ta td bem
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EDITORIAL TA TD BEM A ta td bem vem da simples mensagem de conforto de uma pessoa para a outra, como uma forma de ajudar alguém em um momento díficil. Sabemos dos momentos complicados que todos passam, sabemos da importância de olhar para dentro de si e queremos ajudar você a ver o mundo e refletir sobre ele. Que talvez, coisas que pareçam pesadas, na verdade podem ser levadas com mais leveza, mas sem tirar a importância de tudo aquilo que acontece a nossa volta. É isso que buscamos com a revista, uma forma de expor assuntos sociais que são importantes de serem olhados, mas sempre levando em consideração o corpo e a mente também. A ta td bem vem como uma revista sobre cidade, mas que se diferencia no tema trazendo outras discussões tão importantes quanto. Buscando refletir sobre os assuntos gerais da sociedade, além de olhar para o psicológico de cada indivíduo diante dos assuntos abordados. Dividida entre os eixos Cidade, Calmômilla e Faça sua Parte, trataremos respectivamente de acontecimentos e projetos ligados a cidade de São Paulo, assuntos ligados a meditação, além de como se acalmar diante de tempos difíceis, e por fim, projetos com abordagens reflexivas olhando para fora do indivíduo, afim de conscientizar o leitor sobre o social dentro da cidade em que vivemos. Assim, esperamos que você, querido leitor, perceba que mesmo com tantos problemas, ainda “ta td bem” e que se todos nós fizermos a nossa parte, olhando tanto para fora, quanto para dentro, tudo fica mais leve. Esperamos que desfrute de cada página. Com carinho, equipe ta td bem.
Caio Mendes
ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGRANDA E MARKETING Curso de Graduação em Design com Habilitação em Comunicação Visual e Ênfase em Marketing DSG 3B 2021/1 Projeto Integrado Professores Responsáveis Projeto III Profª. Marise de Chirico Cor, Percepção e Tendências Profª. Paula Csillag Ergonomia Prof. Matheus Pássaro Prof. Auresnede Stephan Finanças Prof. Alexandre Ripamonti Marketing Estratégico Prof. Leonardo da Silva Produção Gráfica Profª. Mara Roberto
Giovanna Lins
Otávio Chaves
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editorial linha do tempo
CIDADE ponto positivo dps de td p/ sp
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CALMÔMILA p/ se conectar p/ se conhecer
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FAÇA SUA PARTE
#conte cmg #social
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clica aqui poema visual
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recomendações de filmes pra ver em casa_ A ta td bem separou opções de filmes para você ver durante a quarentena.
Raya e o último dragão Há muito tempo, no mundo de fantasia de Kumandra, humanos e dragões viviam juntos em harmonia. Mas quando uma força maligna ameaçou a terra, os dragões se sacrificaram para salvar a humanidade. Agora, 500 anos depois, o mesmo mal voltou e cabe a uma guerreira solitária, Raya, rastrear o lendário último dragão para restaurar a terra despedaçada e seu povo dividido.
Soul Joe é um professor de música do ensino médio apaixonado por jazz, cuja vida não foi como ele esperava. Quando ele viaja a uma outra realidade para ajudar outra pessoa a encontrar sua paixão, ele descobre o verdadeiro sentido da vida.
diretor: Carlos López produtor: Peter Del Vecho roteirista: Adele Lim lançamento: 4 de mar. de 2021 onde assistir: Disney +
diretor: Pete Docter produtor: Dana Murray roteirista: Kemp Powers lançamento: 25 de dez. de 2020 onde assistir: Disney +
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Princesa mononoke Após enfrentar um deus javali enfurecido, o príncipe Ashitaka é amaldiçoado com um mal que pode matá-lo. Para encontrar a cura, ele decide viajar para longe e acaba se envolvendo numa batalha entre os deuses animais da floresta e os moradores de uma vila de mineiros, que aos poucos estão destruindo a floresta.
diretor: Hayao Miyazaki produtor: Toshio Suzuki roteirista: Hayao Miyazaki lançamento: 12 de jul. de 1997 onde assistir: Netflix
Your name Mitsuha é a filha do prefeito de uma pequena cidade, mas sonha em tentar a sorte em Tóquio. Taki trabalha em um restaurante em Tóquio e deseja largar o seu emprego. Os dois não se conhecem, mas estão conectados pelas imagens de seus sonhos.
diretor: Shinkai, Makoto produtor: Kawamura, Genki roteirista: Shinkai, Makoto lançamento: 26 de ago. de 2016 onde assistir: Netflix
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linha do tempo_
08 de desembro de 2019 Primeiros casos do novo coronavirus Os primeiros casos de coronavírus são registrados em um hospital de Wuhan, na China, em um hospital. As vítimas seriam frequentadores de um mercado atacadista de animais.
26 de fevereiro de 2020 Primeiro caso de COVID-19 Confirmado primeiro caso de coronavírus no Brasil. Paciente é um homem de 61 anos que viajou à Itália, e deu entrada no Hospital Albert Einstein no dia anterior.
11 de março de 2020 Covid é declarado pandemia Organização Mundial da Saúde declarou pandemia de coronavírus. Estimativa da entidade considera que números de pessoas infectadas, mortes e países atingidos deve aumentar nos dias e semanas seguintes.
17 de março de 2020: Notificação de primeira morte por COVID-19 Ministério da Saúde é notificado da primeira morte por coronavírus no Brasil. Vítima foi homem de 62 anos que tinha histórico de diabetes e hipertensão, que estava internado na rede de hospitais Prevent Senior, e ainda não estava na estatística do governo. O estado de São Paulo investiga outras cinco mortes na mesma rede.
20 de março de 2020 Inicio do distanciamento social Ministério da Saúde declara reconhecimento de transmissão comunitária do novo coronavírus em todo o território nacional, apesar de nem todas as regiões apresentarem esse tipo de transmissão. A declaração dá ao Ministério da Saúde autoridade diante de todos os gestores nacionais, que devem adotar medidas que promovam distanciamento social e evitem aglomerações.
22 de maio de 2020 Brasil é reconhecido como o mais afetado da América do Sul Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o Brasil como mais afetado pela pandemia entre os países da América do Sul. Entidade critica também ampliação do uso da cloroquina, conforme novo protocolo do Ministério da Saúde.
07 de julho de 2020 Jair bolsonaro pega Covid Presidente Jair Bolsonaro anuncia que foi diagnosticado com Covid-19 e se torna um dos novos casos de coronavírus no Brasil. Dados do consórcio formado por veículos de imprensa contabilizam 48.584 novos pacientes da doença. O número atualiza para 1.674.655 o total de diagnósticos da doença.
16 de julho de 2020 Brasil passa de 2 milhões de casos Mais uma marca expressiva na linha do tempo do novo coronavírus no Brasil: passa de 2 milhões o total de pessoas contaminadas e de 76 mil o número de óbitos decorrentes da Covid-19.
30 de Janeiro de 2021 Aprovação para uso das vacinas O início da segunda quinzena de Janeiro foi marcado por uma decisão importantíssima para o País. A Anvisa concedeu aprovação para uso emergencial de duas vacinas, a CoronaVac e a Vacina de Oxford.
29 de abril de 2021 400 mil mortes por COVID-19 O Brasil bateu a marca dos 400 mil mortos pela COVID-19. Com 3.001 novos óbitos registrados neste dia, o total de pessoas que perderam a vida para o novo coronavírus chegou a 401.186. A soma de pessoas que contraíram o vírus desde o início da pandemia alcançou 14.590.678. As informações são do Ministério da Saúde.
19 de fevereiro de 2021 Metade das doses recebidas ja foram aplicadas O Brasil segue em campanha de vacinação, até o presente momento, 49,34% das doses recebidas pelos estados já foram aplicadas. Isto significa que 5.756.502 brasileiros já receberam ao menos 1 dose da vacina.
ponto positivo_
cidades paulistas que são referências no combate ao covid-19?_ Em meio ao caos que a pandemia trouxe, existem cidades que devem ter seus esforços elogiados
Faz mais de 1 ano que São Paulo está sofrendo com o coronavírus. O estado é o mais atingido do Brasil pela doença. São mais de 450 mil casos e a maioria das cidades ainda estão com altas taxas de isolamento. A situação não está nada fácil. Mesmo assim, há cidade paulistas estão combatendo o coronavírus de maneira exemplar e da forma que a oms recomenda para as pessoas. Isso significa que o número de casos é pequeno e a transmissão entre as pessoas é baixo. O estado de São Paulo é o mais afetado pelo coronavírus. Mesmo assim, há muitos lugares que estão controlando o caos. Nem parece que há lugares assim pelo interior. Mas existem. Foram selecionados as melhores cidades do interior de São Paulo no combate ao coronavírus. Confira quais são os lugares que cumpriram bem as regras de isolamento e medidas de distanciamento social. Quando tudo voltar ao normal, dê uma passadinha em algum desses lugares. Essas cidades estão tão proximas da capital do estado, mas mesmo assim possuem uma diferença tão grande na quantidade de casos em comparação que quem vê acha até estranho. Nessas cumpriram bem as regras de isolamento e cidades a ação contra o virus foi rápida e a atitude das prefeituras locais foi precisa, o que ocasionou em uma boa contenção do virus.
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Cada uma tem um contexto diferente e um perfil de população heterogênea. Mas isso não impediu de seguirem as normas da Organização Mundial da Saúde e fazer com que os danos sejam os menores possíveis. Essas cidades também apresentaram planos publicos que ajudaram a conter e a aliviar a aflição das pessoas nessa pandemia, além de terem uma otima cooperação por parte da população com o lockdown e prevenções contra a doença, algumas estão até se preparando para reabrir gradualmente as suas economias. Os que esse espaço, parte da cidade desde 2016, seja garantido definitivamente”, afirma o artista Felipe Morozini, diretor da Associação Parque Minhocão, criada há seis anos. Ele se refere a um projeto de lei de autoria de oito vereadores, aprovado pela Câmara em 2016 e sancionado pelo então prefeito Fernando Haddad. O tetaria cerca de 30 milhões de reais, 20% a menos do que o valor que a prefeitura precisaria desembolsar para a construção do parque. ssarela verde. Abaixo da estrutura há lojas e uma galeria de arte. “Ambos são projetos inspiradores, mas pouco têm a ver com o nosso Minhocão”, diz o mestre em urbanismo Mauroa revelou que 53% dos paulistanos apoiavam a manutenção do elevado como é hoje e um grupo.
Caio Mendes
Pequenas cidades brasileiras que seguem a OMS têm poucos casos e óbitos por covid-19
Sorocaba Sorocaba fica cerca de 100 quilômetros de São Paulo. Essa é uma das cidades próximas da capital com a menor taxa de letalidade de coronavírus. Até a primeira quinzena do mês de julho, a taxa foi de 2,07% de mortes. Menor do que o Brasil, que é de 3,9% e muito abaixo do estado de São Paulo, que é de 4,8%. Mesmo Sorocaba estando entre as 20 cidade mais atingidas pela doença, ela é a que apresenta o menor índice de mortes. Guarulhos, por exemplo, registrou uma taxa de letalidade 9,3%. Uma das mais altas de todo o país para se ter uma ideia.
