pedro tojal
ÍNDICE
38 Ondas de Água Pura
A oNG Waves4water ajuda vítimas das chuvas no rio.
72 Entrevista Silvia Nabuco
A paulista atirada que conquistou respeito no outside.
78 WAR In Hawaii
Como traçar suas estratégias para surfar o North Shore.
168 Miss Surfar
Carolina Veronezi: da Casa Bonita direto para a Surfar.
172 Palavra Final
Lucas Silveira, revelação brasileira no Hawaii.
Secret na ilha de oahu.
Ô TERRinHA PRA QUEBRAR OnDA BOA... Em nossa segunda edição cobrindo a temporada havaiana, posso afirmar, sem dúvida nenhuma, que desde que comecei a trabalhar em revista de surf, no início da década de 90, eu nunca tinha visto tantas fotos boas chegando à redação. Imagino que já deve ter gente reclamando... “Lá vem esse cara de novo com o papo que o Hawaii foi demais, que deu altas, etc”. Sei que o flat desse verão no Brasil foi terrível e que deixou muita gente com os neurônios derretidos no calor. Galera, me desculpem a franqueza, mas ô terrinha pra quebrar onda boa esse tal
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de North Shore! É claro que o trabalho de equipe dos fotógrafos ajudou muito nessa enxurrada de imagens. Foram três meses instalados no QG da Surfar em função exclusivamente das ondas. Todos com um mesmo objetivo: fazer uma matéria histórica de uma temporada que começou morna em dezembro, porém que depois não parou mais de bombar. Não pensamos duas vezes e aumentamos nosso número de páginas (180 pgs) para soltar esse material de alto nível. No entanto, não adiantava fazer a matéria com apenas uma galeria de fotos e sem um
Nesta foto: “Uma vez a cada dois anos, Laniakea quebra desse jeito. Quem passa pela Kamehameha Highyway consegue ver que está bom e perfeito, mas acho que a melhor visão dessa onda é de cima da montanha. Uma visão privilegiada que poucos hoje em dia têm acesso. Nesse caso, os próprios fazendeiros tiveram que parar por alguns instantes o plantio do milho transgênico para observar o que o 10 vezes campeão mundial Kelly Slater iria fazer numa das melhores ondas do dia.” - Bruno Lemos
esteve no comando dessa matéria e foi o autor de muitas fotos que vocês vão poder curtir nas próximas páginas. Para fechar, poderíamos até tirar uma onda com aquela famosa frase que muitas revistas já usaram em suas capas: “Made in Hawaii”, já que as nossas pautas e a concepção de todo o material foram elaborados em solo havaiano. Entretanto, se tratando de uma publicação toda finalizada no Rio de Janeiro, até me arriscaria a soltar: “Revista Surfar made in Brasil, modelo para exportação”. O mercado está aí para todos, basta acreditar... Vamos todos pra dentro d’água Surfar! José Roberto Annibal
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conteúdo de responsa. Isso não seria suficiente para fazer a cabeça da molecada. Foi aí que tivemos a ideia de chamar o carioca da Barra da Tijuca Stephan Figueiredo, conhecido com Fun e que hoje é um dos brasileiros mais respeitados no Hawaii (principalmente quando Pipeline quebra clássico), para uma participação especial. Durante uma hora, ele não economizou palavras, nem se intimidou com o gravador ligado. Fun passou todo o seu know how de quem tem muitos invernos no currículo. Na edição de texto e fotos, nosso fotógrafo Pedro Tojal
EDIToRIAL
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Dropar a maior morra da série atrás da bolha em Waimea não é para qualquer desavisado. Nessa onda, três nomes pesos pesados do big surf, o brasileiro Igor Lumertz e os australianos Ross Clarke-Jones e Mark Mathews, mostrando como se faz.
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Stephan “Capitão Fun” Figueiredo abrindo caminho para a tropa brazuca em Pipeline.
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Mesmo com todo preparo físico, psicológico, conhecimento do pico e experiência, Carlos Burle quase morreu após não conseguir passar essa onda na remada em Jaws e tomar uma verdadeira avalanche nas costas.
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A P R E S E N TA
SA Q UA R E M A ✰✰✰ PRIME ✰✰✰
Campeonato Mundial de Surfe ASP World Prime Tour
24 a 29 de
maio de
2011
‘ Praia de Itauna COBERTURA
US$250.000 P R E M I A Ç ˜A O
APOIO
REALIZAÇÃO
FotoS: Cabelo/diVulGaÇÃo
Jon apresentando o filtro na coletiva de imprensa realizada no Rio.
OnDAS DE ÁGUA PURA A oNG Waves For Water, que conta com o apoio da Hurley, vem ajudando milhares de pessoas ao redor do mundo com o simples gesto de levar água limpa para as comunidades atingidas por catástrofes naturais ou que não possuem saneamento básico. o fundador da entidade, o americano Jon Rose, esteve recentemente no Brasil distribuindo kits com filtros para a purificação de água na região serrana do Rio, atingida pelo maior desastre da história do nosso país. PoR: RoGER FERREIRA Após as catástrofes naturais sem precedentes, como a que atingiu a região serrana do Rio no mês de janeiro, grande parte da população tem vontade de se mobilizar para ajudar, mas não sabe de qual forma pode contribuir de fato. A água potável, um dos maiores bens naturais e essenciais à vida humana, é primordial nesses momentos, porém acaba se tornando escassa em situações de caos como ocorreu em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, que ficaram literalmente mergulhadas após um “tsunami” de água e lama causado pela chuva. Uma solução a curto e médio prazo para amenizar essa questão foi trazida ao Brasil pela Waves For Water, uma entidade não governamental presidida pelo norte-americano e ex-surfista profissional Jon Rose, que tem apoio da marca Hurley. Tudo começou com o pai de Jon, Jack Rose, que cuida da ONG Rain Catcher, cuja função é ajudar a educar as aldeias da África sobre como capturar e filtrar a água da chuva. Jack constatou que isso também Guga e Jon Rose na região serrana do Rio.
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poderia ser feito nas regiões do planeta para onde viajava, onde muitos povos sofriam com a escassez de água potável em função de catástrofes naturais e da falta de saneamento básico. A mecânica utilizada é bem simples. É necessário um balde, ou um recipiente plástico similar, onde é feito manualmente um furo de 1.5 cm na parte de baixo para aparafusar o conector e a mangueira, que é ligada ao filtro. Depois é só encher o balde com água de qualquer fonte, posicionar o filtro abaixo da linha d’água e deixar a gravidade fazer o resto. Esse pequeno filtro é capaz de bloquear doenças como a cólera, hepatite e a leptospirose, além de outros vírus, bactérias e protozoários. Cada kit consegue fornecer água limpa para 100 pessoas por dia por um período indeterminado, desde que seja feita uma limpeza simples periodicamente, invertendo o fluxo da água com auxílio de uma seringa. O equipamento foi trazido às regiões afetadas com auxílio dos brasileiros Vavá Ribeiro e Guga Ketzer. Guga trabalha na agência de
publicidade Loducca e conseguiu o apoio da empresa de bebidas AmBev, que ajudou a financiar a fase inicial da missão. O projeto foi batizado de “Água Pura. Serra Viva.” e trouxe 200 filtros capazes de fornecer água potável para mais de 20.000 pessoas nos locais afetados pelas enchentes. “Vim ao Brasil para ajudar as vítimas das recentes inundações, que custaram mais de 900 vidas e deixaram 20 mil desabrigados . Na mesma semana em que o Brasil sofreu o pior desastre da sua história, houve grandes enchentes no Sri Lanka, Austrália e Filipinas. Isso é muito maior do que nós...”, disse Jon Rose, em companhia do fundador da Hurley, Bob Hurley, na coletiva de imprensa realizada no Rio de Janeiro, que contou também com a participação de Valter Vale e Edmilson Benzoni, da Hurley Brasil. A Waves For Water já agiu em outras catástrofes naturais pelo planeta, como o terremoto que matou mais de 200 mil no Haiti, onde Jon se uniu com o ator Sean Penn e o surfista Rob Machado para trabalhar com as Nações Unidas na obtenção dos filtros de água, que foram distribuídos a partir de bases militares em comunidades em perigo. Eles levaram 11 mil kits para a região, ou seja, forneceram água limpa para mais de 100 mil pessoas. Logo depois outro terremoto de grande magnitude atingiu o Chile, gerando um tsunami devastador. Desta vez Jon se uniu ao big rider californiano Greg Long, o chileno Ramon Navarro e o havaiano Kohl Christensen para ajudar a população cujas fontes de água tinham sido completamente destruídas. Na região, o grupo distribuiu mais de 1.000 filtros nas comunidades devastadas. A filosofia da Waves For Water é que, além de ações em grandes catástrofes como as relatadas acima, nós, surfistas, sempre envolvidos em viagens à procura de altas ondas mundo afora, possamos levar esses filtros em nossas trips para implementar projetos em aldeias e povoados desprovidos de água potável, promovendo missões humanitárias por onde passamos. Para saber mais sobre o Waves For Water e fazer sua doação, acesse www.wavesforwater.org
Bob Hurley e Jon Rose durante a coletiva.
Destruição causada pelo tsunami de lama.
Jon com os voluntários na região serrana.
Time W4W com os voluntários em ação no Rio.
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Estrutura da etapa do WS promovido por Sérgio no Arpoador.
RiO DE VOLTA AO CEnÁRiO mUnDiAL PoR: CoNRADo LAGE
Durante sete anos a cidade do Rio de Janeiro sofreu com a falta de eventos internacionais. Em 2008, o ex-competidor e publicitário Sergio Lindemann, 31 anos, foi um dos grandes responsáveis pela volta dessas competições, como as duas etapas do World Ranking (antigo WQS) no Arpoador e em Saquarema, além do Pro Junior na Barra. Quais são os eventos que você está produzindo esse ano? Além do prime de Saquarema e do seis estrelas no Arpex, em 2011 vamos fazer três das quatro etapas do circuito carioca, todas distribuindo 30 mil reais de prêmio. Também vai rolar o World Junior Championship no mês de outubro. Esse ano vamos distribuir mais de um milhão de reais. Só no prime de Saquarema são 250 mil dólares, o seis estrelas do Arpoador são mais 145 mil, somando com o Pro Junior será um total de 500 mil dólares de premiação. Como aconteceu a volta do Rio ao cenário internacional de competições? Em 2007 comecei uma negociação com a ASP e vi que existia uma possibilidade, pois não tinha ninguém fazendo algo parecido. No ano seguinte fizemos o primeiro WQS seis estrelas após sete anos sem competições internacionais na cidade. Depois trouxemos o Coca-Cola Pro em Saquarema. Isso tudo só foi possível com a ajuda do Governo do Estado através das leis de incentivo. Quais foram as maiores dificuldades que você enfrentou ao longo desses anos? Sem dúvida foi no primeiro WQS no Arpoador em 2008. Em plena crise mundial rolando, o dólar disparou de 1,73 para quase 2,50 e, como a premiação é cotada em dólar, tivemos uma variação cambial de quase 100 mil reais de prejuízo. Para completar, nessa mesma época ainda teve a greve dos bancários.
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De onde surgiu a vontade de continuar com esse trabalho? Eu faço pelo amor ao surf, quero
ver o crescimento dele no Rio e no mundo. Quando eu era novo, competi todas as categorias amadoras e sempre vi a dificuldade que era fazer os campeonatos. Na época, optei por largar o surf competição e seguir uma carreira. Me formei em Publicidade, que hoje me deu o “know how” necessário para trazer novamente os eventos de surf para o Rio. E a volta do World Tour ao Rio, você está envolvido com essa vinda do tour à Cidade Maravilhosa? Ajudei nesse processo de transição. Fiz um tour com o pessoal da organização do WT no Brasil, apresentamos a eles as associações e federações, e ajudamos na apresentação com o material dos meus eventos. Também ofereci um suporte local para mostrar que é possível um grande retorno. Em quem você se espelha para fazer esse tipo de trabalho? Com certeza no Roberto Valério. Ele foi um grande espelho para mim e um grande ídolo. Uma pessoa que sempre incentivou o esporte, fazendo diversas competições, e tinha uma equipe enorme com vários atletas. Nunca vou me esquecer do mundial amador em 1994, foi um campeonato gigantesco, com um investimento enorme que o Valério fez. Hoje é difícil uma marca fazer um evento desse tipo. Qual o seu maior sonho dentro do esporte? Eu quero ajudar a formar um campeão mundial. Talento a gente tem, porém falta investimento e trabalho de base, aliando a educação com o esporte. Nós conseguimos uma bolsa de estudos de inglês para todos os campeões das categorias amadoras dos circuitos Sub-14 e Sub-18. Acredito que não adianta formar um atleta que não tem cultura e nem educação. O circuito mundial parece ser a vida dos sonhos, mas não é bem assim, é duro e difícil. São várias viagens e, muitas vezes, sem toda a infra estrutura necessária, então, o atleta tem que estar preparado. Então, o que falta para o surf evoluir em um contexto geral (campeonatos, organização, etc)? Falta uma unidade geral entre as associações, federações, ASP e os atletas, além de um meeting anual para todos do ramo se encontrarem e debaterem sobre o que é melhor para o surf. Como também esquecer um pouco o lado pessoal e colocar o coletivo na frente. Acho que o surf evoluiu muito e hoje é um esporte grande, que distribui mais dinheiro que alguns esportes olímpicos, como o vôlei de praia. Mas o que está por trás do surf não está grande do jeito que deveria, no sentido intelectual e organizacional, falta unidade no surf.
Kalani Robb se divertindo no Japão.
O sonho de todo surfista de ter uma piscina de ondas perfeitas no quintal de casa está próximo de acontecer. Kelly Slater, 10x campeão do mundo, junto com o surfista e empresário Bob McKnight (Quiksilver), além de um especialista em ondas, fundaram a Kelly Slater Wave Company, ou KS Wave Co, que envolve a criação de piscinas com ondas tão perfeitas quanto às naturais, podendo se realizar competições e treinos em qualquer lugar do mundo. A intenção de Slater é levar o surf para outro patamar, solucionando vários problemas que a indústria encontra hoje. Ondas artificiais perfeitas a qualquer hora e lugar é a solução para levar o surf às Olimpíadas, podendo viabilizar transmissões de campeonatos na televisão com data, horário e breaks comerciais. Um projeto audacioso, mas vindo de Slater não surpreende. Após cinco anos de pesquisa em um laboratório em Los Angeles, Califórnia, o Wave Park está em fase de testes e em breve estará pronto. Hoje as melhores ondas artificiais do mundo estão em países bem distintos, como Japão, Malásia, Estados Unidos e a mais recente no País Basco.
