SURFAR #37

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YAGO DORA O PA RA N A E N S E D E 1 8 A N O S Q U E G A N H O U D E STAQ U E N A M Í D I A I N T E R N AC I O N AL

DESERT+KERAMAS B R U N O S A N TO S , J Ê VA R G A S , I A N C O S E N Z A E S C O O BY S U R FA RA M D UA S DA S M E L H O R E S O N DA S D O M U N D O E M U M Ú N I C O SWE L L

WCT RIO C O B E R T U RA C O M P L E TA D E S S A G RA N D E F E STA Q U E S E TO R N O U O BILLABONG RIO PRO

DONAVON FRANKENREITER

Yago Dora, slob air em Maldivas.

E N T R E V I STA E XC LU S I VA C O M U M DOS MAIORES SUCESSOS DO SURF MUSIC

TRIP SURFAR

JUN | JUL 2014 R$ 11,90

S U L DA C AL I F Ó R N I A : A R E G I ÃO M A I S P R O C U RA DA P E LO S TO P S U R F E R S PA RA T R E I N A R


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ÍNDICE

Sabe quando bate aquela vontade de dar a terceira caída no dia? Indonésia é mais ou menos assim... Foto: Pedro Tojal.

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Donavon Frankenreiter

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Desert Point X Keramas

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Billabong Rio Pro

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Entrevista: Yago Dora

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Surfar Trip

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Ensaio Surfar

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O cantor californiano e ex-surfista profissional em entrevista exclusiva para a Surfar antes de se apresentar no Billabong Rio Pro.

A temporada está aberta! As duas melhores ondas do mundo em uma só trip. Jê Vargas, Bruninho, Scooby e Ian Cosenza deram show nos tubos!

Diretamente da área dos atletas, o freesurfer Gabriel Pastori faz uma análise do mundial no Postinho da Barra da Tijuca.

O paranaense criado em Floripa ganhou destaque nas mídias internacionais com aéreos cabulosos e repertório de manobras modernas.

O fotógrafo Marcio Canavarro abriu seu arquivo de fotos para apresentar o sul da Califórnia. Dicas de viagens e altas imagens de quem mora no pico.

A capixaba Marcely Fraga em fotos de tirar o fôlego!

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DETROIT MF BALLISTIC


OS RELÓGIOS DETROIT VOCÊ ENCONTRA NAS LOJAS

GOLD

GREY

MILITARY




EDITORIAL Universo do Surf Todas as vezes que fazemos uma reunião de pauta, sempre vem aquela pergunta: o que seria uma revista de surf completa? Chegar nessa fórmula realmente não é nada fácil! Alguns leitores gostam de matérias de campeonatos, outros de viagens internacionais em lugares paradisíacos, como também existem aqueles que não perdem uma entrevista. As matérias dos picos no Brasil com altas ondas e fotos dos surfistas locais também são muito elogiadas, além das colunas de música e vídeo, os colunistas, o Ensaio Surfar com aquela gata dos sonhos, etc. Nessa edição de junho, nossos leitores vão poder desfrutar um pouco da mistura de todos esses gostos. Vamos levar vocês para dentro dos bastidores do Billabong Rio Pro com um olhar diferenciado do freesurfer

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Gabriel Pastori, contando os mínimos detalhes dessa festa na passagem do WCT pelo Brasil. Para fechar a cobertura do evento em grande estilo, na coluna de música trazemos uma entrevista exclusiva com um pouco da intimidade do cantor Donavon Frankenreiter, um dos maiores destaques do Surf Music que agitou uma multidão na semana que a etapa rolou no Rio. Na matéria principal dessa edição, uma trip com Bruno Santos, Jerônimo Vargas, Ian Cosenza e Pedro Scooby surfando duas das melhores ondas do mundo no mesmo swell: Desert e Keramas. Durante quatro dias, eles pegaram altos tubos, para esquerda e direita, na primeira grande ondulação da temporada na Indonésia. E completando, na Surfar Trip desse mês vamos deixar você com a sensação de ser um “local”


Capa: Yago Dora nas Maldivas. Foto: Tom Carey. Foto abaixo: Dá para sonhar alguma coisa melhor do que isso? Desert Point. Foto: Pedro Tojal.

do sul da Califórnia. Para tanto, convocamos o fotógrafo alagoano Marcio Canavarro, radicado na Califa há mais de 10 anos, para mostrar tudo o que rola naquela região considerada como a “Golden State” do surf. Para finalizar, nosso entrevistado do mês é o surfista Yago Dora, apontado pela mídia internacional como um dos melhores aerealistas do mundo e futuro integrante da elite da ASP. Filho de um ex-surfista profissional, Yago também recebeu elogios de Filipe Toledo pela manobra backflip que até hoje apenas quatro surfistas no mundo conseguiram completar. E assim fechamos mais uma edição tentando diversificar nas pautas para levar aos nossos leitores um pouco do melhor do universo do surf. José Roberto Annibal

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FLY THE FLAG MOSTRE SUAS VERDADEIRAS CORES

NO MELHOR BOARDSHORT DO MUNDO





MELHOR DA SÉRIE

O surfista de Maresias Leandro Keesse, que ano passado teve um tumor, pensou que nunca mais iria surfar. Ele se abraçou na fé, fez uma cirurgia, se tratou e ficou curado. “A santa na minha prancha é a Nossa Senhora de Guadalupe... Não sou religioso, mas a energia positiva que a fé proporciona me curou e por isso quis levar a santa junto comigo para fazer meu primeiro surf depois da operação. Pegar um tubo perfeito junto com ela foi a forma que encontrei para retribuir o privilégio de estar vivo e com saúde. Amém!”. Foto: Pedro Tojal.

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FINALMENTE NO BRASIL A MARCA MAIS IRREVERENTE DO MUNDO




Bテ年US SAQUAREMA


O power surf de Raoni Monteiro no Quiksilver Saquarema Prime. Foto: Lima Jr.


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BÔNUS INDONÉSIA

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No meio de maio, Bruno Santos saiu do Brasil para pegar o primeiro grande swell da temporada na Indonésia. Surfou Desert Point clássico durante três dias e pegou alguns dos maiores tubos da trip. Foto: Pedro Tojal.

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@mormaiioficial


Fred Pompermayer

POR TRÁS DAS ONDAS

Yuri Soledade desce sem medo nas maiores séries que entram.

Brasileiros barrados no Big Wave World Tour 2014/15

---- por Luís Fillipe Rebel O vice-porta voz da ASP Peter Mel, vencedor do Mavericks Invitational Surfing, se pronunciou no dia 24 de maio após a convocação dos surfistas que irão competir no primeiro ano em que a entidade está à frente do circuito mundial de ondas grandes, o Big Wave World Tour (BWWT): “A cúpula da ASP trabalhou forte por muito tempo para escolher uma lista do BWWT que reflita os destaques mais atuais do surf de ondas grandes e também recompensar a performance de campeões anteriores.” Os big riders irão disputar o título em seis picos: Dungeons (África do Sul), Punta Lobos (Chile), Pico Alto (Peru), Todos os Santos (México), Punta Galea (Espanha) e Pe’ahi (Maui). Pode-se até concordar com a escolha, mas quando Peter Mel fala em uma lista que “reflete” os big riders com mais destaque atualmente, fica difícil ignorar a ausência na etapa de Jaws dos baianos Danilo Couto, Marcio Freire e Yuri Soledade, que levaram o surf mundial de remada em ondas grandes para outro patamar. “A real é que todos merecem estar lá, apenas não concordo com os crité–––– Yuri Soledade. rios usados para a escolha dos atletas.

Dinheiro, fama, nacionalismo e amizade não poderiam influenciar, mas a política é essa aí. Às vezes me pergunto como seria se os ‘Mad Dogs’ ou qualquer um dos ‘Brazilian Storm’ tivessem nascido aqui no Hawaii, Austrália ou EUA. Acho que essa lista deveria ser feita por quem está lá dentro (água) e sabe o que passamos, sem política nenhuma. Ainda tem a questão do patrocínio, pois só eu sei a força que tem uma Red Bull, Billabong ou Quiksilver. No fundo isso é um negócio onde você tem que promover quem está te promovendo, e não é de interesse deles ter um atleta das marcas Pena, Seaway ou Mahalo,” disse Yuri Soledade, sem economizar palavras.

“DINHEIRO, FAMA, NACIONALISMO E AMIZADE NÃO PODERIAM INFLUENCIAR, MAS A POLÍTICA É ESSA AÍ.”

S U R FA R . C O M . B R

Com sua gun, Yuri mostrou que é possível surfar em Jaws sem o jet ski.

Fred Pompermayer

A polêmica lista de convidados para o circuito mundial de ondas grandes, promovido agora pela ASP, foi divulgada com apenas dois brasileiros presentes. Os “Mad Dogs” Yuri Soledade, Marcio Freire e Danilo Couto estão de fora da etapa de Jaws.



Fred Pompermayer

“O BRASIL NAS ONDAS GRANDES É COMO NO FUTEBOL: ESTAMOS ENTRE OS MELHORES. ”–––– Marcio Freire.

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será sempre um dos convidados por ter sofrido lesão no ano passado. A presença de Kelly Slater em todas as etapas chamou a atenção da mídia especializada, assim como somente dois surfistas do Brasil terem sido lembrados: Carlos Burle no evento de Pico Alto no Peru e Marcos Monteiro em Punta Lobos no Chile. “Temos vários dos melhores big riders do mundo. No mínimo deveria ter algum brasileiro sendo convidado para fazer a tour inteira, mas eles não querem dar a chance de ver um campeão mundial brasileiro, principalmente nessa nova jornada do BWWT junto com a ASP,” desabafou Yuri. Em meio a críticas negativas em relação à lista de competidores, os picos selecionados não foram questionados apesar de Mavericks e Waimea não estarem inclusos. A janela de espera dos campeonatos que acontecem no Hemisfério Sul vai do dia 15 de abril até 31 de agosto. Enquanto no Hemisfério Norte é entre 15 de outubro e 28 de fevereiro de 2015.

Sem patrocínio, Marcio Freire surfa as bombas por puro prazer.

Fred Pompermayer

A ausência dos “Mad Dogs” não deixou só os brasileiros surpresos, mas também toda a comunidade do surf de Maui, como contou Yuri: “Acho que faltou um reconhecimento sim. Em Maui somos referência e desde que saiu a notícia já recebemos o apoio dos locais, principalmente dos convidados que ficaram se sentindo mal por estarem lá. Eles me ligaram para se desculpar e até o Kai Lenny (campeão mundial de Stand Up) ofereceu escrever uma carta para me dar a vaga dele.” A política também frustrou as expectativas de Marcio Freire, que sempre é um dos primeiros a entrar na água em Jaws nos dias grandes. “A ASP passou por cima mais uma vez e não deu a chance nem o respeito devido. Mesmo não nascendo aqui, sei que tenho um reconhecimento enorme dos locais. Os ‘Mad Dogs’ foram e são uma inspiração para a nova geração e para muitos dos melhores big riders que estão hoje pegando essa onda na remada”, falou Freire. Danilo, Yuri e Marcio são respeitados no Hawaii por se dedicarem desde 2006 a surfar na remada em Jaws, quando todos acreditavam que só era possível de tow-in. A explosão veio em 2011, com Danilo completando a onda mais incrível do ano, premiada na categoria Ride of The Year do Billabong XXL. Daí em diante, os principais big riders do planeta seguiram os passos dos três para domarem Jaws no braço, como Shane Dorian, que entrou em um tubo com 56 pés de face. No ano seguinte, em 2012, o outside chegou a ter um crowd de 30 surfistas dispostos a provar do que eram capazes sem a ajuda do jet ski. As etapas contarão com os 12 atletas melhores colocados no ranking do circuito 2013/14, mais seis wildcards locais e outros seis internacionais, sendo que Gabriel Villaran do Peru



notícias fotos vídeos ENSAIO SURFAR e muito mais!

/REVISTASURFAR @REVISTASURFAR @REVISTA _SURFAR


O carioca Eduardo Chalita em um dia de sonho na IndonĂŠsia. Foto: Everton Luis.


“...ENTÃO É EXATAMENTE O QUE SINTO COM O SURF...”

“...NÃO TENHO IDEIA DO QUE VAI ACONTECER AMANHÃ À NOITE...”

Divulgação Sanuk

SURFAR MUSIC


DONAVON FRANKENREITER C

ada vez mais fazendo da simplicidade a sua marca registrada, o cantor californiano e ex-surfista profissional Donavon Frankenreiter concedeu uma entrevista exclusiva à Surfar durante o Billabong Rio Pro, onde se apresentou para um grande público que compareceu

mesmo com a forte chuva. Donny, que procura viver entre o conforto da família e a felicidade de

surfar, conversou sobre seu último álbum Start Livin’, lançado em 2012, que retrata o mais sincero trabalho de sua carreira. Entre os assuntos abordados, ele também falou sobre suas inspirações na música e no surf, o Brazilian Storm e sua relação com o nosso povo: “Sou praticamente brasileiro”, conclui o cantor. –––– por João Cezimbra

As duas paixões de Donavon definem seu estilo de vida.

William Hossell

Já toquei e toco até hoje em vários lugares do mundo. É sempre divertido, pois comigo tem sempreissodequequandovocêtocaumconcerto ao vivo nunca sabe o que vai acontecer. É incrível! É o que me deixa com vontade de voltar sempre. Eu amo esse sentimento mais do que tudo! Cada show é especial. Pode ter cinco ou cinco mil pessoas que será diferente.Algumas pessoas vão cantar e outras não. Outras vão realmente gostar e outras talvez nem tanto. Então é exatamente o que sinto com o surf. Quando vou surfar, posso ter uma ótima tarde surfando ondas perfeitas ou só pegar uma onda e ainda ficar feliz com aquilo. Nãotenhoideiadoquevaiaconteceramanhã ànoite.Etenhoessaconcepçãoespecialporque meu público não é perigoso e não vai me fazer mal ou algo de errado, então por mim gostariaqueelessempreestivessemcantando comigo no palco. Não gosto de usar catracas ou proteções porque, às vezes, elas me deixam há 10 metros do público (como aconteceu em um show ano passado na Barra da Tijuca, quando mandou retirá-las). Mas nem sempre sou eu que controlo isso, existem leis e realmente não há nada que eu possa fazer. Se fosse por mim, deixava todo mundo perto, mais conectado...

