colaboradores
Beto Bigatti é escritor, influencer, criador de conteúdo digital e palestrante. Nas redes, fala sobre inclusão de pessoas PCD e paternidade fora dos padrões. @pai_mala
Thais Basile é psicanalista, pós-graduada em teoria winnicottiana, especialista em psicopedagogia institucional, escritora e palestrante. Também é autora do livro "Nossa infância". @thaisbasile.psi
Maria Fernanda Dias é escritora de temas sobre amor e sobre cura no Instagram e é co-autora do livro “Mães Pretas – Maternidade Solo e Dororidade”.
@mariaqueescreve
Yamauchi Kazuaki é um ilustrador japonês nascido em 1971. Ele também trabalhou para diversos clientes como revistas, jornais, livros e agências de publicidade.
@yamauchikazuaki
Letícia Vieira Lima é uma ilustradora e desenvolve projetos visuais que utiliza o design e a ilustração como elementos e ferramentas. As cores e as histórias da cultura brasileira são uma grande fonte de inspiração.
@vieiravcomlima
Christian Braga é um fotógrafo e documentarista amazonense. Também é membro da agência de fotografia Farpa e tem o seu trabalho direcionado questões de direitos humanos.
@christiaanbraga
vem comigo !
Oi família, finalmente a teko chegou!
Nesse momento de tanto caos e incertezas, como podemos pensar em, não só um futuro, mas também um presente melhor para nossos pequenos? Sendo vocês o primeiro contato da criança com o mundo, acreditamos que educando de forma positiva podemos tornar o planeta mais agradável. Melhorar o todo de teko em teko.
A nossa revista é o meio de partida, que vai guiar vocês ajudando a trazer confiança sobre seus métodos de educação. Aqui teremos diversos repertórios do melhor conteúdo possível, que foi selecionado por nós para dar assim a consciência de que vocês não estão sozinhos neste barco.
Na nossa revista vocês encontrarão as melhores dicas de como interagir mais com as suas crianças, e isso tudo está incluindo no eixo pra, no qual criamos com o maior carinho, indicando os melhores passeios, filmes, receitas e influenciadores digitais que podem agregar no processo de educar. Ao decorrer da revista deixamos conteúdos que abordam realidade, cultura, estilo de vida, novidades, e inspirações.
Venha com a teko percorrer a longa jornada que é a educação.
GeovanaAmorim
ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING
Graduação no curso de Design com Habilitação em Comunicação Visual e Ênfase em Marketing
PROJETO INTEGRADO DO 3º SEMESTRE 2024_01
Projeto III: Marise de Chirico
Produção Gráfica: Mara Martha Roberto Ergonomia: Matheus Passaro, Eddy Stephan e Carol Bustos
Finanças Aplicadas: Alexandre Ripamonti
Marketing Estratégico: Leonardo Aureliano
Cor, Percepção e Tendências: Paula Csillag
Infografia: Marcelo Bautista Pliger
PROJETO EDITORAL E GRÁFICO
Geovana Menezes de Amorim
Letícia Harumi Eguchi
Natália Marianna Ferrazzo Liva
Patricia Gabrielle Silva Romero
Rachel Yumi Yamauti Fernandes
98 102
prisma pra ver
Outras visões de mundo
bem-estar
Dengue em crianças: devemos nos preocupar?
bem-viver
Sua casa apropriada para a rinite!
papo sério
Crianças e tarefas domésticas
editorial
Expedição Yanomami
infográfico
Tarefas domésticas para crianças 14 10
coluna assinada
Beto Bigatti
Thais Basile
Maria Fernanda Dias
Melhores filmes para ver com as crianças
pra seguir
Mães nas redes sociais
pra comer
Que tal uma pizza em família
pra viver
Tenha uma experiência incrivel no...
entrevista | sobre independência
O que a relação das crianças com a nossa terra nos ensina? 22 32
Desenvolvimento de confiança está atrelado a experiência de ter controle e independência
economia | a real
Desigualdade nas tarefas domésticas: trabalho da mulher no lar é quatro vezes o do homem
eu também | Isabelli Pastes
56 66 88
Educação parental: mãe e influencer ajuda pais a melhorar a conexão com os filhos
família | limite para educar
Não confunda educação positiva com falta de limites
educação | lições indígenas
Diário ilustrado
Gra Mattar usa fotos de momentos do seu dia a dia para acolher a Menina
Ela pode nadar nas nuvens, sentar nos cogumelos, enroscar-se na natureza. “Às vezes olho para uma pedra encostada numa folha e vejo o cenário perfeito para a Menina falar sobre algum assunto que está reverberando no meu coração”, descreve a ilustradora e psicóloga paulistana Gra Mattar, sobre a criação da Menina, a personagem que acompanha sua vida de viajante desde dois mil e oito, quando esteve em Buenos Aires, Búzios e Cabo Frio. “Ela fala sobre e por mim, é sob seus olhos que enxergo um bocadinho do mundo real”, diz a artis-ta, apaixonada pelo universo infan-til. “O jeito que as crianças veem e percebem o entorno, transformando momentos cotidianos em grandes experiências, me emociona.” Não à toa, há mais de uma década a psicóloga se tornou ilustradora de livros infantis, quando narrou com seus desenhos a obra A Menor Ilha do Mundo, escrita pela amiga Tati Filinto. “Ali, entendi que nunca mais deixaria de desenhar: Isso aconteceu em 2010, junto com o nascimento de meu filho Raul. Nesse terreno fértil e amoroso, que é a maternidade, brotou também minha nova profissão.” Uma história tão bonita quanto a sua história de sua Menina.
Gra
Mattar @gramattar_ilustracaoA grande mensagem desta série é resgatar dentro de cada um o olhar infantil e encantado
Desejo pra ela
Desejar que os filhos sejam felizes o tempo todo parece impossível. Para minha filha, quero que ela possa expressar sua autenticidade e ter olhos vivos. Quero que minha filha possa viver tudo que existe dentro dela e que os olhos reflitam essa vida interior, hora desafiadora, hora tranquila, mas quase sempre autêntica. Que ela consiga se aproximar de si o suficiente para não se temer, e em não se temer, que ela possa não carregar tristeza no olhar para sempre: que ela chegue e passe. Que a euforia também possa transparecer e ser vista, que o prazer possa trazer brilho aos seus olhos. Não sei se é pedir demais, como o pedido da felicidade: autenticidade também é uma conquista árdua. De todo jeito, acho que mantenho o que disse, porque nada como o olhar da mãe para ajudar sua pequena a construir o seu próprio.
Thais Basile @thaisbasile.psiRabisco eterno
Se seu filho adora desenhar, eternize esses rabiscos
O que você faz com os desenhos e pastas de atividade que seu filho traz da escola no fim de cada semestre letivo? Deixa tudo guardado ou descarta? E se houvesse a possibilidade de dar uma nova cara para esse material? É exatamente essa a proposta criativa do trabalho da artista paulistana Juliana Nascimento! Ela mergulha no acervo de desenhos da criança, conversa com a família, seleciona aqueles que melhor representam a personalidade de seus pequenos e transforma tudo em uma obra de arte personalizada. Vale usar como um item de decoração em casa ou, então, um presente especial para alguém querido.
Juliana Nascimento @_ju.na
Sou Curió
Conheça a pessoa por trás da Curió, marca de roupas infantis
"A infância é o tempo dos prazeres simples, da imaginação, do encantamento. Talvez o pedaço mais colorido da vida, mutante, uma expedição curiosa, sem julgamentos, sobre o que é visível e invisível. Tem algumas palavras que são território da infância: paralelepípedo, gangorra, inconstitucionalissimamente, um montão… Curió faz parte da minha. É a criança perguntadeira, que quer saber de tudo, curiosa para entender o mundo todo.
A Curió representa a realização de um sonho, não só profissional mas pessoal também, de fazer aquilo que acredito, de que roupas produzidas com responsabilidade e criadas com cuidado devem ser a regra, não a exceção. Uma marca que respeita as pessoas, o meio ambiente, que atrai pelo design e pelo conforto. E porque não dar esse presente as nossas crianças, nossos recém-chegados humanos com o superpoder da transformação.
Não somos perfeitos – nem é possível ser – mas estamos determinados a fazer o melhor que pudermos nessa jornada. Nascemos para imaginar um mundo onde o respeito está em primeiro lugar, fazendo roupas mais gentis para as crianças, para quem as faz e para o planeta. A revolução do mundo pode ser divertida e prazerosa!"
Curió @soucurio
“Acreditamos em fazer roupas mais gentis para as crianças, para quem as faz e para o planeta.” diz Ellen
Nhe’e Porã
Com curadoria de artistas indígenas, a exposição tem início em São Paulo
Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação propõe ao público uma imersão em uma floresta cujas árvores representam dezenas de famílias linguísticas às quais pertencem as línguas faladas hoje pelos povos indígenas no Brasil – cada uma veicula formas diversas de expressar e compreender a existência humana. A exposição, que conta com a articulação e o patrocínio máster do Instituto Cultural Vale, busca mostrar outros pontos de vista sobre os territórios materiais e imateriais, histórias, memórias e identidades desses povos, trazendo à tona suas trajetórias de luta e resistência, assim como os cantos e encantos de suas culturas milenares.
Juliana Nascimento @_ju.na
“Língua é pensamento, língua é espírito, língua é uma forma de ver o mundo e apreciar a vida.” (Daiara Tukano)
Mudanças na rotina para dar mais qualidade de vida para as crianças
Cada vez mais crianças estão sendo diagnosticadas com alergias de pele, respiratórias e alimentares
Só quem é pai ou mãe de uma criança alérgica sabe o impacto que isso tem na rotina da família. É preciso estar com a medicação sempre à mão, tomar cuidado para que o pequeno não entre em contato com o agente causador da alergia, orientar amigos, família e escola sobre o que fazer em caso de crise…
Se antes essa era uma preocupação de pouca gente, agora já não é mais. Cada vez mais crianças estão entrando para o time dos alérgicos — e tem até estudo científico mostrando isso. Segundo pesquisadores da Universidade de Saint George (Inglaterra), nos últimos 15 anos, o número de crianças
que buscaram tratamentos para alergias aumentou em 7 vezes.
A boa notícia é que dá para romper esse ciclo e, com acompanhamento médico e mudanças simples na rotina, garantir mais qualidade de vida para os pequenos. “O tratamento para alergia tem melhorado a cada dia e temos descoberto novas opções de tratamentos para doenças alérgicas. Hoje existem diversas intervenções tanto para controle das crises quanto para evitar que o organismo tenha essa resposta exagerada. A família deve tomar alguns cuidados, mas não é preciso se desesperar”, explica a alergista
Estima-se que atualmente quase 10% da população infantiltenha alguma alergia
e imunologista Janaina Melo, professora do serviço de alergias da USP Ribeirão Preto, durante live realizada pela CRESCER na última terça-feira (29), com apoio de Sanofi e com a participação da influenciadora Marina Brei, mãe de quatro crianças com alergia. A seguir, veja pequenas mudanças na rotina que você pode fazer para evitar crises alérgicas e garantir que seu filho tenha mais qualidade de vida.
1.
Em casa opte por troque a vassoura pelo aspirador
Apesar de trazer a sensação de limpeza, a vassoura apenas espalha a sujeira. Ao varrer o chão, a poeira e os ácaros “sobem” e ficam em suspensão no ar. O melhor mesmo é lavar o piso com água ou usar aspirador de pó — de preferência, aqueles modelos com reservatório de água.
2.
Use o purificador de ar com moderação
Segundo a alergista Janaina Melo, ainda não há estudos comprovando que esse tipo de aparelho, de fato, leve a uma melhora da qualidade do ar do ambiente. “O ácaro vive na poeira e gosta de ambiente escuro e úmido. Quando deixamos a noite inteira o purificador borrifando, aumenta a umidade do ar. Por isso, como alergistas, não recomendamos o uso do aparelho a noite toda. Se o tempo estiver muito seco, pode até deixar umas duas ou três horas, para aliviar, mas sem exagerar”, explicou.
3.
Sempre lave coisas que estão guardadas há muito tempo E isso vale para roupas, cobertores, objetos de decoração… na casa da influenciadora Marina Brei, até a árvore de Natal é higienizada todos os anos. “Como fica o ano todo guardada, antes de colocar na sala, eu levo para o quintal e jogo água com a mangueira. Tudo o que eu puder fazer para evitar que as crianças desencadeiem uma crise, eu faço”, disse na live realizada pela CRESCER.
Dicas para deixar a casa mais segura para os pequenos
Algumas precauções deixam mães e pais com o sono mais tranquilo. Veja como envolver as crianças nas tarefas domésticas
Um lar onde vive uma criança precisa estar bem planejado para evitar os temidos acidentes domésticos. l apontam que as lesões não intencionais são a principal causa de morte de crianças entre 1 e 14 anos, sendo que mais de 112 mil delas são hospitalizadas por ano em decorrência de acidentes.