São Sebastião Uma das principais cidades do litoral norte paulista também se destacou no combate contra o COVID-19. São Sebastião fica cerca de 200 quilômetros de distância da capital. Desde o mês de março, foi um dos municípios que mais aderiram a quarentena. Apenas o serviços essenciais ficaram abertos. Outro diferencial de São Sebastião foi a montagem do Plano Municipal de Reabertura Gradual da Economia, que foi apresentado o plano de reabertura de todos os setores do comércio. Uma maneira organizada e segura para voltar às atividades.
São José do Barreiro Independente do tamanho da cidade, se está fazendo um bom papel no combate ao coronavírus, ela deve ser destacado. São José do Barreiro, que fica cerca de 280 quilômetros da capital tem registrado apenas um caso de COVID-19. Um morador de 50 anos que contraiu a doença na última semana de julho. O lugar possui pouco mais de quatro mil habitantes, mas isso não impediu de todos respeitarem a quarentena. As ruas estão praticamente desertas. É bem difícil ver uma pessoa andando pela cidade. São José do Barreiro foi a última cidade do Vale do Paraíba e região bragantina a registrar um caso de coronavírus.
Presidente Prudente Uma das principais cidades do interior paulista. Com mais de 200 mil habitantes, ela está a quase 600 quilômetros da capital. Não é uma viagem rápida. Com um alto número de habitantes, a prefeitura conseguiu controlar bem o número de casos de coronavírus na cidade. Foram 1725 casos registrados até o dia 28 de julho e apenas 42 mortes. Uma taxa de letalidade de 0,021%. Bem abaixo terem uma otima cooperação por parte da população do que a média do país. vereadores, aprovado pela Câmara em 2016 e sancionado pelo então prefeito Fernando Haddad. O tetaria cerca de 30 milhões de reais, 20% a menos do que o valor necessário.
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Prefeitura anuncia a construção do Parque Minhocão_ Após décadas de discussões, a prefeitura decide construir um parque sobre o polêmico Elevado Texto Sérgio Quintella | Ilustrações Vinicius Ferraz
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levado Presidente João Goulart, mais conhecido como Minhocão, está prestes a passar por uma transformação profunda. O prefeito Bruno Covas (psdb) anunciou a criação de um parque linear em parte dos 3,4 quilômetros de extensão da via. Em uma primeira etapa, ele ocupará 900 metros da pista, nos dois sentidos sobre a Avenida Amaral Gurgel. No total, estão previstos 17 500 metros quadrados de jardins — o equivalente a quase três campos de futebol —, além de floreiras e deques, dispostos em módulos pré-fabricados. O investimento previsto de 38 milhões de reais (em estimativa bem otimista) será bancado com recursos municipais. A primeira etapa do Parque Minhocão vai compreender um trecho da saída da Ligação Leste-Oeste ao entroncamento com a Avenida São João. Quem seguir no sentido dos bairros de Perdizes e Barra Funda só poderá pegar o elevado por um acesso próximo à Rua Helvétia, na região dos Campos Elíseos. Até esse ponto, o oncamento com a Aoncamento com a Aoncamento com a Aoncamento com a Amotorista deverá seguir pela Avenida Amaral Gurgel.
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História Inaugurado em 25 de janeiro de 1971, durante a ditadura militar, por Paulo Maluf, o elevado entrou na mira de diversos outros prefeitos nas últimas quatro décadas. Em 1976, já com sinais da degradação acelerada do entorno, Olavo Setubal proibiu a circulação de veículos o período entre 21h30 e 6h30. Na segunda passagem de Maluf pela prefeitura, em 1996, o bloqueio para veículos começou a ocorrer em domingos e feriados. Em gestões posteriores, houve concursos de melhores projetos para Foi também no governo de Kassab que a derrubada das estruturas (José Serra, em o Minhocão passou a ser utilizado duran2006) e até promessas de construção de um te a Virada Cultural. Em 2012, milhares de túnel para enterrar a linha férrea já existente pessoas foram até lá prestigiar a concorrida de modo a suprir ao tráfego (Gilberto Kassab, galinhada do chef Alex Atala. A demanda em 2010). enorme provocou confusão. A partir dali, o Ministério Público acatou pedido da Polícia Capacidade da prefeitura Militar e do Corpo de Bombeiros, que alegaUm modelo “mais pé no chão”. Serão insta- ram falta de segurança, e proibiu eventos no ladas estruturas de bambu para ampliar as local. “Do jeito que está, não é seguro”, afirma sombras e áreas de descanso. Shows e apre- o promotor César Martins, da Promotoria de sentações artísticas poderão ser realizados Habitação e Urbanismo. “Com o anúncio do em palcos provisórios. Para o futuro, outra novo parque, vamos analisar as condições de medida prevê a construção de passarelas de segurança, conforto e comodidade”. A preligação entre o Minhocão e alguns prédios feitura afirma que vai aumentar o tamanho vizinhos. “A implantação dessa segunda etapa das grades e priorizar a acessibilidade.da, e ficará para o próximo prefeito”, explica Covas. proibiu eventos no local. Há, no entanto, dúvidas quanto à capa- As mudanças cidade da prefeitura A reforma também inclui a construção de uma em conservar corre- ciclovia no meio da pista e arborização nas latamente a nova arbo- terais. Nesse segundo ponto, grandes floreiras rização que surgirá verdes deverão aumentar a privacidade dos por ali. “A mesma moradores vizinhos à imensa estrutura de administração que concreto. Não é de hoje que eles reclamam dos anuncia esse projeto olhares intrusos de motoristas, passageiros não dá conta do jar- e pedestres. “O projeto contempla vegetação dim vertical da uso e um ambiente de praia para a população do do Minhocão ao lon- entorno se apropriar da área”, afirma Lerner. go dos últimos anos. O arquiteto também concebeu a instalação de piscinas ao longo da via, mas a prefeitura optou por faze-lo.
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Inspiração A ideia de transformar uma das mais degradadas e criticadas vias de São Paulo em parque suspenso tem como principal modelo o High Line, em Nova York, criado em 2009. Atambém utiliza uma passagem desativada de trens para abrigar uma passarela verde. Abaixo da estrutura há lojas e uma galeria de arte. “Ambos são projetos inspiradores, mas O resultado pouco têm a ver com o nosso Minhocão”, diz Mesmo com as dúvidas justificadas na terra o mestre em urbanismo Mauro Calliari, refe- em que viadutos racham com frequência, rindo-se ao fato de as duas passagens serem essa turma terá de se contentar com o pendistantes do centro das respectivas cidades e te fino que a prefeitura promete passar na não seguirem o curso de uma via específica. edificação. A batalha parece ter sido vencida por seus opositores. “As pessoas definiram o Disputa uso do Minhocão ao longo dos últimos anos. Esses exemplos, no entanto, não constituem Queremos que esse espaço, parte da cidade a única alternativa possível ao similar pau- desde 2016, seja garantido definitivamente”, listano. Se o projeto da prefeitura sair de vez, afirma o artista Felipe Morozini, diretor da vai dar fim a uma disputa tripla que perdura Associação Parque Minhocão, criada há seis há décadas. Em 2014, uma pesquisa do Ins- anos. Ele se refere a um projeto de lei de tituto Datafolha revelou que 53% dos pau- autoria de oito vereadores, aprovado pela listanos fendiam sua demolição. “A doença Câmara em 2016 e sancionado pelo então é o Minhocão em si, e não o uso que se faz prefeito Fernando Haddad. O texto previa dele. Aquilo deveria vir abaixo para que a que o elevado se chamasse Parque Minhocão cidade recupere seu quando estivesse fechado para carros. “Eschão”, afirma o urbaNo Rio de Janeiro, a tamos vendo a transformação de um velho e nista Valter Caldana, demolição do Eleva- feio elevado de carros em um simples parque professor de arquite- do da Perimetral, em tura da Universidade 2014, fez a área do porto ser reinserida na Presbiteriana Ma- paisagem carioca. A favor desse argumento ckenzie, integrante está ainda o valor a ser gasto. A demolição do último time. Essa do Minhocão custaria cerca de 30 milhões opção encontra eco de reais, 20% a menos do que o valor que em experiências de a prefeitura precisaria desembolsar para outras cidades. Em a construção do parque. “O Minhocão tem Seul, na Coreia do Sul, hoje mais de 1 500 pontos de infiltração. Há o viaduto Cheonggye- décadas não vemos manutenção ali”, reclacheon, de 5,8 quilô- ma o tradutor Francisco Machado, outra voz metros, foi ao chão eloquente do grupo pró-demolição. em 2005. No lugar foi recuperado, com um parque linear volta.
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um projeto para ajudar a melhorar as cidades no póspandemia_ Planos para a melhora das cidades no periodo pós pandemia já estão sendo debatidos, vamos conferir
Ás vésperas das eleições de 2020 para escolhas de prefeitos(as) e vereadores(as), as 5570 cidades brasileiras, que deveriam ser territórios do fomento ao conhecimento, da produção econômica, do exercício da cidadania e do usufruto da felicidade de seu povo, são em boa parte “campos-minados”. A pandemia da Covid-19 escancarou essa triste realidade ao nos impor o refúgio em moradias que, dependendo da localização e condições construtivas e sanitárias, do mesmo modo se transformaram em “armadilhas”. A boa gestão municipal depende de um mosaico de saberes de igual importância e complementaridade. Desse conjunto, os(as) arquitetos(as) e urbanistas, incluindo os(as) dedicados(as) à paisagem, são atores fundamentais para diagnosticar problemas, representá-los nos territórios e propor planos com visão integrada. Aqui representados pelas instituições signatárias, entendemos ser dever da categoria contribuir com a sociedade e com os(as) candidatos(as) nas eleições municipais de 2020 com apontamentos e orientações técnicas, visando cidades em territórios mais saudáveis, inclusivos, seguros e resilientes para todos(as) os(as) brasileiros (as). Para garantirmos a sustentabilidade econômica, ambiental e social, que assegurariam uma sociedade mais fortalecida e preparada para desafios futuros, é fundamental acelerarmos o cumprimento dos da Agenda 2030 e da Nova Agenda Urbana das Nações Unidas.
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Cada uma tem um contexto diferente e um perfil de população heterogênea. Mas isso não impediu de seguirem as normas da Organização Mundial da Saúde e fazer com que os danos sejam os menores possíveis. Essas cidades estão tão proximas da capital do estado, mas mesmo assim possuem uma diferença tão grande na quantidade de casos em comparação que quem vê acha até estranho. Nessas cidades a ação contra o virus foi rápida e a atitude das prefeituras locais foi precisa, o que ocasionou em uma boa contenção do virus. No interior de São Paulo no combate ao coronavírus. Confira quais são os lugares que cumpriram bem as regras de isolamento e medidas de distanciamento social. Quando tudo voltar ao normal, dê uma passadinha em algum desses . Essas cidades também apresentaram planos publicos que ajudaram a conter e a aliviar a aflição das pessoas nessa pandemia, além de terem uma otima cooperação por parte da população com o lockdown e prevenções contra a doença, algumas estão até se preparando para reabrir gradualmente as suas economias. Grandes avanços podem ser alcançados por meio dos instrumentos previstos em nosso marco regulatório urbano, como a própria Constituição Federal, o Estatuto da Cidade e o Estatuto da Metrópole para diminuir as distâncias entre a cidade real e a cidade ideal. Para tanto, cinco pontos fundamentais devem ser focados com diálogo e vontade política:
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O brasileiro está preocupado com a pandemia, mas tem expectativa positiva em relação ao futuro.