Agora o Surf Bus pode te levar aos melhores picos do Rio.
daMea dorSeY
KELLY SLATER WAVE POOL
O BUSÃO DO SURF ESTÁ DE VOLTA
PATRÔ nOVO, ViDA nOVA Virada de ano é época de mudanças. Alguns trocam de patrocínio, outros renovam o contrato e por aí vai. De 2010 para 2011 não foi diferente. Marcas como a Nike 6.0 fizeram grandes contratações para a temporada. Novatos no World Tour 2011, o australiano Julian Wilson e o brasileiro Alejo Muniz são os mais novos membros da equipe. Outro brazuca que está com adesivo novo no bico da prancha é o paulista Miguel Pupo, que se tornou o principal atleta da Hurley no Brasil. Jean da Silva, atual campeão brasileiro, agora representa a marca Maresia. No Rio, Dadá e seu filho Dávio Figueiredo entraram para a equipe K&K e Vans. Na gringa, o havaiano Jamie O’Brien assinou contrato de três anos com a Body Glove, enquanto o veterano do World Tour, Taylor Knox, fechou co-patrocínio dos tênis Reef. O português Tiago Pires voltou a ser patrocinado pela Quiksilver e vai representar a marca pelos próximos dez anos. No feminino, a tetracampeã mundial Steph Gilmore é a primeira mulher a surfar com Quiksilver no bico, ao invés da divisão feminina da marca, a Roxy.
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Miguel Pupo durante o US open, atraindo a atenção do seu novo patrocinador diVulGaÇÃo
diVulGaÇÃo
Sabe aqueles dias de altas ondas que você tá super a fim de dar uma caída, mas seu carro quebrou ou então a carona deu pra trás? Esse problema já era! O Surf Bus está de volta. Depois de um tempo fora de circulação, o “busão” está de cara nova e conta com algumas novidades, porém com o mesmo conforto e segurança de antes. Com capacidade de 30 passageiros sentados e preçinho camarada (cinco reais), ele agora possui mais espaço para as pranchas e está equipado com TV para filmes e vídeos de surf, frigobar, parafina e raspador, além de oferecer serviço de filmagem ou fotografia para sua session. O Surf Bus sai quatros vezes ao dia do Largo do Machado em direção aos picos cariocas. É só ligar para 8515-2289 para ter mais informações e fazer sinal em qualquer esquina do trajeto ou também em frente aos hotéis da orla. Agora, vamos todos para dentro d’água SURFAR!
luCiano Cabal
o último verão carioca teve temperaturas bem acima da expectativa.
AS mUDAnÇAS DO CLimA nO PLAnETA PoR: ANDRÉ BREVES RAMoS
Imagine no futuro próximo em uma sexta-feira você sentado em frente da televisão onde uma linda moça diz no telejornal: “O final de semana será de sol no Rio de Janeiro e o mesmo continuará castigando os cariocas com a temperatura podendo atingir até 48 graus. E em São Paulo o tempo deverá continuar fechado, tendo nessa semana sido registrado um recorde de chuva na capital. O mar continua agitado em toda a região com ondas de até dez metros de altura...”. Apesar de um tanto catastrófica, essa previsão poderá ser uma realidade em algumas poucas gerações futuras. Em pleno verão carioca, falar de aquecimento global pode ser uma redundância, mas muitas pessoas vêm pensando o quanto o clima do Planeta Terra tem estado estranho e caótico. Em algumas regiões do mundo, especialmente no Rio de Janeiro, o calor nesta época é muito grande, proporcionando alegria para os que podem frequentar uma praia. Ao mesmo tempo, o que nem todos se dão conta é que em outras regiões o frio mata. A Terra concomitantemente pega fogo e congela. Segundo estudiosos do clima, um maior aumento da temperatura média dos oceanos e do ar vem ocorrendo desde meados do século passado, causado por altas concentrações de gases do efeito estufa como resultado de atividades humanas, tais a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento (a própria natureza também emite esses gases). Modelos climáticos projetam que as temperaturas globais poderão aumentar mais do que 6°C até 2100, considerando diferentes cenários de futura emissão de gases. Ainda há muita discussão se o mundo está ou não aquecendo e em que nível. No atual período geológico, as alterações no clima ocorrem devido às mudanças cíclicas que frequentemente acontecem em uma escala de tempo maior. O debate público sobre esse fenômeno continua, visto que estão envolvidos diversos interesses pessoais e políticos, além de “montanhas” de dinheiro. Mas há um consenso científico de que o aquecimento global de fato tem a contribuição do homem.
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Uma das mais catastróficas consequências do aquecimento global para a humanidade e para bilhões de outros seres vivos do Planeta será uma significativa alteração do nível dos oceanos, principalmente a partir do descongelamento das geleiras nos dois pólos. Assim, futuras gerações humanas terão que abandonar cidades inteiras construídas próximas ao mar, geralmente áreas mais valorizadas, em um prejuízo incalculável. Existem especulações sobre alguns ambientes mais sensíveis, como a possibilidade da Amazônia virar Cerrado, dentre outras. Na região costeira do Rio de Janeiro alguns animais são testemunhas de alterações do nível do mar. Marcas de ouriço e conchas de moluscos são usadas como bioindicadores para essas mudanças. Alguns estudos realizados recentemente indicaram que a cerca de 3000 anos atrás o nível do mar era aproximadamente 1 metro acima do atual e que as mudanças no litoral brasileiro foram significativas. Nas ruas, pessoas com menor grau de conhecimento científico simplesmente dizem que o homem está acabando com tudo e, como nos filmes de Hollywood, preveem o fim dos tempos logo agora em 2012. Já as mais cautelosas tendem a não responsabilizar simplesmente o homem, lembrando que o aquecimento global também parece ser um fenômeno natural e que as sociedades humanas geralmente criam mecanismos para a sua sobrevivência. Mas só as gerações futuras saberão se os modelos climáticos exageram em relação ao aquecimento global, como também se existirão consequências drásticas para a humanidade e todas as outras formas de vida no Planeta Terra. Mesmo assim, os brasileiros têm importância na tentativa de minimizar tais tragédias anunciadas. A preservação das matas, o uso consciente de recursos energéticos, além da diminuição do consumo e tantas outras coisas podem ser feitas para a contribuição do futuro do Planeta Terra e de uma vida saudável às futuras gerações. Todos podem e devem contribuir! E não se esqueça, use filtro solar! André Breves Ramos é biólogo marinho e aproveitou as férias para ir ao Hawaii, onde passou 30 dias surfando no North Shore. Sugestões de pautas e críticas: envie e-mail para SURFAR@REVISTASURFAR.CoM.BR.
FÁbio MinduiM
Bioenergia pura depois de uma sessão de surf.
SURF E A BiOEnERGiA PoR: VINICIUS MAToS RoDRIGUES
A BIOENERGIA humana é a energia da vida (bio = vida) que move cada um de nós e pode ser aumentada ou diminuída dependendo das nossas ações comportamentais diárias. A prática do surf aumenta muito a bioenergia, pois nos coloca sempre em contato com a natureza e a grandeza das forças naturais nos auxiliam a equilibrar as linhas energéticas propagadas e recebidas pelo nosso corpo. Porém, devemos sempre estar atentos para não desequilibrar nosso bem estar em função de atitudes ou influências negativas, o que faz baixar imediatamente todo o potencial bioenergético alcançado. A relação homem x natureza está cada dia mais complicada e o fator BIOENERGÉTICO está ligado profundamente a isso. A capacidade de prever os fenômenos naturais ou de sobreviver sem os confortos do mundo moderno pode fazer grande diferença nos próximos anos. Acredito que a comunidade do surf ao redor de todo o planeta está mais preparada do que o resto da população, pois tem as capacidades bioenergéticas e físicas treinadas dia após dia em diferentes condições de mar, resistência física, apneia, além das capacidades de aspecto psicológico, como medo, coragem, entre outras. Existem técnicas e exercícios corporais que auxiliam na propagação da bioenergia individual e em grupos. Como exemplo, vou apresentar duas séries dessas práticas, uma para antes das caídas (despertar bioenergético) e outra para o relaxamento pós-surf (aumento do nível bioenergético). Mas é bom ressaltar que a recuperação corporal e mental só ira realmente acontecer se você se alimentar, hidratar, descansar e mentalizar sua energia. Durante essas atividades só usamos o nosso material humano BIOENERGÉTICO.
PROGRaMa DE TREiNaMENTO BiOENERGÉTiCO SÉRIE SURFAR A: ativar corpo e mente + 5 minutos de respiração completa • Super Set Surfar I: 10x peitoral (flexão) + 10x puxadas na barra fixa + 10 agachamentos (coxa) + 20 x flexão plantar em pé + 20x abdominais (qualquer tipo) + 20x elevação da pelve deitado (fazer na areia antes de entrar no mar) + alongamentos completo. • 5 minutos de respiração completa: Sentados ou em pé inspirem profundamente até o tórax se expandir por completo, retenham o ar por alguns segundos. Depois expirem prolongadamente, obtendo o máximo proveito do oxigênio e retirando o mesmo forçando a saída do ar com a região do baixo ventre (porção inferior do abdômen, umbilical e sacro), retendo novamente, só que agora ficando uns segundos sem ar e recomeçando o ciclo sempre com a mente relaxada para uma ótima bateria de surf. SÉRIE SURFAR B: relaxamento completo + 5 minutos de respiração completa. • Super Set Surfar II: Alongamento completo priorizando a coluna vertebral, os ombros e o quadril (ver fotos indicativas). • 5 minutos de respiração completa. Bem rapaziada do surf, com certeza este é um programa de fácil e rápida execução que vai aumentar o nível de sua BIOENERGIA. Bom treino, boas ondas e ALOHA! Vinicius Matos Rodrigues Professor de Educação Física riotrainer@hotmail.com
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o ...Lost Fish Festival, primeiro evento de 2011 no Rio, rolou em janeiro nas ondas do meio da Barra e reuniu grandes nomes do surf carioca em um clima de muita confraternização e camaradagem.
FotoS: diVulGaÇÃo
...LOST FiSh FESTiVaL
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1 - ...Lost Style. 2 - A mulherada coloriu as areias no meio da Barra. 3 - Staff Boards Co: Marcos, oswaldo e Maurício. 4 - Eduardo Chalita como pediu a Deus... 5 - Galera reunida comemorando o sucesso do evento. 6 - omar Docena apareceu para curtir as marolas. 7 - A confraternização de Cado Alla, Guto Carvalho e José Roberto Annibal. 8 - Marcelo Andrade, Neném, Guto Médicis e Leco. 9 - A lenda vida do surf carioca, Niltinho Butterfly, muito bem acompanhado! 10 - As gatas do time ...Lost animaram a galera. 11 - Hizunomê e Fred, time …Lost. 12 - o evento lotou a praia.
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inVASÃO VERDE-AmARELA nO HAWAii elas foram para Jaws e mostraram que herdaram do pai (o big rider Jorge Pacelli) o gosto pelas bombas. Muito bom ter umas gatinhas dividindo o line up! E mais uma vez o Lucas Silveira, agora “coroa” com 15 anos, mostrou que não tem medo e só fez atrocidades, deixando neguinho de boca aberta. Pipeline continua como sempre: os locais soberanos, mas às vezes alguém da galera desencanta e arruma uma boa. Lógico, a maioria das vezes é o Stephan... No entanto, Gabriel, Dieguinho, Dennis Tihara e vários outros também estão sinistros. Sem falar na BOMBA que o Thiago Camarão pegou esse ano! Foi a coisa mais linda que já vi e, com certeza, ficou engasgado na garganta de vários gringos e locais. Tirou onda! Também fiquei amarradão, pois peguei umas boas e tive a oportunidade para fazer bastante tow-in. Agradeço ao Kealii Mamala por me levar lá no pico a primeira vez, além do Cezinha, que confiou em mim e um dia saiu comigo pra uma session, e não posso esquecer o Tiago, que botou o jet na roda e acabou sendo recompensado com as melhores fotos do dia. Enfim, toda a rapaziada estava numa sintonia muito boa e com o mesmo objetivo: treinar bastante e, claro, se divertir… Ô coisa boa esse tal de surf rebocado! Mas a minha pior experiência também foi em Pipeline. Tomei a lipada de uma bomba de quase 10 pés e por pouco não me quebrei todo. Até hoje eu sinto as minhas pernas e meu ombro ferrados. Quem me conhece sabe que não fico fazendo muito sensacionalismo nas coisas, porém ali eu realmente achei que fosse me ferrar. Bem, novas amizades, algumas gatinhas, várias nights em Waikiki... Fora do surf também foi bem divertido! A galera estava na vibe da diversão. Irado! Agora estou na minha última semana e não vejo a hora de chegar em casa, que por coincidência vai ser bem perto do Carnaval. (Risos) 399 explodindo, os blocos nas ruas fervendo, muita zoação e várias gatas... Desculpa, mas essas serão as minhas merecidas férias depois de três meses de árduo trabalho. Viva o Hawaii! Viva o Brasil! E let’s go to the CARNAVAL… bruno leMoS
Estou sentado no sofá pensando no que escrever este mês. Por mais que a minha coluna seja FORREST GORDO, não posso contar muitas mentiras! (Risos) Depois de passar três meses aqui no Hawaii, obviamente não posso falar de outra coisa. Muito surf, ondas grandes, perrengues, noitadas, confusões, desafios, intrigas, zoação no Facebook... Podem rir por eu falar do Facebook no meu texto, mas a real é que a galera passa mais tempo nele do que dentro d’água. Até parece ruim à primeira vista. Há uns anos atrás recebíamos reclamações de que não podíamos apenas surfar o tempo todo e sim ser mais profissional para cuidar da nossa imagem... Então, existe algum lugar melhor para fazer o marketing pessoal do que o Facebook? O perrengue acontece quando, sem querer, alguém esquece aberta a sua página e aí aquele seu “amigão” começa a escrever por você. O último otário fui eu, que deixei meu Ipod aberto e saí pra night. Chegando em casa, não sabia se ria, chorava, ficava puto... Eu mesmo já zoei quem deu mole e dessa vez “paguei o pato”! (Risos) Facebook à parte, eu queria agradecer a Deus por mais uma temporada maravilhosa de muita onda boa. Esse ano foi excelente! Não deu nenhum mar tão grande quanto em 2010, porém Pipeline quebrou inúmeras vezes com extrema perfeição. O que me deixa mais amarradão é ver o Brasil sendo tão bem representado. O povo tem a mania de falar dos gringos e tal, aquela babação toda, mas quem caiu em Jaws na remada no meio dos caras e pegou a maior de todas (acho que a onda mais cabulosa surfada na remada na história) foi o Danilo Couto, brasileiro com muito orgulho! Ele, Márcio Freire (mad dog) e Yuri Soledade já surfam lá na remada há anos. E nessa temporada, eu tive o prazer de conhecer o Freire, muito sangue bom, humilde e que, mesmo morando em Maui, nunca fez tow-in. Ele vai na remada mesmo e bota pra baixo! Isso é surf de verdade! Nada contra o tow-in, pois eu tô começando a praticar e ficando viciado nisso. Mas não tem jeito, a verdadeira essência e o casca-grossa mesmo vai no braço e ponto! Fico imaginado onde Alana e Nicole, as irmãs Pacelli, podem chegar, porque na primeira temporada
o baiano Marcio Freire preparando-se para encarar Jaws na remada nesta temporada.