Divulgação Billabong

CONEXÃO DA MÚSICA COM O SURF

Continua

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RELAÇÃO COM O POVO BRASILEIRO

Eu já vim tantas vezes aqui que sou praticamentebrasileiro.Muitoobrigado(sorriu Donavon)! Estou tentando lembrar, mas acho que a primeira vez que estive aqui foi há dez anos. É um dos meus lugares preferidos para visitar. Sou muito sortudo porque a minha música aqui é bem aceita, tenho muitos fãs brasileiros... O que sinto do povo brasileiro quando venho aqui é que as pessoas são muito felizes. Não interessa se eles têm muito ou pouco. Se você dá para eles um pouco de qualquer coisa, os brasileiros conseguem tirar a melhor coisa disso. E eu vivo desse jeito, com essa energia... Sou uma pessoa muito otimista, não sou a pessoa que olha um lugar e fala: “Ali parece que o lugar está morto, a energia está ruim, vai ser horrível!” Sou mais do tipo de pessoa que olha e diz: “Peraí, mas o galho daquela árvore ali estávivoainda,entãotalveznóspudéssemos salvar aquilo tudo.” E os brasileiros gostam de se divertir. Eles sempre veem o melhor nas coisas e sempre vejo muitas coisas positivas quando venho aqui.Amo a comida, a cultura e as pessoas.Até mesmo quando eu estava no Favela Surf Club, realmente as crianças não tinham nada lá e quando você dá alguma coisa para elas, como um abraço, um olhar, um sorriso, você pode sentir que é verdadeiro. É um sentimentohonestodefelicidadequevem do coração delas, é único!

Mesmo debaixo de muita chuva, a multidão lotou o Postinho para cantar os sucessos do cantor, como “It Dont Matter”.

“ATÉ MESMO QUANDO EU ESTAVA NO FAVELA SURF CLUB, REALMENTE AS CRIANÇAS NÃO TINHAM NADA LÁ E QUANDO VOCÊ DÁ ALGUMA COISA PARA ELAS, COMO UM ABRAÇO, UM OLHAR, UM SORRISO, VOCÊ PODE SENTIR QUE É VERDADEIRO. É UM SENTIMENTO HONESTO DE FELICIDADE QUE VEM DO CORAÇÃO DELAS, É ÚNICO!”

Instagram

“O QUE SINTO DO POVO BRASILEIRO QUANDO VENHO AQUI É QUE AS PESSOAS SÃO MUITO FELIZES. NÃO INTERESSA SE ELES TÊM MUITO OU POUCO. SE VOCÊ DÁ PARA ELES UM POUCO DE QUALQUER COISA, OS BRASILEIROS CONSEGUEM TIRAR A MELHOR COISA DISSO.”


Divulgação Sanuk

ESTILO DE MÚSICA

Eu não sei como definir minha música. Toco faz tanto tempo que só me preocupo em tocar o que sinto que está certo e bom para o momento. Canto sobre momentos honestos da minha vida que acontecem comigo,minhaesposa,meusfilhos,meus amigos e minhas viagens, que é tudo o que eu sei. Estou tentando ser mais aberto nos assuntos, escrever sobre tudo e situações diferentes. Mas tem sido difícil para mim tocar músicas tristes porque realmente elas não refletem o que estou vivendo. Quando vou surfar e volto feliz, acabo ficando feliz tocando música também e em tudo o que faço. Então, mesmo que cante uma música triste, ela me leva a ser positivo sobre as coisas. Não sei... Para mim, você só precisa tocar o que você acha que é certo e, o que acontecer, aconteceu. Continua

Fotos: William Hossell

“Sou uma pessoa muito otimista.”

“CANTO SOBRE MOMENTOS HONESTOS DA MINHA VIDA QUE ACONTECEM COMIGO, MINHA ESPOSA, MEUS FILHOS, MEUS AMIGOS E MINHAS VIAGENS, QUE É TUDO O QUE EU SEI.”

Até Joel Parkinson quis presenciar a entrevista do cantor à Surfar na casa dos atletas da Billabong.

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ÁLBUM START LIVIN’ (2012)

Divulgação

Start Livin’ foi bem diferente de Glow (2010), que foi um álbum mais pop e muito mais produzido. Já Start Livin’ (2012) é mais orgânico porque foi feito apenas por mim e meu amigo parceiro de estúdio Matt Grundy. No estúdio dele, a gente usou muitos instrumentos diferentes que eu nunca tinha tocado antes, como banjo, novas percussões... E eu nunca tinha colocado isso num álbum. Foi uma ótima experiência! Logo no primeiro dia que a gente chegou ao estúdio, mostrei a música Shine. Só cantei e toquei violão e ele no banjo. Foi gravada e a gente estava ao vivo no estúdio. E, a partir do momento que a música estava pronta, virei para ele e disse: “Amei essa fórmula, esse jeito de tocar. O que está acontecendo? Vamos fazer outra música.” E a gente fez outra música e outra música... Então, a essa altura já tínhamos três músicas no primeiro dia. No dia seguinte, fizemos mais três e no próximo fizemos mais duas, então mixamos tudo e o álbum estava pronto em sete dias. E foi perfeito! Foi uma daquelas coisas que você não planejou nada, masacabaacontecendo.Nósestávamos em um momento lindo, fizemosA.I. (música dedicada ao surfista Andy Irons) e nos sentimos muito bem. Porque quando você faz um álbum novo, alguma coisa mágicapodeacontecerquesimplesmente descarrega ele todo e facilita todo o processo. Você pode estar no meio da sua primeira ou última música, não faz diferença. Mas o nosso objetivo era tentar se divertir. Não tinha nenhuma pressão, como ‘nós estamos pagando pelo tempo de estúdio’ ou ‘a gravadora está perguntando quando o álbum ficará pronto’. Então falei para ele: “Mesmo que não seja um álbum inteiro, será um demo. Não importa. O que acontecer, aconteceu.” O processo era apenas a gente se divertir e eu amei isso!

O álbum Start Livin’(2012).

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PARCERIA COM MATT GRUNDY

Arq. Pessoal

Ele é maravilhoso! Matt é meu amigo e toco com ele por tantos anos que, quando você tem essa relação estreita com uma pessoa assim, é incrível de ver ao vivo. Durante os nossos shows, quando vou fazer alguma coisa no palco, ele sabe exatamente o que vou fazer ou o que estou fazendo. Ele sente... E ao vivo, nunca tinha percebido que ele tocava tantos instrumentosassim.Porquequandovocê escuta o meu álbum Start Livin’, eu canto e toco violão, só isso. Todos os outros instrumentos,eleéquemtoca,comoukulele, banjo, oregon, piano e percussão, literalmente tudo o que você escuta. Teve até um momento que ele falou: “Não sei como se toca esse instrumento, mas posso tentar alguma coisa”. E realmente ele conseguia. Ele é um grande músico!

Divulgação Billabong

Amigo e parceiro de estúdio, Matt Grundy (à direita) está sempre presente nos shows pelo mundo afora.

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Arq. Pessoal

Simplicidade: uma marca registrada.

Arq. Pessoal

Instagram

“QUANDO AS CONDIÇÕES DAS ONDAS FICAM INACREDITÁVEIS, MELHOR DO QUE PERFEITAS, E TAMBÉM PERIGOSAS, ELES TENDEM A BRILHAR. “

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UMA INSPIRAÇÃO DIFERENTE

Eu estava em Margaret River, naAustrália, em um hotel e íamos tocar de noite. Durante o dia eu estava assistindo TV e do nada o tsunami no Japão aconteceu. Amúsica não é necessariamente sobre o tsunami, mas os acordes e a melodia talvez vieram em um sentido por eu estar vendo todo aquele caos e aquela destruição. Não foi necessariamente sobre o incidente e sim pela situação. Escrevi a música Same Lullaby porque me senti tão triste por eles e ao mesmo tempo estava muito preocupado, pois amo muito o Japão e tenho muitos amigos lá. Então pensei que se o resto do mundo e se todosnósestivéssemospensandopositivo naquele momento, talvez pudéssemos trazer um pouco de energia positiva para o Japão. Foi essa minha inspiração para a canção.

BRAZILIAN STORM E OS TOPS DO WCT

É incrível! Estou muito feliz com isso e é uma questão de tempo. Os brasileiros sempre estiveram presentes, mas agora elesestãoemdestaque!Duranteaminha adolescência, o Fabio Padaratz foi um surfista incrível. Quando ele veio para Califórnia, lembro de vê-lo competir na bateriaeficavafalandoparamimmesmo: “Meu Deus, quem é esse cara?”. Tinha tambémoFabioGouveiaquenosanos90 era muito talentoso e dono de um estilo de surfarfenomenal.Sempreexistiramesses carasquesedestacavam e ganhavam as baterias. Para mim é animal porque não participo mais de competições e também não estou em todos os eventos da ASP, mas assisto online e é mágico! Você vê caras comoTaj Burrow, Joel Parko e Kelly Slater, que têm um surf além de clássico, são veteranos e em minha opinião são os melhores. Eu sinto isso. Quando ascondiçõesdasondasficaminacreditáveis, melhor do que perfeitas, e também perigosas, eles tendem a brilhar. Se você pedeparaelesfazeremmanobrasarriscadasouaéreos,comcertezaconseguirão. É muito legal ver que os novos atletas estão criando seu estilo, como Gabriel Medina e Filipe Toledo, e cada vez mais melhorandosuasperformances.Osveteranostambémconseguemfazerissoque eles estão fazendo, então é maravilhoso de ver. É excitante para os fãs porque, por exemplo, quando um veterano como o Parkinson vai competir, ele vê que é semprearriscado:“Bem,vounabateriacontra

o Filipe Toledo e talvez ele consiga fazer um aéreo 360, então preciso fazer também”. Não sei como eles se sentem, não os vejo com frequência... E paralelamente a esse sentimento todo, existem etapas que dependendo do lugar, como Fiji, onde ninguém consegue vencer o Kelly Slater.Emalgumasespecíficasetapasdo circuito, parece que eles são intocáveis.

INSPIRAÇÕES

Eu me inspiro em todo mundo... Em todo o tipo de música... Pode ser em ritmos que ouço no Brasil ou batuques, não interessa. Pode ser qualquer um: Jack Johnson, G Love,ACDC, INXS, etc. Comecei a tocar quando tinha 16 anos e sempre me inspirei no Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Eric Clapton... Percebi que na música você escuta vários elementos, como baixo, bateria, voz, percussão... Eu tento sempre me inspirar e mergulhar dentro disso.

SURF NO BRASIL

Atualmentedependemuitodeondeestou hospedado. Por exemplo, hoje (um dia antes do show do Billabong Rio Pro), que estou aqui perto do evento, têm ótimas ondas e parece um belo dia para ir surfar. Mas cresci em São Clemente, Califórnia, então sempre estive nessa atmosfera de praias e picos de surf a minha vida inteira. Sou muito sortudo de ter surfado em muitos lugares no Brasil, como Florianópolis, Bahia,PortoAlegre,Maresias,Guarujá... E os brasileiros têm muita sorte de ter vários lugares com picos de surf com altas ondas.NuncaestiveemFernandodeNoronha, mas quero muito surfar lá. Vi várias fotos da ilha, então acho que o Brasil tem uma das melhores ondas do mundo. É só procurar direito e ir se divertir.

FILHOS SEGUIRÃO O MESMO CAMINHO?

Não sei (risos)! Só quero introduzir eles em tudo o que quiserem tentar e motivá-los a fazer o que gostam para serem felizes na vida. Você não pode pressionar alguém a ser um surfista profissional, precisa amar aquilo. Taj, Parko e Kelly são completamente obcecados por surf. Mesmoquandoestãoounãocompetindo, elessóqueremsurfar,sãoviciados.Meus filhos já surfam muito bem e eu só motivo eles a fazer o que gostam. Vão se divertir e dar uns aéreos, como Gabriel Medina e Filipe Toledo. (Risos)


Instagram

Donavon e família: a esposa Petra e os filhos Hendrix (11) e Ozzy (7).

É incrível! Vai além da minha compreensão.Nãointeressaseestouapenasassistindo ou surfando com eles. Para mim, tudo o que quero é surfar. É o que dizem: “O melhor surfista dentro d’água é aquele que mais se diverte”. E tento fazer isso todos os dias.

Billabong/ Brian Bielmann

Não sinto tanta falta de competir. Atualmente surfo qualquer onda que tiver. Não preciso estar perfeitamente preparado, saber qual prancha vou usar, como as ondas serão, que horas é a minha bateria... Não tenho preocupações. Hoje, na situação que estou, posso até ir surfar sem nenhuma prancha, pegar uma emprestada com alguém na hora e ainda me divertir muito. Para mim, e também para os surfistas profissionais, tudo se resume em surfar boas ondas. Sou muito sortudo em poder estar nessa posição de um surfista comum e, ao mesmo tempo, estar com eles muito mais como um fã do que um amigo. Eu idolatro o surf deles e amo o que fazem dentro d’água.

Divulgação Sanuk

VIDA DE UM EX-SURFISTA PROFISSIONAL

“PARA MIM, TUDO O QUE QUERO É SURFAR. É O QUE DIZEM: ‘O MELHOR SURFISTA DENTRO D’ÁGUA É AQUELE QUE MAIS SE DIVERTE’. E TENTO FAZER ISSO TODOS OS DIAS.”

Billabong/ Brian Bielmann

“Cresci em picos de surf.”

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INSTAGRAM GRINGO

Fotos Arquivo Pessoal

A rede social gringa do surf bombou com cliques alucinantes, principalmente dos passeios pelo Rio de Janeiro durante a passagem do WCT pelas ondas cariocas. Se liga!

@tajamo fazendo um “selfie” dentro do tubão.

@kellyslater: Será que o careca “levou” esse round?

@floresjeremy explorando os picos cariocas com @tiagosacapires.

@nat_young entubando uma direitinha bem brasileira!

@nikkivandijk e sua beleza de tirar o fôlego!

@robmachado curtindo um free surf: “A melhor decisão da minha vida foi parar de competir.”

@lakeypeterson aproveitando um típico dia ensolarado no Rio de Janeiro com sua amiga.

@julian_wilson aproveitou o day off para curtir as belas paisagens cariocas com a namorada.

@whoisjob “cheio de energia” no olho do furacão!

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INSTAGRAM BRASIL Durante a etapa do WCT Rio, os tops brasileiros se sentiram bem à vontade na Cidade Maravilhosa.

Fotos Arquivo Pessoal

E o que não faltaram foram cliques de todos os momentos. Confira!

@adrianodesouza mostrando todo seu power surf.

@alejomuniz fazendo graça com “seu melhor amigo”.

