Surfar #10

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hugo bittencourt, puerto escondido.





andré cyriaco

índice

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Rafael brasiliense, itacoatiara.

México: No Olho do Furacão

O fotógrafo Pedro Tojal registrou as tubulares ondas de Puerto Escondido.

Mexican Secrets

Direitas perfeitas e sozinhas implorando para alguém surfá-las.

Rio

Uma seleção especial de imagens do que rolou no outside.

Miss Surfar

Pela primeira vez na frente das lentes, Bia Rauta.

Surfar Art

Ithaka apresenta suas esculturas feitas à partir de pranchas de surf.










editoriAl

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RIO SURF CITY A Surfar chega a sua décima edição com 152 páginas mostrando o melhor do surf no Rio de Janeiro e no mundo. Para nós esse crescimento é motivo de orgulho, pois o trabalho está sendo reconhecido. Por onde passamos distribuindo a Surfar, leitores e simpatizantes do esporte estão sempre fazendo elogios e dando sugestões para novas pautas. Parece que de certa forma o surgimento da revista fez as pessoas resgatarem aquilo que estava meio esquecido, o grande potencial do Rio de ser a maior surf city do mundo. Não só pela proximidade das ondas, que são publicadas nas nossas páginas em todas as edições (como dá onda boa nessa terra...), mas pelo estilo de vida do carioca, o modo de vestir mais despojado, o espírito aventureiro, a vontade de estar bem fisicamente para pegar uma praia e o contato com a natureza dentro de uma cidade grande. Enfim, existem muitas outras qualidades que levam o surf a ser o esporte do momento entre os jovens. Basta ver que em vários anúncios na televisão há sempre uma prancha ou um surfista. O que não falta é escolinha de surf por aí para você dar suas primeiras remadas. Com a chegada

pedro ToJal

Felipe cesArAno ViVenciAndo o sonho de QuAlQuer surFistA: ÁguA Quente, ondAs tubulAres e cerVeJA gelAdA e bArAtA, no MÉXico. Foto dA cApA: pedro toJAl.

do verão é a hora de tirar aquela prancha de trás da porta e remar para o outside. Tá esperando o quê? Também é sempre bom lembrar que grande parte do sucesso da Surfar nesses quase dois anos se deve muito aos empresários, que mesmo diante da crise continuaram apostando suas fichas no Rio, divulgando suas marcas e querendo ver o mercado aquecido com as lojas de surfwear bombando de gente. Não podemos esquecer os patrocinadores que fizeram os grandes eventos de surf, ajudando assim a divulgar nossa cidade lá para fora, fomentando o turismo e a geração de empregos. Principalmente com a escolha do Rio para as Olimpíadas de 2016. Agora chegou a nossa hora! E essa atmosfera positiva que estamos vivendo para os próximos anos, com os investimentos que estarão por vir para a nossa cidade, que nos dá cada vez mais energia para continuar levando a você, leitor, uma revista com qualidade e muita água salgada correndo pelas veias. É por isso que Surfar é o nosso negócio! Um feliz 2010 para todos e boas ondas! Até o próximo swell... José Roberto Annibal

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MÉXico, hAWAii ou indonÉsiA? nAdA disso, essA ondA Foi surFAdA pelo locAl dudA gonÇAlVes eM uM diA clÁssico eM itAcoAtiArA. Foto: AndrÉ cyriAco

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O BIG RIDER CALIFORNIANO GREG LONG SURFOU NA REMADA A MAIOR ONDA DESTE ANO EM PUERTO ESCONDIDO, ENTRANDO NOVAMENTE NA BRIGA POR MAIS UM TÍTULO DO XXL. FOTO: GUSTAVO CAMARÃO

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Manoel caMpos

Wilson norA surpreendendo nAs ondAs grAndes de MAresiAs.

red nose toW-in internAtionAl 2009 A segunda edição do Red Nose Tow-In International, evento de tow-in com maior premiação do cenário mundial (mais de R$100 mil), rolou nos dias 1 e 2 de outubro na praia de Maresias, litoral Norte de São Paulo. A competição contou com participação dos maiores nomes do big surf brasileiro e a presença dos havaianos Garret MacNamara e Kealii Mamala, além do sul africano Grant “Twiggy” Baker. Após um primeiro dia com ondas grandes e show de tubos, com direito a três notas dez, o evento foi finalizado em condições menores e teve como campeões os nordestinos Wilson Nora e Paulo Moura, com os locais Alemão de Maresias e Flávio Caixa D’Água em segundo e Carlos Burle e Eraldo Gueiros em terceiro, repetindo a colocação da dupla pernambucana no ano passado.

Álvaro FreiTas

AbrAsp nÃo renoVA coM supersurF

ÚltiMA etApA super surF 2009.

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Após dez anos de muito sucesso, a Associação Brasileira de Surf Profissional (ABRASP) não renovou com a editora Abril o Circuito Brasileiro (Super Surf) para a temporada de 2010. Segundo a diretoria da Abrasp, a parceria terminou porque os atletas estavam insatisfeitos com o valor da premiação de R$ 100 mil reais por evento para ser dividido entres os surfistas melhores colocados. Além dos locais escolhidos pelos patrocinadores, onde nem sempre rolavam as melhores condições para o surf. Segundo Evandro Abreu, gerente de eventos da editora Abril, o Super Surf passou a ser etapas do WQS. “Estamos encerrando um ciclo e deixamos de herança um circuito forte, sério e com credibilidade. O Super Surf passa a ser aplicado em eventos que possam ajudar os brasileiros a conquistarem classificação para o ASP World Tour. Também haverá um aumento significativo no nível técnico das competições, que terão participação de surfistas do mundo inteiro e não só do Brasil. Enfim, acredito que o maior beneficiado será o surf brasileiro”, conclui. A partir do próximo ano, a ABRASP irá estrear um novo formato com cinco etapas e já está em negociação com uma nova empresa. O objetivo é dobrar a premiação e privilegiar ondas de melhor qualidade, voltando a ter cinco dias de duração, mas podendo ser realizado em dois, dependendo das condições do mar.



FÔlego nA bienAl do liVro

noVo site dA surFAr Está no ar totalmente reformulado o site da revista Surfar. Agora com muito mais interatividade, promoções, blog com as últimas notícias do surf, vídeos e galeria de fotos atualizados diariamente, além de bônus das matérias publicadas e das Misses Surfar, e todas as edições disponíveis em alta resolução. O endereço é o mesmo: www.revistasurfar.com.br , confiram!

O escritor australiano Tim Winton, autor do romance “Fôlego”, esteve na XIV Bienal Internacional do Livro, que aconteceu entre 10 e 20 de setembro no Rio de Janeiro. “Fôlego”, que chegou ao Brasil em 2008 e já está caminhando para sua segunda edição, conta como as aventuras da adolescência de Pikelet em cima de sua prancha de surf o ajudaram a crescer. Na Bienal, o escritor australiano participou no espaço Café Literário, e quando perguntado sobre a que ele atribui o sucesso de “Fôlego” em lugares de culturas tão diferentes disse: “Realmente não sei. Escrevo de um lugar diferente e com uma geografia muito particular, a costa oeste da Austrália. Por isso é uma surpresa que a história tenha encontrado audiência em tantos países e culturas diferentes”, concluiu.

AltAs ondAs nA internet

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sTepHanFigueiredo.BlogspoT.coM

Fabio Gouveia, considerado um ídolo para o esporte, utiliza seu blog como uma coluna. “Gosto de escrever quando tenho vontade, pois aí saem coisas legais. Geralmente atualizo uma vez por semana. Às vezes demoro um pouco mais, dependendo dos meus afazeres. Talvez agora com a minha pendurada de lycras nas competições, eu tenha mais tempo para atualizar constantemente ou criar algo paralelo”, afirma. Aliás, não existem apenas blogs de atletas, mas também de freesurfers, escolinhas de surf, revistas, assessorias de imprensa e marcas. O mercado do surf está conectado através da rede e com muita abertura para a interatividade. Segundo a jornalista Nancy Geringer, responsável pelo setor de comunicação da Hang Loose, a utilização de blogs dentro do site da empresa foi criado para gerar um ambiente onde os surfistas que representam a marca tivessem a oportunidade de interagir diretamente com seus fãs/internautas e viceversa. “Ao invés do público ser informado sobre os passos dos surfistas por releases e notícias, a idéia é que eles saibam tudo o que rola diretamente pelos atletas. Há algum tempo vejo os atletas com a iniciativa de criar e manter um ambiente para interagir com o público. Isso é uma atitude muito bacana, que só acrescenta à sua carreira”, afirma Nancy. por: liana azeredo

BlogkoXa.Wordpress.coM

Bloglog.gloBo.coM/carlosBurle

A cada dia que passa novos blogs surgem na internet. Cada um mais interessante que o outro e todos com um mesmo objetivo: gerar uma comunicação entre autores e milhões de internautas conectados à rede. Esporte, cultura, jornalismo, publicidade, entre outros, são inúmeros assuntos abordados nestas páginas pessoais espalhadas pelo Brasil e no mundo. O sucesso de tal febre deve-se a dois fatores: são fáceis de fazer e permitem muita interatividade, juntando texto, fotos, desenhos, animações, vídeos e músicas. Para ter um blog não é necessário saber nada sobre criação de páginas na internet, como no caso dos sites. Agora na onda dos blogs chegou de vez o surf. Vários atletas aderiram à mania agradando aos fãs e seus patrocinadores, já que muitos estão colocando seus blogs nos site das empresas que representam. Tudo começou como uma espécie de diário eletrônico, porém seu uso tomou tanta grandiosidade que hoje cada surfista quer ter o seu. Num blog, você consegue acompanhar a vida da big rider Maya Gabeira e saber detalhes escritos por ela mesma sobre suas aventuras. Ou quem sabe bater um papo com o longboard Phil Razman, Binho Nunes, Fabinho Gouveia, Guilherme Tripa, Bruninha Schmitz, Silvana Lima, Felipe Cesarano, Marcelo Trekinho, entre outros. Tem surfista que não acaba mais na rede.



pedro MonTeiro

rAnKing sub-20 sul-AMericAno APÓS 3 ETAPAS: 010203040506-

JAdson AndrÉ VoAndo pArA o título do pro Jr.

Miguel Pupo (SP) – 2.330 pontos Alejo Muniz (SC) – 2.130 pontos Caio Ibelli (SP) – 2.010 pontos Jerônimo Vargas (RJ) – 1.860 pontos Magno Pacheco (SP) – 1.830 pontos Jessé Mendes (SP) – 1.700 pontos

JAdson Vence o pro Junior no ArpeX O potiguar Jadson André confirma o favoritismo e fatura o último título do Oakley Rio Surf Pro International, na Praia do Arpoador, encerrando a série de eventos que começou com as etapas do WQS Masculina e Feminina. Jadson surfou muito bem todas as baterias que disputou e provou por que é o atual vice-líder do WQS. Na final contra o amigo Miguel Pupo, procurou ficar longe do adversário quando não tinha prioridade. A tática deu certo. Com batidas retas, rasgadas e muita velocidade, arriscou tudo para sair com o título do Rio. O placar final mostrou o alto nível dos competidores: 16,90 x 16,16 pontos dos 20 possíveis. “Nós fizemos uma bateria tranquila, cada um

pegando suas ondas. Quando ele estava no pico lá na pedra, eu ficava aqui no meio, quando a prioridade era minha a gente trocava, surfamos tranquilos para quem surfar melhor vencer”, falou Jadson, que já confirmou seu nome no time sul-americano Sub-20 para o Mundial Pro Junior, no início do ano na Austrália. O líder continua sendo Miguel Pupo, agora seguido por Alejo Muniz, com Caio Ibelli ficando sozinho em terceiro lugar e o carioca Jerônimo Vargas caindo da segunda para a quarta posição.

