Livro das simpatias - Manual do Professor

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ANTONIO BARRETO Ilustrações

Guili Seara

MANUAL DO PROFESSOR Maria das Graças Leão Sette (Org.) Antonio Barreto • Márcia Travalha • Maria Zoé Rios Lílian de Oliveira

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida


EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida


LIVRO DAS SIMPATIAS

MANUAL DO PROFESSOR Maria das Graças Leão Sette (Org.) Antonio Barreto • Márcia Travalha • Maria Zoé Rios Lílian de Oliveira

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida


Manual do professor concebido com base na obra Livro das Simpatias, do autor Antonio Barreto, com ilustrações de Guili Seara

Editor: Rafael Borges de Andrade Assessoria editorial: Mário Vinícius Silva Organizadora: Maria das Graças Leão Sette Instrutores pedagógicos: Maria das Graças Leão Sette Antonio Barreto Márcia Travalha Supervisão pedagógica: Maria Zoé Rios Revisão e preparação de texto: Lílian de Oliveira Revisão de provas: Flávio Mota

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Livro das simpatias - manual do professor / Maria das Graças Leão Sette, organizadora. - Belo Horizonte: Baobá, 2018. 92p. 1. Educação infantil. I. Sette, Maria das Graças Leão. CDD: 372.2 CDU: 372.4

Elaborada por: Maria Aparecida Costa Duarte CRB/6-1047

ISBN: 978-85-66653-60-1 1ª edição Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem o consentimento por escrito da editora. Todos os direitos reservados à: Editora Baobá LTDA. Rua Helium, 119- 3º andar – Nova Floresta

Belo Horizonte – MG – EDITORA CEP: 31140-280BAOBÁ Telefone: (31) 3653-5217 Exemplar

LTDA. de divulgação – venda proibida

editorabaoba@editorabaoba.com.br


Título: Livro das Simpatias Autor: Antonio Barreto Ilustrações: Guili Seara Idioma: língua portuguesa Categoria 2: para estudantes do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental Tema da categoria: Outros: folclore, costumes e crenças Gênero literário: conto, crônica, novela, teatro, texto da tradição popular

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SUMÁRIO

1 - Sobre o Livro das simpatias

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2 - Pré e pós-leitura

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3 - A magia da interdisciplinaridade

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SOBRE O LIVRO DAS SIMPATIAS

“A arte existe porque a vida não basta.” (Ferreira Gullar) “Simpatia e poesia são, a nosso ver, a mesma coisa. Se uma ajuda (com a esperança) a curar os males do corpo, a outra ajuda (com a fantasia) a curar os males da alma (...) E a fantasia, por ser poética, é apenas uma greta de porta pela qual a verdade passa assobiando.” (Antonio Barreto)

O AUTOR Antonio Barreto (Antonio de Pádua Barreto Carvalho) nasceu em 13 de junho de 1954 em Passos (MG), onde foi editor e fundou, com vários colegas da UPES (União Passense dos Estudantes Secundários), a revista literária Protótipo, uma das precursoras da chamada “Literatura Independente” no Brasil. Mudou-se para Belo Horizonte no início da década de 1970, onde foi tentar a carreira de jogador de futebol, no juvenil do América FC. Mas, precocemente, teve a carreira encerrada por uma contusão no joelho. Posteriormente, morou também em algumas cidades do Oriente Médio (Bagdá, Ramadi, Fallujah, Amman e Istambul), trabalhando como intérprete e projetista de uma multinaEDITORA BAOBÁ cional, na construção de estradas, pontes LTDA. e ferrovias, na década de 1980. Exemplar de divulgação – venda proibida Poeta, contista, romancista, cronista e autor de literatura infantojuvenil, Antonio Barreto recebeu dezenas de prêmios nacionais e 5


internacionais para sua obra. Participa também de antologias nacionais e estrangeiras de contos e poemas, com trabalhos traduzidos para diversas línguas (inglês, espanhol, italiano, francês, alemão, árabe, húngaro etc.).

OUTRAS ATIVIDADES Na década de 1990, foi cronista do jornal Estado de Minas e da revista Morada, além de colaborador de periódicos do Brasil e do exterior. Entre 2000 e 2017, com um grupo de professores e linguistas que formam o Grupo Didacta/TBH de Criação, dedicou-se a projetos didáticos e educacionais na área de Língua Portuguesa, produzindo a série de coleções Para Ler o Mundo, destinada a alunos de Letramento/Alfabetização, Ensino Fundamental e Ensino Médio do país. Foi/é colaborador e colunista dos sites e revistas eletrônicas: Contemporânea-Brasil/SP; Primeiro Programa/Rádio Transamérica-SP; Puxa Prosa-SP e Algo a Dizer-RJ; Ecológico-BH (Olhar Poético:); Tanto-BH, Palavrarte-RJ, Letras & Ponto-BH e Sagarana, da Itália, entre outras. É também redator e coordenador do Grupo Didacta-TBH, que, desde 1999, se dedica a projetos de criação, produção literária, oficinas de texto (orais e escritos) e produção de material didático-pedagógico (coleções impressas, apostilas e plataformas digitais on-line) de Língua Portuguesa para várias editoras e sistemas de ensino do país.

O AUTOR E SEU PROCESSO DE CRIAÇÃO DA OBRA A primeira simpatia que Barreto escreveu foi para São Longuinho, o santo que faz aparecer coisas sumidas, no seu caso, um guarda-chuva. Depois de encontrá-lo atrás de um sofá, não teve como escapulir dos tradicionais três pulinhos. Como deu certo, começou a escrever simpatia para tudo, todas inventadas. “A inspiração veio da minha avó Sebastiana (irmã de Aracy de Almeida), que era meio mágica. Lidava com as plantas, tinha um raminho de arruda atrás da orelha para espantar o mau-olhado e dizia que sabia ler as vozes do vento. Meu lado poético herdei dela, que não era letrada, nunca estudou, mas era uma contadora de histórias incrível. Era inventiva oral. Não professava uma religião, era misteriosa, meio alquimista. Tinha uma EDITORA LTDA. energia muito forte e dizia queBAOBÁ eu tinha uma grande proteção, por causa Exemplar do meu coração”, relembra Barreto. de divulgação – venda proibida E revela: “Não tenho religião, mas acredito em uma energia superior, e ela já me salvou de situações graves. Tenho a proteção de 6


São Miguel e de Santo Antônio”, diz Barreto, que, seguindo os caminhos da vó Sebastiana, vai destrinchando as vozes do vento1.

O ILUSTRADOR Guili Seara nasceu em plena Floresta Amazônica, em 1960, na cidade de Serra do Navio – Amapá. É designer, atua nas áreas editorial, de arte, cultura e identidade visual, tendo recebido mais de 40 prêmios nacionais e internacionais na área de design. Entre eles estão os concedidos pelo Instituto de Altos Estudos em Artes Plásticas da França; dois Grandes Prêmios Nacionais em duas Bienais de Design Gráfico da ADG São Paulo; e Prêmio Luis Jardim, em 2006, pela Fundação Nacional do Livro Infantojuvenil, como melhor livro de imagem: A linha, de Mario Vale (Editora RHJ). Para ilustrar o Livro das simpatias, Guili Seara utilizou a técnica da colagem. A base para a elaboração das ilustrações são desenhos em bico de pena dos autores Thiebault, H. Emy, Coste, datados de 1898, junto com recortes digitais de imagens fotográficas, proporcionam um diálogo com as inusitadas simpatias. Professor, é importante ressaltar aos alunos que as ilustrações da obra não são apenas atrativos para a leitura dos textos: elas contribuem para a clareza das mensagens, dialogando com elas.

A OBRA Encontrar o amor, atrair prosperidade financeira, passar em um exame, fazer crescer o cabelo. Quem nunca fez ou ouviu alguém próximo contando sua experiência de ter feito uma simpatia? E se ela puder ser usada também para encontrar sereia, o príncipe encantado, ver um disco voador, alcançar a fonte da eterna juventude? E se, junto a essas situações que parecem absurdas, na realidade pudéssemos encontrar poesia, uma visão diferente sobre as coisas, rir de crendices, refletir sobre nossas ações e vivências? É o que oferece ao leitor o Livro das simpatias, uma prosa poética em que o autor não se propõe a fabular, a contar histórias, e sim a estabelecer um diálogo poético com o gênero textual “simpatia”. 1

EDITORA BAOBÁ LTDA. Extraído de entrevista de dadadivulgação ao jornal O Tempo, Tempo 2016. Oproibida TEMPO. Simpatias Exemplar –, em venda

poéticas de Barreto, seção Literatura, Ana Elizabeth Diniz, 19 jul. 2016. Disponível em: <https://www.otempo.com.br/interessa/simpatias-po%C3%A9ticas-de-barreto-1.1340107>. Acesso em: 20 jul. 2018. 7


Com o emprego da linguagem figurada, o autor cria um universo fantástico, marcado pela inventividade, pela ludicidade. Nele a poesia rompe com a forma tradicional do poema e se constitui na sua essência: exploração dos recursos da linguagem literária, do novo, do inusitado. É uma obra em prosa poética. A poesia está, muitas vezes, associada ao poema: texto escrito em versos, organizado em estrofes, com metrificação, rimas, ritmo, musicalidade. Enquanto a primeira refere-se à linguagem subjetiva, carregada de emoção e sentimento, o segundo refere-se à forma como geralmente se emprega essa linguagem. No entanto, a poesia não se prende a essa única forma, podendo permear textos em prosa. É a chamada prosa poética. Nesse sentido, podemos classificar a obra como pertencente a um gênero maior – o “texto de tradição popular” –, mas que, criativamente, foi adaptado, reinventado como recriação de texto da tradição popular em prosa poética. Ao trabalhar uma obra literária em sala de aula, qualquer que seja ela, é sempre importante reiterar para os educandos que a literatura cumpre função estética e expressiva, mas tematizando questões relevantes para o ser humano, constituindo-se em sua “dimensão humanizadora, transformadora e mobilizadora” (BRASIL, 2017, p. 136).

TEMA ABORDADO NO LIVRO DAS SIMPATIAS: FOLCLORE, COSTUMES E CRENÇAS As simpatias fazem parte da cultura popular, estando no campo do nosso imaginário, de raízes mais profundas, e foram recriadas neste livro de forma poética, com emprego do nonsense, do humor e valendo-se do fantástico.

O Livro das simpatias é apropriado para 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, considerando-se que os educandos dessa faixa etária já são capazes de lidar com desafios de maior complexidade, sobretudo por já terem se apropriado melhor das diferentes lógicas de organização dos conhecimentos relacionados às áreas. Por isso, durante os diferentes momentos da leitura literária, eles serão instigados a perceber o diálogo com a Arte, a Filosofia, a História, a Geografia e com outras áreas do conhecimento.

EDITORA BAOBÁ LTDA.

A adolescência é um momento marcado por intensas mudanExemplar divulgação – venda proibidasociais ças decorrentes de de transformações biológicas, psicológicas, e emocionais. Nesse período de vida, como bem aponta o Parecer CNE/CEB nº 11/2010, ampliam-se os vínculos sociais e os laços afeti8


vos, as possibilidades intelectuais e a capacidade de raciocínios mais abstratos. Ao imergir no universo de folclore, costumes e crenças do Livro das simpatias, o jovem leitor terá a oportunidade de conhecer e valorizar as diferentes manifestações culturais que constituem a sua identidade, bem como de se implicar em reflexões de cunho filosófico sobre a importância desses elementos que permeiam o imaginário coletivo e são transmitidos de geração em geração. Os temas apontados são contemplados ao longo das atividades de leitura compreensiva e de produção de textos sugeridas neste manual. Como é inerente ao letramento literário, toda a proposta aqui contida visa provocar, instigar no leitor a vivência da ficção, da inventividade, da fantasia. Letramento literário é o processo de apropriação da linguagem literária. Ele se inicia logo na infância, quando cantamos para as crianças cantigas de ninar, cantigas de roda, parlendas; quando declamamos poemas, lemos para elas contos maravilhosos, fábulas, entre outros. E no decorrer da vida escolar esse processo segue sendo desenvolvido, quando colocamos nossos alunos diante de diferentes gêneros, como crônicas, contos, poemas, romances, que vão se incorporando ao repertório literário afetivo deles e promovendo a constituição de jovens leitores proficientes, autônomos e críticos, livres, capazes de fazer suas próprias escolhas. Para possibilitar o letramento literário, é preciso (*) - dar ao aluno a oportunidade de interagir ele mesmo com as obras literárias; - construir uma comunidade de leitores, isto é, um espaço de compartilhamento de leituras no qual há circulação de textos e respeito pelo interesse e pelo grau de dificuldade que o aluno EDITORA possa ter em relação à leitura BAOBÁ das obras; LTDA.

Exemplar de divulgação – aluno, venda proibida - ampliar o repertório literário do cabendo ao professor acolher no espaço escolar as mais diversas manifestações

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culturais, reconhecendo que a literatura se faz presente não apenas nos textos escritos, mas também em outros tantos suportes e meios; - oferecer atividades sistematizadas e contínuas direcionadas para o desenvolvimento da competência literária[...] (*) COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. 2012)

O GÊNERO SIMPATIA Um gênero textual não é só a sua forma, é, sobretudo, sua função (MARCUSCHI, 2002). Como nos ensina Perini: “Ler um texto poético em função das informações que ele traz é errar o alvo. Não podemos achar que Drummond escreveu para falar de uma pedra que estava no meio do caminho, e ficar por aí. E o oposto – ler um texto informativo utilizando as estratégias apropriadas à leitura de um texto literário – é igualmente inadequado” (PERINI, 2007, p. 154). Nesse sentido, no trabalho com o texto em sala de aula, qualquer que seja o gênero, é importante que os estudantes percebam a finalidade do texto, bem como os recursos linguísticos usados e o efeito de sentido que visam provocar. A fim de desenvolver nos educandos o letramento literário, eles devem ser estimulados a saber quem está falando, para quem, em que situação e com que objetivo; perceber ironia ou humor quando esses elementos estão presentes, que a metáfora deve ser compreendida metaforicamente, além de estabelecer a relação entre o texto e os recursos não linguísticos usados no texto, entre muitas outras operações de construção de sentido para compreender o texto. Simpatias são práticas em que o povo acredita, mas não são comprovadas pela ciência. A simpatia é um gênero textual em que EDITORA BAOBÁ LTDA. predomina a tipologia instrucional e faz uso da função apelativa da Exemplar de divulgação – venda proibida que, linguagem. A finalidade é passar instruções para procedimentos se seguidos, poderão trazer benefício físico, emocional ou financeiro à pessoa, devido à ação de forças sobrenaturais. 10


Assim como as crenças, lendas, sabenças, “causos”, rezas, mantras, orações e superstições, elas fazem parte da cultura popular brasileira, do nosso imaginário de raízes mais profundas, trazidas de terras africanas, europeias, asiáticas e mais: já estavam presentes em nossa terra por meio da sabedoria dos xamãs e pajés das nossas tribos indígenas mais antigas. A ideia de crença tem um componente psicológico na maioria dos contextos. Trata-se de um saber popular que lida com a fragilidade do ser humano e visa apaziguar algumas condições. Ao acreditar que uma simpatia funciona, há uma conexão emocional entre a pessoa que usa desse recurso e tudo aquilo em que acredita. Ademais, é uma manifestação cultural que carrega um importante aspecto atemporal. O antropólogo Luiz Marin declara que “mitos e ritos são próprios do ser humano. São remanescentes de uma visão mágica do mundo em que se acredita que fatores sobrenaturais podiam interferir diretamente no cotidiano. Essas crendices crenças e superstições, transmitidas através das gerações, em especial entre as camadas populares, foram mantidas à margem do conhecimento científico”. Tais manifestações, transmitidas principalmente pela oralidade, perpassam o cotidiano das pessoas, definem modos de ser e apresentam uma grande diversidade de região para região. Ao trabalhar com o Livro das simpatias em sala de aula, é importante trazer à tona, durante a discussão, esses elementos, estimulando nos educandos a capacidade de se posicionar de forma crítica e reflexiva, valorizando essa expressão, bem como estabelecendo conexões com a cultura do lugar onde vive. Com base nas “simpatias poéticas” trazidas no livro, você, professor, terá um arsenal muito rico de questões de diversas áreas do conhecimento para abordar, para provocar em seu aluno.

EXPLORANDO A LEITURA LITERÁRIA Como já ressaltamos, a principal finalidade da leitura literária é a fruição estética. Contudo, sem a compreensão do texto, seu tema e subtemas, sem apreender as especificidades dos gêneros literários, o EDITORA BAOBÁ LTDA. emprego da linguagem figurada, os recursos da intertextualidade, a fruição – que é o prazer de ler – fica comprometida. Exemplar de divulgação – venda proibida O Livro das simpatias consiste em uma obra marcada pela coloquialidade e por referências intertextuais e discursivas com textos da 11


tradição popular, especialmente com costumes e crenças que envolvem as simpatias. Com o emprego da linguagem figurada, o autor cria um universo folclórico marcado pela inventividade e pela ludicidade. Para Barreto, “simpatia e poesia são a mesma coisa. Se uma ajuda (com a esperança) a curar os males do corpo, a outra ajuda (com a fantasia) a curar os males da alma. Mas se, por acaso, essas simpatias poéticas aqui reunidas não derem certo, não me culpem: o que mais se aproxima da esperança é a ilusão de que o tempo passa”. Com a combinação de rituais e poesia, desejo e fantasia, nonsense e humor, o autor nos leva – nessas páginas fantásticas –, por meio de um narrador em 3ª pessoa, a imaginar coisas totalmente inusitadas, como ver um disco voador ou alcançar a Fonte da Eterna Juventude... Crendice ou verdade? Não importa. Por meio do pacto ficcional, o leitor é convidado a embarcar no sonho, na fantasia, para experimentar a emoção estética. Assim, um leitor proficiente de texto ficcional consegue se envolver em uma história e aceitar situações que são absurdas, ilógicas, como um sapo virar príncipe ou uma abóbora virar carruagem.

INTERTEXTUALIDADE O primeiro texto dialoga com o conto maravilhoso “O Príncipe Sapo” (dos Irmãos Grimm) e com o provérbio: “De noite todos os gatos são pardos” (“de noite todos os sapos são calvos!”). Após a leitura do livro, peça aos alunos que identifiquem que elementos o autor preservou e quais ele mudou, bem como relatem as instruções a serem seguidas. Pergunte que efeito de sentido as mudanças feitas geraram. Ainda no primeiro texto, a epígrafe faz referência à subjetividade e à relatividade dos conceitos do que é belo e do que é feio. Esses conceitos são conferidos pelo olhar de quem contempla. Leve os alunos a se lembrarem do provérbio: Quem ama o feio bonito lhe parece. Comente também que os conceitos de belo e feio variam de cultura para cultura e ao longo dos tempos. Posteriormente, neste Manual, esse tema interdisciplinar e filosófico (o Belo e o Feio) será trabalhado de forma mais específica.

