suspiro

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R$ 20,00

ano 1 | novembro 2021

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A transição para a fase adulta é algo bastante complicado, confuso e cansativo. Não é fácil arcar com o repentino aumento das responsabilidades e das expectativas depositadas, com a renúncia da vida com poucas obrigações, e ainda por cima, decidir o rumo da sua vida. Em meio a esse caos do stress, dos estudos e da vida digital, uma tempestade é formada, tempestade essa que pode obstruir a visão do que existe à frente. Como uma calmaria, surge a revista suspiro. A revista é um entretenimento suave e informativo, que ajuda a manter a sanidade mesmo com as dificuldades do início da fase adulta. Revelando e destacando a importância da saúde e bem-estar mental, a publicação traz consigo um conteúdo que auxilia a manter a qualidade de vida e a concentração no que realmente importa, esclarecendo e dissipando a névoa sobre os caminhos a seguir. Sempre estão presentes na revista, seções com temas relacionados às angústias inclusas no universo do jovem. Também na seção “inspirar” são indicados conteúdos culturais como séries, livros, filmes e jogos. Nessa primeira edição, abordamos dicas para se preparar para o vestibular na matéria “Vestibulando: calma, tá tudo bem”, já na matéria “Trabalho: o que te impacta” são tratadas as principais causas de perda de saúde mental em ambientes de trabalho, além de outras matérias sobre conflitos familiares, distúrbios alimentares, drogas, videogame e covid, sendo assuntos bem relevantes.

Carol

Riyad

Turma 3A 2021/02 Projeto III Marise de Chirico Produção Gráfica Mara Martha Marketing II Neusa Nunes Cor, Percepção e Tendências Paula Csillag Ergonomia Auresnede Pires/ Matheus Pássaro Finanças Alexandre Ripamonti Projeto Editorial e Gráfico Arthur Brenner Carolinne Bertoni Henrique Arai Lucas Brandini Riyad Azzam

Henrique Arthur

Lucas



Colaboradores ANTÔNIO DRAUZIO VARELLA é um médico cancerologista, cientista e escritor, formado pela usp, conhecido por popularizar a informação médica no Brasil, através de programas de rádio, TV e pela Internet, com um site e canal no Youtube. Foi também um dos fundadores da Universidade Paulista e da Rede Objetivo.

QUINN ROONEY é um fotógrafo da equipe com sede na Austrália na Getty Images. Graduou-se na Melbourne School of Art and Photography em 1996 e começou sua carreira como colaborador de revistas esportivas. Em 2004, ele começou como freelancer para a Getty Images antes de assumir uma posição em tempo integral.

WILLIAN SANTIAGO é ilustrador e designer gráfico, no qual formou em Design Gráfico pela Universidade Estadual de Londrina, tem especialização em Direção de Arte, trabalhou alguns anos com branding voltado para a moda. Em 2014, abriu um estúdio de ilustração, com foco em ilustração editorial, moda e publicidade.

DR. JOSÉ GALLUCCI é mestre em Psiquiatria pela USP. Médico Assistente Supervisor do Programa de Neuropsiquiatria do Instituto de Psiquiatria do hc-fmusp. Chefe da Unidade Metabólica do Instituto de Psiquiatria do hc-fmusp. Diretor Médico da Unidade de Vídeo-eeg do Instituto de Psiquiatria do hc-fmusp.



18 Pause no game: é sobre o excesso

64 Nutrição: distúrbios alimentares

28 Vestibulando: calma, tá tudo bem

74 Se toca: os riscos das drogas

40 Trabalho: o que te impacta

86 Se cuida: há COVID entre nós

54 +Diálogo: casos de família

Good vibes 9

Suspirar 48

Expirar 10

Zen 62

Espelho 24

Inspirar 72

Delícia 34

Curandeiros do nilo 82

Mindset 35

Desabafo 92

Vento 38


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Música para relaxar por

MOLLY WARREN

Não importa se você gosta de pop, rock ou eletrônica, ou qualquer outro gênero, ouvir música é considerado uma boa opção para tentar lidar com as emoções e até mesmo controlá-las, principalmente quando há dificuldades de expressar e comunicar o que está se pensando e sentindo.

Playlist: Durante toda a edição, a revista suspiro traz uma playlist exclusiva, pensada especialmente no life style jovem. Com a finalidade de acompanhar a leitura da revista ou uma seção de estudos, a playlist é composta por uma vibe relaxante e apenas com músicas instrumentais. Nessa edição a curadoria de músicas é fortemente inspirada no lofi hip hop, combinado com o clima calmo e sereno da publicação.

A música é uma grande aliada durante as etapas de recuperação de traumas e luto, além de servir como calmante e agente regulador de emoções @sus _ piro



Redes sociais e saúde mental: será que existe influência? A relação entre redes sociais e saúde mental exige mais atenção e cuidado, pois pode elevar o risco de depressão e suicídio em jovens por

DR. MARCEL VELLA NUNES

Afinal, as redes sociais influenciam mesmo a saúde mental? Pesquisas sobre a influência da mídia na saúde mental revelam que os efeitos do consumo de Internet podem ser prejudiciais à estabilidade emocional e, nos casos mais extremos, gerar práticas danosas à integridade da vida. Nesse sentido, tal tema demanda mais reflexão para que as pessoas possam desfrutar dos benefícios da Internet, mas sem colocar a vida em risco. A relação entre redes sociais e saúde e bem-estar mental tem sido assunto de discussões e de estudos médicos e científicos. Esses profissionais retratam a importância de buscar estratégias de proteção da saúde de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos dominados pela mais nova doença do século: a adicção por Internet. Isso porque as mídias sociais têm o mesmo potencial para viciar que as drogas, o álcool e o cigarro. Nos Estados Unidos, é empregado o termo “fear of missing out” que, em português, significa “medo de ficar de fora”. Por isso, as pessoas passam horas e horas em “atualizações de status”, um hábito que, além de prejudicial à saúde e bem-estar mental, nada lhes acrescenta. Essa situação ainda é mais preocupante na pandemia, com o vírus. @sus _ piro


Jéssica Marta

Jovens ao usar muita rede social têm 35% de chances de ter problemas mentais

Que impactos advém da relação entre redes sociais e saúde mental? Recentemente, um estudo da plataforma Scielo/usp avaliou a influência das mídias sociais no desenvolvimento de ansiedade e depressão em estudantes de medicina. Os resultados foram esclarecedores e exigem atenção especial para reduzir os danos da utilização excessiva de Internet à saúde mental. Tal estudo revelou que os efeitos do consumo descontrolado das redes não se limitam somente ao gasto de um tempo que poderia ser dedicado a outras tarefas. Mais do que isso: se não tratada, a adicção à Internet resulta em prejuízos emocionais e significativos. Somado a isso, a intrínseca relação entre redes sociais e saúde e bem-estar mental pode aumentar a vulnerabilidade aos seguintes problemas: • Impulsividade; • Ansiedade excessiva; • Transtornos de humor. Conclui-se, por fim, que a influência da relação entre internet com redes sociais, e saúde e bem-estar mental acaba dependendo da qualidade do conteúdo consumido e da exposição à rede. Na maioria dos casos, o consumo desenfreado das midias sociais provoca impactos ruins que exigem terapias para restabelecer o equilíbrio.

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As redes sociais estão fazendo bem? Estudo feito pela instituição Royal Society for Public Health, apontou que as redes sociais mais usadas provocam efeitos positivos ou nocivos à saúde por

LUIZA BITTENCOURT

Quando você acorda pela manhã e abre os olhos, qual é a primeira ação do seu dia? Para muitas pessoas, após ver o horário na tela do celular, o primeiro reflexo leva diretamente para os aplicativos sociais para checar as notificações da madrugada: WhatsApp, Instagram, Facebook, Twitter, Snapchat ou Youtube são algumas das plataformas que lideram o interesse no mundo. Um estudo feito pela instituição de saúde pública do Reino Unido, “Royal Society for Public Health” (rsph), em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, apontou que as redes sociais mais usadas provocam efeitos positivos ou nocivos à saúde humana, dependendo de como é utilizada. Entre as que provocam efeito positivo, se destaca o Youtube. Entre as que prejudicam o desempenho dos jovens, estão Instagram e Snapchat. “A mídia social tem sido descrita como mais viciante do que cigarros e álcool, e agora está tão arraigada na vida dos jovens que não é mais possível ignorá-la. Os entrevistados nos nos disseram que as redes sociais tiveram um impacto positivo e negativo em sua saúde mental, mas é interessante ver o ranking do Instagram e Snapchat como o pior para a saúde mental e o bem-estar - ambas as plataformas são muito focadas na imagem das pessoas, o que acarreta a coisa boas e ruins. @sus _ piro


Lívia Rodrigues

Segundo estudos, 64% dos jovens estão diminuindo o uso de suas redes sociais

Essa realidade já gerou uma reação nos desenvolvedores do Instagram, que em 2019 decidiram ocultar para terceiros o número de likes em publicações. "Não queremos que as pessoas sintam que estão em uma competição dentro do Instagram e nossa expectativa é entender se uma mudança desse tipo poderia ajudar as pessoas a focar menos nas curtidas e mais em contar suas histórias", informou a plataforma. Essa abordagem vai ao encontro de pesquisas que apontam que pelo menos um a cada seis jovens terá episódios de transtorno de ansiedade em algum momento de suas vidas. Além disso, as taxas de ansiedade e sintomas de depressão apresentaram aumento de 70% entre o público jovem nos últimos 25 anos, algo extremamente ruim. Pesquisas sugerem que jovens usuários frequentes de mídias sociais acabam gastando mais do que duas horas por dia com o uso de redes sociais como Facebook, Twitter ou Instagram irão, provavelmente, relatar problemas de saúde e bem-estar mental, incluindo sofrimento psicológico. Esse tipo de sentimento surge, por exemplo, quando se vê amigos, familiares, até mesmo famosos constantemente em férias, saindo, curtindo em festas, bares ou churrascos, o que dá a sensação de que estão perdendo algo.

