IAN COSENZA, PIPELINE
PEdRO tOJAL
ÍNDICE R
A Redescoberta
54
Laje em Saquarema é surfada pela galera do Tow-in.
Hawaii 2009 Parte II
62
Uma temporada com poucos, mas perfeitos swells.
Perfil Marcelo Biju
82
A vida do brasileiro mais black trunk de todos os tempos.
Stand Up Paddle
88
Resgatado nas origens para o surf contemporâneo.
Guaratiba: Segunda Santa
96
Indonésia ou Mundaka? Nada disso! Guaratiba clássico.
Miss Surfar
102 PIPelIne.
Na edição de aniversário trouxemos um presente. Renata Rossati.
www.revistasurfar.com.br
EDITORIAL R UMA SACUDIDA NO MERCADO Chegamos à edição de aniversário comemorando o crescimento para 120 páginas. Sabemos que isso é só o início de um trabalho e que ainda teremos muitos desafios a enfrentar. Mas é sempre bom lembrar que a proposta da Revista Surfar não é ser apenas mais uma revista. Um dos objetivos do projeto é levantar o esporte no Rio, que hoje vive um bom momento. Temos muitos profissionais envolvidos, desde lojistas, passando por representantes, atletas, publicitários, designers, surfistas, jornalistas, uma turma de primeira qualidade. Além de um time de fotógrafos que não deixa a desejar a nenhuma revista de surf.
14
Mesmo com apenas um ano de existência, já estamos fazendo os editores tirarem o traseiro de frente do computador e correrem atrás para conseguirem as melhores fotos. Na última grande ressaca, todas as revistas ligaram desesperadamente para o Rio atrás do material dos fotógrafos. Isso não acontecia há muito tempo. Antes da chegada da Surfar, os fotógrafos estavam abandonados, muitos desistindo da carreira e sem nenhum retorno do material que mandavam para os editores. Hoje você vê através da Surfar que no Rio sempre deu altas ondas! Uma realidade no quintal de casa ao alcance de qualquer leitor-surfista.
PEdRO tOJAL
nesta Foto: a MaGIa doUrada de UM FInal de tarde eM PIPelIne. a sUrFar PerManeceU no HaWaII atÉ o FIM da teMPorada no MÊs de MarÇo. na caPa: Ian cosenZa, atleta carIoca QUe rePresenta o esPÍrIto de UMa noVa GeraÇÃo de brasIleIros QUe bota Pra baIXo no MeIo do croWd HaVaIano. Foto da caPa: Pedro toJal.
Outro ponto importante desse primeiro ano é que na quarta edição ganhamos na capa o selo FSC (sigla para Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal). Isso quer dizer que a Revista Surfar é ecologicamente correta, feita 100% com árvores de reflorestamento. Um produto impresso utilizando papéis certificados FSC produzidos a partir de processos ambientalmente responsáveis e socialmente justos. Na real, o que para alguns pode até parecer uma jogada de marketing, para nós surfistas, que estamos constantemente em contato com a natureza, a preocupação com o meio ambiente já é uma coisa natural e faz parte da nossa tribo.
Mais uma vez gostaríamos de agradecer a todas as pessoas que participaram do projeto da Revista Surfar nesse primeiro ano: os leitores que estão sempre enviando mensagens positivas, os fotógrafos que dedicam suas vidas pelo amor a fotografia, além de tantos outros que de uma forma ou de outra ajudaram a evolução e o crescimento da primeira revista de surf gratuita do Brasil. José Roberto Annibal
15
22
“esse tUbo FoI o MelHor lUGar Para Passar MeU FerIado da seXta-FeIra santa”, dIsse JerÔnIMo VarGas, dePoIs de PeGar altas ondas no alFa barra, eM Frente À redaÇÃo da sUrFar. Foto- Pedro toJal.
23
26
STEPHAN FIGUEREDO APROVEITANDO EM PHANTONS, HAWAII, UMA DAS POUCAS OPORTUNIDADES PARA COLOCAR SUA GUNZEIRA 10 PÉS NA ÁGUA NESSA TEMPORADA. FOTO- BRUNO LEMOS
27
ALvINHO duARtE
dIvuLgAçãO
MUltIrÃo na PraInHa.
o eVento eM coPacabana.
Por UM MUndo MaIs lIMPo Sob o tema “Nosso clima, nossas ações, nosso futuro”, aconteceu no início de abril, no Marriott Hotel, em Copacabana, a sétima conferência do Clean Up The World. Este ano muitos especialistas ambientais se reuniram para debater e apresentar projetos sobre questões como: lixo, reciclagem, educação ambiental, consumo de energia, entre outros. Preocupado com as mudanças climáticas, o projeto Limpeza na praia vem com força total e intensifica o evento Clean Up The World/Dia Mundial da Limpeza 2009. A ação, que tem data marcada no dia 19 de setembro, acontecerá em 125 países, reunindo cerca de 35 milhões de pessoas ao redor do mundo, simbolizando uma união mundial e dedicação em prol de um mundo mais limpo, consciente e saudável para a humanidade. O evento mundial reúne voluntários em tarefas como remoção de lixo das ruas até plantação de árvores. No Brasil, a iniciativa é capacitada pelo Instituto Aqualung. “Essa ação visa ampliar a conscientização, reforçar a educação ambiental dos usuários em relação ao lixo lançado nas praias e fazer uma coleta seletiva que será doada a instituições de reciclagem”, declara o coordenador da ONG, Hildon Carrapito. Quase dois terços de todo lixo que é encontrado pelos voluntários do projeto Clean Up the World são algum tipo de detrito não degradável em curto prazo. São canudinhos, pontas de cigarro, cotonetes, chinelos, restos de redes, linha de pesca, cordas, sacos plásticos, entre outros. Abandonados no mar, estes materiais permanecem nesse ambiente por muitos anos e acabam matando inúmeros animais por asfixia ou inalação. Identificar as fontes de poluição, dar conhecimento à população sobre os riscos dos resíduos nos ambientes aquáticos e tentar pressionar os governos a adotar medidas de controle, são importantes metas deste evento. Maiores informações: Site: www.aqualung.com.br Email: limpezanapraia@institutoaqualung.com.br Telefones: (21) 2225-7387 e 9288-3860. Falar com Anna Turano ou Hildon Carrapito.
30
cada UM FaZ a sUa Parte Está cada vez mais comum ouvir falar em mutirão da limpeza. A necessidade de preservar o meio ambiente despertou grupos de amigos, associações, ONGs e iniciativas pessoais a fazerem com que a onda da limpeza invada as praias do Rio. Foi o caso da surfista Ângela Bauer, que criou o projeto Surfecologia a partir da consciência de cuidar do meio ambiente. O evento foi realizado no início de abril na Prainha com a participação da Asap (Associação de Surf da Prainha) e também contou com a presença de Melissa Gergull, campeã carioca de longboard, além dos locais da praia. “Estou fazendo um movimento de educação ambiental ligado ao surf. Pego em casa as crianças, filhos e netos dos quiosqueiros e levo pra praia, dou aula de surf, educação ambiental e no final limpamos a praia. É uma iniciativa própria e sem patrocínio para dar o exemplo de que qualquer um pode fazer a diferença e ajudar o planeta. Principalmente nós surfistas”, declara Ângela. Durante o mutirão várias pessoas, inclusive as crianças, se interessam pelo assunto e pedem sacolas para ajudar. “Recolhemos bastante lixo, principalmente na vegetação. A guimba de cigarro foi o que ganhou em quantidade. Depois da limpeza rolou a aulinha para as crianças que tiraram vários pedaços de plásticos da água durante a aula dando continuação a limpeza. Todos entenderam que queremos a praia limpa”, conta a surfista. O trabalho vem sendo desenvolvido aos sábados na Macumba e nos domingo em outros lugares. “Pelo menos uma vez por mês o projeto será realizado na Prainha, que é uma das praias mais preservadas da região, sendo símbolo de vitória contra a exploração imobiliária, movimento organizado pelos surfistas”, afirma Ângela. Maiores informações: www.angelabauer.com
Isabela É o rIo no GroM searcH Pedro neVes É UMa das reVelaÇÕes sUb-14.
Fortalecendo a base no sUb-14 Na última semana de abril, a Oakley e a rede de lojas WQsurf fecharam uma parceria para realização do estadual Sub-14. O conceito do circuito é fazer um evento mais alegre e didático, que apoie o desenvolvimento dos novos surfistas dentro e fora d’água. Esse é o primeiro ano que a categoria Sub-14 tem um circuito exclusivo para eles. Sem dúvida é uma grande oportunidade de trabalhar as categorias de base no estado do Rio de Janeiro, estimulando o surgimento de novos nomes para o esporte. O circuito será em quatro etapas, sendo uma fora do Rio. A primeira tem data marcada para os dias 13 e 14 de junho, no Recreio, e a segunda de 29 a 30 de agosto, em Arraial do Cabo. Categorias: Iniciantes (até 14anos), Infantil (até 12anos), Petit (até 10 anos), Pré-Petit (até 08anos) e Feminino Iniciantes (até 14 anos). A Revista Surfar é a mídia oficial e estaremos com a cobertura completa nas próximas edições. Vamos todos para dentro d’água surfar!
FressUrFers no clIcK ALvINHO duARtE / dIvuLgAçãO
Divulgação
O tradicional evento Rip Curl Grom Search teve sua etapa carioca realizada na Barra com a presença de vários atletas de outros estados. Se na areia rolava muita zoação, na água ninguém queria dar mole para garantir um bom resultado. A competição na Barra registrou recorde de inscritos com 106 surfistas e finais emocionantes. O grande nome do dia foi o paulista Wesley Santos, de apenas 14 anos, que venceu a sua categoria e depois completou a festa, levando a Mirim, disputa principal para atletas com até 16 anos. No Feminino, Vitória Pereira venceu a etapa e o pódio ainda contou com as cariocas Isabela Lima (2º) e Carol Fernandes (3º), além da paulista Priscila Sanches. O incentivo para os pequenos competidores veio da areia com a presença do surfista profissional Bruno Santos, patrocinado pela marca que fez o campeonato. Ao lado da filha e da esposa, Bruninho elogiou a ação de incentivar a nova geração. Antes das decisões, o destaque foi a Jamf Best Trick, uma bateria sem regras, valendo a manobra mais radical, com vitória de Gabriel Medina, de São Sebastião. Na sequência, foi a vez dos caçulas do circuito disputarem as ondas. Dos cariocas a salvação foi Isabela Lima, que venceu o ranking Feminino e vai representar o Rio de Janeiro, ao lado do paulista Gabriel Medina, no evento internacional em 2010, competindo simultaneamente ao WCT Rip Curl Pro, em Bells Beach. Os dois receberão passagens aéreas e bolsas de estudos com intercâmbio cultural.
FreesUrFers eM destaQUe.
32
ARQuIvO PESSOAL
dIvuLgAçãO
Isabela ProMessa carIoca.
Vocês que estão de bobeira na água podem ser surpreendidos a qualquer momento por um fotógrafo. A marca Wave Giant (WG) está invadindo as praias cariocas com o “Surf Session”. São fotógrafos profissionais registrando a galera talentosa que não possui patrocínio, mas que arrebenta no surf. Entre as praias que já receberam o projeto estão as de Santa Catarina, São Paulo e agora as do Rio de Janeiro. O objetivo é valorizar os freesurfers das nossas praias, os surfistas de alma, para que se tornem conhecidos de uma hora para outra, surfando num mar clássico no meio da semana. O surfista clicado recebe um cartão com o endereço eletrônico e tem o acesso da sua foto no site podendo fazer o download gratuitamente. Entre no site e veja se você foi um dos felizardos. www.wavegiant.com.br
Morro doIs IrMÃos coM a Pedra da GÁVea ao FUndo.