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar divulgação – venda proibida No texto “Para de eliminar cravos e espinhas”, o autor dialoga com

o gênero textual receita culinária, levando a seu leitor ingredientes e situações inusitadas para resolver a condição, o que gera humor. 12


Há referência ao mito de Narciso no texto “Para ver um disco voador”, quando o narrador orienta o leitor que fizer a simpatia para se olhar em uma poça d’água. O objetivo não é ver sua própria imagem, mas a imagem da pessoa amada. “Para conhecer sua sereia” faz referência ao mito grego da sereia. Trata-se de uma figura da mitologia grega que pode representar os perigos do mar. As sereias eram ninfas (metade peixe e metade mulher) que encantavam e atraíam os navegantes, levando-os a se afogar no mar enquanto as procuravam. Na cultura brasileira temos uma personagem que corresponde à sereia, a Iara (ou Uiara ou Mãe d’água), que vive no Rio Amazonas. Pode-se, por exemplo, solicitar que os alunos pesquisem essa lenda e leiam outras versões sobre ela, como o poema de Olavo Bilac, facilmente encontrado na internet. Em “Para ser feliz”, faz-se referência à personagem mitológicaRei Midas, que transformava em ouro tudo o que ele tocava (punha as mãos). Essa personagem simboliza a ganância, o desejo de ter posses. Nada do que toco se transforma/ em ouro em prata/ ou música. Mas o que me toca de repente/ vira um tesouro/ à flor da pele (página 49). Pode-se, por exemplo, pedir aos alunos que expliquem os sentidos das formas verbais do verbo tocar, nos versos: há o sentido de colocar as mãos; tatear (algo); e o de sensibilizar, sentir ternura, enternecer.

FIGURAS DE LINGUAGEM PERSONIFICAÇÃO (OU PROSOPOPEIA) É um recurso da linguagem figurada conotativa muito usada em textos literários que consiste em atribuir ações e emoções a animais, objetos, seres inanimados. Tal recurso é empregado pelo autor nos

BAOBÁ LTDA. textos, quando dizEDITORA “um sapo careca” (página 7), “Deus não acendeu a Lua Exemplar porque os anjos de pagar a conta” (página 8), “um deesqueceram divulgação – venda proibida rinoceronte apaixonado” (página 27), “os sapos conversam na solidão noturna” (página 35). 13


METÁFORA A metáfora é o recurso estilístico responsável por transpor o sentido literal para o figurado, por meio de comparações implícitas, sem uso de conjunção comparativa. Elemento essencial na literatura, no Livro de simpatias, é uma figura de linguagem usada com bastante frequência, uma vez que tem a capacidade de transportar o leitor para sentimentos, emoções e ideias de modo imaginativo e inovador. Para o processo interpretativo da obra, é exigida do leitor uma dúvida prévia em relação ao sentido primeiro da palavra, para a apreensão de outro(s) sentido(s) sugerido(s) e clarificada pelo contexto em que se insere. Exemplos: Página 35 – “uma noite morna de luar pleno e derramado” “Grilos perfuram as estrelas com seus maçaricos de cristal” Página 46 – “Apenas invente coisas vivas, mas não acredite que um dia elas serão suas escravas.” “Lembre-se de que nenhuma prisão é perpétua.”

PARADOXO Paradoxo é um recurso que consiste em uma contradição: “A porta mais bem fechada é aquela que se pode deixar aberta” (capa). No contexto, “porta aberta” é também uma metáfora que tem o sentido de “confiança, lealdade, verdade nas relações humanas”.

NONSENSE O emprego desse recurso no livro, em geral, provoca humor, como nos trechos: Página 7 - “um sapo careca possui sempre aquele ar de LTDA. MinistroEDITORA das RelaçõesBAOBÁ Exteriores [...] pronto a fazer um grave e longo [...] sobre –osvenda velhos eproibida bons tempos de Exemplar dediscurso divulgação Príncipe Desencantado”;

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Página 8 – “numa noite dessas em que Deus não acendeu a Lua porque os anjos se esqueceram de pagar a conta de luz” Página 42 – “Procurar com as lupas de um relojoeiro antigo, no mapa das asas da Borboleta Que Sonha, a tatuagem frágil do Caracol Que Chora: só ele é quem sabe nos contar de tudo.” Neste último, o efeito de sentido provocado pelo uso de nonsense transforma o próprio texto em um enigma que cada pessoa vai entender de acordo com sua imaginação e experiência. Talvez decifrar o enigma seja aceitar esse jogo, não questionando os elementos fantasiosos do texto, fazendo com que ele não busque no texto elementos factuais ou reais.

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PRÉ E PÓS-LEITURA

A FRUIÇÃO DO TEXTO LITERÁRIO Texto de fruição: aquele que põe em estado de perda, aquele que desconforta (talvez até um certo enfado), faz vacilar as bases históricas, culturais, psicológicas, do leitor, a consistência de seus gostos, de seus valores e de suas lembranças, faz entrar em crise sua relação com a linguagem. BARTHES, Roland. O prazer do texto. São Paulo: Perspectiva, 1987. p. 21-22. Ler diariamente é uma atividade fundamental para cultivar o gosto pela leitura em todas as fases da vida. Garantir um espaço especial para o livro e a literatura em sala de aula torna-se estratégia importante para o professor que deseja fazer de suas aulas um espaço de ampliação da cultura escrita, da oralidade e do conhecimento de mundo. A BNCC organiza as práticas de linguagem (leitura de textos, produção de textos, oralidade e análise linguística/ semiótica) por campos de atuação, que Aponta[m] para a importância da contextualização do conhecimento escolar, para a ideia de que essas práticas derivam de situações da vida social, ao mesmo tempo, precisam ser situadas em contextos significativos para os estudantes. (BRASIL, 2017, p. 82) Na BNCC, a organização por campos de atuação aponta para a ideia de que essas práticas (leitura de textos, produção de textos, oralidade e análise linguística/semiótica) derivam de situações da vida social e, ao mesmo tempo, precisam ser situadas em contextos signiEDITORA BAOBÁ LTDA. ficativos para os estudantes.

Exemplar divulgação venda proibida de Para abranger ode universo tão rico e – repleto de potencialidade aprendizagens que é a literatura, estabeleceu-se nesse documento o Campo de atuação artístico-literário, por meio do qual se visa: 17


[...] possibilitar o contato com as manifestações artísticas em geral, e, de forma particular e especial, com a arte literária e de oferecer as condições para que se possa reconhecer, valorizar e fruir essas manifestações. Está em jogo a continuidade da formação do leitor literário, com especial destaque para o desenvolvimento da fruição, de modo a evidenciar a condição estética desse tipo de leitura e de escrita. Para que a função utilitária da literatura – e da arte em geral – possa dar lugar à sua dimensão humanizadora, transformadora e mobilizadora, é preciso supor – e, portanto, garantir a formação de – um leitor-fruidor, ou seja, de um sujeito que seja capaz de se implicar na leitura dos textos, de “desvendar” suas múltiplas camadas de sentido, de responder às suas demandas e de firmar pactos de leitura. (BRASIL, 2017, p. 136, grifos nossos) Nesse sentido, levando em conta o momento de trabalho da obra literária em sala de aula, devemos ter em mente, professor, que o objetivo das atividades de pré-leitura deve ser o de estimular que os alunos acessem seus conhecimentos prévios sobre o assunto/ tema que será lido. Essas atividades “direcionam seus pensamentos, criam expectativas para a leitura, estimulam seu interesse, aguçam a sua curiosidade e, acima de tudo, proporcionam uma atividade intelectual desde o início do processo [de leitura]” (TAGLIEBER; PEREIRA, 1997, p. 75).

OBJETIVOS DAS ATIVIDADES DE PRÉ-LEITURA • Investigar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito do seu repertório literário. • Levar a turma a fazer predições a respeito do gênero e dos temas da obra literária Livro das simpatias, de Antonio Barreto. • Proporcionar aos alunos um primeiro contato com a obra, identificando seus elementos, como: capa, contracapa, oreEDITORA BAOBÁ LTDA. lhas, folha de rosto, sumário, ilustrações, títulos, subtítulos Exemplar de divulgação – venda proibida etc. • Sensibilizar os alunos e motivá-los a ler, de forma prazerosa, a obra. 18


Após lida a última palavra de um texto, é chegado o momento de verificar o que foi compreendido e dar sentido a isso. É na etapa de pós-leitura, portanto, que você, professor, deve lançar mão de diversas estratégias para auxiliar seus alunos a se tornarem um leitor proficiente com cada vez mais maturidade.

OBJETIVOS DAS ATIVIDADES DE PÓS-LEITURA Levar os a alunos a: • socializar a experiência efetiva com o texto literário, em suas dimensões estética e emotiva; • compreender as especificidades do texto literário (suas características); • compreender os efeitos de sentido produzidos pelos recursos expressivos empregados na construção do texto; • analisar e compreender os seus diálogos intertextuais. Leitor proficiente é aquele que não só decodifica as palavras que compõem o texto escrito, mas também constrói sentidos de acordo com as condições de funcionamento do gênero em foco, mobilizando, para isso, um conjunto de saberes (sobre a língua, outros textos, o gênero textual, o assunto focalizado, o autor do texto, ... Glossário Ceale | Verbete Leitor proficiente Extraído de: <ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/leitor-proficiente>

A vivência em leitura com base em de práticas situadas, envolvendo o contato com gêneros escritos e multimodais variados, de importância para a vida escolar, social e cultural dos estudantes, bem como as perspectivas de análise e problematização com base nessas leituras corroboram para o desenvolvimento da leitura crítica e para a construção de um percurso criativo e autônomo de fruição do texto literário e de aprendizagem da língua, conforme estabelecido LTDA. na BNCC (BRASIL,EDITORA 2017, p. 155),BAOBÁ quando define, no Campo artístico-literário dos Anos Finais do Ensino Fundamental, Exemplar de divulgação – vendaque. proibida [...] a diversidade deve orientar a organização/progressão curricular: diferentes gêneros, estilos, autores e au19


toras – contemporâneos, de outras épocas, regionais, nacionais, portugueses, africanos e de outros países – devem ser contemplados; o cânone, a literatura universal, a literatura juvenil, a tradição oral, o multissemiótico, a cultura digital e as culturas juvenis, dentre outras diversidades, devem ser consideradas, ainda que deva haver um privilégio do letramento da letra. Compete ainda a este campo o desenvolvimento das práticas orais, tanto aquelas relacionadas à produção de textos em gêneros literários e artísticos diversos quanto as que se prestam à apreciação e ao compartilhamento e envolvam a seleção do que ler/ouvir/assistir e o exercício da indicação, da crítica, da recriação e do diálogo, por meio de diferentes práticas e gêneros, que devem ser explorados ao longo dos anos. Nesse sentido, professor, a sua mediação eficiente, certamente, vai aproximar o jovem leitor do texto literário, por meio da leitura compreensiva, prazerosa, lúdica e livre; concordando, discordando, enfim: posicionando-se em relação ao texto lido. Para vivenciar o prazer estético, o leitor deve ser instigado a compreender o texto: seu tema e subtemas, os recursos linguísticos empregados, para construir os sentidos. As sugestões de atividades de pré-leitura e pós-leitura apresentadas a seguir, professor, podem ser adaptadas ao seu projeto pedagógico, às especificidades de suas turmas.

MEDIANDO A PRÉ-LEITURA Professor, neste momento, incentive a participação de todos os alunos e crie situações para que os mais tímidos se expressem. É importante também, em conjunto, estabelecer acordos para que o diálogo flua. Sugerimos que combine previamente que os alunos • se inscrevam para falar, de acordo com a sua orientação; • aguardem o momento de expor as ideias e opinar; de acordo com a inscrição; • ouçam com atenção os colegas e respeitem as opiniões EDITORA BAOBÁ LTDA. contrárias; Exemplar de – venda proibida • evitem fugir dodivulgação assunto; • sejam claros e objetivos ao expressar ideias, opiniões, argumentos; 20


• usem linguagem e tom de voz adequado à situação formal.

APRESENTAÇÃO DA OBRA Estimule a observação de todos estes elementos do livro que vão ler. Peça que: • explorem a capa (cores, ilustrações, técnica utilizada nos desenhos das imagens e das letras); • leiam o texto da quarta-capa e questione-os sobre o objetivo do texto, a quem ele é dirigido. Baseando-se no título, nas ilustrações da capa e no texto da quarta-capa, solicite que levantem hipóteses a respeito do livro que vão ler: Sabem o que é uma simpatia? Já ouviram falar de alguma? Qual era o objetivo dessa simpatia? Como o texto estava redigido? Por que alguém escreveria um livro dedicado somente às “simpatias”? É possível que alguns alunos, devido à cultura urbana, desconheçam esse gênero da tradição popular brasileira: o que será explorado mais à frente. Por ora, seria interessante apresentar o verbete a seguir para os alunos levantarem hipóteses a respeito da acepção explorada no livro: acepção 10. Sugerimos que peça aos alunos que encontrem no dicionário o verbete “simpatia” e peça que algum deles leia em voz alta. A seguir disponibilizamos as acepções encontradas no Dicionário Houaiss. Após, estimule que discutam qual acepção melhor condiz com o livro traz como simpatia. Simpatia. S. f. - 1. Tendência ou inclinação que reúne duas ou mais pessoas. 2. As relações que há entre pessoas que instintivamente se sentem atraídas entre si. 3. Sentimento caloroso e espontâneo que alguém experimenta em relação a outrem. 4. Primeiros sentimentos de amor. 5. Faculdade de compartir as alegrias ou tristezas de outrem. 6. Atração que uma coisa ou uma ideia exerce sobre alguém. 7. Bras. Interesse em atender às pretensões de alguém. 8. Pessoa muito simpática. 9. Bras. Tratamento intenEDITORA LTDA. Bras. Ritual posto em cionalmente amistoso dado aBAOBÁ alguém. 10. prática, ou objetos supersticiosamente usados, prevenir ou Exemplar de divulgação – vendapara proibida curar uma enfermidade ou mal-estar. [...]

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Pergunte: • Pelo que discutiram até aqui, imaginam que vão ler um texto literário ou não literário? • Tal texto seria em prosa, em versos ou em prosa poética? • Neste ponto, explique o conceito de prosa poética: um texto em prosa que apresenta elementos poéticos como: recriação da linguagem, brincadeiras com fatos inusitados, jogos de palavras, emprego de figuras de linguagem; uso de versos, rimas, sonoridade etc. • Qual seria o público-alvo desse livro? Jovens, crianças, adultos ou o público em geral?

APRESENTAÇÃO DO AUTOR E DO ILUSTRADOR Após a leitura inicial da capa e da quarta-capa, apresente à turma, oralmente, informações sobre o autor, com base nas informações apresentadas na Parte 1 deste Manual. Após, faça os seguintes questionamentos: • Já leram algum outro livro de Antonio Barreto, o autor? Qual? Quais? • Que informação a respeito desse autor mais chamou sua atenção? Por quê? • Consideram importante conhecer o autor de uma obra que vão ler? Por quê?

BAOBÁ LTDA. algum outro livro ilustrado por Guili Seara, o artista • Já leram EDITORA ilustrador dessa obra? Qual? Quais? Exemplar de divulgação – venda proibida

• Alguma informação a respeito desse artista/designer gráfico chamou sua atenção? Por quê? 22


NOME DA EDITORA Apresente estas informações à turma: Baobá é uma árvore de até 30 metros de altura (Adansonia digitata), da família das bombacáceas. Tem tronco muito largo, ereto, madeira branca, mole e porosa; casca medicinal da qual se extrai uma fibra têxtil. Possui também grandes folhas digitadas e flores brancas, às vezes, com tons de lilás. É nativa de regiões tropicais da África. Pode viver mais de 2 mil anos e seu tronco alcançar mais de 10 m de diâmetro; as folhas, flores, frutos e sementes são comestíveis e têm inúmeros usos medicinais. O nome baobá ou baobab vem do idioma árabe e quer dizer “pai de muitas sementes”. Essa árvore, trazida da África, é considerada sagrada. (Adaptado do Dicionário “Houaiss” Eletrônico)

Questione-os sobre o que poderia ter motivado a escolha dessa palavra (“Baobá”) para dar nome à editora do livro, qual o sentido/significado dela, sua origem, sua sonoridade. Peça também que identifiquem, na capa, o desenho estilizado (em branco) da árvore “baobá”. Explique que esse desenho é o logotipo da empresa que publicou o livro (a Editora Baobá). Leia para a turma o conceito: Logotipo, ou simplesmente logo, é a representação gráfica do nome de uma empresa ou marca, que determina a sua identidade visual e tem como objetivo facilitar o seu reconhecimento. Um logotipo dá sentido à marca em questão, identificando-a e definindo-a no tempo e no espaço. Peça que deem opiniões a respeito desse logotipo: gostaram ou não do desenho? Por quê? Se tivessem de criar um logotipo usando o desenho de uma árvore, qual seria a árvore? Por quê?

A FRASE DA CAPA Leia para a turma, em voz alta, a frase colocada na parte inferior EDITORA “A portaBAOBÁ da capa (canto direito): “A mais bemLTDA. fechada é aquela que se aberta”.de pode deixar aberta”. Peça que os alunos – reflitam e discutam: Exemplar divulgação venda proibida • Por que essa frase estaria colocada na capa?

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• É comum aparecer frases como essa (ou qualquer outra frase) em capas de livros? Por quê? • Qual seria a intenção do capista (ou ilustrador do livro) ao colocá-la aí? • Qual seria o sentido dessa frase? • Vocês concordam ou não com ela? Por quê? Ajude os alunos a inferir que essa frase é um provérbio da milenar tradição e sabedoria chinesa. Chame a atenção para o uso da linguagem figurada (no caso: um paradoxo, uma contradição): a porta aberta é mais segura que a porta fechada. Há ainda uma metáfora, que consiste em usar uma palavra para substituir outra por alguma semelhança de sentido: porta aberta, no sentido de “confiança, lealdade, verdade nas relações humanas”. Para a melhor compreensão desse provérbio e das expressões de linguagem figurada do Livro das simpatias, seria interessante retomar os conceitos de sentido denotativo e sentido conotativo. Uma palavra pode ser empregada no seu sentido próprio original, em sentido denotativo. É comum, nos gêneros literários, o uso de palavras fora de seu sentido usual, em sentido conotativo, figurado, para conferir subjetividade ou expressividade ao texto. Estimule a turma a refletir sobre os seguintes pontos: • O que vocês deixam sempre fechado? Por quê? • O que vocês deixam sempre aberto? Por quê? • Têm segredos? Para quem os conta? Sabem guardar os segredos que as pessoas lhes contam?

FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES SOBRE A OBRA A SER LIDA Após esse primeiro contato com a obra, solicite que elaborem uma hipótese sobre os possíveis temas ou assuntos do livro, com base nesses elementos que analisaram na capa, na quarta-capa, no título e na frase colocada na parte inferior da capa. Aceite todas as respostas. O importante, nessa pré-leitura, é que os alunos possam fazer inferências, imaginar o que vão ler – com base nesses elemenEDITORA BAOBÁ LTDA. tos iniciais da obra.

