O SAPO APAIXONADO E A CHALEIRA CHORADEIRA

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Numa manhã de domingo, o escritor deste livro olhou diferente para a chaleira sobre o fogão. Aquilo foi o ponto de partida para ele criar esta engraçada e romântica história. Você conhecerá as aventuras de um sapo que confunde uma chaleira com uma princesa que na cabeça dele é prisioneira num castelo. O verdejante saltador não poupará nenhum esforço. Ele fará de tudo para salvar sua amada e ter para si o tão sonhado objeto de desejo. Prepare-se para as estripulias desse simpático anfíbio.

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ISBN: 978-65-88968-14-7 978-65-84694-00-2 ISBN:

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Belo Horizonte 2ª edição Dezembro de 2021

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Copyright © 2021 by Adriano Messias

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EDITOR Rafael Borges de Andrade

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SUPERVISÃO EDITORIAL Maria Zoé Rios Fonseca de Andrade COPIDESQUE E REVISÃO DE PROVAS Lílian de Oliveira ILUSTRAÇÕES E PROJETO GRÁFICO Mariano Martín

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DIAGRAMAÇÃO Mariano Martín Alexandre Alves CONSELHO EDITORIAL Renata Amaral de Matos Rocha Paula Renata Melo Moreira Maria do Rosário Alves Pereira José Ribamar Lopes Batista Júnior

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD M585s

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Messias, Adriano

O sapo apaixonado e a chaleira choradeira / Adriano Messias ; ilustrado por Mariano Martín. - 2. ed. - Belo Horizonte : Baobá, 2021. 44 p. : il. ; 27,5cm x 20,5cm.

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ISBN: 978-65-88968-14-7

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1. Literatura infantil. 2. Fantasia. 3. Afetividade. 4. Emoção. I. Martín, Mariano. II. Título.

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CDD 028.5 CDU 82-93

Elaborado por Odilio Hilario Moreira Junior - CRB-8/9949

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Índice para catálogo sistemático: 1. Literatura infantil 028.5 2. Literatura infantil 82-93

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem o consentimento por escrito da editora. Todos os direitos reservados à: EDITORA BAOBÁ LTDA. Rua Helium, 115, 3º andar, Nova Floresta – Belo Horizonte/MG CEP: 31140-280 Telefone: (31) 3334-1566 editorabaoba@editorabaoba.com.br Impresso no Brasil Printed in Brazil

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Sapo pula na lagoa. Chaleira chia na pia. Tomando café com broa a vida é toda alegria!

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Na rua das Flores, 1313, uma história de amor aconteceu...

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Uma paixão entre um sapo corajoso e uma chaleira cantora, vista por ele como se sapa fosse.

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Ah! Se me lembro bem, a história foi assim...

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Toda vez que ela chiava, ele se encantava com aquele canto de tons finos que pareciam alcançar a lua.

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Sempre à noite e às manhãzinhas, às vezes durante a tarde, a bela sapa cantava árias na cozinha do castelo. Um canto de sereia, de “sapeia”, que tinha encantado o anfíbio do jardim para sempre.

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Mas como conhecê-la, se ela morava do outro lado da janela da cozinha, tão alta, quase impossível de ser saltada?

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P 5 Ele via apenas, nos 5 momentos das 1 notas em falsete,1a cortina de vapor O subindo e escapando janela afora. Ã Çum aroma de delicadas Depois, E L ervas envolvia todo o jardim e O C até ele, que coaxava de amor chegava A D sobre sua pedra branca no centro de um pequeno lago.

O sapo estava ansioso para conhecer sua amada imortal.

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A primeira vez em que se viram foi um momento único na vida do anfíbio.

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Ela havia sido colocada no beiral da janela, estranhamente de cabeça para baixo, e despendia lágrimas de amor por ele. Cada gota que caía ao chão era uma delicada prova de amor. — Espere, minha adorável sapa cantora, que um dia hei de raptá-la e em meus braços você seguirá rumo ao pântano da felicidade. — disse o sapo, cheio de coragem.

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O G I A prisioneira ficou emocionada, mas D nada conseguiu responder. Apenas CÓ _ continuou a chorar suas lágrimasO quase mornas, até que as palavras de à carinho e Ç consolo de seu amado as fiA zeram cessar. G L enrugada a tomou De repente, uma mão U V em uma masmorra, pelo braço e a colocou I D de um quarto de vidro e exatamente dentro E ao lado deD outros prisioneiros. AL I R E T

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Com muita dificuldade, o sapo conseguiu ver sua querida lá dentro ao trepar no galho da romãzeira. — Por que os humanos são sempre tão cruéis? — pensou alto. 9


Na segunda vez em que a viu, ela já não estava naquela posição deselegante.

