A CORUJA E O MONDRONGO

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ILUSTRAÇÕES DE: RENAM PENANTE

Belo Horizonte Dezembro de 2021 2ª edição


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Copyright © 2021 by Claudia Nina EDITOR Mário Vinícius Silva SUPERVISÃO EDITORIAL Maria Zoé Rios Fonseca de Andrade PRODUÇÃO EDITORIAL Rafael Borges de Andrade

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PROJETO GRÁFICO Mário Vinícius Silva

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DIAGRAMAÇÃO Alexandre Alves

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ILUSTRAÇÕES Renam Penante PREPARAÇÃO DE ORIGINAIS Lílian de Oliveira Alice Bicalho

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REVISÃO Paloma Landim

REVISÃO DE PROVAS Lílian de Oliveira

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CONSELHO EDITORIAL Renata Amaral de Matos Rocha Paula Renata Melo Moreira Maria do Rosário Alves Pereira José Ribamar Lopes Batista Júnior

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD Nina, Claudia

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A coruja e o mondrongo / Claudia Nina ; ilustrado por Renam Penante. - 2. ed. - Belo Horizonte : Aluar, 2021.

ISBN: 978-65-89966-04-3

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44 p. : il. ; 20,5cm x 27,5cm.

1. Literatura infantil. 2. Amizade. 3. Autoconhecimento. 4. Bullying.

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I. Penante, Renam. II. Título.

CDD 028.5 CDU 82-93

2021-4802

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Elaborado por Odilio Hilario Moreira Junior - CRB-8/9949

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Índice para catálogo sistemático: 1. Literatura infantil 028.5 2. Literatura infantil 82-93

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Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem o consentimento por escrito da editora. Todos os direitos reservados à: ALUAR EDITORA LTDA.

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Rua Helium, 119, sala 01 – Nova Floresta – Belo Horizonte/MG – CEP: 31140-280 Telefone: (31) 3334-1566

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aluareditora@aluareditora.com.br

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Impresso no Brasil Printed in Brazil


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Para Amelie e Anne, minhas inspirações de vida e de arte.


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A miopia aumentava na proporção em que ela crescia. Se tirasse os óculos, não enxergaria nem mesmo os seus pés.

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Os seus olhos medrosos e desconfiados eram espremidos pelas lentes grossas. O nariz? Ah, o nariz... ela achava muito estranho.

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O apelido, inventado pelos colegas no primeiro dia de aula, era uma legenda: coruja. Parecia que alguém lhe havia grudado esse rótulo na testa – Como fazer para tirar?

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Os dias na escola não eram fáceis!

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A sala era muito pequena para que pudesse encontrar um lugar sem ameaças, por isso se isolava.

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O pátio era uma imensidão. Aquele espaço de conversas e brincadeiras parecia assustador e sombrio diante dos olhares de desprezo e do murmurinho “coruja... coruja...”. Desde que entrara no colégio, ninguém a chamava na hora do recreio. Ela, por sua vez, não se atrevia a se juntar a nenhum grupo. Tinha vergonha dela mesma, de desparafusar seu corpo da cadeira e de conviver com a turma.

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Era muito difícil e ameaçador. Ouvia sempre deboche e zombaria.

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— E aí, coruja? Seus super-mega-ultra óculos aumentam as coisas? Você enxerga as pessoas em tamanho gigante? — debochava um dos colegas.

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Ela até pensou em não ir mais de óculos para a escola. Achava que isso acabaria com aquele sofrimento, então se dera conta de que criaria outro: não enxergaria nem os cadernos, nem ela mesma, nem ninguém. Era melhor ser uma coruja do que levar um tombo.

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Como passava horas consigo mesma, acabou desenvolvendo uma mirabolante capacidade de desenhar. Enquanto lanchava na carteira da sala, envolvia-se com seus desenhos até que a tão esperada sirene soasse, e o recreio sem amigos chegasse ao fim. Às vezes, ficava tão mergulhada no mundo de papel, em suas incríveis criações, que se esquecia de tudo. 9


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No entanto, era comum ser tomada por pensamentos que a deixavam muito infeliz. Percebia as meninas que enxergavam sem óculos como belíssimas e sempre prontas para selfies. Ela, ao contrário, via-se rejeitada pela turma, sentia-se feia e imaginava provocações e desprezo. Escondia-se nos cantos.

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Insatisfeita, pensando em tudo o que lhe incomodava, tornava-se ainda mais triste quando o recreio acabava e a garotada voltava ofegante. Encurvada sobre seus desenhos, ela levantava o olhar e não dizia nada.