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A PÁGINA 2 (DADOS TÉCNICOS, FICHA CATALOGRÁFICA ETC.) Peça agora que passem/pulem a “folha de rosto” (p. 1) – que será trabalhada posteriormente na Pré-leitura de imagens, e acessem a página 2. Explique que nessa página (na maioria dos livros), costumam ser inseridas informações técnicas da obra, tais como: 1. Nomes das pessoas que editaram, produziram, criaram a parte gráfica, ilustraram, revisaram e imprimiram a obra. 2. A “ficha catalográfica” ou “descrição bibliográfica” da obra, que geralmente apresenta as seguintes informações: sobrenome/ nome do autor, título do livro, local de edição, data, número de páginas, gênero da obra e alguns dados numéricos ou códigos (elaborados pela Biblioteca Nacional) que servem para identificação da obra em todo o território nacional. 3. O nome, endereço, telefone e os contatos (pela internet, redes sociais) da Editora. Se achar interessante, peça aos alunos que identifiquem alguns desses dados.

DEDICATÓRIAS (PÁGINA 3) Proponha que os alunos leiam as dedicatórias e questione-os: • A quem o livro é dedicado? • O que acham que significam as palavras e expressões: – “à memória de”; “viraram flor” e “vivia enfeitiçado com a vida”? Se necessário, explique que as palavras e expressões “à memória” e “viraram flor” têm o significado de pessoas que já faleceram, mas que ficaram guardadas na lembrança do autor. A expressão: “vivia enfeitiçado com a vida” tem o significado de: vivia gostando da vida, amando a vida; vivia feliz com ela. EDITORA BAOBÁ LTDA. – “origem dessas palavras”? Exemplar de divulgação – venda proibida Significa que o livro é dedicado às pessoas que deram o dom da vida ao autor: ou seja, os seus pais. 25


• “me leu os Livros do Vento”? Explique que a expressão “ler os Livros do Vento” – segundo o autor – era usada antigamente no Sul de Minas (em Passos, onde o autor nasceu) e tinha o significado de: “ouvir o que o vento leva e traz; ter os ouvidos sempre atentos, prontos para escutar e depois contar, passar para frente”. Era muito usada nas rodas de contação de histórias, à noite, à beira das fogueiras. Então, pergunte aos alunos, se eles fossem escrever um livro, a quem dedicariam?

SUMÁRIO Peça que leiam o sumário e respondam: • Que informações o sumário apresenta e qual é o seu objetivo? • Pelos títulos, qual texto você leria primeiro? Por quê? • Os títulos lhe deram mais pistas a respeito do livro? Quais? Chame a atenção dos alunos para os sobretítulos usados no início de cada título das “simpatias”: “Para encontrar...”; “Para eliminar...” “Para ouvir...” etc. Peça que expliquem, de acordo com o contexto, esses sobretítulos. Ajude-os a inferir que esses sobretítulos indicam a finalidade/ utilidade de cada texto que vão ler. Comente que a palavra para indica objetivo, finalidade.

PRÉ-LEITURA DE IMAGENS Proponha que descrevam a ilustração da capa e, através dela, deduzam qual será o assunto do livro. Leve-os a observar que o fundo da capa é azul em várias tonalidades mais escuras até alcançarem a cor negra. Há vários seres: duendes, sapos, lagartos, magos, corvos, EDITORA BAOBÁ LTDA. castelos, morcegos, aves, borboletas, plantas, flores, rato, caldeirão, peixes,Exemplar ampulheta, de abóbora, estrelas etc. Tudo issoproibida leva a crer que divulgação – venda vão ler textos ligados à magia, ao encantamento e a outras coisas misteriosas... 26


Pergunte-lhes que impressão o cenário dá. O cenário é misterioso: sob um céu estrelado, vemos as sombras de montanhas; as águas de um oceano agitado, um castelo medieval, um caldeirão usado por bruxas, flores exóticas, frutos etc. Enfim, as imagens nos remetem aos contos de fada, ao reino da fantasia, com suas bruxarias, feitiços, gnomos, duendes, objetos mágicos e misteriosos... Chame a atenção novamente para o que está escrito em um pergaminho, na parte inferior da capa: “A porta mais bem fechada é aquela que se pode deixar aberta”. Esse recurso contribui ainda mais para reforçar o tom misterioso da obra. Explique que a palavra pergaminho tem vários sentidos; mas, no contexto, tem o sentido de pele de ovelha, bezerro ou cabrito preparada para fazer registros escritos antes da difusão do papel. Pergunte se sabem o que significa a mancha (o lacre) em vermelho acima do pergaminho. Então, caso necessário, explique que, antigamente, todo documento em pergaminho recebia um lacre. Ou seja: uma espécie de selo feito com cera derretida, impresso por um sinete (instrumento de ouro ou prata, em alto-relevo ou baixo-relevo) parecido com um carimbo. O sinete-carimbo continha a figura de um brasão de um reino, de um nobre, de um rei; o logotipo de uma instituição etc.

FOLHA DE ROSTO (PÁGINA 1) Pergunte aos alunos o que veem na folha de rosto, o que representam as imagens e de que eles se lembram ao ver essas figuras. Leve-os a perceber que as figuras lembram os contos de fada, os magos, as bruxas etc. Nessa página aparecem o título da obra, o nome do autor e algumas figuras: borboleta, corvo, morcego, caldeirão para fazer sopas (um rato), um lagarto, um relógio Cuco com um duende pendurado em suas cordas; uma orquídea, um grilo entre as pétalas; o pergaminho com o selo impresso em letras enfeitadas. Há outro duende lendo o texto. No pé da página, vê-se a logomarca da editora (Baobá) com o local e a data em que a obra foi publicada.

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LETRAS CAPITULARES, ILUMINURAS E VINHETAS

Chame a atenção dos alunos para as grandes letras iniciais (desenhadas) que aparecem sempre na primeira palavra de cada parágrafo. 27


Peça que folheiem o livro e percebam, identifiquem algumas. Pergunte se sabem o significado dessas letras e se lhes parecem antigas ou modernas. Explique, se necessário, que... Essa forma de representar as letras iniciais do parágrafo é herança de uma arte típica dos antigos manuscritos, chamada iluminura. Os textos eram escritos à mão e ornamentados por meio de pintura em cores vivas, dourado e prateado, de letras iniciais – com flores, folhagens, figuras e cenas variadas também conhecidas por arabescos. Essas “cenas” ocupavam parte do espaço onde estaria o texto. Os desenhos se estendiam pelas margens, barras, molduras e ramagens. Já as letras, especificamente, são chamadas de letras capitulares ou letras capitais. Exemplos: http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/iluminuras-medievais/

AS “VINHETAS” (PÁGINAS 10, 26 E 44) Você, professor, pode ler para os alunos o texto abaixo: A vinheta (às vezes também confundida com a iluminura, em artes gráficas) é uma pequena ilustração ou ornamento tipográfico inserido em um livro ou um texto, para ilustrá-lo, enfeitá-lo ou ainda: separar partes de um texto, de um capítulo. A vinheta é composta por uma só peça que serve de ornato em uma composição gráfica ou tipográfica. Essa imagem geralmente é constituída por linhas sinuosas, contorcidas e mescladas a imagens de plantas, folhas, flores, animais, seres humanos, letras alfabéticas etc. São também formadas por arabescos: ornatos de origem árabe, que consistem em emaranhado de linhas, ramagens, flores, grinaldas, frutas etc.

LTDA. Em seguida,EDITORA questione queBAOBÁ cor foi usada ou é predominante nas letras Exemplar capitulares iluminuras e vinhetas usadas no livro. Os desenhos de divulgação – venda proibida (das letras, iluminuras e vinhetas) se apresentam com a cor sépia. Explique que essa cor é muito usada para dar um efeito de envelhecimento 28


em fotos e gravuras. Ela surgiu no fim do século XIX e era feita com uma tinta extraída dos polvos e das lulas (sepia). Hoje há substâncias químicas que substituem a tintura extraída desses animais. Leve os alunos a perceber que o ilustrador buscou sempre dialogar com o passado, com a tradição como forma de mostrar que – assim como o pergaminho, as letras capitulares e as iluminuras com seus arabescos – os contos de fadas e as simpatias pertencem a um passado remoto.

AS ILUSTRAÇÕES DOS TEXTOS É importante ressaltar que as ilustrações da obra não são apenas atrativos para a leitura dos textos: elas contribuem para a clareza das mensagens, dialogando com elas. O ilustrador Guili Seara fez intervenções como: colagens, acréscimo de cores nas gravuras do século XIX (dos artistas Thiebault, H. Emy e Coste) a fim de aprofundar o diálogo com os textos do autor do livro. Todas as ilustrações serão estudadas, mais adiante, na Parte 3 deste Manual, na interdisciplinaridade com Arte.

SUGESTÕES PARA A AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE PRÉ-LEITURA Em grupos formados sob a sua orientação, professor, oralmente, ajude-os a fazer a seguinte avaliação: • Todos participaram ativamente da atividade? • Seguiram as orientações apresentadas antes da atividade? • O que aprenderam com os colegas e o professor? • Gostaram ou não da atividade? • Têm alguma sugestão para a realização de outras atividades orais? Baseando-se nas respostas, peça que redijam um texto de avaliação da atividade para ser compartilhado com a turma, de acordo com a sua orientação.

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FRUINDO DAS SIMPATIAS POÉTICAS

Antes da leitura dos alunos, seria interessante que você, professor, escolhesse algumas simpatias para ler para a turma. A sua leitura 29


expressiva vai permitir que eles se sintam também motivados e apreciem os temas sugeridos, os jogos de palavras, os efeitos sonoros e outros recursos que são característicos desses textos: “simpatias poéticas”. Estabeleça um prazo para que todos leiam individualmente a obra e agende um dia para realizar as atividades de leitura compartilhada, que serão feitas após a leitura. Oriente a turma a fazer a primeira leitura sem interrupção para consultar o dicionário, buscando inferir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto.

MEDIANDO A PÓS-LEITURA Professor, após a leitura da obra, incentive a participação de todos os alunos nas discussões pós-leitura, criando situações para que os mais tímidos se expressem. Tal como feito na pré-leitura, mantenha os combinados para que a discussão flua bem. Peça que: • se inscrevam para falar, de acordo com a sua orientação; • aguardem o momento de expor as ideias e opinar; de acordo com a inscrição; • ouçam com atenção os colegas e respeitem as opiniões contrárias; • evitem fugir do assunto; • sejam claros e objetivos ao expressar ideias, opiniões, argumentos; • usem linguagem e tom de voz adequados à situação formal.

AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES Peça que os alunos compartilhem quais foram os sentimentos, sensações e impressões ao ler o Livro das simpatias. Pergunte se gostaram ou não e por quê.

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ORGANIZANDO UM GLOSSÁRIO

Solicite então que organizem um glossário, explicando que desse modo podem melhorar a compreensão global do texto lido. Eles devem: 30


• organizar uma lista de palavras e expressões que ainda não fazem parte do vocabulário deles; • consultar dicionários ou pesquisar em livros, internet e enciclopédias as palavras/expressões desconhecidas e registrar o sentido em que foram empregadas no texto; • colocá-las em ordem alfabética e organizar um glossário do Livro das simpatias.

CONFIRMAÇÃO DE HIPÓTESES Verifique com os alunos se as hipóteses levantadas nas atividades de pré-leitura foram confirmadas. Quais? Peça que expliquem. Apresente novamente o verbete simpatia e questione-os: com qual dessas acepções o livro dialoga? Certamente, a turma percebeu que o Livro das simpatias recria, de forma ficcional, os rituais usados para realizar desejos, prevenir ou curar uma enfermidade ou mal-estar, de forma lúdica e poética. Ou seja, o sentido, nesse caso, é o da acepção 10.

ASPECTOS DA OBRA Tema Peça que identifiquem o tema, a ideia central, da obra, ajudando-os a concluir que é a necessidade do ser humano de buscar soluções mágicas para resolver seus problemas e realizar desejos inalcançáveis; e sua capacidade de sonhar, imaginar, fantasiar. Questione-os se a hipótese que levantaram em relação a gênero literário ou não literário se confirmou após a leitura do livro e peça que apresentem argumentos para justificar a resposta. O livro apresenta textos literários, porque cria simpatias poéticas, ficcionais; brinca com a imaginação dos leitores, emprega palavras fora de seu sentido usual (linguagem figurada), entre outros. Espera-se também EDITORA BAOBÁ LTDA. que o aluno perceba que, por se tratar de um texto literário, o autor Exemplar de3ªdivulgação – venda proibida criou um narrador (em pessoa) para narrar os fatos ficcionais. ficcionais

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Gênero Questione se os alunos compreendem a diferença entre poesia e poema, a fim de ajudá-los a aprofundar e ampliar o conceito de poesia. É muito comum os alunos ainda associarem poesia ao gênero poema sonoro, que é construído em versos, estrofes, e com o emprego de rimas, exploração do ritmo e da sonoridade das palavras. Estimule-os a perceber que, enquanto poema é forma, poesia é a linguagem e que, portanto, pode estar presente, por exemplo, em um poema visual, em uma canção, em uma publicidade; em outros gêneros literários, em diferentes manifestações artísticas que despertam a percepção do belo, emocionam, revelam um aspecto inusitado da realidade. A poesia está presente também nas brincadeiras, nos rituais da cultura popular, nas cantigas, nas artes plásticas, nos espetáculos teatrais e de dança, nas manifestações religiosas etc. Durante essa discussão, peça que exemplifiquem a presença de poesia em livros que leram, em obras de arte que apreciam. Então, questione-os se os textos do Livro das simpatias são escritos em verso ou em prosa e pergunte que elementos poéticos ele apresenta. Leve-os a inferir que os textos são escritos em prosa poética: narram situações absurdas, inusitadas (nonsense) empregando elementos poéticos como recriação da linguagem, fantasia, brincadeiras com os sentidos e sonoridade das palavras. Interrogue-os a respeito dos sentimentos e sensações experimentadas ao ler o livro, justificando. O Livro das simpatias tem o objetivo de entreter, encantar e sensibilizar o leitor. Pergunte se o leitor conseguiu alcançar essa finalidade. Pergunte-lhes também que adjetivos usariam para caracterizar as simpatias lidas. Elas são inusitadas, incomuns, ficcionais, irreais, diferentes, estranhas, engraçadas, misteriosas, surreais e outras desses campos semânticos. Comente com os alunos que uma das funções da arte é mobilizar a fantasia, a imaginação, a invenção. Por isso, em geral (ao contrário da Ciência), não tem compromisso com a realidade. Se achar conveniente, apresente-lhes ainda os seguintes questionamentos:

EDITORA BAOBÁ LTDA. com quais simpatias? Por quê? • Identificaram-se

Exemplar deque divulgação – venda proibida • Consideram o texto literário cumpre um papel importante na vida de jovens leitores, quando apresentam elementos fantásticos, fantasia e imaginação? 32


Intertextualidade Os alunos já apreenderam o conceito de intertextualidade nas séries anteriores, mas é interessante relembrar que esse recurso consiste em retomar um texto original, mantendo ou alterando o seu sentido, fazendo citação ou alusão a ele. Ajude-os a perceber que o autor de Livro das simpatias dialoga com o gênero textual simpatia (que apresenta o passo a passo para se realizar um determinado ritual, feito com o objetivo de prevenir, curar uma enfermidade ou mal-estar, espantar algo indesejado etc.). Peça que releiam as páginas 57-58, para verem exemplos que o próprio autor cita, de algumas simpatias “originais”, e suas instruções ou rituais a serem seguidos: Por exemplo: • Colocar uma tesoura aberta embaixo do travesseiro na hora de dormir é um santo remédio para afastar pesadelos. • Quem sofre de reumatismo pode encontrar alívio para suas dores andando sempre com uma batatinha inglesa no bolso, ou pendurada no pescoço, até que ela seque. • Se o problema é a chuva forte, que pode estragar o programa do dia seguinte, o jeito é pegar um ovo e deixá-lo pendurado do lado de fora da janela, de preferência dentro de um pé de meia, oferecendo-o à Santa Clara. • Dizem que outra boa simpatia para abrandar temporais e furacões é colocar um ovo de galinha no toco de uma árvore – ou numa cerca de madeira, perto de casa – e acender uma vela para Santa Bárbara. • E para que nunca falte dinheiro em casa, o melhor é deixar algumas moedas dentro da caixa de alfinetes. Mesmo que, hoje em dia, já não existam mais caixas de alfinete... Peça que localizem e leiam no texto outras simpatias feitas através de rezas que acompanhavam os rituais de benzedura (feitas por benzedeiras e rezadeiras como Sinhá Alzira, citada pelo autor): a.

EDITORA LTDA. Para curar a doença BAOBÁ chamada “quebranto ““quebranto”. quebranto

Exemplar depuseram, divulgação venda proibida b. “Com “Com dois com três–eu tiro. Com as três pessoas da Santíssima Trindade, que quebra quebranto e mau-olhado. Tiro, retiro, suspiro e trespiro! Eu mando esse 33


mal que vai ser puxado... pras ondas do mar, pra nunca mais voltar.” c.

Para curar a doença chamada “espinhela caída”.

d.

“Barquinho de Santa Maria, navega no mar sem emborcar. Levanta a sua espinhela, põe tudo no seu lugar”.

e.

Para curar a doença chamada “erisipela”. “Ezipa, erisipela, deu no tutano. Do tutano deu no osso, do osso deu na carne, da carne deu na pele, da pele vai pras ondas do mar sagrado. Com o poder de Deus e da Virgem Maria, esse menino vai ser curado, com a ponta do meu cajado! Amém!”.

Peça que localizem/leiam a simpatia de “que o autor mais gostava” e expliquem com as próprias palavras como ela era feita. Trata-se da simpatia da reza da carne quebrada: “O que é que eu cosi? Não sei, não vi. Mas assim mesmo eu coso, osso rendido, nervo magoado, veia sentida, carne quebrada. Assim mesmo eu coso, assim mesmo remendo, essa dor costurada, em louvor do bendito São Frutuoso”. Era feita enquanto se costurava um pedaço de pano, com agulha e linha, em volta do tornozelo da pessoa doente. Segundo o texto, peça que expliquem o significado de quebranto ou mau-olhado (doença que causava moleza, cansaço, abatimento, sono e irritação), espinhela caída (dor na região do tórax), erisipela (doença infecciosa, que provocava inflamação da pele), carne quebrada (dor muscular provocada por ferimentos internos; contusões etc.). Questione-os ainda: que outros gêneros textuais foram recriados ou citados na obra. Nesse momento, após ouvir todos os alunos, caso necessário, explique que o autor dialoga com: o enredo e personagens de alguns contos maravilhosos; receita culinária, provérbios, versos de poetas como Mario Quintana, prosadores como Osman EDITORA BAOBÁ LTDA. Lins etc.

Exemplar de divulgação – venda proibida

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Relembre: A intertextualidade é um recurso muito empregado na criação literária para homenagear outro autor, valorizar outro gênero, criticar uma obra, criar efeitos humorísticos, entre outros. Pergunte com qual objetivo o autor e o ilustrador empregaram o recurso da intertextualidade na construção de seus textos: verbal e não verbal (multimodal). Leve-os a perceber que tanto o autor quanto o ilustrador buscaram valorizar a cultura popular de forma poética e lúdica.

