TASHA & TRACIE NA MOSCA
#1|nov 22
Edição n° 1 | Nov 2022
Escola Superior de Propaganda e Marketing
Graduação em Design | DSG3A • 2022.2
Projetos III
Marise de Chirico
Produção Gráfica
Mara Martha Roberto Finanças Aplicadas
Alexandre Ripamonte
Marketing Estratégico
Leonardo da Silva
Cor: Percepção e Tendencias
Paula Csilag
Ergonomia
Matheus Pássaro
Auresnede Pires
Projeto editorial e gráfico
Ana Xavier
Beatriz Martini
Luís Otávio
Greg Ando
Maria Clara Duarte
Tiago Perotti
ZUM ZUM ZUM
Olá, nós somos a MOSCA e esse zum zum zum que você está ouvindo é o barulho da música independente no seu ouvido. Viemos te ajudar em sua jornada para alcançar seus objetivos artísticos e profissionais. No nosso conjunto de zines buscaremos criar um espaço para o leitor se integrar no mundo da música através do nosso conteúdo, reunindo informações de gêneros variados, rap, trap, funk, rock, indie, punk, sertanejo, MPB, samba, trance, techno. Além de trazer dicas para o leitor que busca aprender a produzir seus próprios sons. Venha irritar com a gente!
@MOSCAREVISTA
Editores
Ana Luís
Beatriz
Greg Maria Clara Tiago
nessa edição: TASHA & TRACIE
depois de muita luta, Diretoria celebras os dias de glória de Tasha & Tracie
GLÓRIA DE TASHA &
texto Reginaldo Duarte fotos Edgar Azevedo (ELLE View)
& TRACIE
s dias de glória e as rimas sem censura das gêmeas Tasha e Tracie Okereke tornaram Diretoria uma obra-prima do começo ao fim. Desde o lançamento, no dia 19 de agosto de 2021, as paulistanas da Zona Norte conquistaram os fãs e as paradas das plataformas de streaming com verdadeiros hits que ilustram suas conquistas como as poderosas “pretas, chave da favela”. Após o lançamento de Rouff em 2018, as irmãs apresentam majestosamente Diretoria, composto por 7 faixas com o selo da Ceia Ent., coletivo de hip hop que possui grandes lançamentos como JOVEM OG, do rapper Febem, e NU, de Djonga.
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Muito aguardado, o trabalho é fiel às rimas fortes do rap, feito pelas irmãs com samples envolventes, misturando desde funk e trap, ao R&B, samba e brime. O projeto traz parcerias com ótimos rappers, que são peça-chave para completar os sons e versos das gêmeas, mostrando um pouco de como é chegar até aqui, almejar o luxo e dizer que por aí vem mais.
As letras fomentam o empoderamento feminino das mulheres pretas de favela, que Tasha e Tracie tem convicção e, mais do que tudo, vivência. O MPIF, ou coletivo Mulher Preta Independente de Favela, que elas integram, incentiva outras mulheres a se expressarem, correrem atrás do que é seu e se apoiarem por meio da Moda, Cultura e outras experiências que as paulistas compartilham.
O cenário autobiográfico vem sendo traçado desde as primeiras rimas
5 @MOSCAREVISTA
O cenário autobiográfico vem sendo traçado desde as primeiras rimas. Na introdução Wanna Be’s, ouvimos a apresentação do início de uma trajetória, citando o projeto Expensive Shit, no qual Tasha e Tracie produzem conteúdos que fomentam a Moda e o ativismo das mulheres pretas. Como bem dizem, a música que fala sobre a inspiração que se tornaram, pode ser como o início de um currículo de sucesso:
Wanna Be’s aplicavam Tasha & Tracie não vai ser Essa vadia eu que formei Vou incluir no meu CV
A segunda faixa, que tem o mesmo nome do primeiro EP das gêmeas, Rouff, é um verdadeiro hino. Com as batidas pesadas produzidas pelo CESRV e traços do brime, a identidade das paulistanas é impressa mais uma vez nas palavras, exaltando que, para quem desacreditou da dupla, elas definitivamente conseguiram.
É possível ouvir ao fundo alguns recortes sonoros do funk, estilo que, gostem ou não, mostra a brasilidade e, junto ao rap, são fiéis em retratar a realidade da dupla na Zona Norte de São Paulo. Produzida por DJ MF e Pizzol, Amarrou apresenta às referências e versatilidade do álbum com batidas nostálgicas do estilo texano Dirty South e as rimas do rapper Veigh, que casaram harmonicamente com os versos que exaltam a sexualidade, estilo e poder da mulher preta.
Drip de negona Nasci com a boca que elas compra Cacho de Colombiana Unha de brasileirinha Aquilo que em você não brilha
E na bolsa tem várias de cem Peitinho e bumbum pequeno mas mexe mexe bem
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Na letra, Tasha e Tracie deixam explícito que a mulher preta, seus traços e seu estilo sempre são alvo do consumo – todas querem ser e ter.
Do Dirty South ao trap, Cheat Code acelera o ritmo com o feat de Vinex e passa a visão de que, para se chegar onde se está, muitos utilizam o código de trapaça chamado privilégio. Os versos deixam evidente que, na trajetória das paulistanas, o que não faltou foi muito trabalho duro e que, acima de tudo, toda a vida que levam hoje é fruto do talento e de muita correria. Em seguida de muito trabalho, as pretas não poderiam deixar de lado a ostentação –Lui e o instrumental de piano envolvente ao fundo, apresenta o segundo feat mais marcante do álbum, Febem e ONNiKA celebram com as gêmeas o sucesso.
Sempre quis ter uma Lui Lui Agora com vários Adidas Eu revezava dois boot Hoje eu só pago à vista
@MOSCAREVISTA
Além de rappers, estilistas e influenciadoras, Tasha e Tracie são DJs e já comandaram alguns bailes na Zona Norte de São Paulo.
A já conhecida SUV foi a prévia perfeita lançada em julho do que estava por vir em Diretoria. Em parceria com Yunk Vino e com a produção de Mu540, a música ganhou um videoclipe à altura. A faixa faz o compilado de rimas com o tema cravado no disco, a vitória e o sucesso que as talentosas rappers alcançaram em tão pouco tempo deve ser celebrado.
As batidas do funk tiveram destaque e são referência direta à vida e inspirações das rappers, que também são DJs em bailes no Jardim Peri. Em entrevista ao RapGol Mazagine, elas reforçam a relação:
Os caras do funk, vários se influenciam pelo rap, e eu e vários MC’s nos inspiramos no funk. Já rolou muito preconceito das pessoas do rap com o funk e isso pra nós nunca fez sentido
A última faixa dá nome e capa ao álbum. Com o fundo musical inspirado nas percussões das escolas de samba, a conexão entre as raízes da Música preta nunca estiveram tão evidentes, unindo a história das irmãs, filhas de mãe brasileira e pai nigeriano, com o samba, o funk e o rap. Embora seja um desfecho, o projeto é só o aquecimento para mais músicas que estão por vir. Tasha afirma em entrevista para o RapGol Magazine que Diretoria é apenas o começo:
Enxergamos ‘Diretoria’ como um pé na porta. A gente tentou passar um recado que somos MC’s, sem essa de rap de mina. Com esse EP, conseguimos passar a mensagem e agora podemos entrar em outros assuntos e vibes, assim como falar de sensibilidade, que são os próximos passos
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Com muita personalidade, força e talento, as MC’s são uma ótima revelação e aposta do rap nacional. Em pouco menos de um mês do lançamento de Diretoria, as paulistanas mostraram ao público que vieram para ficar e que a força da mulher no rap é gigante. Tudo se encaixa no disco, tornando ele um dos, se não o melhor, lançamento do ano na cena. Resgatando as raízes, mas sempre com samples chiclete como os dos hits mais antigos Salve e Tang, a dupla Tasha & Tracie tem tudo para conquistar o Brasil e o mundo
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DISSECANDO
1. Sample da MC Menorzinha – As menina que os menino gosta
TANG
(2020)
Essa nova da Menor, nós não paga pau pra ninguém Essas são as meninas que os menino gosta1 Essas são as meninas que os menino gosta Dropa esse beat
No meu copo quero Red e Whisky Estourei no trap com esse feat Tasha e a Tracie e o MU540 no beat Talento era no vapo, contanto só pataco
Se me envolver no plano, sabe que é só cheque, cheque, cheque
2. Protege é uma empresa de segurança privada
Tem que meter cap, sou crime do trap Tô assaltando a cena e antes era a Protege2 Agora a vida é outra, saí da boca Recebo só em dólar, gastar tudo em beat
Se o rap acabar, volto pra vida loca Reúno meus cria e roubo os fone da Beats
Só tiro pro alto, aqui é só favelado Depois que lancei Mandrake conto os placo dobrado Tem moto, tem carro, preto trepado Flow Pente de 100, te deixa peneirado
3. Mansa Musa foi um imperador africano de Mali, até hoje considerado o homem mais rico da história
Só tiro pro alto, aqui é só favelado Depois que lancei “Mandrake” conto os placo dobrado Tem moto, tem carro, preto trepado Flow Pente de 100, te deixa peneirado Só tiro pro alto, aqui é só favelado (3x) Pá, pá, só favelado Nas costas, fala bosta, fala que vai pegar, pega Se eu broto, ‘cê pique esconde, se escora na sua colega Tento te levar a sério, mas é serio, não consigo ‘Cê é um Tang, mano, mas ainda é um suco de pózinho Sempre chave, mano, sem estilista, rica igual o Mansa Musa3 Cheguei fia, se prepara, pega seu bloco de nota’ Fofinha não é Miami, aqui seu nome não é nada Favela é outros pique, então dá uma segurada
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4. Separando a cultura da classe média (Lollapalooza) da cultura periférica (Furacão 2000)
Tô lançando mais uma pás braba’ Manda as paty escuta outra, que essa elas não encaixa Tô lançando mais uma pás braba’ Manda os boyzão escuta outra, que essa eles não encaixa
5. não tenho tempo Referencia à música No Time (1996) da rapper Lil’ Kim
Eu não tenho gang, eu tenho bonde Hoje acordei, mais foda que ontem Um, dois, já matei três, quatro, cinco, talvez até seis O problema é que você não entende Se bater de frente, engasga com os dente’ Fia, pega essa bala Não fica brava, engole o recalque e fica inspirada Eles dizem que eu pareço uma mala de din’ Logotipo da firma é o cifrão, hoje pode Então toca pro shopping Que é meu, o malote, de Kenner e de shorts É muito quente (Bum), é só quebrando voo’ Nós é o toque, corre (Uhh) Cadela sem coleira e preta, para, não me compara Porque nenhum cara se equipara Quando nós rima, nós enche vala Parça, eu não preciso de Glock Com a rima nós faz você virar pó Tomo cuidado, mas piso em falso Eu não sou pra frente, você que é atrasado Você tá indo, enquanto eu já fui Você se acha mal, mas você é só ruim Quem não sabe, não veio e quem sabe já viu Boy Lollapalooza, nós Fura’ 20004 Gado quer surfar no hype Só que eu não deixo, eu sou do Peri Faço igual a Lil’ Kim, eu não tenho tempo5 Boto pra chupar, enquanto assisto desenho (2x) REFRÂO REPETE
11 @MOSCAREVISTA
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– Nov 22)
GOSTOU
(Out
AMPLIFICA DIY | ZONA DO LEITOR #1|nov 22
Graduação em Design | DSG3A • 2022.2
Projetos III
Marise de Chirico
Produção Gráfica
Mara Martha Roberto
Finanças Aplicadas
Alexandre Ripamonte
Marketing Estratégico
Leonardo da Silva
Cor: Percepção e Tendencias
Paula Csilag
Ergonomia
Matheus Pássaro
Auresnede Pires
Projeto editorial e gráfico
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Beatriz Martini
Luís Otávio
Greg Ando
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ZUM ZUM ZUM
A zine Amplifica faz parte do conjunto de 6 Zines produzidos pela MOSCA. A Amplifica traz informações e dicas sobre como você pode melhorar o seu caminho no mundo da música, assim como, impulsionar a sua carreira musical. A Amplifica mostra que você também pode se sintonizar com a música independente de uma maneira mais técnica e criativa. Aqui você pode aprender novas habilidades, ampliando seu repertório para que você possa se sentir representado tanto nas cenas musicais quanto pela nossa marca.
