Surfar #36

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anos

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Gabriel Medina

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0 2316-291 ISSN

ABR | MAI 2014 R$ 11,90

Gabriel Medina, alley oop em Rocky Point.

PRÊMIO OAKLEY BRASIL HAWAII QUATRO MESES NA DISPUTA PELO MELHOR TUBO, UM INÍCIO DE ANO COM MUITAS VITÓRIAS DOS MAIOR ONDA E AÉREO DA TEMPORADA BRASILEIROS PELO MUNDO. ENTREVISTA COM MINEIRO, WIGGOLLY E MEDINA

TRIP SURFAR EQUADOR: ÁGUA QUENTE E DIREITAS PERFEITAS


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TÊNIS VOYAGER MID & AGREED BOARDSHORTS

J U ST P A S S I N G T H R O U G H


PAULO BARCELLOS




Ă?NDICE

O visual de cima da montanha. Mason Ho foi um dos que fez bonito em Pipe nessa temporada. Foto: Pedro Tojal.


Começo bombástico!

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Prêmio Oakley Brasil Hawaii

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Surfar Trip - Viva o Equador!

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Portfólio: Everton Luis

.124

Ensaio Surfar

.151

Entrevistamos os três principais nomes do melhor começo da história do surf brasileiro nas competições: Adriano de Souza, Gabriel Medina e Wiggolly Dantas.

A revista Surfar realizou pela segunda vez a maior premiação para surfistas brasileiros fora do país!

O fotógrafo Lima Jr conta todos os detalhes da busca pelas ondas do litoral equatoriano.

O gaúcho Everton Luis comemora 23 anos de profissão com um show de imagens nas páginas da Surfar.

A surfista carioca Renata Paiva está sempre dentro d’água em Guaratiba. Com certeza, o crowd vai aumentar!

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NADA SE COMPARA AO SURF SÃO MÃOS GELADAS E ROUPAS DE BORRACHA É SER PEGO PELA ONDA DA SÉRIE E VOLTAR AO OUTSIDE SORRINDO SURF É O PRIMEIRO MERGULHO NA ÁGUA FRIA LOGO CEDO É COMIDA QUENTE, AQUECEDOR NO PÉ DENTRO DO CARRO E CHEIRO DE CAFÉ SURF É A PRIMEIRA REMADA EM UMA PRAIA QUE VOCÊ NUNCA SURFOU SÃO PRANCHAS QUEBRADAS, RESSACAS E VENTO GELADO SURF É SENTAR NO OUTSIDE E SENTIR A ROUPA DE BORRACHA AQUECER AO SOL É CONTAR HISTÓRIAS NO ESTACIONAMENTO APÓS A SESSÃO SURF É A PROMESSA DE UM LOCAL COM ÁGUA QUENTE A ALGUMAS HORAS DE DISTÂNCIA É SABER QUE É INVERNO EM ALGUM LUGAR SURF É O QUE SOMOS...

3X SIMA WETSUIT OF THE YEAR




FLORENCE



EDITORIAL Independência para continuar inovando O início do ano foi bem movimentado aqui na redação da Surfar, principalmente durante o fechamento dessa edição de aniversário de 6 anos. Em parceria com o canal Woohoo e oferecimento de Furnas, o Prêmio Oakley Brasil Hawaii realizou uma ampla cobertura da temporada havaiana, onde produzimos 12 episódios semanais divulgados no canal e no site premiobrasilhawaii.com. br. No final de três meses e milhares de votos apurados, premiamos os atletas nas categorias: Melhor Tubo (Miguel Pupo), Maior Onda (Everaldo Pato) e Maior Aéreo (Yago Dora). O fotógrafo Pedro Tojal e a videomaker Tatiane Araujo comandaram o show diretamente da Surfar House em frente à praia de Three Table. Recebemos uma grande quantidade de material de colaboradores para o Prêmio, com videomakers e surfistas empenhados em produzir boas imagens. A galera trabalhou bonito! Vale ressaltar que esse foi o primeiro evento em conjunto de um canal de televisão (canal Woohoo) e uma revista de surf (Surfar), abrindo um leque maior para a divulgação de uma competição realizada no Hawaii somente para brasileiros. E que começo de ano bombástico para a turma das competições! Nossos representantes no tour mundial “chinelaram” literalmente! Adriano de Souza, Gabriel Medina e Wiggolly Dantas tiveram grandes vitórias nas primeiras etapas, alcançando espaço nas grandes emissoras de TV aberta, inclusive uma matéria no Jornal Nacional. Por isso tudo e muito mais, a gente preparou uma matéria de 20 páginas com entrevistas exclusivas para mostrar e comemorar, é claro, com os fãs e leitores essa boa fase que os atletas estão vivendo. Também abrimos os arquivos do fotógrafo gaúcho Everton Luis para trazer um portfólio de peso e mostrar um pouco da sua verdadeira paixão pela fotografia de surf. Everton é o tipo de profissional que vibra com cada clique que sai de seu equipamento, contagiando a todos na hora da gente fazer a matéria. O resultado não poderia ser outro: reservamos 16 páginas para mostrar algumas das surf trips que ele fez pelo mundo afora. E para fechar essa edição comemorativa, uma matéria do Equador com atletas voadores que vai levar deixar você com água na boca para a trip da sua próxima viagem. Quem não gosta de pegar direitas perfeitas com água quente? A Surfar é isso, uma constante procura pelas melhores ondas, aonde quer que elas estejam, buscando fazer um veículo para o surfista de verdade com qualidade e imparcialidade. Obrigado aos videomakers, fotógrafos, repórteres, revisores, surfistas, gerentes de marketing, marcas, designers, estagiários, enfim, para todos aqueles que fazem a Surfar uma revista 100% surf. José Roberto Annibal


P R E S E N T E D A S U R FA R Estes códigos permitem que você acesse vídeos exclusivos da Surfar através do seu smartphone. Siga o passo a passo abaixo sempre que encontrar um desses em nossas matérias. 1. Baixar um aplicativo de QR code grátis através da Apple Store ou Android Market. 2. Abrir o leitor QR Code em seu celular. 3. Focar o código com a câmera. 4. Automaticamente o conteúdo será carregado.

APROXIME A CÂMERA DO CELULAR E ASSISTA AO VÍDEO

Foto da capa: Gabriel Medina voltou para o Hawaii em fevereiro para treinar após uma contusão que o deixou fora d’água. O resultado você vai ver na próximas páginas. Foto: James Thisted. Foto acima: Local de Pipeline numa onda triangular. Foto Pedro Tojal.

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FA C E B O O K / L O J A S W Q S U R F

W Q S U R F. C O M


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FOTO: LEONARDO NEVES


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MELHOR DA SÉRIE

“Essa foi a primeira onda da minha vida em Jaws. Estava um pouco nervoso quando entrei na água, mas depois que peguei ela me senti à vontade e acabei surfando mais seis ondas”, disse Pedro Scooby. Foto: Fred Pompermayer.


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MAIOR DA SÉRIE

“Desci a onda incrivelmente rápido! Dava pra sentir o ímpeto e a velocidade da onda que vinha atrás de mim” disse Ian Walsh, que cresceu em Maui, bem próximo a Jaws. A onda foi uma das maiores já surfadas no pico e aconteceu em janeiro durante a gravação do filme “Point Break 2”. Foto: Bidu.


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foto Roberto Studart

Foto OFF Films

Luigi Cani por Jeb Corliss


Yan Daberkow por Paulo Barcellos

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Bテ年US HAWAII


Gavin Baschen na melhor hora e no melhor lugar. Off The Wall. Foto: Pedro Tojal.

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POR TRÁS DAS ONDAS

Pedro Felizardo

As direitas dos sonhos voltaram.

J-Bay está de volta! Após dois anos ausentes no World Tour, as direitas perfeitas de Jeffreys Bay vão receber novamente os top 34 da ASP durante os dias 10 a 20 de julho. A etapa, que fez parte do calendário do WCT entre 1996 e 2011, agora já está garantida em contrato por pelo menos três anos.

Mineirinho foi o campeão da etapa Prime em 2012.

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Cestari/ ASP

Quando J-Bay ficou de fora do calendário, vários surfistas da elite infestaram as redes sociais lamentando a saída do evento. Só que agora chegou hora de comemorar! E um dos primeiros foi o local da África do Sul Jordy Smith, que se manifestou em seu Instagram: “Amarradão por ver que um dos melhores point breaks para a direita está de volta ao tour em 2014!” Outro que também comemorou sobre o retorno da etapa no pico sul-africano foi o atual campeão mundial Mick Fanning. “A onda é uma das minhas favoritas de todos os tempos e o local em geral é incrível! É um dos meus lugares preferidos no mundo. Mal posso esperar!”, disse Fanning. Já Paul Speaker, novo CEO da ASP, falou sobre a importância da comunidade local para a realização da etapa e a herança que J-Bay tem no esporte. “Jeffreys Bay tem uma herança incrível no esporte, e a comunidade local tem sido fundamental para o retorno dos top 34 da ASP à África do Sul esse ano. Nós estamos muito gratos e ansiosos para a edição de 2014 do evento”, contou Speaker.

Apesar da boa notícia sobre o retorno de Jeffreys ao WCT, a etapa de Keramas em Bali, Indonésia, acabou saindo do calendário. “Nós tivemos muita sorte de ter levado os melhores surfistas do mundo para Bali em 2013, e Keramas rendeu imagens fantásticas para o evento”, lembrou Kieren Perrow, porta-voz da ASP, sobre o sucesso do Oakley Pro Bali, vencido por Joel Parkinson. Que seja bem-vinda a volta deJ-Bay ao tour para os atletas brasileiros! Com a melhor direita do mundo, o “Circuito dos Sonhos” já pode ser chamado assim novamente. Vamos torcer por mais um sucesso da “tempestade brasileira”, entre eles Mineirinho, que foi campeão do ASP 6-Star Billabong Pro Jeffreys Bay em 2012. Vai Brasil!

CALENDÁRIO WCT 2014 02 a 13 DE ABRIL DRUG AWARE MARGARET RIVER PRO – West Oz, Austrália. Atual campeão: Dusty Payne. 06 a 27 DE ABRIL – RIP CURL PRO BELLS BEACH – Torquay, Victoria, Austrália. Atual campeão: Adriano de Souza. 07 a 18 DE MAIO – BILLABONG RIO PRO – Rio de Janeiro, Brasil. Atual campeão: Jordy Smith. 01 a 13 DE JUNHO – FIJI PRO – Namotu, Tavarua, Fiji. Atual campeão: Kelly Slater. 10 a 21 DE JULHO – J BAY OPEN – Kouga, Eastern Cape, África do Sul. 15 A 26 DE AGOSTO – BILLABONG PRO – Teahupoo Taiarapu, Tahiti. Atual campeão: Adrian Buchan. 09 a 20 de setembro – HURLEY PRO AT TRESTLES – San Clemente, Califórnia, EUA. Atual campeão: Taj Burrow. 25 DE SETEMBRO a 06 DE OUTUBRO – QUIKSILVER PRO FRANCE – Landes, Aquitânia, França. Atual campeão: Mick Fanning. 12 a 23 DE OUTUBRO MOCHE – RIP CURL PRO PORTUGAL – Peniche, Oeste Subregion, Portugal. Atual campeão: Kai Otton. 08 A 20 DE DEZEMBRO – BILLABONG PIPE MASTERS – Haleiwa, Hawaii, EUA. Atual campeão: Kelly Slater.



INSTAGRAM BRASIL

Fotos Arquivo Pessoal

2014 começou muito bem para o Brasil com nossos representantes marcando presença nesse início de temporada.Mas, é claro, que a galera não deixou de aproveitar os momentos de folga. Confira!

@jabourwalkie não resistiu e postou a foto desse visual alucinante!

@iangouveia e seus amigos com os foguetes para encarar Waimea.

@henriquepinguim mostrando outro ângulo alucinante de Backdoor.

@matheusnavarro simplificou seu estilo de vida: surfar, surfar e surfar!

@diegosilvasurf e o resultado de mais um dia de trabalho: “Ossos do ofício!”.

@williancardoso, felicidade dentro e fora das ondas.

@caiogebaravaz (à direita), campeão em Sunset Beach esse ano, fazendo farra com os amigos.

@nicolepacelli e uma amiga partindo para mais uma session em Rocky Point.

@ricardinhotoledo mostrando um momento de descontração com a família em duas fases de sua vida.

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MÚSICA

MAT. MCHUGH O frontman do The Beautiful Girls

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he Beautiful Girls (2001-2010) foi um pseudônimo criado por Mat. McHugh e cerca de 30 amigos para divulgar seus discos e turnês. A banda lançou três EPs e quatro álbuns de estúdio, sendo que o primeiro foi produzido com apenas 300 dólares e vendeu mais de 100 mil cópias. Atualmente o frontman divide seu tempo entre a carreira solo e a nova banda intitulada Separatista SoundSystem, além do lançamento de novos artistas. Confira a entrevista exclusiva de McHugh para a Surfar, onde ele fala sobre sua homenagem ao amigo Andy Irons, sinceridade na música, relação estreita com o Brasil e, é claro, muito surf! –––– por João Cezimbra

Capa do EP More Money, o novo trabalho de McHugh lançado esse ano.


As pessoas que estão comigo no palco agora são do The Beautiful Girls e todos nóstocamosutilizandoessenome.Fuieu quem o criei, escrevi todas as músicas e poderia continuar chamando assim, mas não quero. Não sinto mais The Beautiful Girls como um nome que representa algo que nós acreditamos hoje em dia. Foi um nomedebrincadeiranaépoca,porémagoraéhoradabrincadeiraacabar.Muitagenteentende,masseaindaexistempessoas confusassobreisso,nãotemnadaqueeu possafazer.Vouapenascontinuartocando minha música.

Em 2012 você lançou online gratuitAMENTE o álbum solo “Love Come Save Me” dedicado ao Andy Irons. Como foi a repercussão, tendo em vista que era um momento de transição em sua carreira? A música e o título do álbum

Rodrigo Sodré

são para ele e sua família. EU E A BANDAÉRAMOSAMIGOSPRÓXIMOSDELE EESTÁVAMOSSEMPREJUNTOS.Quando a notícia chegou foi muito intensa e o jeito que ele morreu dentro de um hotel me assusta até hoje, pois essa também é a nossa rotina de banda com todas as turnês pelo mundo afora. É por isso que eu quisdedicaresseálbumparaele.Foimuito bomveraspessoasfazendoodownloade gostando bastante do álbum. Havia algumas músicas já prontas e resolvi divulgar. O próximo está sendo mais trabalhado, com novas ideias chegando.