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FOTO: Fテ。IO BITテグ
BIANO BIANCHIN
THE HANG
A Surfar montou sua base no North Shore e esteve presente durante todo o inverno havaiano para cobrir tudo o que rolou por lá. Confira um pouco da galera que marcou presença no pico.
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1 - Invasão feminina em Rocky Point. 2 - Slater voltou em janeiro para o Eddie Aikau. Aproveitou e detonou em Pipe. 3 - o fotógrafo Henrique Pinguim vestiu a camisa da Surfar em sua primeira temporada. 4 - Cezinha (à esquerda) recebendo o crowd brasileiro em sua casa para ver a luta do UFC. 5 - Mick Fanning sabe bem onde testar seus foguetes. 6 - Everaldo “Pato” e sua filha Nalu. 7 - Danilo Couto e José Roberto Annibal, editor da Surfar, curtindo um churrasco em frente a Pipe. 8 - o xerife do North Shore, Eddie Rothman, mas conhecido como “Fast Eddie”, patrulhando o quintal de casa. 9 - Brazucas marcaram presença em Pipe: Rafinha, Stanley, Tojal, Akiwas, Dennis e Bidu. 10 - o vice-campeão nordestino, o baiano Bino Lopes. 11 - Positive vibration de Evaristo “Kiko” e Alexandre Macabu. 12 - Micaela voltou à cena do surf depois de um tempo out. 13 - Binho Nunes no prejú com sua ferramenta de trabalho. Faz parte...
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FotoS: bidu (1, 5, 12), bruno leMoS (3, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 13), jaMeS tHiSted (2)
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TAnDEm SURFinG
Apresentação de Tandem durante evento em Waikiki.
PoR: BRUNo LEMoS
Seria no mínimo razoável dizer que o Hawaii exporta seu life style para todos os cantos do planeta. Analisando detalhadamente, vemos que o tow-in, por exemplo, foi literalmente inventado por lá e hoje em dia virou uma coisa tão grande que atingiu o mundo inteiro. Graças ao surf de reboque, novas ondas estão sendo descobertas e a performance em ondas grandes está cada vez mais radical. Laird Hamilton tem certa “parcela” de culpa nisso, afinal, ele literalmente inventou o tow-in. Parece que tudo, ou quase tudo, que Laird faz sempre tem uma repercussão no meio do surf. Lembram da época em que ele estava andando de foil board? Essa moda chegou a aparecer de leve no Brasil, mas não vingou. Já o stand up, que foi desenvolvido pelos beach boys também em águas havaianas em Waikiki nas antigas, recentemente foi “reinventado” por Laird e sua turma. Hoje em dia essa modalidade é a que mais cresce no mundo! E não poderia deixar de mencionar as pranchas alaia da época da princesa Ka’iulani, que surfava por volta de 1885 no mesmo local. Atualmente surfar com essas tábuas virou uma atividade quase que popular no meio do nosso esporte. No entanto, uma das modalidades mais carismáticas aqui no Hawaii, principalmente para os espectadores, parece que ainda não se espalhou para o mundo, principalmente no Brasil. Não me lembro de ter visto ou ouvido falar de alguém a praticando. O “tandem surfing”, assim como o stand up, surgiu através dos beach boys de Waikiki. Essa era a maneira mais fácil que eles usavam para “azarar” as turistas que apareciam na praia: convidando elas para um rolé nas ondas. Isso mais ou menos por volta de 1930 e nos dias de hoje essa atividade continua rolando naquele pico. Em 2007, a ITSA, International Tandem Surfing Association, criou um circuito mundial com cinco etapas em lugares como Hawaii, Austrália, França, Califórnia e Espanha. Uma das principais intenções dessa associação é divulgar esse esporte e, sem dúvida, foi a partir daí que o tandem surfing começou a se organizar e a aparecer mais. Uma das coisas que mais chama a minha atenção nessa modalidade é que, além da plasticidade, as pessoas que a praticam são na maioria
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watermans cascas-grossas ou big riders conhecidos. Brian Keaulana, por exemplo, talvez seja o atual guru deles todos. Ele é um dos caras que mais levanta a bandeira do tandem, não só no Hawaii, mas no mundo, e está sempre ensinando “sem miséria” todos os truques que conhece para os novos adeptos da nova geração. Outros que abraçam essa causa são Archie Kalepa e Duene de Soto, atual campeão mundial de longboard, que arrebenta no tandem fazendo dupla com a sua irmã mais nova, como também Mel Pu’u, que pratica com uma de suas filhas, e Kalani Vieira, salva-vidas e big rider do Kauai, que junto com sua filha Ala, de 15 anos, sagraram-se campeões mundiais duas vezes. Sem dúvida, essa é uma atividade que pelo menos para alguns veio para manter a família unida. Mas não se engane! Não é nem um pouco fácil praticar o tandem surfing. Isso tanto para os surfistas que ficam embaixo, quanto para as meninas que vão em cima fazendo as piruetas. Apesar da atividade ainda não existir no Brasil, tem muita gente fera treinando. Existem pelo menos 45 tipos de manobras, ou se preferir poses, todas com nomes e com graus de dificuldades diferentes, o que faz com que o julgamento durante uma competição seja bem complexo, pois para as poses serem consideradas, elas precisam ser executadas por completo e devem durar pelo menos 3 segundos. Outro requisito interessante do tandem é que a parceira não pode pesar menos que a metade do peso do homem. Além disso, é necessária uma prancha especial acima de 11 pés, muita criatividade e principalmente um ótimo equilíbrio. Os melhores espetáculos da atividade no Hawaii podem ser conferidos durante o Buffalo Big Board Classic, em Makaha, e na Duke Ocean Fest, em Waikiki. Nesses eventos é comum o crowd aparecer especialmente para prestigiar a modalidade que um dia deve se propagar com força para outros cantos do mundo. ALOHA! Bruno Lemos é fotógrafo carioca radicado há mais de vinte anos no North Shore, Hawaii.
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1 - Rodrigo Sininho e Rodrigo “Moster” prontos para enfrentar as bombas. 2 - o alto astral da americana Cristin Carter, mulher do surfista Marcelo Trekinho. 3 – Uma pausa para trocar uma ideia em Sunset: Renato Phebo, João Mauricio Jabour e Cezinha. 4 - o baiano Dennis Tihara feliz por trocar o verão flat no Brasil pelas bombas havaianas. 5 - Pedro Scooby e Eric de Souza se preparando para mais uma session. 6 - o lendário surfista australiano Tom Carrol se jogou nos buracos de Pipe. 7 - A figuraça Haroldo Ambrósio se preparando para Jaws. 8 - Nathan Brandi, a nova geração presente no Hawaii. 9 - Leco garantiu o quinto lugar na primeira etapa do SUP World Tour, sempre acompanhado do seu pai, Picuruta Salazar. 10 - o style do havaiano Kealii Mamala, brother dos brazucas. 11 - Camila Storchi (loira) e sua amiga. Brasileiras sempre são destaques nas areias de Pipe. 12 - Pedro Tojal indo matar a larica da molecada.
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FotoS: annibal (3, 4,12 ), bidu (7, 11), bruno leMoS ( 2, 5, 6, 8,9,10), jaMeS tHiSted (1)
A Surfar montou sua base no North Shore e esteve presente durante todo o inverno havaiano para cobrir tudo o que rolou por lá. Confira um pouco da galera que marcou presença no pico.
o fotógrafo André Portugal fez aniversário em fevereiro e a galera brazuca não deixou o dia passar em branco. Confira a comemoração “made in brazil” direto da Surfar House em pleno North Shore havaiano.
FotoS: pedro tojal
FESTa Na SURFaR hOUSE
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1 - Na hora dos parabéns. 2 - Brazucas reunidos para festejar na Surfar House. 3 - Gordo e Fun atacando a “birita”. 4 - As gatas não podiam ficar de fora dessa comemoração. 5 - Fun, Stanley e Portugal no momento relax. 6 - Ian Cosenza na pilota da churrasqueira. 7 - Danilo e Gordo na maior felicidade! 8 - o aniversariante e a namorada. 9 - Danilo Couto curtindo com a família a sessão na remada que rolou naquele mesmo dia em Jaws. 10 – A galera não poupou o aniversariante e enfiou a cara dele no bolo. 11 - Momento pós-parabéns. 12 - Confraternização total no North Shore havaiano.
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pedro tojal
Jorge e Danilo na sala de shape no North Shore.
o gaúcho Jorge Vicente, 55 anos, começou a shapear quando tinha 19 de idade e teve grande influência de shapers cariocas, como Caneca, Mão Pelada, entre outros. Radicado no North Shore há mais de 25 anos, ele shapeou para tops havaianos, como Derek Ho, Pancho Sullivan, Sunny Garcia, os falecidos Mark Foo e Marvin Foster, além dos brasileiros Danilo Couto, Rodrigo Resende, Renan Rocha e Fábio Gouveia. Após produzir mais de 11 mil pranchas, Vicente foi o responsável pela gunzeira utilizada nesta temporada havaiana pelo big rider baiano Danilo Couto, 36 anos, também radicado em oahu. A prancha foi utilizada por Danilo para surfar Jaws na remada na sessão que está sendo considerada como uma das mais espetaculares da história do surf de ondas grandes.
JORGE ViCENTE POR DaNiLO COUTO o Jorge faz o meu instrumento de trabalho: as pranchas mágicas que me dão tranquilidade para arriscar nos momentos mais críticos. Quando eu cheguei ao Hawaii, ele já era mestre e fazia pranchas pra vários locais. Nós trabalhamos juntos há mais de 10 anos e logo que cheguei aqui ele fez uma gunzeira mágica que me introduziu nas ondas grandes. Com ela surfei Mavericks e Waimea gigantes. As pranchas do Jorge sempre foram as mais animais pra mim e com elas surfei as minhas melhores sessões de big waves. Nós focamos nas ondas mais extremas, nas quais ele é especialista,
como nas bombas e Pipeline. Essa prancha que estou usando nessa temporada, por exemplo, nós chegamos à perfeição. Desde que a peguei, eu só quero cair com ela para surfar 20 pés plus. Ela é perfeita para os outside reefs, ondas que são grandes, cavadas e pesadas. Foi testada em duas situações extremas: à esquerda e à direita de Jaws, com muito vento, drop atrasado e quando tive que botá-la pra andar foi totalmente aprovada. Uma missão cumprida e realizada com sucesso. Com o Jorge não tem essa de programa de computador, é tudo feito na mão mesmo, bem no instinto. São poucas as pessoas capazes de fazer uma obra de arte como essa. Graças a Deus, eu sou abençoado por ter encontrado o Jorge no meu caminho.
DaNiLO COUTO POR JORGE ViCENTE o Danilo chegou aqui ainda moleque, sem patrocínio, sem dinheiro e resolvi dar uma força pra ele. Sempre quero fazer mais pranchas com qualidade do que em quantidade pro Danilo. Ele também tem o feeling do shaper e está sempre querendo vir aqui cortar o outline comigo, me dando ideias e sabendo o que quer. Ele é talvez o surfista mais interessado pelo processo de fabricar a prancha que conheço e por isso estamos juntos há tantos anos. Junto com o Derek Ho, ele é o que mais me ajuda na hora de fazer suas pranchas. Esse modelo que Danilo usou nessa temporada é uma gunzeira normal minha adaptada bem ao estilo dele. Uma prancha sem mistério, que rema e entra na onda rápida, no momento exato. É uma 10’6, triquilha, com medidas universais... (risos). Padrão, com V bottom... 24’ de largura e 5’ de espessura... Mais ou menos isso (risos).
10’6” V-Bottom, 24’ largura, 5’ espessura
bruno leMoS
Danilo nas bombas de Jaws com a 10’6 de Vicente.
