comportamento, saúde e lifestyle ano 1 | edição #001 | 2023 R$ 40,00
As mudanças globais influenciam diretamente no comportamento social, bem como em suas perspectivas de vida. Logo, com um cenário altamente conectado, informado e globalizado, é inevitável que a tecnologia acabe agravando os problemas sociais já existentes.
Os avanços digitais têm agravado uma série de problemas psicológicos e físicos associados ao uso excessivo da tecnologia. A dependência e a obsessão por dispositivos eletrônicos têm levado a uma série de consequências negativas para a saúde mental e o bem-estar físico das pessoas.
Estabelecer limites no uso da tecnologia, e equilibrar o seu tempo gasto são fundamentais para promover uma vida saudável e equilibrada no mundo cada vez mais conectado e digital. O autocuidado é essencial nesse mundo dominado e globalizado.
ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA
E MARKETING
Design Visual
DSG3A 2023/1
PROJETO III
Profª Marise de Chirico
MARKETING ESTRATÉGICO
ProfªBeth Carvalho
COR, PERCEPÇÃO E TENDÊNCIAS
Profª Paula Cislag
PRODUÇÃO GRÁFICA
Prof Marcos Mello
FINANÇAS
Prof Alexandre Ripamonti
FINANÇAS
Prof Marcelo Pliger
PROJETO GRÁFICO
Bruna Costa
Carolina Calil
Gabriela Trevisol
Heron Vieira
Johnatan Campos
Luísa Salzano
Gabriela Trevisol
Heron Vieira
Johnatan Campos
Bruna Costa
Luísa Salzano
Carolina Calil
Colaboradores
É um fotógrafo e artista multidisciplinar situado em Nova York, especializado em retratos, documentários e trabalhos de narrativa. Ele é o fundador e diretor criativo da Bronx Narratives, uma publicação que destaca histórias locais em sua comunidade.
@dondregreen
É um fotógrafo americano que mora em Nova York. Ele é amplamente conhecido por seus retratos, especificamente por incluir todos os diferentes tipos de modelos. Com seu trabalho, ele pretende desafiar os padrões de beleza da sociedade e espera que suas imagens façam as pessoas se sentirem vistas.
@peterdevito
É cartomante, astróloga e comunicadora .
Na internet, é mais conhecida por sua drag astrológica Madama Brona. Desde 2017, trabalha produzindo conteúdos, eventos, programas, memes, horóscopos, cursos, consultas e afins. Já trabalhou em grander revistas como a Glamour, Elle e Marie Claire.
@br000na
É designer gráfico e artista visual que trabalha nas múltiplas interseções entre design gráfico, gravura e publicação. Ele é co-fundador da Risotrip Print Shop Co, um estúdio de design e a primeira impressora risográfica sediada no Rio de Janeiro.
@igorarume
Dondre Green
Brona Paludo
Peter DeVito
Igor Arume
prontuário
Conheça o relato de Leticia Rossi
As redes sociais e os transtornos alimentares
detox
Desintoxicação digital efetiva
Por trás do espelho pílula
Por uma vida mais leve
Problemas de saúde pela tecnologia
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choque
Qual é o seu temperamento?
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O que é solitude?
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Os benefícios do banho gelado
Encontre seu propósito com a logoterapia
O horóscopo para Junho de 2023
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The Whale e a gordofobia
reaja assista
Filmes e séries que te fazem pensar sobre a vida
escute
Programas e criadores de conteúdo
Livros que estimulam o autoconhecimento
Recomendamos compras ideais para você
leia ideal ���� ����
O que as redes fazem com suas emoções?
internautas anônimos
poema visual
endorfina
propósito
consulta
ciclos
A essência do ser
Nome:
Letícia Rossi
Idade: 26 anos
Profissão:
Uma cor:
Um lugar:
Um hobbie:
Gestora de mídias sociais
Laranja
Piscina
Quebra-cabeça
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Relato:
Eu sou uma pessoa que sempre gostei muito de redes sociais. Sempre tive muitos amigos e conhecidos online e adoro interagir com eles. Mas ultimamente, tenho percebido que tenho um problema de comparação nas redes sociais, e isso tem afetado muito meu comportamento emocional.
Eu passo muito tempo navegando nas redes sociais e olhando as fotos e posts de outras pessoas. Muitas vezes, vejo fotos de pessoas que parecem estar tendo uma vida incrível, cheia de viagens, festas e momentos felizes. E quando vejo essas fotos, começo a me comparar com elas e me sinto mal por não ter a mesma vida “perfeita” que elas parecem ter.
Essa comparação constante tem me deixado muito triste e ansiosa. Eu comecei a me sentir inadequada e insuficiente, como se não fosse boa o suficiente para ter a vida que as outras pessoas têm. E isso tem afetado não apenas meu comportamento online, mas também minha vida pessoal e meu relacionamento com as pessoas ao meu redor.
Eu comecei a evitar sair de casa e me socializar com as pessoas, porque sinto que não sou tão interessante ou divertida quanto as outras pessoas que vejo online. E isso tem me deixado ainda mais solitária e triste. Percebi que precisava fazer algo para mudar essa situação.
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As redes sociais e os transtornos alimentares
A relação entre redes sociais e transtornos alimentares fica mais estreita à medida em que conteúdos sobre perda de peso e dietas milagrosas crescem nas plataformas
por
ALESSANDRO FERNANDES
fotos DONDRE GREEN
Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (oms) mostram que cerca de 5 % da população brasileira convive com algum tipo de transtorno alimentar, algo em torno de 10 milhões de pessoas. O surgimento dos problemas pode tanto ter fatores psíquicos, socioculturais, hormonais ou até mesmo genéticos. Por afetar mais mulheres, que representam cerca de sete a oito casos a cada homem diagnosticado, os transtornos alimentares costumam ser provocados pela busca por um corpo considerado “perfeito” pela mídia.
Um levantamento da revista científica Plos One, publicado em novembro do ano passado, analisou os conteúdos sobre alimentação, nutrição e peso no TikTok dos Estados Unidos. Como resultado, mostrou que ���� % dos vídeos abordavam a perda de peso e 20% a transformação corporal. Por outro lado, apenas 1,��% do milhares de conteúdos foram publicados por nutricionistas certificados, o que mostra a existência de um problema ainda mais profundo: o uso de redes sociais por profissionais não qualificados para debater questões como alimentação, emagrecimento e a busca por um peso considerado ideal.
Uma rápida busca na hashtag #Perdadepeso no TikTok mostra uma criadora de conteúdo abordando a transição após perder quase �� 0kg, exercícios para perder gordura na barriga, receitas de “alimentos milagrosos”, além de vlogs sobre rotinas alimentares e exercícios físicos, para a psi -
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A ilusão criada pelas mídias, borra a realidade
cóloga Beatriz Breves, a presença de conteúdos desse tipo pode estimular um comportamento nocivo aos usuários, porque estimula um padrão corporal específico e pode levar à perda da autoestima.
A presença da defesa por corpos magros na mídia e, mais recentemente, nas redes sociais, tem levado as pessoas (especialmente adolescentes) a perseguirem um padrão idealizado para seus corpos. Para a psicóloga Luciene Bandeira, diretora de saúde mental da Conexa, as redes sociais são hoje um dos maiores mecanismos de comunicação e acesso rápido às mais diferentes informações, especialmente relacionadas à beleza e à saúde. O surgimento de influenciadores, por exemplo, e a monetização do conteúdo publicitário nas plataformas, ajudam a criar um ecossistema que privilegia a busca por práticas como atividades físicas que auxiliam a perda de gordura, pílulas, medicamentos, receitas e estilos de vida inalcançáveis.
“Na sociedade em que vivemos, é comum ver muitas pessoas tentando se adequar ao que é considerado um ‘padrão ideal de beleza’ e, quando não conseguem, desenvolvem insatisfação com sua imagem corporal“, constata a psicóloga. Em decorrência desses fatores, o crescimento nos casos de transtornos alimentares passa a estar diretamente associado à maneira como os conteúdos são veiculados nas plataformas digitais.
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a defesa por corpos magros na mídia leva as pessoas a perseguirem um padrão idealizado”
Apesar de fatores genéticos serem importantes para mensurar um diagnóstico desse tipo, a incidência maior em adolescentes e mulheres revelam um fator ambiental muito mais prejudicial e que precisa ser levado em conta no atual momento histórico que vivenciamos.
Ao longo do desenvolvimento da espécie humana, diferentes fatores genéticos influenciados pelo ambiente proporcionaram a existência de uma diversidade imensa de comunidades e povos com características corporais que se diferenciam. É natural que algumas pessoas sejam mais altas, outras mais baixas, com maior ou menor facilidade para engordar, tipos de cabelo e cores de peles diferentes.
Mas, não é de hoje que as mais diferentes sociedades costumam valorizar a aparência do estereótipo branco, de olhos claros, cabelo liso, alto e sem nenhuma deficiência. Um perfil pequeno que pouco representa a variedade de
corpos. Ainda assim, as campanhas publicitárias e redes sociais costumam priorizar uma maior presença de imagens e vídeos que associam o ideal de corpo a esse tipo de pessoa, o que costuma gerar insatisfações sobre a nossa própria aparência.
O problema continua porque não basta alcançar um corpo ideal, mas mantê-lo constantemente para se sentir aceito e incluído na sociedade, “eliminando a possibilidade do reconhecimento dos reais valores pessoais, fazendo-se um gerador de conflitos e insatisfações internas”, acrescenta a psicóloga. Alimentar esse ciclo pode despertar sentimentos como infelicidade e frustação.
Luciene Bandeira lembra que podem ser encontrados fatores positivos nas redes sociais, como o intercâmbio cultural, o contato com pessoas geograficamente distantes ou o acesso a informações que não são encontradas com facilidade na região onde determinada pessoa mora, embora isso tende
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a ser contraposto pelos malefícios provocados pelos conteúdos que circulam nas plataformas. “Todos esses conteúdos presentes na internet (tanto do estilo de vida de um(a) influencer até uma simples propaganda podem ser um gatilho para fatores de insatisfação e baixa autoestima, especialmente em momentos de vulnerabilidade biopsicossocial, aumentando o risco do desenvolvimento de um transtorno alimentar”, alerta a psicóloga.