Demais recursos estilísticos Professor, é importante também que os alunos compreendam os demais recursos estilísticos empregados por Antonio Barreto para escrever a obra. Peça que reflitam sobre quem é o narrador do texto (3ª pessoa), que recursos são usados para gerar humor (personificação, por exemplo), narrar coisas absurdas ou inusitadas (nonsense e paradoxo), possibilitar uma reflexão filosófica (metáforas). Peça então que eles se reúnam em pequenos grupos, elejam com que simpatia querem trabalhar, façam uma pesquisa sobre as figuras de linguagem e identifiquem ao longo da obra quais são usadas e os efeitos de sentido que elas geram no leitor. Após, peça que cada grupo apresente oralmente a sua análise.

SUGESTÕES PARA A AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE PÓS-LEITURA Em grupos formados sob a sua orientação, de forma oral, ajude-os a fazer a seguinte avaliação: • Todos participaram ativamente da atividade? • Seguiram as orientações apresentadas antes da atividade? • O que aprenderam com os colegas e o professor? • Gostaram ou não da atividade? • Têm alguma sugestão para a realização de outras atividades orais? EDITORA BAOBÁ LTDA.

Exemplarnas derespostas, divulgação – venda proibida Baseando-se peça que redijam um texto de avaliação da atividade para ser compartilhado com a turma, de acordo com sua orientação. 35


HABILIDADES ACIONADAS NAS ATIVIDADES PROPOSTAS CONTEÚDOS – 8º E 9º ANOS CAMPO DE ATUAÇÃO Campo artístico-literário. Campo jornalístico-midiático. PRÁTICAS DE LINGUAGEM Leitura/escuta (compartilhada e autônoma/leitura expressiva). Produção de textos verbais, não verbais e multimodais. Oralidade. OBJETOS DE CONHECIMENTO Reconstrução das condições de produção e recepção de textos. Estratégias de leitura. Formação do leitor literário. Participação em discussões orais de temas controversos de interesse da turma ou de relevância social. HABILIDADES (EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção. (EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa (de teatro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em blog/vlog cultural etc., para selecionar obras literárias e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, EDITORA BAOBÁ LTDA. exposições, espetáculos, CDs, DVDs etc.), diferenciando as sequências descritivas e avaliativas reconhecendo-os–como gêneros que apoiam a Exemplar dee divulgação venda proibida escolha do livro ou produção cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso.

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(EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.), entre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando formas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs. (EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário. (EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura infanto juvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor, contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando a compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou esse conto/ reconto, seja para análise posterior, seja para produção de audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de forma livre quanto de forma fixa (como quadras, sonetos, liras, haicais etc.), empregando os recursos linguísticos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético e à situação de compartilhamento em questão. (EF69LP13) Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social. (EF69LP14) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores, tema/questão polêmica, explicações e ou argumentos relativos ao objeto de discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes diversas informações ou dados que permitam analisar partes da EDITORA BAOBÁ LTDA. questão e compartilhá-los com a turma. (EF69LP15) Apresentar e contra-argumentos coerentes, resExemplar deargumentos divulgação – venda proibida peitando os turnos de fala, na participação em discussões sobre temas controversos e/ou polêmicos.

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CAMPOS DE ATUAÇÃO Todos os campos de atuação. Campo artístico-literário. PRÁTICAS DE LINGUAGEM Leitura. Produção de textos verbais, não verbais e multimodais. Análise linguística/semiótica. OBJETOS DE CONHECIMENTO Estratégias de leitura / Apreciação e réplica / Formação do leitor literário. Relação entre textos. Figuras de linguagem. HABILIDADES (EF89LP32) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de mecanismos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas) entre os textos literários, entre esses textos literários e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, música), quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc., e entre o texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, vídeos-minuto, vidding, dentre outros. (EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores. (EF89LP37) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, entre outras.

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida

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A MAGIA DA INTERDISCIPLINARIDADE

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR PARTINDO DO TEXTO LITERÁRIO Caro professor, Ler literatura é ler o mundo através de uma lente que amplifica o olhar, uma vez que trata de registros de experiência humana que proporciona o acesso a outras vivências. Essa compreensão nos permite adotar a arte literária como um rico e poderoso objeto no contexto da interdisciplinaridade, pois esta permite estabelecer um diálogo com diversos campos de saber e compreender as conexões e complexidades das relações inteligíveis. Pensando a partir desse contexto, ao planejar o trabalho pedagógico de uma obra literária, devemos construir, de modo intencional e significativo, articulações entre as orientações, competências e habilidades das diferentes unidades temáticas, objetos do conhecimento nas diversas áreas, conforme a BNCC. Como ressaltamos anteriormente, o Livro das simpatias é indicado para a fruição e o “prazer de ler” de leitores, especialmente aqueles que se encontram no 8º. e 9º anos do Ensino Fundamental. Para além desse objetivo primordial, é possível organizar, de forma pedagógica e escolar, um trabalho entre a obra e os demais componentes curriculares, propondo aos educandos atividades interdisciplinares que estimulem neles, com base na obra, a busca por outros conhecimentos. Abrir-se para a abordagem de um trabalho interdisciplinar é apostar em um planejamento dinâmico, integrador e coletivo. Sabemos das dificuldades, no contexto da escola, de se organizar para essa coletividade, tanto para integrar as diferentes competências e habilidades como para efetivar o trabalho dentro de uma metodologia sistêmica, em que os objetos se articulam e se complementam EDITORA BAOBÁ LTDA. construindo sentido. No entanto, como enfatiza a BNCC, é preciso Exemplar dededivulgação – venda proibida “decidir sobre formas organização interdisciplinar dos componentes curriculares e fortalecer a competência pedagógica das equipes escolares para adotar estratégias mais dinâmicas, interativas e cola39


borativas em relação à gestão do ensino e da aprendizagem” (BRASIL, 2017, p. 16). Essas discussões sobre o trabalho coletivo entre os grupos de professores a partir da temática e elementos de uma obra literária atende à proposta metodológica evidenciada nos últimos documentos que norteiam a educação no Brasil, como a Lei de Diretrizes e Base (LDB), os Parâmetros Curriculares da Educação Nacional e a BNCC.

O que é interdisciplinaridade? O conceito de interdisciplinaridade surgiu na década de 1960, para acatar as demandas que não encontravam resposta por uma única disciplina ou saber. Trata-se de um trabalho em conjunto, que parta de uma questão, objeto de conhecimento ou, conforme a intenção deste Manual, da leitura do livro literário que faça advir discussões, questionamentos e reflexões em cada campo de saber.

A interdisciplinaridade não se constitui como uma soma fragmentada de atividades nas diferentes áreas de conhecimento. Ela é, na verdade, o resultado da integração dos saberes em um trabalho coletivo, que se desenvolve com base em um tema estabelecendo-se conexões nas intervenções propostas. Em momentos coletivos de planejamento pedagógico, os professores de cada componente curricular podem contribuir para as orientações e formulações das atividades interdisciplinares, de forma a criar uma rede articulada entre as diversas áreas do conhecimento prevista para o processo de ensino-aprendizagem na educação escolar. Essa abordagem interdisciplinar está em consonância com a BNCC, quando “propõe a superação da fragmentação radicalmente disciplinar do conhecimento, o estímulo à sua aplicação na vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto de vida”. Apresentamos, portanto, nesta Parte 3 do Manual, várias ativiEDITORA BAOBÁ LTDA. dades que visam potencializar o domínio da fruição leitora das “simde divulgação – vendapropostas proibida patiasExemplar poéticas” de Antonio Barreto. Oferecemos de atividades que você pode desenvolver em sala de forma que seus alunos – além do prazer de ler – avancem, progridam ou retomem conhe40


cimentos paralelos e transversais pertinentes a essas duas séries finais do Ensino Fundamental. E, desse modo, possam reconhecer a importância dessa obra no contexto do nosso “imaginário” cultural e regional brasileiro. Bom ensino! Bom aprendizado! Bom trabalho!

PROPOSTAS DE ATIVIDADES ARTE Professor, o Livro das Simpatias apresenta uma série de abordagens propícias ao trabalho interdisciplinar com Arte. As ilustrações, iluminuras, letras capitulares e vinhetas do designer Guili Seara – com intervenções sobre ilustrações do século XIX (Romantismo), de autoria dos desenhistas Thiebault, H. Emy e Coste (1898) – fazem parte do contexto “imagético-cultural” e literário da obra. Essas imagens estão tão imbricadas, interligadas e conectadas ao texto que fica difícil separar uma coisa de outra. O Livro das simpatias é, portanto, um texto multimodal, pois nele são empregadas a linguagem verbal (as simpatias poéticas) e a linguagem não verbal ou imagética (que são as ilustrações). Como preconiza a BNCC (BRASIL, 2017, p. 203): No Ensino Fundamental – Anos Finais, é preciso assegurar aos alunos a ampliação de suas interações com manifestações artísticas e culturais nacionais e internacionais, de diferentes épocas e contextos. Essas práticas podem ocupar os mais diversos espaços da escola, espraiando-se para o seu entorno e favorecendo as relações com a comunidade. Além disso, o diferencial dessa fase está na maior sistematização dos conhecimentos e na proposição de experiências mais diversificadas em relação a cada linguagem, considerando as culturas juvenis.

EDITORA BAOBÁ LTDA.

Desse modo, espera-se que o componente Arte conExemplar – venda proibida nas tribua de comdivulgação o aprofundamento das aprendizagens diferentes linguagens – e no diálogo entre elas e com as outras áreas do conhecimento –, com vistas a possi41


bilitar aos estudantes maior autonomia nas experiências e vivências artísticas. Tal como feito na atividade de pós-leitura pelo professor de Língua Portuguesa, na aula de Arte, você, professor, pode abrir a discussão do livro para promover também a compreensão das imagens. Desse modo, os alunos serão estimulados a analisar as intertextualidades presentes na obra, os recursos de intervenção, colagem e fotomontagem, o uso de iluminuras ou vinhetas, o diálogo com o Surrealismo (textos 6 e 7) e o Romantismo (texto 7). Após esse momento de compreensão das imagens, que deve estar aliada ao texto verbal, você, professor, pode estimular nos alunos diversas produções, sempre apoiadas no Livro das simpatias e no que os demais componentes curriculares podem trazer de contribuição. Um exemplo é estimular alguma produção que esteja vinculada às manifestações folclóricas e da tradição popular que podem ser exploradas na Geografia, ou que tenha relação com as reflexões que podem ser suscitadas ao se trabalhar a obra no Ensino Religioso. A atemporalidade das manifestações culturais/folclóricas, como é o caso da simpatia, pode ser explorada em uma situação artística que tem uma gênese, podendo-se dar vida a um mito por meio da imagem. Explore essa ideia com seus alunos, professor. Por fim, promova entre os alunos um momento de avaliação do que foi vivenciado e aprendido em sala de aula. Sugerimos uma atividade em grupo em que os alunos possam retomar o percurso de aprendizagem e avaliar o que foi bom e o que não foi, como foi seu engajamento e se têm alguma sugestão. Desse modo, também nesse momento, estimulamos o protagonismo juvenil. Após, pode-se propor que as produções feitas sejam divulgadas para toda a comunidade escolar, em mural ou varal, podendo-se também fazer uso da fotografia e do vídeo para divulgação no blog da turma ou da escola, bem como nas redes sociais.

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida

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HABILIDADES QUE PODEM SER ACIONADAS COM BASE NO TRABALHO COM A OBRA UNIDADES TEMÁTICAS ARTES VISUAIS – OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES

CONTEXTOS E PRÁTICAS

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético. (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço. (EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc.

ELEMENTOS DA LINGUAGEM

(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.

MATERIALIDADES

(EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).

PROCESSOS DE CRIAÇÃO

(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais. (EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais.

EDITORA BAOBÁ LTDA. (EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, Exemplar de divulgação – venda proibida designer, designer, entre outras, estabelecendo relaSISTEMAS DA LINGUAGEM ções entre os profissionais do sistema das artes visuais. 43


LÍNGUA INGLESA Professor, a obra também pode promover diversos conhecimentos de Língua Inglesa para os alunos. Para tanto, sugerimos um trabalho em conjunto com os professores de História e de Artes/Educação Artística. A seguir estão uma proposição para o 8º Ano e outra para o 9º. 8° Ano – Atividade: New Magic Spells A atividade New Magic Spells consiste na criação, por parte dos alunos, de novas “simpatias”. O objetivo é fazer com que, através de uma atividade lúdica, aconteça o aprendizado de novo vocabulário, a interação oral com colegas e o uso da imaginação e criatividade. Os alunos deverão ser divididos em grupos ou pares e cada grupo/par vai sortear uma situação e 5 elementos que deverão estar presentes na “simpatia” ou “receita de feitiço” que eles vão inventar. A criatividade deverá ser altamente estimulada pelo professor de Língua Inglesa e, se for o caso, pelo professor de Artes/Educação Artística também. Material necessário: - pequenos cartões de papel-cartão ou cartolina, confeccionados antecipadamente pelo professor: - deverão ser confeccionados 10 cartões (cartões de Spell), no tamanho 10cm x 5cm, com as seguintes situações: • To find a diamond; • To frighten ghosts; • To make you run faster; • To talk to a fairy; • To transform vegetables into chocolate; • To hear your friends’s thoughts; • To make my bedroom organize itself; • To make your team win the Championship; • To travel in time;

EDITORA famous. • To become

BAOBÁ LTDA. de divulgação – venda proibidano ta-Exemplar deverão ser confeccionados 50 cartões de elementos, manho 5cm x 5cm, com os seguintes elementos (se possível nome e imagem): 44


a pair of socks

coffee powder

a hair pin

an old pen

a piece of pink paper

a bottle cap

one orange seed

water

a piece of fingernail

a yellow feather

glue

a piece of cotton

tea

a ruler

a white crayon

an earring

a rose petal

a broom

a toothpick

a paper napkin

a round rock

an eraser

a card

a pillow

an empty soda can

a rubber band

honey

salt

a handkerchief

a teaspoon of sand

a green button

hairspray

a leaf

an empty milk carton

an old toothbrush

a paper clip

a coin

deodorant

a scarf

a hat

a popsicle

a chewing gum

sunglasses

a tie

a pair of sneakers

a lipstick

a dictionary

a sharpener

a bandaid

a stick

- listagem, a ser entregue a todos os alunos, de novo vocabulário que será utilizado na atividade; - dicionário bilíngue; - folhas de papel A4;

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida

- materiais diversos (de acordo com projetos dos alunos). Duração:

- Trabalho com novo vocabulário: aproximadamente 30 minutos. 45


- Preparo: mínimo de 1 hora. - Apresentação: aproximadamente 5 minutos por grupo/par. 9º ano – Atividade: Folklore around the world A atividade Folklore around the world consiste na pesquisa, por parte dos alunos, de elementos do folclore de diferentes países. Os alunos deverão ser divididos em pares ou grupos. Cada par ou grupo sorteará um país, sobre o qual deverá pesquisar, para encontrar elementos do seu folclore. Depois de concluídas a pesquisa e a confecção do texto, os alunos apresentarão seu trabalho para a turma. Devem ser incentivados os usos de elementos tais como fotos, roupas e música. Alguns folclores sugeridos são: Arab, Canadian, Korean, Czech, Indian, American, Colombian, Turkish, Australian, Mexican. Material necessário: - material para pesquisa (físico e/ou on-line); - dicionário bilíngue; - folhas de papel A4; - materiais diversos (de acordo com projetos dos alunos). Duração: - Preparo: mínimo de 1 hora. - Apresentação: aproximadamente 10 minutos por grupo/par.

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida

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HABILIDADES QUE PODEM SER ACIONADAS COM BASE NO TRABALHO COM A OBRA 8º ANO UNIDADES TEMÁTICAS

OBJETOS DE CONHECIMENTO

HABILIDADES

Produção de textos orais com autonomia

(EF08LI04) Utilizar recursos e repertório linguísticos apropriados para informar/comunicar/falar do futuro: planos, possibilidades e probabilidades.

PRÁTICAS DE ESCRITA

Produção de textos escritos com mediação do professor/colegas

(EF08LI11) Produzir texto (comentários em fóruns, relatos pessoais, mensagens instantâneas, tweets, reportagens, histórias de ficção, blogues, entre outros), com o uso de estratégias de escrita (planejamento, produção de rascunho, revisão e edição final), apontando sonhos e projetos para o futuro (pessoal, da família, da comunidade ou do planeta).

GRAMÁTICA

Comparativos e superlativos

(EF08LI15) Utilizar, de modo inteligível, as formas comparativas e superlativas de adjetivos para comparar qualidades e quantidades.

GRAMÁTICA

Quantificadores

(EF08LI16) Utilizar, de modo inteligível, corretamente some, any, many, much.

PRODUÇÃO ORAL

GRAMÁTICA

Pronomes relativos

(EF08LI16) Empregar, de modo inteligível, os pronomes relativos (who, which, that, whose) para construir períodos compostos por subordinação.

GRAMÁTICA

Verbos para indicar o futuro

(EF08LI14) Utilizar formas verbais do futuro para descrever planos e expectativas e fazer previsões.

(EF08LI18) Construir repertório cultural por meio do contato com manifestações artístico-culturais vincuConstrução MANIFESTAÇÕES EDITORA BAOBÁ ladasLTDA. à língua inglesa (artes plásticas de repertório CULTURAIS literatura, música, cinema, Exemplar artístico-cultural de divulgaçãoedança, –visuais, venda proibida festividades, entre outros), valorizando a diversidade entre culturas. 47


9º ANO UNIDADES TEMÁTICAS

OBJETOS DE CONHECIMENTO

HABILIDADES

AVALIAÇÃO DOS TEXTOS LIDOS

Reflexão pós-leitura

(EF09LI09) Compartilhar, com os colegas, a leitura dos textos escritos pelo grupo, valorizando os diferentes pontos de vista defendidos, com ética e respeito.

PRÁTICAS DE ESCRITA

Produção de textos escritos com mediação do professor/colegas

(EF09LI12) Produzir textos (infográficos, fóruns de discussão on-line, fotorreportagens, campanhas publicitárias, memes, entre outros) sobre temas de interesse coletivo local ou global, que revelem posicionamento crítico.

Construção de identidades no mundo globalizado

(EF09LI19) Discutir a comunicação intercultural por meio da língua inglesa como mecanismo de valorização pessoal e de construção de identidades no mundo globalizado.

PRODUÇÃO ORAL

Produção de textos orais com autonomia

(EF09LI04) Expor resultados de pesquisa ou estudo com o apoio de recursos, tais como notas, gráficos, tabelas, entre outros, adequando as estratégias de construção do texto oral aos objetivos de comunicação e ao contexto.

PRÁTICAS DE LEITURA E NOVAS TECNOLOGIAS

Informações em ambientes virtuais

(EF09LI08) Explorar ambientes virtuais de informação e socialização, analisando a qualidade e a validade das informações veiculadas.

COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL

ESTUDO DO LÉXICO

(EF09LI14) Utilizar conectores indicadores de adição, condição, oposição, contraste, conclusão e síntese como auxiliares na construção da argumentação e intencionalidade discursiva.