Foco nas pessoas Colocar as pessoas no centro das políticas, programas e projetos urbanos de curto, médio e longo prazos, priorizando o bem estar social, em busca ao pleno atendimento ao saneamento ambiental, moradia digna e educação cidadã para todos(as).
Articulação territorial Buscar a articulação territorial sempre que o orçamento e o alcance municipal não forem auto suficientes. Os consórcios intermunicipais devem ser considerados como uma alternativa para viabilizar o acesso a fundos públicos e otimizar recursos financeiros e humanos. Pode-se aqui fazer um paralelo e Planejamento de politicas urbanas aprender com a resistência, governança e a Planejar as políticas urbanas de forma trans- mobilização das comunidades e territórios versal, inclusiva e integrada, mediante pro- vulneráveis durante a pandemia; gramas de Estado que sejam independentes de interesses eleitoreiros e momentâneos e Participação popular que possam ser implementados por estru- Garantir a participação popular nos processos turas de gestão com continuidade temporal. decisórios por meio do fortalecimento dos Tais políticas devem ser sustentadas por um Conselhos Municipais e da representatividade sistema de informação transparente, baseado e equidade de seus membros, refletindo a em cadastros integrados, georreferenciados maioria feminina nas lideranças comunitáe com dados de diversas naturezas; rias. Um plano de gestão eficiente deve contemplar forças de Estado, da iniciativa privada, Financiamento de politicas das organizações sociais e da sociedade em Viabilizar o financiamento contínuo das políticas geral. O de saberes de igual importância e urbanas, com recursos de diversas fontes, in- complementaridade. São atores fundamentais cluindo-as como prioridade nos planos anuais e para diagnosticar problema então social, que plurianuais uma otima cooperação por parte da assegurariam uma sociedade mais fortapopulação com o lockdown e prevenções contra lecida e preparada para desafios futuros, é a doença, algumas estão até se preparando fundamental acelerarmos o cumprimento dos para reabrir gradualmente as suas economias. objetivos da Agenda 2030 e da Nova Agenda Grandes avanços podem ser alcançados por Urbana das Nações Unidas. meio dos instrumentos previstos em nosso marco regulatório urbano, ferença tão grande na quantidade de casos em comparação que quem vê acha até estranho. Nessas cidades a ação contra o virus foi rápida.
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como o aumento na quantidade de ciclovias pode trazer grandes beneficios a população_ investir milhões na bicicleta gera benefício bilionário para a população
Mais uma vez se comprova, onde se constroem ciclovias e espaços para pessoas, a saúde da população melhora. Dessa vez, um estudo conduzido com mais de 3.000 pessoas em Londres traduziu em números o benefício da infraestrutura para o aumento na atividade física da população. A prefeitura de Londres investiu £80 milhões (R$ 524 milhões) e os benefícios econômicos para a saúde da população alcançaram £724 milhões (R$ 5,3 bilhões). Os investimentos foram feitos por conta do programa “Mini-Holanda”. O ano era 2014 e Boris Johnson era prefeito de Londres. O plano do atual primeiro-ministro britânico na época era incentivar os bairros periféricos da cidade a construir ciclovias no padrão holandês. A meta era incentivar o uso da bicicleta para além das regiões centrais. As melhores ideias dividiriam um total de até 100 milhões de libras (R$ 742 milhões), na prática foram investidos “apenas” os £80 milhões. O resultado prático que o estudo comprova é que, mesmo em bairros suburbanos mais dependentes do carro, infraestrutura para transportes ativos pode ser implementada e trazer grandes benefícios para a população. Cada uma tem um contexto diferente e um perfil de população heterogênea. Mas isso não impediu de seguirem as normas da Organização Mundial da Saúde e fazer com que os danos sejam os menores possíveis.
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Essas cidades também apresentaram planos publicos que ajudaram a conter e a aliviar a aflição das pessoas nessa pandemia, além de terem uma otima cooperação por parte da população com o lockdown e prevenções contra a doença, algumas estão até se preparando para reabrir gradualmente as suas economias. Os que esse espaço, parte da cidade desde 2016, seja garantido definitivamente”, afirma o artista Felipe Morozini, diretor da Associação Parque Minhocão, criada há seis anos. Ele se refere a um projeto de lei de autoria de oito vereadores, aprovado pela Câmara em 2016 e sancionado pelo então prefeito Fernando Haddad. O tetaria cerca de 30 milhões de reais, 20% a menos do que o valor que a prefeitura precisaria desembolsar para a construção do parque. ssarela verde. Abaixo da estrutura há lojas e uma galeria de arte. “Ambos são projetos inspiradores, mas pouco têm a ver com o nosso Minhocão”, diz o mestre em urbanismo Mauroa revelou que 53% dos paulistanos apoiavam a manutenção do elevado como é hoje e um grupo. O estado de São Paulo é o mais afetado pelo coronavírus. Mesmo assim, há muitos lugares que estão controlando o caos. Nem parece que há lugares assim pelo interior. Mas existem. Foram selecionados as melhores cidades do interior de São Paulo.
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Andar de bicicleta em SP melhora sua saúde. Enquanto a inatividade atinge 25% da população geral da cidade de São Paulo, entre os ciclistas ela não passa de 3%
Em até prestigiar a concorrida galinhada do chef Alex Atala. A demanda enorme provocou confusão. A partir dali, o Ministério Público acatou pedido da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, que alegaram falta de segurança, e proibiu eventos no local. “Do jeito que está, não é seguro”, afirma o promotor César Martins, da Promotoria de Habitação e Urbanismo. “Com o anúncio do novo parque, vamos analisar as condições de segurança, conforto e comodidade”. A prefeitura afirma que vai aumentar o tamanho das grades e priorizar a acessibilidade. Os que esse espaço, parte da cidade desde 2016, seja garantido definitivamente”, afirma o artista Felipe Morozini, diretor da Associação Parque Minhocão, criada há seis anos. Ele se refere a um projeto de lei de autoria de oito vereadores, aprovado pela Câmara em 2016 e sancionado pelo então prefeito Fernando Haddad. O tetaria cerca de 30 milhões de reais, 20% a menos do que o valor que a prefeitura precisaria desembolsar vamos analisar as condições de segurança para a construção do parque. ssarela verde. Abaixo da estrutura há lojas e uma galeria de arte. “Ambos são projetos inspiradores, mas pouco têm a ver com o nosso Minhocão”, diz o mestre em urbanismo Mauroa revelou que 53% dos paulistanos apoiavam a manutenção do elevado como é hoje e um grupo.
Cada uma tem um contexto diferente e um perfil de população heterogênea. Mas isso não impediu de seguirem as normas da Organização Mundial da Saúde e fazer com que os danos sejam os menores possíveis. Essas cidades estão tão proximas da capital do estado, mas mesmo assim possuem uma diferença tão grande na quantidade de casos em comparação que quem vê acha até estranho. Nessas cidades a ação contra o virus foi rápida e a atitude das prefeituras locais foi precisa, o que ocasionou em uma boa contenção do virus. No interior de São Paulo no combate ao coronavírus. Confira quais são os lugares que cumpriram bem as regras de isolamento e medidas de distanciamento social. Quando tudo voltar ao normal, dê uma passadinha em algum desses .Ás vésperas das eleições de 2020 para escolhas de prefeitos(as) e vereadores(as), as 5570 cidades brasileiras, há muitos lugares que estão controlando o caos que deveriam ser essoas nessa pandemia, além de terem uma otimaterritórios do fomento ao conhecimento, da produção econômica, do exercício da cidadania há lojas e uma galeria de arte e do usufruto da felicidade de seu povo, são em boa parte “campos-minados”. Johnson era prefeito de Londres. O plano do atual primeiro-ministro britânico na época era incentivar o resultado prático que o estudo comprova é que, mesmo em bairros.
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quanto gastamos por mês para aliviar stress causado pelo trabalho?_ Terapia, ioga e meditação, o preço pela saúde e alívio do stress
Há algumas semanas, a jornalista Begoña Gómez analisou, em um artigo no EL PAÍS, como a pandemia serviu também para evidenciar nosso dia a dia e as desigualdades decorrentes dele. É como se o espírito do confinamento que nos levou a compartilhar o esgotamento que sentimos ao ficar entre quatro paredes tivesse permanecido para nos incentivar a pôr os “pontos nos is” a respeito de todas essas facetas que dificultam o desenvolvimento de um projeto de vida de qualidade. O contexto econômico e instável ao qual nos acostumamos a viver desde a crise de 2008 levou as mulheres a fazerem várias concessões para tentar se manter de pé. As jornadas de trabalho maratônicas que o sistema atual exige e a instabilidade dos contratos de trabalho (em 2019, a taxa de trabalho temporário na Espanha era de 26,1%) não só levam muitas mulheres que desejam ser mães a desistir da maternidade, como também produzem consequências sérias em sua saúde mental e física. “No meu caso, a quarentena e o confinamento vieram para salvar minha vida. Se eu não tivesse diminuído o ritmo de vida que tinha antes de março do 2020, acho que tudo teria ido pelos ares. Eu estava mergulhando em uma horrível de insônia e o estresse me causava derrames oculares cada vez mais frequentes. Quem pode aguentar uma rotina diária de sair de casa às 7h30 da manhã e voltar para casa às oito noite?”, diz Irene, uma publicitária de 28 anos que mora em Madri.