Com algumas precauções simples, a casa pode se tornar um ambiente muito mais seguro para os pequenos e mais tranquilo para quem é responsável por eles. O Cada Casa Um Caso ouviu arquitetos e preparou quatro dicas que vão ajudar a tornar o lar mais seguro para crianças e evitar acidentes.
Dê atenção total para fiações e tomadas Umas das dicas mais citadas é o cuidado com fios e tomadas de energia para evitar choques elétricos, algo que pode ser fatal. E algumas das soluções são fáceis e de baixo custo. Basta utilizar os protetores de tomadas, que podem ser encontrados nas casas de materiais de construção e na internet. Outra iniciativa que pode evitar que as curiosas mãos infantis – e até de adultos –toquem em locais inadequados é embutir qualquer fiação que esteja exposta na casa. Para isso, esconde a fiação por trás de móveis.
Cerca de 10% dos acidentes elétricos fatais ocorrem entre crianças de 0 a 15 anos
2. 3.
Opte por móveis sem quina ou proteja os cantos
Outra maneira de evitar acidentes é o posicionamento dos móveis. Procure acomodá-los de modo que deixe o espaço de circulação mais aberto e dê preferência para aqueles que não tenham quinas ou pontas. Caso isso não seja possível, existem formas de proteger as quinas dos móveis. São fitas protetoras ou ponteiras de silicone que são facilmente encontradas também em lojas de materiais de construção e naquelas especializadas em artigos para bebês.
Tenha cuidado com as cortinas nos cômodos da casa Embora pareçam inofensivas, as cortinas podem esconder perigos, sobretudo se estiverem próximas ao nível do chão e, consequentemente, ao alcance das crianças. Nessas peças de decoração existem alças e prendedores que podem se transformar em verdadeiros enforcadores, caso não estejam fixos de forma adequada ou em uma altura ao alcance dos pequenos (e até de pets). Evitar cortinas muito longas também é uma saída para prevenir acidentes desse tipo.
4.
Acerte na disposição de móveis e eletrodomésticos
Outra dica é manter os eletrodomésticos em uma altura estratégica e sempre fora do acesso dos pequenos. Opte por deixá-los em locais altos e com os fios escondidos. E nunca deixe camas ou cadeiras perto das janelas.
Incentive os filhos a ajudar nas tarefas de casa
Veja como a importância de incentivar os filhos nas tarefas de casa, auxilia no desenvolvimento da criança e como reflete em sua vida adulta
Guadar os brinquedos, colocar a roupa no cesto para lavar, ajudar a arrumar a mesa… Tarefas como essas podem parecer triviais e sem relevância no dia a dia, mas a verdade é que incentivar os filhos desde pequenos a colaborar com as atividades domésticas é importante para o desenvolvimento deles e para a harmonia da família conforme o passar dos anos.
Mas como tudo que se ensina às crianças, leva tempo e dá trabalho. Os minutos que um adulto gasta para organizar a bagunça depois da brincadeira, ou então para arrumar a cama ao acordar, por exemplo, se
multiplicam quando são os pequenos que se esforçam para colocar tudo no lugar. E é claro que o trabalho não vai ficar tão bem feito. Os lençóis não vão ficar tão esticados e os bichos de pelúcia talvez não fiquem todos no lugar certo.
Apesar disso, a psicóloga Renata Bento, especialista em criança, adulto, adolescente e família, e membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro, explica o quanto é importante tentar contornar essas questões. “A criança pequena apresenta vontade e prazer em ajudar. Eventualmente, isso é negado a ela pelo fato de não fazer correta-
mente como um adulto faria, ou pelo tempo que pode demorar para concluir a tarefa, mas incentivar as crianças nas atividades domésticas contribui não só para a noção de responsabilidade, que será de acordo com cada idade, como também auxilia na construção da autonomia”, ressalta Renata. Ela explica ainda que, além desse desenvolvimento da independência do pequeno, que vai se sentindo capaz de realizar algumas tarefas, isso colabora no aprendizado da convivência compartilhada. “Ele aprende a partilhar num espaço onde todos contribuem e imprimem sua marca de alguma forma, desenvolvendo o sentimento de pertença, promovendo a responsabilidade e instalando a rotina, que é tão importante”, diz a especialista Renata.
Aprendizado para a vida É interessante destacar que não se trata de “treinar” as crianças para que façam algo, mas incentivá-las a perceber, através da convivência e do vínculo emocional, que elas vivem num mundo coletivo. Assim, de forma lúdica e com tarefas simples e claras, os pais podem mostrar aos pequenos, por exemplo, que é comum juntar os brinquedos, apagar a luz ao sair de um ambiente, jogar o lixo fora, entre outras atividades. “Tudo deve ser sempre supervisionado por um adulto. Isso contribui para a consciência de pertencimento primeiro a sua casa e, depois, ao mundo”, afirma.
Ajudar nas tarefas de casa pode ser uma atividade divertida e fazer bem para as crianças
É preciso que a criança perceba que fazer as tarefas domésticas cabe a todos que residem juntos
A especialista diz ainda que esse aprendizado deve fazer parte da educação infantil, pois ele também contribuiu para o desenvolvimento dos filhos e refletirá na adolescência e na vida adulta. “Quanto mais cedo começarem a ter o entendimento sobre contribuir em pequenas tarefas, mais estarão motivadas para o crescimento. É preciso que a criança perceba que fazer as tarefas domésticas cabe a todos que residem juntos dentro de uma casa, que todos contribuem para cuidar daquele espaço que é coletivo e que isso não é um fardo, mas faz parte da vida”, explica a especialista Renata Bento.
Os exemplos dentro de casa Os pequenos aprendem muito pelo exemplo e replicam em grande medida o comportamento dos pais e de outros membros da família. Pensando nisso, é natural compreender que se todos em casa têm o hábito de colaborar com as atividades domésticas de forma rotineira, é mais provável que a criança também queira contribuir, pois isso será estimulante para ela.
“Porém, se os afazeres domésticos causam transtornos e trazem peso à rotina do lar, é possível que a criança reaja a isso. É importante que o adulto tenha essa percepção,
para que consiga observar o que é característica dela e o que pode ser interferência do ambiente”, destaca a psicóloga.
Renata reforça ainda a importância de não tratar o desempenho dos filhos nessas tarefas com perfeccionismo, lembrando que eles ainda estão aprendendo. “As broncas e cobranças devem ser trocadas pelo incentivo, pela ajuda, pela paciência e pelo elogio. E os pais devem fazer o possível para integrar as crianças nesse processo de forma lúdica e sem pressa, respeitando as habilidades e a idade de cada uma”, aconselha.
Sem diferenças de gênero
Por fim, é sempre bom lembrar que não cabe qualquer diferenciação nas tarefas atribuídas a meninos e meninas. “As atividades domésticas dizem respeito à aprendizagem e ao cuidado do espaço em que se vive, aos limites entre o eu e o outro, à construção de autonomia e independência, e à consciência de pertencimento. Nada disso diz respeito a gênero”, finaliza a especialista.
Psicólogo fala sobre confiança das crianças
e saúde mental
O modo como as crianças desenvolvem confiança está totalmente atrelado a experiência de ter controle e independência
TEXTO Alessandra Corrêa ILUSTRAÇÃO Juliana Eigner
Nas últimas décadas, vários países vêm registrando taxas crescentes de ansiedade, depressão e até de suicídios entre jovens. Nos Estados Unidos, a crise é tão grave que, em 2021, a Academia Americana de Pediatria e outras organizações médicas pediram que o governo declarasse estado de emergência nacional na saúde mental infantil.
Especialistas debatem as possíveis causas desse problema sem chegar a um consenso. Mas, para o psicólogo americano Peter Gray, que há anos estuda o tema, a atual “epidemia de psicopatologia” em crianças e adolescentes está diretamente ligada a outro fenômeno observado no último meio século: a redução gradual do nível de independência das crianças e adolescentes.
Estudos mostram que crianças que têm tempo para atividades livres desenvolvem diversas habilidades
A falta de atividades livres é uma causa do aumento dos transtornos mentais em crianças
Em um artigo na edição de setembro da revista médica Journal of Pediatrics, Gray, que é professor pesquisador de psicologia e neurociência no Boston College, universidade na cidade de Boston, argumenta que “uma das principais causas do aumento dos transtornos mentais é a diminuição das oportunidades para crianças e adolescentes brincarem e se envolverem em outras atividades independentes da supervisão e controle direto dos adultos”.
Em entrevista à teko, Gray falou sobre os principais motivos por trás da queda na autonomia dada às crianças, como essas mudanças podem impactar sua saúde mental atual e futura, e o que pais e mães podem fazer para ajudar seus filhos a serem mais independentes e seguros.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o psicólogo.
As crianças desenvolvem confiança através das experiências de ter maior independência
De que forma a tendência de transtornos mentais em crianças e a diminuição de tarefas feitas de forma independente estão relacionadas? O modo como as crianças desenvolvem confiança, o senso de serem capazes de resolver problemas, de controlar suas próprias vidas é através da experiência de ter controle independente, de ter gradualmente maior independência à medida que crescem.
Portanto, como não estamos mais oferecendo às crianças esse aumento gradual de independência, elas não estejam desenvolvendo essas características, o sentimento de que podem solucionar problemas, que, se algo acontecer, podem resolver. O tipo de atitude que protege contra ansiedade e depressão.
Temos muitas evidências de que as crianças não estão desenvolvendo essas habilidades. Além disso, e é senso comum, essas atividades também deixam as crianças felizes. Brincar é uma das principais fontes de felicidade para crianças pequenas. Em brincadeiras e atividades independentes, nas quais estão fazendo as coisas por conta própria, elas se sentem bem, orgulhosas, têm a sensação de realização. Quando as privamos disso, as estamos privando tanto da sensação imediata de felicidade e satisfação quanto da capacidade de desenvolver os traços de caráter, como coragem e o que em psicologia é chamado de locus de controle interno (tendência de uma pessoa de acreditar que tem controle sobre sua vida), que ajudam jovens e até mesmo adultos a enfrentar os desafios da vida.
Então, não deveria causar surpresa que acabar com essas atividades independentes levaria a altas de transtornos.
Fazendo as coisas por conta própria, as crianças se sentem bem e realizadas
O que motivou a redução gradual na independência dada às crianças?
Há diversas razões para esse declínio, desde a popularização da televisão, que trouxe muitas crianças para dentro de casa e as isolou de seus pares, até o desenvolvimento de esportes infantis dirigidos por adultos. Outro fator é uma ênfase cada vez maior no desempenho escolar. O tempo que as crianças passam na escola ou fazendo dever de casa aumentou ao longo dessas décadas. Também as pessoas passaram a ter medo de deixar crianças e adolescentes, sair sozinhos pela incidência (baixa) de sequestros. Essa foi uma mudança dramática no estilo parental. Antes, os pais mandavam as crianças sairem de casa. Agora, muitos veem isso como negligência.
A partir de qual idade os pais devem começar a dar independência às crianças?
Realmente começa a partir dos dois anos de idade, e acelera a partir dos quatro. Aos dois, já querem fazer várias coisas sozinhos. Tudo o que são capazes de fazer, preferem fazer sozinhos. E seria bom se permitíssemos. É claro que você não vai deixar uma criança de dois anos sozinha no parque, isso seria negligente, (mas há outras coisas que podem fazer sozinhas).
Uma das minhas memórias mais antigas é que, aos quatro anos de idade, minha avó me ensinou a atravessar a rua. E ela me mandava sozinho ao mercado, a dois quarteirões de distância, para comprar algo. E isso não era incomum na época. Hoje, se você enviar uma criança de 10 anos de idade sozinha, alguém é capaz de chamar a polícia.
Aos cinco anos de idade, vivíamos em uma cidade pequena, e eu andava sozinho de bicicleta por toda parte. Aos 10, eu entregava jornais. Aos 13, tinha um emprego após a escola. Aos 16, fui contratado como salva-vidas.
Se tornar independente precisa ser um processo gradual
São aumentos graduais de independência. E é isso que permite a uma pessoa adquirir o tipo de habilidades e confiança para ser capaz de enfrentar a vida sem desmoronar. E para, no fim, ser capaz de assumir responsabilidades adultas.
Não há uma idade mágica a partir da qual uma pessoa se torna independente de uma hora para outra. Precisa ser um processo gradual. Você não pode proteger completamente seu filho até os 18 anos e então mandá-lo para a faculdade e esperar que ele seja capaz de ser independente.
Por que a relação que existe entre a queda da autonomia das crianças e a crise de saúde mental que as afeta não recebe mais atenção?
Acho que há dois motivos. A principal razão pela qual as pessoas não estão mais conscientes disto é que a mudança tem sido muito gradual. Foi uma mudança enorme ao longo do tempo, mas se observarmos o que mudou de um ano para o outro, ou mesmo de uma década para a outra, não parece tão grande.