Edição n° 1 | Nov 2022
Escola Superior de Propaganda e Marketing
08 10 REVIEW 12 TUTORIAL 02 COMO MELHORAR GRAVAÇÕES CASEIRAS? RECOMENDAÇÕES LISTA DE EQUIPAMENTOS PARA ESTÚDIOS DE GRAVAÇÃO MICROFONE BM-800 STEDMAN PROSCREEN XL POP FILTER DICAS 3 COISAS QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE ARTE DA CAPA
COMO MELHORAR GRAVAÇÕES CASEIRAS?
e possível, evite utilizar os microfones nativos do laptop ou os clássicos de PC, pois são bem ruins e dificilmente você terá uma gravação da qual se orgulhar. Caso não haja outras opções, existem basicamente duas dicas que podem melhorar um pouco a qualidade do áudio.
Dica 1. Em geral, o computador dá um ganho de 20dB no sinal do microfone, o que muitas vezes distorce bastante o som. Para retirar esse ganho, vá até o Painel de Controles e entre nas configurações de áudio. Na aba “Gravação”, uma nova janela será aberta, devendo ir até a aba “Level” ou similar. Após isso, coloque o ganho para o valor 0 na opção “Boost de microfone”.
Na aba “Aperfeiçoamento” existem outras opções que devem ser exploradas, como diminuição de ruído e cancelamento de eco. Habilite e desabilite elas e compare os resultados obtidos.
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Dica 2. Na hora de gravar, nunca use o volume máximo. Em vez disso, aproximese mais da fonte (comece com 20cm e vá aumentando e diminuindo a distância, comparando os resultados) e diminua o volume para aproximadamente 40% do total. Como não é um valor exato, será necessário experimentar aumentar e diminuir o volume do microfone, até chegar a um resultado interessante.
Como dito anteriormente, a opção de gravar com o microfone de computador é a última a ser seguida. Microfones USB são uma ótima alternativa, pois em geral são relativamente baratos e não necessitam de nenhum outro equipamento, sendo ligados diretamente no computador. A faixa de preço varia de R$150 até R$1.000.
3 @MOSCAREVISTA foto por: cruzu TUTORIAL
Uma das maiores reclamações das pessoas que gravam em casa é a quantidade de ruídos. Eles são causados por barulhos da rua, computadores, ar condicionados, equipamentos elétricos ligados e até pelo próprio microfone.
Dica 1. A primeira regra é desligar tudo que não é necessário para a gravação.
Dica 2. Se seu computador é muito barulhento, afaste-se dele o máximo possível (você pode utilizar um extensor de cabo para aumentar sua distância).
Dica 3. Se sua rua é muito barulhenta, grave com o microfone de costas para as janelas e portas. Assim, ele irá captar menos os barulhos lá de fora.
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foto por: jota
Caso a gravação continue com ruídos incômodos, existem algumas maneiras de atenuá-los e até excluí-los por completo. Uma delas é aplicar um equalizador paramétrico, aquele que você escolhe as frequências que irá trabalhar, para tentar filtrar o ruído. Com isso, crie um ponto em torno de 16kHz e selecione o filtro Passa Baixa (Low Pass em inglês).
A partir dai, vá mexendo no ganho e na frequência de corte para tentar diminuir ao máximo o ruído. Mas tenha cuidado, pois se mal feito esse processo pode deteriorar o som.
Se esse procedimento não adiantar, existem opções mais robustas para resolver esse problema, como os plugins removedores. Eles funcionam percebendo um ruído (majoritariamente um sinal constante) no ambiente e extraindo-o do áudio gravado. Para isso, você terá que selecionar uma parte da música que só tenha ruído, sem nenhum instrumento tocando. O Audacity é um programa que faz essa tarefa e pode ser uma boa opção. O processo para remoção costuma ser padrão nesse tipo de dispositivo.
5 @MOSCAREVISTA
TUTORIAL
foto por: wallace chucks
OUTRAS DICAS VALIOSAS
Dica 1. Nunca grave ouvindo o que você toca pelas caixas de som, pois esse som será captado novamente pelo microfone, com grandes chances de aumentar a confusão sonora. Utilize, ao invés disso, fones de ouvido confortáveis.
Dica 2. Se sua voz soa confusa na música, tente cortar frequências indesejáveis, em geral abaixo de 200Hz e acima de 10Khz. Com o equalizador paramétrico aberto, utilize filtros passa alta nas frequências graves e passa baixa nas agudas. Em geral, frequências que não fazem parte dessa banda (200Hz até 10kHz) não irão deteriorar a voz e irão abrir espaço para outros instrumentos respirarem e não se confundirem na mixagem.
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foto por: producer hive
Dica 3. Se você usa guitarras e deseja um instrumento decente, mas não possui amplificadores bons e não pode colocá-los em volume digno, experimente plugins que simulam amplificadores virtuais. Eles irão te surpreender com a ótima qualidade e o custo-benefício! Sugestões seriam os famosos Amplitube e Guitar Rig.
Dica 4. Reverb em doses conscientes pode esconder algumas imperfeições vocais e instrumentos como violão
7 @MOSCAREVISTA
foto por: eakrin TUTORIAL
LISTA DE EQUIPAMENTOS PARA ESTÚDIOS DE GRAVAÇÃO
Quando você vê aquelas imagens incríveis dos estúdios profissionais na internet e as compara com onde você está agora é natural que você queira encontrar aquela peça do quebra-cabeças que vai te levar um passo mais perto de onde você almeja chegar um dia.
Embora os iniciantes sempre tenham aquele desejo natural de aprender qualquer coisa, imediatamente, a verdade é que você precisa só de alguns itens para começar.
1. DIGITAL AUDIO WORKSTATION (DAW)
Digital audio workstation é o software utilizado para gravar, editar e mixar músicas no computador.
Exemplo: Avid Pro Tools
2. POP FILTER
São projetados para resolverem o problema da explosão de ar, a captando antes de ela atingir o diafragma do microfone.
Exemplo: Stedman Proscreen XL
8 foto por: pablo anzueto
3. INTERFACE DE ÁUDIO
Tem como objetivo principal fornecer todas as conexões necessárias para transmitir os sinais das suas músicas: para dentro do computador ao gravar e para fora dele durante a reprodução. Além de servirem para/como conversão digital, pré-amplificação de microfones, direct box, amplificação de fones de ouvido e gestão de monitores.
Exemplo: Focusrite Scarlett 2i4
4. MICROFONES
Os estúdios de gravação geralmente possuem inúmeros microfones, sendo que cada um é utilizado para obter timbres diferentes, de instrumentos diferentes em situações diferentes.
Exemplos: Shure SM57 Rode NT1A AKG P170
9 @MOSCAREVISTA
foto por: jota RECOMENDAÇÕES
3 COISAS QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE ARTE DA CAPA
Hoje vamos falar de arte da capa: colocar a sua arte no formato apropriado para que ela voe para as prateleiras digitais da loja.
TUDO SOBRE O FORMATO
Para que as lojas aceitem a sua arte da capa, o seu formato precisa cumprir alguns critérios técnicos: JPG ou GIF; Enquadramento perfeito;
Proporção de aspeto (ratio) de pelo menos 1600 x 1600 pixels no tamanho; Modo Cor RGB de melhor qualidade (inclui imagens em preto e branco);
Se você está distribuindo sua música para a loja Amazon On Demand (para impressão de capas físicas de CD), você precisa de uma resolução de 300 DPI.
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Aqui está o que não pode incluir: Endereços de e-mail, URLS/websites, informações de contato (incluindo redes sociais), ou preços; Sticker da sua arte da capa a partir de uma cópia digitalizada de um CD físico; Algo que sugere o formato do lançamento “CD, DVD, Exclusivo Digital, disco”; Corte de texto ou imagens; Uma imagem que está comprimida num canto com espaço branco Nomes de lojas digitais ou logotipos Palavras que expressam temporalidade, como “novo”, “último single”, “edição limitada” ou “exclusivo”.
Além disso, certifique-se de que a imagem não está desfocada ou pixelizada. Ninguém, incluindo as lojas, quer se contorcer para ver a sua arte. É aqui que o tamanho da capa é importante. Tenha em mente que as lojas e seus requisitos em torno do formato da arte da capa podem variar.
11 @MOSCAREVISTA
foto por: revista mosca DICAS
REVIEW MICROFONE BM-800
e você está procurando um microfone barato, o BM-800 é uma ótima escolha. Por ser um microfone condensador, ele captura mais detalhes e volumes baixos do que seu microfone dinâmico típico. Para a pessoa comum, o BM-800 é uma ótima escolha mas, se estiver procurando por algo que seja cristalino, talvez queira economizar mais.
O microfone é fácil de configurar: levei cerca de dois minutos e não são necessárias ferramentas. O boom é fácil de montar e permanece no lugar. A montagem antichoque está firme e o microfone não se move. Em geral, a qualidade de construção O BM-800 parece bom, ele tem caixa de metal, feita de malha de rede de aço com o microfone no meio. Na parte inferior do microfone, a porta XLR é uma porta padrão, feita de metal; ela tem um clipe que permite que o cabo se encaixe no microfone e permaneça no lugar.
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O microfone vem com uma tela de proteção, que é feito de um bom material, e um protetor de pano preto, cercado de plástico, mas com uma sensação agradável (eu tive problemas com o cabo preto segurando-o caía às vezes).
O microfone soa bem, mesmo com pouca potência e sem alimentação fantasma. Ele capta detalhes mais finos, que os microfones anteriores que usei perderam, e há um ruído mínimo no fundo. O microfone não é tão quente quanto os microfones mais caros, mas ainda tem um bom nível de profundidade e calor para o preço. Com um pré-amplificador, os resultados seriam ainda mais impressionantes.
Para concluir, o BM-800 é um ótimo microfone se você tiver um orçamento limitado. Funciona bem sem um préamplificador, e os resultados seriam melhores com um. Fiquei impressionado com a qualidade de construção e de áudio que o microfone oferece e realmente gosto de usá-lo.