QUE O HAWAII SEJA AQUI Por: andrÉ breVes raMos
Praias lindas, água própria ao banho, areia limpa, baleias e golfinhos saltando, tartarugas marinhas saudáveis, vegetação preservada, ar puro, calçadas alinhadas, ciclovia organizada, quiosques com higiene, aparelhos de ginástica bem conservados, pessoas educadas, mulheres charmosas, altas ondas, esportistas, turistas e cariocas felizes. Tudo isso não é um sonho de uma viagem ao Hawaii, mas sim o meu desejo para as praias da cidade do Rio de Janeiro! Desejo que as praias e o mar da cidade maravilhosa sejam muito bem tratados, principalmente por todos os cidadãos que as frequentam, mas também pelos nossos governantes. No período da colonização do Rio de Janeiro, de acordo com costumes da época, as residências mais caras e valorizadas não se situavam perto das praias, mas no centro da cidade, junto do comércio. Literalmente davam-se as costas para o mar. Praia era sinônimo de isolamento. Nos dias de hoje, no entanto, todos querem morar ao lado da praia ou pelo menos todos sabem o valor de aproveitar com os amigos cada momento na beira-mar. Costumo frequentar a praia do Leblon desde criança e não raramente observo que existe na areia lixo de todo tipo, apesar do trabalho de limpeza diário da Comlurb. Esta realmente faz o seu trabalho, porém em alguns momentos deixa a desejar quando coloca poucas lixeiras a disposição dos banhistas. Nos dias de praia cheia, a quantidade de lixeira não dá conta. Além disso, é muito triste saber que a praia que frequento desde criança e que tenho orgulho é imprópria para o banho. Quantas pessoas têm a saúde comprometida devido à falta de saneamento básico na cidade pela irresponsabilidade e incompetência dos nossos governantes? Já passou da hora das comunidades carentes receberem tratamento adequado do
36
PEdRO MONtEIRO
MeIo aMbIente
esgoto e do lixo, e também dos órgãos fiscalizadores penalizarem severamente todos aqueles que lançam esgoto clandestino na rede de coleta. Lembro do episódio da construção da estação de tratamento de esgoto de São Conrado, que passou a desembocar diretamente o esgoto no mar do bairro, aonde os surfistas pegam onda. Tudo isso com a aprovação de uma associação de moradores que queria resolver o problema de qualquer jeito. Infelizmente a população muitas vezes também não ajuda, sendo fácil perceber o descompromisso com a cidade e com o meio ambiente. As praias são emporcalhadas principalmente nos finais de semana, pois após consumir comidas e bebidas no local, muitos não recolhem o seu lixo da areia. Tartarugas, baleias e peixes podem comer os plásticos e o meio ambiente marinho como um todo se degrada. Outros cidadãos insistem em levar os seus caõzinhos para passear na areia. Às vezes são pessoas esclarecidas, os próprios moradores dos nobres bairros. As crianças e até adultos podem se contaminar com bactérias dos dejetos dos animais e, se queremos ter saúde, temos que colaborar. A população não pode ficar de fora, pois é o fator social mais importante. Aquele que usa e que também poluí. Surfistas, banhistas, pescadores, turistas e não são poucos os que sofrem com a poluição. Sugiro campanhas educativas nos meios de comunicação em massa e nas escolas. A moda deve ser manter a praia limpa. Importantes também são as ações de ordenamento urbano e pró-atividade dos órgãos públicos fiscalizadores, além do desenvolvimento de políticas para o uso do mar. É fundamental incorporar que as praias de tantos encantos é o espaço mais democrático da cidade e, sem dúvida, o nosso maior patrimônio, devendo ser muito bem tratado por todos. andrÉ breVes É bIÓloGo MarInHo e FreesUrFer. abr@bIoloGIa.UFrJ.br
Maya Gabeira, carioca de 22 anos, melhor surfista profissional de ondas grandes do planeta. Sagrou-se tricampeã mundial da melhor performance feminina do XXL Big Wave Awards, a mais tradicional premiação internacional do big surf no último dia 17 de abril e, poucos dias após desembarcar no Rio de Janeiro, concedeu uma entrevista exclusiva para o Por Trás das Ondas, na edição de aniversário da Revista Surfar. Como foi sua trajetória na temporada 2008/09 até vencer o terceiro XXL consecutivo? Não tive um dia sensacional como o Teahupoo que surfei na temporada passada. Mas estive no Taiti, onde treinei com Benjamin Sanchez e João Jabour em Teahupoo; no México, onde fiz tow-in com Coco Nogales em Puerto Escondido; e no Alasca, com Burle, Jamie Sterling e Raimana. Também passei um bom tempo treinando tow-in com Burle e Eraldo aqui no Rio de Janeiro. Mas durante o inverno no hemisfério norte, meu foco foi o Hawaii. Qual foi seu foco principal até o tricampeonato mundial em 2008/09? Evoluir. Tive muitas coisas para superar treinando bastante. Sinto que estou melhorando muito. Esse foi o meu foco principal. Qual foi sua sessão favorita na última temporada? Dois dias que surfei ondas incríveis com o Burle em um outside reef do North Shore. Foi desafiante rebocar o Burle naquelas condições. Comente sua evolução ao longo dos últimos três anos em que venceu o XXL. Minha evolução é fruto de muito treino e muita dedicação. Burle e Eraldo, com certeza, fizeram toda a diferença na evolução que tive no surf rebocado (tow-in). Além do apoio dos meus patrocinadores, Billabong e Red Bull, que cada vez mais me proporcionam a estrutura que necessito como atleta para me focar em só treinar com os melhores equipamentos e nos melhores picos do planeta.
38
BRuNO LEMOS
MaYa trI-caMPeà MUndIal do XXl bIG WaVe aWards
Qual a sua mensagem de aniversário para a Surfar ?
Marcelo Plaisant WQSURF
Vivi Dandolini Representante da Roxy
Gerson Filho Jornalista
Bruno Santos Surfista Profissional
Sou um apaixonado pelo projeto, sinto muito orgulho em ver o crescimento e o interesse cada vez maior do público e das empresas. Parabéns por este primeiro ano tão intenso e que venham os próximos! A revista mexeu com o mercado de surf do Rio!
Fazia tempo que não pegava numa revista para ficar por dentro do que acontece no Rio. Com a internet havia deixado o papel de lado. Ela chega aos lugares, na praia que frequento com qualidade e boas informações.
Só tenho a parabenizar pelo empreendedorismo e coragem de dar um drop difícil, cavar e manobrar forte. Temos o prazer de ter uma revista de qualidade, com pessoas sérias, pautas bem elaboradas, sendo distribuída gratuitamente.
A Surfar é a revista que faltava no Rio. O que mais gosto de ver são as coberturas das melhores ondas que tem rolado no Rio, principalmente as de Itacoatiara e as fotos ficavam sem ser usadas por falta de espaço em outras revistas.
Álvaro Freitas Fotógrafo
João Lojas HB
Fernanda Pontes Apresentadora da TV Jam
Rico de Souza Empresário e surfista
Acho show porque tive a oportunidade de colaborar em todas as edições. Para nós fotógrafos é muito bom termos mais um meio para divulgarmos nossos trabalhos. A Surfar chegou para mostrar o potencial do surf carioca.
Para mim a revista Surfar mostra o melhor do surf carioca e tudo que acontece nas praias do Rio. Parabéns pelo primeiro ano.
Parabéns Revista Surfar por um ano de conteúdo e matérias maneiríssimas. Desejo cada vez mais sucesso!
Acho extremamente importante para o mercado carioca a existência da Revista Surfar. A Surfar sempre trás ótimas matérias e informações para todos nós surfistas. Parabéns pelo seu primeiro ano e por seu excelente conteúdo.
Carlos Burle Surfista profissional
Dudu Campos Marketing Cyclone
Andrea Lopes Tetra campeã brasileira de surf
A Surfar chegou pra preencher o importante espaço de uma mídia regional que tem abrangência nacional e internacional com honestidade, respeito ao esporte e a todos os profissionais do meio.
A revista veio para unir toda a comunidade que tem surf na veia, na alma e no coração. A galera da Surfar faz o nosso esporte ficar registrado em grande estilo.
A revista é a cara do Rio. Gosto do conteúdo em geral, principalmente das matérias de surf feminino. São pessoas do surf de alma que estão por trás da revista.
Iuri Veloso Representante Nike, Urgh, WG, Top Cia e Hurley
40
A revista chegou para cobrir uma lacuna antiga no mercado editorial do surf no Rio. Vida longa para a Surfar!
1
2
5 1 Gustavo Ramos e a alegria antes de entrar na bateria. 2 A felicidade de surfar começa desde cedo. 3 Sem zoação não tem graça! Johnie Botelho, Bruno Baldner, Pedro Neves, Daniel Munhoz, Samuel Igor, durante a competição. 4 Danilo Souza revelação da pré- petit. 5 Os irmãos gente boa Fernando e Iago Abdala. 6 Daniel Gonçalves, bem acompanhado das atletas Isabela Lima, Taís Soares, Barbara Rizzeto. 7 A gatinha Carol Ribeiro que arrepia nas ondas. 8 Renan Gimenes ainda vai incomodar muito seus adversários. 9 Carol Fernandes, irmã do Pedro Henrique, saiu da praia com troféu. 10 Um hang loose de Caio Toledo. 11 João Breno, Matheus Rodrigues, Felipe Caputino, 12 Lucas Paes, surfista na veia de berço. 13 Luca Nolasco, Matheus Castanhos prontos para mais uma session. 14 Mateus Brilho bem equipado. 15 Galera da nova geração apoiando a Surfar. 16 Uelinton Silva já se acostumando com o pódio. 17 Na chuva ou no sol, Sandrinha não dispensa um dia de surf.
42
3
6
9
7
8
10
12
15
4
11
13
16
14
17
fotos: Álvaro Freitas (1,12), Alan Simas (6,10,14), Annibal (2,3,4,5,7,8,9,11,13,15,17,18), Grinaldi Leão (16)
GROMMETS
LANÇAMENTO DO FILME “CHANGES” (RUSTY)
1
2
4 1 Ana Drumond e Thais sorrindo pra Surfar. 2 As gatas do surf carioca Michelle, Gabriela,Terra, Estrela e Tais. 3 Na People, Duca (Rusty) com Mario (Jamf) e sua esposa Ana. 4 Os especialistas em aéreos Leo Hereda e Tripa com a girlfriend Marcela. 5 No Baixo Gávea, o charme da apresentadora Vivian Guimarães. t6 Rodrigo com as amigas, Alessandra Schllanger e sua filha Michelle. 7 Carol curtindo a noite com a amiga. 8 Luciano comemorando o sucesso da Rusty no Rio com o freesurfer Bezinho e o fotógrafo Minduin. 9 Grimaldi, editor executivo da Surfar e as meninas do surf feminino. 10 A rapaziada que faz uma frente; Rodrigo Kotait e Raphael “Queixinho”. 11 A catarinense Fernanda Goeth, dançarina do Luciano Hulk, aprovou a Surfar. 12 Party girls! 13 Pedrão (Quiosque da Prainha) e esposa na People. 14 O surfista profissional Sávio Carneiro e Marcelo Andrade da Abrasp.
44
3
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14 fOtOS: MANOEL CAMPOS
QIXQIX
ESTRÉIA DO SURF ADVENTURES 2
1
4
8 1 Bernard foi conferir a atuação do filhão Phill Rajzman. 2 O narrador do filme Helio De La Peña e Marcos Sifú, um dos protagonistas. 3 Nova geração Global do surf; Caio Vaz e Diogo Novaes 4 Os brothers; Fedoca, Ramon, Roberto Moura, Trekinho e Guilherme Gross. 5 As belas Marcela e Fernanda. 6 O shaper Gustavo Kronig e esposa. 7 Raoni Monteiro e Natalia. 8 A camaradagem dos atletas Trekinho e Scooby. 9 O elenco da novela Três irmãs: Paulinho Vilhena, Breno Leone, Marcelo Novaes e o filho Diogo, Caio Vaz e cia. 10 O shaper Claudio Hennek. 11 Zé Alla e filhos. 12 Edgar da 2SURF e família. 13 O ex- profissional Ricardo Tatuí. 14 O casal Diana e Simão Romão. 15 As apresentadoras Carol Barcellos e Irene Vasconcelos. 16 Ítalo Ferreira, Miguel Pupo que participaram do Surf Adventures e Pinga da Oakley. 17 Bianca Medeiros do Woohoo e amiga.