Os jovens pais e mães de hoje, por exemplo, foram criados em uma época em que sua liberdade já era muito restrita se comparada a de seus avós. Então eles não percebem a magnitude das mudanças.
Outro ponto é que as mudanças ocorreram por causa de boas intenções. A so-
ciedade em geral, passou a acreditar que a segurança é extremamente importante para as crianças.
Além disso, mudanças na sociedade, como o aumento dramático da desigualdade social e outros aspectos, deixaram pais e mães mais ansiosos em relação ao futuro.
A ênfase em educação tornou-se extremamente forte, e é parte do motivo pelo qual os pais ficaram mais envolvidos na educação e pelo qual o tempo na escola aumentou. Os pais começaram a colocar seus filhos em atividades que consideravam mais educacionais do que simplesmente brincar.
Criou-se a ideia de que, quando uma criança está brincando, ela está perdendo tempo, não está fazendo nada que possa ajudá-la (no futuro) a entrar na universidade.
Tudo isso resultou, cada vez mais, na crença de que as crianças se desenvolvem melhor quando são cuidadosamente guiadas, controladas e orientadas por adultos.
O que os adultos conseguemfazer para ajudar os filhos a ser mais autônomos e a ter maior bem-estar mental com confiança?
O primeiro passo é examinar suas prioridades e entender que seus filhos precisam gradualmente de mais independência. Parte do propósito do artigo que publicamos é convencer os pediatras a conversar com os pais sobre a necessidade de independência. Mas simplesmente mandar seus filhos irem para a rua não vai funcionar, por todos os motivos que discutimos. Talvez alguém chame a polícia. Talvez não haja nenhuma outra criança na rua para brincar — e, nesse caso, eles provavelmente vão preferir ficar em seus telefones.
É necessário encontrar maneiras para que seus filhos e outras crianças se reúnam sem
a interferência de adultos. Uma coisa que os pais podem fazer é se reunir com outros pais no bairro e combinar de mandar todas as crianças para a rua no mesmo horário, depois da escola, talvez até sem seus telefones. E, por medida de segurança, ter um adulto presente, mas apenas um, e que não interfira, só esteja lá para caso algo realmente perigoso aconteça.
A organização Let Grow, da qual faço parte, promove um programa em que escolas oferecem um local para as crianças brincarem na rua, após as aulas. A única regra é não machucar ninguém e não destruir nada de valor. Um professor monitora, mas é instruído a intervir somente em casos realmente graves, não para apartar uma briga qualquer ou se preocupar com um joelho esfolado. Também não fica disponível para crianças que querem reclamar das outras. Porque o objetivo é deixar que elas aprendam a resolver seus próprios problemas.
Desigualdade: trabalho da mulher no lar chega a quatro vezes o do homem
Pesquisa revela que diferença de tempo dedicado aos cuidados com a casa e a família é maior do que se estimava
TEXTO Cássia Almeida FOTOS Pexels
Adivisão por gênero do trabalho em casa e no cuidado com os filhos é bem mais desigual do que as pesquisas mostravam até agora no Brasil. A tese de doutorado da professora Jordana Cristina de Jesus, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), constatou que, na faixa dos 30 anos, quando essa distância atinge o auge, as mulheres dedicam 28 horas por semana aos afazeres domésticos enquanto os homens gastam apenas sete horas semanais com essas atividades.
Nessa matemática do trabalho dentro de casa, a jornada não remunerada chega a quatro horas por dia para as mulheres na faixa dos 30 anos, período em que a maioria já tem ou começa a ter filhos e começa a viver o seu auge profissional. Para os homens, fica em uma hora. Estudos anteriores apontavam que o trabalho feminino em casa era o dobro do masculino, mas, segundo a pesquisa de Jordana, chega a quatro vezes.
— Não seria consistente o país ter um patamar que fosse o dobro do tempo por exemplo. Esse seria o padrão de países
28% das mulheres deixam emprego após se tornarem mães
Segundo a pesquisa de Jordana, o trabalho doméstico feminino chega a ser quatro vezes mais que o do homem
nórdicos, que têm desigualdade de gênero muito menor que a nossa — diz Jordana.
Essa divisão se aproxima do padrão de países semelhantes ao Brasil em termos de demografia e renda, como Colômbia, Peru e México, onde o tempo gasto pelas mulheres com afazeres é o quádruplo do despendido pelos homens.
Ao analisar os dados, Jordana testou hipóteses. Ela verificou se a oferta de trabalho doméstico remunerado era maior aqui do que em países com resultados similares ou se haveria participação maior de mulheres no mercado de trabalho brasileiro, o que reduziria o tempo disponível para afazeres domésticos. Mas as premissas que foram afirmadas não se confirmaram. A conclusão foi que o trabalho doméstico não é bem medido no país.
Segundo a FGV, 51,56% das mulheres estavam empregadas em 2021; entre os homens, o índice é de 71,64%
‘A carreira parou’
O Brasil não é diferente dos outros países nesses aspectos e tem uma taxa de fecundidade parecida. A diferença é que neles existem pesquisas de uso do tempo, que é mais indicado para captar esse trabalho, disse Jordana.
Ao longo da vida, a jornada diária do afazer doméstico muda. Ela aumenta no período em que nascem os filhos e depois tem leve queda para as mulheres. Aos 50 anos, fica em 3h30 por dia para elas. Para os homens, cai para 40 minutos a menos no dia.
A economista Luciana Ferreira, professora da Fundação Dom Cabral, já sente os efeitos da mudança na rotina após se tornar mãe. Ela tem jornada diária de trabalho remunerado de oito horas por dia.
Depois que a filha, Helena, de 4 anos nasceu, ela calcula que seu expediente de afazeres domésticos aumentou em duas horas e agora soma quatro horas diárias. O do marido também dobrou, mas passou de uma para duas horas.
Naquele momento ficou muito claro para mim: iria demorar a acelerar a carreira
— Quando são só um homem e uma mulher adultos, eles se viram. É mais fácil lidar com esse trabalho invisível. Quando vem o filho pequeno, a vida vira de ponta-cabeça. Ela diz que o marido assumiu mais funções em casa depois que Helena nasceu, mas a carga mental e os cuidados recaem mais sobre ela. E dá como exemplo a natação:
— Helena adora nadar. Ele nada com ela. Mas eu fiz a mochila, passei o protetor solar, peguei a água. E sou eu quem tira da piscina, dá banho.
A carga horária prolongada de Luciana cresceu mesmo com alguns recursos, como a contratação de uma ajudante e a matrícula da filha em uma creche desde os 4 meses. Na carreira, a economista teve que dar um freio. E agora tenta retomar o ritmo. Mudou de emprego.
No ano anterior, logo depois de voltar da licença-maternidade, passou por uma rodada de avaliações e ouviu do chefe: “sua carreira parou”.
— Foi cortante, ainda que ele soubesse que fui atropelada pelas novas responsabilidades. Naquele momento ficou
muito claro para mim: iria demorar a acelerar a carreira. Mudei de emprego na virada de 2019 para 2020, o que não é incomum nesses casos. Na volta ao trabalho (após licença-maternidade), nem sempre nos sentimos acolhidas no ambiente de trabalho. E claramente eu não fui bem acolhida.
Existem outros levantamentos que mostram como o trabalho doméstico ainda é subdimensionado no país. A economista do Dieese e professora da Universidade Estadual de Santa Catarina Cristina Pereira Vieceli calculou que o trabalho em casa e o cuidado com filhos e idosos representaria 15,4% do PIB, se fosse pago.
Como exemplo, essas atividades teriam um peso maior do que a indústria, que representa 12% do PIB. Desses 15,4%, 10,1 pontos percentuais são feitos por mulheres.
No México, é estimada em 23,3% e na Colômbia, em 19,3%. Segundo os pesquisadores, a diferença entre os números só mostra que ainda mensuramos mal a jornada de afazeres domésticos em todo o mundo, nos deixando a imaginar qual seria a verdadeira quantidade, já sabendo do seu verdadeiro impacto. Em países desenvolvidos, com renda mais alta, o trabalho em casa chega a 32% do PIB, como no Canadá, explica Cristina.
Avanços nos afazeres domésticos
As pesquisadoras reconhecem que houve avanço nos levantamentos sobre afazeres domésticos. Mas alertam que pesquisas de uso de tempo, com as famílias anotando as atividades e o tempo gasto, tornam a mensuração mais precisa que a baseada em memória: — O IBGE tem longo trabalho pela frente e precisa de orçamento para isso. Mas, colocar essas perguntas (sobre afazeres e cuidados na Pnad, pesquisa que avalia renda, trabalho e outros fatores) já foi um grande avanço — diz.
O Brasil corre o risco de viver uma crise de cuidados
E a solução para diminuir essa desigualdade, vai além de uma igual divisão por gênero do trabalho doméstico. Ela pergunta como ficam as mães solo e lembra que uma jornada de trabalho remunerado de 44 horas semanais só existe porque outras pessoas estão cuidando da casa e da família: — Temos que repensar em como conciliar trabalho e família. Para a conta fechar, não basta dividir melhor o trabalho entre homens e mulheres.
A pesquisadora Joana cita desde políticas para desonerar eletrodomésticos, como máquina de lavar roupa e lava-louças, a creche em tempo integral:
—Para diminuir essa desigualdade na base da sociedade, tem que ter política pública, não tem como elas sozinhas demandarem mudanças que não sejam por essa via.
Crise dos cuidados
As diferenças se acentuam cedo. Aos 13 anos, meninas pobres começam a fazer mais serviço doméstico para a família que receber, diz Simone Wajnman, professora do Departamento de Demografia da UFMG, que orientou a tese de Jordana. Nas classes média e alta, a transição é mais tardia. Dentro desse contexto de crise, ocorre a privatização do cuidado e de transferência de tarefas domésticas. Esses trabalhos asseguram a sustentação da reprodução da sociedade, porém, sofrem uma pressão crescente devido às contradições inerentes ao modo de produção neoliberal.
Hildete Pereira de Mello, economista e professora da UFF, esteve na banca da tese de Jordana e diz que o ponto mais difícil para mães é quando filhos têm entre 0 e 3 anos:
— Entre as mulheres de rendimento alto, 56% colocam os filhos na creche. As mulheres pobres não têm isso. E nas camadas médias, elas se retiram do mercado do trabalho. O ganho não compensa o gasto com creche. Se quer se pensar em liberar a mulher, tem que ter ensino em tempo integral.
A solução pode ser copiada de países como Uruguai e Argentina. Jordana diz que o Brasil corre o risco de viver uma crise de cuidados, com a combinação de mulheres entrando cada vez mais no mercado de trabalho e o envelhecimento da população. Um em cada quatro brasileiros terá 60 anos ou mais em 2040, mostrando a inversão da pirâmide etária, fenômeno demográfico muito recorrente nos países citados anteriormente.
— Esses países criaram um sistema nacional de cuidados e um orçamento que, do ponto de vista de gênero, envolve crianças e idosos. Vivemos uma situação cada vez mais dramática. Elas não darão conta de cuidar de seus idosos — diz.
Luciana, porém, tem notado mudanças na rotina. Na última reunião da escola de Helena, numa turma de 24 crianças,
havia 42 pais presentes, diversos estudos mostram que as atitudes de pais e professores podem afetar o desempenho educacional de meninos e meninas, bem como as crenças sobre suas capacidades e expectativas sobre o futuro, influenciando suas escolhas pessoais e profissionais, mostram que meninas que cresceram em famílias que apresentam preferências pelos filhos meninos apresentam desempenho pior em matemática do que as outras meninas. Os autores definem as famílias que preferem meninos como aquelas cujo número de filhos é maior quando o primeiro filho é uma menina ou famílias que tendem a não ter mais filhos quando ganham um menino.
Enquanto isso, meninos que cresceram em famílias que apresentam preferências pelas filhas meninas não sofrem prejuízos em aprendizado quando comparados a outros meninos. Isso sugere que as meninas são mais suscetíveis a atitudes potencialmente prejudiciais.
Os mesmos autores mostram que a socialização em casa explica uma parcela importante das disparidades acadêmicas
entre os gêneros. Os pesquisadores classificam as famílias segundo seus valores em relação aos papéis de gênero. Famílias cujas mães apresentam alto grau de concordância com as afirmações “o lugar de mulheres é em casa e não num escritório”, meninas que crescem nessas famílias possuem menores notas em matemática, provavelmente, porque formaram a crença de que mulheres devem desempenhar papéis diferentes dos homens, que não estão associados ao intelecto. Crianças (meninos e meninas) educadas nesse tipo de família tendem a reforçar esses valores quando chegam à adolescência, reproduzindo ideias como “competir com um menino na escola pode tornar uma menina impopular entre os garotos” ou “uma garota não deve deixar um menino saber que ela é mais inteligente do que ele”.