13 @MOSCAREVISTA REVIEW
foto por: jota
REVIEW STEDMAN PROSCREEN XL POP FILTER
ste é o que você verá sendo usado por youtubers populares, cantores autoproduzidos e estúdios de gravação profissionais. E não está sendo escolhido sem uma boa razão.
A malha é feita de metal. Sabemos que essas coisas podem pegar todas as coisas profanas girando ao nosso redor como cuspe, sujeira e sujeira. Felizmente, uma malha de metal é facilmente lavável. Você nem precisa se preocupar com fungos acelerados e crescimento bacteriano, pois não possui espuma.
O gooseneck é robusto e robusto. Ele não se dobra a menos que você o force também. Não há necessidade de se preocupar com seu filtro apenas caindo durante uma sessão de gravação em sua cabine de isolamento portátil ou performance ao vivo.
O suporte de microfone se encaixa bem em qualquer microfone e suporte. Tem um aperto apertado.
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Ele não deslizará de repente para baixo e derrubará o suporte ou o microfone. Graças ao coto de borracha nele, certifica-se de que o suporte não arranhe seu suporte.
Você não pode ver nada por trás do filtro pop, pois é muito grande, então precisa flexioná-lo um pouco se precisar ter visão atrás do microfone.
Tudo o que você precisa fazer é prender o suporte do microfone ao seu suporte e pronto. Observe que a distância e a inclinação do microfone afetam seu desempenho. Ajuste o filtro ao seu gosto.
Devido ao seu tamanho e malha de metal, ajuda significativamente a evitar que as plosivas passem sem abafar sua voz. Você pode maximizar os níveis de gravação sem se preocupar com recortes. Isso pode reduzir rajadas repentinas de níveis de áudio, especialmente de plosivas.
Por ser um filtro de malha de metal, ajuda muitos cantores com enunciação fraca.
15 @MOSCAREVISTA REVIEW
foto por: stedman
DESSA EDIÇÃO? Ouça a playlist desse zine exculivamente no Spotify! MOSCAMIX
– Nov 22)
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(Out
BPM ELETRÔNICAS #1|nov 22
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Ana Xavier
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Tiago Perotti
ZUM ZUM ZUM
A zine BPM faz parte do conjunto de 6 Zines produzidos pela MOSCA. A BPM busca reunir conteúdos relacionados à música eletrônica e seus subgêneros como Techno, Trance, House, Dark e uma série de outros presentes nessa cena que transcende o sonoro e transforma-se em um movimento cultural de mudança, inovação, comunidade e respeito. Aqui você pode se aproximar dessa cena musical, ampliando seu repertório para que você possa se sentir representado tanto na cena quanto pela nossa marca.
Edição n° 1 | Nov 2022
14 08 02 10 12 REDUÇÃO DE DANOS DROPS EU VEJO, EU OUÇO, EU VOU ARRANJO ORIGEM DO TRANCE REBORDOSE: MDMA AMOR, DESAPEGO E NATUREZA PARALELO NA MODA CLUBBER
O PARALELO NA MODA CLUBBER
TEXTO: TATI BLANCO FOTOGRAFIA: MURILO GANESH
Do ínicio dos anos 80 até os dias de hoje, como a música eletrônica influenciou na moda jovem e na cultura da noite.
xiste uma ligação entre a moda e a música eletrônica que ultrapassa gerações. Pensar em música é falar de expressão, e essa ideia está totalmente ligada a maneira de se vestir, essas duas formas se entrelaçam de maneira perfeita.
Clubber é um termo que refere-se a subcultura, sua estética surgiu no fim dos anos 80, começo dos anos 90, com ascensão do Techno, em clubes da Alemanha como o Tresor em
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CLUBBER É UM TERMO QUE SE REFERE A SUBCULTURA, SUA ESTÉTICA SURGIU NO FIM DOS ANOS 80, COMEÇO DOS ANOS 90, COM ASCENSÃO DO TECHNO
Berlim, posteriormente sendo exportado para Inglaterra e Estados Unidos, onde a predominância era o estilo musical de House
Falar de moda na cultura clubber é lembrar de intensidade. O marco para moda na dance music, começa no movimento Disco, no início dos anos 70 nas discotecas de Chicago, Nova Iorque e Filadélfia. As festas, totalmente dançantes, frequentadas por um público alternativo tornaram-se um ícone depois do filme “Embalos de sábado à noite” e da abertura da boate Studio 54 em Nova York. Os anos Disco foram considerados como a Era do Brilho,
3 @MOSCAREVISTA
representado pelas cores espalhafatosas, strass, cetim e seda, trazendo o luxo e a cintilância para a época. Foi também o momento onde as mulheres se auto afirmaram frente à sociedade machista e usaram sem medo figurinos com sensualidade e luxo, simbolizando seu destaque e valor para todos.
Nos anos 80 o movimento raver surgiu com o sucesso da dance music, a partir desse ponto, começa os primeiros passos para festas undergrounds, as roupas coloridas ganham espaço e a dança toma o centro da expressividade, da arte do movimento, em paralelo surge a moda all black em clubbes berlinenses, trazendo a proposta contrária de mistério e luxo.
Enquanto os clubbers anos 80 celebravam a individualidade, as raves tinham um quê meio hippie. Tudo era coletivo, num clima de paz, amor, liberdade e comunhão com a natureza. O uso de drogas sintéticas e a batida do trance deixavam o público numa vibe hipnótica.
Nos anos 90, presenciamos a quebra de paradigmas e a liberdade fluindo em veias clubbers em todo mundo. A tendência que dominou essa década é chamada “montação”, termo usado pelos personagens clubbers, para definir suas produções grandiosas, vanguardistas, com muito brilho e vinil.
No Brasil, esse movimento ganha força em São Paulo, onde gays e drags tomam a Rua Augusta como centro de
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Madame Satã, Bela Vista, SP.
Enquanto os clubbers anos 80 celebravam a individualidade, as raves tinham um quê meio hippie
minorias e expressividades, comunicando sua liberdade através da moda, com looks e performances extravagantes, dentro de clubes como Hells’s e Madame Satã, um marco para a cultura clubber no nosso país.
Ainda nos anos 90 o auge da era grunge mundial, mostrava um minimalismo exacerbado pelo mundo, dentro de camisas de flanelas e peças monocromáticas. Isso para o clubber, foi o start para um contraponto de ideias, surgindo o movimento “Club Kids”, um grupo da cidade americana de Nova Iorque que influenciou a moda, linguagem, música e principalmente, a vida urbana. O visual club kid, era marcado pela androgênia, exagero através de looks com saltos, plataformas, roupas de vinil, coturnos, glamour e muita teatralidade na forma de agir.
Desse movimento surge a ramificação “Cybermanos”, vindo das periferias para ocupar as pistas. O visual era mais pesado, inserindo pircings e roupas consideradas futuristas, bermudas, bonés de couro,
5 @MOSCAREVISTA
KNTXT, São Paulo, Arca, 2021
no underground, o movimento black reinava, resgatando uma moda de grandes clubes dos anos 80 em Berlim
sneakers, peças camufladas, mochilas, bolsas transversais, calças de vinil, monstrando a característica da era do Cybermanos, regada a grandes marcas de roupas como A Mulher do Padre, Zapping e Triton, que ditavam as tendências moda na época.
Nos anos 2000, a moda foi influenciada pelos festivais mainstream. No Brasil, o festival Skol Beats emergia para moda mini saias, óculos grandes, piercings e tatuagens. Já no final dos anos 2000 o mesmo festival que virou, Skol Sensation implantou a moda das festas temáticas, com o uso obrigatório de roupas brancas. O underground, nessa época era impulsionado pelo electro house com um resgate new wave anos 80, muito neon, headbands, óculos wayfarer, camisetas estampadas com frases e imagens clássicas reinava na moda.
Quando a moda clubber chega em 2010, vimos a explosão do EDM e uma emersão de vários festivais pelo planeta, com tecnologia e pirotecnia. As roupas chegam com um conceito de conforto e estilo fantasiosos,
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roupas curtas, biquínis, chapéus, coroas de flores e bota de cano alto se tornam padrão de festas eletrônicas. Em contraponto no underground, o movimento black reinava, resgatando uma moda de grandes clubes dos anos 80 em Berlim. Roupas esportivas ou largas entraram dentro de uma paleta minimalista com muito preto, jaquetas pesadas, androginia, coturnos altos e um conceito apocalíptico adornando o estilo.
Chegando na era atual temos um grito de liberdade, a moda na música eletrônica da liberdade para você ser quem você quiser.
Em festas undergrounds temos muito inspiração no movimento club kids com uma pitada de expressionismo, dentro de performances em cima do palco e no público. Em outras frentes do underground vemos uma invasão e inspiração da moda mainstream dos anos 2010, com um toque de tecnologia e futurismo. O que está em alta em todos os gêneros é a sustentabilidade, closets compartilhados e brechós tomam conta da pistas e da moda clubber
7 @MOSCAREVISTA
ORIGEM DO TRANCE
Na década de 60, vários jovens dos Estados Unidos se uniram para formar o principal e mais influente movimento de contracultura da história, o movimento hippie. A filosofia dos hippies era do amor livre, do respeito à natureza, do pacifismo e de uma vida mais simples, sem preocupações consumistas. Em busca de liberdade e novas experiências, os hippies se espalharam por várias regiões do mundo. Um destes locais acabou sendo a praia de Anjuna, em Goa, na Índia.
Além dos nativos e dos hippies, muitos artistas da Europa e da América do Norte começaram a se instalar em Anjuna. O resultado foi uma mistura única de culturas e tribos na região. Em 1968 começaram a fazer festas na praia trazendo a cultura do dos anos 70, com Jimi Hendrix, Pink Floyd e Janis Joplin como trilha sonora. Já nos anos 80, foram introduzidos equipamentos eletrônicos vindos da Europa, surgindo assim, nessas festas os primeiros Djs em Goa, a cidade do trance.
A cena era formada por DJs da França, Itália, Alemanha, Holanda e Suíça, entre outros, com o objetivo principal era obter uma música rara, que soava o mais psicodélico possível.
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Um dos artistas mais marcantes no movimento foi Gilbert Levey, mais conhecido como Goa Gil, que na época percorria a Índia interessado pelo esotérico, pela astrologia, yoga, tarot e magia.
Na música, começou com a guitarra e passou para os equipamentos de DJ. Descobriu que podia levar outras pessoas a um nível de consciência elevado através da música. Os nativos e visitantes estavam festejando com guitarras e discos quando Goa Gil mostrou ao mundo o resultado de sua jornada, sua magia, o Goa Trance. O som promovia a sintonia entre natureza, tecnologia e misticismo.
Depois que Goa Trance encontrou seu lugar na cena da música eletrônica, muitos novos artistas, produtores e DJs surgiram.
Após um período de ouro, entre 1993 à 1999, o Goa Trance abriu espaço para o Psytrance. O que conhecemos agora como Psytrance vem do Goa Trance, mas desenvolve um som único e complexo, com mais tecnologia.
Com novos timbres e sintetizadores, as possibilidades expandiram, dando material para o surgimento dos subgêneros Progressive Trance, Full On, Full On Morning, entre outros. Atualmente, essas festas ficaram comuns em várias regiões do mundo.