Além disso, a própria exposição prolongada a imagens podem dar vazão a sentimentos ainda mais profundos de questionamentos da própria percepção corporal e idealização. “Absorvemos a informação sem pensar que em uma foto de um corpo idealizado como padrão pode haver inclusive edições, colocações específicas de ângulos e toda uma vida diferenciada do personagem da foto, que, provavelmente, não vive a mesma realidade de todas as pessoas que visualizam suas postagens”, lembra, ainda, Danielle Toledo.
Os transtornos alimentares costumam acometer especialmente adolescentes e mulheres, que são mais expostas e vulneráveis aos estímulos de imagem e à pressão para alcançar um corpo considerado perfeito. Entre os mais comuns no mundo estão a bulimia (se caracteriza por um consumo excessivo de alimentos aliado à culpa, o que gera estímulos à indução ao vômito ou diarreia) e a anorexia (preocupação exagerada com o peso corporal, recorrendo a exercícios físicos intensos e dietas para emagrecer). “Ambas possuem sintomas em comum: distorção de imagem corporal, medo patológico de engordar e uma ideia que envolve a preocupação exagerada com o peso“, explica Luciene Bandeira.
A psicóloga acrescenta que as principais características de pessoas com transtornos alimentares costumam ser: impulsividade, pensamentos e emoções desadaptativas, autoestima flutuante ou baixa, busca intensa de estímulos e experiências novas, uma
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intensa preocupação com o peso e com a imagem corporal. “Adolescentes e mulheres são o público mais atingido, podendo adotar comportamentos que prejudicam o próprio corpo com práticas inadequadas de perda de peso e/ou procedimentos estéticos invasivos e perigosos na busca pelo ideal de corpo perfeito”, explica a profissional.
Outro fator é associação existente entre busca pela beleza e autoestima, que frequentemente caminham juntas e se alimentam uma da outra. A existência de uma baixa autoestima acaba sendo associada a insatisfações com o corpo e com a aparência, considerada inadequada. “A apresentação dos corpos magros e sarados nas redes afeta demasiadamente o gênero feminino quando vem a percepção de que o ideal é sinônimo de perfeição e que perfeição não existe, o que torna essa busca inalcançável”, conta Danielle Toledo.
Na outra ponta, os jovens costumam usar as redes sociais como uma das ferramentas para a formação da identida -
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A luta por corpos reais em um mundo de padrões idealizados
associação existente entre busca pela beleza e autoestima, caminham juntas e se alimentam”
de, onde acompanham pessoas que as inspiram, mas também recebem uma receita do que mais ou menos seria uma pessoa bonita, bem-sucedida e aceita socialmente. “Ao fazer comparações com os outros (influenciadores famosos ou amigos quase anônimos), o que aparece publicado e o que se apreende das imagens e postagens pode pesar na forma de se enxergar e de se perceber no mundo“, conclui a nutricionista.
Em meio a tantas hashtags que enaltecem o emagrecimento e a perda de peso, influenciadores, coletivos e organizações que atuam na internet deram início a diferentes movimentos e comunidades que estimulam a diversidade de corpos e um olhar mais afetuoso para a sua aparência, esteja ela ou não dentro do padrão que as pessoas esperam. Por outro lado, não há malefício algum quando se busca uma mudança corporal e isso gera prazer ou bem-estar, como defende a psicóloga Beatriz Breves. “Não vejo necessariamente so -
frimento no fato de uma pessoa querer ser mais bela, buscar maneiras de se sentir melhor consigo mesma“, explica.
“A autoaceitação é o ingrediente fundamental para a receita para o bem-estar psicológico. Ela permite que você se sinta bem consigo mesmo, mesmo com as falhas, erros e frustrações que todos nós temos. Basta uma visão positiva de quem você realmente é e principalmente de se sentir muito bem com isso”, lembra Danielle Toledo. “Ser saudável não é somente ter um corpo magro, sarado e escultural, mas sentir-se feliz e bem consigo mesmo, sem recorrer às tantas ilusões da ditadura da beleza. O importante é encontrar o equilíbrio na busca do bem-estar do corpo, mente e espírito”, conclui a nutricionista
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Representação metafórica da dismorfia corporal causada pelas redes sociais, atualmente
Desintoxicação digital efetiva
O princípio é semelhante ao do tratamento de pessoas com adicção de substâncias químicas, a fim de “limpar” o corpo
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Dondre Green
Um descanso digital: 3 dias
“Vivemos em um mundo cada vez mais digitalizado”, conta Martin Talk, fundador da Digital Detoxing, uma empresa com sede no Reino Unido que “ajuda pessoas a encontrar um equilíbrio saudável entre as tecnologias digitais e o mundo não digital.”
Martin organiza “retiros digitais” para que seus clientes possam deixar o mundo tecnológico de lado por um tempo e curar seu vício digital ,”geralmente por um período mínimo de três dias.”As pessoas precisam de tempo para se adaptar”, diz ele. “A reação inicial é o horror de ter o telefone longe ou efeitos como a ‘vibração fantasma’ no bolso, o que os faz pensar que o dispositivo está tocando, mesmo quando ele não está lá.”
No entanto, e apesar do sofrimento inicial, Martin diz que as pessoas começam a se sentir “muito mais relaxadas” à medida que o processo avança,“Muitos descrevem a sensação como uma respiração profunda de ar fresco e as pessoas se sentem mais envolvidas.
Carla, uma jovem espanhola que mora na Holanda, teve uma experiência semelhante há apenas um mês em Mianmar. Durante 10 dias, desligou completamente seu telefone e as redes sociais e participou de um retiro de silêncio em um monastério budista. Longe da tecnologia, Geralmente, esse tipo de retiro não pode durar menos tempo. As pessoas se sentem mais envolvidas e assim funciona.
A experiência implica em levantar-se todos os dias às 4h00 e meditar por duas horas, tomar café da manhã, fazer meditação em grupo, comer, e meditar até o fim do dia (e ir para a cama sem jantar).“Usar o celular de novo foi o mais estranho. Não tinha certeza se queria ligar de novo. Mas acho que mais pessoas deveriam ter a mesma experiência para aprender a controlar o hábito.”Marc Masip, psicólogo disse que“é muito difícil largar [o telefone e redes sociais], mas é muito fácil voltar a se envolver”.
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voltando à realidade, destaca-se a vida verdadeira
Retiro de silêncio: 10 dias
Ele enfatiza que cada caso é diferente, mas é necessário ao menos seis meses de terapia cognitiva-comportamental para mudar de hábitos e o tratamento ser eficaz. Martin organiza “retiros digitais” para que seus clientes possam deixar o mundo.
No entanto, e apesar do sofrimento inicial, Martin diz que as pessoas começam a se sentir “muito mais relaxadas” à medida que o processo avança,“Muitos descrevem a sensação como uma respiração profunda de ar fresco. As pessoas se sentem mais envolvidas com o mundo ao seu redor”, diz o especialista.
“Na verdade, não se trata de quanto tempo de terapia é necessário. Trata-se de averiguar por que houve tal vício e que conflitos ele causou”.
Seu programa inclui acampamentos de desintoxicação, com esportes, meditação e sessões psicológicas.A parte mais difícil, diz Masop, é perceber que existe uma dependência
Desconexão: 6 meses
”As pessoas precisam de tempo para se adaptar”, diz ele. “A reação inicial é o horror de ter o telefone longe ou efeitos como a ‘vibração fantasma’ no bolso, o que os faz pensar que o dispositivo está tocando, mesmo quando ele não está lá.”
A experiência implica em levantar-se todos os dias às �� h00 e meditar por duas horas, tomar café da manhã, fazer meditação em grupo, comer, e meditar até o fim do dia e ir para a cama sem jantar, sem comer
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Desconectar-se das mídias, buscando uma vida saudável entre o mundo virtual e o mundo real
Dondre Green
Por trás do espelho
por PETER DEVITO
Por uma vida mais leve
Em busca de uma vida mais leve, buscamos maneiras de equilibrar o consumo das mídias sociais e visar um futuro mais conectado ao real
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pílula
Hannah Wright
Siga pessoas “reais”
Por vezes, a vida que buscamos é reflexo do que consumimos nas redes sociais. Mas somos diferentes uns dos outros, logo, nos compararmos é injusto e cruel.
Por isso, opte por conteúdo que mostre a beleza plural, para além do físico. Se aproxime de quem valoriza quem você é e não o que tem para postar. Isto é decidir por uma vida saudável, que vai além da necessidade de se encaixar na comunidade virtual.Afinal, não somos super-heróis! Ou seja, nós caímos, machucamos, temos medo e, por vezes, falta dinheiro.
Não acredite em tudo
Basta encontrar o ângulo certo para se compartilhar o lado bonito da vida. Então, é sempre bom desconfiar e entender que a rede social é apenas uma parte do todo que nos cerca.
Mas, o nosso corpo, habilidades e sonhos são reais, sendo possível desenvolvê-los hoje para alcançar os resultados desejados. Afinal, mais importante do que ter o que postar é ser alguém ca -
paz de se acolher com seus próprios desafios e potenciais.Então, é útil lembrar que o vital é aquilo que veste a alma! Quer um exemplo? Largue o celular e se olhe no espelho
Defina um limite por dia
As redes sociais têm uma diversidade incrível de conteúdos mas nada que supere a vida real. Por isso, defina um tempo limite por dia para descobrir o mundo offline.
Para isso, organize a sua rotina e pense em atividades para se ocupar com o tempo que gastaria estando online. Este é um bom momento para terminar a leitura de um livro, assistir a um filme de que gosta e até mesmo parar de adiar atividades do trabalho e estudos.
Encarar a vida de forma saudável pode ser um antídoto contra a ansiedade, depressão e baixa autoestima. Que tal tentar ainda hoje
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A leveza presente em momentos reais, enaltecida pela sinceridade de criança
Os efeitos colaterais da tecnologia
A tecnologia está presente no nosso dia dia, e para muitos de grande ajuda. Porém, o excesso do uso das telas,pode causar grandes danos a saúde por SIBELE OLIVEIRA fotos ERIC PICKERSGILL
Omundo todo já conta com ��,02 bilhões de pessoas conectadas à internet, segundo o relatório Digital in 2018, realizado pelos serviços online Hootsuite e We Are Social. Os usuários de celulares, por sua vez, somam 5,1 bilhões (68% da população global).
