Surfar #9

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PEDRO SCOOBY, recreio dos bandeirantes.





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BEtO PaES lEME

Índice

dangerous dungeons

Maya e Burle desafiando o mar selvagem da África.

especial rio de Janeiro

As melhores imagens do inverno carioca.

Portfolio Bruno lemos

O acervo do fotógrafo carioca que escolheu o Hawaii para morar.

trip surfar: Papua nova-guné

O free surfer Guilherme Braga em um lugar esquecido pelo resto do mundo.

miss surfar

Aline Espindula em grande estilo posa para a Surfar.

surfar art: Bê sadala

O felling de Bê Sadala através da sua arte.

o momento decisivo do Pontão do leBlon.

www.revistasurfar.com.br










editorial

SURFAR É O NOSSO NEGÓCIO Nada melhor que um outono e inverno clássico com altas ondas para fazer uma edição especial do Rio de Janeiro. Para nós surfistas, essa temporada foi uma das melhores dos últimos tempos. Aliás, para quem gosta mesmo de surf, o inverno é a época certa. Deu onda pra todos os gostos, com vento terral, ressacas, marolas, esquerdas e direitas perfeitas, poucos foram os dias flats. Nossa equipe não se limitou somente ao Brasil. Cobrimos o swell gigante que rolou na África com a dupla de tow-in Carlos Burle e Maya Gabeira. Um mar pesado cheio de surpresas, especialmente para quem domina muito o assunto do big surf. Ao mesmo tempo, nosso fotógrafo Pedro Tojal estava no México produzindo uma matéria exclusiva para o próximo número com surfistas de ponta da nova geração do país.

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Para completar, o free surfer Guilherme Braga viajou para Papua Nova Guiné, um dos lugares mais inóspitos da terra, esquecido pelo mundo, mas onde se encontra ondas de qualidade, sem aquela muvuca de um point conhecido e divulgado. Esse é o verdadeiro espírito nômade que move milhões de surfistas em todo o mundo, descobrir novos picos e estar sempre em processo de evolução como ser humano. Certamente depois de uma viagem como essa você passa a dar valor a certas coisas que não dava antes. Leia e tire suas conclusões. Já que nosso objetivo é surpreender os leitores, à partir da próxima edição, o Brasil inteiro vai Surfar. Aguardem em novembro! José Roberto Annibal


BEtO PaES lEME

nesta foto: renato PheBo aProveitando as Perfeitas direitas da restinga da massamBaBa. caPa: Pedro scooBy voando em grande estilo no recreio dos Bandeirantes. foto:mareclo Piu.

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um aPeritivo do Que estÁ Por vir na PrÓXima ediÇão. o carioca gustavo cavalcante em Puerto escondido. foto: Pedro toJal.

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O RIO DE JANEIRO É UMA SURF CITY PRIVILEGIADA QUE RECEBE ONDAS COM FORÇA E TAMANHO COMO ESTA DO NITEROIENSE BRUNO SANTOS EM ITACOATIARA. FOTO: ANDRÉ CYRIACO

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BRunO lEMOS

25º ediÇão do eddie aiKau mais democrÁtico

Jamie sterling em waimea Bay.

A 25º edição do Quiksilver em Memória de Eddie Aikau, o mais tradicional evento de ondas grandes do calendário mundial e único sancionado pela ASP, contou pela segunda vez na história com votação aberta pela internet (de 17 a 31 de agosto). Na lista divulgada pela organização do evento, 100 dos melhores big riders do planeta foram escolhidos para serem votados, entre eles os brasileiros Carlos Burle (único brasileiro escalado para a lista principal em três edições), Eraldo Gueiros, Danilo Couto, Maya Gabeira, Everaldo Pato e Alex Matins. Nestes 25 anos de existência, o “The Eddie” foi realizado apenas sete vezes e teve como campeões Denton Miyamora (1985), Clyde Aikau (1986), Keone Downing (1990), Noah Johnson (1999), Ross Clarke-Jones (2001), Kelly Slater (2002) e Bruce Irons (2004). O evento acontece em homenagem a Eddie Aikau, lendário “waterman” havaiano e um dos primeiros salva-vidas da costa norte de Oahu, que em 1978 perdeu a vida aos 33 anos de idade durante a recriação da Viagem Polinésia, entre o Hawaii e o Taiti. Em alto mar, a canoa Hokule’a da viagem ficou à deriva. Eddie, na tentativa de buscar ajuda aos tripulantes, saiu remando em sua prancha e nunca mais foi visto.

DivulgaçãO

surf Para todos a molecada do ProJeto.

Com apenas dois anos de existência, o Surf Solidariedade está dando o que falar. Criado para atender crianças carentes, o projeto vem fazendo a diferença levando a molecada da comunidade do Terreirão, no Recreio, para dentro d’água. O objetivo é fazer com que essas crianças se tornem cidadãos respeitáveis através do esporte. Além das aulas de surf, a galerinha conta com cestas básicas mensais, assistência odontológica, acompanhamento escolar e passeios culturais. O projeto hoje beneficia treze crianças, mas espera novos interessados. Mesmo não possuindo uma sede, as fichas de inscrições podem ser encontradas na guardaria de pranchas do Silas, ao lado da padaria na Av. Gilka Machado. Para aqueles que querem entrar nessa onda, o projeto aceita voluntários, doações de alimentos e equipamentos. Maiores informações no site www.surfsolidariedade.com.br, pelo email contato@surfsolidariedade.com.br ou através do telefone (21) 2425-4838.

PROMOÇÃO SURFAR COM GUSTAVO FERNANDES Escreva uma frase com as palavras “MARESIA” e “SURFAR”, e concorra a uma prancha zerada e um kit Maresia. O autor da frase mais criativa ainda irá estrear a prancha surfando ao lado do bicampeão carioca e campeão brasileiro Guga Fernandes. Para participar envie sua frase até 31 de outubro de 2009 para promocao@revistasurfar.com.br e aguarde o resultado na próxima edição.

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alvinHO DuaRtE

RANKING ESTADUAL PRO 1º2º3º4º5º5º7º7º7º10º 10º 10º 10º -

Hugo Bittencourt Jerônimo Vargas Victor Ribavs Eric Ribieri Ian Guimarães Yuri Sodré Jorge Spanner Martins Bernardo Marcos Monteiro - AM Mariano Arreyes - AM João Gutemberg Leonardo Neves José Eduardo - AM

o vencedor das triagens, PaBlo Paulino.

Para salvar a lavoura Em um semestre que o surf profissional carioca ficou devendo sem nenhum evento estadual, a Federação do Rio encontrou uma forma no mínimo criativa para dar a largada. A triagem do WQS em Saquarema (página 104) acabou valendo também como a primeira etapa que deve definir um campeão estadual no final do ano. A competição reuniu 60 atletas de todo o Brasil. Os finalistas e os dois locais de Saquarema melhores classificados conquistaram as vagas para o evento principal. Com excelente performance de todos os competidores, a final foi disputada em ondas de mais 2 metros na praia de Itaúna. O cearense Pablo Paulino superou os cariocas Hugo Bittencourt e Jerônimo Vargas, além do cabo-friense Victor Ribas, que são os respectivos primeiros colocados do ranking estadual. A próxima etapa está marcada para outubro no Arpoador, quando irá acontecer o Oakley Rio Surf Internacional, etapa 6 estrelas do WQS, onde novamente a triagem servirá como etapa.

alan SiMaS/DivugaçãO

atletas suB-18 lutam Pela lideranÇa Aconteceu no final de julho a segunda etapa do Estadual Cyclone Sub-18 no Recreio. A famosa direita funcionou muito bem, as ondas estavam começando no canto da pedra e acabavam na beira da praia. Na final do dia, Filipe Braz conseguiu a melhor onda e média tornando-se o grande campeão. Agora Filipe é o novo líder do ranking, dando um grande passo para o bicampeonato. Rodrigo Cardoso, que também teve uma brilhante atuação participando de duas finais, ficou em 2º. Já João Paulo Zampier e Mariano Arreyes ficaram em 3º. No Feminino, Luana Braga venceu o favoritismo de Isabela Lima e agora é líder do ranking. As próximas etapas estão marcadas para acontecer em Grumari, dias 03 e 04 de outubro, e na Barra da Tijuca, dias 28 e 29 de novembro, onde serão definidos os campeões estaduais de 2009. Informações do ranking no site da Feserj: www.feserj.com.br Ranking após a 2º Etapa: Junior: 1º Filipe Braz - 1810 pts. 2º Daniel Gonçalves - 1556 pts. 3º Mariano Arreyes - 1466 pts. 4º Daniel Munhoz - 1092 pts. filiPe Braz defendendo o tÍtulo.

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Feminino Junior: 1º Luana Braga – 2000 pts. 2º Isabela lima – 1710 pts. 2º Taís Soaraes – 1710 pts 4º Bárbara Rizzeto – 1458 pts.



DivulgaçãO quikSilvER

meio amBiente

o indies trader foi a emBarcaÇão de aPoio ao ProJeto the crossing.