46
2
3
6
5
9
10
12
15
7
11
13
14
16
17 fOtOS: PEdRO MONtEIRO
Por: Marcos MYara
CASA REAL A banda Casa Real tem como proposta não só difundir o som Reggae Roots, mas também a verdadeira cultura Reggae. Nesses dois anos de existência e algumas diferentes formações, os caras vêm se apresentando em casas como no Néctar (Vargem Grande), na Ilha Primeira e na Bintang House, a fim de passar adiante a mensagem que trás em suas músicas. Com influências desde os primórdios do gênero como The Skatalites, até clássicos como Peter Tosh, Bob Marley, Gladiators, Burning Spear e Israel Vibration, a banda é certa de agradar “regueiros” de coração ou qualquer apreciador do gênero. Para quem se interessar em assistir ao vivo, fique ligado no Orkut! www.myspace.com.br/reggaecasareal
MADAME MACHADO Com sete anos de estrada, a Madame Machado já tem no seu currículo (além de seu primeiro CD “Sem Pedir Pra Entrar” lançado recentemente) shows com alguns dos maiores representantes do seu gênero. Em abril foi banda de abertura para ninguém menos que Less Than Jake, no Circo Voador, e ano passado abriu os shows de Goldfinger e Reel Big Fish. O som da Madame segue bem essa linha do “Skacore”, irreverente como é de se esperar, mas com um tom mais “praiano”. O que não surpreende, vendo de onde vieram fazendo shows de graça na praia de Ipanema nos fins de semana. Com letras descompromissadas em português e completadas pela presença dos metais, “a incrível banda que toca Ska”, como se autoentitulam, promete ainda um longo caminho pela frente! Quem quiser ouvir a banda, o CD está disponível no site oficial, com destaque para a faixa quase circense “Tá ruim, mas eu quero” e a faixa “Menininha”, que mostra mais da veia hardcore da banda. www.madamemachado.com.br
RADIO REVEL Com pouco mais de um ano de existência, a Radio Revel já mostra uma direção bem concreta no seu som. Formada por ex-membros de renomadas bandas do cenário underground carioca (Wacky Kids e Eight Microwave) e contando com duas meninas nas guitarras, a banda se destaca pelas harmonias bem elaboradas e linhas de vocais atípicas. Quem gosta do bom e velho hardcore, mas também não se prende somente ao que é tradicional, vai encontrar um prato cheio no contraste de melodias suaves e agressivas que se encontram nesse som carregado de energia. É com essa mesma energia que a banda faz suas apresentações ao vivo e pretende finalizar seu primeiro álbum, previsto para junho. Conforme prontas, as músicas estão sendo disponibilizadas para download no Tramavirtual. Vale a pena checar! www.tramavirtual.com.br/radiorevel
48
fOtOS: dIvuLgAçãO
a colUna sUrFar soUnds teM o IntUIto de dIVUlGar o QUe Merece destaQUe no cenÁrIo de MÚsIca local do rIo de JaneIro.
dIvuLgAçãO REd BuLL
GreG lonG eM dUnGeons.
O BOM E VELHO SURF NA REMADA Por: roGer FerreIra
O surf brasileiro de ondas grandes segue mantendo sua hegemonia. Apesar da fraca temporada no Hemisfério Norte, os big riders brasileiros conseguiram manter-se no topo do cenário internacional. Maya Gabeira sagrou-se tricampeã mundial da melhor performance feminina em ondas grandes, já os towriders Rodrigo Resende e Danilo Couto, após a não realização da segunda etapa do mundial de surf rebocado por escassez de grandes ondulações, terminaram a temporada como vicecampeões mundiais. Rodrigo e Danilo repetiram a colocação de Carlos Burle e Eraldo Gueiros no ranking da APT em 2007. Aliás, as duplas brazucas dominaram as primeiras posições do ranking final da APT (Associação Profissional de Towsurfers), com Everaldo Pato e Yuri Soledade em terceiro, e Sylvio Mancusi e Alemão de Maresias em quarto. Vale ressaltar que apenas uma etapa do circuito, em Punta Lobos, no Chile, foi realizada na última temporada (2008/09). Como vinha prevendo nas últimas colunas, a carioca Maya, que completou 22 anos poucos dias antes da festa do XXL Big Wave Awards 2009, confirmou mais um título mundial feminino em ondas grandes. A brasileira tinha em seu currículo ondas surfadas no Alaska e Hawaii (Phantons e Jaws), enquanto suas oponentes concorreram ao prêmio com apenas uma onda específica cada. Durante a festa de premiação no último dia 17 de abril, na Califórnia, a big rider brasileira fez questão de agradecer a Carlos Burle e Eraldo Gueiros, “aqueles que me inspiram”, segundo mencionou em seu discurso. Burle e Eraldo foram os responsáveis por rebocar Maya para suas performances no Alaska, Phantons e Jaws, além de treinarem bastante juntos no Brasil. Pouco antes da confirmação do terceiro título de Maya, foi lançado no Brasil o longa Surf Aventures 2 - A Busca Continua, que decepcionou. Infelizmente a participação de nossos big riders na maior produção do surf tupiniquim dos últimos anos se restringe a uma onda de Carlos Burle, em Saquarema, e uma outra, bem rápida, de Eraldo Gueiros na baía de Guanabara. Ao longo dos últimos anos, quando o longa foi produzido, nossos surfistas de ondas grandes protagonizam performances espetaculares ao redor do planeta. Japão, México, Hawaii, Taiti, Chile, Califórnia, África do Sul, entre outras localidades
50
inóspitas foram surfadas pelo big team brazuca, que tem no currículo um total de seis títulos mundiais. Só pala ilustrar a falta de reconhecimento, Maya Gabeira tornou-se tricampeã do XXL, é unanimidade mundial, e não teve nenhuma onda sua disponibilizada no filme. No mínimo lamentável. Voltando para ações de sucesso, quem dominou a noite de premiação do XXL 2009 foram as ondas surfadas na remada. A categoria mais imponente do prêmio, a Ride of the Year, foi vencida pelo californiano Greg Long, com uma morra de aproximadamente 20 pés surfada durante o Big Wave África 2008, no pico de Dungeons (foto). A África do Sul levou também a maior onda da temporada, uma bomba gigante do local Grant Baker (parceiro de Long no tow-in) em Tafelberg Reef, pico que assim com Dungeons também se localiza na Cidade do Cabo. Twiggy (apelido de Baker) levou também a melhor performance geral masculina, embolsando um total de vinte mil dólares e um jet ski zerado. Outra surpresa foi o havaiano Mark Healey, que levou o Maior Tubo da Temporada com uma onda surfada em Yeti, no Oregon, EUA. Uma curiosidade de Healey é que, além de ser um dos mais atirados e insanos surfistas da atualidade, ele também é um exímio mergulhador. O havaiano inclusive venceu recentemente uma competição de caça submarina na qual competiu com nomes consagrados do esporte. Para finalizar, a categoria Maior Onda Surfada na Remada da temporada 2008/09 foi vencida pelo americano Derek Dunfee, que surfou no dia 30 de novembro de 2008 em Mavericks, na Califórnia, com uma bomba de aproximadamente 30 pés no braço. O feito de Dunfee foi captado pelas lentes do fotógrafo brasileiro Fred Pompermayer, que embolsou cinco mil dólares. Fim de temporada lá em cima e, cá embaixo no globo terrestre, a época de ondas grandes no Hemisfério Sul teve início com ótimos swells em sequência na costa brasileira. Pelo que tudo indica teremos ondas grandes de qualidade com a descoberta de novos picos, além da realização de duas competições de surf rebocado prometendo fortes emoções nos próximos meses na terra brasilis. Go Big! roGer FerreIra É JornalIsta do carlosbUrle.coM
com a quinta colocação e João Paulo Zampiere, de Búzios, subiu ao pódio para receber o troféu de terceiro lugar. Na final, Gabriel Medina pegou as poucas ondas que apareceram e deixou Jessé sem condição de reagir. Ao sair da água, era visível a decepção do guarujaense. Já Gabriel, que tinha vencido o Rip Curl Groms Seach há um mês na Barra, confirmou sua boa fase em eventos cariocas. “Apliquei a mesma tática de toda a etapa. Comecei pegando uma onda boa e outra mais embaixo para garantir. Agora terei a oportunidade de mostrar meu surf ao mundo inteiro”, disse Gabriel, que garantiu sua vaga para o evento da França. Também vale destacar o trabalho do shaper Beto Santos que fez os foguetes do campeão. A outra vaga será para o campeão da segunda etapa, que acontece nos dias 30 e 31 de maio, na praia de Itamambuca. O evento da França terá representantes da Austrália (2), Nova Zelândia (1), EUA (2), Hawaii (1), Bali (1), África do Sul (1), Taiti (1), Japão (1), Ilhas Reunião (1), Brasil/ América do Sul (2) e Europa (3).
KING OF THE GROMS Numa final dominada por paulistas, Gabriel Medina venceu o tradicional evento Quiksilver King of the Groms na praia do Arpoador.
Os melhores atletas da nova geração do Brasil se encontraram no Rio para disputar a primeira etapa da seletiva sul-americana. Cada evento garante uma vaga para a grande final que acontecerá na França em setembro. Gabriel Medina, que tinha perdido para Jessé Mendes no final de semana anterior em São Paulo, deu o troco no Rio. Em jogo estava toda uma grande rivalidade entre a molecada da nova geração. Essa disputa só faz crescer o nível dos atletas e a evolução do surf brasileiro. Na lista dos 32 inscritos, 16 eram cariocas, mas apenas dois conseguiram GabrIel classIFIcado Para a FInal se destacar. Daniel Munhoz, do Recreio, ficou MUndIal na FranÇa
52
JoÃo ZaMPIere FoI o rIo na FInal.
o VIce-caMPeÃo JessÉ Mendes.
fOtOS: PEdRO MONtEIRO/dIvuLgAçãO
GabrIel MedIna VeIo MaresIas Pra Vencer no arPoador.
53
eraldo GUeIros desaFIando a ‘onda MUtante’ da laJe de ManItIba.
Big Riders abrem a temporada de ondas grandes desbravando uma laje no Rio de Janeiro. Por: roGer FerreIra Fotos: Manoel caMPos
eraldo GUeIros
54
roberto cantonI VeIo de sÃo PaUlo se aVentUrar nas Morras do rIo.
