escola, nós nos cruzamos. A escola dela fica localizada bem próxima de onde trabalho, e eu escutei a sua voz e a reconheci. Ela não tinha me visto. Confesso que fiquei congelado de medo de ir em direção a ela, que estava rodeada pelas amigas e as mães de seus coleguinhas. Fiquei com medo que ela fosse sentir vergonha. Que “aquele momento” tivesse chegado enfim. Afinal, estava montado o “cenário ideal” para isso.
Enquanto eu estava ali parado decidindo se ia ou não falar com ela, no que parecia o tempo de uma vida inteira, ela me avistou. Agora passar despercebido não seria mais uma opção. Este seria o momento em que de alguma forma eu adentraria o imaginário do meu maior medo, e este podia ser um espaço de exclusão. O que veio a seguir mudou tudo.
O sorriso. Aquele sorriso! Sorriso que ela deu pra mim naquele momento foi tão significativo quanto a primeira vez que ela, ainda bebê, me olhou nos olhos e sorriu. Era exatamente a mesma felicidade em me ver, se sentir segura no que era para ela mais do que familiar. Na verdade, percebo agora que também era minha essa felicidade.
E ela deixou para trás o pai, as amigas e colegas dela, e veio correndo em minha direção pulando no meu colo num abraço tão apertado e carregado de carinho que me fez acreditar em mim de novo, como mágica.
E assim minha filha fez. Ela desceu do meu colo, olhou em volta, me pegou pela mão tão forte quanto conseguiu e me levou em direção àquele ataque de atenção calorosa que recebi dos coleguinhas dela. Ela me guiou até o mundo dela, com orgulho de eu estar ali, quase como se quisesse “me exibir”. No Dia das Mães, que chegou logo depois disso, ela escreveu em um cartão para mim o seguinte: “Mamãe, você é um homem muito legal, estudioso, trabalhador. Você é carinhoso e faz tudo por mim. Te amo.”
Ela tem a consciência de que se apertar o passo vai encontrar o meu jardim, sempre. Independente de gênero, existe orgulho neste paraíso. Na verdade foi o meu imaginário que se enganou, e nunca chegou a imaginar que as raízes que entrelaçamos com muito amor seriam suficientes para desligar tudo que existe de ruim no mundo. Não importa o quão “peixe fora do aquário” eu possa ser, nem a inexistência de um nome para eu carregar em mim desde sempre. Quando existe amor, sempre existe um endereço para acalentar o nosso coração diferentão.
120 AFTER
Não importa o quão “peixe fora do aquário” eu possa ser, nem a inexistência de um nome para eu carregar em mim desde sempre
DEBATE: MAQUIAGEM É LIBERDADE?
Talvez, antropologicamente, isso tenha a ver com uma mística conexão com as culturas passadas, que se pintavam para festejar, lutar, cultuar e paquerar, e, no fim, tá tudo bem com isso
“Não sei me maquiar”, “Como você consegue?”, “Queria fazer makes como você” são as mensagens que mais chegam nas minhas DMs no Instagram. Mas ao invés de me sentir lisonjeada, me pego perplexa porque, na maioria das vezes, esses questionamentos vêm carregados com uma certa culpa. É uma sensação de dever não cumprido, de uma frustração por não corresponder com a expectativa social da mulher que se arruma, se maquia, e que é atraente e desejável.
Ah, mas isso hoje em dia? Sim. “Quanto mais fortes as mulheres se tornassem em termos políticos, maior seria o peso ideal de beleza sobre seus ombros, principalmente para desviar sua energia e solapar seu desenvolvimento”, escreveu Naomi Wolf em O Mito da Beleza.
E se você é uma delas, pensei em compartilhar com você o significado que a maquiagem tem pra mim, numa tentativa tímida de propor a ressignificação dela para mim e para você, e levar essa discussão à todos.
“Com esse produto (de beleza e/ou moda) eu me reconheço mais, tenho ainda mais destaque, consigo redimensionar toda a minha potência. É aquilo de trazer pra fora o que você tem”. A frase é da ativista trans Neon Cunha e é capaz de expressar exatamente tudo o que sinto.
Como uma travesti do ano do albúm “que país é este” da Legião Urbana, nasci em uma sociedade que sempre me apontou que não pertenço ao gênero feminino que me identifico. O sentimento de estar constantemente longe do que se esperava de mim me fez sentir desejo em me libertar e ser plena com meu delineado, minha máscara de cílios, minha sombra. De criar meus próprios traços.
E se você é uma delas, pensei em compartilhar com você o significado que a maquiagem tem pra mim, numa tentativa tímida de propor a ressignificação dela.
“Com esse produto (de beleza e/ou moda) eu me reconheço mais, tenho ainda mais destaque, consigo redimensionar toda a minha potência. É aquilo de trazer pra fora o que você tem”. A frase é da ativista trans Neon Cunha e é capaz de expressar exatamente tudo o que sinto.