Arq. Pessoal

A amizade era forte. McHugh e Andy Irons.

Capa do álbum Love Come S av e M e , 2 0 1 2 .

Você conta com um apoio grande das pessoas que acreditam no seu trabalho independente, sem grandes contratos ou divulgação nas rádios. Qual a sua opinião sobre a indústria da música? Eudesprezoaindústriamusical.É

muita besteira. Hoje em dia, a música por sisónãopareceinteressaraspessoasque trabalham dentro desse mundo. Não tem nenhumamensagemsendopassada,só pessoasquerendoepensandoemnovas formasdeseganharmaisdinheiro.Quem éomelhor?Queméomaisbonito?Omais novo? Mas eu acredito que muita gente aindaamamúsicapelosmotivoscorretos e que querem compartilhar a mensagem certa.Amensageméquenóssomostodos iguais e que o amor é a coisa mais importante.AMÚSICACONSEGUE UNIRAS PESSOASENQUANTOOMUNDOTENTA DESTRUIR A TODOS NÓS! A minha músicavaiseespalharpelaspessoasque acreditam nisso.

Com uma carreira de sucesso e novos projetos, você também começou a apoiar novos artistas que querem seguir esse caminho independente. Como está sendo essa experiência e que tipo de influência você passa para eles?

A gente sempre seleciona quem vamos apoiar e escolhemos artistas que temos respeito.Tem muita gente no mundo todo fazendomúsica boa e surpreendente.Se elespassamumaboamensagemeestão sempre espalhando amor, ao invés do ódio,nóssomosfãsdeclaradosdessetipo de trabalho. Eu faço questão de ajudar as pessoasqueestãocomeçandonessemeio, dandoalgunsshowsetentandodivulgara música deles. É assim que funciona. E como é a sua relação com o sURF brasileiro?

Eu tenho muitos amigos brasileiros que surfam.Aliás, muitos surfam muito bem! Sou amigo dos irmãos Padaratz, Teco e Neco, que são muito legais e bons surfistas. Da última vez que vim ao Brasil, eu fiquei um dia em Maresias com o Gabriel Medina, seu padrasto e sua equipe. Nós saímos, surfamos juntos e tivemos um grande dia. NÃO VAI DEMORAR MUITO PARAQUEUMSURFISTABRASILEIRO SEJA CAMPEÃO MUNDIAL.

Em sua página oficial, você questiona a limitação feita pelo Facebook em respeito à divulgação de sua música e ao alcance que ela realmente atinge. Por que acha que isso acontece? Mídiassociaissãomaravilhosas

para conectar as pessoas diretamente e me dão espaço para conversar com elas sem ser censurado por ninguém. Mas, como qualquer coisa, é um negócio e eventualmentetemumpreço.Maisdinheiro terá que ser colocado e as companhias controlaram cada vez mais a informação.

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Na mesma linha de raciocínio, eu gostaria de ter um lugar no meu site onde aconteçam as mesmas discussões, mas sem me preocupar sobre alguma pessoa tentando fazer dinheiro em cima disso. conte como foi a sua turnê “Summer Come Save Me Tour” e quais seus planos para o futuro. Os shows da última turnê foram

uns dos meus favoritos. Nós tocamos algumasmúsicasacústicas,masmuitodub, dancehall, reggae, estilo SoundSystem. Um baixo muito pesado, duas guitarras, sessãodemetais...Temsidoótimovermilharesdepessoascantando,dançando... Sinto que agora isso só irá crescer e que, musicalmentefalando,amensagemestá se espalhando. Liquid Pictures

COMO VOCÊ EXPLICA a mudança no nome da banda?

B ra s i l , S a lva d o r , 2 0 1 2 . Como o surf te inspira nas suas músicas?

O que eu mais gosto de fazer é surfar. É aminhamaiorinspiraçãoparaasmúsicas e elas dependem do tempo que eu passo dentro d’água. Coloco muito amor e importância nisso.

Dizem que o Brasil é muito parecido com a Austrália, você concorda? Com certeza!

Existem muitas coisas similares entre os brasileiros e os australianos. Nós temos amor pela vida e adoramos celebrá-la ao máximo. Todos os brasileiros que eu conheci têm um coração muito grande, um amor pelas pessoas e pela vida em si. Eu admiro e respeito bastante isso.Acomida émaravilhosa!Aúnicacoisaqueeutentei, masquehojeemdiatentoevitaréacachaça. Eu saí com uma amiga em São Paulo da última vez que vim aqui e passei muito mal.Foramquaseunstrêsdias para me livrar da ressaca!Acho que dá próxima vez eu só vou beber guaraná (Risos)!

Para finalizar, Qual é a energia do público brasileiro e dos lugares que você toca aqui?

Eu já fiz shows no Brasil inteiro. Tocamos nos eventos do WCT, nas montanhas do Rio de Janeiro (na festa do Canal Off em 2012)... Todo o lugar é perfeito, com diferentes energias, então, não poderia escolher um só. Eu amo o público daqui e o país como um todo. Os brasileiros amam música e tem um ótimo ritmo. Mas, em especial,euadoroverasbrasileirasdançando nos shows. É muito bom ver a felicidadedelasedetodomundo.Esperosempre voltar e tocar mais e mais.




INSTAGRAM GRINGO Assim como os brasileiros, os tops gringos não param de rechear suas redes sociais. Cada momento

Fotos Arquivo Pessoal

acaba virando um clique... E a gente não perde um post!

@anastasiaashley mostrando que também manda muito bem fora d’água!

@mattwilko8 tirando sarro de @kellyslater com a supremacia australiana nos últimos anos de @joelparko e @mfanno.

@jordysmith foi outro surfista que também mudou seu status nas redes sociais.

@julian_wilson jogando muita água para cima nessa rasgada.

@mfanno e @rissmoore10 com seus troféus de campeões mundiais 2013 durante a premiação da ASP.

@stephaniegilmore e sua variedade de manobras, como esse aéreo.

@john_john_florence nos presenteou com esse visual alucinante!

@jordysmith curtindo um belo fim de tarde após uma session.

@kellyslater o “gladiador” sete vezes campeão de Pipe Masters.

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CAPTAIN FIN COSTA MESA

DIRETO DA MENTE INEXPLICÁVEL DE MITCH ABSHERE, CHEGA A MAIS NOVA ETAPA NA EVOLUÇÃO DA COLABO RAÇÃO VANS X CAPTAIN FIN. QUANDO MOSTRAMOS AO CAPITÃO TUDO DE MELHOR ENTRE OS SURF SIDERS, ELE IMEDIATAMENTE ESCOLHEU O NOVO “COSTA MESA” PARA COLOCAR UMA ESTAMPA QUADRICULADA E UMA ÂNCORA, COMPLEMENTANDO A COLEÇÃO DE CALÇADOS.

VANSBR.COM ©2014, Vans Inc. photo: Tom Carey




FEMININO

Chloé Calmon Vitória Merecida

A carioca Chloé Calmon, top 5 do Circuito

Mundial de Longboard da ASP, venceu pela segunda vez consecutiva o Punta Sayulita Classic no México. Durante uma recente temporada em Fernando de Noronha (PE), onde ficou quase um mês gravando uma série de programas para o Canal OFF, a longboarder aproveitou para aprimorar seu treinamento em ondas mais fortes e maiores, o que acabou ajudando muito em seu bicampeonato. Apesar do evento não contar pontos no ranking, serviu de motivação para Chloé que, além de começar bem o ano, competirá em novembro na etapa do circuito mundial na China. COMO FOI GANHAR PELA SEGUNDA VEZ O PUNTA SAYULITA CLASSIC? Foi incrível vencer no México pelo segundo ano consecutivo! Gosto muito da vibe e da onda de Sayulita! O nível do campeonato é alto com meninas de vários lugares do mundo que correm o circuito mundial. Além de ser uma grande confraternização, o evento ainda promove ações de limpeza de praia e aulas sobre preservação do meio ambiente. O RESULTADO DA FINAL APENAS FOI DIVULGADO NA FESTA DE ENCERRAMENTO DO EVENTO. A EXPECTATIVA FOI GRANDE? Assim como no ano passado, o resultado oficial das finais só foi divulgado na festa de encerramento do campeonato, com todos os atletas presentes. Eu dei o meu melhor na final e consegui duas ondas longas que permitiram várias manobras. QUAIS SÃO SEUS PLANOS A PARTIR DE AGORA? Em 2014 o meu foco será subir no ranking mundial. Estou em 5º lugar e a cada ano vou ganhando mais experiência. O critério para o circuito mundial mudou, valorizando mais o estilo clássico. E como gosto bastante do clássico,

Fotos: Arq. Pessoal

então estou animada para as próximas competições!

Chloé comemorando a vitória com o sua nova Go Pro.

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Carlos Matias

Fotos: Arq. Pessoal

POR TRÁS DAS ONDAS

Klécio Mota deixou um bonito legado para o surf brasileiro.

Klécio Mota, um ícone do esporte

O surf brasileiro perdeu um dos seus maiores incentivadores. KLÉCIO MOTA, dono das lojas K&K, ajudou a popularizar o esporte em todo o território nacional com a venda de pranchas de surf em grande escala pela rede de departamentos Mesbla. Mesmo com a rotina agitada de empresário, a água salgada corria pelas suas veias e ele sempre arranjava um tempo para curtir os finais de semana em Búzios, onde gostava de surfar, além de praticar windsurf e stand up com a família e os amigos.


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paixonado pelas ondas, Klécio Motta resolveu lá atrás, nos anos 70 junto com seu irmão Kleber, investir num novo negócio praticamente inexplorado naquela época: uma oficina de pranchas. E assim nasceu em 1973 a K&K (junção dos nomes Klécio e Kleber), que se tornou referência em pranchas de surf no país, criando uma geração de novos surfistas. Logo depois, eles deram um passo audacioso ao abrir uma loja na Galeria River no Arpoador, Rio de Janeiro, onde começaram a vender pranchas, kits para consertos, shorts, parafina e t-shirts de outras marcas, surgindo assim uma das primeiras surf shops da região. Mas o que tornou a K&K ainda mais fortalecida foi uma grande oficina de pranchas que Klécio montou em 74, fazendo muitos fãs pelo Brasil inteiro.

Klécio executando um looping em Diamond Head, Hawaii. Nos últimos anos, Klécio, que morava no condomínio Barramares, em frente à praia da Barra da Tijuca (RJ), visitou algumas vezes a redação da Surfar, que fica há 2 km de sua casa. Muito solícito, contagiava a todos com sua energia positiva em todos os sentidos. “Me lembro que alguém tocou a campainha na editora e quando abri a porta era o Klécio pedindo informação para anunciar na revista. Fiquei surpreso por estar frente a frente com um dos maiores ícones do esporte. Comecei a explicar sobre a revista, nossa distribuição... Logo em seguida, ele falou: ‘Fica tranquilo que eu já comprei o projeto da Surfar. Vou anunciar!’. E assim começou a nossa parceria”, conta José Roberto Annibal, editor da Surfar. E através de sua rede de lojas, ele também ajudou a distribuir milhares de exemplares da revista. “Algumas vezes o recebia na garagem da editora. Ficávamos conversando e depois enchíamos seu carro com muitas caixas de revistas para ele distribuir. Mesmo conhecendo ele há pouco tempo, parecia que éramos amigos de infância. Um cara apaixonado pelo surf, pelo mercado que trabalhava, pela vida e que torcia muito pelo nosso sucesso. Klécio deixou um bonito legado que jamais será esquecido pela comunidade do surf e todos os que o conheciam. Tive o privilégio de conhecê-lo, certamente vou guardar muitas coisas boas que ele passou pra mim”, finaliza Annibal. Klécio, 65 de idade, faleceu no final de fevereiro após lutar contra um câncer. Nos últimos anos, ele patrocinou surfistas do calibre de Heitor Alves, Silvana Lima, Simão Romão e Jeronimo Vargas, além de estar sempre marcando presença dentro d’água apesar da rotina corrida de empresário. “Eu vivo do surf, vivo para o surf. A minha família, meus amigos, todos são ligados ao surf e à água salgada. Vou surfar sempre!” – Klécio Mota.

Klécio lixando na oficina de Vargem Grande.

Carlos Matias

Depois de duas décadas num ritmo alucinante, a K&K passou por um momento difícil, o que provocou o fechamento da fábrica de pranchas, restando apenas três lojas. Só que em 2008 uma frase escrita numa porta no bairro carioca de Engenho Novo – “A solução da sua vida está no desenvolvimento do seu raciocínio”- motivou Klécio a dar um novo salto. E, naquele momento, ele resolveu voltar com tudo e uma de suas primeiras ações foi novamente contratar uma equipe forte de surf. O logotipo da marca também foi alterado para ter uma cara mais jovem, além disso, a K&K passou a apoiar escolinhas de surf e fazer campanhas publicitárias na Revista Surfar. Nessa mesma época, o empresário começou a fazer um forte trabalho com as melhores marcas do surfwear, se tornando uma das principais redes de lojas de multimarcas do Rio.

No seu escritório, anos 80.

Com seu troféu de campeão da etapa do mundial de Windsurf.

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Depois de três meses com o QG montado no North Shore, a Revista Surfar e o Canal Woohoo realizaram um coquetel de encerramento do Prêmio Oakley Brasil Hawaii de Surf, para premiar Os melhores surfistas do mundo trocaramdas suas e roupas de borracha pelo estilonoblack tie para noite de os vencedores trêslycras categorias. O evento rolou noite adentro bar Pe’ahi comasorteio do ASP World Surfing Awardspranchas, em Coolangatta, Austrália. Além dos campeões do mundo Mick Fanning e Carissa final de semana em Búzios, óculos da Oakley e kits dos patrocinadores. A banda Moore, o evento também premiou os grandes destaques de 2013. Confira! Stoked fez um som de primeira pra fechar em grande estilo essa confraternização. Confira! Fotos: Pedro Monteiro

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1 – Canal Woohoo e Revista Surfar: Ricardo Bocão, Pedro Tojal e José Roberto Annibal. 2 – As estagiárias de Furnas. 3 – Direto de Sampa, Victor Bernardo e o fotógrafo Fábio Dias. 4 – Luciano Cabal com Carlos Matias, Henrique Pinguim e namoradas. 5 – Thaís Havel e Felipe Lima. 6 – Equipe do Canal Woohoo. 7 – Guilherme Braga e Rafael Pires com a bela surfista Emilie Biason. 8 – Equipe Furnas: Alexandre, Gustavo, Juliana, Carlos e Renatinho. 9 – Loiras e morenas, mulheres para todos os gostos. 10 – Surfar na mão da galera. 11 – Os surfistas Fininho e Luan Braga. 12 – Eraldo Gueiros, Pedro, Débora e Bruno. 13 – Os atletas de Furnas Pedro Calado e Scooby. 14 – Oakley, Furnas, Surfar e Canal Woohoo, uma parceria de sucesso! 15 – Gian Bernini, ao lado de Sammiie Harding e Carla Ramos muito bem acompanhado. 16 – A dupla de marketing Carol (Roxy) e Rogério (Quiksilver). 17 – Renata Paiva e sua amiga. 18 – Alessandro e Bianca de Furnas. 19 – O fotógrafo André Portugal e sua namorada Juliana Proença. 20 – Guilherme Tripa e sua namorada. 21 – Ricardo Bocão com a banda Stoked. 22 – Gabriel Pastori e Wiggolly Dantas. 23 – A sortuda da noite que ganhou a prancha. 24 – Litza Kronig (à direita) e sua amiga. 25 – Mulherada curtindo um som. 26 – Recepção calorosa de Monique e Priscilla. 27 – Público feminino marcando presença na festa.