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Mas o problema do ritmo de trabalho de Irene não era apenas esse. Eram também as exigências que ela impunha a si mesma ao sair do trabalho: “Depois de fazer muita terapia e de ter vivido o confinamento, compreendi que vale a pena não dar conta de tudo. E com dar conta de tudo me refiro a manter a casa em ordem, lavar roupa, ir à academia, fazer a marmita para o dia seguinte e ir às aulas de inglês. Quando fazia tudo isso, eu me deitava à uma da madrugada e não conseguia relaxar a cabeça para dormir. Agora, embora o ritmo de trabalho continue sendo o mesmo, sou mais prática e recorro a empresas de comida pronta que me permitem aproveitar esse tempo para fazer esporte, porque se você não faz esporte, não aguenta nem você mesma”, ressalta Irene. Em uma situação semelhante à de Irene está Bárbara, uma professora de dança de 42 anos que administra sua própria academia e também sofre de insônia e problemas de ansiedade. “Nem preciso dizer que sou autônoma, algo que neste momento, e na Espanha, é quase um motivo para usar capa de super-heroína. É claro que isso faz com que a ansiedade seja um estado que me acompanha há muito tempo. Quando você vê que os problemas e as tarefas pendentes se tornam uma bola de neve, acaba entrando, sem perceber, em um círculo vicioso do qual é muito difícil sair. Beatriz, dentista de 30 anos que mora nas ilhas Canárias, concorda com Irene e Bárbara que grande parte dos problemas de ansiedade e estresse que sofremos hoje
ilustrações por Lucas Machado
têm a ver com a forma como está colocada a vida profissional e o trabalho: “Tudo está configurado de uma forma muito competitiva e enfocado diretamente na produção. Se você faz menos que seus colegas ou vai embora na sua hora quando ninguém faz isso, seu chefe logo vai fazer comparações e você vai ser malvista. Lembro como, no meu último emprego, eu me sentia muito culpada nas poucas vezes em que saía na minha hora (às 20h), apesar de passar 11 horas trabalhando lá dentro”, lamenta. No entanto, a ansiedade e o estresse das três entrevistadas são apenas a ponta do iceberg de seus problemas de saúde atuais. A psicossomatização do estresse sofrido em seus respectivos empregos as levou a ser pragmáticas e destinar mensalmente uma parte de seus ganhos aos autocuidados. Ou, em outras palavras, a investir o dinheiro que ganham na recuperação da saúde perdida como consequência do trabalho. E, como não podia deixar de ser, uma parte é destinada, inevitavelmente, à psicoterapia. “Embora atualmente não vá ao psicólogo, fui durante um ano e meio porque precisava de alguém que me ajudasse a administrar meu tempo e a não priorizar tanto o trabalho. De forma automática, por mim mesma, tudo o que eu fazia no meu tempo livre era voltado para o trabalho, trabalho, trabalho. No entanto, continuo investindo dinheiro, mês a mês, em minha saúde mental. Fiz um curso de meditação que me custou 300 euros (2.030 reais) e quase todos os meses compro algum livro de
psicologia que me ajude a seguir relativizando as coisas, para dar importância apenas ao que realmente tem importância”, explica Beatriz, que calcula que gasta 70 euros (470 reais) mensais para recuperar a saúde que perde no trabalho, já que todas as semanas vai pelo menos uma vez ao fisioterapeuta e utiliza uma placa de relaxamento para combater o bruxismo. “Tenho bruxismo noturno e diurno. Aperto durante o dia todo. Às vezes estou na clínica e, só porque minha agenda atrasa, começo inconscientemente a apertar a musculatura facial”, acrescenta. Ser saudável é, em primeiro lugar, saber que somos responsáveis pela forma que nos relacionamos. A saúde mental e física só ocorre quando há autoconhecimento e transformação. E, a partir disso, a qualidade da própria vida aumenta, se enriquece, se amplia e torna tudo mais fácil, simples e prazeroso! As tarefas pendentes se tornam uma bola de neve, acaba entrando, sem perceber, em um círculo vicioso do qual é muito difícil sair. Beatriz, dentista de 30 anos que mora nas ilhas Canárias, concorda com Irene e Bárbara que grande parte dos problemas de ansiedade e estresse que sofremos hoje têm a ver com a forma como está colocada a vida profissional e o trabalho.
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Há algumas semanas, a jornalista Begoña Gómez analisou, em um artigo no EL PAÍS, como a pandemia serviu também para evidenciar nosso dia a dia e as desigualdades decorrentes dele. É como se o espírito do confinamento que nos levou a compartilhar o esgotamento que sentimos ao ficar entre quatro paredes tivesse permanecido para nos incentivar a pôr os “pontos nos is” a respeito de todas essas facetas que dificultam o desenvolvimento de um projeto de vida de qualidade. O contexto econômico e instável ao qual nos acostumamos a viver desde a crise de 2008 levou as mulheres a fazerem várias concessões para tentar se manter de pé. As jornadas de trabalho maratônicas que o sistema atual exige e a instabilidade dos contratos de trabalho (em 2019, a taxa de trabalho temporário na Espanha era de 26,1%) não só levam muitas mulheres que desejam ser mães a desistir da maternidade, como também produzem consequências sérias em sua saúde mental e física. “No meu caso, a quarentena e o confinamento vieram para salvar minha vida. Se eu não tivesse diminuído o ritmo de vida que tinha antes de março do 2020, acho que tudo teria ido pelos ares. Eu estava mergulhando em uma horrível de insônia e o estresse me causava derrames oculares cada vez mais frequentes. Quem pode aguentar uma rotina diária de sair de casa às 7h30 da manhã e voltar para casa às oito noite?”, diz Irene, uma publicitária de 28 anos que mora em Madri.
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Mas o problema do ritmo de trabalho de Irene não era apenas esse. Eram também as exigências que ela impunha a si mesma ao sair do trabalho: “Depois de fazer muita terapia e de ter vivido o confinamento, compreendi que vale a pena não dar conta de tudo. E com dar conta de tudo me refiro a manter a casa em ordem, lavar roupa, ir à academia, fazer a marmita para o dia seguinte e ir às aulas de inglês. Quando fazia tudo isso, eu me deitava à uma da madrugada e não conseguia relaxar a cabeça para dormir. Agora, embora o ritmo de trabalho continue sendo o mesmo, sou mais prática e recorro a empresas de comida pronta que me permitem aproveitar esse tempo para fazer esporte, porque se você não faz esporte, não aguenta nem você mesma”, ressalta Irene. Em uma situação semelhante à de Irene está Bárbara, uma professora de dança de 42 anos que administra sua própria academia e também sofre de insônia e problemas de ansiedade. “Nem preciso dizer que sou autônoma, algo que neste momento, e na Espanha, é quase um motivo para usar capa de super-heroína. É claro que isso faz com que a ansiedade seja um estado que me acompanha há muito tempo.
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conheça as principais abordagens da psicoterapia_ Tudo que você precisa saber das vertentes de psicoterapia para começar a se conhecer
Psicanálise Essa escola, considerada a primeira da psicoterapia, teve Sigmund Freud como o grande precursor. Alguns dos conceitos da teoria freudiana foram tão difundidos que caíram no conhecimento do grande público. Na terapia psicanalítica o terapeuta auxilia o paciente a resgatar e reintegrar conteúdos do seu inconsciente, desde os que aparecem em sonhos até aqueles que nunca são acessados. Assim, ele passa a compreender e lidar com os conflitos que vivencia no presente. Isso é feito por meio de uma técnica chamada associação livre, que conduz o indivíduo a verbalizar livremente todos os pensamentos que invadirem sua mente, independentemente de seu teor. Esse método pode fazer emergir fatos reveladores, que não eram de conhecimento consciente da própria pessoa. Outros conceitos bem conhecidos da psicanálise de Freud são a Teoria das Pulsões (pulsão de vida e de morte) e os elementos do aparelho psíquico (id, ego e superego). Outras linhas psicanalíticas, além da Freudiana, baseiam-se nas teorias de Carl Gustav Jung, Jacques Lacan, Melanie Klein, Wilhelm Reich, entre outras. O Curso foi desenvolvido para a iniciação aos estudos psicanalíticos e é destinado aos interessados em obter um sólido conhecimento ao ofício do psicanalista. A Psicanálise, desenvolvida por Sigmund Freud, revolucionou o tratamento de humanos. trouxe a perspectiva do analista, que auxilia o indivíduo em sua autodescoberta.
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Behaviorismo O behaviorismo é, na verdade, a Psicologia comportamental, que tem como ponto central a análise e modificação dos comportamentos. O fundador dessa escola foi b. f. Skinner, que comprovou que nossas ações dependem das seguintes relações funcionais: estímulo antecedente – resposta comportamental – consequência. Essa abordagem determina que o comportamento humano é modificado de acordo com os estímulos do ambiente em que estamos inseridos. Dessa forma, a terapia comportamental é um processo mais diretivo. O analista avalia quais as necessidades do paciente e propõe técnicas que o ajudem a modificar seus padrões de ação Humanista A corrente humanista foi criada por Carl Rogers e, segundo essa linha teórica, todo ser humano possui uma tendência à realização, que pode levá-lo a se desenvolver e evoluir em qualquer direção que queira. Nessa abordagem, o papel do terapeuta é de proporcionar um ambiente acolhedor para que o indivíduo consiga crescer Um dos conceitos centrais da Psicologia humanista é a aceitação incondicional. Segundo essa visão, só consegue mudar a partir do momento que ele se aceita como realmente é. Um exemplo disso é visto em casos de recuperação de dependentes químicos, que apenas buscam tratamento quando admitem que têm um problema.
ilustrações por Lucas Machado
Mas a intervenção proposta por Rogers, conhecida como terapia centrada na pessoa, não tem o foco na admissão de culpa. Ao contrário, o objetivo é levar o paciente — nessa abordagem, chamado de cliente — a compreender o que ele tem dentro de si e reconhecer que pode ser muito melhor. Trata-se, portanto, de um acompanhamento eficaz para pessoas com problemas causados pela autocrítica, baixa autoestima, entre outros. Análise junguiana Carl Gustav Jung foi outro nome de grande influência na história da psicanálise. No entanto, seu pensamento trouxe considerações um pouco diferentes das que foram apresentadas na escola Freudiana. Para Jung, os sonhos também são objetos de análise, mas são investigados a partir do conceito de personificação do inconsciente. Ele acreditava que vivemos narrativas e assumimos determinados personagens quando sonhamos. No lugar da associação livre, a análise Junguiana aposta na técnica da imaginação ativa, na qual o paciente aprende a liberar suas fantasias e conhecer os outros personagens que habitam em sua mente. Nesse setting, é comum a utilização de artes como desenhos, pinturas, entre outras. A terapia junguiana não é rígida e segue os movimentos da própria ordem psíquica do paciente. Neste sentido, ela não é uma terapia linear, e funciona de modo espiral: trabalham-se algumas questões num momento e é
possível voltar a essas mesmas questões em um outro momento, para analisá-las sob um novo ângulo. Tudo isso vai transformando o modo como o paciente lida com seus próprios conteúdos. Compreendendo a complexidade da psique e a individualidade de cada ser humano, Jung nunca desejou criar um manual preciso sobre como deveria ser a psicoterapia. Para ele “não existe uma receita de vida válida para todo mundo. […] Cada qual tem sua forma de vida dentro de si, que não pode ser suplantada por outra qualquer”. O objetivo da psicoterapia é ajudar o indivíduo a restabelecer um relacionamento saudável com o inconsciente: nem inundado por ele (característica da psicose, como a esquizofrenia), nem desequilibrado em relação a ele (como na neurose, um estado que resulta em depressão, ansiedade e distúrbios de personalidade). Caso você se identifique com alguma dessas situações, saiba que a terapia junguiana pode ser de grande ajuda. Não existe idade e nunca é tarde demais para que você dê um grande passo em busca das transformações que deseja para sua vida. Muitas vezes sentimos que algo parece não estar bem em nossas vidas, mesmo quando não existe um fato externo que justifique isso.
