OUT | NOV 2015 R$ 11,90
Felipe Cesarano, Grower, Indonésia.
ENTREVISTA DAVE RASTA VOCÊ VAI PENSAR DUAS VEZES ANTES DE COMPRAR SUA PRÓXIMA PRANCHA
“AS HABILIDADES DOS SURFISTAS MODERNOS SÃO FANTÁSTICAS, SÓ NÃO ME INTERESSAM”
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T H E R E E F R O V E R W O R N B Y ROB MACH A D O
Clockwise from action: Bryce Young & Derrick Disney.
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Fomos fundo para mostrar todos os detalhes dessa onda que estรก sendo comparada a Pipeline. Stanley Cieslik no Grower. Foto: Pedro Tojal.
SURF SNOWDONIA
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O LADO B DAS PRANCHAS
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ENTREVISTA DAVE RASTA
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GROWER
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ENSAIO SURFAR
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Na revolucionária piscina de ondas Wavegarden, rolou o primeiro evento Red Bull Unleashed.
Um lado mais experimental e menos competitivo dos shapes.
Ainda sobre modelos de pranchas alternativas, entrevistamos o homem da última capa da Surfar.
A Pipeline made in Indonésia pelas lentes do nosso fotógrafo Pedro Tojal.
A curvas perfeitas da ring girl Barbara Espasandin.
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VA N S . C O M / S U R F
©2015, Vans Inc.
JOEL TUDOR
EDITORIAL Moral lá no alto Já faz algum tempo que o Brasil se tornou uma grande potência do surf mundial, seja no big surf com Carlos Burle, Danilo Couto e Rodrigo Resende, entre outros; ou surf competição com muitas vitórias no Circuito Mundial. A confirmação veio após o título de Gabriel Medina. A mídia especializada internacional acostumada a fazer matérias nas revistas de surf e em sites zoando os brasileiros, muitas vezes de forma pejorativa, agora é obrigada a fazer rasgados elogios na locução dos campeonatos ou estampando fotos de Filipe Toledo e Yago Dora nas capas da Surfing, Stab e na inglesa Carve. Na verdade, nunca incomodamos tanto a supremacia dos australianos e americanos, que há
décadas disputavam entre eles o posto de melhor surfista do mundo. Mas não é só no âmbito das competições e no big surf que os brasileiros se destacam, no free surf temos uma galera de peso que vem fazendo frente em diversos picos espalhados pelo mundo afora. Um exemplo do bom momento que o surf brasileiro vem passando pode ser visto também na Indonésia. De uns quatro anos para cá, a Surfar tem marcado presença em todas as temporadas no Grower, parte mais desafiadora de Desert Point dominada por brasileiros. A onda é considerada por alguns dos melhores tuberiders da atualidade como umas das três melhores esquerdas do planeta, ao lado de Teahupoo e Pipeline.
A Surfar esteve novamente acompanhando de perto a festa de tubos dos nossos freesurfers, que conquistam cada dia mais reconhecimento de sites e revista ao redor do mundo. Para mostrar que esse assunto não é brincadeira, reservamos algumas páginas com uma matéria especial do Grower. Na matéria “O Lado B das Pranchas”, conversamos com alguns shapers, surfistas e lojistas para abrir um pouco os horizontes e entender melhor os designs não competitivos que vêm tendo uma grande demanda no mercado mundial de pranchas. São equipamentos com propósitos e formatos bem diferentes dos perseguidos pelos competidores. Uma ala mais livre para
o shaper criar e o surfista experimentar. E no final da matéria, entrevistamos o freesurfer Dave Rastovich, um surfista que foge de todos os estereótipos que você já imaginou. Uma frase dita durante a entrevista para a Surfar, define bem o ideal do australiano. “As habilidades dos surfistas modernos são fantásticas, só não me interessam.” Nas próximas páginas, você vai poder acompanhar um pouco do que aconteceu de mais importante no mundo do surf. Boa leitura e vamos todos para dentro d’água Surfar! José Roberto Annibal
A praia vizinha de Desert Point é a visão do paraíso. Na capa: Felipe Cesarano. Fotos: Pedro Tojal.
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THE “ALOHA SO-CAL” DREAM HAWAII TO CALIFORNIA COLLECTION VENICE . LOS ANGELES SUMMER 2016
LIVE THE DREAM H D S U R F. C O M . B R - I N S T A G R A M . C O M / H D O F I C I A L - F A C E B O O K . C O M / H D S P O R T S - T W I T T E R . C O M / H A W A I I A N D R E A M S RU A X AVA N T E S , 7 1 9 - 1 2 ยบ A N DA R , S ร O PA U LO - S P
R E LÓ G I O R I P C U R L S E A R C H G P S VO C Ê E N C O N T R A N A S LOJ A S
GABRIEL MEDINA WORLD SURFING CHAMPION
MELHOR DA SÉRIE
Felipe ‘Gordo’ Cesarano relaxado no final de tarde do Grower. Quem olha ele assim, nem imagina o que tem no fundo. Foto: Pedro Tojal.
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DRI-FIT COLLECTION
BÔNUS – SURF SNOWDONIA
Mais de duas mil pessoas “incendiaram” o primeiro evento Red Bull Unleashead, realizado na piscina de ondas artificiais Surf Snowdonia, no País de Gales, Reino Unido. O novo formato competitivo abre possibilidades para que o esporte se torne olímpico nos próximos anos. Foto: Divulgação Red Bull.
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BACKSTAGE
A VOLTA DO SUPERSURF
O retorno do circuito nacional é uma vitória e traz esperança a diversos atletas talentosos que dedicam sua vida ao surf.
Fotos: Divulgação Oi SuperSurf
por GABRIEL PASTORI
Finalmente, depois de longos anos de espera, o surf brasileiro voltou a ter um campeonato de peso. O SuperSurf carrega em seu nome a história do melhor circuito nacional que o Brasil já teve e estava mais do que na hora dele voltar. Os competidores brasileiros que não participam dos circuitos mundiais (WCT e QS) ficaram esses últimos anos “abandonados”, correndo atrás das raras etapas dos eventos regionais, que no final das contas definia um campeão nacional sem muito prestígio. O fato era que pouca gente acompanhava essas competições e por fim quase ninguém sabia quem era o campeão brasileiro. Nesse momento, pelo fato de não ter campeonatos, poucos atletas conseguiram manter seus patrocínios e muitos tiveram que abandonar a carreira. Em contraponto a essa realidade, o público no Brasil acompanhava de perto a ascensão do “Brazilian Storm” na elite do surf mundial, que culminou com o inédito título de Gabriel Medina. Até meados deste ano, nós tínhamos o melhor surfista do mundo, mas não tínhamos sequer um circuito nacional para os outros “duzentos” surfistas de alto nível que vinham depois do Gabriel. Para o grande público, o surf no país era representado apenas por aquela “meia dúzia” que estava no topo e o resto, era de fato o resto. O cenário era composto pela crise econômica do país e a má fase das empresas de surfwear. Por outro lado, o surf vivia seu melhor momento em termos de visibilidade depois do título mundial e, com isso, algumas empresas de fora passaram a ter interesse no esporte que estava em evidência no país. E foi por esse caminho que o SuperSurf conseguiu voltar. Empresas como a Oi e a Furnas são hoje patrocinadoras das quatro etapas que estão sendo realizadas neste ano. E a gente espera que esse seja o primeiro passo para SuperSurf voltar a ser aquele circuito cheio de glamour e prestígio, onde os atletas eram valorizados, reconhecidos e bem pagos.
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Com algumas etapas realizadas, já é possível enxergar alguns fatos. Talvez o mais gritante deles seja a triste realidade da maioria esmagadora dos competidores sem um adesivo no bico. No entanto, é interessante ver os eventos com número máximo de atletas de todas as idades e de todos os cantos do Brasil. Atualmente podemos ver todos os surfistas no SuperSurf. Temos a nova geração com Samuel Pupo, ex-tops do WCT como Raoni Monteiro, guerreiros do QS como Tomas Hermes, Willian Cardoso, Tiago Camarão, além de atletas que fizeram história no “antigo” SuperSurf como Marcelo Trekinho e nomes que estavam meio esquecidos como Charlie Brown que, depois de alguns anos afastado das competições e sem patrocínio, briga hoje pela ponta do ranking. É natural que alguns detalhes ainda devam ser ajustados para que as etapas atraiam mais público, mídia e, consequentemente, investimentos. Porém, nesse primeiro ano da volta do circuito já temos alguns pontos positivos, como a estrutura diferenciada na praia para os atletas e comissão técnica, transmissão ao vivo pela internet (que pode melhorar bastante, mas já funciona bem), redes sociais e sites bem atualizados. Resumindo, a volta do SuperSurf é uma vitória e traz esperança a um monte de atletas talentosos que dedicaram e dedicam sua vida ao surf. Que o circuito melhore e ganhe mais força a cada ano, pois dessa maneira todos nós, surfistas, organizadores e público, sairemos ganhando. Vida longa ao SuperSurf!
GABRIEL PASTORI, 26 anos, freesurfer profissional. gabrielpastori9@hotmail.com | Instagram: @gabrielpastori
DESURFISTAPARASURFAR As melhores fotos dos nossos leitores.
#DESURFISTAPARASURFAR Quer ver sua foto na Revista Surfar? Siga @revista_surfar + @lostbrasil e marque suas postagens com a hashtag #desurfistaprasurfar e @lostbrasil. As cinco melhores serão publicadas nesta coluna. De quebra, levam um kit ...LOST de roupas cada uma.
@R O D _ B I R T H
@F E L I P E M E D I N A R
“Início de férias, pós-semana de provas, chegar na praia com o sol rasgando e dar de cara com o quintal de casa de gala resultou nisso aí (risos)!”
“Apesar de eu já ter cinco temporadas em Todos Santos, esse foi um dos dias mais assustadores, porém o mais gratificante. Essa foi a primeira série que veio logo quando caí na água. Só lembro de virar o bico da gunzeira e me comprometer na remada. O drop foi o mais intenso que já tive e só pensava em completar a onda de qualquer maneira.”
@R O D R I G 0 N U N E S
“Um sábado típico em Arraial, na Praia Grande. Sol, altas ondas e, por incrível que pareça, água quente. Tubos e mais tubos, mas nessa onda o Renatinho deixou isso de lado e foi atacar o lip com toda sua força dando essa linda batida. Eu, felizardo, estava no lugar certo e na hora certa!”
@A L E X A N D R E R I B E I R O _ X A N D I N H O
“Fim de tarde especial. As ondas estavam perfeitas com a maré seca, cinco pessoas na água e um visual incrível do pôr do sol. Surfei esse tubo e registrei o momento mágico! Foi minha primeira vez em G-Land. Lugar lindo no meio da selva com uma grande variedade de animais, muita tranquilidade, altas ondas e terral o dia inteiro.”
@ IMAGENSUMIDAS (Guel Varalla)
“Edson Junior é um desses surfistas que, de tanto espremer o potencial de uma onda, parece que está inventando na sua frente enquanto vai surfando.”
POR TRÁS DAS ONDAS
Fotos: Alexandre Bigliazzi Expo Mundo Surf
EXPO MUNDO SURF AGITA SÃO PAULO
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01- O Complexo Tatuapé foi invadido por uma galera interessada na cultura surf. 02- O coquetel do evento contou com a presença de atletas da elite, como Filipe Toledo, Alejo Muniz e Miguel Pupo, além do skatista Bob Burnquist. 03- Os irmãos Suplicy agitaram o público com seu som. 04- Durante o evento foi improvisada uma praia artificial. 05- Família Medina.