@dennistihara em um momento mágico! Tubão em Ipanema com o visual do Morro Dois Irmãos.

@filipetoledo experimentando novas emoções.

@gabrielmedina e seu apoio de peso para a seleção no ano de Copa no Brasil!

@miguelpuposurf fazendo o trabalho social “Waves For Water” junto ao seu patrocinador em Jardim Gramacho, Duque de Caxias.

@mayagabeira: Sem dor, não há ganho!

@henriquepinguim em um momento único entre um clique e outro.

@yagodora mostrando o resultado final da sua festa

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de aniversário!


Todo dia, é dia de surf. Inverno Fico 2014.

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A loja Extreme Club e o bar Pe’ahi Barra realizaram durante a semana do WCT um desfile para apresentar os lançamentos da coleções das marcas Quiksilver, Hurley e Billabong. Os surfistas Ricardo dos Santos e Alejo Muniz participaram do evento, que também teve a presença de vários tops da ASP. A realização foi da Allure Filmes e Produções, com divulgação Revista Surfar. Fotos: Tiago Esperotto (Divulgação Peah’i)

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1 – Taj Burrow e Joel Parkinson se sentiram em casa. 2 – Eraldo Gueiros confraternizando com a galera que participou do desfile. 3 – Surfar na área. 4 - Karol Knopf, Carlos Burle, Eraldo Gueiros e Felipe Gama do Pe’ahi, todos amantes do oceano. 5 - Alejo Muniz aprovou a edição de 6 anos da Surfar. 6 – Emilie Biason com Carolina Ganon, Eraldo Gueiros e Jessica Biot. 7 – Camila Ganon e seu namorado. 8 – Eraldo Gueiros e o freesurfer Guilherme Tripa, recém-chegado do Hawaii. 9 - Bianca Medeiros, do canal Woohoo, em cena. 10 – A esquina que está ficando conhecida... 11 – Os tops da ASP também prestigiaram o evento. 12 – Ricardo dos Santos, das ondas para a passarela. 13 – Final do desfile e muitos aplausos. 14 – O belo shape de Tais Braga. 15 – O sorriso estonteante de Emilie Biason. 16 – Bianca Medeiros também mostrou talento na passarela.


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17 – Michel Bourez, campeão do Billabong Rio Pro. 18 – O que é mais difícil: encarar a passarela ou entrar em Waimea grande? Lucas Silveira certamente vai na segunda opção. 19 – Depois de já ter subido ao pódio três vezes no Brasil, Taj Burrow já se sente bem à vontade por aqui. 20 - Guto Carvalho, da Billabong, com Derek Rabelo. 21 – Parko em total descontração tomando uma gelada no Pe’ahi. 22 – Alejo se divertiu no desfile. 23 - KS assediado de todas as maneiras. Tuzino fez a sua parte. 24 – Show de beleza na passarela. 25 – Dj Jonas Rocha no comando das pick-ups . 26 - Jessica Biot e Carolina Ganon esbanjando beleza no evento.




Igor Hossmann

FORREST GORDO

por FELIPE CESARANO

Go Gordo Team! Pedro Ribeiro, Pedro Calado, Dávio Fgueiredo e Felipe Cesarano.

Meta Traçada Momentos mais conturbados da minha vida... Tenho passado por cada coisa desde que cheguei do Hawaii que não posso fugir das responsabilidades. E mesmo tendo uma vida maravilhosa, eu me senti acuado, sozinho e sem ter o que fazer. Mas o bom é descobrir que nessas horas, tipo um caldão em Teahupoo, a gente vê o quanto somos fortes e podemos superar certas coisas. Cheguei do Hawaii, minha avó estava doente, meu irmão desempregado e eu sem um centavo no banco devido ao dólar absurdamente caro! E depois de três meses nas ilhas, voltei com uma mão na frente e a outra atrás. O nome disso é VIDA e cada um tem a sua... Não está fácil pra ninguém, hahaha! Mas, graças a Deus, depois de três meses a minha avó saiu do coma, meu irmão arrumou um emprego, eu estou no azul, as contas de casa estão pagas e, além disso, o meu projeto #GOGORDOTEAM não para de crescer e ganhar vida. O mais novo atleta da minha equipe é o Dávio Figueiredo, mascote da revolução como costumo brincar, pois ele me faz lembrar meus 17 anos quando eu só pensava em SURFAR e mais nada. O outro integrante não é surfista, mas sim o autor da foto acima: Igor Hossmann, novo talento da fotografia que já está sendo chamado de Tojalzinho!

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O moleque faz milagre com uma Go Pro e, se depender de mim, em breve ele estará com o equipamento de primeira. Me dá muito prazer ajudar a nova geração! Ao invés de dar o dízimo na igreja, eu devolvo para o SURF os meus 10, 15, 20 % do que ganho. Tenho certeza que nem Deus e nem meu pastor da igreja (que quando ler isso vai entender porque não pago dízimo. Hahaha!) ficarão tristes do meu dízimo ser revertido para essa causa, afinal quase tudo que tenho devo ao surf. E ver a emoção e toda empolgação dessa molecada chega a me rejuvenescer e me ajuda até a treinar mais, pois acabo ficando o dia todo na praia! Hahaha! Além dessa nova geração, que vem me instigando, tenho que agradecer a todo mundo que apoia a mim e aos meus projetos, principalmente a RUSTY. Sem eles nada disso seria possível, desde o marketing Luciano Costa, passando pelo comercial Sávio Carneiro até o patrão Alfio. Eu faço o que posso pela minha equipe e continuarei fazendo, pois, além dos “atletas”, temos também os seguidores fieis da #GoGordoTeam! Mas quem sabe um dia essa bagunça não vire coisa séria e a gente tenha toda a estrutura possível pra transformar o sonho de cada moleque em realidade. Afinal, minha meta é essa!



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Sem perder muito tempo, a caravana do surf partiu para Saquarema, onde rolou a primeira etapa do Prime. Todos os melhores surfistas da atualidade estavam presentes nesse santuário das ondas. Acompanhe o que rolou no point de Itaúna.

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1 - Curtição de final de tarde em Itaúna. Sentado no meio, Filipe Toledo, o ator Paulinho Vilhena, Messias Félix, Alex Ribeiro e Adriano de Souza. 2 - O locutor Rick Lopes com o fotógrafo Basílio Ruy. 3 - Jessé Mendes sempre preparado para próxima bateria. 4 - O campeonato estava lotado de beldades 5 - Mineirinho é 100% concentração! Vai encarar? 6 - Ainda bem que o sol apareceu... 7 - Vai um clique aí, Filipe? 8 - Gabriel “O Pensador” também não deixou de registrar o momento. 9 - De Itamambuca para Saquarema, Wiggolly Dantas saiu com o troféu de campeão. 10 - Rogério Bocuzzi, marketing da Quiksilver, patrocinador do evento de Saquarema. 11 - Tomas Hermes e o incansável câmera vascaíno Gabriel Rios do Woohoo. 12 - Paulinho Vilhena sempre prestigiando os eventos em Itaúna. 13 - Serguei dividiu o palco com Gabriel “O Pensador”. 14 - Jadson André feliz com o seu resultado no Quiksilver Saquarema Prime.

Fotos: Luciano Cabal (1, 2, 4, 6, 7, 9, 12, 13 e 14), Pedro Monteiro (3, 5, 8, 10 e 11).

aalgéaht QBuoN io Awards da rlB fing u dS r


SHARPEYE MODELO DISCO DE 4’9”A 6’4” PRANCHA DE ALTA PERFORMANCE COM O ROCKER BAIXO QUE IMPRIME BOA VELOCIDADE EM ONDAS MÉDIAS E PEQUENAS .

SURFPRESCRIPTIONS MODELO NEW TOY DE 5’2”A 6’2” PRANCHA DOUBLE WING ROUND INCRIVELMENTE SOLTA E RÁPIDA PARA CONDIÇÕES PEQUENAS E MÉDIAS. PODE SER USADO 4 OU 3 QUILHAS


Bruno Lemos/Liquid Eye

WAINUI por BRUNO LEMOS

O momento mais puro do surf: desbravando o desconhecido.

Rumo ao desconhecido Escrever, ler, falar, ver, fotografar... Mas principalmente praticar o surf sempre foi algo prazeroso para mim. Acredito que seja também igual para muitos de vocês leitores, afinal, surfar é uma coisa muito boa, não é?! Melhor que qualquer droga ou qualquer outro esporte! Inclusive já ouvi alguns fanáticos insinuarem que seja melhor que sexo! Mas tenho que admitir que escrever um texto para uma revista tão conceituada e com leitores tão “exigentes”, como vocês, nem sempre é algo fácil assim! Seria muito natural se esse mês eu escrevesse sobre a incrível performance dos brasileiros no Tour. Principalmente sobre o nosso “garoto prodígio” Gabriel Medina, que começou o ano vencendo em Snapper’s e após as três primeiras etapas do circuito mundial saiu da perna australiana como líder do ranking. Imagino que essa façanha, além de deixar alguns dos “superstars” do Tour “mordidos” para tirar Medina do pedestal, iria fazer com que alguns dos nossos “heróis nacionais” ficassem também instigados em chegar junto dele. Mas apesar de ser grande fã e acompanhar de perto a ASP, acho que dessa vez prefiro falar sobre algo diferente. Mesmo porque imagino que esse deve ser o tema principal das mídias especializadas em surf no Brasil. Durante os últimos dias fiquei pensando como a grande maioria de nós, surfistas, acabamos ficando acomodados e, de alguma forma, também perdemos um pouco daquele sentimento que é o mais puro do surf: o de descobrir novas ondas em lugares diferentes. Para mim essa é uma das coisas mais incríveis do nosso esporte. Até hoje fico tentando imaginar os primeiros surfistas que chegaram, por exemplo, no North Shore e pela primeira vez viram aquelas ondas incríveis! Imagina eles tentando explicar e descrever para os amigos como seria a onda de Pipeline! E que pouco distante dali teria uma onda como Sunset, além de muitas outras ao redor! A mesma coisa deve ter acontecido quando descobriram Bali, sem falar nas ilhas Mentawai. Que paraíso é aquele?! Fora estes e alguns outros milhares de lugares que

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hoje são destinos mais do que conhecidos e extremamente procurados por nós, amantes do surf, mas que em algum momento da história eram picos desertos e virgens, aonde surfista nenhum havia chegado antes. Eu, particularmente, acho isso fantástico! Mas uma coisa, de certa forma, me deixa um pouco frustrado. Se analisarmos bem, atualmente na maioria desses lugares a atmosfera parece ser um pouco capitalista demais, dando a impressão de que pegar altas ondas virou um grande comércio. Hoje você compra um pacote na agência de viagens, embarca para seu destino escolhido, lá encontra com um guia de surf que te leva aonde vai dar altas ondas. Claro que existem cenários diferentes! Você também pode pagar uma fortuna por dia para estar dentro de um barco que vai te levar para fazer um tour por ilhas incríveis, indo atrás das ondas. Eu mesmo já fiz isso muitas vezes e não me arrependo. Pode ser até bem conveniente, principalmente para aqueles que trabalham e só tiram férias uma vez por ano. Mas de certa forma acho que está faltando um pouco mais daquela aventura de desbravar o desconhecido, arriscar novas rotas, surfar em mares diferentes e até um dia, quem sabe, encontrar uma dessas pérolas raras do surf. A impressão que tenho é de ser sempre uma “mesmice”. Você vai para o Hawaii em dezembro? E para a Indonésia no meio do ano? Bate e volta para o Peru, América Central...? Acho que no fundo todos nós surfistas de alma temos aquele instinto de ir em busca de lugares paradisíacos, com ondas perfeitas e sem crowd, através dos nossos próprios esforços sem depender de guia, “charter boats” ou “surf camps”. E é esse o tipo de coisa que precisa ser resgatada no nosso meio! Fica aqui então o meu incentivo. Vamos tentar descobrir a próxima Jeffreys Bay? A próxima Mentawai? Ou o próximo Pipeline? ALOHA! BRUNO LEMOS é fotógrafo carioca radicado há mais de vinte anos no North Shore, Hawaii.



lé QuBaoa RO a BONG RIO P

Os cariocas lotaram o Postinho para assistir os melhores surfistas do ranking da ASP em ação. A equipe da Surfar montou seu QG para garantir todos momentos desse clima de festa na praia da Barra.

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1 - A musa do WCT Alana Blanchard. 2 - Mick Fanning e Joel Parkinson sempre mantendo a seriedade. 3 – Martin Potter, mais uma lenda do surf no Rio. 4 - Gabriel Medina cercado pelos fãs na praia da Barra da Tijuca. 5 – O campeão brasileiro David do Carmo representou bem ao eliminar Mick Fanning. 6 – Os irmãos Vaz: Caio e Ian. 7 - Precisa de uma ajudinha aí? 8 - Surfar de frente pra vala! 9 - Ana Tapajós e sua amiga colocaram o surf em dia. 10 – Público eclético no WCT. Tinha até javali! 11 – Medina estreando a camisa amarela da primeira colocação do ranking. 12 – “Sir” Michael Ho acompanhou a filha Coco Ho durante o campeonato no Postinho.

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Fotos: Lima Jr (11), Luciano Cabal (1, 2, 3,4, 5, 6, 7, 8,9 e 10) SergioRio (12).

LA

BIL WCT



MARCIO ZOUVI, 47 anos, está radicado na América há 25 anos, onde foi estudar inglês e aprender uma nova cultura. Considerado um dos melhores shapers do mundo na atualidade, o carioca contabiliza 35.500 shapes ao longo de sua carreira e foi na Califórnia que ele se profissionalizou, aprendeu técnicas novas e conheceu novos materiais. “Iniciei trabalhando com consertos, depois laminações até começar a shapear para algumas marcas locais”, diz. À frente da Sharp Eye desde 1993, Zouvi sempre procurou trabalhar com atletas de ponta para testar seus foguetes. FILIPE TOLEDO, atleta do WCT, é o seu mais novo contratado que irá surfar com suas pranchas essa temporada. Acompanhe o trabalho dessa dupla que promete fazer muito barulho.

