Surfar #48

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#48

Fi li pe Toledo, Hawai i .

EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO


WO R L D’ S FA ST E ST

DRYING WETSUIT

Mick Fanning 3x World Surfing Champion



h a n g l o o s e

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COMO VER A SURFAR DIGITAL

ÍNDICE Toque sobre o número e vá

direto para o início da matéria que você deseja ler.

VÍDEO Assista à onda surfada,

ao acerto da manobra ou mais imagens do surfista fotografado.

VÍDEO YOUTUBE/VIMEO

Clique para assistir ao conteúdo extra no aplicativo dele ou no site (funciona melhor com os apps do Youtube e Vimeo instalados no celular).

O círculo com a mãozinha representa conteúdo extra para você ter uma experiência ainda melhor com a nova Surfar.

SEQUÊNCIA Veja todos os detalhes

das manobras e tubos nas sequências de fotos.

ÁUDIO Toque no ícone para ouvir. 009


ÍNDICE Não é fácil voltar dos aéreos nas fortes ondas de Off The Wall, mas Thiago Camarão completou este com maestria. Foto: Henrique Pinguim. CAPA: Nada melhor que o surf moderno de Filipe Toledo para marcar a capa da nova era da Surfar. Foto: Henrique Pinguim. Vídeo: Bruno Baroni (imagens) e Yuri Cetra (edição).

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CLIQUE NO NÚMERO E VÁ DIRETO PARA A MATÉRIA SESSÕES TUBULARES O melhor fotógrafo de tubos do Brasil, Pedro Tojal, viajou ao lado dos tube riders goofies Bruno Santos, Stephan Figueiredo, Danilo Grilo e Vitor Ferreira para surfar esquerdas perfeitas sem crowd. Você verá essa trip em vídeos, fotos, sequências e áudios.

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PORTFÓLIO OSVALDO POK

Para fugir do clássico “tubão azul” em um local paradisíaco, fomos atrás do arquivo fotográfico do catarinense Osvaldo Pok, apaixonado por aéreos, pelo meio urbano e o preto e branco.

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PALAVRA FINAL – ITALO FERREIRA Conversamos com o melhor surfista brasileiro do início da temporada 2016 da WSL. O potiguar chegou como um furacão no Circuito Mundial em 2015 e promete fazer muito mais este ano.

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8 DICAS PARA MELHORAR O SEU SURF

O paranaense Leandro Dora, técnico do campeão mundial, vai botar as “cartas na mesa” com os segredos do treinamento da AprimoreSurf.

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PORTFÓLIO BRUNO BARONI

Altas manobras, lindas imagens e música boa. O videomaker abre o arquivo de vídeos para te deixar instigado com as performances, principalmente de Filipe Toledo e Adriano de Souza.

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EDITORIAL

A Surfar sempre manterá o espírito aventureiro de buscar line ups tubulares e perfeitos em locais pouco explorados. Foto: Pedro Tojal.

SURFAR DIGITAL

A

partir desta edição, a Surfar passa a ser uma revista online e gratuita com muita interatividade, concentrando todas as suas ações exclusivamente

no digital. Nosso objetivo é investir ainda mais em produzir e difundir conteúdo de alta qualidade, aproveitando os recursos que as plataformas digitais nos possibilitam. Para facilitar o acesso aos leitores através de smartphones e tablets, estamos disponibilizando gratuitamente o aplicativo

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Revista Surfar para Android e IOS. Você também poderá ver a edição no site surfar.com.br.

As revistas estão em mudanças e esta mudança está

sendo conduzida pelos leitores. São eles que estão mostrando que o futuro é digital. O site surfar.com.br, por exemplo, vem tendo um rápido crescimento de visitantes diários, e o Instagram @surfar já é o maior da mídia especializada do surf nacional, além do nosso Facebook, que também conta com um grande número de seguidores.

Nesta edição, você vai encontrar matérias especiais

pensadas para o universo digital, com vídeos, sequências de fotos e áudios. A mudança começa logo na capa, que não se resume apenas a um ‘fotão’. Produzimos um vídeo extra com Filipe Toledo para trazer mais conteúdo já na primeira página da revista. Um conceito diferente na nova fase da Surfar. Por fim, a intenção não é abandonar totalmente a versão em papel. Em ocasiões especiais, faremos algumas edições para colecionadores. Agora vamos todos para dentro d’ água surfar! p o r JOS É R OBERTO ANNI BAL

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BÔNUS DE OUTONO O swell épico deste início de outono fez funcionar a longa direita de Itapuca, em Icaraí, Niterói. Foto: André Cyriaco.

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Alcance sua melhor performance SEAWAY BOARDSHORTS

Foto: Fred Pompermayer

Loja online: seaway.com.br

DANILO COUTO JAWS



MELHOR DA SÉRIE SURF FEMININO

Andrea Moller venceu o WSL Big Waves Awards na categoria Melhor Performance Feminina. A paulista de Ilhabela há muitos anos se dedica ao big surf de remada nas bombas de Jaws, desde a época em que poucos homens ousavam encarar no braço as ondas gigantes de Peahi. Foto: Keale Lemos

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MARCA COM O SURF NO DNA Desde 2005, a WQSurf é parceira do esporte e acredita que o surf pode transformar a vida das pessoas. Podemos ver isso na Escola de Surfe Jerônimo Telles, uma das escolinhas mais inclusivas do Rio, localizada no canto do Recreio, que trabalha com todos os tipos de alunos: crianças, adolescentes, adultos de todas as idades e portadores de alguma necessidade especial. Nossa equipe é formada por oito atletas de diversas idades e em diferentes regiões da cidade. São como embaixadores da nossa marca, viajando por todo Brasil e pelo mundo. Na parte das competições, apoiamos o Grown Search da Rip Curl, temos o Circuito Sub 14 em parceria com a Oakley, sendo o único circuito de base do surf carioca, e o Master da Prainha, onde grandes nomes da história do esporte se reencontram em um torneio com disputas em clima de confraternização. Além desse evento, promovemos junto à ASAP todo ano operações de limpeza, preservação e conscientização, a fim de cuidar da praia e manter o Parque Natural Municipal da Prainha com toda sua fauna e flora protegidos. Somos muito mais do que uma multimarca de surf, fazemos questão de estar presente e apoiar o crescimento do esporte.

> WQSURF.CO WQSURF.COM M > FACEBOOK/LOJASWQSURF FACEBOOK/LOJASWQSUR > @LOJASWQSURF @LOJASWQSUR


> WQSURF.COM > FACEBOOK/ L O J A S W Q S U R F @LOJASWQSURF > @L


TAJ BURROW SAI DE CENA Em 18 anos no WCT, Taj Burrow permaneceu 15 no Top 10, sendo uma década entre os cinco melhores. Nesse tempo, o carismático ausssie inspirou uma geração se tornando o surfista favorito de muitos jovens e crianças a partir do final dos anos 90. Além disso, influenciou muito a evolução do

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Foto: Divulgação Billabong

esporte nas competições com um veloz surf moderno. Uma brilhante carreira competitiva que agora continua no free surf, onde ele também sempre estará entre os melhores. O vídeo da campanha “I Surf Because” da Billabong retrata bem o espírito de Taj. Vídeo: Billabong

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BACKSTAGE

POR TRÁS DE UM CAMPEÃO, EXISTE UM TÉCNICO

Henrique Pinguim

por GABRIEL PASTORI

A sintonia entre técnico e atleta vai além da relação profissional. A parceria de sucesso entre Mineiro e ‘Grilo’. No surf, diferente do futebol, o técnico quase nunca aparecia ou tinha destaque nas conquistas. No entanto, essa realidade vem mudando bastante nos últimos anos. Possivelmente, a profissionalização do esporte e a maior remuneração aos atletas viabilizaram a contratação de uma pessoa que acompanha os competidores não só durante os campeonatos, mas também no dia a dia dos treinos. Com isso, alguns pais, ex-tops e surfistas comuns começaram a se dedicar à carreira de técnico de surf. Hoje se pode dizer que os técnicos estão em evidência no circuito mundial. Atletas como Gabriel Medina, Filipe Toledo e Miguel Pupo viajam boa parte ou todo o Tour na companhia dos pais, que muitas vezes atuam como técnicos, cada um com sua particularidade. Charles, padrasto de Medina, prepara os equipamentos, opina sobre condições do mar e a tática adotada em cada bateria de Gabriel. Ricardinho Toledo, que já foi bicampeão brasileiro, além de trocar informações antes das baterias, serve de guia para Filipinho durante elas, quando se comunicam através dos famosos assobios do pai.