DURANTE 26 DIAS, O COMPLEXO TATUAPÉ CELEBROU A CULTURA DO SURF NA CAPITAL FINANCEIRA DO PAÍS, A CIDADE DE SÃO PAULO. por RÔMULO QUADRA O Complexo Tatuapé, formado pelos shoppings Metrô Tatuapé e o Metrô Boulevard Tatuapé, na cidade de São Paulo, realizou entre os dias 02 e 27 de setembro a Expo Mundo Surf. A mostra ofereceu “uma viagem no tempo” desde os primórdios do esporte, com seus precursores havaianos, até o primeiro título mundial do Brasil, conquistado por Gabriel Medina no ano passado. “O surf sempre cativou as pessoas, o mar fascina e a bravura dos surfistas sempre impressiona. Nessa exposição, traçamos uma linha do tempo desde Duke Kahanamoku até o Medina. Outro ponto interessante é que a exposição foi montada no centro econômico do país que é São Paulo, uma cidade longe do mar, e conseguimos mostrar todo o potencial do surf para o mundo empresarial”, disse Alemão de Maresias, idealizador da exposição. O coquetel de abertura do evento, que aconteceu um dia antes da estreia, contou a presença de um time fortíssimo de surfistas brasileiros, entre eles Adriano de Souza, Miguel Pupo, Filipe Toledo, que seguem na corrida pelo título mundial nesta temporada, e Alejo Muniz. Além de poder tietar os ídolos do esporte, o público presente pôde curtir o som da banda Brothers of Brazil, formada pelos irmãos Supla e João Suplicy. A exposição ainda levou pranchas, roupas e acessórios de surf, fotos e informações históricas e atuais, como o ataque de tubarão sofrido pelo surfista australiano Mick Fanning, na África do Sul, durante
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o J-Bay Open. Também foram oferecidas aulas de surf gratuitas, mas em formato lúdico, é claro, e para aumentar a dose de realidade o piso do shopping foi coberto de areia. Composta por dez espaços temáticos, a Expo Mundo Surf ofereceu diversas atividades realizadas nos shoppings que formam o Complexo. O estande organizado pela Broou, aplicativo para celulares que prevê as condições das ondas, foi um dos mais badalados do evento. “Nós fechamos parceria com a Expo Mundo Surf em julho e ficamos super felizes com o resultado. Divulgamos o nosso serviço e explicamos como funciona o nosso modelo de previsão de ondas. Nossa equipe de oceanógrafos interpreta os dados da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), agência americana de dados em águas profundas e refina a informação para as áreas costeiras. O Broou conta com picos do mundo todo”, disse Felipe Barros, gerente de Marketing da Broou. O evento de grandes proporções só foi possível graças ao esforço conjunto do marketing do Complexo Tatuapé junto ao big rider Alemão de Maresias. “Ainda no ano passado, o Alemão nos procurou com uma ideia de um projeto ligado ao surf. Nós, do Marketing do Complexo Tatuapé, abraçamos a causa, afinal o esporte estava em alta. O projeto foi feito a quatro mãos. O Alemão de Maresias veio com a ideia inicial e o nosso marketing amadureceu o projeto”, explicou Sylvia Navarro, gerente de Marketing do Complexo Tatuapé.
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MEDINA VOLTOU! Robertson/WSL
por BRUNO LEMOS
Depois de um período sem conquistar resultados, Medina voltou com força total: vice-campeão no Tahiti e terceiro na Califórnia. As últimas etapas do Circuito Mundial foram, no mínimo, interessantes. Apesar de Mick Fanning ter “tomado” a camisa amarela do Mineirinho, o saldo em geral foi bom para os brasileiros. Antes mesmo da etapa de Trestles começar, já havia uma grande especulação de que nossos atletas iriam dominar o evento. Quem pensou dessa forma acertou, pois tivemos um bom número de brasileiros entre os finalistas. Talvez a maior frustração foi não ter visto um dos nossos representantes vencendo a competição, mas não é exagero dizer que dominamos na etapa da Califórnia. Na visão de muitos é algo normal, afinal, o Brasil não tem ondas muito grandes e os brasileiros são famosos no circuito por se darem bem em condições pequenas a médias, principalmente aquelas que permitem manobras acrobáticas. Já que o assunto é surf competição, acho válido comentar um pouco sobre o que aconteceu na durante a etapa do Tahiti. Um lugar que muitos gostam de enfatizar que é uma onda difícil para os brasileiros, que nossos atletas
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não se dão bem em Teahupoo, que ali só quem se dá bem são os “bambambans” do circuito... Enfim, ano passado, Gabriel Medina foi até lá e ganhou de todos os caras num mar cabuloso e tubular. Algumas pessoas acharam que foi “sorte de principiante”. Mas, para aqueles que pensaram isso, provavelmente vou ter que tentar achar uma nova desculpa para poder explicar a performance de Medina agora em 2015. Talvez o momento mais incrível do evento tenha sido a bateria dele contra o John John Florence, só com nota alta excelente, justamente na hora que o mar ficou muito bom e não parava de vir onda! Ou seja, não tem desculpa, Gabriel ganhou do havaiano, que provavelmente tem mais horas dentro do tubo do que a maioria de qualquer outro surfista no planeta já teve. Além do Gabriel Medina, todos os outros brasileiros se apresentaram muito bem na etapa do Tahiti e só havia comentários positivos. E, para finalizar, ver o Gabriel subir no pódio novamente foi muito bom! Ouvi mui-
ta gente achando estranho que Medina, depois de ganhar o título mundial, não estava conseguindo se achar nas baterias e não estava conquistando resultados. Mas a resposta está aí: vice-campeão no Tahiti e terceiro na Califórnia. E agora, faltando apenas três etapas para o término do circuito, a briga vai ser boa! Eu, particularmente, gostaria muito de ver o Mineirinho ser campeão mundial. Adriano está super focado, surfando muito... Se o quesito dedicação contasse, com certeza ele já teria ganhado! Nunca vi um surfista que treina tanto quanto ele! Veterano do time verde-amarelo do Tour, Mineiro merece ser o próximo brasileiro a conquistar um título mundial. Pois, do jeito que as coisas andam, ainda teremos muitos canecos vindo para o Brasil no futuro. Tomara que em 2015 venha mais um! Aloha!
BRUNO LEMOS é fotógrafo carioca radicado há mais de vinte anos no North Shore, Hawaii.
Pedro Tojal
ACESSE
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Nosso fotógrafo correspondente na Califórnia, Marcio Canavarro, cobriu os bastidores do Vans US Open of Surfing 2015. A etapa QS 10.000 (antigo Prime) do calendário da WSL é considerada por muitos como o maior evento de surf do mundo pela super estrutura que apresenta, além de todo ano ser um sucesso de público e audiência. Confira o que rolou durante o evento. Fotos: Marcio Canavarro
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01- O Píer de Huntington Beach ficou lotado durante a competição. 02- Os biquínis brasileiros já chegaram nas areias americanas. 03- Felipe Moreira com Amanda e Rodrigo Bolha. 04- A cavalaria é sempre um show à parte. 05 - O US Open of Surfing fica sempre lotado. 06- Torcida #GO77: Davizinho Toledo, Letícia Bufoni, Mari Toledo e Ricardo Toledo. 07- Qual será a sonzeira que Alex Ribeiro estava curtindo antes da sua bateria? 08- Filipe Toledo super atento a tudo que rolava dentro d’água. 09- Daniel Cortez, Matheus Toledo e Jean da Silva. 10- A super estrutura do Vans US Open of Surfing. 11- O campeão Hiroto Ohara quebrou. “Wasabi”!
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A segunda etapa do Oi SuperSurf rolou em Ubatuba com o catarinense Tomas Hermes se consagrando como campeão nas ondas da Praia Grande. O evento contou com a presença de uma galera de peso, entre eles, atletas renomes do surf nacional. Confira! Fotos Levy Paiva
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01 – A panicat fez a alegria nas areias de Praia Grande. 02 – Os finalistas Alex Ribeiro (3º), Thiago Guimarães (3º) e Jihad Kohdr (2º). 03 – O local do pico Hizunomê Bettero com sua família. 04 – O mestre da plaina Ricardo Martins e o ex-WCT Paulo Moura. 05 – As beach girls deram um show à parte. 06 – “Camelos” envenenados e estilosos. 07 – A produção feminina para felicidade do público presente. 08 – A família ubatubense de Wiggolly Dantas, integrante do WCT. 09 – Hizunomê foi “fisgado” pela repórter do programa Pânico. Se liga aí Hizú! 10 – Heitor Alves com fome de baterias. 11 – A bela tatuagem da gata! 12 – O competidor e atual presidente da ABRASP, Dunga Neto. 13 – Sempre na ativa, Paulo Moura e Anselmo Correia.
POR TRÁS DAS ONDAS - SNOWDONIA SURF REDBULL
Fotos Divulgação Red Bull
ALBEE LAYER VENCE O PRIMEIRO RED BULL UNLEASHED
Apesar de ser freesurfer, Albee Layer foi convidado para a competição.
O havaiano Albee Layer venceu a primeira competição Red Bull Unleashed. Realizado em setembro, o evento aconteceu na piscina de ondas artificiais Surf Snowdonia, no País de Gales, e o clima contagiante do espetáculo envolveu os competidores. “Eu não sabia pelo o que esperar. Mas foi incrível surfar tão perto da torcida! Com música tocando, a energia te contamina. E vencer nessas condições te deixa louco”, disse o campeão, local de Maui. --- por RÔMULO QUADRA Mais de dois mil espectadores estiveram presentes na vitória do havaiano Albee Layer na primeira competição Red Bull Unleashed e aprovaram o novo formato competitivo. O ponto mais positivo sobre as piscinas é que todas as ondas são praticamente iguais e nunca param de vir. O surfista sulafricano integrante da elite mundial, Jordy Smith, assistiu tudo de perto e gostou do que viu. “Nesse tipo de competição, os surfistas têm as mesmas chances e oportunidades. O melhor sempre vai vencer!”, explicou Jordy sobre a vantagem da nova modalidade. A competição contou com 16 surfistas, entre eles Ian Gouveia, o único brasileiro convidado para o evento. Infelizmente, Ian foi eliminado logo no primeiro round pelo havaiano Albee Layer, que mais tarde se tornaria o campeão. Mas a desclassificação prematura não afetou a experiência inovadora vivenciada pelo nosso representante. “Sempre foi um sonho poder surfar em uma Wavegarden. Quando recebi o convite para competir no Red Bull Unleashed no
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Surf Snowdonia, eu fiquei amarradão! Com certeza foi uma das experiências mais incríveis que já tive, a onda é muito perfeita! Você pode treinar todas as manobras que quiser e, se cair, não tem problema. Depois de exatamente três minutos, você pega outra igual (risos). A competição foi muito maneira, tinham duas mil pessoas em torno de nós gritando e vibrando. Os competidores tinham certeza que a onda viria e seria perfeita. Com certeza, isso é o futuro do surf. Acredito que em alguns anos vamos ter estádios de surf e o surf será esporte olímpico!”
Os finalistas do primeiro Red Bull Unleashed: Billy e Albee.
A PALAVRA DO CAMPEÃO: Como foi a experiência de vencer um campeonato tão inovador? Foi loucura! Tinha uma multidão acima e ao nosso redor. O público estava ensandecido! Era divertido, mas batia um nervosismo quando a onda apontava e eu precisava de uma nota alta. Qual foi a estratégia adotada? A minha estratégia foi tentar me destacar pela variação de manobras. No decorrer da competição, eu fui percebendo a importância de telegrafar cada movimento antes mesmo de dropar a onda. No fim das contas, qual foi seu retorno financeiro e imaterial? Os meus prêmios foram os 5.000 pounds pelo primeiro lugar e a experiência de estar em um evento da Red Bull. Também gostaria de participar do próximo evento.
Billy Stairmand ficou como vice no evento.
