ZINT ⋅ Edição #4: Inumanos

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20 Anos de One Piece Série de Eiichiro Oda completa duas décadas como fenômeno absoluto de vendas no Japão e se torna o terceiro quadrinho mais vendido na história // TEXTO

RAFAEL BONANNO

// Diagramação

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VICS

uito provavelmente, você nunca ouviu falar de One Piece. Se ouviu, não se interessou tanto pela série em função da vasta quantidade de capítulos (880 até o fechamento desta edição) ou por não se interessar tanto por mangás mesmo. Afinal, o que faz desta série um fenômeno? Antes de tentar responder essa pergunta, é fundamental compreender alguns aspectos que orbitam o universo otaku. One Piece, assim como vários outros mangás, é publicado pela editora Shueisha por meio de sua revista semanal, a Weekly Shonen Jump. Nesta revista, que existe desde 1968, são publicados apenas mangás voltados para o público alvo determinado como shōnen (jovens do gênero masculino). Por exemplo, Dragon Ball e Yu Yu Hakusho, duas séries de mangá bem populares por aqui, foram serializadas pela Shonen Jump. O mesmo aconteceu com os também populares Death Note e Naruto. No dia 22 de julho, de 1997, a história Romance Dawn figurava nas páginas da revista semanal da Shueisha. Nela, Monkey D. Luffy, um garoto de sete anos de idade que queria entrar para o bando de piratas de Shanks, o ruivo, come acidentalmente uma fruta que o transforma em homem-borracha, com a desvantagem de não poder nadar nunca mais. Depois de um conflito com bandidos da montanha, Shanks salva a vida do pequeno garoto de borracha e Luffy acaba decidindo se tornar um pirata por conta própria e passa a perseguir o sonho de se tornar o rei dos piratas. Surpreendido com a declaração ousada, o ruivo decide presenteá-lo com seu Chapéu de Palha e provoca: “venha me devolver este chapéu quando se 74| zint.online

tornar um grande pirata”. Dez anos depois ele vai para o mar em busca de companheiros e o resto é história... Parece uma narrativa simples e centrada apenas nos personagens principais, mas o mundo de One Piece é extremamente vasto e povoado por personagens icônicos, que renovam a história a cada arco dramático. É muito importante compreender que os piratas como são retratados em One Piece não são como Jack Sparrow, Capitão Gancho ou Barba Negra. Eles podem vir nas mais variadas formas e dos mais distintos lugares. Na verdade, a existência de piratas no mundo de One Piece se relaciona bastante com a conjuntura apresentada por Oda, em que um Governo Mundial existe exclusivamente para manter o status quo dos nobríssimos Tenryuubitos (os Dragões Celestiais). Este Governo Mundial, estabelecido há 800 anos, tem como braço militar a Marinha, a agência de inteligência e espionagem Cipher Pol, e os Shichibukai (sete piratas poderosos que agem como corsários a serviço do Governo Mundial). Obviamente, o status quo dos Tenryuubitos é mantido sob muita opressão e desigualdade. Ser pirata em One Piece significa, sobretudo, encontrar o próprio meio de viver e sonhar diante destas restrições. Formar um bando, é compartilhar com os companheiros valores e princípios semelhantes. É navegar por aí e virar o mundo de cabeça para baixo. No começo do mangá, Oda nos conta que somente um pirata navegou todos os mares e encontrou o One Piece. Gold Roger foi o rei dos piratas que


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