Conectores (linking words)

EDITORA BAOBÁ LTDA. (EF09LI16) Empregar, de modo inVerbos modais: teligível, os verbos should, must, should, must, Exemplar de divulgação – venda proibida GRAMÁTICA have to, may e might para indicar have to, may e recomendação, necessidade ou might obrigação e probabilidade. 48


CIÊNCIAS O Livro das simpatias possibilita algumas abordagens propícias ao trabalho interdisciplinar com Ciências. Uma delas, que pode ser desenvolvida junto com o componente Ensino Religioso, é promover um debate sobre Simpatia x Ciência. Estimule entre os alunos o debate sobre quais seriam as fronteiras entre a Crença e a Ciência. Será que a fé ou a crença em algo (ou alguém) poderia também curar doenças, fazer milagres? Ou será que apenas a Ciência – com suas tecnologias cada vez mais avançadas na área da Saúde – é que teria meios de proporcionar ao ser humano o alívio das suas dores e males físicos (ou emocionais)? Permita que os alunos discutam/debatam livremente, de modo que tenham a possibilidade de desenvolver habilidades orais de argumentação, contra-argumentação, estabelecimento de pontos de vista etc. Não é necessário que cheguem a uma conclusão definitiva sobre o tema. Na simpatia intitulada “Para eliminar cravos, espinhas etc.”, podem-se trabalhar as mudanças que ocorrem no corpo durante a puberdade. Inicie a conversa pedindo que listem quais são essas mudanças, anote na lousa e então questione se acham essa “receita” ou “simpatia” para eliminar um problema de saúde tão comum entre os adolescentes (na puberdade) realmente daria certo. Comente que tal simpatia, na verdade, é apenas uma maneira que o autor encontrou para ironizar e brincar com as próprias “simpatias”, pois ele mesmo avisa (faz uma ressalva) no Resultado: “Se (...) as espinhas e cravos (...) não tiverem desaparecido, não fique amargurada.” – E conclui, fazendo humor: “Você terá se transformado numa imensa e deliciosa barra de chocolate!”. Questione, então, o que realmente seria aconselhável fazer, para eliminar cravos, espinhas, acnes etc.? Acolha todas as respostas e aproveite para falar da importância do autocuidado. No caso em questão, consultar um médico especialista nessa área, um dermatologista, é importante para que seja recomendado o melhor tratamento.. Caso sinta necessidade, volte ao conteúdo da Parte 1 deste Manual e leia para a turma a parte “O gênero simpatia”.

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida

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PRODUZINDO TEXTOS BLOG: “TIRANDO DÚVIDAS SOBRE ACNES, ESPINHAS ETC.” • Sugerimos apresentar aos alunos – e segundo sua orientação – a seguinte proposta para a produção de um blog: • Imaginem que vocês são redatores de um blog para jovens e adolescentes e vão dar “dicas” a respeito das causas e tratamento para acnes, espinhas e outros problemas que costumam aparecer nessa fase da puberdade. • Em grupos, façam uma pesquisa para responder às seguintes dúvidas da adolescência: • O que são acnes, cravos e espinhas? • Quando costumam aparecer? • Chocolate e alimentos gordurosos também provocam espinhas? • Fatores emocionais podem agravar o quadro? • Por que não se podem espremer as espinhas? • Quais são os tratamentos para esses problemas dermatológicos? • Peça que, após a pesquisa, redijam um texto a respeito do assunto proposto. • Revisem-no e publiquem-no, conforme a sua orientação. Se possível, no blog da escola, da turma, ou de um colega.

DICAS DE SITES PARA PESQUISA https://escolakids.uol.com.br/cravos-e-espinhas.htm

EDITORA BAOBÁ LTDA. http://www.dgabc.com.br/Noticia/1127314/por-que-temos-espinhas-na-adolescencia Exemplar de divulgação – venda proibida

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HABILIDADES QUE PODEM SER ACIONADAS COM BASE NO TRABALHO COM A OBRA UNIDADE TEMÁTICA Vida e evolução. OBJETO DE CONHECIMENTO Mecanismos reprodutivos / Sexualidade. HABILIDADE (EF08CI08) Analisar e explicar as transformações que ocorrem na puberdade considerando a atuação dos hormônios sexuais e do sistema nervoso.

GEOGRAFIA O Livro das Simpatias apresenta uma série de abordagens propícias ao trabalho interdisciplinar com Geografia.

TRADIÇÃO POPULAR E FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DE UM POVO Você, professor, pode, por exemplo, abordar a questão da identidade com base na tradição popular. Podemos incluir na formação das tradições e do imaginário popular brasileiro: mitos, lendas, contos populares, ritos, cerimônias religiosas e sociais, brincadeiras, provérbios, adivinhações, receitas de comidas, estilos de vestuário e adornos, orações, crenças, crendices, maldições, encantamentos, juras, xingamentos, danças, cantorias, gírias, apelidos de pessoas e de lugares, desafios, saudações, despedidas, trava-línguas, festas, encenações, a gestualidade associada à intercomunicação oral; o artesanato, os motivos (desenhos) dos bordados, a música instrumental, as canções de ninar e de roda, a medicina popular, as “simpatias” e até as maneiras de criar, chamar e dar comandos aos animais. Essa lista não se limita ao que vem do interior ou das zonas rurais do país. Ela inclui também as expressões próprias da vida em cidades, EDITORA BAOBÁasLTDA. os modelos de arquitetura e urbanismo, lendas urbanas, os símbolos Exemplar e até os reclames/anúncios dos vendedores rua dos bairros, de divulgação – vendadeproibida comunidades.

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Assim, todas essas manifestações ocorrem peculiarmente em cada cultura e diferem de região para região, e de indivíduo para indivíduo. Portanto, não é exagero lembrar, aqui, uma famosa frase de Mário de Andrade: “O homem é um ser composto por cabeça, tronco, membros... e imaginação!” Com base nisso, os alunos podem fazer uma pesquisa de modo que respondam às seguintes perguntas: • Que povos mais teriam influenciado a formação do nosso imaginário cultural? Os africanos, os indígenas, os europeus? Outras etnias? Quais? • Sob o ponto de vista do “respeito às diferenças”, essa multiplicidade cultural trazida por outros foi respeitada? Ou desrespeitada? Como? Ainda o é? Como isso acontece? • Opine: a “interculturalidade” brasileira – cada região com características étnicas e culturais próprias – ajudou (ou não) na formação de uma cultura nacional? Você acha que uma determinada cultura regional brasileira é “melhor” do que outra? Por quê?

PARA SABER MAIS Para saber mais sobre o imaginário e as tradições populares brasileiras, acesse:

https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/diversidade-cultural-no-brasil.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Folclore_brasileiro https://www.institutomillenium.org.br/artigos/a-construcao-do-imaginario-brasileiro/ Outra possibilidade é solicitar que os alunos listem em um quadro as diversas tradições culturais populares brasileiras. A seguir, suEDITORA BAOBÁ LTDA. gerimos algumas.

Exemplar de divulgação – venda proibida

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QUADRO DE TRADIÇÕES CULTURAIS POPULARES BRASILEIRAS Gênero

Manifestações culturais populares

Música e dança

Cateretê, polca, maxixe, lundu, baião, samba, frevo, xaxado, fandango, vanera, xote, maracatu, ciranda, jongo, tirana, catira, batuque, paudefita, quadrilha, cantigas de roda, acalanto, modinha, desafio, repente, seresta, moda de viola, ladainha, cântico de procissão etc. (1)

Festas e encenações

Carnaval, Congada, Cavalhada, Folia de Reis, Marujada, Festa do Divino, Festa junina, Farra do Boi, Bumba meu boi (Boi bumbá) etc.

Linguagem, literatura e tradição oral

Literatura de cordel, adivinhações/adivinhas, provérbios, quadrinhas, piadas ou anedotas, “causos”, trava-línguas ou parlendas, frases de para-choque de caminhão etc.

Lendas e mitos

Boitatá, Capelobo, Cobra-Grande, Corpo-Seco, Cuca, Curupira, Iara, Saci Pererê, Lobisomem, Negrinho do Pastoreio, Mapinguari, Mula sem Cabeça, Lenda da Mandioca, Lenda da Vitória-Régia etc.

Culinária

Panelada, buchada, cozido, pudim de iaiá, arrufos de sinhá, bolo de noiva, sarapatel, feijoada, paçoca de carne, paçoca de amendoim, caldeirada, pato no tucupi, tambaqui assado, tacacá, creme de bacuri e cupuaçu, macaxeira, dobradinha, milho cozido/assado, galinha de cabidela, quibebe, carne de sol, canjica, doce de leite, pamonha, munguzá, cuscuz, caruru, acarajé, vatapá, tapioca, pé de moleque, arroz-doce, caldo de cana, churrasco, arroz branco, arroz de carreteiro, salada, maionese, tripada, chimarrão, cuscuz, virado, mexido, queijo de Minas, pão de queijo, requeijão, bolo de fubá, biscoito de polvilho, goiabada cascão, tutu à mineira, erva-mate, arroz com pequi, feijão de tropeiro, moqueca etc.

Brinquedos, jogos e brincadeiras

Boneca, papagaio (pipa, arraia, pandorga); pião, arapuca; pega-pega, pique esconde, bolinha de gude, resgate, pique-bandeira, mãe-da-rua, dama, xadrez, vinte e um, paciência, passa anel, estilingue (bodoque, atiradeira), triângulo, amarelinha, bente altas, rouba-monte etc. (2).

Se necessário, professor, lembre aos alunos: (1): Cantigas de roda, como: “Escravos de Jó”, “Sapo Cururu”, “O Cravo e a Rosa”, “Ciranda-Cirandinha” e “Atirei o Pau no Gato”. Acalantos, como: “Dorme, neném, que aLTDA. Cuca vem pegar”; “Boi EDITORA BAOBÁ da cara preta” etc. (2) Lembre também que alguns desses brinExemplar de divulgação – venda proibida quedos, jogos e brincadeiras recebem nomes diferentes, dependendo das regiões. 53


CRENÇAS, SABENÇAS E SUPERSTIÇÕES BRASILEIRAS As crenças, sabenças e superstições também fazem parte desse universo do imaginário e das tradições culturais populares. No Livro das simpatias algumas são citadas, como: • Objetos perdidos: A maneira mais eficiente de encontrar algo que desapareceu é dar três pulinhos para “São Longuinho”. • Vassoura: colocar uma vassoura com o cabo para baixo, atrás da porta, faz as visitas indesejáveis irem embora logo. Leia outras crendices regionais brasileiras relacionadas à vassoura: 1) As vassouras devem ser sempre guardadas na posição vertical, para evitar desgraças. 2) Crianças que montarem em vassouras serão infelizes. 3) Varrer a casa à noite expulsa a tranquilidade. Mais crendices... • Aranhas, grilos e lagartixas: representam boa sorte para o lar. Matar uma aranha pode causar infelicidade no amor. • Latidos, uivos de cachorros: quando algum cão estiver uivando (ou latindo alto), deve-se colocar o pé direito corretamente em um sapato e virar o pé esquerdo (do mesmo par de sapatos); e pisar em cima dele: então o cachorro para de uivar na hora. • Moedas e fontes: jogar uma moeda em uma fonte de água (ou chafariz) realiza um desejo que você tenha feito. • Madeira: se você bater em um tronco de árvore oco, três vezes, o azar vai embora. O mesmo acontece quando se bate 3 vezes em uma porta ou uma mesa de madeira. • Espirro: se você espirrar quando não está gripado é porque alguém está falando (mal ou bem) de você. A prática usual de se dizer “saúde!” (ou God bless you nos países de língua inglesa) é derivada da crença supersticiosa de que a alma da pessoa que espirra pudesse sair do corpo, naquele momento.

EDITORA Uma sugestão de atividadeBAOBÁ é pedir queLTDA. os alunos se dividam em três grupos, pesquisem, e identifiquem outras crenças/crenExemplar de analisem divulgação – venda proibida dices, sabenças e superstições regionais brasileiras relacionadas a: 54


Grupo 1 O número 13

Grupo 2 Gatos/Gato preto

Grupo 3 Escada

Espelhos

Mau-olhado

Trevo

Pé de coelho

Ferraduras

Orelhas quentes

Sentir coceiras

Elefantes de enfeite

Guarda-chuva

ORIGENS DA NOSSA MULTIPLICIDADE ÉTNICO-CULTURAL Estimule que os alunos debatam quais dessas tradições culturais populares estudadas são comuns na região onde vivem. De onde vieram? Da Europa, da Ásia, da África, Oceania, outras regiões do planeta? Ou já existiam no Brasil pré-descobrimento (lendas, mitos indígenas)?

MAPA TEMÁTICO: TRADIÇÕES CULTURAIS REGIONAIS BRASILEIRAS A “localização” das tradições culturais populares de cada região brasileira pode ser feita através de um mapa temático: com imagens, desenhos, recortes, fotografias ou registro impresso/escrito das manifestações (mitos, lendas, festas etc.). Mostre à turma este exemplo (que pode ser visualizado neste link): http://atualidadesp.blogspot.com/2012/08/22-de-agosto-dia-do-folclore-brasileiro.html Com base nessa exposição, pode-se pedir, por exemplo, que os alunos se dividam em grupos e que cada um elabore um mapa do Brasil (em uma cartolina) e localize nele as tradições culturais populares de cada região brasileira: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste, Sul.

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida

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GLOBALIZAÇÃO OU MUNDIALIZAÇÃO CULTURAL: CONTRA OU A FAVOR? Saindo do contexto local para o global, estimule os alunos a pensar sobre o que leva as pessoas, no Brasil e no mundo (mesmo as que vivem em lugares isolados, distantes), a saberem ou terem algum conhecimento de sua cultura popular regional e/ou nacional. E o que leva as pessoas a conhecerem os costumes culturais tradicionais de outros povos da Terra? Convoque-os a refletirem sobre a importância dos meios de comunicação e das tecnologias da informação. Comente e leia para os alunos que hoje, na maioria das regiões do planeta, não há como fugir do processo chamado de “globalização”. Leia o conceito: A globalização (ou mundialização, conforme preferem alguns autores) é um processo de integração econômica, cultural, social e política. Esse fenômeno é gerado pela necessidade do capitalismo de conquistar novos mercados, principalmente se o mercado atual estiver saturado. Caso considere significativo, você, professor, pode reproduzir o seguinte texto para os alunos:

ASPECTOS CULTURAIS DA GLOBALIZAÇÃO Os aspectos culturais da globalização remetem aos efeitos do processo de mundialização do capitalismo no modo de funcionamento das sociedades e suas tradições. O processo de globalização permitiu a rápida conexão entre as diferentes localidades do planeta, mesmo as mais distantes entre si. De certo modo, isso interferiu e dinamizou também a proliferação das tradições e tendências cotidianas dos diferentes lugares, naquilo que ficou conhecido como globalização cultural. Mas, afinal, quais seriam os reais aspectos culturais da globalização? Ao estudarmos os aspectos culturais da globalização, obserEDITORA BAOBÁ LTDA. varmos a ampliação das relações entre o local e o global ou entre o regional e o mundial por meio do amplo fluxo informações Exemplar de divulgação – venda de proibida (através das redes sociais, internet, satélites etc.). Nesse sentido, é possível perceber, mesmo em nosso cotidiano, o quanto as 56


culturas passaram a se mesclar internacionalmente e, ao mesmo tempo, preservarem-se e reproduzirem-se localmente. Um exemplo claro é a assimilação de valores morais e culturais europeus e norte-americanos em nossa sociedade, que nos influenciam desde os tempos coloniais e persistem ainda nos dias atuais por meio dos meios de comunicação. Aspectos culturais de outros países também podem ser vistos de maneira atuante em nossa sociedade, a exemplo dos animes (desenhos japoneses característicos) e outros. No entanto, é preciso observar que essa relação não se estabeleceu, ao longo da história, como uma mera interação, o que levanta muitas críticas à construção histórica do sistema capitalista e ao próprio processo de globalização em si. De acordo com diversas análises, o que ocorreu foi um processo de hegemonização ou “colonização do mundo da vida” – como diz Enrique Dussel em sua obra 1492: o Encobrimento do Outro –, no sentido de que os modos culturais eurocêntricos foram definitivamente impostos sobre os demais povos. Embora a globalização da cultura tenha contribuído para essa hegemonia, muitos valores regionais mantiveram-se, ao passo que outros se reinventaram. Alguns, mesmo considerados oprimidos ou violentados pelo processo de dominação política, colonial e imperialista, mantiveram-se em um processo de resistência e até conseguiram reproduzir-se em outros territórios. Um exemplo disso é a existência de hábitos, princípios e até padrões culinários e religiosos de origem africana no Brasil, fruto da diáspora dos povos de várias etnias desse continente para o país. De todo modo, vivemos em nossa sociedade um produto direto ou indireto do processo de globalização cultural. Podemos consumir produtos de culinária estritamente regionais, por exemplo, ao mesmo tempo que assistimos a compilações oriundas de outros países e consumimos produtos fabricados por empresas multinacionais. O principal entre os aspectos culturais da globalização é a complexidade entre o local e o global em que se estruEDITORA BAOBÁ LTDA. turam as diferentes sociedades do planeta.

Exemplar de divulgação – venda proibida

(PENA, Rodolfo F. Alves. Disponível em: <https://alunosonline.uol.com.br/geografia/ <https://alunosonline.uol.com.br/geografia/ aspectos-culturais-globalizacao.html>.)

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Após a leitura do texto, pode-se solicitar que os alunos identifiquem as palavras e expressões que desconheçam e façam um glossário com elas, consultando dicionários. Depois, se achar interessante, peça que também elaborem uma cruzadinha com essas palavras. Essa habilidade de consulta ao dicionário e aquisição do significado de novas palavras é extremamente importante de ser acionada em todos os momentos e em todas as disciplinas. Em seguida, peça que reflitam e debatam as seguintes questões: • A globalização permitiu uma maior relação entre as culturas mundiais? Você é contra a “globalização ou mundialização cultural ou a favor dela”? Por quê? • Identifique, no Livro das Simpatias, exemplos de “globalização cultural”. Professor: explique que as próprias “simpatias”, rezas e “curas” citadas por Antonio Barreto (a partir do texto da p. 53) são oriundas de tradições culturais: indígenas, africanas, europeias etc. • O autor do texto lido nos dá um exemplo de “globalização cultural” no Brasil: os animes (desenhos característicos da cultura japonesa). Que outros exemplos atuais disso você citaria? • Você acha que esse processo se deu (ou se dá ainda hoje) de forma pacífica? Ou não? Por quê? Cite exemplos. • A globalização cultural também tem reflexos na economia, na política, na vida pessoal/social das pessoas? Como? Por quê? Dê exemplos atuais. • Em que a “globalização cultural” afetou ou afeta a sua vida? Exemplifique. É importante, professor, que os alunos tenham, nesse momento de debate, a oportunidade de desenvolver as habilidades de expressão oral e de argumentação e contra-argumentação. A seguir, disponibilizamos alguns links sobre o tema que podem dar suporte à discussão.