A CIÊNCIA DOS OCEANOS Por: andré Breves ramos

O mar desperta muitas curiosidades pela sua imensidão, importância e devido ao pouco conhecimento a seu respeito. Ao longo da existência humana e principalmente nos últimos séculos, os distintos mares que existem no Planeta Terra (Oceano Atlântico, Oceano Pacífico, Oceano Indico, Mar do Caribe, Mar Negro, Mar Mediterrâneo, Mar Vermelho, Mar Cáspio, dentre outros), na verdade um único mar, foi sendo lentamente conhecido e explorado. A utilização dos oceanos para a navegação sempre teve grande importância, vide as descobertas de novos continentes no período das grandes navegações e o intenso transporte de mercadorias nos dias atuais. Além disso, outras atividades marítimas e a exploração dos recursos naturais também tiveram e continuam a ter grande importância para a humanidade. As ciências modernas que estudam o mar, como exemplos a Biologia, a Oceanografia e a Geologia, ainda hoje estão em processo de desenvolvimento e amadurecimento, longe de terem atingido o auge de suas descobertas. Darwin, considerado o mais importante naturalista de todos os tempos (atualmente seria como um biólogo), só foi capaz de pensar na sua revolucionária Teoria Evolutiva após participar de uma famosa expedição científica ao redor do Planeta que durou cerca de cinco anos, no navio Beagle, no século XIX. Atualmente novas expedições continuam sendo organizadas em lugares desabitados, nunca vistos pelo homem e/ou inóspitos. Ambientes desconhecidos nos pólos (Antártida e Ártico), nas cordilheiras oceânicas (que separam placas tectônicas), em mares profundos, em áreas tropicais distantes ou até mesmo em cantos de baías já habitadas, começam a serem desvendados. Muitas coisas permanecem desconhecidas e despertam o sentimento da curiosidade nos seres humanos. O Brasil, com características diferenciadas, pela enorme área costeira que possui e com a existência de variados tipos de ecossistemas, como praias arenosas, manguezais, costões rochosos, restingas, baías e lagoas, é um “prato cheio” para o desenvolvimento do conhecimento científico do ambiente marinho. O Programa REVIZEE, por exemplo, desenvolvido pelo Governo Federal e executado pelas universidades brasileiras, dá mostras de como o país pode

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conhecer melhor a sua biodiversidade e a importância desses conhecimentos para podermos explorar melhor os recursos naturais. A cidade do Rio de Janeiro também apresenta características ambientais ímpares e habitats distintos ao longo da sua costa. Isso certamente possibilita a existência de uma alta biodiversidade. E a preservação dessa biodiversidade marinha, por sua vez, depende do conhecimento gerado pelo homem. No litoral carioca, alguns grupos de organismos vêm sendo estudados por pesquisadores, como mamíferos, aves, moluscos, esponjas, equinodermas, poliquetas, crustáceos e algas. Seria uma inverdade afirmar que estes organismos vêm sendo amplamente estudados e que alguns anos de estudo seriam suficientes para se esgotar o seu conhecimento. Ainda há grandes lacunas sobre o conhecimento do que existe de vida, bem próximo de todos nós. Para que você leitor tenha noção, somente se considerarmos os moluscos, animais invertebrados, de grande importância econômica e ecológica, milhares de espécies existem, mas sem nunca terem sido catalogados pela Ciência. Estima-se que o número de espécies de moluscos no mundo varia entre 80.000 e 120.000, sendo que destas, por volta de 1.600 ocorrem na costa do Brasil. Certamente estes números aumentarão com o aumento de pesquisas sobre a biodiversidade marinha e o melhor estudo das espécies já conhecidas. Vale à pena ressaltar o Projeto Quiksilver Crossing, na qual surfistas e pesquisadores rodaram o mundo durante seis anos conhecendo maravilhosos picos de surf e pesquisando os recifes de coral de cada região visitada. O objetivo foi encontrar novas ondas, contribuir com o meio ambiente e para a conscientização ambiental e social das pessoas. O navio IndiesTrader explorou o mundo completando uma circunferência completa ao redor da Terra e encerrando a viagem no Hawaii. Visitou 56 países e passou por mais de 115 points, todos mantidos em sigilo. O projeto monitorou os recifes de coral e lugares de difícil acesso. Os resultados científicos mostraram que até mesmo os mais distantes recifes são afetados pelas atividades humanas e que a pesca predatória é o primeiro problema que os recifes enfrentam. andré Breves é BiÓlogo marinho e freesurfer. aBr@Biologia.ufrJ.Br



Qual foi sua melhor caída dos últimos tempos?

Beto Paes Leme

37 anos / Fotógrafo Foi no Leme, no final de julho. Um dia de sol, ondas cristalinas de 4-5 pés tubulares e terral. Na água estavam alguns bodyboarders e apenas o surfista Fabiano Passos. Esse foi um dia que o Leme mostrou porque não é a toa que os locais chamam o lugar de “Pipeleme”.

Juliana Pinto

20 anos / Estudante Minha session inesquecível foi no Arpoador em julho. Estava meio metro, sudeste, água quente. Abrindo muitas esquerdas perto da pedra.

Pedro Henrique Pinheiro

10 anos / Estudante A minha melhor caída foi numa valinha na Prainha durante as férias. O mar estava perfeito. Para quem gosta surfar esquerdas, o mar estava clássico.

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Cristiano Weyne

Erica Motrona

45 anos / Guia de turismo Foi ontem, dia 6 de agosto. Canto esquerdo da Prainha, de terral, 1 metro e pouco na série, parecia Costa Rica ou Indonésia, foi bem legal!

23 anos / Estudante de Medicina A melhor caída que dei nos últimos tempos foi na Prainha no início de agosto. Mar nas condições ideais para quem está começando. Foi show de bola porque consegui evoluir meu surf.

Luciana Pinto

Marco Antonio Bernardo

19 anos / Estudante Agora no início de agosto, na Barra, posto 5. Peguei altas ondas! Me fiz e surfei muito! O mar estava meio metro série maiores, rolando terral, tubular. Abrindo para os dois lados.

Ricardo Alla

46 anos / Comerciante Prainha. O mar estava lindo, terral, 1 metro e meio. Deu para matar saudades da Indonésia. No início de agosto foi especial para pegar onda boa.

48 anos / Comerciário Minha melhor session foi ao final de julho, no cantinho do Recreio, quando entrou leste e rolou aquelas direitas maravilhosas.

Vanessa Soli

20 anos / Estudante de Ed. Física Surfei um dia clássico na Barra, posto 7. Estava perfeito! Terral e meio tubular. Tinham altas direitas e esquerdas. Várias valas rolando, uma brincadeira!

Jordan Almeida

28 anos / Estudante e free-surfer O melhor dia foi na Páscoa no Pontão do Leblon. Devia ter ondas de até 12 pés, clássicas. Fui atraído pela adrenalina. Depois de umas três horas de “surf pressão”, saí da água sem sofrer nada e muito amarradão!

Pablo Paulino

22 anos / Surfista profissional Estava no Recreio em frente ao posto 10 fazendo um treino com o meu técnico e o mar estava perfeito com altos tubos. Foi um dos melhores treinos do ano, valeu para o WQS de Saquarema (Pablo venceu as triagens).

Yuri Fernandes

12 anos / Surfista nova geração Foi na Prainha, no dia da competição da ASAP. O mar estava grande e eu dei altas batidas.



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FOtOS: ÁlvaRO FREitaS (1, 3, 6, 7, 8, 12, 13, 14), BRunO lEMOS (2,5,9,15), viniCiuS SiMÕES (4), luCianO CaBal (10) E ManOEl CaMPOS (11).

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1 - Joel Parkison líder do ranking garantiu a sua Surfar no campeonato. 2 - O catarinense Wiliam Cardoso comemorando seu terceiro lugar em Saquarema. 3 - Os amigos Eduardo (900 Graus), Roberto Perdigão (ASP), e Guto Carvalho (Rip Curl) felizes com a volta do WQS em Saquarema. 4 - Até depois da bateria Bruno Santos mantém a tranquilidade. 5 - O baiano, gente boa, Cristiano Spirro. 6 - O casal do surf: Trekinho e sua namorada americana. 7 - Surfar nas mãos do top 5 - mundial, Adriano Mineirinho. 8 - Hugo Bittencourt comemorou seu segundo lugar nas triagens em Saquarema. 9 - O charme da apresentadora e cantora, Dora Vergueiro, nas areias de Itaúna. 10 - Leandro Bastos com seu novo amor. 11 - Silvana Lima e a felicidade das férias. 12 - O Editor da Surfar, Zé Roberto Annibal, entrevistado em Saquá. 13 - O mais novo leitor da Surfar, o australiano Mick Fanning. 14 - Raoni Monteiro e sua linda família. 15 - Angela Bauer fazendo sua contribuição ecológica no evento WQS.

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MUSTACHE REVIVAL PARTY FOtOS: PEDRO MOntEiRO

A Mustache Revival Party Vonzipper esquentou a noite carioca com uma festa na Taj Lounge. A galera recebia um bigode de brinde na entrada garantindo o clima de muita zoação.

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1 - A surfista Michelle Dês Bouillons aproveitando a folga das ondas para curtir a festa com sua amiga Moniquinha (filha do Romário). 2 - Quanta simpatia...3 - Que perigo essa mulherada solta! Férias de julho sem hora de voltar pra casa. 4 - Alto astral: Karina (Lost) com o amigo Matias (La Cucaracha). 5 - Karina e Mariana curtindo a balada. 6 - Luiza e o amigo Alexandre zoando geral na festa do bigode. 7 - Dançarinas levaram a platéia ao delírio. 8 - A kitesurfista Marcela Witt e leitora da Surfar. 9 - Cheyenne Braz e Bruna Lutterbach 10 - Yanna curtindo com o amigo Marcelo (Ragnarok) que promoveu a festa. 11 - Gatas, muitas gatas. 12 - Moca (Qix) veio prestigiar o amigo Paulinho (Billabong). 13 - Renato Tagliari no “style” com Marcos Myara (designer Surfar). 14 - As gatas Mariana e Ana Luisa conferindo o agito da noite. 15 - As beldades cariocas. 16 - Duca (Rusty) e sua esposa Vivi (Roxy) e Dedé (Paranoid) no clima do Mustache Revival.

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BODY GLOVE STEREO SOUNDS 3

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Saquarema ficou pequena para a festa de encerramento do WQS. Com lotação máxima, 1200 pessoas estiveram no Delíruim para curtir o sábado até altas horas da madruga. FOtOS: alvinHO DuaRtE

WQS SAQUAREMA

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FOtOS: alvinHO DuaRtE/DivulgaçãO

A Body Glove agitou no mês de agosto o maior evento indoor de música eletrônica, o Stereo Sounds 3, na The Week International.

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1 - O bronzeado da morena abalou geral. 2 - Na festa de música eletrônica 3200 pessoas foram até o dia amanhecer. 3 - As belezas estavam presentes em todos os lugares da The Week. 4 - Bem frequentada a área vip da Body Glove. 5 - Um brinde a felicidade! 6 - Aline Lima, Luciane Franciscone (Renner) e Rodrigo Ferreira (Body Glove) satisfeitos com o sucesso da festa. 7 - Tem o telefone do cachorrinho? 8 - Adoramos a produção das gatas! 9 - Gatas vieram do Rio prestigiar o evento em Saquá. 10 - O free surf Tripa e a namorada Marcela. 11 - Yasmin Sodré e Luana Sacre curtindo a noite do surf. 12 - As gatas de Floripa marcaram presença na noitada carioca. 13 - Daniel Smorigo, Ricardo Horta, Vinicius Simões, Guilherme Braga, Tiago Adler e Álvaro Freitas, os profissionais do surf no lazer. 14 - Irreverência e descontração. 15 - A bodyboarder Paola Simões com Flávio Monteiro, Jana Drumond e Oli Simões aproveitando a festa do campeonato. 16 - Paulo Henrique e Vanessa e os sorrisos “Colgate”.