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WAINUI por BRUNO LEMOS

Bruno Lemos/Liquid Eye

O havaiano Kai Lenny entubou bonito de SUP em Jaws.

“Nunca se viu tanta onda grande...” Com tanta coisa acontecendo no meio do surf ao mesmo tempo, confesso que fico sem saber por onde começar. Como fotógrafo e cinegrafista, minha vontade era de escrever sobre as mudanças que a ASP estaria implantando em relação ao direito de uso de imagens durante esse ano. Porém, como tudo está muito recente e me faltam mais informações concretas, prefiro não colocar a minha “mão no fogo” para falar de um assunto que ainda deve dar muito pano pra manga! Mas uma coisa é certa, pelas primeiras impressões que eu tive, o nível da transmissão ao vivo está mais parecido com a linguagem de televisão. E se a ideia dos que estão por traz disso tudo é levar o surf a um novo patamar, introduzindo o esporte ao público de massa, com certeza o pontapé inicial foi dado! Depois de acompanhar a transmissão da primeira etapa do circuito em Snapper Rocks, na Austrália, deu até vontade de dedicar esse espaço todo aos brasileiros que surfaram naquele evento. Senti que todos os nossos competidores estavam muito focados, com a mente inabalada, não se intimidando com nenhum dos seus adversários, pois, por maior que eles fossem, os brasileiros competiram muito bem durante todo o evento. Acho que pela primeira vez consegui visualizar de verdade um dos nossos atletas sendo campeão mundial em breve! Foi inspirador ver nossos representantes surfando de igual para igual com os maiores ídolos do surf mundial, inclusive vencendo alguns deles em casa. Isso foi fantástico! Não estava lá para sentir a atmosfera da reação do público na areia ou até mesmo dos competidores que não conseguiram avançar, mas sei que os brasileiros comemoravam a cada onda surfada. Desde o início quando essa coluna foi idealizada, a ideia era falar sobre ondas grandes. A evidência disso é que o

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nome “mana wai nui” em havaiano quer dizer água pesada. Então, para não fugir desse contexto gostaria de comentar que nunca se viu tanta onda grande na Europa em tão pouco espaço de tempo. Foram tempestades atrás de tempestades que produziram ondulações gigantescas em vários lugares diferentes do velho continente, como a onda que o inglês Andrew Cotton surfou em 2 de fevereiro, que pareceu bem grande. É impressionante como as fotos das ondas em Nazaré ficam incríveis! E é por essas e outras que estou a fim de ir até lá na próxima temporada dar um confere de perto. Espero que em 2014 continue assim para que eu possa também registrar um pouco desses fenômenos. Mas voltando para a temporada havaiana, aqui as ondas grandes também surpreenderam aqueles que apostaram na “late season”. Jaws quebrou grande, perfeito e sem vento algumas vezes seguidas. E, na minha opinião, o surfista que mais mostrou disposição, técnica e atitude foi o local de Maui Kai Lenny, que passava o dia inteiro na água alternando entre prancha de remada e SUP, mostrando que a modalidade não tem limites. Quem imaginaria alguns anos atrás, na época que Jaws estava sendo descoberto, que um dia viríamos alguém surfar essa onda na remada e que, além disso, iria pegar tubos com tanta facilidade nessa temível bancada! Essa é apenas uma das maravilhas do nosso esporte que está em evolução constante. Vai ser no mínimo interessante ver o que estará acontecendo daqui a 20 anos! Isso, é claro, se o ser humano não poluir e acabar com os oceanos, mas isso é assunto para outra oportunidade! Aloha! BRUNO LEMOS é fotógrafo carioca radicado há mais de vinte anos no North Shore, Hawaii.



Boaight s da rlNd Surfing Award

do ASP World Surfing Awards em Coolangatta, Austrália. Além dos campeões do mundo Mick Fanning e Carissa Moore, o evento também premiou os grandes destaques de 2013. Confira!

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Divulgação ASP.

o ASP W

Os melhores surfistas do mundo trocaram suas lycras e roupas de borracha pelo estilo black tie para a noite

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01 – As estrelas da festa: os campeões mundiais Mick Fanning e Carissa Moore. 02 – O alley oop gigantesco em Bali rendeu a John John Florence o prêmio de manobra do ano. 03 – Alejo Muniz e Miguel Pupo também marcaram presença na festa. 04 – A rookie Nikki Van Dijk era uma das mais gatas da festa. 05 – Sally Fitzgibbons esbanjou sensualidade. 06 – Gabriel Medina foi o único brasileiro premiado da noite com o troféu de campeão do World Junior Tour. 07 – O 11 vezes campeão mundial e sua namorada Kalani Miller. 08 – Julian Wilson e sua namorada Ashley Osborne. 09 – Nat Young foi o rookie do ano. 10 – De volta ao WCT, Jadson André caprichou na beca ao lado de sua namorada Isadora Rocha. 11 – Julian Wilson atendendo à imprensa. 12 – Jordy Smith e sua esposa Lyndall. 13 – Em clima de total descontração, Bruna Schimitz, Kelia Moniz e Laura Enever. 14 – Coco Ho levou para casa a premiação de bateria do ano (ou seria a mais linda?) contra Alana Blanchard. 16 – Stephanie Gilmore e Slater, os maiores vencedores da ASP.


SHARPEYE MODELO DISCO DE 4’9”A 6’4” PRANCHA DE ALTA PERFORMANCE COM O ROCKER BAIXO QUE IMPRIME BOA VELOCIDADE EM ONDAS MÉDIAS E PEQUENAS .

SURFPRESCRIPTIONS MODELO NEW TOY DE 5’2”A 6’2” PRANCHA DOUBLE WING ROUND INCRIVELMENTE SOLTA E RÁPIDA PARA CONDIÇÕES PEQUENAS E MÉDIAS. PODE SER USADO 4 OU 3 QUILHAS


NA WEB Fotos: Arquivo Pessoal

Fique por dentro do que a comunidade do surf anda falando nas redes sociais pelo mundo afora!

“AMARRADÃO POR VER QUE UM DOS MELHORES POINT BREAKS PARA A DIREITA ESTÁ DE VOLTAAO TOUR EM 2014!” @Jordy Smith contando os dias para voltar a competir no seu quintal de casa.

“... É O PIOR ESPÍRITO ESPORTIVO QUE ELE PODERIA TER, MAS SINCERAMENTE NÃO ESPERAVA NADA DIFERENTE DELE, TODOS SABEM... É UM SACO, EU QUERIA SURFARMAIS,ASONDASESTAVAM DIVERTIDAS.” @Jeremy Flores falando numa entrevista que não gostou de Adriano de Souza ter usado a prioridade para ele receber uma interferência.

“É COM O CORAÇÃO PESADO E UMAVIDAINTEIRADE MEMÓRIAS POSITIVASQUECOMEÇOUMNOVO CAPÍTULO DA MINHA VIDA. ESSA É A MINHA OPORTUNIDADE DE CONSTRUIR ALGO DO JEITO QUE EU SEMPRE QUIS.” @Kelly Slater anunciando sua saída da Quiksilver após 23 anos de parceria bem sucedida.

“PELA PRIMEIRA VEZ VI MINHA PRIMEIRAONDAFILMADA.AMINHA EADOSCOOBYFORAMASMAIORES. DESCULPA MESTRE BURLE, NADA DISSOTERIAACONTECIDOSEMVOCÊ, MAS NÃO ACHO QUE A SUA ONDA FOI A MAIOR. TENHO O DIREITO DE DARMINHAOPINIÃO,JÁQUEAMÍDIA OFUSCOU O NOSSO FEITO.” @Felipe Cesarano desabafando sobre as bombas surfadas em Nazaré.

Acompanhe a Surfar pelo Twitter: www.twitter.com/revistasurfar.com.br

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“NÓS TEMOS MUITA RIVALIDADE, PORÉMSOMOSBONSAMIGOS.EUVI O POTENCIAL QUE JEREMY TINHA COM A PRIMEIRA MANOBRA E QUE ERAUMAGRANDEOPORTUNIDADE PARA ELE ENTRAR NA DISPUTA, MAS QUANDO DROPEI VI A PRANCHA DELE EMBAIXO DOS MEUS PÉS.” @Adriano de Souza

dando sua versão sobre a interferência de Jeremy Flores no Quiksilver Pro.

“AGORA TENHO UM PATROCÍNIO PRINCIPAL PRA PODER REPRESENTAR O BRASILNO WCT EM 2014,2015... UHU! OBRIGADO!” @Raoni Monteiro comemorando por poder mostrar o seu surf power nas etapas do Dream Tour após quase três anos sem patrocínio.



NA MEDIDA

Fotos Arq. pessoal

Local de Orange County, na Califórnia, MATT BIOLOS começou a história da ...Lost em 87 quando trabalhava em uma loja em San Clemente cercado de shapers, conseguindo assim aprimorar ao máximo suas habilidades na arte de shapear. “A ...Lost começou comigo e meus amigos quando nos divertíamos no colégio. Nós não éramos bons em nada, exceto em festejar, então nomeamos nossa equipe de ‘Team ...Lost’. Mas foi depois do colegial que comecei a fazer pranchas e a criar camisetas. A partir daí, as coisas começaram a crescer”, conta. Hoje, aos 44 anos, Mayhem é considerado um dos melhores shapers do mundo, bastante cobiçado por atletas da elite do surf. Entre os principais integrantes do seu time estão Mason Ho, Kolohe Andino, Taj Burrow, Clarissa Moore, além dos brasileiros Alejo Muniz, Jesse Mendes, Ricardo dos Santos e do freesurfer carioca ERIC DE SOUZA.

ERIC DE SOUZA POR MAYHEM

MAYHEM POR ERIC DE SOUZA

OEricestánanossaequipeecomoumembaixadorda ...Lost há um bom tempo. Ele é um atleta global, viaja muitopelomundoesesentebastanteconfortávelcom onossoapoio.Namaioriadasvezes,nósconversamos pore-mail,poisnosencontramossomentealgumasvezes durante o ano. Mas estou sempre assistindo seus vídeosparaanalisaraperformancedelesurfandoeos objetivos que ele quer alcançar. O Eric é um surfista muitosólido,sabebemoquequerequalondaprefere. Elegostadepranchasrápidasepequenas,aquelasque são excelentes para o apoio do corpo na hora do surf. Então, round pin é a melhor escolha para isso, assim elepodeentrarnotuboeexecutarmanobrascomfacilidade e rapidez. Outra característica que gosto muito no Eric é que ele apresenta um surf muito relaxado. Possofazerqualquertipodepranchaqueeleconsegue bonsresultados.Tambémseriabeminteressanteover trabalhando nas extremidades. Gostaria de ver o desempenhodeleemondasgrandesporqueachoquese sairia muito bem. E, paralelamente a isso, se ele aprimorasse a precisão com ondas menores, dando mais forçanasmanobras,tambémseriaumbelotreinopara esseano.Comoeudisse,oEricéumsurfistacompleto epodemosexplorarseupotencialemdiferentesáreas.

Já faz alguns anos que surfo com as pranchas da ...Lost, mas realmente comecei usá-las quando fui passar um tempo na Califórnia, onde pude fazer uma quantidade maior e testar novos equipamentos. Meu trabalho com o Mayhem tem sido excelente e está ajudando bastante na evolução da minha performance. Sempre falo o que eu busco na prancha para tal condiçãoespecíficaeelesimplesmenteproduzalgoincrível! E isso certamente me deixa mais confiante, pois assimtenhoumapranchaemquepossoconfiar100% e sei exatamente para qual condição devo utilizá-la. Aprincipal característica do Matt é que ele consegue acertar os equipamentos com os mínimos detalhes, traduzindo exatamente para o shape o que o surfista quer. Umas das minhas pranchas que considero mágica é uma 5’10 mini driver, basicamente específica para tubos, com pouca curva, um pouco mais larga no bicoecomboaflutuaçãoparacompensarseutamanho pequeno.Mastambémpodesermuitoboaparamanobrassetrocardequadparatriquilha.Nomomentomeu maior desafio é continuar evoluindo nos tubos, aéreos,manobrasdelinha,ondasgrandes...Estarsempre observando os surfistas que me inspiram e buscando suas qualidades para meu próprio surf. Já em relação às trips, sempre estou atrás de novas ondas, novos lugares, novos tubos e, principalmente, sem crowd...

Mini driver 5’10 quad 18.57 x 2.25 -round tail

Pedro Tojal

Eric de Souza testando seu foguete nos tubos da Indonésia.





MOVIES

por MATHEUS CHIABI

Kirstin /ASP

LOADED, O MAIS NOVO SUCESSO DA INTERNET

Dane Reynolds é um dos ícones do surf moderno.

Dane Reynolds não é apenas o surfista mais radical da atualidade. Após o sucesso do seu filme “Slow Dance”, um longa-metragem sobre o australiano Craig Anderson, eleito pela revista americana Stab Magazine como o melhor vídeo de surf de 2013, Dane também passou a ser conhecido por mais um talento incrível, o de filmmaker. E agora, em 2014, sua produtora lançou outro grande sucesso. O web vídeo grátis “Loaded” conta com a presença de alguns dos surfistas mais badalados do momento, entre eles Craig Anderson, Noa Deane, Nat Young, Andrew “Droid” Doheny, além

do veterano Taylor Knox e o próprio Reynolds. Sem um roteiro definido, Dane juntou filmagens que conseguiu em trips para Indonésia, França, Hawaii, México e Fiji até perceber que estava carregado de conteúdo (daí o nome “Loaded”), então, decidiu iniciar o processo de edição. O resultado foi um vídeo de 23 minutos com um respeitável nível de surf, edição muito criativa - cheia de efeitos alucinantes – e boas músicas. Uma verdadeira obra de arte. Um ponto interessante do filme é que a maioria das ondas é de tamanho médio (com exceção de Cloudbreak) e algumas condições têm vento maral e formação irregular, situações típicas no cotidiano de grande parte dos surfistas. Mesmo assim, Dane Reynolds e Noa Deane mandam full rotations animais, Andrew Doheny destrói em Greenbush com várias rabetadas para fora na mesma onda, Craig Anderson e Nat Young pegam tubos pesados no México e Hawaii e Taylor Knox surfa Trestles, combinação que dispensa comentários. Se você gosta de surf de qualidade e vídeos criativos, assista “Loaded” (vimeo.com/85696648). Sem dúvida, um dos melhores filmes da internet.

