stanley cieslik, teahupoo.
perfil eraldo gueiros
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O legado de um Big Rider.
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A casa mais surf do planeta.
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A direita de um secret paradise no Tahiti registrado com exclusividade.
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A melhor temporada dos últimos tempos.
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pedro toJal
índice
realitahitishow
secret spot tahiti
rio de Janeiro à Julho
hangloose pro9
Uma final histórica com Adriano Mineirinho e Kelly Slater.
miss surfar
A Surfar orgulhosamente apresenta: Daniela Campregher.
visual privilegiado de teahupoo.
www.revistasurfar.com.br
editorial
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bidu
nesta foto: a revista surfar esteve presente no tahiti durante 50 dias cobrindo os melhores sWells. capa: sair na capa de uma revista JÁ É um feito, ainda mais em teahupoo. vale por dois. stanleY ciesliK. foto: pedro toJal.
CADA VEZ MAIS PRESENTE Em um ano que não para de dar altas ondas, a Surfar vem remando forte para levar a você, leitor, uma revista de qualidade com imagens sempre inéditas e um design moderno. Na 8º edição aumentamos para 136 páginas e novos anunciantes entraram para apoiar o projeto, mostrando o incentivo deles ao mercado. Isso é importante porque dá credibilidade ao nosso trabalho e a futuros investimentos aqui no estado do Rio. Com esse número maior de páginas, nós tivemos que aumentar nosso staff e rever a estrutura para essa nova fase de crescimento da Surfar. Sem perder o foco nas matérias regionais, já que sempre foi essa nossa proposta editorial, todos nós sabemos que o melhor combustível para surfistas são as viagens, descobrir novos points e ondas perfeitas. Então, vamos para a estrada! Sem esquecer nosso dever de casa, claro! Cobrindo todos os swells que quebram na orla carioca, fotógrafos estão de plantão a caça das melhores imagens.
Mas como qualquer revista de surf especializada que se preze, não dá para passar batido nas temporadas como Hawaii e Tahiti, onde alguns dos melhores surfistas estão presentes e a mídia do mundo todo está de olho no que está rolando, nos novos nomes surgindo. E foi o que fizemos, na segunda viagem internacional desse ano, compramos um ticket para o fotógrafo Pedro Tojal ir ao Tahiti com um grupo de surfistas, uma barca que começou a ser planejada quando eles ainda estavam no North Shore, no mês de fevereiro. Vale ressaltar que fomos a única revista brasileira a mandar um fotógrafo exclusivo para o Tahiti. A diferença da cobertura dos outros veículos, você vai ver nas próximas páginas. De quebra ainda conseguimos imagens da direita mais protegida dos taitianos, um pico secreto para “locals only”. Essa é a Surfar, com tudo o que o Rio tem de melhor, mas sempre de olho no que está acontecendo mundo a fora. Aguardem as próximas edições. Vamos todos para dentro d’água Surfar! José Roberto Annibal
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pedro scoobY no que podemos chamar de um verdadeiro “salÃo” com letra maiÚscula. outono abenÇoado na barra da tiJuca. foto: pedro toJal.
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TREKINHO ENCARANDO A RASA BANCADA DA LAJE DO SHERATON. QUANDO PERGUNTADO SOBRE O TAMANHO DO MAR, ELE RESPONDEU: “DOZE, QUINZE PÉS, SEI LÁ, TAVA MUITO GRANDE! FOTO: MANOEL CAMPOS
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GonZalo barandiarán/billabonG
carlos burle surfando uma bomba durante a final em pico alto.
burle É vice em pico alto Foi realizado no inicio de julho em Punta Hermosa, no Peru, a décima edição do Billabong Pico Alto Internacional 2009, tradicional competição de ondas grandes na remada que aconteceu em Pico Alto com ondas de até 18 pés. O brasileiro Carlos Burle mostrou novamente porque é um dos melhores big rider do planeta, ficando na segunda colocação no evento. O vencedor foi o californiano Greg Long, com o americano Peter Mel na terceira colocação, o havaiano Mark Healey em quarto e os peruanos Javier Swayne e Rafael Velarde na quinta e sexta posições respectivamente. O campeonato distribuiu um total de $10 mil dólares em prêmios e teve pela primeira vez na história a participação de convidados estrangeiros.
Na abertura da semana Mundial do Meio Ambiente, um grande mutirão uniu forças para retirar das areias cariocas o lixo e microlixo, além de conscientizar a população a jogar fora devidamente estes detritos. A convocação teve o nome de “Limpando e Reciclando” e foi mais uma iniciativa do Instituto Aqualung. A Secretaria de Meio Ambiente, juntamente com seus agentes ambientais e voluntários, distribuíram cerca de 4.000 sacolas plásticas biodegradáveis e compostáveis, feitas a base de milho, aos banhistas que se juntaram aos voluntários no Posto Seis. “Foram aproximadamente 500 quilos de resíduos coletados”, afirma Anna Turano, coordenadora do projeto Limpeza da Praia. “Convidamos a todos para participar de nossa maior campanha, o evento Clean Up The World, Dia Mundial de Limpeza 2009, que acontecerá no dia 19 de setembro, sábado”, conclui Anna. No domingo, dia 31 de maio, a Volcom levou seus atletas Marcelo Trekinho e Marcos Sifú para participaram de uma ação de limpeza e conscientização na praia do Leblon, o “Leve seu Lixo”. O projeto teve a intenção de incentivar as pessoas a carregarem seu lixo da praia. “Com sacos orgânicos na mão, começamos a caminhar e recolher todo o lixo. Fomos do Posto 12 até o Posto 11 da praia do Leblon”, comenta satisfeito Marcelo Trekinho, que tem a praia do Leblon parte da sua rotina de treinamento. “Fiquei surpreso com o interesse. Fizemos um cadastro grande das pessoas que querem fazer parte do próximo. Alguns surfistas locais realmente arregaçaram as mangas e foram catar o lixo dos outros”, relata Diego Motta, da Volcom.
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adaptsurf em aÇÃo
divulGaÇÃo
leve seu liXo das praias
O Instituto Adaptação e Surf desenvolve um projeto com pessoas que possuem deficiência física ou mobilidade reduzida. Formado por um grupo com os mesmos ideais, o Adapt Surf tem como missão promover a inclusão e integração social aproveitando a praia como ambiente e o surf adaptado como instrumento. As aulas são gratuitas, realizadas individualmente ou em pequenas turmas e divididas em diferentes dias e turnos, no Posto 2 da Barra da Tijuca e no Posto 11 do Leblon. O aluno recebe ensino da técnica do surf adaptado, noções de oceanografia e educação ambiental, além de receber material didático de apoio, uniforme e certificado. “Acreditamos que o surf pode ser uma excelente ferramenta nas questões sociais, culturais e ambientais por se tratar de um esporte saudável e democrático”, afirma Henrique Cardoso, conselho diretor da ONG. A modalidade encontra-se em desenvolvimento, ainda sem muita divulgação, no entanto, já possui adeptos no mundo todo. A iniciativa vem proporcionando às pessoas com deficiência física a igualdade de oportunidades, acesso ao lazer, esporte, cultura, além do contato direto com a natureza. Para aqueles interessados em tornarem-se voluntários, o cadastro é realizado através do site www.adaptsurf.org.br e lá você também encontrará mais informações, fotos, vídeos e outros projetos que a ONG participa. Vale a pena conferir!
levando a vida sobre as ondas Seguindo os passos do pai, o shaper Jean Noel e da irmã Isabelli, que também pega onda, Michelle Des Bouillons, 18 anos, se jogou de cabeça no surf competição. Com talento e disposição ela vem se destacando entre as meninas. Recém chegada da Europa, faz planos para entrar no Super Surf e continuar viajando para pegar as melhores ondas. A Surfar conversou com mais uma promessa do surf carioca; Com que idade você começou a pegar onda? Comecei a surfar desde pequena com meu pai, mas passei a levar mais a sério com 12 anos. Com certeza com total influência da minha família. Passei a admirar o surf e a querer fazer parte desse esporte. Quais os seus melhores resultados? Tri campeã carioca, 4° lugar ranking Brasileiro amador 2007, 3° lugar ranking brasileiro amador 2008, equipe campeã Festival Petrobras 2007. Como foi competir em uma etapa do WQS fora do Brasil? Já havia competido WQS no Brasil, mas a primeira vez fora foi agora em Portugal, na Praia do Guincho, em Cascais. Após o evento fiquei mais uns dias conhecendo novas praias e pontos turísticos. Fui também para Biarritz e passei 22 dias apenas surfando e no final para Hossegor, onde é a capital do surf na Europa. Essa viagem foi ótima, conheci um lugar novo e pude pegar altas ondas. Como está o nível das atletas brasileiras com relação as estrangeiras? As atletas estrangeiras se sentem com mais confiança nesses eventos, mas em relação ao nível de surf vejo muitas brasileiras tão boas quanto às estrangeiras. Talvez falte oportunidade para elas percorrerem o circuito e baterem de frente com as gringas. O que fez seu surf evoluir? Acredito que os campeonatos sempre ajudam, mas a minha ida ao Hawaii foi sem dúvida uma viagem que me ajudou muito a evoluir. Conhecer ondas novas é importantíssimo para qualquer surfista! Qual sua prancha preferida? Uma 5,9 round, feita pelo Jean Noel Por que você escolheu seguir a carreira de surfista profissional? Minhas amigas e amigos já competiam quando comecei a querer surfar e eu sempre os vi viajando pelo Brasil, o que me dava muita vontade de ir também. Comecei a competir os regionais e em seguida os brasileiros. Percebi que gostava das competições e passei a querer sempre estar em todos os campeonatos possíveis. Meu pai também me influênciou muito para seguir essa carreira. Tem planos para o futuro? Pretendo viajar o mundo todo! Esse ano ainda quero ir ao México e novamente Hawaii.
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apÓs anos de descaso, fica difÍcil saber se as manchas sÃo feÔmeno natural ou poluiÇÃo. na foto: pontÃo do leblon.