A laje de Manitiba, localizada na região de Saquarema, litoral Norte do Rio de Janeiro, foi desbravada ainda na década de 70, quando lendas do surf brasileiro como Ricardo Bocão, Otávio Pacheco e Betão , começaram a surfar na remada a “slab” (cabeça de pedra), que fica a aproximadamente 300 metros da praia. O pico é propício para receber grandes ondulações, porém, como a onda quebra muito cavada sobre uma rasa bancada de pedras, não é aconselhável surfar na remada quando as ondas passam dos 6 pés. “Da areia até parece ser possível remar para a onda. Mas só quando se vê a laje de perto é que temos a real noção do perigo”, relatou Marcos Monteiro, big rider e salva-vidas de Saquarema. Após a fraca temporada de ondas grandes no Pacífico Norte, Carlos Burle e Eraldo Gueiros retornaram ao Brasil no início de abril. Instigados a voltar a treinar, os big riders tiveram uma grata surpresa ao cumprir a rotina diária de monitorar os mapas de previsões na internet. Uma movimentação de tempestades teria início no Atlântico Sul, gerando grandes ondulações em sequência na semana do feriado de Páscoa. Burle e Eraldo estavam há alguns anos pesquisando e mapeando lajes propícias para o tow-in no estado do Rio, e definiram formar um time para desbravar o pico e documentar a expedição. Em dois dias os big riders prepararam toda a logística e partiram para a
“...só quando se vê a laje de perto é que temos a real noção do perigo.” Marcos Monteiro
Região do lagos. “Logo que chegamos ao Rio a previsão era de uma semana com ondas que há muito tempo não víamos. A correria foi grande para poder organizar tudo, como os jets com seus respectivos equipamentos e, principalmente, o time que iria participar do projeto”, comentou Carlos Burle. A equipe teve que estudar bem o local para surfar as “ondas mutantes”, que tornam as manobras imprevissíveis e de alto risco na laje por quarto dias consecutivos. No melhor dia da primeira e histórica sessão, séries inacreditáveis fechavam o horizonte e marchavam volumosas até encontrar a rasa bancada de pedras, formando paredes ocas, tubulares e bastante assustadoras de até 12 pés. A divulgação desta ação tornou o pico conhecido e cobiçado no Brasil e exterior. Duas semanas após a expedição bem sucedida, a previsão de um novo grande swell na costa brasileira fez com que a dupla reunisse novamente sua equipe, reforçada desta vez por Maya Gabeira, a fim de voltar a Saquarema para treinar na laje.
55
BEtO PAES LEME
acIMa: VIsUal da laJe de ManItIba. ao lado: MaYa GabeIra nÃo se IntIMIdoU coM o PoWer do PIco. FraMe: carlos sanFelIce.
No dia primeiro de maio Carlos Burle, Eraldo Gueiros, Maya Gabeira, Sylvio Mancusi e Haroldo Ambrósio, além do pupilo Ylan Blank, e os big riders locais Marcos Monteiro e Patrick Reis, estavam em Saquarema prontos para o swell previsto. Na manhã do sábado a praia de Itaúna amanheceu com ondas grandes e perfeitas. A movimentação começou cedo com toda a logística para colocar os jet skis na água. E após 20 minutos navegando de jet a equipe chegou ao pico. Ondas de 6 a 8 pés quebravam tubulares sobre a perigosa cabeça de pedra. Do lado de fora, uma verdadeira multidão aglomerou-se para ver o espetáculo, que atraiu também nomes do surf rebocado carioca como Felipe Gama e Renato Phebo. Os towriders se revezaram surfando séries incríveis. Burle, Eraldo e Maya utilizaram toda técnica e experiência nas melhores séries do dia, encontrando espaço também para rebocar Patrick Reis, Ylan Blank, Roberto Cantoni e Marcos Monteiro. Este último surfou um dos tubos mais espetaculares da sessão, sendo muito aplaudido pela galera na areia. “Tive a oportunidade de ficar no
canal observando a técnica incomparável da dupla Burle e Eraldo no tow-in, enquanto aguardava para ser puxado. Agradeço a toda a equipe que participou desse grande momento do surf brasileiro”, comemorou Marcos Monteiro. Ao final de mais uma sessão histórica, todos comemoraram bastante a descoberta de mais um pico perfeito para o surf no litoral brasileiro. “É com certeza uma das melhores ondas para o tow-in do Brasil. O surpreendente é a formação, perfeita, mas pode ser mortal. Ficamos vários dias juntos, numa verdadeira empreitada que nos ensinou muito. No final o resultado foi incrível, pois descobrimos uma laje com condições extremas para o tow-in que, com certeza, irá nos ajudar a treinar e melhorar nosso nível,” disse Burle entusiasmado. Eraldo não conseguiu deixar a emoção de lado. “É espetacular surfar rebocado uma onda de nível internacional no Rio, pertinho de casa. A temporada de ondas grandes por aqui teve início com força total. Nos próximos swells estaremos em Saquarema, aproveitando para evoluir e treinar nessa laje no quintal de casa.”
“É espetacular surfar rebocado uma onda de nível internacional no Rio, pertinho de casa.”
56
Eraldo Gueiros
o local casca-Grossa Marcos MonteIro eM seQUÊncIa no MelHor tUbo da sessÃo.
57
“É com certeza uma das melhores ondas para o tow-in do Brasil. O surpreendente é a formação, perfeita, mas pode ser mortal.” Carlos Burle
bUrle atacando de bacKsIde na laJe. FraMes: carlos sanFelIce.
58
a dUPla de toW-In GUarUJaense sYlVIo MancUsI (acIMa), e Haroldo aMbrÓsIo (abaIXo), conFerIndo a bancada eXtreMa eM saQUareMa.
59
sUnset eM UM dIa de Gala. a onda MaIs deMocrテ》Ica do nortH sHore.
62
BRuNO LEMOS tEXtO: PEdRO tOJAL
Foi-se o tempo em que o surf corria contra o sistema. surfistas com alma hippie se largando em qualquer lugar com equipamento precário, levando uma vida simples e com pouca grana. não que eles não existam, mas estão cada vez mais raros de se ver. Quem no Hawaii nos anos 80 poderia pensar que a bolsa de valores poderia influenciar no crowd em Pipeline? Pois é, os problemas econômicos do mundo afetaram o surf de maneira estrondosa. a tal crise que o lula chamou de “marolinha” virou uma onda grande e quase varreu todos no canal. Indo na contramão da crise, a revista surfar mandou sua equipe cobrir o final de uma temporada havaiana recheada de perrengues, noitadas, churrascos e com poucos, mas perfeitos swells.
63
dePoIs de alGUMas teMPoradas de dedIcaÇÃo stePHan FIGUeredo JÁ conQUIstoU seU esPaÇo eM PIPelIne.
64
Como o famoso camping que ficava em Rocky Point conhecido por "Roquinha" (uma referência à favela da Rocinha) foi derrubado em 2008, pelo que podemos chamar de “Choque de Ordem havaiano”, os brasileiros mais duros tiveram que improvisar. Uma dupla de cariocas que passou aquele perrengue de sempre foi o Felipe "Gordo" Cesarano e Diego Silva. "Ficamos em uma casa abandonada. Depois que o dono descobriu e nos expulsou, tivemos que montar a barraca na garagem do Alessandro Costa, um amigão paraibano que mora no Hawaii. Como a casa dele não é muito perto da praia, compramos um carro, que por sinal serviu de casa depois que o síndico do condomínio dele descobriu nossa barraca ocupando uma vaga e o carro outra. De lá montamos um barraco no meio do mato atrás da casa do lendário brasileiro André da Montanha. Depois de sermos denunciados pela vizinhança e abandonar mais essa base, acabamos acolhidos no melhor pico que poderíamos ficar no North Shore, na ex-casa do Gerry Lopez em Pipeline, onde estavam morando o surfista Pedro Manga, o filmmaker Henrique Daniel e os fotógrafos Pedro Tojal e Bidu.", disse Diego na sua vida de cigano. Como roubada é uma coisa normal no Hawaii pra essa rapaziada, outro carioca que teve que se virar foi Ian Cosenza. "Conheço um havaiano que tem um galpão em V- Land, paguei uma graninha e fiz desse espaço uma casa com quartos, sala, cozinha e banheiro. Deu até pra alugar alguns cômodos pra uns brasileiros que estavam quebrados (risos)", completou Cosenza. Além desses esquemas "meio" precários, a dica é alugar um quarto nas casas dos brasileiros Cezinha, Marcio Paraíba ou do fotógrafo Bruno Lemos (por volta de 40 dólares por dia). Outra opção é ficar no BackPackers perto de Waimea (30 dólares por dia), alugar uma casa ou gastar uma grana mais alta e se hospedar em um resort mais ao norte, em TurtleBay.
PEdRO tOJAL
AS BASES
BIdu
STRIP CLUB NA CHEGADA
PEdRO tOJAL
PEdRO tOJAL
Como sempre um amigo, ou no meu caso cinco, vieram me buscar no aeroporto. Isso no Hawaii é comum entre a brasileirada, já que um táxi para o North Shore custa mais de 100 dólares. Depois de empurrarmos a van ano 70 em pleno terminal de desembarque havaiano e ligar o carro no tranco, partimos para um strip club. Isso mesmo! Já sabendo que não haveria onda no dia seguinte, a galera usou a desculpa de me pegar no aeroporto para dar um balão nas esposas e curtir uns peitões de fora. Acabou que a grana do táxi teve outra utilidade!(risos)
FelIPe cesarano droPoU VÁrIas boMbas eM bacKdoor e FoI tIrar UMa boa soneca no acostaMento.
65
66
JonH JonH Florence, 16 anos, no caMInHo Para ser UM dos MelHores do PIco eM PIPelIne.
67
PEdRO tOJAL
68
acIMa: VIsUaIs do ParaÍso. a Molecada da trIP: Gordo, FUn, GaleGo, bIdU,FÉlIX, Ian e HenrrIQUe. nesta Foto: lonGboarder ProVando QUe É PossÍVel tIrar tUbo eM PIPe. ao lado. UMa Hora teM QUe Parar Pra coMer! toJal, cesarano e Ian cosenZa no ranGo.
RANGO APÓS O SURF
fOtOS: PEdRO tOJAL
A verdade é que entre V-Land e Waimea não existem muitas opções de alimentação. A padaria Ted's Bakery em Sunset, um ou outro quiosque vendendo camarão e o mercado FoodLand são os lugares mais procurados nessa região. Se você estiver de carro e disposição para dirigir 20 minutos até Haleiwa todas as vezes que for comer achará mais opções, como o clássico Mc Donald's, o fast food local L and L, o delicioso Ku'uaina Burger, SubWay, PizzaHut, enfim, tudo que um turistão pode querer nos EUA. Como o orçamento da galera do surf normalmente é apertado, fazíamos compras no Costco, um supermercado ao estilo Makro, local que tudo vem em grande quantidade. Abastecidos de miojo, carne de hambúrguer, bacon e molho de tomate, não precisávamos comer fora. Quando comíamos era promoção de um dólar no Mc Donald's ou a pizza gigante de 10 dólares do Costco.
69
o GaÚcHo Pedro ManGa FaZ Parte dessa noVa GeraÇÃo QUe sUrGIU e VeM se JoGando nas ondas Pelo MUndo aFora coM PerForMances de alto nÍVel. na Foto, beM acoModado eM oFF tHe Wall.
70
71
PEdRO tOJAL
PEdRO tOJAL
Ian cosenZa , estaVa no lUGar e na Hora certa, GeralMente PrIVIlÉGIo sÓ dos locaIs de PIPelIne. resUltado: leVoU a caPa da edIÇÃo e essa PÁGIna de brInde. ao lado, PHIl raJZMan MostroU aos FotÓGraFos do MUndo todo PorQUe É caMPeÃo MUndIal. bacKdoor PerFeIto!
72
NOITADA
PEdRO tOJAL
Como essa temporada não deu muita onda, frequentamos mais as noitadas havaianas do que em outros anos. Em questão de diversão noturna pode ser chamado de "MorteShore", tendo em vista a falta do que fazer. A boa desse ano acontecia as terças, na boate Moose, em Waikiki. O motivo pelo qual elegemos um evento de terça-feira
TRANSPORTE NA “LOUCOMOTIVA” Ironicamente no Hawaii não se pode transportar prancha no ônibus. Você pode levar skate, cachorro e até bicicleta, mas prancha não. Como no final de janeiro a dupla Gordo e Dieguinho ainda estavam morando em uma garagem, a solução foi comprar um Volvo ano 80, que custou 600 dólares, só que com os freios totalmente gastos. Como não queriam gastar mais no concerto, o carro acabou sendo apelidado de "Loucomotiva", pelo barulho de trem freando e pelos loucos que transportava, eles não consertaram os freios. "Fomos realmente muito sortudos. Rodamos mais de um mês com a Loucomotiva, fizemos noitadas, surf trips, compras e o freio do carro foi acabar só no último dia de viagem e ainda por cima no estacionamento do Wal Mart! Imagina se acabasse na estrada ou depois de uma noitada? Nosso anjo da guarda trabalhou duro!", concluiu Gordo rindo, mas percebendo a loucura que fizeram.