Ah, mas isso em pleno segundo ano de pandemia? Sim. “Quanto mais fortes as mulheres se tornassem em termos políticos, maior seria o peso ideal de beleza sobre seus ombros, principalmente para desviar sua energia e solapar seu desenvolvimento”, escreveu Naomi Wolf em O Mito da Beleza. Por isso, me solidarizo com as mulheres que se sentem oprimidas pelas makes.
O efeito que a maquiagem tem em mim é de me fazer sentir muito mais poderosa. Talvez, antropologicamente, isso tenha a ver com uma mística conexão com as culturas passadas, que se pintavam para festejar, lutar, cultuar e paquerar, e, no fim, tá tudo bem com isso! É sobre se sentir bem.
E fora tudo isso, a maquiagem ainda me deixa brincar, me divertir, me permite experimentar outros estilos e sonhar. Se o look é mais rocker, taco um lápis preto. Visual sexy?
Um batom vermelho é a resposta dada. Quando quero estar mais esquisitinha-conceito, também posso. A maquiagem me deixa ser quem eu quiser ser.
E caso você ainda se sinta oprimida pela maquiagem e não pire em nada do que eu escrevi, tá tudo bem. De cara lavada ou não, o importante é ser feliz consigo mesma.
122 AFTER E
ENTRA O
texto GUI TAKAHASHI ilustração VICTORIA MARIA
EU TE MOSTRO O ERÓTICO COMO PODER
A imposição do medo seria uma forma de temer a transcedência para superar as imposições de uma sociedade patriarcal e racista
"O erótico não é sobre o que fazemos; é sobre quão penetrante e inteiramente nós podemos sentir durante o fazer. E uma vez que saibamos o tamanho de nossa capacidade de sentir esse senso de satisfação e realização, podemos então observar qual de nossos afãs vitais nos coloca mais perto dessa plenitude." Esse é um trecho do artigo "Os Usos do Erótico: O Erótico como Poder", da feminista e pensadora negra Audre Lorde, que nos traz reflexões muito profundas sobre transcender as normas impostas para poder sentir o erótico como força vital.
Em uma sociedade patriarcal e racista, Lorde argumenta que o erótico foi destituído do seu sentido real, tornando-se algo superficial, mecanizado, confinado somente "ao quarto" e utilizado para benefício dos homens, uma vez que foi esvaziado pelos modos masculinos de poder para negar às mulheres o conhecimento dessa força transgressora.
Para ela, erotismo tem a ver com plenitude, entrega, ter alegria em alcançar a excelência de algo para além da mediocridade incentivada na sociedade. Para Lorde, os homens difamaram o erótico e o usaram contra as mulheres para transformá-lo em algo plastificado, fazendo assim com que elas não o enxerguem como fonte de poder e informação. Reduzi-lo à pornografia cumpre esse papel.
Porém, para a autora, "a pornografia é uma negação direta do poder do erótico, uma vez que representa a supressão do sentimento verdadeiro. A pornografia enfatiza a sensação sem sentimento". Suprimir o erótico em nome de algo sem sentimento seria uma das amarras que confinariam as mulheres ao lugar de objetos e não sujeitos de suas histórias,
fazedoras de caminhos de libertação. É algo que vai além de uma questão de moralismo – como acusam muitas mulheres que criticam a pornografia.
Esse artigo é de uma beleza e de uma coragem sem tamanho. Pensar o erótico para além da questão sexual e botá-lo como força motriz de realização e consciência de si é poderoso, e Lorde enfatiza que a sociedade patriarcal tem medo de mulheres poderosas. “E essa é uma grande responsabilidade, surgida desde dentro de cada uma de nós, de não nos conformarmos com o que é conveniente, com o que é falseado, suposto ou seguro”, afirma.
O contato direto com o erótico seria uma forma de se rebelar contra uma estrutura que enfraquece, nega oportunidades, é lutar contra o autoaniquilamento e contra opressões que ligam trabalho ao lucro e não foram feitas para atender às necessidades dos seres humanos.
A imposição do medo também seria uma das forma de temer a transcendência ou a luta para superar as imposições de uma sociedade patriarcal e racista. Esse é um tipo de artigo que precisa ser lido, é quase impossível escrever a respeito do tema sem o citar o tempo todo.
Penso que Audre Lorde nos brindou com uma reflexão poderosa sobre as distorções que se impõem sobre conceitos que poderiam nos emancipar. Essa tem sido uma tática de quem está no poder: confundir, esvaziar de sentido e potência instrumentos importantes de libertação para manter confinados e sujeitos a opressões determinados grupos. Porém, quando conhecemos o erótico, somos impelidas a lutar por transcendência e a perder o medo da plenitude.
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texto DJAMILA RIBEIRO ilustração VICTORIA MARIA
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