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Cognitivo comportamental Aaron Beck foi quem deu origem aos estudos dessa abordagem, quando entendeu a influência da cognição — pensamentos, percepções de mundo — sobre as emoções, comportamentos e o consequente desenvolvimento de transtornos nos pacientes. Apesar de ter origem no behaviorismo, a tcc nasceu a partir de estudos que Beck realizou com o objetivo de testar as hipóteses de Freud sobre a depressão. Conforme a avaliação dos resultados, ele percebeu que a cognição estava relacionada com os processos de adoecimento psicológico. Beck compreendeu que cada pessoa possui uma forma de ver o mundo. São padrões de pensar e agir que se constroem e se cristalizam de acordo com as experiências vivenciadas. E são exatamente os pensamentos disfuncionais que produzem emoções negativas e desencadeiam comportamentos inadequados ou autodestrutivos. Trata-se de uma abordagem bastante diretiva e que pode ser aplicada em todos os tipos de transtornos com efetividade. O terapeuta cognitivo avalia os padrões e esquemas mentais do paciente até chegar à sua crença central, que dá origem às disfunções comportamentais. A partir das técnicas cognitivo-comportamentais, o terapeuta propõe uma reestruturação cognitiva e ajuda o paciente a modificar suas crenças e assumir um novo repertório de pensamentos e comportamentos. Em uma situação semelhante à de Irene está Bárbara,
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uma professora de dança de 42 anos que administra sua própria academia e também sofre de insônia e problemas de ansiedade. “Nem preciso dizer que sou autônoma, algo que neste momento, e na Espanha, é quase um motivo para usar capa de super-heroína. É claro que isso faz com que a ansiedade seja um estado que me acompanha há muito tempo. Quando você vê que os problemas e as tarefas pendentes se tornam uma bola de neve, acaba entrando, sem perceber, em um círculo vicioso do qual é muito difícil sair. Beatriz, dentista de 30 anos que mora nas ilhas Canárias, concorda com Irene e Bárbara que grande parte dos problemas de ansiedade e estresse que sofremos hoje êm a ver com a forma como está colocada a vida profissional e o trabalho: “Tudo está configurado de uma forma muito competitiva e enfocado diretamente na produção. Se você faz menos que seus colegas ou vai embora na sua hora quando ninguém faz isso, seu chefe logo vai fazer comparações e você vai ser malvista, existe uma cobrança de fazer mais do que a maioria já faz. Lembro como, no meu último emprego, eu me sentia muito culpada nas poucas vezes em que saía na minha hora (às 20h), apesar de passar 11 horas trabalhando lá dentro”, lamenta.
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meditação: tudo o que você precisa saber_ Em tempos de ansiedade é preciso cuidar da saúde mental, a meditação pode ser um caminho Texto Nádia Simonelli | Ilustração Lucas Machado
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meditação é uma técnica ancestral que desenvolve a concentração, a tranquilidade e o foco no presente. Significa voltar-se para o centro. “Meditação é uma pausa, momento em que os barulhos dos pensamentos não são tão importantes, é estar em contato com a própria essência, longe da materialidade”, explica Thais Akemi Sigaki, instrutora de yoga na On – Centro Integrado de Evolução Corporal. Quem medita esvazia a mente por alguns momentos e aprende a ficar em silêncio, o que pode ser complicado para algumas pessoas — pelo menos no início. “A prática da meditação pode ser considerada para muitos algo extremamente difícil, envolvendo ações de concentração e posturas. Na verdade, o processo de aprendizado é simples, basta ter o direcionamento correto por meio de professores experientes e certificados”, revela Tarika Palmieri, terapeuta corporal e instrutora de yoga no Kurma Spa.
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Quais os benefícios da meditação? Se você tem dúvidas quanto a começar a meditar, saiba que a lista de benefícios ao corpo e à mente é extensa. Thais diz que a prática serve para organizar o conteúdo mental e, consequentemente, alinha toda a rotina. “A meditação auxilia na ativação do sistema nervoso parassimpático, o qual proporcionará ao corpo relaxamento profundo através da diminuição de cortisol (hormônio do estresse), também melhora a produção de enzimas digestivas e, com isso, o fortalecimento do sistema imunológico”, explica a profissional. Já Tarika reforça que a meditação, além de reduzir o estresse e ansiedade, aumenta Que tipos de meditação existem? a energia e a criatividade. “Melhora a saúde “Muitas tradições utilizam a meditação como como um todo, regula pressão arterial, pro- meio de entrar em contato com o mundo move reversão do envelhecimento, melhora a invisível. Portanto, existem as meditações memória, inteligência e expande a mente”, diz. provenientes do budismo, do taoismo, do hinduísmo, do tantra”, diz Thais. Segundo Como evoluir na prática a instrutora, existem meditações passivas, “Sempre procure bons profissionais para te que ocorrem por meio da imobilidade física, acompanhar, pesquise, veja os estudos cientí- e meditações ativas, que podem ser praticaficos e experimente em seu corpo”, aconselha das em movimento. Tarika. A terapueuta corporal indica também Tarika lembra também que existem as meobservar como anda o comportamento, se a ditações do tipo transcendental, vipassana, qualidade do sono melhorou, se os níveis de zen e mindfulness. “No caso da meditação estresse e ansiedade estão diminuindo e se transcendental, ela vem de uma antiga traa criatividade e o sentimento de felicidade dição védica e foi introduzida ao mundo em e energia estão mais presentes. “Estes são 1958 por Maharishi Mahesh Yogi. É um proalguns dos efeitos colaterais benéficos da cesso simples, orgânico, e gentil, sendo uma meditação bem feita”, diz. forma eficiente de experimentar o estado autêntico de consComo controlar a mente durante ciência. É a busca a meditação? por um relaxamen“Não é possível controlar a mente, continuare- to profundo, mas mos ouvindo os sons externos e observando sem chegar ao sono. imagens na tela mental. A chave para medi- Também se utiliza tar é não se envolver em nenhuma dessas de sons, os mantras, atividades, respire profundamente e seja a durante a prática. observadora dessas situações que lhe são apresentadas”, recomenda Thais.
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Dicas para quem quer começar já
Se você se animou e pretende começar a meditar o quanto antes, veja mais dicas essenciais das especialistas:
1• A meditação guiada, com orientações diretas, pode ser uma boa maneira de começar. Hoje em dia, existem muitos aplicativos com esse serviço.
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• Mesmo que por pouco tempo, medite todos os dias. “É um balsamo para o corpo, mente e alma. Disciplina de si plena, é a medicina para manter o eixo emocional, o raciocínio claro e corpo são”, diz Thais.
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• Se você já medita, aprimore sua prática por meio de novos desafios. Se só medita deitada, que tal experimentar sentada? Se só medita depois da prática de yoga, experencie em outro horário, por exemplo.
4 • Encontrar um profissional certificado, com referência, experiência e conheça os estudos científicos que estão por trás da meditação. Hoje em dia existem diversos estudos totalmente acessíveis.
5 • Converse com meditantes experientes, assista documentários, leia livros e entregue-se para novas experiências e aprendizados.
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• Tente criar uma rotina, começando 2 vezes por semana até chegar a meditar todos os dias. O melhor a fazer é encontrar um horário logo após acordar ou antes de dormir (horários livres).
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• Climatize o ambiente onde fara meditação, assim você vai poder se concentrar para fazer, o começo de todo iniciante é a dispersão rápida, e a meidtação guiada pode ajudar muito com isso.
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4 apps gratuitos para meditação!
Headspace
Aura
Insight Timer
Medite.se
O Medite.se O app foi criado pelo brasileiro Tadashi Kadomoto para desmistificar a meditação. O aplicativo oferece diversas alternativas de meditações guiadas por professores na área, todos em português. Os áudios também podem ser baixados, para que o usuário possa escutar quando estiver sem internet. Insight Timer O diferencial desse aplicativo é que ele oferece Aura a possibilidade de interação entre os usuáO Aura oferece um serviço personalizado para rios, para que possam conversar, incentivar que o utiliza. Ao responder um questionário e ajudar uns aos outros. São mais de nove mil sobre rotina e níveis de estresse e ansiedade, o meditações guiadas em áudio e é possível aplicativo entrega ao escolher de acordo usuário as melhores Headspace com interesses: por formas de praticar a O serviço usa as informações do usuário para exemplo, dormir memeditação, tendo em implementar um plano de atividades diá- lhor ou começar o dia vista seus objetivos. rias com lições em áudio. Conforme o grau de maneira tranquila. É possível receber de conhecimento do usuário, a ferramenta podem lhe ajudar na mensagens de posi- oferece módulos menos ou mais intensos, hora de relaxar seu tividade no app. com exercícios de acordo com a necessidade. corpo e sua mente. Existem versões pagas dentro do aplicativo para quem se identificou e procura guias mais específicos.
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cultivo de plantas na pandemia_ Aumento de pessoas cultivando plantas na pandemia, como momento terapêutico Texto Pedro Mendes | Ilustração Lucas Machado
A
pandemia deixou mais raras as possibilidades de contato com a natureza, que tal trazer um pouquinho dela para dentro de casa? Foi o que fizeram muitas pessoas nos últimos meses. Algumas já cultivavam plantas e passaram a se aprofundar nos cuidados com elas, mas outras mergulharam de cabeça nesse universo pela primeira vez. É o caso da secretária executiva Aline Rodrigues, 31. Ao F5, ela contou que mora sozinha desde os 25 anos. Logo que se mudou para o apartamento de dois quartos no bairro do Butantã (zona oeste de São Paulo), tinha apenas um cactus na janela, presente da mãe. Hoje, tem mais de 100 plantas espalhadas pela casa. Ela diz que começou a tomar gosto quando, no final de 2019, resolveu investir na decoração do espaço. Mas passou a se dedicar com mais intensidade durante a quarentena. “A gente começou a olhar mais a nossa casa, não tinha opção”, avalia. “Eu cumpri o isolamento direitinho, só saí de casa em outubro. Então comecei a comprar as plantas por telefone, mandava mensagem para a vendedora e perguntava o que tinha chegado.”