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Os recreios solitários, contudo, estavam com os dias contados. Acabara de chegar à escola um aluno novo. Alto, magro, olhos verdes carregados por olheiras, como se tivesse passado a noite sem dormir.

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Andava de um jeito desengonçado, os pés para dentro, e carregava no ombro uma velha mochila semiaberta. Alguns cadernos e folhas despencavam. Os cadarços espalhavam-se pelo chão – era bem provável que ele se esquecesse de amarrá-los. Talvez os pés fossem pequenos demais para sustentar um corpo tão alto, pois o garoto cambaleava muito ao caminhar. O pescoço era longo para o rosto miúdo, os olhos grandes, o cabelo espetado.

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Logo ganhou dos garotos da turma o apelido de mondrongo. Mistura de monstro, dragão e molengo.

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O novo colega foi logo se sentar perto da menina dos grandes óculos, quando poderia ter ficado mais à frente, onde sobravam carteiras.

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A amizade começou em um dia de chuva. Ela estava com suas galochas vermelhas e brilhosas de estimação. Era o máximo de ousadia. Pensou mil vezes antes de calçá-las, com receio de ser mais um motivo de zombaria, mas a vontade de usar as galochas era maior do que o medo. Resolveu encarar. Por incrível que pareça, naquele dia, ninguém notou que ela havia trocado os tênis de sempre pelas botas – ainda que fossem bastante escandalosas.

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De qualquer forma, ela não estava disposta a se exibir. Ficaria quieta na sala, cumprindo seu ritual de silêncio em meio aos desenhos, rabiscos coloridos ou em caneta preta – ela criava personagens em série e lhes dava vida na imaginação. Eram amigos reais criados a partir do traço mágico que sabia tão bem fazer. 15


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Na hora do recreio, o garoto já ia saindo da sala quando olhou para trás e viu a menina mergulhada nos papéis, que se espalhavam pela carteira. Olhando-a fixamente, perguntou:

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– Você nunca brinca?

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A pergunta disparou o coração. O que dizer? Jamais um garoto tinha lhe feito uma pergunta olhos nos olhos! Estava acostumada com as zombarias.

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– Quase nunca! – respondeu apressadamente, sem saber em que lixo jogar a timidez.

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– Por que está lanchando aqui na sala? Todo mundo já foi para o pátio.

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– É que está chovendo muito! – mentiu, claro. Por nada no mundo diria a verdade: tinha medo, tinha vergonha de existir.

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– Mas os recreios chuvosos são os mais legais! Adoro chuva, você não?

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– Er, hum, é que, não sei... – respondeu não dizendo nada.

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– Gosto de chuva, mas tenho medo de me molhar.

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Por fim, a menina conseguiu soltar uma frase inteira:

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– Medo? Medo de água? Como pode? Se gosta de chuva, não existe chuva sem água... Quer experimentar uma brincadeira? Vem, vamos para o pátio.

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– Vamos! – respondeu engolindo o sanduíche.

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E lá foram eles. Quem os visse de longe por certo diria: a coruja e o mondrongo, que dupla! – foi o que talvez os colegas tenham dito, mas nenhum dos dois se interessou em ouvir.

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No pátio, buscavam poças, saltando de uma em uma. Quem pisasse em chão não alagado perdia ponto. Com suas botas vermelhas, a coruja pisou em todas as poças do pátio, encharcou-se. Não sobrou nenhuma parte de seu corpo sem vestígios da chuva. Não queria que o recreio terminasse. Pela primeira vez desde que começou nessa escola, brincava no mundo-pátio. Estava existindo! Não prestou atenção ao resto da turma. Nem teve medo de resfriado.

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A coruja e o mondrongo voltaram ensopados para a sala. Levaram uma bronca da professora, mas não ligaram. Quando enfim puderam entrar, todos olharam para eles em silêncio. Não zombaram. Ficaram com cara de assustados.

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Agora eram vistos de outra forma. Quem sabe o fato de a coruja e o mondrongo terem tido a coragem de afrontar o desafio da chuva e entrar na sala, encharcados, fez com que ganhassem medalhas pelo mérito daquela loucura?

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Os recreios malucos se repetiram.

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Quando se cansavam de brincar, sentavam-se em um banco de pedra. Depois a aventura recomeçava: eram exploradores da pequena floresta do pátio de terra como se fossem sobreviventes de um naufrágio. Montavam um teatro, criavam figurinos e cenários com folhas caídas no chão, era sempre a mesma história, o mesmo final – conseguiam se salvar da tempestade do alto-mar.

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O mondrongo sempre era o último a entrar na sala e sentava-se ao lado da coruja. Entre uma explicação e outra da professora, havia sempre um comentário entre os dois.