Só no Brasil, pelos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( ibge), são 116 milhões de internautas, sendo que 94,5% preferem acessar a rede pelo smartphone. O país, inclusive, é o terceiro que mais fica online. São, em média, 9h14todos os dias.
Não dá para negar que internet, computador e telefone, entre outros aparatos, facilitam - e muito - a vida. Rapidez na comunicação, ganho de tempo e de produtividade e comodidade para realizar as tarefas diárias, tanto as pessoais quanto as profissionais, são apenas alguns dos benefícios.
Porém, à medida que a tecnologia avança, o ser humano se torna cada vez mais refém e dependente dela. E não só isso. Também coloca sua saúde em risco por conta dos excessos. Veja a seguir quais são os principais problemas, além de dicas para evitar ou, ao menos, minimizar os seus efeitos.
Cabeça
No topo da lista de doenças causadas pelo uso descontrola do dos equipamentos tecnológicos, principalmente aqueles com acesso à internet, estão as psicológicas, que atingem um número cada vez maior de pessoas.“Os comportamentos repetidos são assimilados pelo cérebro como algo que traz
Entre notificações, distrações e conexões virtuais, temos o risco de nos perder do mundo real
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satisfação, com isso, é estimulada a liberação de neurotransmissores como a dopamina, conhecida como o hormônio do prazer”, explica Cristiano Nabuco de Abreu, psicólogo e coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria ( ipq) da (usp). A utilização da tecnologia compulsivamente ainda pode levar a solidão e isolamento social, mesmo que a comunicação entre pessoas seja facilitada por ela. Outro aspecto importante da utilização excessiva de dispositivos eletrônicos é em relação ao sono. O que acontece é que, hoje em dia, muita gente leva o celular, o tablet ou o notebook para a cama. Com isso, o cérebro, ao invés de preparar o corpo para dormir, se mantém alerta e estimulado. Paralelamente, a luz emitida pelas telas dos aparelhos inibe a produção de melatonina, o hormônio do sono.Num primeiro momento os sintomas são sonolência, juízo crítico dificultado, incapacidade de resolver problemas, reflexos diminuídos.
Olhos
Já a privação constante do sono eleva a probabilidade de infecção e promove baixa da imunidade, ganho de peso e algumas doenças, como hipertensão arterial. Vale destacar que, conforma a idade avança, os problemas se agravam. No geral, o ser humano pisca os olhos em intervalos de cinco a dez segundos. No entanto, quando passa muito tempo em frente à terminais de vídeo, essa ação é diminuída em até dez vezes - deve-se ao fato de ficarmos muito fixados ou concentrados na atividade que estamos realizando.
Além disso, ultimamente alguns estudos têm sugerido que o exagero no uso de dispositivos eletrônicos aumenta o risco de miopia. “Existem indícios, mas ainda sem comprovação”, afirma o médico.
Segundo ele, uma das explicações para isso é que, quando estamos em frente a monitores e telas, temos de fazer um maior esforço acomodativo para perto, o que pode induzir ao crescimento do globo ocular, causando o problema de refração.
A tecnologia nos envolve de forma quase onipresente, tornando-se parte integrante de nosso dia a dia
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Ouvido
Há ainda a questão da falta de exposição a ambientes externos, onde o campo de visão é mais amplo e os raios solares estimulam a produção de dopamina, substância que evita que o olho cresça alongado e, assim, distorça o foco de luz que entra no globo ocular. Outros danos na visão que podem ser causados pelo uso contínuo de equipamentos eletrônicos são ceratite (irritação da córnea) e úlcera. É cada vez maior o número de pessoas que utilizam fones de ouvido, seja para escutar música, programas e notícias ou estudar. O problema é que a utilização em excesso traz sérios danos aos ouvidos.
Ricardo Gurgel Testa, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, de São Paulo, relata que são dois os fatores responsáveis: intensidade (ou volume) e tempo de exposição. “Até 70decibéis está tudo bem; o risco se dá a partir de 80 decibéis. E ficar muitas horas segui das com o fone também é bastante pre judicial”, afirma.
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não existe nada melhor do que saber que você é uma pessoa saudável e capaz de fazer o que quiser”
As consequências disso são dor de cabeça, zumbido e perda de audição, que pode ser progressiva e irreversível. Para evitá-las, é fundamental escolher um acessório de qualidade, com certificação dos órgãos competentes, e utilizá-lo com moderação, sempre respeitando os limites de volume e tempo.
Só para se ter uma ideia, a 85 dB, o tempo máximo de exposição diária tolerável é de oito horas. A 94 dB, duas horas e 15 minutos; a 106 dB, 25 minutos, e, a 115 dB, apenas sete minutos. Não são apenas o sol e a poluição que prejudicam a pele. A luz artificial - ou luz visível - emitida pelos equipamentos eletrônicos também fazem bastante mal para o maior órgão do corpo.
Como explica a dermatologista Fernanda Junqueira, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (sbd), da Sociedade Americana de Medicina Estética e especialista pela Associação Médica Brasileira (amb), diversos estudos têm confirmado que elas podem provocar.
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Articulações e musculaturas
Isso acontece porque a luz azul, parte da luz visível que possui maior energia, penetra de forma profunda na pele. “Além disso, como as luzes artificiais estão relacionadas à radiação ultravioleta, acredita-se que também provoquem a aceleração do envelhecimento. O fato é que elas causam mutações genéticas na pele, por conta de uma desregulação da sua fisiologia natural, e têm impacto negativo no dna das células”, diz a médica.
Ela ressalta ainda os efeitos podem ser não percebidos logo de cara, mas sim com a ação cumulativa, e eles são piores em quem já tem melasmas, sensibilidade ou faz algum tratamento de pele. O uso excessivo de computadores, celulares, tablets e videogames também gera uma série de doenças ortopédicas. Está comprovado, por exemplo, que os movimentos repetitivos feitos para digitar e jogar causam tendinite e bursite, entre várias outras lesões ou disfunções articulares, segundo Alexandre Stivanin, ortopedista.
Infertilidade
No caso de tablets e, especialmente, smartphones, pelo fato de a pessoa ficar muito tempo com a cabeça abaixada para ler e responder mensagens, postar e ver notificações nas redes sociais, mais problemas podem surgir.
“Ao manter essa postura errada por um longo período, alteramos a linha de força do peso da coluna e mudamos o centro de equilíbrio do pescoço. Isso gera fadiga muscular, danos aos discos da coluna cervical, formigamento e muita dor”, informa o especialista.
E tem mais. Quem passa muito tempo sentado em frente ao computador, videogame ou televisão corre o risco de comprometer o joelho e as costas, tendo como efeitos dor e limitação dos movimentos.
Um estudo publicado no ano passado no Journal of Human Reproductive Sciences, por meio de uma revisão, questionou justamente se o uso do celu lar estaria relacionado com a infertilida de masculina, com base nos resultados de estudos em humanos.
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O uso excessivo das tecnologias pode nos aprisionar em uma bolha virtual, isolando-nos do mundo real
Os efeitos do uso excessivo de celular no corpo humano
As tecnologias ajudam muito no nosso dia a dia, porém, seu uso exagerado pode causar danos a saúde.
Os olhos
A luz azul emitida pelas telas pode levar a fadiga ocular, olhos irritados e insônia
O ato de olhar para baixo ao visualizar a tela pode gerar olheiras e acidez na pele ao redor dos olhos.
mindinho sustenta peso do celular
Dor nas articulações
Os movimentos repetitivos feitos ao digitar mensagens e navegar em aplicativos causam tensão e in amação nas articulações, levando a dores nos dedos e pulsos.
Fertilidade
Homens que usam celular por mais de 4 horas por dia têm menos libido e menor potência de ereção por conta da radiação emitida pelos celulares, que também afeta a qualidade e quantidade dos espermatozoides.
fonte: Unimed
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Dor no pescoço e papada
Ao usarmos o celular inclinamos a cabeça para baixo e para frente, colocando uma pressão excessiva sobre o pescoço, que leva à dor e a acidez da área, e por consequência, uma papada.
Dismorfia corporal
Isso pode ser ocasionado pela in uência das mídias sociais, que podem servir como um ambiente nocivo que propicia comparação entre os usuários, podendo gerar transtornos psicológicos e sociais.
Dores na coluna
Ao olharmos para as telas, inclinamos a cabeça para frente e para baixo, fazendo com que a coluna vertebral se curve, sobrecarregando a região lombar e gerando dor e desconforto nessa área.
As imagens acima foram feitas usando o ltro baby chocolat, que distorce os rostos em busca de uma face perfeita.
Infográ co por: Johnatan Campos,v
Saiba como cuidar da sua saúde
A hipertermia escrotal e o aumento do estresse oxidativo podem ser os principais mecanismos pelos quais a radiação afeta a fertilidade masculina. No entanto, esses efeitos negativos parecem estar associados à duração do uso do telefone celular”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo.
A nossa saúde preserva a nossa qualidade de vida, e não existe nada melhor do que saber que você é uma pessoa saudável e capaz de fazer o que quiser. Por isso, é importante saber se cuidar.