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Wagner Pupo, ex-top do circuito nacional, era shaper do filho e em certos momentos dá opiniões técnicas para Miguel em algumas das etapas do Tour. Mas se hoje existisse um ranking dos melhores técnicos de surf do Brasil, provavelmente teríamos o nome de Leandro Dora no topo da lista. ‘Grilão’, como é conhecido pela galera do surf, atualmente é treinador do atual campeão mundial da WSL e do campeão mundial Pro Junior. Além de acompanhar Adriano de Souza e Lucas Silveira, Leandro é pai e técnico do melhor freesurfer do Brasil, Yago Dora, que também compete e deve chegar ao Tour em breve. Nada mal, né? No entanto, isso não aconteceu de uma hora para outra. Quem conhece o ‘Grilo’ sabe o tamanho e o potencial que ele tem para exercer essa função. Muitas vezes no surf, diferente de outros esportes, o treinador acaba fazendo papel de pai, irmão ou amigo, provavelmente pelo convívio intenso que as viagens ao longo do ano geram. Portanto, além de ter entendimento técnico e tático, é essencial que essa relação pessoal entre atleta e técnico seja harmônica. E diferente de outros treinadores, Dora acredita


Cestari/WSL

Wilko com Glenn Hall, um trabalho que vem dando certo. que o foco do trabalho deve estar no dia a dia e não no momento da competição. “O trabalho de um treinador é um acompanhamento diário. Não acho que a presença no campeonato vai fazer o surfista conquistar o título. É o trabalho ao longo dos anos. Muitas vezes uma palavra, uma conversa pode ter um resultado extraordinário numa competição”, explica. Outro caso que recentemente tem chamado muita atenção no circuito mundial é a presença de Glenn Hall como técnico de Matt Wilkinson. Primeiro porque os dois iniciaram o trabalho no ano passado, quando Glenn ainda fazia parte do Tour e eventualmente poderia cair na mesma bateria de seu atleta (um dos argumentos do irlandês para a WSL era que como ele não possuía um patrocinador e aquela era um forma dele conseguir se manter). E segundo porque Matt Wilkinson, depois de seis anos no circuito rodeando a vigésima posição e brigando para se manter no Tour, começou sua sétima temporada com a incrível marca de duas vitórias em dois eventos. Por essa nem o Glenn Hall esperava... (Risos) De quebra, o irlandês ainda levou

a primeira etapa na categoria feminina com a Tyler Wright, que também é sua atleta. Parece que o baixinho de voz fina leva mesmo jeito para a coisa. Considerado por muitos um dos piores surfistas do Tour nos anos que esteve presente, Glenn Hall parece que chega ao cenário dos treinadores para ser o melhor deles. Tudo indica que sua habilidade teórica e tática, aliada a um surfista com talento, pode gerar resultados antes inimagináveis. Wilko, que apesar de ter um backside diferenciado sempre esteve longe das apostas de qualquer pessoa que acompanha o circuito, hoje já é cotado como um dos candidatos ao título de 2016. Uma coisa é certa, os técnicos estão em evidência e isso não é à toa.

GABRIEL PASTORI, freesurfer profissional. gabrielpastori9@hotmail.com | Instagram: @gabrielpastori

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DESURFISTAPARASURFAR As melhores fotos dos nossos leitores.

#DESURFISTAPARASURFAR Quer ver sua foto na Revista Surfar? Siga @surfar + @lostbrasil e marque suas postagens com a hashtag #desurfistaprasurfar e @lostbrasil. As cinco melhores serão publicadas nesta coluna. De quebra, levam um kit ...LOST de roupas cada uma.

@_ F E R N A N D O A N D R A D E

@T U L I O H E N R I Q U E F O T O

“Até que a primeira imagem do dia com a caixa estanque rendeu uma foto boa. Gabriel Mureb botando pra dentro num dia clássico na zona oeste.”

“Tinha acabado de chegar do México e fui recepcionado em um domingo de terral com altas ondas o dia todo. Esse surfista desconhecido foi premiado com a foto.”

@ LUA N A A R A N G E L

“Meu ‘suco de laranja’ em jejum”

@ D AV I B S T

“Pensar, agir e sentir, harmonia natural.”

@ A G U C A R VA L H O

“Mesmo no verão, quem procura acha!”



MOVIES TOP 5 – CLIQUE NA FOTO E VEJA O VÍDEO 7 MINUTOS QUE VOCÊ VAI QUERER VER VÁRIAS VEZES

Um recente ataque surpresa de um australiano da nova geração nos deu uma visão sobre o mundo de Noa Deane, um cara da Gold Coast, fabuloso, viciado em aéreos. Inspirado por vídeos de skate daqueles que você quer assistir de novo, Pulp é o novo curta da Rusty feito por Noa e o filmmaker Shane Fletcher. Um ataque cinzento em tubos profundos (e alguns pesados), quebrando maravilhosamente a linha de surf e com os aéreos esticados que são a assinatura de Noa. Um vídeo para te deixar instigado antes da sua próxima sessão de surf.

AS FÉRIAS DE KOLOHE ANDINO

Os atletas que disputam o WCT não costumam ter um longo período sem competições para treinarem. A menos que a WSL faça uma grande mudança, os surfistas do World Tour precisam usar o período de férias para treinar. Kolohe Andino fez bom uso desse tempo, aproveitou o El Niño e foi à procura das melhores ondas ao redor de sua casa com seus amigos. Alguns dias foram muito bons e produtivos, já outros foram ruins. Mas quase todos esses dias, Kolohe passou dentro da água. Foi um “descanso” diferente para o astro americano.

O SOL DA MEIA-NOITE COM MATT BANTING

O surfista Matt Banting já está bem recuperado da sua lesão e talvez esteja na sua melhor forma. Midnight Sun é a mais recente produção de Matt e facilmente um dos melhores vídeos do mês. Com uma trilha sonora de Led Zeppelin, Midnight Sun traz um pouco mais de dois minutos de brilho e surf implacável.

À VONTADE NA INDONÉSIA

Poucos surfistas se sentem tão à vontade nas perfeitas e perigosas ondas da Indonésia como Jean da Silva, que passa um grande período surfando naquela região. Em Ada Ombak, você pode conferir o brasileiro em algumas das melhores ondas do mundo, como Nias, Mentawai, Desert Point, entre outras.

VELOCIDADE, PROGRESSIVIDADE E TALENTO

Um dos surfistas da nova geração com maior destaque internacional, Filipe Toledo é a estrela do curta Faith, produzido pelo excelente filmmaker Bruno Tessari nas ondas da Califórnia. No filme, Filipinho mostra toda a velocidade dele, com vários aéreos e inversões de rabeta muito fortes, e ainda abre a porta de sua casa. Se você é fã de um surf extremamente radical, com certeza não vai poder deixar de assistir o vídeo.

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Foto: Pablo Vaz GD-120CM-5

ADRIANO DE SOUZA #GShockTeam

gshockbrasil.com Casio G-Shock Brasil gshockbrasil gshockbr


NA WEB

Fotos: Facebook

Fique por dentro do que a comunidade do surf anda falando nas redes sociais pelo mundo afora!

“NÃO É FÁCIL VENCER CONTRA MICK, GABRIEL OU FILIPE. EU TENHO QUE CORRER MAIS RÁPIDO QUE ESSES CARAS, TENHO QUE ACORDAR MAIS CEDO QUE ESSES CARAS E TENHO QUE FAZER TUDO MELHOR QUE ESSES CARAS.”

“EU QUERO COMEÇAR A SER TOP 10 PELOS PRÓXIMOS ANOS, CONSEGUIR UMA GRANA E ME APOSENTAR. SENTAR NO SOL E BEBER CERVEJA.”

@Adriano de Souza

e seus planos de vida bem ambiciosos.

@Matt Wilkinson

reconhece o valor dos adversários. O difícil é um deles ter mais dedicação que o atual campeão mundial.

“ALTURA É O MEU MAIOR MEDO. EU APENAS NÃO GOSTO DE JEITO NENHUM. NÃO ME CONVIDE PARA UMA MONTANHA RUSSA.” @Yago Dora um dos maiores arealistas do Brasil, morre de medo de altura. Isso chega a ser irônico.

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“EU NÃO PODIA FICAR EM PÉ, ENTÃO APENAS DEITEI. O MAR ESTAVA NA ALTURA DO MEU JOELHO, MAS SENTI COMO SE TIVESSE DROPANDO 10 PÉS EM TEAHUPOO. TERMINEI A ONDA E ESTAVA TÃO AMARRADÃO, SOLTEI UM ASSOVIO E COMEMOREI!”.

@ Owen Wright voltou a sentir o mais puro prazer do surf quando surfou depois do grave acidente em Pipeline.

“NÓS NÃO PRECISAMOS DA NOSSA PRÓPRIA COMPETIÇÃO. APENAS ABRAM A JANELA DE ESPERA, DEIXEM AS GAROTAS REMAREM NO LINE UP E LUTAREM PELAS ONDAS.” @Andrea Moller não se importa em competir entre os homens nos campeonatos de ondas grandes.

“O TOUR PODE SER BEM DURO PARA OS ROOKIES. CARAS QUE CHEGAM AQUI GANHANDO TUDO E DO NADA, SE NÃO TIVEREM DANDO RASGADAS DE ADULTOS, PODEM FACILMENTE PERDER CINCO BATERIAS EM SEGUIDA. ISSO É TORTURA PARA UM JOVEM.”