SURF SNOWDONIA: A DISNEYLÂNDIA DOS SURFISTAS Snowdonia é o nome de uma região localizada na parte norte do País de Gales e de um Parque Nacional com rios, lagos e florestas, tudo bem distante do mar. Mas, por incrível que pareça, é nesse lugar onde rolam as ondas mais perfeitas e constantes do Reino Unido. Tudo graças ao empenho de muitos engenheiros e mecânicos que viabilizaram a “Surf Snowdonia”, uma piscina com tecnologia da empresa Wavegarden, especializada em ondas artificiais. A piscina assume proporções de uma lagoa com 300 por 113 metros de largura e é capaz de gerar ondas de até dois metros de altura, com um intervalo mínimo de 30 segundos. Assim, o maquinário funcionando a todo vapor pode criar 120 ondas por hora, que correm por 18 segundos, todas perfeitas, de fazer chorar qualquer fissurado pelo surf. A Wavegarden é, ecologicamente falando, menos agressiva do que as patentes concorrentes por consumir bem menos energia.
A construção da “Disneylândia do surf” custou cerca de oito milhões de euros, algo próximo dos 31 milhões de reais, e durou um ano para ser finalizada. Para os maníacos que esperam pela vez de se jogar de cabeça na piscina, Snowdonia também oferece a opção para acampar no parque, pois são disponibilizados chalés que podem hospedar até quatro surfistas, além de cafés e restaurantes. Mas nem tudo são flores, a brincadeira custa caro, ainda mais quando convertemos para a nossa moeda. Existem muitos pacotes e um surfista intermediário vai precisar desembolsar pelo menos 29 libras para uma sessão de uma hora, ou seja, quase 200 reais. Mas a questão é: vento, maré, corrente e swell, fatores essências para a prática do surf, não existem em Snowdonia. As ondas sempre estão lá, vistosas, sem o perigo do flat, mar mexido e irregular. Provada e aprovada pelos surfistas profissionais, parece que as ondas artificiais vieram mesmo para ficar.
Visão aérea de Surf Snowdonia.
O público assistiu a tudo de perto, como num estádio.
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INSTAGRAM GATAS DO SURF
Fotos Arquivo Pessoal Instagram
Não perca os melhores cliques das mais gatas do surf pelo mundo afora. Beleza, estilo e atitude dentro e fora d’água!
@keliamoniz “just having fun” com suas amigas.
@maliamanuel não perde tempo e parte para mais uma session em algum secret spot.
@lauraenever em conexão total com a fauna marinha no Tahiti.
@maya mostra que também manda muito como modelo bem longe das ondas.
@ma_werneck curte o belo visual da Cidade Maravilhosa no topo do Morro Dois Irmãos.
@alanarblanchard e suas amigas com certeza chamaram a atenção durante o passeio de bike nas Maldivas.
@camillacallado num momento de puro relax em algum pico paradisíaco.
@xococoho beleza e estilo dentro e fora d’água.
@chloecalmon aproveitou o fim de tarde alucinante em Saquarema.
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É COMO S E A S UA BA N DA P R E F E R I DA LANÇASSE U M D I S C O N OVO.
N OVO WO O H O O, N OVO V I S UA L , N OVO S O M , N OVO S I T E , N OVA P R O G R A M A Ç Ã O, AG O R A A I N DA , M A I S WO O H O O. SURFE O CANAL NA WEB: WO O H O O. C O M . B R
S U R F E - S K AT E - E N T R E V I S TA S - T R I P S - M Ú S I C A S - D O C U M E N T Á R I O S - LY F E S T Y L E
@brentbielmann
Fotos Arquivo Pessoal Instagram
Entre uma trip e outra atrás das ondas perfeitas pelo mundo afora, os tops, freesurfers e amantes do surf aproveitam para registrar em suas redes sociais o que também rola dentro e fora d’água. Confira!
@jamie o brien 1 pegando fogo dentro d’água: “The world will end in fire!”
@anthony_walsh_ não poderia ter escolhido lugar melhor para meditar.
@carlosburle mostra neste belo fim de tarde que alguns momentos na vida são únicos e inexplicáveis.
@garrettparkes queria demonstrar o quê ao postar esta imagem?
@joaochumbinho mergulha em seus “Hawaiian Dreams”.
@kailani_jabour não resistiu e postou esse belo visual.
@mayhemb3_mattbiolos manda sair da frente porque atrás vem gente! “Excuse me, while I kiss the sky” .
@mcnamara_s parabenizando seu sobrinho: “Happy birthday to my amazing nephew @landon_ mcnamara. Nothing but love, never change!”.
@adrianodesouza e uma parte do pelotão brasileiro sempre a postos em algum pico pelo mundo.
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A novidade é que dessa vez a grande estrela do filme da revista californiana e, consequentemente, da noite da première foi um brasileiro. Os holofotes da principal publicação de surf americana estavam todos voltados para os aéreos de Filipe Toledo!
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Fotos: Marcio Canavarro
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Durante os dias do Hurley Pro at Tresltes, etapa do WCT, a Surfing aproveitou para lançar “Spinning At The Speed Of Now”.
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01 – Premiére de “Spinning At The Speed Of Now” em San Clemente: muito surf, gente bonita e altas vibes. 02 – Miguel Pupo, o protagonista Filipe Toledo e Bruno Baroni amarradões com o filme. 03 – Yago Dora com sua irmã Isa. 04 – As belas Lelê Albano, Ana Padaratz, Patricia Eicke, Karoline Esser e Isa Dora. 05 – Yuri Gonçalves e Paôla. 06 – Matheus Toledo com Laiz Bozzetto. 07 – Adriano de Souza e Miguel Pupo também foram prestigiar Filipinho. 08 – Leandro ’Grilo’ e Michelle Dora. 09 – Tietagem! Filipe Toledo fez a alegria da molecada de San Clemente. 10 – O casal Neco e Ana Padaratz marcou presença. 11 – Galera reunida para assistir o novo filme do Filipinho. 12 – Vitinho Pradines e Kelli Figueroa.
Com a vitória, Bino subiu para a 2ª colocação no ranking nacional e é um dos favoritos ao título.
BINO VENCE NA JOACA E BRIGA POR TÍTULO O baiano Bino Lopes foi o grande campeão da terceira etapa do Circuito Oi SuperSurf, realizada na Praia da Joaquina, em Santa Catarina, e embolou a briga pelo título nacional.
Divulgação Oi SuperSurf
EVENTOS OI SUPERSURF PRAIA DA JOAQUINA
Magnum Gonçalo
Bino Lopes veio embalado pela vitória no QS 1500 em Anglet, França, direto para o pódio da Joaquina.
A caravana do Oi SuperSurf dessa vez montou o espetáculo em Florianópolis, na Praia da Joaquina. Como nas outras etapas, 160 surfistas de treze estados do país participaram da maratona de baterias que durou cinco dias num frio intenso, bem característico do inverno de Santa Catarina. A torcida local sentiu a ausência de Tomas Hermes, único catarinense com chances de assumir a ponta do ranking. Tomas cancelou sua participação porque foi convocado para disputar, na mesma semana, a etapa do WCT de Trestles, nos Estados Unidos. Outro desfalque de peso para o evento foi o paulista Alex Ribeiro, que se recuperava de uma lesão. Alex tem chances de levar o título nacional e conquistar uma vaga na elite do surf mundial no ano que vem. Com a vitória e os 6.000 pontos conquistados, Bino Lopes subiu 20 posições no ranking nacional, saindo da 22ª para a 2ª colocação, entrando na disputa direta pelo título brasileiro, que não é conquistado por um surfista da Bahia desde os tempos de Jojó de Olivença, campeão em 1988 e 1992. Bino também foi o primeiro baiano a vencer etapas do SuperSurf em toda a história da competição, que promoveu o circuito nacional mais rico do mundo entre 2000 e 2009 e retornou agora com o patrocínio da Oi e da marca de surfwear Smolder, com
participação de Furnas. Mas, para alcançar tal feito, o baiano precisou encarar uma pedreira na decisão da Joaca: o carioca ex-top mundial Leo Neves. “Deus me abençoou para conseguir pegar boas ondas nas baterias. Eu sabia que a final ia ser incrível porque o Leo Neves é um grande ídolo nacional, já foi do WCT e é um cara muito experiente que assisto desde criança. Eu fiz uma estratégia de pegar as esquerdas e deu certo, finalizei com um 8,5 que me garantiu a vitória”, contou.
”DEUS ME ABENÇOOU PARA CONSEGUIR PEGAR BOAS ONDAS NAS BATERIAS. EU SABIA QUE A FINAL IA SER INCRÍVEL PORQUE O LEO NEVES É UM GRANDE ÍDOLO NACIONAL, JÁ FOI DO WCT E É UM CARA MUITO EXPERIENTE QUE ASSISTO DESDE CRIANÇA.” – BINO LOPES 61
Magnum Gonçalo
EVENTOS OI SUPERSURF PRAIA DA JOAQUINA
Leo Neves, 35 anos, mostrou muita competitividade para encarar a nova geração e garantir o segundo lugar.
A terceira colocação Caio Ibelli, confirmou a boa temporada que vem fazendo.
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Depois, o baiano despachou o paraibano José Francisco, uma das surpresas dessa etapa, nas quartas de final e acabou com a possibilidade de Kymerson assumir a ponta, derrotando-o nas semifinais. Já o carioca Leo Neves ganhou a disputa pelas duas últimas vagas para as quartas de final, superando três talentos da nova geração: o paulista Jesse Mendes, o pernambucano Alan Donato e o paulista Thiago Guimarães, que estava na briga pela liderança do ranking. Na disputa seguinte, ele derrotou outro bicampeão brasileiro, o cearense Messias Felix. Leo ainda surpreendeu ao superar o paulista Caio Ibelli, que na fase anterior tinha conseguido a primeira nota 10 do ano num tubaço nas direitas da Joaquina pela semifinal do evento. Quatro surfistas poderiam tirar a liderança do ranking brasileiro do paulista Flavio Nakagima no último dia do Oi SuperSurf de Florianópolis, mas nenhum deles conseguiu a colo-
Pedro Monteiro/ Divulgação
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A boa fase de Bino Lopes também repercute fora do país. O baiano veio para a terceira etapa do SuperSurf embalado pela vitória conquistada no Circuito Mundial, o QS 1500 em Anglet, França. “Estou até sem palavras, é muita emoção! Esse último mês tem sido incrível para mim porque consegui uma vitória no Circuito Mundial lá na França (QS 1500 em Anglet) duas semanas atrás, agora aqui também e só tenho que agradecer a Deus, meus amigos, família, patrocinadores e todas as pessoas que estão sempre comigo nas horas ruins e nas horas boas”, disse Bino. No caminho até a grande final de Florianópolis, Bino Lopes e Leonardo Neves tiveram que enfrentar as difíceis condições do mar. Bino entrou na segunda bateria do dia e passou em primeiro lugar junto do segundo colocado, o capixaba Krystian Kymerson, que tinha chances matemáticas de tirar a primeira posição no ranking do paulista Flavio Nakagima.
O capixaba Krystian Kymerson é mais um forte canditado ao título.
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Bino Lopes em momento de êxtase após vencer a bateria final.
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Divulgação Oi SuperSurf
cação que precisava para isso. O primeiro a cair foi o baiano Marco Fernandez, barrado por outro concorrente, o capixaba Krystian Kymerson, no confronto vencido pelo campeão Bino Lopes na rodada que abriu o domingo decisivo na Ilha de Santa Catarina. Duas baterias seguintes, ainda pela sexta fase da competição, o paulista Thiago Guimarães também saiu da briga na disputa pelas duas últimas vagas para as quartas de final, que ficaram com o carioca Leonardo Neves e o paulista Jesse Mendes. Agora a briga pelo título nacional embolou de vez. A diferença entre Flavio Nakagima, primeiro lugar do ranking nacional, e Messias Felix, em décimo, é de pouco mais de 2.000 pontos. Em outras palavras, com tantos surfistas na briga pelo título, a finalíssima que será disputada na Praia de Itaúna, em Saquarema, entre os dias sete e onze de outubro, vai pegar fogo!
Praia da Joaquina, tradicional em fazer grandes eventos.