SURF E SANEAMENTO BÁSICO por: andrÉ breves ramos
Como se não bastasse a exploração de recursos naturais e a destruição de florestas, restingas e manguezais, um acelerado processo de degradação da água das lagoas, baías e praias vem ocorrendo na cidade. Faz-se necessário trazer à tona e discutir com seriedade uma questão problemática e crônica que os surfistas e a população veem sofrendo há décadas, que é o lançamento de esgoto não tratado nos diferentes ambientes aquáticos, devido à carência de saneamento básico de parte da população e dos poucos investimentos de sucessivos governantes nessa área. O aumento da densidade populacional e da urbanização não tem vindo acompanhado de investimentos em saneamento básico. Com isso, milhares de pessoas moram em locais sem coleta e tratamento de esgoto, havendo o despejo de resíduos orgânicos acima do limite tolerável no meio ambiente. Em todo o Brasil é comum os governantes não gastarem os recursos financeiros suficientes e obrigados por lei para o combate da principal causa da poluição. Para se ter a noção da importância dos investimentos em saneamento básico, para cada real investido, cerca de cinco são economizados em saúde pública. Ainda serão necessários alguns bilhões de reais e de bastante tempo para a ampliação e recuperação da rede de esgoto, a construção de novas estações de tratamento e o saneamento de comunidades carentes na cidade do Rio. E para piorar, muito dinheiro já foi jogado pelo ralo. O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) até hoje não foi concluído por falta de competência de Governos passados e consumiu todos os recursos disponíveis financiados por um banco estrangeiro. Milhares de reais foram gastos na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de São Conrado e o esgoto continua sendo lançado no mar. Milhões foram gastos na Galeria de Cintura da Lagoa Rodrigo de Freitas, mas o local continua recebendo esgoto clandestino e sendo a principal fonte de poluição da praia da Leblon. Mais recentemente, a Estação de Tratamento de Esgoto da Alegria, na Baía de Guanabara, foi inaugurada com ares de
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primeiro mundo. Cabe aos cidadãos obter informações sobre a qualidade de seu funcionamento. Qualquer pessoa mais esclarecida sabe dos possíveis danos que a água poluída pode causar à saúde, portanto é recomendável o uso moderado de alguns locais para atividades de lazer, como, por exemplo, das águas da Baía de Guanabara, das lagoas situadas na zona oeste e da Lagoa Rodrigo de Freitas. Nesses ambientes, na maioria das áreas, deve-se evitar o contato primário (banho) e o contato secundário com a água (esquiar, velejar, remar, etc) e, principalmente, o consumo de peixes, camarões e mariscos. As praias ainda apresentam condições melhores que os outros ambientes, devido à maior circulação da água e a capacidade de dispersão da poluição. Porém, os monitoramentos realizados por órgãos públicos indicam dezenas de praias impróprias ao banho. Portanto, é necessário atenção à direção das correntes que carregam os poluentes e a observação da formação de fenômenos influenciados pelo despejo de esgoto na água, como a “maré vermelha”! Um diagnóstico correto sobre a qualidade das águas só é possível com uma análise realizada por laboratórios especializados a partir da coleta de material. Infelizmente, pouca gente se incomoda com o problema do esgoto na praia ou até mesmo com o esgoto vazando na porta da sua casa. O Rio só terá suas águas limpas quando a maior parte da população tiver preocupação com a qualidade de vida. Diferente do que se costuma afirmar, o problema da falta de saneamento básico no Rio é bastante difícil de ser resolvido e fatalmente levará muito tempo para ser universalizado. Um sombrio prognóstico pode ser estabelecido para os ecossistemas aquáticos na cidade se o poder público e os cidadãos não agirem rapidamente. Convoco você, leitor, para verificar o resultado das obras de saneamento e o funcionamento das usinas de tratamento de esgoto, a se preocupar com a qualidade da água do mar e de outros ecossistemas aquáticos e, evidentemente, a pensar melhor sobre a escolha dos governantes. Caso conheça ou veja algum problema relacionado ao despejo de esgoto na praia, coloque a “boca no trombone” e denuncie à imprensa e aos órgãos públicos responsáveis. Se necessário, faça passeatas e lute por águas limpas. Mostre a sua paixão pelo mar! andrÉ breves É biÓlogo marinho e freesurfer. abr@biologia.ufrJ.br
andré breves
meio ambiente
O que leva você à escolher uma marca de surf ?
Cristal Fernandes
18 anos / Estudante Estilo, marcas que patrocinam os atletas e se elas têm uma boa publicidade nas revistas. O preço também tem que ser bastante acessível.
Igor Pacheco
13 anos/ Estudante Tenho vontade de comprar as roupas que meu ídolo, Kelly Slater, usa.
Stacy Brazil
19 anos / Estudante Acho muito estilo chegar à praia com as marcas que as melhores surfistas são patrocinadas. São roupas bem legais e femininas.
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Saulo Limeira
19 anos / Estudante Tenho uma preferência e, quando entro na loja, procuro os produtos dela. Gosto do conceito que ela tem.
Daniel Barboza
26 anos / Gerente Priorizo a qualidade do produto, as estampas que me agradam e o conceito da marca.
Bianca Fortes
16 anos / Estudante Gosto muito do surfwear. Acabei de comprar uma blusa falando do aquecimento global que achei irada.
Julieli Rodriguez
19 anos/ Estudante Compro a que combine com o meu estilo casual e tenha uma relação com o surf.
Ruan D’Avila
13 anos / Estudante Acho surfwear meu estilo. Procuro roupas com boas estampas.
Roberto Carneiro
23 anos / Analista Contável Gosto daquelas que levantam a bandeira do meio ambiente.
Leandro Sagaloti
32 anos / Analista de Sistema Gosto de muitas marcas, uso desde garoto porque gosto de surf.
Marcio Carvalho
20 anos / Estudante de Direito O colorido do surfwear é que me faz comprar. As marcas que incentivam meu esporte também me estimulam.
Milena Aragão
15 anos / Estudante O esporte que está por trás da marca é bem legal e isso acaba me estimulando a comprar.
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5 1 Albertinho Belga e um momento para foto. 2 A energia de Gabriel Boscoli rumo à bateria. 3 Gabriel Henrique e Lucas confraternizando. 4 Ana Carolina direto do Espírito Santo para o Recreio. 5 Bruno Baldner concentrado para competir. 6 Descontração dos amigos Matheus Brivio e Lucas Paes. 7 O jovem atleta de Arrial do Cabo, Kauai Pinheiro, 6 anos. 8 Derek Gimenes bem equipado no Canto. 9 A duplinha Yan Felipe e Paulo Renato. 10 Jeferson Almeida, Jean de Souza, Kevin Marins e Everton Marques. 11 Molecada da nova geração reunida. 12 O futuro do surf feminino carioca. 13 Rafael Alla, Rurik Rodrigues, Igor Alla e Ney Medeiros. 14 Matheus Rodrigues confiante com a lycra de competição. 15 Paulo Renato, Gabreil Boscoli e Yuri Fernandes. 16 Surf antes de tudo é uma grande brincadeira.
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Fotos: álvaro Freitas e annibal
GROMMETS SUB 14
FAMÍLIA SURF
ESTRÉIA DO SURF ADVENTURES 2
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irmãos Gabriel Resende e Arildo Resende com o amigo Patrick Reis. 2 Família WQSurf; Luan Braga, Felipe Braz, Jeronimo Teles, Diego Silva, Gabriela Teixeira, Yuri e os novos integrantes escolhidos durante o evento. 3 Paulo Renato e sua mãe, fã número um do surfista. 4 A cumplicidade e união pelo surf de Gabriel Boscolli e Marcelo 8 Boscolli. 5 Codé e Lucas. 6 Carol Fernandes sempre bem acompanhada 1 Bernard foi conferir a atuação do filhão Phill do seu pai e técnico Álvaro. 7 Gustavo Rajzman. 2 O narrador do filme Helio De La Peña e orgulhoso pelo atleta Luca Nolasco. 8 Zé e Marcos Sifú, um dos protagonistas. Rafael Alla (ao fundo) e Paulo Renato e seu 3 Nova geração Global do surf; Caio Vaz e Diogo pai, apoio moral antes da bateria final pré Novaes 4 Os brothers; Fedoca, Ramon, Roberto petit. 9 A campeã Wendy Guimarães e sua Moura, Trekinho e Guilherme Gross. 5 As belas mãe Paula. Marcela e Fernanda. 6 O shaper Gustavo Kronig e 10 Kauai Pinheiro e Américo Pinheiro. esposa. 7 Raoni Monteiro e Natalia. 11 Anselmo Correia e Kayan. 8 A camaradagem dosirmãs atletas Trekinho e Scooby. 12 Toda beleza e simpatia das Luara 9 O elenco da novela TrêsThompson. irmãs: Paulinho Vilhena, e Mayna Leone, Marcelo Novaes o filho Diogo, Caio 13 O Breno companheirismo das gatas do elong. Vaz e cia. 10 O shaper Claudio Hennek. 11 Zé Alla 14 Barbara Rizzeto e a felicidade de seu
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Fotos: álvaro Freitas e annibal
1 Representando a família Saquarema, os
e filhos. 12 Edgar da 2SURF epai. família. 13 O exprofissional Ricardo Tatuí. 14 O casal Diana e Simão Romão. 15 As apresentadoras Carol Barcellos e Irene Vasconcelos. 16 Ítalo Ferreira, Miguel Pupo que participaram do Surf Adventures e Pinga da Oakley. 17 Bianca Medeiros do Woohoo e amiga.
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Fotos: pedro Monteiro
TOKORO NA BOARDS CO.
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SHOW DA DORA VERGUEIRO NA BINTANG
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Docena. 4 Carlos Andrade, Carlos Matias ricosurf.com e a namorada Mariana conferindo os foguetes. 5 Bocão, Osvaldo,Tokoro,Tales e Marcos Cavalcante (Boards Co).
6 Fred da Lost com seu dog companheiro. 7 O lineup do lado de fora. O Arpoador ficou movimentado. 8 A alegria de Thiago Monteiro e Aline Santos. 9 Vitor e Carol. 10 Não podiam deixar de comparecer meninas com beleza e simpatia. 11 André da Bintang e Rogê. 12 Dora Vergueiro e amigas. 13 Vicente (Bam) e namorada. 14 Para encantar mais ainda o lugar: Gabi, Drica e Ju. 15 Gatinhas na Bintang House. 16 Dora e banda.