@Mike Parson técnico de Kolohe Andino, sobre as dificuldades que estreantes muito novos têm no WCT.

Acompanhe a Surfar pelo Twitter: www.twitter.com/revistasurfar.com.br


Andrew Serrano

Creators & Innovators

Foto: Rojas


CAIO IBELLI

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O “funcionário do mês” da edição #48 é o guarujaense Caio Ibelli, que começou o WCT sem se intimidar. O paulista eliminou com autoridade John John Florence duas vezes e Josh Kerr, além dos concorrentes rookies Jack Freestone e Ryan Callinan. Assim, Caio terminou a perna australiana com muita moral e é, sem dúvida, um dos favoritos ao Top 10 logo no primeiro ano dele no Tour. Foto: Jimmy Cane. Vídeo: WSL

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WAINUI

VENCENDO BARREIRAS E PRECONCEITOS

Vídeo: Bruno Lemos.

Não seria novidade dizer que o surf de ondas grandes está em alta. Também falar que este ano o El Niño foi fantástico, produzindo as maiores ondas já vistas no Hawaii, é algo que está tão em evidência na mídia que seria mais um falando sobre o mesmo assunto. É claro que com a temporada de ondas grandes no Pacífico Norte chegando ao final até caberia fazer um breve resumo expondo algumas das minhas impressões. Quem sabe até analisando algumas das sessões mais incríveis que como fotógrafo de surf pude presenciar este ano. Outro assunto legal seria especular sobre as duas maiores ondas surfadas em Jaws em 15 de janeiro, se a esquerda do Pedro Calado é maior que a direita do Aaron Gold. Sem dúvidas, escrever sobre esse assunto no momento seria um prato cheio para qualquer jornalista, principalmente para aqueles que acompanham e vivem no mundo do surf.

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Mas nesta coluna achei melhor falar sobre algo que me impressionou tanto quanto as ondas gigantes que atingiram o arquipélago havaiano. Durante esta temporada, eu tive o privilégio de fazer um trabalho com uma das mulheres que está tão bem preparada e determinada quanto à maioria dos maiores surfistas de ondas grandes do planeta. Andrea Moller foi criada na Ilha Grande, costa do litoral de São Paulo, mas por causa da paixão pelo windsurf se mudou para o Hawaii, mais precisamente para a ilha de Maui, meca do amado esporte. Aos poucos, a obsessão e a vontade de fazer wind foi dando lugar a uma outra paixão. Assim como aconteceu com muito de nós, o “bichinho do surf ” mordeu Andrea bem na época que o movimento de tow in se iniciava no mundo e, principalmente, em Jaws. Andrea e Maria Bela, sua amiga e parceira de tow, foram a primeira dupla de mulheres a fazer

WSL

por BRUNO LEMOS


Sebastian Rojas

Andrea Moller pegou talvez a maior onda já surfada por uma mulher e venceu o WSL Big Wave Awards pela performance nesta temporada. tow in em Jaws. Por anos elas surfaram aquela onda com as melhores duplas de tow in do mundo. E quando os mad dogs da Bahia começaram a desafiar Jaws na remada, Andrea logo foi escalada para estar junto deles, entrando para a história do surf como um dos surfistas que desbravaram a temida onda daquele pico na remada. Sua relação com o oceano não é só no surf, a surfista é uma das melhores remadoras de canoa havaiana do planeta e tem uma coleção de títulos, inclusive mundiais, tanto na canoagem como no stand up paddle. É claro que, juntando todo esse histórico e toda a experiência que ela tem no mar, seria mais que natural que Andrea se tornasse hoje talvez a maior ícone do surf de ondas grande entre as mulheres. Em 2016, Andrea Moller simplesmente conseguiu provar que barreiras e preconceitos que poderiam existir em relação às mulheres surfando ondas grandes não devem existir mais. Ela surfou

de igual para igual todos os maiores mares da temporada, não só no quintal de sua casa, mas também em Mavericks e Waimea Bay. Inclusive surfando o que está sendo estimada como a maior onda já surfada por uma mulher em Jaws, tanto na remada como no tow in. Sempre disposta a ir atrás das maiores ondas durante a temporada, onde quer que elas estejam. Ela estava tão focada em surfar as maiores ondas possíveis, que acabou se acidentado depois de pegar uma gigante em Jaws num dos últimos dias de ondas grandes da temporada. O músculo da parte de trás de sua coxa descolou do osso. Andrea teve que fazer uma cirurgia bem delicada e sua recuperação vai ser bem demorada. Mas eu e todos que conhecem sua personalidade e perseverança, sabemos que ela deve voltar em breve mais forte do que nunca! Aloha! BRUNO LEMOS é fotógrafo carioca radicado há mais de vinte anos no North Shore, Hawaii.

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INSTAGRAM

Fotos Arquivo Pessoal Instagram

Apesar da correria e tensão durante as primeiras etapas do Circuito Mundial rumo ao título de 2016, os tops sempre arranjam um tempinho entre uma competição e outra para relaxar e atualizar suas redes sociais. Confira!

@italoferreira mostra que tem muita coragem tanto dentro quanto fora d’água. Fazendo careta junto ao seu novo amigo na Austrália.

@caioibelli e sua namorada Alessa Quizon capricharam na “beca” para a premiação da WSL.

@carlosburle aproveitou os dias de marola para se divertir com o seu filho.

@mattwilko8 era um dos primeiros a entrar no mar em Bells Beach ao amanhecer e foi recompensado com o título da etapa.

@gabrielmedina fazendo novas amizades durante a perna australiana do WCT.

@lsilveira96 descontraído no caminho para o WSL Awards, onde recebeu a taça de Campeão Mundial Jr.

@kellyslater mostra que sentiu a diferença de fuso horário ao chegar na Austrália para a disputa das primeiras etapas.

@alejomuniz postou uma foto com a equipe de profissionais que o ajudou na recuperação da sua lesão.

@alexribeiro89 registra cada momento no seu ano de estreia no Circuito Mundial.

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Não deixe de ficar por dentro de tudo que acontece no mundo do surf. Siga @surfar no Instagram.



E

streia em breve no canal OFF o programa Linhas, uma série especial sobre tubos protagonizada por Bruno Santos, Stephan Figueiredo e Danilo Grilo. O time de

goofies passou por picos como Hawaii, Tahiti, Fiji e Indonésia, sendo que nesta última parada nossa equipe se juntou a eles para acompanhar as gravações, que contou também com a participação do freesurfer Stanley Cieslik e do

Aqui o perigo se esconde atrás da perfeição...

UM TI M E DE GO OF IE S NA S ES QU


grommet Vitor Ferreira. O destino foi uma ilha deserta, totalmente remota, onde quebram apenas ondas tubulares e muito perigosas. Somente surfistas experientes se aventuram por lá, já que o acesso é feito por barcos de pesca que demoram cerca de oito horas para chegar. Uma aventura recheada de visuais incríveis que você vê em primeira mão aqui na nova versão digital da Surfar. Boa viagem! Texto e fotos por PE DR O T O JAL

UE RD AS M AI S PE RF EI TA S DO PL AN ET A


Foram cinco dias acampados nessa ilha r

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remota, surfando apenas com os amigos.

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“Desde a época do filme Surf Adventure que eu não via o Danilo Grilo surfando. Parece que o tempo parou! O cara continua o mesmo tube rider que encantou o público nos cinemas e ainda é o mesmo palhaço, fazendo brincadeira com tudo... (Risos)” – PEDRO TOJAL

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Go Pro no bastão, na boca e nas pranchas. Imagens de drone, terra e água. Os tubos foram registrados de todos os ângulos nessa série que promete deixar os telespectadores impressionados.

UM TIME DE GOO FIES NAS ESQU ERDA S MAI S PERF EITA S DO PL

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ANET A


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Bruno Santos dando aula de como pegar tubo.


Vitor Ferreira foi o aprendiz de tube rider na sĂŠrie e mostrou que aprendeu direitinho.

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Bruno Santos registrando e sendo registrado. A ilha Ê linda de qualquer ângulo.


UM TIME DE GOO FIES NAS ESQU ERDA S MAI S PERF EITA S DO PL

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ANET A


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Fun contemplando o final de tarde com o amigo Grilo pegando o Ăşltimo tubo do dia.