RESULTADO OI SUPER SURF PRAIA DA JOAQUINA
1º- Bino Lopes (BA)
5º- Willian Cardoso (SC)
2º- Leonardo Neves (RJ)
5º- José Francisco (PB)
3º- Krystian Kymerson (ES)
5º- Jesse Mendes (SP)
3º- Caio Ibelli (SP)
5º- Messias Felix (CE)
TOP-20 DO RANKING BRASILEIRO DA ABRASP - 8 etapas: 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º
Flavio Nakagima Bino Lopes Krystian Kymerson Jihad Kohdr Charlie Brown Tomas Hermes Thiago Guimarães Hizunomê Bettero Marco Fernandez Messias Felix Willian Cardoso Thiago Camarão Leonardo Neves Ian Gouveia Alex Ribeiro Deivid Silva David do Carmo Saulo Junior Alan Jhones Alandreson Martins
(SP) (BA) (ES) (PR) (CE) (SC) (SP) (SP) (BA) (CE) (SC) (SP) (RJ) (PE) (SP) (SP) (SP) (SP) (RN) (BA)
11.995 pontos 11.550 11.040 10.710 10.580 10.270 10.200 10.052 10.010 9.720 9.615 9.330 9.240 8.470 8.390 8.335 8.290 7.915 7.700 7.660
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NA MEDIDA O paulista JOHNNY CABIANCA começou a fabricar pranchas profissionalmente em 1980. O convite para fazer parte da Pukas veio em 2003, quando ainda morava no Hawaii. “Era tanto para ajudar ou ensinar os shapers a utilizar a máquina CNC, treinar novos back shapers, manutenção... Os donos e chefes da Pukas sempre deixaram claro que nunca iriam investir em um nome ou shaper brasileiro devido à imagem que carregávamos”, conta. Mas em 2007, Cabianca recebeu a proposta de uma fábrica, daí a Pukas decidiu convidá-lo para fazer parte do time de shapers. Já o trabalho com GABRIEL MEDINA só começou dois anos depois: “Comecei a trabalhar com o Gabriel, a princípio, com pouco caso por parte da Pukas, tanto que as primeiras pranchas foram pagas do meu bolso. Daí, a ascensão foi muito rápida. Mas o respeito quanto ao meu trabalho, somado à grande recessão na Europa, fizeram aumentar as desavenças, então a solução foi finalizar os trabalhos, mantendo a amizade, e dar início ao meu novo projeto.” Recentemente, Johnny anunciou que vai criar a sua própria marca, a Cabianca Surfboards, que como já era de se esperar terá como team rider número 1 o nosso campeão mundial. “Quero ter minha fábrica nova funcionando, aonde eu consiga verdadeiramente colher os frutos do ano de 2014. Sempre estarei com o Gabriel e toda sua família, Quanto aos desenhos, em time que está ganhando não se mexe (muito)!”, diz o shaper.
GABRIEL MEDINA POR JOHNNY CABIANCA
JOHNNY CABIANCA POR GABRIEL MEDINA
Recebi o Gabriel e o Charles em minha casa em Zarautz, Espanha, depois da vitória dele na Praia Mole em 2009. Foi uma época divertida e de muito surf, com direito a uma vitória espetacular no King Of The Grommets da França. Apesar da resistência inicial da Pukas, no início de 2010 o Gabriel já estava 100% com minhas pranchas. Trabalhar com ele sempre foi gratificante, pois há uma segurança muito grande quanto aos meus shapes. Muitas vezes ele cai em baterias com pranchas que nunca surfou antes, passando parafina pela primeira vez, e saem grandes scores. Atualmente tem sido igual, porém um pouco mais organizado quanto ao local onde ele está competindo. Já temos arquivos prontos para as diferentes condições do Tour. Sempre faço alterações mínimas, visando a mudança do seu corpo, mas as curvas já foram discutidas antes. Hoje o Gabriel me passa mais suas ideias de pintura do que alguma mudança de shape. Ele tem viajado sempre, mais ou menos, com 15 pranchas. Dependendo do pico, como foi em Trestles, são três 5’10” dFK e o resto 5’11” também dFK. Nunca tem uma prancha ruim, mas quando ele faz uma boa bateria aquela vira “a mágica”. Gosto de fazer pranchas para o Gabriel, pois ele não alivia nas curvas e aéreos, nem no free surf. Minha característica é criar sempre algo a mais que traga velocidade na prancha. Nos pés dele, posso ver todos meus “temperos”. O Gabriel sempre prova outros shapes e seu comentário é sempre positivo para minhas pranchas.
Aos 15 anos de idade, fui para a Europa correr umas etapas do QS e a final do King Of The Groms. Eu e meu pai Charles já conhecíamos o Johnny Cabianca em Maresias e sabíamos que ele estava trabalhando em uma fábrica de pranchas na Europa, a Pukas. Na época, eu testei duas pranchas shapeadas pelo Cabianca, acabei tirando duas notas 10 na final do King na França e ganhando o campeonato. Os donos da Pukas e o Johnny assistiram tudo da areia e, a partir daí, começamos uma parceria que dura até os dias de hoje. Na hora de produzir uma nova prancha, nossa conversa é sempre a três. Falo o que sinto da prancha, o Charles diz o que está observando da areia e passamos isso para o Johnny. Normalmente, todas as pranchas ficam boas, então, só preciso surfar para evoluir. Meu equipamento vem me ajudando desde os meus 15 anos e foi assim que cheguei até a conquista do título mundial. É um trabalho a longo prazo... Meu quiver atualmente varia de 5’11” a 6’2” e no momento estou gostando muito da minha 5’11” rabeta round, que está tendo um ótimo desempenho. Não pretendo pedir nenhuma mudança no meu quiver para o restante de 2015 e nem para o ano que vem. Comecei o ano perdendo, mas agora me sinto bem e confiante.
dFK (da Freak Kid) - 5’11” x 19 x 2 7/16 x 29 litros modelo desenvolvido para Medina desde 2009 rabeta round.
Marcio Canavarro
Medina “airlines”.
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NA WEB
Fotos: Facebook
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“ESSES SÃO OS 34 MELHORES SURFISTAS DO MUNDO E ELES TÊM QUE COMPLETAR AS MANOBRAS DELES. SE VOCÊ FIZER O AÉREO MAIS IRADO QUE JÁ FOI VISTO E ATERRISSAR NA SUA BARRIGA, É UMA MANOBRA INCOMPLETA.”
@Richie Porta o chefe de juízes da WSL deu sua versão sobre o aéreo em que Kelly Slater aterrissou de joelhos para depois levantar. A manobra rendeu uma polêmica grande na internet.
“LAMENTAMOS O FATO DA EXPRESSÃO (BRAZILIAN STORM) SER USADA COM FINS COMERCIAIS, RELACIONANDO-A COM A NOSSA IMAGEM SEM A DEVIDA AUTORIZAÇÃO.” @Filipe Toledo o paulista e outros integrantes brasileiros do WCT postaram um comunicado para deixar claro que estão desvinculados da marca de surfwear Brazilian Storm.
“AQUI VOCÊ SURFA CONTRA OS MELHORES DO MUNDO E SEI QUE UM QUARTO TÍTULO MUNDIAL NÃO SERÁ FÁCIL CONSEGUIR, ESPECIALMENTE QUANDO EU TENHO QUE SURFAR CONTRA UMA PESSOA COMO O ADRIANO.” @Mick Fanning o tricampeão mundial sabe que não vai ter vida fácil nas últimas três etapas do WCT.
“MESMO COM TODA A TECNOLOGIA QUE EXISTENTE ATUALMENTE, O HANDSHAPE, PARA MIM, REPRESENTA A PURA ARTE DE SHAPEAR. SEM INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS, APENAS AMOR AO TRABALHO.” @ Daniel Friedmann o carioca não troca o sentimento de shapear uma prancha com suas próprias mãos pela facilidade das máquinas de hoje em dia.
Acompanhe a Surfar pelo Twitter: www.twitter.com/revistasurfar.com.br
“O BRASIL REFORMULOU, APRENDEU E AGORA CHEGAMOS. CHEGA DE APANHAR E SOFRER. CHEGA DE BAIXA AUTOESTIMA. ESTAMOS AQUI DEFENDENDO A BANDEIRA. SE TEMOS DIFICULDADES, LUTAMOS PARA MELHORAR. E É ISSO QUE EU TORÇO E PEÇO PARA A GALERA.”
@Adriano de Souza destacou no site globoesporte.globo.com o sucesso dos brasileiros tanto em ondas como as de Trestles, quanto nas ondas pesadas e tubulares como Fiji, Teahupoo e Pipeline.
“SE DIVERTIR É MUITO MAIS IMPORTANTE DO QUE SER A MELHOR. SE DIVIRTA SENDO O SEU MELHOR!” @Bethany Hamilton a surfista havaiana não venceu nenhuma bateria no Hurley Pro at Trestles, mas saiu de lá como uma campeã.
apresenta:
18.19 ABRIL - ARPOADOR 27.28 JUNHO - BARRA DA TIJUCA 24.25 OUTUBRO - RECREIO
R D O
S U R F
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Inscrições pela Feserj
EQUIPAMENTOS
O equipamento utilizado pelos atletas nos eventos da WSL é o foco dos holofotes da grande mídia. Mas nem só de baterias vive o esporte. Existem pranchas de surf com formatos e propósitos bem diferentes dos perseguidos pelos competidores. O Lado B das Pranchas é uma ala mais livre para o shaper criar e para o surfista experimentar. ––––– por RÔMULO QUADRA
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Divulgação Rusty
Shape Room da Rusty na Califórnia. No cavalete, um foguete.
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Feilipe Ditadi
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O
Instagram Mark Richards
s anos 70 foram um verdadeiro caldeirão cultural. Nessa década surgem os hippies, o rock psicodélico... A contracultura estava viva e pulsante. O movimento atingia os jovens direta ou indiretamente por todos os lados. Uma época de liberdade, contestação e experimentação. Em 1967, Jimi Hendrix explode para o mundo com o seu cartão de visitas, o aclamado disco Are You Experienced. A obra destacou a psicodelia do músico e retratou como poucos o conceito que iria reger a década seguinte: experimentar. No surf não foi diferente. A galera quis testar, provar novos sabores, criar novas tendências... A inovação não foi exclusiva da década de 70, os modelos mini-simmons foram criados por Bob Simmons nos anos 50, por exemplo. Mas a década de 70 foi contestadora, um movimento de surfistas e shapers decidiram rever os padrões das pranchas e muitos resolveram reduzir os longboards. Já outros optaram por mudar a disposição das quilhas e alguns foram mais ousados, criando shapes alternativos e até assimétricos. Nesse recorte espaço temporal são criados os modelos fishs, as biquilhas e aparecem outlines surreais. Mas como a teoria não se sustenta sem a prática, Mark Richards, o inventor do sistema “Twins” (biquilha), foi tricampeão mundial entre 1979 e 1982 surfando de biquilha, uma invenção progressista para aquela época. Diante de tal feito, muita gente pelo mundo teve um estalo: inovar é preciso. Voltando ainda no passado, para os que viveram a época das fitas cassete de música lembram que elas contavam com dois lados: o “A” seguia uma linha Pop e o lado “B” era um espaço para o artista se expressar, digamos, de forma mais livre. “Surfar é como música e as pranchas são como os instrumentos musicais. Não há nada de errado com a música Pop, muitas pessoas a amam. Só que eu prefiro batidas irregulares e expressões mais psicodélicas”, diz Dave Rastovich, criando uma analogia entre música e surf. ‘Rasta’, como é chamado, foi capa da Surfar, na edição de agosto, pegando um tubo de 10 pés com uma biquilha em Nias.
