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um brinde a nossa nova geração
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revista Andiroba tem o prazer de receber você aqui, em nossa primeira edição. Queremos começar nossa amizade com um imenso brinde. Um brinde a você, que vive buscando – e aqui vai encontrar, pode ter certeza – fonte de conhecimento sobre sustentabilidade. Um brinde à todos aqueles, das mais diversas idades, estilos e ambientes, que vibram junto com a gente agora, formando uma imensa nova geração. A revista Andiroba tem o prazer de se apresentar! Podemos dizer que ela chegou para despertar reflexões sobre coisas aparentemente simples, como o nosso jeito de viver, sem impor nada, mas compartilhando consciência de maneira prática e acessível. Hoje em dia a vida está corrida? A revista Andiroba se compromete a representar um estilo de vida sustentável inédita, ampliando a compreensão do meio ambiente, sempre em sintonia com os valores fundamentais da Natura. Nós enxergamos a humanidade e a natureza como coisa só, e abordamos a diversidade das pessoas e dos pontos de vista como fonte de riqueza e de vitalidade. Nós, da revista Andiroba, prezamos também pela liberdade de pensamento, isenta de qualquer manipulação ou preconceito. A informação é o principal combustível para as transformações que você leitor, ao nosso lado, vai continuar fazendo no mundo, em cada nova edição. Começando por esta que você tem em mãos agora. Boa leitura.
Escola Superior de Propaganda e Marketing Curso de graduação em Design com habilitação em comunicação visual e ênfase em Marketing Turma DSG 3A 2020/2 Projeto III (Cultura e informação) Marise de Chirico Comunicação e linguagem II Celso Alves Cruz Marketing II Neusa Santos de Souza Nunes Produção gráfica Mara Martha Roberto Cor e percepção Paula Csillag Projeto editorial e gráfico Alexia Lima Dantas de Souza Daniella Yukari Adachi Hirata Flávia Martins Freitas Marco Bartholomei Lo Schiavo
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colaboradores
Angela Britto Nossa colunista além de jornalista é também professora de yoga e ativista vegana. “Estou há 17 anos sem comer carne. Uma decisão ética por amor aos animais. De bônus, ganhei mais saúde e paz interior.”, conta. Para ajudar na conscientização, também dá palestras e consultoria sobre veganismo e dá dicas para quem pensa em um dia se tornar vegano.
David Zee Nosso colunista, além de jornalista, é também oceanógrafo. David enxerga a sustentabilidade como possível a partir de novas posturas sociais e instrumentos urbanos que possam mudar o cenário da qualidade do meio ambiente. Engajado na temática sustentavel, participa também da ong Defensores da Terra.
Maria Ritta Formada em licenciatura em Design de Moda e em Fotografia, nossa produtora de imagem é a fotógrafa em Mas que rico desperdício. Suas formações resultaram nas bases de seu trabalho atual: “sou fotógrafa e foco o meu trabalho sobretudo na área de moda”.
Ricardo Perini O fotógrafo da matéria Futuro está nas folhas estudou fotografia de arquitetura e foi professor assistente em cursos em Nova York. Ele brinca com sombras e silhuetas, com luzes e cores e transporta qualquer um ao momento registrado em sua.fotografia.
Chiara Gadaleta Embaixadora do projeto EcoEra, a nossa colunista se transformou em sinônimo de sustentabilidade e consumo consciente no Brasil. Chiara é stylist e consultora de moda, e une a sustentabilidade com a profissão: “se tudo começou com o apego às matérias-primas, um feeling de que desperdiçar era uma espécie de crime, logo se revelou maior”, conta.
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sumário 10
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Etê
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Manioca
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Oka
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Xer - apé
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Aoba
16 Soluções sustentáveis
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Iracema
24 Futuro está nas folhas
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Yawara
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Nhe
40 O pão antigo de todo dia
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Iandê
48 Indispensável descartável
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Moendy
56 Criatividade sustentável 64 Mas que rico desperdício 78 Aquarele seu verão 84 Moda e consumo
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Nátaly Neri
Larissa Vaiano
Cerrados
A Youtuber com 717 mil inscritos no seu canal, Nátaly Nari te apresentará uma vida repleta de sustentabilidade e abrirá sua mente em relação ao moviento vegano, femnista, racial e lgbtq+ (youtube. com/@nátalyneri).
A Youtuber com 124 mil inscritos no seu canal, Larissa Vaiano te apresentará dicas sutentáveis e de como lidar com os males do dia a dia, além de posicionamentos em relação ao movimento feminista e lgbtq+ (youtube.com/@ larissavaiano).
O Podcast Cerrados te contará histórias inspiradoras de diversas pessoas que vivem para conservar a savana mais biodiversa do mundo, o Cerrado. Apresentado por Mara Régia, jornalista e apresentadora do programa Natureza Viva da Rádio Amazônia (spotify.com/@cerrados).
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Curta essa com Zac Efron O ator Zac Efron roda o mundo com o guru dos superalimentos Darin Olien em busca de formas de viver com saúde e sustentabilidade. Gênero: Documentário Direção: Zac Efron
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Okja Um imenso animal e a menina que o criou se veem no fogo cruzado entre o ativismo animal, a ganância empresarial e a ética. Gênero: Ficção Direção: Bong Joo Ho
Ser tão velho cerrado
Princesa Mononoke
Este documentário retrata o impacto ambiental e social no cerrado brasileiro, que sofre com desmatamento intenso Gênero: Documentário Direção: André D’Elia
Um príncipe sofre com uma maldição e parte em busca da cura. Ele acaba indo parar no meio da batalha entre uma cidade mineradora e os animais da floresta Gênero: Animação Direção: Hayao Miyazaki
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#NãoVolte: o mundo de antes não era o ideal Para Rodolfo Sirol, a economia verde é o único caminho possível para as empresas Texto Rodrigo Sirol Fotografia Sushobhan Badhai
Para o presidente do conselho da Rede Brasil do Pacto Global, Rodrigo Sirol, a economia verde se apresenta como único caminho possível para o setor empresarial, e para a sociedade, no médio e longo prazo. Como sei que na internet as pessoas costumam ler o primeiro e segundo parágrafos, decidi deixar esta mensagem já na primeira frase deste artigo. Não temos mais tempo. Precisamos reduzir, urgentemente, as emissões de gases de efeito estufa, que encontram-se em níveis alarmantes – mesmo considerando a inusitada diminuição no mundo de 6%, em média, por conta da pandemia. Nossa geração, como nenhuma outra, tem sentido os efeitos das mudanças do clima. Os últimos cinco anos foram os mais quentes da história das medições, chuvas com volume assustador, com impactos na infraestrutura e nas vidas das pessoas, secas, aumento no nível dos oceanos, incêndios, entre outros eventos extremos, tornam-se cada vez mais comuns. Recentemente, a Rede Brasil do Pacto Global realizou uma discussão de alto nível, com presidentes de empresas e dois especialistas internacionais sobre clima, Johan Rockström e Pavan Sukhdev. Segundo Rockström, a conclusão científica é que o planeta se encontra na era Antropocena, o que significa que a interconectividade entre as mudanças ambientais, do clima, doenças, instabilidades sociais, mudanças financeiras é extremamente elevada, veloz, provocando impactos em grande escala. Nesse sentido, para reduzir os efeitos constantemente registrados da incapacidade de prevenção, nos resta a oportunidade de seguirmos
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para a adaptação, direcionando nossas decisões para a sustentabilidade. Aqui, considero as decisões que incluem as dimensões, ambiental, social e econômica, juntas, pois acredito que são indivisíveis. No Brasil, temos atualmente um cenário muito preocupante por conta das queimadas. Essa situação aflige a todos nós e tem impactado fortemente a nossa imagem no exterior, com
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Precisamos reduzir, urgentemente, as emissões de gases de efeito estufa, que encontram-se em níveis alarmantes Rodrigo Sirol A economia verde se apresenta como único caminho possível para o setor empresarial, e para a sociedade
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potencial para prejudicar consideravelmente as empresas brasileiras que atuam em outros países e nossa velocidade de desenvolvimento. Assim, vejo uma mobilização da sociedade muito mais expressiva e o setor empresarial preocupado com a Amazônia, motivado pela sustentabilidade, mas também pela competitividade brasileira. Ações colaborativas que geram alianças empresariais para a preservação desse ecossistema tão relevante para nosso planeta, ou iniciativas estruturantes como a da b3, que lançou um índice esg, que utiliza critérios ambientais, sociais e de governança na seleção das empresas que compõem a carteira, e que está buscando atuação em mecanismos como “ títulos verdes”, são sinais claros da preocupação com a emergência climática e com abordagens sistêmicas adequadas. Com a força que o movimento esg ganha entre os investidores, gestão da sustentabilidade passou a ser, de fato, parte essencial da análise de performance empresarial. Neste ano, a maior gestora de fundos do mundo, a Blackrock, informou que incluiu métricas esg, transversalmente, em todas as suas avaliações de risco dos fundos
que integram sua carteira. Importante sinal tem sido dado por órgãos reguladores brasileiros, a exemplo do Banco Central, que tem reconhecido a questão climática como risco ao sistema e à política monetária. Anunciou, recentemente, incentivo para as finanças verdes e para a concessão de crédito de acordo com premissas sustentáveis. Uma das principais medidas e com efeitos mais imediatos será a obrigatoriedade para as instituições financeiras de adoção do reporte nos moldes do Task Force on Climate Related-Disclosures, o tcfd. E as empresas precisam responder a estas transformações, para que continuem competitivas e presentes no mercado. O Pacto Global lançou no ano passado uma iniciativa nesta linha, pedindo que as empresas estabeleçam um compromisso público de diminuir as emissões com base em critérios científicos em um nível que limite o aumento da temperatura da terra em 1.5 °c. Como diz uma das peças da campanha que acabamos de lançar, #nãovolte a esquecer que um amanhã melhor é uma construção coletiva. Não podemos voltar às práticas que só prejudicavam a sociedade e o planeta. Podemos usar a pandemia como um marco de transformação e caminhar juntos e juntas na direção dos ods, com foco na ação. De acordo com Rockström, em entrevista à Exame, o que está em risco, neste momento, não é o planeta, que se adapta a novos contextos, mas sim a vida humana. Para a humanidade continuar a existir, todas as pessoas precisam se transformar em administradores planetários.
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Soluções sustentáveis Brasileiras dividem suas experiências nas redes sociais para guiar quem pretende ter uma vida mais simples e consciente Texto Esmeralda Santos, Gabriela Teixeira e Maria Clara Serpa Fotografia Karla Brights
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Ao se tornar mãe, Gabriela Miranda passou a repensar suas escolhas de compras
De olho no futuro A ânsia de comprar um enxoval imenso para bebês começou a ser questionada pelas amigas Gabriela Miranda, 42 anos, e Luanda Oliveira, 38, quando se tornaram mães – a primeira tem três garotas; a segunda, um menino. “Sempre fui ligada na questão do lixo e da reciclagem. Comecei assim esse caminho da sustentabilidade. Quando meu filho nasceu, há três anos, foi o chamado definitivo para praticar aquilo em que acredito”, conta Luanda. Processo semelhante se deu com Gabriela logo após o nascimento da primogênita, em 2011. Inicialmente, ela buscou alternativas ecológicas para conter os descartes, como o uso de fraldas de pano. “A maternidade revelou a urgência de construir alternativas mais justas para o planeta”, diz. Com a pauta do consumo rondando a vida delas há anos, a dupla de Belo Horizonte decidiu dar um passo além das atitudes individuais e criou a marca Círculô (@usecirculo). Com o objetivo de desmitificar a ideia de que sustentabilidade não é acessível, elas propõem um sistema de aluguel e reutilização de roupas infantis. Devolvem o pacote (que será cuidado antes de chegar a outra família) e recebem as próximas peças. Além do aluguel de roupas, sugerem abandonar o preconceito sobre compras de segunda mão ou revenda – isso contribui com o planeta e reduz os custos para outras mães. O que não serve mais deve ser doado, mas esse hábito saudável não pode ser consequência de uma compra excessiva de itens desnecessários ou em grandes quantidades.
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Melissa Volk provoca consumidores a ampliar o repertório para emigrar dos produtos convencionais
Luanda Oliveira se deu conta da urgência da sustetabilidade quando se tornou mãe
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Transição sem modismo A publicitária Melissa Volk, 47, deu uma grande guinada profissional em 2016, após 25 anos de carreira. “Convivi com familiares sofrendo com problemas de saúde e percebi que meu tempo era valioso para gastar em um trabalho de que não gostava mais. Resolvi sair da agência”, conta. Pouco depois, recebeu o convite para organizar a parte de moda da Virada Sustentável. Foi um momento que inspirou a fundação do Slow Market Brasil (@ slowmarket_br). feira itinerante de marcas brasileiras sustentáveis de vários segmentos. O objetivo é levar conhecimento para provocar os consumidores por meio de rodas de conversa e palestras. Em 2018, foi criado o Slow Market Beauty, movimento que prega a ritualização das rotinas de beleza, com cosméticos mais limpos e redução de excessos. Agora, o evento contará com edições virtuais. Entre as novidades está o Slow Market. Lab, área voltada às resenhas em vídeo para que o público conheça as características de cada produto. “O problema no consumo é o excesso: coisas que usamos muito e acumulam química no corpo ou poluem o planeta. Não é sobre um batom que você passa vez ou outra”, explica. Para que a transição seja efetiva, Melissa defende a experimentação. “Como há variedade, recomendo testar opções, começando com a mais parecida com o item que você já usava para ir, aos poucos, se acostumando com os produtos mais ecológicos.”