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SUB 14: A RENOVAÇÃO A 2ª etapa do Circuito Oakley WQSurf Sub-14 agitou a molecada na praia de Itaúna, Saquarema, e provou que essa galerinha não está para brincadeira. Animadas com a premiação, as crianças mostraram o verdadeiro espírito de competição. Com o mar em condições ideais para a novíssima geração, o circuito válido pelo estadual Sub-14 nas categorias Pré-Petit, Petit, Infantil, Iniciantes e Feminino contagiou o público que esteve presente prestigiando a criançada. Danilo de Souza veio para consagrar Niterói na competição. O menino ganhou as duas finais das categorias que estava disputando. Primeiro bateu Gabriel Boscoli na Petit e, na sequência, o outro destaque do circuito, o também niteroiense Paulo Renato na Pré-Petit, que mesmo com a derrota continua líder do ranking nas duas categorias.

Matheus Rodriguez também representou bonito a galera de Niterói. Na final, o moleque não deu chance na categoria Infantil, marcando 11 pontos, deixando Lucas Nolasco em segundo. E ainda disputou a final mais emocionante do dia ficando com a segunda colocação na categoria Iniciante contra Pedro Neves, que foi o grande vencedor. O carioca deu um passo na luta pelo título estadual. “Foi difícil ser campeão. As ondas estavam demorando muito. Mas o evento foi show e agradeço a Deus e toda minha família pela minha vitória”, disse Pedro. Já com as meninas o favoritismo foi mantido. Assim como na primeira etapa, a local de Saquarema Wendy Guimarães venceu. Na briga pelo segundo lugar, Luara Thompson, oito anos, conseguiu superar Carol Fernandes que acabou com a terceira colocação.

RANKING ESTADUAL SUB-14 APÓS DUAS ETAPAS: INICIANTES 1º Pedro Neves 2º Matheus Rodrigues 3º Pedro Meirelles 4º Bruno Baldner

FEMININO 1º Wendy Guimarães 2º Carol Fernandes 3º Luara Thompson 4º Karol Ribeiro

PETIT 1º Paulo Renato 2º Gabriel Boscoli 3º Dereck Gimenez 4º Danilo de Souza

PRÉ-PETIT 1º Paulo Renato 1º Danilo de Souza 3º Gustavo Aigner 4º Arildo Resende

INFANTIL 1º Matheus Rodrigues 2º Lucas Nolasco 3º Vitor Drummond 4º Théo Fresia

FOtOS: ÁlvaRO FREitaS

Pedro neves, camPeão iniciante.

danilo de souza, camPeão Petit e Pré-Petit.

matheus rodrigues, camPeão infantil. PÓdio categoria feminino.

wendy guimarães, camPeã do feminino. DivulgaçãO

PÓdio categoria infantil.

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gui Parsonage/divulgaÇão midiaBacana Burle e maya durante o Big swell na África do sul.

TOW-IN, LEGALIZE JÁ! Por: roger ferreira

Conversando com Carlos Burle sobre sua última viagem à África, onde ele e Maya surfaram ondas gigantes na Cidade do Cabo, foi levantada uma questão super interessante e extremamente providencial durante o papo: as leis que regulamentam o tow-in na África do Sul. Ás vésperas do swell gigante na África, Maya teve que embarcar uma semana antes a fim de se habilitar para pilotar o jet ski na Cidade do Cabo. Caso não fizesse isso, ela estaria impossibilitada de praticar o surf rebocado em águas sul-africanas. “Estudei dois dias inteiros e fiz minha prova. Depois de devorar um manual de 90 páginas em inglês, passei na prova com 93% de acertos”, relatou a tricampeã mundial na matéria Dangerous Dungeons, publicada nesta mesma edição da Revista Surfar. O fato é que, segundo as leis vigentes em território sul-africano, para se conseguir a habilitação e praticar o tow-in é necessário que o candidato já tenha surfando ondas grandes na remada por duas temporadas na região, além de estudar minuciosamente um manual com 90 páginas para fazer a prova escrita. Não adianta ser experiente e já ter pilotado em Jaws, Mavericks ou em outros picos extremos, se não se enquadrar às leis locais, não pratica o surf rebocado na África do Sul. Outra iniciativa envolvendo o tow-in aconteceu na Califórnia. Na baía de Monterrey, onde se localiza o pico de Ghost Trees, a utilização dos jets foi expressamente proibida por questões ambientais, deixando fora do circuito um dos picos mais badalados nos últimos anos. Já em São Francisco, local em que está situada a onda de Mavericks, o tow-in ficou restrito aos dias de “high surf advice”, ou seja, quando as condições do mar tornam impossível o surf na remada. Aqui no Brasil, onde temos campeões mundiais e dez duplas de tow-in entre as 20 melhores do mundo, a modalidade vem crescendo bastante, levantando questionamentos diferenciados do que acontece na África e na

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América. Oficialmente só se pode trafegar com o jet a 200 metros da praia, o que teoricamente impediria a prática do tow surf. Consultei o presidente da ABRASMO (Associação Brasileira de Surf Motorizado), Romeu Bruno, sobre a atual situação da modalidade no Brasil e o que está sendo feito para regulamentar a prática. Segundo ele, a entidade vem trabalhando em conjunto com a Marinha para adequar o esporte a NORMAM 3 (Norma da Autoridade Marítima), que trata da segurança do tráfego aquaviário de embarcações de esporte e/ou recreio, que atualmente encontra-se defasada em relação ao tow-in, pois foi regulamentada em 1997. Ainda segundo Romeu, um dos fatores positivos a favor do tow-in é que o jet ski hoje é visto como uma ferramenta de resgate e não como um brinquedo de playboy como antigamente. Para isso, ele vem ministrando cursos de resgate e tow-in em todo o Brasil, utilizando técnicas que trouxe de órgãos e empresas específicas na atividade nos Estados Unidos, como A K38 (www. k38watersafety.com). Romeu está envolvido também na criação da Associação Internacional de Tow-In Surf, que futuramente deverá ter como presidente o havaiano Tony Moniz e como vice Jeff Clark, o californiano descobridor de Mavericks. A entidade tem como um dos objetivos criar uma carteira internacional de towin, adequada às regras de cada local onde se pratica a modalidade, além da criação de um circuito mundial devidamente organizado. Bom, isso é o futuro. No presente, aqui no Brasil a utilização de jet skis para a prática do tow-in deve ser limitada aos dias em que se torna impraticável a entrada no mar remando com a prancha. São inúmeras situações de risco envolvendo pessoas sem o mínimo de bom senso e capacitação, manobrando com o jet ski no meio do crowd em dias de ondas pequenas. A regulamentação do tow-in tem que acontecer o mais breve possível. Porém, o mais importante é que as autoridades responsáveis fiscalizem após a definição das regras, punindo os irresponsáveis despreparados que colocam as vidas alheias em risco. Está aberta a discussão. Go Big! roger ferreira é Jornalista do carlosBurle.com



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o sul africano grant “twiggy” BaKer foi um dos sortudos do dia ao surfar uma das maiores ondas da session em dungeons. ao lado: duncan scott, maya voando no liP na onda do Burle e as atenÇÕes no canal voltadas Para maya.


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o cotidiano dos big riders brasileiros carlos Burle e maya gabeira se baseia no monitoramento de grandes tempestades que geram ondulações gigantes propícias a serem surfadas por eles na remada ou tow-in nos oceanos ao redor do planeta. entre os meses de maio e setembro, o foco de Burle e maya está no hemisfério sul (temporada de inverno na região), onde na primeira semana de agosto eles voltaram a ser notícia nos sites e revistas do mundo surfando ondas gigantes em condições adversas que passaram dos 40 pés no pico de dungeons, Por: roger ferreira na cidade do cabo, África do sul. 61


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kOlESkY/SanDiSk

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a carioca maya gaBeira na maior onda da sua vida. aBaiXo: Burle e maya saindo do Porto de caPe town rumo a dungeons.


BREntOn gEaCH/DivulgaçãO BillaBOng XXl

A história do maior mar surfado até agora na temporada 2009 teve início para a dupla brazuca na quarta-feira (06/08), quando Maya e o cinegrafista Carlos Sanfelice desembarcaram na Cidade do Cabo. “Eu e Carlinhos Sanfelice chegamos na quarta agilizando várias missões para que tudo estivesse pronto para o dia seguinte, quando o mar subiria. Surfei na remada em Dungeons na quintafeira (07/08) com mar mexido e ondas bem irregulares de 18 pés. Peguei duas ondas em algumas horas na água quando uma série grande varreu a todos e acabei quebrando minha prancha 10’2 mágica ao meio”, relatou Maya, que já dava a sessão por encerrada quando conseguiu ajuda ainda no mar. “O surfista local Jeremy, que tinha se machucado e estava num barco, me emprestou sua gunzeira e pude esticar a caída. O dia foi longo...”, finaliza.

Na sexta e no sábado seguinte, a carioca concentrou-se em estudar manuais de Arrais amador para se habilitar e poder pilotar o jet ski na África. “Estudei dois dias inteiros e fiz minha prova no domingo. Faltava apenas um dia para o swell gigante e a pressão para que eu passasse era enorme. Burle estaria chegando na segunda-feira e precisaria de mim como dupla para pilotar o jet. Depois de devorar um manual de 90 páginas em inglês, passei na prova com 93% de acertos”, disse Maya eufórica. Em função de compromissos com seus patrocinadores no Brasil, Carlos Burle, parceiro de Maya, só pôde chegar a Cape Tow apenas um dia antes do grande swell. “No sábado que antecedeu ao grande dia na África, eu tive que comparecer a um evento de meus patrocinadores em homenagem ao Dia dos Pais. Com muita sorte consegui embarcar no domingo, já que existem apenas dois voos do Brasil para a Cidade do Cabo por semana”, comentou Burle.