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida

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PARA SABER MAIS: Para saber mais sobre Globalização, Fluxo de Informações e Cultura, acesse: https://alunosonline.uol.com.br/geografia/globalizacao.html https://alunosonline.uol.com.br/geografia/fluxo-informacoes.html https://alunosonline.uol.com.br/filosofia/o-que-e-cultura.html

MAPA: CULTURAS GLOBALIZADAS Após o debate, peça que elaborem um mapa-múndi dos continentes e localizem nele a origem de algumas manifestações culturais globalizadas que aprenderam. Em seguida, peça que recortem e colem nesse mapa outros símbolos, marcas, ícones culturais “globalizados”. Exemplo: http://ctstemposmodernos.blogspot.com/2014/01/globalizacao-face-contemporanea-do_1830.html

CARTUM: EXPOSIÇÃO “GLOBALIZOU” Peça que formem grupos de dois ou três colegas, troquem ideias e elaborem um cartum sobre a “globalização cultural” dos povos. Um aluno pode elaborar o desenho, outro o(s) balão/balões (com uma ou mais frases) e outro pode colorir o cartum. Reproduza para a turma, esses dois exemplos de cartum a respeito do tema proposto. No final, com sua orientação, organizem um varal ou mural com a Exposição “Globalizou”, com os mapas e cartuns produzidos pela turma. Convidem colegas, alunos, professores de outras turmas da escola, parentes e amigos para apreciarem a Exposição. Outro meio de divulgação do resultado dessa atividade é por meio de vídeos e fotografias, que podem ser incluídos no blog da turma ou da escola, bem como nasBAOBÁ redes sociais. Para isso, é interessanEDITORA LTDA. te um diálogo com os professores de Língua Portuguesa e Arte, para Exemplar de divulgação – venda proibida que, interdisciplinarmente, os diversos saberes associados possam ser trabalhados de modo sistemático e intencional. 59


HABILIDADES QUE PODEM SER ACIONADAS A PARTIR DO TRABALHO COM A OBRA 8º ANO UNIDADES TEMÁTICAS •

O sujeito e seu lugar no mundo.

Formas de representação e pensamento espacial.

Natureza, ambientes e qualidade de vida.

OBJETOS DE CONHECIMENTO •

Diversidade e dinâmica da população mundial e local .

Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África.

Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.

HABILIDADES (EF08GE02) Relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do Município em que se localiza a escola, considerando a diversidade e os fluxos migratórios da população mundial. (EF08GE18) Elaborar mapas ou outras formas de representação cartográfica para analisar as redes e as dinâmicas urbanas e rurais, ordenamento territorial, contextos culturais, modo de vida e usos e ocupação de solos da África e América. (EF08GE19) Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África e América. (EF08GE20) Analisar características de países e grupos de países da América e da África no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir as desigualdades sociais e econômicas e as pressões sobre a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração na produção e circulação), o que resulta na espoliação desses povos. 9º ANO UNIDADES TEMÁTICAS •

O sujeito e seu lugar no mundo.

Conexões e escalas.

Formas de representação e pensamento espacial.

OBJETOS DE CONHECIMENTO •

As manifestações culturais na formação populacional.

Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização. Exemplar de divulgação – venda proibida

Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas.

EDITORA BAOBÁ LTDA.

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HABILIDADES (EF09GE03) Identificar diferentes manifestações culturais de minorias étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural na escala mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças. (EF09GE04) Relacionar diferenças de paisagens aos modos de viver de diferentes povos na Europa, Ásia e Oceania, valorizando identidades e interculturalidades regionais. (EF09GE05) Analisar fatos e situações para compreender a integração mundial (econômica, política e cultural), comparando as diferentes interpretações: globalização e mundialização. (EF09GE14) Elaborar e interpretar gráficos de barras e de setores, mapas temáticos e esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais. (EF09GE15) Comparar e classificar diferentes regiões do mundo com base em informações populacionais, econômicas e socioambientais representadas em mapas temáticos e com diferentes projeções cartográficas.

HISTÓRIA Nas propostas para o trabalho interdisciplinar com Geografia, os alunos já estudaram vários aspectos relacionados à cultura e ao imaginário popular brasileiro regional. Agora, vamos conectar esses estudos ao período histórico em que isso se deu, de forma a aprofundar e progredir os conhecimentos, agora sob o ponto de vista da História. Uma primeira sugestão é propor à turma que leiam o texto abaixo: É no século XIX (no período chamado Romantismo) que ocorrem os primeiros registros (por escrito) do nosso imaginário popular, com suas representações visuais, nas letras, nas manifestações culturais regionais (festas, celebrações, danças, músicas, rituais), nos mitos, lendas e costumes: como o de contar causos à beira das fogueiras e o de realizar sabenças: como as “curas milagrosas” realizadas pelas rezadeiras e benzedeiras, através de “simpatias”. Saberes esses que fazem parte de nosso rico manancial cultural (multiétnico, multirracial) e não devem ser esquecidos. Mais: devem ser democraticamente conhecidos, esEDITORA BAOBÁ LTDA. tudados e respeitados em suas diferenças geográficas, históricas Exemplar de divulgação – venda proibida e filosóficas e sociais. (Texto dos autores) 61


Após, peça que formem trios e identifiquem na obra literária (na parte intitulada “No Reino das Coisas Imaginárias... mas que vira e mexe acontecem”) um trecho em que o autor faz referência a uma “cura” que aconteceu com ele mesmo, através de uma benzedeira. Divida as tarefas da seguinte forma, nos trios: Colega 1 (vai identificar e responder): 1) Do que o autor se recorda? Como eram realizadas as simpatias? Através de quem ou o quê? Como? Que elementos da natureza estão presentes nessas lembranças? Possibilidades de resposta: “As benzedeiras antigas – me recordo bem – realizavam suas simpatias através de orações e palavras ininteligíveis, enquanto deslizavam pela cabeça das crianças raminhos de arruda, malva, alecrim e alfazema. Ou folhas de hortelã, agrião, eucalipto, manjericão, pitangueira, caju roxo e mangará. Ou faziam chás de erva-cidreira, capim-limão, aroeira, alho picado, coroa-de-frade, vassourinha e uma infinidade de outras ervas medicinais milagrosas”./ “Ervas que, num prodígio para as narinas, rescendiam seus cheiros inebriantes pela casa afora. Era uma coisa mágica, inesquecível.” Colega 2 (vai identificar e responder): 2) Como o autor ficou sabendo disso? Por quê? Qual era a doença que o autor tinha, para ser curada? Possibilidades de resposta: “Sei disso porque minha mãe me levava, toda semana, em uma benzedeira para curar certa gagueira que me atormentava na hora de ler, em voz alta, o “ditado” ou a redação de Língua Pátria na sala de aula. A redação, na época, se chamava “composição”. Língua Pátria era simplesmente o nome da matéria: o Português. E a escola se chamava, humilde e poeticamente: Grupo Escolar.” Colega 3 (vai identificar e responder): 3) Como ele se curou? E daí, o que aconteceu com o autor? Quem era a benzedeira? Possibilidades de resposta: “Eis que, então, debaixo de um candente chacoalhar EDITORA de ervas e ramos sobre aLTDA. cachola já zaranzada de BAOBÁ zumbidos, eu engolia um vulcânico e memorável chá de pimenta maExemplar de divulgação – venda proibida lagueta. Dava certo. Vomitava fogo pelas ventas. Via estrelas, cometas, óvnis, extraterrestres... e a Terra totalmente em chamas. Mas Sinhá 62


Alzira conseguiu curar meus tropeços palavrais. Nunca mais fiquei tartamudo, nem tartamelo. Pelo contrário: virei um pertinaz parolador, renitente, carrapato e grudento. Esse papagaiado e espandongado aprendiz de escritor. Um execrável pré-poeta glótico.” Releia em voz alta para a turma (e peça que acompanhem no livro) este trecho da página 62: “Eu menino da roça, que nunca tinha visto o mar, já ficava me imaginando naquele mundão azul de espumas e ondas, reinando entre sereias e golfinhos, polvos gigantes e mobydicks: coisas que conhecia apenas dos dois livros de aventura que eu tinha. Confesso: aquelas foram as primeiras palavras de poesia pura que ouvi. Tais rimas ficaram guardadas no subconsciente. E a imagem do mar, levando o meu quebranto, também”. Proponha que pesquisem e respondam: O que esse trecho tem a ver com o século XIX, mais especificamente com o Romantismo? Resposta pessoal. Sugestão: Moby Dick é o título de um famoso romance do escritor norte-americano Herman Melville (1819-1891), que pertenceu ao período do Romantismo, no século XIX. O romance foi publicado em 1851 e narra a história de Moby Dick, uma baleia branca e enfurecida que, após ter sido ferida várias vezes por baleeiros (caçadores, pescadores de baleia), consegue destruí-los e a seus navios em pleno mar. O romance é povoado de outros seres (reais ou imaginários) como: sereias, golfinhos, polvos gigantes etc. Professor: informe aos alunos que o “mar” (com seus seres e mistérios) também povoou a imaginação dos escritores, poetas, compositores e pintores do século XIX, no Romantismo. Peça para reverem, nesse livro, o trabalho com a ilustração da página 38, na simpatia “Para conhecer sua sereia”. Se achar interessante, peça que pesquisem mais sobre o tema em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Moby_Dick https://pt.wikipedia.org/wiki/Herman_Melville Cultura popular: representação x texto EDITORA BAOBÁvisual LTDA. Nas páginas 54de e 55 do Livro das simpatias o autor se refere às Exemplar divulgação – venda proibida prováveis origens históricas, geográficas, culturais e antropológicas das “simpatias”. 63


Releia estes trechos: Trecho 1: “É possível também que as simpatias tenham vindo de rituais religiosos das antigas civilizações asiáticas. Ou introduzidas por xamãs e pajés dos povos indígenas que habitavam as Américas bem antes do descobrimento: esquimós, apaches, moicanos, navajos, sioux, cherokees, comanches, maias, astecas, incas, guaranis, tupinambás, tapajós, ianomâmis...” Trecho 2: “Desconfia-se também de que tenham origem africana, trazidas pelos súditos da linhagem de Kabuku Kambilu – rei das tribos “sobas”, de Angola. Kambilu era temido e venerado por seus descendentes (que vieram para o Brasil como escravos). Os que sobreviveram às guerras de captura na áfrica e à travessia do Atlântico nos porões imundos das caravelas, atribuem a ele tal milagre. Dizem que Kambilu – além de saber conversar com animais, plantas e peixes – era detentor de grandes poderes mágicos e religiosos.” Trecho 3: “Por fim, é provável que as simpatias tenham também origem europeia, baseadas em hábitos ancestrais dos conquistadores e invasores vikings e germânicos; eslavos, celtas e gauleses. Mais tarde, foram desembarcadas entre nós por espanhóis e portugueses.” Escreva na lousa a relação abaixo e peça que numerem a segunda coluna de acordo com a primeira: Trecho 1

( 3 ) Origem europeia das simpatias.

Trecho 2

( 1 ) Origem asiática e/ou indígena das simpatias.

Trecho 3

( 2 ) Origem africana das simpatias.

Trecho 1 = Origem asiáticaBAOBÁ e/ou indígena. Trecho 2 = Origem EDITORA LTDA. africana. Trecho 3 = Origem europeia.

Exemplar de divulgação – venda proibida

Neste momento, retome os conceitos trabalhados no componente Geografia e suscite uma reflexão, pelo viés da História, sobre 64


como as manifestações folclóricas contribuem para a formação de uma sociedade e a representam.

RODA DE CONVERSA Escreva na lousa (destacando a frase em negrito/sublinhada): “Dizem que Kambilu – além de saber conversar com animais, plantas e peixes – era detentor de grandes poderes mágicos e religiosos.” •

Com sua orientação, peça que façam uma “Roda de Conversa” para um debate sobre os seguintes assuntos:

a) Que outras personagens você conhece – da cultura popular ou religiosa; dos filmes, livros, fábulas, contos maravilhosos, histórias em quadrinhos etc. – que também conversam com animais, plantas, peixes e elementos da natureza? Resposta pessoal. Sugestões de resposta: São Francisco (na tradição popular e religiosa); Alice (no romance Alice no País das Maravilhas, do inglês Lewis Carroll); Mônica e seu coelhinho (das HQs de Mauricio de Sousa); Zezé e seu pé de laranja (no romance O meu pé de laranja-lima, de José Mauro de Vasconcelos); A boneca Emília, que conversa com todos as personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo (na obra infanto-juvenil de Monteiro Lobato) etc. b) Algum dia você já conversou com seu bicho de estimação? Boneca(o), bicho de pelúcia, planta, peixe, inseto, objeto? Qual? Em que ocasião? Por quê? Resposta pessoal. c) Você obteve resposta? Ou imaginou/inventou diálogos em que “ele/ela” respondia ao que você perguntava? Por quê? d) Nessa experiência, você se achou que também possuía poderes mágicos? Quais? Como? Por quê? e) E as pessoas à sua volta, como reagiam ao ver você conversando com seres inanimados? Acharam-no louco, louca? Incentivaram? Entraram naEDITORA conversa? Ou ficaram “nem aí” para o que você BAOBÁ LTDA. fazia? Conte isso para os colegas.

Exemplar de divulgação – venda proibida

Respostas pessoais.

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Professor, incentive todos os alunos a participarem dessa atividade, mesmo os mais tímidos. É uma boa oportunidade para cada um compartilhar seu modo de vida particular, seus segredos, seu mundo imaginário, suas “representações” socioemocionais etc.

LISTA DE NOMES “ANTROPOMÓRFICOS” Leia ou peça que um aluno leia (em voz alta, com entonação adequadas ou pausas onde achar necessário) o texto a seguir: Falar com animais e objetos é sinal de inteligência social O costume de conversar com animais e objetos não é sinal de insanidade e está cientificamente ligado a inteligência social. De acordo com o pesquisador [e professor de Ciência Comportamental] da Universidade de Chicago, Nicholas Epley, não há nada de errado em antropomorfizar objetos, animais ou até plantas, ou seja, ao reconhecer rostos, conversar e dar nomes a eles. “Historicamente, a antropomorfização tem sido tratada como um sinal de infantilidade ou de estupidez. Mas, na verdade, isso é um produto natural da tendência que faz os humanos unicamente inteligentes no planeta. Nenhuma outra espécie tem isso”, explicou o professor ao jornal britânico Daily Mail. Um dos sinais mais comuns de antropomorfização é dar nomes a objetos. Isso acontece porque, além da habilidade de enxergar rostos em tudo, humanos atribuem mentes pensantes a coisas que gostam e tendem a associar o imprevisível como uma característica humana. (Disponível em: <http://curiosamente.diariodepernambuco.com.br/project/falar-com-animais-e-objetos-e-sinal-de-inteligencia-social-diz-estudo/>).

Professor, se houver alguma dúvida a respeito da palavra ““antroEDITORA BAOBÁ LTDA. pomorfização”, explique seu significado: “Atribuir ou dar qualidapomorfização”, de características divulgaçãode–seres venda proibida des,Exemplar atitudes e ações humanos a animais, plantas, objetos e elementos da natureza em geral.” 66


Peça que respondam ou contem para os colegas, oralmente: a) Além de conversar, você já deu nomes a animais, plantas, peixes, insetos e objetos? Quais? Por quê? b) Você já teve a impressão de “reconhecer” o rosto (ou comportamento) de uma pessoa em algum animal (ou mesmo em um objeto)? Qual? Quem? Que características ambos tinham? Depois, peça que discutam o que conversaram e façam (no quadro ou numa folha de papel) uma Lista de nomes “antropomórficos” da turma. Sigam o exemplo: Lista de nomes “antropomórficos” da nossa turma Colega

Tipo/Raça/ Objeto

Nome antropomórfico

É parecido(a) com...

Paula

Caixinha de música

Ching-Ling

Uma “chinesinha” dançando

Pedro

Cachorro (labrador)

Trump

O presidente dos EUA

Luiza

Calopsita (ave)

Xixa

Xuxa, apresentadora de TV

Tomás

Porquinho-daíndia

Belé

Pelé, o jogador de futebol.

Professor, humoradamente, você pode avisar aos alunos que nesta atividade não vale citar objetos como: celulares, tablets, smartphones ou outros aparelhos que servem exatamente para “conversar”.

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida

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HABILIDADES QUE PODEM SER ACIONADAS A PARTIR DO TRABALHO COM A OBRA 8º ANO UNIDADE TEMÁTICA O Brasil no século XIX (8º Ano) OBJETOS DE CONHECIMENTO A produção do imaginário nacional brasileiro: cultura popular, representações visuais, letras e o Romantismo no Brasil. (8º Ano). HABILIDADES (EF08HI22) Discutir o papel das culturas letradas, não letradas e das artes na produção das identidades no Brasil do século XIX. (EF09HI05) Identificar os processos de urbanização e modernização da sociedade brasileira e avaliar suas contradições e impactos na região em que vive.

9º ANO UNIDADE TEMÁTICA A história recente. OBJETOS DE CONHECIMENTO Pluralidades e diversidades identitárias na atualidade. HABILIDADE (EF09HI36) Identificar e discutir as diversidades identitárias e seus significados históricos no início do século XXI, combatendo qualquer forma de preconceito e violência.

ENSINO RELIGIOSO O Livro das simpatias apresenta uma série de abordagens propícias ao trabalho interdisciplinar com Ensino Religioso ou, mais especificamente, com as crenças, as filosofias: as “filosofias de vida”. Você, professor, pode então estimular esse debate com os alunos, a partir da obra.

EDITORA BAOBÁ LTDA.

Primeiramente, suscite a discussão sobre o que é religião. A seExemplar deumdivulgação venda guir, disponibilizamos texto que pode–ser lido emproibida sala de aula, em que se explicam o sentido e o conceito de religião. Você pode lê-lo em voz alta ou reproduzi-lo/copiá-lo para a turma. 68


A palavra religião tem origem no termo latino religĭo e refere-se ao conjunto de crenças ou dogmas relacionados com a divindade. A religião implica sentimentos de veneração e de obediência perante Deus ou deuses, normas morais para a conduta individual e social e práticas rituais, como a oração e o sacrifício como forma de prestar honra. De acordo com a sua concepção teológica, existem vários tipos de religiões. As monoteístas são aquelas que se baseiam na existência de um só Deus, criador do Universo (como o cristianismo, o judaísmo e o islamismo). As politeístas, por sua vez, acreditam na existência de muitos deuses organizados numa hierarquia ou num panteão (como o hinduísmo ou as antigas religiões egípcias e romanas). Também se pode falar das religiões panteístas, que sustentam que o criador e os objetos criados constituem uma mesma entidade (como o taoísmo), e das religiões não teístas que não acreditam na existência de deuses absolutos nem em criadores universais (como o budismo). Outra classificação das religiões surge de acordo com a sua revelação. As religiões reveladas baseiam-se na presumida revelação feita por uma entidade sobrenatural, que indica quais são os dogmas nos quais se deve crer e as normas e ritos que se devem seguir. As religiões místicas, por sua vez, são filosofias de vida (não é definido qualquer sistema de crenças), ao passo que as religiões naturalistas, embora também não definam nenhum sistema de crenças, admitem que existem deidades (deuses) e espíritos nas manifestações da natureza. (Adaptado de: https://conceito.de/religiao).