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Foi bom perceber que eu não precisaria parar de comer o que gostava Carla Candance
Durante a adaptação à dieta vegana, Carla Candace precisou adaptar o paladar a novos sabores
Revolução pelo prato A fotógrafa Carla Candace, 26 anos, ofereceu certa vez manteiga vegana para um amigo provar. Para surpresa dele, o sabor era fiel à versão com ingredientes de origem animal. “Fomos distanciados da alimentação saudável. É mais fácil abrir um pacote e comer em vez de pensar”, explica a baiana de Itacaré, que segue a dieta vegana há cerca de quatro anos. O primeiro contato dela com tema foi ao assistir ao assistir ao documentário americano Terráqueos – Faça a Conexão (2005), que mostra os bastidores da pecuária. “Fiquei mal com as cenas de crueldade e cortei a carne”, explica ela. No perfil @carla,candace no Instagram, compartilha receitas e informações sobre o movimento. A redescoberta do paladar é ponto importante. “Foi bom perceber que eu não precisaria parar de comer o que gostava.” Carla destaca a variedade de ingredientes brasileiros, que vão de óleos naturais, como o de coco d e dendê, até a variadas opções de frutas, legumes e grãos que protagonizam suas criações, Carla se denomina “afrovegana”, fazendo um recorte racial nesse movimento que muitas vezes fica limitado à classe média alta branca. “Sabemos que o foco são os animais, mas vemos a reprodução do racismo quando ele se torna algo inacessível a população negra e pobre e também quando explora produtores negros”, conta.
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Mãe de duas crianças, Nicole Berndt incluiu a família toda a missão de reduzir o lixo
Questão de família
Os dados me fizeram perceber que o futuro que tanto sonhava para a minha família estava em risco Nicole Berndt
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Era 2016 quando a teóloga e designer de moda Nicole Berndt, 41 anos, ouviu falar pela primeira vez do movimento zero waste (termo em inglês para lixo zero). Em busca de alternativas naturais para tratar um problema de saúde, ela esbarrou nas estatísticas sobre a produção mundial de lixo. “Os dados me fizeram perceber que o futuro que tanto sonhava para a minha família estava em risco”, lembra. Ela logo apresentou as informações ao marido, Paulo, e o casal firmou o compromisso de reduzir ao máximo a produção de resíduos em casa. Com dois filhos pequenos, Nina, 5 anos, e Theo, 10, o objetivo parecia desafiador. Gradualmente, vieram as adaptações, como encontrar produtos sem embalagem. Além disso, ao notar uma lacuna de informações em português sobre o tema, criou o blog Casa sem Lixo (@casasemlixo no instagram), onde a jornada dos quatro é registrada. Nicole também usa a plataforma para sanar dúvidas de quem quer adotar o mesmo estilo de vida. “Sempre digo que é para ir devagar, escolhendo mudanças palpáveis até que elas se tornem hábitos. Talvez comigo tenha acontecido com maior rapidez porque o ‘bichinho’ da sustentabilidade me picou muitas vezes, mas a transição é mais duradoura e saudável quando acontece com os pés no chão.” Para ela, as crianças aprendem melhor dessa forma. “Hoje elas lidam de maneira natural, se orgulham de sermos uma casa sustentável e falam sobre isso com os amigos”, conta
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A iogurteira que não precisa de eletricidade Antes dos iogurtes, vieram as abelhas. E antes da YogurtNest houve uma colmeia Texto Rita Dantas Ferreira Fotografia Ana Jervis
Miguel Leal era biólogo na Câmara Municipal de Gaia e apicultor nos tempos livres. Construía colmeias sustentáveis, sem desperdícios de madeira, mas também fazia iogurtes em casa, na Bimby. Um dia, decidido a criar uma versão “acessível às massas” e ao mesmo tempo amiga do ambiente, pegou numa colmeia, encheu-a de serradura e improvisou uma iogurteira. A serradura acabou por se revelar um problema, por fazer muito barulho ao bater na caixa e não ser lavável em caso de leite derramado, mas fez-se luz quando deu lugar à cortiça. “Passei de uma peça que podia vender aos amigos para uma que já vendeu centenas”. Extraída do sobreiro, a cada 9 anos, sem que a árvore ou a sua longevidade sofram com isso, é a cortiça que confere ao YogurtNest a sua “magia”, atuando como excelente isolante térmico no seu enchimento, e possibilitando ser usado em todas as suas funções. A cortiça é um material Português, natural, vegetal, compostável, biodegradável, anti-fúngico, impermeável, leve, hipoalergénico, resistente ao fogo. O sobreiro (Quercus suber) é a árvore nacional e pode ser encontrado desde Portugal até ao Extremo Oriente, mas apenas por cá e pelos países mediterrânicos se consegue extrair cortiça, de qualidade, que tem vindo a ser usada, pelo homem, ao longo de milhares de anos, para a criação de uma infindável variedade de ferramentas e adornos, desde o revestimento das naves espaciais ao guarda-chuva. Quando trocou a serradura por cortiça, Miguel Leal trocou também a madeira por tecido (e
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O Light Charcoal Baby é um YogurtNest em algodão Denim Cinza-claro, a lembrar algumas tonalidades deixadas no carvão vegetal
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Passei de uma peça que podia vender aos amigos para uma que já vendeu centenas Miguel Leal ganhou uma sócia, Ana Jervis). É por isso que a YogurtNest parece um saco, embora seja uma máquina 100% natural. Dentro do saco, cosido à mão na zona de paredes, está o enchimento de grãos de cortiça que permite, graças às suas propriedades de isolamento térmico, que o leite que entra quente saia transformado em iogurte. Os passos são apenas três: aquecer a bebida (vegetal ou animal), juntar a bactéria do iogurte em frascos de vidro, pô-los dentro da iogurteira e esperar seis horas. Ao contrário das outras que existem no mercado, a YogurtNest não é feita de plástico, não se parte, é ecológica e ainda pode ir para todo o lado, te acompanhando onde quer que você vá. Há mesmo uma versão com alças, para transportar, e duas opções de tamanhos: a grande, que faz até três litros e meio de iogurte e pode ser usada também para levedar a massa do pão ou terminar cozinhados em slow cooking, e a pequena, que faz metade da quantidade e funciona também como mala térmica para levar para o trabalho.O tamanho ideal independente da sua ocasião. Se o que acontece dentro dos frascos durante as seis horas de espera é uma festa bioquímica, por fora também não há monotonia: em lã, linho ou algodão, há iogurteiras com riscas iguais às das barracas da praia ou a robustez das capas de burel. No total são 18 modelos, sendo que todos podem ser usados para fazer diferentes tipos de iogurte, sem aditivos nem açúcar, e sobretudo para reduzir o número de embalagens consumidas em casa e diminuir o consumo e a produção de lixos. Mais ecológico era difícil.
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Futuro está nas folhas Inédito tecido de folhas é destaque em móveis criados por designers brasileiros Texto Sharon Abdala Fotografia Ricardo Perini
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mbientes estéreis e frios, nos quais a tecnologia e a Entre elas, pode-se destacar a versatilidade de robótica ganham campo em detrimento ao elemento uso e a textura da folha curtida, que em nada deve natural e humano. Se este cenário, à lá “2001: uma ao couro de origem animal. Seu diferencial em Odisséia no Espaço” é o que vem à mente quando relação a ele, no entanto, é escalonado devido à você pensa em futuro, saiba que está enganado. Pelo menos é o sustentabilidade que envolve seu processo proque apontam Mauricio Noronha e Rodrigo Brenner, designers à dutivo. “Não usamos metal pesado em nenhum frente da Furf, estúdio de design que levou o nome de Curitiba tipo de processo de todos os produtos da empresa. para o mundo ao assinar projetos que rompem o status quo e Os agentes curtentes são todos orgânicos. Para angariam os mais importantes prêmios internacionais do setor. o acabamento, há uma camada de proteção em Um material alternativo ao couro animal feito a partir de folhas de poliuretano proveniente do petróleo, que estamos orelha de elefante, planta comum à flora e aos jardins brasileiros. tentando mudar, já num futuro próximo, para um Batizado de beleaf, o material foi desenvolvido pela empresa pu vegetal”, conta Eduardo. fluminense Nova Kaeru e reveste o estofamento das duas banquetas Assim como o couro animal, as folhas podem ser e do banco que compõem a coleção “Outono”, assinada pela Furf. tingidas em diversas tona À isso acrescenta-se o “Este material é fascinante, pois une o melhor da inteligência apelo estético do biotecido, que mantém o desenho humana à inteligência ancestral da natureza. e veios das folhas com o objetivo de reforçar Desenhamos os móveis com a intenção de mostrar aos cria- que se trata de um material vegetal. “Isso é o dores e ao mundo o potencial dele”, explica Rodrigo. “Ele é mais legal, pois é a folha. Não precisou triturar, poético, mais humano e mais acolhedor. E isso combina muito estampar ou fingir que ela tem uma textura que mais com o futuro do que uma coisa fria. Percebemos o futuro não é a dela”, aponta Rodrigo. Segundo Eduardo, como uma mistura entre ele, o passado e o presente. O futuro é o o beleaf, também é tão resistente e hidrofugado natural-industrial. E é essa a combinação que está aí [na ‘Outono’ (resistente à permeabilidade da água) quanto o e na beleaf,]”, acrescenta Mauricio. couro bovino. A diferença, neste caso, é que para O tecido produzido a partir das folhas tem na figura de Eduardo hidrofugar o couro geralmente é necessário o uso Filgueiras, fundador da Nova Kaeru, seu idealizador. O mate- de metais pesados, o que não ocorre com a folha, rial, inclusive, pode ser entendido como uma evolução natural que naturalmente tem um grau de permeabilidade do trabalho pioneiro de curtimento orgânico de peles exóticas, muito baixo – fato que é potencializado em seu com destaque para o couro de pirarucu, realizado pela empresa processo de transformação no biotecido. há mais de 20 anos.“Dentro desta perspectiva de trabalhar com “Ele não perde em nada para o couro animal”, produtos não convencionais, que agregam beleza, sofisticação e, avalia Eduardo. “É um material melhor, mais principalmente, sustentabilidade, fomos buscando novos materiais sustentável e mais poético do que o que temos e chegamos na transformação das folhas em um produto que tem hoje. Por isso é o material do futuro”, acrescenta características similares a do couro animal”, conta Paulo Costa, Mauricio. “Desde o começo, ficou bem claro que diretor da Nova Kaeru. iríamos desenhar móveis [com o beleaf], pela
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Estes móveis são mais um fruto da obsessão da Furf em criar produtosmanifesto para a ampliação de consciência. Uma injeção de otimismo: juntos, é possível desenhar um amanhã melhor
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Fomos buscando novos materiais e chegamos na transformação das folhas em um produto que tem características similares a do couro animal Paulo Costa visibilidade e o chamariz que o mobiliário tem no mundo do design”, lembra Rodrigo ao contar sobre o processo que levou ao desenvolvimento da “Outono”. Como o acabamento do biotecido, utilizado para o revestimento do estofado, é feito à mão, os designers da Furf optaram por uma base em aço reciclado para a estrutura (que não leva acabamento de tinta) como forma de representar a dualidade das peças, marcadas pela união das técnicas artesanais e industriais. O desenho, que traz seis pernas (ao invés das tradicionais três ou quatro comuns aos bancos e banquetas), também surpreende e não está li por acaso. A intenção, segundo Mauricio e Rodrigo, é a de que ele remeta à uma espaçonave em processo de decolagem, ao mesmo tempo em que lembre o caminhar de um inseto. “Este projeto é sobre dualidades. Uma provocação para o início de uma nova era, de um novo olhar para os materiais [e processos] que realmente sejam tecnológicos e sustentáveis”, resumem. *Apesar de muito similar ao couro de origem animal, o biotecido feito a partir de folhas não pode ser categorizado como couro. Isso porque, segundo a lei federal n° 4.888, de 1965, tal nomenclatura só pode ser atribuída a “produtos obtidos exclusivamente de pele animal.” O beleaf venceu o prêmio de Melhor Material Natural na Feira de Couro Ásia Pacífico, Hong Kong, onde apresentaram no formato da folha. A manta do produto, foi produzida especialmente para a coleção “Outono”, que trará os primeiros produtos de design fabricados com o material.
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Com Outono inicia-se um novo capítulo na história. Une o melhor da inteligência da mãe Natureza com a criatividade humana. Uma nova possibilidade sustentável
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Andiroba, o que é, para que serve e como usar Seja o fruto, semente e folhas, tudo se pode aproveitar da Andiroba Texto Tatiana Zanin Fotógrafo Fabrício Nascimento
A andiroba, também conhecida por andiroba-saruba, andiroba-branca, aruba, sanuba ou canapé, é uma árvore de grande porte cujo nome científico é Carapa guaianensis, que chega a atingir 30 metros de altura. O fuste (parte que vai do solo aos primeiros galhos) é cilíndrico e reto. A casca é grossa, tem sabor amargo e desprende-se facilmente em grandes placas, possuindo aplicação na marcenaria, na carpintaria e na medicina popular. Copa de tamanho médio e bastante ramosa. A inflorescência é uma panícula (espécie de cacho). As flores são pequenas, de cor amarela, creme ou vermelha., O nome deriva de ãdi’roba, termo tupi que significa “óleo amargo”, numa referência ao óleo extraído das sementes da planta. É reconhecida oficialmente pelo Ministério da Saúde do Brasil como possuidora de propriedades fitoterápicas. É originária da América Central, América do Sul, Caribe e África tropical. No Brasil, ocorre em toda a Bacia Amazônica, principalmente em regiões de várzeas e áreas alagáveis ao longo dos igapós. Também é encontrada desde o Pará até a Paraíba O fruto da andiroba, quando cai no chão, abre e libera de 4 a 6 sementes, em que há a extração do óleo de andiroba, que é muito utilizado em produtos cosméticos, devido à sua capacidade de hidratação, além de alguns medicamentos, já que é capaz de auxiliar no controle do colesterol e da pressão, ela também possui propriedades anti-inflamatórias, anti-sépticas e cicatrizantes, podendo ser utilizada no tratamento contra vermes, doenças de pele, febre e inflamações.