Álvaro FreiTas

estAduAl pro resiste

Filipe brAZ deFendendo o título.

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lÉo neVes leVou A Melhor no cAriocA pro.

Aproveitando o Oakley Surf Pro Internacional com três eventos em sequência (WQS, Feminino e Masculino, Pro Junior), a Federação do Rio realizou durante a semana a segunda etapa do Circuito Estadual Profissional. Como um verdadeiro clássico carioca, quatro surfistas do Rio, que já representaram o Brasil na elite mundial, decidiram o título no Arpoador. Léo Neves levou a melhor contra Yuri Sodré, Victor Ribas e Pedro Henrique. Até o minuto final, os três competidores ainda tinham condições de ultrapassar Léo, mas o dia era mesmo dele. Como nenhum adversário conseguiu outra onda excelente, só restou Léo levantar os braços e comemorar após o toque da buzina de término da bateria. “Gosto muito do Arpoador. Perdi a chance de fazer um bom resultado no WQS, mas estou satisfeito em ter vencido esta etapa do Carioca. Estou amarradão”, disse ele, que luta para voltar ao WCT. A terceira e decisiva etapa do Circuito Estadual Pro, que irá definir o campeão estadual, acontece de 6 a 8 de novembro na praia de Grumari.



Marcela Witt é uma daquelas garotas que não consegue ir à praia e ficar apenas pegando sol. Desde pequena já praticava vários esportes sempre com o incentivo da família. Seu avô foi um dos primeiros a voar de asa delta no Brasil. No surf, ela teve seu pai, Marcos Witt, como professor. No entanto, Marcela queria ir mais longe. Começou pelo windsurf e há dois anos a carioca vem se destacando no kitesurf. Entrou o vento, a estudante de moda não perde uma session no Pepê, onde vem voando alto nas duas modalidades preferidas: kitewave e freestyle. Qual manobra do surf se consegue fazer com o kite? Qualquer manobra. Ele não te impede de fazer nada e até ajuda o surf a ficar mais fácil. No surf, faço o básico, já com o kite consigo ter velocidade. Se eu estiver atrasada na onda, o kite me coloca no lugar. Qual a praia aqui no Rio que tem as condições ideais para treino? O Rio tem pouco vento para velejar e muito vento para ficar na praia. Quando entra o vento é ótimo, mas é difícil entrar aquele dia clássico. Eu costumo ir para Arubinha, na Região dos Lagos. Mas no meu dia a dia procuro velejar na Barra, posto 2. Quais são as suas modalidades preferidas no kite? Tem a regata, que são bóias dentro d’água e você tem que contorná-las, mas não gosto muito porque demora e não sinto que estou me superando. O kitewave é você surfar de kite. Eu acho muito legal, principalmente quando está rolando onda. E a última modalidade é a freestyle, que é fazer manobras, dar uns aéreos. Quando o mar está flat, essa é a que eu mais gosto. Você acha o kitesurf um esporte perigoso? Acho muito engraçado como as pessoas costumam pensar a respeito disso. Hoje ouvi dizer que um cara perdeu a cabeça porque se enrolou na linha. Isso não acontece assim. É claro que se deve ter cuidado, as linhas realmente machucam. Mas se você aprender numa escolinha com as pessoas certas, tomar cuidado e não pegar seu kite e sair de qualquer maneira, o esporte é tranquilo. Já fez alguma surf trip? Quando penso em viajar escolho um lugar de praia, principalmente se for com meu pai. Sempre levo minha pranchinha 5’8 do Beto Santos para qualquer destino. Mas nunca fui só para surfar. Já viajei preparada para velejar. O ideal é encontrar um pico que tenha a combinação perfeita: surf e vento.

divulgação

Você costuma fazer os catálogos da Bintang. Já pensou em seguir a carreira de modelo? Risos... Nunca pensei em ser modelo. Comecei a fazer os catálogos da Bintang porque sou da equipe. Além disso, o pessoal é muito espontâneo. Já fiz outros trabalhinhos, porém nada muito grande. Mas faria outros se fosse chamada.

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Mande um recado para os leitores da Surfar. Que cada um pense como está colaborando para ajudar na preservação da natureza. Também ver se isso é o bastante para desfazer todo esse estrago feito, principalmente nós que praticamos esportes no mar e temos a praia quase como uma segunda casa. Vamos preservar!

divulgação quiksilver

KitesurFing coM estilo



SURF E YÔGA

por: roger FerreirA

O que o surf e o yôga têm em comum? O instrutor carioca Edi Lisboa tem a definição perfeita para explicar essa ligação: “Costumo dizer que o surf é outra forma de yôga, porque ao final de uma sessão de surf ou de uma prática de yôga, a sensação de bem-estar, extremo prazer e satisfação é a mesma.” Alguns dos melhores surfistas do mundo praticam. Nomes de peso, como Kelly Slater, Garret MacNamara, Yuri Sodré, André Gioranelli, Teco Padaratz, Tom Carrol, Dadazinho, Maya Gabeira, Carlos Burle afirmam que o yôga os ajuda bastante, proporcionando força, flexibilidade, alongamento, respiração e concentração. Entre os benefícios diretos que a prática de yôga trás como atividade complementar para o surf se destaca a estabilização das articulações dos ombros, joelhos, bacia e lombar, fundamentais para os surfistas. Os exercícios também fortalecem a musculatura, protegendo as articulações e prevenindo lesões. Para os atletas profissionais, a prática regular do yôga proporciona resultados ainda mais profundos. “O trabalho estrutural é fundamental, já que com o maior conhecimento do corpo se consegue elevar os resultados de um atleta profissional. A concentração conseguida com uma prática regular de meditação e de pránáyámas (exercícios respiratórios) também é primordial para um competidor, pois promove o encontro consigo mesmo, facilitando lidar com a pressão em um momento decisivo de uma bateria, por exemplo,” ressalta Edi, praticante há 17 anos. Na sua rotina diária, ele acorda às cinco da manhã, faz suas posturas, exercícios respiratórios e vai dar um confere no mar da Barra da Tijuca.

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O surfista profissional carioca Alexandre Almeida, o Dadazinho, recorreu ao yôga há 16 anos inicialmente em função da dificuldade que tinha para ganhar força muscular. “O yôga foi a maior descoberta da minha vida. Aprendi com ele que a força não está nos músculos, e sim na mente. Que não adiantava eu ganhar peso e ser inseguro, ou não saber usá-la de forma correta. O yôga não é força, é resistência respiratória, o que também é muito importante para o surf”, relata. O atleta se identificou tanto que resolveu aprofundar-se ainda mais. E completa. “Estudando mais o yôga descobri um universo muito rico, com valores que só quem pratica de verdade entende.” Dadazinho pratica yôga pelo menos duas vezes por dia. Caso contrário, faz questão de frisar que fica fora do eixo e não consegue surfar bem. “Procuro fazer uma prática de acordo com as minhas necessidades do dia. Se eu tive um dia muito forte de treinos, faço determinados asanas (posições) para fortalecer ou relaxar aquela região que foi muito trabalhada no surf. No dia que não tem onda e meus treinos foram leves, procuro fazer uma prática de asanas e pránáyámas (exercícios respiratórios) mais intensa, com uma meditação profunda e longa no fim, para que meu corpo possa receber todos os benefícios daquela prática”, finaliza o atleta. Outro renomado professor, Pedroca de Castro, foi um dos que melhor conseguiu definir a ligação estreita do surf com o yôga: “Dentre todos os esportes de ação, o surf é o que está mais intimamente vinculado ao yôga. A relação do surf com a natureza é tão intensa quanto à do yôga. Quando o surfista permanece por alguns segundos no tubo, essência do surf e útero da onda, a sensação é idêntica à da meditação. Há 35 anos faço do surf meu estilo de vida e do yôga minha filosofia”, filosofa Pedroca.

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FoTos: ana silvia

edi lisboA prAticAndo yogA Antes do surF.



andré Breves

CAGARRAS

VisuAl dAs ilhAs cAgArrAs e suA FAunA AbundAnte.

UM PARAÍSO ESQUECIDO DOS CARIOCAS por: AndrÉ breVes

Situada a 4 km da ponta do Arpoador, em frente às praias de Ipanema e do Leblon, o Arquipélago das Cagarras é uma das mais belas paisagens da cidade do Rio. É formado por um conjunto de ilhas e rochedos, sendo as mais próximas ao continente a Lage da Cagarra, a Ilha Cagarra propriamente dita e a Ilha das Palmas. Não visível das praias ficam a Ilhota Cagarra (Filhote da Cagarra), Ilhota Pequena (Matias) e Ilhota Grande (Praça Onze). E mais distante estão a Ilha Comprida, a Ilha Redonda, a Ilhota Redonda (Filhote da Redonda), a Lage da Redonda e a Ilha Rasa. As “Cagarras”, desconhecidas da maioria da população do Rio, são consideradas um paraíso dos cariocas e vistas como um encanto a mais das praias da zona sul da cidade. Nas ilhas não há construções, salvo algumas sinalizações para navios e estabelecimentos da Marinha brasileira na Ilha Rasa. Elas não têm fontes de água doce, praias e em nenhuma existe um lugar adequado para as pessoas saltarem. Assim, poucos visitantes são vistos por lá. Somente pescadores, lancheiros, canoístas ou praticantes de esportes e amantes do mar. Dizem que alguns surfistas já aproveitaram o mar forte na Lage das Cagarras, com a ondulação de leste e em condições certas. Não há consenso sobre a origem do nome “Cagarras”. A mais aceita seria devido à grande quantidade de excremento das aves marinhas que habitam e sobrevoam o arquipélago. Elas se alimentam principalmente de peixes e depois excretam as suas refeições nas paredes rochosas das ilhas, manchando-as de branco. Das praias são visíveis faixas verticais esbranquiçadas sobre a rocha desta ilha. A rica avifauna marinha, dentre elas atobás, gaivotas, fragatas, biguás, garças e até urubus, utiliza principalmente a Ilha Cagarra para fazer ninho, descansar e se alimentar. O arquipélago abriga diversificada vida terrestre, incluindo animais como cobras e lagartos. Um levantamento realizado em 2007 indicou a presença de 157 espécies de vegetais, sendo a vegetação típica da mata atlântica, com bastante ocorrência de bromélias, orquídeas e árvores como palmeiras.