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Fotos: divulGaÇÃo
1 O colorido das gatas no evento. 2 Marcelo Motta e Fernando Machado (Rip Curl) com Tokoro, Osvaldo (Boards Co) e Guto Carvalho. 3 Tokoro e o ator Omar
SUB 14 AGITA MOLECADA NO RECREIO
Em um final de semana com direitinhas perfeitas de meio metro, as condições não poderiam estar melhores para a molecada. Vale ressaltar a presença dos pais dos atletas sempre incentivando a garotada na competição. No Feminino, a local de Saquarema Wendy, irmã de Yan Guimarães, não deu chance às adversárias e, com duas ondas excelentes (9,00 e 8,50 pontos), deixou Paula Gaby em segundo. “Foi a terceira vez que surfei com essa prancha. Um foguete do Heneck. Dedico essa vitória para minha mãe e minha prima”, declarou Wendy ao lado da sua mãe fiel torcedora. Na Pré-Petit, para competidores com até 8 anos, Paulo Renato mostrou que tem talento. Conquistou o título com Danilo de Souza subindo ao pódio como vice. Em uma maratona de baterias decisivas, entrou na água a categoria Infantil. Sem dar chance aos adversários, Matheus Rodrigues confirmou o favoritismo com a melhor nota de todo o evento – 9,75 pontos em 10 possíveis. Na categoria Petit, para surfistas com até 10 anos, Paulo Renato fez de novo a diferença com a segunda vitória do dia. Fechando a disputa na principal categoria, a Iniciantes, para competidores com até 14 anos, o capixaba Johnny Botelho chegou a sua quarta vitória no Rio. “Venho pro Rio há um bom tempo. Pela primeira vez minha mãe veio comigo. Agradeço muito por esse resultado e pelo apoio dos locais do Recreio.” Já Pedro Neves bateu Alexandre Escobar, que fez uma interferência no final do confronto. Depois do Recreio, o circuito segue para Arraial do Cabo (29 e 30 de agosto), passando na sequência pelo Arpoador (10 e 11 de outubro) e finaliza a temporada na Barra da Tijuca (05 e 06 de dezembro). Mais informações no site Feserj. ao lado: pÓdio com os campeÕes: paulo renato, matheus rodrigues, WendY guimarÃes e tonY botelho
matheus rodrigues
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WendY guimarÃes
paulo renato
Fotos: alvaro Freitas
Se depender do trabalho de base, o futuro do surf carioca está garantido. Foi com esse pensamento que a WQSurf, a Oakley e a Revista Surfar, com seu co-patrocínio, realizaram no Canto do Recreio a primeira etapa do Circuito Sub 14, válido pelo ranking estadual nas categorias Iniciantes, Infantil, Petit, Pré-Petit e Feminino.
DOMÍNIO DE ALEJO MUNIZ EM ÁGUAS CATARINENSES O catarinense Alejo Muniz conquistou o titulo de campeão brasileiro Sub-20 ao vencer na decisão o potiguar Jadson André no campeonato Oakley Pro Junior 2009, realizado em Itajaí, Santa Catarina. O evento reuniu os 80 melhores surfistas do país com até 20 anos de idade. Apenas quatro atletas chegaram ao sábado decisivo e Alejo saiu da água carregado pelos locais. “Só tenho que agradecer a todo mundo que torceu por mim, meus amigos de Bombinhas que vieram me ver, estou muito contente”, comemorou o campeão. Além de decidir o título brasileiro Sub-20, o campeonato classificou dois surfistas para o Oakley Global Challenge, evento especial em Bali que será realizado em outubro com competidores de sete países: Brasil, Austrália, Estados Unidos, França, África do Sul, Japão e Indonésia. O potiguar Jadson André já tinha sua vaga garantida pelo segundo lugar na seletiva australiana vencida por Owen Wright. Com isso, os classificados em Itajaí foram o campeão Alejo Muniz e Jessé Mendes, que superou outro paulista, Miguel Pupo, na soma de pontos das suas derrotas nas semifinais que abriram o sábado decisivo em Itajaí. Entre os cariocas, Yan Guimarães foi o melhor classificado. RANKING BRASILEIRO SUB-20 DE 2009: 01: 02: 03: 03: 05: 05:
Alejo Muniz (SC) – 1.000 pontos Jadson André (RN) - 860 Jessé Mendes (SP) - 730 Miguel Pupo (SP) - 730 Peterson Crisanto (PR) – 610 Franklin Serpa (BA) – 610
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Santiago Muniz (SC) – 610 Alex Ribeiro (SP) – 610 Matheus Toledo (SP) – 500 Emerson Silva (SP) – 500 Gabriel Medina (SP) – 500 Yan Guimarães (RJ) – 500
aleJo muniZ, campeÃo brasile
iro sub 20.
o pÓdio com os finalistas.
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voando com estilo.
ondas perfeitas no campeonato em itaJaÍ . ao lado: JessÉ, tercei ro colocado.
Fotos: Manoel caMpos
o vice Jadson andrÉ
por: roger ferreira
Já faz um bom tempo que o surf é parte integrante do cotidiano de milhares de pessoas ao redor do planeta. É comum hoje em dia encontrarmos alguém que deslize sobre as ondas, seja homem ou mulher, como executivos, profissionais liberais, médicos, dentistas, advogados, jornalistas, entre outras profissões. A sociedade deixou de lado aquele estereótipo mal formulado de puxador de fumo, vagabundo e alienado, adotando uma postura mais contundente sobre o nosso esporte. Em alguns setores como a moda, a cultura surf dita as regras, que são seguidas por gente de todas as idades e níveis sociais. O surf deixou de ser assunto apenas da mídia especializada e passou a figurar regularmente em veículos de grande abrangência, principalmente a televisiva, atraindo a curiosidade e o interesse do público em geral. Pela plasticidade e enorme apelo visual gerado pelo sempre impressionante desafio “homem versus natureza“, devemos essa evolução ao surf de ondas grandes, que rompeu as barreiras e chegou ao Jornal O Globo, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, além dos canais de TV aberta. No contexto comercial racional, o surf é um produto como outro qualquer. Precisa ser divulgado até para quem não surfa, pois desta forma pode-se atrair novos consumidores em busca da imagem que espelha a eterna juventude, saúde e estilo de vida despojado, sempre de bem com a vida. As premiações e salários de atletas profissionais também são mensurados pelo retorno proporcionado em qualquer lugar que apareça de forma positiva. A imagem rebelde também foi abandonada, principalmente nas campanhas publicitárias. Hoje o surfista que vende é o profissional responsável, compromissado com os patrocinadores, com a mídia e com o estilo de vida saudável. As grandes empresas do mercado não estão mais interessadas em atletas problemáticos e descompromissados. Foi através da imagem limpa e positiva que atletas, como Carlos Burle, chegaram ao nível de admiração
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e reconhecimento em que se encontram hoje, unanimidade entre surfistas e simpatizantes do esporte. Vale ressaltar que Burle chegou a esse patamar antes de tudo porque foi visionário. O campeão mundial de ondas grandes contratou há aproximadamente dez anos os serviços de um assessor de imprensa, Márcio Bacana, hoje sócio de Burle na MídiaBacana Assessoria de Comunicação, que cuida também da imagem de atletas como Eraldo Gueiros, Maya Gabeira, Marcelo Trekinho, Victor Ribas e Marcos Sifú. Bacana é o responsável por ações de relevância na grande imprensa, como capas do Jornal O Globo, revistas Veja e Isto É, além de aparições dos big riders nos programas televisivos Domingão do Faustão, Estrelas, Fantástico, Esporte Espetacular, Globo Repórter, entre outros. O fato é que o surf de ondas grandes é o responsável pelo alto nível de reconhecimento que o esporte atingiu entre os não surfistas e simpatizantes aqui no Brasil. O advento do tow-in é o futuro do nosso esporte, esperança de transformarmos nossos melhores surfistas em verdadeiros heróis nacionais e recompensadores salários que virão de investidores como empresas estatais, multinacionais, entre outras. A prova disso são as palestras que Burle já deu sobre sua experiência nessa modalidade para empresas como a Vale, Net, Volkswagen, etc... Ver alguém descendo uma morra gigante em Jaws é sinônimo de loucura e superação, muito mais atrativo para quem não surfa, do que acompanhar uma bateria repleta de manobras. Quem duvidar pode levar uma edição da Surfar (sempre repleta de ondas gigantes e manobras das mais variadas possíveis) para alguém que não curte o esporte e faça a pergunta: O que mais lhe chama atenção? Tenham certeza que a resposta não será surpresa. Go Big! roger ferreira É Jornalista do carlosburle.com
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O LEGADO DE UM BIG RIDER por: roGer Ferreira
eraldo gueiros é um dos pioneiros no brasil quando o assunto é desafiar ondas grandes, na remada ou tow-in. de recife para o mundo, ele tem como profissão viajar perseguindo um dos maiores fenômenos da natureza, ondas gigantes como mavericks, na califórnia. foi lá que em 2001 surfou verdadeiras montanhas d’águas que passaram dos 60 pés, as maiores já registradas no pico. gueiros percorreu um longo caminho até consagrarse como um dos surfistas brasileiros mais respeitados e admirados no cenário internacional. vindo de uma família tradicional, herdou, além do nome, parte da trajetória de vida do avô, eraldo gueiros leite, que antes de tornar-se governador do estado de pernambuco, mudou para o rio em 1968, onde trabalhou no governo militar. coincidências à parte, eraldo veio para a cidade maravilhosa em busca de seu grande sonho e daqui não saiu mais. na barra da tijuca, divide seu tempo entre administrar sua loja de surf e seus treinos de tow-in. de olho na internet e monitorando os swells, ele tem sempre que estar preparado para a qualquer momento partir atrás das ondas gigantes que quebram pelo mundo.
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gueiros no maior mavericKs da histÓria, novembro de 2001.
INÍCIO EM RECIFE
CHEGADA NO RIO
Aos 10 anos de idade, Eraldo começou a surfar com uma prancha emprestada
Após participar do mundial de surf amador e da sua segunda temporada havaiana,
do seu tio. “Fiquei em pé na primeira onda e minha vida mudou, não tive dúvidas
Eraldo sentiu saudades do Brasil e decidiu retornar para Recife. Porém, ao
que meu destino era ser surfista profissional. Aquilo me fascinou de uma maneira
desembarcar no nordeste, percebeu que já estava totalmente envolvido com o surf.
incrível.”
Como o amigo Roberto Valério sinalizou sobre a possibilidade de um patrocínio,
O gosto pelas ondas grandes veio ainda em Recife, quando buscava vencer o desafio
resolveu partir para o Rio em busca do seu grande sonho: viver do esporte. “Fui
de superar os amigos, entre eles, Carlos Burle, Fabio Quencas, Ricardo e Cláudio
morar de favor na casa do Pedro Muller. Fiquei um tempão dando a maior canseira.