Filmes sobre crescimento
Uma seleção de animações para ensinar às crianças sobre mudanças, amadurecimento e fim dos ciclos da vida
Ver os nossos filhos crescendo num piscar de olhos é algo que abala qualquer pai e mãe, sempre pensando no que está por vir e todos os desafios dessa nova etapa. Esses momentos de mudanças podem nos deixar sem jeito e até receosos de como conversar com os pequenos sobre vários assuntos, seja sobre as responsabilidades que o crescimento nos traz, a necessidade de ter força para recomeçar quando algo fugir dos planos ou até sobre a necessidade do perdão nos momentos mais difíceis.
Em qualquer situação, sempre existe uma forma mais leve e descontraída de mostrar às crianças como todas essas fases e desafios, entre muitos outros, podem influenciar nossas vidas. No entanto, é importante ressaltar que, por mais difíceis que essas situações possam parecer, há sempre
uma solução à vista. Com isso em mente, preparamos uma seleção especial de filmes que deixaram uma marca profunda nos corações de muitas pessoas. Esses filmes são ótimos para serem revisitados, pois abordam temas importantes com uma combinação de delicadeza, descontração e uma boa dose de amor. Cada um desses filmes oferece uma perspectiva única e cativante, proporcionando uma experiência enriquecedora e reconfortante para espectadores de todas as idades. Assim, além de entreter, eles também ensinam valiosas lições de vida de maneira suave e envolvente.
Up! – Altas Aventuras (2009)
Depois da morte da esposa, Carl Fredericksen está prestes a perder o lar onde sempre viveu com a família. Para evitar que isso aconteça, ele enche a casa de balões e começa um voo rumo ao Paraíso das Cachoeiras, lugar que sempre sonhou em viver com a companheira. O filme fala de um jeito leve sobre a coragem de recomeçar.
Disponível no Prime Video
Red: Crescer é uma fera (2022)
Mei Lee, de 13 anos, enfrenta as difíceis transformações que chegam na passagem da infância para a adolescência. Seu maior desafio é aprender a lidar com o turbilhão de inseguranças e sentimentos do amadurecimento. Toda vez que passa por fortes emoções, se transforma em um panda-vermelho gigante.
Disponível no Disney+
Viva – A Vida É uma Festa (2017)
Numa tentativa de desafiar os pais, o pequeno Miguel acaba parando na Terra dos Mortos, onde vivem seus ancestrais. A história tem muitas tramas paralelas, mas mostra, especialmente, a importância do perdão e de ressignificar nossas perdas.
Disponível no Disney+
Toy Story 3 (2010)
Ao completar 17 anos, Andy precisa se mudar para ir para a faculdade e deixar para trás todos os seus antigos brinquedos. Os bonecos são doados e vão parar, então, em uma creche. Antes abandonados no sótão, agora Woody, Jessie e Buzz Lightyear descobrem uma nova realidade, em que há crianças para brincar com eles o tempo todo.
Disponível na Netflix
Educação positiva compartilhadas por mães na internet
Modo de criação se opõe a práticas punitivas e violentas, mas não nega a disciplina com as crianças e adolescentes
Quando Andressa Eberhardt, de 32 anos, engravidou de Luna, 8, ela sabia que queria criar sua filha de maneira diferente de como havia sido educada. Mas, não sabia que apenas a certeza de ser contra castigos físicos não seria suficiente para sustentar essa mudança.
“Quando minha filha tinha dois anos e pouco, eu notei que precisava de algo a mais, porque eu não estava conseguindo sozinha”, conta. “Não sabia o que fazer porque tinha conflitos diários com a criança e eu não sabia lidar. Eu sabia que era errado, não queria fazer isso, mas eu não sabia fazer diferente.”
Foi assim que, por meio de pesquisas, Andressa conheceu a educação positiva. Hoje, é educadora parental e compartilha suas experiências com a criação da filha em redes sociais, como Instagram e TikTok.
Segundo ela, o processo de melhorar sua relação com a filha envolveu entender que as mudanças precisavam partir de si mesma, e não da criança. “A gente chega num ponto da educação respeitosa que a gente cura quem nós somos mesmo, nossas feridas da infância. Não é romantizar, mas melhora muito o seu próprio entendimento das suas ações”, diz.
A educação positiva oferece uma abordagem fundamentada no respeito mútuo, na comunicação eficaz evalorização das emoções da criança. Ao invés de impor autoridade através do medo, busca-se construir uma relação com confiança e na cooperação. Essa mudança de perspectiva não apenas fortalece o vínculo entre pais e filhos, mas também permite que a criança desenvolva habilidades sociaisemocionais.
O que os psicologos dizem?
Para a psicóloga Manuela Moura, mestre em psicologia do desenvolvimento, a educação positiva de fato passa por entender que a responsabilidade pelas mudanças de comportamento deve partir do adulto, e não da criança.
A educação positiva é uma maneira de educar que busca considerar a criança como indivíduo próprio, além de respeitar as fases de desenvolvimento do ser humano. Quem pratica esse tipo de parentalidade discorda de atitudes punitivas e agressivas, o que não significa que não há disciplina ou conflitos.
“Durante muito tempo, medidas que hoje são consideradas práticas violentas foram consideradas práticas educativas”, pondera Moura. De acordo com a especialista, a discussão sobre educação positiva se inicia apenas após a concretização dos conceitos de infância e adolescência, e ganha força com marcos como o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990. “Antes, as crianças eram tratadas como miniadultos”, comenta.
Origem da educação positiva
A primeira vez que a teoria foi esquematizada e publicada como método de educação foi com o livro “Disciplina Positiva”, da psicóloga norte-americana Jane Nelsen, em 1981. A especialista colaborou com a terapeuta Lynn Lott para criar guias e programas de treinamento para adultos, que deveriam aprender a cuidar de crianças de acordo com os princípios da educação positiva.
“O adulto é quem precisa aprender a regular as suas próprias emoções e ações para ajudar as crianças”, aponta. O processo é longo e repetitivo, e consiste também em ensinar a criança a expressar os seus sentimentos e lidar com as consequências das próprias ações e atitudes.
Apesar de ter modificado a maneira como compartilha as experiências nas redes, segue produzindo conteúdo para mostrar que o método funciona na prática e tentar questionar os mitos que surgem em torno dele.
“Educação positiva não é deixar a criança fazer o que ela quiser. Isso é negligência.”
Pizza caseira de muçarela
Fazer pizza em casa do zero é a maior diversão! Ativar o fermento, preparar e abrir a massa, cozinhar o molho de tomate, escolher os recheios e montar a pizza.
TEXTO Rita LoboTempo: Mais de 2h Serve: 4 pizzas
Ingredientes massa
6 xícaras (chá) de farinha de trigo (cerca de 840 g)
2 colheres (sopa) de fermento biológico seco instantâneo (cerca de 20 g)
2 colheres (chá) de açúcar
2 colheres (chá) de sal
2½ xícaras de água morna
¼ de xícara (chá) de azeite
farinha de trigo para polvilhar a bancada azeite
Modo de preparo da massa
Numa tigela, misture o fermento e o açúcar. Regue com a água morna e, com a ajuda de uma colher, misture bem para dissolver. Deixe em temperatura ambiente até espumar – cerca de 5 minutos.
Enquanto isso, na tigela da batedeira, misture a farinha com o sal e abra um buraco no centro. Separe uma tigela ou outro recipiente grande e unte com 2 colheres (sopa) de azeite – ela tem que ter espaço suficiente para a massa crescer o suficiente.
Assim que espumar, despeje a mistura de fermento no centro da tigela com farinha. Adicione ¼ de xícara (chá) de azeite e misture, com uma espátula, apenas para incorporar.
Aproveite para chamar as crianças para a cozinha. Elas ajudam a abrir a massa e montar os recheios. Criança que entra na cozinha desde cedo e entende que alimentação é assunto prioritário tem mais chances de ter uma alimentação saudável na vida adulta.
Para sovar a massa: encaixe a tigela na batedeira com o gancho; comece a bater em velocidade baixa por 5 minutos; aumente a velocidade para alta aos poucos 15 minutos até formar uma massa lisa – ela vai descolar da lateral da tigela e formar uma bola no gancho da batedeira.
Com as pontas dos dedos, desgrude a massa da tigela da batedeira e transfira para o recipiente untado com azeite. Cubra com filme e deixe descansar por 1 hora, até crescer e dobrar de volume. Quando faltar 30 minutos para completar o crescimento da massa, preaqueça o forno a 250 ºC. Se for utilizar uma assadeira de pedra sabão, coloque-a dentro do forno ainda frio para aquecer desde o início.
Ingredientes recheio
1½ xícara (chá) de muçarela ralada grossa (cerca de 150 g)
½ xícara (chá) de tomate sweet grape cortados ao meio (90 g)
¼ de xícara (chá) de molho de tomate para pizza caseiro folhas de manjericão a gosto, farinha de trigo e fubá para polvilhar
Para assar a pizza de muçarela Polvilhe uma bancada lisa com farinha de trigo. Transfira a massa de pizza para a bancada e, com uma espátula (ou faca) divida em 4 porções. Separe uma porção da massa para abrir e cubra o restante com um pano de prato para não ressecar (se preferir, embale individualmente com filme e armazene na geladeira por 3 dias ou no congelador por até 1 mês).
Com o rolo de macarrão, abra a massa formando um círculo de cerca de 30 cm de diâmetro – lembre-se de sempre polvilhar a bancada com farinha para a massa não grudar.
Separe uma assadeira redonda e polvilhe o fundo com fubá – ele evita que a massa umedeça e ajuda a deixá-la mais crocante. Caso esteja utilizando uma assadeira de pedra sabão, retire-a do forno e polvilhe o fubá.
Dobre o círculo de massa ao meio e depois na metade novamente. Transfira para a assadeira e desdobre para abrir.
Se preferir, você pode utilizar uma assadeira retangular e abrir a massa num formato mais rústico.
Com uma colher, espalhe o molho de tomate deixando cerca de 1 cm de borda da massa livre. Polvilhe a muçarela ralada e disponha os tomates.
Leve ao forno preaquecido e deixe assar por cerca de 15 minutos até o queijo derreter e a massa dourar. Se o seu forno tiver a opção grill, deixe a pizza assar por 10 minutos em forno alto e mais 2 minutos no grill, até formar uma bordinha crocante e dourada. Retire do forno, adicione as folhas de manjericão e sirva imediatamente.
Para descongelar a massa deixe em temperatura ambiente por cerca de 2 horas antes de usar. Para utilizar a massa refrigerada deixe em temperatura ambiente por 30 minutos antes de usar.
Shutterstoc6 passeios para fazer em São Paulo
Além de parques temáticos e aquáticos, tem ainda fazendinhas, museus e escape rooms pensados especialmente para os pequenos
MagicCity
Revista ViagemO MagicCity possui uma área com piscinas cobertas e aquecidas a 36ºC, além de parede de escalada e tirolesa. Nos dias ensolarados em Suzano, também dá para encarar as demais atrações aquáticas. No toboágua Maverick, os banhistas sobem em boias para chegar a 60km/h em um trajeto de 155 metros de comprimento que termina em uma rampa gigante. Outros destaques são as pistas do Nitro-X, onde a graça é apostar quem escorrega mais rápido até a linha de chegada, e o descidão quase vertical do escorregador Kamikah. Os babys não ficam de fora da brincadeira: além das piscinas infantis, com toboáguas menores, há uma piscina de ondas e um balde que, de tempos em tempos, despeja 60 mil litros de água de uma vez só.
Infromações
Fica na Estrada do Pavoeiro, 8870 – Índio Tibiriçá – Suzano. Funciona diariamente, das 10h às 17h, o preço é a partir de R$ 45 por pessoa maior de 6 anos e R$ 18 por criança de 2 a 5 anos (o preço pode variar de acordo com o dia que você for).
“Você aprende enquanto se diverte” é um slogan justo para o Museu do Catavento, que divide o seu acervo em quatro seções. Em “Universo”, “Vida” e “Sociedade”, maquetes, sistemas solares e salas temáticas se mesclam para matar a curiosidade da criançada que está na fase dos porquês: os assuntos abordados vão desde a origem dos primeiros seres vivos até nanotecnologia. Mas é em “Engenho” que a turminha vai à loucura com os experimentos científicos. Um deles consiste em colocar a mão em uma bola eletromagnética que faz os cabelos ficarem em pé.
Informações
Fica na Avenida Mercúrio, s/n – Parque Dom Pedro II. Funciona de terça-feira a domingo, das 9h às 17h, o preço é R$ 15 por adulto e R$ 7,50 por criança
Museu da Imaginação
O objetivo do Museu da Imaginação é resgatar a criatividade na hora de brincar. Pode parecer banal para quem é milennial, mas faz muito sentido para os pais e responsáveis da geração alpha (nascidos a partir de 2010), cuja imaginação pode ficar limitada pela facilidade de se entreter com as telas. São 2.000 m² divididos entre três espaços expositivos, que abordam da Vinci, Mondrian e os grandes monumentos da história da humanidade, mais 12 áreas lúdicas. A estação de música tem instrumentos de verdade para os pimpolhos fazerem todo o barulho que quiserem.