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O óleo O óleo de andiroba pode ser facilmente encontrado em loja de produtos naturais e é muito utilizado como óleo de massagem, já que é capaz de hidratar a pele e estimular a sua regeneração. Assim, o óleo de andiroba pode ser aplicado na pele pelo menos 3 vezes ao dia para que tenha benefícios.. Esse óleo também pode ser acrescentado em cremes hidratantes, shampoos e sabonetes, ajudando a melhorar o aspecto da pele e dos cabelos, reduzindo o volume, promovendo a regeneração dos fios e deixando-o mais brilhante. O óleo de andiroba é extraído das sementes de andiroba em um processo simples e o óleo possui cor amarelada e gosto amargo. Além disso, o consumo do óleo via oral não é recomendado, sendo indicado que seja acrescentado em produtos. Quando submetido a temperatura inferior a 25°C, solidifica-se, ficando com consistência parecida com a da vaselina. Também são produzidas velas, a que está no mercado é feita com o bagaço. Deve ser acesa de manhã e à tarde, na hora em que os mosquitos começam a atacar
O chá O chá de Andiroba tem poderosa ação diurética e limpa rins e bexiga, ajuda com doenças respiratórias, como a gripe, além de combater parasitas e carrapatos. Para fazer o chá de andiroba, basta colocar uma colher de folhas de andiroba na xícara com água fervente. Esperar por mais ou menos 15 minutos, coar e beber pelo menos duas vezes ao dia.
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Ă“leo de andiroba serve como repelente, trata coceiras, entre outros benefĂcios
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Terapia natural A Aromaterapia ĂŠ a terapia da natureza, venha conhecer essa poderosa medicina alternativa Texto Andrea Andreolla Borges Fotografia Magdalena Nowakowska
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romaterapia é a ciência e também a arte da terapêutica, por meio da utilização de substância aromáticas naturais, os óleos essenciais. Os óleos essenciais atuam no corpo restaurando nossas energias curativas e proporcionam o balanceamento entre corpo, mente e espírito. A aromaterapia complementa outras terapias, tanto as convencionais quanto as alternativas, que buscam a cura. A medicina aromática vem sendo utilizada desde o antigo Egito, onde mais se desenvolveu, até chegar aos dias atuais. Um grande médico, Paracelso, estudava a extração dos óleos essenciais , os quais chamava de “alma das plantas” O termo “aromaterapia” e o conceito moderno e atual foi criado pelo químico René Maurice Gateffossé (1881 - 1950), que após sofrer um acidente e queimar-se em seu laboratório e sabendo genéricamente das propriedades da lavanda, mas não tendo completa certeza do que resultaria, mergulhou os braços num barril de lavanda para apagar o fogo e com o passar do tempo viu que o liquído não apenas apagou o fogo como descobriu as propriedades dermatológicas, cicatrizantes e medicinais dos óleos essenciais. A aromaterapia baseia-se em variadas técnicas simples como inalações, massagens, compressas locais, banhos aromáticos e vaporizações nos ambientes. O s aromas ao serem exalados têm a propriedade de despertar o inconsciente das pessoas. O aroma desperta nossas emoções, pois o sentido do olfato conecta o S.N.C (Sistema Nervoso Central).
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Os óleos essenciais são substâncias complexas produzidos por todas as plantas
O que são os óleos essenciais? Os óleos essenciais são substâncias complexas ,voláteis, de fragrância variável, proveniente de folhas, flores, talos, caule, haste, pecíolo, casca, raízes, produzidos por praticamente todas as plantas.A função primordial dos óleos essenciais nas plantas é a de proteção contra pragas, doenças, como também de atração de insetos polinizadores e de outras plantas. Muitos fatores influenciam na eficácia do tratamento aromaterápico. Entre eles, se destacam a qualidade dos óleos essenciais, os métodos de aplicação e o conhecimento do aromaterapeuta. Na aromaterapia, os óleos essenciais podem ser utilizados sumariamente com efeitos psicológicos ou fisiológicos. Quanto aos efeitos psicológicos, existe a psicoaromaterapia, que estuda os efeitos dos aromas dos óleos essenciais na mente humana. Os óleos essenciais possuem substâncias odoríferas que são inaladas e estimulam nossas células nervosas olfativas. Esse estímulo é capaz de desencadear reações como a ativação do sistema límbico. Nele, são processadas as informações vindas dos terminais nervosos conectados ao bulbo olfativo. O sistema límbico está diretamente relacionado aos nossos comportamentos sociais e emoções. Ele integra informações sensitivo-sensoriais com nosso estado psíquico interno. Comportamentos emocionais
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e sexuais, aprendizagem, memória e motivação estão intrinsecamente ligados aos estímulos sensórios. Nosso corpo atribui informação afetiva aos estímulos, relacionando-os com memórias pré-existentes, o que leva a uma resposta emocional. Com o auxílio de um aromaterapeuta, os óleos essenciais podem afetar nosso humor de uma forma positiva e balanceada. O tratamento por meio da aromaterapia pode ajudar a combater insônia, estresse, ansiedade, dor, depressão, entre outras doenças e desconfortos. Além dos efeitos dos óleos essenciais na mente humana, há os efeitos fisiológicos advindos de suas propriedades bactericidas, antifúngicas e antivirais. Eles penetram com facilidade nossa membrana celular - cem vezes mais que a água - e se dissolvem nos lipídeos de nosso corpo. Muitos remédios da medicina tradicional possuem compostos extraídos de óleos essenciais, como o mentol e a cânfora. Para saber mais sobre esse tema confira a matéria: “Óleos essenciais: um guia completo”. Estudos mostram que o óleo essencial de lavanda aumenta a sonolência, melhora o humor e relaxa. Já o óleo de alecrim, por exemplo, aumenta o poder de vigilância, diminui a ansiedade e aumenta a rapidez de resposta. Há pesquisas que sugerem o uso de óleo essencial de Melissa officinalis (erva-cidreira) no tratamento para a agitação em pessoas com demência grave. Também existem estudos com o óleo de melaleuca (tea tree), que sugerem que é um poderoso antimicrobiano natural e traz diversos benefícios à saúde. Há diversos tipos de óleos essenciais, cada um com seu benefício.
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Nunca utilize os óleos essenciais puros e nem em grandes áreas sobre a pele; Gestantes não devem usar, exceto o de lavanda; Não podem ser ingeridos.
Diluir os óleos para uso da pele é mais seguro, o mais utilizado mais econômico e abrange uma área mais ampla
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Aplicações da aromaterapia Existem diversos métodos de aplicação da aromaterapia, como pulverização e difusão aérea dos óleos essenciais, inalação, aplicação de compressas, banhos aromáticos e massagens.Para cada técnica existe um modo de aplicação e uma metodologia específica. Para definir o modo mais adequado, o ideal é consultar um especialista, que levará em conta a substância utilizada, a finalidade e o histórico médico do paciente para evitar possíveis efeitos indesejados. Para conhecer outras aplicações dos óleos essenciais confira as matérias: “Conheça nove óleos essenciais e seus benefícios” e “Aprenda a preparar sinergias de óleos essenciais”. Na maioria das vezes, os óleos essenciais precisam ser diluídos em um veículo. Para isso, podem ser usados óleos vegetais, como o óleo de amêndoas doces, o óleo de semente de uva ou o óleo de coco. Raras serão as técnicas em que há necessidade do uso do óleo essencial em sua forma original. Os óleos são muito concentrados e, por isso, se aplicados diretamente na pele, podem causar vermelhidão, coceira ou fotossensibilidade. Contudo, alguns terapeutas indicam a aplicação direta em casos pontuais, outros sugerem o tratamento com bochechos e até mesmo a ingestão. A ingestão causa muitas divergências entre os profissionais da área. Mas vale lembrar que é importante fazer um teste de alergia. Diluir os óleos para uso da pele é mais seguro, o mais utilizado mais econômico e abrange uma área mais ampla. Eles podem ser utilizados em cremes, loções e aromatizadores de ambiente, muitos e cosméticos possuem óleos essenciais nas suas composições, que além de resultar no odor agrádavel, estudos confirmam que eles relaxam a mente e são excelentes para tratamento de pele, respiratórios, entre outros. Além disso, podem ser adicionados em inaladores em caso de congestionamento. Mas independentemente do método particular de aromaterapia, o importante é consultar um profissional treinado no uso seguro de óleos essenciais, pois em alguns casos podem apresentar reações alégicas ao aroma.
Cuidados com os óleos essenciais A utilização de ervas com intuitos terapêuticos é anterior a humanidade, pois os animais instintivamente sabem quais e quanto das ervas devem utilizar para melhorar seus distúrbios. Assim, através da aromaterapia e do uso dos óleos essenciais vem sendo resgatado este tipo de tratamento natural, já que o ser humano se isolou e se afastou da natureza, perdendo sua capacidade de percepção. Os alimentos nos fornecem os nutrientes, já os exercícios, os banhos e as massagens possibilitam não só manter a saúde física, mas também a mental, desta forma, o homem moderno busca uma vida saudável e feliz!
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Delicioso e saudável O açaí é muito popular pelo seu sabor, contudo ele também é o remédio natural que mostraremos a você Texto Marília Pinheiro Fotografia Thiago Campanatti
Poucas comidas são tão brasileiras quanto o açaí. Típico da região Norte do país, o consumo da polpa congelada do tipo roxo se expandiu por todo o território nacional, se tornando especialmente apreciado em cidades litorâneas. Afinal, não há como negar que um copo de açaí bem gelado é sinônimo de refrescância. Mas se o sabor era a única razão para consumi-lo, nós vamos te dar mais motivos para inclui-lo de vez na sua dieta.
É um ótimo energético
Rico em vitaminas
Rico em fibras
O primeiro ponto positivo a respeito do açaí é que ele é rico em vitaminas C e E, auxiliam na imuniade do corpo, no metabolismo de gorduras e proteínas, na produção de colágeno, melhora a circulaçao sanguínea, protegem contra os danos da radiação ultravioleta, evitam doenças como o câncer e principalmente atuam como fortes antioxidantes. Mas o que isso significa? Bem, como o próprio nome indica, essas moléculas são responsáveis por evitar a oxidação das células, e isso é feito através do combate aos radicais livres, que quando estão em excesso no nosso corpo afetam a parede celular . É importante ressaltar que esse tipo de problema tem consequências variadas, e entre elas está o possível desenvolvimento de um câncer, já que essa doença começa a partir de células oxidadas. Mas não é só. Por não estarem saudáveis, elas acabam se desgastando mais, o que gera o envelhecimento precoce. Isso sem falar que, de uma forma geral, os agentes antioxidantes fortalecem o sistema imunológico, o que deixa o corpo livre de doenças.
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Sabe aquele estereótipo de que quem come açaí também é fissurado por academia? Isso ocorre porque pessoas que praticam exercícios são adeptas do consumo dessa fruta: ela é muito calórica, o que é bom para quem pratica esportes, mas ruim para quem quer emagrecer. Se você se enquadra no segundo caso é melhor ir com calma na quantidade.
Outro grande benefício relacionado ao consumo do açaí é que essa fruta é rica em fibras. Isso significa que dá aquela sensação de saciedade que impede que a pessoa coma mais do que necessita. É por isso que muita gente substitui arefeição por um copo de açaí. Mas as fibras possuem mais uma vantagem: ajudam a regular o intestino , evitando tanto prisão de ventre quanto a diarreia. Com isso, os nutrientes são melhor absorvidos pelo corpo, garantindo que ele continue funcionando bem.
Faz bem ao coração Muita gente não sabe, mas o açaí também é um ótimo aliado do coração . Isso porque ele possui boas quantidades de antocianina, nutriente responsável pela sua coloração roxa. Essa substância evita a degeneração celular, o que por si só já impede o aparecimento de problemas cardiovasculares. Mas além disso, o açaí é praticamente uma concentração de polifenóis, que por sua vez aumentam o fluxo sanguíneo do coração, permitindo que ele continue saudável.
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Açaí na tigela se tornou comum em cidades litorâneas, o que é muito positivo, já que essa fruta traz diversos benefícios para a saúde
Ajuda no ciclo menstrual O açaí é uma fruta rica em sais minerais, possuindo boas quantidades de ferro e de fósforo. Mas é o seu cálcio que reduz os transtornos das mulheres durante seu ciclo menstrual . Isso porque ele previne sensações incômodas, como cãibras e inchaços. Mas além disso, seus outros nutrientes evitam problemas como a anemia, irritabilidade e até a arritmia.