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SURF FEMININO

A TEMPORADA DOS SONHOS - RAQUEL HECKERT

Maria Fernanda

por BÁRBARA RIZZETO

Raquel Heckert é mais uma representante feminina que mostra coragem e determinação em ondas grandes. Raquel é uma daquelas surfistas que dá gosto de ver. Apaixonada pelo mar, adrenalina e desafios, a niteroiense tem chamado atenção mundo afora. Coragem e determinação não faltam e quando o mar sobe ela é sempre uma das únicas meninas na água, seja em Itacoatiara, sua praia local, ou em águas internacionais durante uma surf trip. A freesurfer e estudante de jornalismo tem 24 anos e um único objetivo: poder ter o surf como profissão e viver em busca de ondas grandes e perfeitas. Para correr atrás de seus sonhos e aprimorar suas técnicas em ondas grandes e tubulares, ela já viajou para Fernando de Noronha, México, Indonésia e Peru. E atualmente está na sua primeira temporada Havaiana. O Hawaii sempre foi o destino mais almejado pela atleta, que acabou se machucando no final de 2014 e não pôde embarcar naquela que seria sua primeira temporada.“Eu tentei vir aqui na temporada de 2014/2015, porém não pude por ter torcido meu pé andando de skate, mas às vezes a males que vem para o bem. Acabei vindo pro Hawaii na

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temporada do El Niño, não podia ter sido melhor! Teve semana que eu surfava Waimea três, quatro dias, e quando parava de quebrar eu surfava altas ondas em Pipeline”, conta Raquel, que está deslumbrada com as condições pesadas e perfeitas que tem surfado. Dentre tantos momentos de superação vividos no North Shore, Raquel destaca uma session após o campeonato da Volcom, em Pipeline, com o mar gigante e tubos que cabiam um carro dentro. Uma experiência assustadora e ao mesmo tempo maravilhosa, que rendeu três ondas boas, séries imensas na cabeça e muita história para contar. Além disso, teve uma session histórica no dia em que o Eddie Aikau não rolou e ela teve a oportunidade de descer uma onda enorme lado a lado com o Tom Carrol e o Kai Lenny, grandes nomes e ídolos no esporte. O dia mais incrível de toda a temporada havaiana foi o convite inesperado para participar do The Big Project, um campeonato out of reef, ou seja, no meio do oceano, que visa incentivar e propagar


Maria Fernanda

A freesurfer é uma guerreira nata e não perde a oportunidade de superar limites e se jogar em novos desafios. o surf feminino de ondas grandes. O evento é televisionado e conta com uma estrutura de ponta para proporcionar às competidoras toda comodidade e segurança necessárias. O mar tinha em torno de 15 pés e teve a participação de sete meninas escolhidas a dedo. E para uma brasileira em sua primeira viagem ao Hawaii poder correr esse evento e dropar altas ondas foi uma honra. Raquel conta que algumas vezes foi preciso respeitar os limites e não entrar no mar. Como num dia chuvoso em que a baía de Waimea estava fechando e as condições eram extremas e perigosas. Esse tipo de atitude mostra um grande amadurecimento por parte da atleta, que vem aprendendo a usar o medo a seu favor e entendendo a importância de saber seus limites no surf de ondas grandes. Bem diferente do que ocorria nas primeiras viagens internacionais da freesurfer, que não abria mão de nenhuma session, independentemente das condições e tamanho do mar, equipamentos de segurança e prancha adequada. Quem escuta as histórias e experiências de vida da surfista não fazem ideia de como ela batalhou para chegar em cada destino, afinal, a falta de estrutura e de patrocínio têm sido um problema recorrente em sua carreira. Para passar seis meses no

Hawaii, ela levou apenas mil dólares e durante a temporada trabalhou em diversos lugares, fazendo bicos para se manter e trocando trabalho por estadia. A parte boa é que toda essa experiência tem sido fundamental para o amadurecimento e crescimento pessoal e profissional dela, que está cuidando de todas as responsabilidades sozinha. A atleta não nega o sangue brasileiro. É uma guerreira nata e não perde uma oportunidade de superar limites e se jogar em novos desafios. “Eu não me vejo seguindo outra profissão, o surf me completa, me faz alcançar as pessoas. Não é somente com muito dinheiro que podemos ajudar ao próximo, mas também com palavras e atitudes. Espero que através da minha vida muitas pessoas se inspirem a nunca desistirem de seus sonhos”, concluiu Raquel, que não hesita ao dizer que sonha em conseguir um patrocínio para viajar o mundo todo surfando ondas grandes e inspirando pessoas.

BÁRBARA RIZZETO, 23 anos, jornalista e freesufer. brizzeto@gmail.com | instragram: @barbararizzeto

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INSTAGRAM SURF FEMININO

Fotos Arquivo Pessoal Instagram

Cada vez mais as meninas mostram coragem e determinação dentro d’água, dividindo de igual para igual o outside com os marmanjos. Mas, é claro, com muita feminilidade. E entre uma caída e outra, elas também arranjam um tempinho para rechear suas redes sociais. Confira!

@maya num visual que mostra como é incrível a perfeição da natureza.

@sally_fitz dando os últimos retoques em seu novo foguete.

@tatiwest mostra por que é considerada uma das melhores dentro d’água.

@chantallafurlanetto mostra que não há nada melhor do que um dia de surf com as amigas.

@brunasschmitz esbanja sensualidade.

@chloecalmon irradia felicidade após curtir as ondas de Byron Bay.

@stephaniegilmore mesmo num dia flat dá um jeito se divertir dentro d’água.

@maliamanuel hipnotiza tanto dentro quanto fora d’água.

@alanapacelli com sua irmã @nicolepacelli, beleza emoldurada pelo belo visual do amanhecer havaiano.

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Não deixe de ficar por dentro de tudo que acontece no mundo do surf. Siga @surfar no Instagram.


SURF ĂŠ coisa de menina!

Acompanhamos meninas de todas as idades e perfis, a se jogarem na ĂĄgua e realizarem esse sonho,

juntas!

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} longarina.com


NA MEDIDA

DENNIS TIHARA POR CLAUDIO HENNEK

CLAUDIO HENNEK POR DENNIS TIHARA

Nossa parceria começou em 2005. Apesar de ser um cara exigente, o Dennis é tranquilo de trabalhar, bem coerente e sabe passar o que está sentindo em suas pranchas. Assim, vamos fazendo as alterações pertinentes. O Dennis tem gostado muito de surfar com pranchas menores e mais retrô, porém o foco está mais nas pranchas para Pipeline, que é a onda que ele vem se aprimorando a cada temporada havaiana. Atualmente as pranchas que ele mais gosta são para Pipe, todas round pin, e estamos aumentando a litragem delas e diminuindo pelo menos de uma a duas polegadas por modelo, fundos conclaves mais suaves e leves combinações de v-botton em algumas sessões do fundo. Sua principal característica é que ele vem surfando ondas em Pipe cada vez maiores com pranchas um pouco menores. Para conseguir isso, ele tem que se colocar bem embaixo do pico porque o crowd também é um obstáculo e, assim, vamos fazendo alterações no que diz respeito a uma explosão de remada maior, colocando mais volume e mexendo um pouco com a curva de fundo também. Mas o importante é que na hora que ele entra numa onda, a remada da prancha tem que ser ótima para não correr o risco de entrar atrasado. Estamos reduzindo o tamanho do quiver e aumentando a litragem para uma boa explosão de remada, e após completar o drop mexemos em algumas partes do fundo para não ficar presa na hora da virada e da cavada, que são momentos cruciais para que o resto da onda não se torne um pesadelo!

O trabalho com o Alemão começou quando meu amigo Flávio Costa me levou até a fábrica dele. Eu tinha acabado de finalizar o contrato com meu antigo patrocinador e, de lá para cá, já completaram 10 anos de parceria. Na hora de produzir uma nova prancha, pensamos sempre em algo bem definido para o pico que vou surfar. Como competi por muitos anos, eu usava pranchas para competição, e quando me tornei freesurfer a minha concepção sobre elas mudou completamente. Hoje uso biquilhas, triquilhas, single fins e outros modelos, fazendo com que haja uma constante evolução no meu surf. O Alemão é um excelente profissional e um shaper muito diversificado, pois faz desde gunzeiras para Pipe como biquilhas mágicas (risos). Tenho pranchas de vários tamanhos, mas minha mágica é uma 7’0” model Pipeline Kamikaze. Desde o primeiro dia, ela se tornou mágica tanto na remada quanto no drop, sempre com muita velocidade e segurança. Usei ela durante toda a temporada havaiana e, além de estar funcionando muito bem nos tubos, tem sido bem resistente. Este ano resolvemos mudar um pouco o quiver em relação ao do Hawaii. As pranchas estão um pouco mais grossas, melhorando a remada, mas mantemos os tamanhos que gosto de usar, que vai de 6’6” até 7’0”. Também quero experimentar os modelos que ele já faz e testar algumas novas que tenho visto aqui no Hawaii.

Dennis Tihara sempre aperfeiçoa mais seu surf em Pipeline a cada temporada havaiana.

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Hennek 7’0” Modelo Pipeline Kamikaze 34,5 litros

Martin Sanches

O carioca CLAUDIO HENNEK, o Alemão, competiu como surfista profissional até os 22 anos quando decidiu seguir outro caminho. Alemão aprendeu a shapear com Ricardo Martins e Joca Secco e, desde cedo, mostrou muita dedicação, atitude que já tinha como competidor e que agora aplica no desenvolvimento dos seus shapes. Hoje, aos 46 anos, ele é um dos sócios da Wetworks, renomada fábrica de pranchas por onde já passaram alguns dos melhores surfistas do Brasil, como o ex-competidor e agora freesurfer DENNIS TIHARA. Conheça tudo sobre essa parceria que dura há mais de 10 anos.