FILIPE TOLEDO POR MARCIO ZOUVI

MARCIO ZOUVI POR FILIPE TOLEDO

O Filipe fez umas pranchas quando veio para o US Open em 2011, teve bons resultados, só que o trabalho não continuou. Mas agora, em 2014, firmamos uma parceria mais sólida com a ajuda do meu team managerYufu Penrose. Filipe tem um potencial enorme e, com certeza, terá tudo para ser um campeão mundial em breve. Ele está em ótima forma física e é bemdedicadoemaprendernovastécnicas,especialmente em lugares onde tem pouca experiência.Além disso, também está cada vez mais consciente do seu potencial. Suas principais características são a leveza e agilidade para as manobras aéreas. É impressionante o full rotation dele! Ele roda muito rápido! Quando vamos produzir uma nova prancha, ele pede os tamanhos e deixa ao meu critério as pequenas alterações.Ofeedbacktemsidoatravésdasfilmagense observações que eu e o Yufu temos feito quando ele vem testar pranchas novas aqui na Califa. É claro que alguns modelos que fizemos para ondas especificas, como Fiji, Teahupoo ou JBay, o feedback ainda deve vir. Hoje o Filipe tem umas 20 pranchas, sendo que ele prefereomodeloGAMECHANGERparaosaéreosea Game O (nova) para um surf mais de linha e drive, já o modelo OK para ondas perfeitas.Agora, assim que osmodelosestiveremtodosafiados,vamostrabalhar com materiais mais resistentes para que as pranchas mágicas durem mais, sem sacrificar a leveza e o flex.

ComeceiminhaparceriacomoMarcionocomeçodesse ano, mas um tempo atrás eu já tinha usado algumas pranchas dele e sempre gostei muito do seu trabalho. A gente está em contato direto e com a ajuda do meu team manager tudo fica mais fácil. Estou com um quivermuito bom,comváriosmodelose tamanhos.Além daspranchasseremmuitoboaseeutermedadosuper bemcomelas,achoqueterumshaperbrasileirocomos melhoresmateriaisemmãos,comcerteza,meajudou muito!Sempreestamostrabalhandoemcimadaminha “pranchamágica”,ummodelonovoqueoZouviproduziuhápoucotempo,paraqueelafuncioneemqualquer condição e para que seja a minha melhor durante todo o ano!Aprancha está muito boa, com um drive animal, muitorápidaefácildemandaraéreoserasgadas!Uma coisa que me chama a atenção naspranchasdoZouvi sãoasbordas,oquemepreocupobastante.Semfalarna linhaquetemapranchadele,queeutambémachoincrível!Agoravamostrabalharapenasalgunsdetalhes,algumasconversaseapossibilidadedeumapranchamodelo“FilipeToledo”(Risos)!Tambémvoucontinuarno focoparaaspróximascompetições,daromeumelhor dentro de cada bateria e conquistar bons resultados!

Lima Jr

Filipinho com sua prancha mágica nas ondas de Itaúna.

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5’8” - 18 1/4 - 2 ¼ - rabeta squash

Foto Zouvi (Marcio Canavrarro) e Filipe Toledo (Lima Jr.)

NA MEDIDA



MOVIES SURF, SKATE E SNOWBOARD EM “TRUE TO THIS”

Divulgação Volcom

A Volcom Stone estreou em São Paulo o filme “True To This” em celebração ao “America’s first board company”. A marca foi a primeira a unir surf, skate e snowboard, o que deu início a um estilo de vida “anti-estabilishment” que definiu uma geração. Filmado ao redor do mundo e apresentando atletas icônicos das três modalidades, “True To This” é uma homenagem a esse movimento. O filme é dividido em várias seções, uma de cada modalidade. Na de surf, Yago Dora é um dos destaques com aéreos impressionantes nas Ilhas Maldivas. Já da galera gringa temos Dusty Payne, Nate Tyler, Zeke Lau, Balaram Stack e Mitch Coleborn surfando em um nível bem alto também. A sessão de Pipeline no final do vídeo é impressionante! São várias imagens da galera entubando em slowmotion e a trilha sonora é bem “stoner”. “True To This” está a venda na iTunes Store por 9.99 dólares e é uma das melhores coisas que você pode encontrar por lá caso seja fã de surf, skate e snowboard.

“True to This” inova nas telonas quando o assunto é surf, skate e snowboard.

NEWS Pedro Tojal

Após o sucesso de “Vans Get-N Classic Volumes 1 e 2”, a marca acaba de anunciar que está nos momentos finais da produção do Volume 3! Basta falar alguns nomes que aparecem no filme para você ficar empolgado, como Nathan Fletcher, Dane Reynolds, John John Florence e Andrew Doheny. O vídeo mostra a jornada do time da Vans ao redor do mundo, passando pelo Hawaii, Escócia, México, Peru, Austrália, Indonésia, Caribe e outros lugares. A expectativa é que o Volume 3 mostre um pouco de tudo: ondas grandes e pequenas, aéreos, manobras de borda e tubos... Nos Volumes 1 e 2, as trilhas sonoras são de boa qualidade (nada muito eclético, nem clichê) com um pouco mais de rock n’ roll do que outros ritmos. Não sabemos muito ainda a respeito do Volume 3, mas pelo teaser, aparentemente, a pegada é a mesma. O lançamento de “Get-N Classic Vol. 3” será no dia três de setembro em offthewall.tv./getnclassic!

Nathan Fletcher é um dos surfistas mais empolgantes de assistir e não poderia deixar de estar no filme.

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GABRIEL PASTORI YAGO DORA

TIAGO ARRAES JESSE MENDES

Momentum 1. 1.Dear Suburbia

Lost Decline 1.1.Loose Change

Campaign 3 2.2.Modern Collective

Caçadores de Emoção 2.2.Campaing

Surf no Hawaii 3.3.Done

5’5” x 19 1/4” Redux 3.3.Done

Live From The Moon 4.4.Bending Colours

Black Targe 4.4.Stranger Than Fiction

Lombrô 5.5.Year Zero 3

Rafaski

Pablo Aguiar

TOP 5

SecretTrance Machine 5.5.Samba e Rock n’ Roll



Boaight rasrds darrmN nrgfAew u i f r S u ld S

o Vivo Open Air, na Marina da Glória, Rio de Janeiro. O documentário retrata dois grandes amigos e lendas do surf mundial, Ross Clarke-Jones e Tom Carroll, em busca de gigantes tempestades em torno do planeta. O evento também contou com a presença de um dos protagonistas. Confira!

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Pedro Monteiro/ Divulgação Quiksilver

oo SPtW AS

A comunidade do surf compareceu em peso para prestigiar a pré-estreia de “Storm Surfers”, que rolou durante

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1 - Muito conforto no Vivo Open Air. 2 - O top 32 da ASP Jeremy Flores e seu brother Fred Roby. 3 - O big rider Carlos Burle não podia ficar de fora do evento. 4 - Muita história para contar nas ondas grandes: Carlos Burle, Ross Clarke-Jones e Eraldo Gueiros. 5 - O local de Mavericks Peter Mel veio com a esposa para prestigiar a pré-estreia. 6 - Lucas Silveira, Piu Pereira, Karol Lopes (Quiksilver) e Caio Vaz também marcaram presença. 7 - O surfista português Tiago ‘Saca’ Pires e seu camarada Diogo Silva. 8 - Família Calmon sempre unida. 9 - Gabriel “O Pensador” com sua namorada, a modelo Giulia Britto. 10 - As apresentadoras Diana Bouth e Veridiana Bressane. 11 - Confraternização entre Carlos Burle, Gabriel “O Pensador”, Ross Clarke-Jones e Eraldo Gueiros. 12 - Bocão com seu filho Bruce.




SWELL 2 X 1

Não é sempre que conseguimos surfar duas das melhores ondas do mundo no mesmo swell. Bruno Santos, Ian Cosenza, Jerônimo Vargas e Pedro Scooby conseguiram realizar esse sonho. Durante quatro dias eles pegaram altos tubos para a esquerda e direita na primeira grande ondulação da temporada na Indonésia. Tanto Desert Point quanto Keramas quebraram clássicos. E quem surfou pôde sentir a potência de um swell de três metros e 21 segundos de período vindo da Austrália com toda a força em direção à Indonésia. –––– texto e fotos por PEDRO TOJAL 77


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Era tanta perfeição em Desert Point que Bruno Santos ficou 8 horas na água depois de viajar 30 horas entre o Rio e a Indonésia.

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As costas de Jerônimo Vargas após o encontro com a bancada de Desert. Scooby dando aquela força.

Jê e Scooby, amigos desde os tempos dos campeonatos grommets.

O quiver pós-swell do Bruninho.

Scooby totalmente deep.

Bruninho, Jê e Scooby viajaram 30 horas do Brasil

de nove da manhã às quatro da tarde entubando sem

até Bali e chegaram um dia antes do swell. Alugaram

parar até que saiu para tomar uma água e comer. No

carro, botaram todas as tralhas dentro e partiram

meio da refeição, ele viu o Ian Cosenza pegar uma

direto para Lombok. Passaram a noite dentro do ferry

onda absurda no Grower e correu para água, junto

boat e chegaram de manhã em Desert com o mar

com o Scooby e Jê. Ficaram somente os quatro no

bombando. Jê e Scooby foram descansar, já Bruno

pico protagonizando uma das melhores sessões de

Santos partiu para o surf sem nem tomar café. Ficou

surf que já vi por lá.

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JĂŞ Vargas explorando todo o potencial das esquerdas perfeitas de Desert Point.

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Ian Cosenza se especializou no Grower, a parte mais perigosa da bancada de Desert, e vem pegando tubos insanos de deixar qualquer surfista de boca aberta.

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Ian Cosenza

SWELL 2 X 1

Pedro Scooby e sua equipe, que vieram gravar o

Point costumam dizer que a bancada cobra um preço

programa “Pedro vai pro mar”, deram tanta sorte que

das pessoas que pegam muitos tubos por lá. Não sei

nos três primeiros dias de viagem para a Indonésia

se é verdade ou lenda. Só sei que eles pegaram altas

já haviam produzido metade de todo o material que

ondas nos primeiros três dias e que saíram todos

precisavam para estender a série, que agora contará

machucados e com as pranchas quebradas. Bruno

com 16 episódios no canal OFF. Os locais de Desert

Santos foi o que teve a maior perda material, já que

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Pedro Scooby Final de tarde em Desert é assim: tubos, amigos e cerveja gelada!

conseguiu quebrar quatro pranchas com três dias de

tomou o maior dos prejuízos e saiu de Desert com a

surf. Além do equipamento, Bruninho quebrou uma

bunda e as costas totalmente cortadas depois de uma

costela e cortou profundo o braço esquerdo. Scooby

vaca na maré seca. Mesmo com tantos machucados e

trincou duas pranchas e machucou feio o pé. Ian

pranchas quebradas, a galera não tirava o sorriso do

Cosenza conseguiu chutar um dos raros ouriços no

rosto e, mais uma vez, comprovava a teoria de que o

Grower e quebrou uma prancha. Jêronimo Vargas

surf anestesia o corpo e a alma.

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Bruno Santos fica tão relaxado nos tubos que tem calma e confiança para surfar e filmar com uma câmera presa a um bastão. Veja essa filmagem no Instagram dele: @bruninhosantos

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Pedro Scooby foi iluminado com altas ondas na Indonésia.

A previsão mostrava que seriam quatro dias de ondas

resolveram pegar o ferry boat rumo a Bali durante a

potentes. No terceiro dia de viagem todos já estavam

madrugada. O plano era surfar o último dia do swell

completamente detonados com tanta onda em

em Keramas na maré cheia, que seria pela manhã. A

Desert Point. Mesmo com todo o cansaço, os quatro

ideia não poderia ter sido melhor! Quando chegamos

surfaram no Grower até o final de tarde e depois

no pico fomos recebidos com direitas tubulares e um

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Bruninho, Jê e Scooby tiveram forças para viajar de madrugada e surfar “virados” em Keramas.

Macarrão frito e queijo quente com ketchup! Existe café da manhã melhor?

Jê Vargas protegeu parte dos cortes para poder surfar as direitas perfeitas de Keramas.

SWELL 2 X 1

nascer do sol incrível! Na pressa comemos um Mie

bateria” com o melhor tubo do dia. Depois dessa

Goreng (macarrão frito) e corremos para a água.

maratona de surf, Jê foi para o hospital e os outros

Foram mais cinco horas de surf até que o vento

para uma casa de massagem relaxar, pois em três dias

entrou. Todos pegaram altas ondas, mas o Jerônimo

já tinha outra ondulação a caminho e as gravações

Vargas, único de frontside, surfou muito e “levou a

tinham que continuar...

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JĂŞronimo Vargas superou a dor dos machucados e pegou as melhores ondas dessa manhĂŁ em Keramas.

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stay out there

quiksilver.com.br


Dane Reynolds


Fotos: Luciano Cabal, Lima Junior e Smorigo/ ASP

A TORCIDA MAIS EMPOLGANTE DO TOUR

AS MENINAS FIZERAM BONITO

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Aequipe Surfar passou todos os dias de competição dentro dopalanque,observandodepertotudooqueacontecianos bastidoresdessagrandefestaquesetornouoBillabongRio Pro.Alémdefalardasdisputas,separamosalgunstemasque chamaram a atenção durante o evento e que, sem dúvida, marcaram a passagem do circuito mundial pelas águas da Barra daTijuca. O resultado vocês conferem nas próximas páginas em uma matéria especial escrita pelo surfista profissional GABRIEL PASTORI.

EVENTO EM FAMÍLIA

CAÍMOS NA ARMADILHA DAS NOSSAS ONDAS

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Instagram Marcio Luiz

A família Pupo marcou presença em peso no Billabong Rio Pro.

A PRESENÇA DA FAMÍLIA Um dos fatos que mais chamava a atenção durante a etapa brasileira do Tour foi a forte presença e influência da família na área reservada para os competidores. Quem assiste com frequência as transmissões das etapas, sabe que alguns atletas têm levado os parentes para acompanhá-los nos eventos. Os brasileiros possivelmente são os que mais têm viajado na companhia dos familiares. Para a etapa do Rio, Gabriel Medina, Filipe Toledo e Miguel Pupo não trouxeram apenas os pais, como já era de costume, mas sim toda a família, incluindo mãe e irmãos. Raoni Monteiro trouxe mulher, filha, irmã, cunhado e afilhado. Alejo Muniz veio com o pai e estava à espera do irmão Santiago. Enfim, eram quase todos em família. Na manhã de segunda-feira, Jeane e Lina (mãe do Pupo e do Medina, respectivamente) caminhavam na ciclovia da praia enquanto o último dia de competição começava. Tais mudanças trazem algumas reflexões. Primeiro, vale ressaltar que para as gerações anteriores, como as de Neco, Peterson, Vitinho, Herdy e companhia, viajar com parentes não era uma possibilidade. E quais são as diferenças que favorecem a geração atual para que busquem essa opção? Sem dúvida, temos um grupo muito jovem dentro da elite mundial e isso pode fazer com que os “meninos” sintam falta da família. Outro fator importante é a melhor condição financeira que o surfista tem hoje, tanto em termos de salários como de premiações. Nesse grupo ainda entram os pais dos atletas que são também seus técnicos, como é o caso do Medina, Pupo e Toledo, os dois últimos, filhos de ex-surfistas profissionais. Apesar dos brasileiros serem maioria com a família, alguns “gringos” também aproveitaram a vinda ao Brasil para trazer os parentes. O “legend” Michel Ho veio acompanhar a filha Coco Ho. Dino Andino, ex- top da ASP, pai de Kolohe, vibrava mais que o próprio filho a cada bateria avançada. O americano CJ Hobgood ao sair da água ia direto ao encontro da mulher e da filhinha, que também marcaram presença na área dos atletas.