Depois da leitura, peça que identifiquem as palavras que desconheçam, consultem um dicionário e façam um glossário com elas. Se achar interessante, peça que também elaborem uma cruzadinha com essas palavras. Questione se eles já sabiam o significado de religião.. Como, onde ficaram sabendo? Aceite todas as respostas. Essa EDITORA BAOBÁ LTDA. atividade tem como objetivo, apenas, introduzir ou “aquecer” o tema entre Exemplar os alunos. de divulgação – venda proibida Se achar conveniente, explique que, ultimamente, existe certa polêmica a respeito da origem da palavra religião. Uns defendem que 69


ela vem mesmo do latim religio, religionis – “culto, prática religiosa, cerimônia, lei divina, santidade”, com o sentido de “reler, revisitar, retomar o que estava largado”. Nesse contexto, a palavra pode ser entendida como o “ato de reler e interpretar incessantemente os textos de uma doutrina”. Ou seja: a retomada de uma dimensão (espiritual) da qual a vida terrena tende a afastar os homens. Essa tese foi compartilhada no século 19 pelo latinista e dicionarista português Francisco Rodrigues dos Santos Saraiva. No entanto – entre muitos autores modernos, como o etimologista brasileiro Silveira Bueno – ganhou popularidade a tese, provavelmente “romântica”, que liga o vocábulo religião ao verbo religare, “religar, atar, apertar, ligar bem”. Ou seja: caberia à religião religar, atar os laços que unem a humanidade à esfera divina. Explique/relembre aos alunos que o Livro das Simpatias, de Antonio Barreto, não apresenta em suas páginas qualquer sentido de religiosidade (no âmbito das doutrinas, dogmas ou crenças religiosas). Apenas pretende, pela fruição e pelo prazer de ler, religar, conectar – com suas “poéticas simpatias” – o leitor jovem ao campo das tradições culturais populares, aos imaginários regionais e universais, aos símbolos, mitos, histórias, filosofias de vida e – principalmente – à POESIA do nosso dia a dia.

INTRODUZINDO O TEMA: CRENÇAS RELIGIOSAS E FILOSOFIAS DE VIDA Você, professor, pode perguntar aos alunos questões básicas, tais como: • Vocês têm alguma religião ou culto religioso? Qual? Por quê? • Seguem algum preceito religioso, filosofia, ou crença? Qual, quais? Por quê? • Sabem o que é uma filosofia de vida? Têm alguma? Qual? Aceite todas as respostas. Essa atividade tem como objetivo, apenas, introduzir ou “aquecer” o tema entre os alunos. Incentive todos a participaremEDITORA da atividade, BAOBÁ mesmo os LTDA. mais tímidos. AExemplar seguir, proponha as seguintes atividades: de divulgação – venda

proibida

1. Todas as crenças ou doutrinas religiosas são formadas por um conjunto de elementos que as estruturam. Por exemplo: 70


• Divindades: seres (reais ou imaginários) que têm muito poder. • Mitos, símbolos: animais ou plantas que exercem (ou não) poder sobre as coisas; objetos sagrados; imagens, figuras e ícones representativos. • Ritos/rituais: atitudes; cerimônias, celebrações, rezas/orações, festividades. • Espaços e territórios sagrados ou mágicos: rios, pântanos, lagos/lagoas, florestas, montanhas, mares; planetas, astros; templos, santuários, caminhos. • Tempo: dia, noite, horário, estação propícia à realização de cultos/rituais. • Crenças, convicções e filosofias de vida. • Tradições: orais e escritas; livros sagrados, rezas/orações, palavras mágicas. • Transcendência: ideias de imortalidade; dimensão subjetiva, simbólica da vida. • Princípios: valores éticos e morais. Etc. Organize a divisão de sua turma em grupos de 3 ou 4 alunos e peça que releiam as simpatias do livro (exceto o último texto: “No reino das coisas imaginárias... Mas que vira e mexe acontecem”, p. 53). Em seguida, peça que analisem, discutam, identifiquem e registrem no caderno trechos das 13 simpatias que apresentam: a) Divindades: seres (reais ou imaginários) que têm muito poder. Sugestão: “Portanto, numa noite dessas em que Deus não acendeu a Lua porque os anjos se esqueceram...” (p. 8). Deus: o Criador; anjos: seres superiores, poderosos. Professor, se achar conveniente, explique e relembre que existem religiões que, além de pregarem a existência de um deus único; ou vários deuses – acreditam também na existências de anjos (seres alados, superiores aos homens e mensageiros de Deus); EDITORA BAOBÁ santos (seres humanos que, por sua fé eLTDA. atitudes durante a vida foram elevados a de essedivulgação grau superior à–maioria mortais, poExemplar vendados proibida dendo realizar milagres, curas etc.); os profetas (que receberam de Deus seus ensinamentos e mensagens); os orixás (seres su71


periores, divindades africanas que foram incorporadas por várias denominações religiosas afrodescendentes; ancestrais divinos que se materializam em forças da natureza, mediando as relações entre o homem e os seres sobrenaturais), etc. b) Mitos/crendices: animais, plantas, objetos e elementos da natureza que podem possuir algum poder mágico ou sagrado. Sugestões: 1) “...procure com uma lanterna um sapo na lagoa...” (p. 8). Sapo: mito/crendice (animal que pode possuir algum poder mágico). 2) “Se seu belo rapaz não aparecer num relâmpago...” (p. 9). 3) “um velho despertador marrom — com números em algarismos romanos – dentro de uma panela de pressão sem tampa” (p. 13). Despertador, panela (objetos, idem). c) Ritos/rituais: ações, atitudes; cerimônias, celebrações, festividades. Sugestões: 1) “coloque sobre sua cabeça uma cartolinha de mágico”; “vire-se de costas e jogue duas mechas de seus próprios cabelos no brejo” (p. 8). 2) “Misturar tudo e levar ao fogo, mexendo até formar um creme...” (p.11). 3) “Cobrir o corpo todo com essa calda e, em seguida, deitar-se numa folha de papel...” (p. 11). 4) “Colocar um velho despertador marrom – com números em algarismos romanos – dentro de uma panela de pressão sem tampa. Depositar a panela com o despertador dentro de uma bacia de zinco, e esta ao lado da cabeceira da cama.” (p. 13). 5) “Aguce todos os sentidos, respire fundo e espere pelo milagre.” (p. 15). d) Espaços e territórios sagrados ou mágicos: rios, pântanos, lagos/lagoas, florestas, montanhas, mares; planetas, astros; templos, santuários, caminhos. Sugestões: 1) “Deus não acendeu a Lua porque...” (p. 8). Lua: astro, espaço/território sagrado, mágico. Professor, explique que desde os tempos primordiais, a Lua sempre exerceu grande atração mística, cultural e religiosa sobre os seres humanos em todas as civilizações. Assim como o Sol, ela é determinante (conforme suas fases) na realização de cultos, ceBAOBÁ LTDA. lebrações, rituaisEDITORA e festas; marcando também épocas de plantar/ semear e colher alimentos. Até hoje, –várias culturas espalhadas Exemplar de divulgação venda proibida pelo mundo (e no Brasil), têm as fases da Lua como referência temporal, mística, religiosa e social. 72


2) “procure com uma lanterna um sapo na lagoa...”; “jogue duas mechas de seus próprios cabelos no brejo.” (p. 8); “...a vida agitada dos pântanos...” (p. 9). Lagoa, brejo, pântanos: territórios mágicos. d) Tempo: dia, noite, horário, estação propícia à realização de cultos/rituais. Sugestões: 1) “Portanto, numa noite dessas em que Deus...” (p. 8). Noite: horário propício à realização de cultos, rituais. 2) “levar ao fogo [...], durante aproximadamente 20 minutos.” (p. 11). 20 minutos: tempo necessário para realizar uma parte do ritual. e) Crenças, convicções e filosofias de vida. Sugestão: “A porta mais bem fechada é aquela que se pode deixar aberta.” (provérbio chinês). f) Transcendência/imanência: ideias de morte e imortalidade; dimensão subjetiva, simbólica da vida e da morte. Sugestões: 1) “Aguce todos os sentidos, respire fundo e espere pelo milagre.” (p. 15). 2) “forem tomando conta de seu pequenino ser, dando a impressão de que você não faz parte desse mundo [...], e já nem mais existe, não se desespere. Os rouxinóis também não existem! (p. 15). g) Conselhos/ensinamentos: Sugestões: 1) “Se seu belo rapaz não aparecer num relâmpago, tente novamente.” (p. 9). 2) “e já nem mais existe, não se desespere.” (p. 15). 3) “respire fundo e espere pelo milagre.” (p. 15). 2. Releia com a turma o trecho da página 15: “Aguce todos os sentidos, respire fundo e espere pelo milagre.” Pergunte: •

Se você tivesse o poder ou a capacidade de realizar um “milagre”, qual seria? Justifique sua resposta.

Professor, se achar interessante, relembre com os alunos a interdisciplinaridade desse tema com HISTÓRIA: o “milagre brasileiro”. 3. Releia a epígrafe da simpatia: “Para “Para encontrar seu Príncipe EnEDITORA BAOBÁ LTDA. cantado” (na p. 7):

Exemplar –, evenda proibida único.” “Prefiro o Belo, Belo,de por divulgação ser insubstituível insubstituível, o Feio por ser único Em sua opinião, essa frase contém: 73


a) Um conselho, um ensinamento. b) Uma convicção, uma fé, uma crença religiosa. c) Um ritual, uma celebração, uma oração. d) Um mito composto por duas ideias semelhantes. e) Um modo de ver o mundo, uma filosofia de vida. Item e: um modo de ver o mundo, uma filosofia de vida. Professor: explique que a palavra prefiro traduz a ideia de um modo de viver (de ser/estar/sentir/ver o mundo, as coisas que nos rodeiam); e não uma convicção, uma fé, uma crença religiosa. Temos aqui, portanto, uma filosofia de vida, na qual uma coisa não exclui a outra. O locutor admira tanto o Belo quanto o Feio: pois ambos possuem qualidades semelhantes. O Belo não pode ser trocado, pois será sempre “belo”, único. O Feio idem, pois será sempre único, ou seja, também insubstituível. 3. Você concorda ou discorda com o que essa frase propõe ou discorda disso? Explique sua resposta. Resposta pessoal. 4. Releia a epígrafe da simpatia “Para eliminar cravos, espinhas etc.” (na p. 10): “Nada mais belo e verdadeiro que a espontânea feiura dos espelhos” a) O que essa epígrafe tem a ver com a epígrafe anterior? Essa frase dialoga (ou faz um contraponto) com a epígrafe anterior, abordando o mesmo tema da beleza e da feiura. Porém, ela se refere apenas ao aspecto físico/corporal das pessoas, através do elemento “espelho” – que reflete o ser físico (imanente) e não o ser espiritual (transcendente). b) Em sua opinião, os espelhos refletem a verdade ou a mentira? Resposta pessoal. 5. Você seguiria uma religião que baseasse seus valores apenas EDITORA em atributos físicos? Por quê? BAOBÁ LTDA.

Exemplar de Resposta pessoal.

divulgação – venda proibida

6. Quais são as diferenças entre a beleza física e a beleza espiritual? 74


Beleza física: ter um corpo saudável (sem doenças ou vícios), forte (com vigor e energia, musculoso), harmonioso (com simetria nas formas). Beleza espiritual: ter uma alma, uma personalidade boa, generosa, caridosa, solidária e feliz; ter fé, crença e praticar bons princípios, valores éticos e morais; ter respeito à vida e dignidade humana; compreender e respeitar os valores éticos, morais e religiosos do outro; agir de forma colocar as escolhas e atitudes coletivas acima das pessoais. 7. Para você qual é mais importante: a beleza física ou a espiritual? Por quê? Resposta pessoal. Se achar interessante, nesse ponto das atividades, divida a turma em dois grupos e proponha uma discussão sobre o tema. Peça que analisem, reflitam e discutam: • Tudo que é Belo é mesmo insubstituível ou pode ser trocado? Trocado por quê? Pelo quê? • Os espelhos são realmente belos e verdadeiros? Eles refletem mais a beleza ou a feiura das pessoas? • Para você o que é o Belo? O que é “ser” belo? • No mundo contemporâneo, qual é mais importante: a beleza física ou a beleza espiritual? Por quê? • Em que situações ser belo/bela fisicamente é fundamental? • Tudo que é Feio é mesmo único ou pode haver cópias do que é “feio”? Como? • Que “feiuras” seriam únicas? Que outras “feiuras” existem na sociedade? • Para você, o que é o Feio? O que é “ser” feio? • Em que situações é possível ser feio/feia espiritualmente? Professor, nessa atividade proposta, sugerimos que organize as discussões de modo que todos possam participar. Deixe que a turma se expresse livre e espontaneamente. Não é necessário que os alunos cheguem a uma conclusão plausível sobre o assunto/ tema proposto. O importante é que percebam o belo e o feio (tanto do pontoEDITORA de vista físico,BAOBÁ quanto doLTDA. espiritual ou filosófico) entre nós como valores antagônicos, que podem ser ou não seExemplar de divulgação – venda proibida guidos pelas pessoas, segundo os princípios e valores éticos que regem a nossa sociedade contemporânea. 75


Uma vez que se encontram num período de profundas mudanças no corpo e na mente, essa discussão, professor, deve ser conduzida de modo a sensibilizar sobre a empatia e o respeito ao outro. Nesse momento, cabe a abordagem sobre o bullying e os efeitos devastadores que podem causar na formação biopsicossocial do indivíduo. Acolha o que surgir sobre a questão.

AS TRADIÇÕES CULTURAIS E AS FILOSOFIAS DE VIDA Todas as civilizações do mundo, em várias épocas, tiveram ou ainda têm suas tradições culturais (orais, escritas; livros sagrados, imagens/desenhos/símbolos; orações, palavras mágicas etc.) e suas filosofias de vida (com princípios, valores éticos e morais). Após introduzir essa reflexão, solicite aos alunos que formem duplas, pesquisem e preencham o quadro-modelo a seguir em um cartaz: As tradições culturais e as filosofias de vida a) Tradições culturais: orais e escritas; livros sagrados, orações, palavras mágicas. Respostas pessoais.

b) Filosofias de vida: princípios, valores éticos e morais. Respostas pessoais.

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida

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Peça que transcrevam esse quadro-modelo para uma cartolina (formato A3, por exemplo), dividindo-a em duas partes. Se quiserem, podem ilustrar o trabalho, assinando-o e reservando-o para o mural que será produzido sobre o Livro das simpatias.

FILOSOFIAS DE VIDA: IDENTIFICAÇÃO, RECONHECIMENTO, LEITURA, COMPREENSÃO Pergunte aos alunos: • Filosofia de vida é a mesma coisa que religião? Conhecem alguém que pratica uma determinada “filosofia de vida”? Quem? Qual? • Você já tem uma “filosofia de vida”? Qual? Professor, Faça com que os alunos, livremente, troquem ideias a respeito do tema. Se achar pertinente, explique que as filosofias de vida (ao contrário das religiões ou crenças coletivas) podem ser estritamente pessoais ou individuais. Ou seja: as pessoas devem ser livres para escolher o seu modo de ser/estar e conviver com o mundo. Leia para a turma: Conforme estudamos, uma fé ou crença religiosa também pode conter – além de preceitos e dogmas (que devem ser seguidos pelos adeptos) – ensinamentos, princípios éticos, morais ou “filosofias de vida”. Divida a turma em grupos (ou trios) e proponha uma leitura em voz alta – cada um pode ler um trecho – dos seguintes textos: Texto 1 FILOSOFIA DE VIDA é uma expressão que serve para descrever um conjunto de ideias ou atitudes que fazem parte da vida de um indivíduo ou grupo. A filosofia de vida também pode ser definida por umaEDITORA conduta queBAOBÁ rege a forma de viver de uma pesLTDA. soa. Muitas vezes essas normas são marcadas por uma religião. Exemplar de divulgação – venda proibida budista filosofia de vida cristã, cristã, etc. Por exemplo: filosofia de vida budista, filosofia A filosofia de vida varia de acordo com o contexto de cada um, e 77


pode ser influenciada ou alterada de acordo com fatores sociais, econômicos ou políticos. Também está relacionada com o sentido crítico e define a forma como cada pessoa constrói o seu sistemas de valores que fazem parte da sua vida e indicam “como ela vai ser vivida”. Por vezes as filosofias de vida entram em choque, quando pessoas discordam sobre vários temas. A principal razão para conflitos de filosofia de vida são diferenças culturais. (Dos autores)

Texto 2 “Também as filosofias de vida se ancoram em princípios cujas fontes não advêm do universo religioso. Pessoas sem religião adotam princípios éticos e morais cuja origem decorre de fundamentos racionais, filosóficos, científicos, entre outros. Esses princípios, geralmente, coincidem com o conjunto de valores seculares de mundo e de bem, tais como: o respeito à vida e à dignidade humana, o tratamento igualitário das pessoas, a liberdade de consciência, crença e convicções, e os direitos individuais e coletivos.” (BRASIL, 2017, BNCC, p. 439).

Texto 3

CRISTIANISMO: ensinamentos, filosofia e princípios O livro sagrado do cristianismo é a Bíblia. Nela estão inseridos os principais valores e princípios morais, éticos e filosóficos: 1) Amar a Deus sobre todas as coisas. 2) Amar ao próximo como a si mesmo. Além disso, outros valores morais e éticos fazem parte dela, como: praticar a caridade, o perdão, a solidariedade, o respeito à vida, à liberdade de pensamento aos cultos, à memória dos mortos, à família etc. Seguindo esses princípios básicos, o ser humano estará evoluindo paraBAOBÁ ganhar o Céu, ou a vida eterna, ao EDITORA LTDA. lado de Deus-Pai (o Criador).

Exemplar de divulgação – venda proibida

(Texto adaptado. Disponível em: <https://www.suapesquisa.com/cristianismo/>) 78


Texto 4

BUDISMO: ensinamentos, filosofia e princípios Os ensinamentos do budismo têm como estrutura a ideia de que o ser humano está condenado a reencarnar infinitamente após a morte e passar sempre pelos sofrimentos do mundo material. O que a pessoa fez durante a vida será considerado na próxima vida e assim sucessivamente. Esta ideia é conhecida como carma. Ao enfrentar os sofrimentos da vida, o espírito pode atingir o estado de nirvana (pureza espiritual) e chegar ao fim das reencarnações. Para os seguidores, ocorre também a reencarnação em animais. Desta forma, muitos seguidores adotam uma dieta vegetariana. A filosofia do budismo é baseada em verdades: a existência está relacionada a dor, a origem da dor é a falta de conhecimentos e os desejos materiais. Assim, para superar a dor deve-se antes livrar-se da dor e da ignorância, através do nobre caminho óctuplo: a Roda do Dharma (como já vimos, estudando os “símbolos”). A filosofia budista também define os 5 comportamentos morais a seguir: 1) Não maltratar os seres vivos, pois eles são reencarnações do espírito. 2) Não roubar. 3) Ter uma conduta sexual respeitosa. 4) Não mentir, não caluniar ou difamar. 5) Evitar qualquer tipo de drogas ou estimulantes. Seguindo esses princípios básicos, o ser humano conseguirá evoluir e melhorará o carma de uma vida seguinte. (Texto adaptado. Disponível em: <https://www.suapesquisa.com/budismo/>)

Texto 5

“Paz e Amor”: uma filosofia de vida “Paz e Amor” (Love and Peace, em inglês) é uma das frases idiomáticas associadas ao movimento hippie. O movimento ocorreu por volta dos anos 60, e os membros adotavam um modo de vida comunitário, tinham um estilo de vida nômade e viviam em BAOBÁ LTDA. comunhão comEDITORA a natureza, negando o nacionalismo e todas as guerras. Esse movimento de paz e amor foi criado inicialmenExemplar de divulgação – venda proibida te na Inglaterra, onde duas organizações inglesas promoveram uma manifestação em Londres encabeçada pelo ícone com uma 79


Campanha pelo Desarmamento Nuclear (Campaign for Nuclear Disarmament – CND), uma vez que o próprio símbolo é formado pelas letras N e D (Nuclear Disarmament, em inglês). Esse símbolo (ao lado) foi criado pelo artista britânico Gerald Herbert Holtom (1914-1985), em 1958. Logo após, tanto o símbolo, como o lema foram adotados pelos hippies, que imortalizaram também o slogan pacifista Make love, not war war (em português: “Faça amor, não guerra”), ao protestarem contra a Guerra do Vietnã, numa música que também foi imortalizada por John Lennon: (Veja, abaixo, link de aceso para ouvi-la). Assim, o lema “Paz e Amor” sintetiza a postura política dos hippies, que constituíram um movimento por direitos civis, igualdade e anti-militarismo. (Adaptado de: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/a-filosofia-hippie/48791>).