DROPS 9 @MOSCAREVISTA
REBORDOSE: MDMA
Umas das poucas coisas que podemos dizer que acontecerão com (quase) todos que usaram drogas estimulantes é a rebordose, aquele(s) dia(s) seguinte(s) em que a vida fica triste, cinza e seu corpo parece estar cobrando uma dívida do que te proporcionou no fim de semana.
SINTOMAS
Sintomas físicos como náuseas, dores de cabeça, exaustão e redução do apetite, enquanto a falta de ânimo, irritabilidade e estresse são sintomas emocionais comuns. A intensidade e duração dos sintomas vão variar. Uma pessoa pode ficar mal por vários dias por usar apenas uma dose de MDMA, principalmente se ela não se ligou nos cuidados básicos que sempre falamos aqui: hidratação, alimentação e descaso (e é claro, fracionar as doses). Enquanto outras só precisam de uma boa noite de sono mesmo que tenham passado um pouco do ponto da noite anterior.
COMO DIMINUIR OS SINTOMAS
1. Resista a ideia de usar mais drogas Pode ser muito tentador usar mais drogas ou ficar chapado novamente para aliviar os sintomas, mas isso só vai atrasar (e ainda piorar) o inevitável.
2. Saia com os amigos Às vezes, encontrar aquele brother próximo e dar boas palas (ou chorar mesmo) é o antidoto perfeito para uma recaída difícil.
3. Se alimente Nesse momento qualquer caloria é melhor que nenhuma. Você provavelmente está sem apetite e dificilmente vai querer algo realmente saudável. Aquele lanche que enche sua boca de saliva e uma coca gelada podem ser uma ótima pedida.
4. Lembre-se que é temporário Assim como o efeito das dedadas que você deu no ziplock. Então não precisa ligar pro ex ou tomar qualquer decisão importante agora.
5. Avise aos seus próximos Se for seguro, avise quem está proximo de você que você está passando por isso. Você pode estar irritado e acabar tratando alguém de uma forma que não queira. Se souberem disso podem lidar melhor com o momento.
6. E lembre-se: amanhã pode ser pior Pra quem usa MDMA e outras drogas serotoninérgicas, a terça-feira é conhecida por cobrar ainda mais pelas decisões do fim de semana.
REDUÇÃO DE DANOS
EU VEJO
AFTER THE RAVES (2016)
Plataforma: Redbull TV Duração: 8 episódios de 25 minutos
O virtuoso DJ Tommie Sunshine explora o passado, o presente e o futuro da música eletrônica. O respeitado anfitrião viaja para nove cidades ao redor do mundo para explorar a cena EDM em cada uma.
EU OUÇO
RELATOS PSICODÉLICOS (2020)
Plataforma: Spotify
Podcast que traz relatos de experiências com substâncias psicodélicas.
EU VOU
D-EDGE
Av. Mário de Andrade, 141 - Barra Funda, São Paulo - SP.
Clube que une experiências sensoriais através de luzes, design e música. antigo com pista de dança sofisticada e clima underground.
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PARAÍSOS ARTIFICIAIS (2012)
Palataforma: Globo Play Duração: 96 minutos
Érika é uma DJ que, acompanhada de Lara, vai a um festival de eletrônica. Elas conhecem Nando em uma noite de experiências que marcarão a vida dos três jovens para sempre. Anos depois, Érika e Nando se reencontram, e sentimentos adormecidos são despertados.
CORPUS CALLOSUM (JUNHO 2016)
Artista: Grouch
Dj independente, Grouch faz experimento com vários gêneros, abrangendo uma essência original e inconfundível.
CCPC GENERAL CLUB
Rua Gen. Jardim, 269 - Vila Buarque, São Paulo - SP
Clube que mistura as raízes do reggae com a tecnologia da música eletrônica em dois ambientes compostos.
13 @MOSCAREVISTA
EU
EU OUÇO, EU VOU
VEJO,
DESAPEGO, AMOR E NATUREZA
TEXTO: TATI BLANCO FOTOGRAFIA: MURILO GANESH
o início de 2017, já tinha certeza sobre o meu destino no final do ano: o festival Universo Paralello, seria a união de música boa, amigos e amor, tudo em uma praia livre para usarmos a qualquer momento durante todo o festival. O local é paradisíaco e rodeado de muitos coqueiros e vegetação. Fiquei em um casa fora do Universo Paralello para ter um pouco mais de conforto para o descanso, já que o som do festival é ininterrupto e o calor dentro da barraca te tira da cama logo cedinho, por voltas 05h30/06h.
No primeiro dia procuramos ir para a pista do 303 Stage, onde Goa Gil, um dos maiores DJs, abriu os trabalhos da melhor maneira.
Reparei na questão sonora dos DJs e produtores que estão em ascensão no momento. É possível vê-los tocar de forma criativa, com drops diferentes e uma seleção musical bem interessante.
A saga para chegar em casa contava com uma caminhada de, aproximadamente 2km até a entrada do Universo Paralello, onde pegávamos um pau de arara que nos deixava na rotatória da cidade, e então caminhávamos mais 900m. A recompensa era o silêncio e um banho para refrescar e descansar por algumas horas.
Já no segundo dia, o UP Club recebeu Cat Dealers e logo em seguida Dre Guazzelli. Durante o dia o som nesse palco era mais comercial e por volta das 20h a “technera” rolava solta até quase o amanhecer do dia.
Na minha última noite de pista, a destruição ficou por conta da brasileira ANNA, que fez o melhor set disparado do festival nos três dias que eu estive por lá. Nessa mesma noite, ainda rolou o duo Elekfantz, Flow & Zeo, Leo Janeiro e Renato Ratier. Ao som de Any Mello, o dia amanheceu mais uma vez para que eu pudesse me despedir do paraíso. Ainda deu tempo de conferir o Chill Out Stage na manhã seguinte, na melhor “vibe tranquilidade” e também dar o último abraço de 2017 em alguns amigos que estavam por ali.
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15 @MOSCAREVISTA ARRANJO
DESSA EDIÇÃO? Ouça a playlist desse zine exculivamente no Spotify! MOSCAMIX
– Nov 22)
GOSTOU
(Out
#1|nov 22
BRASILIDADE GÊNEROS NACIONAIS
Projetos III
Produção Gráfica
Mara
Finanças
Alexandre
Marketing Estratégico
Leonardo da Silva
Cor: Percepção e Tendencias
Paula Csilag
Ergonomia
Matheus Pássaro
Auresnede Pires
Projeto editorial e gráfico
Ana Xavier
Beatriz Martini
Luís Otávio
Greg Ando
Maria Clara Duarte
Tiago Perotti
ZUM ZUM ZUM
A zine Brasilidades faz parte do conjunto de 6 Zines produzidos pela MOSCA. A música faz parte da vida dos brasileiros e reflete a rica cultura do nosso país, dessa maneira, a Brasilidades mostra para os leitores os incontáveis nomes e estilos da nossa história desde o Samba ao Sertanejo. Pode até aparacer novas tendências, mas o jeitinho brasileiro de criar música reinará eternamente. Aqui você pode se aproximar dessa cena musical, ampliando seu repertório para que você possa se sentir representado tanto na cena quanto pela nossa marca.
Edição n° 1 | Nov 2022
Escola Superior de Propaganda e Marketing
Graduação em Design | DSG3A • 2022.2
Marise de Chirico
Martha Roberto
Aplicadas
Ripamonte
COMO FUNCIONA O MERCADO DE COMPOSIÇÃO NO BRASIL 02 10 DISSECANDO 08 DROPS A MÚSICA COMO ELEMENTO DA AFIRMAÇÃO DA IDENTIDADE GAÚCHA SEMENTE 12 EU VEJO, EU OUÇO, EU VOU 14 ARRANJO MÚSICA X DROGAS
COMO FUNCIONA O MERCADO COMPOSIÇÃO NO BRASIL
texto: gg albuquerque
fotografia: ricardo ramajo
Casttro e Pires são compositores que formam um mercado amplo e diverso.
Janeiro, da qual o músico teria se apropriado. “Recolhi um tema melódico que não pertencia a
MERCADO DE
ninguém e o desenvolvi”, reconheceu Donga numa entrevista muitos anos depois.
Uma frase atribuída a Sinhô, outro sambista dos anos 1920, mostra como a ideia de autoria ainda era obscura naquela época: “Samba é como passarinho, é de quem pegar”. O que o pensamento de Sinhô expressa é o fato de que se cantavam na cidade inúmeros refrães anônimos, sem que ninguém se preocupasse em descobrir seus autores e compositores.
É na década 1930, com uma nova geração de sambistas, que o estatuto do compositor vai ficando mais bem definido. É o momento em que cantores do rádio como Mário Reis e Francisco Alves passaram a Hoje os compositores brasileiros formam um mercado amplo e diverso, no qual uma música pode custar até R$ 5 mil
3 @MOSCAREVISTA
subir os morros cariocas para comprar músicas de sambistas. Os autores vendiam a música (e perdiam os seus direitos autorais) ou cediam a música para gravação, mantendo assim os seus créditos mas precisando contar com a sorte para que a música fosse um sucesso e rendesse uma boa grana em direitos autorais. Apesar da exploração e dessa instabilidade, compositores pobres e negros dos morros começaram a ver a possibilidade de ganhar a vida com sua música — eram “anteprojetos de artista”, como diria Paulo da Portela. Hoje os compositores do Brasil formam um mercado amplo e diverso, no qual uma música pode custar até R$ 5 mil. E as fontes de renda também estão mais formalizadas. Um
compositor ganha dinheiro por três vias. A mais básica é o licenciamento, quando vende a autorização para um músico gravar sua música. A outra é a exclusividade, quando um músico compra a autorização para ser o único a gravar determinada música em um período de 12 meses. E, por fim, os direitos autorais.
O músico Henrique Casttro é um dos compositores mais requisitados no Brasil atualmente. Ele é o cara por trás de hits do sertanejo como “Liberdade Provisória” (Henrique & Juliano), “Na Cama Que Eu Paguei” (Zé Neto e Cristiano) e “Sonhei Que
Henrique Casttro, autor de “Liberdade Provisória”, tocando violão em sua residência na capital de Goiás
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Tava Me Cansando” (Wesley Safadão), entre outros. Mas a vida nem sempre foi fácil. Em 2008 ele deixou a cidadezinha de Guaraí, no interior do Tocantins, e foi tentar ser famoso em Goiânia com apenas R$ 30 no bolso. Diante das dificuldades, deixou a carreira de lado e foi escrevendo músicas para outros intérpretes. Ele se associava a outros compositores e dividia o valor.
“A gente já chegou a vender músicas de 1500 reais, tipo 500 reais pra cada. Hoje em dia tem um preço já estabelecido no mercado há muitos anos. Uma liberação custa cerca de R$ 5.000 e a exclusividade, para um artista ser o único a gravar essa música, é cerca de R$ 15.000”, explica Henrique Casttro.
Apesar de ter vários sucessos na carreira, ele diz que nunca dá para saber o potencial da música quando ela é escrita. “É muito raro a gente saber se a música é hit ou não. Eu acho que a galera polui essa palavra ‘hit’ no mercado”, argumenta. “Quando a gente fez ‘Liberdade provisória’, a gente nunca
5 @MOSCAREVISTA
Henrique Casttro e Marília Mendonça na capa do single “Apartamento 119”
imaginou que ela seria o que ela é. Sabiamos que era algo diferente, uma música que tinha proposta diferente, que era diferenciada perto das outras. Mas não imaginavamos que ela seria esse estouro todo”.