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Tecnologia e redes sociais: qual o impacto em nossa autoestima? Assunto tomou conta das redes sociais: saúde mental e autoestima. Isso porque uma das principais redes, Instagram, resolveu ocultar o número de curtidas por

NATHAN VIEIRA

A autoestima dos jovens Em março deste ano, no “We Live Security”, da eset, uma companhia de segurança da informação, foi lançada uma análise de como perfis no Instagram podem afetar a autoestima dos jovens. Na ocasião, Javier Lombardi; Mentor educacional da Argentina Cibersegura aponta que a superexposição que os jovens enfrentam hoje é grande, e aponta a frequente publicação de vídeos e fotos que retratam situações desconfortáveis que ​​ ocorrem em reuniões, passeios e festas, como um jovem caído no chão bêbado, e esse conteúdo geralmente é feito e divulgado pelo melhor amigo da pessoa retratada. O argentino destaca que para muitos, a publicação e o registro dessas imagens denota uma falta de respeito pelo outro e, embora seja verdade que, em alguns casos, são os próprios jovens que se expõem voluntariamente a essa situação, na maioria dos casos acabam sendo vítimas de circunstâncias fora de seu controle, e os atos reservados à esfera privada são expostos publicamente, gerando um impacto prejudicial na reputação e impressão digital, o que pode ter consequências negativas não só na autoestima como de vários tipos, onde um dos piores cenários pode ser a rejeição em uma universidade ou entrevista de emprego, por exemplo. @sus _ piro


Lívia Rodrigues

10h diárias em frente a uma tela, há perigo de anormalidades cerebrais

Desconectar Por sua vez, a Kaspersky trouxe à tona um estudo que aponta que proteger sua privacidade online pode ser bom para sua saúde mental, por mais tempo para socializar offline e distância dos anúncios que distraem. Na ocasião, a empresa destaca que as plataformas de redes sociais não podem servir como substitutas para a comunicação interpessoal. Alex Perekalin, autor da análise, afirma que a solução é ajustar as configurações de privacidade das plataformas de redes sociais para que sejam tão restritas quanto possível, minimizar meu tempo de uso e não tratá-las como uma forma de comunicação com amigos e familiares. A pessoa recebe do mundo, e se ela é hostilizada ou ridicularizada nas redes sociais, certamente terá baixa autoestima, pois assume como verdade o que ouve sobre si, uma vez que ainda não conhece a fundo suas potencialidades, e desconhece, muitas vezes, que os outros são maldosos. Rodrigo Casemiro finaliza toda sua pesquisa, estudo dizendo que o melhor amigo da autoestima é o autoconhecimento, se conhecer, pois quando se recebe uma crítica, preciso entender se ela é real ou não, e se for, refletir como é possível melhorar, às vezes com auxílio profissional.

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Pause no game: é sobre o excesso O excesso é percebido quando o simples fato de jogar prejudica as relações interpessoais por

BRUNO ALVES

@sus _ piro


Débora Pereira

Mais de 2 bilhões de pessoas fizam uso frequente de jogos

ma realidade virtual: correr, lutar, traçar estratégias, vencer desafios, dançar. Essas são apenas algumas das inúmeras possibilidades que o videogame proporciona aos jogadores de qualquer idade. Embora seja apenas uma diversão para a maioria das pessoas, quando há moderação, os jogos atuam como estimulantes e trazem benefícios para a saúde. Isso é o que mostra um estudo publicado em 2018 no periódico Frontiers in Psychology e conduzido por pesquisadores da University of Milan Bicocca, na Itália. Os resultados revelaram que os jogam videogame com certa frequência podem melhorar as habilidades cognitivas, aumentar a capacidade e velocidade de processamento.

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@sus _ piro


Sempre há necessidade de verificar idade versus estilo de jogo, pois é possível que o jogo influencie no cotidiano da criança ou adolescente

Quais são as vantagens em jogar?

Existem muitos jogos educativos voltados para crianças, mas adolescentes e adultos não ficam atrás. Tem para todos os gostos, inclusive para idosos que, além de divertir, também podem ser usados para auxiliar em diversos tipos de tratamento, como a chamada gameterapia. Vale lembrar que eles infelizmente não suprem outras atividades e estímulos, mas se usados com moderação, podem trazer inúmeros benefícios. Veja os principais: • Psicomotricidade (habilidade de interagir com o movimento e o ambiente); • Melhora na atenção; • Estratégia; • Raciocínio lógico; • Persistência; • Superação; Outra pesquisa, publicada em 2019 • Foco; no periódico Brain Sciences e desen- • Reflexo; volvida por pesquisadores do Instituto • Memória; Internacional de Ciências da Vida, na • Convívio familiar, quando o jogo for Indonésia, e da “Tohoku University”, no jogado em família; Japão, apontou benefícios para regiões • Alívio do estresse. específicas do cérebro, destacaram que até as emoções têm impacto positivo no mundo virtual. Um mínimo de 16 horas de treinamento mostrou efeitos na estrutura do hipocampo, córtex pré-frontal dorsolateral e cerebelo – o aumento de massa cinzenta nessas áreas está associada a um melhor desempenho na memória de trabalho. De acordo com os especialistas ouvidos por VivaBem em sua pesquisa, jogar videogame exige várias coisas, sobretudo, habilidades motoras e de atenção estratégica, que são importantes até para o desenvolvimento cognitivo das criança, jovens. “Existem benefícios, mas tudo que é bom em excesso, às vezes,pode ficar bem ruim”, alerta o neurologista Fábio Porto, neurologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, ou seja, tem que tomar cuidado.

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Há ainda relatos de pessoas que aprenderam outros idiomas apenas jogando videogame. “É por isso que vale a pena sempre buscar jogos que tenham algum objetivo pedagógico”, diz a neuropsicóloga Déborah Moss. “Sempre há necessidade de verificar idade versus estilo de jogo, pois é possível que o jogo influencie no dia a dia da criança ou adolescente. Por exemplo, um jogo de agressividade pode despertar raiva, estresse e irritabilidade”, pontua a psicóloga Gabriela Luxo. Em 2019, a Organização Mundial da Saúde, lançou um guia inédito com orientações para crianças menores de cinco anos. O documento destacou que crianças menores de dois anos não devem ter nenhum contato com telas e, entre dois e cinco, podem assistir no máximo a uma hora por dia. A ideia é priorizar o contato social, a interação. Adolescentes e adultos também devem tomar cuidado. O excesso pode ser percebido quando o simples fato de jogar prejudica as relações interpessoais, ou seja, a pessoa deixa de interagir.

@sus _ piro

“Passar o dia jogando pode trazer prejuízos cognitivos e emocionais, como, por exemplo, falta de contato pessoal, exclusão, pouca empatia, dificuldades na comunicação e até obesidade”, adverte Luxo. Porto explica que, assim como os viciados em atividade física, não faz outras atividades, o olho começa a ficar seco de tanto olhar para a tela, não consegue dormir bem, por exemplo, existem os dependentes do videogame. “Não é normal jogar mais que cinco horas todos os dias. Não se deve jogar mais do que três horas por dia nunca. No final de semana, tudo bem fazer uma maratona, mas tem que ter discernimento, porque não tem na literatura esse ponto de corte claramente definido”, diz. Os especialistas ressaltam que, assim como não é o ideal proibir todos os tipos de doces para as crianças, também não se deve proibi-las de jogar videogame – o importante é impor limites e encontrar um equilíbrio. E essa orientação também se aplica a todos, sendo adolescentes e adultos.


Aléxis Cerqueira

Segundo oms, 10% dos jovens podem tornar bem viciados

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4 formas básicas de ajudar jovens a se amarem mais Enquanto eles lutam contra a ansiedade e perfeccionismo, como ajudá-los a ser quem são? por

JÉSSICA MARQUES

1. Vá para o lado físico Embora você já tenha ouvido isso antes, as crianças realmente podem se beneficiar de exercícios regulares (especialmente quando a tendência é sentar em frente a uma tela). Uma revisão recente de 38 estudos internacionais indica que por enquanto apenas a atividade física pode melhorar a autoestima e o autoconceito em crianças e adolescentes. O autoconceito dos adolescentes está mais fortemente ligado ao seu senso de atração física e imagem corporal, uma área em que infelizmente muitas pessoas tem dificuldades. Portanto, encoraje programas de exercícios mais regulares durante e depois da escola, e apoie os esportes em equipe, o treinamento de força, corrida, ioga e natação – não apenas por seus efeitos no corpo, mas também na mente.

2. Concentre-se em autocompaixão Como a autoestima é uma avaliação global do seu valor geral, ela tem seus perigos. A pesquisadora Kristen Neff afirma que a autocompaixão – tratar-se com gentileza, abertura e aceitação – é uma alternativa saudável ao esforço incessante e à orientação de desempenho, muitas vezes ligada à autoestima, participantes com maior autocompaixão. @sus _ piro


Rogério Santos

Período que entende a responsabilidade começa aos 10 anos até os 19 anos

3. Evite comparação social Quando nos concentramos na autoestima, tendemos a infelizmente nos comparar com os outros. Adolescentes, em particular, muitas vezes sentem uma “audiência imaginária” (isto é, “todo mundo está olhando para mim!”) e podem se tornar altamente sensibilizados sobre quem são em relação a todos ao seu redor. Em seu estudo com jovens, ela descobriu que os participantes com autocompaixão demonstravam maior bem-estar. Algumas pesquisas infelizmente acabam sugerindo uma associação entre mídia social e depressão, ansiedade, solidão e fomo entre os jovens. Suas postagens podem não acumular o número de “curtidas” que as postagens de seus amigos, ou podem se sentir excluídos quando veem fotos de colegas felizes passando tempo juntos sem eles. Independentemente do que os adolescentes escolhem fazer online, muitas das nossas escolas também são estruturadas para comparação social. Alternativas escolares destinadas a reduzir a comparação social: • Forneça oportunidades para revisar e refazer tarefas; • Concentre-se no crescimento e melhoria individual; • Reconheça os pequenos sucessos de todos os alunos.