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GreGG Miller/GreGGMiller.CoM
BUSCAnDO EQUiLÍBRiO PoR: RoGER FERREIRA
a história da argentina Mercedes Maidana, 29 de idade, com o surf é um pouco diferente da maioria dos surfistas. Ela nasceu na cidade de Buenos aires, longe do mar, onde viveu até os seus 20 anos, quando em uma visita ao Brasil surfou pela primeira vez. Desde então teve a certeza que sua vida mudaria para sempre. Mercedes abandonou sua cidade natal e começou a viajar pelo mundo atrás das ondas. Passou um tempo na Costa Rica, austrália e indonésia procurando o melhor lugar para morar. Mas ao chegar ao hawaii, há seis anos, percebeu que tinha encontrado o lugar certo para viver e desafiar as ondas grandes. Por que você se envolveu com o big surf? No final de 2004, me mudei para o hawaii e tudo foi se dando naturalmente como parte da minha evolução no surf. Só pelo fato de estar surfando picos como Sunset Beach, meu interesse pelas grandes começou a crescer. Eu queria melhorar, pegar mares cada vez maiores, mas não foi da noite pro dia... Comecei com 6 pés em Sunset e depois passei pra 8 a 10 pés... Mas a minha primeira sessão em waimea de verdade foi em dezembro de 2007. Eu sempre marco essa data como a primeira sessão de ondas grandes da minha vida! Você vive como uma surfista profissional? Eu tenho o apoio de algumas marcas e acho que posso me considerar uma profissional. Consegui viajar para lugares como Puerto Escondido, Teahupoo, Mavericks e Oregon no ano passado. hoje, além do big surf, eu tenho um emprego pra me manter. Trabalho num centro de reabilitação de drogas para adolescentes. É o trabalho mais difícil que já fiz emocionalmente, mas me enche a alma e isso não tem preço... atualmente estou com um pé focado nas ondas grandes e o outro no meu trabalho, tentando encontrar um equilíbrio na minha vida. Quais os picos que você já surfou e o que mais gosta? Já surfei waimea, Mavericks, Puerto Escondido, El Buey (Chile), Nelscott Reef (Oregon), um dia pequeno em Jaws, alguns outer reefs de Oahu e Teahupoo. Gosto mais de waimea, que levo no meu coração, mas também gostei muito de Mavericks. achei Mavs a onda grande mais linda e perfeita do mundo! É muito técnica, não dá margem pra erros. E como foi essa última temporada pra você? Foi bastante fraca em relação às ondas grandes. Mas, mesmo assim, teve um dia que não vou esquecer... 20 de janeiro, quando o Eddie aikau quase rolou. as ondas tinham de 12 a 18 pés com algumas séries de 20. Consegui pegar logo uma pra tirar a adrenalina da expectativa e já me senti bem animada. Depois tive a sorte de pegar uma onda muito boa. Mais tarde caí em outra e tomei a série inteira na cabeça. Foi o dia perfeito! Quais os seus planos para 2011? Viajar no verão do hawaii para o hemisfério Sul e surfar em Puerto Escondido e Chile. além de cair em Mavericks e Nelcott Reef na próxima temporada. Quero continuar evoluindo no meu surf de ondas grandes e nas tubulares também.
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Ian Cosenza The Growers, DeserT poinT FoTo Pedro Tojal
EnTREViSTA SiLViA nABUCO Imagina você entrar em um mar grande e encontrar algumas mulheres sentadas no outside para disputar séries acima de 20 pés de igual para igual. Silvia Nabuco é uma delas. Com o esporte no DNA desde que nasceu (seu pai trouxe o triatlon para o Brasil), a paulistana começou no surf mais tarde, aos 36 de idade. Mas para ela isso nunca foi problema. Antes de dar suas primeiras remadas já havia praticado ciclismo, natação, windsurf, entre outros esportes, o que certamente a ajudou muito na hora de enfrentar as ondas. Em sua sétima temporada no Hawaii, Silvia fala que o surf hoje é o seu vício. Respeitada no North Shore pelas suas atitudes dentro d’água, nos últimos anos trocou o verão no Brasil pelo inverno havaiano sem medo de ser feliz. Durante a entrevista, a destemida surfista mostrou muita serenidade ao ser entrevistada pela Surfar na casa que aluga de frente a Pipeline. PoR: JoSÉ RoBERTo ANNIBAL Como começou a sua paixão pelo surf ? Primeiro pelo mar. Meu pai tinha um veleiro desde que eu era criança e a gente ficava viajando pelo mundo. Só comecei a pegar onda depois de eu ter uma longa jornada de competições, como no ciclismo, triathlon... Mas nunca pude fazer o surf porque “estragava” a braçada da natação. Quando resolvi parar, eu peguei uma prancha e aí viciei! Foi o melhor esporte que fiz na minha vida! Durante quanto tempo você praticou outros esportes? Desde adolescente. Aos 12 anos, eu fazia atletismo e depois mudei para o windsurf. Já fiz vários esportes e isso me deu um preparo físico bom. Comecei muito tarde a surfar e cada um me ajudou numa coisa. Como o ciclismo, onde se tem muita noção de espaço e reflexo, pois você faz umas descidas com muitas pessoas juntas e grudadas. Como é a sua rotina nos meses que você passa no Hawaii? Estou na sétima temporada consecutiva. Só não vim em uma porque quebrei meu tornozelo. Eu sempre ficava pouco tempo, de um até dois meses, por causa dos meus filhos (Felipe de 18 anos e Manoela de 16) que tinham que voltar às aulas. Hoje eles estão maiores, então, posso ficar viajando mais tempo. Dessa vez a minha filha veio comigo e está começando a surfar. Mas a cada ano meu plano é diferente. No ano retrasado, por exemplo, eu saí do Hawaii e fui para Teahupoo no Tahiti. Já em 2010, tive que ficar mais no Brasil, pois minha filha estava jogando Pólo Aquático. Agora estou querendo conhecer Puerto, ou mesmo voltar ao Tahiti, lugares onde tenham ondas mais tubulares, grandes, pois eu gosto de ondas mais fortes. (risos) De onde vem a vontade de pegar ondas grandes? Eu tenho analisado os perfis dos outros big riders e sei lá... Acho que isso vem da própria pessoa de querer sentir aquela adrenalina! Pode ser até mesmo químico do nosso corpo. É engraçado. Tem gente que possui muita energia. Umas até canalizam para as coisas ruins, né? Mas tem quem canalize para uma coisa saudável, um esporte de ação. Por isso é que eu tenho bastante energia! (risos) Quais foram os maiores mares que você já caiu? Acho que o maior foi em Jaws no ano passado em que peguei uma onda de 45 pés de tow-in. Já na remada foi em Waimea no Eddie Aikau em 2010. Quando terminou o evento, a gente estava entrando pelo canal e veio uma série de 25 a 30 pés fechando a baía. Demoramos uns 20 minutos para esperar passar e remamos para o outside. Também não posso me esquecer de Mavericks. Nem sabia que ia rolar um campeonato lá, mas eu queria conhecer o pico e calhou de fazer a viagem bem no dia da competição. Era um mar de 30 pés. Só que esse foi o único dia em que eu não consegui pegar onda e quase ninguém conseguiu. Foi um mar muito sinistro! (risos) Como você consegue lidar com o medo? Essa é uma pergunta que as pessoas me fazem porque percebo que para elas é uma
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bidu
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coisa que dá medo. Eu jamais entraria num mar grande se não sentisse segurança e também alegria de estar lá. Quando tomo um caldo, fico tranquila debaixo d’água. Nunca passei pela situação de quase apagar ou de ter algum problema. Eu lido bem com isso. Na hora de dropar, a gente inibe o medo, mas não sei como. (risos) E os seus maiores desafios hoje? Quero tudo certo, encaixado e realmente ter um patrocínio. Não pretendo ganhar dinheiro, apenas poder viajar e ter equipamento. Também alguém que me puxe porque precisamos dos meninos, como a Maya teve o Burle. Uma pessoa que vá lá e ensine a gente, pois não é fácil ser sozinha. Então, é isso, ter estrutura. Quais as maiores dificuldades para uma mulher se destacar e ter reconhecimento em ondas grandes? Agora é que estamos começando a ver mais meninas no outside. Em Waimea têm umas cinco ou seis e ninguém faz distinção se é mulher ou não, pois na hora do drop não se sabe quem está lá. Já em Pipeline, em um dia grande... Como aconteceu na semana passada em que fui dropar uma onda maior e me rabearam. Fui falar com o cara e ele disse: “A onda era grande. Você é louca?”. Os meninos da minha casa que o conheciam tiraram o maior sarro da cara dele e falaram: “Você não faz isso, ainda mais com as meninas que estão ‘charging’, botando pra baixo”. Eu já sou respeitada, mas não se pode fazer nenhuma besteira. Você tem que ser ainda mais cuidadosa para não atrapalhar, porque isso é uma das principais coisas para se adquirir respeito.
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Com relação ao reconhecimento dos patrocinadores, o que está faltando? Olha, pra mim é difícil, pois todo mundo acha assim: “Ah, você não
Você está na casa do Jaime O’Brien, um dos surfistas mais respeitados do Hawaii. Como é morar num lugar privilegiado de frente para Pipeline? Durante dois anos eu não fiquei aqui. Agora, no meio da temporada em que voltei para cá, senti uma diferença total. Você começa a olhar Pipe e ter vontade. Quando não se fica aqui perto, a gente começa a surfar outros picos e não vem pra cá, pois é meio intimidador parar o carro, descer e tal... Mas eu tô aqui, com o pé na areia. E como os meninos da casa também vão, eu já vou junto. Aqui consigo ver o melhor horário do crowd. Aí eu falo: agora é o momento! Você já conseguiu pegar umas boas em Pipe? Sim. Eu peguei um tubo outro dia, não foi grande, tinha um metro e meio. Mas pra pegar lá da série, você tem que estar muito confiante e saber que vai dropar, senão, perde a moral. (risos) Quais são os picos que você gostar de cair? Sunset, Rocky Point, Gas Chambers, Pipe e Waimea, esses são os principais que eu gosto.
Mas você gosta mesmo é quando Waimea sobe! Gosto de qualquer onda porque é gostoso diversificar. Pegar uma mais cavada, tubo... Outro dia eu estava meio cansada, pois surfei Pipe, Sunset, Waimea. Aí falei: “Pelo amor de Deus, Rock Point pra relaxar!” (risos) Que dicas legais você dá para a galera sobre o North Shore: ondas, acomodações, atitude, postura, etc? Primeiro é necessário investir em material. Não dá para chegar com três pranchas porque para cada onda é uma diferente. Em Sunset, precisamos de uma mais grossa, pois é muito volume de água, e em Pipe é uma mais esticada... Você tem que saber o que vai fazer, se vai pegar Sunset ou Rocky Point. Aí se pode comprar as pranchas aqui. A acomodação é meio diversificada e a galera tem que ver o quanto pode gastar. Nesses últimos anos o valor foi aumentando, mas também ajuda se a pessoa tiver contatos e amigos. Já dentro d’água é super importante observar muito, olhar para aprender e saber quem são os locais. A onda pode ser sua, porém se tiver um local, vai acabar sendo dele, entendeu? (risos) Se quiser tranquilidade é melhor procurar os picos que têm menos locais, como Laniakea, Jocco’s, Haleiwa. O que essas temporadas no Hawaii agregaram para sua vida? Aqui eu sinto como se estivesse quase em casa. Ao longo do tempo fui conhecendo também o pessoal havaiano dentro d’água. Essa relação com o Hawaii se dá aos poucos. Só que em sete temporadas, imagina? Tanto que estou na casa de um dos caras mais locais. Nunca tive nenhum problema, sempre tive muito respeito, fiquei na minha e esperei as coisas acontecerem. Só surfar, mostrar que você está aqui para se divertir e não querendo aparecer. Estar com a vibe boa! Ter humildade aqui é fundamental.
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precisa de patrocínio. Teu pai...”. Eu fico super chateada porque não tem nada haver uma coisa com a outra! Outro dia o Leco Salazar veio falar comigo, com a Micaela e outra menina: “Como vocês não têm patrocínio? Como as empresas não veem vocês como atitude e coragem? Mulher fazendo isso!”. O problema é que as pessoas precisam enxergar de forma diferente e sair daquele protótipo de loirinha, bonitinha, magrinha, que é a Roxy. As outras marcas deveriam pegar um nicho diferente.
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~ realizacao: ,
PoR: PEDRo ToJAL
O HAWAII É O LUGAR MAIS TENSO PARA SURFAR NO MUNDO. ALÉM DAS BOMBAS ENORMES, AINDA TEM A BANCADA “MINADA” DE CORAIS E A “RESISTÊNCIA” DOS LOCAIS. PRA SURFAR NESSE VALIOSO TERRITÓRIO É PRECISO PACIÊNCIA. OBSERVAR TUDO E TODOS PARA SABER A HORA CERTA DE AGIR. LÁ NÃO TEM VACILO. PODE SER UMA ONDA, UM LOCAL OU A BANCADA. DEU MOLE, PAGA O PREÇO! LEMBRA DAQUELE JOGO WAR? O HAWAII É COMO SE FOSSE O WAR DO SURF. A PARTIDA DURA A TEMPORADA TODA, COM OS RESULTADOS DEFINIDOS PELA ESTRATÉGIA DOS SURFISTAS E A SORTE LANÇADA PELO MAR. COMANDANDO A TROPA BRASILEIRA, O CAPITÃO STEPHAN “FUN” FIGUEIREDO DESVENDA NAS PRÓXIMAS PÁGINAS OS DETALHES DAS “ 10 OPERAÇÕES” QUE ROLARAM POR LÁ, REPLETAS DE TUBOS, AÉREOS, ONDAS GRANDES, RABEAÇÕES E VACAS SINISTRAS. UMA TEMPORADA QUE LITERALMENTE “BOMBOU” A COSTA HAVAIANA.
Capitão Fun preparando a tropa para
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as missões no North Shore.
O RADAR:
� AS BOIAS OCEÂNICAS SÃO O “RADAR” DOS SURFISTAS. É POR CAUSA DELAS QUE ELES CONSEG UEM SABER A DIREÇÃO E TAMANHO DAS ONDAS QUE IRÃO ATINGIR A CO STA. COM ESSAS INFORMAÇÕES SÃO TR AÇADAS TODAS AS ESTRATÉGIAS DO SURF. QUAL PRANCHA, CORDIN HA, QUILHAS, PICOS E INÚMERAS OUTRAS DECISÕES SÃO TOMA DAS COM BASE NESSES DADOS. NO HAWAII SÃO DUAS AS BOIAS MAIS UTILIZADAS. UMA A 500 KM A NOROESTE DO ARQUIPÉLAGO, QUE FORNECE OS DADOS QUE AJUDAM SABER COMO ESTARÁ O MAR OITO HORAS DEPOIS, E UMA A 6 KM DE WAIMEA, QUE INFORMA QUASE EM TEMPO REAL O QUE ESTÁ ACONTECE NDO NO NORTH SHORE.
