Entre mundos Adriana Nascimento olho para a sobra vejo aquilo que me assombra aquilo que violenta que reproduz violência também em mim
assisti a cena em choque, acordei não apenas assustada, mas aterrorizada calada, quase como alma penada
encontro equilíbrio e retiro dele luz e sombra desafio que fortalece profundo e noturno em sonhos e pesadelos
percebi na visão distanciada ao mesmo tempo situada tanto o homem quanto a mulher éramos eu mesma personagens que compunham a cena na praia paradisíaca
sonhei que havia nascido um pênis em mim a primeira preocupação: - e se ficar duro? sonhei novamente com ele, duro…
olho para os sonhos e os pesadelos, sem reproduções busco neles horizontes, respiros, sentidos e desejos
noutro sonho vestia um fraque branco para ir a um casamento em pesadelo, vi águas azuis caribenhas... nela, um casal trepava enquanto o homem a penetrava, também a afogava num gesto sádico e erótico ela não lutava… aceitava a morte de olhos arregalados Adriana Nascimento | São Paulo/ SP, Brasil | Reside em Ritápolis/MG, formada em Arquitetura e Urbanismo, é mestre em Urbanismo e doutora em Planejamento Urbano e Regional. Atualmente educadora e pesquisadora, atuando interdisciplinarmente com temáticas das artes, das urbanidades e políticas. Escreve por necessidade experimental. Escolheu participar da oficina por ter, junto das editoras da Revista Subversa, concebido a oficina como uma das ações do Programa de Extensão (R) urbanidades afro, latina e pan americanas e do grupo de pesquisa A.T.A.-UFSJ. OFICINA SONHOS PANDÊMICOS URBANOS E RURAIS | 17