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Gabriel Medina com a família na área reservada para os atletas.

Marcio Luiz

Luciano Cabal

Alejo Muniz concentrado com o pai antes da sua bateria.

Os irmãos Toledo, da esq. p/ dir: Matheus, Filipe e Davi com seu amigo Paulinho Vilhena.


Luciano Cabal

Filipe Toledo abusou dos aĂŠreos full rotation e deu show na primeira fase.

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Luciano Cabal

David do Carmo surfou forte para eliminar o atual campeão mundial Mick Fanning.

FICOU AQUELE GOSTINHO DE QUERO MAIS...

Luciano Cabal

Se tivéssemos que apostar nos finalistas antes de começarem os confrontos, certamente a grande maioria quebraria a cara ao ver a foto do pódio masculino. Na coletiva de imprensa realizada antes do evento, Gabriel Medina, Joel Parkinson e Mick Fanning dividiam a atenção de toda a mídia especializada. Kelly Slater, apesar de não estar na mesa, também está sempre entre os mais cotados para vencer qualquer etapa. Porém, no decorrer da competição, até os mais assíduos expectadores do circuito não imaginavam o que estava por vir. Logo no primeiro dia da janela de espera, um swell encostou e a direção da prova não perdeu tempo para colocar os primeiros confrontos na água. Os responsáveis pela competição acabaram correndo com as baterias durante todo o evento, apesar da janela de espera ter mais uma semana pela frente. O medo era que aquela ondulação diminuísse muito rápido. No entanto, quem esteve no Rio percebeu que a pressa para finalizar o campeonato não era tão necessária assim. Possivelmente, as melhores condições do mar foram na terça-feira, um dia após as finais. Kelly Slater e outros tops aproveitaram o dia de sol e ficaram horas na água pegando as ondas que, na verdade, esperavam surfar durante o evento.

Kolohe Andino usou sua “carta na manga”, os aéreos, para chegar ao pódio.

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Até o final do round dois, o resultado mais impressionante foi a vitória de David do Carmo sobre Mick Fanning. O brasileiro, convidado para etapa, mostrou a garra e técnica de sempre para vencer com sobra o atual campeão mundial, que brigava por posições no topo do ranking. Com esse e outros resultados, os brazucas entraram com moral e o time quase completo para as disputas da próxima fase, mas foi aí que começaram as “zebras”. Tivemos um terceiro round devastador e o único representante que mantinha a chance verde e amarela viva era Adriano de Souza, que mesmo tendo se lesionado durante o free surf, resolveu continuar na competição. Para infelicidade da torcida brasileira, Mineiro perdeu para Kelly Slater, que não o vencia desde 2010. E, a partir das quartas de final, já não tínhamos nenhum representante na competição. Inevitavelmente, isso abalou a enorme torcida que marcava presença na praia da Barra em pleno domingo de Dia das Mães. Mas nem por isso a areia esvaziou. O WCT no Rio já é sinônimo de praia cheia. Depois de três dias inteiros de competição, o evento chegava ao fim em plena segunda-feira. Na final, com o mar muito mexido e poucas emoções, estavam o taitiano Michel Bourez e o jovem americano Kolohe Andino. Michel, apesar de ser pouco cotado como um possível campeão mundial, venceu a etapa e alcançou a impressionante marca de duas vitórias nas quatro etapas realizadas até o momento. O taitiano tinha recém-conquistado seu primeiro caneco no tour em Margaret River, segunda etapa do circuito. Perguntado se ele iria lutar pelo título mundial, Bourez afirmou que nem ele esperava um começo de ano tão bom, mas que agora vai pensar em brigar pelo título. Do outro lado, Kolohe, que fez uma campanha razoável, só convenceu quando eliminou Slater na semifinal. O americano saiu do Rio no lucro com o melhor resultado da sua carreira, um segundo lugar.


Smorigo/ ASP

Luciano Cabal Smorigo/ ASP

Os convocados para a coletiva de imprensa não foram longe na competição.

Mineiro foi o melhor brasileiro na competição com o nono lugar.

O taitiano Michel Bourez passou por dentro dos tubos do Postinho e levou o caneco de campeão para casa.

PEDIR FOTO MAIOR

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Silvana Lima, nossa única representante, voou e mostrou que está pronta para voltar ao WCT feminino.

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Smorigo /ASP

Carissa Moore mostrou o surf forte de sempre, foi vicecampeã e segue na ponta do ranking feminino.

Smorigo/ ASP

Sally Fitzgibbons surfou muito de backside e levou a etapa.


Smorigo /ASP

Lakey Peterson rasgando forte.

A comemoração empolgada da bela campeã Sally Fitzgibbons.

“Estou fe liz e m vê-l a de vo l ta . A S ilva na s urfa muito bem e merec e e sta r no To ur. E l a é um a da s poucas me ni nas q ue co ns egue m a nda r b o n s a éreos com constância . ” – S t e ph a nie G il m o re

Luciano Cabal

em e n t r e v i sta a p ó s a de rrota para a brasil e ira.

Luciano Cabal

AS MENINAS FIZERAM BONITO NO WCT RIO Além de contar com a presença do time completo dos tops do WCT masculino, a etapa brasileira também recebeu o charme das belas meninas do circuito mundial. Nos últimos anos, o surf feminino teve uma evolução muito grande e no Billabong Rio Pro não foi só a beleza das atletas que chamou a atenção do público. Dessa vez, a galera viu de perto o que essas surfistas são capazes de fazer dentro d’água mesmo em condições adversas. A parte chata disso tudo é que o Brasil hoje não tem sequer uma representante na elite mundial, o que muitas vezes acaba desestimulando a torcida. Mas para a felicidade do público, Silvana Lima entrou como convidada e, apesar da derrota no round quatro, mostrou que está 100% recuperada das lesões. Ela é a atual líder do ranking de acesso e encheu os olhos dos brasileiros ao eliminar a pentacampeã mundial Stephanie Gilmore na segunda fase. A cearense virou a bateria em cima da australiana na última onda com um aéreo rodando, manobra que até pouco tempo era quase impossível de se ver numa competição feminina. A final contou com a presença da atual campeã e líder do ranking Carissa Moore e da australiana Sally Fitzgibbons. A havaiana mostrou boa técnica para entubar nas difíceis ondas do Postinho e chegou à final como favorita. Mas Sally estava inspirada e abusou das pauladas de backside, sua marca registrada, para somar 16,27 e garantir sua primeira vitória nessa temporada.

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Smorigo/ ASP

Bede Durbidge se sentiu em casa nos canudos da Barra.

A decepção dos brasileiros...

Luciano Cabal

Poucas ondas como essa quebraram durante as baterias.

ARMADILHA DAS NOSSAS ONDAS Antes da etapa do Brasil, sempre existe uma expectativa grande em cima dos surfistas brasileiros e um dos motivos para isso são as ondas. É natural que as pessoas pensem que o fato deles já estarem acostumados com os beach breaks traz uma “certa vantagem” na hora da competição. Claro que as peculiaridades das ondas com fundo de areia da Barra da Tijuca são bem diferentes dos point breaks do circuito. As ondas inconstantes e irregulares normalmente favorecem os brasileiros, que estão de fato acostumados com essas condições. No entanto, esse ano nós tivemos exemplos claros de atletas que caíram na “armadilha das ondas de casa”. Ninguém esperava que o veterano Travis Logie, que precisava de nove pontos, iria encontrar um tubão e sair seco no minuto final da bateria para virar em cima do Gabriel Medina, um dos favoritos para vencer a competição. Outro que caiu inesperadamente na terceira fase foi Filipe Toledo, que vinha embalado após uma bateria impecável no primeiro round, onde abusou dos aéreos full rotation. O ubatubense viu o sonho de vencer em casa ir embora quando o australiano Bede Durbidge surfou quatro tubos limpos em um mar que poucos estavam achando duas ondas razoáveis para o somatório. Foi pratica-

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mente dessa maneira que todos os outros brasileiros acabaram sendo precocemente eliminados. O problema dessa vez não foi a falta de swell, mas sim a irregularidade do mar. Em muitas disputas a sorte acabou decidindo o vencedor. As ondas boas entravam cada hora em um lugar e em algumas baterias elas nem apareciam. O competidor que estivesse no lugar certo e na hora certa saía vencedor. Kelly Slater chegou a comentar que naquelas condições “não dava para mostrar quem era o melhor surfista”. O critério de prioridade muitas vezes não foi utilizado devido à existência de vários picos, o que fazia com que os atletas se posicionassem em pontos diferentes no line up. Mais uma vez o fato do campeonato rolar no Postinho foi bastante questionado. Para agravar, esse ano a organização não teve à disposição um segundo palanque, que nos anos anteriores foi montado no Arpoador. Discussões à parte, a etapa carioca, apesar de não ter as melhores ondas, sempre acaba agradando pelo grande retorno de mídia. Fatores também como culinária, natureza e público fazem do WCT Rio uma etapa especial.


“Pen sei e m Gabri e l , Adria no s e m p re , M igue l está bem e sse ano. . . O s b ra s il e iro s e stão surfando muito be m . E u e sto u s urp re s o com os re sultados. ” – Ke l ly S l at e r.

Luciano Cabal

...após a derrota em casa.

Nat Young despencando do lip.

André Ciryaco

Slater usou sua experiência para avançar as baterias e saiu do Rio como líder do circuito mundial.

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André Ciryaco

1-

A estrutura do evento vista de cima.

A TORCIDA MAIS EMPOLGANTE DO “TOUR”

Da mesma forma que falam que o Brasil tem as piores ondas

do circuito, também poderia se dizer que aqui está a torcida mais empolgante do Tour. Vários atletas da elite fazem questão de mencionar nas entrevistas a paixão diferenciada do torcedor brasileiro. Quem não se lembra da praia da Barra lotada em 2011 gritando:

Alejo Muniz e o assédio da torcida.

Luciano Cabal

“Mineiro! Mineiro!” após a histórica vitória de Adriano em casa?

Lotamos a praia independente das adversidades. Até em dias de

chuvas torrenciais, a galera dá um jeito de se espremer embaixo das barracas para assistir as baterias. Esse ano, mesmo sem nenhum representante brasileiro a partir das quartas de final, o público lotou a areia da praia da Barra e vibrou com os tubos e aéreos dos gringos.

A areia da Barra ficou lotada todos os dias.

Para nossos atletas do “Dream Tour” é natural que exista uma

expectativa muito maior aqui do que nas outras etapas, e isso pode até gerar certa pressão. Mas certamente o grito da massa vindo da areia ajuda muito quando eles vão para dentro d’água sabendo que estarão representando toda aquela galera. O assédio da torcida

Luciano Cabal

brasileira acaba sendo mais pesado e até cansativo para as estrelas, que nem sempre se esforçam em atender todo mundo. A grade que separava o público dos atletas vivia lotada. Quando caras como Medina e Kelly passavam, toda a plateia ia à loucura. O objetivo de muitos ali era fazer o famoso “selfie” com seu ídolo.

BARRACA SURFAR

Michel Bourez em êxtase com sua segunda vitória do ano.

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André Ciryaco

“A torci da brasi le ira é a m e l h o r! S into q ue se tivé sse mos a mesm a to rcida e m to do s os lugare s se ri a ma rav il h o s o , p o rq ue ela a poi a muito. Iss o é a lgo q ue o m undo dever i a seguir.” – B o ure z .


Selfie com o テュdolo. Sentido horテ。rio: Filipe Toledo, Sally Fitzgibbons, Gabriel Medina, Nat Young, Jadson Andrテゥ, Julian Wilson, Dion Atkinson, Adriano de Souza e Filipe Toledo.

Fotos: Luciano Cabal

#SELFIECOMOテ好OLO @REVISTA_SURFAR

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Marcio Canavarro

Ilustração: João Marcelo


DESTAQUE InternacionaL

Aos 17 anos um garoto paranaense voou na perigosa bancada de Backdoor no final da última temporada havaiana, deixando Gabriel Medina para trás e vencendo a disputa pelo melhor aéreo do Prêmio Oakley Brasil Hawaii. Devido a pouca idade, isso tinha tudo para estar na coluna Nova Geração, apresentando mais uma promessa do surf brasileiro. Mas não! Esse garoto é Yago Dora, que vem sendo apontado pela mídia internacional como um dos melhores aerealistas do mundo e futuro integrante da elite da ASP. Mesmo sendo filho do ex-surfista profissional Leandro “Grilo” Breda e criado desde os quatro anos na Praia Mole, seu esporte preferido era o futebol, onde treinava em clubes para se tornar jogador. Mas, aos 11 de idade, finalmente bateu a fissura pelo o surf. Dos treinos nos clubes de futebol para o mar, Yago aos 15 anos levou a bandeira verdeamarela pela primeira vez ao topo do pódio do VQS Tour, consagrando-se campeão mundial Junior do circuito da Volcom, evento de muito prestígio da categoria. E não para por aí. No Hawaii, em 2013, ele conseguiu uma grande repercussão por ser o quarto surfista do mundo a acertar o backflip. Agora, com 18 anos, os gringos não param de rasgar elogios para o brazuca! E se engana quem acha que apenas os aéreos o levaram a esse sucesso. Além das manobras modernas, a mídia estrangeira “pira” na linha de surf do garoto. Estilo moldado naturalmente por Yago junto à influência do skate, resultando em uma harmonia entre o ombro e o quadril, tudo isso com os joelhos perfeitamente posicionados para dentro. A empolgação é grande, mas não vamos pular etapas. Yago não tem pressa, quer entrar no WCT apenas quando estiver pronto e o “pai-treinador” Leandro concorda: “É muito cedo, ele não tem um know how de competidor para amanhã estar no WCT. O Filipinho com 16 anos já era um monstro na competição e com 17 entrou na elite. O Yago não tem essa pegada de competidor sinistro, até por causa um pouco da sua personalidade. Ele é o amigão, o gente boa e terá que adquirir experiência competitiva para conseguir botar o free surf dele na bateria.” Há pouco tempo, Yago Dora viajou ao sul Califórnia para treinar nas ondas high perfomance, onde teve a chance de pegar um pouco da experiência de um integrante do WCT. “Tive a surpresa de encontrar o Filipinho, que puxou o meu nível nas quedas”. E durante essa trip, Yago conversou com a Surfar. –––– por LUÍS FILLIPE REBEL

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Tom Carey

A s m a n o b ra s m o d e r n a s c h a m a ra m a at e n ç ão d e M i t c h C o l e b o r n n a t r i p pa ra M a l d i va s . SURFAR:Masessedestaquepoderiatersidonofutebol.Oque te levou a trocar os gramados pelo mar? YAGO:Eucomeceijogandobolaegostavabastante.Masmeu paisemprefoisurfista,entãoeuestavasemprenomeiodosurf. Ia para a praia vê-lo surfar com os amigos e assistia filmes de surf.Daíeucomeceiavermeupaitreinandoosmolequestodos os dias lá na Praia Mole, onde tinha o centro de treinamento do Araguá.Comecei aficar com vontadedesurfar junto,fuicomeçando a pegar onda e largando o futebol aos poucos.Agora é só surf.