Já vimos que o uso excessivo dos celulares pode ocasionar sérios problemas. Se você acredita que está utilizando esses dispositivos exageradamente, evite os problemas de saúde com as seguintes atitudes: colocar o celular na altura dos seus olhos para não precisar abaixar o pescoço; diminuir o tempo utilizando celular; realizar alongamento e exercícios para relaxar e fortalecer seus músculos; desenvolver novos hábitos para deixar o smartphone de lado. Se as dores persistirem ou se a situação se agravar, procure um profissional da saúde — como um fisioterapeuta — para realizar um diagnóstico e tratar corretamente a musculatura afetada, utilizando técnicas que permitam uma reabilitação adequada
Precisamos encontrar um equilíbrio onde a tecnologia seja uma aliada na busca do nosso crescimento pessoal e coletivo
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choque
Descubra seu temperamento
Faça o teste e descubra o seu temperamento: um teste completo para garantir eficácia
Como você geralmente reage quando algo não sai como o esperado?
a) Fico triste e me sinto desencorajado
b) Fico irritado e com raiva
c) Procuro encontrar algo para me distrair e me animar
d) Aceito e tento encontrar uma solução para o problema
Quando você está em uma situação social entre pessoas desconhecidas, como se sente?
a) Ansioso e inseguro
b) Animado e confiante
c) Entusiasmado e extrovertido
d)Tímido, mas curioso e interessado em conhecer outros
Qual destas atividades você prefere fazer?
a) Ler um livro ou assistir a um filme emocional
b) Participar de um esporte competitivo ou jogar videogame
c) Ir a uma festa ou sair para dançar
d) Fazer um passeio ao ar livre ou trabalhar em um projeto
Como você reage quando alguém discorda de você?
a) Me sinto ofendido e magoado
b) Fico irritado e argumentativo
c) Tento persuadir a outra pessoa a mudar de ideia
d) Aceito a opinião, mesmo que não concorde
Como você lida com o estresse?
a) Fico ansioso e tenso
b) Fico irritado e agitado
c) Procuro atividades divertidas e relaxantes
d) Tento lidar com o estresse de forma prática e organizada
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Some quantas vezes você escolheu cada letra:
Letra a : __ vezes
Letra b: __ vezes
Letra c: __ vezes
Letra d: __ vezes
O temperamento predominante é aquele que teve mais respostas escolhidas por você.
a) Melancólico:
Pessoas melancólicas tendem a ser sensíveis, introvertidas e emotivas. Elas podem ser profundamente afetadas pelas emoções dos outros e são propensas a se preocupar e se sentir tristes ou desencorajadas com frequência.
b) Colérico:
Pessoas coléricas tendem a ser impulsivas, assertivas e competitivas. Elas têm uma tendência a agir rapidamente e são muito motivadas para alcançar seus objetivos. No entanto, também podem ser impacientes e propensas a ficar irritadas ou zangadas facilmente.
c) Sanguíneo:
Pessoas sanguíneas tendem a ser sociáveis, extrovertidas e entusiasmadas. Elas são muito expressivas e gostam de interagir com outras pessoas. No entanto, também podem ser superficiais e ter dificuldade em se concentrar em tarefas que requerem mais tempo e esforço.
d) Fleumático:
Pessoas fleumáticas tendem a ser calmas, pacientes e equilibradas. Elas são muito confiáveis e têm um forte senso de estabilidade. Elas também podem ser muito reservadas e ter dificuldade em expressar suas emoções.
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O que as redes fazem com as suas emoções
Hoje inevitáveis, a internet e as mídias sociais têm cada vez mais impacto na nossa saúde mental e emocional por
LEONARDO NEIVA fotos EDWARD HONAKER
Em 2021 , após críticas do público, da mídia e de profissionais de saúde, o Facebook decidiu paralisar o projeto de um aplicativo voltado para crianças abaixo de 13 anos. Pouco antes, o Wall Street Journal tinha revelado que a empresa sabia do mal que o Instagram, rede social que integra a companhia, causava à saúde emocional de jovens adolescentes. “ 32 % das adolescentes disseram que, quando se sentiam mal em relação a seus corpos, o Instagram as fazia se sentir pior”, revela uma pesquisa interna feita pelo Facebook. “As comparações no Instagram podem mudar a forma como mulheres se enxergam e se descrevem.”
Nas últimas eleições presidenciais no Brasil, a ansiedade tomou conta das redes ao longo de meses antes da definição do resultado final. Mesmo após o pleito, num período marcado por protestos bolsonaristas, as redes ajudaram a disseminar sentimentos como medo e raiva, que nem a profusão de memes conseguiu atenuar.
Casos como esses existem aos montes e revelam o impacto emocional que a internet e as redes sociais podem ter sobre a gente. De acordo com o pesquisador e professor de psico logia da puc - rs , Wagner de Lara Machado, naturalmente as mídias sociais já colaboram para desregular nossas emoções.
“Estudos mostram que, desde criança ou adolescente, se no tam efeitos negativos. Se você passa de três horas diárias de uso, já tem uma relação de dependência, o que é um gatilho para ansiedade”, explica.
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A tecnologia nos proporcionar uma sensação de conexão superficial mas não preencher o vazio emocional
Homem primata
Quando se acrescenta a esse impacto uma atmosfera de disputa e polarização como a que dominou o país, o efeito na saúde mental é ainda maior, potencializado pela natureza das campanhas políticas. “Nas campanhas, você viu engajamento a partir do medo. O que vai acontecer se o outro candidato ganhar? Esse discurso mira ativar emoções negativas”, aponta o psicólogo.
De acordo comespecialista, Adriana Drulla, o cérebro humano leva centenas de milhares de anos para sofrer alguma mudança significativa. Portanto, o órgão hoje não é muito diferente daquele de antepassados longínquos. Até por isso, nossos mecanismos de autoproteção permanecem praticamente inalterados. “Quando percebemos uma ameaça, nosso campo de visão fica estreito e a capacidade de ver a situação por outras perspectivas diminui.” O problema é que esse mesmo sistema não diferencia ameaças reais das criadas por nossa imaginação.
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a supressão de emoções é um caminho que leva à positividade tóxica, em que se busca evitar ao máximo emoções”
A voz do coração
Estudos já mostram que postagens raivosas em redes sociais tendem a atrair a atenção e receber mais compartilhamentos do que posts alegres ou positivos, e que esses tipos de posts que envolvem hate, são os mais clicados e compartilhados nas mídias.
Isso tem tudo a ver com a questão evolutiva. “Mexe com nosso sistema de proteção contra ameaças. Nos tornamos obcecados com aquilo que nos assombra”, revela. Até as tais bolhas ideológicas nas mídias sociais podem remeter ao comportamento humano de se organizar em tribos. “Perceber que outros pensam como nós aumenta nossa sensação de pertencimento, o que nos dá segurança”, aponta Drulla.
Mas não foram só influencers e políticos que entenderam o impacto dos discursos emocionais e inflamados para mover multidões, de acordo com Machado. Marcas e veículos de notícias já usam estratégias semelhantes no ambiente online. O problema, diz o pesquisador, é
As emoções que antes eram vivenciadas intensamente, em contato direto com a natureza, agora são filtradas através de telas
que nosso cérebro opera com uma quantidade limitada de energia. “Se coloco energia demais no processamento das emoções, perco pelo lado racional e analítico.” Daí expressões como “ficar cego de raiva” ou até as penas que acabam sendo reduzidas para crimes passionais. Além disso, segundo o psicólogo, nosso cérebro não foi feito para processar a enorme quantidade de informações e notícias com que a internet nos bombardeia todos os dias. Essa sobrecarga também facilita um engajamento por meio das emoções, ele diz. E buscar informações que confirmem o que já pensamos reduz o trabalho do cérebro, que elevaria o gasto energético ao lidar com o contraditório. Devido a esse mecanismo que turbina reações emocionais e reativas, Machado não recomenda o diálogo quando as coisas ainda estão quentes, como na recente disputa política. “É temerária uma re aproximação entre os dois lados. As pessoas estão irritadas.”
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Alexander Andrews
Telas e filtros
Com todo esse contexto, mesmo a produção de memes, tradicionalmente uma forma de tornar situações mais divertidas, pode servir para ridicularizar e desumanizar o adversário, esquentando ainda mais os ânimos, afirma o pesquisador. Um exemplo foi a viralização de imagens de um manifestante bolsonarista agarrado à frente de um caminhão. “Esse discurso não é criado ao acaso, ele gera uma distância social maior do adversário. Aí coisas como diálogo e empatia vão para o espaço.”
No online, até emoções como a tristeza passam por um filtro estético, e uma ocasião grave, a exemplo de uma internação hospitalar, costuma receber um tratamento mais bonitinho, de acordo com a pedagoga Isabella Ianelli. “A pessoa faz aquele post tradicional do bracinho tomando soro”, brinca.
Especialista em equilíbrio emocional e cocriadora do Curso das Emoções, que ensina a lidar com os próprios sentimentos onde o usuário pode apresentar a peça que quiser.
Segundo a especialista, no digital se perde uma certa honestidade presente nas interações presenciais, quando há menos filtros para ocultar os problemas que a pessoa tem na vida. E, na lógica de polarização que vivemos, em geral há dois caminhos extremos e opostos para lidar com as emoções à flor da pele na internet, diz. Exprimi-las como se não houvesse amanhã ou simplesmente suprimi-las.“Tem a pessoa que vai responder com raiva qualquer post com que não
A tecnologia permeia nossas emoções que nos incentivam a buscar validação externa e nos expor ao julgamento constante dos outros
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concorda, deixando o medo falar mais alto. E existe também a que fica quieta e finge que não é com ela”, exemplifica. Para a pedagoga, ambas as opções apresentadas são problemáticas, pois não é possível se ater ao extremos, temos que achar o equilíbrio.
Se, na primeira, há um alto risco de arrependimento, a questão da segunda é que as emoções não somem quando fazemos de conta que não estão ali. “A longo prazo, vai se criando uma panela de pressão interna”, afirma Ianelli. “Então não adianta explodir, porque vai começar uma briga, e nem suprimir, pois sem diálogo não se chega a lugar nenhum.”
Essa supressão de emoções, diz Ianelli, é inclusive um caminho que leva à positividade tóxica, em que se busca evitar ao máximo emoções como tristeza, raiva ou medo. “O indivíduo tenta manter uma persona que não tem nenhum desses sentimentos, o que a gente sabe ser impossível.” Para ela, uma opção mais efetiva é não nos agarrarmos a emoções que nos fazem mal.
As crianças e adolescentes, porém, são também o grupo mais vulnerável quando o assunto é internet, aponta Lucio Lage, do Delete. Nessa faixa etária, áreas do cérebro que comandam sentimentos como o medo não estão totalmente formadas, explica. Além disso, segundo ele, cada vez mais pais estariam incentivando a exposição dos filhos na internet, mesmo que estes não estejam prontos para entender o que faz mal à sua saúde mental.
Citando um pensamento do neurocientista americano Richard Davidson, Ianelli reforça que o bem-estar é uma habilidade que precisa ser exercida diariamente, de forma tão natural quanto escovar os dentes. “Ninguém nasce paciente. A pessoa pode até ter uma facilidade maior, mas essa paciência foi sendo treinada ao longo do tempo.”
A prática, aponta, pode ser reforçada com atividades diárias como meditação, exercícios físicos regulares e até um hábito simples como desligar o celular uma hora antes de dormir.