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Vestibulando: calma, tá tudo bem Segundo a Organização Mundial da Saúde, só estamos sadios quando há um bem-estar físico, mental e social por

MARIANA BRAVO

@sus _ piro


Sérgio Costa

Segundo a oms, 1 a cada 5 jovem acaba enfrentando falha na saúde mental

asos de transtornos de ansiedade e depressão, que podem ser desencadeados por contextos estressantes como o do pré-vestibular, vem aumentando significativamente em jovens. Por isso, dar atenção à saúde e bem-estar mental na fase pré-vestibular tem se mostrado cada vez mais essencial. O pré-vestibular é uma etapa da vida de muita tensão. Ambiente de competição e pressão, é preciso lidar com uma rotina intensa de conteúdos densos. Enquanto isso, o jovem em fase pré-vestibular enfrenta o início da vida adulta e, com ela, precisa tomar decisões importantes. Entendendo as problemáticas da fase que vem passando, o Ateliê da Redação preparou este artigo.

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@sus _ piro


Saúde mental é um fator de grande importância não só para o bem-estar do indivíduo no caminho da aprovação, mas também para que ele possa ter um desempenho adequado nas provas

A importância de cuidar da saúde mental na fase pré-vestibular Segundo a oms, saúde mental se refere a um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de desempenhar as atividades que lhe são atribuídas (trabalho ou estudo), ao mesmo tempo em que lida com suas emoções e contribui para a vida em sociedade. No contexto pré-vestibular, cuidar da saúde mental é criar meios para mitigar os fatores estressantes da fase a fim de evitar que transtornos sejam desencadeados, alcançando os objetivos propostos, sem gerar mal-estar. Sendo assim, a saúde mental é um fator de grande importância não só para o bem-estar do indivíduo, do jovem, no caminho da aprovação, mas também para que ele possa ter um desempenho adequado nas provas, com resultados que possam ser bons. Ser flexível e ter a capacidade de se adaptar, manter a saúde e bem-estar mental também são habilidades postas à prova durante o vestibular.

Como cuidar da saúde mental na fase pré vestibular Autoconhecimento é importante, pois somos colocados à prova diversas vezes durante a fase pré-vestibular . Mesmo com preparação, com estudo, dedicação, infelizmente podemos não conseguir o resultado esperado e falhar desperta sentimentos ruins, negativos sobre nós mesmos, gerando consequências para nossa saúde e bem-estar. É nesse momento que o autoconhecimento acaba se tornando muito útil. Conhecer nossas motivações, limites, interesses, qualidades e defeitos nos permite ter uma visão realista acerca de nossas atitudes, nos tornamos capazes de agir sobre os mesmos e enfrentar a situação de maneira assertiva. Saiba filtrar comentários negativos, pois além do ambiente de competição referente ao processo seletivo não fosse suficiente, também existe a pressão externa. O problema é que, as vezes, essa pressão é protagonizada por pessoas próximas, como a família, o que prejudica muito os jovens.

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Diversas são as expectativas deles sobre o nosso futuro, o que obviamente é compreensível, uma vez que investiram tanto em nossa educação. Mas, muitas vezes, a cobrança infelizmente se torna excessiva. Mesmo que não seja possível se afastar de certas pessoas, faz parte do cuidado com a saúde e bem-estar mental aprender a filtrar o que ouvimos de terceiros. Portanto, ainda que alguns questionamentos sejam válidos, é preciso diferenciar aquilo que pode ser construtivo, daquilo que não possui valor para você, para a sua experiência. Lembre-se de que a fase pré-vestibular também é sobre aprender a tomar decisões, sabera lidar com o dia a dia, e a melhor pessoa para desempenhar essa função é você mesmo, apesar da influência da opinião alheia. No entanto, precisamos ser sempre verdadeiros em relação às nossas escolhas. Como a professora Mariana Bravo menciona no vídeo, o medo de tomar decisões acaba podendo ser modulado por nossas próprias expectativas.

@sus _ piro

Aprenda a ser flexível e se adaptar, pois é acaba sendo necessário saber lidar com os obstáculos durante a fase pré-vestibular é bem imprtante. Vários imprevistos surgirão, por isso, é importante saber como gerenciá-los para priorizar, dar importância para aquilo que exige mais atenção e otimizar o tempo, sem se deixar desesperar. Ser flexível e ter a capacidade de se adaptar também são habilidades postas à prova. Mantenher uma rotina equilibrada é preciso para constrir uma rotina que equilibre estudos, lazer, descanso adequado, alimentação saudável e exercícios físicos, para ter uma boa saúde. Para assimilar o conteúdo estudado, seu cérebro precisa descansar. Além disso, uma alimentação regrada fornece a energia adequada para o dia. E, também, a prática de exercícios físicos promove a sensação prazer. Todos esses fatores, ainda que não diretamente relacionados ao vestibular, precisam estar presentes no dia a dia de um vestibulando para que ele consiga atingir um estado de bem-estar.


Marcela Brito

Segundo oms, só conseguem focar 90 minutos sem pausa

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Suspiro para um momento de doçura

Ingredientes • 2 claras; • 10 colheres (sopa) de açúcar; • Raspas de limão ou laranja (opcional).

Modo de preparo 1. Na batedeira, bata as claras por 8 minutos; 2. Ainda batendo, acrescente o açúcar aos poucos e continue batendo até ficar brilhante e firme; 3. Nesse momento, se desejar, acrescente raspas de limão ou laranja; 4. Transfira para um saco de confeitar com bico pitanga e, em assadeira forrada com papel-manteiga, modele pequenos montinhos, puxando na ponta para ficar com biquinho; 5. Leve ao forno médio-baixo (160ºC) por cerca de 15 minutos ou até secar e dourar levemente por baixo. Deixe esfriar.

@sus _ piro

Preparo: 00h35min Serve até: 20 unidades Nível: Fácil


Aprender para a vida: dicas de organização e cuidado escolar A campanha “Aprender para a Vida” reforça que, para além de provas e notas, a educação é um processo contínuo por

MÁRCIA MURILOE

Tempo: crie um calendário para se organizar Organizar uma rotina de estudos saudável e equilibrada também se torna fundamental. É importante que se estabeleça uma programação semanal com tempos de estudos de cada matéria/área do conhecimento e atividades lúdicas aliados a um tempo de descanso. Uma organização desta natureza auxilia muito as crianças e adolescentes a se preparem para as tarefas que vão ter que realizar. Isso amplia o seu foco e concentração para com os estudos, além de aproveitarem bem os tempos. Mesmo que um cronograma criado entre pais e filhos não seja seguido à risca, essa organização é um aprendizado para a vida. Facilita a organização dos tempos e dos compromissos da semana, de acordo com Márcia. Definir metas do que se deseja realizar também é importante. Em um cenário tão atípico para educação com aulas on-line e presenciais, muito além de conhecimentos técnicos, os estudantes e suas famílias podem aproveitar esse período de início do ano para refletirem sobre um tema relevante: o que é aprender para a vida? A organização do tempo, espaço e atividades escolares são alguns desses conhecimentos essenciais e que auxiliam na qualificação dos momentos de estudo, tanto no presente, como na vida futura dos estudantes. Dessa maneira, a Mercur em sua campanha de volta às aulas, com o tema “Aprender para a vida”, compartilha dicas que podem auxiliar esse processo ser mais leve para todos os envolvidos. A campanha “Aprender para a vida” quer reforçar que, para além de provas e notas, a educação é um processo contínuo. “Houve uma lacuna da educação na escola e isso tem um impacto muito grande para as famílias. Sendo assim, decidimos reforçar essa mensagem de uma educação pensada de maneira mais ampla, se adequando ao cenário de pandemia que estamos vivendo”, afirma Fernando Uhlmann.

O espaço: local tranquilo, livre de distrações Dentro do possível e da realidade de cada família, organizar um espaço exclusivo para os estudos é extremamente importante. O mais recomendado, portanto, é que a organização seja feita para evitar distrações, contando com apenas itens que serão necessários para a aprendizagem. Se for possível um local silencioso e sem circulação de outras pessoas, melhor ainda. “Essas são dicas para condições ideais, mas é claro que isso depende da realidade de cada família. O mais importante é desenvolver estratégias que funcionem e façam sentido para cada realidade e estudante”, destaca Márcia. Essas dicas foram pensadas para colaborar com o processo de aprendizagem de estudantes, famílias e educadores. A partir desse cenário em que a realidade educacional foi modificada, a Mercur entende que o processo de aprendizagem pode ser sempre renovado tornando o ato de estudar e aprender, cada vez mais significativo na vida das crianças e adolescentes.