BIdu
Reza a lenda que no North Shore não tem mulher. Não sei quem criou isso, talvez algum surfista não querendo deixar a namorada enciumada. Basicamente são três as tribos de garotas: as surfistas, é claro, as "Maria Parafinas" e as que vão para o “work experience”, uma forma de intercâmbio profissional. A catarinense Lilian Pacheco, uma "Maria Parafina" assumida diz: "Hawaii é tudo, né! Praia, sol e vááários surfistas gatos... Do que mais eu preciso?" "Aprender inglês no paraíso e ainda ganhar para isso foi o que me trouxe para cá", explicou a curitibana Flávia Chuchu, que foi estudar e trabalhar no Hawaii por três meses.
como oficial? Bebida por um dólar! "Descobrimos uma irada em Honolulu. Era o tal do Dollar Drink. Mulheres do mundo todo completamente bêbadas. Não precisava nem saber inglês pra se dar bem", disse Marcelo Simon, shaper carioca, que hoje mora em Floripa, um dos mais figuras na temporada. Além dessas noitadas, rolaram alguns shows no famoso Pipeline Cafe, como da banda de reggae californiana Groundation e a banda jamaicana The Wailers.
Álvaro Freitas
MULHERADA SOLTA NA PISTA
73
74
75
todos os eleMentos de UM PIPelIne PerFeIto.
o seMblante do FlorIdIano nIls Mostra beM a adrenalIna do MoMento. bacKdoor.
76
fOtOS: PEdRO tOJAL
MIKe brUnett MantÉM a base FIrMe eM PIPe.
77
PEdRO tOJAL CRÉdItOS MOSAICO dE fOtOS: PEdRO tOJAL, BIdu, BRuNO LEMOS E dudA
78
PEdRO tOJAL
Durante os 40 dias em que a equipe Surfar esteve no Hawaii rolaram alguns dias clássicos em Sunset, nenhum maior de 15 pés em Waimea, pouquíssimos em Rocky Point, uns dois muito perfeitos em Log Cabins, vários em Off the Wall e uma meia dúzia em Pipe e Back Door. Mesmo assim, os brasileiros, raçudos como sempre, se jogaram com tudo. "Esse ano foi muito diferente, primeiro porque ficamos a maior parte do tempo morando em Pipeline, o que por um lado é bom, pois se está na frente do melhor pico. Mas por outro é ruim, já que não tínhamos muito saco pra procurar outras ondas. Pegamos altas ondas, porém tivemos que penar pra isso.”, disse o freesurfer gaúcho Pedro Manga. O crowd estava um pouco menor. Além disso, uma barca com alguns dos melhores surfistas locais partiu para o Tahiti. Andy Irons, Danny Fuller e a dupla mais fominha que pegam todas, Jamie O'Brien e Reef McIntosh, ficaram mais de 20 dias sem aparecer em Pipe. O melhor mar que rolou durante a nossa permanência foi no dia das triagens para o PipeMaster 2009, em seis de fevereiro. Em condições épicas, as ondas passavam dos 10 pés, lapidadas pelo forte vento terral. Como no Hawaii a lei obriga que os eventos de surf terminem às 16h, os brasileiros não perderam tempo e ao soar da sirene todos partiram para dentro d'água surfar. Esse final de tarde foi abençoado. Tubos, luz incrível e, o melhor, as mais perfeitas que vieram depois do campeonato foram surfadas pelos cariocas por Cesarano e Ian Cocenza (pôster e capa). Nossa equipe também foi iluminada, tanto o fotógrafo Bidu na areia, quanto eu dentro d'água, conseguimos registrar esses momentos mágicos.
ARQuIvO PESSOAL
DENTRO D’AGUA
BRuNO LEMOS BIdu
nesta: eVarIsto FerrreIra nÃo Perde UMa teMPorada Pra Mostrar seU PotencIal nas ondas Grandes. oFF tHe Wall. À esQUerda acIMa: snI eM PIPelIne. eraldo GUeIros na VelocIdade MÁXIMa eM MaUI. Yan GUIMarÃes eM bacKdoor.
o lonGboarder GUarUJaense rodrIGo MUlInHa, coMProVoU coM sUa boa PerForMance, PorQUe o brasIl estÁ seMPre entre os PrIMeIros na cateGorIa. oFF tHe Wall.
79
ATRÁS DA ARREBENTAÇÃO Por FelIPe “Gordo” cesarano
O cara que gosta de surfar, mas não gosta de sentir medo e prefere uma ondinha mais perfeitinha, não vai para o Hawaii. Só que tem gente que gosta de superar o limite, pegar a maior onda da vida e ficar amarradão com isso, tomar a série na cabeça, sentir essa adrenalina, então, o Hawaii é o melhor lugar. Mesmo sendo crowd, consegue-se pegar onda. Em Sunset, você surfa uma onda enorme tranquilo, vai pra Waimea e pode enrrabeirar qualquer um. Quem gosta de onda grande, gosta do Hawaii, só isso.
O brasileiro acaba não tendo opção de pegar, fica no crowd se matando em Pipeline e Backdoor na sobra de uma onda boa. O lugar que a galera se sentia em casa antigamente era Rock Point, que foi apelidado de Rock de Janeiro. Mas esse ano senti que a galera estava investindo em Off The Wall. Uma onda parecida com Backdoor que os locais quase nunca vão. Tem dia que é como se fosse o Brasil, já contei 37 brasileiros na água. Imagina do lado de Pipeline, todo mundo à vontade! A gente tava rindo, gritando alto no pico.
FelIPe cesarano MostroU MUIta deterMInaÇÃo ao PeGar UMa das MelHores ondas do FInal de tarde eM PIPelIne.
80
PEdRO tOJAL
Com o lance do apito, alguns locais ficam na casa da Volcon tomando cerveja e outros na água. Quando alguém enrrabeira, geral apita, batem em uma madeira que faz um barulho enorme. É nessa hora que todo mundo na água começa a olhar e gritar, coitado daquele que se envolveu em confusão. No Hawaii é comum ter muitos surfistas patrocinados, ter os melhores do mundo, se você passar com patrocínio ou sem, acaba sendo indiferente. Os havaianos vão te notar mesmo se você fizer merda ou se começar a mostrar atitude, respeitar e pegar onda grande, daí os caras vão começar a ver quem você é.
81
Por: carlos edUardo osÓrIo ondas GIGantes, correnteZa, coraIs aFIados e localIsMo selVaGeM. Para os QUe PensaM assIM, o HaWaII Pode ser UM lUGar a se teMer, Mas nÃo Para Marcelo bIJU. o carIoca, QUe coMPletoU recenteMente 40 anos, teM HIstÓrIa Para contar e nÃo sÃo PoUcas. MUItos brasIleIros tÊM eXPerIÊncIa de lonGa data no arQUIPÉlaGo QUe resPIra o sUrF, Mas talVeZ nenHUM tenHa VIVencIado o HaWaII coMo ele. bIJU se enQUadroU deFInItIVaMente À cUltUra HaVaIana, coMo PoUcos estranGeIros. o JeIto coMUnIcatIVo, a atItUde, o resPeIto e, PorQUe nÃo, a coraGeM, o FIZeraM ser QUerIdo Pelos PrIncIPaIs locaIs do nortH sHore de oaHU, os caras de Frente da Meca do sUrF MUndIal. aPesar de PreFerIr nÃo FaZer alarde, Marcelo deIXa eXPlÍcIto dUrante a entreVIsta: “soU FIel e leal atÉ a Morte ao coMando central do nortH sHore, o HUI o He’e nalU, os blacK trUnKs.” bIJU ataca de MUItas ManeIras. alÉM do sUrF, ondas Grandes e das FantÁstIcas HIstÓrIas, É estUdante de JornalIsMo, ator e PratIcante de JIU-JItsU e boXe. taMbÉM condUZIU Por anos UM ProGraMa de rÁdIo no Morro do VIdIGal, FoI UM dos PrIMeIros no rIo de JaneIro a ter UM cÃo PIt bUll - MUIto antes da Moda -, teM UM PrÓPrIo docUMentÁrIo, esteVe no ProGraMa do JÔ soares... deU Para entender? entÃo, nas PrÓXIMas lInHas, conHeÇa UM PoUco esse PersonaGeM e, claro, o VerdadeIro HaWaII.
82
ÁLvARO fREItAS
bIJU no PontÃo do leblon, onde tUdo coMeÇoU.
83
Nascido em 1968, no Rio de Janeiro, o contato com o mar veio através do pai, Luiz Leopoldo, seu primeiro herói e de quem herdou o apelido. O pai de Biju foi um grande mergulhador. Com ele, seja A chegada no Hawaii foi num momento delicado. Era normal, auxiliando na pesca submarina ou nadando sobre os ombros para por exemplo, brasileiros evitarem falar em português dentro da fora da arrebentação das ondas, passou a amar e a entender o água. No pensamento de muitos, a descrição poderia significar oceano. “O apelido veio do meu pai, por ser parceiro do Bruno maior segurança. Ao contrário disso, Biju tentava mesmo era se Hermani, mergulhador bicampeão mundial. Ele recebeu o apelido comunicar. Quando via os ídolos havaianos, não hesitava em puxar de Bijupirá, que é o peixe que segue a raia jamanta. Meu pai era assunto. Depois de sessões de surf em picos como Log Cabins, veio um grande mergulhador, saía nos jornais e, como ficava ao lado o dia que marcaria o início do inverno num dos principais picos do dele, eu era o Marcelinho Bijupirá”, conta ele, fã incondicional do North Shore. “Quando deu o primeiro Sunset do ano me falaram: falecido pai. “Ele era um cara lendário no mar, um homem do mar. ‘Hoje você vai ver quem são os locais dentro da água. Hoje verá Começou na caça submarina, onde foi um dos tops, corria de moto o que é o Hawaii’. E eu sempre quis saber quem eram os caras. náutica e passou a transformar e a construir lanchas. Ele também No pico, tinha uma galera do Brasil e, por causa era ligado ao surf, à galera que começou daquele clima, os brasileiros nem se falavam.” no Rio. Quando o Peter Troy, que fez Mas isso não se aplicava a ele. Biju não se milhares de filmes de surf, veio ao Brasil, contentava apenas em estar no Hawaii, queria meu pai esteve com ele”, lembra. fazer parte daquele mundo e as atitudes, embora Apesar do gosto por ondas grandes, a alguns achassem estranhas, fizeram com que primeira vez numa prancha foi num local logo fosse notado pela figura mais importante onde elas praticamente não existem, em dos Black Trunks, um dos fundadores do clube. Angra dos Reis, esquiando na esteira da “O primeiro cara que vi foi o Boby Owens e fui lancha. Já a primeira onda realmente logo falar. Antes também já havia conversado surfada foi na praia do Peró, em Cabo com o Reno Abelira, entre outros. Mesmo com Frio. E o fascínio pelas morras não surgiu aquela tensão fui falando com um e com outro. pelas qualidades no surf. Como ele conta, No outside, falaram que tinha um cara que queria veio mais até por algumas dificuldades. falar comigo. Quando vi era o Eddie Rothman (Fast “No final do Leblon, tive contato com Eddie) lá no line up. No meio daquele clima, disse grandes surfistas. Sempre fui mais durão a ele ‘Sou puro brasileiro e adoro surfar’. O mais e não conseguia fazer o que eles faziam engraçado era que a pintura da minha prancha nas ondas. era igual à dele, uma loucura (risos). O Eddie O jeito de estar ali junto e ter uma história Rothman disse que não tinha problema, podia para contar era me jogar nas ondas. A pegar onda ali com ele.” E conclui: “Uma galera galera gritava e isso foi me incentivando”, achou que era maluco, mas vivi o puro Hawaii. O explica Biju. Eddie Rothman foi educadérrimo comigo, disse O Hawaii, assim como a paixão pelo mar, para relaxar e pegar onda ali. No surf, ele é o cara vinha da infância. Através de fotos e das do Hawaii e do mundo, é o chefe.” revistas de surf, Biju acompanhava tudo. ao lado do PaI, coM o PeIXe QUe deU Sabia todos os nomes, dos surfistas e dos orIGeM ao seU aPelIdo, bIJUPIrÁ. picos, e já tinha fascínio pela cultura. Com a vontade de dropar ondas grandes, foi como juntar a sede com a vontade de beber, e, em 1987, o sonho pôde virar realidade. “A expectativa foi quase de enlouquecer. Não dormia e Sempre acostumado a passar longas temporadas, praticamente falava o dia inteiro no Hawaii”, diz. todo o inverno e início de primavera, na primeira oportunidade Entretanto, o inverno de 87 foi cabreiro para os surfistas brasileiros. no Hawaii Biju acabou contundindo o joelho. Como diz o ditado No ano anterior, um desentendimento com locais havaianos fez o “a males que vem para o bem”, a lesão possibilitou ao brasileiro tempo fechar e, segundo alguns contam, um soco na cara de um se integrar totalmente à cultura havaiana. “Havia machucado o brasileiro valia US$100 de recompensa. Lenda ou não, a verdade é joelho em Laneakea e não podia surfar. Estava dando onda todos que o clima era tenso. “Meu primeiro inverno foi depois que houve os dias e fiquei na depressão total. Nisso, havaianos que caçavam um problema com brasileiros e fui um dos primeiros a chegar após pelas redondezas foram na casa que a gente estava para dar um a temporada que teve esse rolo, no final de setembro. A verdade confere. Apareceram o Rocky, o Kawika, o Terry e o Junior Boy. é que fizeram merda lá. Tem que respeitar a cultura do lugar. Os Mas quando eles chegaram, estava louco com a galera, quebrando caras estão lá e é muito difícil para eles tomar conta daquilo. Acho todas as minhas pranchas. Os caras não acreditaram. Quando vi que eles fazem do jeito certo e sou fiel e leal ao Hui O He’e Nalu. os caçadores, já falei com eles ‘Pô, vocês dão tiro para caramba Sigo a ordem deles até hoje e até a morte. A ordem que vier lá de aqui perto’. Eles acharam engraçado e me chamaram para passar Backyard é o que é. Foram incidentes que acontecem e, querendo na casa deles. A galera falou que eu era louco de ir lá, que iam me ou não, somos invasores. Lá é uma ilha, um lugar pequeno. Quando quebrar.” alguém falta com o respeito dá problema e eu cheguei logo em seguida.”