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“Não há nada de errado com a música pop, muitas pessoas a amam. Só que eu prefiro batidas irregulares e expressões mais psicodélicas.” Dave Rastovich
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Arq. Pessoal Fabio Gouveia Henrique Pinguim/ Liquid Eye
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“Minha curtição são as twins (biquilhas), pois com elas pode-se atingir a performance de qualquer outra prancha.” Fabio Gouveia
04 MÃOS À OBRA
O ídolo Fabio Gouveia, agora aposentado das competições, se dedica há algum tempo na arte de shapear pranchas. Os contornos criados por Fabinho muitas vezes são pequenos e largos, com uma, duas ou quatro quilhas. Exemplos como o dele são provas de que a moda é cíclica e de que os padrões do passado podem e devem ser reinterpretados. “Guardei muitas pranchas que me trouxeram resultados ou performances satisfatórias. É uma grande diversão mixar esses modelos com referências novas, seja mudando um pouco o outline, mexendo nas curvas ou no posicionamento das quilhas e etc”, disse o ex-atleta da elite. E ainda completou: “Na real, desde que parei em 2009, as pranchas encurtaram, alargaram-se os meios, os bicos e em certos casos ganharam volume nas bordas. Gosto de tudo, desde single fins às quadriquilhas, inventadas pelo Ricardo Bocão. Mas a minha curtição são as twins (biquilhas), pois com elas pode-se atingir a performance de qualquer outra prancha.” Fabio, na condição de “pai shaper”, está sempre pensando em contornos que atendam também as necessidades do filho Ian nas competições.
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05 01 O mineiro radicado no Rio e produtor audio visual Vovo Lopez de Mini Simmons 5’0’’ e biquilha. 02 Mark Richards de biquilha em Burleigh Heads, Gold Coast, Queensland, 1978. E também de biquilha no Rip Curl Pro, Bells Beach, Victoria, 1979. 03 Fabio Gouveia descascando o bloco com a plaina. 04 Rabeta Penatagon e cinco copinhos, que dão opção
de quatro ou três quilhas.
05 Alguns modelos Fabio Gouveia. Da esq. p/ dir.: rabeta Pentagon, Double Diamond, Fish Classic (Biquilha) e modelo Cobra de Duas Cabeças.
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Divulgação Aerofish
Divulgação Aerofish
Outra referência nacional de shaper que produz pranchas fora dos padrões competitivos é o Gregório Motta, dono da Aerofish, representante da nova geração. Nascido em São Paulo e de família de surfistas, Gregório começou a shapear em meados de 2000. Modelos fish progressivos sempre chamaram sua atenção pelo design, cores e performances únicas. “Minhas influências são ecléticas, procuro um pouco de cada shaper e designer do passado. Gosto de pensar como os shapers desenvolviam os bólidos e como o design foi evoluindo de acordo com o tempo. Minha escola de shape já é moderna, sei como funciona um fundo em V, double ou concave, então, para mim, é muito comum inserir concaves em outline retrô”, explica. A Aerofish possui uma linha com mais de 20 modelos atendendo diferentes estilos e propósitos dos surfistas. Ainda segundo o shaper, as vendas da sua marca giram entre 25% da linha retrô, 25% da high performance e 50 % de modelos alternativos. Esta última, Gregório definiu como “uma nova tendência de pranchas evoluídas do line retrô, mas sem abandonar as raízes. São pranchas modernas, porém com um pouco mais de área no bico, rabetas alternativas e mistura de design.”
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Quatro da Rusty recém-shapeado.
“Minha escola de shape já é moderna, sei como funciona um fundo em V, double ou concave, então, para mim, é muito comum inserir concaves em outline retrô.”
04 Modelo The Happy Shovel novinho em cima do
Gregório Motta
01 Gregório Motta acertando os detalhes finais do shape. 02 Gregório pigmentando o bloco. 03 Pedro Battaglin analisando o fundo do modelo Fish cavalete, com bordas finas, sensíveis e grande área de planagem.
05 Josh Kerr usando todo seu know-how com o modelo Occy 84.
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Divulgação Rusty
“As pranchas Groveller são as mais vendidas por aqui. Todo surfista na Califórnia tem uma destas, além da prancha de performance do dia a dia.” Pedro Battaglin, radicado na Califórnia
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O Brasil não é um caso isolado, o mundo está experimentando conceitos novos. O shaper carioca Pedro Battaglin, que hoje mora nos EUA e administra a produção mundial das pranchas Rusty, explica que os modelos mais vendidos atualmente não são os de alta performance: “As pranchas com mais área e mais espessura, chamadas na Califa de ‘Groveller’, são as mais vendidas por aqui. Todo surfista na Califórnia tem uma dessas, além da prancha de performance do dia a dia.” A alta popularidade das pranchas Groveller fez com que o shaper Rusty Preseindorf diversifica-se os modelos oferecidos pela marca. “Temos as consagradas Dwart, Neil Diamond, Rooster, Hustler, Happy Shovel e uma nova leva foi lançada em setembro no Trade Show da Florida”, conta Pedro, que continua shapeando todos os dias. A demanda crescente por esse tipo de pranchas já é também uma realidade por aqui. Segundo o gerente comercial da Rusty, Sávio Carneiro, as Groveller fazem um grande sucesso e já representam 75 % das vendas de pranchas da marca no Brasil. “Com toda certeza, a procura por esses modelos é bem intensa, pois elas se adaptam ao perfil do surfista de fim de semana que precisa de pranchas mais largas e com mais flutuação”, esclarece Sávio, ex-surfista profissional. A Rusty ainda mantém um modelo leal ao design do passado, o Occy, de 1984, totalmente old school.
05 “Com a exposição do surf na grande mídia brasileira, a procura por pranchas aumentou consideravelmente no país.” Sávio Carneiro.
Divulgação Rusty
Divulgação Rusty
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Instagram Josh Kerr
01 Divulgação Wetworks
Durante o Billabong Pro Tahiti 2015 aconteceu um fato inusitado. O surfista australiano Josh Kerr utilizou uma prancha assimétrica durante a bateria. “O próprio Rusty desenhou para o Kerr especificamente para Teahupoo. Não é um modelo, ainda está em fase de testes”, explica Pedro Battaglin sobre essa prancha, que mais tarde foi leiloada e vendida por 1.111,00 dólares australianos, uma bagatela de aproximadamente 2.830,00 reais. A verba foi destinada para a casa de recuperação FleaHab, exclusiva para esportista usuários de drogas, localizada na Califórnia. E quando questionado se a assimetria poderia ser uma tendência para as competições, Battaglin, que licenciou a marca Rusty no Brasil em 1995, foi um pouco mais prudente com a inovação: “Acho muito precoce dizer, já que os surfistas profissionais são muito tradicionais em suas pranchas e pouco se arriscam. Não há muito tempo para testes e desenvolvimentos.” Para o renomado shaper carioca Joca Secco da Wetworks, o cliente deve saber muito bem sobre os prós e contras do equipamento que pretende adquirir. “Não se pode esperar que um equipamento alternativo possua a mesma resposta de um de alta performance. Cada modelo deve ser usado respeitando as suas características. Tendo isso em mente, é muito legal ter vários modelos no seu quiver. Os modelos alternativos proporcionam uma sensação diferente ao surfista”, alerta Joca sobre o propósito de cada equipamento. A Wetworks vende aproximadamente 500 pranchas de surf por mês. Tanto os modelos high performance quanto os alternativos, que ele se refere como recreativos, caíram no gosto da clientela fiel a marca. “Hoje na Wetworks a produção está muito dividida entre alta performance e recreativo. A galera tem gostado muito desses modelos, justamente pelo feeling diferente”, esclarece Joca.
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Rick Werneck
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Fabio Minduim
“Caras como Tom Currem e Kelly Slater usam as pranchas ‘Tomo’ em sessões de free surf. Os resultados foram surpreendentes.” Oswaldo Baire
NEGÓCIOS À PARTE
Divulgação BoardCo.
O lojista Oswaldo Baire, dono da loja Boards Co., localizada na famosa Galeria River do Arpoador e considerada uma das surf shops mais completas da cidade do Rio de Janeiro, vê um mercado fértil no país para modelos com designs progressivos e feitos de novos materiais. “Cada vez mais os surfistas vêm se interessando por uma nova abordagem nas ondas e essas pranchas abrem infinitas possibilidades. Um bom exemplo são as pranchas do shaper Daniel ‘Tomo’ Thomson, que fora do Brasil é um dos mais inovadores. Caras como Tom Currem e Kelly Slater usam as suas pranchas em sessões de free surf. Os resultados foram surpreendentes!”, contou Baire. Segundo o lojista, o surfista brasileiro ainda é um tanto conservador quando o assunto é inovar o quiver. As vendas desse tipo de equipamento, com desenhos futuristas e feitos de materiais alternativos no Brasil, giram em torno de 5 a 10% de todas as pranchas vendidas, números muito baixos se comparados ao mercado californiano, onde ultrapassam os 30%. “Acredito que essa seja uma grande aposta para o futuro. A própria compra das ações da marca Firewire pelo Kelly Slater é uma confirmação de que esse é um processo irreversível”, explica o dono da Boards Co. Para Oswaldo, os modelos Groveller, as fishs moderninhas, caíram no gosto do consumidor e as vendas não param de crescer, mesmo em um momento de crise. “Há alguns anos, as pranchas surgiram como uma opção não só para o verão, estação com baixa incidência de ondas na costa do Brasil, mas também para o resto do ano. A mudança nas dimensões das pranchas afetou tanto o surf competitivo quanto o free surf. Todas as pranchas de uma maneira geral estão menores, com mais meio e borda para compensar a flutuabilidade. Essas mudanças empurraram o nível do surf mundial a outro patamar”, explica.
05 01 Josh Kerr com o bloco assimétrico shapeado por ele junto ao Rusty. O modelo foi utilizado pelo australiano na etapa do Tahiti. 02 Modelo “NONOSE” do shaper Joca Secco. 03 Gabriel Pastori surfando com o modelo “NONOSE”, by Joca
Secco, no Alfabarra, RJ.
04 A Boards Co, situada no Arpoador possui um estoque grande de pranchas, com modelos variados. 05 Oswaldo Baire exibe um dos modelos do shaper “Tomo”.
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Arq. Pessoal Antonio Portinari
01 e por isso o mercado de surf ficou um tanto pasteurizado”, fala o lojista. Segundo o comerciante carioca, a inspiração para criar as lojas Art in Surf veio de filmes antigos dos anos 70: “Eu sofri muita influência de filmes como ‘Morning Of The Earth’ e ‘Free Ride’. De uma hora para outra, esse mundo se abriu para mim e surgiram opções de poder surfar com esse tipo de prancha e de fazer uma linha de surf diferente.” A volta das pranchas retrô trouxe também um pouco de nostalgia para os surfistas mais velhos. Aquela prancha mágica que marcou uma época pode ser resgatada para novamente fazer história. Mas não é somente os surfistas mais velhos que procuram os modelos antigos, os jovens também são uma parcela expressiva da clientela da Art in Surf. “A galera mais nova é influenciada por surfistas como Dave Rastovich e Craig Anderson, assim buscam equipamentos diferentes. O surf hoje é um esporte muito mais democrático do que há alguns anos. Existem mais opções de modelos de pranchas. Tem uma galera mais velha que procura a minha loja por certa nostalgia. Eles encontram muitas vezes modelos similares aos que eles começaram a surfar. A pessoa um pouco mais velha tem uma conexão com esse tipo de prancha”, esclarece Antonio, que vive entre Bali e o Rio de Janeiro.
Annibal
Para compreender o presente é preciso estudar o passado. Antonio Portinari partiu desse princípio quando decidiu se jogar de cabeça para abrir a Art in Surf. Com seis lojas de pronta entrega de pranchas retrô, distribuídas entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, o carioca se orgulha de ser um dos poucos a se arriscar em um mercado ainda pouco explorado no Brasil. “Existia uma carência no Brasil desse tipo de equipamento. Nos EUA e Austrália há muitas lojas especializadas, mas aqui não. Eu também tinha vontade de resgatar aquela ideia de surfar só pela diversão. É perceptível que a maior parte das pessoas hoje surfam pensando em campeonatos, em ídolos como o Medina,
01 Antonio Portinari surfando em alta performance com as pranchas retrô. 02 Modelos “Twins” expostos na loja Art in Surf da Barra da Tijuca, RJ. 03 Antonio Portinari resgatou a ideia de surfar só pela diversão. 04 Junior Faria rasgando de biquilha em alta velocidade.