Ajuda a tratar distúrbios Um estudo feito por pesquisadores brasileiros e canadenses, respectivamente da Universidade Federal de Santa Maria e da Universidade de Toronto, mostra que o açaí também pode combater a bipolaridade . A análise chegou à conclusão que o extrato da fruta consegue resolver uma disfunção que ocorre dentro da célula na área responsável por produzir energia para o cérebro. Além disso, a pesquisa revelou que o açaí é indicado para o sistema nervoso de uma forma geral, já que também evita o surgimento de outros distúrbios, além de reduzir a dor de cabeça.
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O pão antigo de todo dia Após décadas de industrialização da sua produção, o melhor pão que comemos não tem mais do que água, farinha e sal Texto Diogo Lopes Fotografia Mario Rolando
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arinha. Água. Sal. O melhor pão que comemos não tem mais do que isso, nem precisa de ter. Os melhores padeiros portugueses estão a voltar ao básico – e a qualidade do pão regressou aos tempos de antigamente, para felicidade de todos nós. Portugal vive uma autêntica febre do pão. A palavra “massa-mãe” já começa a entrar nas conversas do dia a dia, quase todos os meses abre uma nova padaria artesanal e até grandes marcas começam a apostar numa espécie de reinvenção da sua panificação. Diogo Amorim (responsável da Gleba, a primeira padaria deste gênero a surgir em Lisboa), Mário Rolando personagem quase mitológica na área, que inaugurou a Padaria da Esquina com o chef Vítor Sobral) e Paulo Sebastião (o mais recente padeiro artesanal de Lisboa, que abriu há poucos meses a padaria Isco) são três padeiros portugueses que estão a desbravar caminho no campo da padaria artesanal e a regressar às bases mais simples: farinha, água e sal. São também as três pessoas mais indicadas para explicar a desvalorização do pão num passado recente e a sua revalorização nos dias de hoje. “O pão é algo elementar, essencial e extremamente democrático”, diz Diogo Amorim. Durante séculos todo este status que manteve-se, mas o êxodo rural criou ritmos de vida mais exigentes e as pessoas deixaram de ter tempo para fazer o seu próprio pão. Foi assim que as padarias profissionais começaram a ganhar importância. Mas seria só nos anos 80 do século XX, com os primeiros supermercados, que a qualidade do pão começaria a
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decair. O pão teve de ser feito a maior velocidade e com garantias de resultados positivos e uniformizados. Este ritmo sufocante fez com que passassem a ser adicionados “pós e pozinhos”, diz Mário Rolando, que tornaram tudo mais simples, no mau sentido da palavra – tão simples que qualquer pessoa, mesmo que não tivesse a mínima formação na área, poderia enfiar-se numa cozinha a fazer carcaças madrugada adentro. Paulo Sebastião chama a isto “banalização do pão”. “Criou-se a ideia de que o pão tem de ser uma coisa o mais barata possível, sempre disponível.” Começou a perder-se ainda mais tradição e, por acréscimo, qualidade – nutricional e de sabor –, como corrobora Amorim: “A partir do momento em que a panificação começou a se tornar uma indústria, os bons hábitos foram-se perdendo.” Quase ninguém podia fugir do pão sem sabor, carente de mais-valias nutricionais, e que era “de tão má qualidade que rapidamente se tornava seco e desinteressante”. Mário Rolando distribui a culpa por todos: “nós, consumidores; nós, padeiros ou moleiros, fomos estragando o pão”, e ele acabou desterrado “da nossa biblioteca de sabores”.
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A partir do momento em que a panificação começou a se tornar uma indústria, os bons hábitos foram-se perdendo Mario Rolando
Broa de milho da Padaria da Esquina. Na foto ao lado, pão redondo de cerveja
A viragem
Lado a lado com a ascensão de popularidade do pão artesanal surgiu aquilo que Diogo Amorim classifica como a “demonização do pão”. A “guerra contra os hidratos de carbono” e a crescente obsessão com o glúten (nos não celíacos) surgiram como forma de manter a linha. O consumo começou a cair a pique, mas um importante fator passou ao lado de muita gente: e se todas estas coisas negativas forem causadas só, e apenas, pelo pão industrializado? As “seitas alimentares” que Mário Rolando menciona – “hoje há mais seitas alimentares do que religiosas; costumava ser ao contrário” – não ponderaram apontar o dedo aos pães sensaborões e pouco nutritivos que inundaram o dia a dia. “[O pão artesanal] é feito só com três ingredientes: farinha, água e sal”, refere Paulo Sebastião. “Se compararmos isto com o pão industrial ou das grandes superfícies percebe-se a diferença. São uns 15 ou 20 ingredientes contra três.” Depois, existe a questão da velocidade de produção. “Na fermentação lenta do pão artesanal, bactérias e enzimas trabalham em conjunto para pré- -digerir alguns componentes da massa e da farinha, tornando-os mais
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disponíveis para o nosso corpo absorver. As leveduras mais lentas têm tempo de trabalhar os açúcares (o amido) e transformá-los em dióxido de carbono. Algo que noutros pães industriais não acontece.” O que pode fazer mal não é o pão em si, é o pão mal feito. A maior atenção dada ao comer melhor acabou por ter duas vertentes: por um lado, há o costume em diabolizar o pão por ser rico em carboidrato, mas por outro deixava as pessoas mais abertas a conhecer alternativas “naturais e saudáveis”, como diz Diogo Amorim. Foi desta forma que o pão artesanal começou a dar-se a conhecer. Impulsionado pela crescente mediatização dos chefs e pelas próprias redes sociais, os apaixonados pela panificação começaram a aparecer e a trazer consigo a experiência acumulada noutros países. Diogo Amorim e a sua Gleba foram a primeira pedra no charco. No meio do marasmo, o jovem de Santa Maria da Feira decidiu arriscar e abrir uma padaria assente em boa matéria-prima. Em pouco tempo, Lisboa passou a saber de cor onde encontrar o pão de côdea rija, interior húmido e travo azedo feito por Amorim. Pão “Trigamilho” Na foto ao lado, pão rústico redondo
O que pode fazer mal não é o pão em si, é o pão mal feito Paulo Sebastião
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Um negócio de nicho
Isso não quer dizer que não existisse alguma resistência inicial. “Pão queimado” era uma expressão muito utilizada para descrever aquilo que o padeiro da Gleba fazia. Paulo Sebastião, o mais recente a entrar neste campeonato da panificação artesanal, ainda sofre do mesmo: “muitos consumidores chegam ao pé de nós, olham para o nosso pão e pensam que ele está demasiado cozido”. Isso tem uma razão de ser. Os três explicam que a côdea bem cozida é uma característica normal e é até benéfica para garantir o mais extenso período de preservação dos pães. Uma tonalidade exterior mais escura pode fazer parecer que o pão está seco, mas é precisamente o contrário que acontece. A coloração é apenas uma consequência. “Nós damos muita cor ao pão, não só por causa do sabor mas também para que a crosta preserve a humidade interior. A partir do momento em que ele sai do forno corre o risco de secar, a menos que uma côdea robusta o impeça.”, Paulo explica. “Muito do nosso trabalho nos primeiros meses foi precisamente sensibilizar as pessoas para aquilo que fazíamos.” O pão de fermentação lenta
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pode ainda não ser absolutamente consensual e é mais caro do que os industrializados, mas isso não significa que não se possa cimentar nos hábitos alimentares dos portugueses. Agricultor, moleiro, padeiro e consumidor – este sistema de quatro camadas ganhou nova dinâmica desde o momento onde tudo começa, do cereal à feitura das farinhas. Mário Rolando diz que graças a esta nova vaga de pão surgiu “uma nova geração de agricultores – o economista ou arquiteto que sai da cidade e vai para o interior – a cultivar centeio ou trigo”, por exemplo. Também alguns moleiros e moagens de média dimensão “começam a acordar com a gestão dos filhos ou netos dos donos”. Por muito que Amorim seja mais contido na sua visão do futuro, afirmando que “ninguém ficará rico com este negócio” e que ele “será sempre de nicho”, a verdade é que existem novos “pequenos negócios e explorações” e, nesse cenário, “todos acabam por ganhar” – incluindo a cultura gastronómica portuguesa, que volta a ver um dos seus elementos mais importantes a ser tratado, e confeccionado, com o respeito que merece.
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8 dicas para deixar sua casa mais sustentável A partir de pequenas mudanças no dia a dia, é possível ter uma casa mais sustentável Texto Luciana Reis Fotografia Lisa Simenz Vera
Assim como nós cuidamos do nosso lar, é preciso também cuidar do planeta! O ideal é que você, morador, pratique ações e medidas sustentáveis que te ajudem a levar uma vida mais leve e colaborativa com a natureza e o meio ambiente. Se você também acha indispensável contribuir para uma sociedade mais consciente e quer começar pela sua casa e pela rotina de sua família, saiba que há diversas formas de transformar seu lar em uma casa sustentável. Muitas dessas medidas são simples e com custos que cabem no seu bolso. Se você pensa que ter um lar mais ecológico é uma tarefa complicada e que requer muito investimento, é hora de rever seus conceitos Abaixo listamos 8 dicas verdes para você deixar sua casa mais ecológica e economizar. Confira:
Opte pelas lâmpadas de baixo consumo As lâmpadas de led custam um pouco mais, mas gastam até 80% menos energia que as lâmpadas incandescentes comuns, o que além de preservar mais evergia, a longo prazo representa uma economia significativa para seu bolso Otimize o uso da máquina de lavar Acumule diversas peças, para lavar de uma única vez, economizando água e energia. É válido também para lava-louças, ao ser utilizada cheia, em apenas um mês pode te ajudar a economizar até 400 litros de água. O mesmo serve na hora de passar a roupa Aproveite melhor os recursos naturais Apague as luzes dos cômodos durante o dia e aproveite a luz solar. Você pode estender toalhas neste sol, para aquecê-las. Pinte as paredes da casa de cores claras que oferecem luminosidade. Abra as janelas para ventilar a casa, principalmente nos dias quentes em que você usaria o ventilador
Uma vida sem lixo Guia para reduzir o desperdício na sua casa e simplificar sua vida. R$37,90
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Não deixe os aparelhos sem uso ligados na tomada Deixar o roteador de Wi-Fi, a tv, filtro, micro-ondas e outros aparelhos eletrônicos ligados na tomada consomem a energia, o modo stand by encurta a vida útil dos eletroeletrônicos. Quando for dormir, trabalhar ou até mesmo viajar desligue o que for possível da tomada. Sempre reutilize Cápsulas de café, tampinhas de garrafa pet, rolhas, pneus, garrafas, latas de atum e outros produtos que seriam descartados como lixo podem ser reutilizados e transformados em novos objetos. O que vai ajudar a extravasar sua criatividade e ainda fazer bem ao planeta. Tenha plantas em casa As plantas além de adornarem a casa, são filtros energéticos segundo o Feng Shui e também melhoram a qualidade do ar. Escolha uma adequada ao seu lar e tenha sempre em casa. Além disso, cuidar de plantas pode ser um exercício terapêutico que ocupa a mente Responsável pelo seu lixo Separe o lixo reciclável do orgânico. Se não houver coleta seletiva na sua região, descarte-o num local de coleta de lixo reciclado ou leve-o numa cooperativa perto de você. Já o lixo orgânico pode se tornar adubo. Pilhas podem ser descartadas em locais que recebem este tipo de material Faça seu adubo Faça sua própria composteira ou compre no tamanho que preferir. Descarte o lixo orgânico como restos e cascas de frutas, legumes e verduras, saquinhos de chá, pó de café com coador de papel, jornal, papelão, entre outros. Até o chorume, ao ser diluído em água pode ser reutilizado também para adubar a terra
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Indispensável descartável O descarte inadequado das máscaras está levando a novos riscos de poluição marinha Texto Marcia Lopes Fotografia Markus Winkler
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A OMS continua afirmando que as máscaras não são necessárias, exceto em casos específicos ou em áreas onde há concentração de casos
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descarte inadequado das máscaras – hoje usadas por um grande número de pessoas devido à emergência sanitária – está levando a novos riscos concretos de poluição marinha, um problema que já é bastante sério, dada a quantidade de resíduos plásticos que acabam nos oceanos todos os anos e isso somados as máscaras que se tornaram parte fuundamental da rotina diária do mundo inteiro. Durante uma viagem exploratória às ilhas de Soko, em Hong Kong, uma equipe da OceansAsia, organização para a conservação marinha, encontrou pilhas de máscaras depositadas na praia. Daí o alarme: se não forem descartadas adequadamente, esses instrumentos provocarão um forte impacto ambiental. Antes as máscaras eram pouco usadas, normalmente em hospitais e laboratórios, assim se tornando lixo hospitalar, reciclável e mais controlado, também era muito utilizada na cultura asiática quando alguém contraia uma doença respiratória, contudo ainda era pouco comparado a hoje. Atualmente, as máscaras são usadas em grandes quantidades em todo o mundo devido à pandemia de coronavírus, assim virando mais um componente do lixo doméstico e como tantos outros objetos, muitas vezes acabam se tornando lixo abandonado, esquecidos, espalhado por todos os cantos, chegando depois ao mar. Um primeiro exemplo concreto disso foi observado em Soko, um pequeno grupo de ilhas localizadas na costa sudoeste da ilha de Lantau, em Hong Kong. Atualmente, a OceansAsia está conduzindo alguns projetos de pesquisa sobre
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A maioria dessas máscaras contém ou é feita de polipropileno, que não se rompe rapidamente Teale Phelps
Se não forem descartadas de maneira adequada, esses instrumentos provocarão um forte impacto ambiental
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poluição por plásticos e, duas vezes por mês, uma equipe visita as ilhas para investigar e analisar o acúmulo de resíduos na praia. Na última expedição, a equipe percebeu o efeito provocado pela emergência do coronavírus nesses locais, não em termos sanitários, mas ambientais. Montes de máscaras se espalharam pela costa. Como declarou Gary Stokes, fundador da OceanAsia, ao Energy Live News: “Encontramos 70 máscaras descartadas a 100 metros da praia e outras 30 máscaras quando voltamos uma semana depois” Outras se encontravam na corrente e estavam prestes a chegar ao mar (o que não é surpreendente, considerando que 7 milhões de pessoas as usaram na China). “As máscaras não eram tão antigas, algumas pareciam quase novas, o que significa que elas não estão na água há muito tempo” Mas quais são os riscos ambientais? Teale Phelps Bondaroff, diretor de pesquisa da OceansAsia, explicou: “Uma máscara que venha a ser ingerida por uma tartaruga local, um golfinho-cor-de-rosa ou um boto-do-índico, por exemplo, pode facilmente ficar presa no sistema digestivo desses animais, matando-os.” Mas não apenas: “A maioria dessas máscaras contém ou é feita de polipropileno, que não se rompe rapidamente. A poluição marinha de plásticos é um problema sério. Estima-se que mais de oito milhões de toneladas de plástico entrem em nossos oceanos a cada ano. Este plástico não desaparece, mas se decompõe lentamente em microplástico, que entra nas cadeias alimentares, com efeitos devastadores”. A organização asiática nos lembra algo muito importante: as pessoas definitivamente devem ser informadas para conhecer as maneiras adequadas de descartar corretamente o lixo – tanto para as máscaras como para todo tipo de lixo doméstico – ao mesmo tempo que os governos devem prover meios para isso, tentando ainda reduzir o descarte ao máximo possível. Do ponto de vista tecnológico, cada vez mais novas invenções aparecem: das embalagens aos materiais para construção, um futuro próximo sustentável é possível.