PRIMEIROS CONTATOS
CULTURA HAVAIANA, SANGUE DE JAVALI E A CASA DA VOLCOM
84
fOtOS: ARQuIvO PESSOAL
bIJU e seU troFÉU.
A amizade com Rocky, o caçador, embora tenha acontecido naturalmente, abriu muitas portas para Biju, que conta sobre a figura lendária. “O Rocky era um cara que chamava a atenção. Ele nem pegava onda, era caçador e andava sempre com a jaula dos cachorros no carro. Falava alto, gostava de montar a cavalo e cuidar dos cachorros. Morava em frente à Sunset. Depois de conhecê-lo, ficava sempre na casa dele. Acabei conhecendo todo mundo, porque todos os amigos do Rocky ficaram meus amigos. Fiz amizades sólidas lá”, conta. Com Rocky, Biju passou a participar ativamente de uma das atividades locais, a caçada de javali. “Tem que ter bons cachorros e treiná-los nas montanhas. O legal é ver os cães brigarem com os javalis. Se forem bobos, o javali mata. O caçador bom tem que saber criar a matilha e tudo gira em torno dela, nós só ficamos perto para ajudar os cachorros. A caçada durava horas, às vezes, virava a noite.”, explica Biju, que conta a história de sua primeira vez: “O Rocky falou que quando eu matasse o primeiro javali teria de beber o sangue e morder o coração do bicho. Disse ser uma tradição. O barulho do javali era infernal, parecia que tinha um monstro ali no mato, e o Rocky pediu para eu ir lá. Quando olharam, já estava dentro da barriga do javali. Os caras não acreditaram e disseram ser brincadeira. Contaram para todo mundo na ilha e o pessoal comentava. Eles gostavam, viam que eu era uma pessoa do bem, que queria viver aquela cultura. Depois levávamos o porco nas costas e carregávamos no meio dos arbustos, ficávamos cheios de sangue. Não era mole não. Às vezes, o javali vinha atrás da gente”, lembra. Muitos havaianos também já foram recebidos por Biju no Brasil, ícones como o campeão mundial Sunny Garcia e o comandante da temida Casa da Volcom em frente à Pipeline, Kai Garcia.
a caÇa de JaValI coMo Manda a tradIÇÃo HaVaIana.
os aMIGos caÇadores WaYne, rocKY e bradreY.
Sobre a casa, que também reúne um time de locais “guardiões de Pipe”, Biju tem uma visão positiva. “O Kai é meu irmão, uma pessoa gente fina e está lá cuidando do North Shore. Já até morou comigo aqui no Rio. O que rola na casa da Volcom é um programa de treinamentos. Os atletas são treinados para fazer as melhores performances e não se perderem nas besteiras da vida. É maravilhoso para a nova geração do surf. O Kai comanda aquilo e conta com vários preparadores para os surfistas melhorarem. Também é em frente ao pico e não deixa aquilo virar bagunça”, diz Biju, muito grato aos amigos da ilha. E finaliza: “Fiquei num grupo que vivia aquela cultura o dia inteiro. Voltava para o Brasil e só pensava nisso. Os havaianos querem deixar aquilo para os filhos, eles cuidam de tudo no lugar. Prestava atenção, chegava ao pico e tinha o maior respeito. Os havaianos me deram carinho, me deram a cultura deles”.
PIPEMASTERS ADIADO Ainda no inverno de 1987, Biju teve a primeira experiência nas ondas havaianas em condições extremas. No dia do Pipe Masters, o principal evento da Tríplice Coroa, séries de mais de 15 pés bombavam em Pipeline. Apesar da lesão no joelho, aquele dia não poderia passar em branco. “Estava sem pegar onda, não conseguia nem dormir. Quando cheguei ao Hawaii havia poucos brasileiros e, como estava machucado, a galera que chegou depois estava achando que eu não caía nos mares. Duvidavam de mim, diziam que eu não pegava onda e só caçava javali. A previsão era de o mar subir para 15 pés no dia seguinte. Quando foram checar, falaram que estava enorme, 15 a 18”, diz. Com a notícia, Biju não pensou duas vezes. Pegou a prancha, vestiu o uniforme e partiu para Pipe. “Era o dia do Pipe Masters, mas o evento foi adiado devido às condições extremas. Quando vi o outside todo quebrando disse ‘hoje meu joelho melhorou’. Tinha um short preto da Adidas, de elástico, que ainda era falsificado. Era o obreiro do surf (risos). O Barton Lynch estava caindo e tinha uns locais no pico. Disse a eles que se não pudesse ficar ali no pico, não tinha problema. Virei o bico para a areia enquanto vinha uma série e os caras ficaram doidos, me chamaram de volta. Peguei duas ondas, a segunda lá de banzai. Aqui no Brasil a foto saiu, mas não tinha nem o meu nome. Foi um dia importante na minha vida. Tanta gente pega ondas grandes, mas esse dia foi especial para mim”, conta Biju.
aVentUrando-se nas MontanHas coM seU aMIGo rocKY.
85
dIVersÃo e PerIGo; doIs MoMentos eM PIPelIne. droPando MaVerIcKs e taHItI.
O PRIMEIRO SHORT PRETO “BLACK TRUNK” Trajar um short preto no Hawaii não era para qualquer um, ainda mais com o símbolo do clube estampado, o tradicional bonequinho sobre uma prancha, escrito em baixo Hui O He’e Nalu. “Ganhei um do Eddie Rothman (Fast Eddie) recentemente, mas a história do primeiro foi com o Wendelle Lucas, um cara havaiano de sangue, cem por cento”, fala. “Ele caía em V-Land todos os dias, pegava muito e, igual aos cinco irmãos, era Black Trunk. Usava o short preto direto e eu ficava só olhando. O Wendelle me deu um colar e um short do clube de presente, sabia que eu queria muito, via que ficava hipnotizado. Coloquei o short e
fui dar uma volta, mas Elliot Moepono disse que não era assim para vesti-lo. Para usar esse short no Hawaii tem que ter uma reunião no clube, uma coisa de muita responsabilidade, porque o clube gira em torno da comunidade do North Shore, trabalha pelo local. Fiquei arrasado, mas aí o irmão dele, o Alika, falou ‘Se alguém falar alguma coisa, diga que os The Boys (os irmãos Moepono) o deram para você’. Isso foi tudo, porque tinha um valor muito grande por aquilo.” O respeito no Hawaii crescia a cada dia e, apesar de não admitir e nem gostar de comentar, Biju também foi uma espécie de embaixador brasileiro. Muitos brazucas já recorreram ao nome dele para escapar de enrascadas, mas os que vacilassem poderiam também sofrer represálias. “Sou fechado com os caras do Hawaii. Apoiava os brasileiros, mas se desse um problema eu tinha que resolver”, diz.
nesta Foto; WaIMea 20 PÉs. essa IMaGeM FoI PÁGIna dUPla na Hardcore e eM VÁrIas oUtras reVIstas. ao lado, UM treInInHo Para nÃo Perder o costUMe.
86
SALVAMENTO EM SUNSET
CARLOS OSÓRIO
Como comentado na abertura da matéria, foi também graças às atitudes que Biju conquistou o respeito dos havaianos. E uma história em especial pesa nisso. Preocupado com a repercussão, o personagem telefonou para a reportagem: “Pô, será que não vão achar que estou querendo me mostrar contando todas essas coisas?”. Claro que não Biju, afinal, uma boa história tem mais é que ser contada mesmo. “Chegamos à praia, eu e o Royler Gracie. Também sou leal até a morte à família Gracie”, enfatiza. E continua: “Sunset estava uns 10 a 12 pés e eu estava com o ombro machucado, ele saía do lugar. O Royler pegou uma onda alucinante e fiquei lá fora, no pico. Veio uma série de uns 15 pés com várias ondas. Varei a série, que varreu todo mundo. Em seguida, já veio outra séria, cada vez mais para fora, 15 pés plus a mais. O pessoal que tomou foi todo varrido, não sobrou ninguém e, quando olhei, havia dois caras segurando na mesma prancha.” O mar rapidamente mudou as condições, uma coisa normal no Hawaii. E, no momento extremo, em que poderia custar a vida, o brasileiro não pensou duas vezes. “Vi que era um haole e um havaiano mais velho, que era quem havia perdido a prancha. Quando olhei no olho dele, nem pensei. Minha prancha tinha que ficar na mão dele e ele perguntou: ‘você tem certeza?’. O mar já
estava 15 plus, o Ross Clark Jones estava caindo, mas saiu pelo canal e não ajudou. Estava no meio do oceano, numa correnteza que parecia um rio. Consegui sair já de noite, depois de nadar muito entre as ondas, e o havaiano não havia saído ainda. O irmão dele veio me agradecer e ficamos muito preocupados. O mais chocante foi que, quando o cara saiu, em vez de jogar a prancha no chão e descansar, a lavou e enrolou a cordinha”, finaliza Biju. A verdade é que a atitude repercutiu bastante na Ilha e em todo o mundo. No Brasil, a revista especializada em lutas Gracie Mag, por exemplo, elegeu Biju um dos cinco mais cascas-grossas em todos os tempos. Mesmo sem querer comentar, perguntado pela reportagem, o protagonista contou outros momentos que marcaram o episódio. “Fui num restaurante em Haleiwa. Os Willis brothers, Michael e Milton Willis, me parabenizaram e a galera bateu palmas para mim. Na semana seguinte, fui correr na areia e o Derek Donner, o meu grande ídolo no surf, mandou um ‘chaka’ (cumprimento). Fiquei lisonjeado.”