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Peguei uma bomba enorme, uma daquelas da vida. N達o consegui passar e tomei um dos caldos mais assustadores da minha carreira. - Burle 64


gui PaRSOnagE/DivulgaçãO MiDiaBaCana

Os mapas de previsões da internet indicavam que ondas de 25 pés havaianos quebrariam na terça-feira (11/08) nas bancadas de Cape Town. Porém, ao amanhecer na África do Sul... “O dia amanheceu nublado, com vento maral, ondas mexidas e irregulares, mas no famoso pico de Dungeons as séries ultrapassavam os 40 pés de face!”, relatou Maya, que prosseguiu: “O dia foi muito intenso. Passamos por dificuldades e presenciamos cenas que nunca iremos esquecer. Felizmente conseguimos pegar ondas gigantes.” Burle, mesmo com toda sua experiência e conhecimento da bancada sul-africana, também viveu momentos de muita adrenalina naquela terça-feira. “O mar estava gigante e selvagem. As ondas subiram em condições adversas de vento, que dificultou muito o desempenho das duplas. Peguei uma bomba enorme, uma daquelas da vida. Não consegui passar e tomei um dos caldos mais assustadores da minha carreira. Entre puxadas e muitas porradas na corda, conseguimos cumprir nossa missão”, relata.

Todo esforço de Maya para participar da sessão de tow-in foi recompensado. “Surfei quatro ondas, uma delas foi a maior da minha vida. Além disso, reboquei o Burle para uma das maiores ondas surfadas no dia.” A big rider também fez questão de agradecer a seu parceiro. “Agradeço muito ao Burle por ter ido à África me encontrar, por ter confiado em mim como dupla naquelas condições e dividido momentos tão intensos ao meu lado”, diz. Nos últimos anos as bancadas sul-africanas protagonizaram dias extremos de surf, com picos como Dungeons, Sunset e Tafelberg Reef quebrando com regularidade acima dos 30 pés sólidos. Ondas surfadas nestas bancadas pelo local Grant “Twiggy” Baker e o californiano Greg Long levaram na temporada 2008/09 os prêmios da melhor e maior onda do XXL Big Wave Awards. A edição 09/10 do evento promete ter novamente Dungeons como o centro das atenções, com as ondas surfadas no último dia 11 de agosto saindo na frente como favoritas a categoria Biggest Wave, ou maior onda da temporada. Os brasileiros já estão no páreo.

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kOlESkY/SanDiSk


Essa foi uma daquelas ondas que você tem que fazer por merecer. Num drop em meio à tantos bumps, procurei a linha certa para sobreviver, como um esquiador montanha abaixo. Quando a adrenalina e tensão aliviaram, percebi que tinha sido abençoado por Dungeons. - Duncan Scott 67




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daniel munhoz acelerando em guaratiBa.

ManOEl CaMPOS

Pouca rouPa no calor carioca.

ÁlvaRO FREitaS

o fenÔmeno climÁtico el niÑo Presenteou o rio com a melhor temPorada de outuno/ inverno dos Últimos anos. nesta foto o local conrado entocado no Pontão do leBlon.


BEtO PaES lEME BEtO PaES lEME

festival de cores no fim de tarde em coPacaBana.

ÁlvaRO FREitaS

nada melhor que um inverno com altas ondas para lançarmos uma matéria especial do rio de Janeiro. foram várias semanas de olho na internet para não perder nenhum dia da melhor temporada dos últimos anos, recheada de bons e perfeitos swells. acompanhe nossa escolha de imagens que vai levar você pra dentro d´água surfar.

esQuerda Power na Prainha.

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ManOEl CaMPOS

MaRCElO Piu

stePhan figueiredo no recreio.

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treKinho invertendo a Prancha com velocidade acima do Permitido no meio da Barra


PEDRO FORtES

Bruno amaral encarando a ressaca no Pont達o do leBlon.

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renato PheBo encontrou tuBos e condiÇÕes Perfeitas na restinga da massamBaBa.

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BEtO PaES lEME


ManOEl CaMPOS

toP Brasileiro no wct, heitor alves aPresenta nesta seQuÊncia seu arsenal de manoBras elÁsticas e Precisas na macumBa.

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ÁlvaRO FREitaS

leandro Bastos se descolando com confianÇa na Prainha.

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PEDRO tOJal

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o esPecialista em tuBos yan cosenza no alfa Barra.


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luCianO CaBal luCianO CaBal

o verão vem aÍ. recreio muito crowd!

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BEnOÎt FOuRniER ÁlvaRO FREitaS

momentos clÁssicos do inverno carioca, marcelo BisPo soBrevoando o arPoador

ricardo americano aProveitando um dia de eXPressos tuBulares na Prainha.

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PatricK reis usou todo seu feeling Para Percorrer uma longa distÂncia entuBando e ainda sair ileso desta craca na Barrinha, saQuarema.


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ÁlvaRO FREitaS


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luCianO CaBal

anDRÉ CYRiaCO ManOEl CaMPOS

na seQuÊncia: zinho receBeu uma “rasteira” do BacKwash no recreio. na PÁgina ao lado: evaristo ferreira não Perde um swell em itacoatiara. e aBaiXo, uma direita Peso Pesado em grumari desafiada Por Jorge sPanner.

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luCianO CaBal

a BomBa da série no Pontão do leBlon é semPre um incentivo. seJa Pra encarar a correnteza contra as Pedras, ou voltar Pra areia.

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filiPe Braz, Barra da tiJuca.


vinÍCiuS MiRanDa ÁlvaRO FREitaS

em um dia clÁssico, rafael neto cava forte em uma direita Perfeita na Prainha.

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r meçou a surfa o c , s o n a 8 3 e s, d va. chegou a a, Bruno lemo c ra u o ij t m a e d d a n o rr a io mín carioca da B i através da igos do condo fo m a s a s o m , m s o lo c tu e ns tí ainda molequ nquistou algu sses anos, o e c d e o r g o n d lo a o m a a o que. as competir com nseguiu desta o c e u s especializad q ia o íd e íd m v s o a d rs e e iv a e md fotografi hawaii, onde s s publicadas e o to fo ra a s p a u u s o d e u v 0, m lemos te aulista claudia io da década 9 p íc r e in d o a o n b . y o d d o to b om a no mundo e o trabalho mado Keale, c s a n h e c g , a o lh im fi r m ta u p tre ca r um casou e teve seu tempo en a tr is rfar para conta u in s m a d n a e v je o te h s . e , io sabóia aii. . de férias no r re o h s ndo no haw h rt ra o o RREiRa n m o s o n a R:ROgER FE 8 PO 1 braçal n es s s e d ia c n ê ri e exp pouco da sua ra fazer e o convidou pa y Carbone, qu rle de an imeira W pr A o a R Já na su tista plástic rfer no Brasil. COMEÇO DA CARREI s do amigo e ar

Su s que a veio atravé extinta revista a editar as foto com a fotografi oprietário da to pr en a im oc lv Sua função er ép vo f. af en na st seu h, Seu do rs ao Lo rte so s is pa rlo r iu Ca ze o feeling e un ntrato para fa m o fotógrafo co eu co l rv um so ria ab eu ito , nd ed um tinha acesso , o que lhe re imagens que muito elogiado no quantidade de investida, foi de an gr a desembarcou m dação, e co Honolulu, onde ra pa e qu em , ag chegavam à re to uma pass era tão grande Minha fissura como pagamen i. u ai be aw ce H re talento. o no o a, Brun havia nascid ento da revist r que eu não Com o fecham a, mas questionar po a a av eg ch ente sem gran s “Às veze r.” o e completam lta ad vo eg is pr mados verão de 91. m qu no s se ai re de s nca m carro, ficar , um dos mai eguei aqui nu mo dormir no o Larry Hanes co nh s, os de zi depois que ch vi ue an u ng ns se rre e gu onomia de al por diversos pe ós descobrir qu iu toda sua ec Em 1995, ap Bruno passou eçou st a. m ve Ilh in co e e na el el , , eu to to ec o equipamen ntas e perman ana no segmen m gr po Co a as . bo u ca a os ro áfi um gu se uina fotogr ido em divers as ganhava ue e uma máq balho reconhec de surf das Ilh nq tra ta as u st es se a afi ix no e gr ca te ne do ci vídeo com mercializan principalmen a câmera de ucos sendo co stas e na TV, vi po re s s ao a i na fo s um l en ralação em um ia ça se mater mei na cabe ver suas imag filmar surf. Es mea, quase to “É muito bom ai W a. et ua em an ág pl a fotografar e ua da o ág do redor dentro d’ i assustad municação ao dessa série, sa mar que filmei estava veículos de co Jones. Depois é hoje o maior es at m e Ja m oChesser, que do br e dd m nt To ira. Le a onda da fre que matou o ar i fo lm ra do fi início da carre tu rie er em sé i a ab st m insi s e usou na s. Essa mes s sólidos, pois minhas imagen o de bombeiro u rp go co série de 20 pé o pe e l ca ia lo nc lâ rter do jornal renes de ambu areia, um repó e vi muitas si arijuanas. Na M de e id ts surfando no ou olulu.” News, em Hon

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”esse Ângulo da esQuerda é muito Pouco fotografado, não eXiste acesso de carro, tive Que andar cerca de 40 minutos dentro da PlantaÇão de aBacaXis, mas o resultado foi recomPensador. laird hamilton cavando na BomBa com o helicÓPtero em Primeiro Plano, imagem clÁssica.”

line uP de uma direita Perfeita em uma triP Para a sumatra.

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PiPe master clÁssico.

turtle Paradise. foto Premiada no hawaii.

rodrigo santoro fissurado no surf fica horas dentro d’Água com sol ou chuva.

VIDA NO HAWAII Mesmo sendo um nome respeitado no meio surfístico mundial, Lemos divide seu tempo no Hawaii entre a captação de imagens e o trabalho árduo diário na área rural do lado Norte da Ilha de Oahu, mas especificamente em frente à Velzyland. Quando questionado se compensa tamanho esforço para morar no paraíso, ele é enfático: “O que me motiva ficar aqui até hoje são as ondas espetaculares e a qualidade de vida, bem diferente em comparação ao Brasil. Todo suor vale muito a pena.” Ao longo desses anos, Bruno criou raízes e fez boas amizades no arquipélago havaiano. “Graças a Deus os locais mais chatos são meus amigos e me respeitam. Os caras aqui são bem ciumentos, então, talvez por me virem fotografando e não só pegando as ondas deles, devem me aliviar. Também sou casado e não azaro as mulheres locais. Às vezes, apareço na academia de jiu-jítsu para fazer um treino e, quando os caras sabem que você não é leigo, te respeitam um pouco mais. A real é que se você chegar aqui azarando as ondas e as mulheres da área, com certeza, vai ter problemas.”