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Em família A servidora municipal Mariana Dias Novaes, 37, também passou a se interessar mais pelo assunto nos últimos tempos. Trabalhando de casa por causa da pandemia, ela diz que não tinha uma experiência positiva com o cultivo de plantas. “Logo que casei, tive algumas e matei todas”, lamentou. Em 2019, ela reformou a casa, que fica no Burgo Paulista (zona oeste de São Paulo), e ganhou uma floreira de cimento. Foi quando a curiosidade pelo assunto começou. Ela decidiu, então, plantar um pé de cajá-manga, fruto que a fazia lembrar-se do pai, morto em agosto daquele ano. “Contei para a vendedora que queria fazer essa Negócio homenagem e ela disse que ia me mandar a Se por um lado muitas pessoas começaram muda mais linda que tinha”, lembra. “Só que na atividade como passatempo, para algumas a encomenda ficou 20 dias nos Correios e, isso virou o ganha-pão. O professor de jardiquando chegou, mesmo com todo o cuidado nagem Randall Fidencio, 49, tem um canal no na embalagem, só tinha uma haste. Eu cuidei YouTube com mais de 600 mil inscritos no qual e hoje está dando frutos.” dá dicas sobre o cultivo de plantas. Depois de morar 18 anos na Live sertaneja Sempre fui capital paulista, onde Carol Costa, 42, escritora e professora de trabalhava como ator muito próxima jardinagem, concorda que não tem pessoas e produtor de TV, ele do meu pai, menos aptas para o cuidado com as plantas. voltou para Salto (a então cuidar “É só ter a informação correta”, garante. “A cerca de 90 km de das plantas gente costuma dizer que alguém tem ‘dedo São Paulo) para tome ajudou a verde’ ou ‘mão boa’ para planta, mas são car a loja de plantas superar esse pessoas que já experimentaram muita coisa. que era da irmã, a luto, a não cair ‘Ah, minha mãe qualquer coisa que plantar, Vila Nina. “Sempre na depressão”, pega’. É que ela já fez um monte de besteira, convivi muito com a garante. Hoje, matou um monte de planta [risos].” natureza, a casa dos ela tem outras “Você acha que Burle Marx não matou um meus pais tinha pé frutíferas, como monte de planta?”, brinca. “Faz parte do de manga, parreiras, manga e limão. processo. A gente precisa desmistificar. Não tatu, pato...”, lembra. “Depois que existem seres superiores que nasceram para você começa, cuidar de planta. Você tem que olhar para o não para mais afirma. “Se torna erro de maneira curiosa e tentar mudar. Se colocou a planta no sol e ela morreu, pode ser um vício que ela goste mais de sombra. Agora se você continuar fazendo tudo igual, o resultado vai ser sempre o mesmo.”
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Cultivo também plantas comestíceis como alecrim e hortelã, são muito utilizadas em chás
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Inicialmente, ela pretendia fazer uma revista digital sobre o tema, mas com o tempo acabou migrando para a frente das câmeras por ter facilidade para explicar as técnicas de forma simples. “Ninguém falava numa linguagem que a minha mãe entendesse”, lembra ela, que hoje tem um estúdio em Holambra (a 134 km de São Paulo), de onde faz suas gravações. Além disso, o livro “Minhas Plantas - Jardinagem Para Todos” “Esse mercado explodiu, as pessoas começa(ed. Paralela), que ela lançou em 2017, ven- ram a lembrar que existem plantas”, resume. deu mais em 2020 do que nos dois anos “E o melhor é que está ao alcance de qualquer anteriores somados. A editora aproveitou pessoa. É para criança e para avós, para quem o sucesso para lançar em novembro um mora em casa e para quem mora em aparnovo livro, “Minhas Plantas - Paisagismo tamento, para quem tem sol o dia inteiro Para Todos”, que já está caminhando para ou para quem tem só um pouquinho, para a segunda edição. quem tem pet e para quem não tem. Quantos hobbies você conseMas principalmente é para quem gue começar com tão pouco? Você precisa precisa de uma atividade curativa, de muito pouco para algo que funciona dependendo só fazer coisas incríveis.” da sua dedicação”, resume. “Não
sei como a gente vai sair desse momento da humanidade, mas tenho certeza de que esse olhar generoso para a jardinagem vai fazer de nós pessoas melhores
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Uréia se trata de um fertilizante sólido muito utilizado na adubação
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População tem papel importante para evitar disseminação do coronavírus_ O papel da população para diminuir os casos de contaminação da covid - 19
E o que isso significa? O princípio básico é não apenas se proteger, mas também evitar que outras pessoas possam se contaminar, principalmente as mais vulneráveis. Isso porque muitos casos da doença são leves ou até assintomáticos, de modo que é possível acabar transmitindo sem nem perceber. Um jovem com sintoma leve, que ache que só tem um resfriado, pode acabar contaminando um idoso mais fragilizado. O problema é que a covid-19 em pessoas com mais de 80 apresenta uma taxa de letalidade de mais de 20%. As medidas mais básicas vêm sendo ditas à exaustão, mas não custa repetir: lavar as mãos constantemente, tossir ou espirrar tampando o rosto com a parte interna do cotovelo, evitar beijos e abraços e aglomerações. Mas, sempre que possível, o ideal é mesmo promover o distanciamento social. A recomendação é cancelar reuniões, congressos, eventos que não sejam imprescindíveis. Evitar ambientes fechados e cheios, como cinemas, teatros e até mesmo os locais de trabalho, fazendo home office. E ficar muito atento ao próprio corpo. Quem tiver sintomas leves e puder, tem de ficar em casa. Em vários países que já apresentam uma epidemia mais consistente, o início do problema foi rastreado a situações de aglomeração, como um culto religioso na cidade de Daegu, na Coreia do Sul, e uma conferência de uma multinacional na cidade de Cambridge, nos Estados Unidos. Alguns outros países já começaram a aderir o lockdown.
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“De um modo geral, quantas vezes as pessoas correm para o hospital quando ficam com uma gripe? Quase nunca, né? E muitas vezes ainda vão trabalhar. Agora têm de ficar em casa. Cada pessoa que tiver manifestação clínica tem responsabilidade de não propagar a doença, de não colocar ninguém em risco”, afirma Rivaldo Cunha, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. A situação muda se a pessoa apresentar um quadro mais sério, como dificuldade de respiração, febre alta. Mas do contrário é melhor não ir para os hospitais. Especialistas em modelagem matemática de epidemias indicam que quando a população adere às medidas de contenção da doença, a curva de novos casos pode sofrer um “achatamento”. O princípio é que a dispersão do vírus em uma população que foi pega de surpresa é diferente do que ocorre quando todo mundo age a fim de evitar a doença - seguindo as recomendações das autoridades de saúde, o quadro pode mudar. A Organização Mundial da Saúde tem citado como exemplo positivo o caso da Coreia do Sul, que, apesar de ter chegado a cerca de 8 mil casos, conseguiu estabilizar a expansão da doença com medidas de contenção. A população aderiu às medidas de cuidados e controle. É papel da população seguir todos os meios de prevenção afim de diminuir a taxa de contágio. Simples cuidados podem ajudar a diminuir o número de casos.
Olhar Digital
Distanciamento social aumenta durante a pandêmia
Vacina da gripe Isso vale até ao se precaver contra outras doenças que podem confundir o sistema, como a gripe comum. Por isso é importante que todo mundo tome a vacina contra a doença quando ela estiver disponível. Com isso, não só será mais fácil distinguir pessoas com coronavírus como vai evitar que pessoas contaminadas com gripe também necessitem de atendimento médico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Medidas de prevenção Para evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar bem as mãos (dedos, unhas, punho, palma e dorso) com água e sabão, e, de preferência, utilizar toalhas de papel para secá-las. Além do sabão, outro produto indicado para higienizar as mãos é o álcool gel, que também serve para limpar objetos como telefones, teclados, cadeiras, maçanetas, etc. Para a limpeza doméstica recomenda-se a utilização dos produtos usuais, dando preferência para o uso da água sanitária (em uma solução de uma parte de água sanitária para 9 partes de água) para desinfetar superfícies. Utilizar lenço descartável para higiene nasal é outra medida de prevenção importante. Deve-se cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Também é necessário evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas. Para a higienização das louças e roupas,
recomenda-se a utilização de detergentes próprios para cada um dos casos. Destacando que é importante separar roupas e roupas de cama de pessoas infectadas para que seja feita a higienização à parte. Caso não haja a possibilidade de fazer a lavagem destas roupas imediatamente, a recomendação é que elas sejam armazenadas em sacos de lixo plástico até que seja possível lavar. Além disso, as máscaras faciais descartáveis devem ser utilizadas por profissionais da saúde, cuidadores de idosos, mães que estão amamentando e pessoas diagnosticadas com o coronavírus, é recomendada o uso da máscara ao entrar em contato com outra pessoa, independente se ambas não estejam infectadas. Também é importante que as pessoas comprem antecipadamente e tenham em suas residências medicamentos para a redução da febre, como ibuprofeno e paracetamol, controle da tosse, como xaropes e pastilhas, além de medicamentos de uso contínuo. Produtos de higiene também devem ser comprados e armazenados como uma medida de prevenção. No caso das crianças, recomenda-se que os pais ou responsáveis, adquiram fraldas e outro produtos em uma maior quantidade para que se evite aglomerações em supermercados e farmácias.
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Frase “Silêncio e Apagamento” é pintada no Minhocão_ Pintura foi realizada pelo mesmo grupo que fez intervenções na Avenida Paulista Texto Bárbara Muniz Vieira | Imagens G1
O
protesto é motivado pelo assassinato do cidadão negro João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte por seguranças do supermercado Carrefour em Porto Alegre. O mesmo grupo é responsável pela intervenção na Avenida Paulista, onde escreveram "Vidas negras importam" e na Avenida Nove de Julho, onde escreveram "O futuro é uma mulher preta". As intervenções são coletivas e reúnem diferentes artistas e produtores culturais, que se tornaram um coletivo batizado de @nosartivistas. Eles se organizam por meio de convocações públicas para as intervenções, que são realizadas de forma voluntária. Junto com as imagens da intervenção no Minhocão, o grupo divulgou uma declaração na manhã deste sábado (28): "Silenciar é uma violência. A violência da indiferença. De fingir não ver e de fingir não ser com você. Silêncio é apagamento quando não se contam as narrativas e as memórias, sufocando a identidade. Negra/Negro/Preta/Preto/Feminina/Trans lgb tq i a +. Do morador de rua, da falta de moradia, de educação, saúde, alimento país tenta.
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Nove de Julho A frase “O futuro é uma mulher preta” foi pintada na Avenida Nove de Julho, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, na madrugada desta sexta (27). A pintura fica na altura da Alameda Lorena. A ação foi acompanhada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (ce t ), e lembra o que manifestantes fizeram no Estados Unidos durante os protestos contra o assassinato de George Floyd, quando as avenidas de cidades também ganharam inscrições como "Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam). "Essa frase deveria estar em todas as ruas Paulista e vielas para que a sociedade não esqueça Na sexta-feira (20), manifestantes pintaram o quanto o racismo é estrutural no nosso a frase “Vidas Pretas Importam” em frente ao país", afirmou Neto Duarte, artista plástico e Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Aveprodutor visual. ”Eu desejo que acabe, falou nida Paulista, na região Central de São Paulo. o artista visual João França. “Porque essa Ela foi realizada por cerca de 30 pessoas do violência sempre existiu. A diferença é que "Coletivo de Artistas Produtores Culturais", agora ela está sendo mostrada pela câmera que reúne profissionais de vários segmentos e de celular”. voluntários (veja acima Minhocão e abaixo vídeos da pinO coletivo Nós Artivistas pintou a frase tura). A ação foi acom"Silêncio é apagamento" na madrugada panhada pela Compadeste sábado (28) no Elevado Presidente nhia de Engenharia de João Goulart, conhecido como Minhocão, Tráfego (ce t), que fechou na região central de São Paulo. O protesto parte da avenida no sené motivado pelo assassinato do cidadão tido da Rua da Consolanegro João Alberto Silveira Freitas, es- ção para que as pessoas pancado até a morte por seguranças do pudessem trabalhar dusupermercado Carrefour em Porto Alegre. rante toda a madruga"Eu espero que a gente consiga dar o reca- da. A pista foi liberada do do tamanho que está sendo essas letras. totalmente pela ce t às Uma simbologia nessa cidade, nessa ave- 13h25, quando a tinta nida", disse a artista e produtora Fernanda secou. de Deus. "Não só no dia de hoje, a a gente tem que exaltar o quanto é importante a vida dos negros e negras. Os pretos e pretas aqui no Brasil".