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Na hora do recreio voltavam à “floresta dos náufragos sobreviventes”. Muitas vezes, ela levava seu material de desenho. Adorava passar para o papel as cenas que inventavam no palco improvisado a céu aberto. Gostava, inclusive, de desenhar o amigo de várias formas – náufrago perdido ao relento, rei, dono de inúmeras fragatas, ou simplesmente ele mesmo, o seu melhor amigo.

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Continuavam chamando-a de coruja e caprichavam também na palavra mondrongo, numa altura daquelas: mondrooooooongo! A garotada zoava a mochila dele: o zíper emperrado, o tecido meio rasgado, o material pulando para fora, porque ele nunca se lembrava de acomodar livros e cadernos com cuidado para que tudo coubesse lá dentro. Era um desajeito. Os dois, coruja e mondrongo, não reclamavam dos apelidos – talvez por pura preguiça.

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Um dia, o inesperado aconteceu.

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Sem avisar, ele desapareceu. Pufff! Saiu da escola sem deixar vestígios. Os colegas não perderam tempo. Quando souberam que ele tinha saído, disseram que o mondrongo também se parecia com um morcego e que por isso tinha batido as asas na escuridão da noite. Mondrongo-morcego.

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Uma tristeza sem tamanho inundou a menina. Chorava no banheiro da escola, por se sentir sozinha. Todos os dias ela espiava pela janela que dava para o corredor, imaginando que ele pudesse voltar. Nada. Nunca mais voltou. 25


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Depois, ouviu dizer que o pai dele foi transferido para outro lado do mundo. Qualquer que fosse o país, não custava nada ter se despedido. Foram alguns meses de isolamento. Ela, que nunca tivera uma amizade, não conseguiria enfrentar o pátio.

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O que faria? Como uma coruja seria feliz sem a amizade de um mondrongo?

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Como iria enfrentar os colegas sem medo ou vergonha das zombarias?

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Quem seria o seu escudo amigo para, junto dela, ter a ousadia de desbravar o mundo-pátio?

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Com quem ela iria conversar agora que já estava acostumada a conversar?

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Na sala não tinha mais ninguém que chegasse perto dela para começar uma amizade. Ela, por sua vez, tampouco conseguiria. Ninguém saberia brincar de naufrágio.

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Até o fim do semestre, foram meses difíceis. A coruja viu o tempo passar em conta-gotas. Ela contou gota por gota. Sentia-se mais sozinha do que nunca. 29


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Os desenhos ficaram sombrios, refletindo os sentimentos dela.

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Precisava dar um jeito naquela situação. Não poderia continuar em um lugar onde se sentia mal e era hostilizada. O tempo ajudou a fortalecer esse pensamento. Então, a necessidade tornou-se urgente e virou decisão: ela tinha de trocar de escola.

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Pediu à mãe que, no ano seguinte, fosse estudar em outro colégio. Não gostava da turma, não se sentia à vontade, e, depois da partida do seu amigo Mondrongo, o pátio-mundo não tinha mais sentido.

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A mãe, que a levava diariamente ao colégio, jamais soube que a filha recebia o dolorido apelido de coruja.

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Nessa mesma época, seus pais trocaram de emprego e, para facilitar as idas e vindas, atenderam ao pedido da filha. A menina foi estudar em outro bairro e ainda ganhou um celular.

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– Oi, tudo bem? Meu nome é Isabel – assim ela se apresentou, corajosamente, aos colegas de sala, para espantar de vez qualquer ameaça de timidez congelante. Foi difícil, mas conseguiu.

Como em um joguinho de smartphone, deu start a uma nova vida. Tirou o rótulo que lhe colocaram na testa, deixando na escola antiga o apelido de coruja. A mudança mais importante foi no primeiro dia de aula na nova escola:

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Os colegas a receberam de bom grado e nunca passou pela cabeça deles criar algum apelido para a menina por conta dos óculos – que continuavam gigantes – ou do corpo franzino ou do nariz que ela achava estranho. Também não aceitaria qualquer apelido que não gostasse, e decidiu que naquela escola as coisas seriam diferentes.

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Tornou-se uma pessoa cheia de escolhas importantes.

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Resolveu também mostrar seus desenhos. Fizeram tanto sucesso que foi encorajada, pelos novos colegas e professores, a criar um perfil em uma rede social para divulgá-los. Era um bom começo para levantar seus próprios voos.

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Planejou, assim, que os seus desenhos retratariam pessoas em suas características particulares. Ela transmitiria ideias sobre a diversidade com a sua arte e colocaria uma frase singela ou divertida em cada postagem. Ela se empolgava, descobria-se. Os seus dias de coruja seriam inspiração para postagens e depoimentos. Em pouco tempo, um grande número de likes invadiu as suas páginas.