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P 5 E também 5 já não chorava. 1 1 pôde notar que a O sapo Oda amada, verde como pele à Ç

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E a dele, tinha um tom mais L O esmeralda, além de pintas

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graciosas em cor branca que a deixavam ainda mais bela.

Seus pés eram brilhantes como a lua prateada e, sobre a cabeça, repousava um gracioso chapéu com enfeite na ponta. Aquele detalhe dava o toque final à delicada princesa-sapa.


— Não me demorarei, amada minha. Em breve irei até aí para tomá-la nos braços como prometido e fugiremos desse castelo desolado. E noite após noite, o sapo apaixonado começou a arquitetar um plano para salvar aquela a quem desejava para sua futura esposa. Ao lado do mágico anão de gesso que enfeitava a beira do lago, ele se reuniu com outros bichos para comentar suas intenções:

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— Ainda esta noite, quero invadir a muralha daquele castelo e libertar minha querida anfíbia.

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Duas rãzinhas bateram palmas frenéticas com as patas, que, entretanto, ficaram grudadas umas nas outras devido às ventosas.

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Um lento besouro-rinoceronte estava sem entender nada, enquanto uma cobra-cipó se enrolou no pé de alecrim, contorcendo-se e suspirando com a heroica narrativa. — Mas o que pretende fazer para tirar a tal amada do cativeiro, sapo doido? — foi logo perguntando um grilo atrevido que saltou sobre a cabeça de uma fada de madeira.

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O sapo arqueou o peito o mais que pôde, imitando seus amigos mais fortes, os sapo-boi, e declarou, quase solene:

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0 3 2 noite até — Vou saltar muito alto esta P 5 da janela do conseguir entrar pela fresta 5 castelo! 11 O gritos, animadas As rãzinhas soltaram à Çenquanto o corajoso e que estavam, E L animal era seguido ao longe verdejante O por sua C duvidosa plateia. A D

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Chegou debaixo da janela da cozinha, calculou, calculou... e pulou.

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No primeiro salto, quase atingiu a floreira.

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Muitos bichos o desanimavam, dizendo para ele se esquecer daquele quimérico amor.

1 1 — É delírio amar tão intensamente essa O Ã beliscando uma princesa — disse uma jabota Ç fatia de mamão. LE — Mas todo amor tem um quê de delírio, CO minha cara A — piou um pardal empoleirado na D cabeça do anão. O G I D Ó C _

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Sempre perseverante, apenas no sétimo pulo conseguiu atingir com firmeza a janela e, se aquela não fosse uma missão tão perigosa, teria soltado um grande coaxar de contentamento.

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Para pular dentro da fortaleza foi fácil.

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Da janela, ele vislumbrou uma passarela de mármore. Nela, estavam de guarda alguns de sua espécie. Certamente, aqueles vigias não lhe negariam dar informações.

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Outro salto o colocou em frente ao primeiro dos três amigos verdes, que nada falavam. Pareciam petrificados enquanto abraçavam estranhas lanças com três pontas. — Ó, valoroso sapo sentinela do castelo! Ajude-me a libertar aquela delicada criatura que canta e chora três vezes por dia, e que é sempre colocada de cabeça para baixo no apoio da janela.

O G I D Ó C Porém o possível informante nada_queria dizer. O O outro insistiu, mas sempreÃera frustrado. Ç A Com raiva, o sapo agrediu G o guarda com L uma linguada gosmenta, o que fez com que U atirasse a lança deIV quatro pontas em sua D direção. E D — Ingrato! — gritou o sapo intruso — Você L Acolegas ainda hão de pagar por isso! e seus I R E T 18 A M

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E, com outro salto, caiu sobre o chão úmido e frio do castelo.

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Naquele momento, o silêncio foi interrompido por uma das gigantas, talvez a torturadora de sua amada, a qual se dirigiu para o reservatório de água, onde bebeu em um tipo de balde transparente e bem cheio. Quando a giganta retornava para dentro de casa, o sapo a olhava corajosamente, projetando seus olhinhos fixos em direção da enorme criatura.

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Ao ser percebido, um grito de guerra ecoou pelo castelo, acordando a outra moradora:

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— Socorrrooooooo! Sapoooo! Pega a outra vassoura, Ismênia! — disse a mãe à filha.