Texto 6

Princípios e valores da “filosofia de vida” hippie Jovens de cabelo comprido e uma relação de respeito à Natureza, essa seria uma definição dos hippies. Um clássico estereótipo do início dos anos 60 e começo dos anos 70. Mas, até hoje, é possível encontrar, em várias partes do mundo – inclusive no Brasil –, pessoas e grupos que adotaram as mesmas “filosofias de vida” daqueles jovens: desapego ao dinheiro, ao consumo e aos bens materiais; amor livre (liberdade de amor e de expressão); respeito a tudo e a todos. De modo geral, regras não faziam parte da vida dessas pessoas. Elas acreditavam na liberdade, e que uma sociedade poderia viver apenas baseada no amor e no respeito. Assim, a colaboração de cada um para uma convivência harmônica seria a base para a coexistência pacifica entre elas, sem que o Estado (Governos ou Poderes Públicos) precisasse comandar suas vidas. Nessa concepção, o “amor livre” – muitas vezes confundido com promiscuidade – significava respeito às diferenças, aos gêneros e às opções sexuais de cada um para ser feliz. Ou seja: o amor sem cobranças, a aceitação das pessoas como elas EDITORA BAOBÁ LTDA.umas às outras. são, sem ter que pertencer (como um objeto) Assim, o sentimento de posse era excluído dos relacionamentos. Exemplar de divulgação – venda proibida (Adaptado de: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/a-filosofia-hippie/48791>). 80


Texto 7

Outros modos de ser dos hippies Grande parte dos hippies também era vegetariana. Respeitava a vida e a natureza, não via necessidade de matar animais para sua alimentação ou para a produção de roupas e outros materiais. Por outro lado, os hippies também ficaram conhecidos pelo excesso no uso de drogas. Seu gosto musical também era baseado no rock psicodélico de bandas como Led Zeppelin, Pink Floyd e Cream; ou John Lennon e Os Beatles. Atualmente hippies clássicos (como os dos Estados Unidos), com seus cabelos compridos e sua vestimenta colorida e psicodélica, estão quase extintos, mas a filosofia pregada por eles ainda existe e é seguida por muitas pessoas e grupos. Uma filosofia baseada, acima de tudo, na paz e no amor. (Adaptado de: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/a-filosofia-hippie/48791>).

Para saber mais: Conheça a música de John Lennon “Make love, not war”, acessando o YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=dmkAuTQ8Sc4 Veja agora a tradução da letra (do inglês), de “Faça amor, não guerra” (John Lennon): “Faça amor, não guerra/ Eu sei que você já ouviu isso antes/ Faça amor, não guerra/Eu sei que você já ouviu isso antes./Amor é a resposta/E você sabe que isso é verdade, oh sim, oh sim. (BIS)/. Faça amor, não guerra/Eu sei que você já ouviu isso antes/Eu quero que você faça amor, não guerra/Eu sei que você já ouviu isso antes. (BIS)”

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida

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Texto 8

Greenpeace: uma “filosofia de vida” O Greenpeace (termo do inglês que significa “paz verde”) é uma ONG (Organização Não Governamental) de defesa do meio ambiente, com sede em Amsterdã, na Holanda, e com escritórios espalhados em mais de 41 países. Atua internacionalmente em questões relacionadas à preservação da natureza (fauna, flora, biomas marinhos, baleias, golfinhos, rios, mares etc.) e ao desenvolvimento sustentável (combate à poluição dos rios, cidades, oceanos, ilhas etc.), com campanhas dedicadas às áreas de florestas (como na Amazônia, no Brasil), climas, energia nuclear, oceanos, engenharia genética, substâncias tóxicas, alimentos transgênicos, agrotóxicos e energias renováveis. Os participantes dessa organização (muitos deles vindos do movimento hippie) consideram sua atuação também como uma filosofia de vida, procurando sensibilizar a opinião pública através de atos (ação direta), publicidades e outros meios. Sua atuação é baseada nos pilares filosófico-morais da desobediência civil: uma forma de protesto político que se opõe a injustiças praticadas por opressores (governos e governantes), como a luta de Mahatma Gandhi (no processo de independência da Índia) e de Martin Luther King (pelos direitos civis e o fim da segregação racial nos EUA). Para saber mais Conheça um pouco mais sobre o Greenpeace, acessando: https://www.greenpeace.org.br/blog/conheca-o-greenpeace https://pt.wikipedia.org/wiki/Greenpeace

DISCUSSÃO/DEBATE: “CRENÇAS, FILOSOFIAS DE VIDA E ESFERA PÚBLICA” Se achar interessante, nesse ponto das atividades, divida a turma em dois grupos e proponha uma discussão ou debate sobre o tema EDITORA BAOBÁ acima proposto. Lembre à turma que, nos LTDA. textos lidos anteriormente, há Exemplar muitas referências à relação “Poder Governo x de divulgação – público, vendaEstado, proibida Crenças religiosas, filosofias e modos de vida”. Peça que analisem, reflitam e discutam: 82


• Você acha que filosofias de vida, tradições, crenças e instituições religiosas podem influenciar nos diferentes campos da esfera pública para melhorar a vida dos brasileiros? Por quê? Como? • Em que áreas da esfera pública isso poderia acontecer? Na política? Na saúde? Na educação? Na economia? • Em sua cidade (ou comunidade) você conhece alguma prática, projeto ou política pública que contribua para a promoção da liberdade de: pensamento, crenças e convicções? Organize as discussões/debates de modo que todos possam participar, especialmente os alunos mais tímidos. Peça que um aluno fique encarregado de gravar/filmar as discussões, de modo que posteriormente todos possam rever e avaliar sua participação e desempenho. Se achar interessante, solicite que compartilhem a atividade através do blog ou site da escola (ou da turma), redes sociais etc. Deixe que a turma se expresse livre e espontaneamente. Não é necessário que os alunos cheguem a uma conclusão plausível sobre o assunto/tema proposto. O importante é que analisem, reflitam, percebam e discutam o tema, que vai servir de “aquecimento” – no final dessas atividades – para a produção de uma PROPOSTA-PROJETO DE VIDA baseada em: princípios e valores éticos, coexistência pacífica, respeito à vida e à dignidade humana, às diferenças de pensamento, à diversidade de raças, credos e etnias; aos gêneros, origens geográficas, classes sociais, faixas etárias, deficiências físicas e às minorias socioculturais etc.

IDENTIFICAÇÃO: “FILOSOFIAS DE VIDA” NO LIVRO DAS SIMPATIAS Leia o texto a seguir para os alunos. Em alguns trechos do Livro das simpatias, o autor Antonio Barreto nos mostra conselhos, recomendações, ensinamentos e EDITORA BAOBÁ LTDA. princípios que – apesar de antigos, milenares – se traduzem em Exemplar de divulgação – venda proibida verdadeiras “filosofias de vida” que poderiam servir para o nosso conturbado mundo contemporâneo.

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Proponha: 1. Releiam os trechos das simpatias a seguir (numerados de 1 a 5) e: a) Identifiquem sua provável ligação ou ponto de semelhança com uma crença religiosa, religião ou “filosofia de vida” que vocês já conhecem ou leram anteriormente. b) Interpretem e expliquem-nas: • “A porta mais bem fechada é aquela que se pode deixar aberta.” (provérbio chinês). Por se tratar de uma sabedoria milenar chinesa, talvez, esse ensinamento tenha ligação com religiões asiáticas e orientais como: o taoísmo, o budismo e o confucionismo. Significado: todo homem deve sempre fazer o bem (a porta aberta) – e não o mal (a porta fechada) – para também receber o bem. As “portas do bem” só se abrem para nós, desde que também façamos o mesmo para os outros, com os outros. Professor, explique que o confucionismo e o taoísmo são consideradas religiões chinesas, mas ambas começaram como filosofias. Confúcio, do mesmo modo que seus sucessores, não deu importância aos deuses e se voltou para a ação. Por sua vez, os taoístas apropriaram-se das crenças populares chinesas e da estrutura do budismo. • “Não há limites para o meu amor...” (p. 39). Ensinamento do cristianismo: “Amar ao próximo como a si mesmo” e “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Filosofia de vida dos hippies: “Paz e amor” e “Faça o amor, não faça a guerra”. Significado: o amor é infinito, imensurável, e está acima de tudo. • “Apenas invente coisas vivas, mas não acredite que um dia elas serão suas escravas.” (p. 46). Cristianismo: o respeito à vida vida, à liberdade de pensamento pensamento. Budismo: para superar a dor, deve-se, antes,LTDA. livrar-se da dor e da igEDITORA BAOBÁ norância (a escravidão). Filosofia bippie: desapego ao dinheiro, ao Exemplar de divulgação – venda proibida consumo, aos bens e às coisas materiais; respeito às diferenças e gêneros; amor sem cobranças, aceitação das pessoas como elas são, 84


sem ter que pertencer (como objetos) umas às outras. O sentimento de posse era excluído dos relacionamentos. Significado: não escravizar os pensamentos, a imaginação, nem se tornar escravo de coisas mortas (que já passaram). Não deixar que essas coisas se tornem dependentes de nós, nem que nós nos tornemos dependentes delas. • “...nenhuma prisão é perpétua.” (p. 46). Idem item 3. Acrescente-se ainda o significado de esperança que essa filosofia carrega: um dia a liberdade chega. Nada que nos atormenta é para sempre. Há uma hora em que as portas (da vida) se abrem. Proponha: 2. Cada grupo (ou trio) agora vai identificar, no Livro das simpatias, outros trechos que podemos considerar “filosofias de vida” (conselhos, recomendações, pensamentos, ensinamentos, princípios morais ou éticos etc.). Sugestões: • “simpatia e poesia são, a nosso ver, a mesma coisa. Se uma ajuda (com a esperança) a curar os males do corpo, a outra ajuda (com a fantasia) a curar os males da alma. (p. 71). • “Não passe a vida inteira mergulhando nas profundezas do oceano. É na superfície da água que o horizonte se inicia.” (p. 51). • “a infância é uma astúcia da velhice...” (p. 46). • “o passado [é] uma ficção do presente, num futuro que se perde a cada minuto que passa.” (p. 46). • “o capitão é você mesmo, com seu corpo e sua alma. E os dois estão felizes, procurando agora (...) o encontro (...), a fonte (...) de onde tudo começou.” (p. 47). • “Não busque jamais a imagem de si, que deve estar morando apenas dentro dos espelhos.” (p. 49). • “A Lua, ao ficar velha, vira Lua Nova.” (p. 49). • “As velhinhas tricoteiras, quando se vão, viram fios de lã. E os trêmulos velhinhos marceneiros se transformam em brinEDITORA BAOBÁ LTDA. quedos feitos à mão.” (p. 49).

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• “o que mais se aproxima da esperança é a ilusão de que o tempo passa.” (p.71). 85


• “o Tempo: essa pequena cápsula que guarda nossas lembranças emaranhadas de ânsias, fé, desilusões, alegrias, tristezas, crenças e procuras. Tudo isso contido no vidrinho de Faz de Conta a que também chamam Vida”. (p. 71-72). • “o que mais se aproxima da Vida é a magia de um minuto antes do outro. Ou depois (...): o Tempo é um caracol... um caracol conhecido, também, por Fantasia. E a fantasia, por ser poética, é apenas uma greta de porta pela qual a verdade passa assobiando.” (p. 72)

PROJETO FINAL PROPOSTA: “NOSSO PROJETO DE VIDA PARA MUDAR O BRASIL!” Leia para a turma: • Agora, vamos encerrar nossas atividades com um projeto-proposta que possa resumir tudo (ou quase tudo) o que conhecemos durante esse período em que fruímos e usufruímos da leitura do multifacetado Livro das simpatias, de Antonio Barreto. • Como constatamos nessa leitura, a condição de pluralidade da obra é marcante, possuindo características literárias poéticas (e narrativas, em prosa), artísticas (imagéticas), jornalísticas, científicas, geográficas, históricas e filosóficas. • Que “projetos de vida” – baseados em valores e princípios éticos – você teria para transformar o Brasil? Com qual país que você sonha? Qual é o país que você acha possível construirmos, com dignidade? • Se você tivesse de propor ao poder público (prefeitos, vereadores, deputados, senadores, juízes e demais autoridades) um PROJETO DE VIDA para melhorar nosso país, qual seria? EDITORA BAOBÁ LTDA. • Que princípios e valores éticos você proporia? Que formas Exemplar de divulgação – venda proibida você usaria para fazer isso? Um abaixo-assinado? Um manifesto? Uma ação direta? 86


Professor, se considerar pertinente, explique que ação direta é uma forma de ativismo, que usa métodos mais imediatos para produzir mudanças desejáveis ou impedir práticas indesejáveis na sociedade, em oposição ao meio indireto, como a eleição de representantes políticos que prometem soluções para um determinado problema social e depois se esquecem disso, não cumprem o que prometem etc. A ação direta também pode ser um método, uma teoria com vista a pôr um fim a práticas consideradas condenáveis (como a corrupção) ou criar condições mais favoráveis, utilizando meios imediatos e disponíveis, tais como: greves, boicotes, ocupações de locais, braços caídos, greve de fome e sede ou sabotagem. O Greenpeace, por exemplo, já invadiu e sabotou navios baleeiros (que caçam baleias) e usinas nucleares, em várias partes do mundo.

INSTRUÇÕES Peça que discutam suas propostas individuais com os colegas (em sala de aula), na escola (com colegas de outras turmas), com os familiares e amigos (em casa) e, na aula seguinte, que façam uma proposta de PROJETO DE VIDA baseada nos seguintes princípios e valores éticos: • Coexistência pacífica entre todos (colegas, professores, funcionários, familiares, vizinhos, pessoas idosas, deficientes físicas e mentais etc.). • Respeito à vida, à natureza, à dignidade humana e às diferenças de pensamento e credo religioso. • Respeito à diversidade de raças e etnias, gêneros, origens geográficas, classes sociais, faixas etárias, deficiências físicas, minorias socioculturais etc. • Depois das discussões e conversas, peça que anotem ou registrem, em uma folha de papel (individualmente), as propostasEDITORA de cada um.BAOBÁ LTDA.

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TEXTO FINAL DO PROJETO-PROPOSTA Em seguida, peça que troquem as propostas entre si e escolham os tópicos que considerarem mais pertinentes, criativos e adequados ao tema. Combine com a turma a melhor forma de registrar (por escrito) o texto final do NOSSO PROJETO DE VIDA: em uma cartolina, em folhas de papel impressas no computador, em uma gravação (audiovisual) para ser publicada na internet etc. Nessa tarefa de encerramento, você, professor, deve se colocar como mediador e apoio no que for necessário. Se preciso, abra as questões colocadas para um debate. Desse modo, os alunos podem ter mais consciência sobre o que vão propor. O importante é que todos possam dela participar, cada um contribuindo com sua parte.

HABILIDADES QUE PODEM SER ACIONADAS COM BASE NO TRABALHO COM A OBRA 8º ANO UNIDADE TEMÁTICA Crenças religiosas e filosofias de vida. OBJETOS DE CONHECIMENTO Crenças, convicções e atitudes. Doutrinas religiosas. Crenças, filosofias de vida e esfera pública. Tradições religiosas, mídias e tecnologias. HABILIDADES (EF08ER01) Discutir como as crenças e convicções podem influenciar escolhas e atitudes pessoais e coletivas. (EF08ER02) Analisar filosofias de vida, manifestações e tradições religiosas destacando seus princípios éticos. (EF08ER03) Analisar doutrinas das diferentes tradições religiosas e suas concepções de mundo, vida e morte. (EF08ER04) Discutir como filosofias de vida, tradições e instituições religioEDITORA BAOBÁ LTDA. diferentes campos da esfera pública (política, saúde, sas podem influenciar educação, economia).

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(EF08ER05) Debater as possibilidades e os limites da interferência das tradições religiosas na esfera pública.

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(EF08ER06) Analisar práticas, projetos e políticas públicas que contribuem para a promoção da liberdade de pensamento, crenças e convicções. (EF08ER07) Analisar as formas de uso das mídias e tecnologias pelas diferentes denominações religiosas.

9º ANO UNIDADES TEMÁTICAS Crenças religiosas e filosofias de vida. OBJETOS DE CONHECIMENTO Imanência e transcendência. Vida e morte. Princípios e valores éticos. HABILIDADES (EF09ER01) Analisar princípios e orientações para o cuidado da vida e nas diversas tradições religiosas e filosofias de vida. (EF09ER02) Discutir as diferentes expressões de valorização e de desrespeito à vida, por meio da análise de matérias nas diferentes mídias. (EF09ER03) Identificar sentidos do viver e do morrer em diferentes tradições religiosas, através do estudo de mitos fundantes. (EF09ER04) Identificar concepções de vida e morte em diferentes tradições religiosas e filosofias de vida, por meio da análise de diferentes ritos fúnebres. (EF09ER05) Analisar as diferentes ideias de imortalidade elaboradas pelas tradições religiosas (ancestralidade, reencarnação, transmigração e ressurreição). (EF09ER06) Reconhecer a coexistência como uma atitude ética de respeito à vida e à dignidade humana. (EF09ER07) Identificar princípios éticos (familiares, religiosos e culturais) que possam alicerçar a construção de projetos de vida. (EF09ER08) Construir projetos de vida assentados em princípios e valores éticos.

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Neste material de apoio ao professor, atendendo as indicações de competências e habilidades a serem desenvolvidas de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), trazemos uma proposta reflexiva e direcionada para o trabalho com o livro literário Livro das Simpatias, de Antônio Barreto, com ilustrações de Guili Seara, no âmbito do PNLD 2020 para estudantes do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental.

ISBN: 978-85-66653-60-1

EDITORA BAOBÁ LTDA. Exemplar de divulgação – venda proibida www.editorabaoba.com.br


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