AMOR PELA PROFISSÃO O amor pelo surf foi fundamental na profissão escolhida, já que as relações entre investimento em equipamento fotográfico e retorno financeiro estão em lados opostos. “Foto de surf é, sem dúvida, o pior ramo da fotografia. Você tem que ter os equipamentos mais caros, por exemplo, a lente básica do fotógrafo de surf é a 600 mm F4, que custa 7.000 dólares. Se quiser fazer foto dentro d’água, ainda precisa de outras lentes, além das caixas estanques, que custam entre 1.000 e 2.500 dólares. Em minha opinião, quem se prontifica a fazer fotos de surf faz porque gosta do life style, pois são poucos os profissionais que ganham grana realmente com isso. A paixão pelo esporte tem que ser grande para se continuar nesse meio”, ressalta Lemos.

O lado bom é que nesses 15 anos de carreira o fotógrafo visitou alguns dos lugares mais cobiçados pelos surfistas de todo o planeta, como Taiti e Mentawaii, sua viagem favorita. “Ir para as Ilhas Mentawaii e ficar num barco é uma das melhores trips que se pode fazer. Existem muitas opções de ondas e o lugar como um todo é muito fotogênico. Lances Hight é o pico! Pena que é bastante caro ir pra lá...”

SESSÃO INESQUECÍVEL Segundo ele, a sessão de surf mais casca-grossa que já fotografou foi em Jaws, na Ilha havaiana de Maui. “A onda é muito visual, quanto maior, mais perfeita ela fica. O maior e melhor dia que vi foi 10 de janeiro de 2004, quando o Danilo Couto pegou aquela bomba para a direita e quase venceu o XXL. Yuri Soledade estava pilotanto o jet para mim, mas me abandonou no canal para dar uma acelerada na máquina que estava engasgando. Fiquei boiando, sem os pés de pato, e foi neste momento que entrou a morra surfada pelo Danilo. Mesmo assim, no meio do perrengue, consegui registrar em vídeo a onda dele. Foram as maiores morras que vi em toda a minha vida. Uma sessão inesquecível”, conta.

ORGULHO CARIOCA Bruno Lemos não esconde o orgulho de ser carioca e faz questão de mencionar que a cidade Maravilhosa tem algo mágico. “O Rio é uma cidade alucinante, as pessoas, a comida, o life style e claro, o surf. Agora temos a revista Surfar que está revitalizando a cultura do surf na cidade. Fico feliz de poder estar na lista de fotógrafos colaboradores e ver o esporte cada vez mais em evidência onde nasci e fui criado.” Apesar de todo amor e saudades que tem do Rio, ainda não chegou a hora de voltar. “Adoro o Hawaii! É o meu lugar preferido para trabalhar, surfar e viver. Agradeço a Deus todos os dias pela oportunidade de estar aqui e poder criar meu filho nessa atmosfera perfeita!”

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“um dos melhores mares Que JÁ rolaram em laniaKea. esse visual incrÍvel é da fazenda Que eu traBalho. Poucas Pessoas tÊm acesso a esse local. na Primeira da série, danilo couto cavando na Base e na de trÁs, maKua hothman droPando.”

“essa foto do Bruce irons em BacKdoor foi tirada com a minha Primeira cÂmera digital, uma canon reBel sem motor drive com lente 24 e foco manual.a Prova de Que indePendente do eQuiPamento Pode-se fazer Boas fotos.”

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“Jorge Parcelli em Jaws. talvez uma das maiores ondas Que JÁ fotografei em Peahi. novamente daQuele Ângulo da esQuerda.

Pirata, guerreiro do surf no hawaii.

clyde aiKau

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“ghost trees em um dos maiores dias Que JÁ vi na vida. Para tirar essa foto eu Quase fui Preso Por ter invadido o terreno, Pois era o Único lugar Para fotografar de fora d’Água.”

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essa foto mostra muito Bem o clima do north shore. ehuKai Beach ParK visto de rocK Point.

“secret em Bali. uma vista Que vale um milhão de dÓlares de uma casa de 100 dÓlares”.

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sharKs cove nervoso.

PÔr-do-sol, north shore.

Quem aPostou Que o grandalhão não ia cair se enganou... evento de luta no hawaii.

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RESULTADO DO MARESIA SURF INTERNATIONAL 2009 1: 2: 3: 3: 5: 5: 5: 5:

Gabriel Medina (Bra) Neco Padaratz (Bra) Matt Wilkinson (Aus) Dusty Payne (Haw) Miguel Pupo (Bra) Jadson André (Bra) Patrick Gudauskas (EUA) Austin Ware (EUA)

neco Padaratz.

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Jadson andré.

gaBriel medina.


o mais Jovem camPeão de uma etaPa do wQs, gaBriel medina.

SANGUE NOVO NO PÓDIO FOtOS: JaMES tHiStED

RANKING WQS - 27 ETAPAS (PORTUGAL) 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10: 11: 12: 13: 14: 15:

Daniel Ross (AUS) – 14.975 pontos Jadson André (BRA-RN) – 14.663 Owen Wright (AUS) – 13.588 Adam Melling (AUS) – 12.801 Patrick Gudauskas (EUA) – 12.513 Matt Wilkinson (AUS) – 12.150 Joan Duru (FRA) – 12.050 Brett Simpson (EUA) – 11.863 Travis Logie (AFR) – 11.851 Austin Ware (EUA) – 11.575 Dusty Payne (HAV) – 11.425 Tanner Gudauskas (EUA) – 10.950 Blake Thornton (AUS) – 10.826 Willian Cardoso (BRA-SC) – 10.026 Nathan Yeomans (EUA) – 9.925

um confronto de gerações aconteceu na Praia mole, em florianópolis, santa catarina, entre o paulista gabriel medina, 15 anos, e o catarinense neco Padaratz, 32 anos, durante o maresias surf international, etapa seis estrelas da perna brasileira do wQs vencida por medina. Após a eliminação dos últimos gringos durante as semifinais, uma final 100% brasileira fechou com chave de ouro o evento. Se no futebol a “regra é clara”, no surf quem arrisca leva mais pontos no julgamento. Mesmo antes de chegar à final, Medina havia marcado seu nome no evento ao fazer a melhor nota da competição, um 9,57, e a melhor média, 18,67 pontos, acertando vários aéreos e desconcertando seus adversários. Durante a finalíssima não foi diferente, Gabriel continuou arriscando com manobras modernas logo em sua primeira onda, arrancando um 7,50 dos juízes. Porém, como Neco já havia feito um 5,5 e um 6,5, Medina chegou aos minutos finais precisando de uma nota na casa dos cinco pontos para virar. Foi quando entrou uma boa esquerda que lhe rendeu duas manobras fortes jogando muita água para obter a nota 8,33, confirmando sua espetacular performance pelo placar de 15,83 contra 12 pontos do experiente catarinense. Com a vitória, Gabriel Medina embolsou US$20 mil e 2.500 pontos na divisão de acesso. “Estou super feliz por ter ganhado aqui na Praia Mole. Eu nunca esperava isso, mas consegui achar as ondas nas baterias e não sei nem o que dizer. É muita felicidade!”, vibrou o garoto prodígio, que ano passado subiu em vários pódios na categoria amadora. Vale ressaltar a excelente temporada do potiguar Jadson André, que vem brigando pelas primeiras posições e já é presença garantida no WCT ano que vem.

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resultado do coca-cola Pro 2009: 1 neco Padaratz (Bra) 2 hizunomÊ Bettero (Bra) 3 Brent dorrington (aus) 3 willian cardoso (Bra) 5 Jadson andré (Bra) 5 Brett simPson (eua) 5 royden Bryson (afr) 5 rodrigo dornelles (Bra) 9 PaBlo Paulino (Bra) 9 miguel PuPo (Bra) 9 leo neves (Bra) 9 leandro Bastos (Bra)

QUEM É REI NUNCA PERDE A MAJESTADE

FOtOS: ÁlvaRO FREitaS

o rio voltou a sediar um evento da asP em 2009 com a realização do coca-cola saquarema Pro, etapa seis estrelas do wQs que ofereceu 145 mil dólares em prêmios. o catarinense neco Padaratz, que vinha de um vice-campeonato na praia mole, desta vez não deu ‘mole’ e venceu a etapa. RANKING WQS - 27 ETAPAS (PORTUGAL) 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10: 11: 12: 13: 14: 15:

Daniel Ross (AUS) – 14.975 pontos Jadson André (BRA-RN) – 14.663 Owen Wright (AUS) – 13.588 Adam Melling (AUS) – 12.801 Patrick Gudauskas (EUA) – 12.513 Matt Wilkinson (AUS) – 12.150 Joan Duru (FRA) – 12.050 Brett Simpson (EUA) – 11.863 Travis Logie (AFR) – 11.851 Austin Ware (EUA) – 11.575 Dusty Payne (HAV) – 11.425 Tanner Gudauskas (EUA) – 10.950 Blake Thornton (AUS) – 10.826 Willian Cardoso (BRA-SC) – 10.026 Nathan Yeomans (EUA) – 9.925

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Nada mal para quem esteve parado por uma contusão participar de duas finais do WQS consecutivas e voltar para casa com um troféu de campeão. Esse ilustre personagem se chama Neco Padaratz, que arrebentou nos dois eventos com sua prancha swallow 6 pés, pintura psicodélica, shapeada pelo Ravenga. Saquarema não negou fogo durante todo o evento. Itaúna recebeu seus visitantes com ondas clássicas e tubulares de seis pés e recorde de notas altas no primeiro dia de competição. A decisão de terminar o campeonato no sábado foi acertada, já que depois de uma semana de muita onda boa e sol, a previsão era de frente fria. Para quem se programou até domingo, sobrou a festa sábado à noite, que lotou a casa noturna Delirium com 1200 pessoas. A grande final do evento 100% brasileira contou com o catarinense Neco Padaratz, de 32 anos, e o paulista Hizomonê Bettero, 23. Neco usou toda sua experiência para somar 10,84 contra 9,40 pontos de Hizu, embolsando 20 mil dólares e 2.500 pontos no ranking WQS. Ao sair da água muito emocionado, ele foi aplaudido pelo bom público que foi para Saquá ver a prova. “Meu maior desafio é conter a minha emoção dentro d’ água. Só eu e minha mulher sabemos a dificuldade que vivi nos últimos tempos. Rezei bastante aqui, não só por mim, mas para todos. Sabia que minha hora ia chegar e chegou, mas ainda temos um longo caminho pela frente para concretizar todos os nossos sonhos”, declarou Neco, que após a vitória recebeu o convite para novamente fazer parte da equipe Onbongo, seu novo patrocinador.


vinÍCiuS SiMÕES

neco Padaratz.

vinÍCiuS SiMÕES

hizunomÊ Bettero.

william cardoso.