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Como e onde descartar as máscaras? A OMS continua afirmando que as máscaras não são necessárias, exceto em casos específicos ou em áreas onde há concentração de casos, como na região italiana da Lombardia. Mas, daí a todos passarem a utilizá-las é um pulo. Segundo as orientações da OMS, a máscara, juntamente com outras medidas de proteção, deve ser usada apenas em contextos onde há uma elevada circulação do vírus. Ou seja, faz pouca diferença usar uma máscara durante uma caminhada ao ar livre e estando sozinho. Mas ter essa informação não está sendo suficiente para impedir o desperdício gerado pelo uso indiscriminado do objeto. As diferenças entre os diferentes tipos de máscaras e como descartá-las: A maioria das pessoas utiliza máscaras simples, comuns em alguns setores em que a higiene precisa ser rigorosa, como na indústria alimentícia ou de catering. Elas não servem para proteger o trato respiratório, no máximo para evitar que gotas de saliva sejam lançadas involuntariamente no ar. Já as máscaras cirúrgicas são equipamentos de proteção individual projetados para reduzir o risco de infecção entre os profissionais de saúde. Elas são úteis porque protegem contra respingos e secreções grosseiras, mas não são suficientes para proteger contra o aerossol infectado de uma pessoa contaminada. Além disso, devem ser substituídas após algumas horas. Por fim, existem máscaras equipadas com filtros, o único dispositivo capaz de oferecer proteção mais ou menos adequada, mesmo contra vírus. A eficácia da filtragem é indicada com as abreviaturas FF de P1 a P3. As FFP2 e P3 possuem uma eficiência de filtragem de 92% e 98%, respectivamente. Mas, mesmo nesse caso, após algumas horas o filtro se exaure e elas também devem ser substituídas. Em todos os casos, exceto as máscaras laváveis, esses produtos devem ser descartados todas as vezes após o uso na coleta de lixo não-classificado.
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A partir das embalagens para os materiais, um futuro próximo sustentável é possível
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A relação entre arte e sustentabilidade
Se o planeta possibilita a vida, e a vida é manifestada pela arte, é crucial falarmos de sustentabilidade Texto Jana Rosa Fotografia Christian Fregnan
Ao vivermos em sociedade e para nos entendermos, procuramos formas de nos expressar, onde a arte torna-se meio e fim para esse convívio. Estamos constantemente criando, seja um projeto, produto, evento ou momento. Esse processo de criação está ligado à nossa expressão, a formas de externalizar sentimentos, conhecimentos e desejos. Por meio de diferentes métodos e linguagens, criamos e. a esta manifestações humana, chamamos de arte. Para sustentar todas essas formas de fazer, precisamos ser. E, para ser, precisamos do planeta. Ele que nos possibilita viver, oferece recursos e matérias-primas, provê o ambiente necessário para que possamos gerar, transformar, apreciar e compartilhar arte. Quando usamos nossas mãos para criar, recriar e transformar, podemos utilizar recursos e ferramentas de forma mais consciente. Por exemplo, ao fazer nossa própria comida, tocamos e cheiramos os alimentos, sabemos tudo o que está sendo utilizado para criar aquele prato e acompanhamos seu processo de preparo. Dessa forma, iremos apreciá-lo sob outra perspectiva. Podemos reutilizar as embalagens, descartar os resíduos de forma adequada e até aprender novos jeitos para desperdiçar menos e reciclar mais. Da mesma forma, se usamos nossas mãos para modelar e costurar uma roupa, saberemos o tecido usado, sua matéria-prima, o processo realizado e, assim, iremos valorizar a peça pronta. Tudo isso colabora para termos uma relação mais próxima e sustentável com os recursos utilizados, o processo de produção e o produto final.
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Aquele objeto ou resíduo que antes era um problema, em conjunto com a criatividade pode virar uma obra de arte excêntrica e única. Além das criações novas, feitas a partir de matérias-primas, também é possível fazer arte com materiais considerados “lixo”, ou que já serviram um propósito anterior e seriam descartados. É o caso de arte com garrafas plásticas, latas, caixas, retalhos, restos de construção etc A ressignificação desses produtos ajuda o planeta e proporciona oportunidades de nos expressar também.
Consumo consciente A forma como consumimos também muda, quando aliamos arte à sustentabilidade. Temos menos necessidade de comprar coisas novas e substituir o que já temos com tanta frequência, o que gera menos lixo e reduz o esgotamento de recursos. Além disso, o consumo consciente e mais lento também encoraja a preferência por produtos artesanais, feitos por pequenos empreendedores. o que incentiva a produção local e a economia criativa. O consumo compartilhado também é uma prática cada vez mais utilizada, em que bens ou serviços são trocados, emprestados ou doados, em vez de comprados. Além de sustentabilidade, isso ajuda a fortalecer comunidades e os laços interpessoais. Possuímos, todos, a responsabilidade de colaborar para uma realidade sustentável em que vivemos. A dialética entre o hedonismo e a sustentabilidade é uma contraproposta às ordens sociais vigentes.
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Também é possível fazer arte com materiais considerados “lixo”, ou que já serviram um propósito anterior e seriam descartados Jana Rosa
Muitas práticas artísticas, como a land art, eco-arte, e arte na natureza, podem ser considerados como parte de uma mudança cultural maior
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Criatividade sustentável Até aquele resíduo que antes era um problema pode virar uma excêntrica obra de arte Texto Ademir Correa Fotografia Bruno Itan
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oje em dia, a preocupação com o descarte de materiais diversos é um assunto presente no cotidiano. A sociedade atual gera uma imensa quantidade de resíduos, e como consequência, a reciclagem se converteu em uma ação imprescindível para proteger o meio ambiente. Apresentamos o trabalho de dois artistas que reutilizam de resíduos que seriam descartados, em verdadeiras obras de arte. O artista koreano Yong Ho Ji é conhecido por seu trabalho com esculturas realistas, onde cada peça criada é de uma riqueza enorme de detalhes. Mas o que mais chama a atenção nas obras do artista é o material usado – todas as esculturas são feitas com pneus reciclados. Ji Yong Ho é um artista coreano que trabalha com escultura, pintura, fotografia, imagem e música. Instintivo, seus trabalhos são permeados por sentimento, sensação, situação acidental, inconsciência e intuição, em vez de ser racional. Ele é conhecido por usar vários recursos de reciclagem para suas obras de arte. Desde 2003, criou a série de mutantes que o tornaram um dos artistas mais influentes da Coreia do Sul. Ji Yong Ho nasceu em uma pequena vila em Chuncheon, na Coreia do Sul. Sua casa era cercada por um belo rio e montanhas. No entanto, como estava em uma vila remota, ele não teve a oportunidade de ter uma educação adequada em arte, então teve que construir tudo o que precisava. Ele costumava fazer arcos e flechas, bestas e bumerangues para caçar com seus amigos nas montanhas, desenhar em jornais ou no verso das páginas do calendário. Embora não houvesse muito papel disponível, sua mãe nunca o desencorajou a desenhar. Ao entrar no ensino fundamental, ele começou a ter aulas regulares de arte e pôde desenvolver seu talento oculto ao ganhar prêmios em competições de modelismo de aviões e montagem de robôs. Seus trabalhos já comporam várias esxposições, e muitas de suas obras estão expostas, atualmente, nas coleções permanentes do 21C Museum e do Seoul Museum of Art.
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Nesta página, obra Zebra head 11 de Yong Ho Ji. Na página ao lado, obra Shark 13 e abaixo, Lion 7
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Nesta página, obra Screaming my foot de Haroshi. Na página ao lado, obra Screaming my hand
O artista japonês Haroshi constrói esculturas de uma perfeição abismal a partir de pranchas de skate partidas. Jogando com a forma e a cor, são incríveis os resultados de anos de experiência, dedicação e uma paixão extrema a este esporte radical, Relutante em deitar fora as pranchas velhas e partidas, Haroshi começou a coleccioná-las. Daí a decidir usá-las para o seu trabalho foi apenas um pequeno passo. Hoje, elas tornaram-se o seu instrumento de comunicação e a essência da sua identidade artística. Para construir uma destas peças tridimensionais, o artista utiliza e empilha várias camadas de pranchas curvas, que divergem em forma (dependendo da fábrica, da marca e do modelo). Com experiência, Haroshi consegue hoje diferenciar todos estes tipos de pranchas.
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Marca brasileira cria moda com reciclagem
A loja Revoada cria soluções para os produtos descartados e encoraja os seus clientes a reciclarem Texto Renato Cunha Fotografia Renata de Azevedo
A marca de upcycling Revoada usa o poder do design para dar ao lixo um novo sopro de vida, criando produtos de moda como bolsas, mochilas e carteiras a partir de uma gama de materiais recicláveis incluindo pneus e guarda-chuvas quebrados. Reciclando o lixo, a empresa traz benefícios para trabalhadores de oficinas de carros, recicladores e cooperativas de costura, comprando seu lixo ou usando-o para criar novos produtos. O Brasil é o terceiro maior produtor de lixo no mundo: 200 mil toneladas são produzidas diariamente e só 3% disso é reciclado. Apesar de existir um sistema público de reciclagem nas cidades brasileiras, a maioria do lixo coletado não é comprado pela indústria ou iniciativas de reciclagem e acabam nos mesmos espaços que o lixo regular, onde ele leva ainda mais tempo para se decompor. Entre 2013 e 2016 a Revoada já reutilizou 8 toneladas de pneus e 10.000 unidades de tecido de guarda-chuvas, criando e vendendo seus produtos upcycling para pessoas e empresas que acreditam no trabalho da empresa. A Revoada está disputando com outros 27 empreendedores do mundo todo um prêmio de 1 milhão de dólares oferecido pela Chivas Venture, para acelerar seus crescimentos. “Criamos uma linha de produtos, utilizando resíduos. Câmaras de pneu e tecidos de guarda-chuva descartados, são nossas principais matérias-primas. A economia circular é a base do nosso processo produtivo. Estimulamos o consumo consciente!”, diz a marca.