Marroquin. “Era uma galera muito fissurada. Tinha aquele lance de quem vai ser
Depois morei na casa do Bocão. Quando minha mãe percebeu que eu iria mesmo
mais casca-grossa, quem vai pegar a maior. Se um amigo dropasse uma onda de
ficar por aqui, me ajudou a comprar um apartamento no Quebra-Mar.” Naquela
quatro pés, eu tinha que dropar quatro pés e meio”, fala
época, o Quebrão era um dos picos mais cobiçados, onde rolavam altas ondas e
Sua primeira viagem internacional não foi com o objetivo único de surfar. Eraldo,
vários campeonatos importantes eram disputados.
que perdeu o pai prematuramente, foi criado com bastante liberdade e, logo cedo,
Apesar de ter nascido em uma família com alto poder aquisitivo, que lhe
aos 13 anos, foi morar na Europa. Entre França e Portugal, passou algum tempo
proporcionou viagens internacionais e estudos em bons colégios, com o falecimento
estudando inglês e surfando. Ao voltar para Recife, já com 15 anos, deu início a
do avô, Eraldo teve que aprender a se virar sozinho. Ele costuma ressaltar que aos 19
uma fase rebelde. Sua mãe resolveu então mandá-lo para os Estados Unidos, indo
anos o esporte segurou as pontas e abriu seus horizontes. “Viajei o mundo inteiro,
morar na Califórnia, o berço da contracultura na época. Lá, entre altas ondas,
construí minha casa e tive uma vida maravilhosa através do surf. E não foi só porque
competições e a paixão avassaladora pelo surf, a juventude californiana também
minha família tinha grana, foi porque acreditei, corri atrás e realizei meu sonho”, diz.
abria espaço para o envolvimento com drogas e loucuras diversas. Felizmente, Eraldo não se entregou ao caminho errado, mesmo vivendo naquele meio conturbado. Na primeira temporada havaiana, Gueiros passou oito meses no North Shore. Fez
LIÇÃO PARA A VIDA
grandes amizades, entre elas a do saudoso Roberto Valério, ex-dono da Cyclone e
Mesmo com a bagagem adquirida ao redor do planeta, uma das lições mais
um dos maiores empresário do surfwear na época. No Hawaii adquiriu experiência
importantes que tirou para a vida veio após a derrota para o parceiro de tow-in
e uma boa base em ondas potentes. Ao retornar para a Califórnia, ele começou
Carlos Burle em uma competição no ano de 1991, em Itacoatiara. Com o mar
sua carreira competitiva. Participou de campeonatos da NSSA (National Scholastic
gigante, Eraldo dominava a final do Clark Foam Big Wave Classic, quando resolveu
Surfing Association), além de outras associações menores. Ganhou eventos
sair do mar, a cinco minutos do encerramento da bateria. “Peguei uma onda longa
amadores com dedicação e empenho, vencendo a defasagem que o surf criado em
até a praia e calculei que iria demorar uns quatro minutos pra voltar ao outside.
Recife lhe impunha contra a galera local, que andava de skate e vivia no auge da
Resolvi sair e aguardar. O Burle pegou uma onda boa e virou a bateria. Aprendi uma
cultura surf.
lição muito importante pra toda minha vida: o jogo só termina quando acaba por completo. E depois daquela derrota, aprendi a lutar até o último segundo.”
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Fotos:arQuivo pessoal
uma boa base em Waimea É fundamental.
RIVALIDADE SADIA O eterno parceiro Burle, que considera como irmão mais novo, é também seu maior rival dentro d’água. “Sempre existiu essa competição entre nós desde pequenos. É estranho, porque se um perdesse e o outro também, estava tudo certo. Agora, se um de nós fosse pras cabeças, era foda! Com o passar do tempo, a gente aprende a administrar tudo isso, a aceitar e respeitar que cada um tem o seu momento no tempo devido.” A competição saudável existente entre os amigos e parceiros de tow-in foi levada até a premiação máxima do big surf mundial, quando a dupla venceu o XXL Big Wave Awards 2002 com uma onda de Burle. Na ocasião, eles disputaram o título com ondas bem parecidas, surfadas no maior mar da história de Mavericks, na Califórnia. Apenas a dupla brazuca estava na água no momento extremo. “Ficamos muito felizes por estar lá, mas quando saiu o resultado...” Explica: “foi assim, no dia gigante ele começou surfando e pegou várias bombas. No final da tarde, eu também me dei muito bem. Quando saímos do mar não sabíamos na real quem havia surfado as melhores. Ao abrimos os web sites gringos no dia seguinte, nossas estavam ondas lá, só que a dele abria a matéria e parecia estar maior que a minha. Aí quando saiu o resultado, apesar de estarmos bem felizes juntos, me deu aquele sentimento de por que não foi a minha?” No entanto, a primeira grande conquista foi bastante comemorada e projetou ainda mais os pernambucanos no cenário mundial. O incentivo também faz parte da rivalidade sadia entre a dupla. Durante a sessão histórica do dia 21 de novembro de 2001 em Mavericks, Eraldo pegou uma bomba de aproximadamente 50 pés e, após passar pela boca do tubo, perguntou a Burle como havia se saído. “O Frank Quirarte (fotógrafo que clicava a sessão) disse que você parecia uma galinha!”, comentou Burle, botando pilha. As palavras fizeram Eraldo pedir ao parceiro que o colocasse em uma onda ainda maior. “Eu estava puto com aquela história e dropei a onda seguinte, que tinha uns 60 pés, atrasando para ficar no lugar mais crítico possível. Quando percebi, já estava muito dentro
e fui esmagado pelo tubo monstruoso. Perguntei como havia sido para o Frank e ele disse que eu tinha descido um penhasco que quebrou bem em cima da minha cabeça”, relata Gueiros.
SAUDADES DO NORTH SHORE Todo big rider que se preze passa pelo menos os meses de inverno no Hawaii, rotina cumprida religiosamente há mais de 20 anos. A relação de amor profundo do pernambucano pelo arquipélago foi além dos tubos e ondas perfeitas das bancadas havaianas. A costa Norte da ilha de Oahu, que antes era considerada por ele como local ideal até para morar, acabou marcado com o término de seu casamento, que o fez passar a ficar na ilha de Maui. “Jaws estava começando a virar o cenário do surf em ondas grandes, acabei optando pela ilha de Maui para me focar em surfar lá e sair um pouco daquele ar que lembrava a minha separação.” Depois de algumas temporadas fora, voltou este ano ao North Shore, onde reencontrou os amigos, pegou altas ondas e relembrou de tudo que passou ali. Na verdade, o que Eraldo mais sentia saudades era surfar em Sunset, um dos seus picos preferidos. Mas ele faz questão de frisar que continuará residindo em Maui durante a temporada de ondas grandes, local que considera ideal, principalmente pelo sossego e tranquilidade.
MEDO Para quem pensa que o medo não faz parte da rotina de um atleta como Eraldo, um episódio aterrorizante relacionado a um dos picos mais tradicionais de ondas grandes, Dungeons, situado na Cidade do Cabo, África do Sul, lhe causa arrepios até hoje. Durante uma sessão de tow-in, Eraldo se deparou com o animal marinho mais temido e perigoso dos sete mares. “Estava sendo puxado pelo jet ski e veio um tubarão branco gigante que mais parecia uma Kombi na minha direção. Foi a primeira vez que vi um bicho daquele de verdade. Quando estávamos voltando para o porto, ainda encontramos mais dois monstros desses.” Não poderia ser
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fotos menores: eraldo, fast eddie e burle no haWaii. o reconhecimento na mĂ?dia com burle e maYa gabeira. eraldo e seus cĂƒes. haWaii com os amigos cauĂƒ reYmond e roYler gracie.
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diferente, ele não pretende voltar a surfar na remada naquele local. “Aquele lugar é muito perigoso! Como pode alguém surfar com um monstro daqueles ali rondando o line up? De jet ski, pra fazer um tow-in, até volto lá, mas o pico é muito sinistro, nem um pouco simpático.”
TOW-IN NO BRASIL Precursor da modalidade no país e um dos mais experientes quando o assunto é pilotar jet ski em condições extremas, Eraldo hoje faz parte do conselho da ABRASMO (Associação Brasileira de Surf Motorizado) e seu feeling o torna extremamente capacitado para opinar sobre o crescimento do surf rebocado no Brasil. “O tow-in é um esporte novo, que está crescendo por aqui com a
CONQUISTAS
realização de competições importantes. Temos algumas das melhores duplas do mundo e a nova geração vem mostrando que a continuidade do trabalho que iniciamos está garantida. Mas, por enquanto, não irei dar moleza para
durante a carreira de mais de 23 anos, eraldo conquistou títulos
ninguém, pois me sinto muito bem, no auge da carreira, e ainda tenho ações
importantes para o esporte brasileiro.
importantes para realizar nos próximos anos”, fala.
GANHOU MAS NÃO LEVOU
• Entrou para o Guiness Book por surfar na Pororoca a maior distância em uma onda.
Em suas investidas nas ondas de Jaws, Gueiros foi finalista da categoria
• Vice campeão em 1991 do Clark Foam Big Waves em
Monster Tube do XXL Big Wave Awards 2005, com um dos maiores e mais
itacoatiara.
insanos tubos da história do surf. A onda em questão foi surfada por ele em
• Vice campeão carioca de surf profissional em 1991.
dezembro do ano anterior. “Assim que fiquei sabendo que estava na final,
• Vencedor do XXL 2002, rebocando seu parceiro de tow-in.
liguei para meu amigo Frank Quirarte, fotógrafo norte-americano que fazia
• Vencedor do Big Trip 2002.
parte da comissão julgadora e perguntei quais eram as minhas chances. Ele
• Terceiro colocado na categoria Maior Onda na Remada do
disse que estava muito bom pra mim.” Eraldo e Danilo Couto eram os representantes brasileiros naquela edição
XXl 2002.
do XXL, ambos concorrendo com tubos em Jaws. O locutor oficial da noite
• Terceiro colocado no Tow-In World Cup em 2003.
começou seu discurso mencionando sobre possíveis controvérsias ao serem
• Finalista da categoria Monster Tube no XXL 2005.
divulgados os vencedores. A organização havia optado por uma onda única,
• Campeão brasileiro de tow-in em 2006 na laje de Jaguaruna,
ao invés do maior tubo como de costume. Foi a primeira vez que o pico de
s.c.