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ondas Perfeitas e solitÁrias em PaPua nova guiné. fotos no rodaPé: morcego Pro almoÇo, vai? surf cluB de PaPua e cardÁPio de frutas eXÓticas.

cansado de roteiros conhecidos, o freesurfer carioca guilherme Braga, 29 anos, resgatou seu espírito aventureiro e seguiu rumo ao desconhecido em busca de ondas perfeitas na oceania. em março de 2009, ele embarcou para um lugar inóspito, Papua nova guiné, a segunda maior ilha do planeta, localizada entre o continente australiano e o asiático. confira sua aventura! teXto: guilherme Braga fotos: Patricia foresty Estava em contato há seis meses por e-mail com o Andrew, presidente da Associação de Surf de Papua Nova Guiné e pioneiro do esporte no país, enquanto agilizava minha mais nova trip de surf que começaria na Austrália, passando por Papua Nova Guiné, Nova Zelândia e Ilhas Fiji. Com tudo acertado para viajar no início de março de 2009, fiquei sabendo que uma amiga, Patrícia Foresty, também estava indo para lá. Fiz contato de imediato e acertamos a parceria para a trip. Para quem estava prestes a viajar sozinho, uma parceira é

fundamental para melhorar o clima, dividir custos e fazer companhia. Ao chegarmos ao território australiano, nós fomos tirar o visto para Papua, que não foi nada fácil. O consulado fica em Brisbane e constatamos que a atendente nunca havia visto brasileiros tentando ir para lá. Com o visto, pranchas e equipamentos OK, partimos rumo ao inusitado. O Andrew havia me falado que na temporada as ondas nunca ficavam abaixo de um metro.

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todo esforÇo Para chegar em PaPua foi recomPensado com altas ondas.

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a Prova Que ainda eXistem ondas de sonho QueBrando sem ninguém. acima: visual de frente da caBana, a esPera do vÔo de volta e PaPua Pride!

Então, foi com essa certeza que saímos de Brisbane rumo a Port Moresby, capital de Papua Nova Guiné, onde tivemos que passar uma noite antes de partir para nosso destino secreto. Logo na chegada, antes de sair do aeroporto, nos deparamos com uma desagradável surpresa. Os guardas não deixavam que saíssemos na rua enquanto não conseguíssemos um hotel para ficar. Os preços eram absurdos, até que achamos uma espelunca acessível por uns R$90,00 a diária cada pessoa. Imaginem o que vinha pela frente... Andrew veio nos visitar de noite e foi super atencioso. Trouxe-nos presentes da Associação de Surf e ficamos trocando ideias no escuro devido à falta de luz. No dia seguinte, embarcamos cedo. No terminal do aeroporto já dava para ver a grande diferença étnica, com mulheres vestindo roupas muito coloridas, portando tatuagens no rosto, além de muitos indígenas. Eu olhava ao redor e imaginava: aquela ali já deve ter comido gente (o canibalismo foi extinto na região em 1985)! Do nosso destino, a única coisa que tínhamos era o nome de uma pessoa, indicação de um amigo havaiano. Essa pessoa era quem costumava receber os hóspedes na vila. Perguntamos às pessoas por Steven Ketewe, nosso contato, e nos informaram que ele estava na cidade. Um foi falando com o outro e, após 10 minutos, o Steven estava lá. Conseguimos um táxi e seguimos para a vila. No caminho podemos curtir um visual muito diferente, com florestas perto do mar, milhares de troncos duas madeireiras que

desmatam a região cortando árvores imensas como ocorre aqui na Amazônia, além de uma feira que parecia com os lugares mais pobres da África. Bem, nós estávamos achando que encontraríamos uma pousada com outros turistas, tipo uma Guest House, mas ao chegarmos à vila percebemos que a casa não era como imaginávamos. Fomos apresentados para a família e pediram para esperar que arrumassem o aposento. Não há comunicação nenhuma, simplesmente chegamos do nada. O quarto era somente um quadrado de madeira, com um buraco na parede para fora (a janela) e sem cama. Perguntei se tinha um colchão, mas quando vimos o estado achamos melhor dormir na capa da prancha mesmo. Pedimos só um mosquiteiro, pois malária, febre amarela e dengue são comuns na região. Colocamos nossas coisas e perguntei onde era o banheiro. Steven falou em inglês com um tom de voz tranquilo: “Vai ali dar um mergulho e sai nadando, se quiser fazer um xixi, tá vendo aquela árvore grande ali, vai atrás dela que ninguém te vê”. Tiramos as pranchas da capa e fomos surfar morrendo de sede, pois na vila não havia lugar para comprar água mineral. Num local desses não pode dar mole com a água, pois se consegue no mínimo uma diarréia pesada. Logo no primeiro dia, o mar estava com altas ondas de um metrão, sem ninguém na água para minha surpresa.

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nesta foto, direita clÁssica, a melhor onda da região, longa e tuBular. acima, no sentido horÁrio, surfista local manoBrando com estilo nas Bancadas da ilha, guilherme escovando nas esQuerdas. a tranQÜilidade na volta das ondas e a interaÇão com os locais.

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Depois de um tempo, começaram a entrar alguns locais. Cada um que chegava vinha me cumprimentar perguntando meu nome e onde eu estava hospedado. Todos atenciosos, com um clima de camaradagem muito grande e ainda me mandavam pegar as melhores ondas! Que lugar do mundo isso acontece? Só essa atitude já valeu a viagem. Aproveitamos para filmar e fazer algumas fotos no fim de tarde, pois não sabíamos como seria o resto dos dias. Naquela noite eu estava com muita sede, mas bebi apenas chá, pois sabia que a água era fervida. A comida até que não era ruim, porém até o fim da trip não consegui identificar o que era aquela carne com um molho vermelho que a cada dois dias eles serviam. A alimentação no geral foi boa, eram duas refeições por dia, mas no almoço sempre preparávamos um miojo no fogo de lenha ou comíamos algum biscoito. Na real, o almoço deles nós não conseguíamos comer, pois o cardápio era morcego. Até tentei comer um dia, pois era uma das poucas oportunidades que teria na vida de comer isso, mas quando chegou meu prato com metade do bicho inteiro ensopado, aparecendo as asas com todos os músculos bem vermelhos, desisti com medo de acabar pegando uma raiva ou algo do gênero. Todos os dias no almoço era morcego. Em um dos dias, nós colocamos combustível no barco de um vizinho e fomos mergulhar. Acabei pegando uma cavala pequena de uns quatro quilos, que alimentou a todos. Vivemos em Papua uma experiência gastronômica inesquecível. A cada dia que passava o mar só melhorava, sempre variando com séries de um metrão para um metro e meio, às vezes, com séries de dois metros em algumas sessões. As duas pranchas 6’1 que levei ficaram no limite. No começo as direitas não estavam funcionando, mas na segunda semana ficaram animais, muito perfeitas. Fiquei bastante impressionado com o bom nível técnico dos surfistas locais, mesmo com a escassez de recursos, como vídeos e revistas especializadas, além de equipamentos e pranchas, que na sua maioria eram deixadas por turistas ao longo dos anos nos dois surfs clubs existentes. Cada integrante do clube pagava uma taxa anual de US$ 20,00

e, dessa forma, podia usar as pranchas, que não eram muitas. O revezamento para utilizá-las era um fato normal, cada um caía meia hora. Esse lugar é muito isolado de tudo no planeta, existem poucos carros e praticamente só uma estrada que não deve ter nem 50 quilômetros de extensão. Segundo os moradores, fomos os primeiros brasileiros a se hospedar nessa vila. A população é muito pobre e sem recursos. Muitas crianças tinham doenças de pele pelo corpo inteiro e até no rosto. As poucas pessoas brancas que vimos na viagem foram um neozelandês do Greenpeace, o gringo que nos deu uma carona na chegada e um padre missionário, que me ajudou a trocar uns dólares. A vila que ficamos mais parecia uma creche de tantas crianças soltas. Ao caminharmos pelas trilhas, elas nos viam e, sem exceção, gritavam: “Wali! Wali! Wali!” Ficavam apontando para mim e se aproximavam falando: “Wali (significa homem branco), What´s your name?” Foi uma experiência para a vida inteira estar presente em um lugar onde o contato com o mundo ocidental ainda não exerceu suas influências. Uma terra esquecida pelo mundo num dos países menos desenvolvidos do planeta. Com ondas perfeitas quebrando solitárias e um povo hospitaleiro que nos proporcionou um aprendizado de vida muito grande. Temos que agradecer cada dia por estarmos com saúde, por cada vez que ligarmos a torneira de nossa casa e temos água, sistema de esgoto, etc. Apesar de termos todas as facilidades do capitalismo, muitas vezes não somos tão felizes como aquelas pessoas de vida simples em Papua Nova Guiné. Eles desconhecem toda a nossa realidade e vivem muito bem sem banheiro, água potável e dinheiro. Depois de Papua segui para Fiji, outro lugar maravilhoso que sempre tive em mente, aliás, qual o surfista não sonha em conhecer esse arquipélago paradisíaco? Mas isso é assunto para outra Trip Surfar. Bem, de volta para a realidade, o próximo passo é juntar grana e novamente partir em busca de novas experiências, fazer novos amigos, pegar altas ondas desconhecidas e ter novas histórias para contar.

SurfTime, de viagens a ci ên ag a formações o apoio d ber mais in viajou com sa ga er ra is u B q e mail Guilherm mande et. Se você lobe e Los as ondas, d G , a rf u oc S ép Q hor lojas W qual a mel chegar e r. .b de como om .c ar rf @revistasu ar rf su a par

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Aline Spindula

22 anos Fotos: Celso Pereira Jr.


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Aline Espindula, 22 anos, é estudante de educação física, pratica esportes como capoeira, corrida, natação, musculação e, claro, muito surf. “O esporte me relaxa e me mantém em forma”, afirma. A gata procura manter uma alimentação equilibrada. “Tento evitar comer besteira, mas às vezes não dá, ninguém é de ferro”. Aline possui alguns trabalhos como modelo, já fez catálogos para algumas marcas, fotos para sites, mas seu maior sonho é se formar na profissão que escolheu. “Quero alcançar meus objetivos e estar sempre perto das pessoas que amo.”


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POR liana aZEREDO

sensibilidade, surf, estilo de vida, reggae, lindas paisagens, sonhos e criatividade s達o ferramentas para o desenhista que encontrou no pincel sua forma de express達o.