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A receita do bolo
Para o professor de psicologia Wagner Machado, não existe receita do bolo, e sim uma necessidade constante de disciplina. Isso sem recorrer a medidas exageradas, como apagar todos os perfis das redes ou evitar tudo que nos cause sofrimento. “Não devemos nos isolar. É importante saber o que está acontecendo, dentro de uma limitação.” Definir horários livres de internet ao longo do dia pode ser uma estratégia eficaz, ele diz. Outra é investir com mais frequência em interações presenciais. “Quando você dialoga frente a frente com alguém, costuma escutar o argumento da pessoa e ter contra-argumentos. Isso ajuda a romper o circuito de engajamento das mídias sociais.”
Nas últimas eleições presidenciais no Brasil, a ansiedade tomou conta das redes ao longo de meses antes da definição do resultado final. Mesmo após o pleito, num período marcado por protestos bolsonaristas, as redes ajudaram a disseminar sentimentos como medo e raiva, que nem a profusão de memes conseguiu atenuar.
Isso tem tudo a ver com a questão evolutiva. “Mexe com nosso sistema de proteção contra ameaças. Nos tornamos obcecados com aquilo que nos assombra”, revela. Até as tais bolhas ideológicas nas mídias sociais podem remeter ao comportamento humano de se organizar em tribos. Perceber que outros pensam como nós
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É importante estabelecer limites saudáveis e cultivar momentos de desconexão para nutrir nossas emoções
A essência do ser
A biologia nos lembra que viemos das mesmas substâncias das galáxias. Portanto, nosso verdadeiro eu é o próprio Universo, como explica o cientista Fábio Hazin
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ciclos Reprodução/TV Globo
Fábio Hazin conhece profundamente os oceanos. A certa altura da carreira acadêmica, o engenheiro de pesca e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (ufrpe), envolvido também com o desenvolvimento sustentável e a preservação da fauna e da flora marinhas, fez seu doutoramento no Japão. Aí, foi tragado por outro mergulho. Dessa vez, na mente humana, ancorado pelo zen-budismo. Mas, se voltarmos ainda um pouco mais no tempo, seremos obrigados a constatar que, há 4,5 bilhões de anos, não existia ainda no planeta nenhuma forma de vida. Tudo o que havia eram pedras e minerais.
Como você define o ser?
O ser, como o próprio nome diz, é quem verdadeiramente somos, e isso deveria ser algo extremamente simples de ser compreendido, se não vivêssemos mergulhados na ilusão do ego, da individualidade, na heresia da separatividade, como diziam os tibetanos, na ilusão de
somos todos folhas
Maya, como descrito pelo budismo, ou na Matrix, como naquele famoso filme. A partir de um dos ensinamentos mais primordiais do hinduísmo Vedanta, porém, Tat Tvam Asi, que significa literalmente “Isto Você É”, compreendemos que “isto” é o próprio Universo, é tudo o que existe. Esse somos nós. Esse é o nosso verdadeiro ser. Somos todos o mesmo ser brincando de sermos seres diferentes. Somos todos folhas dessa imensa e gigantesca árvore. E galhos. E raiz. E frutos também.
Biologia e o papo sobre o ser...
Há 4 bilhões de anos, todos os seres vivos que existem hoje na superfície do planeta Terra eram apenas uma única célula, o primeiro organismo vivo que conseguiu se duplicar e que deu origem a todas as formas de vida. Apesar de terem se passado 4 bilhões de anos, embora aquela primeira semente de vida microscópica tenha se transformado em uma árvore gigantesca, continuamos a ser todos folhas dessa mesma
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dessa imensa e gigantesca árvore. E galhos. E raiz. E frutos também.”
Engenheiro de pesca e professor da Universidade Federal de Pernambuco, Fábio Hazin
ciclos
tarmos ainda um pouco mais no tempo, seremos obrigados a constatar que, há 4,5 bilhões de anos, não existia ainda no planeta nenhuma forma de vida. Tudo o que havia eram pedras e minerais.
Qual é a benção de despertar?
árvore, partes desse mesmo ser, nós pertencemos, portanto, uns aos outros, como pertencem às suas mães todos os filhos e todas as filhas da Terra.
Mas, se voltarmos ainda um pouco mais no tempo, seremos obrigados a constatar que, há 4,5 bilhões de anos, não existia ainda no planeta nenhuma forma de vida. Tudo o que havia eram pedras e minerais. As substâncias químicas presentes na superfície do planeta, irradiadas permanentemente é tudo o que existe. Esse somos nós.
Porque não nos vemos como parte de todos os seres ?
Infelizmente, não vivemos essa existência por meio do nosso ser, mas pelo nosso ego. Por esse personagem construído pela nossa mente, atrás do qual nos escondemos e por meio do qual nos relacionamos com todos os outros seres. Sem compreendermos a nossa sacralidade, como o próprio Universo que somos. Dessa vez, na mente humana, ancorado pelo zen-budismo, mas, se vol -
Deixar de viver em função do ego para viver pelo ser é viver em paz. É viver livre, liberto da dualidade, do julgamento e da opinião dos outros. É viver em um mundo onde toda a raiva é substituída pela compaixão. É viver livre do medo. Do medo da solidão e do medo da morte. Como podemos estar sós se todos os seres são parte de quem somos. E como poderíamos morrer se somos o próprio Universo
A correria do dia onde tudo que acontece ao seu redor sem você se dar conta preso em seu próprio mundo
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Samuel Scrimshaw
O que é Solitude
Na solitude, conseguimos entrar em contato com nosso mundo interno, colocar os pensamentos em ordem e observar o significado das nossas emoções
por URANIO BONOLDI fotos MARCO ZUPPONE
Estar sozinho, para você, é algo prazeroso ou angustiante? É fato que cada um de nós sente isso de maneira diferente. Em alguns momentos, ainda, nossa cultura nos leva a acreditar que ficar sozinho é ruim. No entanto, você sabia que passar um tempo na própria companhia pode ser positivo?
Quem refletiu muito sobre essa questão foi Paul Tillich, um importante pensador do século XX. Para ele, a solitude “expressa a glória de estar sozinho”. Mas ele ressalta, também, que solitude é diferente de solidão.
Bem, mas o que é solitude, de fato? Por que ela pode ser vantajosa para nós? E, ainda, em quais aspectos ela se difere da solidão?Responderemos todas essas questões tão filosóficas-existenciais-essenciais ao longo das próximas linhas. É só seguir!
O que é solitude?
Solitude é um isolamento voluntário. Essa expressão foi muito usada pelo pensador Paul Tillich, que associou tal palavra à glória e felicidade de estar sozinho.
Ele defendia que é apenas quando estamos sós que conseguimos entrar em contato com nosso mundo interno, colo car os pensamentos em ordem e observar o significado das nossas emoções.Para Tillich, é preciso encontrar beleza no silêncio e na tranquilidade trazida por ele.O que aconteceu hoje que eu gostaria que se repetisse.
A solidão pode ser uma companheira silenciosa que envolve a alma, mesmo na multidão mais movimentada
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Solitude relacionada a inteligência emocional
Seguindo a linha de raciocínio que diferencia essas expressões, solidão tem um significado mais desagradável. Ela remete à dor, à angústia, à sensação de vazio. A solidão é o sentimento de não conseguir ser feliz, por ter a sensação de que falta algo na vida. Alguém que não tem um relacionamento amoroso e deseja um, a todo custo, sente a solidão.
No entanto, a solidão não está associada apenas à falta de romances, na verdade, ela tem um conceito mais amplo, podendo significar estar ou não ao redor de amigos, pessoas.O que aconteceu hoje que eu gostaria que se repetisse?O que tem colaborado para os resultados da minha empresa?
Já sentir a solitude é ter momentos sozinho e não sofrer com isso. É não ter a necessidade constante de ter uma pessoa por perto e saber viver em paz interna, apesar disso.Todavia, não é necessário ser um eremita para praticar a solitude. É possível,
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A solidão não é apenas a ausência de companhia, mas sim a sensação de não ser compreendido ou verdadeiramente conectado com os outros
Solitude e relação com o empreendedorismo
A produtividade se tornou uma virtude muito desejada por todos. Fazer rápido em menos tempo é algo que as pessoas buscam aprimorar cada vez mais e empreendedores costumam se cobrar muito nesse aspecto. No entanto, o que quase nunca é incentivado é o comportamento de parar um pouco e contemplar o que está acontecendo.
As reflexões influenciam nas decisões e, consequentemente, nos resultados do negócio. Sem essa análise, o aprendizado fica comprometido, de forma que escolher um momento do dia ou da semana para refletir e anotar insights é poderoso. Algumas perguntas interessantes podem ser.
O que aconteceu hoje que eu gostaria que se repetisse?O que tem colaborado para os resultados da minha empresa?Como a solitude se relaciona com a inteligência emocional?Algumas pessoas tentam se ocupar o tempo todo e não conseguem ter aquele instante de pausa
em que simplesmente não fazem nada. Os 10 minutos de tempo livre depois do almoço, por exemplo, são preenchidos com redes sociais e as horas após chegarem em casa do trabalho são ocupadas com TV. Isso faz com que percam a oportunidade de se conectarem consigo mesmas.A reflexão sobre si e os acontecimentos do dia ajuda a trazer um pouco mais de autoconhecimento. No entanto, para conseguir escutar a mente, é necessário silenciar tudo ao redor.
Algumas ideias de perguntas podem ser:Por que eu agi daquela maneira naquela situação?De que forma posso melhorar minhas atitudes?O que influenciou minha decisão?Do que eu preciso para ter mais satisfação?Claro que essa não é a única maneira de aprimorar a inteligência emocional, mas pensar sobre essas questões ajuda bastante.
A cultura ocidental tende a valorizar mais as pessoas extrovertidas, que es tão sempre em ação. Assim, alguém sozinho ou quieto muitas vezes é consi derado problemático do ponto de vista.
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Por que algumas pessoas lidam melhor com a solitude
Desde cedo, crescemos com o pensamento introjetado de que devemos ser expansivos para sermos considerados mais divertidos ou que precisamos estar com alguém ao lado para sermos mais realizados. Um pequeno exemplo são os clássicos contos infantis, cujas histórias terminam com a princesa e o príncipe juntos e felizes para sempre.