Shipterns Bluuf, na Tasmânia, apareceu no cenário. “A minha onda tinha fácil pelo menos uns 40 pés, com 20 pés no tubo. A onda vencedora tinha no
• Vice campeão mundial de tow-in 2007 pela APT (Associação
máximo 10 pés... Até hoje não digeri aquilo. Como pode a categoria chamada
profissional de towsurfer).
de tubo monstro premiar uma onda única?”, comenta Eraldo desapontado.
• Terceiro colocado em 2008 no Red Nose Tow-In, em
Como ele faz questão de mencionar, o XXL é muito importante para o cenário
maresias, sp.
das ondas grandes, apesar da premiação ser fruto de muita politicagem.
VIDA NO RIO DE JANEIRO Eraldo vive no Rio há mais de 23 anos. Desde que chegou por aqui em busca de patrocínio, se apaixonou e, por mais que a saudade da família aperte e o faça cogitar voltar para Recife, tem a convicção de que aqui é o seu lugar. Entre as manhãs de Stand Up na praia do Pepê ou tow-in na orla da Barra quando o mar sobe, ele divide seu tempo com a loja de equipamentos e roupas para surf, kite, SUP, tow-in e skate que mantém em frente a famosa laje do Postinho. Nos dias de forte vento leste, também aproveita para velejar nas ondas. O Rio há mais de duas décadas o seduziu e o fez enxergar a vida com outra perspectiva. “Minha vida é no Rio de Janeiro!” Por mais que vá a Recife matar Fotos: arQuivo pessoal
a saudade da família ou viaje para surfar em algum lugar ao redor do planeta, Gueiros sempre volta para o convívio com os amigos no lugar que elegeu como sua casa.
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uma casa em frente à paradisíaca teahupoo, no tahiti, foi o cenário no mês de junho do primeiro “reality surf show” feito por uma revista brasileira. eram 12 pessoas dividindo um banheiro, uma cozinha, três quartos, uma sala e uma varanda. as belas mulheres, as camas confortáveis e os banquetes regados que costumamos ver nos bbbs, foram substituídos por um grupo de surfistas, sacos de dormir e comidas nada especiais. no realitahitishow, não tinha prova de líder, nem prêmio de 1 milhão. nossas provas na rasa bancada do pico podiam custar à vida, mas igual ao nosso prêmio não existe... tudo que um surfista pode querer e que dinheiro no mundo não paga. tirar um tubão em teahupoo! a surfar selecionou cinco moradores para contar como foi desfrutar esse prêmio da natureza em um dos lugares mais bonitos e assustadores do mundo. de olho neles!
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felipe, relaXado nos tubos de teahupoo.
a sua prancha, e sempre que tinha oportunidade divulgava o material para os sites especializados. Dentro de casa só funcionava sobre pressão. Se alguém não falasse pra ele limpar a panela ou arrumar alguma cagada que tivesse feito, ele não fazia. Comilão de primeira provou que o apelido Gordo não é à toa. Sua base alimentar durante a trip foi panqueca, queijo e bacon.
Idade: 22 anos Profissão: Surfista Profissional Base: Regular Especialidade: Tubos e agilização. Residência: Cidade Maravilhosa Local da onde: Posto 10, Recreio Tempo de surf: 12 anos
Quiver: 5´11 , 6´1 , 3x 6´3 , 6´6 , 6´8 , 6´10 e 7´0. Prancha: Minha 6´6 RUSTY amarela... FOGUETE. Machucados: Costas, braço, mão e pés ralados. Pranchas quebradas: 7 pranchas pro saco.
Éramos acordados nos dias de boas ondas com o barulho da parafina sendo esfregada na prancha pelo Gordo. O cara é a pilha em pessoa. Quando a galera estava meio desmotivada ele já chegava instigando. “Deu a volta ao mundo pra ficar deitado aí na cama, cara?! Vamos surfar porra. Estamos em Teahupoo caralho!”. Dentro d’água ficava posicionado um pouco mais pra fora do resto do crowd, sempre à espera das maiores da série. Pegou altos tubos de backside sem segurar na borda, vacou em algumas bombas insanas e quebrou diversas pranchas. Além de ser um dos melhores tube riders do Brasil, Cesarano é marketeiro nato. Entrou em quase todos os mares com duas filmadoras acopladas
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Por que você foi para o Tahiti? Porque lá é um dos melhores lugares do mundo para surfar. Viemos com o foco em Teahupoo, mas foi em uma direita em outra ilha que a galera ficou realmente em êxtase. Quais as vantagens da casa? Bem grande, com um visual maneiro e de frente para Teahupoo. E as desvantagens? O vizinho do lado gritando que ia nos queimar vivos se não calássemos a boca. Qual a primeira impressão da onda? Assustador e surreal. A melhor onda da trip? A minha foi uma bomba que não saí. Quando levantei e vi que estava vivo, dei um grito de emoção que parecia que tinha feito um gol na final da copa do mundo. Da galera toda foi uma do Pedro Manga, que ele fez o impossível e
andou na bola de espuma de um jeito impressionante. A pior vaca? Foram várias, mas talvez minha primeira onda no último dia... Uma bomba muito de Oeste que voei lá de cima. E o maior perrengue? Dentro de uma Ranger 16 cabeças com mais sei lá quantas pranchas em cima e malas apertando... Isso por mais de três horas esmagados e com câimbra, não tinha espaço nem para coçar meu nariz (rsrsrs).
Qual o momento mais marcante na viagem? Ver o Stanley voltando com a maior onda que eu já vi na minha vida. Coitado. Importância da galera para sua atitude no mar: Todos ajudaram a puxar o limite. Suas considerações finais: “Maururu”, obrigado a todos que fizeram esse sonho se tornar realidade. E a Deus por nos proteger o tempo todo, pois lá o risco de vida é um fato.
bidu
segundo cesarano, esta foi sua onda mais sinistra no tahiti.
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felipe cesarano mostrando que a base adquirida em pipeline feZ toda a diferenÇa nos tudos de teahupoo.
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bidu
ian, hipnotiZado pela perfeiÇÃo da onda.
Nas vezes que tentou arrumar a casa se estressou rapidamente, pois viu que poucos estavam dispostos a colaborar. Foi um dos que se preocupou com a limpeza e organização. Criou o revezamento entre quem cozinhava e lavava, mas a iniciativa falhou assim que o Gordo, que não cozinhou, comeu e dormiu sem lavar nada.
Idade: 21 anos Profissão: Surfista profissional Base: Goofy Especialidade: Tubos Residência: Rio Local: Arpoador Tempo de surf: 10 anos Quiver: 5’11 , 6’1, 6’2, 6’4
(quadriquilha),6’5, 6’8 e 7’0 Prancha: Tiveram duas que usei bastante: Electra 6’4 quadriquilha e outra 6’8 round pin Machucados: Vários cortes pelo corpo, nada muito grave. Pranchas quebradas: Dei muita sorte, apenas trinquei uma prancha
Mestre ou Oráculo. Com ele não existe pergunta sem resposta. Se o mar está mais tubular hoje do que ontem, Ian tem a explicação. Além de ter sempre uma resposta na ponta da língua, é mestre nos tubos. De frontside pra Teahupoo pegou altas ondas e chegou a comparar o Tahiti com a Disney. “Isso aqui é uma máquina de tubos. Parece um parque de diversões” Acho que ele disse isso, pois estava emocionado. Certamente os drops insanos que ele fez e os largos tubos que surfou não chegam nem perto da montanha russa mais sinistra do mundo. Teve, no último dia, o privilégio de ser puxado de tow-in pelo local Teva, irmão de Malik Joyeux. Pegou um tubão.
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Por que você veio para o Tahiti? Enquanto estávamos no Hawaii, vi o Gordo planejando essa trip, então, me juntei à galera e rolou. Qual a primeira impressão da onda? Perfeita, poderosa e assustadora. Melhor onda que já surfei! A melhor onda da trip? Um tubo nos primeiros dias. O mar não estava tão grande, algo entre 6 e 8 pés, chovendo bastante. Entrou uma série de Oeste, perfeita, dropei por trás da sessão e saí no spray. Foi minha primeira onda nesse dia, nem o Tojal estava posicionado ainda, mas de longe fez o registro. A pior vaca? Acho que foi no mesmo dia da melhor onda. Botei para dentro do tubo, lembro de estar bem atrasado até ser engolido pela bola de espuma. Estava usando um capacete com uma mini filmadora acoplada. O capacete encheu de água e passou a funcionar como um paraquedas de efeito contrário, a água que entrava me puxava mais ainda com repuxo da onda. Um caldão! Foi a primeira vez que
tive de atravessar a bancada de Teahupoo. E o maior perrengue? Voltando de outra ilha com 16 pessoas no mesmo carro! Qual o momento mais marcante na viagem? A aula de surf que o Raimana deu. O mar estava perfeito, quase sem crowd, era só a galera e o Raimana. Ele se empolgou com uma onda surfada pelo longboarder Marcelo Freitas, começou a posicionar e mandar um a um da galera nas melhores ondas. Só estando lá pra sentir a “vibe”!
Importância da galera pra sua atitude no mar: Um puxou o outro. Suas considerações finais: A galera representou! Todos quebraram seus limites, tanto os surfistas quanto o fotógrafo Tojal.
cosenZa na “disneY tahitiana”.
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em sua primeira veZ no taiti, ian cosenZa nĂƒo se intimidou com a bancada dos crĂ‚nios quebrados.
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da barra da tiJuca para as ondas de teahupoo.
Na casa Stanley era um dos únicos que tentava manter a ordem. Por várias vezes arrumou a cozinha e varreu o chão, mas o resultado não durava nem dez minutos. Sempre entrava um sujeito com o pé sujo ou deixava a louça e panelas jogadas na pia. Como não gosta de discutir, depois da décima tentativa de manter a organização desistiu de ser a “Maria”. Nos últimos dias a casa já estava completamente insalubre e intransitável. Recebeu a sorte grande de sua foto ser escolhida para a capa da Surfar.
Idade: 23 anos Profissão: Surfista profissional Base: Goofy Especialidade: Tubos e manobras aéreas. Residência: Rio de Janeiro Local: Recreio dos Bandeirantes e Beton (Posto 6, Barra da Tijuca).
Tempo de surf: 11 anos Quiver: 6’1, 6’3, 6’6 e 6,10 Prancha: 6’0, 6’,1, 6’3, 6’5 e 6’8 Machucados: Cortes no pé. Pranchas quebradas: Uma máquina de ondas e de quebrar pranchas! Quebrei só cinco.