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Bê Sadala é um artista moderno que desde criança mantém uma relação muito forte com o surf, sua principal fonte de inspiração. Seu talento foi revelado nos primeiros desenhos de ondas e surfistas aos sete anos de idade. A família sempre incentivou sua decisão em seguir carreira artística, principalmente tia Isaura e sua madrinha, primeira pessoa a comprar uma obra. Ainda menino fez o curso de pintura a óleo oferecido pelo condomínio onde morava na Barra. Foi lá que desenvolveu seu primeiro quadro do músico Bob Marley. “Na aula tinham algumas senhoras e eu. Tive dúvida como pintaria o cabelo do Bob e perguntei pra professora, daí ela me respondeu: não sei, nunca vi um cabelo desses”, lembra Sadala aos risos. Em 95, organizou o circuito Surf Soul. A idéia era premiar os surfistas com suas obras de artes. O campeonato de pequeno porte durou cinco anos e por ele passaram atletas como Simão

Romão e Heitor Alves, surfista da elite mundial. “Fico muito orgulhoso de saber que eles ainda possuem meus trabalhos, que são os troféus”, diz. Com muita criatividade, Sadala conseguiu reconhecimento no trabalho ao vencer o concurso da Billabong Tag a Trunk, onde pintou à mão a praia de Pipeline numa bermuda. A veia artística unida com o amor do surf, estampada numa roupa, lhe rendeu um contrato de exclusividade com uma marca. “Ali percebi um novo caminho a seguir, já havia pintado camisas, quadros, mas nunca bermudas. Produzi mais de duzentas que levavam pinturas de paisagens alucinantes do Rio. Dessa forma, consegui agregar ao meu trabalho o amor que sinto em ser carioca.” As bermudas levaram seu nome para vários lugares do mundo, elas não eram vendidas como produto, mas como obras de artes. “Um cliente comprou uma bermuda para colocar na moldura e decorar seu novo restaurante em Nova Iorque.”

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Após cinco anos, ele recebeu a possibilidade de conhecer e frequentar o atelier do artista plástico Eduardo Camões, famoso pelas suas pinturas do Rio antigo. A experiência foi uma ótima oportunidade para Bê aprimorar suas pinturas de paisagens. “Com Camões consegui fazer com que minha água ficasse mais molhada e minha rocha mais sólida, foi muito bom para minha carreira.” Nesse meio tempo foi visitar um dos maiores retratistas do Brasil, Rodrigo Cunha, um primo que veio a conhecer já adulto. Esse encontro somado à experiência vivida com Camões resultou no fortalecimento de sua arte. “Está no sangue da família viver de arte, Rodrigo vive do reconhecimento de seu trabalho em São Paulo, já eu estou conquistando meu espaço no Rio”, afirma. Sadala possui muitas técnicas e aplica diferentes materiais para realizar cada trabalho, que vai desde tinta óleo, acrílica, tecido e bastão. “Gosto muito de desenhar com o pastel e o lápis grafite, pois o bom pintor tem que ser um ótimo desenhista.” Amante do ritmo reggae, Bê possui um enorme acervo do rei Bob Marley em diferentes fases da sua carreira. Esses trabalhos ficam em exposição permanente na loja Bitang House, na Joatinga, onde Sadala é gerente e está aberta ao público no horário comercial, de segunda a sábado. “Algumas obras desse acervo passaram pela turnê do Ziggy Marley na última vez em que esteve no Brasil”, lembrou. “Reggae é uma música com conteúdo que fala de política, dos nossos problemas sociais, da liberdade e amor. Trago esse movimento através do Marley que foi um dos artistas e músicos mais fotogênicos do mundo. Pra mim é um grande privilégio pintá-lo.”

Boa parte das inspirações vem dos pintores antigos e do artista havaiano John Severson, que tem um estilo único. “Em alguns momentos me inspiro nele pra fazer minhas pinturas. O surf é minha inspiração, então pinto quadros, bermudas, painéis etc...” Outro trabalho que lhe deu grande satisfação foi fazer o painel no Colégio São Paulo no Arpoador. “Fiquei dois meses trabalhando nesse mural, que é a minha grande obra prima, são três paisagens no muro de 15 metros. Ficou incrível, todo mundo que passa fica horas observando a beleza das belas paisagens do Rio. As irmãs abriram um espaço e estou começando a dar aulas na escola de pintura e desenho”, conclui. BÊ SaDala COnta COM aPOiO Da Bintang HOuSE. SEuS tRaBalHOS EM vÍDEOS PODEM SER viStOS nO SitE YOutuBE.COM. MaiORES inFORMaçÕES PElO tElEFOnE 7873-1618 Ou PElO E-Mail BESaDala@HOtMail.COM

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luCianO CaBal

IDADE: 14 anos Patrocínio: Roxy, Colégio QI, Academia Pontal Fitness. Shaper: Rico de Souza. Quiver: 9’0 modelo competição e 9’1 para mar pequeno.

A paixão pelo surf começou cedo quando Chloé costumava ir à praia com seu pai, o longboarder Miguel Camon, que por muitos anos fez a marca de surfwear Hot Stuff. Tomou gosto e descobriu que surfar era o maior barato. Começou na pranchinha, mas rapidamente migrou para o long, optando pelo surf clássico. No início sofria pressão dos meninos dentro d’água, passando algumas dificuldades por ser menina e longboarder, mas como gosta de cair em mares grandes, ganhou respeito do pessoal. “Hoje todos me tratam bem e me liberam as ondas!” Em 2008, Chloé foi vice-campeã carioca Pro-Am, campeã do Acquaman Contest e venceu o Petrobras Feminino no Arpoador. Com os bons resultados, a longboarder chamou a atenção dos patrocinadores e já conta com a Roxy, marca internacional, no bico da sua prancha. Quando o mar está flat, gosta de andar de bike e ir à academia. Se depender da sua vontade e disposição, essa menina tem futuro.

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aRquivO PESSOal

aRquivO PESSOal

luCianO CaBal

IDADE: 14 anos Patrocínio: Cyclone, shaper Keto. Apoio: Pico Alto. Shaper: Keto. Quiver: 5’10, 5’11, 6’2 e 6’4.

Sabe quando você chega à praia e logo vê um surfista destruindo no meio do crowd? Daniel Munhoz é um desses que tem um talento nato para surfar. Seu quintal de casa é a praia do Recreio onde costuma treinar. “Tudo começou aos cinco anos quando meus irmãos colocavam pilha para eu ficar em pé em cima da prancha”, recorda. De lá pra cá, ele tomou gosto e não parou mais. Surfa com facilidade e a qualquer momento pode surpreender com manobras modernas. Vem faturando campeonatos na categoria Mirim e logo irá incomodar na Junior. Quando o mar está flat, Daniel gosta de jogar uma peladinha e subir o morro do Recreio para tirar fotos. Já fez algumas viagens nacionais, mas ainda não realizou o sonho de conhecer picos internacionais. O surfista concilia estudo com o surf e pretende chegar ao nível do seu ídolo Mineirinho. A Surfar aposta suas fichas nesse garoto.



Nesta edição convocamos todos os leitores a entrarem em contato conosco. Seja na comunidade ou perfil do Orkut, nossa página no Facebook, no Twitter ou e-email (surfar@ revistasurfar.com.br). Críticas, polêmicas e sugestões são muito bem vindas. Vamos lá galera, fazer contato!

PROMOÇÃO Parabéns a todos da Surfar pelo grande trabalho desenvolvido aqui no RJ. Que a próxima edição seja muito melhor que as anteriores. Vocês terão alguma promoção pra galera do twitter? Rodrigo Toste via Twitter. Rodrigo confira nesta edição a promoção Surfar com Gustavo Fernandes.

CLÁSSICA SURFAR A revista está tão clássica quanto o surfe carioca dos anos 80-90! Vida longa a Surfar. Bruno Castello Costa via Facebook.

BIG WAVES Muito obrigado pela belíssima matéria sobre ondas grandes na edição de maio de 2009, e é grátis! Keep up the excellent work! Jose Henrique Leal via Facebook.

SURFAR NAS MÃOS DOS INDONESIANOS Estou na Indonésia mostrando para todos os indonesianos a matéria de Guaratiba. Marcos Silva Sansei via Facebook.

SURF CARIOCA Estava em um sebo na Rua Senhor dos Passos procurando revistas e jornais antigos de futebol que coleciono. No local também tem revistas de surf. Já comprei algumas brasileiras e estrangeiras e, neste dia, achei a revista Surfar #5. Comprei porque gostei da capa e achei este fotógrafo Pedro Tojal bem

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talentoso. Nossa cidade sempre precisou de fotógrafos bons que aproveitassem o “lineup” e a excelente luz que nossas praias possuem. Quando cheguei em casa e dei a primeira olhada, minha ficha caiu. Foi bom rever várias pessoas que eu não via há muito tempo. Saber que um cara correto e gente boa como Marcelo Boscôli constituiu uma família bacana, com dois filhos surfistas. Ver a boa matéria sobre a Barra, confirmando a tese que sempre defendi de que aquele local entre a Ayrton Senna e a Reserva tinham as melhores ondas. Saber que outro cara honesto e batalhador como Joca Secco, atingiu seus objetivos como shaper. Fiquei muito alegre, faltava isto, uma revista da nossa cidade com informações do surf carioca. Claúdio Davies via e-mail.

PROFISSIONAIS SEM FUTURO Equipe da Surfar, o que está acontecendo com o surf profissional no Rio de Janeiro? Não existe mais circuito carioca? Onde estão nossos profissionais? Sou do tempo que o Rio tinha o mais badalado circuito profissional do país, um tempo em que os atletas de outros estados sonhavam em morar e competir na cidade maravilhosa, quando ser campeão carioca de surf profissional valia alguma coisa. Enrico Caetano via e-mail Enrico sem uma mídia não existe democracia. Por isso a importância da Surfar para cobrar as entidades responsáveis e também divulgar o que se faz com competência.

SURFAR EM SAMPA Amigos, sou de São Paulo e não tenho acesso à revista. Qual a possibilidade de conseguir os exemplares desta conceituada revista por aqui? Surfo há anos e gostaria de acompanhar as matérias do Rio, esta cidade que gosto muito! Tenho 41 anos, trabalho como supervisor de uma rede de lojas aqui em São Paulo, e sou muito antenado com tudo que passa no meio do segmento, tanto como campeonatos, moda, e tudo que diz respeito ao Surf. Aguardo um contato, para quem sabe nos falarmos mais, abraços. Marcelo via e-mail Marcelo, obrigado pelos elogios e aguarde a novidade que estamos preparando para a próxima edição (novembro).