8 DICAS PARA MELHORAR SEU SURF com LEANDRO DORA o técnico do campeão mundial

Sabe o que o campeão mundial Adriano de Souza, o campeão mundial Pro Jr Lucas Silveira e Yago Dora, o freesurfer brasileiro de maior destaque internacional, têm em comum? Todos eles são treinados pelo paranaense Leandro Dora. Aos 45 de idade, o ex-surfista profissional fundou há nove anos a AprimoreSurf, que alcançou um sucesso inquestionável na evolução da performance de atletas de ponta, como Ricardo dos Santos. por LUÍS FILLIPE REBEL fotos HENRIQUE PINGUIM


Leandro Dora ao lado de Adriano de Souza na Volcom House de frente para Pipeline, onde Mineiro foi campe達o mundial e do Pipemaster em 2015.


1

AVALIAR O NÍVEL DE SURF, PESO E DE QUE MANEIRA DESEJA SURFAR PARA ENTÃO ESCOLHER O EQUIPAMENTO IDEAL. ALÉM DA PRANCHA, UMA ROUPA DE BORRACHA DE QUALIDADE E TODOS OS ACESSÓRIOS VÃO FAZER A DIFERENÇA.

A maioria dos surfistas passa por várias fases de como abordar uma onda. Portanto, é necessário avaliar e entender a maneira como você quer surfar no momento que está vivendo para daí fazer a sua escolha. Muita gente compra o equipamento às vezes influenciado pelo apelo visual ou a marca, e essa pode não ser a prancha que vai funcionar melhor para o que você quer fazer nesse momento da sua vida. Então, é fundamental ter uma boa orientação de um shaper que interprete o que o surfista quer e transforme isso no foguete ideal. Além da prancha, uma roupa de borracha leve e maleável, um deck legal, todo equipamento vai somar. Se você quer ter um surf de alto nível, precisa pensar nos detalhes. Principalmente se não for um atleta. Quem estuda, trabalha e não tem tempo de surfar o dia inteiro, tem que investir mais ainda em ter um equipamento de qualidade e adequado para o seu surf.

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Lucas Silveira, Yago Dora e Marco Giorgi levaram um quiver variado para o Hawaii, assim puderam escolher o equipamento certo para cada tipo de onda.

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Lucas Silveira está sempre com o equipamento correto, tanto para encarar a onda gigante da foto em Jaws quanto para fazer a nota 10 do vídeo no Mundial Pro Jr em Portugal. Foto: Carlos Carpinelli. Vídeo: WSL.

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2

ESTAR AO MÁXIMO D EN T R O D ’ÁG UA PAR A PR AT I CAR I ND EPEN D ENTE DA C O ND I ÇÃO D O MAR.

Quanto mais você estiver dentro d’água, mais você vai evoluir. Mas atenção! Não é para ficar no mar pensando na foto da gatinha que acabou de ver no Instagram antes de surfar. Precisa estar focado e disposto a remar, pegar as ondas, raciocinar o que fez e voltar na arrebentação sempre olhando a onda de trás já pensando no que pode fazer de melhor na onda seguinte.

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Para que ficar fora d’ågua? Afinal, assim como Ian Gouveia, a gente ama o mar.

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3

Q UAND O VO C Ê NÃO EST I V ER NO MAR, O S SKAT ES VÃO T E FAZER EVOLUIR AI NDA MAI S .

O skate carver pode ajudar muito porque a base de trás é fixa e a da frente é mole. Lembra muito o movimento da prancha de surf, que tem a quilha atrás e você não consegue fazer o movimento de desgarrar a rabeta lateralmente, mas consegue fazer a frente balançar. Ele ajuda muito no conjunto do jogo do agacha-estica (a mola corporal) com o movimento dos braços que alinha os ombros com o quadril. O carver é perfeito para isso.

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Guigo Foggiatto

Yago Dora praticando o estilo no original Carver Skateboards.

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PR AT I CAR ALGUMA ATIVIDADE FÍSICA C O MPLEM EN TAR QUE DEVE VARIAR D E AC O R D O COM CADA ATLETA E NECESS IDA DE.

O trabalho complementar é diagnosticar as suas maiores deficiências e trabalhar especificamente nelas para o seu surf render mais. O que você tem? Fraqueza na remada, dureza no corpo, falta de flexibilidade ou excesso de peso? Por exemplo, se você tem medo de onda grande, pode fazer um curso de apneia, que vai te dar mais resistência, e um yôga para fazer um controle mental. Esses trabalhos vão te dar mais confiança para encarar o mar com mais facilidade.

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O treinamento complementar deLucas Silveira, Leandro Dora, Marco Giorgi e Adriano de Souza comandado pelo fisioterapeuta Marcelo Amaral. O trabalho consiste em uma terapia manual para manter o corpo livre de tensþes e equilibrado, alÊm de um treinamento preventivo chamado de biomecânica funcional.

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Everton Luis


Após uma grave lesão na coluna sofrida na Indonésia no início da carreira, Ricardo dos Santos passou a fazer um trabalho complementar muito forte de prevenção com o fisioterapeuta Marcelo Amaral, hoje um nome indispensável na equipe da Aprimore Surf.

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FI LMAR E AVA LIAR S UAS I M AG ENS PARA C O MPAR AR C OM OS M OV I MENTO S DOS AT LETAS D E P ONTA EM V Í D EO S D E FREE S UR F E C O M PETIÇÃO.

Se ver é se olhar no espelho. Isso é o mais importante para evoluir . O surf te emociona muito facilmente. É comum você terminar uma onda e falar “cara, eu quebrei, fiz tudo o que tinha para fazer”, mas depois você ver a imagem e pensar “pô, eu acho que podia ter sido melhor”. Então nos vídeos você pode avaliar todos os sentidos do seu surf: a linha executada, os ataques no lip, o estilo e a maneira como você leu e surfou a onda. Após se ver, o ideal é analisar também os vídeos dos surfistas profissionais para entender a maneira como eles surfam e onde você pode corrigir, desde o drop, passando pela cavada, a leitura da onda e as manobras executadas.

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Marco Giorgi e Adriano de Souza analisando as imagens do vĂ­deo para aprimorar ainda mais o surf deles.


Prestar atenção em como os atletas de ponta realizam os movimentos é essencial. Veja na sequência da foto os detalhes desse snap back, manobra que Adriano é especialista.

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A BOA ALI MENTAÇÃO É U M C O M BUSTÍVEL D E Q UALI DADE PAR A A “M ÁQUINA” FU NC I O NAR MELHOR.

Novamente precisa ser específico, varia para cada um, assim como na parte física complementar. É essencial procurar um nutricionista para saber como está a sua alimentação e o que você pode mudar para obter um melhor rendimento esportivo. A gente sabe que precisa ter uma diversidade na alimentação, com frutas, legumes, cereais, mas é indispensável a consulta com um profissional que vai adequar a alimentação ao seu biotipo, o seu cronograma de atividades do dia a dia, dentre muitas outras coisas.

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Para manter a performance no mais alto nível, Mineiro precisa cuidar também da alimentação.

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Marco Giorgi é um exemplo de surfista que está muito comprometido em relação à alimentação. O resultado você pode ver na qualidade do surf dele.

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D ESCANSO AD EQ UAD O D E AC O R D O C O M A CAR GA D E T R EI NO S .

Miguel Pupo Mick Fanning, Corey Wilson, Owen Wright, Fletch, Tyler Wright e Matt Wilkinson

Existem muitos atletas que dormem entre um treino e outro. No World Tour, por exemplo, alguns surfistas após a bateria vão para um canto, botam o fone e tiram uma soneca entre os heats. Existem atletas de MMA que têm feito cargas de treinos intercaladas entre treinamento físico, alimentação e sono. É uma coisa nova. São três turnos de treino às vezes acordando no meio da madrugada para fazer a sessão. Então são métodos novos que estão fazendo as performances esportivas evoluírem muito. É importante achar o seu caminho e o que vai funcionar para você.

Jadson André e CJ Hobgood

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Mick Fanning e Owem Wright

Tyler Wright e Courtney Colongue Kolohe Andino Gabriel Medina e Tyler Wright

Joel Parkinson

Tyler Wright

Fotos Instagram

Jadson Andr茅, cachorro e Isadora Rocha

Os competidores da WSL dormem tanto entre as baterias que foi criado o Instagram @woldsleepleague s贸 com fotos deles tirando uma soneca.

Miguel Pupo

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T R ABALH AR A M I R A, AS SETAS D E D I R EC I O N AMENTO E A M O L A C O RP ORAL.