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Mini-carteira/ Porta Cartões Feita com câmara de pneu comprada das borracharias do sul do Brasil. R$ 62,00
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Ecobag: Sacola Leva e Traz Ecobag feita de guardachuva. Ela vai onde você for. Pequena e grande ao mesmo tempo. R$ 58,40
Uma consultoria de vivência e troca com as empresas e indústrias para repensar a geração de resíduos, criar eco-produtos, reinventar os processos produtivos de forma circular e experienciar novas relações para um consumo mais consciente
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Mas que rico desperdício São marcas que mostram o que acontece quando a criatividade aproveita materiais que mais ninguém quer Texto Ana Dias Ferreira Fotografia Maria Rita Styling Inês Montello
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A modelo Catarina Souza usa mochila O BenefĂcio, que reutiliza peças retiradas de uma empresa de abate de carros
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Blusa Insane in the rain, feita em rpet, um material proveniente de garrafas de plรกstico, convertidas em tecidos
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As sandálias Zouri integram plásticos recolhidos de praias e borrachas que já foram boias, redes e outros resíduos ligados à pesca
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Óculos Cuscuz, que reutiliza restos de madeira. Calça e blusa da Cleonice, que tem como filosofia o desperdício zero de seus tecidos
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Sapatos Balluta, marca vegana e que tem como filosofia causar o menor impacto ambiental possĂvel
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Roupas de banho 38 graus. A marca se utiliza de lycra fabricada a partir de resĂduos encontrados no oceano e em aterros
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Casaco Näz, que utiliza tecidos ecológicos. Na página ao lado, blusa Daniela Ponto Final, que produz peças a partir de retalhos
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O que é Cruelty Free? A busca por produtos cruelty free e veganos tem crescido no Brasil, especialmente no que diz respeito aos cosméticos Texto Tuanny Fraga Fotografia Alessandro Turoni
Agora, com tanta informação disponível, as mar- Administration, órgão regulador de alimentos e cas estão precisando se adaptar para conquistar medicamentos), deixando a cargo do fabricante a preferência e, acima de tudo, a confiança dos o controle de qualidade do produto. Então, se clientes. Isso é ótimo!Com consumidoras mais você quer dar um basta nos produtos que utilizam informadas e engajadas, as empresas estão pre- crueldade animal em seus testes, além de se cisando se adaptar e abrir mão de vez dos testes certificar da presença do termo nas embalagens em animais para desenvolver métodos menos dos produto adquiridos, tenha, também, cuidado cruéis de testes. E tem dado certo, viu? No Brasil, redobrado ao comprar marcas importadas dos a legislação permite o teste em bichinhos em Estados Unidos. casos específicos, como para avaliar irritações e reações adversas na pele, nos olhos e toxicidade aguda. Mas muitas empresas nacionais têm mostrado que é possível, sim, desenvolver bons produtos com ética, responsabilidade e respeito pela vida animal.
Produto cruelty free? O termo cruelty free, que em português significa “livre de crueldade”, aparece nas embalagens dos produtos que foram desenvolvidos sem fazer testes em animais em nenhuma das etapas da produção. É importante frisar isso porque algumas empresas não realizam testes no produto final, mas ele pode ter na sua formulação ingredientes que podem, sim, ter sido testados em cobaias. Os produtos americanos merecem atenção especial, pois o país não tem uma regulamentação acerca do termo cruelty free, que vem sendo utilizado indiscriminadamente por várias empresas que, de fato, não utilizam animais em seus laboratórios, mas terceirizam os testes com outros fornecedores. Vale lembrar que o país não exige nem proíbe os testes, mas cosméticos não precisam ter aprovação da eda (Food and Drugs
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Muitas empresas nacionais têm mostrado que é possível, sim, desenvolver bons produtos com ética Tuanny Fraga
Para produtos de limpeza, aconselhamos a lista do pea para te ajudar a comprar livre de crueldade
Como ter certeza de que o produto é cruelty free Justamente por esse “detalhe” que pode confundir o consumidor, é importante sempre procurar a verificação de entidades confiáveis. A instituição Cruelty Free International criou o selo “Leaping Bunny”, uma forma de identificar na embalagem empresas comprometidas com o fim da crueldade animal e que também não negociam com fornecedores que adotam essa prática. Agora, se na embalagem aparecer um simpático coelhinho, pode ficar tranquila que este é pea (Projeto Esperança Animal), uma das principais referências de cruelty free no Brasil! A ong também atualiza constantemente no seu site a lista de empresas que não testam em animais.
A diferença entre produtos veganos e cruelty free Embora o número de veganos não seja registrado no Brasil, ao contrário do número de vegetarianos, que teve um salto histórico de 75% em relação a 2012, o levantamento do ibge que traz este dado também revela que o interesse em produtos
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veganos vem aumentando: nas capitais, 65% dos entrevistados disseram que dariam preferência a produtos veganos caso a informação estivesse mais identificável na embalagem. Nenhuma! Um produto vegano é aquele não utiliza nenhum ingrediente de origem animal na composição, o que não quer dizer que ele não possa ter sido testado em animais. Assim como o caso dos cruelty free, que não são testados em cobaias, mas podem ter ingredientes de origem animal.
Por que é importante para a indústria do cosmético? Uma das resistências que os consumidores têm em relação ao produtos cruelty free é o preço, que geralmente é um pouco mais alto que o de marcas que ainda se utilizam de testes em animais. Isso acontece porque como não são utilizadas cobaias, as empresas precisam buscar métodos alternativos de testes, ou seja, precisam investir em tecnologia e pesquisa. E é muito mais barato produzir assim. Essa é a resistência de muitas empresas, uma vez que cobaias são mais baratas que novas tecnologias, estudo, pesquisa e novos equipamentos. Há também as empresas que pensam em expandir seus negócios para a China, o último dos grande países a exigir que todos os cosméticos importados para o país sejam testados em animais. Em contrapartida, empresas mais engajadas já desenvolveram sistemas de testes in vitro. Neles, é possível reproduzir o tecido epitelial humano para testes de corrosividade, ou então, camadas de tecido ocular para testes de irritação.
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Aquarele seu verão Natura lança a linha Aquarela de maquiagem para o verão de 2020 Fotografia Flávio Dantas
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O Batom Sheer traz volume que ilumina e cor Ăşnica a cada passada, com cores novas e incrĂveis para escolher e arrasar na make
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O Palette de Sombras 12 cores Aquarela Color ĂŠ perfeito para criar um look com diversas possibilidades, com suas cores vibrantes e coringas para a make
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Já que +é+, o Batom Color Hidra FPS8 Aquarela traz mais cores, mais vivacidade, mais intensidade e mais hidratação para seus lábios. São tons vivos e intensos para usar, misturar e abusar
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Com o Delineador Color & Precisão Aquarela, você pode soltar a imaginação e apostar em diferentes tipos de traços, como o gatinho, geométrico, invertido ou qualquer outro que quiser
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Moda e consumo Repórter Annie Castro
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o final de setembro, a empresa americana de moda Forever 21 ingressou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Ao todo, 180 lojas da empresa serão fechadas e a marca prevê ainda a retirada dos mercados asiáticos e europeus. Após a notícia, muitos comentários e textos em redes sociais associaram o processo de falência da marca às mudanças no modelo de consumo, principalmente de jovens, que estariam mais atentos aos impactos socioambientais de empresas de fast fashion, uma vez que essas indústrias possuem uma cadeia produtiva que inclui emissão de gases de efeito estufa, poluição ambiental, utilização excessiva de recursos naturais, como o petróleo e a celulose, e, em muitos casos, condições de trabalho análogo à escravidão. Marina Colerato, no entanto, não enxerga as coisas dessa maneira. Fundadora do Modefica, um site produzido por mulheres e focado em discutir temas como moda, sustentabilidade, consumo consciente, meio ambiente, política e igualdade de gênero e de raça, atribui a situação da Forever 21 a um erro de negócio por parte da marca. “Não é porque as pessoas estão pensando e comprando consciente que vai fechar. Enquanto outras lojas investiam ou até mesmo abriam no Instagram, no meio online, a Forever ficou abrindo loja de concreto”, diz Marina.
Interessada em ações ambientais, Marina é formada em Design de Moda, mas sempre teve um caso sério com o jornalismo
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Falamos das empresas de fast fashions, mas o que elas inventaram foi mais por menos
Quando o Modefica surgiu e o que te motivou falar sobre moda sustentável e outros tópicos dentro do tema sustentabilidade? Começou em 2014. Eu sou formada em moda, me formei em 2009. Eu sempre trabalhei na área de comunicação. Trabalhei em fábrica, mas sempre cuidando das partes de mídia e marketing. Depois fui trabalhar com pesquisa de tendência. Sempre achei que a moda poderia ser pauta de uma forma melhor, porque era tudo sempre sobre serviço e produto. A moda tem uma complexidade enquanto indústria e organização social muito forte. Mas depois isso também coincidiu com várias mudanças da minha vida e do jeito de eu me entender enquanto pessoa no mundo. Eu percebi que queria falar de moda por uma visão que sempre tive, mas pautada também pela visão dos direitos humanos, da ecologia, pela natureza. O site não começou nesse formato que é hoje, mas desde o início tinha esse caráter de falar sobre consumo de uma outra forma. O site foi mudando bastante e a abordagem foi amadurecendo junto com o próprio debate sobre moda sustentável. A gente viu que deveria abordar outras questões também e, por exemplo, temos uma editoria de política que começou nas eleições do ano passado. Começamos a nossa linha para trazer informações de macroeconomia que entregassem uma conversa sobre sustentabilidade que fosse mais profunda, que escapasse do debate de comprar ou deixa de comprar e desafiasse o grande x da questão, que é o nosso sistema capitalista de consumo.
setores. Um iphone é lançado a cada ano e ele poderia durar anos, mas vem programado de uma forma obsoleta para durar pouco. A moda só entrou numa ideia de obsolescência que já acontecia. As fast fashions aceleraram essa ideia que era impossível antigamente devido ao tempo longo de produção, outro tipo de tecnologia, o longo período para enviar roupas por navios, por exemplo. Elas conseguiram transpor essa enorme barreira do tempo e, nisso, as pessoas passaram a comprar cada vez mais. É um volume enorme. Não tem nada que vá ser sustentável se continuarmos produzindo nesse volume tão imenso, sem se importar e atropelando pessoas no meio do caminho com trabalho escravo. Só que se formos analisar, nós começamos a perceber que a moda é só uma das várias indústrias que formam essa rede que é sustentada pelas pessoas e pelo meio ambiente para continuar produzindo um volume excessivo. Temos que ter muita clareza de como funciona a ginástica econômica. As fast fashions levaram isso a um nível nunca antes visto e as pessoas abraçaram essa ideia de que tudo pode ser produzido rapidamente e que tudo é descartável. A gente mudou e achou que roupa era uma coisa fácil de fazer, que não tinha pessoas produzindo-as em condições análogas à escravidão, não lembramos que algodão é uma fibra, que vem da produção intercalada de soja e milho. As fast fashions promoveram essa coisa do volume exacerbado, do consumo desenfreado. Mas eu acho que é uma história meio o ovo e a galinha, porque elas surgiram em um momento em que tudo já estava indo para esse modelo de consumo desenfreado.
Você poderia falar brevemente sobre qual o impacto das fast fashions e de grandes marcas da moda para o meio ambiente? Falamos das empresas de fast fashion, mas o que elas inventaram, entregaram e que todo mundo consumiu, foi mais por menos. E mais por menos cada vez em maior quantidade e cada vez mais rápido. Isso não é só a moda, isso acontece em vários outros
Saindo um pouco das fast fashions e falando do mundo da moda num todo, que impactos podemos destacar? Existem vários impactos. A emissão de gases de efeito estufa, o uso exacerbado de terra. Hoje estamos falando da devastação das florestas para gado, mas algodão no Brasil só é produzido em cultura rotativa de soja e milho, então isso está relacionado com
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Existe um caminho muito grande entre a resposta em um questionário e o que se faz na prática
“Essa floresta devastada da Amazônia vira carne e vira couro”
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o agronegócio também. No caso do poliéster, ele vem do petróleo. Hoje 8% do petróleo vai para a moda e nisso é liberada uma quantidade imensa de microplásticos no mundo. As florestas são devastadas para a produção de celulose. É um caminhão de lixo têxtil sendo descartado no mundo a cada segundo. Ou seja, a gente extrai, produz co2 e usa agrotóxico para jogar tudo fora depois. Tem o impacto da produção da fibra de origem vegetal e da fibra de origem animal. Essa floresta devastada da Amazônia vira carne e vira couro. Na produção de curtumes sabemos que há trabalho análogo à escravidão. Também precisamos pensar que 15% do corte das roupas é descartado, há um monte de peças que ficam em estoque, porque não é bem feita, e se vão para as mãos das pessoas pode ficar guardada no armário e nunca ser usada ou depois é descartada. Sem dúvida a maior parte do impacto está na produção, mas a moda está relacionada com várias outras indústrias, como o agronegócio, a mineração, com lobbies no Congresso, com a Odebrecht, que está envolvida na Lava Jato, por exemplo, e é a dona da Braskem, uma empresa que segue firme e forte incentivando o uso de poliéster na moda sem se preocupar com as consequências. Tem todas essas várias relações que não vemos quando a gente vê a roupa pronta. Temos que ter uma noção clara que o sistema é sistêmico. E digo sistêmico no sentido de que há vários atores em um sistema todo integrado para as coisas funcionarem de uma determinada forma. Se ficamos olhando apenas para um silos e atuando unicamente ali, acabamos não conseguindo entender que aquele silos é a consequência de vários outros e a relação de vários outros silos entre si. A gente aprende em silos, em departamentos, nas universidades, seguimos atuando sempre em uma caixinha. A transdisciplinaridade não é ensinada na nossa sociedade, então você não consegue enxergar o todo e isso é prejudicial, porque você não consegue entender que esse silos está no todo. Precisamos ficar atentos pois nem todo processo de fabricação de tecido que “tal marca” diz ser sustentável é de fato sustentável.