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G1
Frase foi pintada pelo grupo Artivistas
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Faria Lima A frase “O futuro é uma mulher preta” foi pintada na Avenida Nove de Julho, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, na madrugada desta sexta (27). A pintura fica na altura da Alameda Lorena. A ação foi acompanhada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (ce t), e lembra o que manifestantes fizeram no Estados Unidos durante os protestos contra o assassinato de George Floyd, quando as avenidas de cidades também ganharam inscrições como "Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam). "Essa frase deveria estar em todas as ruas Pinheiros e vielas para que a sociedade não esqueça Manifestantes pintaram a frase “Vidas Pretas o quanto o racismo é estrutural no nosso Importam” em frente ao Museu de Arte de país", afirmou Neto Duarte, artista plástico e São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, na produtor visual. ”Eu desejo que acabe, falou região Central de São Paulo. Ela foi realizao artista visual João França. “Porque essa da por cerca de 30 pessoas do "Coletivo de violência sempre existiu. A diferença é que Artistas Produtores Culturais", que reúne agora ela está sendo mostrada pela câmera profissionais de vários segmentos e voluntáde celular”. rios (veja acima e abaiOscar Freire xo vídeos da pintura). A O coletivo Nós Artivistas pintou a frase ação foi acompanhada "Silêncio é apagamento" na madrugada pela Companhia de deste sábado (28) no Elevado Presidente Engenharia de Tráfego João Goulart, conhecido como Minhocão, (ce t ), que fechou parte na região central de São Paulo. O protesto da avenida no sentido é motivado pelo assassinato do cidadão da Rua da Consolação negro João Alberto Silveira Freitas, es- para que as pessoas pancado até a morte por seguranças do pudessem trabalhar supermercado Carrefour em Porto Alegre. durante toda a madru"Eu espero que a gente consiga dar o reca- gada. A pista foi liberada do do tamanho que está sendo essas letras. totalmente pela ce t às Uma simbologia nessa cidade, nessa ave- 13h25, quando a tinta nida", disse a artista e produtora Fernanda secou. de Deus. "Não só no dia de hoje, a a gente tem que exaltar o quanto é importante a vida dos negros e negras. Os pretos e pretas aqui no Brasil".
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G1
Crítica social é pintada na Paulista
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#social | entrevista
O Papel das redes sociais durante a pandemia_ Entrevista com Suely Deslandes Suely Deslandes conta o papel da rede social diante a crise da pandemia
As redes sociais tornaram-se uma ferramenta digital essencial durante a quarentena Neste período de quarentena, a internet e as redes sociais vêm trazendo muitos benefícios para uma grande parte da população. Enquanto as possibilidades do trabalho home office, aulas on-line, de adotar novas estratégias de comércio, manter relacionamentos afetivos e até desfrutar do lazer e da cultura já vinham ocorrendo nos últimos anos através das telas de smartphones e computadores, foi o isolamento social, devido ao surgimento do novo Coronavírus (Covid-19), que potencializou seu uso para conseguir manter certas rotinas durante a pandemia. Hoje, através da hashtag #FiqueEmCasa, as pessoas podem desfrutar de treinamento físico, aulas de ioga, entrevistas com celebridades, shows, promoções de entregas em domicílio, cursos on-line, campanhas de solidariedade e até memes, o que faz das redes sociais ferramentas vitais nestes tempos, uma vez que, para o ser humano é vital se comunicar e manter o contato com o mundo. No entanto, embora as redes sociais tenham se tornado aliadas fiéis para muitos durante o confinamento, inclusive até para se “desconectar” do que está acontecendo, também é verdade que, para outros, a grande rede pode ser uma fonte de ansiedade (pela grande carga de informações dessa crise sanitária e até pela saturação de tantas atividades oferecidas), de frustração (por não possuir o que outros aparentemente têm), podendo até ser um sério problema de dependência.
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Por tudo isso, a pesquisadora e professora do Programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e da Mulher (gs cm ) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (iff/Fiocruz) Suely Deslandes fala na entrevista abaixo, sobre o papel das redes sociais durante a pandemia:
Suely Deslandes É graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (1990), mestre em Saúde Pública.
Resultados Digitais
Diante da quarentena pelo novo coronavírus, quais as vantagens e a utilidade da internet na adaptação à pandemia? Como indicam várias cartilhas e orientações de instituições de saúde, a internet nesse momento de isolamento social possibilita manter as interações com amigos, familiares e vizinhos. Mesmo aqueles que não estão podendo fazer o isolamento social, com a suspensão das aulas e de muitas frentes de trabalho, também estão mais tempo em casa e acessando mais a internet. O acesso à internet possibilita que muitos continuem a ter aulas, a manter atividades de trabalho, a participar de atividades culturais e artísticas e acessar suas redes de apoio. É através das redes digitais que se tem acesso a informações sobre a pandemia e as formas de proteção. A internet tem o papel fundamental de manter uma certa rotina e parâmetros de “normalidade” nesse momento de suspensão das atividades presenciais. Como cito em artigo de minha autoria com o professor Tiago Coutinho (“O uso intensivo da internet por crianças e adolescentes no contexto da Covid-19 e os riscos para violências autoinflingidas”), publicado recentemente na Ciência e Saúde Coletiva, vemos que pela primeira vez o contato com o mundo “real” só é possível via conexão digital.
Aumento de acesso nas redes sociais
As redes sociais podem ser uma faca de dois gumes durante o isolamento social? Por quê? Em primeiro lugar, o uso intensivo da internet pode gerar uma adição, um uso compulsivo, definindo uma dependência e centralidade do uso da internet em relação a qualquer outra ação cotidiana. A participação intensiva nas redes sociais também pode gerar um “excesso” de informação ou, em muitos casos, desinformação sobre a pandemia. O excesso de informação pode gerar ansiedade e a difusão da noção de um “medo global”, com ênfase no número de mortes e previsões das curvas de contágio. Por outro lado, a depender das redes a que se está vinculado, as redes sociais podem prover um conjunto de fake news, que descredibilizam a ciência, o conhecimento epidemiológico e as orientações sanitárias. No caso de crianças e adolescentes, o uso intensivo também pode aumentar as chances de sofrer e praticar violências na ambiência digital.
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#social | entrevista
Como uma pessoa pode manejar o excesso de informações nas redes sociais sobre a crise da saúde, sem deixar de se manter informado? Alguns autores sugerem que se busque definir um tempo determinado dentro da rotina para buscar informações, evitando assim estar “conectado o tempo todo”. A lógica é de qualidade e não quantidade de informação. Assim, é melhor ter acesso a sites confiáveis (sites de órgãos oficiais de saúde) ao invés de ficar navegando em muitos sites que se contradizem e espalham notícias sem qualquer respaldo científico.
Rory Peck Trust
Que recomendações você poderia dar para que as redes sociais não dominem a vidas dos usuários e eles possam ter uma quarentena digital “saudável”? A “rotina saudável” não é possível ser definida a priore, pois cada faixa etária/geração tem uma relação diferente e faz usos diversos das redes sociais. Para os jovens, por exemplo, a sociabilidade digital é essencial. Assim, a navegação on-line percorrerá caminhos diferentes entre games, busca de informação, interações com familiares/amigos/conhecidos, compra e contratação de serviços/ mercadorias, entretenimento, aprendizagem escolar ou diversa, hobbies, etc. O que “faz bem” ou é “saudável” pode variar de acordo com a cultura, com os parâmetros de saúde mental e com a idade desse usuário. Os manuais da Organização Mundial da Saúde e do Unicef sugerem que os pais pactuem com seus filhos um tempo de uso da internet por dia, evitando que deixem de realizar outras atividades.
Aumento de horas expostas ao meio digital
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unasp
ead se torna metódo de ensino mais funcional
Para você, qual o papel dos pais para ajudar os filhos a manterem uma vida saudável mesmo diante o meio digital? Como indicam várias cartilhas e orientações de instituições de saúde, a internet nesse momento de isolamento social possibilita manter as interações com amigos, familiares e vizinhos. Mesmo aqueles que não estão podendo fazer o isolamento social, com a suspensão das aulas e de muitas frentes de trabalho, também estão mais tempo em casa e acessando mais a internet. O acesso à internet possibilita que muitos continuem a ter aulas, a manter atividades de trabalho, a participar de atividades culturais e artísticas e acessar suas redes de apoio. É através das redes digitais que se tem acesso a informações sobre a pandemia e as formas de proteção. A internet tem o papel fundamental de manter uma certa rotina e parâmetros de “normalidade” nesse momento de suspensão das atividades presenciais.
informação pode gerar ansiedade e a difusão da noção de um “medo global”, com ênfase no número de mortes e previsões das curvas de contágio. Por outro lado, a depender das redes a que se está vinculado, as redes sociais podem prover um conjunto de fake news, que descredibilizam a ciência, o conhecimento epidemiológico e as orientações sanitárias. No caso de crianças e adolescentes, o uso intensivo também pode aumentar as chances de sofrer e praticar violências na ambiência digital.
Qual a importância da internet em geral para o combate ao covid -19? Como indicam várias cartilhas e orientações de instituições de saúde, a internet nesse momento de isolamento social possibilita manter as interações com amigos, familiares e vizinhos. Mesmo aqueles que não estão podendo fazer o isolamento social, com a suspensão das aulas e de muitas frentes de trabalho, também estão mais tempo em casa As redes sociais podem ser uma faca de e acessando mais a internet. É através das redois gumes durante o isolamento so- des digitais que se tem acesso a informações cial? Por quê? sobre a pandemia e as formas de proteção. A Em primeiro lugar, o uso intensivo da internet internet tem o papel fundamental de manter pode gerar uma adição, um uso compulsivo, uma certa rotina e parâmetros de “normadefinindo uma dependência e centralidade do lidade” nesse momento de suspensão das uso da internet em relação a qualquer outra atividades presenciais. ação cotidiana. A participação intensiva nas redes sociais também pode gerar um “excesso” de informação ou, em muitos casos, desinformação sobre a pandemia. O excesso de
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clica aqui > Leticia Kancelkis
corpo, a alma e suas dores a relação do psicológico e as dores corporais, como se cuidar nesse meio Ilustração Vanica
Compreendamos aqui a alma como nosso complexo psiquismo, nossa complexa mente. Corpo e alma/mente relacionam-se e interagem de forma gritante e silenciosa ao mesmo tempo. Dores do corpo podem estar “falando” de dores da alma, de modo que energias psíquicas transformam-se em energias somáticas, doenças mesmo. O corpo fala! O estômago que dói pode estar contando a respeito do quanto está difícil “digerir” uma determinada ideia ou condição emocional, por exemplo. A dor de garganta pode estar manifestando conflitos psíquicos relacionados ao que precisa ser dito, mas não pode. Dores musculares que paralisam o corpo podem estar expressando o sentimento de impotência frente a acontecimentos interpretados como sendo de responsabilidade própria, porém dos quais não se pôde “dar conta”. O sentimento de culpa proveniente de fantasias inconscientes pode manifestar-se em forma de doenças do corpo, como meio de autopunição. A análise e a consequente obtenção de uma relativa consciência corporal podem trazer “informações” valiosas a respeito de conteúdos inconscientes que poderão conduzir não apenas a curas do corpo como a curas da mente, das emoções. Desse modo, as doenças podem ser caminhos para chegarmos à descoberta da origem de angústias, podendo-se obter alívio considerável para elas.