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Escolher uma profissão na adolescência não é considerado fácil Embora seja parte da vida, é importante encontrar mecanismos para não se deixar levar pelos pensamentos negativos e dúvidas por

MARIA FERNANDA ALVES

Lidar com grandes escolhas não é fácil em nenhum momento, afinal, escolhas implicam ganhos e também perdas, mas durante a adolescência a gente ainda está aprendendo sobre a vida, sobre as partes boas e a lidar com as partes difíceis. Então, chegar por volta dos 17ou 18 anos e ter que gerenciar o peso de escolher uma profissão (e abrir mão de outras) é angustiante. O sentimento de não estar pronto para fazer essa escolha, de saber qual carreira quer, como será o futuro, toma conta de muitos jovens e até adultos, talvez seja porque durante toda a infância e adolescência eles são estimulados a seguir o ritmo e o planejamento dos pais e da escola, em que sempre há alguém para dizer o que deve ser feito – e, ao se depararem com a responsabilidade integral de escolher qual carreira, bate uma vontade de sair correndo, ou de olhar para o céu implorando para o universo mandar sinais porque parece que nenhuma escolha faz sentido. A ansiedade é natural e faz parte da vida, apenas o excesso e prolongamento disso é que a torna prejudicial para a saúde e qualidade de vida. O importante é aprender a controlar. Quando a ansiedade surgir, não se desespere, imagine o que você está sentindo como uma onda no mar, mergulhe nela e espere passar. @sus _ piro


Bruna Cosenza

Estudo diz que 27% dos estudantes têm dúvidas sobre o mercado de trabalho

É difícil dar conta de tudo isso sozinho numa época de explosão de hormônios, medos, pressão de estar chegando à vida adulta e é ainda mais difícil em 2021 que tantos outros problemas ocasionados pela pandemia mundial invadem de uma forma agressiva a vida de todos. Portanto, seja paciente com você mesmo e converse com sua família e amigos, todos que estiverem com você, sobre o que está sentindo, exponha as suas dúvidas e certezas, coloque para fora e tente organizar os seus pensamentos. Procurar um Orientador Vocacional/Profissional também pode ajudar muito nesse momento angustiante. A ansiedade é excesso de pensamentos relacionados ao futuro sendo recorrentes, normalmente é gerado pela preocupação e incertezas quanto ao que ainda está por vir, como será. Esses pensamentos são do tipo “e se”. No caso, em relação ao futuro profissional, a escolha de carreira, os pensamentos mais comuns são: e se eu não conseguir passar no vestibular, e se eu não tiver sucesso, e se eu não gostar do curso, e se eu não conseguir decidir, e se eu fizer a escolha errada e por aí vai. Lembre-se sempre que não é porque essa decisão acaba pertencendo somente a você que você precisa passar por tudo isso sozinha.

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Trabalho: o que te impacta

Os jovens de hoje não amam lugares tóxicos e a liderança acaba reclamando do trabalho elevado por

SOFIA ESTEVES

@sus _ piro


Jorge Peixoto

Depressão é a 1º causa de afastamento de serviço

e você fosse chutar uma resposta, sem parar para refletir muito ou buscar informações embasadas, provavelmente diria que o alto volume de demandas podem ter grandes chances de poder ser a alternativa correta. Outra aposta segura seria o próprio ambiente de trabalho, tantas vezes apontado como um dos responsáveis pelo adoecimento das pessoas. De fato, essas causas apareceram na edição recente da pesquisa Carreira dos Sonhos, do Grupo Cia de Talentos, e, ao ler isso, você muito provavelmente não se surpreende. Nada novo sob o sol, mas se eu contar que esses foram os dois itens mais citados por todos os grupos, sendo as pessoas se queixam da carga de trabalho elevada.

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@sus _ piro


As pessoas se queixam da carga de trabalho elevada e falam como o clima organizacional ruim impacta no seu bem-estar

Se eu contar que esses foram os dois itens mais citados por todos os grupos os pesquisados, dos mais novos aos mais seniores na organização? Diante da pergunta “O que mais impacta a qualidade de sua saúde mental no ambiente de trabalho?”, jovens, profissionais que ocupam cargos de média gestão e alta liderança apontaram o ambiente tóxico e a carga de trabalho como os grandes responsáveis pela mudança na qualidade da saúde mental. Para entendermos melhor o que isso significa, vamos olhar para alguns números: a pesquisa que foi feita no qual escutou 98.355 pessoas sobre questões relativas à carreira e ao trabalho. Destas, 78.684 eram jovens profissionais, 12.786 eram da média gestão, e 6.885 da alta liderança. Diante da pergunta já citada, a alternativa “ambiente tóxico”, que incluía bullying e assédio moral, infelizmente aparece como o principal fator para os jovens (28% dos votos) e para a alta liderança (18%). O trabalho elevada pesa na qualidade da saúde mental, indicando sendo o 2º principal.

Bem, algumas reflexões que me vêm à cabeça são: Independentemente das funções, das responsabilidades e do nível de senioridade, todos acando parecendo estar sobrecarregados, sendo a percepção sobre o volume de trabalho costuma variar entre as camadas da empresa, mas, ao que tudo indica, a pandemia impactou grandemente. Alguns estudos têm alertado quanto ao crescimento das horas extras no trabalho, principalmente entre aqueles que estão na modalidade remota ou híbrida, e à sensação de trabalho contínuo, como se as pessoas, jovens e adultos não desligassem . A percepção sobre o clima organizacional não se restringe ao ambiente físico, no qual quem achava que missão, visão e valores eram só palavras bonitas, deve ter percebido que, na verdade, a cultura de uma organização extrapola os limites físicos. Você não precisa estar dentro dos espaços da sua empresa para sentir o impacto negativo de um ambiente de trabalho tóxico.

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As diferentes gerações parecem compartilhar as mesmas dores, no qual nunca gostei do termo “conflito geracional” porque entendo que coloca o foco da discussão no lugar errado. Por isso, falo de encontro de gerações. Sim, pessoas nascidas em momentos diferentes e que, portanto, têm vivências distintas e que refletem o cenário de uma época vão se relacionar com o trabalho de formas variadas, porém, ainda assim, elas podem compartilhar características. Acho interessante notar que as três camadas de profissionais analisadas na Carreira dos Sonhos revelam similaridades quando o assunto é saúde mental. Talvez, um encontro de gerações focado nisso possa ser um bom ponto de partida rumo à empatia. Outras análises podem ser feitas, mas a mensagem que fica é a de um apelo grande para as empresas: as pessoas precisam de cuidado. Seja no modelo presencial ou remoto, seja no híbrido, as pessoas precisam de segurança psicológica, de orientação e de suporte, trazendo o bem a todos.

@sus _ piro

Da mesma forma, uma boa gestão de pessoas deve felizmente expandir seus horizontes e ser vivenciada verdadeiramente em qualquer lugar. Muitas coisas mudaram nos últimos tempos e, naturalmente, nossa saúde e bem-estar foram impactados. Já na avaliação da média gestão, a ordem se inverte: 19% dos votos para carga elevada e 18% para ambiente tóxico. Outra aposta segura, seria o próprio ambiente de trabalho, tantas vezes apontado como infelizmente um dos responsáveis pelo adoecimento das pessoas. E, quando olhamos para a terceira causa mais mencionada, temos uma variação: os jovens acham que a falta de clareza na definição das funções e objetivos infelizmente prejudica a saúde mental, enquanto os dois outros grupos apontam a questão da empresa ter líderes despreparados. Muitas coisas acabaram mudarando nos últimos anos e, naturalmente, nosso bem-estar foi impactado, porém existe algo que é constante nas empresas, o olhar atento sobre o fator humano.


19%

18%

17%

Carga de trabalho elevada

18%

15%

13%

Líderes despreparados/ Falta na clareza na definição das funções e objetivos

18%

28% 18%

Ambiente tóxico/ Bullying/ Assédio moral Alta liderança

Jovem Média Gestão

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A pandemia e a saúde mental dos jovens No quadro Correspondente Médico, Fernando Gomes falou sobre impactos na saúde mental de crianças e adolescentes por nova rotina imposta pela Covid-19 por

PAULA AGUIAR

Transtornos de saúde mental em crianças e adolescentesA estimativa sobre isso é preocupante: uma em cada sete crianças e adolescentes pode sofrer com algum transtorno mental no futuro. O relatório do unicef também aponta que pouco tem sido feito para combater o problema. Um mapeamento mostra que infelizmente apenas 2% dos orçamentos públicos de saúde no mundo são destinados para cuidados mentais. Fernando Gomes destacou que os efeitos psicológicos da pandemia infelizmente podem afetar crianças e jovens de maneiras diferentes, a depender da faixa etária que tem. Nos mais novos, segundo o médico, o cérebro ainda é muito “plástico” e pode se adaptar mais facilmente à vida pós-pandemia. “Já as crianças mais velhas e adolescentes tiveram um impacto diferente do que conhecemos. É difícil avaliar o que vai acontecer no futuro, mas podemos imaginar que, provavelmente, pode ocorrer uma tendência a interpretar o mundo como algo perigoso, sendo bastante preocupante”, alertou. “Essa atenção (para a saúde mental) é importante que aconteça desde casa até a escola e na sociedade como um todo, para que não tenhamos uma próxima geração extremamente comprometida por um problema que foi efeito secundário da pandemia”. @sus _ piro


1 em cada 7 jovens pode sofrer transtorno mental devido a pandemia

Thyago Gouvea

unicef:

Sinais de alerta O médico também listou os principais sinais de alertas em crianças e adolescentes que tiveram a saúde mental comprometida na pandemia. São eles: • Mudança de comportamento; • Irritabilidade; • Mudança do padrão alimentar. “Isso além da própria conversa da criança e, do ponto de vista digital, o que tem sido a distração dela. A criança nem sempre responde a uma manifestação clínica da depressão com tristeza, e, muitas vezes, pode mostrar isso de forma agressiva. Mais do que nunca, de extrema importância termos paciência e notarmos mudança de padrão”, completou Gomes.

Maioria do transtornos mentais aparece antes dos 20 anos Os adolescentes acabam sendo mais vulneráveis para desencadear transtornos mentais, no qual é muito ruim para a saúde e bem-estar mental, pois eles estão passando por uma fase de desenvolvimento, vestibular e entrando na vida adulta, amadurecimento. “Cerca de 70% dos transtornos mentais aparecem até os 20 anos de idade. Ou seja, boa parte das condições vão aparecer durante o desenvolvimento para a vida adulta”, conta Dr. José.