Informações
Fica na Rua Ricardo Cavatton, 251 – Lapa de Baixo. Funciona de terça-feira a domingo, das 9h30 às 13h e das 14h às 17h30, o preço é de R$ 70 por adulto ou criança
Parque da Ciência
Revista Viagem
Após ficar fechado durante dois anos devido à pandemia, o Parque da Ciência reabriu. Localizado dentro do Instituto Butantan, ele possui uma grande área verde de entrada gratuita com serpentário, macacário e reptiliário. Pagando um ingresso único, é possível conhecer ainda o Museu Biológico, o Museu da Vacina, o Museu Histórico e o Museu da Microbiologia. Além disso, durante o mês de julho acontece a “Parada Animal”, com biólogos explicando para as crianças sobre algumas espécies de serpentes. . A atividade, sujeita a lotação, acontece às 10h das quartas-feiras e às 14h das sextas-feiras.
Informações
Fica na Avenida Vital Brasil, 1500 – Butantã. Funciona diariamente, das 7h às 17h, mas os museus só funcionam de terça-feira a domingo, das 9h às 16h, é gratuíto.
PopHaus
A unidade do Tatuapé possui 15 brinquedões infláveis em um espaço parcialmente coberto onde a brincadeira não se resume a pular sem parar. Depois de descer pelo escorregador de 12 metros de altura, as crianças podem se enfiar dentro de bolhas para jogar futebol. Ou brincar de se abaixar para desviar de troncos de espuma que giram sem parar e emendar em uma corrida para ver quem escala um paredão mais rápido. Enfim, é para se jogar sem medo de cair!
Informações
Rua Euclides Pacheco, 483 – Vila Gomes
Cardim. De terça a sexta-feira, das 13h às 20h, aos sábados, das 10h às 20h, e aos domingos, das 10h às 20h, o preço é a partir de R$ 60 por hora em uma área.
Exposição do mês
Pegadas do Pequeno Príncipe: exposição imersiva chega a São Paulo
A exposição Pegadas do Pequeno Príncipe fez sucesso no Rio de Janeiro, mas agora é a vez de São Paulo ser encantada por essa emocionante exposição imersiva. A partir de 23 de maio, o Shopping Vila Olímpia será o palco para uma nova temporada dessa jornada única.
Infromações
É livre para todas as idades. Fica no Shopping Vila Olímpia, São Paulo: vai funcionar entre 23/05 a 30/06; os horário e preços ainda não foram divulgados.
Sobre
Experiência emocionante no Rio de Janeiro e São Paulo. Conheça o mundo de Antoine de Saint-Exupéry
No Rio, o Pequeno Príncipe cativou os corações de todos que o visitaram. Com mais de 10 ambientes repletos de tecnologia, cenografia deslumbrante e espaços instagrameáveis, a exposição proporcionou momentos inesquecíveis para o público.
O Pequeno Príncipe foi o último livro escrito pelo aviador francês Antoine de Saint-Exupéry (1900–1944). Embora não tenha testemunhado o sucesso de sua obra-prima, que foi lançada nos Estados Unidos durante sua estadia de dois anos, você terá a oportunidade de explorar o mundo genial de Saint-Exupéry nesta experiência única.
Mãe fala sobre educação parental na internet
Isabelli Prates, mãe e influenciadora digital de 25 anos ajuda os pais a melhorar a conexão com os seus pequenos
Desde o início da carreira marido e pai das filhas de Isabelli apoiou e faz o possivel para ajuda-lá
Nascida e criada em Santa Maria, Isabelli Prates, de 25 anos, é mãe da Helena, de 5 anos, e Lívia, de 3 anos. As duas gestações ocorreram quando ela estava cursando odontologia, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Junto do pai das meninas, Henrique Araújo, de 27 anos, uma série de fatores fez com que ela reavaliasse a forma de criar suas filhas. Apesar de conhecer a disciplina positiva, ela sempre pensou que seria impossível colocá-la em prática.
A ‘virada de chave’ aconteceu durante a gestação da Lívia, no momento em que ela percebeu que estava distante da Helena, que na época tinha 1 ano e poucos meses.
— Eu percebia que ela ia até outras pessoas para buscar acolhimento. Eu percebi que se eu não fizesse essa mudança no nosso relacionamento, isso ia se alastrar por toda a vida dela. Eu sempre sonhei em ser amiga das minhas filhas, que elas pudessem contar comigo, para que eu pudesse ajudar. Foi nesse momento que eu percebi que se isso não mudasse, eu não ia ter esse ponto de conexão com elas.
Foi nesse momento que eu percebi que se isso não mudasse, eu não ia ter esse ponto de conexão com elas
A partir disso, Isabelli deu início aos estudos sobre a importância de estabelecer uma relação positiva com as crianças. Pouco a pouco, a rotina das pequenas foi ajustada. O uso de telas (TV, celular, tablet) foi reduzido, o tempo de qualidade aumentou e a comunicação virou um dos pontos principais para que tudo funcionasse.
Sem grandes planos, a partir de 2017, ela decidiu compartilhar pensamentos, dicas e a rotina com as filhas. E, aos poucos, foi conquistando a atenção de mães que também queriam aprender mais sobre o conceito. A partir do momento em que ela percebeu que isso não era apenas um hobby, ela iniciou os estudos profissionalizantes na área. Hoje, Isabelli possui mais de 370 mil seguidores no Instagram, rede em que o conteúdo é compartilhado diariamente.
Isabelli já foi convidada para diversos eventos devido a plataforma criada nas suas redes sociais
A importância de confiar no processo
As mudanças nunca são fáceis, principalmente para as crianças. Isabelli conta que os desafios são diários. É preciso trabalhar a paciência e entender que para os pequenos, as informações não são assimiladas da mesma forma que para um adulto. Algumas reações são esperadas e, muitas vezes, previsíveis.
A ‘birra’ pode assustar os pais durante este processo. Isabelli conta que, o choro, na verdade, é uma forma que a criança encontra de externar seus sentimentos e frustrações. O choro, muitas vezes, é visto como uma forma de ‘provocar’ o adulto, mas é importante ter a consciência de que isso não passa de um pensamento equivocado e enraizado na sociedade.
— Eles são impulsivos, não têm a capacidade de controlar as emoções. Essa é a verdade sobre o desenvolvimento infantil, eles não fazem nada para nos atingir, e sim, porque são imaturos, neurologicamente falando. Então, tu começa a mudar a maneira que tu enxerga teu filho, e vê aquilo como um comportamento natural das crianças durante o desenvolvimento delas.
Muitas mães acreditam que o método funciona apenas quando os filhos são pequenos. Algumas delas chegam até Isabelli, relatando que a criança está com 10 anos, ou até entrando na pré-adolescência. Em muitos casos, a educação punitiva é uma realidade para a família, onde a rotina é baseada em ameaças, violência verbal e física. Repreender não é a melhor escolha, já que faz com que o medo se torne parte da relação, e a falsa obediência pode trazer problemas futuros, onde o apoio necessário pode ser encontrado fora de casa.
— Dá tempo, sempre dá tempo. Quanto tempo ainda temos pela frente? Obediência cega não gera responsabilidade, e isso é visto na adolescência, onde a mentira e os segredos começam a surgir, e os pais percebem que não tem mais controle. Por isso é importante trabalhar a relação bilateral, onde o adulto não é superior.
Por que tem que ser sofrido? Por que sempre temos que ver pelo lado da escassez? A criança precisa entender aquilo que precisa ser feito, mas o processo não precisa ser
É importante trabalhar a relação bilateral, onde o adulto não é superior
doloroso. Isabelli fala muito sobre como é interessante abordar as situações do cotidiano com abundância. Ao invés de abordar a situação seguida de uma consequência negativa, por que não explorar algo prazeroso? Trocar o “vai tomar banho, caso contrário, tu vai ficar de castigo” pelo “nossa, eu amo tomar banho! Vamos lá, escolhe um brinquedo, vamos dormir bem cheirosos” faz toda a diferença.
Isabelli reforçou diversas vezes: educação respeitosa não é para funcionar. Não existem táticas e ferramentas para que o filho obedeça. Ela conta que não é sempre que as filhas colaboram, e isso faz parte do processo. — Temos essa visão que é preciso punir, castigar. O desconhecimento acaba causando o afastamento, por que falamos muito sobre gentileza, pedir desculpas.filhos.
Um dos pontos positivos que podem ser observados a longo prazo é a capacidade de saber reconhecer relações e ambientes que não são saudáveis. Quem vive em um ambiente violento, pode entrar em uma relação abusiva e não perceber os problemas, já que durante a sua criação, a violência era parte do cotidiano.
Confiar no processo é fundamental para sustentar uma abordagem de educação respeitosa ao longo do tempo. Isabelli destaca que as mudanças são contínuas e desafiadoras, especialmente para os pais que estão acostumados com métodos tradicionais de disciplina. É importante compreender que as reações das crianças, como birras e choro, são parte natural do desenvolvimento infantil, e não devem ser interpretadas como tentativas de manipulação. No entanto, muitos pais podem duvidar da eficácia desse método, especialmente quando seus filhos estão mais velhos e já habituados a um ambiente de punição e coerção.
Temos que lutar dia após dia contra nossas próprias feridas da infância
Rede de apoio
A reclamação de muitas mães é a falta de compreensão das demais pessoas que convivem com as crianças. Nesses casos, é importante ter o pulso firme e impor a decisão.
Aplicar os novos ensinamentos no cotidiano pode ser desafiador. Para os pais da Maria Luiza, de 2 anos e 8 meses, a educação respeitosa estava nos planos desde que eles descobriram a gravidez. Para a mãe, Eduarda de Araújo Batista, de 22 anos, os danos de uma educação tradicional, baseada na violência física e moral, foram sentidos desde sempre. O pai, Cleomar Iensen Abreu Junior, 22 anos, sempre optou pelas alternativas não violentas na sua vida, e acredita que não poderia ser diferente na criação de um filho.
— Era frequente o uso de ameaças e chantagens emocionais para conseguir manipular
Isabelli sempre que possível e desejado pelas filhas as incluem nos contéudos
meu comportamento. Eu queria fazer diferente, acredito que o conhecimento nos liberta. Procuramos todos livros, ebooks e cursos que pudemos comprar para aprendermos a criar uma criança compassivamente, para alinharmos nossos objetivos com a criação que gostaríamos de propor pra Maria. O estresse causado pelo trabalho e comentários negativos vindos de outros familiares são aspectos vividos com frequência pela família, que muitas vezes tentam desrespeitar, gritar e até mesmo bater na pequena, o que não é permitido pelo casal.
— Temos que lutar dia após dia contra nossas próprias feridas da infância para poder proporcionar um crescimento adequado para nossa filha. Sentar, ouvir, acolher, amar e cuidar é muitas vezes desafiador, mas compensa ver que quando ela tem um pro-
blema, dúvida ou medo ela corre pra gente e não da gente.. Queremos que ela saiba que sabe que seremos sempre o porto seguro dela. – acrescenta Cleomar.
Já Isabelli se considera uma pessoa de sorte, já que sempre teve o apoio da família. A infância da educadora parental foi recheada de bons momentos, herança que ela quer passar para as filhas. O papai, Henrique, fica distante das câmeras, mas sempre foi parceiro na hora de dividir tarefas e obrigações, para que nenhum ficasse sobrecarregado. Infelizmente, não é o caso de muitas famílias. Para quem foi criado com a educação punitiva, a aprovação dos outros é sempre necessária.
— É preciso dizer para essas pessoas que apesar do amor e respeito que sentimos por elas, nós temos nossos limites pessoais. Eu vou educar os meus filhos dessa forma. Não fomos ensinados a impor isso, mas cada família vai decidir o que é negociável ou não.
Mãe, educadora parental e influencer
O que começou como um passatempo, virou brincadeira de gente grande. Inicialmente, em 2017, Isabelli começou a compartilhar a rotina de criação das filhas, mas apenas para família e amigos. Hoje, ela é uma mentora para todos aqueles que seguem o perfil. Isabelli chega a receber 26 mil mensagens por semana, com dúvidas, opiniões e desabafos sobre o maternar.
Mesmo sem sofrer nenhum tipo de pressão, não auxiliar na renda familiar era motivo de preocupação. A quarentena fez com que ela aumentasse o fluxo das postagens, aumentando também o número de seguidores.
É importante dizer que o conteúdo disponibilizado por Isabelli fala sobre a vida real da maternidade, incluindo a falta de tempo, o cansaço, a pressão e tantos outros sentimentos que fazem parte do papel de ser mãe. A maior parte dos seguidores do perfil é composta por mulheres que ainda não são mães, e acompanham o conteúdo para aprender e quebrar o ciclo de traumas. Muitos seguidores
relatam que as situações compartilhadas pela influencer são vistas como um abraço na criança que eles foram um dia.