Divulgação Globe

NEWS Dion Agius, aéreo de frontside na islândia.

“Strange Rumblings in Shangri-la”, este é o nome do novo filme da Globe que está sendo produzido por Joe G, o mesmo diretor dos clássicos “Year Zero” e “Eletric Blue Heaven”. A previsão de lançamento é para setembro, mas desde o ano passado já há rumores que esse será o melhor filme de surf de todos os tempos. Joe G ama produções conceituais, vídeos de surf com histórias e temas por trás da ação. Em “Strange Rumblings”, os locais de

gravação são bem inusitados, diferentes dos que estamos acostumados assistir na maioria dos vídeos de surf. Um dos picos, por exemplo, é a Islândia (durante o inverno!). As aventuras e dificuldades enfrentadas pelo time da Globe para surfar em locais como esse, em condições super extremas, é o conceito trabalhado pelo diretor. A Globe ainda não divulgou todos os outros picos, mas já se sabe que Fernando de Noronha também é um deles. Repetindo a dose de “Year Zero”, a produção conta com os surfistas Yadin Nicol, Dion Agius, Nate Tyler, Taj Burrow, Yadin Nicol, CJ e Damien Hobgood, além das adições de Creed Mc Taggart, Brendon Gibbens e Alex Smith. Com tudo filmado em 16mm, “Strange Rumblings in Shangri-la” promete uma incrível cinematografia (como de costume nos filmes da Globe), além de alto nível de surf, é claro. Enquanto o filme não sai, a boa é assistir “Year Zero” para se ter uma ideia do que pode vir por aí.

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YAGO DORA

JESSE MENDES

1. Dear Suburbia

1. Loose Change

2. Modern Collective

2. Campaing

3. Done

3. Done

4. Bending Colours

4. Stranger Than Fiction

5. Year Zero

Rafaski

Pablo Aguiar

TOP 5

5. Samba Trance e Rock n’ Roll


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´


POR TRÁS DAS ONDAS

COMEÇO COMEÇOBOMBÁSTICO BOMBÁSTICO > VOLCOM PIPE PRO

05 FEV

Adriano de Souza não trocou apenas o patrocinador, mudou também o local de treinamento da pré-temporada e passou alguns meses no North Shore, o que de cara já lhe rendeu uma inédita final no Volcom Pipe Pro. O pódio ainda teve a presença de outro brasileiro, o ubatubense Wiggolly Dantas. Guigui, por sua vez, alcançou o melhor resultado de um brazuca em Pipe, ficando em segundo lugar, atrás apenas de Kelly Slater, que por pouco não perdeu o caneco para os nossos atletas.

> SUNSET BEACH PRO Para completar o triunfo dos brasileiros nessa temporada havaiana, Caio Vaz venceu a primeira e mais difícil etapa do circuito mundial de SUP, o Sunset Beach Pro. O carioca foi o terceiro brasileiro a vencer um evento mundial nessa praia. Além dessa importante conquista, Caio também foi campeão da segunda etapa na Praia do Framcês, em Alagoas.

14 FEV

> AUSTRALIAN OPEN OF SURFING

Do Hawaii para a Austrália, a tempestade não parou! Mineiro mostrou que sua bagagem de nove anos no WCT vem fazendo uma grande diferença. Ele foi o primeiro brasileiro campeão do Australian Open of Surfing, um dos maiores eventos de esportes radicais do país, válido também como etapa 6 estrelas do WQS. Nessa mesma competição, Peterson Crisanto ficou em quinto e Tomas Hermes terminou com a terceira colocação, resultados importantes para ambos os atletas, que buscam um lugar ao sol na elite do surf mundial.

16 FEV

> BURTON TOYOTA PRO

Ainda na perna australiana, outra competição de nível 6 estrelas foi marcada pela presença dos brasileiros. No Burton Toyota Pro, Mineirinho mais uma vez alcançou um resultado expressivo com a terceira colocação, derrotado na semifinal por um inspiradíssimo Matt Banting, o campeão do evento. Nessa mesma etapa, Tomas Hermes e David do Carmo conquistaram importantes pontos e dividiram a nona colocação do campeonato.

23 FEV

> QUIKSILVER PRO GOLD COAST

E para marcar de uma vez por todas esse início de ano bombástico dos brasileiros, Gabriel Medina foi o segundo não australiano da história a vencer o Quiksilver Pro Gold Coast, a primeira etapa do circuito mundial. Além do show de Medina, Miguel Pupo finalizou o evento em quinto lugar e Mineiro mostrou que em 2014 veio para brigar pelo título, terminando na terceira colocação.

12 MAR

> NO TOPO DO MUNDO!

Com isso, o novo site da ASP foi obrigado a estampar na página principal as fotos dos destaques brasileiros. Os resultados expressivos abriram mais ainda os olhos do mundo para essa nova geração verde e amarela. Até o lançamento desta edição, tanto o ranking do WQS quanto o WCT estavam liderados por brasileiros. No ano da Copa do Mundo, o surf vem roubando espaço na mídia com grandes vitórias dos nossos atletas! Vamos Brasil pra cima deles!


2014

Nem o mais otimista dos torcedores poderia esperar por um começo de ano tão “bombástico”. O início de 2014 já pode ser considerado o melhor da história para o surf brasileiro nas competições. Todo esse destaque se deve, principalmente, a três atletas que protagonizaram boa parte das competições nesse começo de ano. Acompanhe nas próximas páginas um pouco do que cada um deles está vivendo no momento. –––– por GABRIEL PASTORI

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Bruno Lemos/ Liquid Eye

O m e l h o r i n í c i o d e a n o d a h i s t ó r i a p a r a o s b r a s i l e i r o s c o m e ç o u c o m W i g g o l ly D a n t a s s u b i n d o a o p ó d i o n o V o l c o m P i p e P r o a o l a d o d e K e l ly S l a t e r p a r a r e c e b e r o p r ê m i o d e v i c e - c a m p e ã o .

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Atualmente Guigui é o competidor brasileiro com mais moral entre os havaianos. Mas esse fato não aconteceu de uma hora para outra. Há alguns anos, o brasileiro vem mostrando um envolvimento cada vez maior com os locais e também com as ondas. Diferente da maioria dos competidores, Wiggolly sempre fica alguns meses jogado no Hawaii entre treinos de luta com os locais e surf nas ondas da região. É praticamente impossível ver Pipeline quebrando durante a temporada sem ele na água. Não é de hoje que o surfista de Ubatuba vem se destacando e pegando as melhores em Pipe. Quem frequenta o arquipélago durante a temporada sabe que o cara sempre impressiona dentro d’água. Toda essa dedicação e envolvimento com o Hawaii trouxeram a realização de mais um sonho na carreira deste exímio tube rider brazuca. Guigui foi vice-campeão do Volcom Pipe Pro e tem muito para contar sobre essa relação que o diferencia dos outros brasileiros.

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Bruno Lemos/ liquid Eye

Guigui mostrando que não é bom apenas para Pipe. Na foto, ele entuba com estilo em Backdoor.

Guigui

o b t e v e o m e l h o r r e s u lta d o d e u m

bra sileiro na história de

Pipeline. SURFAR: Como você está se preparando para o Tour?

SURFAR:ComofoiatrajetóriadasuainfânciaemItamambuca até hoje?

WIGGOLLY:NasciemUbatubadefrenteàpraia.Minhaavótem um quiosque no canto direito de Itamambuca e foi ali que tudo começou.Somosquatro irmãossurfistas: eu, WesleyDantas, Suelen Naraisa e WellingtonCarani. Comeceiasurfaraostrês anos com as pranchas dos meus irmãos, já que meu pai não surfava, mas tinha o sonho de ter um filho surfando profissionalmente. Itamambuca é uma onda muito boa e dependendo do swell vêm esquerdas,direitas,tubos e manobras.Tudo que aprendinosurfvemdeláe,graçasaisso,conseguivencertodas as categorias do Hang Loose amador, do Iniciante até o Junior. Depoiseufuiparaoprofissionaleaos16anosfuicampeãomundial do King of the Groms na França. Com 17, fui campeão no Chile, que é o campeonato da ISASub 17, e depois ganhei os WQS da Inglaterra e da França. No total, já ganhei cinco WQS, sendo o último em Lacanau. E em fevereiro desse ano, realizei mais um sonho que foi fazer uma final em Pipeline.

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WIGGOLLY:Anopassadofoibom,poisfizumtreinamentocom oRenanRochavoltadoparaastáticasdecompetição,focando naminhaqualificaçãoparaoWCT,eessetreinomeacrescentou muito.Além disso, estou bem concentrado. Sei bem a hora de curtir, focar, namorar, viajar e treinar, então eu tento separar bem. Tudo na vida tem seu tempo. SURFAR: Qual a sua relação com o Hawaii?

WIGGOLLY: Eu vou para o Hawaii desde pequeno. Quando vi Pipeline pela primeira vez, pensei: “Que onda incrível! Quero aprendertudodessepico,mesentiràvontade,pegarosmelhorestubosdaminhavidaepassarospróximos50anossurfando aqui (Risos).” Sempre gostei de ondas pesadas e o Hawaii é o lugarperfeitoparatreinar,jáquetemondasgrandes,manobráveis e tubulares. Sempre me programo para ficar lá de outubro até março, e isso me ajuda muito a começar o ano no ritmo máximo. No aspecto pessoal, o North Shore também é muito importante para mim. O Fast Eddie, dono da Da Hui, e seus filhos sãocomoumafamíliaparamimefizeramdasilhashavaianasa minha segunda casa.


Kirstin/ ASP

Lika Maia

Arq. Pessoal

Lika Maia

“Q u e r i a

agradecer de coraç ão pel a

Foto m a i o r : D r o pa n d o n a s ua p r i m e i ra e m p r e i ta da e m J a w s . A c i m a : N e s s a t e m p o r a d a W i g g o l ly f i c o u na casa da família Rothman (da esq. p/ dir: Koa, M a k u a , W i g g o l ly , F a s t E d d i e e L o n o ) , a m a i s r e s p e i ta da d o N o rt h S h o r e . Ao l a d o : A i n f lu ê n c i a do surf foi de filho para pai. Abaixo: Homenagem f e i ta p e l a c o m u n i da d e d e U b at u b a .

Fiquei

muito feliz.

O b r i g a d o U b at u b a e B r a s i l I ta m a m b u c a b o y s .”

pela

torcida.

@ w i g g o l ly

Arq. Pessoal

Arq. pessoal

homenagem.

SURFAR: E como isso te ajudou dentro d’água?

WIGGOLLY:Aamizadedelesmeajudoumuito.Elessãorespeitadosemtodososlugaresdomundoeisso,certamente,influencia na maneira como as pessoas me tratam.Aminha relação com o Eddie já vem de anos atrás, quando ele foi para Ubatuba e ficou no quiosque da minha mãe.Aí, quando fui para o Hawaii pela primeira vez, fiquei na casa dele e desde então visito a famíliaouficohospedadolá.Émuitoengraçadoporqueécomose elefossemeupai,medábronca,conselhosetemosumaharmoniamuitoboa.Independentedessaamizade,eusemprechego comrespeitonoslugareseporissoaspessoasmetratambem. É o famoso “Respeite para ser respeitado”.

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“ O W i gg o l l y

Brian Bielmann

Tiago Navas

Ac o st u m a d o à s p e r f e i ta s o n da s da p ra i a d e I ta m a m b u c a , a s m a n o b ra s d e l i n h a ta m b é m e stão n o s e u r e p e rtó r i o .

é um dos

brasileiros que eu mais gosto.

Ele

é um d os melhore s surfista s

do mundo.

Surfa

bem ondas

g r a n d e s e p e q u e n a s .”

Eddie,

– Fast North Shore seu pupilo.

xerife do

fal an d o s obre

SURFAR: Como foi ficar em segundo no Volcom Pipe Pro e entrar para a história como o brasileiro mais bem colocado em um campeonato em Pipeline? WIGGOLLY: Eu estava tranquilo, bem focado, seletivo na escolha das ondas e com as pranchas preparadas, apesar de ter quebradoumas25emPipelinenapré-temporada(Risos)!Nas baterias,sósurfeicompranchasnovasquemandeifazerespecialmenteparaocampeonato.Quasenãofizfreesurfdurantea etapacommedodequebrarmaispranchas(Risos)!Costumodizer que cair em Pipe com 200 pessoas na água já é bom, então, imaginasurfarsomentecomquatropessoas?Éamelhorcoisa domundo!Ládentromeconcentreiparaescolheraondacerta, remei forte e fui com tudo passando todas as minhas baterias. Pena que na final o mar deu uma parada e não consegui pegar outra onda para somar com um oito que eu já tinha para virar a bateria sobre o Kelly, mesmo assim, fiquei muito feliz e realizei o sonho de fazer uma final em Pipeline.

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N e s s a t e m p o r a d a , W i g g o l ly c o l e c i o n o u m u i t o s m o m e n t o s c o m o e s t e e m P i p e l i n e .

WIGGOLLY:Esseanoeuestoumepreparandoemuitofocado para entrar no WCT.Acho que agora já estou com uma bagagem boa e me especializei em todo o tipo de onda, seja grande ou pequena. Quero fazer umas trips e dividir meu tempo entre as viagens, competição e o surf de ondas grandes. É difícil fazer isso porque tem uma competição atrás da outra e o dia a dia, então fica muito corrido. Mesmo assim, vou me organizar para fazer tudo que planejei e terminar 2014 classificado para o WCT.

Tiago Navas

SURFAR: Agora, quais os planos para o futuro?

“C a i r

e m P i p e c o m 200 p e s s o a s n a á g u a j á é b o m , e n tã o , i m a g i n a s u r fa r s o m e n t e c o m q u at r o p e s s o a s ?”

No melhor estilo havaiano, de motinha e prancha na mão.