Devido à semelhança de seu cabelo com a vida marinha do Tahiti, Stanley ficou conhecido como “Coral Head” ou em bom português “Cabeça de Coral”. Tranquilão e sem se estressar com nada, surfou Teahupoo como se já tivesse surfado lá outras vezes. Se posicionou bem dentro da bancada e pegou muitos tubos. No dia de seu aniversário, 4 de junho, pegou a melhor onda da sua vida e também sofreu a pior vaca, voltando com o lip em uma bomba de 15 pés. “Que vaca que nada. Dropei Teahupoo de rabeta. Ninguém no mundo fez isso”, brincou Cieslik logo após escapar da morte.
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Por que você veio para o Tahiti? Porque é a onda mais perfeita do mundo. E também pela galera que me chamou para vir. São atirados e só tem “casca grossa”. Quais as vantagens da casa? De frente para o pico, fiz novas amizades e o principal: para minha carreira a convivência com vários surfistas de alto nível, que sempre têm algo para acrescentar no aperfeiçoamento do meu surf. E as desvantagens? Só porcos que não limpavam e nem arrumavam nada! Qual a primeira impressão da onda? Achava que não poderia existir uma onda tão assustadora e poderosa como Pipeline, mas me enganei! A melhor onda da trip? Tubão profundo que tirei no dia grande, que até me rendeu uma imagem no site gringo Surfline.com.
A pior vaca? Foi no dia 04 de junho, meu aniversário de 23 anos, dia que nasci de novo! Subiu uma série de 15 pés (que na hora pareciam uns 50 pés), eu estava em um lugar que parecia impossível de quebrar uma onda, mas não deu outra! Tentei furar, mas voltei junto com o lip, a única coisa que deu tempo para pensar foi “tô lascado na merda”. Fui jogado nos corais que nem um boneco de pano. Uma situação de vida ou morte! Fiquei debaixo da água durante umas três bombas, subi só com um arranhão e a prancha quebrada! Situações que acontecem uma vez na vida! “Maururu Teahupoo”. Qual o momento mais marcante na viagem? Ver o Raimana e Laird entubando fundo em ondas de 10 pés de stand up, mergulho com as raias e tubarões e ter pegado a direita que rola só umas dez vezes por ano. Surfar ainda com alguns ídolos do surf, como Bruce Irons, Benji, Michel Burez, Raimana, Manoa, Mick Bruno, entre outros! Suas considerações finais: Agradeço aos meus pais por terem possibilitado a realização de um sonho. Também ao povo taitiano pela ótima hospitalidade! “Yaorana”.
stanleY e seu famoso “looK” cabeÇa-de-coral.
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surfar de bacKside em teahupoo nÃo É pra qualquer um.
e pegando de três a cinco tubos na mesma onda. Bruce Irons, que também estava por lá, ficou em combinação... Durante os 25 dias de viagem o Eric era o último a ir dormir e sempre o primeiro a acordar, hiperativo em pessoa. Raramente lavava a louça, comia a comida dos outros e nunca foi visto arrumando a casa. Apesar disso, ninguém se estressava com ele, pois sempre arrumava um jeito de arrancar uma risada da galera.
Idade: 21 anos Profissão: Surfista profissional Base: Regular Especialidade: Todos os tipos de mar bom. Basta estar perfeito Residência: Rio de janeiro Local: Prainha Tempo de surf: 13 anos Quiver: 6’0, 6’1, 6’3, (T.Patterson),
6’3, 6’5,(T.Patterson) 6’6, 6’8 e 7’0 Prancha: T.Patterson Machucados: Vários espalhados pelo corpo. Braço, joelho, costa, mão, dedos do pé, etc... Pranchas quebradas: Seis pranchas. Só voltei com duas: 6`0 e 6`1. As únicas que não usei.
“Em pico que rola tubo cachorro come pedra!”. Essa é uma das muitas frases hilárias dita pelo Eric durante a trip. Como o clima fica bem tenso em dias de onda grande, ele era o responsável pelas gargalhadas e os momentos de descontração. O cara rosnava, gritava e contava piada. No Outside ficava mais calmo. Se posicionava abaixo do crowd, em busca do “West Bowl”, um tubo pesado que parece uma pista de skate. Dono da linha de surf mais bonita da galera, Eric pegou muitos tubos, tanto com a mão na borda quanto sem. No pico secreto, uma direita perfeita, ficou igual a pinto no lixo, manobrando forte
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Por que você veio para o Tahiti? Sempre sonhei com esta viagem e apareceu a oportunidade de fazer essa barca com a galera. Então, não pensei duas vezes,quando o Gordinho me falou, fiquei amarradão. Quais as vantagens da casa? De frente para o pico. Era acordar de pijama e ir olhar. E as desvantagens? Neguinho peidava muito de manhã (rsrsrsrs). Qual a primeira impressão da onda? Achei muito mais difícil ao vivo do que pelas fotos e filmes que eu já tinha visto. A melhor onda da trip? No “Epic Day”, que Laird estava lá, dropei uma onda com um bom tamanho, bem de Oeste, totalmente atrás do pico. Botei para dentro e olhei aquele visual insano, tive uma visão única.
A pior vaca? Um bowl de Oeste que veio bem de trás, morri lá dentro. Na sequência, bati no reef sem camisa, arrebentei o leash e, quando levantei de um caldo absurdo, estava no meio do “sorongo” (roubada) na direita que fecha na bancada. Esse é o último lugar que você quer ir parar.
Qual o momento mais marcante na viagem? Ver o Stanley voltando na bomba e sobrevivendo! Importância da galera para sua atitude no mar: Um instiga o outro a dropar uma maior e melhor.
bidu
Suas considerações finais: A viagem foi alucinante! Netuno foi muito generoso com a gente, pois não parou de dar onda durante nenhum segundo.
“em pico que rola tubo cachorro come pedra!”
eric no melhor estilo grab-rail.
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eric de souZa pegou alguns dos melhores tubos da vida e mostrou personalidade de um tube rider.
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gustavo camarテバ
bidu
manga no-grab.
essa série passou todos só gritavam o nome do Pedro. Certamente é um dos brasileiros mais considerados no Tahiti. Passava na base brasileira quando queria dar umas risadas. Como não gosta muito de chiqueiro, poucas vezes dormiu no palco do “RealiTahitiShow”(risos).
Idade: 26 anos Profissão: Surfista profissional Base: Regular Especialidade: Tubos Residência: Porto Alegre Local: Não sou local em lugar nenhum.
Tempo de surf: 15 anos Quiver: 6`0 , 6`3 , 6`6 , 6`9 e 6`10 Prancha: 6’9 Machucados: Ainda não me machuquei esse ano. Pranchas quebradas: Já quebrei três pranchas desde que cheguei, um mês atrás.
Manga é um surfista como poucos. Paciente como ninguém, odeia impregnar e mesmo assim consegue pegar altas. Sua postura dentro d´água é muito parecida com a de fora. Quieto e observador, Manga senta e espera por sua onda como se estivesse no sofá da sala. Durante uma queda não pega mais de meiadúzia de ondas, mas também as que ele pega são incríveis. Foi o responsável pelo melhor tubo surfado na remada por um brasileiro na temporada. Surfou a primeira onda da série, sendo que a segunda e a terceira foram surfadas de town-in por nada menos que Laird Hamilton e o local Raimana. Depois que
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Por que você veio para o Tahiti? Já é minha quarta temporada aqui. Amo o Tahiti mais que qualquer outro lugar. Ondas perfeitas, povo amigável, comida incrível, temperatura ideal. Qual a primeira impressão da onda? Intimidadora, sempre tenho a sensação de ser um iniciante quando estou no pico. A pior vaca? Remei numa de bom tamanho, devia ter uns oito pés. Estava tudo indo bem até que fui ficar em pé na prancha e meu pé escorregou. Desci a onda de peito e fui sugado de volta com o lip, não bati no fundo, mas fiquei um tempão embaixo da água, cheguei à superfície um segundo antes da segunda onda explodir na minha frente. E o maior perrengue? Depois de uma sessão de final de tarde, remei até a bóia onde estava amarrado o bote inflável que um amigo me emprestou. Liguei o motor para voltar para
terra firme. Mas em vez de voltar direto, resolvi dar uma passada rápida perto do pico, dar uma última olhada nas ondas e ver se alguém queria uma carona de volta para a praia. Quando me encontrava pertinho do west bowl, praticamente sentindo as baforadas das ondas na minha cara, não é que o motor do barquinho apagou! Simplesmente me encontrava a deriva, totalmente impotente, a menos de dez metros da bancada mais sinistra do mundo... Tentei ligar o motor novamente, mas para minha sorte, as ondas que vieram eram intermediárias, pois se viesse a série, não sei o que seria de mim. Mais sorte ainda foi o fato de que, apesar de já ser tarde, ainda havia outro barco por
perto, então, joguei uma corda para a galera e fui rebocado para fora da zona de risco. Isso há poucos instantes antes de uma série de doze pés quebrar. Qual o momento mais marcante na viagem? Festinha com as gatinhas taitianas na casa. Elas são demais! Suas considerações finais: I love Tahiti.
manga, esbanJando atitude nos canudos.
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a “tranquilidade” de pedro manga para esperar o momento certo e surfar essa bomba da sÉrie de oeste em teahupoo.
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se vocÊ acha que nÃo eXistem mais “secrets paradises” espalhados pelo mundo, nÓs trouXemos uma pequena prova que isso ainda É possÍvel. na foto, o surfista local e “Xerife” do pico!
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depois de pegarem altas esquerdas em teahupoo, os integrantes do realitahitishow foram abençoados com uma direita tão boa quanto rara. Três horas de viagem na caçamba de uma pick-up, depois mais uma hora de barco, seguidos de muitos quilômetros de estradas esburacadas. quando chegamos toda a dor e desconforto foram esquecidos. o que víamos através do vidro sujo do carro era mágico. parecia que estávamos vendo desert point através de um espelho. uma máquina de tubos para a direita. incrível. a onda tinha cinco sessões tubulares, sendo que entre cada uma, formava um paredão perfeito para manobrar. como nem tudo são flores, logo de cara fomos hostilizados pelos locais. não era por menos. ninguém quer ver 16 pessoas chegando no seu pico no dia mais clássico do ano. fotos e filmagens foram proibidas. para minha sorte consegui fazer, antes de ser avisado sobre essa proibição, a melhor foto da vida do local e xerife do pico. Ganhei passe livre e pude “trabalhar” à vontade na onda mais perfeita que já vi. maururu - local boy! teXto e Fotos: pedro toJal
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a total sintonia com o fotÓgrafo, eric de sousa em um final de tarde no “secret”. fotos menores; para chegar no pico vÁrios transportes sÃo utiliZados, inclusive o ferrY boat; outro local boY entocado na direita; ondas longas, tubulares e manobrÁveis.