Mas nem todas as regiões do Brasil possuem um mercado tão forte e estruturado como o de Goiânia, capital do sertanejo. No Recife, o músico Elvis Pires, autor de hits locais e regionais como “Só Dá Tu” e “Chupa
Músico e compositor é um “fazedor” de sucessos, entre eles o atual fenômeno “Só Dá Tu”, da banda A Favorita
Que é de Uva”, trabalha de um modo diferente. Ele é sócio da produtora RME Produções e a maioria das suas músicas é destinada aos artistas deste casting, como as cantoras Priscila Senna e Carla Alves e as bandas A Favorita e Boa Toda.
Elvis Pires doa essas músicas para os artistas da produtora, sem cobrar licenciamento ou exclusividade. Mas também doa músicas para vários artistas do brega de Pernambuco. “Doei
Elvis Pires doa essas músicas para os artistas da produtora, sem cobrar licenciamento ou exclusividade. Mas também doa músicas para vários artistas do brega de Pernambuco
música a maioria dos artistas daqui do brega. Para não dizer que doei todas, eu vendi para alguns empresários daqui. Mas foram muito poucas, quando eu via que era uma pessoa que tinha algum recurso. Mas os outros que estavam no começo de carreira, na luta, sempre doei”, conta.
Ainda assim, o compositor vendeu algumas letras para bandas de fora de Pernambuco. E emplacou hits importantes, como “Mulher Não Trai, Mulher Se Vinga”, com Aviões do Forró, e “Me Desculpa Mas Eu Sou Fiel”, uma parceria com o pernambucano Rodrigo Mell e o carioca Renato Morenno que foi gravada por Marília Mendonça em 2014. Mas diferente de Henrique Casttro, Elvis Pires não tem uma tabela de preço definida pelas suas músicas. “Não tenho média de preço. Depende da música, depende do que você sente do potencial da música. Não tem média de valor”, explica, dizendo que a música mais cara que vendeu foi R$ 25 mil, por uma exclusividade de um ano. “Mas eu não lembro qual foi a música”, ri.
O que Henrique Casttro, Elvis Pires e Praga têm em comum é misturar estratégias de mercado com questões estéticas e estilísticas. Por exemplo: por que as letras de sertanejo falam tanto sobre solteirice, romantismo e traição?
“São temas que atacam os cotidianos das pessoas. Eu acho que é por isso que dá muito certo. Quem não está em um relacionamento, está solteiro. Então esses temas acabam pegando os dois lados, então eu acho que é por isso que esse lance da sofrência faz muito barulho”, explica Henrique — que também está se lançando como cantor com a música “Tá Sofrendo Porque Quer”. Com esses temas, Henrique busca fazer músicas com as quais todo mundo pode se identificar
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A MÚSICA COMO ELEMENTO DA AFIRMAÇÃO DA IDENTIDADE GAÚCHA
“Eu sou do Sul! É só olhar pra ver que eu sou do Sul”. Sendo composta há muitos anos, a música gaúcha vem retratando nas suas letras o carinho, o amor e o orgulho do seu povo com a sua tradição. Genuinamente nossa, hoje se faz presente no cotidiano das pessoas, sendo tocada nos rádios e cultuada em festivais e entidades tradicionalistas. O drops aborda uma das formas de manifestações da cultura de um povo que valoriza a sua história e honra suas características.
A cultura do Rio Grande do Sul é composta por dois movimentos distintos, mas de certa forma semelhantes. Na música não é diferente. Os dois possuem suas próprias formas, mas referem-se a recortes da cultura popular folclórica do Sul do Brasil e, além de suas fronteiras, englobando também o Uruguai, Paraguai e Argentina. São eles: O Tradicionalismo e o Nativismo.
As músicas gaúchas são variações de canções que animavam as danças de salão centro-européias no século XIX. A valsa, a polca e a mazurca, foram adaptados para ritmos como vaneira, chamamé, milonga, e rancheira, por exemplo.
O estilo engloba temas como a terra, o chão, os costumes e o cavalo. As letras giram em torno das origens da identidade e a sensação de perda com as mudanças sociais e históricas, tendo como protagonista o Gaúcho. O ritmo genuinamente da região Rio-Grandense é o “Bugio” (ou bugiu), que surgiu em 1928, nas produções do gaiteiro “Neneca Gomes”, Wenceslau da Silva Gomes.
A música tradicionalista está sempre buscando a rima num arranjo muito acertado com as melodias, criando entre letra, música e dramatização, uma dinâmica que rebusca origens e paixões. O estilo musical gauchesco possui também uma formação harmônica/melódica
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complexa, tornando-se difícil de ser interpretada em alguns casos, por outros grupos ou músicos que não possuem ligação direta com a nossa cultura.
A música nativista é um dos gêneros mais representativos da identidade da Região Sul. Tal qual as canções tradicionalistas, ela enfatiza o amor pelas tradições como o ser gaúcho, o campo, o cavalo, os valores, e a culinária regional.
Ela é lenta e intimista e busca a valorização da cultura. Entre os pontos de maior divergência estão o passado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e a influência espanhola dos países vizinhos, já que o nativismo pode falar, por exemplo, da tristeza de um soldado que lutou nas guerras históricas dos estados e recebeu cicatrizes em vez de medalhas, como na música “Sabe, Moço”, cantada por Leopoldo Rassier.
O nativismo faz-se sentir especialmente na história dos povos ou grupos que foram colonizados e sentem que a cultura dominante se opõe ou sufoca a sua própria identidade. Dentre os principais destaques da música nativista está a Califórnia da Canção Nativa, que surgiu na cidade de Uruguaiana, em 1971. O evento foi criado por um grupo ligado ao CTG Sinuelo do Pago. O movimento reacendeu o orgulho nativista Rio-Grandense, e impulsionou diversos outros festivais no Estado.
9 @MOSCAREVISTA
DROPS
fotografia: ricardo ramajo
DISSECANDO
SEMENTE
(2005)
Semente, semente, semente Semente, semente
Se não mente fale a verdade De que árvore você nasceu?1
1. Diálogo entre a Terra e a Semente
Semente, semente, semente Semente, semente Se não mente fale a verdade De que árvore você nasceu?
De onde veio De onde apareceu Porque que o meu destino É tão parecido com o seu?
2. chuva representa os momentos ruins
Eu sou a terra Você minha Semente Na chuva2 a gente se entende É na chuva que a gente se entende Oh Semente!
Semente, Semente, Semente Semente, Semente
Se não mente fale a verdade De que árvore você nasceu?
Semente, semente, semente Semente, semente Se não mente fale a verdade De que árvore você nasceu?
Semente eu sei Tem gente que ainda acredita E aposta na força da vida
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3. sol representa os momentos bons
E busca um novo amanhecer Lá vem o sol3 Agora diga que sim Semente eu sou sua terra Semente pode entrar em mim...
Semente, Semente, Semente Semente, Semente
Se nao mente fale a verdade De que árvore você nasceu?
Semente, semente, semente Semente, semente Se não mente fale a verdade De que árvore você nasceu?
4. Atingir seus objetivos e manter seus valores como pessoa.
Se conseguir Aquilo que você quer E conseguir manter A nobreza de ser quem tu é4 Tenha certeza Que vai nascer uma planta Que a flor vai ser de esperança De amor pro que der e vier Oh Mulher!
Semente, Semente, Semente Semente, Semente Se nao mente fale a verdade De que árvore você nasceu?
Semente, Semente, Semente Semente, Semente Não mente!
11 @MOSCAREVISTA
DISSECANDO
EU VEJO
2 FILHOS DE FRANCISCO (2005)
Palataforma: Globoplay. Duração: 132 minutos.
A história de Francisco, um homem simples, pobre e dedicado, cujo sonho era ver os seus dois filhos se tornarem estrelas da música sertaneja e que se esforçou ao máximo para que isso se tornasse realidade para a família.
EU OUÇO
AO VIVO NO OLIMPO (2002)
Palataforma: Spotify e Deezer
Ao Vivo no Olimpo é um álbum do Grupo Revelação, lançado em 2002. Foi o álbum mais vendido na categoria de samba no ano de 2002, em cerca de 700 mil cópias, rendendo um disco de platina duplo.
EU VOU
VILA DO SAMBA
Rua João Rudge, 340, Casa Verde.
A Vila organiza uma programação voltada à exaltação dos sambas de raiz com artistas, compositores, cantores e mestres de bateria das escolas cantando em seu palco.
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ONDA BOA COM IVETE (2022)
Palataforma: HBO Max. Episódios: 5
Ivete Sangalo recebe Gloria Groove, Armandinho, Vanessa da Mata, Carlinhos Brown, Agnes Nunes e Iza para uma conversa intimista e a produção de cinco músicas inéditas.
DUDU PURCENA
Palataforma: Youtube
O ex-cantor independente, Dudu, comanda um podcast que aborda assuntos sobre o cenário sertanejo no Brasil. O ouvintes relatam que o podcast é conhecido por falar a verdade com propriedade sem se esconder dos fatos.
FESTIVAL FORRÓ DA LUA CHEIA
Atinópolis-SP Hotel fazenda vale das grutas
O Festival Forró da Lua Cheia é um festival multicultural de imersão que nasce de uma festa junina entre amigos e cresce como forte movimento cultural alternativo.
13 @MOSCAREVISTA
EU VEJO, EU OUÇO, EU VOU
MÚSICA X DROGAS
texto: vinicius jacobson ilustração: jean campos
Atenção! O Ministério da Saúde adverte: Drogas e Música não combinam! Pois é, esse é um assunto muito delicado e que deve ser lido com carinho. O efeito da droga sobre o trabalho de qualquer pessoa é extremamente prejudicial não só a saúde, mas como também à carreira. Vamos focalizar mais a relação dela na música. Relação essa que a priori é perigosa para qualquer iniciante e por que não, os que estão na crista da onda.
Quem já não escutou por aí, um artista ou grupo cair no ostracismo de uma hora pra outra? Muitas coisas são levantadas, mas no final das contas, as drogas é que levaram eles para esse caminho tortuoso.
O que me deixa mais estarrecido nesa história é o fato de algumas bandas, que têm uma legião de fãs, usem as músicas para fazerem apologia das drogas. Ao meu ver, o artista que se droga não tem sensibilidade o suficiente para a música, pois música é amor, e drogas é apenas uma opção de vida. E não pensem que as drogas estão associadas somente ao Rock N`Roll.
E por falar em Rock N`Roll, certo dia, navegando pela Internet, me deparei com uma série de opiniões de pessoas acreditando que o Rock, sem as drogas, não teria nomes como Jim Morisson, Jimi Hendrix, Kurt Cobain, entre outros. Eles achavam que a música desses famosos eram idolatradas por uma legião de admiradores, só porque eles davam um “tapinha”. Eles podem ter sido grandes músicos, mas jamais as drogas influenciaram para que o tipo de som produzido fosse algo diferente e encantador. Muito pelo contrário. Hoje eles não estão mais aqui para mostrarem suas habilidades na música. E sabem por que? Exatamente isso que você pensou: a overdose de drogas acabou com a vida desses talentos artistas.