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OPERAÇÃO: RECONHECIMENTO TERRITORIAL OFICIAIS EM AÇÃO: KALANI CHAPMAN, KELLY SLATER, DEREK HO E MAKUA ROTHMAN. REGISTRO: HENRIQUE PINGUIM. BRIEFING: UMA DAS REGRAS BÁSICAS PARA SE DAR BEM NO HAWAII É SABER QUEM É QUEM. QUAIS SÃO OS LOCAIS, QUAIS SÃO OS PROFISSIONAIS E QUAIS SÃO OS HAOLES. O “ASPIRA” HENRIQUE PINGUIM, QUE ESTREOU
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EM TERRITÓRIO HAVAIANO ESSE ANO, FOI SELECIONADO PARA ESSA OPERAÇÃO DE INTELIGÊNCIA. OBJETIVO: ENTRAR EM PIPELINE E, ALÉM DE REGISTRAR O ATAQUE AOS TUBOS, FOTOGRAFAR A CARA DE CADA UM DOS PROTAGONISTAS DESSA BATALHA. ESSA MISSÃO FOI FUNDAMENTAL PARA A EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO “HAOLE TIME”, QUE VOCÊS PODEM CONFERIR MAIS À FRENTE. VEJA NAS PRÓXIMAS PÁGINAS O RELATÓRIO DO SOLDADO PINGUIM.
“Essa foi a visão que tive enquanto armava minha caixa estanque para entrar em Pipe. O local Kalani Chapman pegando um tubão pesado. Vários já tinham se machucado nesse dia; Jonh Jonh Florence e Paulo Barcellos foram algumas das baixas. Clima tenso, crowd de fotógrafos e adrenalina máxima. A galera estava fazendo um churrasco numa casa ao lado da Volcom House. A cada onda surfada pelos locais era a maior gritaria vindo da varanda deles. Quando era brasileiro a gente fazia mais barulho. Tivemos o gostinho de dominar o front de guerra dos caras por uma tarde toda. Um dia histórico das operações Hawaii 2011.”
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“Foi uma session épica, tava na areia com o toda galera, cansado, depois de ter fotografado durante horas em Pipe. Do nada o Kelly Slater sai de casa e encontra com Tom Carroll. Duas lendas do surf mundial indo cair em um mar clássico. Como já estava cansado, optei por fotografar de fora d´água e assistir a um verdadeiro show de surf. Depois de um tempo, lembrei do Tojal me dizendo que aquela era uma oportunidade rara. Foi aí que corri pra dentro d´água, fiquei cara a cara com Slater e cumpri essa missão!”
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NOME: ROBERT KELLY SLATER NASCIDO: 11 DE FEVEREIRO DE 1972. COCOA BEACH FLORIDA, EUA. PATENTE: MEDIADOR FEITO HISTÓRICO: 10 X CAMPEÃO MUNDIAL PERFIL: KELLY É UMA CELEBRIDADE. TODAS AS ATENÇÕES SÃO VOLTADAS PARA ELE. NA AREIA, FAZ O ESTILO POLÍTICO, SEMPRE DISTRIBUINDO SORRISOS. NO OUTSIDE FICA MAIS CONCENTRADO E É COMPETITIVO ATÉ MESMO NO FREE SURF. ALGUNS LOCAIS LIBERAM ONDAS E OUTROS ATÉ PARAM DE SURFAR PARA OBSERVAR O SHOW. MESMO COM TODA A MORAL DE SER 10 VEZES CAMPEÃO MUNDIAL, AINDA NÃO ESTÁ NO TOPO DA HIERARQUIA DE PIPE. NESSE DIA PEGOU ONDAS BOAS, MAS NÃO AS MELHORES.
NOME: DEREK HO NASCIDO: 26 DE SETEMBRO DE 1964. KAILUA - HAWAII, EUA. FEITO HISTÓRICO: CAMPEÃO MUNDIAL EM 1993. PRIMEIRO HAVAIANO A GANHAR O TÍTULO DE CAMPEÃO MUNDIAL EM 1993. PATENTE: GENERAL PERFIL: FILHO DE CHICO HO, UM DOS WAIKIKI BEACH BOYS E IRMÃO MAIS NOVO DA LENDA MICHAEL HO, DEREK JÁ NASCEU ENTRANHADO AO SURF. COM UMA PERSONALIDADE FORTE E AGRESSIVA, “THE UNCLE”, COMO É CONHECIDO PELA NOVA GERAÇÃO, AINDA MANDA EM PIPELINE. MESMO FENÔMENOS COMO JAMIE O’ BRIEN E BRUCE IRONS NÃO ENTRAM NAS ONDAS DELE. DEREK HO SIMPLESMENTE DROPA QUALQUER UMA. É O GENERAL, COM MAIS DE 45 ANOS, BOTANDO ORDEM EM TERRITÓRIO HAVAIANO.
“Derek não liga pra nada e ninguém dentro d’água. Surfa as melhores da série e sempre volta pro pico como se nada tivesse acontecido. Nessa onda ele tirou um tubão quadrado. Dava pra escutar os gritos e assobios que vinham da areia. A vibe foi tão boa que pela primeira vez vi o Derek voltar comemorando e perguntando se eu tinha feito a foto. Mostrei o resultado e ainda consegui fazer o retrato dele amarradão. Missão cumprida!”
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“O palco estava armado para o show. Pipeline quebrou clássico chegando até 12 pés nas séries. Como os gringos estavam fazendo a mala mesmo, fiz altas fotos da rapaziada local. Depois da longa caída, Kealii Mamala, havaiano amigo da galera brasileira, foi dar um confere nas fotos. Quando chegou a sequência do Makua Rothman, filho do Fast Eddie, conhecido como ‘xerife’ do North Shore, Kealii ligou imediatamente para ele avisando sobre o material. Foi aí que começou uma perseguição implacável atrás de mim. Fast Eddie deixou recado, mandou mensagem... O havaiano queria ver de qualquer jeito as fotos. A notícia correu rápido. Combinei com ele num final de tarde na casa onde ficava a galera da Surfar e finalmente apresentei as imagens. Logo de cara, Eddie ficou muito amarradão e ofereceu uma boa grana pelo material. Na hora usei uma tática de guerra pouco convencional no Hawaii, mas que dessa vez deu muito certo. Como diz o ditado: ‘Se não pode vencê-los, junte-se a eles‘. Ofereci o material de graça como um gesto de gratidão por ter sido bem recebido na minha primeira vez no arquipélago. Naquele momento garanti meu “greencard” dentro d´água pelos serviços oferecidos à comunidade. Finalizando essa missão bem sucedida, ganhei uma patente saindo do cargo de aspira para oficial.”
NO REGISTRO: K0A ROTHMAN, PINGUIM E FAST ED. NOME: MAKAUKAI (MAKUA) ROTHMAN NASCIDO: 17 DE JUNHO DE 1984. NORTH SHORE HAWAII, EUA. PATENTE: CAPITÃO FEITO HISTÓRICO: VENCEU O BILLABONG XXL BIG WAVE CHALLENGE AWARD EM UMA DAS SESSÕES MAIS HISTÓRICAS DE ONDAS GRANDES NA HISTÓRIA . SURFOU UMA ONDA DE 66 PÉS QUE LHE RENDEU 66 MIL DÓLARES. PERFIL: MAKUA ROTHMAN É FILHO DO XERIFE EDDIE ROTHMAN, CONHECIDO COMO FAST EDDIE E FUNDADOR DA “DA HUI”. MUITO ATIRADO E MARRENTO, APROVEITA O CARGO DE FILHO DO “CARA” PARA PEGAR QUALQUER ONDA QUE QUEIRA. É UM DOS LOCAIS MAIS RESPEITADOS. FAZ VÁRIOS TREINAMENTOS PARA GARANTIR SEU POSTO DE CAPITÃO DE PIPE, COMO CAÇA SUBMARINA E ARTES MARCIAIS.
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REGISTRO: BRUNO LEMOS. OFICIAIS EM AÇÃO: DANILO COUTO, MARCIO FREIRE, YURI SOLEDADE, FRANCISCO PORCELLA. BRIEFING: JAWS É O PICO QUE SEGURA AS ONDAS MAIS POTENTES DO PLANETA, TÃO PODEROSAS E PERFEITAS QUE, DEPOIS DE MUITO TEMPO SENDO OBSERVADAS, TIVERAM QUE INVENTAR UMA FORMA DE SURFÁLAS. GRAÇAS A ESSA ONDA QUE O TOW-IN FOI INVENTADO. E FOI O PRÓPRIO INVENTOR DO SURF REBOCADO, LAIRD HAMILTON, QUE CHEGOU A DECLARAR CERTA VEZ QUE “EM JAWS NÃO ERA POSSÍVEL SURFAR NA REMADA”. MAS O QUE É IMPOSSÍVEL PARA UNS, PODE SER POSSÍVEL PARA OUTROS. EM 2004, ERALDO GUEIROS PEGOU UMA ONDA PARA A DIREITA NA REMADA. DESDE ENTÃO, OS BAIANOS YURI SOLEDADE, DANILO COUTO E MARCIO FREIRE, JUNTO COM O CARIOCA RODRIGO RESENDE, TAMBÉM DERAM ALGUMAS CAÍDAS NAS ESQUERDAS. OBJETIVO: DESBRAVAR UMA NOVA ROTA PARA SURFAR JAWS SEM O USO DO JET SKI. DESCER A ENCOSTA PELA MATA, PASSAR PELAS PEDRAS COM AS GUNZEIRAS E PEGAR AS MAIORES ONDAS JÁ SURFADAS NA REMADA NA BAÍA DE PE’AHI, TANTO PRA ESQUERDA QUANTO PRA DIREITA. VOLTAR PARA CASA VIVO COM A HISTÓRIA DO SURF NA REMADA REESCRITA.
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Danilo Couto e Marcio Freire desbravando a mata rumo à operação mais sinistra da temporada.
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A ESTRATÉGIA DE BRUNO LEMOS
APÓS MONITORAR OS MAPAS POR UM LONGO PERÍODO, NA MANHÃ DE 16 DE JANEIRO DE 2011 AS CONDIÇÕES PARECIAM ESTAR PROPÍCIAS. O PICO DO SWELL JÁ HAVIA BATIDO EM OAHU E ESTARIA ATINGINDO A ILHA DE MAUI BEM CEDINHO. EU E DANILO SAÍMOS DE HONOLULU ÀS TRÊS DA MADRUGADA E FOMOS RESGATADOS POR MARCIO NO AEROPORTO DE MAUI. PARTIMOS DIRETO PRA BAÍA DE PE’AHI. COM O SOL NASCENDO, OS DOIS PASSAVAM PARAFINA EM SUAS GUNZEIRAS, ENQUANTO O BAIANO YURI SOLEDADE, O CARIOCA THIAGO CANDELOT E O WINDSURFISTA FRANCISCO PORTELLA JÁ ESTAVAM NA ÁGUA. DEPOIS DE DESCER A RIBANCEIRA DO CLIFF E PASSAR PELO SHORE BREAK EM UMA VERDADEIRA MISSÃO DE GUERRA, A DUPLA CONSEGUIU CHEGAR A SALVO NO OUTSIDE.
“Desde a minha primeira caída lá na remada há alguns anos, sempre sonhei em surfar com os meus amigos num dia com vento e direção de swell perfeitos. Como em Jaws não existe lugar certo para a onda quebrar, quando ela vem você tem que decidir se rema para fora ou bota pra baixo. Nessa eu vi que o Danilo remou, mas não entrou. Dei o gás na remada e consegui dar a cavada e passar ela toda. É um sentimento alucinante! Todos surfamos altas e abrimos uma nova página no surf de ondas grandes.” -Yuri Soledade Hora de abandonar temporariamente as armas. Danilo e Marcio invadindo Jaws por terra.
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o italiano Francisco Porcella tambĂŠm participou da missĂŁo em Jaws.
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Marcio em ação visto direto do “front”.
SOBREVIVENTES COM UMA ONDULAÇÃO BEM DE OESTE, AS MELHORES ONDAS DO DIA ERAM AS ESQUERDAS. O PRIMEIRO A DROPAR FOI MARCIO FREIRE. LOGO DEPOIS FOI A VEZ DE YURI, QUE PEGOU UMA BOA. ALÉM DE GRANDE, A ONDA FOI MUITO LONGA, PARECIA UMA INDONÉSIA GIGANTE. ENQUANTO YURI VOLTAVA BOMBA DA EXTENSA REMADA, DANILO COUTO VINHA COM TUDO NA DO DIA. FOI UM DROP ATRASADO DE BRAÇOS ABERTOS. DEPOIS FEZ A QUE ELE CONSEGUIU COLOCAR A PRANCHA NA VERTICAL, ONDA ATÉ A BASE E DEPOIS FOI EXPLODIDO. NA SEQUÊNCIA FOI A VEZ DO ITALIANO, QUE PEGOU UMA NÃO BELA ESQUERDA E FEZ UM DROP BEM SUCEDIDO. THIAGO ESTAVA SE ACHANDO NO PICO E FICOU MAIS EMBAIXO. NESSE MOMENTO, SÉRIES MAIORES ENTRARAM COM TUDO, DEIXANDO BEM CLARO QUE EM JAWS VOCÊ NUNCA ESTÁ SEGURO. OS DOIS FORAM VARRIDOS POR UMA MONTANHA DE ÁGUA. FOI THIAGO ESCAPOU ILESO, MAS SEU CAMARADA FRANCISCO NOCAUTEADO, TENDO QUE SAIR DO MAR. DIA A SESSÃO SEGUIU E UMA DAS CENAS MAIS BIZARRAS DO QUE ESTAVA PRA ACONTECER. EM UMA ONDA GRANDE DA SÉRIE, PARECIA NITIDAMENTE SER PRA DIREITA, DANILO E MARCIO REMARAM JUNTOS. COUTO AMEAÇOU ENTRAR, MAS O VENTO LITERALMENTE O TIROU DA ONDA. ENQUANTO ISSO, FREIRE E NÃO MEDIU AS CONSEQUÊNCIAS, FICOU EM PÉ NA PRANCHA TRÁS INICIOU A DESCIDA COM MUITA VELOCIDADE. VEIO POR
“Quando a onda apareceu, percebi que tinha chances de executar o drop. Sentei rápido na prancha, virando e direcionando o bico para a esquerda. Remei forte mesmo sabendo que provavelmente não iria passar a sessão. Não tenho dúvidas que este foi o drop mais animal que completei até hoje. O meu corpo se estendeu completamente duas vezes, me trazendo uma sensação de queda livre. Logo em seguida, controlei a prancha direcionando para o retão tentando sair da explosão da bomba. Por ser uma fechadeira, não tive chances e tomei um caldo pesado.” -Marcio Freire
PARA DO PICO, BOTANDO A PRANCHA EM DIREÇÃO À ESQUERDA , COMPLETAR UM DROP MUITO CABULOSO. LOGO EM SEGUIDA ELE FOI ENGOLIDO PELO ESPUMEIRO GIGANTE. UM DOS O MAIS MOMENTOS MAIS INSANOS QUE JÁ PRESENCIEI NO SURF. AR INCRÍVEL: NÃO ACONTECEU NADA COM ELE. PARA FINALIZ TRÊS A SESSÃO, OS CARAS AINDA PEGARAM UMA ONDA JUNTOS. NA AMIGOS DE INFÂNCIA TERMINANDO UMA SESSÃO HISTÓRICA MESMA ONDA. QUE “FEELING”! NOSSOS GUERREIROS FORAM O. RECEBIDOS COMO SE FOSSEM HERÓIS NO TOPO DO PENHASC FOTOS. MUITA GENTE ELOGIANDO, APERTANDO A MÃO E TIRANDO REALMENTE UM MOMENTO EMOCIONANTE!