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Outra giganta usando algo estranho na cabeça então apareceu segurando o instrumento de tortura que sempre empurrava as coitadas das formigas e minhocas para junto das folhas da mangueira todas as manhãs.

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E L Conhecedor da estratégia daquela arma de O C pulou sobre um banco e, de lá, guerra, o sapo A chegou Dao quarto com portas de vidro onde suaO amada dormia o sono dos justos. G I — Não demorarei, querida. Estou saltando D Ó para libertá-la. C _

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Vassouradas eram dadas aleatoriamente em todos os objetos que tinham o tamanho de um sapo naquela cozinha escura, até que a giganta-mãe acendeu a noite dentro do castelo. — Onde está aquele bicho nojento? — gritou a giganta-filha com a vassoura — Deve


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O Ã Ç A ter se escondido atrás da cristaleira onde G guardamos a chaleira.L U V Descoberto emI seu esconderijo, só restou D e dali e mudar seus ao sapo pular daqui E D planos. Seria melhor manter-se vivo até a L A noiteIseguinte para tentar outra estratégia. R E T

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Um salto heroico o lançou no beiral da janela e, de lá, ele retornou ao moinho que fizera de lar. Por perto, as tais rãzinhas, que se tornaram suas fãs, e o fiel anão de gesso o aguardavam. Ele, porém, não estava muito a fim de coaxos. Enfiou-se lá dentro, tristonho e pensativo, e pôs-se a meditar madrugada afora.

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O G I D Ó C No dia seguinte, a rotina recomeçara. Sua Seu coração quase saltou pela boca, _ Ocabeça amada verde estava bem cedoà de pois aquela delicada criatura que tanto Ç lágrimas, chorava fora lançada sobre o duro quintal para baixo, chorando suas gordas A e daquela vez mais do que G nunca. Talvez ela com grama baixa. L temesse pela vida deUseu corajoso libertador. A queda fez muito barulho e a V I O sapo olhava Dde longe, escondido entre chaleira rolou até um vaso de flores. as folhagens E das samambaias. De lá, viu a Seu lindo chapéu com bolinha na ponta D giganta L mais velha empurrar sua amada em deslizou como rodela de laranja até A I do abismo. direção parar dentro do lago. R E T 6 2A M


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O G I D Ó C A rainha das gigantas apareceu em _ O seguida reclamando da falta doÃchapéu da prisioneira. Uma vez maisÇapanhou A para a sapa pelo braço, agachou-se G L procurar o objeto desaparecido, mas U V nada encontrou. I D E o castelo resmungando E entrou para D como sempre... AL I R E T A M

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À noite, na segurança da escuridão, o sapinho mergulhou nas águas do lago até achar o chapéu. Trouxe-o à tona grudado em sua comprida língua e tomou aquilo como um troféu. Faria tudo o que fosse possível para salvar sua preciosa sapa.

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Porém, naquela noite, muitas outras gigantas chegaram para visitar as duas malvadas, mãe e filha. As vozes de todas elas eram estridentes.

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Em meio a gargalhadas medonhas, a amada sapa foi obrigada a cantar mais do que nunca. E como cantou!

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C A D Sempre após uma ária, espalhava-se ao redor O com o de algumas um aroma novo que parecia G Ino jardinzinho. plantas que moravam D Óolhos mergulhados em água, C O sapo, com os _ poder fazer naquele instante. lamentava nada O Ã Ç A G L U V

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Subitamente, quando a sapa cantora foi debruçada, como sempre, sobre o beiral da janela, a giganta aprisionadora comentou com uma de suas visitas:

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P 5 — Essa “chaleira” está tão5feia já. Minha 1 filha, Ismênia, viu como 1 ficou toda O querer a derrubei. “amassada” quandoÃsem Ç o “bico” está torto, os E não tem mais tampa, E L se soltar... Ai, ai... pés estão para O C A D O G I D Ó C _

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O sapo, que pouco conseguia ouvir do que era dito, tamanho o alarido, fez sua interpretação:

podem dizer que está “engasgada” e que seu “trino” está torto? E como ousam criticar seus pezinhos delicados?

— Essa “chiadeira”? Ah, mas como ousam chamar minha sofrida cantora de “chiadeira”? Seu canto ressoa por toda a imensidão do jardim e acalenta os corações daqueles que a escutam. Como

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No ápice da indignação, o sapo teve de se esconder ainda mais atrás da folhagem, em que estava.

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É que a giganta-mãe trouxe a sapa para fora do castelo. Enfim!