— Muitas vezes isso pode dar a entender que a gente odeia nossos pais. Não! Não é isso. Mas é inevitável que todos nós carregamos mágoas, nossos pais também, e os pais deles também. A educação respeitosa não é sobre mudar os filhos, mas sim, curar a nossa criança interior ferida, oferecer algo que eu não tive.
Isabelli segue sendo o ponto de contato de milhares de pessoas que acompanham o cotidiano dela com as filhas, e os ensinamentos que são repassados de uma forma leve e didática. Semear e levar esse conteúdo adiante ainda é o principal objetivo da mãe, que ama ensinar sobre respeito, compreensão, amor e carinho.
A educação positiva não é o mesmo que falta de limites
A parentalidade positiva está crescendo, mas isso não significa que as crianças podem fazer o que querem.
Por mais que muitos pensem que sim, a birra não é intensificada nos lares que aplicam a educação positiva
Aparentalidade autoritária está cada vez mais no passado, abrindo caminhos para uma educação positiva, focada em um desenvolvimento respeitoso e pautado no respeito aos sentimentos.
A tendência, no entanto, muitas vezes é não é bem vista: na internet, não são poucas as pessoas que confundem educação infantil positiva com falta de limites. “Educação positiva não é sinônimo de permissividade ilimitada.”
Embora a educação positiva valorize o respeito mútuo, a empatia e a comunicação aberta, também reconhece a importância de estabelecer limites claros e consistentes”, revela Tatiana Cicerelli, pediatra com Certificação Internacional em Disciplina Positiva pela Positive Discipline Association.
A confusão surge a partir da dificuldade de impor limites e regras de maneira positiva, visto que tendem a ser associadas ao choro, gritaria, castigos e brigas.
“É crucial estabelecer limites para o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças, porque esses limites fornecem estrutura, segurança e orientação necessárias
Limites fornecem estrutura, segurança e orientação necessárias para seu crescimento
para seu crescimento”, esclarece Larissa Fonseca, psicóloga clínica.
Por isso, é importante não confundir a educação infantil positiva com um mundo sem limites, e aprender a incorporá-la como aliada das regras.
Integrar a educação positiva ao estabelecimento de limites não apenas promove um ambiente seguro e estável para a criança, mas também a capacita a desenvolver habilidades de autorregulação e respeito mútuo. Ao invés de impor regras de maneira autoritária, os pais podem envolver os filhos no processo de estabelecimento de limites, explicando os motivos por trás das regras e incentivando a colaboração e o entendimento mútuo.
carinho até em momentos de falha evita ruidos na comunicação
O que é educação positiva?
A fronteira entre dar limites e ser autoritário sempre foi turbulenta. As gerações mais novas desejam quebrar os ciclos de parentalidade autoritária – na qual, em muitos casos, os problemas eram resolvidos a partir da violência, seja verbal, psicológica ou física – e optam por métodos que permitam um desenvolvimento cognitivo positivo e livre de medos.
“Diferencia-se de outros métodos de educação por priorizar o reforço positivo ao invés de punições, incentivando a comunicação aberta e o estabelecimento de limites de forma amorosa. Por sua vez, a educação positiva é vista como ‘fora da curva’ porque desafia conceitos tradicionais de disciplina baseados em autoridade e punição”, reflete Tatiana, sobre comentários.
É claro, o momento de ruptura com ciclos de medo não é fácil e requer trabalho emocional por parte dos próprios pais, mas é inegável que possui efeitos positivos no desenvolvimento da criança.
Além disso, diversas discussões têm sido retomadas nos últimos anos a respeito da efetividade de ferramentas de medo na educação infantil e, por sua vez, gera a dúvida se o medo é capaz de ensinar. É importante também praticar a empatia e o respeito mútuo, reconhecendo as necessidades e sentimentos das crianças, e colaborar com elas no processo de aprendizagem e desenvolvimento.
A educação positiva não apenas busca substituir o medo por compreensão, mas também reconhece a importância de uma abordagem holística para o desenvolvimento infantil, que inclui não só o aspecto cognitivo, mas também o emocional e social. Ao promover um ambiente de confiança e respeito, os pais e educadores capacitam as crianças a explorar o mundo de maneira segura e confiante, cultivando sua autoestima e habilidades de resolução de problemas.
Praticar a empatia e o respeito mútuo e reconhecer as necessidades e sentimentos das crianças
Os benefícios da educação positiva
A educação positiva, quando implementada com os limites adequados, pode trazer uma série de benefícios ao desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, entre os quais destaca-se a autonomia, autocontrole, empatia e resiliência.
“É importante também praticar a empatia e o respeito mútuo, reconhecendo as necessidades e sentimentos das crianças, e colaborar com elas no processo de aprendizagem e desenvolvimento”, pontua a psicóloga.
“Através da educação positiva, as crianças também desenvolvem habilidades sociais. A comunicação aberta e o respeito mútuo promovidos por ela ajudam os pequenos a desenvolverem habilidades de comunicação, empatia e cooperação, essenciais para interações sociais saudáveis”, explica Tatiana.
Positividade resulta em falta de limites?
Apesar dos diversos benefícios de um modelo de educação positiva, a compreensão e a parceria entre pais e filhos muitas vezes é confundida com permissividade total.
Isso tem levado a cada vez mais casos de crianças que são descritas como descontroladas, desrespeitosas e pouco conscientes em relação a quem os rodeia e, por sua vez, pais temerosos em estabelecer regras para o lar e o dia a dia. Mas uma coisa é certa: a positividade deve ser aliada dos limites.
“Uma educação sem limites e excessivamente permissiva pode resultar em crianças com dificuldade de autocontrole, falta de responsabilidade e respeito pelos outros. Elas podem apresentar comportamentos disruptivos, dificuldades de relacionamento e baixo desempenho acadêmico. Além disso, podem desenvolver uma visão distorcida da realidade, acreditando que podem fazer o que quiserem sem consequências”, alerta a psicóloga.
Os limites também proporcionam aos pequenos segurança, estrutura e organização, ajudando-as a entender o que é
Educação positiva busca criar um ambiente de apoio e compreensão
esperado delas, promovendo autodisciplina, autocontenção e responsabilidade.
“A diferença entre permissividade e positividade está na abordagem: enquanto uma educação permissiva pode permitir que as crianças façam o que querem sem restrições, a educação positiva busca criar um ambiente de apoio e compreensão, onde os limites são estabelecidos de forma amorosa e respeitosa, visando o bem-estar e o desenvolvimento saudável da criança”, coloca a pediatra.
Integrar a positividade ao estabelecimento de limites não apenas ajuda a garantir o bem-estar emocional e social das crianças, mas também fortalece o vínculo entre pais e filhos, promovendo uma relação baseada no respeito mútuo e na colaboração. É uma abordagem que reconhece a importância de orientar e direcionar as crianças.
É importante desde o início da vida respeitar as vontades e limites das crianças
Como quebrar o ciclo permissivo?
Mas, então, como quebramos o ciclo de permissividade? “Ao invés de punições e castigos, os limites são estabelecidos de maneira construtiva, enfatizando o que é aceitável e incentivando o comportamento desejado. Isso pode ser feito através do reforço positivo, da modelagem de comportamentos adequados e do estabelecimento de expectativas claras e realistas”, coloca Tatiana.
A psicóloga ainda acrescenta que é essencial fornecer apoio emocional e oportunidades para que as crianças expressem suas emoções e aprendam a lidar com elas de maneira construtiva.
Entre as possíveis estratégias para garantir que os limites estão na mesa, a pediatra pontua o estabelecimento de expectativas de forma clara e o reforço de comportamentos
desejados, utilizando elogios e recompensas para incentivar e reforçar os comportamentos positivos que estão alinhados com os limites estabelecidos.
É interessante redirecionar os comportamentos indesejados, oferecendo alternativas positivas e direcionando o comportamento da criança para uma atividade mais apropriada.
“Em vez de punições arbitrárias, permita que a criança experimente as consequências naturais de suas ações quando possível. Por exemplo, se a criança quebra um brinquedo por mau uso, ela pode não ter acesso ao brinquedo por um tempo ou pode ajudar a consertá-lo”, recomenda Tatiana.
Ao impor limites, coloque-se no lugar da criança e tente entender suas necessidades e perspectivas. Isso pode ajudar a abordar os limites de maneira mais empática e construtiva.
Aderindo à educação positiva?
Se você ficou curioso em relação a como implementar essas táticas em casa, a pediatra ainda pontua que, ao escolher o modelo, os familiares devem ter alguns pontos em mente:Ser modelo de comportamento: Os pais devem praticar o que ensinam, demonstrando respeito, empatia e comunicação aberta em suas próprias interações;Ser consistente: É importante estabelecer limites de forma consistente e aplicá-los de maneira justa e previsível.
Ser paciente: Mudanças comportamentais podem levar tempo e exigem paciência e persistência por parte dos pais; Fomentar o diálogo: Incentivar uma comunicação aberta e honesta com os filhos, criando um ambiente onde eles se sintam à vontade para expressar seus sentimentos.
Buscar apoio quando necessário: Não hesitar em procurar orientação profissional ou recursos adicionais, caso surjam dificuldades na implementação da educação positiva. Acima de tudo, procure manter a compostura e evite reagir impulsivamente diante de comportamentos desafiadores.
Expedição Yanomami
No Brasil, os yanomami somam aproximadamente 22 mil, vivendo na Terra
Indígena Yanomami
Õkãpoma, denominam os Yanomami, são aqueles que desafiam os riscos de uma viagem por caminhos desconhecidos para obter informações estratégicas sobre o inimigo, detectar a sua aproximação e prever eventuais ataques. Na nova luta que se trava na linha de frente do contato com o mundo dos brancos, essa é a estratégia dos Yanomami de hoje para defender o seu território, a maior Terra Indígena do país e uma das maiores áreas de floresta protegida do Brasil. Em outubro de 2014 uma expedição percorreu mais de 50km na borda leste da Terra Indígena Yanomami, estado de Roraima, buscando sinais de degradação e pressão ambiental promovidas por invasores não-indígenas. A viagem foi composta por oito indígenas Yanomami, dois indigenistas do Instituto Socioambiental (ISA) e dois comunicadores. Roraima, Brasil 2014.
POR Christian BragaCrianças indígenas e ensinamentos com a terra
Espaço também é um elemento educador e pode oportunizar aprendizagens relacionadas à natureza, à comunidade e ao desenvolvimento da autonomia das crianças
Nos últimos anos, a discussão sobre o desenvolvimento da autonomia entre as crianças ganhou força, e formas para que essa independência seja desenvolvida desde a Educação Infantil são constantemente discutidas entre especialistas, professores e familiares. Uma contribuição para esse debate pode vir das comunidades indígenas, em que a liberdade e a autonomia sempre fizeram parte da concepção de infância, e as crianças, desde cedo, são ensinadas a zelar pelo espaço.
“A criança indígena é tão autônoma que faz atividades muitas vezes consideradas apenas de adultos, como cuidar dos irmãos, ajudar os pais no cultivo e no preparo dos alimentos e se envolver nas atividades domésticas. Na nossa cultura é uma coisa natural”, comenta Adrieli Carol Marques Lopes, professo-
Nas comunidades indígenas, a relação com o território influencia fortemente a rotina na educação infantil
Para os indígenas liberdade e a autonomia sempre fizeram parte da concepção de infância
ra guarani na Escola Municipal Indígena Ramão Martins, na Aldeia Jaguapiru, em Dourados (MS).
Alva Rosa, doutora em Educação, professora e líder do povo Tukano, também descreve a importância da autonomia infantil para sua população. “Toda vez que você vai para o território indígena, vê as crianças pequenas nadando no rio, carregando os irmãos, carregando água, plantando. Isso é o nosso dia a dia, é o que fazemos. Ajudamos nossos pais, mas também temos o nosso tempo de brincar, de dormir, de estar com os nossos outros parentes e de ir para a escola. Isso é transmissão de conhecimento, sabedoria e compartilhar momentos”.
Projeto Plástico Tech_ Brincante que usa poesia com crianças indígenas para cuidar da natureza
Ela conta que quando uma criança vai para a roça com a mãe, ela vai recebendo orientações. “Hoje, adulta, eu sei o processo todo de fazer roça, beiju, farinha… E as crianças da minha família mostram com orgulho o que fizeram”, completa.
Para a etnia Haliti-Paresi, a autonomia também é importante, pois a infância é uma fase de construção de saberes de um povo. “A Educação Infantil é realizada com saberes da nossa comunidade. As crianças participam de tudo, e a relação com o território é constante, faz parte da sua formação”, destaca Geisy Iwanazokaero Dalbosco, professora na Escola Indígena Vandermiro Yamore, no Mato Grossow. “O aprender está ligado ao ambiente, e a aprendizagem da criança é ampla porque ela está livre dentro do seu território para aprender com sua família.
Rotina escolar e a relação com o território
O território onde as escolas estão influencia a prática pedagógica, pois esse espaço também é um elemento educador. Alva explica que é essencial considerar as infâncias indígenas que não acontecem em territórios demarcados ou em comunidades pequenas.