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A vida subaquática é sem dúvida de grande beleza e importância. Nas suas águas pode ser encontrada uma enorme variedade de peixes, crustáceos (ex: lagostas), equinodermas (ex: estrelas do mar), moluscos (ex: mexilhão) e algas, além de tartarugas, golfinhos, baleias e tubarões. Infelizmente o arquipélago sofre perturbações provocadas por seres humanos irresponsáveis e de hábitos não sustentáveis. Dentre as atividades predatórias, destacam-se a pesca de arrasto e a com espinhéis, realizadas por barcos de pesca industrial, além da utilização de compressores e de redes de malha fina. Durante anos alguns pescadores vêm utilizando bombas, que após a explosão expõem e matam peixes, dentre vários outros seres vivos. O paraíso sofre também com a pesca esportiva em locais indevidos e com a visita descontrolada de aventureiros e pescadores que raspam os mariscos dos costões de forma abusiva, depredam a vegetação e poluem as ilhas com lixo inorgânico. Além disso, o arquipélago convive com a pressão da urbanização bem próxima, com o deságue intenso e crônico do esgoto in natura vindo do emissário submarino de Ipanema. Esse impacto sobre a fauna e flora marinha é pouco conhecido, principalmente no que diz respeito à contaminação de mariscos e outros organismos da qual o homem se alimenta. Atualmente está em tramite no Congresso Nacional um projeto de lei que prevê a transformação do arquipélago em monumento natural, com a finalidade de preservação das espécies que habitam e o frequentam. O Ibama apresentou um novo projeto de unidade de conservação que abrange, além de todas as ilhas, uma zona adjacente de dois quilômetros. Porém, essa decisão pode não considerar a sustentabilidade dos recursos naturais com a geração de empregos nos setores da pesca, turismo e esportes náuticos.



GabrielgAbriel Medina porMedinA Beto Santos. por

beto sAntos

Surfar na linha da onda é o ponto forte do Gabriel. Com essa característica procuro fazer um fundo com muita projeção, equilibrando a entrada e saída d’água nessa área plana até as quilhas para obter o maior planeio possível, e proporcionar a chegada no lip com velocidade e segurança. Ele usa o fundo da prancha com inteligência, e isso faz toda a diferença em relação aos outros. Esse moleque tem uma cavada que me deixa orgulhoso. Sempre gostei de surfistas que usam a base da onda com inteligência ao invés de ficar mexendo a prancha pra pegar velocidade. Ele se

Surfar na linha da onda é o ponto forte do Gabriel... – Beto Santos 54

posiciona com as pernas flexionadas imprimindo pressão a prancha. As rabetadas e aéreos que vemos hoje em dia vieram com o tempo. Ele só tem 15 anos, aonde esse moleque vai parar? As pranchas do Gabriel têm basicamente as mesmas características: 18 de largura, dois e um oitavo de flutuação, full double concave e rabeta round, que mantém ainda mais o controle. É um trabalho de muita responsabilidade, que precisa da colaboração de todos os envolvidos no processo de fabricação, pois o laminador e o lixador são fundamentais para que a prancha fique bem leve e com as características de fundo perfeitas.

beto sAntos por gAbriel MedinA As pranchas do Beto têm bastante projeção e velocidade, facilitando fazer manobras fortes e aéreas. Ao mesmo tempo ela segura bem nos tubos, mesmo com muita velocidade, proporcionando que eu consiga inverter a prancha com facilidade. Tenho utilizado as pranchas feitas pelo Beto para surfar nas sessões de treinos e competições que tenho participado. Surfo com as pranchas do Beto desde os 10 anos.

“As pranchas do beto têm bastante projeção e velocidade, facilitando à fazer manobras fortes e aéreas.” — gabriel Medina

´alvaro FreiTas

Os shapers brasileiros são em parte os grandes responsáveis pelo surgimento e formação de promissores talentos, que posteriormente representam a bandeira verde e amarela nas melhores ondas do planeta. Prova disso é a relação do shaper carioca Beto Santos, há 30 anos fabricando pranchas para alguns dos melhores surfistas do Brasil, com o garoto Gabriel Medina, 15 anos, que vem arrepiando e vencendo eventos no Brasil e no exterior. “O Charles Serrano, que surfa com minhas pranchas há muito tempo, ligou dizendo que o enteado dele estava surfando direitinho e queria que eu o visse. Ele me enviou uma fita de vídeo cassete com as imagens do garoto e não acreditei. O moleque com dez anos tinha uma leitura de onda impressionante que me chamou atenção. Respondi de imediato que iniciaríamos um trabalho com ele. Na sequência, comecei a fazer os arquivos para o Medina, arquivos que guardo até hoje, desde 5’2”, relata.

divulgação quiksilver

pedro MonTeiro

beto sAntos e gAbriel MedinA


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O que você acha do surf como esporte de exibição nas olimpíadas do Rio em 2016 ?

Luiz Campos Pinga

Lula Menezes

Oakley Pode nos levar a outro patamar em termos de eventos e patrocínio, mas devemos estar atentos para não perdermos o feeling do surf, nosso life style e conceito.

Wetworks O Rio respira e vive surf o ano inteiro. Será uma grande oportunidade para ganhar mais visibilidade com sua plasticidade e ligação direta com a natureza.

Piu Pereira

Ângela Bauer

Márcio Bacana

Mídiabacana Temos 8.500 km de costa e milhares de praticantes. O surf tem valores jovens, saudáveis e desafiadores que agregam muito no lifestyle.

Laila Werneck

Quiksilver MKT Teria tudo a ver o Rio inaugurar o surf olímpico. Seria a cidade ideal para isso. Vou ficar na torcida para acontecer.

Longboarder Uma excelente divulgação para os atletas e das praias brasileiras. Espero, se isso acontecer, que as empresas de surfwear comecem a patrocinar com mais seriedade.

Produtora de eventos O surf encanta a todos que o observam e muda a vida de quem o pratica. Já está na hora de ser um esporte olímpico. E nada como uma exibição com nossos melhores representantes para encantar os dirigentes do evento.

Phil Rajzman

Marcelo Andrade

Paulinho Toy

Longboarder Quem sabe em 2016 não será a nossa chance de mostrar ao mundo olímpico a beleza do nosso esporte, expressado através de sua mais admirável essência, o mar.

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ABRASP O esporte a cada ano aumenta sua popularidade e dentro de um evento desse porte passaria a ser encarado de outra forma.

Quiksilver Rio Muito difícil um esporte com julgamento tão polêmico e subjetivo ter espaço nas Olimpíadas. Fora o doping, é claro.

Eduardo

Lojas 900 Graus O esporte tem que ser muito mais profissional para chegar à Olimpíada.

Fernanda Gentil

Apresentadora do SporTV O surf desenha perfeitamente o que foi mostrado ao Comitê Olímpico Internacional. É o retrato falado da beleza das praias, da natureza, do contato do homem com o meio ambiente. Sem dúvida, o esporte que melhor descreveria as Olimpíadas de 2016.

Klécio

Lojas K&K Isso irá representar o desejo de toda uma geração. Porque todo jovem ou surfa ou sonha um dia em surfar.



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1 - A artista Ana Paula posando com sua arte. 2 - Oskar Mentsavaht registrando o WQS no Arpoador. 3 - Nova safra do surf competição: Daniel Gonçalves, Samuel Igo e Ian Guimarães. 4 - Rafael Neto batendo seu ponto na Prainha com a família. 5 - Equipe Oakley no Arpex: Pinga (Manager) Danilo Costa, Miguel Pupo e Jadson André (ver- Palavra Final). 6 - A presença de Luiz Phelipe Nobre, fisioterapeuta, sócio-fundador da Adaptsurf e o aluno André (na cadeira). 7 - A apresentadora Kátia Short na cobertura do WQS. 8 - Aline Mazur, Barbara Segatto e Renata Tambon, gatas de surf feminino. 9 - Caio Vaz concentrado ao lado do seu treinador Benjamin Athayde (CADES).

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FoTos: Álvaro FreiTas (1, 3, 4, 5, 6, 7, 8), pedro MonTeiro (2, 9)

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FoTos: Álvaro FreiTas

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1 - Neco lendo na Surfar a sua vitória no WQS de Saquarema. 2 - Leo Neves na briga pra voltar ao WCT. 3 - As atletas do surf Bárbara Müller, Camila Cássia e Claudia Gonçalves. 4 - Marcelo da WQSurf um dos apoiadores do QS no Arpoador. 5 - A família Wetworks: Joca Secco, Ricardo Martins e Alemão. 6 - Presença feminina no palanque sempre bem vinda. 7 - O ícone do surf, Dadá Figueredo com a esposa e o filho Dadazinho. 8 - Bethany Hamilton com seu pai dando um exemplo de superação. 9 - A simpática vice-campeã da etapa do WQS no Brasil, Laura Enever.

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ROXY PARTY NA TAJ FoTos: pedro MonTeiro

A Roxy fez a galera cair na pista da Tajlounge

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1 - Pigmeu e Paulinho (Quiksilver) curtindo o showzinho. 2 - A graça de Carol Vanzo. 3 - Tajlounge bombando. 4 - Niccoli e seu belo sorriso. 5 - Maíza e Renata caindo na noitada. 6 - A Banda Beeliv fazendo a galera dançar na festa. 7 - Carolina, Vivi (Roxy) e Mariana. 8 - A noite estava colorida com a presença das gatas. 9 - Jê aproveitando a pausa doWQS porque ninguém é de ferro. 10 - Um brinde à Roxy no Rio! 11 - Salve simpatia! 12 - Mario, Ana e Denis (Jamf) conferindo a festa. 13 - A dupla de perigo: Luciano e Felipe Cesarano. 14 - Dani e Joana marcando presença na noite. 15 - Bernardo e o potiguar Marcelo Nunes na zoeira total. 16 - Mary e Roberta felizes com o show da banda Beeliv.

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LOST GALLERY NA BOARDS CO. FoTos: Bruno Moreira

Durante o WQS do Arpoador, a Boards Co animou o final de tarde com o lançamento da nova coleção Lost.

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1 - A irreverência da galera que esteve no Arpoador. 2- Renata e Gabi animaram o lançamento na loja. 3- O ator e surfista Omar Ducena. 4- Yan Cosenza orgulhoso com sua foto na Surfar. 5- Marcos Cavalcanti, Osvaldo (Boards Co), Guto Medice, Minduin. 6- O paulista bom de surf Hizunomê Bettero. 7- A intervenção de Godry com o grafite na vitrine da loja. 8- O gaúcho Rodrigo Dorneles aprovou a Surfar. 9- Graça Moraes e Fabi Almeida. 10- Miltinho e Anderson Marroca. 11- Bargirls no estilo. 12- Pra alegria dos moleques, as gatas estiveram presentes. Vanessa e Cíntia 13- Beldades de Ipanema, Pietra e Paola. 14- Gabriela Pulcherio, Mari Taboada, Carlos Matias (Rico surf) e Guilherme Aguiar fazendo pose para a foto. 15- Ader, Guilherme, André Silva e a namorada filha do Tom Curren, Ana Marie.