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Distúrbios mentais em jovens Comprometido por negligências, desorganização e outros, está diretamente relacionado a maiores índices de transtornos mentais e comportamentais de toda família por

ELIZABETH CARVALHO

De acordo com dados recentes, até 20% dos adolescentes em todo o mundo sofrem de distúrbios mentais. Entre os problemas mais comuns estão automutilação, suicídio e depressão. O suicídio é a segunda principal causa de morte entre as pessoas de 15 a 19 anos de idade. Cerca de 15% dos adolescentes em países de baixa e média rendas consideraram cometer suicídio. Esses transtornos têm um custo pessoal, mas também social e econômico. Apesar disso, têm sido negligenciados nos programas de saúde globais e nacionais. Segundo o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde – oms, Tedros Ghebreyesus, “poucas crianças com problemas de saúde mental têm acesso aos serviços de que precisam, e isso deve mudar”. Atitudes dos pais/responsáveis que podem proporcionar segurança e proteção à saúde mental de crianças e adolescentes seria garantindo tempo de qualidade para convívio familiar, estimular o diálogo e a interação social, participar efetivamente das atividades realizadas pelos filhos, construir regras quanto ao tempo de exposição à eletroeletrônicos, evitar o sedentarismo, cuidar do sono e da alimentação é bem importante. O processo de autoconhecimento nesta faixa etária infelizmente também causa muitas dúvidas. @sus _ piro


Daniela Martins

Segundo pesquisa, 77% dos adolescentes relataram ansiedade ou angústia

Existe uma grande importância em se conectar com pessoas que lembram quem você é. Isso gera pertencimento, o sentimento de que você não está sozinho do mundo, numa palavra só: representatividade. A pesquisa Juventudes e Conexões, realizada pela Fundação Telefônica Vivo, com a colaboração do ibope, Inteligência e da Rede Conhecimento Social, revelou que 30% dos jovens (entre 15 e 29 anos, das cinco regiões do país) disseram ter melhorado a relação consigo e a compreensão de si via conteúdos encontrados na internet. Porém, nem tudo são flores na internet. Um ponto negativo relatado pelos jovens, crianças e adultos sobre a influência da internet nas suas vidas é a reprodução de comportamentos, entre os mais novos, como uma simples “zoeira” ou casos de bullying. Isso leva para outro ponto negativo: 54% dos jovens não se sentem seguros nas redes para ser quem são, ou dizer o que pensam. Das duas uma: ou essa opinião será bem recebida, ou ela será combatida. Ao demonstrá-los, talvez, estejam mais dispostos a conversar sobre eles, e estabelecer formas que permitam seu enfrentamento. O apaziguamento dessa tensão tem nome: a tal da “bolha”, onde jovens e seus amigos/seguidores pensam praticamente iguais.

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Transtornos mentais e suicídio entre jovens Vários fatores estem relação com o transtorno mental entre os mais jovens: redução da socialização, aumento relativo do uso das redes sociais e o bullying por

MATHEUS PERFEITO

Depressão, ansiedade, compulsões alimentares, alterações psicóticas, déficit de atenção e hiperatividade são alguns dos transtornos mentais que infelizmente aumentaram durante a pandemia de covid-19 entre os adolescentes. Estudo publicado na revista britânica The Lancet mostrou que houve, no geral, aumento de sintomas depressivos e ansiosos, mas o impacto na população mais velha foi bem menor quando comparado com a população mais jovem. “Os adolescentes foram mais afetados pela pandemia, do que a população geral! Houve sim um aumento de sintomas, mas ainda não aumentou os casos de suicídios”, explica o Dr. José Gallucci Neto, médico psiquiatra e diretor da Unidade de ect e vídeo eeg do Instituto de Psiquiatria do hcfmusp. Além dos adolescentes, as mulheres também acabam sofrerando com transtornos mentais. A sobrecarrega entre vida profissional e tarefas domésticas durante a pandemia contribuiu para o aumento de diversos sintomas, o que prejudicou bastante gente, infelizmente trazendo consequências para a pessoas e aquelas que estão ao seu redor. “Fatores genéticos acabam que também estão relacionados para que elas tenham uma prevalência maior para sintomas de depressão e ansiedade em comparação aos homens”, afirma Dr. José. @sus _ piro


André Silva

Suicídio é a 3ª causa de morte de jovens

Risco de suicídio por transtornos mentais Os pais, responsáveis e amigos precisam ficar atentos às mudanças de comportamento dos adolescentes, e sempre que tiverem dúvidas devem procurar ajuda profissional de um especialista em saúde mental. “A ideia de suicídio está fortemente associada aos transtornos mentais. Cerca de 90% das pessoas que tentam se suicidar têm um transtorno mental”, conta o Dr. Gallucci. Quanto antes é identificado um transtorno mental no adolescente, no qual precisa é feito um plano para o problema que está gerando o risco de suicídio. “A ideia de suicídio melhora com o tratamento do problema. Quando o paciente, além de pensar, já planejou o suicídio, é necessário alertar os familiares e pessoas próximas para que supervisionem o adolescente, pois há um risco eminente”, complementa.

Prevenção ao suicídio As campanhas que acontecem em prol da saúde mental e na prevenção do suicídio são importantes para alertar o público de que os transtornos mentais são prevalentes na sociedade e ajudam a reduzir o estigma entre a população. “As campanhas são muito importantes para reduzir o preconceito entre a sociedade, que ainda.

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+ Diálogo: casos de família

Confinamento obriga pessoas a enfrentarem diferenças e especialista conta como preservar o convívio por

FELIPE BOMFIM

@sus _ piro


Renato Lima

Conflitos familiares vem aumentando devido a pandemia

pandemia de Covid-19 mudou totalmente o modo de viver do planeta inteiro. De uma hora para outra, as pessoas acabaram sendo obrigadas a passar mais tempo em casa, algo que não estam acostumados. Renunciando a atividades que antes eram comuns, como o barzinho de sexta-feira com os amigos, o futebol no meio da semana e o passeio no shopping durante a tarde. Hábitos que, muitas vezes, também serviam de escape para problemas e diferenças com familiares que dividem o mesmo teto. Com o tempo, mesmo que exista muito amor e carinho entre as pessoas, é natural que o convívio forçado gere alguns atritos. Mas saber lidar com esses conflitos e impedir grandes desgastes emocionais é fundamental.

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@sus _ piro


Com o tempo, mesmo que exista muito amor e carinho entre as pessoas, é natural que o convívio forçado gere alguns atritos

Como evitar desgastes desnecessários Muitas vezes a separação é o melhor caminho mesmo e aceitar isso pode ser bom para todos os envolvidos. Mas, em outros casos, existem alternativas, como conversas sinceras e algumas doses de empatia podem resolver os problemas e evitar desgastes crônicos. “A melhor maneira de lidar com conflitos é o diálogo aberto com uma autêntica predisposição à resolução do problema que seja satisfatória para ambas as partes. A dificuldade nesses momentos é manter o equilíbrio emocional e renunciar rancores, mágoas e julgamentos, além de adotar uma postura de também ouvir o outro e admitir suas próprias falhas”, conta Luciene Bandeira, psicóloga e cofundadora da Psicologia Viva, maior empresa digital de saúde mental da América Latina e integrante do Grupo Conexa. De acordo com a especialista, os problemas infelizmente, também podem se manifestar de maneira silenciosa o que prejudica ainda mais a situação que vem passando.

“Alguns indícios apontam para um clima pouco amistoso no ambiente familiar, exemplos disso são: quando as pessoas se isolam em ambientes distintos da casa, evitam contato nas áreas comuns da moradia, e quando estão no mesmo ambiente e acontecem longos períodos de silêncio que chegam a ser bastante constrangedores”, explica. Além de evitar rompimentos desnecessários. De acordo com dados do Colégio Notarial do Brasil, entre janeiro e maio desse ano, houve um aumento do número de divórcios no país superior a 26%, quando comparado ao mesmo período de 2020. Por isso é fundamental prestar atenção no próprio comportamento e nas reações de quem convive com você, para manter uma boa relação é preciso cuidado e disposição. O confinamento forçado, o medo de se contaminar e a tristeza pela situação do planeta. Dessa maneira, boas doses de paciência não vão fazer mal para ninguém. Por outro lado, também é imprescindível expor e falar sobre as situações.

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Novos paradigmas na família O papel do pai ganhou uma importância ainda maior no lar. O homem tem sido chamado a compor nas responsabilidades domesticas e com isso atuar de forma mais igualitária com a mulher. O papel de mãe e de pai cada vez se torna mais complementar e no período de pandemia vem auxiliando para que a figura paterna ganhe espaço igual da figura materna, pois são iguais. A figura paterna como a materna pode construir um ser humano para o bem e principalmente quando agem juntos e em harmonia. Mesmo numa guarda compartilhada quando feita com sabedoria, confiança e parceria pode deixar marcas que trazem muito conforto psicológico, autoestima e estrutura para que a vida seja mais feliz. Destaca os tipos de dinâmicas emocionais das famílias. Cada família traz consigo alguma das dinâmicas mais marcante, porém pode misturá-las formando uma mistura dependendo do momento. Primeiro é necessário entender cada uma delas na pandemia.

@sus _ piro

A família desorganizada é a sem rotina que não deixa claro o papel de cada um no lar, às vezes quem manda é o pai em outras a baba, às vezes a mãe e o irmão mais velho. Durante a pandemia as tarefas precisam ser realizadas e cada um tem que desempenhar seu papel e se isso não se realiza, principalmente os filhos sentem-se perdidos e desorientados tendo a tendência de os adolescentes permanecerem horas no quarto. Esses pais levaram um susto quando a escola notificou que o aluno não estava cumprindo com seus deveres e poderia perder o ano. “Nós terapeutas de casais e famílias estamos apostando que a quarentena possa deixar ensinamentos que perdurem auxiliando numa mudança social construindo um mundo melhor e isso tem começado pelos lares. Tenho atendido muitos casais que nitidamente estão vivendo mais unidos e melhor. A overdose das relações, por incrível que pareça está sendo uma oportunidade para quem tem pensado e tendo ações com sabedoria”, conclui.