Além disso, também tem a influência da carga genética. Todos nascemos mais inclinados para a introversão ou para a extroversão. Enquanto os extrovertidos precisam de contato social para reporem a própria energia, os introvertidos sentem-se exaustos após ficarem muito tempo rodeados por pessoas. Eles, ao contrário, repõem a energia ao se isolarem um pouco.
Essas duas condições influenciam em como interpretamos o que é ficar só. Dependendo do ambiente em que crescemos e de como os outros nos passaram esse conceitos, lidamos melhor ou pior com a solitude.A solitude é uma oportunidade para definirmos sonhos, projetos de vida. Nossas reflexões nos ajudam a entender um pouco o que queremos ou do quê precisamos para ter mais satisfação. Ficar apenas com a nossa própria companhia também pode nos livrar de problemas sérios.
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Como a solitude pode mudar a vida de pessoas
Também podemos citar o ócio criativo como mais uma vantagem de praticar a solitude, visto que deixar a mente livre é importante para que ideias surjam. Afinal, uma rotina de muita produtividade e sem pausas é um bloqueio para a criatividade.
Porém, isso não significa que precisamos ficar sempre isolados, já que ter habilidades sociais e saber lidar com os outros é importante. Dessa forma, mesmo os introvertidos ou os que gostam da solitude precisam estar com pessoas de vez em quando, visto que relacionar-se é bom e permite aprendermos muito com o outro também. Ou seja, o equilíbrio é saudável.
Bem, você entendeu o que é solitu de e o quanto ela é indispensável para nosso crescimento pessoal. Agora é com você começar a colocá-la em prá tica. Tire algumas horas na semana
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Não devemos confundir estar sozinhos com a solidão, pois é possível encontrar paz e plenitude interior
mesmo os introvertidos precisam estar com pessoas, pois permite aprendermos muito com o outro também”
para entrar mais em contato consigo mesmo e refletir sobre aquilo que você pode mudar para ser mais feliz. As reflexões influenciam nas decisões e, consequentemente, nos resultados do negócio. Sem essa análise, o aprendizado fica comprometido, de forma que escolher um momento do dia ou da semana para refletir e anotar insights é poderoso. Algumas perguntas interessantes podem ser.
Ele defendia que é apenas quando estamos sós que conseguimos entrar em contato com nosso mundo interno, colocar os pensamentos em ordem e observar o significado das nossas emoções.Para Tillich, é preciso encontrar beleza no silêncio e na tranquilidade trazida por ele. O que aconteceu hoje que eu gostaria que se repetisse.
O que aconteceu hoje que eu gostaria que se repetisse?O que tem colaborado para os resultados da minha empresa? Como a solitude se relaciona com a inteligência emocional? Algumas pessoas tentam se ocupar o tempo todo e não conseguem ter aquele instante de pausa em que simplesmente não fazem nada. Os 10 minutos de tempo livre depois do almoço, por exemplo, são preenchidos com redes sociais e as horas após chegarem em casa do trabalho são ocupadas com TV. Isso faz com que percam a oportunidade de se conectarem consigo mesmas
A solidão não é um sinal de fraqueza, mas uma chamada desesperada por conexão humana
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Os benefícios do banho gelado
O banho gelado durante a semana vai aumentar as forças do seu sistema imunológico e deixar sua pele mais brilhosa
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Rahul Chakraborty
Tchau, preguiça! Especialistas da Espanha indicam que o banho gelado semanal, com duração entre 10 e 15 minutos, faz bem para o corpo e para a mente. Segundo eles, é preciso começar devagar e com menos tempo. Aos poucos, o corajoso ou corajosa logo vai perceber a respiração e a disposição bem melhores!
Respirar e concentrar. E não é só se jogar debaixo da água fria com tudo. O banho gelado semanal tem que vir acompanhado de técnicas de respiração. Com a respiração correta, será mais fácil se acostumar com a água fria.
A primeira dica dos pesquisadores é respirar pelo nariz. “É importante estar atento a isso e perceber quando estamos respirando pela boca”. Uma das saídas é inspirar 3 segundos e expiram outros 3, aumentando o número de segundos de tempo em tempo. Com isso, a respiração ajuda na inativação da resposta de fuga quando somos expostos a situações desagradáveis, é o caso do banho gelado
Fortalece o sistema imunológico. Ativa a circulação sanguínea e ajuda a prevenir o aparecimento de varizes e celulite, aliviando a sensação de pernas cansadas. Alivia inflamação muscular após atividades físicas de alta intensidade. Ativa a mente enquanto o corpo responde ao frio para manter a temperatura corporal.
Aumenta a energia uma vez que as terminações nervosas da pele são ativadas em resposta ao frio.É altamente recomendado para a pele do corpo e do rosto. A água quente resseca, mas a água fria descongestiona, reduz inflamações e ativa a circulação.
É altamente recomendado para a pele do corpo e do rosto. A água quente resseca, mas a água fria descongestiona, reduz inflamações e ativa a circulação. E não é só se jogar debaixo da água fria com tudo. O banho gelado semanal tem que acompanhar técnicas de respiração. Com a respiração correta, será mais fácil se acostumarao frio
O banho não apenas parte da higiene pessoal, mas como ferramenta de descanço e estabilidade emocional
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Encontre seu propósito com a logoterapia
Com foco na busca pelo sentido da vida, a Logoterapia busca trazer autoconhecimento e clareza para a vida
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propósito
Dondre Green
Fundada pelo psicólogo vienense Viktor Frankl, a Logoterapia é uma das abordagens estudadas pela Psicologia que prioriza o diálogo e a busca de sentidos dos indivíduo. Apesar das aproximações com outros campos, a Logoterapia é menos retrospectiva e introspectiva. Ela privilegia a compreensão dos fatores que motivam os seres humanos, definidos por Frankl como a busca do sentido existencial.
Além de ter se constituído como uma abordagem da Psicologia, conhecida como a terceira escola vienense, a Logoterapia logo se expandiu e passou a ser adotada por diferentes terapeutas e pesquisadores do comportamento humano.
Suas contribuições para o entendimento de doenças e dos problemas psicológicos que nos afetam mostram caminhos resolutivos focados no diálogo socrático, derreflexão e intenção paradoxal, técnicas da abordagem que você verá mais adiante.É comum que cada um de nós passe horas refletindo sobre seu propósito de vida e o que al -
a Logoterapia
meja conquistar, algo que nos traga satisfação. Viver uma vida que faça sentido é um dos elementos fundamentais para que cada pessoa esteja confortável consigo mesma. No entanto, em um mundo fragmentado e cada vez mais acelerado, se reconhecer enquanto indivíduo é cada vez mais complexo.
“Vida com sentido não é apenas uma vida das sensações agradáveis e ausência de desconforto“, explica a logoterapeuta Marcela Bento. Ela destaca ainda que “o equilíbrio total em todas as áreas da vida o tempo todo não é necessário para o ser humano.” Pode parecer estranho e até um pouco desconfortável ler isso, afinal, estamos sempre em busca de uma pílula mágica que nos proporcione felicidade durante todo o dia.
No entanto, Marcela destaca que a angústia, o desconforto e a insatisfação com a vida são importantes para a ma nutenção da saúde mental. “Nos tiram da inércia, nos desafiam, nos amadu recem, envolvem renúncia e escolhas.
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Encontrar o propósito é uma jornada de autoconhecimento
tem a finalidade de auxiliar o indivíduo a encontrar sentido”
Isso nos leva a sermos o que poderemos ser extraindo de nós o melhor e o máximo como ser humano“, justifica.
Fazer escolhas, trilhar bons caminhos e tomar decisões com discernimento nem sempre é fácil. Às vezes, pode ser que exista uma dúvida sobre o que realmente escolher para a vida, desde coisas simples até questões complexas, como o fim de uma relação ou uma transição de carreira.
A psicóloga Marcela Bento explica que a abordagem se diferencia por trabalhar a partir de uma visão tridimensional. Isso inclui a dimensão biológica (física), psicológica (cognitivo) e noética (espiritual).
A partir daí, a Logoterapia busca compreender que o ser humano é capaz de encontrar sentido fora de si, em algo ou alguém, por exemplo. Diferente de outras abordagens, que centralizam o indivíduo, a proposta é que o paciente tenha uma visão cada vez mais ampla da sua vida e do que a afeta. Assim como outras propostas da Psicologia, a abor -
dagem com foco na Logoterapia busca se firmar em três pilares: 1. Liberdade da vontade; 2. Vontade de sentido e 3. Sentido da vida. Marcela lembra que os atendimentos partem do princípio de que as pessoas são livres, responsáveis e produtos de suas escolhas.
Para uma abordagem na clínica, a Logoterapia utiliza três técnicas principais, conhecidas como derreflexão, intenção paradoxal e diálogo socrático. Embora sejam nomes pouco conhecidos no senso comum, os métodos e práticas auxiliam na compreensão de si e resolução de problemas e conflitos internos.
A derreflexão busca a autrotranscendênca do indivíduo e é muito importante em casos de autocobrança, distúrbio do sono e impotência sexual, segundo Marcela Bento. Além disso, a técnica faz um confronto com a hiper-reflexão, quando pensamentos excessivos sobre si.Por outro lado, o uso da intenção paradoxal é uma técnica que promove o autodistanciamento e paralisa a angústia da expectativa
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propósito
O propósito reside na harmonia entre nossas paixões, sendo a chave para uma vida plena e satisfatória
Dondre Green
CAPRICÓRNIO
22 DEZ -- 20 JAN
Persistência e cautela
Junho vai trazer muita ternura e sentimentos para o Capricórnio. Isto vai evocar um desejo de uma relação estável em si. Você terá sorte este mês, e terá muitas oportunidades para conhecer a sua alma gêmea e parceira.
AQUÁRIO
21 JAN Á 19 FEV
Emotivo e romântico
Em junho, os Aquários irão sentir-se livres. Finalmente, será capaz de se livrar do seu passado e apenas fluir no momento presente. O seu sentido de humor único atrairá a atenção de muitas pessoas, e pelo seu sex appeal, surpreenderá pessoas do sexo oposto.