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EL NIÑO MOVIMENTA A TEMPORADA

por: roger FerreirA

Em setembro, um swell considerável gerado pela junção do tufão Choi-Wan na costa do Japão, que se encontrou com sistema de baixa pressão formando uma tempestade extratropical ultra carregada no Noroeste do Pacífico, levou ondas de até 15 pés às bancadas no Hawaii totalmente fora de época. Antes disso, no mês de agosto, a tempestade “Guilhermo” se formou próximo ao arquipélago havaiano, mas perdeu força antes de chegar à costa. Já no mar do Caribe e na costa do México, os furacões “Bill” e “Jimena” chamaram a atenção de todo o planeta. O “Jimena” atingiu a escala máxima, alcançando ventos de 250km/h no oceano, fazendo o governo mexicano e o Centro de Furacões dos EUA emitirem alerta máximo. Em contra partida, o El Niño diminuiu bastante a ocorrência na temporada de furacões no Atlântico Norte este ano. No entanto, as previsões climáticas indicam que o aquecimento mais evidente está previsto para ocorrer ao longo dos meses de inverno na região, com projeção de temperaturas até 3°C acima do normal, o que configura um El Niño de intensidade moderada. Devido ao fenômeno, as previsões indicam a permanência do aquecimento das águas do Oceano Pacífico nos próximos meses, assim como a incidência de ventos fracos na região. Nos anos em que o El Niño esteve mais ativo durante o inverno no Hemisfério Norte, influenciou fortemente a geração de grandes ondulações em função da maior incidência de

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tempestades ao norte do Oceano Pacífico, tornando a temporada de ondas grandes bem mais constante nas regiões da Califórnia e Hawaii. O swell atípico do último mês de setembro no North Shore havaiano confirma essa projeção. O El Niño promete realizar na próxima temporada as duas competições de ondas grandes confirmadas: o Eddie Aikau e o Mavericks Surf Contest. O Eddie abrirá sua janela de espera no primeiro dia de dezembro deste ano, na baía de Waimea, Hawaii, e se estende até 28 de fevereiro do ano que vem. Desde 2004 que o mais tradicional evento do cenário big surf mundial e único sancionado pela ASP não é realizado. Na Califórnia, o gelado pico de Mavericks abriu seu período de espera por grandes ondulações em novembro, já que na última temporada a competição em Mavs não foi realizada com a janela abrindo em primeiro de janeiro, e um mega swell com ondas perfeitas acima dos 30 pés quebrou na baía de Half Moon Bay nos últimos dias de novembro do ano anterior, proporcionando condições perfeitas para o big surf na remada. Na semana em que a décima edição da Surfar estiver chegando às mãos dos leitores, é possível até que o evento em Mavs já tenha rolado. A grande expectativa dos big riders por um inverno com alta incidência de ondas grandes no Pacífico Norte ganhou ainda mais força com a realização do Nelscott Reef Tow-In Classic 2009. O evento, que conta com categoria tow-in e surf na remada, aconteceu no final de outubro em ondas de até 30 pés plus na cidade de Lincon, estado norte-americano do Oregon, deixando eufóricos os atletas que participaram do evento e puderam treinar em condições extremas, além dos que se preparam em outras partes do planeta e estão com passagem marcada para mais uma temporada no Hawaii, Califórnia e México.

divulgação

Após duas temporadas bem fracas no que diz respeito a grandes ondulações acima dos 25 pés, o fenômeno climático El Niño promete fortes emoções no Pacífico na temporada de ondas grandes de inverno do Hemisfério Norte 2009/2010. A grande influência do fenômeno já pôde ser sentida a partir do mês de agosto, quando começou a influenciar o clima global de maneira mais intensa.


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kirsTin scHolTz / geTTy iMages

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Há três anos na elite do surf, o brasileiro Adriano de Souza, o Mineirinho, mostrou por que esse ano brilhou entre os top 5 do ranking da ASP. No mês de outubro, ele venceu seu primeiro evento do circuito mundial, o Billabong Pro Mundaka 2009, na Espanha. As ondas não apareceram e o evento foi transferido para Sopelana, onde a grande promessa brasileira destruiu todos os seus adversários, incluindo Kelly Slater na semifinal. Mesmo com a derrota na etapa seguinte em Portugal, Mineirinho mantevese em terceiro. Agora falta a etapa do Hawaii para ele tentar repetir ou melhorar a colocação do cabo-friense Victor Ribas, terceiro do mundo em 1999. O líder do circuito é o australiano Mick Fanning, que venceu três provas e leva uma vantagem de 1.000 pontos para o Pipe Master.





teXto e Fotos: pedro toJAl

essA Foto MostrA beM A ForÇA dA ondA de puerto escondido, potÊnciA hAVAiAnA eM Fundo de AreiA. AbAiXo: o cAriocA locAl de puerto, VAndelii; É Melhor FicAr esperto coM o surFistA MAscArAdo; seMpre sobrAM ondAs perFeitAs seM ninguÉM.

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gusTavo caMarão

desde o começo de 2009, o México foi destaque na mídia internacional. gripe suína, crise econômica, conflitos políticos, tráfico de drogas, terremotos, ciclones, enfim, um furacão de notícias negativas sobre o país foi espalhado pelo mundo. como todo o furacão tem seu olho, caracterizado pela calmaria, ventos moderados e céu limpo, um grupo de brasileiros resolveu montar base no meio dessa tempestade. ignorando todas as advertências do governo brasileiro e de seus familiares, esses surfistas partiram para puerto escondido imaginando encontrar praias sem turistas, tudo bem mais barato e as clássicas e tubulares ondas de Zicatela sem crowd. realmente os preços estavam mais baixos, as praias um pouco mais vazias e as ondas perfeitas. A única coisa que não tinha mudado era o crowd. Acho que a maioria pensou como nós e resolveu surfar puerto sozinho. sorte que netuno ficou comovido com tanta confusão e resolveu ser generoso. A temporada bombou de ondas e os que encararam a tormenta foram recompensados com dias de sonho: sol, água quente e altas ondas. Que venham mais e mais furacões!

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A ESCOLHA No meio do ano as opções de surf de alto nível ficam entre a Indonésia, que é barato para ficar, mas caro para chegar; Austrália e Tahiti, caro para ficar e chegar; Chile e Peru, barato para chegar e ficar, só que a água é bem gelada; e enfim o México, que antes era caro para chegar e barato para ficar. Porém, esse ano foi barato para chegar e quase de graça para ficar. As passagens para lá saíam por 750 dólares. Bem, a crise tem seu lado bom. Além disso, a água e o clima são quentes, altos tubos, point breaks em fundo de areia, comida muito boa, cerveja gelada e barata, facilidade em enrolar no espanhol e mulherada do mundo todo soltas na pista. Escolha difícil essa, né?!

CHEGANDO COM AS PRANCHAS Surfista já está acostumado em sofrer no aeroporto. Normalmente, a dor de cabeça é na hora de embarcar, mas em Puerto Escondido é diferente. Lá o limite de entrada sem pagar é de três pranchas. Agora imagina um tube rider ir para o quebra coco de Zicatela e levar só três foguetes. Se tiver muita sorte, seu quiverzinho durará um swell. E isso se for de Epox! Para quem levar mais do que o número permitido, é melhor rezar para o fiscal fazer vista grossa ou estar preparado para pagar no mínimo 30 dólares por prancha depois de chorar muito, já que se chega cobrar 60 dólares por cada uma extra.

BASES Depois de passar pela “dura” das pranchas é hora de encarar o calor mexicano e partir para um hotel. Em Puerto os táxis são muito baratos, cerca de quatro dólares do aeroporto para qualquer parte da cidade, e a maioria dos brasileiros fica na pousada do carioca Vandielli, chamada Luna’s Place, localizada no começo da praia de Zicatela. Lá a diária varia entre cinco e dez dólares e para chegar ao pico apenas uma leve caminhada de cinco minutos. Certamente é o visual mais bonito da cidade e o local em que você vai se sentir em casa. Mas, quem não quer andar nada e não faz questão de ficar com a comunidade brazuca, pode optar por um dos vários hotéis em frente ao pico e que são mais caros do que o famoso “Vandi”. O Hotel Arco-Íris, o Bungalos Zicatela e o Portas Del Sol são os mais procurados e as tarifas normalmente são acima dos 12 dólares em quartos sem ar-condicionado. Vai encarar?!

DERRETENDO PELA CIDADE Em Puerto, você só vai querer sair de casa de manhã bem cedo para surfar e no final de tarde para tomar uma cerveja, pois durante o dia a temperatura é absurda. Os termômetros marcam 40 graus já às 10 horas da manhã, então, a galera só sai de suas pousadas quando é extremamente necessário. Normalmente lá se faz tudo a pé porque a cidade é pequena, mas você pode pegar um táxi, que não custa mais de dois dólares, e ir para qualquer parte.

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logo ApÓs A ViAgeM Ao tAiti, eric de souZA nÃo perdeu teMpo, MesMo seM pAtrocínio, eMbArcou pArA o MÉXico pArA continuAr ArrepiAndo nos tubos de ZicAtelA.


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cesArAno curtindo o shoW de cores e luZ no FinAl de tArde

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nenhuM MoMento pAssA despercebido pelA lente de pedro toJAl. nA Foto, o cAriocA pedro scooby.

ondAs grAndes, gunZeirAs e MoMentos insAnos prA gente grAnde.

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RANGO O que não falta é opção. Quem viaja com o orçamento apertado acaba fazendo compras no supermercado local, o Super Che, e cozinhando nas pousadas. O clássico miojo com molho de tomate e as tortilhas com tudo que se pode imaginar são os pratos principais. Já para a galera que dispõe de uma verba um pouco maior, o número de restaurantes é grande. O Zicatela Bungalos oferece todo o tipo de comida e está aberto desde o café da manhã até o jantar. É ponto de encontro brazuca. Lá se faz uma boa refeição (frango, arroz, feijão, fritas e refri) por seis dólares. O quiosque da praia Los Tios também oferece bons pratos e com a mesma média de preços do Bungalos. Mas a opção para se comer realmente bem é o restaurante El Jardin, cujo dono é italiano. Lá você toma ótimos sucos, come pratos saborosos e saudáveis, além da melhor pizza de Puerto Escondido. A refeição com bebidas e sobremesa sai em média por 12 dólares. Agora, para quem quer experimentar o real sabor mexicano, o legal é partir para o La Juquileña, onde se gasta quatro dólares para comer e beber, ou entrar em uma das várias “taquerias” da cidade e se empanturrar de tacos sem gastar mais de três dólares. Além disso, existem algumas senhorinhas mexicanas típicas que ficam vendendo “pescadilhas” (tacos de peixe) na rua. Uma porção com cinco sai por dois dólares, só muito cuidado para não comer pimenta em excesso, pois na hora de sair pode arder!

iAn cosenZA “no olho do FurAcÃo”.

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1 4

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dieguinho, locAl do recreio, Que tAMbÉM esteVe nA ÚltiMA teMporAdA no hAWAii, se Jogou nA trip do MÉXico e MAis uMA VeZ representou beM A noVA gerAÇÃo cAriocA.