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pedro toJal
no tahiti geralmente os fotÓgrafos ficam trabalhando nos barcos estacionados no canal, no entanto, pedro toJal preferiu se arriscar e faZer dentro d Água, sua especialidade. o resultado do seu trabalho sÃo fotos com Ângulos inusitados como essa que ele conseguiu captar do tahitiano manoa drollet.
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bidu
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bidu
na onda da foto acima, stanleY foi arremessado contra a bancada de coral. veJa no detalhe a sombra dele antes de ser varrido. nesta; o longboarder marcelo freitas mostrou atitude em teahupoo.
pedro toJal
numa sesssion com os brasileiros, o mais local de teahupoo, raimana van bastolaer, botou pra dentro de stand up.
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bidu
apÓs a maioria dos surfistas voltarem para o brasil, um dos poucos que permaneceram no tahiti foi o potiguar ademir calunga, que pegou essa bomba registrada pelo fotÓgrafo carioca bidÚ. a onda e o surfista dispensam maiores comentÁrios.
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a temporada 2009 no rio teve início com uma sequência de swells e dias épicos de surf. sem esquecer o início do ano, mas esse outono foi um dos melhores dos últimos tempos. quebraram ondas de todos os gostos, de ressaca a uma session no meio da barra em um dia ensolarado, todo o quiver de pranchas foi usado para não perder nada. as ondas abençoaram com combinação perfeita de vento, luz e a performance dos fotógrafos e alto nível dos surfistas. salve netuno!
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pedro toJal
o rio estÁ sempre nos presenteando com visuais esplÊndidos. nesta Época do ano a combinaÇÃo de luZ, sol e sWells favorecem a vida dos fotÓgrafos e proporcionam fotos como essa de JÊ vargas, profundo conhecedor das tubulares ondas do alpha barra.
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stephan FiGueiredo
marcelo treKinho abortando a missテバ enquanto ainda havia tempo.
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dieGo distÚrbios
“É muito difÍcil encontrar o momento certo numa onda como esta. ainda bem que estou vivo! pois a brincadeira me custou uma porrada na laJe e muitos segundos debaiXo d’Água. sem dÚvida, o caldo da vida.” disse elisio tiÚba apÓs sair ileso de uma vaca descomunal em cima da laJe.
stephan FiGueiredo
drop insano de sthefan figueredo raspando as quilhas nas pedras.
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Fotos: ĂĄlvaro Freitas
trĂŠs momentos na prainha que mostram bem a diversidade do point mais constante do rio. ao lado: guga fernandes voando sem medo, nesta, um tubasso do mestre pedro muller e abaiXo, o line up em um dia de gala no outono carioca.
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beto paes leMe
nada como atravessar a rua e pegar um tubo desses na porta de casa. fabiano passos, no leblon.
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Manoel caMpos
mesmo com a vitÓria em bell’s, silvana lima nunca relaXa. manobrando forte na divisa entre o rio e sÃo paulo, trindade, praia do sepilho, rJ. na pÁgina ao lado: pedro henrique inovando em itaÚna e Jano belo na macumba.
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luciano cabal
รกlvaro Freitas
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pedro Monteiro
รกlvaro Freitas
álvaro Freitas luciano cabal
acima: hugo bittencourt ataca com todo o seu poWer surf na prainha. à esquerda; Jean de boullions quebrando na vala do recreio. abaiXo: heitor alves, velocidade mÁXima na praia da macumba. o rasta fabio pereZ curtindo seu momento no surf.
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Em uma final histórica do Hang Loose Pro 2009, o americano Kelly Slater não se intimidou com a torcida e venceu Adriano Mineirinho na Praia da Vila, Imbituba, Santa Catarina. Com o resultado o brasileiro pulou para fotos: álvaro freitas a segunda colocação no ranking da ASP. Tudo parecia um sonho, vencer uma final do WCT no Brasil com a casa cheia. Mas do outro lado vestindo a lycra amarela estava Kelly Slater, nem um pouco preocupado em fazer com que o sonho do brasileiro se realizasse. A bateria começou com Mineirinho atacando as esquerdas sem escolher muito. Slater manteve o sangue frio e respondeu com fortes batidas de backside, surfando com muita força duas esquerdas que lhe renderam o total de 17,94 pontos no somatório final. “Estava tranqüilo dentro d água, mas é bem difícil competir assim com 10 mil pessoas gritando e assoviando para seu adversário. Estou surfando sem pressão, vindo de trás e confesso que não estou muito ligado nisso de brigar pelo título, apesar de que todo mundo bota uma pressão em cima de mim sobre isso”. Com os 1.200 pontos conseguidos no Brasil, Slater sobe de 21º para nono lugar no ranking. Já Adriano de Souza reassume a vice-liderança, vibrando bastante com o excelente resultado. “Estou muito feliz de representar o Brasil numa final contra o Kelly e principalmente porque a torcida estava junto comigo, e não torcendo prá ele. Faltou a vitória, que vai chegar na hora certa”, disse um conformado Mineirinho, que na semifinal venceu Joel Parkison, dando o troco da derrota sofrida na etapa Gold Cost. Slater fez questão de enaltecer o desempenho e a evolução de Adriano. “É o primeiro brasileiro a estar nesta posição e com certeza isso se deve a competitividade dele. Adriano tem a garra de competir que vocês brasileiros têm neste país, está sempre atento e observando tudo, vem evoluindo bastante a cada campeonato, cada ano. Está de parabéns”. RANKING ASP WORLD TOUR 2009 – 4 etapas: 1- Joel Parkinson (AUS) – 3.876 pontos 2- Adriano de Souza (BRA) – 3.206 3- C. J. Hobgood (EUA) – 3.072 4- Taj Burrow (AUS) – 3.050 5- Mick Fanning (AUS) – 2.940 6- Bobby Martinez (EUA) – 2.625
7-Tom Whitaker (AUS) – 2.532 8- Jordy Smith (AFR) – 2.486 9- Kelly Slater (EUA) – 2.430 10- Damien Hobgood (EUA) – 2.342 27-Jihad Khodr (BRA)- 1460 32-Heitor Alves (BRA)-1455
à esq,: slater, volta à vencer. acima: mineiro deu muito trabalho. fotos menores: momentos do evento em imbituba. slater com a surfar.
pinga com seu atleta adriano.
Depois de recebermos milhares de cartas por e-mail nesse primeiro ano de revista, vamos ser sinceros com vocês. Fizemos uma criteriosa seleção e escolhemos aquelas que mais elogiavam a Surfar! Ai deve ter gente perguntando. E as criticas? Bom, essas encaminhamos para o departamento responsável ..... Continuem a escrever, pois as cartas são sempre um excelente feedback .
COLABORADORES DE PESO Parabéns a todos da Surfar! A sétima edição estava linda e as palavras sinceras emocionam! Que honra poder contribuir com essa história que está começando com seriedade, competência e alto astral pela causa nobre do surf sob a perspectiva carioca. Vanessa Moutinho - fotógrafa
O REI E SEU TRONO Pego um exemplar, leio e deixo no cesto do banheiro. Após algumas visitas ao trono do Rei e inúmeras releituras, me deparo com a fuga das minhas SURFARS. Minha mulher deixa escapar para a comlurb para o desespero do Rei, que em seu trono merece ler do bom e do melhor. Isso era motivo para colocá-la na forca em praça pública, mas como estamos no século XXI, nada que uma briga entre o casal e um e-mail solicitando ao clero SURFAR estes exemplares, resolva o problema do Rei em seu trono! Diogo Condão Fica tranquilo meu Rei, o seu pedido é uma ordem e já está sendo providenciado.
A IMPORTÂNCIA NO MERCADO Acabei de vê-la pela primeira vez na edição online. E sei muito bem da luta de iniciar e botar pra frente uma revista de surf. Faço questão de deixar meus votos de sucesso nesse novo desafio. Depois de mais de oito anos consecutivos fazendo a SURF PRESS, sei o quanto é importante para o mercado, bem como para os atletas, existir revistas com enfoque regional. Além disso, a distribuição gratuita da SURFAR garante aos anunciantes a certeza plena que todos os exemplares chegarão às mãos do consumidor em potencial. Isso é um trunfo! Tá completinha editorialmente e com altas fotos! O surf precisa de gente com água salgada na veia no mercado editorial! - Marcelo Cartaxo – Editor da revista SURF PRESS
REVISTA DE GRAÇA, EU TAMBÉM QUERO! Conheci a revista na segunda edição e gostei de verdade! Muito bom trabalho! A gente observa de longe que foi feito com muito empenho e foco. Além das fotos perfeitas e matérias interessantes, tem o barato de ser grátis. Grande colaboração para o surf carioca. Eu quero é SURFAR! Daniella Vieira
SURFAR DEMOCRÁTICA Parabéns pela iniciativa inovadora. Eu que não sou “do surf”, fiquei maravilhado quando vi a foto do meu filho Caio Toledo na seção Grommets. Agradeço pelo empenho em mostrar cada um dos moleques da nova geração, com seus respectivos nomes. Afinal, eles ainda não são conhecidos ou consagrados. Essa era a força que faltava para o surf do Rio. Essa foto fez a alegria da família toda! Todos os alunos do Colégio São Vicente de Paulo já viram a revista. O moleque está radiante! Carlos Toledo
NO MUNDO DA LUA... Eu fico louco quando vejo uma revista brasileira pelando saco dos americanos, essa revista é o espelho de um americano lindo e cheio da grana que não sabe o que fazer. Vocês podem ter certeza de que eu nunca irei comprar essa merda. Isso ta com cara de americano rico dando emprego para os necessitados. Falta de criatividade é o que vocês tem de melhor. Se olha no espelho e vai ver um perdedor tipicamente brasileiro. Eu voltarei e não adianta reclamar dos meus erros de português, eu fugia da escola pra surfa. Não tenho medo de vocês e de ninguém. Flavio Coutinho É isso aí meu camarada. Recomendamos que você não compre a Surfar, pois ela é de graça!