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A cabeça que dói pode estar “lhe dizendo” que sua mente está sobrecarregada com pensamentos e/ou sentimentos “massacrantes”, que precisam encontrar vias saudáveis de expressão. O que seu corpo está tentando comunicar? Sua alma pode estar pedindo socorro por intermédio de linguagens corporais. Preste atenção nele. Procure compreender seus apelos! Estamos falando aqui de doenças físicas reais, que devem ser investigadas e tratadas pelo médico, mas que também são fontes de conhecimentos fundamentais a respeito de do que está ocorrendo em partes escondidas de você. Mais recentemente, surgiu um movimento chamado slow medicine (medicina sem pressa) que também lembra bastante os métodos usados por Hunter Doherty. É uma maneira mais próxima e humana de exercer a medicina e na qual o profissional de saúde se aproxima do paciente, olha com atenção, ouve de verdade, reflete, e (por que não?) constrói relações sólidas com a pessoa que está se tratando, sua família e até com a comunidade ao redor. E tem tempo para estar ali com o outro. O cardiologista italiano Marco Bobbio, autor do livro O Doente Imaginado (Bamboo Editorial), é um grande propagador desse tipo de medicina.
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clica aqui > Jonas Duarte
vacina de camarote: desumanidade na pandemia delírios do governo e desserviço com a população, polêmicas da vacina Ilustração Vanica
A Pandemia causada pelo novo coronavírus é a maior tragédia humana após a 2° Guerra Mundial. Se o epicentro da II guerra foi a Europa, o epicentro da tragédia atual é o Brasil. A manterem-se as atuais taxas de mortalidade por Covid-19, o Brasil atingirá, em abril, cerca de 40 mil mortos a mais do que nascimentos. Pela primeira vez em nossa História, teríamos ou teremos taxas de crescimento demográfico negativas. Agora o poder econômico conseguiu aprovar, na Câmara Federal, a possibilidade das elites “furarem” a fila de vacinação. O privilégio de adquirirem imunizantes e vacinar os seus independentemente do pni (Programa Nacional de Imunizações). Retiram-se imunizantes que deveriam estar sendo aplicados conforme o pni, seguindo as normas da Organização Mundial de Saúde (oms), a qual orienta a vacinação conforme a vulnerabilidade das pessoas. Se a regra estabelecida for o poder econômico, teremos situações absolutamente desumanas. Imaginemos a hipótese de que tivéssemos disponíveis 10 milhões de doses de vacina no mundo (ou seja, no mercado, já que vacina virou mercadoria). O governo brasileiro iria (ou irá) concorrer nesse mercado com a própria iniciativa privada brasileira para adquirir esses imunizantes, já que é falsa a ideia de que existem vacinas exclusivas para a iniciativa privada. Existem vacinas para serem vendidas. Se a iniciativa privada compra, ela está tirando a vacina dos governos. Ao governo brasilei-
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ro cabe aplicar as vacinas conforme o pni. A iniciativa privada anuncia vacinar “os dela”, furando a fila do pni, a qual segue critérios recomendados pela oms : vacinação por critério de vulnerabilidade. Qualquer vacina que se retire do PNI é, portanto, uma violação aos direitos humanos, um crime.Isso em um país com 15 milhões de desempregados, ou seja, 60 milhões de pessoas sem vínculo empregatício com nada. Somem-se a isso os 60 milhões de desesperados, que sequer procuram empregos, que estão vivendo de bico, de subempregos, em condições precaríssimas. Quer ajudar o sus? Compre vacina e DOE ao Plano Nacional de Imunização. Doe imunizantes, medicamentos ou equipamentos de que os hospitais precisam a toda hora e o Ministério da Saúde não compra... Não querem gastar com saúde para assegurar, em plena pandemia, a remuneração dos especuladores do sistema financeiro que se alimentam dos saldos economizados em saúde, educação, etc. Se se concretizar, imaginemos a seguinte situação, perfeitamente plausível: os filhos dos ricos serão todos vacinados, gente de 20, 22 anos, sem comorbidades, imunizada... Enquanto a moradora vizinha, de um bairro pobre, 57 anos, hipertensa, sob risco de se contaminar e morrer porque, na fila, a vacina não chegou a tempo.
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clica aqui > Leandro Karnal
a primavera troglodita atualidade e suas diergências, como lidar com a internet e milhões de opiniões Ilustração Vanica
O corpo precisa ser domesticado e curvado às regras de civilidade. A Idade Moderna trouxe esse imperativo para as rodas aristocráticas. O livro O Cortesão (de b. Castiglione), os grandes manuais de etiqueta, as normas sobre comportamento à mesa, o uso do lenço, a conversação agradável: tudo chega ao máximo com o ordenamento que terá por centro o palácio de Versalhes e o rei Luís 14. Terminado o Antigo Regime, a burguesia assumiu a demanda pela polidez necessária que a tornaria distinta da massa. Surgem escolas de boas maneiras e novos manuais sobre receber. O homem do século 21 é um paradoxo. As normas da etiqueta existem e foram atomizadas. A civilidade continua sendo um esforço de mães, pais e professores. Porém, há algo de podre no reino da Dinamarca. O troglodita está na moda. Usando um neologismo de sonoridade explosiva, a “tosquice” é trending topic. Dizer o que se pensa de forma grosseira, emitir piadas sobre o baixo corporal, assumir preconceitos: tudo parece representar a derrota do esforço de meio milênio na domesticação do selvagem social. Haveria explicações? Vou lançar hipóteses para o debate. A raiz da contestação pode estar no próprio processo de civilidade. Produzir o homem aceitável da corte, o cavalheiro perfeito, a dama refinada, os gestos e procedimentos adequados implicou repressão e uniformização. Repressão de sons corporais, contenção de impulsos violentos e defesa de modos padronizados. A
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aristocracia desenvolveu a arte da etiqueta. A burguesia a imitou longamente, com o embaçamento natural de todo espelho imperfeito. Depois de séculos de produção/imitação, existe uma vontade de naturalidade, de libertação de amarras, de combate a cânones. É visível a rebeldia. Muitos duques e baronesas alcançaram a cobiçada sprezzatura, o refinamento demonstrado sem afetação ou sinal de esforço. Os êmulos das classes médias estavam um pouco distantes, porém atentos. O aristocrata deveria ser educado sem nunca trazer à tona os andaimes, o esforço, o suor que custou o gesto ou a fala. Metaforicamente, sprezzatura é erguer o peso na academia sem gritar. Nem todos conseguem. O preço sempre foi a afetação, ironizada desde Molière até a série “Anne with an E” na Netflix. No drama sobre o Canadá do fim do século 19, uma pretensiosa senhora exige que suas filhas, candidatas a damas, andem com livros sobre a cabeça. Na televisão é clara a crítica: os gestos são ridículos, produzem gente infeliz e caricata, eliminam a alegria e traduzem apenas um falso fidalgo, como o Monsieur Jourdain da peça que tanta graça provocava na corte do Rei-Sol. Ser adepto do teatro da etiqueta seria, no mínimo, hipocrisia. Libertar-se das normas? Pura liberdade! Aqui começa o derretimento das geleiras das convenções e floresce a primavera do troglodita.
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clica aqui > Carol Borba
exercício físico na era digital cuidado com saúde na quarentena é essencial, saiba então dicas de como começar Ilustração Vanica
O cuidado com a saúde nunca esteve tão em pauta como nos tempos atuais. A busca de um estilo de vida mais equilibrado, capaz de prevenir doenças, chega agora a um momento em que devemos evitar aglomerações e tomar muitas precauções em espaços como academias. E aí? Como continuar se exercitando? Bom, sou profissional de educação física desde 2006 e trabalho com exercícios online desde 2016, época em que quase ninguém falava de treinos em casa. Naquele momento, resolvi pesquisar e percebi que havia uma demanda enorme nesse mercado. Principalmente de mulheres, que cuidavam da casa e dos filhos e às vezes ainda trabalhavam fora. Era muito difícil para elas se manterem fiéis a uma academia devido à falta de tempo. Hoje, com o isolamento social, tem muito mais gente buscando alternativas para manter o corpo ativo (e com segurança). De preferência, dentro de casa. As pessoas querem evitar o ganho de peso, deixar a imunidade em alta, conservar a saúde — e é quase clichê bater na tecla de que os exercícios fazem isso por nós. Na internet, encontramos inúmeros treinos, ideias e opções de exercícios. Embora muitos sirvam de inspiração, nem sempre dá para seguir qualquer um deles. Vou sintetizar aqui os motivos e dar alguns conselhos para você usufruir dos treinos online sem se expor a riscos. Vamos lá? Estabeleça um horário fixo para treinar: estando em casa, muitas coisas podem tirar nossa atenção, ainda mais com tanta gente
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trabalhando em home office. Os resultados da atividade física só aparecem quando conseguimos incorporá-la com constância ao nosso dia a dia. E tem mais: o cérebro gosta de rotina. Marque um horário na agenda e evolua nos treinos. Foque na manhã: não é uma obrigação, mas, para quem tem dificuldade em estabelecer uma rotina, o melhor horário para treinar é logo pela manhã, depois de acordar. Dessa maneira a gente evita um dia cansativo e estressante e os compromissos e surpresas que tiram a disposição para suar a camisa à tarde ou à noite. Não se esqueça de boas noites de sono: elas melhoram o humor e dão mais energia para se mexer, o que melhora o rendimento nos treinos. Quando nos exercitamos cansados, a tendência é não prestar a devida atenção aos movimentos. Com isso, a performance cai e você fica mais sujeito a lesões. Mantenha atenção total: tanto nos treinos online como nos presenciais, tenha foco nas orientações do professor. Nas aulas em casa, procure se exercitar em frente a um espelho (ou ao reflexo de uma porta de vidro) para captar as instruções e observar se está colocando tudo em prática direito. Nada de treinar fazendo outra coisa ao mesmo tempo!
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