Jorge Peixoto

É essencial o apoio dos pais para a saúde mental dos filhos

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Simone Biles: o que levou a ginasta a desistir Americana optou por não competir no individual geral em Tóquio para focar na saúde mental e mostrou que, acima de tudo, é humana por

GIULIANA MANCINI

Simone Biles chegou a Tóquio-2020 como a maior estrela na ginástica artística. Afinal, a americana tem um currículo impressionante, com cinco medalhas olímpicas (quatro ouros e um bronze), 25 pódios em Mundiais – um recorde da modalidade – e consegue cravar movimentos que só ela executa. No Japão, porém, Simone se tornou ainda mais poderosa. Não por enfileirar mais medalhas, mas por desistir delas para priorizar sua saúde e bem-estar mental. Depois de abandonar a final geral por equipes, a americana anunciou que está fora da decisão do individual geral, marcada em uma quinta quando foi as olimpíadas. "Tenho que me concentrar na minha saúde mental", disse Simone, após anunciar que não competiria na final por equipes. Ela deixou a competição depois de perder uma tentativa de salto com duas voltas e meia e marcou apenas 13,733 pontos, ficando atrás das compatriotas Grace e Jordan. "Assim que eu piso no tablado, sou só eu e a minha cabeça, lidando com demônios. Tenho que fazer o que é certo para mim e me concentrar na minha saúde mental e não prejudicar minha saúde e meu bem-estar. Há vida além da ginástica. Infelizmente aconteceu nesse palco. Esses Jogos Olímpicos têm sido muito estressantes. @sus _ piro


y ne Ro o nn ui Q

Simone Billes tem o recorde de 25 pódios, com 19 medalhas de ouro, 3 de prata

"Eu não confio mais tanto em mim mesma. Talvez seja o fato de estar ficando fada vez mais velha. Não somos apenas atletas. Somos pessoas, afinal de contas, e às vezes é preciso dar um passo atrás", afirmou. A desistência da participação no individual geral foi tomada após uma avaliação médica, com a atleta optando por cuidar do seu bem-estar emocional. Simone já tinha dito, após a fase classificatória, que sente 'o peso do mundo nos seus ombros'. "Após avaliação médica adicional, Simone Biles retirou-se da competiçãol final. Apoiamos a decisão de Simone e aplaudimos sua bravura em priorizar seu bem-estar. Sua coragem mostra, mais uma vez, por que ela é um modelo para tantos", informou a Federação de Ginástica dos Estados Unidos. Simone Biles, aliás, é a única vítima de Larry Nassar que continua na ativa. O ex-médico da seleção americana foi condenado a até 360 anos de prisão por abusos sexuais a mais de 260 mulheres. Em abril de 2020, Biles estava treinando quando foi anunciado oficialmente o adiamento dos Jogos. Ela, segundo conta, começou a chorar, sem se ver capaz de aguentar mais um ano. Teve momentos de depressão, de falta de sono, de tristeza. Planejava se aposentar no fim daquele ano.

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Nutrição: distúrbio alimentar Ouvimos um psiquiatra e uma nutricionista sobre transtornos alimentares por

JOÃO CABRAL

@sus _ piro


Gabriela Rocha

77% das jovens tem tendência a desenvolver distúrbio alimentar

o Brasil, 4,7% (aproximadamente o dobro da taxa mundial) da população tem algum tipo de transtorno alimentar, sendo mais recorrente entre jovens de 14 a 18 anos. Um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde revela que 77% das jovens em São Paulo apresentam propensão a desenvolver algum tipo de distúrbio alimentar, como anorexia, bulimia e compulsão por comer. Cerca de 49% das pessoas que apresentam o transtorno são obesas, sendo que 15% são obesas mórbidas. O dia 2 de junho é reconhecido internacionalmente como o Dia Mundial de Conscientização dos Transtornos Alimentares. A data, tem como objetivo conscientizar, sensibilizar e informar a população sobre distúrbios alimentares.

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@sus _ piro


O tratamento do tcap se faz com remédios que controlam a compulsão, associados à terapia comportamental ou psicodinâmica

O transtorno alimentar foi descrito pela primeira vez em 1959 por Stunkard, e incluído no Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais (DSM) em 1994, assim como a anorexia e a bulimia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (tcap) tem atingido em torno 2,6% da população do mundo. De acordo com Mario Louzã, médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha, e membro do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo; a tcap se caracteriza pela ingestão, em um curto período de tempo, de uma quantidade exagerada (e desnecessária) de alimentos, problemas relacionados aos distúrbios alimentares, pois existem diversas consequências que infelizmente são bastante ruins. O Brasil será uma das sedes das ações que ocorrem no mundo inteiro..Durante o episódio de compulsão alimentar, a pessoa se sente incapaz de controlar a ingestão excessiva.

Além disso, a pessoa com tcap infelizmente não para de comer, mesmo já tendo a sensação de saciedade e o desconforto abdominal pela ingestão exagerada. É comum a pessoa preferir comer sozinha, sem ninguém olhando, pois ela é incapaz de controlar a ingestão excessiva, se sentindo culpada e envergonhada quando se dá conta do quanto comeu, gerando consquências ruins para si mesma. Não são todos os pacientes que relatam a compulsão alimentar como uma forma de aliviar a ansiedade. No entanto, há evidências da relação do tcap com os transtornos de ansiedade e de humor, pois a comida, em um primeiro momento, alivia os sintomas dos transtornos acima citados. “O problema são as consequências deste suposto bem-estar. Quem sofre de tcap está sujeito a uma série de doenças como obesidade e diabetes tipo 2. Com o sobrepeso, surgem os distúrbios emocionais como depressão, síndrome do pânico, baixa autoestima, entre outros”, afirma Dr. Mario Louzã.

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O tratamento do tcap se faz com medicamentos que controlam a compulsão, associados à terapia comportamental ou psicodinâmica. O acompanhamento de um profissional de nutrição também é importante para a mudança dos hábitos alimentares, o cérebro e criar uma nova relação com os alimentos, mais saudável e mais controlada. De acordo com um estudo da Universidade de Munique, na Alemanha, a recuperação dos acometidos pelo tcap acontece da seguinte forma: melhora considerável durante a terapia e estabilidade ao término do tratamento. “Vale deixar claro que o tcap é diferente da bulimia nervosa. Nesta última, a culpa pela compulsão alimentar resulta na indução do vômito ou no uso de laxantes ou diuréticos. Para o tratamento do tcap é fundamental buscar ajuda médica especializada, pois é necessário trabalhar a mente e driblar a autos sabotagem para combater tais doenças, o apoio e o controle da família e dos amigos não são suficientes para superar a doença”, conclui o psiquiatra.

@sus _ piro

Dicas da nutricionista A nutricionista funcional, especialista em obesidade e emagrecimento consciente Gladia Bernardi explica a importância de informar as pessoas sobre os distúrbios envolvendo comida. “De forma geral, os transtornos alimentares são causados por problemas psicológicos e internos de cada pessoa. A ansiedade e a depressão estão ligadas à compulsão por alimentos. Por isso, é necessário trabalhar a mente e driblar a autos sabotagem para combater tais doenças com eficácia”, comenta a especialista. Para evitar cair na “armadilha” do transtorno alimentar, é preciso reprogramar o cérebro. “O ato de comer por impulso sempre é incentivado pela mente, a pessoa usa a comida como válvula de escape para frustrações, estresse, problemas do dia a dia e outras questões. À medida em que a pessoa reprogramar seu cérebro, os resultados positivos irão aparecer e ela irá ficar cada vez mais encorajada a mudar sua rotina alimentar e a manter o equilíbrio físico e emocional”, explica Gladia.


Renato Lima

Segundo a oms, cerca de 10% dos jovens sofrem de transtorno alimentar

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CELESTE produtora:

“A Extremely OK Games” e “MiniBoss” “A Extremely OK Games” A primeira vista, “Celeste” é um game de plataforma desafiador que não tem muita história além da repetição de mortes e tentativas da personagem principal. E, de fato, você pode jogar dessa maneira. No entanto, ao prestar mais atenção no enredo e nas motivações da personagem principal e sua antagonista, o game independente se torna uma experiência rica e que vai além da simples superação de obstáculos. O que pode muito bem se relacionar com a vida, não é mesmo? distribuidora:

NIGHT IN THE WOODS produtora: “Infinite Fall” distriuidora: “Finji” “Night in the Woods” usa de um visual 2D que parece ter saído de um livro infantil para contar a história do personagem Mae Borowski. Depois de largar a faculdade, o protagonista volta para casa para decidir qual será seu próximo passo. No entanto, o grande objetivo do game é que o jogador explore e entenda mais sobre condições e doenças mentais. Praticamente todos os personagens que interagem com Borowski tem algum tipo de transtorno. A grande sacada de “Night in the Woods” é sua abordagem - o game usa animais no lugar de pessoas e sua narrativa contribui para que não sejam vistas com preconceito. SPIRITFARER produtora: “Thunder Lotus Games” distribuidora: “Thunder Lotus Games” Em “Spiritfarer”, novo jogo do estúdio indie Thunder Lotus Games, responsável por Jotun e Sundered, a morte é abordada como tema principal de forma realista e, surpreendentemente, reconfortante. O game consegue trazer leveza ao assunto, trabalhando conceitos como aceitação e induzindo o jogador à reflexão. O game consiste em encontrar espíritos que precisam de ajuda para seguir em frente e deixar o mundo em que estão, realizando desejos dos mais variados e também garantindo que eles tenham conforto em seus últimos dias antes de atravessarem o Portal Eterno e sumirem.