Há escolas em aldeias menores, com só 20 famílias, enquanto algumas têm 200 e outras chegam a mil famílias. Nas pequenas, há uma rotina muito familiar: todos, se reúnem pela manhã, comem juntos, o cacique ou responsável dá os avisos para a comunidade, os pais vão para a roça e as crianças para a escola. “Já em comunidades maiores não dá tempo de fazer o tempo comunitário todo dia, às vezes, só aos finais de semana. Quando passa de mil, a rotina muda: as coisas são divididas em vilas de aproximadamente 200 famílias e cada uma tem a sua programação.”
Primeira mulher indígena a obter o título de doutorado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Alva diz que a escola foi o instrumento utilizado para a destruição
É importante trabalhar a relação bilateral, onde o adulto não é superior
da cultura indígena quando os europeus chegaram aqui. E hoje, ela é o instrumento para a valorização dessa cultura. “Ela muda a rotina de uma aldeia, de uma comunidade, e nossas lideranças têm reivindicado políticas para os territórios que incluem demandas educacionais. Falamos muito que a Educação é prioridade, mas ela tem que respeitar a forma organizacional do povo e ser sua aliada”, defende.
O Decreto 6.861/09 determina que os povos indígenas têm direito a uma Educação escolar diferenciada, intercultural, bilíngue/ multilíngue e comunitária. Também inclui a contratação, preferencialmente, de professores indígenas, principalmente para a Educação Infantil, pois as crianças ainda estão aprendendo a falar e têm seu primeiro contato com o ensino formal.
“Aqui na escola temos o ensino em português e em duas línguas indígenas, perene e guarani, conforme a etnia da criança. Recebemos muitas crianças pequenas que já falam muito bem a língua indígena e teriam muita dificuldade se fossem para uma escola regular”, aponta Adrieli.
Segundo ela, uma série de fatores faz com que o calendário escolar não seja tão rígido. Em sua comunidade, as casas são longe da escola e as crianças utilizam ônibus. Durante o período de chuva, o tráfego fica muito difícil e os alunos chegam a faltar na escola. Como isso é algo já esperado, a escola está sempre preparada para alterar o calendário. Outro motivo de faltas é a necessidade do isolamento da criança em caso de doenças, pois são tratadas com remédios caseiros e rituais específicos.
Como Dourados é um polo universitário, muitas pessoas indígenas de várias etnias vêm para a cidade estudar e os filhos frequentam a escola. “E há não indígenas que moram na aldeia. São poucos os casos de preconceito, as crianças se dão bem. Lá fora, se uma criança indígena vai estudar
Para que a criança tenha o Teko Porã (bem-viver) precisa estar envolvida com as questões do território
na escola pode sofrer muito preconceito, a maior barreira. Eu mesma enfrentei muitos problemas quando era estudante”, relata a professora. “Para que a criança tenha o Teko Porã (bem-viver) precisa estar envolvida com as questões do território, com os ensinamentos da sua família, e a escola tem que respeitar isso”.
O que é etnoterritório
As comunidades étnicas influenciam e são influenciadas pelo ambiente ao seu redor. Etnoterritório diz respeito a um espaço geográfico ocupado e modificado por um grupo étnico específico, muitas vezes em conformidade com suas práticas culturais, tradições e relações sociais.
Experiências práticas com a natureza e a língua
Adrieli comenta que a escola onde trabalha nwo início, não havia muitas árvores. Professores e pessoas da comunidade fizeram um projeto e pediram mudas para a prefeitura. Inicialmente, o plano era ter muitas árvores ornamentais e frutíferas, mas não foram oferecidas muitas opções. “Nos deram mudas de nêspera, jatobá e jacarandá. Para os indígenas, o jatobá é frutífero e o jacarandá na nossa cultura é um remédio. Elas não eram conhecidas pelas crianças, então explicamos o que é cada uma. O cuidado com as plantas seguiu ao longo do ano.”
Além das roças, agora as crianças também entendem sobre o plantio e cuidado com árvores e com um jardim, que a escola também mantém.
Já na Escola Indígena Vandermiro Yamore, Sapezal (MT), uma atividade iniciada com as famílias repercutiu em sala de aula. Geralmente, as crianças vão com os pais colher frutas sazonais do Cerrado, como pitomba e mangaba. “Na coleta das frutas foi transmitido o conhecimento de seus antepassados, que caminhavam longas distâncias à procura de alimento”, conta a professora Geisy. “Na escola, elas aprenderam a importância das árvores e como preservá-las. Também desenharam, coloriram e aprenderam o nome dessas frutas.”
O que a relação das crianças indígenas com a natureza nos ensina?
Autonomia no espaço: o desenvolvimento gradual da autonomia é importante para todas as crianças, independentemente do território em que estejam. Busque formas de adaptar os espaços e a rotina da escola para que elas possam fazer o máximo possível de atividades cotidianas sem o auxílio obrigatório de um adulto. Por exemplo: é interessante que crianças pequenas, na faixa de 4 e 5 anos, consigam pegar água e se servir sozinhas.
Relação com a natureza: nos territórios indígenas, a forte relação com a natureza está dada pela proximidade espacial e pelos hábitos das famílias. Para pessoas não indígenas, isso nem sempre ocorre, mas pode ser incentivado, principalmente se a escola possuir um jardim, uma área verde, árvores ou mesmo uma horta vertical.
Maior participação da comunidade: a presença ativa das famílias e da comunidade na escola fortalece os vínculos de confiança entre todos. Organize momentos em que todos
possam conversar, fazer refeições juntos e realizar atividades coletivas propostas pelas professoras e pelos pais.
Escuta das crianças: a necessidade de seguir um currículo ou determinadas regras não pode impedir que as educadoras ouçam as crianças sobre o que elas desejam fazer. Aproveite para ensinar sobre a necessidade de negociações coletivas, para que saibam que o tempo precisa ser dividido entre as atividades em sala, as brincadeiras livres, as escolhidas por eles e as propostas pelos pais e responsáveis.
Tarefas domésticas para crianças
Por onde começar?
Primeiro, ensine o que a criança deve fazer. Demonstrar que você precisa de ajuda pode atrair o interesse dela e fará com que ela se sinta parte daquele momento.
Quais idades?
passar pano em superíficies cuidar dos pets regar plantas mover movéis
guardar roupas e brinquedos arrumar a cama arrumar o material escolar
Cuidados
Crianças precisam de acompanhamento ao cuidar da casa. Veja no que ficar de olho:
Não deixe que a criança lave os objetos de vidro na hora de lavar a louça, para evitar ferimentos
Para não correr riscos de queimaduras, deixe a criança bem longe do fogão e do forno quando usar a cozinha
tirar o lixo
lavar os brinquedos
Fonte: Correio Braziliense, G1
Infográfico e fotos: Rachel, Geovana, Natália,
ajudar com as compras ajudar a lavar os automóveis
Na hora de guardar o brinquedos, separe os pequenos para ter certeza de que a criança não vai engolir e engasgar
Deixe os produtos de limpeza longe de crianças, para evitar intoxicações
Fale para a criança não limpar lugares muito altos, ela pode cair e se machucar
A paternidade e o fantasma do afeto: sentir não é coisa de homem?
TEXTO Beto Bigatti ILUSTRAÇÃO Matheus FurtadoEm 2022, o que pode ameaçar um homem? Você pode pensar em câncer de próstata, doenças cardíacas, violência. Meu diagnóstico, porém, é que poucas coisas ameaçam tanto um homem quanto o afeto.
Isso mesmo, você leu bem. O afeto é uma assustadora ameaça para o homem educado no modelão machista vigente. Pense comigo: se o afeto e o sentir não nos pertencem, ato contínuo, o cuidar também não nos diz respeito.
Dia desses, caminhava pela rua abraçado ao meu filho. Dezessete anos e um metro e oitenta de altura. Éramos dois homens abraçados. E lembrei de uma história arrasadora: há alguns anos, pai e filho foram espancados em um centro comercial, porque caminhavam abraçados. Confundidos com um casal homoafetivo, outros homens viram nesta conclusão motivos suficientes para agredir dois homens que andavam abraçados.
A demonstração de afeto ameaça.
Sejam eles namorados, amigos ou simplesmente pai e filho.
Assusta o afeto que abraça. Aquele do toque que acalma, do olhar que acolhe, da escuta que envolve. Do cuidado que salva. O afeto da alma, que vem lá de dentro e transborda, derramando sua cachoeira abundante de bênçãos. Um bem maior que afeta esse afeto, a todos. Quem doa e quem recebe.
E apesar da riqueza contida nesse universo de afagos, ainda assim, somos educados, todos nós, os guris, a não sentir. Porque sentir não é coisa de homem. Você sabe, muitos homens vinculam qualquer tema a sua masculinidade. Das piores formas possíveis. O afeto e o cuidar não passariam ilesos.
Homem engole o choro.
Homem não sofre.
Homem não se arrepia!
Tudo isso é fraqueza, frescura. E nós somos o quê? Fortes! Machos!
Resolvemos tudo na base da cerveja e de um tapa bem dado nas costas enquanto bradamos “deixa de ser uma mulherzinha!”.
E assim, meus caros, uma geração de homens ameaçados pelo afeto me leva a vislumbrar uma causa provável para os números sufocantes do abandono paterno no Brasil.
Essa definição de criança saudável pode te surpreender
Existe um consenso social de que criança saudável é a criança bem adaptada a seu meio: obediente na escola e em casa, tira ótimas notas, chora pouco, está quase sempre alegre, empresta seus brinquedos, cuida do irmãozinho pequeno.
Nós, seres humanos, chegamos ao mundo sem saber quem somos, sem saber sequer que nascemos. Dependemos de outro para desenvolver nosso senso de “eu”, precisamos ser protegidos dos perigos inomináveis e sermos nutridos e acalentados, e de alguma maneira levamos esta condição de faltantes para o resto da vida, a isto Freud chamou de desamparo estruturante.
A verdade é que nem sempre a criança mais quieta ou obediente é a que se sente mais segura frente ao seu desamparo, e pode ser que efetivamente se sinta em perigo de rejeição quando precisa demonstrar seus medos, mostrar suas dificuldades, então simplesmente para, e entende que suas necessidades não têm lugar. Para preservar suas ligações de apego e afeto, precisa
desistir, ou pelo menos abrir mão parcialmente, de sua autenticidade e identidade.
Se ser saudável é manter em grande parte nossa autenticidade e criatividade para inventar modos de viver, sentir e se relacionar, temos aí um impasse frente ao que costumamos entender como saudável: a obediência e adequação frente ao que os adultos esperam da criança.
É certo que uma criança saudável pode ser muito colaborativa, mas não será pelos mesmos motivos da criança obediente e adequada. A colaborativa provavelmente se sente motivada a colaborar, a aprender com quem admira e se sente segura com os adultos que a cercam. A criança adequada que precisou desistir de parte de sua motivação e autenticidade para ser aceita pelos adultos e instituições – ou pelo menos não ser tão rejeitada – provavelmente obedece por medo.
Thais Basile é psicanalista, escritora, especialista em psicopedagogia institucional, palestrante, feminista pelos direitos das mulheres e crianças e mãe da Lorena. @thaisbasile.psi
“Mãe, hoje estou crescido e quero dizer que te perdoo”
Mãe, hoje estou crescido e queria dizer que te perdoo. Perdoo por você não ser como as mães dos comerciais de margarina com a casa sempre arrumada. Aquelas donas-de-casa impecáveis, com roupas engomadas e sempre sorridentes. Aliás, nem sempre você era dos sorrisos. Teve uma época em que você chorava muito. Chorou dias e dias quando a minha avó morreu e chorou por outras razões que quando eu perguntava, você nem queria falar.
Hoje eu entendo seu silêncio. Perdoo por você não ter dado conta de tudo, afinal agora que sou adulto, sei o quanto é difícil gerir uma casa, uma família, ter um emprego. E você tinha dois. Às vezes, três.
Entendo também o porquê você ficava tão chateada quando dizia que eu não valorizava os seus esforços. Eu não tinha a dimensão. Na verdade, ainda não tenho por completo , já que sou homem. E embora seja um homem preto, eu sei que não consigo dimensionar o quanto deve ter sido difícil criar dois meninos pretos, sendo mãe solo.
Porque embora eu conheça bem o viés racial, o machismo ainda é confluente a mim.
Te perdoo por ser imparável em combater comentários machistas que possam ter sido proferidos por mim em alguns momentos. Você sempre reforçou a importância de cada um cuidar da própria vida e de que todas as pessoas merecem respeito, independente da religião, gênero, orientação sexual ou escolhas de vida que não vão de encontro às nossas crenças. Eu achava um blá-blá-blá sem fim, mas um pouco a cada dia você me tornava um ser humano melhor.