SURFAR: Essa trip te colocou com 17 anos em um filme gringo. Como você se sentiu surfando ao lado de Mitch Coleborn e Nate Tyler? YAGO:Ah... É até meio estranho, né? Porque há dois anos eu estava vendo todos eles nos filmes de surf e falando: “Nossa! Será que um dia vou surfar assim?”. Nunca imaginava que um dia iria viajar com eles. Então foi bem legal...Até meio esquisito (risos)!

SURFAR:Porissovocêcomeçouacompetirtarde.Foicomplicado? YAGO:Oprimeiroanoquecompetifoinumcircuitoparanaense Sub 12 e consegui ganhar essa categoria no ranking. No ano seguinte, venci o catarinense Sub 14.Acho que foi um começo muito bom pelo o meu nível de surf, que não era muito legal ainda.Edepoiscontinueicorrendoalgunscatarinenses,masnão consegui ganhar mais nenhum. Eu ainda não sou muito bom emjogarcomacompetição.Masachoqueissovocêsóaprende competindo. Então, estou indo para vários campeonatos para conseguir evoluir nisso.

Arq. Pessoal

SURFAR:Vocêvemrecebendomuitoselogiosnamídiaestrangeira. Quando você começou a se destacar lá fora? YAGO:Acho que a primeira vez foi quando vim dois anos atrás competir o VQS (campeonato da Volcom). Era a final mundial, foiaprimeiravezquecompetinesseeventoeconseguivencer. Acho que foi quando a mídia internacional começou a me ver. Minhaprimeirafotoemumarevistagringafoidessecampeonato. Depois fui para uma trip nas Maldivas em setembro do ano com a equipe da Volcom gringa. Foi bem legal! Saiu em várias revistas, vários sites e foi onde me destaquei mais.

Ya g o j á viveu o sonho de quase todo brasileiro: ser jogador de futebol.

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SURFAR: Desde o início você já tinha uma tendência para tentar o surf de aéreos? YAGO: Eu surfava sempre com o Ian Gouveia, que dava altos aéreos, e isso me instigava, então comecei a tentar. O primeiro aéreozinhoquevolteifoicom14anos.Aprendiumpoucocomo skate,dandoaéreozinhosnagaragemparatreinarogiro,eacho que peguei um pouco da base assim.Mas não tem nadaquese comparecomtreinardentrod’água.Então,euficavatreinando quase todo dia e consegui botar no pé. SURFAR:Aproveitando que falou nisso, como você vê a influência do skate no surf? YAGO:Acho que os aéreos dos skates são o que mais influenciam no surf por causa dos grabs e do tipo de rotação. No skate,


Marcio Canavarro

Marcio Canavarro

As ondas gringas foram fundamentais para a evolução da linha de surf dele.

Marcio Canavarro

O s h a p e r R o g é r i o A r e n q u e é o r e s p o n s áv e l p e lo s foguetes do garoto. agaleraacabacompletandomaisporquearampaestásempre ali,entãoelespodemtentarexatamenteigualummilhãodevezes. No surf é mais difícil, pois uma onda nunca vai ser igual à outra, então, a gente demora mais para evoluir esse tipo de manobra. E toda vez que vemos uma manobra irada do skate, a gente tenta adaptar para o surf porque sai um estilo legal de assistir.Qualqueresportecompranchavaiajudarvocêaterum estilo bom, né?As pernas e os braços na posição certa. Fazer uma linha boa tanto no bowl como numa pista de snowboard, isso influencia bastante. SURFAR: Você ainda divide um pouco do tempo do surf com o skate? YAGO: Na verdade, eu ando bem pouco de skate. Tenho um poucodemedodememachucarassim.Então,devezemquando os amigos botam pilha e vou lá só para dar uma brincada. Mas não arrisco nada, pois é só para me divertir. Já o surf é diariamente de manhã cedo e, se tiver onda boa, o dia inteiro..

A p e r f e i ç o a n d o o e s t i l o a n d a n d o d e s k at e n o a s fa l t o .

“A c h o

que os aéreos dos skates

são o que mais influenciam no

SURFAR: E como você vê o futuro do surf de aéreos? YAGO: Acho que os grabs não têm mais o que inventar... Já mandaramtodosostipos.Então,achoquevaimudaroângulo, tipo de rotação, a altura e número de rotações no ar.

surf por causa dos grabs e do

SURFAR:Você sente algumadisputasimbólicaentreos aerealistas? YAGO:Tem um pouco de disputa sim, pois um quer dar o aéreo maisaltoqueooutro.Maséumadisputaamigável,todomundo quer estar puxando os limites.

SURFAR:Alémdosaéreos,oseuestilotambémchamouaatenção dos gringos. Existe um treinamento específico para trabalhar a sua linha de surf? YAGO: Cara, acho que o principal ponto da minha evolução foi quedesdeocomeçoeuviajavabastanteporcausadomeupai. Eleestavasempretrabalhandocomosatletasprofissionais,então acabava me levando junto e, assim, consegui ganhar essa bagagem de viagem internacional. Isso influenciou bastante porque no Brasil é muito difícil achar uma onda que você pode dropar, parar, olhar o seu estilo para ver se está certo e depois cavar, fazer uma linha. Então, lá fora você consegue pensar o que vai fazer e isso é muito bom para a evolução.

SURFAR: Existe algum aerealista que você se inspira mais? YAGO:Tem vários, né?Acho que o John John é um dos melhoresdomundoemaéreos.Temososbrasileiros,comooGabriel eoFilipe,quesãomuitobons,alémdoÍcaroRodriguesquenão compete,masémuitobomdeaéreos.Dosgringostambémtêm o Julian, Jordy, Dane... Todos esses.

t i p o d e r o t a ç ã o .”

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Marcio Canavarro

B o t a n d o e m d i a o s a é r e o s p a r a a d i r e i t a . Ya g o v e n c e u o P r ê m i o O a k l e y B r a s i l H a w a i i v o a n d o d e b a c k s i d e .

SURFAR: Você acha que a evolução em pouquíssimo tempo também tem a ver com essas trips internacionais? YAGO: Com certeza.Acho que aqui o cara tambémevolui bastante, mas se ele quer fazer uma linha boa e saber ler uma onda direito vai ter que viajar. No Brasil é muito difícil.As trips foram fundamentaisparaminhaevolução,sóquenãofoiapenasisso. Com meu pai me filmando quase todo dia, ver seu próprio surf nas imagens é a melhor coisa para saber se você está fazendo errado ou se está fazendo tudo certo. E ele conhece muito bem sobreastécnicas,poisjásurfoumuitoeestásemprepassando esse conhecimento para a gente. SURFAR:Masessaevoluçãoaindanãorendeutantosresultados. Você se sente melhor no free surf do que na competição? YAGO: Por enquanto consigo soltar melhor no free surf e estou tentando cada vez mais botar o meu surf na competição. Em alguns campeonatos eu consigo, já em outros não. Tem gente que na bateria surfa melhor do que no free surf. Acho que o Slater é um exemplo disso. Quero tentar pelo menos surfar igual nos dois. E os moleques da minha idade já competiam há cinco anos quando comecei, então eles já têm muito mais experiência do que eu. Eles sabem como brigar por uma onda melhor e acho que esse é o meu ponto fraco. Não gosto muito de disputar uma onda, brigar com alguém para pegar uma, mas acho que na competição você acaba tendo que fazer isso. Então, estou tentando evoluir essa parte. Sou amigo de todo mundo, não tem ninguém com quem eutenhaumainimizade.Então,àsvezesnacompetiçãoocara não consegue sufocar, mesmo porque está com um monte de amigos.

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“Não

g osto muito de dispu tar uma onda, brigar com alguém para peg ar uma, ma s acho que na competição você acaba tendo q u e f a z e r i s s o .”

SURFAR: O que você fez de diferente para ganhar o VQS? YAGO:Nãosei.Achoqueeuestavabemconectadocomomare todooresto.Conseguiirpassandobateriaporbateria,fazendo um surf normal e sem arriscar muito. Quando eu cheguei na final,oDanielCortez(managerVolcom)eomeupaifalaram:“Ah, agora é final! Vai lá e arrisca tudo porque segundo e quarto não vale nada, o que vale é ganhar”. Então, fui para ganhar, acertei quase todos os aéreos e consegui! SURFAR: Qual a importância de ter um pai ex-competidor acompanhando você no dia a dia? YAGO: Ele tem muita experiência e já passou por tudo no surf, então me dá as instruções certas. Meu pai dava bastante aéreo em uma época que não valia nota ainda. Ele estava dando altos aéreos, mas mesmo assim não conseguia se dar bem nos campeonatos e parou de competir. Fez uma marca, começou a trabalhar nela e, depois disso, virou treinador. Daí, com certeza, me influenciou bastante, pois no começo a gente sempre surfava junto. Principalmente quando o mar tinha um tamanho, ele entrava comigo. Sempre o assistia surfando, então acabou influenciando um pouco do meu estilo.


Pedro Tojal

Especialista nos aéreos, Yago ganhou página dupla na seção Melhor da Série da edição #33 (imagem ao lado) com um tubão em Desert Point.

SURFAR: No ano passado você disputou pela primeira vez o WQS. Quais dificuldades você encontrou? YAGO:OWCThojeemdiatemprioridadeaténabateriadetrês. Jácomeçaassim,nãoexistemaisbateriadequatro.Então,você acaba diminuindo aquela briga pela onda. Já no WQS tem váriasbateriasdequatroantesdechegaràfasehomemahomem. É uma guerra para você ir passando baterias, até porque todo mundo surfa muito. O nível é muito alto e ainda tem que brigar pela onda, então é bastante difícil SURFAR: Por outro lado, você venceu o Prêmio Oakley Brasil Hawaii na categoria MelhorAéreo. Você já havia tentado aéreos em Backdoor? YAGO:Játinhatentado,masnãodavaparavoltarporqueaquela onda é muito perigosa. Então, eu meio que dava, ficava para trás da onda só para voar e ver qual era.Aonda que venci tinha umtamanhobomeconseguidarnotimecertinhoparaaterrissar perfeito. Voltei sem problemas, não me matei (risos)! SURFAR:OPrêmioteincentivoudealgumamaneiraenquanto você estava lá no Hawaii? YAGO: Com certeza. Sabia que onde eu podia ganhar mesmo eram nos aéreos, pois existem uns caras que são muito sinistrosnostubosenasondasgrandestambém.Entãofoqueipara tentar vencer a categoria MelhorAéreo, já que tinha mandado alguns bem legais. Só que havia um do Gabriel Medina que era melhor ainda do que os meus. Então, eu tinha que fazer um melhor do que o dele e consegui fazer isso no final da trip. Foi bem legal!

SURFAR:Outramanobraquetedeumuitodestaquefoiobackflip. Você continua treinando esse aéreo? YAGO:Eunãovolteimaisnenhum,nemtenteimuitomais.Não sei,achoquedesencaneiumpouco,masquandotiveraoportunidade vou tentar novamente. SURFAR:Temtreinadoalgumoutroaéreoespecíficoatualmente? YAGO: Não estou treinando nenhum aéreo novo agora, mas tentandomandarosqueeudavaantes,sóquemaisaltoegirando mais. Hoje é isso que estou tentando fazer. SURFAR: Com isso tudo acontecendo, a mídia vem colocando você como nome certo para conquistar uma vaga no WCT. Como está a busca por esse grande objetivo? YAGO:Nãotenhonenhumapressaparaentrarlogo.Achomelhorvocêentraromaispreparadopossívelesurfandoomelhor que pode do que entrar muito cedo, chegar lá e não se dar bem. Então, estou começando a competir alguns WQS agora.Ano passadofiqueiem5ºnoPerueessefoiomeumelhorresultado. Não tenho pontos para correr os Primes e os 6 estrelas ainda. Então, vou competir nos 3, 4 estrelas para ir ganhando pontos, fazer uma escalada, ir cada vez melhorando e quem sabe, um dia, chegar lá no WCT.

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Tom Carey


“ACHO QUE OS GRABS NÃO TÊM MAIS O QUE INVENTAR... JÁ MANDARAM TODOS OS TIPOS. ENTÃO, ACHO QUE VAI MUDAR O ÂNGULO, A ROTAÇÃO, A ALTURA E O NÚMERO DE ROTAÇÕES NO AR.“

A trip para Maldivas rendeu várias páginas nas revistas internacionais e uma sessão no filme “True to This” da Volcom.

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Marcio Canavarro

Ya g o e s t á e v o l u i n d o c a d a v e z m a i s o s e u s u r f d e b a s e l i p c o m r a s g a d a s l o n g a s n a l i n h a .