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MuchAchos Muy Alegres

VisuAl do hotel Ao Anoitecer.

cArlitos soAres se prepArAndo pArA MAis uM tubo.

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NOITADA Nós, brasileiros, já temos um circuito estabelecido. Nas segundas-feiras, o único destino é Cabo Blanco, casa noturna mais tradicional da cidade, que reúne todas as gringas, surfistas e locais. No resto da semana o roteiro é fixo e saímos para uma cervejinha ao pôr do sol. Várias gatinhas ficam curtindo o visual na praia e, se você tiver atitude e sorte, não vai precisar cai na night para se dar bem. Lá em Puerto só escurece às 20h e as noitadas pesadas só começam depois de meia-noite. A casa Babylon, uma espécie de bar-livraria, abre suas portas no começo da noite e os mais boêmios já se reúnem por lá para o famoso “pré”. Certamente é o local preferido dos gringos. Depois de aquecer no Babylon, a galera atravessa a rua e vai para o quiosque UhLaLa, onde rola música eletrônica em um ambiente repleto de redes, sofás, pufs e camas. Um verdadeiro “lounge” nas areias de Zicatela. E após curtir a maresia ao som das pick-ups, todos costumam ir para o Bar Fly, que fica no segundo piso de um restaurante e tem um visual alucinante para o mar. É a melhor opção para dançar e azarar durante toda a semana. Quando tem onda dá para ver o que os bêbados de ressaca vão “amarelar” no dia seguinte. Agora, para quem não se deu bem ou ainda quer curtir madrugada adentro, o Pedra de La Iguana é a solução. O espaço só abre às três da manhã e vai até o sol nascer. Quase todas as confusões envolvendo a galera rolam lá. Os locais do surf geralmente são gente boa, mas os que frequentam a noitada são um pouco recalcados com os brazucas. Será que é porque nós pegamos quase todas as meninas?!


stAnley ciestliK, cApA dA ÚltiMA ediÇÃo, surFAndo coM suA hAbituAl estileirA de brAÇos FechAdos.

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pedro MonTeiro

gAbriel sodrÉ Foi nA segundA leVA de surFistAs e FeZ uM boM trAbAlho nAs pesAdAs direitAs

pedro MonTeiro

VisuAl Que dispensA coMentÁrios dAs AreiAs de puerto.

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o Ator oMAr docenA, coMproVAndo Que nÃo precisA de dublÊ pArA cenAs de AÇÃo.

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criAdo nAs ondAs tubulAres do AlFA bArrA, JerÔniMo VArgAs se sentiu eM cAsA nos beAch breAKs MeXicAnos. AbAiXo, A potÊnciA dA bAForAdA Que Veio nA seQuÊnciA.

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o guAruJAense heitor pereirA pegou uM dos Melhores tubos dA ViAgeM, registrAdo pelo FotogrAFo pedro toJAl pArA As pÁginAs dA surFAr. essA É prA colocAr nA pArede do QuArto.

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OS DOIS SWELLS DE SONHOS No meio de julho já havia decidido ir para o México. Estava pretendendo embarcar no começo de agosto e ficar até final de setembro. Quando entrei na internet para conferir a previsão, vi que um swell de mais de 18 pés chegaria no dia 24 de julho. Assim que analisei as previsões, liguei para a Surfar e passei o boletim. Sem nem pestanejar emitimos uma passagem. No dia 22 de julho eu já estava em solo mexicano. O que presenciei foram as maiores ondas que já vi quebrando em um fundo de areia. Nunca imaginei ver ondas de 18 pés abrindo em uma vala de beach break. Incrível! Greg e Rusty Long, Jamie Sterling, Coco Nogales, entre outros big riders deram um show em massas d’ águas cabulosas. Nesse mesmo swell, quando o mar perdeu um pouco de tamanho e no outro swell de 8-10 pés que entrou em agosto, o que se viu foi um show dos melhores tube riders do Brasil. Gordo, Jê Vargas, Fun, Hugo Bittencourt, Ian Cosenza, Stanley, Gustavo Cavalcante, Scooby, Tripa, Eric de Souza, Diego Silva, Alvaro Bacana, Omar Docena, Junior Farias, Heitor Pereira, Gu Schilikman, Edgar Bischof, Binho Nunes, James Santos, Igor Morais, entre outros, pegaram tubos atrás de tubos e transformaram Puerto em território brasileiro por dois meses. Até no WQS que rolou por lá parecíamos que éramos os locais. A cada bateria que um brasileiro passava tinha mais festa do que quando um mexicano passava. Destaque para Jê Vargas que fez quartas, Gordo que fez semis e Junior e Heitor que fizeram a final.

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pedro MonTeiro

Junior FAriA, Foi outro guAruJAense Que teVe uMA boA perForMAnce QuAndo As ondAs AuMentArAM.

nÃo ForAM sÓ os surFistAs Que ArriscArAM uMAs FÉriAs no MeXico... AindA beM!

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pedro MonTeiro

gusTavo caMar達o

gusTavo caMar達o

stephAn Figueiredo seMpre desAFiAndo As esQuerdAs pelo plAnetA

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hugo bittencourt, de pAtrocínio noVo, eMbArcou pArA o MÉXico pArA pegAr uMAs ondAs e FAZer Fotos. o resultAdo Foi positiVo: sAiu nA cApA, pÁginA duplA, etc.. Que leVAnte hein!

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A MECÂNICA PERFEITA DE ZICATELA É incrível como num lugar de fundo de areia pode quebrar ondas tão perfeitas. Claro que muitas ondas fecham, mas as que abrem são de nível havaiano. Dependendo do swell, cada parte da praia fica de um jeito. Tem vezes que a esquerda, conhecida como MexPipe e que fica bem no meio da praia, é a melhor opção. Normalmente funciona quando o swell está de SSW. Quando está bem de sul, as ondas batem em um costão de pedra no canto direito e voltam para o meio da praia formando pirâmides incrivelmente perfeitas. Nessas condições, as direitas ficam muito tubulares. Já quando a ondulação fica de sudoeste, as ondas fecham um pouco mais, mesmo assim rolam altas abrindo desde MexPipe até o canto direito, mais ou menos em frente ao hotel Arco-Íris. Além de receber vários swells potentes, formados numa área que vai da Nova Zelândia até o Chile, Puerto durante a temporada (maio-outubro) acorda quase todos os dias com vento terral que sopra durante toda a manhã. Quando chove no final de tarde, o terral também costuma soprar. Quem é muito fissurado e quer surfar a tarde mesmo com vento, pode ir para o canto esquerdo de Zicatela, La Punta, um point break de esquerda muito manobrável. Então, tá esperando o quê?!

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pedro MonTeiro

pedro MonTeiro

cAMinhAdA pArA o surF. dA esQuerdA p/dir.: MArcos prAdo, gAbriel sodrÉ, gustAVo cAVAlcAnte, pAulo pires e stAnley ciesliK; stAnley ciesliK; linhAs perFeitAs; eric de souZA.


surfistas hospedados em puerto escondido foram atrás das direitas perfeitas e secretas que quebram na costa mexicana. divididos em dois grupos, em dias diferentes, surfaram ondas boas para aprimorar manobras e o melhor, sem crowd! os fotógrafos luiz blanco, gustavo camarão e pedro Monteiro registraram com exclusividade para a surfar. pedro MonTeiro

teXto: luiZ blAnco

caMarão

luiz Blanco

AindA eXisteM lugAres coM ondAs perFeitAs e seM croWd. VocÊ duVidA?

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pedro MonTeiro

ApÓs os burAcos de puerto, hugo AproVeitou pArA treinAr MAnobrAs nos secrets MeXicAnos.

O México tem altas ondas, e isso todo mundo já sabe. O que poucos sabem é que, dentre quase vinte picos espalhados nos cem quilômetros da costa sul de Oaxaca, apenas alguns são surfados regularmente. Estranho pensar que em plena era Google Earth, direitas perfeitas quebram sozinhas, uma atrás da outra, quase que implorando para alguém surfá-las. Os motivos desse “descaso”? Talvez o principal seja a velha e conhecida preguiça, que há anos move, ou melhor, não move, o mundo. Mas trilhas esburacadas, estradas de terra com rios as cortando, propriedades particulares e outros obstáculos fazem parte da aventura, dificultando o acesso. Foi exatamente pensando nisso que nossa galera elegeu como transporte oficial um barco. Trocaríamos horas de asfalto e trilhas por alguns minutos deslizando na água, com direito a pesca e tudo. Ganhamos tempo, conforto, acessibildade e também espaço. O crowd estava formado, e dessa vez ele vem pelo mar! Nada poderia dar errado! Será?

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luiz Blanco caMarão pedro MonTeiro

Todos a bordo, partimos empolgados e, acima de tudo, imponentes com a situação que nos encontrávamos, são poucos que podem se dar a esse luxo no México. Tão imponentes que não lembramos que o mesmo mar que nos serviria de caminho às vezes guarda surpresas. Antes de chegar em qualquer pico surfável, fomos atingidos em cheio por uma tempestade daquelas, muito vento e mais ainda chuva. O resultado? Metade da tripulação decepcionada e a outra metade mareada, graças às condições. Não saímos do barco e voltamos para a marina, só que agora toda a marra que transparecia em nossos rostos na ida se transformou em constrangimento. Tomamos chuva, vento e nem sequer surfamos uma valinha. Deu tudo errado! Pensando bem, estava tudo fácil demais e tomamos um banho de água fria em nossas intensões, literalmente. Mas não se trata de uma lição a ser aprendida e sim a ser superada. Assim, foi negociado com o capitão do barco que voltaríamos em outro swell para uma segunda tentativa. Dito e feito. Agora mais precavidos, um dia antes do novo swell, dormimos na cidade mais próxima de onde sairíamos e com o

gAbriel sodrÉ: ÁguA Quente e Muitos tubos.

céu ainda escuro todos já estavam no barco, com certo receio, mas muito mais amarradões por ter essa outra oportunidade. Homens ao mar! Os primeiros raios do sol foram muito bem recebidos por todos a bordo, pois nos mostraram o quão limpo estava o céu e, consequentemente, o dia maravilhoso que ia fazer. Mas como somos surfistas, não é um raio de sol que vai fazer nossas cabeças, queremos ondas! Perfeitas! Mas talvez no México esse seja um fator pouco preocupante, pois quase sempre elas estão lá, em fila, moldadas e, melhor de tudo, só pra gente! A primeira visão do pico, que nem havímos conseguido avistar de longe da outra vez, foi uma injeção de motivação na galera que em poucos minutos já estava na água tendo os primeiros contatos com a onda quilométrica. Tubos, manobras e muita vibração, mais umas oito horas de surfe completaram o dia, cansando pernas, pulmões e corações emocionados com tanta onda boa. Era um sonho, que seguia e apagava de vez o pesadelo passado.

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luiz Blanco

nestA: hugo bittencourt; Ao lAdo: dieguinho silVA AbAiXo: gAbriel sodrÉ


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pedro MonTeiro

luiz Blanco


luiz Blanco

JÊ VArgAs nuMA direitA Muito cobiÇAdA, MAs pouco FreQuentAdA.