PEIXES
20 FEV Á 20 MAR
Modesto e sensível
Junho vai trazer muitas mudanças para a vida dos Peixes. Essas mudanças também podem ser para o bem ou para o mal. No entanto, só depende de si como irá abordar essas situações. Vocês devem usar o fato de que são tão diretos e fazer exatamente como se sentem.
ÁRIES
21 MAR -- 20 ABR
Espontâneo e confiança
Junho despertará em Áries um forte desejo de viajar e conhecer outras pessoas. Devido a uma tarefa não concluída, você se sentirá levemente cansado e desmotivado no trabalho. Entretanto, não se deixe estressar e saia para tomar um drink.
TOURO
21 ABR -- 20 MAIO
Esse mês, Touro lutará com pensamentos e atitudes negativas diante da vida. Antigos bloqueios que você vem carregando há muito tempo começarão a emergir e poderão inclusive causar problemas mentais associados com depressão, então relaxe e aproveite.
GÊMEOS
21 MAIO Á 20 JUN
Comunicativo e criativo
Junho trará para os geminianos a capacidade e a vontade de aprender coisas novas que trarão muito sucesso no trabalho, portanto, não tenha medo de pedir um aumento de salário. O período traz consigo um estímulo direto para você planejar um feriado exótico.
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consulta MADAMA BRONA
Força e teimosia
CANCÊR
21 JUN Á 22 JUL
Reservado e emotivo
Junho será o mês do amor para Câncer. Durante esse período você se sentirá mais confiante e atraente, o que funcionará como um afrodisíaco para as outras pessoas que não vão tirar os olhos de você. Você tem uma oportunidade única para fazer sua escolha.
LEÃO
23 JUL Á 22 AGO
Corage e determinação
Junho dará suporte ao comportamento afetado de Leão. Você se envolverá em situações que vão deixá-lo furioso e despertar emoções muito fortes com as quais você não saberá lidar. Além disso, você levará, mais do que nunca, tudo para o lado pessoal.
VIRGEM
23 AGO Á 22 SET
Cuidadoso e meticuloso
Junho não será um mês muito feliz para os nascidos sob o signo de Virgem. Você estará depressivo porque sente que não consegue se mover para nenhum lugar na vida e mesmo que você tente fazer o melhor para mudar sua mentalidade, é inútil.
LIBRA
23 SET Á 22 OUT
Simpatiae harmonia
Junho será um mês cheio de incertezas. Balança começará a duvidar de si mesma, e isso se refletirá no seu desempenho. Coisas que você tem adiado há muito tempo também surgirão, e o medo de não conseguir fazer tudo a tempo, gera ansiedade.
ESCORPIÃO
23 OUT Á 21 NOV
Combativo e atento
Junho vai trazer à tona algumas emoções fortes para os Escorpiões. Todas as experiências emocionais serão duplicadas em força, por isso evite as situações que possam ser emocionalmente exigentes e, em vez disso, concentre-se em coisas que lhe tragam alegria.
SAGITÁRIO
22 NOV Á 21 DEZ
Intenso e esforçado
Junho será o mês em que os Sagitarianos deixarão o seu passado e iniciarão uma nova fase da vida quando se concentrarem apenas no momento presente. Você conhecerá alguém que lhe mostrará o caminho que mais tarde você decidirá seguir.
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The Whale e a gordofobia
A palavra gorda precisa ser tirada da categoria de ofensa, urgentemente. Dito isto, vamos falar do filme The Whale
por BECCA STURKI
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reaja
Reprodução/ Los Angeles Times
o levam a encontrar na comida algum conforto. Embora seja um filme emocionante, há muitos gatilhos e não é objetivo. Ou seja, quem assistir precisa estar disposto a debater, refletir e avaliar o filme para além do óbvio, para não tirar apenas discursos vazios do longa. O conteúdo é chocante, acredito que intencionalmente já que o diretor é Darren Aronofsky, mesmo de “Mãe” e “Cisne Negro”, entretanto é importante pontuar que tem gordofobia (muita), homofobia e conflitos familiares.
Trazendo a pauta para o social e para minha profissão, que é assessora de comunicação, é preciso parar de reduzir pessoas gordas a: fracassadas, infelizes, sem saúde e repulsivas. Constantemente nos sentimos penalizadas simplesmente por existirmos, seja tentando comprar uma roupa no shopping, ter medo de sentar em determinadas cadeiras ou não passarmos na catraca do ônibus. Ser gorda não torna uma pessoa menos humana, nem faz com que o dinheiro dela valha menos.
Nós, pessoas gordas, somos capazes de tudo! Não precisamos de dó, ódio ou sentimentos negativos que piorem a nossa relação (já tão prejudicada pelo padrão) com o nosso corpo. Isso serve também para produtores de campanhas, roteiros e demais ações. Incluam o corpo gordo, mas livre de seus estereótipos, em suas produções
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Eu ressignifiquei a relação com a baleia na minha vida e hoje tatuei esse animal lindo e poderoso”
Brendan Fraser caracterizado de Charlie, o personagem principal do filme The Wale
Filmes e séries
Filmes e séries que te fazem pensar sobre a vida
Encontros e desencontros
Sofia Coppola
1h 41min
O filme nos apresenta a história de um ator de meia-idade (Bill Murray), que está em uma fase de descontentamento com sua vida. Ele encontra-se com a jovem Charlotte (Scarlett Johansson) durante uma viagem para Tokyo, e assim como ele, ela está em um momento difícil, pois não encontra sentido em sua vida, e constantemente sente-se solitária.
google play, amazon prime, apple
Lady Bird: A hora de voar
Greta Gerwig
1h 34min
Lady Bird conta a história de Christine(Saoirse Ronan), uma adolescente que estuda em um colégio católico, e tem fortes traços artísticos em sua personalidade. Ela está em uma fase de descobertas, e com a chegada da maturidade e de novas experiências, surgem novos sentimentos, como a necessidade de pertencimento social.
google play, amazon prime, apple
98 /ban
assista
Black Mirror
Charlie Brooker
5 temporadas (média de 50min por episódio)
Centrada em temas obscuros e satíricos que examinam a sociedade moderna, particularmente a respeito das consequências imprevistas das novas tecnologias. Os episódios são trabalhos autônomos, que geralmente se passam em um presente alternativo ou em um futuro próximo.
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Extraordinário
Stephen Chbosky
1h 53min
Auggie Pullman (Jacob Tremblay) é um garoto que nasceu com uma deformação facial, o que fez com que passasse por 27 cirurgias plásticas. Aos 10 anos, ele pela primeira vez frequentará uma escola regular, como qualquer outra criança. Lá, precisa lidar com a sensação constante de ser sempre observado e avaliado por todos à sua volta.
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99 @barraban_
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Podcasts
Conheça programas com temas ligados ao autoconhecimento, equilíbrio emocional e saúde mental
Vibes em análise com André Alves e Lucas Liedke convidada Silvia de Melo e Paiva episódio culpa do que? quem foi? (57min)
Todo mundo tem o seu próprio jeito de sentir (ou não sentir) culpa, tem seus motivos e suas intensidades, mas o que a nossa culpa revela sobre a gente?
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A loucura nossa de cada dia com Guilherme Facci convidada Silvia de Melo e Paiva episódio o suicidio (26min)
Todo mundo tem o seu próprio jeito de sentir (ou não sentir) culpa, tem seus motivos e suas intensidades, mas o que a nossa culpa revela sobre a gente?
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Estamos bem?
com Bárbara dos Anjos convidada Tatiana Vasconcellos episódio etarismo (1h 8min)
Nossos sonhos e metas tem data de validade? Quando a gente se desprende do etarismo, a gente descobre que temos tudo para não nos limitarmos por conta da idade.
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100 /ban
Psicanálise de boteco
com Alexandre Patricio e Filipe Pereira convidada Ana Suy episódio o ciúmes para a psicanálise (47min)
Nesse episódio fala-se de um tema tão espinhoso e natural à constituição humana: o tal do ciúmes.Com base no livro “Psicanálise de boteco: o inconsciente na vida cotidiana”.
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Finitude
com Juliana Dantas e Renan Sukevicius convidada Marcela Carvalho episódio transtornos alimentares (49min)
Neste progama aprenda causas, sintomas, tratamentos, os perigos das dietas restritivas, e como não ser um peso extra no convívio de quem atravessa essa questão.
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Para dar nome às coisas
com Natalia Sousa episódio topar, quando possível, as incertezas (37min)
Topar o risco de não saber exatamente o que tá fazendo ou de chegar muito perto do que é para fazer, mas mudar de caminho, justamente porque não sabia que era isso que tinha que fazer.
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101 @barraban_
leia
Livros
Livros que estimulam o autoconhecimento podem ser gatilhos importantes rumo a transformações em busca de uma vida mais plena
Mulheres que correm com os lobos
576 páginas editora rocco lançado em 1989
Mulheres que correm com os lobos já se tornou um clássico da literatura para mulheres que buscam autoconhecimento. Escrito pela psicóloga junguiana Clarissa Pinkola Estés e lançado pela primeira vez em 1989, a obra icônica apresenta contos e lendas antigas e traça paralelos entre as narrativas e os símbolos arquetípicos que elas carregam.
O Mundo que Habita em Nós
136 páginas editora instante
lançado em 2019
Essa é uma obra de Liliane Prata lançada em 2019 que traz questionamentos e reflexões filosóficas valiosas para repensarmos nossa ansiedade, raiva e melancolia, assim como nosso amor-próprio. Por meio de várias citações de poemas, trechos de livros e músicas, Liliane nos convida ao autoconhecimento e transformação pessoal.
Roube como um artista
160 páginas
editora rocco
lançado em 2013
Roube como um artista pode ajudar todas as pessoas que queiram se conectar mais com a criatividade adormecida. Aqui, o designer e escritor joga luz sobre o tema da criação e dos processos criativos, defendendo que nada é totalmente original, mas que devemos saber usar as referências e inspirações de forma honesta e com sabedoria.
Seja homem
176 páginas
editora dublinense lançado em 2020
JJ Bola expõe a masculinidade como uma performance para a qual os homens são socialmente condicionados. Através de exemplos de tradições culturais e ecoando uma pluralidade de vozes, Bola desmascara diversos mitos, como aquele que proíbe os garotos de chorarem ou demonstrarem fraquezas. Seja homem é um chamado urgente.