DE PAI PRA FILHO

“Eu

não e sperava e s sa ev oluç ão absurda que ele deu, coisa de d ois an o s tava dan d o back flip! Para mim ele é um dos melhores aere alista s n o Bra sil e n o m u n d o .” – F i l i p e T o l e d o

SURFAR:Sendooseufilhoumgrandeaerealista,comovocêvê a evolução no julgamento dos aéreos na competição? LEANDRO“GRILO”:Achoqueaindaprecisaevoluir.Osjuízes deveriamconhecerumpoucomaisdosaéreosnaquestãodos grabs,saberdiferenciarumdooutroequalémaisdifícilexecutarounão.Jánaquestãodoânguloquesaiuoaéreo,amaneira que ele foi executado e em que parte da onda, isso aí eles já evoluírambastante.Teveesselancedoresgatedopowersurf, do surf básico e de ter a harmonia, que é fundamental, pois o aéreo virou uma febrezinha na competição por um momento. Maseuachoquenãopodebrecaraevoluçãodosurf.Asmanobrasaéreastêmquecontinuartendodestaquenascompetições esendovalorizadasdeformaadequada.Estáindoparaumlado muito legal. Se o cara fizer o que a onda está pedindo naquele momento e surpreender com uma manobra fabulosa, ele tem que ganhar uma nota que seja à altura. OsvídeosquevocêgravadoYagoolevaramaumgrandereconhecimento. O que proporcionou esse destaque? LEANDRO“GRILO”:Realmenteachoqueganhouumdestaque por estar mostrando uma performance de alto nível, algumas manobras realmente muito técnicas e pelo estilo também. Os gringos tinham muito acesso à imagem e fotos de atletas do Brasil que competem o circuito. E queira ou não queira, no mundo da competição você fica com um surf meio metódico, uma coisa meio da competição de passar bateria. Já no free surf, você tem mais liberdade de se preocupar com manobras diferenciadase maiscomseuestilo.Então,achoqueissoaífoi umfatorfundamental.Deelesveremque:“Pô,peraí!”.OBrasil, alémdeterummontedecompetidorsinistro,claroquetambém tem grandes surfistas, de repente tem uma nova geração que está preocupada em ter uma linha legal, um estilo bom e fazer manobras modernas”.


Marcio Canavarro Arq. Pessoal

Slob air 360. As ondas high perfomance de Trestles foram um parque d e d i v e r s ã o p a r a Ya g o . Pa i e f i l h o e m Pipeline. A mídia gringa elogia muito o estilo bonito do Yago de não ter um surf quadrado. Você fez um trabalho na linha dele? LEANDRO“GRILO”: OYagojáveiomeionatural,osurfmoldadocomojoelhinhomaisparadentroeosbraçosmaisajeitados. Apartirdomomentoquefoicrescendo,elefoiconseguindoadequar o biotipo dele com a linha de surf de uma forma bem natural, talvez por andar de skate desde muito novinho.Acho que isso ajuda muito, acaba tornando o cara mais integrado com o jogo do quadril em harmonia com os ombros e o lance do joelho sem os braços estar atrapalhando essa história toda. SURFAR:Alémdaexperiência,existealgumpontonosurfdele que precisa melhorar? LEANDRO“GRILO”:Existemváriospontosqueprecisamevoluir. Primeiro, ele não terminou ainda de ter a formação completacorporal.Aindaestácrescendoedesenvolvendoocorpo. Então, isso é fundamental para ter mais power no seu surf. Ele já tem rasgadas longas e na linha, porém tem que evoluir muito ainda as rasgadas e as batidas. O Yago já executa o surf base lip, mas acho que com esse ganho de corpo e de peso ele naturalmente vai ganhar essa solidez que ainda falta em alguns movimentos.

“O Brasil,

além de ter um monte de

competidor sinistro, tem uma nova geraç ão que e stá preo cupada em ter uma linha legal, um estilo bom e f a z e r m a n o b r a s m o d e r n a s .”

SURFAR:Nósvemosqueotrabalhocomotreinadoréconstante, mas ainda rola aquela caída pai e filho? LEANDRO “GRILO”: É meio raro, mas rola... É que hoje sinto prazerdeestaraliforad’águatambém.Porexemplo,essatemporadanoHawaiiagentedeuumacaídajuntoemRockyPoint, aípegueiumaondaequandoestavavoltandoeledeuumaéreo gigante. Um aéreo gigante na minha frente! Eu falei: “Porra, que merda, né cara?! Eu estou aqui na água.” Olhei para fora e pensei: “Não tem ninguém filmando e perdi essa manobra.” Entendeu?Entãoàsvezesmesintoumpoucoculpadopornão estaralicaptandoessemomento.Maséimportanteparaagente também ter esse momento de relax e descontração.

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EVENTOS QUIKSILVER SAQUAREMA PRIME

Luciano Cabal

A felicidade de Wiggolly Dantas em vencer pela primeira vez um evento Prime.

Como de costume, as ondas em Saquarema não decepcionaram no primeiro evento Prime do ano que aconteceu entre os dias 20 e 25 de maio. Os 96 melhores surfistas classificados no ranking da ASP foram disputar os preciosos 6.500 pontos para o campeão. Para chegar à final com o mar grande e mexido, Wiggolly Dantas também precisou mostrar a qualidade do seu surf em ondas menores e perfeitas nos primeiros dias. “Gosto de surfar todas as condições, mas quando o mar sobe fico muito mais à vontade e ganho confiança no meu surf, tudo isto por passar muito tempo no Hawaii!”, falou Guigui. Para vencer um campeonato em Saquarema, alguns fatores realmente precisam ser levados em conta. Um quiver de prancha específico para aquele tipo de onda, que pode ser para uma marola de um metro perfeita, como foi no início do evento, até uma gunzeira para aturar um bottom turn quando as bombas quebram atrás da laje, além de um ótimo preparo físico para conseguir segurar as séries na cabeça e a forte correnteza sem deixar o nível cair até a final. Este detalhe talvez tenha feito a diferença para o brasileiro alcançar a vitória. Guigui, acostumado a cair nas bombas em Pipe, conhece bem a necessidade de uma boa preparação e a escolha do equipamento correto: “Esse ano me preparei muito bem para essa etapa. Treinos fortes de surf desde as cinco horas da manhã quase todos os dias, treinos físico e muito foco. Na final, o mar estava muito difícil, mas eu estava tão focado e confiante que nada me deixou para baixo.”

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O havaiano Keanu Asing lutou ate o último minuto. Smorigo/ ASP

O paulista Wiggolly Dantas venceu com uma performance irretocável todas as baterias para conquistar o Quiksilver Saquarema Prime. A grande final reuniu os recordistas de nota - 9,80 - nas ondas de Itaúna esse ano, com Wiggolly ganhando a disputa pela vice-liderança no ranking do ASP Qualifying Series na decisão contra Keanu Asing. O havaiano impediu uma final brasileira derrotando o líder Adriano de Souza na semifinal. Guigui também acabou com o reinado australiano de três anos consecutivos e voltou a colocar a bandeira verde-amarela no topo do pódio.

Smorigo/ ASP

A supremacia de Wiggolly Dantas

Jadson André chegou até as quartas de final.


Luciano Cabal Manoel Campos

Smorigo/ ASP

Pedro Monteiro/ Quiksilver

Wiggolly Dantas invicto tanto nas ondas pequenas quanto nas condições extremas.

Sol, água clara e altas ondas: cenário perfeito em Itaúna.

Pedro Monteiro/ Quiksilver

Pedro Monteiro/ Quiksilver

Guigui em sintonia com o mar.

A primeira etapa Prime do ano rendeu 6.500 pontos ao campeão.

Público fiel sempre presente nos eventos.

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Pedro Monteiro/ Quiksilver

EVENTOS QUIKSILVER SAQUAREMA PRIME

Mineirinho mostrou experiência para conquistar o terceiro lugar.

S U R FA R . C O M . B R

XXXXX

Tomas Hermes manteve a regularidade e continua no G-10 do QS.

Pedro Monteiro/ Quiksilver

A grande final do Quiksilver Saquarema Prime começou com a praia lotada torcendo por uma vitória brasileira, que não acontecia em Saquá desde que a etapa virou ASP Prime em 2011. A última tinha sido em 2010 com Willian Cardoso na decisão catarinense com Marco Polo, depois os australianos dominaram o alto do pódio até o ano passado. Logo no início da disputa, Keanu Asing, amigo pessoal de Guigui, surfou a primeira onda da bateria, mas era fraca e a prioridade de escolha ficou para o brasileiro. Wiggolly demorou um pouco e começou melhor, com uma manobra forte antes da onda fechar. No dia que os dois tiraram notas altas (9,80), os scores da final não passaram da casa dos seis pontos. O havaiano não desistiu e chegou perto da virada em três ondas seguidas. O tempo foi passando, Keanu ainda pegou outra no minuto final e chegou a levantar os braços na finalização, vibrando por achar que poderia vencer com ela. A praia ficou em suspense para a nota dessa onda, que saiu 5,10, e a vitória brasileira foi confirmada por 11,17 a 11,07 pontos. “Pena que não deu muita onda na final e a bateria foi bem nervosa porque ninguém tinha um high score que fizesse a diferença. Então, qualquer um poderia ter vencido e fiquei ali ansioso com as ondas que ele (Keanu Asing) surfou nos minutos finais, uma atrás da outra. Mas, felizmente, ele não conseguiu a nota que precisava e o título ficou comigo”, comemorou Wiggolly. Com o terceiro lugar obtido por Adriano de Souza, o Brasil continua na ponta do ranking do WQS, que ainda conta com Tomas Hermes em sexto e Alex Ribeiro em oitavo entre os 10 classificados para o WCT 2015, além de Guigui que deu um passo importante rumo à elite do surf mundial. “O planejamento até o final do ano é ficar bem focado e competir todos os Primes para fazer bons resultados! O meu sonho de entrar no WCT está cada vez mais perto,” finalizou o mais novo Rei de Saquarema!

Pedro Monteiro/ Quiksilver

FINAL

Um pouco de arte no stand da Peugeot.


Smorigo/ ASP

Pedro Monteiro/ Quiksilver

XXXXX

Filipe Toledo perdeu para o vice-campeão , mas deu um show de aéreos.

Pedro Monteiro/ Quiksilver

Guigui e Keanu, amigos no pódio.

Bandeiras do mundo todo em Saquá.

RESULTADO DO QUIKSILVER SAQUAREMA PRIME 1º Wiggolly Dantas

6.500 pontos

2º Keanu Asing

5.200 pontos

3º Billy Stairmand

4225 pontos

3º Adriano de Souza

4225 pontos

5º - Jadson André

3320 pontos

5º Gonzalo Zubizarreta

3320 pontos

5º Ricardo Christie

3320 pontos

5º Charly Martin

3320 pontos

G-10 DO ASP QUALIFYING SERIES 2014 1º Adriano de Souza (BRA) – 10.789 pontos e Top-22 do WCT para 2015 2º Wiggolly Dantas (BRA)

8.630 pontos

3º Keanu Asing (HAV)

6.566 pontos

4º Billy Stairmand (NZL)

6.515 pontos

5º Charles Martin (GLP)

6.036 pontos

6º Tomas Hermes (BRA)

5.578 pontos

7º Matt Banting (AUS)

5.029 pontos

8º Alex Ribeiro (BRA)

4.100 pontos

9º Ricardo Christie (NZL)

3.950 pontos

10º Nathan Hedge (AUS)

3.870 pontos

11º Patrick Gudauskas (EUA)

3.830 pontos

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CALIFORNIA GOLDEN STATE STATE GOLDEN

Black’s Beach é uma das praias mais bonitas da Califórnia. Uma onda “world class” que funciona o ano todo, com altos tubos para os dois lados.


A Surfar Trip desse mês traz uma das regiões mais procuradas pelos top surfers para treinar devido à constância de swells durante o ano todo. Convocamos o fotógrafo alagoano Marcio Canavarro, radicado na Califórnia há mais de 10 anos, para deixar você por dentro de tudo que rola naquela que é considerada a “Golden State” do surf. –––– texto e fotos por MARCIO CANAVARRO

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La Jolla vista do Glideport, onde a galera salta de asa delta e de paraglider. O local também é alucinante para ver o pôr do sol e conferir o surf do alto.

Resolvi me mudar para San Diego devido à constância de swells que rola por lá durante todo o ano, tanto de WSW quanto de WNW. No inverno chega a quebrar até 12 pés, já no verão sempre tem uma vala em Trestles. Passando por toda costa pela Pacific Highway 101, temos opção de surf para todos os gostos: beach breaks, point breaks, reefs… Entre Los Angeles e San Diego tem uma onda diferente a cada 10 minutos de distância e normalmente o crowd é amistoso. A água é sempre fria, então é bom trazer uma roupa de borracha “full suit 3.2” ou comprar uma aqui logo no primeiro dia. Faz calor o ano todo, mesmo no inverno é quente durante o dia e a noite esfria um pouco. As estradas são boas, a população é super educada e as cidades são limpas. E com vários locais para pratica do surf, dentre os meus favoritos estão La Jolla e San Clemente.

Os golfinhos de Black’s chegam bem próximos e, às vezes, dividem até a mesma onda. Anjo da guarda dos surfistas!

Big Bear Mountain, mais próxima de Los Angeles e San Diego, é uma ótima pedida para a prática do snowboarding durante o inverno ou montain bike durante o verão.

Windansea é uma das praias mais famosas e berço do surf no sul da Califórnia nos anos 50. O crowd é meio chato!

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Jeff McCallum, surfista local, aproveitando a perfeição de Black’s. Quando quebra acima de 6 pés, o pico proporciona tubos para os dois lados

CALIFORNIA GOLDEN STATE STATE GOLDEN

ONDAS PARA TODOS OS GOSTOS Situada dentro de San Diego, La Jolla é uma cidadezinha super charmosa, com várias opções de onda: Windansea, Scripps Pier, Black’s Beach e várias outras, que se eu disser o nome a galera me mata! Black’s é a minha favorita e estou sempre fotografando por lá nos melhores dias. Uma praia de areias negras, água cristalina e protegida por cliffs, com uma onda clássica que quebra para os dois lados. No verão é “super fun” e no inverno, com a chegada dos swells de WNW, pode chegar até 12 pés. O pico também é ótimo para relaxar e, devido ao difícil acesso, é bom levar o mínimo de coisa possível. Para se chegar até lá, pode-se estacionar de graça no estacionamento do Glideport, já que o acesso de carros não é permitido, e descer pela trilha, que leva uns 20 minutos.

Nos reefs de La Jolla quebram diversas ondas high performance, slab waves, bancadas rasas com ondas potentes e tubulares. O local Derek Dunfee em Horse Shoe.