FAMÍLIA SURF Estou muito feliz com uma revista carioca. Já li várias vezes. A qualidade do papel não incomoda em nada. Tenho 40 anos e surfo a dez. Gostaria de compartilhar a felicidade que tenho em ver minha filha pegando as ondinhas dela. Fica aqui uma sugestão para uma matéria: sobre pais e filhos cariocas e surfistas, e o que é melhor, surfando juntos! Luís Eduardo Cardoso Tá dado o recado, Luiz Eduardo. Os trabalhos já começaram. Confira a “Qualé a Boa” desse mês.
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Daniela Campregher
22 anos Fotos: Celso Pereira Jr.
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Daniela Campregher não precisa ser anunciada, é do tipo que faz o ar da sala faltar quando passa pela porta. Aos 22 anos, é dona de um corpo perfeito e não faz nenhuma dieta para manter a boa forma. “Como de tudo um pouco”. Para manter o equilíbrio no dia a dia a catarinense, que se mudou pra São Paulo, costuma fazer caminhadas. Em suas viagens, o Rio é roteiro certo. “Adoro andar pelas praias cariocas.” Essa é a maneira que a modelo encontra para relaxar. Apesar de não saber surfar, Daniela afirma que gosta do esporte e que está insistindo para alguém ensiná-la. Não vai faltar professor... A eclética modelo gosta de todos os tipos de música. Pra ela o importante é reunir uma galera maneira, com um bom bate papo e sair para dançar.
120 apoio: biKinis nicoboco
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PEDRAO
álvaro Freitas arQuivo pessoal
annibal
idade: 12 anos Patrocínio: Cyclone Apoio: Wetworks e Insane Shaper: Joca Secco Quiver: 4’8, 4’9, 4’10
idade: 12 anos Apoio: Bio Sports, Maia Biquínis e Academia Corpo em Movimento Shaper: Leandro Santos Quiver: 5’6, 5’9, 5’10
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O carioca Lucas Paes, 12 anos, é um dos atletas da nova safra que está no caminho certo para representar o surf brasileiro nos próximos anos. O garoto surfa desde os quatro anos de idade incentivado pelo pai, o ex-competidor Walter Paes, que além de treinar seu pupilo, também é auxiliar técnico da equipe de surf do estado do Rio de Janeiro. Lucas se destacou ao longo da sua precoce e promissora carreira em competições de nível local e estadual no Rio. No currículo, o título da categoria Pré-Petit da última etapa do circuito Jamf Nova Geração, na Barra da Tijuca em 2005, além de participar de diversas finais nas categorias de base. “Treino bastante com o meu pai e sou um bom aluno, participo da equipe de futebol do colégio e pratico natação”, diz. Com tanto fôlego, Lucas promete brilhar como seu ídolo, o australiano Taj Burrow. “Curto muito o surf veloz do Taj, quero treinar para dar uns aéreos irados como ele”, afirma o surfista, que já tem até pinta de profissional.
A paixão pelo esporte surgiu cedo. A carioca Carol Fernandes nasceu no meio das pranchas no Leblon. Irmã do surfista Pedro Henrique, aos cinco anos de idade foi morar com sua família em Saquarema, quando deu seus primeiros passos ficando em pé numa prancha. Foi com muita naturalidade que Carol começou a surfar recebendo o apoio dos pais e, claro, do seu irmão e surfista preferido. “Ele me deu minha primeira prancha, era uma 5’6. Tenho até hoje guardada”, lembra orgulhosa. A garota não está para brincadeira e leva o surf muito a sério. Aos 12 anos, Carol estreou nas competições e conseguiu rapidamente um currículo invejável até mesmo para muitos meninos. Este ano, a surfista conquistou o terceiro lugar no Rip Curl Groom 2009, na etapa da Barra da Tijuca, e foi representante carioca no pódio. Já no Sub-14 estadual, ela chegou novamente em terceiro. Ninguém segura esse talento da nova geração.
O novo colunista da Surfar é o videomaker carioca Tiago Garcia, 28 anos, que se firmou no cenário mundial lançando os filmes “Stroke”, “Clock In” e “Wake Up”, que terá sua segunda edição lançada em breve.
REVIEW: O novo filme da Rusty, Changes, mostra o que há de melhor em performance no surf contemporâneo com foco em um tema nobre, o alerta para o aquecimento global através da campanha lançada pela marca, Global Cooling. Filmado por Rick Rifici e editado por Tom Jennings, Changes conta com belíssimas imagens aquáticas e ângulos variados, dos surfistas da equipe Rusty internacional em picos no Havaí, Indonésia e Austrália. Os brasileiros, Felipe Cesarano, Léo Neves e Willian Cardoso participam da produção. Além da consagrada estrela Jamie O´Brien, que dá aula nos quesitos aéreos e em tubos nos playgrounds havaianos, Jay Davies mostra um surf muito sólido nas direitas da Indonésia. Os gêmeos Harringtons dão show
de versatilidade e técnica em vários tipos de ondas, enquanto o goofy Paul Morgan coloca pra baixo e pra dentro em algumas das ondas mais pesadas da Austrália e do mundo. A última sessão do filme fica a cargo do top WCT Josh Kerr, que além do vasto repertório de aéreos, mostra que tem atitude ao surfar e entubar nas direitas sinistras de Shipstern Bluff, na Tasmania. Os quase trinta minutos da produção contam uma trilha sonora muito boa, composta por bandas como The Presets, Van She, WOW e Ghostwood. Changes está disponível na web através do endereço http://rusty.com/ blog/tag/rusty-changes/
NEWS:
TOP 10 VIDEOS:
-Days of the Strange é o novo vídeo de Taylor Steele. Produzido com as imagens que não foram utilizadas em Stranger Than Fiction, o vídeo já está disponível através do site www. poorspecimen.tv - Dane Reynolds está planejando um próximo filme de surfe, que desta vez será independente e o terá como protagonista. “Sem nenhuma relação com meus patrocinadores”, fez questão de frisar Dane.
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por Ian Walsh
Magnaplasm Stranger than fiction Loose Change HGA movies Lost Across America Focus Raw Irons 5´5 X 19 ¼ Redux That Should Due Hit and Run
por: liana aZeredo foto: Álvaro freitas
Criado nas poderosas esquerdas da praia de Itaúna, Yan Guimarães, aos 18 anos, é um dos expoentes da nova geração que fez seu nome nas categorias de base. Venceu vários campeonatos, levantou a bandeira do Rio representando bem o estado, o que lhe garantiu um lugar de destaque entre os atletas da sua idade. Agora vai encarar um novo desafio, a carreira de surfista profissional. O moleque tem bagagem!
Qual a sua trajetória até chegar no profissional? No amador comecei pelos campeonatos pequenos querendo correr os maiores, até pra conseguir alguns resultados no profissional. Ganhei etapa do brasileiro, fui tetra campeão do Estado do Rio, quinto no King of Gromets na França e terceiro da América do Sul Pro Junior. Em um ano de poucos campeonatos, como faz para manter no rip? Está difícil treinar só pelas competições, mas mantenho meu foco que é ir para o mundial Pro Junior na Austrália, apesar de não ter tido nenhum evento pra essa classificatória. O circuito profissional carioca que abre vaga para o Super Surf foi outro que ainda não começou. Estava fazendo um trabalho físico bem específico pro surf e agora que as competições vão começar, estou me sentindo bem preparado.
ficando sozinho e isso é um lado ruim de Saquarema. Não tem muito surfista, principalmente profissionais para que eu possa me espelhar. O que compensa são as ondas, se fosse um lugar ruim, sozinho, eu já teria parado de surfar. Você que compete desde sete anos de idade, nesses anos todos, a pressão de estar se dando bem já te incomodou ou você lida bem com isso? Gosto da competição, lido bem com a pressão. Tem fases ruins que você não vai bem, que dá vontade de parar, chutar a balde, mas essa fase passa e você acaba colocando a cabeça no lugar. Esse lado é até bom, faz evoluir mais rápido no surf. O que me faz sobreviver no surf é a competição. Quais seus planos para os próximos anos?
Como foi a temporada no Hawaii? Esse ano você acha que rendeu legal? Fui pro Hawaii no final do ano passado, fiquei dois meses e meio. Não foi como esperava, mas Hawaii é sempre bom. Vi que tenho condição de surfar bem lá é só achar aquela onda certa no meio do crowd. Deu para aproveitar e treinar bastante. Você sente alguma dificuldade em relação a patrocínio morando na Região dos Lagos? Acho que as empresas brasileiras podiam investir mais como é na Austrália, nos Estados Unidos. A falta de patrocínio pra mim nunca foi um problema, sempre viajei, não posso reclamar mesmo morando em Saquarema. Tenho patrocínio da Rusty, Reef e da rede de lojas 900 graus. No entanto, Raoni, Léo Neves e Pedro Henrique que moram em Saquarema estão sem patrocínio. Com quem costuma treinar quando está em Saquarema? Tenho surfado com o Pedrinho que é um excelente atleta. De vez em quando o Raoni está lá também e a gente surfa junto, mas pra manter o nível de competição, pra melhorar, tenho que me superar. Às vezes fico olhando pro lado procurando alguém para treinar, mas acabo
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Quero entrar para o WCT, como qualquer surfista sempre sonha, essa é a minha maior meta. Também quero ser campeão mundial Pro Junior na Austrália, porque esse campeonato é muito importante e entrar pro Super Surf. Você venceu dois King Of The Groms aqui no Brasil. Esse ano as categorias de base do Rio não conquistaram nenhum resultado bom. O que você acha que esta acontecendo com essa nova geração do surf carioca? Não sei o que está acontecendo, talvez os garotos mais novos não estejam tendo o mesmo investimento que a gente teve. Acho que São Paulo e Santa Catarina são as maiores potenciais para investir no surf. Todos os campeonatos são em Santa Catarina e São Paulo. O investimento no atleta é o que faz ele se dar bem e isso não está acontecendo no Rio de Janeiro. Mesmo na minha época já eram poucos os atletas que se destacavam. Tinha o André Pastori que foi campeão brasileiro, o Felipe Braz que também já se deu bem em vários campeonatos, o Jê Vargas que é um pouquinho mais velho. Essa foi a última galera que se deu bem, depois da nossa geração está faltando surfistas de ponta para disputar com o pessoal de São Paulo, Santa Catarina e do resto do Brasil.
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ian cosenZa cavando de olho no lip em puerto escondido.
pedro toJal
próximo numero
MÉXICO
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