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É certo Que todA MAtÉriA do rio nuMA reVistA de surF teM Que ter Fotos de sAQuAreMA pelA tAMAnhA perFeiÇÃo dAs ondAs. pAtricK reis no eXpresso de itAÚnA. AcelerA gAroto!

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Ă lvaro FreiTas


do outro lAdo dA ponte, itApucA sorriu coM suAs direitAs no Ano de 2009. sentido horÁrio; MArcil Antunes no FinAl de tArde; ben borges JogAndo AguÁ ; line up dA direitA MAis longA do rio.

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FoTos: andrĂŠ cyriaco


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pedro MonTeiro

andré cyriaco

thiAgo VilAr eMoldurAdo pelo Museu de Arte conteMporÂneA eM niterÓi. gugA FernAndes eM MAis uMA cenA tipicAMente cAriocA nA ZonA sul.

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Álvaro FreiTas

eric de souZA AproVeitou uM diA de sol e ondAs nA prAinhA pArA colocAr seu repertÓrio de MAnobrAs AÉreAs eM diA.

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Álvaro FreiTas

Manoel caMpos

sentindo horÁrio: itAÚnA, sAQuAreMA; A plAcA cristAlinA sobre pedro henriQue nA bArrinhA, sAQuAreMA; o potiguAr sAlVAdor lAMAs eM seu estilo “toM cArroll”; top do Wct heitor AlVes nA MAnhà do posto 9, recreio.

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Álvaro FreiTas

Álvaro FreiTas


o bAiAno ítAlo rosA Arriscou uMA MAnobrA diFícil e Foi presenteAdo coM essA Foto. recreio.

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Ă lvaro FreiTas


o bicAMpeÃo siMÃo roMÃo eM trÊs MoMentos; bAtendo Forte ruMo Ao bi; cArregAdo pelA gAlerA locAl; e FeliZ coM MAis uM Ano de VitÓriA eM cAsA.

BICAMPEONATO EM CASA

Fotos: ÁlVAro FreitAs

pelo segundo ano consecutivo, a etapa carioca da perna brasileira do WQs terminou com festa do surfista local simão romão, na praia do Arpoador. simão sagrou-se bicampeão do oakley rio surf pro internacional derrubando todos os favoritos que cruzaram seu caminho até a grande final, quando não deu chances ao pernambucano bernardo pigmeu. Em uma partida de futebol todos dizem que quem joga em casa tem a obrigação de conquistar os três pontos, ou seja, vencer. Se depender desse ditado popular, Simão está com 100% de aproveitamento. A festa domingo começou com o carioca derrotando três estrangeiros nas quartas de final. Em seguida, ele dominou o canto da pedra despachando o paulista Gabriel Medina, além dos norte-americanos Brett Simpson e Patrick Gudauskas. Na decisão contra Bernardo Pigmeu, Simão abriu a bateria utilizando sua arma letal, a batida reta de backside na orelha da onda. Com fortes manobras e rasgadas, ele arrancou um 9,33 dos juízes, praticamente liquidando a fatura. Pigmeu, que também teve uma ótima performance durante todo o evento, não se achou na bateria final.

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Em relação à motivação após o bicampeonato no Arpex, Simão foi enfático, já que o atleta está sem um patrocínio principal. “A motivação que tenho hoje é o meu amor pelo surf. Mas estarei motivado mesmo quando conseguir um novo patrocínio para correr o mundial. Agora estou louco para fazer um churrasco aí para galera”, finalizou. Ainda no sábado, debaixo de muita chuva, foi encerrada a categoria Feminina, quando a australiana Jessi Miley-Dyer venceu a decisão realizada no Pontão do Leblon contra sua compatriota Laura Enever.


depois de uM teMpo longe dA MídiA, pigMeu Mostrou seu surF Que o leVou A ser Wct coM o Vice-cAMpeonAto. sMorigo / asp

pedrA Ficou eM terceiro no ArpeX.

resultAdo do oAKley rio pro 2009 1 2 3 3 5 5

Simão Romão (Bra) Bernardo Pigmeu (Bra) Brett Simpson (EUA) Rodrigo Dornelles (Bra) Royden Bryson (Afr) Miguel Pupo (Bra)

5 5 9 9 9 9

Brent Dorrington (Aus) Patrick Gudauskas (EUA) Hizunomê Bettero (Bra) Pablo Paulino (Bra) Gabriel Medina (Bra) Leonardo Neves (Bra)

rAnKing do WQs 2009 1 2 3 4 5 6 7 8

Daniel Ross (Aus) Jadson André (Bra) Owen Wright (Aus) Patrick Gudauskas (EUA) Adam Melling (Aus) Brett Simpson (EUA) Matt Wilkinson (Aus) Joan Duru (Fra)

9 Blake Thornton (Aus) 10 Travis Logie (Afr) 11 Austin Ware (EUA) 12 Dusty Payne (Haw) 13 Rodrigo Dornelles (Bra) 14 Glenn Hall (Irl) 15 Willian Cardoso (Bra)

sMorigo / asp

pedro MonTeiro

AbAiXo: estruturA do eVento; Jessi rAsgAndo pArA Vencer no rio; As AustrAliAnAs doMinArAM o FeMinino.

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MessiAs FÉliX teVe Que AguArdAr AtÉ A ÚltiMA bAteriA pArA coMeMorAr o titulo brAsileiro.

VISITANTES FAZEM A FESTA

Fotos: ÁlVAro FreitAs

em uma final emocionante, o circuito brasileiro foi decidido na última bateria com a vitória do paulista david do carmo sobre o carioca pedro henrique, que estava na disputa do título, mas precisava vencer a etapa. Quem agradeceu foi o cearense Messias Félix, que saiu da barra como o mais novo campeão brasileiro.

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O domingo reservou fortes emoções até os segundos finais. Em ondas pequenas de meio metro foram definidos os campeões brasileiros da temporada. Pedro Henrique, única esperança do Rio, conseguiu chegar à final, mas não encontrou as melhores ondas na valinha da direita para vencer David do Carmo. Pedrinho, que foi o primeiro brasileiro campeão mundial Pro Junior da história e já esteve um ano no WCT, depositou toda sua esperança numa vitória para arrumar um novo patrocínio. “Bateria tem isso de chato, às vezes não tem muita onda e não tem muito que fazer”, explicou após a derrota. O paulista David do Carmo, campeão do evento, estava muito eufórico com a vitória. David tem uma longa história de superação no esporte. Quando era amador chegou dormir no palanque para economizar a hospedagem. Mas o esforço daquela noite na praia valeu à pena, porque David dormiu no palanque e acordou no pódio levantando a taça de primeiro lugar. E nesta etapa do Super Surf foi ao delírio quando anunciaram seu nome. O campeão brasileiro Messias Félix estava na praia torcendo até os segundos finais. “Estou muito feliz de ganhar aqui na Barra. Moro no Rio, mas o título vai para o Ceará e para minha família. Quero agradecer ao David, quando ele passou ao meu lado falei para ir com tudo, vencer e foi isso que ele fez”, comemorou Messias, outro atleta que passou quase toda a carreira sem patrocínio. No Feminino, mesmo com a derrota para Nathalie Martins na final, Suelen Naraísa garantiu o título brasileiro. “Faz uns cinco dias que não durmo direito com tanta ansiedade. Lutei contra Silvana Lima, Tita Tavares e Andréa Lopes. No ano mais disputado do circuito, sou campeã de 2009”, vibrou Suelen, de 25 anos.


dAVid do cArMo leVou A etApA.

resultAdo do supersurF 1. 2. 3. 3.

David do Carmo (SP) Pedro Henrique (RJ) Renato Galvão (SP) Beto Mariano (SC)

top 16 brAsileiro

suelen nArAisA.

beAch girls.

MilenA.

anniBal

pedro henriQue lutou Muito, MAs cAiu nA FinAl.

01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10: 11: 12: 13: 14: 15: 16:

Messias Félix (CE) – 2.870 pontos Jano Belo (PB) – 2.830 Pedro Henrique (RJ) – 2.820 Marco Polo (SC) – 2.510 Renato Galvão (SP) – 2.340 Tânio Barreto (AL) – 2.330 Daison Pereira (RS) – 2.300 David do Carmo (SP) – 2.300 Willian Cardoso (SC) – 2.260 Odirlei Coutinho (SP) – 2.260 André Silva (CE) – 2.220 Gustavo Fernandes (RJ) – 2.160 Rudá Carvalho (BA) – 2.130 Wilson Nora (BA) – 2.030 Danilo Costa (RN) – 2.030 Michel Roque (CE) – 2.010

MessiAs e dAVid coMeMorAndo A VitÓriA.

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renAto gAlVÃo proVou Que nÃo É bicAMpeÃo brAsileiro por AcAso e coMeMorou no guAruJÁ.

DEU BRASIL DE NOVO! Fotos: AleXAndre gennAri

Assim como no ano passado, uma decisão brasil x estados unidos fechou o local Motion guarujá surf pro, etapa seis estrelas do WQs realizada no início de outubro na praia do tombo, litoral de são paulo, vencida pelo ubatubense renato galvão, 27 anos, que só tinha uma vitória do circuito mundial na carreira.

A vitória deu novo ânimo para o ubatubense, que não se dedicou essa temporada exclusivamente ao WQS. “Eu queria ter corrido mais etapas este ano. Fui bem em Noronha, onde fiquei em nono lugar. Em Portugal cheguei nas quartas, ficando em quinto. Agora essa vitória com certeza vai dar um levante na firma”, finalizou Galvão.

locAl Motion guAruJÁ surF pro 2009: 1233-

Renato Galvão (Bra) Patrick Gudauskas (EUA) Pablo Paulino (Bra) Brandon Jackson (Afr)

5555-

Marco Polo (Bra) Glenn Hall (Irl) Jayke Sharp (Aus) Owen Wright (Aus)

Em um ano que poucas empresas do surfwear se arriscaram a fazer um evento desse porte, a Local Motion não fez por menos e distribuiu 145 mil dólares de premiação. O domingo da final foi com céu nublado, mas o público não deixou de comparecer e torceu bastante pelo brasileiro Renato Galvão, que fez a final em ondas de três pés contra Patrick Gudauskas, norte-americano top 5 do WQS. Atacando as ondas com suas poderosas rasgadas invertendo a rabeta, Galvão conseguiu em duas ondas seguidas liquidar o número quatro do ranking WQS por um placar de 15,70 x 12,16 pontos. Com a vitória no Local Motion Guarujá Surf Pro, o brasileiro embolsou 20.000 dólares e subiu para trigésimo sétimo no ranking que classifica os quinze primeiros para a elite mundial do ASP. “Estou muito emocionado porque o público aqui torceu muito por mim, não só agora na final, mas em todos os dias”, comemorou.

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sMorigo / asp

pAblo pAulino ArrAncou uM terceiro lugAr.


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Bia Rauta

22 anos Fotos: Celso Pereira Jr.