Essa é a base do ensinamento da AprimoreSurf. A mira é a direção do olhar, as setas de direcionamento são os braços e a mola corporal é o jogo de abaixa-estica. Esses são pontos fundamentais para se trabalhar na parte técnica e evoluir no surf. Além de prestar atenção nesses detalhes, a base também vai fazer muita diferença. Ela varia muito de acordo com o biotipo e o equipamento usado, mas deixar um pouco mais aberta que fechada é bom porque dá mais estabilidade. A partir daí precisa ficar bem atento aos detalhes do joelho, pois se você botar ele para fora vai ficar bem feio com a base aberta. Portanto, você precisa dobrar o joelho para dentro e assim terá uma boa estabilidade e um estilo legal.

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Repare na sequĂŞncia como Yago Dora trabalha muito bem o jogo da mola corporal para completar esse tubo.

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Seguindo essas oito dicas, quem sabe daqui a alguns anos você também está completando um backflip.

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091 VĂ­deo: Leandro Dora/ AprimoreSurf


Pedro Tojal

A SURFAR AGORA É D


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Harmonia entre a manobra, a prancha e o cenário aliados ao estilo de Alan Fendrich. Balneário Camboriú, 2015.


Fotografia


Guilherme Meneguelli

Um dia de produção antes de o sol nascer. Praia Brava, Itajaí, 2015.

O

catarinense O S V A L D O P O K busca um lado mais “underground” do surf. Além do clássico “tubão azul” em lugares paradisíacos, Pok procura ex-

plorar bastante o meio urbano e as manobras modernas. “Fotografar o ambiente do surf, registrar os surfistas dentro e fora d’água. Tenho um ardor por manobras aéreas bem executadas. Isso é o que mais gosto de registrar”, definiu o fotógrafo de 29 de idade, que há seis anos deu início à carreira sempre em busca de novidades, de fugir da mesmice na profissão.

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Nascido em Criciúma, Osvaldo começou a fotografar

aos 18 anos despretensiosamente. Comprou uma câmera simples, semi-profissional, e passou a registrar as sessões de surf e skate dos amigos nas poucas vezes que viajavam pelo Brasil para surfar. O primeiro grande contato com o ramo da fotografia de surf foi promovendo o WQS realizado no Farol de Santa Marta, em Laguna, Santa Catarina, em 2010. Ali ficou claro para ele o desejo de seguir em frente na profissão. “Foi onde tive o prazer de vivenciar um dos maiores acontecimentos profissionais e pessoais da minha vida”, destacou. No ano seguinte, Pok se mudou para Balneário Camboriú, onde passou a aprender e evoluir diariamente na Praia Brava de Itajaí. “Por estar na praia todos os dias, acabei conhecendo excelentes profissionais do ramo, que muito me ajudaram com suas experiências e companheirismo”, explicou o catarinense. Ainda na Praia Brava, ele segue aprimorando sua fotografia para a cada dia conseguir apresentar melhor um estilo e uma visão diferente do mundo do surf.

por LUÍS FILLIPE REBEL

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Alan Fendrich

Montando minha primeira exposição na At Home em 2012.


NASCIDO:

18/ 0 4 /1 9 8 7

RESIDÊNCIA ATUAL

B A LN E Á RI O C AM BO R IÚ

EQUIPAMENTO:

CA N O N 7 D , CANO N 1 00-4 00MM, CANON 17- 40MM, CA N O N 5 0 MM

MELHOR PICO PRA FOTOGRAFAR:

P RAI A B R AVA D E ITAJAÍ (SC)

MELHOR TRIP : BA RB A DO S

PIOR TRIP :

C OSTA RI C A , PO R Q U E R O U BARAM MEU EQUIPAMENTO

CAPAS PUBLICADAS:

UMA N A RE VISTA H AR D C O RE

MELHORES S URFISTAS PARA FOTOGRAFAR:

A L AN F E N DR IC H , JAM E S SANTOS , MICKEY BERNARDONI, MAT H E US N AVAR R O , YAG O DORA, P ET TERS ON T HOMAZ E Y U R I C A S TR O

INFLUÊNCIAS NA FOTOGRAFIA / FOTOGRAFOS FAVORITOS:

S E B A S T I Ã O SALG AD O , M AR CIO DAVID, CHRIS BURKARD, RA FA S K I , RI C A R D O ALVES E MARCELO ARAUJO

CONSELHO PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO:

P E RS I S T Ê N C IA E E STAR SE MP RE ES T UDANDO, P OIS A FOTOG R AFIA É M U ITO AMP L A

REDES SOCIAIS:

I N S TA GR A M @O SVALD O PO K E FACEBOOK /OS VAL DOP OK

099


O QU E É A F OTO G R AF I A DE S URF PARA VOCÊ?

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Liberdade.

Petterson Thomaz em mais um nascer de sol criativo. Praia Brava, ItajaĂ­, 2015.


Fotografando Alan Fendrich com light paint na At Home, casa noturna do amigo e surfista James Santos. Praia Brava, ItajaĂ­, 2015.

Foto para estampa de camiseta da MCD com Cassio Sanchez e suas duas monoquilhas. Praia Brava, ItajaĂ­, 2012


“Meu trabalho fotográfico não se limita apenas a fotografar onda azul e perfeita, Um dia comum de verão em Santa Catarina. Praia Brava, Itajaí, 2014.

gosto do lado mais trash, do preto e branco, do meio urbano, do rock n’ roll.”

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“O tubo é uma das manobras mais lindas do surf, é a maior sintonia do mar com o surfista.

Fotografia


Mas, particularmente, os aéreos me chamam mais a atenção. Não sei falar o porquê, mas certamente é a minha paixão.”

Pablo Aguiar botando para dentro do tubo no Canto do Morcego. A presença de navios é constante nesse local. Praia Brava, Itajaí, 2013.

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Uma das muitas idas a São Chico na casa do amigo e surfista Petterson Thomaz. Na foto, Tomas Hermes num aéreo. Prainha, São Francisco do Sul, 2015.


O paredão de pedra no canto esquerdo da Prainha contrasta muito bem com as manobras. Na foto, Tomas Hermes. Prainha, São Francisco do Sul, 2015.

Mickey Bernardoni pegando um tubo desenhado à mão no dia do seu aniversário. Praia Brava, Itajaí, 2013.


“Gosto de utilizar lente tele para poder fotografar detalhes de uma grande paisagem,

Esses dois pelicanos foram fotografados batendo asas alternadamente quando eu estava a bordo de uma embarcação. Punta Mango, El Salvador, 2012.

e gosto também das lentes normais para poder fazer ângulos abertos.”

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Uma das minhas idas ao litoral norte de São Paulo. Nesta foto, pegamos Rocky Point e Toninhas clássicos. Ubatuba, São Paulo, 2013.

Balneário Camboriú e sua imensidão de prédios contrastaram nesse aéreo do urbano James Santos. Balneário Camboriú, 2014.

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QUA L VO CÊ C ON S IDERA A SUA MEL H O R F OTO ?

Alan Fendrich com a luz do início da tarde. Praia Brava, Itajaí, 2014.


Não tenho uma foto específica, mas posso falar de vários aéreos feitos com o excêntrico Alan Fendrich.

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Alan Fendrich e suas manobras autĂŞnticas. Aserradores, NicarĂĄgua, 2013.

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Fotografia

O pintor Bruno Alvares retratou na prancha de Alan Fendrich uma cena do cantor Ozzy Osbourne quando ele comeu a cabeça de um morcego num show ao vivo. Balneário Camboriú, 2015.

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Famosa onda triangular da Praia Brava nas ondulações de leste. Praia Brava, Itajaí, 2013.

Dia de “lestada”, os trabalhos começam cedo. Praia Brava, Itajaí, 2014. O México é um excelente lugar para os norte-americanos treinarem. Nesta foto, o californiano Tanner Rozunko rasgando para as filmagens. Salina Cruz, México, 2015.

“Quero viajar o mundo inteiro registrando tudo da minha forma. Realmente posso dizer que

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Um dia comum de verão em Santa Catarina. Praia Brava, Itajaí, 2014.

Esta foto fiz com o James Santos em Barbados. Gosto muito de foto preto e branco e de estar utilizando diversas técnicas fotográficas. .

Em busca das ondas logo cedo nos arredores de Balneário Camboriú junto com meu amigo João Jucoski. Balneário Camboriú, 2013.

este é o meu caminho, pois faço tudo por amor à arte e prazer interior.”

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PORTF

BRUNO

VIDEOM

por LUÍS FIL


Henrique Pinguim

FÓLIO

BARONI

MAKER

LLIPE REBEL

Bruno Baroni, Filipe e Davi Toledo, Hawaii, 2015.


O

guarujaense BRUNO BARONI , de 26 anos, tem apenas

cinco de carreira e já alcança sucesso internacional no mercado de vídeos e filmes de surf. Em pouco tempo

de profissão, ‘Alemão’, como é conhecido, foi o filmmaker oficial de dois dos principais nomes do surf brasileiro na temporada da WSL, o campeão mundial Adriano de Souza e Filipe Toledo. Além disso, trabalhou como principal cinegrafista em uma produção internacional, o “Spinning at The Speed of Now”, o filme feito pela gigante Surfing Magazine sobre Filipe Toledo.