Todos nós temos que entender que Drogas e Música são coisas completamente diferentes e jamais podem se combinar. Música é arte e cultura. Faça música e trilhe sua carreira na mais absoluta transparência. Não deixe se influenciar pelas más-companhias e críticas a sua pessoa. Você não será um “babaca” se não usar drogas. Utilizem a música como um dom recebido e suficiente para que se sintam bem e façam este mundo um pouco melhor. Você que se espelha num Bob Marley ou em qualquer artista que nos deixou por causa das drogas, aí vai um recado: Teríamos ganho muito mais, “nós e eles”, se a droga não tivesse feito parte de suas vidas. Imagine só se ainda tivessemos um Hendrix hoje em dia. Não é verdade?
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15 @MOSCAREVISTA ARRANJO
DESSA EDIÇÃO? Ouça a playlist desse zine exculivamente no Spotify! MOSCAMIX
– Nov 22)
GOSTOU
(Out
GUITARIA ROCK | PUNK | ALTERNATIVA #1|nov 22
Projetos III
Produção Gráfica
Cor:
Paula Csilag
Ergonomia
Matheus Pássaro
Auresnede Pires
Projeto editorial e gráfico
Ana Xavier
Beatriz Martini
Luís Otávio
Greg Ando
Maria Clara Duarte
Tiago Perotti
ZUM ZUM ZUM
A zine Guitaria faz parte do conjunto de 6 Zines produzidos pela MOSCA. A Guitaria tem como principal objetivo resgatar todos os gêneros do rock brasileiro, que vem desaparecendo nos últimos anos, também visamos a inclusão de mais pessoas nessa cena musical que tanto precisa dessas pessoas. Aqui você pode se aproximar dessa cena musical, ampliando seu repertório para que você possa se sentir representado tanto na cena quanto pela nossa marca.
Edição n° 1 | Nov 2022
Escola Superior de Propaganda e Marketing Graduação em Design | DSG3A • 2022.2
Marise de Chirico
Mara Martha Roberto
Finanças Aplicadas
Alexandre Ripamonte
Marketing Estratégico
Leonardo da Silva
Percepção e Tendencias
14 08 02 10 12 DISSECANDO DROPS EU VEJO, EU OUÇO, EU VOU ARRANJO EM GOIÂNIA NEM TUDO É MÚSICA ELES ODEIAM GENTE COMO NÓS O ROCK MORREU O ROCK E SUA VERGONHA
O ROCK E SUA VERGONHA
textO: fred di giacOmO fOtOgrafia: camila cara
O Rock como um genêro velho e chato
hil Anselmo (ex-vocalista do Pantera) fez uma saudação nazi e chocou o mundo gerando uma série de discussões sobre o heavy metal ser ou não um gênero musical reaça. Me lembrou de uma entrevista do Seu Jorge que dizia que “rock não é um gênero pro negro”. Lembro que depois dessa entrevista, muitos brancos quiseram ensinar pro negro Seu Jorge como o rock havia sido criado por negros como Chuck Berry e Little Richard e eletrificado pelo negro Jimi Hendrix. Teve até gente que desenterrou a única grande banda de hardcore negra (Bad Brains) e os roqueiros do Living Colour para ensinar ao Seu Jorge o que ele seria incapaz de aprender com a experiência.
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Quando eu era um moleque rebelde que morava em uma vila pobre e me achava o lumpemproletariado em pessoa por ter menos grana que meus coleguinhas de escola, eu julgava que o rock era a música da rebeldia, a trilha sonora da revolução.
Do alto da sabedoria da minha adolescência, eu achava que quem ouvia pagode, axé, sertanejo, funk e outros gêneros populares era ignorante. Eu também decidira que a música clássica branca e o jazz negro, que papai ouvia em casa, eram um saco, música chatíssima. Portanto, além de libelo libertário, o rock era um símbolo de alta cultura, letras elaboradas e complexidade musical. Eu não tinha dúvidas que Max Cavalera devia ser um músico melhor que João Gilberto. E não sabia que traduzindo as letras do AC/ DC ou do Elvis eu ficava com algo próximo de um funk carioca falando sobre rebolado,
3 @MOSCAREVISTA
ELES ESTAVAM ERRADOS, CLARO, MAS EU TAMBÉM ESTIVE A MAIOR PARTE DA MINHA VIDA
A Banda sepultura ajudou a desenvolver o rock nacional
sapatos de azul camurça, “pegar garotas”, “comer garotas” e outras grandes questões filosóficas da humanidade. Também não fazia ideia que que as músicas dos Sex Pistols ou do Green Day eram muito mais fáceis de tocar que os solos do Chimbinha. Para mim, o rock era uma forma de religião e salvação. Especialmente o punk que era a coisa mais próxima do rap que um jovem branco poderia alcançar. O punk era o rock feito por suburbanos rebeldes, uma trilha sonora perfeita para minha vida de adolescente sofredor. Antes de descobrir o punk, eu até gostava de coisas que meus pais ouviam em casa como Caetano, Gal, Pena Branca & Xavantinho, Adoniran e Luiz Melodia. Depois, passei a achar toda a MPB cafona, atrasada, piegas e ultrapassada.
A crítica de rock da época, que eu lia avidamente, pregava a mesma coisa. O grande André Barcinski não tinha saco para a “bunda-molice da MPB”, Alvaro Pereira Jr, que escrevia na Folhateen e hoje é editor do Fantástico, dizia que as ÚNICAS coisas boas já feitas no nosso país eram Racionais, Mutantes e Sepultura. Detonar Caetano Veloso era moda desde a chegada do rock dos anos 80 e continua sendo o mote principal do, hoje senhorzinho, Lobão. Caetano, Gil e cia eram “afeminados”, “atrasados”, tinham “sotaque” e faziam um som “pobre”. A bossa nova era chata.
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Chico Science amado por uns odiado por outros
Eu gostava de Chico Science, mas meus amigos roqueiros o desprezavam. Bons para meus colegas juvenis eram Guns, Aerosmith, Metallica, Oasis, Pearl Jam, Offspring… No máximo o “pop rock nacional” (que muitos críticos brasileiros também desprezavam) de Legião, Raimundos e Charlie Brown Jr. Minha primeira resistência a esse pensamento foi o contato com o rap. Meus amigos roqueiros , mesmo os que moravam na quebrada, achavam Racionais uma merda. Eu achava foda. E ouvia, também, Planet Hemp, Sabotage, Thaíde e Dj Hum, Câmbio Negro e De Menos Crime. Vendo que tipo de colega ouvia cada coisa, rap era som de preto e rock de branco. Quando os Racionais sacanearam o Guns e o Barão em “Qual mentira vou acreditar” a coisa ficou explícita. Quando entrei na faculdade, encontrei muita gente que também gostava de Chico Science. Lá eu não precisava ter vergonha dos discos de Mangue Beat. E as pessoas também ouviam coisas que meus pais gostavam: Tim Maia, Jorge Ben, Cartola, Gilberto Gil… Todos negros! E até Caetano Veloso era apreciado, o com seu cabelo black power, seu sotaque baiano, seu jeito feminino, suas músicas “devagar”. De repente, percebi que até os anos 80, o pop nacional era cheio de mulheres, negros, andróginos, pobres, nordestinos e gays. Os músicos vinham da Bahia, Pernambuco, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais… e não só de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio, como as bandas de “pop rock” oitentistas.
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Os ritmos não eram só rock (apesar de existir muito rock, funk e soul), mas, também, samba, baião e forró, etc. Tudo aquilo que eu havia aprendido que era cafona, brega, velho e ruim era, simplesmente, brasileiro. Já o rock nacional dos anos 80 passou anônimo para o mundo, apesar de ser vendido como revolucionário por aqui. E, de moderno, ele nem tinha tanto já que as referências estavam muitos anos atrasadas.
Acho que foi um processo que rolou na indústria cultural de uma forma geral, não só na música. Quem questionar esse ponto, por favor, liste 10 frontmans de bandas nacionais de repercussão dos anos 80 que eram negros ou nordestinos. Escrevo isso como alguém que ainda se considera um “roqueiro”. Que ama bandas, discos e clipes de rock. E que sabe que nos anos 90 a coisa ficou mais diversificada por aqui. (Se você pegar os anos 80 inteiros só vai encontrar o Renato Rocha, baixista da Legião, e o Clemente, vocalista do Inocentes, de negros no rock. Nos 90, tem a galera da Nação Zumbi, Planet, Rappa, Gangrena Gasosa, Funk Fuckers, Devotos, entre outras.)
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MINHA TESE AQUI É DE COMO O ROCK NACIONAL DOS ANOS 80 DEIXOU A MÚSICA BRASILEIRA MAIS “BRANCA” E “CARETA”
O pop nacional dos anos 60/70 tinha um pouco mais de “diversidade”
Os ritmos nacionais foram reabilitados pela geração 90, mas não dá pra negar que, hoje, o “roqueiro true” é um tiozinho trancado em seu mundinho, acreditando que só aqueles 4 acordes são bons. Se isso é ruim quando vemos a polêmica em volta do vocalista do Pantera, no caso do Brasil é patético. Estamos idolatrando pastiche ruim de coisas que foram relevantes lá fora anos atrás. Se eu tivesse que escolher entre NXZero e Céu, Tihuana e Racionais ou Jorge Ben e Capital Inicial, nem preciso dizer de que lado ficaria. Amo meus discos, amo o punk rock, faço meu filho dormir ouvindo Sepultura, mas não posso negar que Seu Jorge estava certo e que os críticos de Phil Anselmo estão certos. O rock se tornou um senhor branco, arrogante, machista,conservador e bunda mole. E, no Brasil, a partir dos anos 80, ele ajudou a nos fazer ter vergonha da nossa cultura, dos nossos cabelos e dos nossos sotaques. Rock é legal, mas não é a música das “elites intelectuais do mundo” como gostaríamos de acreditar. E além do seu cercadinho de solos distorcidos e roupas pretas, existe uma tonelada de cultura e diversidade para ser escutada e descoberta
Clemente (liderando os Inocentes), um dos poucos negros do rock nacional dos anos 80.
7 @MOSCAREVISTA
EM GOIÂNIA, NEM TUDO É MÚSICA
A cidade de Goiânia há aproximadamente 10 anos, deixou de ser vista apenas como a capital do sertanejo nacional, e o rock independente é observado bem de perto pelas principais produtoras brasileiras e até internacionais. É o caso do Boogarins, banda de maior destaque dos últimos anos, na capital.
Se fora de Goiânia o rock local é consagrado, como será que as bandas locais observam a cena local, os festivais, as casas de shows e qual a relação dos músicos com as produtoras que organizam a maioria dos grandes eventos da área. Fósforo Cultural, A Construtora Música e Cultura, Tilt Suburbano, Two beers or not two beers Records e Taboo Produções são algumas das produtoras de eventos que frequentemente realizam festivais e shows espalhados por Goiânia, além disso, casas noturnas como Diablo Pub, Metrópolis Retrô e Loop Estúdio também apresentam bandas quase semanalmente.