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“As ondas estavam maiores que na primeira investida. Os gringos estavam com apetite de pegar a bomba e a gente na missão de mostrar nosso valor. Marcio Freire, Yuri Soledade e eu surfamos para a esquerda, enquanto os “Big Dogs” se aventuravam na direita. Então resolvi ir lá pra fazer uma frente também... Me posicionei mais ao fundo, junto do Greg Long. A série veio, tentei na primeira e não entrei. Acabei ficando bem embaixo da segunda. Remei forte, o vento querendo me tirar, a parede encavalando e eu pendurado no lip daquela bomba. A partir daí, foi uma longa negociação com a onda, que a todo momento tentou me devorar...” -Danilo Couto FAZENDO HISTÓRIA ERA ÓBVIO QUE DEPOIS DESSA SESSÃO O FUTURO DO PICO PARA SERIA DIFERENTE. OS BRASILEIROS CONSEGUIRAM PROVAR EMENTE APARENT ANTES , TAMANHO DAQUELE ONDAS QUE MUNDO O DE SE IMPOSSÍVEIS DE SEREM SURFADAS NO BRAÇO, ACABAVAM TORNAR POSSÍVEIS. NO DIA SEGUINTE RENOMADOS BIG RIDERS QUE ELE ENTRARAM EM CONTATO COM DANILO COUTO PEDINDO PARA SABER DESSE AS INFORMAÇÕES OBTIDAS NA “OPERAÇÃO”. QUERIAM E COMO SE COMO DESCER NO “CLIFF”, COMO ENTRAR PELAS PEDRAS ONDAS POSICIONAR NO OUTSIDE. ERA O EXÉRCITO DE ELITE DAS SERIA A GRANDES SONDANDO NOSSO “CORONEL” PARA SABER QUANDO PRÓXIMA SESSÃO DE REMADA EM JAWS. ALGUNS DIAS DEPOIS... O QUE NINGUÉM ESPERAVA É QUE NESSA TEMPORADA AINDA UM SWELL TIVÉSSEMOS OUTRO DIA CLÁSSICO. EM 8 DE FEVEREIRO, BANCADA DE COM MAIS INFLUÊNCIA DE NORTE ENTROU COM FORÇA NA LÁ, SÓ QUE JAWS. E NOVAMENTE O ESQUADRÃO BRASILEIRO ESTAVA LISTAS DESSA VEZ ACOMPANHADO POR UM TIME DE GRINGOS ESPECIA SION EM ONDAS GRANDES. IAN WALSH, MARK HEALEY, GREG LONG, MILOSKY, NATHAN FLETCHER, SHANE DORIAN, ENTRE OUTROS, MAS QUERIAM APENAS FAZER UM RECONHECIMENTO DO PICO, DE SURF ACABARAM PROTAGONIZANDO UMA DAS MELHORES SESSÕES VIU. JÁ MUNDO O QUE REMADA NA
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REGISTRO: JAMES THISTED, BIDU, BRUNO LEMOS E ANDRÉ PORTUGAL. OFICIAIS EM AÇÃO: JOHN JOHN FLORENCE, PEDRO SCOOBY, PETERSON CRISANTO, KIRON JABOUR. BRIEFING: QUANDO O MAR FICA ENTRE DOIS E SEIS PÉS, VÁRIOS PICOS DO NORTH SHORE FICAM PERFEITOS PARA O TREINAMENTO DE MANOBRAS AÉREAS. UM VERDADEIRO PELOTÃO DE ESPECIALISTAS INVADEM PICOS COMO ROCKY POINT, OFF THE WALL E BACKDOOR
EM BUSCA DE RAMPAS PARA DECOLAR ALTO. NESSE TERRITÓRIO ESTRATÉGICO, OS FOGUETES SÃO TESTADOS AO EXTREMO. OBJETIVO: VOAR O MAIS ALTO POSSÍVEL. SELECIONAMOS UM GRUPO DE ESPECIALISTAS EM MANOBRAS ARRISCADAS. MESMO SENDO IMPREGNADOS POR UM BATALHÃO DE SURFISTAS, ELES NÃO DECEPCIONARAM. DESTRUÍRAM TUDO E TODOS QUE VIRAM PELA FRENTE! ACOMPANHE NAS PRÓXIMAS PÁGINAS O REGISTRO INÉDITO DESSE ATAQUE.
John John, o futuro capitão do North Shore sobrevoando seu quintal de casa, off The Wall.
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Pelot達o brasileiro contra-atracando. Scooby, Kiron e Petersinho voaram alto para mapear Rocky Point de cima.
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REGISTRO: PEDRO TOJAL. OFICIAIS EM AÇÃO: ERIC DE SOUZA E EXÉRCITO LOCAL. BRIEFING: EXISTEM LUGARES NO HAWAII QUE SIMPLESMENTE HAOLE NÃO SURFA. SÃO PICOS QUE FICAM NO LESTE E OESTE DA ILHA DE OAHU, LONGE DA AGITAÇÃO DO NORTH SHORE. VOCÊ PODE SER CAMPEÃO MUNDIAL, FAIXA PRETA OU ATÉ FILHO DO PAPA. NESSES TERRITÓRIOS PROIBIDOS NÃO SE PODE SURFAR E NEM FOTOGRAFAR. OS LOCAIS SÃO MUITO AGRESSIVOS E HISTÓRIAS DE CÂMERAS QUEBRADAS E SURFISTAS AGREDIDOS SÃO COMUNS. APENAS NATIVOS CONHECIDOS SÃO PERMITIDOS POR LÁ. OBJETIVO: INFILTRAR O FOTÓGRAFO PEDRO TOJAL E O SURFISTA ERIC DE SOUZA EM UM DESSES TERRITÓRIOS. VOLTAR COM IMAGENS QUE PROVEM QUE A MISSÃO FOI CONCLUÍDA. ACOMPANHEM NAS PRÓXIMAS PÁGINAS OS DETALHES DESSA OPERAÇÃO ARRISCADÍSSIMA.
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Chegar bem cedo, ser o primeiro a entrar na água e ver o sol nascer é uma das estratégias para conseguir surfar nos picos proibidos.
Fotografar o local Brian Pacheco foi arriscado. Depois dessa foto, o cara se ligou na câmera e começou a gritar. Antes que todos os locais se reunissem, nossa equipe já estava longe com o material a salvo.
Visual dos sonhos. Mesmo chegando cedo, já tinha gente surfando. Sorte que não eram os locais mais “cascas-grossas”.
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Eric de Souza em um cenĂĄrio lisĂŠrgico, com a montanha sendo iluminada pelo amanhecer.
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Tubular, muito raso e de cara para as pedras. Está é a visão da entrada do pico.
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Alguns minutos antes dos locais dominarem completamente o pico, Eric e Tojal aproveitaram para fazer altas imagens e voltar ao North Shore a salvo. o Exército de Locais furiosos ainda tentou ir atrás, mas já era tarde. Missão cumprida!
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REGISTRO: PEDRO TOJAL, HENRIQUE PINGUIM, BIDU. OFICIAIS EM AÇÃO: DEREK HO, JAMIE O’ BRIEN, KALA ALEXANDER E TJ BARRON. BRIEFING: UMA CERTEZA SOBRE PIPELINE: VOCÊ VAI SER RABEADO! PODE ESPERAR HORAS PELA SUA VEZ, ESTAR NA PRIORIDADE E ATÉ MELHOR POSICIONADO. NÃO IMPORTA! SE JAMIE O’ BRIAN, DEREK HO OU MAKUA ACHAREM QUE É A BOA, JÁ ERA. VOCÊ VAI SER SABOTADO. PODE SER O TOM CARROL OU ATÉ KELLY SLATER. SE A ONDA FOR BOA, OS LOCAIS VÃO DROPAR. OBJETIVO: FLAGRAR A SABOTAGEM DOS LOCAIS.
Mesmo com o local Sion Miloski (R.I.P) vindo mais de trás, Derek Ho ignorou e mostrou quem manda em Pipe.
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“Ficou nervosinho e perdeu a cabeça”. Kala Alexander, mesmo surfando menos, mostrou pra Kalani Chapman que está acima na hierarquia local. No Exército Havaiano, a força vale mais que a técnica.
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T.J. Barron fazendo Scooby sentir o gostinho de ser “haole” em Pipeline. Um detalhe que fez a onda perfeita virar a rabeada da vida.
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A rabeada da temporada. Jamie o’Brien ignorou a presença de Kelly Slater e mostrou por que vale a pena ter sua base em frente ao pico.
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Para ganhar terreno no meio crowd, o oficial aussie Paul Morgan se atirou sem pensar nas conseqüências, ganhando mais um posto na frente de batalha para seu país.
REGISTRO: ANDRÉ PORTUGAL E BRUNO LEMOS. OFICIAIS EM AÇÃO: PAUL MORGAN, MARK YAZBECK E DAMIEN FAHRENFORT. BRIEFING: WAIMEA SUPORTA AS MAIORES ONDAS NA REMADA DO NORTH SHORE E POR ISSO É O PALCO DO CAMPEONATO MAIS FAMOSO DE ONDAS GRANDES DO MUNDO, O EDDIE AIKAU. BIG RIDERS DE TODAS AS PARTES SÃO CONVIDADOS PARA ESSA DISPUTA, QUE SÓ É REALIZADA EM CONDIÇÕES EXTREMAS. NO DIA 20 DE JANEIRO, A PATROCINADORA
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DO EVENTO DEU SINAL AMARELO PARA OS COMPETIDORES. ISSO SIGNIFICA UMA CHAMADA DE ALERTA PARA A REALIZAÇÃO DA COMPETIÇÃO. AMANTES DO SURF LOTARAM A PRAIA. ALGUNS INCLUSIVE CHEGARAM NA NOITE ANTERIOR E DORMIRAM NA AREIA PARA GARANTIR UMA BOA VISÃO DO ESPETÁCULO. OBJETIVO: ENTRAR EM WAIMEA AINDA DE NOITE, APROVEITANDO A LUZ DA LUA CHEIA, E PEGAR O MÁXIMO DE ONDAS POSSÍVEIS ANTES DE O CAMPEONATO COMEÇAR.
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o agente secreto não identificado surpreendeu partindo para o ataque no momento mais crítico.
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Quatro momentos do dia em que o Eddie não rolou.
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Ataque suicida de Damien Fahrenfort.
População agitada com o Eddie no Hawaii.
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Mark Yazbeck sustentando a posição no front.
Paul Morgan invadiu pela segunda vez o território inimigo.
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REGISTRO: PEDRO TOJAL E BIDU. OFICIAIS EM AÇÃO: RENATO GALVÃO, LUKE DAVIES, DANE GUDAUSKAS, CLEYTON NUNES, JOEL CENTEIO, DIEGO SANTOS. BRIEFING: OFF THE WALL, DE QUEM OLHA DA AREIA, FICA À ESQUERDA DE PIPELINE. UMA PEQUENA FALHA NO REEF SEPARA UMA DA OUTRA. AS ONDAS SÃO MENOS DEFINIDAS, NÃO TEM CANAL E VÁRIAS FECHAM, MAS O TUBO É MUITO LARGO. POUCOS LOCAIS SURFAM POR LÁ. NÃO PRECISAM SE ARRISCAR NESSAS
BANDAS. QUANDO PIPE ESTÁ GRANDE, OTW FICA AINDA MAIOR, QUASE INSURFAVÉL! ALGUNS “KAMIKAZES” SE AVENTURAM NESTE PICO. VÁRIOS SÃO OS BRASILEIROS FUGINDO DO CROWD. É UMA OPÇÃO PERIGOSA, MAS É HISTÓRICO QUANDO O ATAQUE DÁ CERTO. QUEM PEGA UMA BOMBA LÁ, ACABA GANHANDO UMA PATENTE A MAIS NO HAWAII. OBJETIVO: IDENTIFICAR QUAIS “KAMIKAZES” MERECEM CONDECORAÇÕES POR SE JOGAREM NAS FECHADEIRAS DE OFF THE WALL.
Enquanto alguns pensam em qual é a melhor tática para furar o bloqueio, outros resolvem atacar sem piedade. Renato Galvão não perdeu tempo e foi conferir de perto.
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o esquadrão ianque mostrando serviço. Nesta foto: Luke Davies e abaixo Dane Gudauskas.
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No contra-ataque tupiniquim, Cleyton Nunes chamou para si a responsabilidade.
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o aussie Dean Bowen atacando de no grab no fogo cruzado.
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Joel Centeio fez o que todo mundo gostaria de ter feito. Eliminou todos os inimigos e saiu ileso de mais uma batalha.
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Diego Santos se jogou pra dentro da trincheira se protegendo do ataque inimigo.
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Mikey Bruneau abrindo caminho em Pipe para a tropa local passar.