Tudo começou quando Bruno ganhou uma câmera do ex-

treinador dele, Ademir Silva, e começou a filmar os treinos dos atletas. Já convencido que não iria se tornar um surfista profissional, ele foi atrás de grana para comprar equipamentos de qualidade. “Vendia prata, cheguei a pegar marisco com o pai de um amigo e assim fui juntando meu dinheiro. Sabia que para entrar no mercado e enfrentar a concorrência, eu precisaria estar bem equipado”, conta.

No início, Alemão produziu muitos vídeos com os surfistas

profissionais do Guarujá Ícaro Rodrigues e Heitor Pereira. Chegou até a fazer alguns clips com o famoso produtor de funk ostentação Kondzilla. “Mas sabia que ali não era meu lugar. 118


Henrique Pinguim

Bruno Baroni, Hawaii.

“Vendia prata, cheguei a pegar marisco com o pai de um amigo e assim fui juntando meu dinheiro para poder me equipar.�

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“São três anos trabalhando com os caras que eu sempre fui muito fã. Sempre que posso procuro trocar informações com profissionais da área, como o Peter King, John John e sua equipe, e também converso bastante com o Henrique Daniel, que filma o Gabriel Medina. É surreal isso. Uma experiência muito enriquecedora, aprendizados

Bruno Baroni com a Red Scarlet Dragon, que filma em até 6K.

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Henrique Pinguim

que levarei comigo para o resto da vida.”


Não faço apenas por dinheiro. Faço por prazer e por amor, o dinheiro é uma consequência”, explicou ele. O divisor de águas veio em 2013 quando, no México, Bruno recebeu uma mensagem do top da WSL Adriano de Souza o convidando para trabalhar com ele. Assim, Baroni começou a acompanhar as etapas do Tour, fase que já dura três anos.

Com Mineiro, a parceria durou até final de 2014. Logo depois

veio outro convite irrecusável. Ricardo Toledo, pai, técnico e manager do filho Filipe, chamou Bruno para gravar o novo projeto da Surfing Magazine, o filme “Spinning at The Speed of Now”. Diante de mais um trabalho feito com sucesso, alguns patrocinadores do Filipinho se interessaram em ter Bruno acompanhando o atleta durante o ano, com o objetivo de possibilitar um maior contato do público com a rotina dele, que vai muito além das baterias. “O treinamento é intenso e diário”, afirmou o filmmaker. O projeto é de uma série com vídeos postados na internet a cada dois meses e um clipe de 15 segundos no Instagram semanalmente. As melhores imagens ainda serão guardadas para um novo filme do Filipe previsto para o final de 2016.

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Trabalhando com a família Toledo.

NASCIDO

16/ 1 2 /1 9 8 9

RESIDÊNCIA ATUAL

G UA R UJÁ , SÃO PAU LO

TEMPO COMO VIDEOMAKER/ FILMMAKER CIN C O A N O S

EQUIPAMENTO

R E D S C A RLE T D R AG O N

MELHOR PICO PARA FILMAR

TAH I T I , M É XIC O E M EN TAWAI

MELHOR TRIP

A USTR Á LI A , 2015

PIOR TRIP

N EN H U M A

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123

Henrique Pinguim


PORTFÓLIO

BRUNO BARONI VIDEOMAKER


Bruno Baroni e Filipe Toledo, Hawaii, 2015.

MELHORES SURFISTAS PARA FILMAR FIL IP E TOL EDO E ÍCARO RODRIGUES

INFLUÊNCIAS, INSPIRAÇÕES NA CARREIRA / VIDEOMAKERS / FILMMAKERS FAVORITOS

KONDZ IL L A, BRUNO TES S ARI , ERICK KNUT S ON (FIL MMAKER DE JOHN JOHN FLORENCE) E HENRIQUE DANIEL (FIL MMAK E R DE GABRIEL MEDINA)

CONSELHO PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO

QUEM ACREDITA S EMP RE ALC A N Ç A

SITE / REDES SOCIAIS

Henrique Pinguim

YOUTUBE: BRU NO BA RONI; INS TAGRAM: @BA RONISFILM E S ; FACEBOOK: /BRUNO.BA RON I . 545

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“Meu trabalho com o Adriano foi um divisor de águas na minha profissão e na minha vida. É um cara que para sempre vou torcer e que sempre terá minha gratidão.”

CALIFORNIA EVERY DAY

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COLLECTION

“O melhor pico para filmar é o Tahiti. Sou fascinado por lá, apesar das dificuldades de filmar com uma câmera pesada na mão e dentro de um barco. É um lugar em que sinto uma energia muito boa e forte vendo o poder das ondas tão de perto. As imagens sempre ficam de altíssimo nível.”

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DESTRUCTION IN MEXICAN LANDS

“Sinto que a cada vídeo produzido há uma evolução. Até porque sempre estou em busca de aperfeiçoamento. Me cobro bastante e sinto que posso a cada dia melhorar o meu trabalho.”

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“Meu objetivo para o futuro é abrir minha produtora e ter comigo uma excelente equipe.”

INSIDE A BREAK

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“Procuro passar inspiração para a galera. Gosto de mostrar o surf do atleta, colocar as melhores manobras, boas ondas e uma boa música para que a pessoa veja o vídeo e fique com vontade de sair correndo para praia pegar onda também. A trilha sonora na minha visão faz toda a diferença na qualidade do vídeo.”

LEGACY CALIFAS

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Vídeo: Surfing Magazine

SPINNING AT THE SPEED OF NOW

“Trabalhar para a Surfing Magazine foi muito bom para a minha carreira, porque através desse trabalho comecei a parceria com o Filipe e, depois disso, continuamos juntos os nossos projetos. 80% das imagens de ação do filme são minhas.”

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@ BARONISFILMES

CLIQUE NAS IMAGENS E VEJA OS Vテ好EOS

Fotos: Instagram

@SURFAR

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“O objetivo é mostrar os treinos que acontecem antes dos campeonatos e também possibilitar que a galera tenha um contato maior com a rotina dele, que vai muito além das baterias. O treinamento é intenso e diário.”

“No momento estamos com um projeto grande, que se trata de um filme do Filipe com o tema superação, previsto para o final de 2016. Para a produção, estamos planejando filmar em lugares paradisíacos, como Tahiti, Mentawai e México. Ainda não posso falar muito sobre, mas garanto que todos verão que ele é realmente um talento.”

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GUIDE ME LORD

“O mercado de vídeos e filmes no surf hoje em dia está sendo cada vez mais valorizado. O surf no Brasil está com um espaço no mercado nunca conquistado antes. Acredito que as empresas poderiam investir mais, contratando equipes para realizar grandes trabalhos, assim como o John John vem fazendo.”

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“É fácil trabalhar com o Filipe, dentro e fora do mar. O resultado sempre fica muito bom. O Filipe é um cara tranquilo, muito divertido e consegue quebrar qualquer clima mais tenso com o seu astral. A vantagem é que estou sempre trabalhando de bom humor (risos).”

FILIPE TOLEDO IN PENICHE

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“Trabalhar nas etapas, confesso que não é fácil, porque antes de ser filmmaker, eu sou um torcedor. Quando o Filipe está nas baterias, eu fico bem nervoso e tenho que lutar para isso não afetar minha concentração.”

HERE WE GO

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TWO SESSIONS IN EUROPE

PORTFÓLIO

BRUNO BARONI VIDEOMAKER

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Abraço em Filipe Toledo no Oi Rio Pro 2015

Adriano de Souza e Filipe Toledo, atletas que abriram as portas para ele

Ao lado de Filipe na première do filme SATSON

Bruno Baroni, Hawaii

Bruno e Adriano no Tahiti


Destaque no jornal O Dia

Fotos: Arq. Pessoal

Matheus Toledo e Bruno Baroni Comendo com a elite do surf brasileiro

Na premiação da Surfer Poll




Nilton Gibao

Fred Pompermayer

NOVA GERAÇÃO

Daniel Templar rasgando com estilo em Saquarema.

DANIEL TEMPLAR

NOME: DANIEL TEMPLAR IDADE: 13 ANOS PATROCÍNIO: QUIKSILVER APOIO: PRANCHAS RICARDO MARTINS, 900º GRAUS, AITSURF OPERADORA, UP DROP ACESSÓRIOS QUIVER: 5’0”, 5’1”, 5’2” , 5’4”,5’5” e 6’0” SURFISTA PREFERIDO: RAONI MONTEIRO e ADRIANO DE SOUZA SHAPER: RICARDO MARTINS MANOBRA PREFERIDA: AÉREO

O primeiro contato de Daniel Templar com o surf foi aos seis anos de idade, com seu pai o empurrando no pranchão em Saquarema. No ano seguinte, ele começou a competir no Rio de Janeiro. “A maior dificuldade que encontrei foi competir contra meus amigos,” disse Daniel, que coleciona muitos títulos no Rio, Búzios, Saquarema, Cabo Frio, Macaé e Niterói, que segundo ele já ganhou mais de 10 vezes. Templar está sendo treinado por Raoni Monteiro, ex-representante brasileiro no WCT, que o está ajudando a melhorar suas performances em competições de níveis cada vez mais altos. “São poucas as baterias que eu me preocupo em mudar a minha forma de agir. Meu maior acerto

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é ser calmo e meu maior erro é não marcar o adversário quando é preciso, pois não gosto de marcação. Estou na melhor fase da minha carreira. O tempo passa, a gente cresce e as manobras vão saindo com mais força. Para conquistar mais títulos só tem uma maneira: treinar, treinar e treinar (risos)!”, fala a jovem promessa. E complementa: “As viagens são muito importantes, surfar diferentes tipos de fundos e ondas. Saquarema me dá uma base incrível (risos). Este ano fui para minha segunda temporada havaiana e já estou planejando México, Califórnia, Indonésia e, é claro, Hawaii novamente. Espero que em 2016 eu tenha muitas conquistas nos circuitos que planejo competir.”