AÉREOS E RASGADÕES DE CANSAR AS CANELAS San Clemente fica entre San Diego e Los Angeles e possui ondas “A-Frames”, com fundo formado por cobblestone, umas pedras redondas que tornam a onda perfeita para os dois lados. Lowers, a mais conhecida, funciona com swells de sul ou WSW e quebra o verão todo. Palco de eventos como o WCT, as ondas são ótimas para aéreos e dar rasgadões até cansar as canelas. Sempre é comum ver atletas de nível internacional na água. A melhor forma para se chegar é estacionar o carro na saída Cristianitos Road, na freeway 5, e andar pela trilha até o pico por mais ou menos uns 30 minutos. Ainda em Trestles também podem ser surfadas Uppers, Middles, Cottons, State Park e outras mais. O crowd é sempre menor durante a semana.

5 freeway, Los Angeles - San Diego.

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Huntington Beach, palco do US Open of Surfing, uma das praias mais famosas do mundo.

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Palco do WCT, Lowers é uma onda A-frame perfeita para os dois lados, sonho de todo surfista, como o brasileiro Alejo Muniz.

Galera na trilha de Trestles.

14 QUILÔMETROS DE MUITO SURF Localizada dentro de Los Angeles, Huntington Beach é o maior centro de surf nos EUA, com ruas movimentadas, lojas para passear... O local é palco do maior campeonato de surf do mundo, o US Open of Surfing. A onda é um beach break, quebra dos dois lados do Píer e a praia também é ótima para relaxar com a família, com estacionamento bem em frente ao pico, mas é pago! No inverno é possível surfar pela manhã e fazer snowboarding à tarde em Big Bear Mountain, que fica apenas uma hora e meia de distância. A fauna é bastante equilibrada e é possível ver sempre leões marinhos, golfinhos, pelicanos, dentre outros animais, com frequência. É super seguro para se viajar de carro e, se vier com a família, pode dar uma parada conhecer a Disneyland ou o Sea World, entre os vários parques temáticos na área. O sul da Califórnia é mais ou menos assim: muito surf, muitas ondas, bastante coisa para ver e fazer, com opções para todos os gostos! Altas vibes!

Leão marinho em La Jolla, cena comum no surf na Califórnia. La Jolla shores, um beach break com ótimas ondas. O surf é bom para todos os níveis!

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CALIFORNIA GOLDEN STATE STATE GOLDEN

Uma das ondas preferidas do surfista Krystian Kymerson, que vem treinar todos os anos no sul da Califórnia. San Clemente State Park, uma direita incrível para treinar aéreos!

Windansea Beach, fundos de pedra perfeitos, ondas tubulares e rápidas.

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Diogo Leão mudou-se para o sul da Califórnia devido à qualidade das ondas. Já local de Trestles, Diogo sempre marca presença sempre no crowd de Lowers e Uppers.


COMO CHEGAR Tendo como ponto de partida São Paulo com destino ao sul da Califórnia, as duas portas de entrada são Los Angeles ou San Diego. É recomendável alugar um carro ainda no aeroporto, pois tudo é longe na Califórnia. Do aeroporto até Huntington Beach é mais ou menos uns 40 minutos, até Trestles (em San Clemente) por volta de uma hora e até San Diego em torno de duas horas. Esse trajeto também pode ser feito de trem, onde podemos checar os horários no site www.amtrak.com

ONDE SE HOSPEDAR Caso você não tenha a casa de um brother para ficar, uma boa pedida sempre será um hostel (http://www.bananabungalowus. com/), com preços a partir de 20 dólares por dia. O ideal é fazer reserva com antecedência, pois com o grande fluxo turístico pode ficar difícil de última hora. Tem um muito legal em San Diego, bem na boardwalk de Pacific Beach, numa área bastante movimentada. Vale a pena alugar uma bike ou um skate para dar um rolé e conferir o pôr do sol.

ALIMENTAÇÃO Por estar tão perto do México, existe uma grande influência na culinária local. É muito comum sair do surf e comer um burrito ou taco de carne, frango ou peixe em algum dos vários restaurantes de comida mexicana espalhados por toda região. Caso não curta, sempre é fácil achar um açaí ou um sanduíche.

EQUIPAMENTO Com bastante onda, entre um a três metros, e água bastante fria mesmo no verão, o ideal é trazer a sua everyday board e uma roupa de borracha no mínimo 3’2” se não quiser passar frio. Caso venha no inverno, seria bom também trazer uma prancha step up, pois sempre quebra uns dias maiores. Dentre as ondas mais famosas estão Lower Trestles, Huntington Beach (palcos de eventos como o WCT e US Open of Surfing, e mais ao sul Encinitas e La Jolla. Ondas para todos os gostos, tubos, aéreos, A-frames…

MELHORES PICOS

Um dos vários fundos de pedra de La Jolla.

Não tem como não falar de Trestles. Lower’s é apenas uma das ondas de San Clemente. Essa região do sul da Califórnia possui bastante variedade de ondas. As melhores condições são com swell de sul e na sua maioria funcionam melhor quando a maré está enchendo ou está perto da maré cheia. Trestles fica localizada numa área protegida pelo governo, na verdade, um parque ecológico. O acesso é difícil e tem uma “pernada” de pelo menos 20 minutos até a praia. Huntington Beach é aonde tudo acontece, então vale a pena conferir a orla, o Píer e toda a sua vibe, além disso, tem estacionamento bem em frente do pico. Uma das minhas ondas favoritas é Black’s Beach, que fica localizada em La Jolla, San Diego. Ela quebra o ano inteiro, seja swell de southwest ou de sorthwest, e é uma onda high performance, que pode chegar até 10 pés no inverno. Para chegar até a praia tem que deixar o carro no Glideport e descer os cliffs a pé, uma caminhada de uns 30 minutos, então é sempre bom levar uma água e alguma coisa para comer lá em baixo. Não esqueça que tem a volta!

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Filipe Toledo aproveitando o intervalo entre os eventos para treinar suas manobras radicais na Califórnia.

VIDA NOTURNA Tanto Los Angeles quanto San Diego têm uma vida noturna bem agitada, com bons restaurantes, barzinhos e badaladas em ruas movimentadas. Também é legal dar um rolé na Hollywood Boulevard e conhecer o Gaslamp District em Downtown San Diego. Muita gente bonita e jovem, vale a pena tirar uma noite para conferir. Mas é muito difícil encontrar vaga para estacionar o carro depois das seis da noite. Se estiver dirigindo, procure parar nos estacionamentos, onde o preço varia entre U$10 e U$15.

O QUE FAZER QUANDO ESTÁ FLAT Compras, zoológico, parques temáticos... Tem programa para todos os gostos e idades, como o Sea World, Universal Studios, Six Flags, Skate Park e Disney para a garotada. E quem gosta de ir às compras, uma boa dica é o Outlet de Carlsbad, em San Diego. Já quem vai no inverno, neva nas montanhas a duas horas de distância e dá par fazer snowboarding em Big Bear Moutain alugando o equipamento (prancha, botas e roupa) na faixa de $50 a diária. Mas para quem não quer deixar o surf de lado, basta ir na Wavehouse e surfar uma onda artificial.

Sunset Cliffs fica mais ao sul, a onda é muito boa para a prática do longboard.

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Ian Gouveia aproveita os dias flat para dar um rolé de skate no YMCA Skate Park.


CALIFORNIA GOLDEN STATE STATE GOLDEN

As esquerdas de Black’s Beach são longas e tubulares, a água é cristalina e a fauna marinha bem equilibrada.

Pôr do sol em Black’s Beach, simplesmente alucinante a quantidade de cores no céu!

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Tweddle / ISA

NOVA GERAÇÃO

O backside é uma das principais qualidades do surf de Luan.

IDADE: 18 ANOS PATROCÍNIOS: GOVERNO DO ESTADO SANTACATARINAe WOODBROTHERS QUIVER: 5’9,5’9 e 5’8 SURFISTAS PREFERIDOS: GABRIEL MEDINA e FILIPE TOLEDO SHAPER: EMERY, RM MELHOR MANOBRA: TUBO

LUAN WOOD

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EmdifíceiscondiçõesnapraiadeLaFae,no Equador, o catarinense LUAN WOOD tornou-se o mais novo Campeão Mundial Junior ISA. Motivado com esse resultado, Luan pretendecontinuarmostrandooseutalento nos eventos Pro Jr eAlas desse ano, além de partir com tudo para competir o WQS em 2015. O garoto vem das ondas tubulares de Matadeiro, SC, onde desenvolveu excelente habilidade para entubar e muito potencial nas manobras de borda (quem já viu suas rabetadas que o diga!). “O Luan é ummolequemuitoguerreiroehumilde.Seu surf tem muita técnica, explosão e o seu ba-

ckside é animal!”, fala o surfista Yrvin Ravi, amigo de infância. Como só o seu surf powernãobastasse,eletambéméviciadoem competições.Issoformaumconjuntodecaracterísticasperfeitasparavencerbaterias e ascender na carreira de surfista profissional. Com a premiação do mundial no Equador, Luan ganhou 25.000 km em viagens numacompanhiaaérea.CostaRica,Chile, Califórnia, Peru... Qual será o seu próximo destino?Agora é só escolher os picos com asmelhoresondasecontinuardespontando nas competições mundo afora!



Elivelton mandando uma verdadeira paulada de backside.

Lima Jr

NOVA GERAÇÃO

ELIVELTON SANTOS IDADE: 17 anos PATROCÍNIOS: Forte Surf QUIVER: 5’8”, 5’9” e 5’11” SHAPER: Cut Back SURFISTAS PREFERIDOS: Filipe Toledo MELHOR MANOBRA: Kerrupt Flip

São tantas as revelações nordestinas que fica até um pouco difícil de escolher uma. Local da Baía da Tradição, na Paraíba, ELIVELTON SANTOS possui vários resultados expressivos em sua carreira, sendo o mais atual o segundo lugar no Mundial Junior ISAno Equador, perdendo na final compatriota Luan Wood. “Estava muito focado durante a competição, pois era uma das mais importantes da minha carreira.

Vinha surfando bem todas as baterias, mas a minha prancha quebrou e tive que usar outra na final. Não me adaptei bem a ela e isso prejudicou minha performance”, conta. Mesmo não conquistando o título, não restam dúvidas de que o seu surf é insano! Elivelton quebra nos aéreos, destrói as ondas com seu surf de borda e também tem facilidade para entubar. Assim, fica até difícil definir qual o seu ponto forte!

Silvia Winik/ Divulgação Rip Curl

Samuel seguindo os passos do irmão.

SAMUEL PUPO IDADE: 13 anos PATROCÍNIOS: Rip Curl, Vult, OHP e Rubber Styck QUIVER: Quatro 5’7” e uma 5’9’” SHAPER: Wagner Pupo SURFISTAS PREFERIDOS: Kelly Slater e Miguel Pupo MELHOR MANOBRA: Aéreo e tubo

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SAMUEL PUPO explodiu na mídia após sua incrívelperformancenofilme“Deslumbre”, ondeaparecemandandoaéreosmelhores que os de muitos atletas do WQS. Local de São Sebastião, SP, ele vem de uma família de muita tradição no surf, portanto, apoio e talento não vão faltar para se dar bem nas competições e alcançar o sonho de entrar para o WCT. No currículo, já são cinco campeonatos paulistas e três

Rip Curl Grom Search, além de trips para Austrália, Indonésia, Hawaii, Peru, Equador e El Salvador. Recentemente, Samuel foi eleito o sexto melhor “grom” do mundo pela revista americana Surfer. E para quem ainda não conferiu seu desempenho dentro d’água, a dica é o vídeo “Primeira Vez”, com imagens de sua recente trip para a Indonésia. O moleque vai longe!


Annibal

POUSADA PRAIA & CONFORTO BÚZIOS - RJ

Suítes aconchegantes apenas a 100m da famosa Rua das Pedras. Roupas de cama exclusivas em 100% algodão e percal 200 fios feitas pela própria pousada, além de um delicioso café da manhã. Um excelente convite para curtir as belas praias de Búzios.

Rua Luiz Joaquim Pereira, 50 – Centro – Búzios-RJ | www.wix.com/praiaeconforto/praiaeconforto www.facebook.com/praiaeconforto | praiaeconforto@hotmail.com | tel. 22 2623 2072


PRÓXIMO NÚMERO

Pedro Tojal

TEAHUPOO

Teahupoo: paraíso natural.

EXPEDIENTE Editor Chefe: José Roberto Annibal – annibal@revistasurfar.com.br Redação: Déborah Fontenelle (Chefe de Redação) – deborah@revistasurfar.com.br João Cezimbra – joão@revistasurfar.com.br Luís Fillipe Rebel – luisfillipe@revistasurfar.com.br Matheus Chiabi – matheus@revistasurfar.com.br Arte: João Marcelo – joaomarcelo@revistasurfar.com.br Fotógrafo staff: Pedro Tojal – tojal@revistasurfar.com.br Colunista: Bruno Lemos, Felipe Cesarano e Otavio Pacheco. Colaboradores edição – Texto: Gabriel Pastori, Marcio Canavarro e Matheus Chiabi. – Fotos: André Cyriaco, Brian Bielmann, Bruno Lemos, Celso Pereira Jr, Fred Pompermayer, Igor Hossmann, Lima Jr, Luciano Cabal, Marcio Canavarro, Marcio Luiz, Pedro Monteiro, Sérgio Rio, Smorigo/ASP, Silvia Winik, Tiago Sperotto, Tom Carey, Tweddle/ISA e William Hossell.

Publicidade: Thaís Havel – thais@revistasurfar.com.br Marcelo Souza Carmo – marcelo@revistasurfar.com.br Sérgio Ferreira – serginho@revistasurfar.com.br Financeiro: Claudia Jambo – claudia@revistasurfar.com.br Tratamento de Imagem: Aliomar Gandra Jornalista Responsável: José Roberto Annibal – MTB 19.799 A Revista Surfar pertence à Forever Surf Editora e as matérias assinadas não representam obrigatoriamente a opinião desta revista e sim de seus autores. Endereço para correspondência: Av. Ayrton Senna, 250, sala 209, Barra da Tijuca, Cep:22793-000. Distribuição: FC Comercial Circulação: DPACON Cons. Editoriais Ltda - dpacon@uol.com.br Tel: (11) 3935-5524 Distribuição Nacional: FC Comercial Contato para publicidade: (21) 2433-0235 / 2480-4206 – surfar@revistasurfar.com.br Surfar #37 é uma publicação da Forever Surf Editora

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NOW Z I P FRE E

3X SIMA WETSUIT OF THE YEAR


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