@sus _ piro

divulgação

VIDEO GAMES


FILMES E SÉRIES SE ENLOUQUECER, NÃO SE APAIXONE diretor: Anna Boden, Ryan Fleck gênero: Drama, Comédia e Romance distribuidora: Netflix O filme mostra que a depressão nem sempre é causada por um grande trauma. Acompanhamos a história de Craig (Keir Gilchrist), um adolescente que se sente pressionado a nunca cometer erros, pois sente que, se falhar, o que o deixa bastante deprimido.A situação de Craig é comum na vida real, por isso o filme acaba trazendo alívio que se identificam com o personagem. BOJACK HORSEMAN diretor: Raul Gonçalves Labancca gênero: Comédia dramática, tragicomédia, sitcom, sátira, humor negro e drama distribuidora: Netflix A animação virou uma espécie de porta-voz da depressão, por isso é tão difícil assistir a algumas cenas. Uma excelebridade dos anos 1990 que lida com vícios fazendo sátiras do universo do entretenimento. Muitas pessoas sentem que é muito próximo da realidade e isso pode ativar alguns sentimentos ao assistir.

LIVROS AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL escritor: Stephen Chbosky editora: MTV Books e Pocket Books gênero: Romance epistolar - Literatura Young Adults O livro As Vantagens de Ser Invisível conta a história de um garoto solitário que faz novos amigos. Juntos, os três se ajudam a enfrentar situações de bullying, depressão, desamores entre outros. Sem muitas mirabolâncias, a narrativa foca na riqueza das situações cotidianas. O ÚLTIMO ADEUS escritora: Cyntia Hand editora: Dark Side Books gênero: Ficção O Último Adeus trata a questão do suicídio pela perspectiva da família e dos amigos, narrando a história de Lex, uma garota que começa a fazer terapia para tentar lidar melhor com a perda do irmão. A youtuber ressalta que além da abordagem delicada, outro ponto positivo do livro é sobre o processo de terapia.

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Se toca: os ricos das drogas

Segundo estudos, a maioria dos quadros de dependência química começam ainda na juventude por

ISMAEL ALVES

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Laura Chaves

Segundo oms, em média 100 mil jovens fumam no Brasil

primeiro contato com as drogas infelizmente acontece principalmente na juventude. Isso porque esse acaba sendo um momento em que ocorrem diversas mudanças relacionadas com o psicológico do adolescente, que infelizmente se torna mais vulnerável e, por isso, pode ser considerado um grupo de risco. O consumo de drogas se dá por diversos fatores, entre eles o sentimento de indestrutibilidade, relações com amigos e família e falta de autoconhecimento. Além desses fatores, é importante compreender de onde vem o interesse em consumir drogas, pois muitas vezes os jovens têm seus próprios motivos para as usarem ou utilizam pela primeira vez dentro de casa, com o apoio dos pais.

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Usuários de drogas infelizmente estão ainda mais propensos a sofrerem com ansiedade e depressão por estarem expostos a uma série de situações que mexem bastante com o aspecto psicológico Jovens que são mais tímidos e têm dificuldades de se socializar tendem a usar drogas ou ingerir bebidas para se tornarem mais sociáveis, interessantes e fazer algo que eles não fariam se estivessem sóbrios, por ser um período marcado por diversas transformações. Pelo fato de ainda não se conhecer totalmente, e mudanças internas e externas, a adolescência acaba por gerar um sentimento de baixa autoconfiança. o adolescente se torna mais vulnerável à situações de risco. Para conseguir aprovação social, ele acaba infelizmente por se sujeitar ao consumo de drogas, como, a maconha, cigarro ou álcool, as mais comuns e de fácil acesso, se sentindo felizes. O uso de drogas infelizmente é uma das maiores causas de morte de jovens no mundo e pode deixar graves sequelas a longo prazo. A prevenção ainda pode reduzir os números drasticamente, mas primeiro é preciso entender qual é o cenário atual do uso de drogas na juventude. Saiba mais como isso se dá no Brasil e no mundo!

Existem diversas substâncias psicoativas, como o álcool, maconha e lsd que podem alterar ou danificar o desenvolvimento cerebral na adolescência, alterando a função dos neurotransmissores. Além dessas consequências das drogas na adolescência, vale destacar que o cérebro humano só se forma totalmente depois dos 24 anos de idade. Por conta disso, jovens que fazem uso de drogas por bastante tempo podem desenvolver transtornos físicos e mentais crônicos que demandam tratamentos contínuos. Dessas forma, permitem a comunicação com os nervos, consequentemente, a percepção da pessoa também modifica. O hábito do uso acaba por afetar o pensamento, raciocínio e a consciência desenvolvidos, podendo permanecer ao longo da vida de uma pessoa, por tanto, tentar evitar é o melhor. A seguir mostra a entrevista entre Drazio e Ronaldo Laranja psiquiatra, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo, sobre dependência química e saúde mental.

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DRAUZIO – Teoricamente, quando a pessoa ansiosa fuma maconha, fica mais relaxada. Você acha que isso é um mito? RONALDO LARANJEIRA – É importante distinguir, na droga, o efeito imediato do efeito cumulativo, pois acabam sendo diferentes. No geral, sob a ação da maconha, a pessoa ansiosa relaxa um pouco, mas esse é um efeito de curto prazo. O álcool também relaxa num primeiro momento. No entanto, as evidências demonstram que nas pessoas ansiosas seu uso crônico infelizmente aumenta ainda mais os níveis de ansiedade, porque o cérebro reage tentando manter o sistema em equilíbrio. É o efeito de homeóstase. Se alguém usa um estimulante, passado o efeito, o cérebro infelizmente não volta ao funcionamento normal imediatamente, surgindo assim o efeito rebote. Isso infelizmente ocorre com qualquer droga, algo ruim. Tanto com a maconha quanto com o álcool, vindo o efeito depressor, o efeito rebote infelizmente elevará os níveis de ansiedade, o que prejudica a saúde e bem-estar mental.

DRAUZIO – A maconha também pode provocar paranoia? RONALDO LARANJEIRA – É menos comum, mas casos de paranoia também ocorrem especialmente em pessoas que já apresentaram algum problema mental. Quem tem um surto psicótico e fuma maconha, por exemplo, infelizmente faz um péssimo negócio, porque se intensificarão os sintomas dessa doença já estabelecidos anteriormente. DRAUZIO – Como que a maconha acabada agindo na memória? RONALDO LARANJEIRA – Ela diminui a concentração, a memória e a atenção. É um efeito bastante rápido. Se alguém usar maconha num dia e medir os níveis de memória e concentração no outro, eles estarão ligeiramente alterados. Isso infelizmente tem um impacto bastante negativo na vida dos adolescentes. Nós sabemos que pessoas criativas usam drogas e produzem coisas criativas. Se elas não fossem criativas por natureza, não haveria droga no mundo capaz de produzir esse resultado.

@sus _ piro


Pedro Gomes

Benefícios ao coração surgem 15 anos após parar de fumar

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Como aperfeiçoar a escuta para conectar com o outro? A escuta que gera mais conexão entre as pessoas é presente, humilde, desprovida de controle e aberta para se emocionar por

LUANA FONSECA WILIAN SANTIAGO

ilustração

Quando era pequena, amava escutar as histórias que minha avó Lygia contava sobre sua vida. Em geral, histórias sobre sua infância, seu casamento e seus filhos. Hoje, tantos anos mais tarde, já não me lembro tão bem de todos os fatos que ela compartilhava. Porem, a emoção que acabava sentindo ao ouvi-la contar suas histórias, segue em mim. Queria ficar ali, bem pertinho dela, quietinha para que ela pudesse continuar. Acontece que quando a gente cresce podemos ir nos afastando desse lugar inocente e generoso. Lugar de que tem interesse genuíno pelo outro. E podemos começar a querer escutar de uma maneira mais “eficiente”, que corresponda a urgência do nosso tempo.

Escuta reverencial Para escutarmos de maneira autêntica, precisamos, sobretudo, respeitar o outro. Respeitar sua história, seu ponto de vista e o que ele tem a dizer. No coaching ontológico chamamos essa qualidade de escuta de reverencial. Porque compreende o outro como um ser legítimo, que enxerga o mundo a sua própria maneira. Nesse exercício de respeitar a fala do outro, temos que estar dispostos a suspender nossos julgamentos. Sempre que um julgamento nos vier a mente, enquanto escutamos, devemos procurar reconhecê-lo e deixá-lo ir. Assim, vamos voltando nossa atenção, de maneira consciente, ao que estamos nos propondo a fazer, escutar, de fato.

Escuta sem fim Escuto seu sorriso fácil e seus beijinhos oferecidos para praticamente tudo que cruza seu caminho. Seja gente, cachorro, árvore ou avião. Escuto sua caras e bocas que me mostram se está gostando de algo ou não. @sus _ piro

LUANA FONSECA Terapeuta e autora do livro Pode Ser Melhor. @ almapelomundo


Cuide dos seus padrões mentais Quando os padrões mentais impedem que o pensamento resolva um problema, a solução pode ser engajar o corpo, as emoções ou a intuição por

RODRIGO VERGARA

Eu tenho uma predileção especial por olhar atrás das aparências. Gosto de escarafunchar ideias, histórias, conceitos, para examinar o que está por trás do que cada coisa parece ser, tanto para mim quanto para os outros. Como repórter, uma das primeiras coisas que eu fazia ao investigar um tema era levantar o processo histórico sobre o assunto, para entender como foram construídos os conceitos atuais daquele tópico. Os tijolinhos que, hoje, parecem ter sido sempre assim.

Freud, bebês e cocaína Quando escrevi um livro sobre a política de drogas, por exemplo, estudei como nasceu a criminalização do uso de algumas substâncias. Qual era o contexto na época, o que se queria evitar, quais eram os interesses em jogo. E com isso era possível descobrir coisas curiosas. Até o início do século XX, por exemplo, cocaína era vendida em qualquer farmácia para as mães esfregarem na gengiva de seus bebês, contra a dor dos dentes nascentes. Freud atribui à cocaína a inspiração para sua criação. A proibição da maconha nos EUA, apresentada ao público como uma política de saúde, serviu para criminalizar e controlar os imigrantes mexicanos, que eram seus principais usuários, que vinham em massa. E tirou do mercado os produtos de cânhamo, abrindo caminho para fabricantes de fibras sintéticas.