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Aos 22 anos de idade, Bia Rauta, fez seu primeiro ensaio fotográfico como modelo para a Revista Surfar. A capixaba possui uma banda country onde ensaia quase que diariamente. Quando está com tempo livre curte uma praia ou até mesmo uma boa sessão de DVD. Bia é daquele tipo de mulher independente que trabalha para ver seu sonho realizado. E qual seu sonho? “Ver minha banda fazendo sucesso”. Para manter o corpo em forma a gata dedica algumas horas na academia e faz uma alimentação bastante equilibrada. “Gosto de me cuidar, mas não sou exagerada.”


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“As prAnchAs personAliZArAM MinhA VidA. eXperiMento MAtÉriAs e tenho Meus segredos” - ithAKA

radicado no rio de Janeiro há quatro anos, o artista californiano ithaka (leia-se ítaca) encontrou uma solução para pranchas velhas e quebradas. ele criou o projeto “pranchas reencarnadas” e, desde 1989, transforma ‘tocos’ que fatalmente iriam para o lixo em refinadas obras de arte contemporânea. nascido no sul da califórnia e com descendência grega, ele viveu em várias partes do mundo à procura de ondas e riqueza cultural. depois de conhecer o brasil em 2001, escolheu o leblon para montar sua base e é presença certa sempre que há ondas no pontão. por: nAncy geringer Fotos: diVulgAÇÃo Ithaka começou a surfar aos 12 anos no Hawaii, quando passava férias com um amigo em Maui. “Pescava em um barco no canal de Honolua Bay quando vi caras pegando tubos. Eram as imagens das revistas. Na hora pensei: “tenho que fazer isso!”, recorda. Já aos 16 anos de idade, pintava elementos do mar em qualquer coisa que via pela frente. E seis anos depois, vendo uma prancha sua quebrada, resolveu pintá-la e alterou completamente sua forma utilizando um serrote. “A partir daí, nunca mais pintei numa tela ou peça de madeira. As pranchas personalizaram minha arte.” Desde então, ele usa ferramentas simples como serrote, lixa, tinta acrílica e pó de madrepérola para transformar shapes em obras de arte. “Experimento materiais e tenho meus segredos. Mas o primeiro passo sempre é consertar a prancha e prepará-la para receber os produtos”, conta. Reconhecido internacionalmente, ele já transformou mais de 200 pranchas. Participou de exposições na Europa, Brasil, Japão, Estados Unidos e acaba de lançar a série “Jurema”, produzida sob forte influência da flora brasileira, em que mistura aos blocos, sementes e galhos que ele encontra quebrados. “Deixei a forma da prancha natural e usei detalhes orgânicos. É uma série baseada na natureza”, especifica. Além disso, Ithaka também é polivalente, pois passeia com muita desenvoltura e fluidez por mais três vertentes da arte: música, fotografia e escrita. Lançou cinco CDs solos de hip hop alternativo, com letras que não se limitam ao “batido” universo gangsta, e participou de projetos musicais de artistas diferenciados. Os versos baseados em suas

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experiências, cantados por sua voz imponente, faz dele um músico premiado, sucessos incluídos em filmes de surf e até em produções hollywoodianas. Marcou presença na trilha sonora de “Second Thoughts”, de Timmy Turner, e de “Samba Trance & Rock n’ Roll”, do premiado videomaker brasileiro Rafael Mellin. Sua canção “Escape from the City of Angels” embalou um filme considerado sucesso em Hollywood: “Replacement Killers” (Assassinos Substitutos). A influência do surf em sua música é notória. Em um de seus álbuns, intitulado “Stellafly”, a canção “Seabra is mad” homenageia a coragem do big rider português José Seabra, que ao seu lado protagonizou uma histórica sessão na ilha da Madeira no inverno de 1995, botando para baixo em ondas de 15 pés plus na remada. Leitor assíduo de escritores como Charles Bukowski, Ithaka pegou gosto pela escrita quando estava em Lisboa no chuvoso inverno de 92 sem suas pranchas (presas por cerca de dois meses na alfândega). Suas histórias de surf com ficção foram publicadas em diversas revistas ao redor do mundo, como a coluna “Fishdaddy Chronicles”, na Water, além de crônicas nas revistas Surfer, International Surf, OnFire e Surf Portugal. Fez também reportagens sobre os diferentes lugares por onde passou. “Antes de tudo, sou um contador de histórias. Minha música mostra isso e os meus artigos também”. Já na fotografia, acumula imenso material de surf trips. No fim dos anos 80, trabalhou fotografando grandes nomes no hip hop mundial, como N.W.A, grupo mítico de Los Angeles que juntou Ice Cube, Dr. Dre, MC Ren e Eazy E. As habilidades deste artista polivalente são totalmente interligadas pelo mar. “Estou envolvido com todas da mesma forma. Nunca tive uma verdadeira razão para escolher uma ao invés da outra. Estas múltiplas facetas me definem não como artista, mas como ser humano”, explica. Ithaka já visitou e surfou

ondas em Marrocos, Quênia, Tanzânia, Cabo Verde, Indonésia, Nova Zelândia, México, Austrália e Peru. Sua viagem mais recente foi ao litoral grego, em março passado, quando teve a oportunidade de encontrar boas ondas no mar Mediterrâneo. “Morei lá anos atrás, mas não havia surfado. Desta vez, com a ajuda da tecnologia, peguei altas ondas, além de descobrir diversos surf spots. A Grécia possui três mil ilhas e tem muitas possibilidades com um litoral recortado e fundos bons. Foi engraçado encontrar ondas na terra dos meus avós”, conta. Multifacetado, multiartista e polivalente são as várias definições encontradas para este artista extremamente original, que norteia sua vida no prazer que sente no contato com o oceano. Para ele, uma boa definição para si é a de comunicador áudio-visual que vive simplesmente para criar e comunicar. A mensagem transmitida em sua obra pode ser facilmente captada ao observar seu estilo de vida. “Não é todo meu trabalho que tem uma mensagem. Mas o que tento dizer é para não se viver a vida da maneira como a mídia, sua família e outros julgam normais. Não existe normal. Viva sua maneira de viver. Experimente todas as possibilidades e seja o mais feliz possível. Não tenha medo de sentir dor. Ela também faz parte da jornada. Não tenha pressa para alcançar seus objetivos financeiros. Ande devagar, explore as ‘ruas pequenas’, cheire as flores e, principalmente, conheça a si mesmo”, recomenda. Entre seus próximos projetos, Ithaka destaca a publicação da crônica “Milagre em Malibu” no livro Surf Story, com lançamento previsto para dezembro próximo no Hawaii. De malas prontas para passar uma curta temporada na Califórnia, ele também planeja o lançamento de um CD com sucessos de sua carreira, além da continuidade na produção de suas esculturas.

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Para saber mais sobre o trabalho deste artista, acesse: http://artist.to/ithakasculpture ou www.myspace.com/ithakamusic Contato: ithaka.art@gmail.com

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pedro ToJal gusTavo caMarão

Idade: 18 anos Patrocínio: Apoio: WQSurf Shaper: Ricardo Martins Quiver: 5’11 6’12

A paixão pelo surf começou aos oito anos de idade, quando seu pai deu a idéia de ir à praia num dia chuvoso. A brincadeira rendeu bons frutos e hoje Dieguinho encara com disposição e atitude picos como Hawaii e Puerto Escondido. Esteve presente no último inverno havaiano e recentemente voltou de sua quarta temporada mexicana, onde permaneceu por dois meses. Desde muito novo, o carioca é acostumado a se jogar nas surf trips com amigos. Peru, Costa Rica, Equador, Chile e Panamá são alguns dos lugares que ele conhece. Morador do Recreio, Dieguinho surfa sempre que pode no quintal de casa. Apesar das viagens pelo mundo, enfrenta dificuldades com a falta de um patrocinador principal. Uma realidade parecida com a de muitos outros garotos talentosos que moram no Rio. Com apoio do seu pai e da rede de lojas WQsurf, quando consegue juntar uma grana, ao invés de gastar na zoação, aproveita pra viajar e evoluir seu surf. Na falta de ondas procura fazer qualquer atividade, que vai desde uma partida de futebol até mesmo a uma boa sessão de DVD. Seu predileto é – 21 (menos de 21), do videomaker Gustavo Camarão. Segundo ele: “um dos melhores que teve até agora. Mostra que a nova geração brasileira não está para brincadeira. Os moleques botam para baixo em ondas pesadas, eu recomendo”, afirma Dieguinho, que também faz parte dessa geração “go for it”. Quando perguntamos sobre seu próximo destino: “É claro, Hawaii!” Mostrando claramente o seu verdadeiro espírito; surfar ondas de qualidade e pesadas.

diego FAZendo o Que MAis gostA eM puerto escondido.

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Agradecemos a galera que tem entrado em contato com a Surfar. Chegaram cartas, e-mails, scraps e recados pelo facebook sobre diversos assuntos. É isso que queremos. Sugestões, críticas, elogios... Para a promoção “Surfar com Guga Fernandes” Choveram frases criativas, mas como tínhamos que divulgar um sortudo, cumprimos essa árdua tarefa. Confira!

RESULTADO DA PROMOÇÃO SURFAR/MARESIA: João Pedro Cunha (Rio de Janiero) Frase vencedora: “Melhor do que simplesmente SURFAR, é lê-la. E melhor do que simplesmente sentir a MARESIA, é vestí-la.” (João Pedro Cunha) Selecionamos algumas para mostrar o feeling da galera! “Quando vamos SURFAR, o relógio para... a respiração espera... a visão eterniza cada segundo e a MARESIA presencia o contato com a natureza.” (Gabriel Braga) “Ontem sonhei que o Guga Fernandes me liberou uma onda perfeita na Prainha, fui clicado pelo Álvaro Freitas, sai na capa da edição especial de dois anos da SURFAR e de quebra botei a MARESIA no bico. Se alguém perguntar por mim, não me acorde!” (Livia Melo) “Contato com a natureza, busca por um estilo de vida mais harmonioso, sensação de liberdade, MARESIA salgada no rosto. Precisa de mais razões para SURFAR?” (Layla Breder) “SURFAR não é moda, é estilo de vida. E MARESIA é pra quem tem surf na veia!” (Carlos Eduardo Toledo)

REPÓRTER “TEEN” Adorei a última edição e estou muito ansiosa para a próxima. Apesar da revista já ter um bom espaço para todos os requisitos e gostos, talvez fosse maneiro em toda edição sair algo sobre surfistas mais velhos. Queria muito participar da equipe de vocês com algumas entrevistas “teen”, mais focada em adolescentes. Estou cheia de idéias e muito confiante, apesar de nova, 13 anos. Estou fazendo escolinha na CTsurf. Caraca! Eles são bem legais. Obrigada pelo espaço. Beijos. (Kathya Oliveira) Estamos preparando paras as próximas edições algumas entrevistas, quem sabe você pode entrar com seus textos. Vale a pena investir nos seus sonhos. Continue treinando no Ctsurf.