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Arq. Pessoal Antonio Portinari
“Eu sofri muita influência de filmes como ‘Morning Of The Earth’ e ‘Free Ride’... E surgiram opções de poder surfar com esse tipo de prancha e de fazer uma linha de surf diferente.” Antonio Portinari
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Mas qual seria a opinião de surfistas profissionais na ativa sobre os modelos alternativos? O guarujaense Junior Faria não tem medo de experimentar e conta com um quiver recheado de pranchas com outlines alternativos. “Eu não consigo ver diversão em usar sempre o mesmo equipamento. Meu quiver vai de 5’2’ até 9’8’. São longboards, waimea guns, monoquilhas, biquilhas, triquilhas e pranchas sem quilhas”, explica. Ainda segundo o guarujaense, o surfista que não vive das competições, não deveria tentar se enquadrar no equipamento criado unicamente para competir: “Não dá para considerar o que 30 surfistas (atletas da elite WSL) usam para o resto de uma população que pega onda. Eles se encontram num nível de habilidade que pra-
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ticamente só eles estão surfando, e o equipamento deles funciona para fazer notas dentro dos critérios da WSL. Ninguém deveria usar este tipo de equipamento além deles.” Junior Faria utiliza diversos modelos e alguns até parecem obras de ficção científica. Os designs modernos e inusitados criados pelo shaper Daniel Thomson estão presentes no quiver do surfista. “O trabalho do Daniel é o que está mais à frente em matéria de hidrodinâmica e objetividade para mim. Tudo presente no desenho do produto idealizado por ele está ligado à performance, não tem nada a ver com estética”, explica o guarujaense, que há muito tempo não tem um modelo de prancha favorito, o “grande barato” desse surfista é experimentar.
Rafaski
FOGUETES NO PÉ
“Eu não consigo ver diversão em usar sempre o mesmo equipamento. Meu quiver vai de 5’2’ até 9’8’.”
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Sebastian Rojas
Junior Faria
Evertn Luis
Outro paulista que preza por um quiver recheado de pranchas diferentes é o surfista profissional santista Andrew Serrano. Mas diferente de Junior, ele possui sim uma prancha mágica: “Ela é uma biquilha, tamanho 5’4, modelo Flipper do shaper Gregório Motta. É uma prancha que me possibilita realizar a linha clássica e ao mesmo tempo arriscar alguma manobras mais progressivas. Ela tem uma borda e um bico mais atual, mas o modelo é inspirado no retro.” No entanto, apesar da preferência assumida pela biquilha, o santista escolheu uma monoquilha para diariamente ser a sua primeira opção. O desafio técnico proporcionado pelo modelo é o que o motiva a surfar com o equipamento no seu dia a dia. “Você precisa ter outro tipo de leitura ao utilizar uma monoquilha. A prancha não é tão funcional. É um equipamento que estava em desenvolvimento no início do esporte, então ela é bem ‘ogra’. Mas depois que começa a entender o equipamento, você passa a ver o lado positivo de se surfar com ela. Eu tenho muitas pranchas, algumas antigas, outras réplicas do passado, da marca Lighting Bolt”, fala Andrew. A paixão de Andrew Serrano pelas pranchas antigas começou por influencia de seu pai, que tinha alguns modelos retrô em casa. Outro surfista que também tem crédito nessa paixão de Andrew pelos designs antigos é o lendário Cisco Araña. “Meu pai me colocou na escolinha de surf do Cisco e ele me ensinou muita coisa, uma delas foi o macete de utilizar tipos variados de pranchas, como o longboard clássico ou uma gunzeira. Ele sabia que esse equipamento me daria uma leitura de onda diferenciada”, conta o surfista local da Baixada Santista.
01 Essa foto faz bem o estilo das revista de surf dos anos 70, onde Junior exibe o seu quiver diferenciado.
02 Andrew Serrano bem relaxado, fazendo a linha da onda com sua Single Fin. 03 A fish biquilha, Aerofish, preferida de Andrew.
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Itamar Guimarães
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“Você precisa ter outro tipo de leitura ao utilizar uma monoquilha... Depois que começa a entender o equipamento, você passa a ver o lado positivo de se surfar com ela.” Andre w Serrano
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Divulgação Hot Buttered
Junior Faria, Andrew Serrano, Fernando Fanta e Dave Rastovich são alguns exemplos de surfistas formadores de opinião que optaram pelo Lado B das pranchas. Uma ala menos competitiva, mais livre e um tanto escondida dos holofotes da grande mídia. Eles são a prova de que o mercado de surf é heterogêneo. Existem diferentes estilos, propósitos e realizações. Todas essas particularidades podem e devem ser expressas naquele momento mágico em que resta apenas o indivíduo, a sua prancha e o oceano. Submeter-se a um experimento é o mesmo que se recriar ou expandir os seus horizontes. Os padrões não são engessados, eles também sofrem alterações com o passar do tempo. Já pensou nisso?! A sua próxima prancha de surf pode ser a mais divertida de todas.
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Divulgação Hot Buttered
Já indo em direção ao Sul, Fernando Fanta, natural de Santa Catarina, é um autêntico representante desse movimento de surfistas que busca um quiver amplo, com pranchas de designs bem diferentes. Fanta tenta resgatar através de um equipamento funcional em manobras de borda a essência antiga do surf, recuperando o prazer de deslizar na onda e rasgá-la. “Além de usar pranchas com outlines antigos (réplicas), sempre que posso estou na água com pranchas antigas originais. Como não participo mais de competições, eu tenho a chance de encaixar o que tínhamos de funcional daquela época e trazer esse desafio aos shapers de hoje, que podem juntar todas as técnicas e chegar a um resultado positivo”, explica Fanta sobre o trabalho que vem fazendo junto a shapers, como Alzair Russo e Terry Fitzgerald, de unir conceitos antigos aos modernos. As altas pontuações tão cobiçadas pelos competidores estão fora dos seus planos, a atual prancha mágica do catarinense é a prova da mudança de propósito e mentalidade do surfista: “O meu modelo favorito é uma 5’11 bem reta com quase nenhuma envergadura, grossa e larga desde do bico, características das pranchas dos anos 70 e 80. Ela ainda termina com um falso wing, deixando a rabeta ainda mais estreita. Funciona em diversas condições, traz a diversão das pranchas antigas e não deixa a desejar na hora de ser radical.”
01 Fanta acompanhando o trabalho do shaper australiano Terry Fitzgerald. 02 No canto, apoiada no porta-malas, a sua 5’11’’, xodó do catarinense. 03 Fanta preza por um surf com arcos bem definidos e fluidos.
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Divulgação Hot Buttered
04 Com os amigos indo para uma session com pranchas antigas originais.
“Deixei de lado o compromisso de fazer manobras radicais e passei a aproveitar apenas o prazer de escorregar na água e manobrar quando necessário, com sutileza e precisão.”
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Divulgação Hot Buttered
Fernando Fanta
Divulgação Billabong
ENTREVISTA
D av e Ra stov i c h e x i b e u m a alaia, prancha de madeira e sem quilha.
“A s h a b i l i d a d e s d o s surfistas modernos são fantásticas, só não me intere ss am”
DAVE RASTA A
inda falando sobre modelos de pranchas fora dos padrões competitivos, fomos atrás do homem que estampou a nossa última capa entubando de
biquilha em Nias, Indonésia: o neozelandês radicado na Austrália Dave Rastovich. A tarefa não foi fácil! ‘Rasta’ estava a bordo de uma embarcação em meio ao Oceano Índico, mas os esforços conjuntos da nossa produção junto à da Billabong, patrocinadora do surfista, deram resultado. ––––
por Rômulo Quadra
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Pedro Tojal
Ra sta s u r fa n d o d e b i q u i l h a fo i u m d o s d e staq u e s d o swe l l h i stó r i c o ( 2 0 1 5 ) q u e f e z N i a s b o m b a r .
Escolhemos uma foto sua surfando de biquilha em Nias (Indo) para a capa da nossa edição anterior. Por que você optou pelas biquilhas naquele mar? Eu surfo com biquilhas 99% das vezes. Pranchas com três
Qual é a curtição de surfar pranchas com outlines completamente diferentes? Surfar é como música e as pranchas são como os instru-
mentos musicais. Existem milhões de estilos diferentes. O Tour mundial, por exemplo, pode ser comparado à música Pop que agrada às massas. Eu prefiro um tipo diferente de sintonia. Não há nada de errado com a música Pop, muitas pessoas a amam. Só que eu prefiro batidas irregulares e expressões mais psicodélicas.
quilhas proporcionam muito arrasto e atrapalham o meu surf. Também gosto das quadriquilhas, principalmente quando o mar sobe. As monoquilhas são muito ariscas para mim. Em toda a minha vida, eu só tive duas monoquilhas que funcionaram bem comigo.
Você tem um modelo de prancha favorito? Eu amo qualquer prancha
que me mantenha flutuando sem precisar de muito esforço. Agora, o que mais me incomoda nas pranchas de surf são os materiais tóxicos utilizados na fabricação da grande maioria delas.
Que influências te inspiram em relação ao design de pranchas? Basi-
camente, eu sigo os meus sentidos quando o assunto é surf e escolha do equipamento. Não gosto de pranchas que me dão muito trabalho. Afinal, surf tem a ver com diversão, não é? Não gosto de pranchas que precisam de muito trabalho para ganhar velocidade ou para deslizar sobre as ondas. Se as ondas estiverem muito pequenas, eu uso um longboard ou uma pranchinha bem pequena, gordinha e com o fundo reto, assim ainda poderei relaxar e curtir.
Qual é a prancha mais inovadora do seu quiver? Eu tenho surfado com
duas pranchas idealizadas pelo George Greenough. Inclusive, na capa da Surfar #44 eu estava usando uma delas. A tecnologia empregada no design desses modelos tem a ver com reduzir o arrasto na onda, então se produz mais velocidade com menos esforço. Além do mais, as biquilhas são perfeitas para tubos. As quilhas são grandes, por isso agarram na parede da onda, inclusive numa buraqueira, e a maior parte de todo o volume da prancha se mantém fora d’água. Isso faz com que o surf aconteça de forma suave e menos trabalhosa.
Falando sobre performances, algum surfista te inspira? Na verda-
de, eu me divirto assistindo filmes antigos de surf australianos, principalmente os datados entre 1968 e 1972. Neles existe uma sensação de leveza, como se entre cada curva feita pelo surfista houvesse um espaço e tempo maior que nos dias de hoje. Isso acontecia antes dos leashes e das pranchinhas serem inventadas e do surf passar a ser algo bem mais agressivo, tendo muito mais a ver com as vontades do surfista do que com uma dança entre o homem e a onda. Pouca coisa me chama a atenção no surf praticado hoje, principalmente pela falta de naturalidade no estilo predominante. Existe muito pouco espaço entre as manobras e há também uma baixa apreciação da onda. Mas que fique bem claro que esta é só a minha opinião. As habilidades dos surfistas modernos são fantásticas, apenas não me interessam.
Você surfa com pranchas inspiradas nos designs antigos? Acho que
toda prancha moderna sofre influências dos shapes antigos. Mas a amizade com o George Greenough tem afetado bastante a escolha do meu equipamento, por toda a sabedoria e experiência que ele me passa. Dick Van Straalen é outro cara que divide muito conhecimento comigo e produz shapes lindos. Você acredita que as pessoas deveriam experimentar mais? As pessoas precisam se divertir mais! A única regra no surf é “seja gentil com o próximo”. Você pode surfar com a porta de um carro e ficar amarradão... A única coisa necessária é ser gentil e ter um coração caridoso dentro d’água.