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POR: tiagO gaRCia

REVIEW: Criado por Peter King e Ed Flynn, Sound and Vision III é o terceiro volume da série de vídeos da Hurley estrelando seus atletas. Diferente das edições anteriores, que focavam apenas um atleta específico. O primeiro no free surfer é o australiano Yadin Nicol, seguido do balinês Rizal Tanjung. S & V III mostra também o top do WCT Ace Buchan, juntamente com o californiano Brett Simpson (que venceu recentemente o WQS no Píer de Huntington Beach embolsando 100 mil dólares) e o havaiano Hank Gaskell, explorando algumas das melhores ondas do litoral australiano durante seis semanas. A produção foi realizada principalmente na costa sudoeste da Austrália. Os caras quebram as ondas de Margareth River, The Box, North Point e Gas Bay. O vídeo conta com imagens de vários ângulos e cenas aquáticas excelentes, principalmente nas direitas pesadas de The Box.

O grande foco do filme é o free surf, a busca por ondas perfeitas durante a trip, aproveitando para mostrar um pouco da personalidade e o lado “cool” bem característico dos surfistas da marca. Entre as cenas de ação, os espectadores podem assistir aos medíocres jogadores de basquete Brett e Hank, além do péssimo golfista Adrian. O vídeo também conta com algumas imagens de Ace competindo durante as etapas do WCT na perna australiana de 2008. Além de uma boa edição e da bela fotografia, Sound and Vision II conta com uma trilha sonora muito boa, com Covette, Taxi, Good Old War, Love You Moon, entre outras bandas. O filme tem aproximadamente 30 minutos de duração e pode ser assistido e baixado gratuitamente pelo link: www.hurley.com/soundandvision. Agora é só curtir!

NEWS:

TOP 10 VIDEOS:

-The Drifter, o novo filme de Taylor Steele que tem o californiano Rob Machado como protagonista, ja foi finalizado e teve seu calendário de lançamento divulgado. Entres os paises com estreia marcada estão: Austrália, Nova Zelândia, Indonésia, Japão e EUA. -Jamie O Brien ja esta trabalhando na produção do seu próximo filme de surf, com previsão de lançamento para 2010. Para mais informações acesse: www.tiagogarcia.net

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por Brett Simpson

Momentum Loose Change Focus The Pursuit Kelly Black and White Back In Town Drifting Momentum 2 Raw Irons Psycho Ward







Phil Rajzman, 27 anos, tornou-se campeão mundial de longboard profissional oficialmente pela ASP em 2007. No entanto, antes disso já havia vencido dois eventos considerados campeonatos mundiais da modalidade, em Maresias (SP) e Puerto Escondido, no México. O waterman carioca está atualmente na terceira colocação do tour 2009 e concedeu uma entrevista exclusiva para o Palavra Final da Revista Surfar ao retornar da primeira etapa do mundial no Japão. Por: roger ferreira Como foi competir na primeira etapa do WLT (circuito mundial de longboard), no final de julho no Japão, quando você ficou na terceira colocação e conseguiu a maior nota do evento: 9,10? A competição foi bem desgastante, as ondas estavam ótimas e ventando terral, mas como a previsão era das condições piorarem nos próximos dias, foi decidido pela comissão técnica que tudo aconteceria naquele mesmo dia. Entrei na água quatro vezes, em baterias de 25 e 30 minutos. A adrenalina junto ao esforço físico fez aquele dia ser muito exaustivo. Não esperava tudo aquilo, mas foi bom para abrir meus horizontes para novas possibilidades. Você perdeu na semifinal para Harley Ingleby, mesmo sendo um surfista mais completo e estar arrebentando no evento. O que aconteceu? Principalmente o cansaço físico e emocional. Mas minha meta na competição já havia sido atingida. Muitas vezes é preciso desenvolver táticas para atingir seus objetivos, isso significa saber a hora certa de agir, no caso atacar. Vencer a primeira etapa não significa a vitória do circuito, portanto, não era meu objetivo principal. Estou trabalhando para atingir minha meta nas Maldivas e espero mais uma vez poder contar com o carinho da torcida. Diariamente recebia mensagens enviadas pela galera do Brasil através do site oficial da competição e do meu blog, isso é um grande incentivo e me trouxe muita motivação. Não estar com peso nas costas de uma vitória nesta primeira etapa para disputar o título nas Ilhas Maldivas pode ser uma vantagem sobre o Harley, que assim como este ano, em 2008 venceu a primeira etapa, mas não conseguiu o título. Seu foco continua sendo o mundial de longboard? Em 2008, por incrível que pareça, como atual campeão mundial fiquei sem patrocínio. Perseverei e consegui uma terceira colocação na primeira etapa, resultado que não foi repetido na segunda, quando estava disputando o título e o psicológico estava abalado por alguns desses problemas pessoais. Tudo isso me fortaleceu. Agora com os patrocínios da Ourocap, Echo Beach, American Airlines, Rio Quente Resort, Vans, Hobie e Keahana, estou focado e preparado para trazer mais um título mundial para o Brasil. Quero poder através esporte, assim como meus pais (seu pai, Bernard, foi medalhista olímpico do vôlei), representar a bandeira verde e amarela com o melhor desempenho possível e, quem sabe, ser um exemplo para a nova geração. Você vem questionando os critérios de julgamento do longboard no Brasil, o que tem feito para melhorar isso? Existe um movimento dos atletas profissionais que questionam os critérios do julgamento aqui no Brasil. O problema é que não vemos nenhuma movimentação da parte da organização e responsáveis pela convocação dos

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juízes buscando uma evolução nesta área. Para que nós atletas estejamos preparados para as competições internacionais, é fundamental que utilizem os mesmos critérios da ASP aqui no Brasil. Também nunca teve um interesse por parte dos dirigentes em saber de nós atletas qual seria a melhor forma de julgamento. O time brasileiro tem mais de dez atletas com experiência internacional que nunca foram convidados para auxiliar nesta evolução. Muito pelo contrário, quanto mais os atletas se fortalecem, mais os juízes se fecham e assim atrapalham a evolução da nova geração, que é obrigada a se basear nestas regras para conseguir resultados nacionais. Você é um legítimo waterman. Tem planos de competir profissionalmente em outras modalidades como a pranchinha, o stand up e o tow-in? Sou amante dos Oceanos. Respeito muito o poder da natureza, por isso gosto de estudá-lo através da prática de diferentes esportes aquáticos. Isto me ajuda muito no complemento físico e mental que busco para minha evolução, tanto de atleta como pessoa. Sou completamente contra a política de tornar um esporte que está relacionado diretamente à natureza, saúde e bem-estar, fechado e reservado para os poucos privilegiados. Não optei pelo longboard para provar nada para ninguém, apenas gosto do clima de união e amizade mais relacionada à essência. Acho que é a busca pela evolução pessoal da maioria dos competidores. Procuro seguir a minha essência, e quem sabe não me sinto atraído por algum outro tipo de competição saudável além do que faço hoje. O que você espera da próxima etapa do tour mundial de longboard nas Ilhas Maldivas em outubro? As ondas nas Maldivas são exatamente como eu sempre sonhei em surfar. Participar de uma competição lá será um sonho realizado e mais um motivo para buscar a vitória da etapa e do circuito. Estou muito focado em conquistar o título mundial. Acho que ele nunca deveria ter saído do Brasil, pois somos novos no esporte, mas nossa história já é muito vitoriosa. Tive a sorte de ter sido o primeiro campeão mundial oficialmente pela ASP, mas isto não quer dizer que outros não sejam tão responsáveis para que isto tenha acontecido. Picuruta Salazar, Rico de Souza e Jeremias da Silva são apenas alguns nomes que me inspiram desde criança para que eu tenha chegado a esta conquista Estou fazendo um trabalho muito legal de desenvolvimento com meu shaper Claudio Pastor, junto a Hobie Brasil. Os equipamentos estão cada vez mais alinhados com meus desejos de evolução atingindo a sintonia fina.


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DivulgaçãO ECHO BEaCH


JerÔnimo vargas, Puerto escondido.

PEDRO tOJal

PrÓXimo nÚmero

AGORA SIM... MÉXICO!

Editor chefe: José Roberto Annibal – annibal@revistasurfar.com.br. Editor executivo: Grimaldi Leão – grimaldi@revistasurfar.com.br. Projeto gráfico e Arte: Marcos Myara – marcos@revistasurfar.com.br. Redação: Liana Azeredo – liana@revistasurfar.com.br, Roger Ferreira – roger@revistasurfar.com.br. Revisão: Deborah Fontenelle. Colunistas: André Breves Ramos, Thiago Garcia. Colaboradores de texto: Guilherme Braga. Fotografia: Alan Simas, Álvaro Freitas, Alvinho Duarte, André Cyriaco, Arthur Toledo, Beto Paes Leme, Bruno Lemos, Gui Pastonage, Craig Kolesky, Celso Pereira Jr., Cláudio Páschoa, Damea Dorsey, Daniel Ferrentine, Daniel Smorigo, Fábio Minduim, Fred Pompemayer, Gustavo Cabelo, Gustavo Camarão, James Thisted, Júlia Worcman, Lika Maia, Luiz Blanco, Manoel Campos, Marcelo Piu, Márcio David, Pedro Monteiro, Pedro Tojal, Rick Werneck, Tiago Navas, Tony D’Andrea, Vanessa Moutinho, Zeca Cascão, Júlio Fonyat, Bidu. Tratamento de imagens: Aliomar Gandra e Ricardo Gandra. Publicidade: (21) 2433 0235. Comercial: Bruno Pinguim (Rio), André Cyriaco (Niterói), Sérgio Ferreira (Baixada), Regiane Alves. Jornalista responsável: José Roberto Annibal MTB 19.799. Impressão: Gráfica Ediouro. A Revista Surfar pertence a Forever Surf Editora e as matérias assinadas não representam obrigatóriamente a opinião desta revista e sim de seus autores. Distribuição gratuita no Rio de Janeiro. Endereço para correspondência: Av. Ayrton Senna 250, sala 209 - Barra da Tijuca - Cep. 22793-000 E-mail para contato: surfar@revistasurfar.com.br - Tel.: (21) 2433-0235 / (21) 2480-4206.






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