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REVISTA 0800 Fico muito amarradão quando chego ao Bibi Sucos (JB) e encontro minha SURFAR. É incrível como uma revista tão maneira rola 0800. Nasci, fui criado no Vidigal e fiquei muito amarradão quando li a matéria da Lage do Sheraton. Surfei ali durante muitos anos e nunca fotografaram aquele pico insano. Vocês não fazem idéia das sessions e histórias que já rolaram lá. Parabéns... Apesar de estar distante do pico, ainda bate forte o coração quando o vejo gigante, ainda mais com o Treko na matéria, camarada das antigas de rolé de skate no quarter da G.U (General Urquiza) no Leblon. Forte abraço e boas ondas! (Michel Coelho) Realmente as fotos da Lage do Sheraton foram as mais cabulosas publicadas em uma revista de surf até hoje. Graças aos nossos fieis colaboradores espalhados pelos quatro cantos da terrra. Na próxima ressaca estaremos lá pra fotografar de novo.

FÁBRICA DE MISSES E aí galera da Surfar! Tenho uma dúvida... gostaria de saber se este fotografo Celso Pereira Jr. possui uma fábrica de Misses Surfar e qual a possibilidade de conseguir agendar uma visita com a turma do meu colégio. Obrigado e parabéns. Angelo Correia Caro Angelo, é sabido que nosso fotografo colaborador Celso Pereira possui sim uma fábrica de produção em massa das beldades que exibimos aqui na revista. Sua localização é ainda um segredo muito bem guardado por ele, mas fique tranquilo que assim que descobrirmos, NÃO iremos compartilha-lo com você, nada pessoal! Parabéns pela cobertura do campeonato de tow-in em Maresias. A revista Surfar deixou a galera sabendo tudo o que rolou através do Facebook e Twitter em tempo real, irado. Surfar sempre! Cabeça Feita Surf Art via Facebook Irada essa transmissão do campeonato em Maresias via Facebook e Twitter, mandaram muito bem! Arthur Toledo via Facebook E no Facebook a galera também opinou sobre o surf ser esporte exibição na olimpíada carioca. Selecionamos algumas: Isso ai. Tem que virar esporte olímpico mesmo! (Lívia Barros) Surf Rio 2016, tudo de bom para o carioca! (Sandra Dutra) É isso aí mesmo! Aproveitar que temos ondas da melhor qualidade e atletas também! (Juliana Coutrim) Para os internautas de plantão site da Surfar totalmente reformulado. Vale à pena conferir: www.revistasurfar.com.br



por: Tiago garcia

REVIEW: Wake Up 2 é o meu mais recente vídeo de surf. Com o mesmo foco do primeiro, Wake Up lançado em 2006, WU2 tem como meta conscientizar os espectadores para a preservação da natureza, mostrando toda a nocividade do homem sobre o planeta. O filme inclui também lugares praticamente intocados pela civilização e que podem vir a desaparecer em consequência da contínua degradação do meio ambiente, principalmente os oceanos, nosso playground. O vídeo teve seu roteiro assessorado por biólogos e as imagens foram captadas em lugares como Tahiti, Uruguai, Califórnia, Indonésia, México, Hawaii, Austrália e Brasil. A idéia foi produzir um vídeo de alta performance que, além dos surfistas brasileiros que fizeram parte do primeiro projeto, como Adriano de Souza, Thiago Camarão, Jerônimo Vargas e Alejo Muniz, também apresenta surfistas como Kelly Slater, Mick Fanning, Taj Burrow, Bobby Martinez, Joel Parkinson e Dane Reynolds. WU2 possui imagens de ação e depoimentos de Damien Hobgood, Jordy Smith e Josh Kerr. Outra novidade é a narração feita por CJ Hobgood entre os clipes de ação do filme. Já a trilha sonora fica por conta de bandas como Isle of Thieves, Runner Runer, A Thorn for Everyheart, Static Touch, Radium 88, Conditions, Halifax e outras. O vídeo será distribuído mundialmente no formato DVD a partir de novembro e já está disponível pela web através do site www.tiagogarcia.net

NEWS: - O diretor californiano Taylor Steele está contratando novos videomakers para participar dos novos projetos de sua produtora. Os interessados devem enviar CV pelo site www.poorspecimen.com - Jamie O’ Brien acabou de finalizar seu terceiro DVD chamado “Who is JOB?” O trailer já está disponível no site www.rusty.com/blog/2009/10/12/2nd-trailerfor-who-is-job - O filme “The Drifter” está sendo lançado pelo protagonista Rob Machado e por Taylor Steele, seu amigo e produtor da obra. A dupla está lançando o filme pelo mundo até o final de 2009. E cada parada inclui espetáculos acústicos por Machado e Swift Jon, além de um Q & A com Rob e Taylor Steele após a exibição do filme. Para mais informações acesse: www.tiagogarcia.net

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TOP 10 VIDEOS: por Adriano de Souza Separate Volumes Blue Horizon Trigoly Momentum Wake Up Subfoco Season Good times Cambitos 3 The Signal







Classificado para a elite do surf mundial do próximo ano e atual vice-líder do ranking WQS, o potiguar Jadson André, 19 anos, conseguiu nos últimos dois anos dar uma arrancada sensacional na sua carreira após o título mundial amador em 2007. Conquistou seu grande objetivo, a vaga entre os melhores surfistas do mundo no WCT. Jadson aprendeu a pegar onda na praia de Ponta Negra, em Natal. Pouco antes de vencer a seletiva para o mundial Pro Junior no Arpoador, ele deu uma entrevista exclusiva para a Surfar. por: roger FerreirA

Como avalia esse grande salto nos últimos dois anos da sua carreira? Costumo dizer que é uma escada na qual estou subindo degrau por degrau. Olhando para trás, há dois anos eu estava correndo o circuito brasileiro amador. Fui campeão brasileiro Junior e Open. Depois fui campeão mundial amador Sub-18, mas nunca tive o objetivo de competir nos eventos brasileiros profissionais, tipo Brasil Tour e Super Surf. A preparação que venho fazendo com a equipe da Oakley é focada no WCT, sempre procurando evoluir através de viagens e competições internacionais. Realmente foi um pulo alucinante, dois anos atrás eu estava competindo no circuito brasileiro amador e agora já estou indo competir no WCT com os melhores do mundo. Como foi sua preparação física e psicológica para 2009? Eu venho trabalhando nos últimos três anos focando nesse ano de 2009. Fiz várias viagens para os melhores picos do mundo: Jeffrey’s Bay, Austrália, Hawaii, Galápagos, Ilhas Carolinas, entre outros. Também trabalhei com a equipe do projeto Marazul, sendo assistido por médico, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e preparador físico. Quais foram os seus resultados mais importantes na trajetória rumo ao WCT? Foi um ano de vários bons resultados, mas a vitória no WQS Prime em Durban, África do Sul, foi a mais alucinante, pois eu já vinha trabalhando muito por isso e consegui vencer uma etapa importante em cima do Owen Wright, que é um dos melhores do mundo hoje na minha categoria. Esse foi o principal, mas também tive resultados importantes, como na Tasmânia, quando venci o CJ Hobgood e quase tirei o Jordy Smith na semifinal. Nas Maldivas também fiz um resultado alucinante, ficando em terceiro. Além das competições no Brasil, Rio e Praia Mole, onde consegui

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dois quintos lugares. Por tudo isso é que agora estou em segundo no ranking WQS. Como você está encarando a pressão da entrada no WCT em 2010, onde você vai surfar ondas muito mais fortes, diferentes da maioria dos beach breakes da divisão de acesso? Em primeiro lugar não sinto pressão, vou estar lá bem tranquilo. Vai ser mais um circuito que vou encarar. Todos os circuitos são difíceis e em nenhum que competi até hoje tive pressão. No WCT não vai ser diferente. Eu já venho viajando a algum tempo, surfando as melhores ondas do mundo focando na elite, treinando em ondas grandes como as do Hawaii. Sem dúvida, terei dificuldade como todos os atletas, mas vou trabalhar principalmente em cima dessas dificuldades para fazer um bom trabalho no WCT. Qual o seu objetivo para o primeiro ano no WCT? Meu foco é sempre evoluir. Uma grande qualidade que eu tenho é ser um cara super concentrado. Quando quero alguma coisa, busco com todas as forças. Quero ter um bom resultado na primeira etapa em Snappers Rocks. Já estive duas vezes na Austrália. Fiquei seis meses morando e fazendo um curso em frente ao pico em Snappers. Treinei muito lá. Estou bastante excitado para essa primeira etapa, pois é uma onda que eu gosto muito. Sei que não vai ser fácil competir contra Adriano de Souza, Kelly Slater e outros mais, porém é o meu primeiro ano, a pressão é toda deles de me vencer. Eu só tenho que aprender e evoluir. O objetivo é me manter na elite mundial, não quero ser mais um que conseguiu a vaga e saiu no ano seguinte. Estou trabalhando em cima das minhas dificuldades para ficar lá um bom tempo.


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pedro MonTeiro


Bruno leMos

prÓXiMo nÚMero

HAWAII

MAyA gAbeirA presente eM pipe, no início dA teMporAdA hAVAiAnA.

Editor chefe: José Roberto Annibal – annibal@revistasurfar.com.br. Editor executivo: Grimaldi Leão – grimaldi@revistasurfar.com.br. Projeto gráfico e Arte: Marcos Myara – marcos@revistasurfar.com.br. Redação: Liana Azeredo – liana@revistasurfar.com.br, Roger Ferreira – roger@revistasurfar.com.br. Revisão: Déborah Fontenelle. Colunistas: André Breves Ramos, Thiago Garcia. Colaboradores de texto: Nancy Geringer, Pedro Tojal e Luiz Blanco. Fotografia: Alan Simas, Álvaro Freitas, Alvinho Duarte, André Cyriaco, Arthur Toledo, Beto Paes Leme, Bruno Lemos, Craig Kolesky, Celso Pereira Jr., Cláudio Páschoa, Damea Dorsey, Daniel Smorigo, Fábio Minduim, Fred Pompemayer, Gustavo Camarão, James Thisted, Lika Maia, Luiz Blanco, Manoel Campos, Marcelo Piu, Pedro Monteiro, Pedro Tojal, Rick Werneck, Tiago Navas, Tony D’Andrea, Júlio Fonyat, Bidu. Tratamento de imagens: Aliomar Gandra e Ricardo Gandra. Publicidade: (21) 2433 0235. Comercial: Bruno Pinguim (Rio), Sérgio Ferreira (Baixada), Hugo Mendonça. Jornalista responsável: José Roberto Annibal MTB 19.799. Impressão: Gráfica Ediouro. A Revista Surfar pertence a Forever Surf Editora e as matérias assinadas não representam obrigatóriamente a opinião desta revista e sim de seus autores. Distribuição gratuita no Rio de Janeiro. Endereço para correspondência: Av. Ayrton Senna 250, sala 209 - Barra da Tijuca - Cep. 22793-000 E-mail para contato: surfar@revistasurfar.com.br - Tel.: (21) 2433-0235 / (21) 2480-4206.




Sobe a série, você tá sozinho no pico, um pouco atrasado. Tem cheiro de roubada no ar. Mas não tem jeito, tem que dropar. Alguém grita lá do canal:

BOTA PRA

BAIXO! Envie seu vídeo para:

youtube.com/contesuaroubada



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