Apesar da realidade aparentemente efervescente, a maioria das bandas locais lutam para tocarem seus projetos para frente. Poucos são os casos de bandas que conseguem ensaiar sem ter que bancar dos próprios bolsos os horários em estúdios particulares. Musicalmente, muita coisa acontece, mas na maioria das bandas há mais o prazer de tocar música do que preocupação com a carreira. Bandas como Boogarins, Black Drawing Chalks e Cambriana são exceções. A realidade das outras bandas passam amplamente pelo lucro zero, ou pelo prejuízo que o sonho de ter uma banda proporciona.
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É mais vantajoso tocar em festivais de grandes produtoras ou em casas noturnas?
A grande maioria das respostas partiam de duas perspectivas, o artístico e o lucrativo. Os shows em casas noturnas proporcionam um lucro para as bandas, uma porcentagem da bilheteria vai para o cachê dos integrantes. Nos festivais o público é maior, mais diversificado, porém a grande maioria das bandas tocam sem qualquer ressarcimento. Segundo Guilherme Augusto, vocalista e guitarrista em dois grupos goianos, a maioria das bandas acabam por conta das dificuldades financeiras que os integrantes passam para continuar tocando.
Sob essa perspectiva, a cena rock’n’roll de Goiânia ainda vive totalmente independente sem apoio ou profissionalismo. O papel das produtoras acaba sendo o de lançar as bandas em seus eventos e festivais, e o das bandas é de “se virarem”, literalmente, para conseguir despontar. O cenário local tem aparecido com bandas de muita qualidade, na vontade de puramente “mandar seu som”
DROPS
DISSECANDO
Eles odeiam gente como nós
(2021)
Tanto me falaram pra eu me aquietar E coisas que eu devia esconder ¹ Não deve ser difícil ser inofensivo Dar a outra face pra bater
1. Mostra o quanto a sociedade reprime quem é LGBT+ fazendo com que esconda seus sentimentos
2. Fala sobre o perigo de se declarar como LGBT+ por conta da intolerância existente na sociedade
Mas eu não aguento mais O tempo não é de paz Pra quem aprendeu a ver ²
E quem não viu que a porta do inferno abriu E eles odeiam gente como nós E o calafrio que hoje você sentiu É o medo que faz a gente mais veloz
Tanto nos disseram: Isso vai passar Que é coisa para o tempo resolver E todo o dia a morte testa a minha sorte Mas eu não sou um bicho fácil de abater
Mas eu não aguento mais O tempo não é de paz Pra quem aprendeu a ver
E quem não viu que a porta do inferno abriu E eles odeiam gente como nós ³ E o calafrio que hoje você sentiu É o medo que faz a gente mais veloz
Muito mais veloz
Eu matei meus medos e os enterrei Sem olhar pros lados cavei, cavei ⁴ Eu matei meus medos e os enterrei Sem olhar pros lados cavei, cavei, cavei
E quem não viu que a porta do inferno abriu E eles odeiam gente como nós E o calafrio que hoje você sentiu É o medo que faz a gente mais veloz
E quem não viu que a porta do inferno abriu E eles odeiam gente como nós E o calafrio que hoje você sentiu É o medo que faz a gente mais veloz
4. Ensina como não ter medo de ser quem você realmente é e ignorar o que a a maioria diz
11 @MOSCAREVISTA
EU VEJO
O barato de Iacanga (2019) Plataforma: Netflix Duração: 93 minutos
Os participantes relembram vários festivais realizados em uma fazenda no Brasil, durante os anos 70 e 80, que se transformaram em celebrações musicais libertadoras.
EU OUÇO
Vou Ter Que Me Virar (2021) Fresno
O álbum reforça a identidade da Fresno ao mesmo tempo em que os consagra como uma banda completamente liberta do nicho do emo
EU VOU
Madame Satã
R. Conselheiro Ramalho, 873 - Bela Vista, São Paulo - SP
EDM e rock tocados por um DJ em prédio antigo com pista de dança sofisticada e clima underground.
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Time Will Burn (2016)
Plataforma: YouTube Duração: 80 minutos
Com o país livre da ditadura militar, a chegada da MTV, a multiplicação dos fanzines e o crescente interesse do público por novas sonoridades, bandas tomam a cena de assalto e convertem o rock nacional em uma encruzilhada indie com infinitas direções.
RockCast: Uma viagem no mundo do rock (Março 2021) Plataforma: Netflix
Neste episódio do podcast faremos uma viagem no mundo do rock nacional
João Rock Festival
João Rock é um festival brasileiro de música. O evento é voltado principalmente ao rock, rock alternativo, pop e heavy metal.
13 @MOSCAREVISTA
EU VEJO, EU OUÇO, EU VOU
A MORTE DO ROCK
textO: tOny aiex
ilustraçãO: cristianO siqueira
e tempos em tempos escutamos a clássica frase: “O rock morreu”.
É claro que o estilo já passou por altos e baixos e sempre se manteve relevante, mas não se pode negar que ele nunca esteve tão em baixa no Brasil, principalmente no que diz respeito ao mainstream.
Alguns fatos que deixam isso bem claro são a ausência absoluta de músicas de rock na lista das mais tocadas do ano das rádios, já há alguns anos, ou nas listas do Spotify, bem como o fim de vários festivais de grande porte majoritariamente formados por bandas de rock que atraíam milhares de pessoas.
O fim da MTV Brasil como ela era e até mesmo a sempre polêmica escalação de artistas para o line-up do Rock in Rio também atestam uma dura e triste verdade: O rock and roll tem se tornado irrelevante para uma boa parcela da população do país.
É claro que a crise das gravadoras e a readequação da indústria musical frente aos novos formatos de distribuição e consumo de música também foram agravantes, mas por que então vemos uma ascensão de artistas de outros ritmos que parece não ter fim? Por que vemos surgir cada vez mais artistas do sertanejo, funk, pop e até mesmo dj’s movimentando milhões de reais com shows sempre lotados, clipes, gravações de DVD, aparições na mídia e alcance internacional, e o rock continua restrito e não desperta mais o interesse dos jovens como tradicionalmente sempre o fez?
O rock não tem lá muitos fãs hoje em dia. O que temos em peso são fãs de bandas antigas de rock, mas pouquíssimos fãs de rock, e isso está ajudando a “matar” o estilo. Um bom indicativo é a programação mensal dos bares e pubs de rock da sua cidade: se você procurar, boa parte dela será de bandas cover, e os flyers de divulgação nem mostrarão os músicos, mas sim fotos das bandas clássicas. Em muitos casos, o Rock virou um tiozão rabugento e conservador que não permite que nada novo surja.
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15 @MOSCAREVISTA ARRANJO
DESSA EDIÇÃO? Ouça a playlist desse zine exculivamente no Spotify! MOSCAMIX
– Nov 22)
GOSTOU
(Out
MANDRAKA FUNK | RAP | TRAP #1|nov 22
ZUM ZUM ZUM
A zine Mandraka faz parte do conjunto de 6 Zines produzidos pela MOSCA. A Mandraka busca reunir uma série de conteúdos sobre as cenas do Rap, Trap, Funk e da música de periferia como um todo, falando dos bailes, raves, paredões, das revoadas e de toda a cultura musical das favelas. Aqui você pode se aproximar dessa cena musical, ampliando seu repertório para que você possa se sentir representado tanto na cena quanto pela nossa marca.
Edição n° 1 | Nov 2022
Escola Superior de Propaganda e Marketing
Graduação em Design | DSG3A • 2022.2
Projetos III
Marise de Chirico
Produção Gráfica
Mara Martha Roberto Finanças Aplicadas
Alexandre Ripamonte Marketing Estratégico
Leonardo da Silva
Cor: Percepção e Tendencias Paula Csilag Ergonomia Matheus Pássaro Auresnede Pires
Projeto editorial e gráfico
Ana Xavier
Beatriz Martini
Luís Otávio
Greg Ando Maria Clara Duarte Tiago Perotti
@EUSOUAMOSCA 10 12 14 16 02 DISSECANDO: DROPS EU VEJO, EU OUÇO, EU VOU ARRANJO SLIPMAMI E SEU FLOW CARTA PARA AMY O FUNK, A MODA, E AS MARCAS É CRUCIAL QUE O RAP FALE DE AMOR
É CRUCIAL QUE O RAP FALE DE AMOR
Isto é uma defesa às lovesongs. (?)
sse texto nasce de uma percepção que ando tendo a tempos sobre como o Djonga retrata relações, principalmente vindo das músicas “Geminiano” e “Verdades inventadas”, tal qual virou outra coisa, mas não deixou de existir, são textos diferentes, alguma hora sai. De qualquer forma, eu percebi que era mais importante engrandecer a ideia do que ser específico e, então, eu cheguei ao amor como afeto mais potente e o rap, pra mim, o maior meio de comunicação, política e potência ativa no contemporâneo. Com isso em mãos, pedi pra bell hooks me olhar lá de trás pra ver se tô fazendo certo.
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texto: matheus morais inácio fotografia: cássio andreasi
O VERDADEIRO REVOLUCIONÁRIO É MOVIDO POR GRANDES SENTIMENTOS DE AMOR
E com bell hooks no artigo “O amor como a prática da liberdade”, explicito: “A consciência é central para o processo de amor como a prática da liberdade.” Com essa frase de bell hooks, trazse ao diálogo, duas coisas imprescindíveis a expressão do rap, a liberdade e a consciência.
E o amor? O rap é alicerce constituinte do que é o hiphop, o que eu compreendo não só como um movimento revolucionário, mas, também como uma ética de vida, um ethos, que em seu cerne, desde de sua gênese, é um movimento de contracultura a cultura hegemônica rica, eugenista e racista.
3 @EUSOUAMOSCA
O hip-hop com essa necessidade e perpetua essa afirmação. O rap é compreendido como um gênero raivoso demais, explícito demais, violento demais e essas características notadas são obviamente verdade. É tudo isso porque necessita ser, é sobre apontar o dedo na ferida pra tentar fechar a ferida ou evitar-se o máximo ser ferido, seja eu ou o meu semelhante. Comunidade. É ato puro de transpassar a sobrevivência pra escancarar como é a vivência da sobrevivência.
A batida ser parte básica do rap não é à toa. É ação de luta desde pequeno. É claro que a raiva e indignação são combustíveis. Mas, de novo: Tá, mas e o amor?
Bom, o amor tá e sempre esteve lá, vide desde o “gangsta rap”, na era de Tupac e Biggie, lembrado principalmente pela violência, gangues, drogas, denúncia num sentido geral, há algum espaço para as necessárias falas sobre amor. Mano Brown diz em entrevista que ele quer falar de amor — e fez isso bravamente em seu álbum solo “Boogie Naipe”
A ideia de que o amor significa a nossa expansão no sentido de nutrir nosso crescimento espiritual ou o de outra pessoa, me ajuda a crescer por afirmar que o amor é uma ação.
Ao mesmo tempo que conhecemos nossas necessidades materiais, também precisamos atender às nossas necessidades emocionais. O amor é uma ação. O amor é um afeto e uma ação. O amor é ativo, movimento. Há de se perceber o amor não como mágico ou resignado, é parte fundamental de qualquer luta, revolução e expressividade. Pra além da compreensão da ira como combustível motriz, o amor é tão motriz quanto.
Bell hooks, em seu texto “vivendo e amor”, dita como a expressão amorosa das pessoas pretas, desde a escravidão, vem sendo absolutamente torturada e destruída, num projeto que dura mais de séculos.