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Paulo Barcellos

D e p o i s d e ta n to s r e s u l ta d o s e x p r e s s i vo s , i m p o s s Ă­ v e l n ĂŁo e sta r d e b e m c o m a v i da !

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Adriano de Souza, 27 anos, carrega o peso de ser o nosso representante com mais chances de trazer o inédito caneco de campeão mundial para o Brasil. Quem acompanha a sua trajetória sabe que o local do Guarujá se dedica como poucos atletas no tour para alcançar esse objetivo. Levando em conta os resultados obtidos no começo de ano, podemos esperar um 2014 bastante promissor. Em janeiro Adriano divulgou no Hawaii seu novo patrocinador de bico, a marca de surfwear HD. Diferente dos outros anos, Mineiro passou praticamente toda a temporada treinando no North Shore. Ele deixou claro, de uma vez por todas, que o arquipélago já não é mais o seu ponto fraco ao chegar na sua primeira final em Pipeline. Subir ao pódio do Volcom Pipe Pro, com a praia lotada após baterias emocionantes, foi mais um prestígio conquistado na onda mais disputada do mundo. Na sequência, o guarujaense saiu do Hawaii direto para a Austrália. Ele enfileirou seus adversários para se tornar o primeiro campeão brasileiro do Australian Open Of Surfing derrotando a prata da casa, Julian Wilson, no evento seis estrelas. A etapa seguinte aconteceu em Newcastle e, novamente, o brasileiro representou muito bem o nosso país. No decorrer do campeonato tudo indicava seu favoritismo. Mineiro terminou na terceira colocação ao ser barrado pela promessa do surf australiano Matt Banting, de apenas de 19 anos, que ficou em primeiro lugar. Depois dos três resultados expressivos foi a vez de Mineirinho chinelar seus adversários no Quiksilver Pro Gold Coast, primeira etapa do circuito mundial. Em um dos momentos marcantes da competição, ele mandou Kelly Slater para a repescagem e em seguida eliminou o americano nas quartas de final. Depois dessa, Adriano de Souza deixou claro que 2014 tem tudo para ser o seu “ano”.

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Paulo Barcellos

A presença de Mineiro em Backdoor marcou essa temporada no North Shore.

COMEÇO DE ANO BOMBÁSTICO

HAWAII

SURFAR:Duassemiseduasfinais,sendooprimeirobrasileiro campeão doAustralian Open. Esse foi o melhor início de ano que você já teve?

ADRIANO:Comcertezafoiomeumelhorinícionosmeusnove anos de World Tour. Tive uma evolução nesse tempo em que estounoWCT.Achoqueagoramesintonoaugeeesperoaproveitar isso da melhor forma possível.

O H awa i i foi o lugar escolhido para o casamento.

SURFAR: Por que dessa vez você escolheu o Hawaii para se preparar e treinar?

ADRIANO:Eutenhofocadomaisnoseventosemquenãotenho muitos resultados bons. O Hawaii é incrível, a etapa é bem no final do ano.Tem toda a pressão, e todo mundo querendo já dar um break para entrar no próximo ano com força total. Sempre abdiqueidemuitacoisaparausaraAustráliacomobasedetreinamento e venho mais cedo que qualquer outro atleta, fora os australianos, por isso que até hoje vou bem. Só que em 2014, eu acabei escolhendo o Hawaii porque a opção é melhorarnas etapashavaianas.FiqueinacasadoJamieO’Brien,ocaraque mais entende de Pipeline. Ele me passou uns toques e me ajudou bastante na preparação para o Volcom. SURFAR: O Hawaii fez a diferença nesse início de temporada nas competições?

Arq. pesooal

ADRIANO: Não. Hawaii eAustrália são ondas totalmente diferentes. Acho que é mais pelo meu tempo no World Tour, a decisão de mudar de pranchas e o novo patrocínio. Esses são osfatoresqueme levaramaobom início.MasoHawaiinãotem nada a ver com tudo o que está acontecendo comigo.


Will H-S /ASP

SURFAR:Comofoiessatrocadepatrocínionocomeçodoano?

Arq. pesooal

ADRIANO:Achoquedeucertoconfortoporqueomeucontrato comaoutraempresavenciaempoucosmeses.Normalmente o atleta fica um pouco mais alterado do que o normal sabendo que daqui a um tempo pode estar desempregado. Como eu já fiquei praticamente janeiro inteiro sem patrocínio, senti toda a realidade. Eu tinha fechado 11 meses de patrocínio, então fica apertado.Agora assinei por três anos, assim, você foca só no trabalho, no presente e não fica esperando muito para o futuro. Foi bem bacana o que aconteceu entre eu e a HD.

Robertson /ASP

Os aéreos são a marca registrada de Adriano desde moleque.

Ao lado: A dupla dinâmica do Brasil no circuito mundial. Acima: Os campeões do Australian Open Of Surfing.

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Arq. Pessoal

Will H-S /ASP

Will H-S /ASP Basílio Ruy

Acima: Sempre tirando muita água nas manobras. Concentração é um dos pontos fortes de Adriano. Na foto menor: Os crachás dele e de sua mulher no evento da ASP.

“A c h e i

que o

Jeremy

deu uma

extrapolada nas declarações.

Ele

q u i s i n v e n ta r e fa z e r u m a

polêmica em cima disso.

Agora,

se é um

brasileiro ou um cara sem muito nome, i s s o n ã o i a p a r a f r e n t e .”

SURFAR:ComofoiarepercussãonoHawaiiemrelaçãoàfinal demaioriabrasileiranoVolcomPipePro,campeonatocomvários havaianos?

ADRIANO:Arepercussãofoiboa.Sãodoisatletasqueestãose dedicando bastante durante a temporada inteira.Os caras observaramissoerespeitaram.Nãofoiqualquerumquechegou, pegoudemaisemostrousuperioridadeousurpresanoevento. Não,pelo contrário,eles viram eu e o Guigui passar Natal eAno Novo lá. Os caras perceberam “esses dois atletas estão aqui mesmo para tirar nosso espaço”. AUSTRÁLIA SURFAR: Após fazer história em Bells e ter feito novamente umaperformancedealtonívelemSnapperRocks,apernaaustraliana é um dos seus pontos fortes no circuito mundial?

ADRIANO:Comcerteza!Achoquesempremedediqueibastante àAustrália por ser o início de uma nova temporada. Nos últimos cinco ou seis anos, eu fiquei aqui pelo menos de uns dois a quatro meses.

82


Cestari /ASP

em 2012 mineiro conquistou um segundo lugar, agora fez mais um bom resultado com a terceira colocação no Quiksilver Pro Gold Coast.

SURFAR: E qual foi a real daquela história da interferência do Jeremy Flores em cima de você no round 3?

ADRIANO: Na verdade, não aconteceu nada e foi ele quem causoutudoisso.Foiumainterferêncianormal,simples,como diversasquejáaconteceram.MasacheiqueoJeremydeuuma extrapolada nas declarações. Ele quis inventar e fazer uma polêmica em cima disso. Como ele é um garoto de fora, que é europeu e tem muita força no surf, acabou repercutindo forte. Agora, se é um brasileiro ou um cara sem muito nome, isso não ia para frente. SURFAR:QuaisforamaspranchasquevocêusounoHawaiie na Austrália?

ADRIANO: Eu usei umaAl Merrick 6’7 modeloTaco Grinder no Hawaii e uma 5’8 Rookie em Snapper Rocks.

VIAGEM COM A EQUIPE DE FILMAGEM SURFAR:Quaisasvantagensdeterumaequipedefilmagemao seu lado nas viagens? ADRIANO:Ajuda bastante em todos os fatores. Está ajudandonapartedemídiaenaprofissão.Estouobservandotodasas minhastécnicasetambémasoutraspessoasnasfilmagens.Eu acabo tendo mais prazer no que faço. É um investimento totalmentemeu.Nãotemnadaavercomoutrasempresasemarcas que patrocinam. Já faço isso há muitos anos e por isso tenho praticamente a minha equipe.

PLANEJAMENTO PARA 2014 SURFAR: Como ficou sua cabeça após o circuito de 2013 com o início do primeiro semestre excelente, mas o final um pouco abaixo do esperado?

ADRIANO: Eu fiquei bem porque, na verdade, foi um ano difícil pelo fato de não ter patrocínio no início. Depois a cabeça indo para a Pena e ganhando Bells, deu uma reviravolta muito forte na minha vida. Do meio de 2013 para o final, tive muito problema com prancha, então, foi um ano muito turbulento, sabe? E, portudooqueaconteceu,aindaterminarpróximodoTop10,no geral, foi bom. Gostaria de ter sido melhor, é claro, mas espero que 2014 seja um ano de reviravolta. SURFAR: Vai continuar investindo nos WQS ou vai focar somente no WCT?

ADRIANO: Vou focar em algumas etapas do WQS como, por exemplo,aetapadeSaquarema.Anopassadonãocompetilá, mas esse ano com certeza eu vou. E as outras eu ainda não sei o que vou fazer. SURFAR:Oquepodemosesperardomelhorsurfistabrasileiro no tour para próximas etapas de 2014?

ADRIANO:Esperoumanomaravilhosocomotodososoutros. Ser o primeiro brasileiro campeão doAustralian Open foi uma grande conquista. Sempre trabalho forte para ficar na história dosurfbrasileiro.Comessasvitóriasqueestoutendo,euespero fixar o meu nome para sempre. É muito gratificante você trabalharforteeserrecompensado.Então,issoacabameestimulando a cada ano para melhorar ainda mais a minha performance. Espero atingir o meu máximo em 2014.

83


Rowand/ ASP

Kirstin /ASP

N e m o “ S u p e r M e d i n a ” ac r e d i to u n o q u e t i n h a c o n q u i sta d o : c a m p e ão d o Q u i k s i lv e r P r o G o l d C oa st .

84


O garoto prodígio Gabriel Medina tinha todos os motivos do mundo para não ter um começo de ano muito bom. Sofreu uma lesão na pré-temporada e ficou dois meses fora d’água. Ao ser liberado para voltar aos treinos, ele emitiu um ticket para treinar nas ondas do North Shore. Quando chegou na Austrália para o Quiksilver Pro, Medina mostrou nas primeiras baterias que já estava 100% recuperado, mas ainda assim era difícil prever o que estava por vir. Ele evoluiu a cada round até chegar nas quartas de final contra o atual campeão mundial Mick Fanning. Foi aí que o show do moleque começou! Gabriel contrariou todas as expectativas e venceu Fanning no fim da disputa com um indiscutível 9,40. Na semifinal, competiu contra outro australiano que vinha embalado. Taj Burrow viu a classificação para a final escapar de suas mãos na última onda do brasileiro, que virou a bateria pela incrível diferença de 0.03 pontos. Os fatos alcançados por Medina impressionavam os torcedores brasileiros, não só pela performance, mas também pela atitude dos juízes na hora de dar a nota contra os “queridinhos ozzies” que competiam em casa. E para colocar de vez seu nome na história daquele evento, o paulista competiu contra Joel Parkinson na final. Parko abriu a bateria com um 9 e minutos depois fez 7,27, deixando o brasileiro numa situação muito complicada. Até mesmo para os fãs de Medina estava difícil acreditar que ele poderia reverter aquele placar. No entanto, mais uma vez, nos minutos finais, duas ondas decisivas mudaram o rumo daquela tarde. Mesmo após o toque do término da bateria, ele não estava acreditando no que tinha feito e a torcida brasileira na areia gritava: “É campeão!”

85


Arq. Pessoal

U m m ê s fo ra d ’ ág ua f e z c o m q u e e l e vo l ta s s e mais fissurado ainda.

“N ã o

pa r av a m d e p e r g u n ta r c o m o e r a

i s s o pa r a m i m , g a n h a r d e c a m p e õ e s mundiais no pico deles”

LESÃO SURFAR: Como você se machucou?

MEDINA:MemachuqueidandoumaéreoemOffTheWall.Não foi alto, mas caí errado e também estava cansado. Fiquei dois meses fora do mar e comecei a fazer fisioterapia todos os dias. EuiatrêsvezesporsemanaparaSãoPaulo,sendoqueeumoro emMaresias.Fizpiscinaparacaramba,elástico,funcional,nadei... Enfim, tudo voltado para a recuperação do meu pé. Foi difícilvermeusamigossedivertindoeeusempoderfazernada, mas passou. HAWAII SURFAR:Após a lesão, por que você decidiu treinar no Hawaii ao invés da Austrália? MEDINA: No Brasil não estava dando onda, então voltei para o Hawaii para surfar e também porque eu estava fora de ritmo.

86


Marcio Canavaro

GABRIEL MEDINA

Toda sessão de surf que você faz lá é um preparo físico.Aonda é forte, você rema muito, tem muita correnteza... Fora isso, eu fazia a fisioterapia que estava fazendo no Brasil. Eu ia fazer um trabalho com oTaylor Knox, mas acabou não dando certo porque o pai dele estava mal de saúde. Enfim, meu pai acabou me treinando como sempre.

Kirstin /ASP

De Maresias para Pipeline. Abaixo: com seu filmmaker particular, Henrique Daniel.

SURFAR:Casovocênãotivesseparadopordoismeses,oplano era fazer a pré-temporada inteira no Hawaii, assim como o Mineiro fez? MEDINA: Sim. Já iria voltar para lá independente de qualquer coisa. Esse ano eu quis mudar. Normalmente eu ia para Costa Ricatreinar,jáfiqueiemcasaeesseanofuiparaoHawaii.Coincidência ou não, acabou dando certo e vai virar rotina.

87


Kirstin /ASP

A b u s o u d a s “ Pa t a d a s ” d e b a c k s i d e p a r a c h e g a r n o t o p o e m S n a p p e r .

GOLD COAST SURFAR:Apesardevocêjátervencidooutrasetapas,essapareceu ter um gosto especial. Você também sentiu isso? MEDINA: Senti porque é uma onda difícil para alguém surfandodebacksideganhar.Tenhocertezaqueninguémacreditava queeuiriaconseguir.Então,surpreendimuitoseatéeumesmo! Com certeza foi um dos melhores dias da minha vida. Ganhar dos seus ídolos no quintal deles não tem preço, um sonho!

SURFAR:Ousodoshashtags#gogoofiese#teamgoofypartiu de você, outro atleta ou aASPteve algum envolvimento nisso? MEDINA: Foi o Freddy Patacchia que começou com isso.Aí a gente inventou essa hashtag: eu, C.J. Hobgood, Freddy e Miguel Pupo. Ficou maneiro. Team goofy!