Te perdoo por ter sido tão chata inúmeras vezes, me dando tarefas domésticas simples, mas que eu achava um saco fazer. Hoje, sou parceiro de vida da minha esposa, porque desde cedo aprendi a rotina de um lar. Eu não a “ajudo”, somos um time.
Maria Fernanda Dias entende que embora não tenha vindo a esse mundo apenas para ser mãe, vide seu currículo, a maternidade é um dos seus lados mais bonitos. @mariaqueescreve
volte sempre!
Envie comentários&sugestões pelo email comunicação@teko.com.br com seu nome completo, o que faz e de onde você fala…
ANO 1 | JUN 24 | 1º EDIÇÃO venda proibida
Bem-vindo!
Nós da equipe teko queremos desejar a todos pais, avós, tios e responsáveis por suas crianças boas-vindas a tekim, um almanaque infantil feito para ser lido junto dos adultos e das crianças! Acreditamos que através de uma educação positiva podemos construir e contribuir uma sociedade mais justa e igualitária.
Nesse almanaque, você encontrará tutoriais, dicas, resposta para as suas dúvidas e muito mais!
chapéu
Quem canta, os males espanta!
Criança não trabalha, criança dá trabalho!
Criança não trabalha
composição Paulo Tatit e Arnaldo Antunes
Lápis, caderno, chiclete, pião
Sol, bicicleta, skate, calção
Esconderijo, avião, correria, tambor
Gritaria, jardim, confusão
Bola, pelúcia, merenda, crayon
Banho de rio, banho de mar, pula-cela, bombom
Tanque de areia, gnomo, sereia
Pirata, baleia, manteiga no pão
Giz, merthiolate, band-aid, sabão
Tênis, cadarço, almofada, colchão
Quebra-cabeça, boneca, peteca
Botão, pega-pega, papel, papelão
Criança não trabalha, criança dá trabalho
Criança não trabalha
Lápis, caderno, chiclete, pião
Sol, bicicleta, skate, calção
Esconderijo, avião, correria, tambor
Gritaria, jardim, confusão
Bola, pelúcia, merenda, crayon
Banho de rio, banho de mar, pula-cela, bombom
Tanque de areia, gnomo, sereia
Pirata, baleia, manteiga no pão
Escute e cante junto!
Natureba
chapéu Abelha não faz mal abelha faz mel
As curiosidades sobre abelhas vão muito
além das funções mais conhecidas: a polinização de várias espécies de plantas e a produção do mel, produto que movimenta a economia e faz bem à saúde.
Esses pequenos insetos foram declarados como os seres vivos mais importantes e
insubstituíveis da natureza pela Sociedade de Geógrafos de Londres em 2009.
Sendo assim, conhecer as curiosidades sobre abelhas ajuda na conscientização das pessoas sobre a importância desses insetos para a vida continuar a existir no planeta. Você verá o quanto esses bichinhos são incríveis.
Descubra como as abelhas fazem mel
Talvez, essa seja uma das curiosidades mais populares desses animais.
Isso porque, desde pequenos, aprendemos que elas são as desenvolvedoras desse precioso produto, mas não sabemos exatamente como abelhas fazem todo o mel.
Elas possuem glândulas nas cabeças que secretam duas substâncias importântes: invertase e glicose oxidase.
Em contato com o néctar retirado das flores, essas substâncias reagem da seguinte forma: a invertase transforma o néctar em glicose e frutose, enquanto a glicose oxidase produz acidez, impedindo a fermentação.
As abelhas batem as asas freneticamente para secar o excesso de água desse néctar com enzimas e chegar à textura que conhecemos. O resultado é o delicíoso mel. É um verdadeiro milagre da natureza.
Você sabe qual é a importância?
Se você acha que esses animais só servem para produzir o mel, não os conhece de fato. Se tentasse imaginar o mundo sem eles, chegaria à conclusão de que não existiria vida.
A importância das abelhas está, sobretudo, no ato de
polinização, essencial para a manutenção da biodiversidade, a produção de alimentos e, por consequência, para a vida humana.
Porém, ainda assim, esses bichinhos estão entrando em extinção como resultado do desmatamento, das queimadas, do uso de pesticidas e agrotóxicos, sem falar no
aquecimento global e nas alterações climáticas, letais para esses pequenos insetos.
Ajude a abelha achar as flores
Ache a saída do labirinto para ajudar a abelha sair da colmeia e encontrar as flores!
Hexagonal sigma maze with 6 cells side
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Vamos colorir?
PINTE OS ANIMÁGICOS
Todos os porquês
Por que ajudar em casa?
Arrumar a cama, organizar os brinquedos, guardar as louças, cuidar do jardim... Já pararam para pensar como essas atividades podem ajudar? Introduzir os pequenos nessas tarefas diárias trazem diversos benefícios para todos nós e para o bem-estar da família inteira.
Quando colaboram com as atividades domésticas, são desenvolvidas noções de respeito, autonomia e responsabilidade.
Ao participar do processo, vocês entendem como funciona a dinâmica do lar, valorizando as atividades realizadas por nós, os pais. Além disso, se
Todos os porquês
sentem mais próximos da família, tornando-se mais confiantes.
E os pontos positivos não são só para vocês, pequenos. Pelo contrário, toda a família sente os benefícios em nossa rotina. Quando todos colaboram com as tarefas domésticas, ninguém fica sobrecarregado.
Percebemos que é dever de todos trabalhar pela organização e o funcionamento do lar, tornando o ambiente familiar mais compreensivo, gentil, agradável e unido.
Claro que, como tudo na vida, cada um tem o seu tempo e é muito importante que nós, pais, nos atentemos a isso quando formos orientar vocês nas atividades diárias.
Quando introduzidas desde o início e gradualmente, essas atividades deixam de representar algo ruim ou desagradável, para se tornarem parte da vida de vocês de maneira natural e saudável
Dicas para as Tarefas
Domésticas em Cada
Fase da Infância:
De 2 a 3 anos
Guardar seus brinquedos e calçados.
Levar as roupas sujas para o cesto.
Limpar pequenas superfícies. Tirar seu prato da mesa.
De 4 a 5 anos:
Arrumar a mochila da escola.
Tirar pó de alguns móveis.
Organizar itens da casa como livros e revistas.
Regar as plantas.
Ajudar a arrumar o quarto.
Todos os porquês
De 6 a 8 anos:
Ajudar a estender e retirar roupas do varal.
Lavar as louças de plástico e metal sem pontas afiadas.
Varrer e passar pano em alguns comôdos pela casa. Lavar o quintal.
Não se esqueçam!
É importante que meninos e meninas aprendam e ajudem nas tarefas, sem distinção.
O acompanhamento de um adulto responsável é indispensável.
Acima de 8 anos:
Limpar o próprio quarto.
Cuidar do animal de estimação.
Preparar lanches rápidos.
Trocar a roupa de cama.
Ajudar a preparar o jantar.
Além disso, precisamos ser pacientes e deixar o perfeccionismo de lado. Com o tempo, vocês vão aprendendo e desenvolvendo maiores habilidades nas tarefas executadas e, lembrem-se, os elogios são sempre uma ótima forma de motivação!
Como eu ajudo em casa!
As palavras deste caça palavras estão escondidas na horizontal e vertical
Tudo que eu posso fazer para ajudar em casa
LAVARLOUÇA TIRARPÓ VARRER
palavras estão escondidas na horizontal e vertical, sem palavras
S F H T F E G K E A H B M F S L A R T N T E R E R D A A Z T I W R E P L T H N V E A R T C S A T K E A
Agora é com você!
Vamos planejar nossas tarefas?
Você pode recortar e colar na geladeira, no quarto...
Tirinhas!
Salada de frutas cremosa
TEMPO DE PREPARO : 20 MINUTOS
RENDIMENTO: VARIÁVEL
NÍVEL DE DIFICULDADE: FÁCIL
Essa é uma das receitas mais fáceis para fazer com as crianças, além de ser super saudável!
Ingredientes
Frutas de sua preferência, como melancia, melão, banana, mamão, entre outras.
1 lata de leite condensado 1 caixa de creme de leite Suco de 1 limão
Modo de preparo da massa
1. Chame as crianças para lavar todas as frutas!
2. Em seguida, comece a cortar as frutas em pedaços pequenos. Ensine as crianças a cortar com cuidado para evitar machucados!
3. Coloque todos os pedaços em uma tigela grande e esprema o suco de 1 limão para evitar que as frutas oxidem.
4. Em outra tigela, misture o leite condensado e o creme de leite até obter uma mistura homogênea.
5. Despeje o creme sobre as frutas e misture delicadamente!
6. Coloque para gelar por 1 hora e está pronto!
Abobrinha recheada
TEMPO DE PREPARO : 40 MINUTOS
RENDIMENTO : 8 PORÇÕES
NÍVEL DE DIFICULDADE: MÉDIA
Quem disse que comer legumes tem que ser um problema? A abobrinha recheada pode ser uma ótima forma de fazer as crianças comerem mais vegetais!
Ingredientes
4 abobrinhas médias
2 dentes de alho amassados
50 g de queijo parmesão ralado
1 cebola picada
300 g de carne moída
2 tomates picados
Modo de preparo da massa
1. Corte as abobrinhas ao meio, no sentido do comprimento e tire cuidadosamente a polpa.
2. Cozinhe as abobrinhas em água fervente com sal.
3. Prepare o recheio, refogue a cebola e o alho com um pouco de óleo.
4. Adicione a carne moída, a pimenta-do-reino e o sal e deixe fritar bem.
5. Acrescente o tomate e a polpa picada da abobrinha e deixe apurar.
6. Salpique o queijo ralado sobre as abobrinhas e leve ao forno para gratinar e está pronto!
Todos os porquês
Por que eu devo reciclar o lixo?
Praticamente tudo o que você consome se torna
lixo: cascas de frutas, embalagens de produtos, restos de comida, um caderno com todas as folhas usadas. Após a separação entre reciclável e não reciclável, uma longa viagem começa a partir do recolhimento feito pela prefeitura de cada uma das cidades.
O lixo reciclável é levado por caminhões da coleta seletiva.
Os produtos separados na sua casa vão para cooperativas especializadas. Lá, são separados e vendidos para empresas produzirem novos materiais a partir do que foi descartado. O lixo não reciclável segue para uma estação específica. Na estação
Todos os porquês
Recicladores de lixo peruanos em um dia comum de trabalho no centro de reciclagem Peruano
que recebe o lixo não reciclável, um caminhão de lixo maior pega o entulho e leva para um terreno, chamado de aterro sanitário (local mais comum para descarte de lixo no Brasil).
Ao chegar ao aterro, o caminhão descarta o lixo em pontos específicos, onde o solo é impermeabilizado (para impedir a entrada de líquidos)
para receber o material orgânico (como restos de comida).
Em seguida, máquinas compactam o lixo. Ele é posto no solo e intercalado com camadas de terra. Dessa maneira, é possível evitar o cheiro ruim, contaminação e o aparecimento de ratos e insetos.
Ao descartar objetos cortantes, como o vidro, embrulhe os pedaços dentro de um papelão para não machucar o profissional responsável pela coleta.
No aterro, quando o lixo orgânico já está na terra, bactérias agem na decomposição. Esse processo dá origem a um líquido preto, chamado chorume.
Sempre separe o lixo que pode ser reciclado. Assim, menos espaço de aterro será necessário na sua cidade.
Reutilize o que puder dentro de
casa, como roupas, embalagens vazias e folhas de papel.A coleta seletiva de lixo é muito importante para toda a sociedade, pois muitas pessoas que trabalham.
Você também pode ajudar o meio ambiente fazendo a coleta de lixo seletiva em sua casa.
chapéu Mão na massa!
Vamos separar o lixo?
Ligue o lixo até a lixeira correta para ajudar na reciclagem correta!
chapéu Paral alguém especial
Para alguém que mora comigo
Você pode destacar e entregar os desenhos, ou apenas mostralós para a pessoa para quem você desenhou.
PARA VOCÊ QUE SEMPRE CUIDA DE MIM,
UM DESENHO ESPECIAL!
DE : PARA:
PARA VOCÊ QUE SEMPRE ESTÁ COMIGO, UM DESENHO ESPECIAL!
DE : PARA:
PARA VOCÊ QUE ME AJUDA NAS TAREFAS
DE CASA, UM DESENHO ESPECIAL!
DE : PARA:
Tirinhas!
Tudo que eu posso fazer para ajudar em casa
Respostas
As palavras deste caça palavras estão escondidas na horizontal e vertical, sem palavras ao contrário
S F H T F E G K E A H B
M F S L A R T N T E R E
R D A A Z T I W R E P L
T H N V E A R T C S A T
K E A A R H A E S H E E
D O B R A R R O U P A S
N R O L C O P L V A R N
H N A O A I Ó U A H O I
H N L U M H H T R E H S
S N A Ç A T I L R F W I
T U V A L K B O E O W S
T N S P X N R C R F H H
DOBRARROUPAS FAZERACAMA LAVARLOUÇA TIRARPÓ VARRER página 24
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