REGISTRO: PEDRO TOJAL, BIDU E ANDRÉ PORTUGAL. OFICIAIS EM AÇÃO: MIKEY BRUNEAU, DUSTY PAYNE, JAMIE STERLING, SHANE DORIAN, MIKALA JONES, SUNNY GARCIA, MARK HEALEY, KIRON JABOUR E SION MILOSKI (R.I.P). BRIEFING: PIPE É O CENTRO DAS OPERAÇÕES HAVAIANAS. QUANDO ESTÁ PERFEITO, COM ONDAS DE 6 A 12 PÉS, NÃO TEM PRA NINGUÉM. PODE IR COM O CHOQUE DE ORDEM, MARINHA E ATÉ O BOPE. COM O EXÉRCITO LOCAL NA ÁGUA, A BATALHA JÁ COMEÇA PERDIDA. COMANDADOS POR DEREK HO, OS SOLDADOS HAVAIANOS RESISTIRAM A TODAS AS TENTATIVAS DE INVASÃO DE SEU TERRITÓRIO SAGRADO. GRITOS, XINGAMENTOS, INTIMIDAÇÕES E ATÉ AGRESSÕES FORAM AS ARMAS PARA MANTER A ORDEM. SERÁ QUE ELES ESTÃO CERTOS? UMA COISA É GARANTIDA: SE PIPE FOSSE NO BRASIL, SERIA MUITO PIOR! OBJETIVO: REGISTRAR A ATUAÇÃO DOS LOCAIS. COLETAR INFORMAÇÕES SOBRE POSICIONAMENTO E ATITUDE, TORNANDO A OPERAÇÃO “HAOLE TIME” VIÁVEL.
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Dusty Payne foi um dos gringos que dominou o dia 2 de fevereiro, o mais clássico de Backdoor na temporada. Nesse dia, o Exército Brasileiro não teve chances e se refugiou em off The Wall.
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Jamie Sterling foi criado no campo de concentração havaiano e já conhece muito bem seu território. Em mares clássicos, ele sempre pega uma das boas.
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Shane Dorian botou pra dentro e um pelotão de fotógrafos registrou esse raro momento do big rider “marolando”.
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Mikala Jones preparando o ataque na pista iluminada de Backdoor.
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É o local mais brasileiro que existe. Filho de brazuca e nascido no Hawaii, Kiron Jabour é um dos jovens que disputa o posto de futuro Capitão do North Shore. Quando está em Pipe, ele é 100% havaiano e o lado verde e amarelo não atrapalha em nada.
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Mark Healey é um dos soldados de elite do Hawaii. Seu preparo inclui mergulhos de 40 metros na apneia, caça submarina, artes marciais e muito surf em ondas grandes.
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Sunny Garcia é o bad boy do Exército Havaiano. Sua força, dentro e fora d’água, faz dele um dos locais mais respeitados.
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Essa página é uma homenagem da Surfar ao local Sion Miloski, falecido em Mavericks no dia 16 de março de 2011. Sion tinha acabado de ser considerado pela revista Surfing a revelação do Hawaii em 2011, além de ter emplacado uma capa da revista Transworld Surf. Ele vinha se destacando nos mares pesados de Pipeline e em ondas grandes, como Mavericks e Waimea. Uma baixa que deixou o mundo do surf de luto. Descanse em Paz!
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REGISTRO: PEDRO TOJAL, HENRIQUE PINGUIM, BIDU, REGISTRO ANDRÉ PORTUGAL E BRUNO LEMOS. OFICIAIS EM AÇÃO: AÇÃO DIEGO SILVA, LEANDRO BASTOS, LUCAS SILVEIRA, GABRIEL PASTORI, DENNIS TIHARA, YAN DABERKOW, IAN COSENZA E THIAGO CAMARÃO. BRIEFING: SURFAR UMA ONDA REALMENTE BOA EM BRIEFING PIPE É A MISSÃO MAIS DIFÍCIL DO NORTH SHORE. WAIMEA E PHANTONS NA REMADA TAMBÉM SÃO MUITO COMPLICADOS, MAS PARA PEGAR “A” ONDA EM PIPE É PRECISO, ALÉM DE SORTE, MUITA ESTRATÉGIA. COM OS DADOS COLHIDOS NAS OPERAÇÕES “LOCAL TIME” E “RECONHECIMENTO TERRITORIAL”, O EXÉRCITO BRASILEIRO TRAÇOU O PLANO DA TEMPORADA. OBJETIVO: OBJETIVO CHEGAR À PRAIA CINCO E MEIA DA MANHÃ, ESPERAR OS LOCAIS SAÍREM PARA ALMOÇAR, DEIXAR DE CURTIR O RÉVEILLON PARA SURFAR NO DIA PRIMEIRO OU CAIR DURANTE A FINAL DO CAMPEONATO DE FUTEBOL AMERICANO. ESSAS FORAM ALGUMAS DAS TÁTICAS UTILIZADAS PELO EXÉRCITO BRASILEIRO PARA CUMPRIR A MISSÃO COM SUCESSO. CONFIRA AGORA A PROVA DE QUE COM ESTRATÉGIA É POSSÍVEL SE DAR BEM NO HAWAII.
Diego Silva marcou presença em Pipe e revidou o ataque havaiano com essa bomba em pleno território inimigo.
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Com 15 anos, Lucas Silveira é um dos soldados mais novos da tropa brazuca. Apesar da idade, ele representou muito bem e ganhou pontos na corrida pelo posto de Capitão
Leandro Bastos atacando o inimigo pela porta de trás de Pipeline, o perigoso Backdoor.
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Gabriel Pastori sempre se posiciona bem dentro de Pipe, perto do “Japonês Kamikaze”. Alguns brasileiros já chamam o “Wakita’s point” de “Gaga’s point”. Honra merecida pelo soldado Pastori.
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No dia em que chegou, Ian Cosenza não perdeu tempo. No almoço, a hora em que a guarda está baixa, partiu pra água e pegou esse tubão. Mais um ataque de sucesso do nosso Exército Verde e Amarelo.
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o baiano Dennis Tihara atacou Pipe com todas as suas forรงas nessa temporada. Se destacou no QS que rolou em Pipe e pegou altos tubos durante o Haole Time.
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Thiago Camarão pegou a bomba da temporada entre os brasileiros e quase ganhou o prêmio do site surfline de melhor onda no North Shore em 2010/2011. Perdeu pro local Kalani Chapman.
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Acostumado com a pressão do deadline na redação, nosso editor José Roberto Annibal não se intimidou com o poder de fogo do inimigo e partiu pra cima em Gas Chambers.
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REGISTRO PEDRO TOJAL E HENRIQUE PINGUIM. REGISTRO: OFICIAIS EM AÇÃO: AÇÃO KELLY SLATER, TOM CARROL, AAMION GOODWIN E JAMIE O’BRIEN. BRIEFING: O HAWAII É O TERRITÓRIO DO SURF MAIS BRIEFING DISPUTADO. TODOS OS HOLOFOTES APONTAM PARA O ARQUIPÉLAGO ENTRE NOVEMBRO E FEVEREIRO. SÃO MILHARES DE FREESURFERS, CENTENAS DE PROFISSIONAIS E ALGUNS SURFISTAS CELEBRIDADES. TODOS QUERENDO PROVAR SUAS HABILIDADES. QUANDO AS ONDAS FICAM PERFEITAS, O NORTH SHORE VIRA UM VERDADEIRO CAMPO DE BATALHA. NO OUTSIDE, OS MELHORES SURFISTAS DO MUNDO GARANTEM O SHOW DE QUEM ESTÁ NA AREIA. ESSES DIAS MARCAM A TEMPORADA E VÁRIOS MOMENTOS ENTRAM PRA HISTÓRIA DO SURF. OBJETIVO: OBJETIVO REGISTRAR OS ATAQUES MAIS MARCANTES DA TEMPORADA. É HORA DO SHOW!
o verdadeiro “show man”. Além de ser o melhor em Pipe, Jamie o’Brien sempre tem uma surpresa. Pega tubo de base trocada, dropa Pipe de bote inflável e esse ano lançou moda: surfou vários dias de boné e não o perdia nem quando vacava feio. A cada onda que dropava, o crowd parava só pra ver o JoB em ação. Um verdadeiro espetáculo, com tubos como esse sendo a atração principal.
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Aamion Goodwin foi um dos havaianos que mais proporcionou shows em Pipe nessa temporada. Nos dias perfeitos, ele pegou as melhores e, mesmo não sendo mais um garoto, ainda tem muita disposição. No dia 22 de janeiro, durante o melhor swell de 2011, pegou essa bomba e foi ovacionado pela galera na areia. os gritos e aplausos eram ouvidos do outside.
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Mesmo sendo 10 vezes campeão mundial, Slater tem que disputar onda braço a braço em Pipe. os locais não aliviam e Kelly várias vezes se posiciona nas ondas intermediárias para conseguir surfar. Nesse dia, ele pegou boas ondas e garantiu o show de quem estava na areia e no outside.
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VEJA mAiS FOTOS DA TEmPORADA HAVAiAnA Em nOSSA GALERiA On-LinE.
Uma verdadeira lenda viva Tom Caroll. Entrou no mar sendo aplaudido de pé pela multidão que se aglomerava na areia. Retribuiu com um sorriso no rosto e com esse tubão de respeito. Mostrou pra molecada que experiência é fundamental na arte de “entubar”.
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CelSo pereira jr.
ALEJO imBATÍVEL Em nOROnHA
A primeira vitória do ano de Alejo.
PoR: NANCY GERINGER
Venceu o mais instigado? Tudo indica que sim. Desde o início do campeonato, o catarinense Alejo Muniz despontou como favorito ao título da primeira etapa Prime da temporada 2011, o Hang Loose Pro Contest, campeonato mais tradicional do Brasil (com 25 anos de história). Manobras precisas e talento para competir, aliados ao foco e excelente forma física, renderam a Alejo uma campanha impecável, sem deixar qualquer brecha para uma reação na final do australiano Dion Atkinson. Ele embolsou um prêmio de US$ 40 mil e 6.500 pontos para o ASP World Ranking. O título valeu como um presente antecipado, já que Alejo comemoraria na semana seguinte (22/02) 21 anos de idade (na Austrália, abertura do WT, onde conquistou o quinto lugar). Fora da água, ele teve o apoio de seu técnico Paulo Kid, com quem analisava cada bateria e traçava as estratégias para as rodadas seguintes. Para chegar ao título, o catarinense passou pelo japonês Masatoshi Ohno e depois teve mais trabalho para superar Logie na semifinal, garantindo a vaga somente na última onda pelo apertado placar de 12.77 x 12.26 pontos. Na final, Alejo abusou da força do seu backside nas esquerdas, abrindo a bateria com uma nota 5.83. Em sua melhor onda, ele mandou duas pauladas fortíssimas para conseguir 7.17 numa boa da série. “Vencer é o melhor sentimento de todos, ainda mais neste evento. No ano passado, cheguei bem perto (ficou em terceiro), mas agora deu tudo certo e não poderia ter um início de ano melhor. Sempre quis vencer o campeonato mais tradicional do Brasil”, comemorou o atleta ao sair da água carregado pelos seus amigos. Abaixo: Jihad voltou com tudo após um ano sem competir. A estrutura do enveto em Noronha. Dion Atkinson saiu da australia sem patrocínio para ser vice em Noronha.
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Alejo Muniz mostrou que está pronto para encarar os melhores do mundo.
HAnG LOOSE PRO COnTEST 1 Alejo Muniz (Bra) 2 Dion Atkinson (Aus) 3 Heitor Alves (Bra) 3 Travis Logie (AfrS) 5 Masatoshi ohno (Jap) 5 Jihad Khodr (Bra) 5 Hizunomê Bettero (Bra) 5 Shaun Joubert (AfrS)
Heitor Alves, sempre muito competitivo, garantiu a terceira colocação.
Sem patrocínio, o vice-campeão Dion Atkinson, 24, faturou US$ 20 mil e 5.200 pontos e saiu de Noronha bem feliz com o resultado “Poderia ter disputado uma prova em casa, mas preferi estar aqui. Fiz a aposta certa, fiquei encantado com este lugar. Alejo pegou as melhores ondas e surfou bem a competição inteira. Mereceu a vitória.”, disse o aussie. Já Heitor Alves, 27, quebrou duas pranchas neste domingo e acabou surfando a semifinal com uma emprestada ao lado do sulafricano Travis Logie, 31. Ambos dividiram o terceiro lugar, cada um levando US$ 11 mil e 4.225 pontos. Esta foi a 15a vitória brasileira na história do Hang Loose Pro Contest, contra 13 de outros países.
25 aNOS DE hiSTÓRia O Hang Loose Pro Contest completou seu 25º aniversário. O fundador da marca e idealizador do evento, Alfio Lagnado, relembrou durante a entrega da premiação a trajetória do evento. “Éramos jovens e sonhadores quando tivemos a oportunidade de trazer a ASP ao Brasil. Não pensamos duas vezes e fizemos o campeonato. Foi tão bacana que continuamos e estamos aqui agora. Nem parece, mas foi há 25 anos. A maioria dos atletas que competiu aqui não tinha nem nascido. O surf brasileiro, mesmo naquela época em comparação a hoje, evoluiu muito, com vários brasileiros competindo de igual pra igual com os melhores do mundo. Tudo isso dá uma grande satisfação”, afirmou Lagnado. O primeiro Hang Loose Pro Contest ocorreu em 1986 em Florianópolis e colocou o Brasil na rota do circuito mundial. Vencida pelo australiano Dave Macaulay, a competição marcou época e, desde então, traz para o Brasil os principais nomes do esporte mundial. Em sua trajetória, passou pelo Guarujá e Maresias, na região Sudeste, até chegar ao estado de Pernambuco, promovendo duas edições (em Gaibu e Maracaípe). Em 2000, criou raízes no paradisíaco arquipélago de Fernando de Noronha, marcando mais uma vez o pioneirismo da Hang Loose ao realizar a competição nas melhores ondas do país.
Shaun Joubert representou muito bem a nova geração sul-africana.
o pódio.
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BRASiL Em DOSE TRiPLA nO XXL
Maya em Jaws, fevereiro de 2011.