SURFAR:AlémdetereliminadoemsequênciaMick,Taj,eJoel, vocêfoiosegundosurfista“nãoaustraliano”avencerocampeonato de Snapper Rocks. Como a mídia e os aussies reagiram a isso?

Arq. Pessoal

MEDINA: Eles ficaram surpresos! Não paravam de perguntar comoeraissoparamim,ganhardecampeõesmundiaisnopico deles e tal... Como eu me sentia sendo o segundo goofy da história a ganhar essa etapa.Aminha reação foi de não acreditar, até porque não tinha caído a ficha ainda.

Na companhia do mais local do pico.

SURFAR: Dentro d’água, você acreditava que os juízes te dariam a virada contra os três nas quartas, na semi e na final mesmo com o fato de competirem em casa?

MEDINA:Sim,poiseusabiaquetinhafeitoondasboasequeas notas seriam no critério de bom para excelente. SURFAR: Qual foi a sensação de virar a bateria contra o Taj Burrownos40segundosfinais,vencendoportrêscentésimos? MEDINA:Sensaçãodealegriaealívio!Fiqueisempalavrasesó agradecia a Deus mentalmente.

88


G a b r i e l f o i o c a r r a s c o d o s t r ê s m e l h o r e s a u s t r a l i a n o s d a d é c a d a n o Q u i k s i lv e r P r o 1 .

Ta j 14.10 x 14.13 Medina

SURFAR:ComofoilevantarotroféuemplenaGoldCoastlotada de aussies e brasileiros? MEDINA: Foi alucinante! Tinha muita gente lá e os brasileiros eram a maioria. Clima de Carnaval! Me colocaram no ombro e gritavam meu nome. Foi de arrepiar! Nunca senti isso.

Pa r ko 16.27 x 16.33 Medina

Cestari /ASP

Fa nni ng 1 4.00 x 15.83 Medina D e p o i s d e fa z e r u m s u r f e m i taú n a .

2014 SURFAR:Asuageraçãochegouinovandoosurfmundialecontinuasurpreendendo.Apesardisso,osveteranossabemcompetir muito bem e são valorizados nos julgamentos. O que falta para algum surfista da nova geração ser campeão mundial? MEDINA: Pois é...Acho que a diferença entre a nova geração e a velha é a experiência, inteligência numa bateria... Mas no surf acho que todos que estão no tour têm o potencial de ser campeão mundial. SURFAR:OquemudounoGabrielMedinadosanosanteriores para esse ano? MEDINA: Mais maturidade.

Cestari/ ASP

Charles, o padrasto de Medida, se tornou uma peça fundamental na carreira do atleta.

A bandeira do Brasil pela primeira vez no lugar m a i s a l to d o Q u i k s i lv e r G o l d P r o .

#GOGOOFIES #TEAMGOOFY

Medina

foi o segundo goofy footer

da história a vencer o

Q u i k s i lv e r

Pro Gold Coa st (M i c h a e l L o w e / 2002, M e d i n a / 2014)

89


Foto: Clemente Coutinho

BOARDSHORTS

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VELCRO FLEXÍVEL

BOLSO SECRETO

TRAVA COM AJUSTE

BOLSO LATERAL INTERNO

BOLSO ANTI-AREIA

FECHAMENTO VULCANIZADO


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AÉREO

DA TEMPORADA

HAWAII - 2013/2014

TUBO

DA TEMPORADA

HAWAII - 2013/2014

MAIOR DA TEMPORADA

HAWAII - 2013/2014

MELHORES MOMENTOS R E A L I Z AÇ ÃO :

VEJA O EPISÓDIO. APROXIME O CELULAR OU USE O LINK.

P

elo segundo ano consecutivo, a revista Surfar realizou a maior premiação para surfistas brasileiros fora do país. O PRÊMIO OAKLEY BRASIL HAWAII DE SURF, apresentado por Furnas, foi realizado entre os dias 01 de novembro de 2013 e 28 de fevereiro de 2014. Foram quatro meses de disputass pelo Tubo, Aéreo e Maior Onda da Temporada, com mais de 30 surfistas inscritos, entre eles os melhores tube riders, big riders e aerialistas do Brasil. A cobertura do Prêmio também contou com a participação de mais de 20 cinegrafistas, que contribuíram para a realização dos episódios semanais, vistos mais de 150 mil vezes pela internet e televisionados para 12 milhões de residências, graças à parceria entre a Surfar e o canal Woohoo. Além de premiar os melhores atletas da temporada havaiana 2013/2014, o Prêmio ressaltou todo o potencial dos surfistas brasileiros quando provados nas maiores e mais perfeitas ondas do mundo. Nas próximas páginas, você confere um resumo, com fotos e vídeos, dos melhores momentos dessa cobertura. Então pegue seu smartphone, baixe um aplicativo QR Code e veja tudo o que aconteceu nessa temporada histórica para o surf brasileiro! ––––– texto e fotos por PEDRO TOJAL

93


Bruno Santos em Jaws.

EPISÓDIO 1

O

mês de novembro foi marcado pelo swell

EPISÓDIO 2

ondas de até 1 metro. Quem se

Pipeline quebrar grande e

deu bem foi Stephan Figueiredo,

perfeito. Bruno Santos foi um

94

dos brasileiros que deu show

Hawaii, o rio de Waimea

enche e transborda, formando

da “Black Friday” que fez

VEJA O EPISÓDIO. APROXIME O CELULAR OU USE O LINK.

Q

uando chove muito no

VEJA O EPISÓDIO. APROXIME O CELULAR OU USE O LINK.

que aproveitou o mar pequeno

de surf no primeiro episódio

para surfar no famoso Waimea

do Prêmio Oakley Brasil

River, um dos destaques do

Hawaii de Surf.

segundo episódio do Prêmio.


Henrique Pinguim/ Liquid Eye

Fuga para P-Pass.

Tatiane Araújo

Brasileiros no Ano novo do North Shore.

EPISÓDIO 3

VEJA O EPISÓDIO. APROXIME O CELULAR OU USE O LINK.

O

episódio feito na semana de Natal foi especial. Pipeline e

Bidu

Bruno Lemos/ Liquid Eye

Pedro Calado na esquerda de Waimea.

EPISÓDIO 4

P

ipe e Backdoor foram só a entrada para o quarto

P-Pass quebraram clássicos, com

episódio, que teve como destaque

um show de imagens aquáticas!

o surf dos brasileiros na

De bônus ainda teve a ceia de

esquerda de Waimea. O carioca

Natal na casa da Surfar, com direito a amigo oculto, muita comida, vários surfistas e uma visitinha final da polícia!

VEJA O EPISÓDIO. APROXIME O CELULAR OU USE O LINK.

Pedro Calado, de 17 anos, conseguiu pegar um tubo nessa onda, que é considerada uma das mais perigosas do North Shore.

95


96


EPISÓDIO 5

O

quinto episódio do Prêmio foi marcado por altas ondas, com destaque para os brasileiros em Pipeline,

Backdoor e Off The Wall. Além dos tubos perfeitos, nossa equipe acompanhou um curso de apneia que reuniu alguns dos melhores surfistas do Brasil, como Carlos Burle, Gordo, Adriano de Souza, Fun, Silvia Nabuco, Lucas Silveira e Ricardo dos Santos.

Fabio Dias

VEJA O EPISÓDIO. APROXIME O CELULAR OU USE O LINK.

Diego Santos, o melhor brasileiro em Off The Wall

97


Visual de Waimea.

Burle em Jaws.

Clemente Coutinho

Luz, câmera e ação.

98

EPISÓDIO 6

EPISÓDIO 7

VEJA O EPISÓDIO. APROXIME O CELULAR OU USE O LINK.

VEJA O EPISÓDIO. APROXIME O CELULAR OU USE O LINK.


Clemente Coutinho

O

Brasileiros atacaram Waimea.

s episódios 6 e 7 foram marcados pelo surf

de um filme e os surfistas que esperaram o pico

de ondas grandes, com destaque para Jaws e

reabrir foram recompensados com a melhor sessão

Waimea. No sexto, as ondas começaram a ficar

de tow-in da temporada. Quando o mar diminuiu

grandes e os brasileiros aproveitaram para treinar

um pouco, os brasileiros surfaram na remada e foi

com suas “guns”. Já no sétimo, o mar ficou gigante,

nessa época que saíram as principais concorrentes

Jaws foi fechado por duas horas para gravação

ao Prêmio de Maior Onda da Temporada.

99


Diego Silva ganhando um fot達o da fechadeira.

Jean da Silva no sal達o de Off The Wall.

Matheus Navarro em Rocky Point.

100


O

episódio 8 foi marcado pela estreia do Drone em nossas

produções, com imagens aéreas do Hawaii que foram exibidas pela primeira vez no Brasil. O episódio também conta com muita ação, manobras fortes, altos aéreos e muitos tubos em Off The Wall, Backdoor e Pipeline.

EPISÓDIO 8

VEJA O EPISÓDIO. APROXIME O CELULAR OU USE O LINK.

Antony Walsh em Pipe.

Waimea River.

101



Wiggolly Dantas, o melhor brasileiro em Pipeline.

EPISÓDIO 9

N

a semana do episódio 9, Pipeline quebrou perfeito e os freesurfers

pegaram altas ondas antes e depois do WQS Pipe Pro. No campeonato, Wiggolly Dantas e Adriano de Souza chegaram

VEJA O EPISÓDIO. APROXIME O CELULAR OU USE O LINK.

até a final, sendo que Guigui entrou para a história como o brasileiro que chegou mais longe em uma competição em Pipe, terminando em segundo lugar.

103


Rocky Point.

Jesse Mendes num canudo em Pipeline.

Visual do North Shore.

O freesurfer Mikala Jones.

EPISÓDIO 10

EPISÓDIO 11

O

s episódios 10 e 11 foram marcados por dias clássicos em

Rocky Point, com os brasileiros manobrando forte, voando alto e entubando profundo. Foram duas

VEJA O EPISÓDIO. APROXIME O CELULAR OU USE O LINK.

104

VEJA O EPISÓDIO. APROXIME O CELULAR OU USE O LINK.

semanas de sol, água azul e a praia de Rocky Point dominada pelo Brasil.


Henrique Pinguim/ Liquid Eye

Victor Bernardo voando em Off The Wall.

105


Bidu


APROXIME O CELULAR E ASSISTA A MAIOR ONDA DA TEMPORADA.

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CINEGRAFISTA FABIANA NIGOL R E A L I Z AÇ ÃO :

107


Leonardo Neves

APROXIME O CELULAR E ASSISTA AO AÉREO DA TEMPORADA.

PARABÉNS YAGO DORA

C A M P E Ã O

CINEGRAFISTA LEANDRO DORA R E A L I Z AÇ ÃO :


109



Bruno Lemos/ Liquid Eye

APROXIME O CELULAR E ASSISTA AO TUBO DA TEMPORADA.

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PARABÉNS MIGUEL PUPO

C A M P E Ã O

CINEGRAFISTA TATIANE ARAÚJO R E A L I Z AÇ ÃO :

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BRASIL.

s de transmissão rasileiro também.

Chloé Calmon

Entre as 10 melhores surfistas de longboard do mundo.


EstĂĄtua do surf na entrada de Montanita.

PĂ´r do sol mĂĄgico do pico.

Halley Batista andando por dentro dos tubos de Engabao.


V i va o E q u a d o r !

As direitas clássicas de Montanita fazem a cabeça da galera durante todo o dia no principal pico da cidade.

Durante os meses de janeiro e fevereiro, o fotógrafo Lima Jr e os atletas Halley Batista, Rafael Venuto e Geraldo Lemos, da equipe Pena, partiram rumo às ondas do litoral do Equador. A Surfar não podia ficar fora dessa barca e mostra nas próximas páginas tudo que rolou durante a trip. –––– texto e fotos por LIMA JR


O local Luan destruindo as ondas de Montanita.

hegando a Lima, capital do Peru, passamos um

abre para uma boa sequência de manobras. “Engabao é uma

pernoite na casa do brasileiro Ernesto Nunes e

onda muito boa. A primeira sessão é um buraco muito rápido,

no dia seguinte pegamos um voo até Piura, onde

onde proporciona tubos insanos. A bancada é perfeita, uma

depois seguirmos de ônibus até a maior cidade do Equador,

das melhores direitas que já surfei em toda minha vida. Ela

Guayaquil. Nosso primeiro destino foi a região de Playas, pa-

tem muita força e é para frente durante a maré seca, então

raíso equatoriano procurado por muitos surfistas e com vá-

não pode dar mole, caso contrário você nunca conseguirá

rios point breaks.

passar as sessões”, contou Halley Batista.

C

A melhor época do ano para surfar nas ondas do Equador

A galera fez a cabeça durante os dias do evento. Halley con-

é de novembro a maio. Segundo os locais, a mesma ondula-

quistou a segunda colocação, Geraldo Lemos ficou em tercei-

ção que passa pelo Hawaii chega por lá quatro dias depois,

ro no Longboard e Rafael Venuto, que surfou muito durante

dependendo do vento. Nossa equipe passou 10 dias na re-

toda a prova, terminou em terceiro na Pro Junior. E quando

gião de Playas, mas infelizmente não tivemos muita sorte.

o pico principal estava fechado para competição, íamos em

Durante esses dias, apenas três ondas quebraram acima de

busca de surfar alguns secrets da região.

um metro, porém a formação lembra muito Jeffreys Bay, na África do Sul.

Com o término da etapa em Engabao, pegamos a estrada para Montanita, 200 km de Guayaquil, a mais procurada para

Nesse mesmo período estava sendo realizada a primeira

a prática do surf. Conhecido pelo clima surf-hippie-chic, o

etapa do Alas Tour em Engabao, uma praia deserta que há

local tem um pôr do sol diário considerado um dos mais lin-

pouco tempo atrás era conhecida apenas pelos pescadores

dos do planeta, além de uma praia com turistas do mundo

e uma meia dúzia de surfistas locais. O pico tem um visual

todo e uma das direitas mais longas e perfeitas do Equador.

paradisíaco, que mistura uma beleza natural com as centenas

Nos dias clássicos, as ondas chegam a oito pés. E alguns

de barcos que ficam ancorados a beira-mar. A onda é uma di-

picos da bela Montanita são beach breaks, o que faz o crowd

reita que tem uma sessão tubular no seu início e em seguida

se espalhar.


Fim de tarde em Montanita. Backside de tirar o fôlego.

Clemente

Uma das principais fábricas de prancha de madeira do Equador em Montanita.

V i va o E q u a d o r !

“A FORMAÇÃO LEMBRA MUITO JEFFREYS BAY, NA ÁFRICA DO SUL.” Geraldo Lemos batendo reto de long. Visual da ponta de Montanita.