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Nick Liotta
Ra sta d e m o n o q u i l h a e ra s g a n d o c o m a m ão n a b o r da .
O que mais te agrada no surf? Os tesouros no surf são infinitos. Eu tenho prazeres muito pessoais quando surfo e o melhor é que eles são únicos. Você e os seus leitores buscam os seus próprios tesouros quando surfam e eles pertencem apenas a vocês. Se você gosta de surfar como se fosse um esporte, vai curtir a sensação que está buscando. Agora, se acredita que o surf te proporciona uma experiência espiritual, você irá aproveitar isso de forma profunda. Nenhuma ideia formada sobre o surf é mais importante do que outra. Enquanto agirmos de forma gentil com o próximo, poderemos nos expressar livremente.
Divulgação Billabong
Nick Liotta
“Eu me divirto assistindo antigos filmes de surf australianos, principalmente os datados entre 1968 e 1972. Neles existe uma sensação de leveza...”
À vontade de bermuda e longboard na valinha.
“Em toda a minha vida, eu só tive duas monoquilhas que funcionaram bem comigo. ”
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Divulgação Billabong
“Eu sigo os meus instintos quando o assunto é surf.” – Dave Rastovich
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FREDDY PATACCHIA
Assim como no Hawaii o objetivo é pegar a boa em Pipeline, na Indonésia o foco está sendo pegar um tubão no Grower. Atualmente esse é o maior desafio para um tuberider aqui na Indo. GABRIEL PASTORI
C
omparações no surf sempre vão existir. Todo surfista já falou algo do tipo: “Aquele pico é igual a Teahupoo” ou “Peguei um tubo estilo Pipeline!”. Na Indonésia não é diferente, já que G-Land foi considerada a “Pipeline dos indonésios” durante muito tempo. Mas de cinco anos para cá, outro pico da Indonésia conquistou esse status de “Pipeline”. Grower, como é conhecida a última parte da bancada de Desert Point, está sendo considerada por alguns dos tuberiders mais experientes como uma das três melhores esquerdas do mundo, ao lado de Teahupoo e Pipeline. Para saber se essa história é lenda ou verdade, enviamos nossa equipe para acompanhar de perto os surfistas brasileiros que estão se dedicando exclusivamente a essa onda. Veja nas próximas páginas tudo o que eles falaram e fizeram no Grower durante essa temporada e tire sua própria conclusão. Afinal, a onda tem mesmo todo esse potencial?! ––––– texto e fotos PEDRO TOJAL
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O drop em Pipeline é mais difícil do que no Grower, porém a onda de Pipe fica mais fácil conforme vai chegando ao canal. O Grower é exatamente o contrário. Quanto mais você anda, mais perigoso fica. O final da onda é o grande perigo, já que termina numa bancada de coral muito rasa e que na maioria das vezes fecha. Quando estou dentro do tubo, só penso em como vou sair: voar por cima, botar pra dentro ou sair no ‘dog door’? Na real, não importa como eu vou sair do tubo. Só de curtir o visual do Grower já vale o risco! FELIPE ‘GORDO’ CESARANO
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A alegria depois de um dia clรกssico de surf.
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Gabriel Pastori homenageando o amigo Putu, que faleceu depois de um acidente de moto.
Em Desert Point existe uma cabana em cima do morro com uma vista privilegiada que os locais chamam de “clubinho”. Raphael Seixas e a visão que só os sócios de Desert tem.
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Sempre sonhei em surfar Pipeline, mas nunca fui para lĂĄ por causa do crowd. Aqui no Grower, consigo pegar tubos absurdos que dificilmente eu conseguiria pegar no Hawaii. AlĂŠm disso, aqui eu escolho a onda que quero ir, basta esperar a minha vez! LEANDRO KEESSE
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Ian Cosenza e Gabriel Pastori vivendo uma das melhores sensaçþes que o surf pode proporcionar: pegar uma onda perfeita com seu amigo comemorando no canal.
Piscina natural de frente pra onda.
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Ian Cosenza.
Cores do entardecer.
Mister Desert e Ian Cosenza.
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Máquina ligada.
A alegria de Jean da Silva.
Quando vim para Desert pela primeira vez em 2011, eu tive uma experiência incrível. Como o Point estava muito crowd, resolvi surfar sozinho no Grower e peguei mais de 60 tubos em três dias. Hoje já tem mais gente surfando no Grower, mesmo assim a vibe continua muito boa, com os brasileiros se destacando em todos os swells que quebram por lá! JEAN DA SILVA
Confraternização pós-surf.
O fim de mais um dia de trabalho.
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Greg Cordeiro e a vis達o que todos os surfistas buscam.
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As pedras assustam, mas a recompensa é incrível! ÍCARO RONCHI
Perfeição extrema.
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O Grower virou a Pipeline dos brasileiros. Estamos pegando ondas aqui que nunca conseguirĂamos pegar no Hawaii. GREG CORDEIRO
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Gordo vivendo o prazer mรกximo do surf.
Para viver o prazer mรกximo, tem que estar disposto a pagar o preรงo.
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A diferença entre o Grower e Pipe é que no Grower você surfa relaxado. FRANKLIN SERPA
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Amo Pipeline, mas odeio o crowd havaiano. Como a onda do Grower é muito perigosa, acaba que pouca gente se aventura por lá e por isso conseguimos surfar sozinhos. O risco é grande, mas faço de tudo para fugir do crowd STANLEY CIESLIK
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Desde os 16 anos frequento o Hawaii e sempre quando estava no line up de Pipeline, rodeado de dezenas de surfistas, me imaginava surfando em um lugar onde pudesse pegar os mesmos tubos, mas sem aquele crowd insuportável. Parecia uma utopia até o Pedro Tojal me apresentar o Grower. A primeira impressão era de uma fechadeira em cima de uma rasa bancada de coral, bem ao lado de uma das melhores ondas do mundo. Nada convidativo, mas o Tojal dizia que era bom para fotos. Os anos foram passando e a gente foi aprendendo os pontos certos da bancada. Hoje em dia, o Grower se tornou exatamente o que eu imaginava quando estava surfando Pipe: uma onda perfeita, tubular e somente meus amigos na água.”
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IAN COSENZA
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EVENTOS
HURLEY PRO AT TRESTLES 2015
Marcio Canavarro
BATEU NA TRAVE
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Rowland/ WSL Kirstin/ WSL
Skinner/ WSL Marcio Canavarro
Instagram/ @lagunasocal
Kirstin/ WSL
Mick Fanning parou o ”arrastão brasileiro” da equipe abaixo: Gabriel Medina, Miguel Pupo, Wiggolly Dantas, Italo Ferreira, Filipe Toledo e Adriano de Souza.
Wilson/ WSL
O Hurley Pro at Trestles 2015 se desenhava todo em verde-amarelo, mas Mick Fanning riu por último e colocou as cores da Austrália no topo. Solitário no meio da tempestade brasileira, que somava três dos quatro semifinalistas, Mick primeiro acabou com as chances do campeão mundial Gabriel Medina voltar a erguer um caneco para, depois, tomar a lycra amarela do até então líder Adriano de Souza. O australiano agora assume a “amarelinha” já tão acostumada nas mãos brasileiras que chega a ser raro vê-la com um surfista de outro país.
Na final, os brasileiros vibravam com Mineiro e os gringos com Mick.
Kirstin/ WSL
As ondas não pararam nos quatro primeiros dias de campeonato.
O surf de backside de Miguel Pupo valia mais do que o nono lugar.
Skinner/ WSL
Os representantes do Brasil até começaram devagar com apenas duas vitórias no Round 1. No entanto, a partir do Round 2 realizaram um verdadeiro ataque em massa! Nossos guerreiros mostraram mais uma vez que o surf mundial hoje fala português e venceram todas as baterias do Round 2, 3, 4 e quartas de final. Além da pedra em nosso sapato chamada Mick Fanning, o único gringo a eliminar um brasileiro foi Joel Parkinson no Round 5 contra Miguel Pupo, mas na disputa seguinte Filipe Toledo vingou o compatriota colocando as coisas no devido lugar. As outras derrotas só vieram em confrontos verde-amarelos. Adriano de Souza, Filipe Toledo, Gabriel Medina, Wiggolly Dantas, Miguel Pupo e Italo Ferreira são os “culpados pelo arrastão brasileiro” em San Clemente. Eles foram os donos do espetáculo e cada um em sua especialidade tomou sem piedade as vagas dos gringos. Mineirinho chegou à final usando suas armas competitivas. Sem muito brilho até alcançar a semifinal, Adriano venceu as disputas com uma precisão cirúrgica fazendo o que precisava para passar. Wiggolly, Miguel e Italo levaram a melhor surfando quase sempre de costas para a onda. Miguel apresentou o surf de backside mais potente da etapa que valia até uma colocação melhor, porém voltou a cometer alguns erros resultando na nona colocação. O também paulista Guigui usou de muita inteligência associada a manobras com muita pressão, o que inclusive lhe rendeu uma vitória no interessante confronto entre os rookies do ano contra Italo Ferreira. Já o potiguar não deixa mais dúvidas em relação ao quão letal é a sua mistura de power e modernidade. Todos os surfistas citados acima destruíram no campeonato, mas sem dúvidas os melhores foram Gabriel Medina e Filipe Toledo. O campeão mundial desde a primeira bateria mostrou que está de volta à sua melhor forma. Gabriel levantou ótimos aéreos, colocou seu surf de borda para fazer estragos e agora já está na sétima colocação no ranking após um primeiro semestre a ser esquecido. Já Filipinho demorou duas rodadas para engrenar, mas da terceira fase em diante fez jus à condição de favorito até ser parado por Adriano de Souza. Dono do repertório mais variado de manobras da elite, Toledo colocou o arsenal em jogo e deu show, tanto que antes do dia final a Surfing chegou a dizer em suas previsões: “Filipe Toledo vai vencer o Hurley Pro”.
Rowland/ WSL
ARRASTÃO BRASILEIRO
Filipe Toledo foi perguntado sobre o porquê de os brasileiros dominarem Lowers.
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Rowland/ WSL
EVENTOS
HURLEY PRO AT TRESTLES 2015
Após o campeonato em que a WSL mais fala sobre inovação, ficou a pergunta: os aéreos de Filipe Toledo (foto) e Gabriel Medina não deveriam ter sido mais valorizados?
Rowland/ WSL
Os donos do espetáculo realmente foram os brasileiros. Na abertura da quarta fase, o round no loser, rolou uma bateria entre Filipe Toledo, Miguel Pupo e Italo Ferreira, que deixou claro o quanto a WSL está rendida ao talento dos surfistas do nosso país. A empolgação dos locutores com a tempestade brasileira era visível e aumentava a cada onda surfada. O público na areia também ia à loucura com cada manobra. No final do confronto, o narrador Joel Turpel cravou: “Definitivamente a mais empolgante e divertida bateria de todo o Hurley Pro 2015.”
O SHOW DE TRESTLES Não há dúvidas de que a parada do WCT no “skate park” de Trestles é uma das mais divertidas de se assistir. A etapa de Lowers é a mais high performance do World Tour inteiro e suas ondas são um parque de diversões para os melhores surfistas do mundo, o que resulta em um campeonato recheado de momentos marcantes e grandes atuações. No primeiro dia do Hurley Pro 2015, Freddy Pattachia movimentou o noticiário internacional com sua despedida nota 10. O goofy havaiano roubou a cena dos grandes nomes ao conquistar o score máximo e alcançar o maior somatório do dia, uma performance que há muito tempo ele não apresentava. Sem conseguir resultados expressivos desde 2013, Freedy P resolveu aproveitar o momento para se despedir da elite por cima e decidiu ficar de fora até da bateria seguinte. Além dos brasileiros, Joel Parkinson e Nat Young também premiaram os espectadores com performances de primeira linha. Parko foi por boa parte do campeonato um dos melhores surfistas do evento. Enquanto as ondas apresentavam paredes maiores, os carves estilosos e o power do aussie estavam arrancando notas altíssimas dos juízes. Já Nat brindou os espectadores dizimando as ondas com um ótimo ataque de backside, mas não foi tão consistente quanto Joel.