PATROCÍNIO Apesar da disposição nas morras, Biju admite que a falta de apoio possa ter prejudicado o sonho de dropar as maiores ondas. Mesmo com patrocínio quando foi para Mavericks, o que agradece muito, faltou estrutura. “Para surfar com as mãos não tem desculpa, mas se precisar de um motor é complicado. Fui para Mavericks e, pensando nesse negócio de patrocínio, queria pegar a onda. Mas era importante ter um jet ski. Entrei na remada num mar que tinha 25 a 30 pés, o maior dia. Consegui entrar na remada, mas depois de sair de uma onda no meio do drop, levei uma série gigante na cabeça. Não tinha fotógrafo e nem jet ski, faltou tudo”, lamenta sem rancor. “Sempre tive esse meu jeito intenso mesmo e talvez atropelasse as coisas. Fiquei para trás, não consegui me organizar e fazer direito, mas tudo foi perfeito como tinha que ser.” Marcelo Biju hoje está dedicado à faculdade de jornalismo e à carreira de ator, onde já participou de filmes e séries nacionais. Para manter a forma, treinos de jiu-jitsu e boxe fazem parte do cotidiano. Entretanto, o Hawaii e o surf não foram esquecidos. “Estou treinando e focando outras coisas, mas logo estarei surfando novamente”, finaliza.
87
Resgatado nas origens para o surf contemporâneo.
Por: roGer FerreIra
BRuNO LEMOS
nova tendência do surf mundial, o stand Up Paddle (sUP) tornou-se febre do verão brasileiro. Praticada até por pessoas que não surfam, a modalidade nasceu na época dos grandes reis havaianos da era pré-colonização, com origem nas canoas com as quais costumavam viajar pelo arquipélago remando, dando origem as pranchas utilizadas hoje em dia.
88
danIlo coUto a reMo, ladeIra abaIXo eM PHantoMs.
89
“Na primeira vez que pratiquei o SUP em Sunset, não me identifiquei muito. A modalidade requer um bom preparo físico, e eu já estava exausto após surfar bastante na remada naquele dia. Na segunda oportunidade, me apaixonei pelo Stand Up, que me completou dentro do surf. Quando se esta de pé na prancha, remando, temos outra perspectiva, uma outra visão do mar. Sinto uma maior integração com a natureza”, comenta Rico de Souza, que começou a praticar no Hawaii com o amigo Victor Marçal, salva-vidas brasileiro muito respeitado no arquipélago. Por volta dos anos 60, os instrutores de surf e canoagem da Beach Boy Service, que ensinavam turistas a surfar em Waikiki, resolveram mixar os dois esportes. Passaram a utilizar seus remos de pé nos longboards, facilitando, assim, a visualização dos alunos e permitindo que ficassem secos por longos períodos dentro da água, ainda com o recurso de fazerem fotos sem molhar o equipamento. A
“...me apaixonei pelo stand Up, que me completou dentro do surf. Quando se esta de pé na prancha, remando, temos outra perspectiva, uma outra visão do mar. sinto uma maior integração com a natureza.” - rico de souza
eraldo GUeIros no bUFFalo’s, eM MaKaHa.
90
BRuNO LEMOS
modalidade ficou adormecida por muitos anos, voltando com força total nos anos 2000 através de watermans, como Laird Hamilton, um dos big riders que deram início ao surf rebocado pelo jet ski em ondas gigantes. Laird protagonizou episódios de grande repercussão na mídia internacional com o SUP, como a travessia do canal da mancha, a remada pela estátua da liberdade, em Nova York, e em eventos ligados a causas sociais e humanitárias. Além de remar entre as ilhas havaianas e surfar a remo nos picos da ilha de Maui, onde reside, e no Taiti. Em território havaiano duas competições de Stand Up acontecem anualmente. O Buffalo´s Big Board Classic, pioneira competição de SUP, e o Ku Ikaika Challenge, evento para convidados realizado com ondas acima dos 20 pés de face, ambos no pico de Makaha, em Oahu.
PEdRO tOJAL
a eVolUÇÃo do esPorte ProPorcIona MoMentos coMo esse de KeallI MaMala entUbando eM PIPe.
91
Nomes consagrados como Bonga Perkins, Rob Machado, Luke Egan, Tom Carrol e Kelly Slater fazem parte da lista de convidados. Na última temporada foi comum presenciarmos nomes como os locais Garret McNamara, Ikaika Kalama, Kealii Mamala e Kainoa McGee surfando a remo as perigosas bancadas de Pipeline e Backdoor, além dos brasileiros Danilo Couto, Haroldo Ambrósio, Jorge Pacelli, Eraldo Gueiros, entre outros, utilizando o Stand Up para surfar em Sunset, Makaha e Phantons nos dias grandes. “Recentemente peguei altas ondas em Sunset, foi a realização de um desejo antigo surfar a remo naquelas ondas. Comecei a praticar por influência do Laird Hamilton, em Maui, e após tantos anos surfando de pranchinha na remada, encontrei na modalidade a motivação para me manter em forma nas ondas menores. Já ao adquirir um pouco mais de experiência, percebi que também é muito bom para ondas maiores. Tenho me dedicado nos últimos três anos”, disse Eraldo, após realizar o desejo de encarar a remo ondas de até 12 pés em Sunset. Gueiros também passou por uma situação de extremo risco de SUP em um mar consideravelmente grande no pico de Hookipa, em Maui. “Para entrar no mar já foi bem complicado, o maior sufoco com ondas de 12 a 15 pés havaianos (5 metros). Consegui varar a arrebentação e surfei uma onda linda até a praia. Ao retornar, quando estava quase no outside, o remo
partiu na parte de cima, justamente onde seguramos. Foi ai que entrou no horizonte a maior série do dia. Uma onda grande de aproximadamente 15 pés veio em minha direção, tentei passar, mas não consegui, apesar de todo meu esforço. Tive que mergulhar e ainda assim tomei a onda na cabeça. Para piorar a situação, minha cordinha não resistiu a força do oceano e se partiu. Fui obrigado a nadar tomando altas séries na cabeça. Felizmente nada aconteceu comigo e minha prancha quebrou muito pouco, graças a Deus”, conta o big rider. Após a retomada da modalidade, os equipamentos para a prática do Stand Up sofreram grandes alterações. Acompanhando a evolução do surf na atualidade, diversos tipos de pranchas e remos, específicos para situações e praticantes diferentes, estão sendo fabricados com materiais cada vez mais modernos, como a fibra de carbono, os blocos EPS (isopor) e a resina epóxi. Rico de Souza e Eraldo Gueiros foram os responsáveis pela fabricação da primeira prancha de SUP no Rio de Janeiro. Eraldo trouxe um enorme bloco de poliuretano do Hawaii e Rico se encarregou de shapear a engenhoca, desconhecida até então por aqui. Atualmente alguns fabricantes de pranchas de surf se especializaram em produzir equipamentos para o SUP no Brasil.
“...após tantos anos surfando de pranchinha na remada, encontrei na modalidade motivação para me manter em forma nas ondas menores e, ao adquirir um pouco mais de experiência, percebi que também é muito bom para ondas maiores.”
92
BRuNO LEMOS
lIFe stYle de carlos bUrle na MÍstIca baIa de WaIMea.
- eraldo Gueiros
BRuNO LEMOS
bonGa PerKIns radIcalIZando coM o sUP no HaWaII.
93
PEdRO tOJAL
Mascarado nas ondas MeXIcanas
Cláudio Pastor, há 26 anos no para travessias e iniciantes, por “ano passado fui um dos primeiros brasileiros a mercado, é um dos que mais tem surfar de stand Up em teahupoo. confesso ter ficado serem maiores e mais estáveis. investido no desenvolvimento O modelo mais procurado é o bem assustado quando cheguei ao canal, o mar de novos equipamentos para que reúne as duas características tinha de 6 a 8 pés e haviam umas oito pessoas no da modalidade, podendo ser a modalidade. “No ano de pico. lembro bem de alguns gringos me olhando utilizada tanto para travessias, 2000, um grande amigo meu trouxe do Hawaii uma prancha como para o Stand Up Surf. meio assim, ‘vai fazer bobagem...” - Koxinha de Stand Up inédita aqui no Outro acessório primordial para Brasil. Infelizmente na época não tínhamos disponíveis blocos a prática do SUP é o remo. Os cariocas da Art in Surf comercializam grandes para shapear estas pranchas.” Ainda segundo Pastor, o no Brasil quatro tipos fabricados em fibra de carbono. Mais leves fortalecimento do seu trabalho com as pranchas de SUP aconteceu e resistentes, os modelos atendem desde os iniciantes até quem com a entrada no mercado brasileiro dos blocos de isopor, perfeitos pretende surfar ondas médias e grandes de alta performance. Para para a modalidade. “As Stand Up Boards são pranchas super 2009, os brasileiros prometem novas ações extremas com o SUP. largas e volumosas. Com isso, não temos blocos de poliuretano Como na temida bancada de Teahupoo, Taiti, uma das ondas mais que nos atendam bem, pois os resultados finais são pranchas difíceis e perigosas do planeta, onde Rodrigo Koxa estreou a remo muito pesadas, difíceis de manusear e surfar. Hoje, o material mais no último ano e pretende exceder seus limites na temporada 2009. indicado para a fabricação é o bloco de EPS (isopor), revestido “Ano passado fui um dos primeiros brasileiros a surfar de Stand Up com resina epóxi, que torna a prancha de SUP bem mais leve e em Teahupoo. Confesso ter ficado bem assustado quando cheguei resistente”, conclui. ao canal, o mar tinha de 6 a 8 pés e existiam umas oito pessoas no Atualmente encontramos disponíveis diversos modelos com pico. Lembro bem de alguns gringos me olhando meio assim, ‘vai designs diferenciados. As pranchas variam de 8 pés, com linhas fazer bobagem...’ No final peguei umas dez ondas, tendo sempre de fundo mais ligadas aos longboard, que as tornam mais soltas e que segurar com o remo para a prancha não desgarrar. Adorei a velozes, perfeitas para surfar, e de 12 pés que são mais indicadas experiência e pretendo voltar este ano com um modelo de prancha mais atual para pegar ondas maiores”, finaliza Koxinha.
94
BRuNO LEMOS BRuNO LEMOS
rIco de soUZa coMPletaMente InteGrado coM as ondas de sUnset.
Garret MacnaMara Indo alÉM do resGate as orIGens, bacKdoor.
95
96
Fotos: Pedro toJal
o outono no rio é o que podemos chamar de “temporada carioca”. a combinação de sólidos swells, vento terral, sol, água quente e clara fazem da cidade maravilhosa um dos melhores lugares do mundo para se surfar em abril e maio. a prova disso é a foto do Jerônimo Vargas na “Melhor da série” e essa matéria que fizemos na segunda-feira depois da Páscoa. Indonésia ou Mundaka? nada disso! Guaratiba clássico.
“esse dIa no canal estaVa MUIto dIVertIdo, coM altos tUbos. as ondas estaVaM correndo MUIto na bancada , tendo QUe acelerar bastante Para saIr dos tUbos. nInGUÉM saIU neM Para alMoÇar.” erIc de soUZa
97
98
“antes de VIaJar Para aUstrÁlIa JÁ tInHa Falado Para alGUns aMIGos QUe o FUndo estaVa MUIto boM. QUando VolteI encontreI GUaratIba clÁssIca, QUebrando altas ondas coM tUbos aZUIs. batI o MeU recorde, FIQUeI seIs Horas dentro d´ÁGUa. estaVa ÉPIco!” YUrI sodrÉ
99
“esse Mar estaVa alUcInante, de ManHÃ cedo tInHa 1 Metro de onda e QUando deU 11:00 Hs JÁ tInHaM serIes oceÂnIcas rolando QUase na altUra das IlHas eM Frente a PraInHa. cHeGaMos eM GUaratIba e loGo aPÓs entrar na aGUÁ, dePoIs de 10 MInUtos, PeGUeI essa QUe FoI MInHa PrIMeIra onda do dIa. VeIo UM doUble UP anIMal e o droP JÁ FoI desPencando. cHeGando na base da onda eU JÁ tInHa noÇÃo do QUe Ia acontecer, tUbÃo anIMal e MUIto seco. PUra adrenalIna! aGradeÇo a deUs esse dIa MaraVIlHoso e ao MeU ParceIro QUe estaVa lÁ no lUGar eXato Para reGIstrar MoMento” - steFano noel
100
101
102
Renata Rossati
26 anos Fotos: Celso Pereira Jr.