O surf sendo plantado em Engabao. Pôr do sol em Engabao.

Presença feminina em Montanita.


Visual de um dos beach breaks de Montanita.

Rafael Venuto em Engabao.

Laje de Montanita.

O “cometa� Halley voando alto nas direitas perfeitas de Engabao.

Topless em Montanita.

Halley Batista curtindo Foz durante as paradas.

V i va o E q u a d o r !

Rafael Venuto destruindo as direitas de Montanita.

Visual do fim de tarde em Montanita.


Ficamos em Montanita por 10 dias para disputar a se-

COMO CHEGAR

gunda etapa do Alas Tour e produzir fotos e vídeos. Apesar

da previsão do swell não ter se concretizado, deu para sentir

sequência outro até Piura. Chegando lá, o próximo destino é

o potencial da onda, o que nos deixou com a sensação de

Guaiaquil, onde o trajeto pode ser feito de ônibus pela em-

quero mais... “Montanita é um lugar que mistura a paz e o

presa Cruz del Sul. Já a melhor opção, mais rápida e segura é

espírito de liberdade do surf. Ficamos bem em frente à me-

pegar um voo direto de São Paulo até Guaiaquil com uma es-

lhor onda da cidade e isso nos deu a condição de surfar nos

cala em Lima. Em Guaiaguil, você pode pegar um táxi ou um

melhores horários. Essa foi uma das melhores viagens da

ônibus. O aeroporto e a rodoviária ficam no mesmo lugar,

minha vida e espero poder voltar ao Equador o mais rápido

então fica mais fácil para se locomover de lá para qualquer

possível”, falou Rafael Venuto.

outra praia do Equador. Na região das Playas, o táxi custa em

Com toda certeza, o Equador nos surpreendeu muito!

torno de 50 dólares até a porta do hotel. E se o destino for

Um lugar alucinante, com picos paradisíacos e ondas perfei-

Montanita, o táxi custa 80 dólares e são três horas de viagem.

tas. Vamos tentar voltar lá mais vezes, pois há muitos picos

Outra opção é pegar um ônibus, pois é seguro e mais barato.

O mais barato é pegar um voo de São Paulo a Lima e na

secretos para serem surfados e, o melhor de tudo, com água quente. Viva o Equador!

ONDE SE HOSPEDAR

“NOS MAIORES DIAS AS ONDAS PODEM CHEGAR AOS 8 PÉS.”

Na região de Playas existem vários hotéis e pousadas,

com valor entre 10 e 15 dólares por pessoa para ficar hospedado no centro da cidade e surfar a melhor onda da região, que fica em Engabao. O táxi até lá custa cinco dólares por cada trecho. Mas para ficar hospedado em Engabao, você precisa alugar a casa de um pescador e abrir mão do conforto dos hotéis.

Em Montanita existem muitos lugares para se hospe-

dar, onde os preços variam de cinco dólares por pessoa em pousadas mais simples até 100 dólares nos hotéis 5 estrelas. Quem quer pegar onda e curtir uma boa balada, a opção é fiDireitas perfeitas.

car no centro da cidade, aproximadamente dois quilômetros do pico principal de surf. E quem preferir ficar na vibe 100% surf, a dica é ficar nas pousadas em frente da melhor onda de Montanita, com o valor entre 20 a 40 dólares por pessoa. São várias as pousadas de muito astral.

ALIMENTAÇÃO

O Equador é um lugar onde se come muito bem e barato.

Frutos do mar é o prato principal na maioria dos restaurantes. Com 10 dólares, você come um prato muito bem servido Beleza na areia.

de camarão ou outros frutos do mar. Outra opção é o Ceviche, que leva peixe cru marinado em suco de limão com cebola e pimenta.

MELHORES/PRINCIPAIS PICOS PARA SURFAR

O Equador tem muitas praias para serem surfadas, porém

a mais procurada é Montanita, uma direita perfeita que funciona tanto na maré seca como na cheia. Com a maré seca, a onda fica bem rápida e proporciona tubos insanos. Nos maiores dias, as ondas podem chegar aos 8 pés. Já na maré cheia, a onda fica mais lenta, o que favorece aos surfistas iniciantes. A melhor ondulação é quando vem de norte e nordeste.


Halley abusando da inovação em Engabao.

V i va o E q u a d o r !

Rafael Venuto fez a festa nas direitas perfeitas do Equador.

“O LUGAR TEM UM PÔR DO SOL CONSIDERADO UNS DOS MAIS LINDOS DO PLANETA.” Geraldo Lemos surfou com muito estilo como se estivesse de pranchinha.


Rafael Venuto voando alto nas direitas de Engabao.

QUE LEVAR

O quiver ideal para surfar as ondas do Equador vai de

E QUANDO O MAR ESTÁ FLAT...

Para quem gosta de manter a adrenalina em dia, o Equa-

uma 5’6 a uma 6’2. A temperatura da água é quente como a

dor também traz outras aventuras. Uma delas é dropar a ti-

do nordeste do Brasil, então é desnecessário roupa de borra-

rolesa considerada uma das maiores do país e da América

cha, mas protetor solar e roupas leves para usar no dia a dia

do Sul: 2840 metros de muita emoção que tem uma duração

são indispensáveis, já que o calor é intenso. Outro assessório

de quase 40 minutos. Já outra opção é voar de parapente,

que não pode faltar na mala é uma boa câmera fotográfica,

sendo Montanita um dos melhores lugares para a prática

pois o lugar tem um pôr do sol que é considerado uns dos

do esporte.

mais lindos do planeta.

VIDA NOTURNA

“A CIDADE TEM UM CLIMA SURF-HIPPIE COM BARES E RESTAURANTES DESCOLADOS.”

Sabe aquela famosa frase: “O que acontece em Vegas,

fica em Vegas!” Pois bem, isso também poderia se aplicar em Montanita. A cidade tem um clima surf-hippie, frequentada por muitos jovens, com bares e restaurantes descolados, despretensiosos e bem decorados. A noite começa tarde, mas se quiser fazer “um aquece” pode seguir até o fim da rua principal de Montanita junto às barraquinhas de drinks. Outro lugar muito legal é o Hola Ola, uma mistura de bar, restaurante, café e balada, que realiza muitas festas cheias de gente bonita.


notícias fotos vídeos ENSAIO SURFAR e muito mais! /REVISTASURFAR @REVISTASURFAR @REVISTASURFAR


Backdoor fazendo a alegria de Caio Farias. Foto: Pedro Tojal.


Tomas Hermes no brilho do final de tarde em Lekay Peak, Sumbawa, onde o sol se p천e no mar e resulta nessa explos찾o de luz impressionante!

124


PORTFÓLIO

“FOTOGRAFIA É A MINHA VIDA!”

O gaúcho EVERTON LUIS saiu da pequena cidade litorânea de Osório, RS, para ganhar o mundo eternizando momentos com sua câmera. Surfista muito antes de se tornar fotógrafo, ele iniciou suas aventuras por Santa Catarina em busca de boas ondas, mas logo começou sua arte de registrar o surf e seu cotidiano. “Fotografia para mim não é apenas uma profissão, é a minha vida!”, conta. Atualmente morando na Indonésia, Everton, além do privilégio de ter as melhores ondas como palco para surfar e trabalhar, está comemorando 23 anos desde seu primeiro contato com o mundo da fotografia. A Surfar não poderia deixar essa data passar em branco e resolveu homenageá-lo com seu portfólio na edição de aniversário. 125


NASCIDO: 27/08/73 RESIDENCIA ATUAL: Bali / Indonésia TEMPO DE FOTOGRAFIA: 23anos EQUIPAMENTO: Canon Digital MELHOR PICO PARA FOTOGRAFAR: Cacimba em Fernando de Noronha, Greenbush nas Mentawais e Grower em Desert Point. MELHOR TRIP: J-Bay / África do Sul PIOR TRIP: Lobitos / Peru CAPAS PUBLICADAS: Revista Quiver, Revista Line Up, Revista X-Treme, Revista Shack (Alemanha), Revista Solto, Revista SurfPortugal (Portugal), Revista Hardcore, Revista Carve (Inglaterra), Revista SurfTime (Indonésia). MELHORES SURFISTAS PARA FOTOGRAFAR: Bruno Santos, Stephan Figueiredo, Ricardo Santos, Caio Ibelli, Pedro Henrique, entre outros. INFLUÊNCIAS NA FOTOGRAFIA / FOTOGRAFOS FAVORITOS: Sebastian Rojas, Renato Tinoco, Pedro Tojal, Diogo d’Orey, Brian Bielmann, Todd Glaser, entre outros. CONSELHO PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO: Aprenda o que é fotografia, não apenas a clicar. SITE: www.evertonluisimagens.com.br

O INÍCIO DO AMOR PELA FOTOGRAFIA

APRENDENDO O OFÍCIO NA MARRA

ostumo falar que a fotografia “caiu no meu colo”! Eu

era surfista, porém nunca me passou pela cabeça ser

gulho para mim, apesar de todo o trabalho que tinha, pois em

fotógrafo até que ganhei um concurso da minha es-

Garopaba não havia laboratório para revelar os negativos e os

cola e o prêmio foi um curso de fotografia. Essa descoberta ainda

slides. Mas aprendi tudo entre erros e acertos, fazendo cálculos

demorou dois anos para relacioná-la ao surf, pois eu fotografava

de luz, olhando para o sol e as condições do tempo, já que nada

calçado, joias e roupas dentro de um estúdio. Mas quando caiu a

era automático ou digital como hoje. Na época, nós jamais sai-

ficha que eu poderia usar essa profissão para me manter próximo

ríamos clicando desvairadamente para depois ver o que ficou

do surf, agarrei a oportunidade com as duas mãos, já que amava o

bom e jogar fora o que sobrasse. Você não podia errar muito, caso

mar e o contato com a natureza. A mudança aconteceu em Garo-

contrário não teria como refazer. E isso era muito bom... Saber

paba, onde aproveitando as condições boas eu consegui bancar o

como a luz incide sobre uma superfície e como ficaria o resultado,

meu “luxo” de viver naquele lugar e, aos poucos, fui fazendo meu

mesmo antes de revelar os negativos. Sem desmerecer ninguém,

nome com minhas primeiras fotos publicadas, sendo requisitado

atualmente qualquer pessoa entra em uma loja, compra a melhor

para pequenas trips.

máquina, sai fotografando e dizendo que é fotografo, pois o equi-

C

Ter vindo da era do filme muito antes da era digital é um or-

pamento faz tudo e, se algo sair errado, pode ser refeito na hora.

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O africano Dale Staples explodindo o lip em Jeffreys Bay na minha cara, onde o ângulo de dentro d’água não é muito comum devido às águas geladas e o perigo de tubarões.

Dois visuais de Jeffreys Bay quebrando de jeito.

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Visual surreal que o reflexo nas piscinas de Uluwatu proporciona durante a maré seca.

Vica Moraes em ensaio registrado nos visuais de Fernando de Noronha.

Ondulações de beira de praia sob a mira das lentes.


A foto fala por si própria. A perfeição das ondas e o clima de final de tarde inconfundíveis na Cacimba do Padre em Noronha.

Norte Sumatra e o sorriso estampado no rosto revela um povo sempre de bem com a vida desde cedo.

O pôr do sol do parque Marinha do Brasil em Porto Alegre, considerado um dos mais belos do mundo.

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Yuri Gonçalves na ponta dos pÊs sob a bancada rasa de Super Sucks em Sumbawa.

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Pôr do sol em Maitecillo no Chile.

A cultura na Indonésia é forte e se mantém bem viva mesmo nos dias de hoje.

Bingin, Bali.

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Diego Santos sendo registrado de um ângulo perigoso abaixo do pesado lip do Grower em Desert Point. Essa é uma das fotos complicadas de registrar. A sintonia da onda, do surfista e o meu movimento têm de ser perfeitos. A água jogada pelo rastro da prancha é o que normalmente estraga uma foto desse ângulo. É recompensador estar debaixo do lip e do surfista e a foto sair limpa dessa forma.

OPÇÃO POR FOTOS AQUÁTICAS

SENSAÇÃO DE FOTOGRAFAR DENTRO D’ÁGUA

Desde o meu primeiro desembarque na Indonésia, há 14 anos,

O ângulo que nós fotógrafos aquáticos temos é incompará-

eu já sabia que um dia estaria morando aqui em tempo integral.

vel! Estar ali, muitas vezes se arriscando para conseguir ângulos

E foi assim que começou o meu fascínio por fotos aquáticas. O

inéditos, é como uma droga e vicia literalmente, sem falar que

mestre Sebastian Rojas me apoiou no início, quando cheguei com

cada vez ficamos mais abusados. A sensação é tão boa quanto

minha caixa-estanque de acrílico ao lado dele e disse que ficaria

estarmos nós mesmos surfando. Já vibrei com tubos que foto-

ali o observando para tentar aprender alguma coisa. Para mim,

grafei muito mais do que o próprio surfista, o que, aliás, acon-

ele sempre foi um ídolo, sem falar que na minha lista é um dos

tece com frequência. Quanto mais difícil o ângulo, mais amar-

melhores do mundo. Mas o Brasil está muito bem representado

radão fico. Comemoro muito o registro e também o fato de

por fotógrafos de dentro d’água, nomes como Pedro Tojal, Renato

simplesmente estar ali.

Tinoco, Diogo d‘Orey e Paulo Barcelos, que estão arrebentando! Sempre vejo altas fotos deles.

As viagens à África do Sul sempre rendem muitos registros nas savanas enquanto o swell não chega.

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Peterson Marchese fazendo a alegria do fot贸grafo com esse momento.

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A luz no final de tarde em HT’s nas Mentawais é a mais animal! O visual que fica quando as ondas estão perfeitas e os surfistas entram no mar são o convite para ir pra dentro d’água registrar belas imagens, como essa de Marco Giorgi.

Águas cristalinas de Noronha.

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Onda perfeita, cores e um visual paradisíaco! Fotografar na Indonésia é assim. Você acha que enquanto as ondas quebram sozinhas pode descansar e esperar alguém vir... Que nada! O número de fotos dos visuais e ondas solitárias chega a ser maior do que as surfadas. Não dá para ficar parado e não fotografar um visual desses, né?

Kaian Bernardo se posicionando antes da cortina de Padang cair, sendo acompanhado e registrado de um ângulo ainda mais deep.

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Wiggolly Dantas na Cacimba.

Ricardo dos Santos em Thunders nas Mentawais.