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O ídolo americano e mundial Kelly Slater levantou o público.
E o que falar do aéreo extraterrestre de Kelly Slater? Com certeza, o momento mais falado da etapa. Ele, que já tem 11 títulos mundiais, inúmeros recordes e incontáveis tubos e manobras impossíveis, adicionou mais um aéreo inacreditável à sua lista. O americano voou de backside, desgarrou completamente da prancha, girou fora dela e aterrissou de joelho, ficando de pé em seguida. E é por motivos como esses que o mestre de 43 anos não pode se aposentar do World Tour. Slater pode estar há 18 etapas de WCT sem ser campeão e ficar fora da disputa do título este ano, mas o que será do Tour sem seus movimentos de outro planeta? Apesar de ter levantado o público com toda essa espetacularidade, a manobra não pode ser considerada completa, já que ele não a terminou em pé e, assim, a nota foi apenas um 4,17.
Fotos: Marcio Canavarro
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01- O aéreo louco de Kelly Slater, o momento mais falado do Hurley Pro. 02– Gabriel Medina e Davi Teixeira, o vice-campeão mundial de surf adaptado. 3– A lenda Rob Machado e o também americano Pat O’Connell. 4– Mick Fanning é sempre muito atencioso com todo mundo. 5 – O campeão mundial da WSL surfando ao lado do vice- campeão mundial de surf adaptado. 07
6– O trickster Christian Fletcher, um dos pioneiros nos aéreos,
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7- Gabriel Medina aquecendo os motores para o campeonato. 8– Filipinho durante o free surf antes das baterias. 9 – Gabriel abraçado com a namorada Tayna Hanada. Atrás a irmã Sophia Medina.
no santuário do surf moderno Lower Trestles.
10– Miguel Pupo e família. 11– Antes mesmo de acabar a bateria, Freddy P foi para a areia celebrar a despedida nota 10 com a filha e a esposa. 12– Italo Ferreira mais uma vez foi letal na competição e deu show no free surf. 13– Os grandes campeões Carissa Moore e Mick Fanning.
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HURLEY PRO AT TRESTLES 2015
Kirstin/ WSL
EVENTOS
Adriano jogou muito água no seu ataque ininterrupto às ondas de Trestles com ótimas performances na semifinal e na decisão.
Por fim, é impossível não destacarmos a vitória da eficácia de Mick Fanning e Adriano de Souza perante o surf de manobras inovadoras e aéreas de Filipe Toledo e Gabriel Medina. Os dois surfistas representantes da geração mais nova da elite caíram diante da experiência tática e escolha das ondas de dois competidores com mais anos de caminhada no Tour. Não houve aéreo nenhum capaz de parar a precisão de Mineiro e Fanning, que atacavam cada pedaço de lip na frente deles. Quando vestem a lycra, ambos sabem como poucos o que estão fazendo ali. Na final entre as duas máquinas de competição, novamente venceu o mais experiente. Adriano foi aquele que conhecemos lutando com muita raça e disposição, mas o dia era da fluidez, power e velocidade de Mick. O australiano comandou muito bem a bateria usando toda sua tática até o último segundo. Coube a Mineirinho apenas abraçar o ídolo pouco antes da buzina tocar e comemorar o bom vice-campeonato que o mantém muito vivo na briga pelo sonhado título mundial. No local onde surgiu o termo Brazilian Storm alguns anos atrás, Mick Fanning não deixou o Brasil vencer pela primeira vez uma etapa de WCT em Lower Trestles. Mas em 2015 ficou a certeza de que é só uma questão de tempo.
RESULATDO HURLEY PRO AT TRESTLES
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Morris/ WSL
EFICÁCIA X ESPETÁCULO
Duas etapas após J-Bay, não teve tubarão que impedisse Mick de assumir a liderança.
TOP-10 DO RANKING DA WSL - 8 etapas: 1º Mick Fanning
(AUS)
44.700 pontos
2º Adriano de Souza
(BRA)
42.950
3º Filipe Toledo
(BRA)
39.700
4º Owen Wright
(AUS)
38.400
5º Julian Wilson
(AUS)
34.950
1 - Mick Fanning
5 - Wiggolly Dantas
6º Kelly Slater
(EUA)
32.400
2 - Adriano de Souza
5 - Joel Parkinson
7º Gabriel Medina
(BRA)
30.650
3 - Gabriel Medina
5 - Adrian Buchan
8º Jeremy Flores
(FRA)
29.000
3 - Filipe Toledo
9º Italo Ferreira
(BRA)
28.900
5 - Nat Young
10º Nat Young
(EUA)
27.950
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Divulgação Reef
Eu sempre acreditei que iria voltar e que daria certo.
PALAVRA FINAL THIAGO CAMARÃO
DE VOLTA AO JOGO A brincadeira de garoto virou ganha-pão. Aos 10 anos de idade, Thiago Pickler, o ‘CAMARÃO’, trocou dois pacotes de biscoito com um amigo pela primeira prancha de surf. Não demorou até ‘Camarão’ se destacar em campeonatos amadores e conquistar um patrocínio forte. Mas a maré nem sempre esteve a favor do surfista. Paulista, natural de Juquehy, Thiago ficou quase três anos distante das competições por conta de duas lesões sofridas em um curto espaço de tempo. A recuperação de ambas exigiu cirurgia, sendo a primeira realizada no quadril e a segunda no joelho. Hoje, aos 27 anos, ele comemora a volta por cima com a vitória no QS 1500 de Pantin Classic Galicia Pro, realizado em setembro na Espanha, e manda o recado: “Estou motivado e surfando bem. Minha meta é conquistar uma vaga no WCT em 2016.” ––––– por RÔMULO QUADRA Como o surf entrou na sua vida? Comecei a surfar aos 10 anos
com a prancha de um amigo que eu consegui trocando por dois pacotes de bolachas. A minha família não gostava muito da ideia de eu começar a surfar, então comecei escondido. Eu deixava a prancha na casa desse mesmo amigo e voltava para casa como se nada tivesse acontecido (risos)! Quando você viu que era possível se profissionalizar? Aos 12 anos, eu comecei a fazer várias finais e fechei patrocínio com a marca Lost. Depois comecei a me jogar no Circuito Brasileiro Amador e em 2004 fui campeão. Como foi ficar quase três anos parado por conta de duas lesões sofridas em um curto espaço de tempo? Foram muitos altos e baixos.
O ano de 2011 foi o meu melhor como atleta profissional, pois quase entrei para o WCT. Só que em 2013, me lesionei e operei o quadril. E em 2014, também me lesionei e operei o joelho. Você conseguiu manter a cabeça no lugar durante o período em que esteve lesionado? Eu sempre acreditei que iria voltar e que
daria certo. Levei tudo numa boa, me dediquei à fisioterapia, ao treino da academia e fiz todo um processo de fortalecimento. Outra coisa que me motivou durante esse tempo parado foi ver muita gente conquistando bons resultados e ter a certeza que o meu surf não é inferior ao deles. Como foi o apoio do seu atual patrocinador durante a “fase negra”?
A Reef foi nota 10! Os caras são muito “firmeza”! Nós temos um trabalho de longa data e eles sempre acreditaram em mim. Me falavam que eu iria voltar a competir e me estimulavam a persistir na fisioterapia. Não me abandonaram, mesmo eu ficando quase três anos parado por conta da lesão. E o que foi mais difícil no seu retorno? O mais difícil foi tirar de mim aquela pressão que existia de estar mal ranqueado, de
precisar de um bom resultado... Por mais que eu acreditasse em mim, os resultados não estavam aparecendo. Fale um pouco sobre os bons resultados conquistados no primeiro semestre deste ano. Eu sabia que era possível. Mas você nunca
sabe quando vai fazer uma final, o surf é muito imprevisível. As condições do mar mudam muito e você precisa das ondas. Fiz três finais este ano antes de vencer no QS 1500 de Pantin na Espanha. Eu conquistei a terceira colocação na etapa de Ubatuba do SuperSurf, outro terceiro lugar no Paulista Profissional de Maresias e a segunda colocação no Paulista Profissional de Ubatuba. Qual foi o primeiro pensamento que lhe veio à cabeça no momento da vitória do QS 1500 em Pantin, Espanha? Cara, quando ganhei eu
só pensei em agradecer a Deus. Foi um momento em que senti muita fé nele. Deus realmente é tudo na vida de cada pessoa. Eu dedico a ele essa vitória. Que equipamento você está usando no dia a dia? Eu já trabalho com o Zampol de Santos há 11 anos. Durante todas essas lesões, a gente foi acertando o meu equipamento e variamos bastante. Diminuímos muito as minhas pranchas e acredito que isso tenha me ajudado. Estou com um equipamento muito bom no pé. Em três anos, desenvolvemos uma 5’4” da LSD, do modelo Modern Lover, e ela tem andado muito, funcionado em todas as condições. Foi com ela que fiz todos os pódios este ano. Ela é a prancha do momento. Um equipamento bom é fundamental na vida de qualquer surfista profissional. Agora, qual o seu objetivo até o fim deste ano? Sei que é cedo para especular, pois ainda não conquistei nenhum resultado expressivo. Mas eu estou motivado e surfando bem. Minha meta é conquistar uma vaga no WCT em 2016. Eu não sei se vou conseguir, mas vou correr atrás.
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LAJE DO GARDENAL
Igor Hossmann
PRÓXIMO NÚMERO
Uma equipe com Pedro Calado (foto), Stephan Figueiredo e Paulo Curi desbravou a onda “tarja preta” da Laje do Gadernal na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
EXPEDIENTE Editor Chefe: José Roberto Annibal – annibal@revistasurfar.com.br Editora: Déborah Fontenelle - deborah@revistasurfar.com.br Redação: Luís Fillipe Rebel – luisfillipe@revistasurfar.com.br Rômulo Quadra – romulo@revistasurfar.com.br Arte: João Marcelo – joaomarcelo@revistasurfar.com.br Fotógrafo staff: Pedro Tojal – tojal@revistasurfar.com.br Colunistas: Bruno Lemos, Gabriel Pastori e Otavio Pacheco. Colaboradores edição – Fotos: Alexandre Bigliazzi, @brentbielmann, Everton Luis, Fabio Minduim, Fellipe Ditadi, Fred Rozário, Henrique Pinguim, Igor Hossmann, Itamar Guimarães, Kirstin/WSL, Levy Paiva, Magnum Gonçalo, Marcio Canavarro, Morris/WSL, Nick Liotta, @pedrofelizardo, Rafaski, Rick Werneck, Robertson/WSL, Rowland/WSL, Sebastian Rojas e Skinner/WSL.
Publicidade: Marcelo Souza Carmo – marcelo@revistasurfar.com.br Sérgio Ferreira – serginho@revistasurfar.com.br Financeiro: Claudia Jambo – claudia@revistasurfar.com.br Tratamento de Imagem: Aliomar Gandra Jornalista Responsável: José Roberto Annibal – MTB 19.799 A Revista Surfar pertence à Forever Surf Editora e as matérias assinadas não representam obrigatoriamente a opinião desta revista e sim de seus autores. Endereço para correspondência: Av. Ayrton Senna, 250, sala 209, Barra da Tijuca, Cep: 22793-000. Circulação: DPACON Cons. Editoriais Ltda - dpacon@uol.com.br Tel: (11) 3935-5524 Distribuição Nacional: Dinap S/A - Distribuidora Nacional de Publicações Contato para publicidade: (21) 2433-0235 / 2480-4206 – surfar@revistasurfar.com.br
Surfar #45 é uma publicação da Forever Surf Editora.
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117°17’35”W
ALIVE IN CALIFORNIA
T H E
C O M P
33°2’35”N
nixon.com /nixon.brasil