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Estava só começando a ser uma pessoa no mundo e a retratar os diferentes jeitos de ser e de viver! Tudo porque um dia ela teve coragem de existir.

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PRECISAMOS FALAR SOBRE BULLYING!

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A palavra “bullying” é usada para chamar aquelas situações nada agradáveis que muito acontecem no dia a dia do ambiente escolar. O bullying afeta negativamente a vida de quem passa por humilhações, isolamento, perseguições ou até mesmo agressões físicas na escola, como aconteceu com a personagem Isabel neste livro. Será que você ou alguém da sua escola pode estar passando por algo assim também?

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Entre os principais tipos de bullying, os mais comuns são o verbal (xingamentos, apelidos e piadinhas repetitivas); físico (brigas, chutes, socos e empurrões); psicológico (chantagens, sustos e perseguições); e social (isolamento ou exclusão do colega em atividades). Isabel passou por alguns desses tipos de bullying. Você consegue identificá-los?

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Você sabia que existe uma lei para o combate ao bullying? Além disso, várias ações ocorrem em todo o Brasil para impedir essas práticas no ambiente escolar e evitar seus efeitos na vida dos alunos, que muitas vezes acabam perdendo a vontade de ir para a escola, de fazer amigos ou até mesmo de curtir as coisas que antes gostavam, como brincar, ler e desenhar.

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No caso da Isabel, que sempre gostou de fazer ilustrações divertidas, você percebeu como os desenhos dela mudaram à medida que ela se sentia mais triste e isolada pelos colegas?

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Ao longo da narrativa, vamos observando que a autoaceitação, a aceitação das diferenças do outro e a amizade são muito importantes para o bem-estar e a autoestima, sendo também o primeiro passo para criarmos um ambiente de respeito e de não violência.

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Um exemplo disso é como a chegada de um novo aluno na escola foi marcante para Isabel, que passou a ter uma companhia e a brincar no recreio como os outros colegas, vivendo dias muito divertidos.

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O livro A coruja e o mondrongo é um conto, gênero da literatura caracterizado por narrativas curtas, na qual as personagens precisam resolver uma situação de conflito. Como se espera do gênero, a obra apresenta poucos personagens, cenários limitados e um desfecho em pouco espaço de tempo. Nascida no Rio de Janeiro, a

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autora Claudia Nina é também jornalista e já publicou mais de vinte livros para crianças, jovens e adultos, recebendo prêmios por alguns deles. Seus livros estão presentes em diversas escolas de todo o Brasil, levando sempre muita imaginação por onde passam. Claudia nos contou que começou escrevendo diários, que naquela época eram a forma de demonstrar sua paixão por escrever. Você também gosta de escrever diário?

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Nesta obra, a autora Claudia Nina optou por se utilizar de elementos da realidade para desenvolver a história ao abordar a temática do bullying e a amizade no ambiente escolar. Você já pensou em escrever algo que provoque reflexão e emoção?

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Outro importante elemento neste livro são as ilustrações, elaboradas pelo paraense Renam Penante, nascido em Belém do Pará. Ele já morou em vários lugares, de norte ao sul do Brasil. Assim como a personagem deste livro, Renam demonstrou interesse pelo desenho 43


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ainda criança. Hoje, é designer gráfico e tem uma grande paixão pela arte de ilustrar livros.

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Você observou que em cenas mais tristes, quando a “coruja” se sentia infeliz e angustiada, as imagens do livro parecem encolhidas e com cores mais escuras? E que nos momentos mais felizes da história, o tamanho delas passa a ficar maior e com cores mais vivas e alegres? O ilustrador utilizou esse recurso para demonstrar o que a personagem estava vivendo em cada parte da narrativa. Legal, não é?

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A coruja e o mondrongo nos mostra o quanto faz diferença termos uma postura acolhedora com as pessoas ao nosso redor. Você já pensou em como pode ser importante fazer com que um aluno novato se sinta bem-vindo na sua turma? E que as pessoas que praticam bullying precisam de ajuda para aprenderem a tratar os demais com respeito, mesmo se não forem próximos? Que tal conversar sobre tudo isso com seus colegas?

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A coruja e o mondrongo conta sobre os

momentos vividos por uma menina cheia

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de sonhos, que, por causa do bullying praticado pelos “colegas”, acabava isolada,

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insegura nos cantos da escola e mergulha-

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da em seus desenhos. Com a chegada de

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um novo aluno ao colégio, ela vive grandes

aventuras nos recreios. A partir daí, muitas

AL

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mudanças acontecem na história.

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ISBN: 978-65-89966-04-3

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