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A moda tem uma complexidade enquanto indústria e organização social muito forte
Nos últimos tempos o debate acerca da necessidade de uma moda sustentável e dos impactos ambientais e sociais do mundo da moda vem crescendo. Você acredIta que este debate está refletindo no modelo de consumo das pessoas? Quando a gente vê o caso da Forever 21, por exemplo, não é porque as pessoas estão pensando e comprando consciente que vai fechar. É por um erro de negócio. Enquanto outras lojas investiam ou até mesmo abriam no Instagram, no meio online, a Forever ficou abrindo loja de concreto. O que a gente precisa ter em mente é que o debate dentro de um determinado escopo existe. Estamos conversando sobre isso, mas dentro de um determinado nicho, onde pessoas questionam padrão de comportamento e de tendência. Isso não significa que as coisas estão mudando ou que toda a sociedade está sendo orientada para consumir de uma outra forma. Existem pesquisas de comportamento que mostram que os Millennials e a Geração Z são os mais orientados antes de comprar e querem comprar de marcas com comportamento sustentável, que se posicionem politicamente. Mas não quer dizer que na hora de passar o cartão isso é levado em consideração. Quando a pessoa responde no questionário não significa que ela faz isso na prática. Existe ainda um caminho muito grande entre a resposta em um questionário e o que se faz na prática. O que estamos vendo é que grandes redes de fast fashions estão colocando isso, dizendo que vão trocar as fibras por fibras mais sustentáveis e um monte de coisa que a gente sabe que não é realmente sustentável. É o chamado greenwashing, certo? É um pouco de greenwashing, mas também é muito de você mudar para garantir que as coisas continuem como estão, que você continue sendo um dos maiores varejistas, que você continue produzindo muito. Você muda alguma coisa, mas continua exatamente igual.
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Hoje se fala que o departamento de sustentabilidade é o que mais importa para as marcas, mas não é, ainda é o econômico, a sustentabilidade segue sendo sobre lucro no final do mês. Precisamos desafiar e repensar o sistema capitalista em que estamos inseridos. Muitas vezes não queremos debater sobre isso porque a gente é mandado para Cuba, mas precisamos que as pessoas olhem para o elefante branco na sala, que é: produzir mais e vender mais para lucrar cada vez mais. Hoje estamos consumindo nossos recursos naturais anuais cada vez mais cedo. Então, seguir produzindo mais para vender mais não vai fechar a conta. Estamos à beira do colapso climático. Tem previsões que apontam que em 2030 a moda contribua entre 49% e 73% na emissão de [gases de] efeito estufa. Como vamos manter a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura a 1,5°C se só a moda tem uma projeção de aumento de emissões de gases de efeito estufa de 49% ? Estamos falando que o departamento de sustentabilidade é o que importa hoje, mas não é essa a realidade. Se fosse não veríamos esse aumento de emissão de gases de efeito estufa. Então, ou você assume isso ou vai cair no conto do vigário de ‘vamos trocar nossas fibras por sustentáveis’. E como é possível fazer com que esse debate todo aconteça também fora desses nichos em atinja outras partes da sociedade? Eu acho que há uma alienação muito grande. O consumo e a nossa sociedade funcionam na base da alienação. Eu estou lendo o livro do [Ailton] Krenake, ele traz uma fala do Mujica que é sobre como as nossas crianças são educadas para serem clientes e não cidadãos. Hoje não conseguimos mais sair desse lugar de consumidor e ir para o de cidadão. Quando sugerimos conversas mais profundas sobre esses temas, não conseguimos avançar de fato. Então, o grande desafio é suscitar o não conformismo e tirar as pessoas da alienação. Porque hoje está tudo bem se eu
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Sair dessa caixa que nos colocaram de consumo e habitar outros espaços. Esse é o maior desafio
tenho uma tv bacana, um carro x. Claro, isso tudo também entra no debate de classes, de como está todo mundo apenas tentando sobreviver. Mas no final a sociedade num todo está muito alienada, existe esse recorte muito pequeno que está consciente. Só que essas conversas são necessárias porque não existe produto sustentável se estamos falando de concentração de renda do agronegócio e da mineração, da associação a lobby no Congresso para aprovar a flexibilização das leis trabalhistas. Todas essas questões estão associadas à moda. Temos que debater, gerar conversas profundas e suscitar as pessoas ligadas à sociedade do consumo. Essa sociedade do consumo está ligada ao capitalismo, e o consumo tem a ver com a destruição da Amazônia, com a destruição dos povos originários. Precisamos de uma quebra de realidade, entender o que estamos fazendo no mundo, como estamos nos destruindo enquanto sociedade. Sair dessa caixa que nos colocaram de consumo e habitar outros espaços. Esse é o maior desafio. Parte do debate da moda sustentável fica no primeiro campo, no debate que precisa fazer produtos sustentáveis, mas não, não precisa fazer mais produtos, precisa mudar. Já existem hoje outras formas de pensar e fazer as coisas, que é mais que apenas colocar uma fibra sustentável. E qual a importância de brechós e de espaços de troca de roupas dentro desse contexto de excesso de produtos? A gente tem uma pauta no Modefica em que falamos que de 2010 a 2015 houve um boom no Brasil de mais de 200% no aumento de número de brechós. Só que esse aumento vem junto com a crise, com a recessão do país. Não é que estamos super bem economicamente e todo mundo começa a comprar roupa usada. Tivemos um aumento no número de brechós e temos o debate que usar de segunda mão é ok, mas quando descemos desse lugar de debate e começamos a ir para a prática tem muito a questão de querer comprar uma determinada marca, uma determinada
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etiqueta, que custa entre 150 e 200 reais uma única peça. Ainda tem muito a questão de acessar essas marcas por um preço menor. Então, ao invés de pagar 200 reais eu vou pagar 30 ou 50, por exemplo. Não é que vou comprar de segunda mão porque vai ser melhor pro planeta, é porque vou acessar essas marcas por menos. Segue sendo sobre comprar mais por menos. O grande desafio quando falamos sobre brechó ou feira de troca é como realmente a gente incorpora o debate da sustentabilidade na prática. Quando conversamos com pessoas da feira de troca, elas nos contam que as pessoas vão com a mesma mentalidade da Black Friday, de pegar o máximo que conseguir. Temos que quebrar muita coisa para conseguirmos nos desvencilhar de todos esses estímulos. Também tem toda a ideia de que exercermos a cidadania por meio do consumo. Para conseguir chegar nesse lugar mais simples, mais puro, que estamos precisando, temos que mudar nossa relação com esse consumo exacerbado e como exercemos a nossa cidadania. Se a gente pensar que nos últimos anos do governo Lula e Dilma, por exemplo, a ideia de ascensão veio única e exclusivamente por meio do consumo. Claro, existiram programas de educação e de moradia, mas havia essa ideia de ascensão pelo consumo, do crescimento da classe média pelo consumo. Precisamos ter cuidado sim em trazer todas essas nuances porque senão ficamos numa ideia de avanço que não é bem um avanço. Marina, você mencionou todas essas diversas nuances e também que precisamos mudar a nossa ideia de ser cidadãos por meio do consumo. O que podemos fazer individual e coletivamente para mudar essa realidade e colocar essa teoria na prática na nossa sociedade? Podemos pensar na atuação das próprias marcas, de qual o papel das marcas que estão debatendo sustentabilidade, e quando eu digo marca eu não me refiro a produtos novos somente, pode ser
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de brechó, uma empresa de serviço, até mesmo os guarda roupas compartilhados. Precisamos conversar sobre isso de uma forma profunda e levar essas questões para além desse lugar deslocado da realidade, para o grande público que em está deslocado do debate. As marcas precisam tomar para si uma parte da responsabilidade, porque elas dizem que as pessoas não estão preparadas para os debates, mas fazem pouco para levantar esse debate. Se a marca se transformar como marca, criar iniciativas para que as pessoas não sejam apenas consumidoras, mas sejam cidadãos, que cobrem das marcas, como faz a Patagônia, que é um exemplo disso. Ao invés de jogar a vareta nas mãos do consumidor, elas precisam lembrar que não há desestímulo ao consumo. No âmbito individual temos que fazer o possível para nos desvencilharmos dessas amarras de consumo. Por mais que você tenha esse desejo, que é o que mostram, por exemplo, os questionários das novas gerações, é muito difícil você se desvencilhar. Tem toda a questão de inserção social, de diferenciação social, de pertencimento, se começarmos a perceber isso, como podemos fazer para ir nos desvinculando? Podemos praticar desapego, para olhar para si próprio, e esse é um desafio em uma sociedade alienada, porque nela não estamos olhando para a gente mesmo. Podemos também praticar essa coisa de ‘para onde vai esse dinheiro que estamos investindo’. Por exemplo, ao invés de ir para a Unilever, pode ir para o mst, posso comprar produtos que são da Reforma Agrária. Isso é uma ação em um universo pequeno, mas como é que a gente começa a se relacionar com a mudança. A partir desse lugar individual começamos a encontrar outros grupos, de pessoas que trabalham com agroecologia, do movimento de luta pela terra, um núcleo de ecossocialismo em um lugar. Normalmente começamos a refletir e vamos adentrando outros espaços. Precisamos aprender a promover esse debate, vamos organizar nossa própria feira de troca, participar de manifestações. Precisamos habitar os lugares que não são intermediados pelo cartão de crédito e nem de pontos.
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O melhor da inteligência e da mãe Natureza com a criatividade humana
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Animais e a sustentabilidade
Criar o seu pet de estimação de maneira sustentável também é uma forma de preservar a natureza Texto Juliana Zambelo Fotografia Oshare Kabegami
Atualmente, a modernidade e os estilos de vidas vem cobrando cada vez mais com que haja equilíbrio entre a utilização dos recursos naturais e tudo que envolva a sociedade. E nisto também se insere a questão dos Animais e Sustentabilidade. O número de bichinhos em casa, como “parte da família”, vem crescendo dia após dia, deixando o Brasil em 2º lugar neste ano no ranking mundial entre os países em que há mais animais domésticos, segundo a Anfal Pet (Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos Para Animais de Companhia). E não é à toa que o ibge (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) inclui esta categoria em seu censo, para levantamentos de diversas políticas, entre elas o estudo entre Animais e Sustentabilidade. Cada vez mais pessoas estão preocupadas em ter um estilo de vida mais sustentável. Mas essa mudança não deve ser associada somente a novas formas de consumo próprias, em circunstâncias ligadas diretamente ao indivíduo. Por exemplo, criar o seu animal de estimação de maneira mais sustentável também é uma forma de preservar a natureza, a vida humana e todos os aspectos que a sustentabilidade envolve. E foi pensando justamente nisso que nós separamos 4 dicas supersimples para você aderir o seu pet à essa corrente! Dá uma olhada:
novo brinquedo caseiro: ele com certeza irá gostar dos dois independente de qual for! Todo pet adora e precisa se divertir. E o mercado dos brinquedos para eles já se conscientizou de que muitas pessoas buscam alternativas que ajudem ao meio ambiente. Ou então, que tal pegar uma camisa antiga e fazer uma bola com rabicho? Ou até mesmo construir um cabo de guerra? Somente com restos de corda ou tecido
Brinquedos caseiros Uma das características mais incríveis dos pets é que eles se divertem com coisas simples. Você pode dar um brinquedo super caro, como pode reaproveitar algumas peças da casa e fazer um
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Dê preferência aos produtos que apresentam somente ingredientes naturais em sua fórmula
um grande avanço para a sustentabilidade! E, apesar desse item ainda ser um pouco difícil de encontrar nos pet shops ou nos mercadinhos, você também pode optar por reutilizar os sacos do pão francês do café da manhã, por exemplo
Juliana Zambelo
Utensílios de alumínio
Uma ótima alternativa é fazer uma bolinha com restos de corda para o seu cachorro
já dá para fazer esses dois itens super divertidos para o seu gato e para o seu cachorro. Também é válido criar novos brinquedos com garrafas pets, rodas de pneu de bicicletas (ainda mais as de crianças, que são menorzinhas) e rolo de papelão. Dá para economizar e ser sustentável ao mesmo tempo, basta ter criatividade!
Não tinha como não ter plásticos na lista, né? O plástico é inegavelmente um dos materiais que a gente mais consome e, infelizmente, um dos que mais poluem o meio ambiente. E os utensílios do seu pet também estão inclusos nessa lista! As vasilhas de alumínio são mais sustentáveis, duradouras e ainda permitem, por exemplo, que a temperatura da água do seu animal se mantenha constante por mais tempo. Você dificilmente vai ter que comprar uma nova tão cedo.
Saquinho biodegradável
Produtos de higiene
Que tal abrir mão dos plásticos também na hora do passeio? Independentemente de você morar em casa ou apartamento, você recolhe o cocô do seu bichinho, correto? Portanto, seja quando estiver passeando com ele na rua e usar o “cata-caca” ou alguma sacolinha em casa para recolher as fezes, utilize as plásticas biodegradáveis, mas lembre-se de que elas não devem ser descartadas em lixeiras comuns, pois começam a se degradar e produzem gases como as de um efeito estufa. Armazene-as e depois as descarte em um local apropriado para a reciclagem. Além de separar o lixo corretamente, trocar as tradicionais sacolas plásticas por um refil de saquinho de recolher fezes biodegradável é
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Dê preferência aos produtos que apresentam somente ingredientes naturais em sua fórmula. Eles são sustentáveis, se decompõem mais facilmente no meio ambiente e ainda fazem bem para a pele do seu animal - ou seja, nada daquelas substâncias químicas que podem deixar o seu gatinho alérgico ou que podem fazer mal para a pele do seu animal. Viu só? Há várias formas de incluir o seu pet ao novo estilo de vida!
Dica bônus: Sempre opte por comprar a versão refil dos produtos e nunca avulsa! Isso reduz consideravelmente o acúmulo de lixo na natureza.