O G I E abandonou-a na beirada do D Ó lago como se fosse uma estátua. C _ Queria esquecê-la por lá. O Ã Ç A G L U V I D E apaixonadíssimo, aquilo D Para o sapo, foi o triunfo AL da perseverança do amor. I R E T 34 A M

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Assim que a encontrou, devolveu-lhe o chapéu elegante e lhe fez mil e uma declarações românticas.

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Mas ele próprio sabia que a amada sapa estava enfeitiçada, uma vez que se mantinha petrificada. Não mais chorava, nem cantava árias.

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Aquilo, entretanto, não era problema.

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Ele tinha a seu favor todo o tempo do mundo para ficar ao lado dela e lhe dar beijinhos, à espera de que, mais dia, menos noite, o encanto fosse quebrado.

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Enquanto isso não acontece, quem passar pela rua das Flores, 1313, nas noites de lua bem redonda, e olhar para a pedra que fica dentro do lago do anão de gesso, vai ver dois estranhos personagens, um ao lado do outro, em um terno abraço: um sapo apaixonado e uma chaleira encantada.

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Um amor quixotesco

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1 0 Ah, quem nunca se apaixonou por uma 3 0 3 chaleira, não é mesmo? 2 P saltadoras, Bem que nós, as três rãzinhas 5 5 personagens deste livro tão1 engraçado e cheio de 1 intensas emoções, queríamos ter o coração desse Oamoroso, tão persistente, sapo tão corajoso, tão Ã Ç tão... tão... tão...E quixotesco! L “MasO como assim, ‘quixotesco’?” – você C se perguntando. deve estar A D Vamos lhe contar tudinho... GO

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O Dom Quixote do laguinho do anão de gesso Há muito tempo, um escritor espanhol chamado Miguel de Cervantes (1547-1616) escreveu um livro inesquecível: Dom Quixote de la Mancha. Nessa obra, um cavaleiro medieval fazia viagens pelas terras da Espanha ao lado de seu escudeiro fiel chamado Sancho Pança. Enquanto Dom Quixote tinha uma imaginação muito fértil, uma “cabeça nas nuvens”, Sancho Pança era mais realista, mais “pé no chão”. Agora você já sabe o que significa “quixotesco”. E, se notar com atenção, o sapo tem até o seu próprio Sancho Pança. Mas não vamos lhe dizer quem é. Você terá de descobrir prestando atenção nas ilustrações.

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lugar mais encantador, mais doce! O moinho é um enfeite do jardim que fica ao redor do laguinho. Lá, vários personagens aparecem para conversar e observar o que se passa: são bichos despercebidos pelas duas humanas que moram na casa e, talvez, até mesmo por isso eles consigam viver sossegados. Se não houvesse a tal da chaleira choradeira e chiadeira, provavelmente a vida de todos fosse mais calma. Mas não é que o sapo tomou a chaleira como sendo uma princesa sapa presa em um castelo? E aí, claro, começam as confusões.

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O G I D Ó Um conto de fadas dos nossos dias C _

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O Ã Ç A Quem veio primeiro: G L a chaleiraUou o sapo? V I O sapo mora dentro de um moinho movido D E linda porta de madeira em fora água com aquela D mato de L coração. Toda vez que olhamos para lá, A I que suspiros derretem em nossa boca. Que parece R TE

Ah, sim, o livro é um conto porque tem início, meio e fim e poucos personagens. E a história se desenvolve em torno do tema principal: a teimosia do sapo em salvar sua amada... a chaleira! – o que nos traz para a descoberta dos nossos sentimentos e emoções, não é mesmo? Quando a ler, você pode até refletir sobre uma pergunta que vamos lhe fazer agora: será que 41


o sapo é que criou a confusão ao achar que a chaleira fosse uma sapa ou será que a chaleira é que encantou o sapo com seu som e sua forma? O que será que veio primeiro? Ou as duas coisas podem se passar ao mesmo tempo?

O autor Bem, se você prestou atenção na capa do livro, já sabe que essa “comédia dos erros” toda saiu da cabeça do Adriano Messias. E nós até o agradecemos por isso, pois, se não fosse por ele, sequer existiríamos para estar aqui lhe contando sobre a obra. Adriano adora escrever histórias que tenham bichos como personagens. Ele já tem mais de cento e vinte livros publicados. São contos, poesias, romances, peças de teatro, livros só de imagem... Escreveu até obras para gente grande, mas ele gosta mesmo é de inventar textos para crianças e adolescentes. Para gente igual a você e, de certa forma, para bichos iguais a nós, as rãs trigêmeas!