103 @barraban_
Skincare
Conheça sete marcas nacionais de skincare que oferecem produtos com fórmulas livres de testes em animais
Sallve
Sérum Uniformizador
R$90
Uma fórmula multifuncional poderosa no tratamento e prevenção de hiper-pigmentação, olheiras pigmentares e linhas finas com hidratação.
Orna
Sérum para área dos olhos
R$180
Ao mesmo tempo que trata e previne linhas finas e olheiras, possui ativos que atuam na proteção e regeneração da pele. Previne o envelhecimeto precoce e tem efeito luminoso.
Creamy
Ácido Mandélico
R$63
Este gel tem efeito peeling noturno suave, esfoliando le vemente a superfície da pele enquanto clareia manchas de sol, acne e melasma suavizan do a área.
ideal
ta a firmeza e elasticidade, e suaviza rugas e linhas finas. Melhora o viço, que diminui as olheiras e bolsas, além de proporcionar maciez.
Quintal
Goma Esfoliante Facial
$108
Possui partículas naturais que promovem uma esfoliação multicamadas, ativos cicatrizantes e um prebiótico que restaura a microbiota e protege.
Bergamía
Hidratante Facial
Simple Organic Solução Vitamina C
R$180
Combate os radicais livres,reduz as linhas de expressão, clareia e protege a pele contra os danos causados pelos raios UV dando um visual jovial.
Protege sua pele contra a poluição, clareia manchas, melhora a elasticidade, hidrata e estimula a síntese de colágeno e ácido hialurônico.
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A ameaça das mídias sociais
As redes sociais são mesmo as grandes vilãs?
por RAPHA AVELLAR ilustração KRAIG & CARL
Se alguém tinha alguma dúvida de que as redes sociais são o sistema operacional através do qual a raça humana colabora em 2020, isso caiu por terra durante a pandemia. Ao mesmo tempo, o excesso de interação abre as portas para um debate acalorado. O fato de nossos irmãos, parceiros, filhos, amigos, pais, sobrinhos e até a sua tia-avó de 75 anos estarem consumindo e produzindo intensamente no universo digital, muitas horas por dia, trouxe até agora muito mais conclusões negativas que positivas.
108 /ban
anônimos internautas
Muita gente adora falar sobre como as mídias sociais estão prejudicando os jovens, como as crianças são corrompidas por elas, e até como representam uma ameaça à nossa democracia. Então tudo virou culpa dessas plataformas. Será? O debate sobre os efeitos negativos e positivos das redes e do mundo digital na juventude de hoje é tão visceral que não permite que se enxergue o óbvio: as redes sociais e a internet são o fenômeno sociocultural e econômico mais impactante da nossa geração. Não tem mais volta.
Culpar a tecnologia e as novas mídias pelo que está acontecendo de errado na nossa vida, além de equivocado, é injusto. Equivocado porque elas não estragaram o mundo, apenas expõem as falhas humanas que já existiam e potencializam comportamentos sociais já propensos em nós. Gosto de dizer que elas são uma vitrine daquilo que
somos, a internet não mudou você, ela apenas te expôs: o bom e o ruim, as virtudes e as falhas. Tudo isso deve estar na pauta da educação dos filhos. Logo, se as crianças estão usando as redes de maneira ruim, não é culpa das plataformas. São as estratégias parentais que fizeram com que esse comportamento se manifestasse em primeiro lugar. É sempre bom lembrar que crianças fazem coisas estúpidas, são xeretas, ansiosas, confidenciam segredos entre amigos. Mas o ser humano só cresce porque erra, é curioso e arruma em quem confiar. A internet oferece uma nova forma para apresentar esses mesmos comportamentos, com a diferença de que, agora, eles estão sendo expostos
109 @barraban_
Essa tecnologia audaciosa
E os filtros e redes sociais só aceleraram o processo
por VANESSA ROZAN ilustração CATARINA BASSELL
Tem filtro novo no TikTok e o nome dele é Bold Glamour, algo como glamour audacioso. Eu escrevi “novo” mas acho que a essa altura, entre digitar essa coluna e publicar, pode ser que ele já esteja velho dado o ritmo que as coisas operam nessa rede social. O tal Bold Glamour, se você não testou ainda, vale o experimento e aqui eu me explico: ele aplica sobre o seu rosto uma face “harmonizada”.
Você que me lê deve estar pensando que é só mais um filtro que modifica seus volumes faciais ou te aplica ma -
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anônimos internautas
quiagem ou melhora a luz do vídeo e até tira os poros. Pois ele faz tudo isso e mais, ele parece real demais.Ele basicamente faz uma harmonização facial em você sem te perguntar se algo estava precisando ser harmonizado antes do processo começar.
Diferente de filtros usuais ou antigos, o Bold Glamour acompanha perfeitamente seus movimentos, mesmo quando você passa a mão sobre o rosto do melhor jogador do cruzeiro esporte clube. Ele não dá margem para dúvidas. Quando você retira o filtro e se olha refletida na tela, tem certeza que voltou pior do que quando resolveu selecionar o Glamour Audacioso.
Você começa a pensar se deveria ter mais boca: ficaria melhor? Talvez a questão seja a sobrancelha, melhor seria se ela fosse mais alta, mais arqueada, mais definida? Tem algo errado com meu rosto e me parece que a passagem
natural dos anos acabou mesmo comigo, qual o telefone daquela dermato mesmo? Pode parecer que muita coisa mudou com os adventos do Body Positive e outros movimentos que buscam falar sobre corpos reais, mas as buscas por dicas de emagrecimento nas redes sociais e plataformas de pesquisa são o reflexo da angústia de ver corpos construídos com muito dinheiro, suor e tempo que são exaltados todos os dias e colocado em pedestais.
Veja agora no Carnaval: algum corpo real chacoalhou em destaque na avenida, alguma “musa” com flacidez, celulite, estrias e gordura localizada? Transformar o corpo real em um avatar de si mesmo é o caminho que estamos percorrendo como sociedade. E os filtros e redes sociais só aceleraram o processo, é preciso um filtro crítico com pouco glamour e nada audacioso
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Os novos modelos de trabalho
Estamos diante de uma profunda transformação nas relações de trabalho, é apenas uma onda passageira?
por ANDREA JANER ilustração PAVEL DANILYUK
Desde que as empresas resolveram reabrir depois de um longo período operando virtualmente, vimos diversos modelos sendo adotados com diferentes níveis de flexibilidade. Há, por exemplo, um experimento rodando de forma surpreendentemente positiva na Inglaterra, que prevê uma semana de 4 dias. Também um sistema implementado por um jovem banco digital brasileiro, que mantém o time todo trabalhando de forma remota e, a cada dois meses, reúne as equipes para uma semana presencial.
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Cada um desses novos modelos traz benefícios e desvantagens, e ainda é muito cedo para avaliar seus impactos no longo prazo. No entanto, algumas coisas já emergem deste processo que estamos vivendo.
A primeira é que, a meu ver, algo mais profundo e transformador aconteceu com muitos e muitos trabalhadores na pandemia. Alguns descobriram que funcionam melhor longe do escritório; sua produtividade até mesmo aumentou sem a pressão do ambiente de trabalho, algo que para populações minorizadas como mulheres, pessoas negras e LGBTQIA+, por exemplo, é especialmente incapacitante.
Estas pessoas, em sua maioria jovens das gerações Y e Z (mais ou menos entre 18 e 40 anos), estão com dificuldades para se reencaixar no mercado de trabalho. Muitas ainda não pediram demissão porque estão com medo da re -
cessão que se anuncia – ainda mais no Brasil, o futuro está ainda mais incerto. E, grande parte dos que ficaram, estão engrossando as estatísticas de burnout, fazendo explodir o número de afastamentos nas empresas por doenças como ansiedade, depressão e outros distúrbios emocionais e psicológicos.
As empresas, por sua vez, estão tendo muitas dificuldades para lidar com este novo desafio. A maioria não enxerga que, depois de dois anos de pandemia, não conseguiremos mais voltar para o lugar onde estávamos antes da covid-19. Que, aliás, estava longe de ser perfeito, pois já vínhamos assistindo ao crescimento das questões ligadas à saúde mental desde o início da década passada. Flexível, mas nem tanto
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Vidências e evidências
Nossos celulares sabem onde estivemos, em companhia de quem, a direção que estávamos e com quem nos comunicamos
por MARCELO DANTAS ilustração RODSON FREITAS
Há um ditado que diz “a evidência é maior que a verdade”. Essa declaração reflete um fato essencial sobre a natureza da evidência e como ela pode moldar a nossa compreensão de realidade.
Evidência pode ser definida como qualquer informação que suporte ou refute uma afirmação ou hipótese. Pode vir de várias formas, como dados científicos, testemunhos oculares ou registros históricos. Quando temos evidências, podemos usá-las para construir um caso a favor ou contra uma determinada ideia, teoria ou crença. No entanto, a evi -
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anônimos internautas
dência nem sempre se refere à verdade. A verdade é, muitas vezes, subjetiva e pode variar de acordo com perspectivas, crenças e experiências de um indivíduo.
Por sua vez, a vidência é um dom sobrenatural de ver o passado, o futuro, objetos ausentes ou inexistentes, imaginar contextos para os quais não temos vivência empírica. Toda evidência possui uma camada de vidência ou de projeção que está associada ao ponto de vista de quem a encontra. É algo neutro até o momento em que projetamos nela o que se deseja provar. Isso se aplica da arqueologia às fake news.
“A verdade é, muitas vezes, subjetiva e pode variar de acordo com perspectivas, crenças e experiências de um indivíduo”
Numa era cuja construção de evidências passou a ser capacitada pela inteligência artificial, fica cada vez mais difícil distinguir a verdade da intenção, o fato da sua consequência. Tudo se tor -
na passível de interpretação, projeção e imaginação. Qualquer estatística pode provar qualquer coisa.Embora a evidência nem sempre seja a mesma coisa que a verdade, ela é uma ferramenta na busca por conhecimento e compreensão. No entanto, existem mais evidências do que cabem na realidade. Devemos nos esforçar para usá-las da forma mais eficaz possível, ao mesmo tempo em que reconhecemos suas limitações e o potencial de viés e erro. É preciso entender que a maior parte das evidências do nosso tempo originam de uma vidente não-humana que molda as pegadas que ainda não caminhamos
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visual poema