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Um para trás e dois para frente Por Alexia Lima
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utro dia, acessando um portal de noticias, me deparei com uma matéria sobre consumo consciente. Quando me deparo com noticias que apoiam atitudes sustentáveis, fico reflexiva e tenho sentimentos conflitantes quanto a forma que a maioria dessas ideias é exposta. Claro que é de suma importância chamar atenção do público geral para a boa e velha reciclagem, o consumo sustentável e a reutilização de recursos para diminuir o dano gigantesco que o homem faz à natureza. Porém, muitas vezes, essas notícias pregam uma série de atitudes, hábitos e fazem demandas que desanimam as pessoas, e parece que as notícias não vão ser bem digeridas para uma grande parcela da população cuja preocupação maior é colocar o pão na mesa. O proletariado não tem tempo para reformular suas atitudes para torná-las sustentáveis, uma vez que, para eles, a sustentabilidade está longe de uma prioridade. Para quem está no meio de grupos que respiram a sustentabilidade, as teorias do consumo sustentavel – de apoiar indústrias que retiram sua matéria prima de forma não predatória, que não utilizam solo de desmatamento ilegal e que investem em reflorestamento - são algo natural, uma cadeia de pensamentos que é habitual em suas idas ao mercado ou ao shopping, já que, mesmo saindo mais caro, é um investimento no futuro do nosso mundo e dos nossos recursos. Mas isso não é obvio e nem passa pela cabeça da mãe da periferia que compra na promoção, porque o aluguel está três meses atrasado e ela perdeu o emprego durante a pandemia. O meu maior incômodo é que as noticias não atingem as massas, e a conscientização dessa parcela deveria ser a prioridade, pois mudando as atitudes da maioria, o impacto positivo seria notável. Ainda sim, sabemos que o público alvo de muitas
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revistas é mais refinado e por isso coisas óbvias e “básicas” não precisam ser ditas, porque seus leitores já tem tal consciência. A diferença na modernidade é que a democratização da informação nunca foi tão grande e as massas agora tem muito mais acesso à internet, onde o fluxo de jornais, revistas e blogs se faz presente. E é lá que o sustentável parece ser o “cool”, mas são conceitos que rodam pela elite, e não se fazem presente nas massas. Então, as teorias da sutentabilidade são maravilhosas, o pack de hábitos e atitudes é lindo, mas não é para iniciantes. Assim como a criança primeiro engatinha, anda e depois corre, os hábitos sustentaveis deveriam seguir o mesmo fluxo. Seria interessante a antiga discussão de pequenas atitudes sustentáveis, trazer de volta o básico e as atitudes mais simples – como tomar um banho mais rápido e ficar atento às torneiras pingando – e apelar para as massas, mostrando que ser sustentável, além de tudo, pode ser mais barato na hora de pagar a conta de água também. A causa é urgente, mas é necessário fazer com que todos, sem exceção, entendam a gravidade. Os atos sustentáveis, ao meu ver, são um processo de entendimento e transformação que afeta a rotina e modo de pensar de modo profundo. E isso dá trabalho, nao é palatável. A maior preocupação deveria ser como mostar a todos a importância dos hábitos, e não apenas querer enfiar goela abaixo que ser vegano e nao comprar a marca tal porque ela joga esgoto não tratado no rio é melhor, mesmo sendo o triplo do valor. Acredito que, mesmo no momento atual, educar com o básico é o essencial e que não se deve desprezar a ignorância só porque no seus círculo é algo óbvio. A educação gradual é o que vai salvar o mundo. Sou a favor de regredir no discurso para avançar nos resultados.
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Atributos na moda sustentável Por Chiara Gadaleta
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moda vem passando por grandes mudanças. De um lado, as marcas se apressam para abrir uma agenda que priorize a sustentabilidade no setor, olhando para seus impactos negativos e discutindo verdades inconvenientes, e de outro, consumidores finais que, com a pandemia, estão cada vez mais exigentes e mais preocupados com a origem das peças e com a pegada que a forma de adquirir bens deixa no meio ambiente. A preocupação com o impacto do consumo no planeta não é de hoje. O conceito de desenvolvimento sustentável foi reconhecido internacionalmente no começo da década de 1970 na Conferência das Nações Unidas realizada em Estocolmo, na Suécia, e a ideia apontou um caminho em que as questões do desenvolvimento socioeconômico e o meio ambiente podiam e deviam andar lado a lado. Nos anos 1990, para organizar e expandir essa narrativa, foi criado o tripé da sustentabilidade ou 3Ps. O pilar profit refere-se ao resultado financeiro da empresa, o people, ao capital humano e o planet, ao capital natural. De lá para cá, as empresas são capazes de medir seus resultados e, assim, analisar suas operações sob essa ótica integrada. Nessa jornada em que a transparência é premissa, as corporações inseridas em toda indústria da moda podem se aproximar de toda sua cadeia de valor, ou seja, seus fornecedores e stakeholders disseminando seus valores e mostrando como olham para o futuro das próximas gerações. Na outra ponta, clientes, muitas vezes ativistas, também podem colaborar valorizando peças que carregam boas histórias em seu processo de produção e materiais. Mas como saber se uma marca de modjadas pelas suas dificuldades, fazem análises constantes, produzem relatórios de sustentabilidade
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e os publicam em seus sites, mostrando metas de melhorias no que diz respeito a emissões de carbono e ao uso de recursos naturais, como água e energia. Além disso, marcas que acreditam que a moda pode colaborar para um mundo melhor, usam suas vozes dentro e fora de seus portões para falar sobre a biodiversidade e as questões sociais, como antirracismo e igualdade de gênero. E na hora do consumo propriamente dito? Como alinhar o planeta, as pessoas e a moda no mundo pós-pandemia? Como fazer boas escolhas, aquelas em que mostramos posicionamento nesse novo mundo em construção? No Movimento Ecoera, dividimos produtos e peças em algumas categorias e cada uma delas leva um atributo que confere uma porta de entrada para processos, matérias ou iniciativas que diminuem os impactos negativos e que podem funcionar como guias. São eles: Orgânicos, sem uso de defensivos químicos; Reuso, que reaproveita e reutiliza excedente de materiais, Produção Local, que promove economia local; Vegano, sem exploração e sem origem animal, Projeto Social, que incluem mão de obra de projeto social e se posicionam a favor da comunidade em toda a sua cadeia de valor; Reciclado, que utiliza matéria prima transformada; Artesanal, feito à mão, que colabora com um menor impacto no meio ambiente; e Empresa Consciente, para marcas que direcionam seus esforços baseados nos pilares cultural, ambiental, social e econômico. Nessa nova forma de consumir, baseada em valores e propósito, a comunicação dos atributos sustentáveis de cada roupa ou acessório é fundamental. Por meio de informações consistentes nas etiquetas, nos tags ou através de selos e certificações, cada um pode tomar decisões, escolher seus looks e se vestir com mais consciência. Vamos juntos!
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Lições de sustentabilidade Por David Zee
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conceito de desenvolvimento sustentável preconizado pela Organização das Nações Unidas - onu diz que as necessidades da geração atual não podem comprometer a capacidade de atender as necessidades das próximas gerações. Esta pode ser alcançada através do equilíbrio entre a conservação da natureza, o benefício social e humano somado com a viabilidade econômica do processo por inteiro. No caso das lagoas do complexo lagunar de Jacarepaguá, que nas últimas décadas vem sofrendo crescente processo de degradação, como conseguir atingir a sua sustentabilidade ambiental? Como equilibrar estas 3 premissas de sustentabilidade? Manter a natureza viva, oferecer benefícios à sociedade e atingir a viabilidade econômica do processo? Para isso é necessário inovar e desenvolver outros usos. Não é lógico insistir apenas no uso de local para o lançamento de poluentes aproveitando-se unicamente dos serviços ambientais de reciclagem da matéria orgânica e do lixo descartado no ambiente lagunar. Neste caso, o transporte lagunar, o turismo, a pesca artesanal, a prática de esportes náuticos, a marina segura das embarcações de passeio e lazer, dentre outros são outras alternativas que agregam mais valor econômico e benefícios sociais. Estes usos exemplificam a viabilidade econômica que será uma das pernas da sustentabilidade lagunar trazendo recursos para a conservação ambiental. Com recursos advindos dos investimentos e dos serviços prestados por estes usos e atividades poderse-ia realizar as dragagens de manutenção tais como: ações de recuperação do ambiente natural dos canais navegáveis, recompor e manter a vegetação da faixa marginal lagunar realizar o tratamento das águas contaminadas dos rios
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e canais que deságuam na lagoa. Dentre estes inúmeros usos, o transporte lagunar se destaca pelas condições geográficas existentes, da necessidade urbana e da oportunidade do momento. Contudo, como toda obra de envergadura é preciso saber pensar por etapas. Seria inviável pensar na implantação do transporte lagunar de forma plena e sustentável para todas as lagoas em função da enorme degradação decorrente do lodo acumulado durante mais de 30 anos de abandono e do mau uso das lagoas. Neste caso a segmentação da implantação poderia ser útil para viabilizar o transporte lagunar. A primeira linha de transporte lagunar seria ao longo do canal de Marapendi em função de sua alta densidade de ocupação e existência de profundidade adequada para a utilização de embarcações tradicionais. Com pequeno investimento de adequação e manutenção das margens e largura ao longo do canal de Marapendi poder-se-ia estruturar o 1º trecho de navegação lagunar. Através deste protótipo inicial seria possível testar e comprovar na prática a melhor opção de funcionamento desta nova alternativa de uso para as lagoas. Sem dúvida para este uso não seria possível a continuidade de lançamento de resíduos e esgotos. Os usuários seriam fiscais diários dos descartes clandestinos e do mau uso do meio ambiente. Parte dos recursos gerados retornaria para a conservação ambiental da área de influência direta do projeto. Assim se estabelece o equilíbrio entre os benefícios sociais, a conservação da natureza e a viabilidade econômica, premissas básicas para desenvolvimento sustentável. Basta saber escolher os usos mais adequados e que privilegiam as 3 pernas da sustentabilidade. “Pensar globalmente, mas agir localmente.”
Novembro 2020
Na festa e com fome Por Ângela Brito
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m seu discurso no último domingo, ao receber o prêmio de melhor ator, Joaquim Phoenix, ativista ambiental, agradeceu aos organizadores do evento pelo cardápio vegano e disse que seria a primeira vez que comeria alguma coisa na festa do Globo de Ouro. Ir a uma festa e não ter nada para comer é uma das situações mais comuns para nós veganos. Eu costumo sempre fazer um lanchinho antes de sair de casa para garantir a barriguinha cheia. Já aconteceu de eu não me preparar, apostar que teria um cardápio inclusivo baseada no nível do evento, e quebrar a cara. Aconteceu em uma entrega de prêmio para os melhores chefs e restaurantes, no Copacabana Palace, organizada por uma grande revista nacional. Após a premiação, no Golden Room, foi servido um jantar no salão nobre. Morrendo de fome, pois já era tarde, me dirigi ao bufê e não tinha nada, absolutamente nada para eu comer. O cardápio era uma salada de folhas com lascas de salmão e queijos, carne com purê de batata (preferi não comer o purê pois deveria ter sido feito com caldo de carne ou manteiga) e uma massa com salmão. De sobremesa, sorvetes. É muita falta de noção colocar carne na única opção de salada oferecida em uma festa de gastronomia, quando o menu deveria ser mais criativo. Mancada dos organizadores do hotel mais famoso do Brasil que não soube orientar na escolha do que servir aos convidados. Mas, isso aconteceu há uns cinco anos. Talvez hoje, com a velocidade que o veganismo vem crescendo, os anfitriões fossem mais atentos na recepção. Me recuso a crer que em um salão com 500 pessoas eu tenha sido a única a passar fome naquela noite. Cheguei em casa às 2 da manhã e fui correndo até cozinha me atracar com uma tapioca recheada de guacamole.
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Essa não foi a única vez que fiquei vendo os amigos comendo sem que tivesse nada para mim. Lembro-me de outra situação em que fui convidada para a feijoada de aniversário de um amigo em Itaipava. Antes de sair de casa, comi um sanduíche e é claro que não seria suficiente, pois passaria o dia lá. Então pensei: ah, quando servirem o almoço vou comer arroz, couve e farofa. Nesta época eu ainda não era vegana, era ovo-lacto-vegetariana, então, não me preocupava com a farofa ter sido feita com manteiga. Na festa, após uma hora e meia com os amigos, enquanto era servido linguiça no palito; quando o sanduíche das 11 da manhã que eu havia comido já estava bem distante da memória; foi então servida a feijoada. Fui até a mesa e não pude acreditar: a couve e a farofa tinham bacon. Isso dá uma raiva! Que mania esse povo tem de colocar bacon até na couve! A quantidade de carne no feijão não é suficiente para que tenham taxas de colesterol nas alturas, suas veias entupidas, seus intestinos irritados, suas taxas glicêmicas comprometidas e a silhueta arredondada? Passei o dia inteiro só no arroz com rodelas de laranja. E o anfitrião passava por mim e perguntava: Está comendo? Estou! Está ótimo esse arroz com laranja, adoro! – (Risos) Hoje já não passo mais esses apertos. Em casa de amigos, levo minha marmita e tento compartilhar (é uma boa maneira de divulgar a dieta vegana). Uma das primeiras vezes que fiz isso foi em um churrasco na casa de um amigo dos tempos de colégio. Cheguei com minha marmita de espetinho vegano: proteína de soja, tomate e berinjelas. Uma delícia! E existe outra situação em que não passamos fome nas festas. Quando não somos convidados por sermos veganos. Desconfio que já fui cortada de algumas listas porque daria “trabalho” me receber. (Risos!).
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