RODRIGO VERGARA Ator improvisador, colunista. @chevergara

Experimente! Botei uma música, visualizei a questão que estava me incomodando e deixei o corpo expressar o que quisesse. Em tempo: não tenho experiência em dançar, o que é ainda melhor, porque o corpo não tem um código programado do o que é “bonito” de ver. Eu estava sozinho, sem intenção de agradar ninguém.

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O sono comanda a vida Além de comprometer a saúde do corpo, a falta de sono está associada a muitas disfunções psíquicas, como déficit de atenção, depressão e psicose por

MARGOT CARDOSO

Todos os dias vivenciamos uma experiência fascinante. O nosso corpo entra em um estado de quase paralisia, os músculos ficam completamente relaxados e o cérebro mergulha a consciência na escuridão. O único indício de vitalidade são os nossos olhos, que giram velozmente sob as pálpebras cerradas. A sensação é de que somos seres etéreos, podemos voar e, às vezes, caímos. Estamos nos limites do material e imaterial, num estado de semicoma, quase na fronteira da morte, estamos dormindo.

Sono e distúrbios Já se sabe que o sono não tem apenas a função de descansar o corpo do estado de vigília. Não existe uma função única: há várias funções. Ao contrário do que se pensava, o cérebro não fica inativo durante o sono, ele continua ativo, mas funcionando de modo diferente. Sabe-se que ao mergulhar no sono, o cérebro entra em modo “manutenção”, arrumando “a casa”, organizando memórias e selecionando o que deve ser guardado e o que deve ser eliminado. O cérebro desperto está preparado para receber estímulos externos e o cérebro adormecido para consolidar a informação recolhida.

Insônia e seus distúrbios É no sono profundo que as nossas células produzem a maior parte do hormônio do crescimento, necessário à manutenção dos ossos e dos músculos, ao longo da vida. Por isso, quem não dorme bem, tem mais dificuldade em se recuperar de lesões. Há outros estudos que mostram que o sono é essencial para garantir a saúde do sistema imunológico, da temperatura corporal e da tensão arterial. Pesquisam afirma que o insone pode engordar. Quando não se dorme o suficiente, o estômago e outros órgãos produzem grelina – o hormônio da fome. @sus _ piro

MARGOT CARDOSO Jornalista e Mestre em Filosofia. @margotcardoso


Qual é o lugar seguro? O lugar seguro é onde o nosso racional explica tudo, e nos dá ilusão de que controlamos tudo. Porém, ele também é um lugar muito perigoso, pois é todo construído em cima de medo e ilusões por

BETO PANDIANI

E se este mundo que está sendo apresentado para nós daqui para frente continuar assim? Ou melhor, se ele for mais parecido com o que estamos passando do que como era antes? Será que dá para sentir saudades de como ele era ou não? Ou sentimos saudades do que é conhecido? Fica a dúvida. A mente é muito acomodada e ela gosta de lugares quentinhos. O que é um lugar quentinho? É um lugar “seguro”, com poucas mudanças e baseado em tradições. O quentinho é um lugar onde o nosso racional explica tudo, e nos dá ilusão de que controlamos tudo. Mas o lugar quentinho é um lugar muito perigoso, pois ele é todo construído em cima de medo e ilusões. E temos muito medo de nos desiludirmos. Entretanto, essa é a melhor coisa que pode nos acontecer. Agora estamos todos “presos” e desiludidos. Mas vamos olhar por outro aspecto. Onde a experiência da desilusão nos leva? Para um lugar melhor, onde não há ilusão.

Recursos dentro de nós

BETO PANDIANI Velejador, escritor e palestrante. Tem sete livros publicados. @betopandiani

As relações nas tempestades de imponderabilidade precisam ser fortes e resistentes. Como construir relações fortes? Tirando o foco de si e colocando no outro. Preste a atenção nas necessidades das pessoas ao seu redor. Se todos fizerem esse movimento juntos, cria-se relações de confiança e autoestima. Quando você recebe suporte você passa a confiar, quando é a sua vez de colaborar você aumenta a sua autoestima e reconhece em si seu valor. Essa é a fórmula da cumplicidade. Antes olhávamos para o mundo pensando em como satisfazer os nossos desejos. Agora vamos prestar a atenção nas necessidades da sociedade. Com o que podemos contar? Será que devemos esperar que o imponderável se amolde as nossas expectativas?

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Se cuide: há COVID entre nós Apesar de ser mais grave em pessoas mais velhas, o novo coronavírus pode ser grave em jovens por

DRAUZIO VARELLA

@sus _ piro


enosprezar o perigo é um equívoco frequente na adolescência. É provável que esse fenômeno aconteça porque os circuitos de neurônios das áreas cerebrais responsáveis pelo controle das emoções, organizam a arquitetura de suas sinapses anos antes do planejamento racional e a tomada de decisões. Como consequência, o adolescente experimenta emoções de adulto, enquanto mantém reações imaturas diante de ameaças à própria vida e à dos outros. No caso da atual epidemia, esse descompasso neuroanatômico se manifesta com clareza. A crença na imortalidade e no risco mais baixo de apresentar sintomas graves talvez expliquem a irracionalidade de jovens.

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@sus _ piro


Apesar da maior gravidade nas pessoas mais velhas, o covid pode ser ruim em quem não chegou aos 30 anos

Os participantes na pesquisam, tinham em média 28,3 anos; 57,6% eram homens; 57% eram pretos ou latino-americanos. As prevalências das comorbidades que afetam a evolução foram: obesidade 39% (imc acima de 30), diabetes 18% e hipertensão arterial 16%. […] fica difícil acreditar que o atual Ministério da Saúde esteja preparado para coordenar o esforço exigido para adquirir vacinas suficientes para imunizar dezenas de milhões de pessoas pelo Brasil inteiro, em tempo hábil para reduzir as mortes, já no início do ano. No decorrer da pesquisa que ouve a internação, 694 pacientes (21%) tiveram que ser transferidos para unidades de terapia intensiva e 331 (10%) acabaramnecessitando infelizmente de intubação e ventilação mecânica. A média de permanência na uti foi de 4 dias. Entre os 3.222 participantes da pesquisa realizada, 88 acabaram falecendo. no périodo. Esse índice de mortalidade (3%) infelizmente é o dobro daquele provocado por infarto do miocárdio em jovens da mesma faixa etária.

O risco de morte ou de precisar de ventilação mecânica foi 50% mais alto entre os homens; 2,3 vezes maior entre os obesos graves (imc 40 ou mais); 2,36 vezes maior entre os hipertensos e 1,4 vezes nos casos de diabetes. Naqueles com mais de uma das três condições citadas (obesidade, hipertensão, diabetes), o risco foi comparável ao observado em adultos mais velhos, sem nenhuma delas. Obesidade grave esteve presente em 41% dos pacientes que faleceram ou precisaram de intubação e ventilação mecânica. O estudo não permite calcular quantos adultos infectados entre os 18 anos e os 34 anos apresentam sintomatologia que justifique hospitalização, mas é perturbador saber que, dos internados, 21% vão parar na uti, 10% dependerão de intubação e ventiladores para sobreviver e 3% irão a óbito, apesar da idade. Estamos num momento em que, estamos cansados de ficar em casa, assim a população brasileira acabou decretou por conta própria o fim dessa epidemia, que começou ano passado.

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As imagens de jovens aglomerados nos bares e as multidões nas ruas, prenunciam um ano novo sinistro. Sendo assim, podemos encarar isso como um mecanismo de defesa do nosso corpo diante de alguma situação desafiadora que acabam passando. E nada mais desafiador que lidar com um inimigo invisível, como é o caso desse novo vírus. Diversos são os gatilhos que desencadeiam o estresse e os sintomas ansiosos ou depressivos. Estamos falando de uma realidade que infelizmente ninguém esperava viver. E não se trata apenas da adaptação do trabalho para dentro de casa e sim tudo. Foi a nossa vida social a maior prejudicada. Nunca a tecnologia foi tão requisitada como agora. Para driblar a saudade dos amigos e familiares que as pessoas sentem, tivemos que lançar métodos como chamadas de vídeos para amenizar a situação. Além, do trabalho remoto, reorganizamos a rotina. Para qualquer atividade que demande uma saída de casa, do conforto, da felicidae, paz, foram adquiridos alguns cuidados.

@sus _ piro

Porém, para lidar com tudo isso ao mesmo tempo, alguns hábitos podem ajudar a conservar a mente e corpo são. Manter a rotina de casa, do trabalho e de lazer organizada, ter o hábito de conversar com os amigos e familiares, cuidar do sono e manter uma alimentação adequada e saudável são partes das recomendações que vão ajudar a preservar a sua saúde mental. Principalmente agora com o teletrabalho como opção, eles são grandes aliados e auxiliam também na quebra do sedentárismo, que é a realização de atividades de baixo, mas que já promove a quebra desse comportamento, pode acabar trazendo benefícios. Segundo o Ministério da Saúde, por meio da atividade física é possível garantir o aumento da disposição, o fortalecimento dos ossos e músculos, a melhora da flexibilidade e capacidade funcional, a melhora da qualidade do sono, do humor, dos quadros depressivos, da autoestima e da sensação de saúde e bem-estar mental, além da redução da ansiedade e estresse.


Alberto Chaves

Médicos na linha de frente do combate ao vírus coronavírus

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@sus _ piro



SEJA ÚTIL Inútil

substantívo de dois gêneros 1. caso raríssimo onde o valor se está no próprio ser. 2. não depende de outros para ter o seu valor.

@sus _ piro




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