Inject Brasil

Fred Pompermayer

NOVA GERAÇÃO

Yuri acertando um aéreo durante um campeonato no Nordeste.

NOME: YURI BARROS IDADE: 10 ANOS PATROCÍNIO: SMOLDER APOIO: PRANCHAS INJECT e CORPORE ACADEMIA

YURI BARROS

QUIVER: 4’5’’, 4’7’’,4’7’’, 4’7”, 4’7’’ e 4’8’’ SURFISTA PREFERIDO: GABRIEL MEDINA SHAPER: RAUL COELHO, PRANCHAS INJECT MELHOR MANOBRA: AÉREOS

Aos quatro anos, Yuri Barros deu suas primeiras remadas por influência do seu pai e de seus irmãos mais velhos. E foi paixão à primeira vista! Em 2011, ele disputou seu primeiro campeonato e, a partir daí, não parou mais. Yuri nasceu na Paraíba, mas mora com sua família na Praia de Pipa, Rio Grande do Norte, e costuma treinar nos picos do Lajão, Lajinha, Madeiro, Cacimbinha, Sororoca e Praia do Amor. Hoje, aos 10 de idade, o garoto já coleciona muitos títulos pelo Nordeste. O mais marcante para ele foi a última etapa do Circuito Surf Escola 2014 realizado em Barra de Camaratuba (PB), onde dividiu o pódio Kids Sub-

08 com o seu irmão Ícaro Barros, que faleceu ano passado. E mesmo com pouca idade, Yuri se mostra bastante confiante nas competições. “Eu me considero um bom competidor, minha arma é manter a calma dentro da água para conseguir pegar as melhores ondas e realizar as manobras com precisão. Para conquistar melhores resultados, estou treinando muito os meus aéreos”,diz a jovem promessa, que divide seu tempo entre a escola de manhã, o surf de tarde e ainda arranja um tempo para praticar boxe, judô e andar de skate. Seu maior sonho? Se tornar campeão mundial. O moleque tem futuro!


Divulgação Billabong

Italo Ferreira com seu jeito pacato fora d’água, quando veste a lycra de competicão se trasnforma em um competidor aguerrido e difícil de ser batido.


PALAVRA FINAL ITALO FERREIRA Em apenas um ano na elite do surf mundial, o potiguar Italo Ferreira ganhou expressão internacional para ser um dos candidatos ao título do WCT 2016. O brasileiro superou todas as expectativas em seu ano de estreia e terminou 2015 com a sétima posição no ranking final. Trocou o status de desconhecido pela mídia gringa pelo o de “Rookie Of The Year” (estreante do ano), com direito a um novo patrocinador de bico e muito mais. Após as três etapas da perna australiana, Italo vem para o evento no Brasil ocupando a terceira colocação. p or Patri ck V illaça

TOP 10 NO WCT 2015 O objetivo era estar o melhor possível no final da temporada. Comecei 2015 com a ideia inicial de estar entre os 12 primeiros do ranking, mas no meio do ano vimos que um lugar no Top 5 era possível e fomos trabalhando a cada evento até o final para conseguir esse resultado.

ROOKIE OF THE YEAR Veio um sentimento de dever cumprido, de que todo o esforço e trabalho que foram feitos durante o ano valeram a pena, que estou fazendo as coisas de maneira correta e que tenho de trabalhar cada vez mais para poder alcançar novas metas e objetivos.

ETAPAS MAIS DIFÍCEIS Eu procurei me preparar para todas, mas, com certeza, as que eu estava mais na expectativa foram as de Fiji, Tahiti e Pipe.

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Poullenot/ WSL

O potiguar deu um show de surf em sua primeira final no WCT em Portugal. Vídeo: WSL

MELHOR MOMENTO NO TOUR Eu tive vários no decorrer do ano, porém o mais especial, com certeza, foi a final em Portugal.

APRENDIZADO PARA 2016 Todo o esforço e dedicação valem muito a pena. Vou me esforçar ainda mais, pois o resultado recompensa. Acredito que sempre devemos trabalhar todos os aspectos diariamente para buscar estar sempre bem e cada vez mais equilibrado na parte mental, física e técnica.

ETAPA MAIS DESEJADA Acho todas iradas. Vencer uma etapa do WCT é um sonho e um objetivo. A questão é estar pronto para ganhar quando a oportunidade surgir.

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Cestari/ WSL

Kirstin/ WSL

Italo começou 2016 com surf de campeão com vários high scores, como o do vídeo no Rip Curl Pro Bells Beach. Vídeo: WSL

Primeiro pódio de Italo na etapa de Portugal vencida pelo Filipe Toledo.

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ELOGIOS DE KELLY SLATER É muito bom você ser elogiado e valorizado pelo seu trabalho, ainda mais quando o elogio vem de um cara como o Kelly, que é super competitivo e crítico.

TRABALHO COM O SHAPER Quem shapeia minhas pranchas são o Tico de Santos e o Timmy Patterson, e eu as uso desde garoto. A ideia no momento é trabalhar como referência algumas coisas que fizemos ano passado no meu modelo “IF Model” e ir experimentando cada vez mais os blocos Varial, uma nova tecnologia que eu venho gostando muito.

NOVO PATROCÍNIO Toda mudança traz um estímulo. Troquei meu patrocinador principal depois de uns nove anos com a Oakley, mas ainda continuo com o co-patrocínio da marca na linha de óculos. Durante as conversas com a Billabong, sentimos uma grande sintonia com eles em relação ao projeto da minha carreira, com meu momento profissional e de vida. Isso, com certeza, vai me ajudar muito em termos de suporte e estrutura para que eu possa crescer mais.

ATUAL MOMENTO DO SURF NORDESTINO Vejo que há muitos eventos e novos bons surfistas estão aparecendo, o que é muito legal. No Rio Grande do Norte há vários garotos surfando muito bem. Só que não vejo mais o brasileiro amador como era antes, com todo mundo participando e tendo várias etapas pelo Brasil.

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Divulgação Billabong

Italo tem sempre uma carta na manga pra hora que precisar, soltar os aéreos. Vídeo: Billabong.

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PRÓXIMO NÚMERO

Um dos melhores aerealistas do Brasil vai te ensinar a voar na próxima edição.

EXPEDIENTE Editor Chefe: José Roberto Annibal – annibal@revistasurfar.com.br Editora: Déborah Fontenelle - deborah@revistasurfar.com.br Redação: Luís Fillipe Rebel – luisfillipe@revistasurfar.com.br Patrick Villaça – patrick@revistasurfar.com.br Arte: João Marcelo – joaomarcelo@revistasurfar.com.br Colunistas: Bárbara Rizzeto, Bruno Lemos e Gabriel Pastori. Colaboradores edição – Texto: Pedro Tojal. Fotos: Alan Fendrich, Bruno Lemos, Carlos Carpinelli, Cestari/WSL, Guilherme Meneguelli, Henrique Pinguim, Inject Brasil, Jimmy Cayne, Keale Lemos, Kirstin/WSL, Maria Fernanda, Martin Sanches, Nilton Gibao, Osvaldo Pok, Pedro Tojal, Poullenot/WSL, Sebastian Rojas e Vick Garcia. Vídeos: Billabong, Bruno Baroni, Bruno Lemos, Leandro Dora, Pedro Tojal, Yuri Cetra e WSL. Publicidade: Marcelo Souza Carmo – marcelo@revistasurfar.com.br Financeiro: Claudia Jambo – claudia@revistasurfar.com.br

Tratamento de Imagem: Aliomar Gandra Jornalista Responsável: José Roberto Annibal – MTB 19.799 A Revista Surfar pertence à Forever Surf Editora e as matérias assinadas não representam obrigatoriamente a opinião desta revista e sim de seus autores. Endereço para correspondência: Av. Ayrton Senna, 250, sala 209, Barra da Tijuca, Cep: 22793-000. Contato para publicidade: (21) 2433-0235 / 2480-4206 surfar@revistasurfar.com.br Surfar #48 é uma publicação da Forever Surf Editora.

Vick Garcia

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