PoR: RoGER FERREIRA
Todos os anos, desde 2001, a história se repete. A temporada no Pacífico Norte chega ao final e começam as especulações envolvendo o maior prêmio do surf de ondas grandes mundial, o Billabong XXL. Desde a vitória de Carlos Burle em 2002, com uma bomba estimada em mais de 50 pés surfada em Mavericks, os brasileiros estão na briga todos os anos para levar uma das categorias do XXL. Aí vocês vão dizer: “Mas a Maya é tetracampeã consecutiva da Melhor Performance Feminina em 2007,08,09,10!”. Claro, Maya também é indiscutível a melhor. Mas o caso é que desde que o pernambucano levantou o caneco, os brazucas vêm sendo garfados ano após ano na festa de premiação que acontece na Califórnia. Rodrigo Resende, Danilo Couto, Eraldo Gueiros e o próprio Burle já amargaram derrotas que devem estar engasgadas até hoje. Na última edição, mais uma vez os brasileiros chegaram como favoritos e saíram de mãos abanando. Burle na categoria “Best Overall Performance” (melhor performance masculina) e Danilo na “Biggest Wave” (maior onda). Mas, como diz a sabedoria popular, isso já são águas passadas... Na atual temporada, a troca de postos do El Niño pela La Niña trouxe maior escassez de swells gigantes e, consequentemente, um número menor de candidatos nas seis categorias do prêmio. Mavericks e Waimea quebraram apenas uma vez, e quem roubou a cena foram as montanhas líquidas de Jaws. Sim, eu sei que em Maui foram surfadas as ondas vencedoras na maioria das edições do XXL. Porém, quem iria imaginar que o favoritismo de Jaws se daria por ondas desbravadas à
Koxinha em Punta Docas, Chile.
bruno leMoS
aKiWaS
Danilo Couto na remada em Jaws.
moda antiga, ou seja, no braço? Por essa ninguém esperava... O melhor de tudo isso é que as melhores desta sessão foram surfadas por brasileiros. Danilo Couto mandou no pico e pegou um direitão alucinante, que você confere na matéria “O Dia D” nesta mesma edição. Não satisfeito, ele ainda pegou uma esquerda muito grande pra desbancar de vez os medalhões gringos que estavam na água. Se Danilo não levar os $50 mil dólares da Ride of the Year, chegaremos ao status de marmelada máxima transmitida ao vivo mundialmente via webcast. Mas eis que aos 47 minutos do segundo tempo Shane Dorian pegou, também na remada em Jaws, uma onda insana e jogou pra dentro... Não saiu, mas agora é o concorrente direto de Danilo e, como o havaiano é patrocinado pelo patrocinador do evento, a coisa pode complicar para o brasileiro. Outro grande favorito brazuza é Rodrigo Koxinha, que pegou uma morranca pra lá de 50 pés em um outer reef chileno e está nas cabeças da Biggest Wave (maior onda da temporada). Koxa recebeu recentemente um e-mail do diretor do XXL, Bill Sharp, pedindo mais imagens daquele swell no Chile e informando que a sua onda está entre os top 5 para a premiação na Califa. Mais um forte indício de que se não houver roubalheira, o brasileiro engorda sua conta com os merecidos $15 mil dólares. Maya Gabeira também está com o favoritismo e deve acumular o seu quinto título consecutivo, levando a merreca de $5 mil dólares. A festa de premiação do Billabong XXL Big Wave Awards 2011, que distribui um total de $30 mil dólares, acontece no próximo dia 29 de abril no The Grove Theater, na cidade californiana de Anaheim.
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aSpWorldtour.CoM
SLATER imPERA Em SnAPPER O decacampeão do mundo Kelly Slater começou sua trajetória pelo 11º caneco vencendo a primeira etapa do World Tour 2011, em Snapper Rocks, Austrália. Em condições nada favoráveis, com ondas de meio metro balançadas pelo vento maral, o Careca venceu na final Taj Burrow, campeão do ano passado, pelo placar de 11.20 contra 10.17. Com a vitória, Slater começa liderando o ranking com 10 mil pontos e mais 75 mil dólares na conta bancária. Dos brasileiros, Alejo Muniz e Adriano de Souza foram os destaques. Alejo em sua estreia no WT foi o melhor brazuca na competição, perdendo nas quartas de final para Jordy Smith. Mesmo parando nas quartas, o estreante venceu um confronto histórico no round 4 contra os australianos Taj Burrow e Joel Parkinson. Já Mineirinho surfou muito bem durante todo o evento, mas perdeu para Taj no round 5 em uma decisão polêmica. A próxima etapa do World Tour vai rolar entre os dias 19 a 30 de abril em Bells Beach, também na Austrália. A pergunta que não quer calar: Será que Slater vai brigar pelo décimo primeiro título mundial?
Será que KS10 vira KE11Y esse ano?
QUiKSiLVER PRO 2011 1 Kelly Slater (EUA) 2 Taj Burrow (Aus) 3 Tiago Pires (Por) 3 Jordy Smith (Afr) 5 Alejo Muniz (Bra) 5 Brett Simpson (EUA) 5 Matt Wilkinson (Aus) 5 Dusty Payne (Haw) 9 Adriano de Souza (Bra) 13 Jadson André (Bra) 13 Heitor Alves (Bra) 25 Raoni Monteiro (Bra)
pedro Monteiro
LEAnDRO BASTOS LEVA Em QUiSSAmÃ
Leandrinho voltou do Hawaii instigado para a vitória.
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O local do Recreio Leandro Bastos começou 2011 com o pé direito. O carioca venceu a primeira etapa do Circuito Carioca Profissional realizada em Quissamã, litoral norte do Rio de Janeiro. Com boas ondas de 1 metro nas séries, a praia da Barra do Furado foi o palco perfeito para a disputa das finais. Em uma bateria muito acirrada, Leandrinho superou o paraibano radicado no Rio Jano Belo, o ex-top do WT Léo Neves e o local do Arpoador Simão Romão. O vice-campeão Jano Belo foi quem chegou mais perto do título, mas Leandro, ao somar duas notas na casa dos seis pontos, garantiu a vitória, dedicada ao amigo e à namorada. “Dedico essa vitória CiRCUiTO CARiOCA pra minha namorada e ao Jano Belo, meu RESULTADoS DA 1ª ETAPA: parceiro de viagem 1o. Leandro Bastos – RJ e adversário, que me 2o. Jano Belo – PB 3o. Leonardo Neves – RJ emprestou a prancha 4o. Simão Romão – RJ para disputar o evento”, 5o. Gustavo Fernandes – RJ disse Leandrinho, que 5o. Magno Pacheco – SP doou uma prancha para 7o. Ian Guimarães – RJ o surfista local Marcus 7o. Flavio Costa – BA – RJ Junior, de 12 anos.
CaROLiNa
Veronezi 19 aNOS
FotoS: Fred roZÁrio
A bela Carolina Veronesi encanta a todos por onde passa. Estudante de Direito, atualmente trabalha como modelo e há pouco tempo participou do programa Casa Bonita, do Multishow, que segundo ela foi muito importante, pois a ajudou a ter mais desenvoltura na sua profissão e proporcionou outras experiências, como pular de asa delta e praticar aparelhos de circo. Dona um corpo perfeito, a carioca diz que se alimenta bem, além de praticar Muay Thai e Pole Dance para manter cada curva no lugar. Nos finais de semana, a gata gosta de ir à praia do Pepê e sair com suas amigas para curtir uma balada ao som de Hip Hop e Eletrônico. Para Carol, o surf é um esporte super interessante e que dever ser muito gostoso de praticar, já que trabalha todos os músculos do corpo e te deixa em contato direto com a natureza. A modelo, que já viajou para os EUA, diz que seu plano no futuro é conhecer o sul do país e fazer um tour pela Europa, como também ter seu trabalho reconhecido e conquistar a independência financeira.
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mAiS FOTOS DESTA E OUTRAS miSSES Em nOSSO SiTE.
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FotoS: pedro tojal
Rasta em um dia clássico na Índia.
A nOVA SACADA DE TAYLOR STEELE PoR: TIAGo GARCIA
NEwS: - O Santa Barbara International Film Festival, em Santa Barbara, Califórnia (EUA), foi o local da estreia mundial do filme Deeper Shade Of Blue, do cineasta australiano Jack McCoy. Ainda não há previsão de lançamento para o Brasil. - Kerrazy Kronicles, dirigido e protagonizado pelo mestre do aéreo Josh Kerr, será lançado no dia 16 de março no Lido Theatre em Newport Beach, Califórnia (EUA).
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dos mestres do estilo Machado e Rastovich. Rob encaixa seu surf com maestria nas esquerdas cavadas e perfeitas do norte peruano, já conhecidas por muitos surfistas aqui. E Rasta surfa direitas indianas perfeitas e tubulares, que lembram bastante as ondas que rolavam ao lado do píer da Barra da Tijuca. Apesar da belíssima fotografia, Castles in the Sky é quase inteiramente em câmera lenta. Isso funciona e é apropriado para o gênero, porém alguns podem achá-lo monótono depois de certo tempo. A trilha sonora é muito boa. Taylor se preocupou em utilizar músicas que fossem tocadas por instrumentos originais dos países retratados e traz composições originais de Machado e Dan Malloy, além de bandas como Years Around the Sun e Fleet Foxes. o filme é muito bonito e interessante até para os não surfistas, que poderão apreciar o belo exotismo desta última produção de Steele. o californiano mostra que ainda está aberto para novos caminhos artisticamente. É possível que já esteja cansado da fórmula que o consagrou ou que ainda queira provar do que é capaz. Quaisquer que sejam seus motivos, eu aguardo ansioso por mais uma produção sua nesse formato. Embora possa apreciá-los, em minha opinião o modelo Momentum nunca ficará cansativo, principalmente porque o foco é a performance de um esporte que sempre está em constante evolução. Castles in Sky tem distribuição exclusiva da VAS e já está sendo vendido no Brasil. Para mais informações, acesse http://videoaction.com.br
TOP 10 ViDEOS: Por Jean da Silva
Wake Up Madness Bonjour K in Color Innersection Modern Collective Fanning the Fire 3 Degrees Foqueiu 2 Mick, Myself & Eugene
ÁlVaro FreitaS
Grande parte dos filmes de surf no mercado é focado na performance de surfistas que se destacam com manobras inovadoras (leia-se variações de aéreos). Claro que bons tubos em lugares paradisíacos também fazem parte de um bom filme de “surf performance”, um gênero criado por Taylor Steele com o lançamento de Momentum em 1991. Em 2006, o californiano lança Sipping Jetstreams com uma abordagem, artística, diferente daquela que o consagrou como diretor. Seu foco é o lifestyle e toda aventura que envolve viajar atrás das ondas em lugares como Cuba e Egito. E em seu último lançamento, Castles in the Sky, ele segue o mesmo caminho. A ideia de Taylor é mostrar a busca por alguma coisa fora do alcance e, para isso, leva o espectador a uma jornada cultural e exótica em picos inexplorados do planeta. o prólogo fornece uma visão interessante dos bastidores e dos problemas enfrentados pela equipe em suas remotas locações. Castles in the Sky traz no elenco Jordy Smith, Dane Reynolds, Rob Machado, Dave Rastovich, Kalani Robb, Dan Malloy, entre outros, surfando no Vietnã, Peru, Islândia, Índia e África do Sul. No total, o filme apresenta esses cinco países e tirando o Peru e a África do Sul, os outros têm pouca ou nenhuma experiência com a cultura surf. Não há diálogos, mas sim curtas narrações em off antes do clipe de cada país e todos eles são caracterizados por uma paisagem única e deslumbrante. Ainda que a performance do elenco seja muito boa em termos de manobras, você não verá nada que não tenha visto antes. Há muito mais foco no estilo de vida do que no surf progressivo. Por esta razão, as duas melhores sessões são
O carioca Lucas Silveira, de 15 anos, vem sendo apontado como uma das maiores promessas do surf de ondas grandes brazuca. Luquinhas, que se joga desde os 13 anos nos maiores swells durante a temporada havaiana, em picos como waimea, Pipeline e Off The wall, trocou uma ideia com a Surfar direto do North Shore. PoR: RoGER FERREIRA Como essas últimas quatro temporadas no Hawaii contribuíram para a sua evolução? É essencial pra todo surfista que quer se tornar um profissional vir para o Hawaii e passar um bom tempo surfando aqui. E a evolução acaba vindo com o tempo. Na minha primeira temporada, por exemplo, eu tinha 11 anos e ficava no canalzinho de Pipe. Aí na segunda, entrei em mares um pouco maiores. Já na terceira, eu ficava no pico, disputava as ondas das séries e caí um dia na baía de Waimea com séries de 30 pés havaianos. Qual foi o maior perrengue que você passou surfando no North Shore? Um dos maiores perrengues que tive foi na temporada passada (2009/10). Eu estava caindo em Waimea no dia de Natal e entrou uma série que os locais disseram que não rolava há mais de 20 anos. Ela veio muito lá fora e varreu todo mundo, tinha mais de 30 pés. Depois disso, fui surfar num mar de 12 a 15 pés lá e parecia que eu estava caindo numa valinha do meio da Barra no Rio (risos). Quais foram os melhores mares que você pegou nessa atual temporada? No começo da temporada, eu peguei em Rocky Point o meu melhor tubo no Hawaii. Foi num mar de 6 pés com muitos tubos em que estávamos só eu e mais dois bodyboarders na água. Um daqueles mares que vão ficar gravados na memória. Mas, com certeza, foram em Pipeline e Backdoor, que a meu ver são a prioridade da galera aqui, que eu peguei os dias mais clássicos. Também surfamos em Phantons (outside de Velzyland) em um dia que
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caímos em Waimea pela manhã. E como estava muito crowd, partimos à tarde para Phantons. Fizemos uma session muito boa, sozinhos, com uns 15 pés pra mais de ondas. Você faz algum trabalho físico especial pra encarar esses mares sinistros com apenas 15 anos? Cara, quando estou em Floripa, onde moro atualmente, eu faço natação e muita apneia, que pra mim é essencial, não só pra surfar onda grande, mas também pra dar aquele pique de remada na competição e tal... É muito importante estar com um bom fôlego. Também faço um treinamento funcional específico pro surf na bola de pilates, uma atividade que é difícil de manter na rotina quando se está viajando e que procuro fazer sempre que estou em casa. Qual o seu recado para a molecada que pretende ser surfista profissional, mas que ainda treme na base na hora de cair em Pipe, Waimea e outros picos havaianos? Eu acho que não pode ter pressão pra cair nesses lugares. Quando eu era menor, tinha muito medo de pegar essas ondas e acabou que veio com o tempo esse lance de me tacar mais. Mas um lance que eu faço quando entro no mar grande é pegar logo a primeira que vem, mesmo se for a onda errada e eu vacar feio de cara. Daí eu me solto pra pegar as próximas boas... Mas isso não é muito indicado! (risos). o melhor mesmo é ir se soltando com o tempo, ganhando confiança e elevando seus limites.
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nilton batiSta bidu
pedro tojal
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austrália
ESPECIAL
3 ANOS EXPEDIENTE
Equipe Surfar no oeste australiano.
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