103
Se você for um cara sortudo um dia pode cruzar com essa gata no Rio. A capixaba Renata Rossati gosta de passar as férias na cidade e frequentar as praias de Ipanema em frente ao Posto 9 e na barraca do Pepê. Bacharel em direito, costuma gastar umas horas na academia para manter toda essa beldade. Nas horas de lazer aproveita para sair com as amigas nas baladas. Na sua lista de surfista que ela admira, o americano Kelly Slater está pole position. Para manter esse bronzeado de dar inveja, costuma pegar praia em Guarapari e no Posto 9, praia da Costa. Na edição de aniversário da Surfar Renata é mais que um presente para os leitores, é um colírio para os nossos olhos.
104
108
VITORIA EM TERRITÓRIO INIMIGO Silvana Lima conseguiu sua primeira vitória numa prova do World Tour Feminino, ao derrotar na final a bicampeã mundial Stephanie Gilmore, e obteve o privilégio de tocar o sino na praia de Bells Beach, Austrália, na segunda etapa do circuito. Aos 24 anos, a surfista, tornou-se a primeira atleta do país a garantir uma vitória nesta etapa tradicional do circuito. Além de destruir as direitas, com direito a aéreo e tudo, a cearense passou da nona para a segunda posição do ranking do circuito mundial feminino, ficando atrás da australiana Stephanie Gilmore, sua adversária na final. “Eu sempre acreditei que ia chegar o meu dia e ele chegou num dos melhores eventos do mundo, aqui em Bells. Agora vou balançar o sino”, vibrou Silvana Lima antes da cerimônia do primeiro pódio do Rip Curl Pro Bells Beach 2009. A catarinense Jacqueline Silva e a paranaense Bruna Schmitz ocupam a nona colocação. Com a vitória Silvana está cada vez mais motivada para brigar pelo título. “O título mundial é meu objetivo todos os anos. Ano passado foi muito bom pra mim, mas não venci nenhum evento. Agora que tenho uma vitória, minha confiança está em alta e estou ansiosa para o próximo evento”, concluiu a surfista.
109
CLAudIO PASCHOA ANNIBAL ARQuIvO PESSOAL RICK WERNECK
110
idade: 13 anos Apoio: Vila Beach Surf, DSN, Corpo e Movimento, Lanches Jungle Shaper: Marcio Antunes Quiver: 5’0/ 5’2/ 4’9/ 4’10
idade: 12 anos. Patrocínio: WetWorks Apoio: 900 graus Shaper: Hennek Quiver: 5.7, 5.8, 5.10, 5.11
Seu primeiro contato com o surf foi através da escolinha ESI, Escola de Surf de Itaúna, em Saquarema. No início seu pai não concordava muito com sua escolha, mas rapidamente Bruno evoluiu e ganhou destaque no esporte. Classificado entre os quatro primeiros colocados da Associação de Saquarema, o surfista recebeu apoio da Prefeitura com transporte e inscrição para os campeonatos estaduais. “Quero conseguir um bom patrocínio para poder competir em todos os campeonatos no Rio e fora dele”, fala. Na sua curta carreira, Bruno já possui o título de campeão infantil do Hot Buttered, além do circuito A.S.S. e o norte fluminense em Campos. Quando perguntamos sobre seu maior sonho, ele não pensa duas vezes: “Quero ganhar muitos títulos como surfista profissional e chegar ao WCT.”
Criada nas ondas mais potentes do Brasil, em Saquarema, Wendy Guimarães é a mais nova promessa do surf carioca. Com um estilo radical, a menina de 12 anos tem como base sua família e os estudos. “Sei que é importante estudar e meu colégio me dá apoio total nas competições”, explica. A simpática e bonita surfista é bicampeã brasileira e começou a surfar com cinco anos, nas categorias de base, competindo com os meninos “Eles não ficavam satisfeitos por perderem para uma menina”, lembra aos risos. Esse ano, Wendy conseguiu realizar o sonho de fazer uma viagem internacional para o Peru, chamando a atenção de todos pela disposição em picos como Punta Rocas, Senhoritas e até mesmo fazendo tow-in em Kontick, com o big rider e amigo da família Luisfer. Sua meta é ganhar mais uma vez o campeonato brasileiro e conseguir fazer mais viagens internacionais para aprimorar seu estilo. “Quero conseguir viajar mais vezes esse ano, foi muito boa a experiência de ir para o Peru. Evolui muito meu surf”, conclui a surfista.
112
Pode-se dizer que o paraibano Jano Belo, 26 anos, conseguiu dar a volta por cima. Depois de perder logo de cara no Super Surf e ver suas chances de ser campeão brasileiro irem por água abaixo, ele venceu na sequência uma etapa do WQS seis estrelas prime, dando moral para investir todas as suas fichas na busca de uma vaga para o WCT. Quando está surfando mostra sua irreverência e modernidade com manobras aéreas. Morador do Recreio há um ano, Jano veio em busca de onda e treinamento especializado para continuar impressionando seus adversários e juízes. O cara faz a diferença! Por: lIana aZeredo Foto: ÁlVaro FreItas
Como foi voltar a competir depois de perder um título brasileiro?
ficar treinando, por isso optei por morar aqui. Vim para o Rio por causa das ondas e por estar perto do aeroporto.
Assimilei bem e me concentrei para os outros eventos. Coloquei muita pressão em mim pra ser campeão. Estava na disputa entre eu, Guga Fernandes e Willian Cardoso. Na reta final, o Guga foi o mais constante e mereceu. Não rolou, mas fiquei tranquilo e acabei ganhando a Expression Session, o que foi um bônus. Continuei achando que iria acontecer outra coisa boa e que poderia me dar bem em outros campeonatos. E foi isso que aconteceu. Rolaram mais algumas etapas do WQS e consegui a vitória no Maresia Surf Internacional. Esse título foi importante na minha carreira.
Morar no Rio contribuiu para evoluir o seu surf?
Qual sua base até chegar aos dias de hoje? Comecei molequinho correndo o circuito nordestino e logo passei a correr o brasileiro amador. Como surfista amador fui bi campeão paraibano, campeão Junior, Pernambucano, vice-campeão nordestino, etc.... Nunca venci o brasileiro amador, porque o meu surf não se encaixava nos padrões. Não conseguia pegar uma onda e dar seis, sete batidas, só consigo dar um rasgadão, um lay back ou aéreo. Na minha época, Marcondes Rocha, Bernardo Pigmeu e Danilo Grilo ganhavam tudo. Era foda ganhar deles. Seus pais sempre te apoiaram na escolha de ser surfista profissional? Eles foram fundamentais, pois no nordeste tudo é mais difícil. Minha mãe vinha muito pro Rio e acabou abrindo mais espaço pra mim. Tive a oportunidade de vir criança pra cá e surfar umas ondas que no nordeste não tem. Na época que fiquei sem patrocínio, eles me deram a maior força e só tenho a agradecer por estarem sempre ao meu lado.
114
Aqui é diferente, raramente fico sem surfar. Faço um treinamento com o Pedro Robalinho. Quando não estou dentro d’água, estou fazendo alguma atividade fora. Tenho a comodidade de ter onda e técnico. Defina seu estilo como surfista. Na competição procuro fazer o que os juízes estão pedindo e tento uma manobra que eles não estão esperando. Normalmente meu estilo no freesurf é tentar vários aéreos e manobras inovadoras, sempre as mais novas que aparecem. Claro, nunca esquecendo do surf de borda e um rasgadão com pressão que é muito importante, pois tem onda que não dá pra dar aéreo nem rabetada, então, tem que usar manobras de borda, um floter funcional ou batida na junção. Já quando a onda proporcionar, dar o aéreo. Qual a “arma” que você utiliza no campeonato quando está precisando fazer uma boa pontuação? O que pode surpreender os juízes em sua opinião? Na minha geração, a galera veio dando aéreo feito louco. Vários surfistas são muito bons, mas às vezes deixam a desejar em outras funções. Procuro ser bom em tubo e, principalmente, dar aéreos, porque é o que muda numa bateria. A gente tá vendo no WCT o Dane Reynolds e o Jordy Smith executando vários aéreos e levando nota. Antigamente a galera dava e não recebia, já hoje em dia está ganhando e cada vez mais vai ganhar. É a evolução e o futuro.
Quais as vantagens em mudar da sua cidade para o Rio?
Quais são os planos para esse ano? Você pretende correr quantas etapas?
Muitas, né?! Primeiro porque no nordeste quando a gente está viajando pra fora do Brasil a volta é muito mais longe e tem que pegar mais voos, o que deixa a viagem mais cansativa e mais cara. Lá também não tem tanta onda pra
Esse ano vou dar um gás no Super Surf e tentar ser campeão brasileiro. No entanto, o WQS é meu principal objetivo. Vou conciliar Super Surf, que só são cinco etapas, e o WQS, aonde irei às mais importantes.
115
PUERTO ESCONDIDO? NÃO... RIO DE JANEIRO!
Editor chefe: José Roberto Annibal – annibal@revistasurfar.com.br. Editor executivo: Grimaldi Leão Jr. – grimaldi@revistasurfar.com.br. Projeto gráfico e Arte: Marcos Myara – marcos@revistasurfar.com.br. Redação: Liana Azeredo – liana@revistasurfar.com.br. Revisão: Deborah Fontenelle. Colaboradores de texto: Brigitte Mayer, Carlos Eduardo Osório, Roger Ferreira, André Breves Ramos. Fotografia: Alan Simas, Aleko Stergiou, Álvaro Freitas, Alvinho Duarte, André Cyriaco, Arthur Toledo, Beto Paes Leme, Bruno Lemos, Celso Pereira Jr., Cláudio Páschoa, Damea Dorsey, Daniel Ferrentine, Daniel Smorigo, Fábio Minduim, Fred Pompemayer, Gustavo Cabelo, James Thisted, Júlia Worcman, Lika Maia, Luiz Blanco, Manoel Campos, Marcelo Piu, Márcio David, Pedro Monteiro, Pedro Tojal, Rick Werneck, Tiago Navas, Tony D’Andrea, Vanessa Moutinho, Wagner Duque, Zeca Cascão, Jep Hepler, Júlio Fonyat, Bidu. Tratamento de imagens: Aliomar Gandra e Ricardo Gandra. Publicidade: (21) 2433 0235. Comercial: Bruno Pinguim (Rio), André Cyriaco (Niterói), Sérgio Ferreira (Baixada), Regiane Alves. Jornalista responsável: José Roberto Annibal MTB 19.799. Impressão: Gráfica Ediouro. A Revista Surfar pertence a Forever Surf Editora e as matérias assinadas não representam obrigatóriamente a opinião desta revista e sim de seus autores. Distribuição gratuita no Rio de Janeiro. Endereço para correspondência: Av. Ayrton Senna 250, sala 209 - Barra da Tijuca - Cep. 22793-000 E-mail para contato: surfar@revistasurfar.com.br - Tel.: (21) 2433-0235.
PEdRO tOJAL
PRÓXIMO NÚMERO R
se nÃo dÁ Pra Ir Pro MÉXIco nessa teMPorada, GabrIel PastorI acHoU UMa ForMa eXcelente de se Manter ProteGIdo contra a GrIPe. dentro dos tUbos no alFa barra.