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Uma das fotos mais pesadas que já registrei. Nesse dia a Cacimba estava grande e com a correnteza arrastando forte. Fui arrastado para o meio da praia, voltei para o canto depois de muito nadar e acertei uma série bem posicionado. Fiz umas cinco fotos iradas nessa única série, mas essa do Jeronimo Vargas foi a melhor.

DAS FOTOS PARA AS FILMAGENS Depois de quase três anos fotografando e filmando direto na

próximo de mim, resultando em imagens de vídeos e fotos para

Indonésia, me deparei com um arquivo imenso e muito rico de

serem usadas pelas marcas e mídias em geral. Hoje meu maior

imagens de altíssima qualidade. No começo foi complicado me

projeto é o filme Emotion, que aconteceu como um presente. É

concentrar em gravar vídeos e fotografar ao mesmo tempo. Mas

meu primeiro filme e vender ele online, por um valor simbólico, é

fui aprimorando meu posicionamento e me conectando mais às

a forma que encontrei para continuar vivendo esse sonho e fazer

imagens de vídeo. Comecei a pensar nas gravações e a ligar a câ-

com que as pessoas possam sentir um pouquinho do que sinto

mera já quando o surfista dropava a onda, filmando desde o iní-

quando estou no mar, sendo energizado por ondas perfeitas.

cio e disparando a câmera fotográfica somente no momento mais

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Edição de alto nível do trabalho de Alexandre Ribas. Ao lado: Capa do filme.

EMOTION

D

O novo filme de Everton Luis

ono do portfólio exibido nessa edição da Surfar, o fotógrafo Everton Luis acaba de lançar o seu primeiro filme: Emotion. A produção reúne belas filmagens aquáticas na Indonésia com alguns dos melhores surfistas da atualidade, além de muita cultura local e belezas naturais do paraíso do surf. Com a ação toda filmada de dentro d’água, podemos apreciar em câmera lenta os detalhes das ondas e vivenciar com calma o que passa tão rápido na vida real. Uma verdadeira sequência de tubos em sessões clássicas de Uluwatu, Pandang Pandang, Desert Point e Keramas. “Imagine todo o visual que tenho fotografado registrado em vídeo? Uma nova perspectiva criada com o aparecimento das câmeras de filmagens portáteis. Aderi, comecei a usar e o resultado foi o projeto Emotion”, conta Everton. –––– por Matheus Chiabi

O “NASCIMENTO” DE EMOTION

Há pouco tempo, Everton Luis se dedicava exclusivamente

O primeiro vídeo de Everton, uma edição do surfista Jean

à fotografia, ia para a água com sua caixa de estanque e bus-

da Silva para a internet, surpreendeu ele próprio com tama-

cava o pico perfeito para tirar fotos. Isso por mais de uma dé-

nho sucesso alcançado. A partir daí, a ideia de um longa-me-

cada. O mundo das filmagens era algo desconhecido, até que

tragem começou a “martelar” na sua cabeça. “Conhecendo o

comprou sua primeira câmera de vídeo para usar acoplada ao

meu imenso arquivo de tubos, sabia que somente essas ima-

equipamento de fotografia, podendo, assim, fotografar e fil-

gens seriam legais para um filme, mas precisaria de algo mais.

mar ao mesmo tempo.

Então, comecei a captar o life style, o cotidiano da Indonésia...

Enfim, filmar tudo que eu via diariamente e tive um resultado

Com a ideia de filmar as ondas e posteriormente vender

os clipes aos surfistas, Everton começou a produzir seus pri-

incrível! Colecionei arte em movimento”, diz.

meiros vídeos. Mas nem tudo saiu como esperado. “O meu

posicionamento e a maneira como eu segurava a câmera eram

executar tudo o que Everton tinha em sua mente, pois preci-

sempre pensando na fotografia, não no vídeo. Eu colocava

sava de alguém com tempo para sentar com ele em frente ao

para gravar direto sem me ligar em filmar desde o início da

computador e que soubesse colocar em prática o seu raciocí-

onda, então boa parte das imagens eram filmando o céu ou

nio. Sua sorte foi que Alexandre Ribas, editor do documentário

qualquer outra coisa. E quando o surfista chegava perto, aí sim

“Surfistas de Alma”, um dos filmes preferidos de Everton, fez

eu apontava a câmera para ele. Até então filmava tudo menos

uma viagem a Bali e os dois acabaram se conhecendo. “Não

a onda”, fala Everton. Só que a brincadeira passou a fazer par-

perdi tempo e comentei com ele sobre o meu projeto. Ele logo

te de seu cotidiano e, após três anos, ele já tinha um imenso

topou entrar nessa comigo e ainda me daria um curso de Fi-

acervo de clipes de alta qualidade.

nal Cut. Nesse momento, o filme começou a ganhar vida”, fala.

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Mas o maior desafio era encontrar um profissional para

Fotos: Everton Luis

POR TRÁS DAS ONDAS


MISSÃO CUMPRIDA

Após alguns meses de trabalho, o filme estava pronto. Uma

verdadeira produção artística repleta de criatividade e emoção, com muitos tubos perfeitos e manobras progressivas para deixar qualquer surfista fissurado em uma próxima trip para a Indonésia. “Aprendi e curti muito nesses três anos captando esse material que compõe o Emotion. É meu primeiro filme e foi um prazer tê-lo realizado. Dividir ele com o mundo é a parte desse processo, torço que todos tenham a chance de ver e que possam sentir ao menos um pouquinho do que sinto ao estar lá entre as ondas. Sejam bem-vindos à minha casa”, fala Everton.

Ian Gouveia e Ítalo Ferreira são destaques com rabeta-

das para fora da onda e aéreos verticais, e alguns dos melho-

Esbanjando estilo, Yago Dora mereceu entrar no filme. Suas imagens capturadas pouco antes do fechamento do filme não podiam ficar de fora e ganharam destaque pelas condições de luz.

res tubos ficam por conta do talento de Stephan Figueiredo e Yan Daberkow. Além desses, outros surfistas também marcam presença, como Bruno Santos, Felipe “Gordo” Cesarano, Craig Anderson, Ricardo dos Santos, Diego Santos, Eric de Souza, Hizunome Beterro, Ozzy Wright e Anthony Walsh.

COM A “MÃO NA MASSA”

Roteiro pensado, imagens separadas... Enfim foi dado o

pontapé inicial para a produção de Emotion. A trilha sonora

Para assistir Emotion, o filme está disponível gratuitamen-

te em surfar.com.br ou para download do arquivo original em HD basta acessar a iTunes Store.

teve músicas compostas por artistas locais da Indonésia, que chamaram a atenção do fotógrafo em performances nas praias

Diego Santos é uma das estrelas do filme na seção de Desert Point.

(um artista inclusive foi gravado fazendo beat-box e teve o áudio da filmagem usado em uma das partes do filme). Além dos ritmos locais, eletrônicos também foram produzidos especialmente para o vídeo.

Já para a edição, Everton optou pelo uso do slow-motion

para todas as cenas de ação, uma escolha feita sob um interessante ponto de vista. “Sabia que abusar do slow-motion seria uma boa ideia, assim mostraria lentamente a visão do surfista de dentro do tubo e a minha ao dividir esse momento com ele. Além disso, também conseguiria revelar os detalhes que deixamos passar enquanto a vida insiste em passar rapidamente”, explica o fotógrafo.

Arriscando o próprio equipamento, Everton não mediu esforços para registrar um dos melhores momentos. Bom para o Ian Gouveia que, além de não quebrar o equipamento, faturou exibição no trailer e no filme. I an G ouveia , K eramas ,

B ali , I ndon é sia

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Arq. Pessoal

NOVA GERAÇÃO

Luel esteve recentemente na Gold Coast, Austrália, onde viajou num motor home por duas semanas e conheceu picos clássicos como Lenox Head, Angourie Point e Kirra.

IDADE: 22 ANOS PATROCÍNIOS: SEAWAY, PREFEITURA DE IPOJUCA E SHAPERS FINS QUIVER: 7’3, 7’0, 6’5, 6’3, 5’11, 5’10 e 5’8 SHAPER: RICARDO MARTINS MELHOR MANOBRA: TUBO

LUEL FELIPE

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Na edição da Surfar #35, postamos uma foto em página dupla de LUEL FELIPE que rendeu muitos comentários: uma bomba em Pipeline com o surfista cavando para um tubo enorme. O local de Ipojuca (PE) passou um mês no Hawaii pegando os principais swells da temporada e surfando umas das melhores ondas da sua vida, o que lhe garantiu uma boa reputação no North Shore. Mas já faz algum tempo que Luel vem mostrando talento com as ondas grandes. Em 2010, ele surfou uma gigante na Cacimba do Padre, Noronha, que lhe rendeu o Prêmio Greenish Brasil de maior onda surfada no país naquele ano. “Quanto

mais power o mar fica, mais ele destaca! Mesmo focado nas competições, Luel, com certeza, terá cada vez mais destaque no big surf nos próximos anos”, afirma seu manager Eduardo “Rato” Fernandes. O pernambucano também já marcou presença nas ondas da Indonésia, França, Peru, Austrália, Espanha, Portugal, Inglaterra e África do Sul, aonde cada vez mais vem aprimorando o seu surf. Atualmente Luel está determinado em ter uma boa performance no tour e conquistar uma vaga no WCT, além de investir na sua carreira de big rider. E se depender da atitude “go for it” do surfista, ele logo vai chegar lá!





NOVA GERAÇÃO

Lima Jr

Água quente, boas direitas e zero crowd. Venuto encontrou ótimas condições no Equador para treinar as rabetadas pra fora da onda.

RAFAEL VENUTO IDADE: 15 ANOS PATROCÍNIOS: PENA SURF WEAR QUIVER: 5’6,5’7, 5’8, 5’10, 5’11, 6’1 e 6’5 SHAPER: PRANCHAS TBC MELHOR MANOBRA: TUBO e AÉREO

Tricampeão Brasileiro Mirim e Junior em 2013, RAFAEL VENUTO é a mais nova promessa nordestina do surf. Local do Titanzinho, famosopicocearense,Rafaeltambémtem entre seus títulos o segundo lugar do Circuito LatinoAlas Tour esse ano. Com surf trips para o Peru, Nicarágua e Equador, cada vez mais ele vem mostrando atitude dentro d’água. “Desde os nove anos, quando entrou no time da Pena, Rafael

já mostrava um estilo diferente. Seu surf lembra muito o Joel Parkinson. Além disso, ele manda aéreos de backside impressionantes”, fala seu manager Lima Jr.Atualmente voltado para o desenvolvimento do seu surf progressivo, Rafael também mantém o foco nas competições, onde pretende competir no Pro Junior e demais etapas fora do país para adquirir novas experiências e títulos. Boa sorte garoto!

PedroPedro TojalTojal

Yan entubando em Desert Point, Indonésia, na melhor trip da sua vida. Com esse tamanho não é preciso nem disputar a maior da série para fazer a cabeça.

YAN SÖNDAHL IDADE: 9 ANOS

PATROCÍNIOS:ONBONGO,SRSSURFBOARDS, DRAGON,SHAPERSFINS,REDLEY,SILVERBAY, CHICLET TRUNK e GO PRO

APOIO:RIOSURF’NSTAY,PLAYGROUNDSRESORT MENTAWAI, ULAU MANUA QUIVER: 4’8, 4’10 e GROOM MODEL QUADEVOLUTION 4’8

SHAPER:RODRIGOSILVA-SRSSURFBOARDS MELHOR MANOBRA: TUBO

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YAN SÖNDAHL tem apenas nove anos, mas seutalentojávemsendoreconhecido.Entre seus principais títulos estão o de campeão PetitParanaense2013,campeãoSub12no Canteras Del Norte Peru 2012 e vice-campeãoPré-PetitnoCircuitoNovaGeraçãoNiterói 2012. Com algumas surf trips no currículo,ocatarinensevemaprimorandocada vez mais sua performance dentro d’água. Ano passado, numa trip à Indonésia,

nomeadaporelede“Yandonésia2013”,ele chegouasurfarcomKellySlaterepegoumuitostubos,suamanobrapreferida.Masalém de entubar, também quebra nos floaters, laybackseaéreos.Agora,em2014,Yanestá demalasprontasparapassarumperíodoem Mentawai, Nova Zelândia, Bali e ainda tem planos de surfar no Hawaii e El Salvador. Alguémduvidaqueessemolequevailonge?!





PRÓXIMO NÚMERO

Pedro Tojal

INDONÉSIA 2014

Lucas Silveira, Indonésia. Foto: Pedro Tojal.

EXPEDIENTE Editor Chefe: José Roberto Annibal – annibal@revistasurfar.com.br Redação: Déborah Fontenelle (Redatora) – deborah@revistasurfar.com.br João Cezimbra – joão@revistasurfar.com.br Luís Fillipe Rebel – luisfillipe@revistasurfar.com.br Matheus Chiabi – matheus@revistasurfar.com.br Arte: João Marcelo – joaomarcelo@revistasurfar.com.br Fotógrafo staff: Pedro Tojal – tojal@revistasurfar.com.br Colunista: Bruno Lemos Colaboradores edição – Texto: Everton Luis, Gabriel Pastori e Lima Jr. – Fotos: Bidu, Brian Bielmann, Bruno Lemos, Cestari/ASP, Carlos Matias, Davi Borges, Everton Luis, Fábio Dias, Fred Pompermayer, Henrique Pinguim, James Thisted, Kirstin/ASP, Lika Maia, Lima Jr, Marcio Canavarro, Pablo Aguiar, Paulo Barcellos, Pedro Felizardo, Pedro Monteiro, Rafaski, Robertson/ASP, Rodrigo Sodré, Tiago Navas e Will H-S/ASP.

Publicidade: Thaís Havel – thais@revistasurfar.com.br Marcelo Souza Carmo – marcelo@revistasurfar.com.br Sérgio Ferreira – serginho@revistasurfar.com.br Financeiro: Claudia Jambo – claudia@revistasurfar.com.br Tratamento de Imagem: Aliomar Gandra Jornalista Responsável: José Roberto Annibal – MTB 19.799 A Revista Surfar pertence à Forever Surf Editora e as matérias assinadas não representam obrigatoriamente a opinião desta revista e sim de seus autores. Endereço para correspondência: Av. Ayrton Senna, 250, sala 209, Barra da Tijuca, Cep:22793-000. Distribuição: FC Comercial Circulação: DPACON Cons. Editoriais Ltda - dpacon@uol.com.br Tel: (11) 3935-5524 Contato para publicidade: (21) 2433-0235 / 2480-4206 – surfar@revistasurfar.com.br Surfar #36 é uma publicação da Forever Surf Editora

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NOW Z I P FRE E

3X SIMA WETSUIT OF THE YEAR


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