De um lado, um desencaixe, principalmente na atualidade que é clara que vivemos a era da decepção do amor romântico, esse hollywoodiano-estadunidensebranco-classe-média do outro lado, meu povo, um povo preto que que ama, mas há de ter cuidado porquê a pele ainda dói.
Interpreto a realidade e as linhas do tempo como um momento de aprendizagem. Aprendizagem essa que é sobre o que é um amor decolonizado.
O rap, como já dito anteriormente, é, a meu ver a forma de arte e revolução mais atualizada, expressiva e contemporânea.
Portanto, com todo essa potência e também poder, o rap tem, muito, que falar de amor, falar sobre amor, contar amor, cantar amor, afirmar amor. Nessa geração atual que ouvimos, há muito dessa expansão do sentimento de amor que, enfim, denota a vulnerabilidade — não fragilidade — não só como um serinstrumento-de-guerra, mas, sim, demasiadamente humano.
Transpassa o sentido de fazer “lovesongs”, pois, não só um amor declaratório e/ou romântico, mas como o afeto que nos motiva a continuar vivendo. Nunca esquecendo as lovesongs, pois, são gostosas demais.
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Compreendo o que perpassa isso em prática, em questão que falar de amor soe como uma chacota quando se tem machismo, hiperssexualização, hipocrisia e afins que vem no meio, todavia, não hei de condenar o afeto por ser afeto e sim, subverter, apontar, e revolucionar o sujeito sempre, pois “o verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor”, diz Che Guevara
7 @EUSOUAMOSCA
SLIPMAMI E O SEU FLOW
A cantora Slipmami lança sucessos desde suas primeiras aparições. O single “Acha que a vida é um morango” viralizou no TikTok e seu primeiro EP “Gostosa Posturada” com o hit “Potranca” reproduziram bem a mensagem e a estética que a carioca quer passar. Natural de Vila Urussai, em Duque de Caxias (RJ), e com vários vulgos, podendo ser chamada de Malvadeza e Trem balinha da VU, foi primeiro reconhecida como “Slipknstot”, por gostar da banda de rock Slipknot e seu trabalho com shit-rap (literalmente um tipo de rap que fala bobagens) no Soundcloud e no YouTube.
O estilo dela une referências de afropunk, sendo uma gótica suave que investe na sensualidade e cria um mix de death rock – como as botas plataforma, os acessórios como a gargantilha com spikes e os piercings – e romântico – quando combina o rosa e estampas girlie e resgata tendências dos anos 2000, com o corset e saia cintura baixa.
Hoje, a cantora assina com o selo Heavy Baile Sounds, e suas influências partem dos hits de flashback internacional dos anos 80 e 90 que cresceu ouvindo. Depois, conheceu o emocore, cujas temáticas e estéticas tipo “nerd gostosa sentimental” ainda se entrelaçam com as vivências de mulher negra.
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Apresentando uma personalidade empoderada e muito autoconfiante, suas letras causam essa “bad bitch energy”, como Tasha e Tracie, N.I.N.A e Ebony, que estão tomando conta do rap e trap nacional em 2022. Essa cena promove autoestima e sentimento de pertencimento e capacidade para meninas, principalmente as negras, sendo referência de autenticidade e postura.
Também chama atenção a forma com que Slipmami defende sua liberdade sexual e se impõe perante aos homens. É interessante como ela enfrenta o machismo muito presente no meio do rap quando declara “gosto de transar tanto quanto um homem, talvez até mais o tesão me consome” no single Me dá dinheiro ou me faz gozar, e ainda desafia “estuda anatomia se for sujeito homem”.
Ela fala explicitamente sobre sexo e desejo, coisas que são encontradas na grande maioria das músicas, objetificando o corpo da mulher e exaltando apenas o prazer masculino. Slipmami vem mostrando que muheres também gostam de gozar e podem falar sobre sexo, sem perder a postura ou ter seu trabalho desmerecido por isso.
9 @EUSOUAMOSCA DROPS
DISSECANDO
CARTA PARA AMY
(2019)
Lá vai o maltrapilho bem-vestido, mulambo perfumado Faz mais um furo no cinto, faz mais sentido Fluindo no instinto, magro e drogado
1. Gus (Black Alien)
sobre esse verso: “Não é para o Marcelo (D2)!”
Os dois foram companheiros por um período no Planet Hemp, banda que ficou célebre por defender a descriminalização da maconha.
“Muitas vezes eu vejo pseudoativistas da maconha só para se envolver com o tráfico e ficar fumando e vendendo. Estou falando para essa galera, que também entendeu o recado. Tráfico é tráfico. Não existe tráfico do bem, é um p* de um dinheiro. Agora… eu fumo? Fumo.”
Listen to the lesson, lição sem vinho tinto, mil grau Sessenta e blau o grau alcoólico do Absinto Cheiro de flamboyant no recinto e tal Também tem cheiro de inveja Boiando no assunto que nem vitória régia
E o que rege a, planejo, Deus ri, mas admira a minha estratégia Até que o significado da palavra se dilui Ainda sou o Gustavo, filho de Dona Gizelda e Seu Rui Boa ideia pra deleite da platéia Vai que vai, eu fui que fui Pego as nuvens nas mãos e torço a chuva delas Segura de baixo meu bem, é o esculacho, preparem suas umbrellas
Vencer a mim mesmo é a questão, questão que não me vence Minha cabeça falante fala pra caralho
E aí my talking head stop makin’ sense Eu vim de onde tudo é imediato, tô descalço e no sapato 1. Quando legalizarem a planta, qual vai ser o seu assunto?
Cara chato Habito as fronteiras da travessia do espelho, point of no return No confinamento as paredes são minhas páginas de cimento Babylon burn Jurei por Deus que ia acertar as contas E aí lembrei que é Deus quem acerta as contas Ele acerta no início, no meio, e no fim das contas Quem somos nós nesse mundo complicado? Danger zone, sou só mais um Sente o som e o peso da pata do pirata sem garrafa de rum (Refrão)
Mostre-me um homem são e eu o curarei You’re runnin and you’re runnin’ and you’re runnin’ away Não posso correr de mim mesmo eu sei Nunca mais é tempo demais
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Baby, o tempo é rei
Em febre constante e o dom da cura Nem mais um instante sem o som e a fúria Não posso correr de mim mesmo eu sei Nunca mais é tempo demais
Baby, o tempo é rei Se um dia a coragem foi líquida, agora ela é sólida, irmão Tenho não só que lidar com a vida Lido com ela sem pó e sem dó então Sozinho eu tô em má companhia, tá ligado Nem durmo mais tanto Linha por linha, de café e águinha Sempre hidratado pro próximo pranto
O sol nasce e eu trabalho, eu trabalho e o sol se põe Vagabundo acha que é fácil, não trabalha e só supõe Que se eu não mudar, nada muda Vários furos de brasa na bermuda, insone O ano voa, cochilo em maio Sonho com o ensaio e já tem o panetone Juventude sônica, 1% de chance, 99 de fé Minha trajetória é orgânica que nem o meu café Às cinco em ponto encontro vocês Tenho um aneurisma marcado pras seis, pontual Viciado em caos, amanhã tudo outra vez, Ritual de Lo Habitual E o que eu quero e o que eu preciso Nem se reconhecem quando se encontram na rua Faço o que é preciso, você me conhece Meu canto te encontra na rua Lá onde Kurt é rei, Rakim é deus, Nina Simone manda Extrapunk é lei, então toca o play do Black Flag na varanda
2. O refrão fala sobre a impossibilidade de existir uma pessoa que não tenha que lidar com seus conflitos internos e que não se pode correr de si mesmo, não pode fugir daquilo que faz parte da sua personalidade. O dom da cura para esse mal está presente em sua maior diversão que é fazer música, por isso ele não quer ficar nem mais um instante longe do som e da fúria extravasada em suas melodias.
Assim como todas as faixas do disco, essa fala sobre a trajetória de Gus com as drogas e a sobriedade. O nome se refere à Amy Winehouse, cantora que Black Alien é admirador. Não só como uma homenagem simples, mas também um aviso para ele mesmo do destino que poderia trilhar caso continuasse com aquele estilo de vida.
11 @EUSOUAMOSCA
CDISSECANDO
EU VEJO
Tupac Shakur: Thug Angel (2002) Plataforma: Youtube Duração: 1 hora e 32 minutos
“Thug Angel” é um documentário que vai muito além de uma biografia comum. Retrata o rapper Tupac como um ativista político cuja mensagem estava à frente de seu tempo”.
EU OUÇO
Dias Antes de Mandrake (2022)
O álbum recebe uma forte influência do funk e conta com participações como Mu540, Mc Manu do Marapé, Wall Hein, Caio Passos e Marcelle Boladão.
EU VOU
Baile da DJ $ophia
“O Baile da DJ $ophia chega para quebrar barreiras por ser um evento de uma mina preta nova da cena do Hip Hop, e que ao mesmo tempo está no Rap, mas se conectando a galera do Trap Funk” conta a DJ.
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Sintonia (2019) Plataforma: Netflix Duração: 3 temporadas
Sintonia traz as histórias de Doni, Nando e Rita e apresenta a dinâmica das organizações criminosas nas periferias, problemas sociais referentes à favela e traz também um olhar intimista sobre os jovens músicos que ascendem no funk e conquistam a fama.
Mano a Mano Plataforma: Spotify
O Mano Brown, um dos artistas mais relevantes da música brasileira, traz convidados diversos para um papo reto e sem filtro.
Baile da DZ7 Baile funk
Baile que começou há mais de 20 anos na comunidade de Paraisópolis, extremo sul de São Paulo.
13 @EUSOUAMOSCA
EU VEJO, EU OUÇO, EU VOU
O FUNK, A MODA, E AS MARCAS
texto: rayane moura fotografia: cássio andreasi ilustração: mano lima
funk vem ditando a moda dentro da quebrada e isso não é de hoje! Em meados de 2010 nascia em São Paulo o funk ostentação, vertente do funk que falava sobre superação financeira e citava diversas marcas de luxo de roupas, carros e acessórios. Com isso, diversas marcas, como a Lacoste, se tornaram sonho de consumo nas quebradas do Brasil. Marcas como Tommy Hilfiger, Adidas, Lacoste, Eckō Unlimitede Oakley se tornaram sinônimo de ostentação entre os funkeiros. Elas foram citadas milhares de vezes no funk, além de terem se tornado parte do kit essencial dos quebradinhas. Mesmo influenciando muita gente a usar tais roupas, raramente as marcas reconheciam o trampo dos funkeiros e raramente rolava um patrocínio, permuta ou contrato de publicidade. Essa tendência de falar de marcas de luxo continua em alta e segue influenciando a galera a também querer portar uns kits caros.
Ter uma juju ou um mizunão de mil não é considerado apenas ostentação, mas também uma forma de superação, para mostrar que de alguma forma a “favela venceu” e pode ter peças feitas para pessoas ricas. Oakley é a cara do funk, Juliet é a cara do funk e ao invés de se juntar com o funk e o rap, querem se desassociar da periferia.
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15 @EUSOUAMOSCA ARRANJO
DESSA EDIÇÃO? Ouça a playlist desse zine exculivamente no Spotify! MOSCAMIX
– Nov 22)
GOSTOU
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