Aliás, nós nos achamos ótimas atrizes. Você vai ver que sempre estamos grudadinhas umas às outras e grudadinhas no papel... literalmente!

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Já o Mariano Martín é quem ilustrou o livro. Ele e o Adriano são bons amigos. Se você perceber bem, esse argentino nascido na cidade de Bahía Blanca trabalhou quase todas as ilustrações em massinhas de modelar. Isso mesmo! O restante são elementos artesanais, bem comuns ao nosso dia a dia. Tente descobrir o que mais ele usou para criar os cenários. O Mariano é muito talentoso e, se você for bom em espanhol, pode até mandar um recado para ele. Note ainda que os desenhos que ele fez são muito importantes para que a história ganhe mais vida e a obra se torne bastante divertida.

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0 0 0é Só não tem anfíbio na Antártida porque lá 1 0 lado muito, mas muito frio! Imaginem nós três3ao A palavra “anfíbio” vem do grego e significa 0 dos pinguins, congeladas iguais picolés! “aquele que pode viver tanto em um meio quanto 3 2já se lembrou) Então agora você já sabe (ou em outro”. Vamos explicar: os sapos, por exemplo, P 5 as pererecas... que os anfíbios são as rãs, os sapos, nascem na água e depois passam a viver na terra: 5 11 as salamandras e Ah, e também as cobras-cegas, são bichos de “vida dupla”. Daí que, em Ciências, O os tritões... os anfíbios são aqueles animais vertebrados que Ã Ç Aliás, quanto animal! Quanta gente. passam uma parte da vida em ambiente aquático E L e outra parte em ambiente terrestre. Fácil, não é? O Tanta C coisa boa nessa história! DAJá vamos lhe dizendo que o sapo da história Onão tem nome. Não adianta procurar, pois você G I não encontrará. Aliás, quase ninguém tem nome D E sabe o que mais? Ó no livro e isso foi intencional, pois, assim, você C _ pode dar o nome que quiser aos personagens. O Agradeceríamos se depois você e seus coÃde noNo Brasil, existem cerca Ç legas fizessem uma votação e escolhessem noA vecentas e cinquenta espécies de G mes para nós três. Ah, e mandem para o autor os L anfíbios. No mundo todo, já são U nomes selecionados porque sabemos que ele vai V conhecidas Iumas sete mil. adorar ler! Quem sabe depois não surge um livro Dquanto bicho saltador! Nossa, E somente para nós, as lindas e espetaculares trigêD meas verdes, não é mesmo? L A I R TE Os anfíbios, esses lindos!

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Sabe, retornando à nova palavra que você aprendeu, “quixotesco”, achamos que o sapo, que é mesmo um tanto estouvado e birutinha, às vezes se parece aos próprios humanos. Deve ter gente quixotesca por aí, ao seu redor. Ou de repente você também tem algo de quixotesco. Você já deve ter visto amigos seus que são teimosos e persistentes, ou adultos muitos apaixonados e até mesmo grudentos, e pessoas que fazem de tudo para ajudar ou para salvar os outros... mesmo que esses outros não precisem ser salvos. Pode ter sido este o caso com a chaleira. Depois que der suas sapeadas no texto, reflita também sobre isso.

Hora de dar uns saltos por aí...

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Muito bem, criança humana: o sapo da história é mesmo encantador, cheio de energia e movido por uma perseverança que impressiona todo mundo. É bem fácil se encantar por ele e nós três temos a certeza de que você destrancará a portinha de seu coração para nosso “cavaleiro da saltitante figura”. Não sabemos se você já leu o livro, mas, se ainda não o fez, acho que está na hora de fazer como nós: salte para dentro das páginas, deixe-se levar pelas aventuras do sapo, investigue cada detalhe das ilustrações e se divirta muito, mas muito mesmo! Afinal, criança, este livro foi feito para nos levar a laguinhos nunca dantes navegados. Só tome cuidado com as vassouras! Tchau!

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Numa manhã de domingo, o escritor deste livro olhou diferente para a chaleira sobre o fogão. Aquilo foi o ponto de partida para ele criar esta engraçada e romântica história.

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Você conhecerá as aventuras de um sapo que confunde uma chaleira com uma princesa que na cabeça dele é prisioneira num castelo.

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O Ã O verdejante saltador não poupará nenhum Ç Ede tudo para salvar sua amada esforço. Ele fará L e ter para si O C o tão sonhado objeto de desejo. A para as estripulias desse Prepare-se D simpático anfíbio. O G I D

ISBN: 978-65-88968-14-7 978-65-84694-00-2 ISBN:


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