ANO VIII - 47 - MARÇO E ABRIL DE 2015
A REVISTA DO EMPRESÁRIO DO SETOR FUNERÁRIO
Um colapso irreversível:
A crítica falta de água
EDITORIAL |
O problema da falta de água no Brasil não é atual. Desde o descobrimento do
país, a seca foi um assunto problemático enfrentado pelos habitantes, principalmente no Nordeste. Porém, com as recentes baixas nos principais rios que abastecem o país, devido à falta e chuvas, e do grandioso desperdício, a situação está se intensificando. Nesta edição da Revista InMemorian, trazemos o texto crítico do ambientalista Dener Giovanini que, além de ser correto e realista, abre nossos olhos para o verdadeiro significado da chamada “crise de água”.
É verdade que temos passado por momentos muito tristes com a morte de
atores tão queridos. No Luto desta edição, homenageamos Leonard Nimoy, o legendário “Spock” da série de filmes “Jornada nas Estrelas”. “Mas como o próprio Spock diria, não fiquem tristes. A morte é lógica. Mas guardem para sempre a lembrança dessa grande personalidade que marcou tantas e tantas gerações”, disse Leonard em seu Twitter. Vida longa e próspera.
Se encante pela história do astro-físico Stephen Hawking que, mesmo sendo
portador de uma doença que o deixa praticamente sem movimentos no corpo, consegue fascinar e mudar a vida de várias pessoas ao redor do mundo. Na indicação de livro, está o autobiográfico “Viajando para o Infinito: A Verdadeira História Por Trás de A Teoria de Tudo”, de Jane Hawking, a primeira esposa do físico. Em relato delicado e realista, Jane embala o leitor por entre a história de sua vida convivendo com o marido e sua doença, dando inspiração para o grande filme a Teoria de Tudo. Você não pode deixar de conferir!
Já pensou em fazer uma incrível viagem à Amazônia? Este destino, tão
esquecido pelos brasileiros na hora das férias, promete ser o hit de 2015. Descubra como embarcar para essa aventura na sessão Decole desta edição, e não deixe seu paladar de fora, experimentando também as delicias da culinária amazônica!
Já pensou em ter aquela ideia incrível, de baixo-custo e que você sabe que vai
dar certo? Essa foi a história de 5 brasileiros que, de um investimento simples e barato, hoje lucram milhões. Veja a matéria “5 Negócios rasileiros que começaram do zero – e hoje fazem sucesso”, e se inspire no seu próprio negócio. Confira isso e muito mais nessa edição da InMemorian, repleta de criatividade, empreendedorismo e caminhos novos para você. Boa Leitura! Equipe In Memorian
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nº 47| Ano VIII | fev |m ar 2015
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06 VALE ASSISTIR
08 ESSÊNCIA DO SABOR
14 NEGÓCIOS
18 DECOLE
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nยบ 47| Ano VIII |ma r |abr i l 2015
n潞 47| Ano V III |ma r |a br i l 2015
LUTO |
Vida longa e pr贸spera
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LUTO |
O
ator
norte-americano
Leonard
Nimoy,
conhecido pelo papel de Spock em “Jornada nas estrelas”, morreu aos 83 anos, na manhã da sexta-feira (27/02/2015), em sua casa em Bel Air, bairro de Los Angeles. Sua mulher, Susan Bay Nimoy, confirmou a notícia ao “New York Times”, dizendo que a causa da morte foi o estágio final de doença pulmonar crônica obstrutiva.
Leonard nasceu em 26 de março de 1931 em Los
Angeles e faz alguns papeis na TV antes de entrar para o elenco de Star Trek (No Brasil, Jornada nas Estrelas). Junto com Capitão Kirk, ele integrava a tripulação da nave estelar USS Enterprise em sua missão de cinco anos “para audaciosamente ir onde nenhum homem jamais esteve“. Spock era o mais querido personagem da série. Ele nasceu no planeta Vulcano e apesar disso, compartilhava praticamente todas as características físicas dos seres humanos. O que o diferenciava dos demais era o fato de ter orelhas pontudas, sobrancelhas para cima, ser extremamente lógico e não demonstrar emoções.
Leonard foi vitima de COPD – doença pulmonar
obstrutiva crônica – que é decorrente dos anos dele como fumante. Em um de seus últimos tweets (ele utilizava
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muito a rede para conversar com os fãs), o ator disse “Não fumem. Eu fumei. Gostaria de nunca ter feito isso”. Sua ultima postagem soou quase como uma despedida: “A vida é como um jardim. Pode-se ter momentos perfeitos, mas não preservados, exceto na memória. LLAP”. A sigla, em inglês quer dizer Live Long and Prosper (Vida longa e próspera). Que sua vida agora, onde quer que esteja, também seja muito longa e próspera. 10
“A vida é como um jardim. Momentos perfeitos podem ter acontecido, mas não preservados, exceto na memória”
BOA LEITURA I
A vida por trás das páginas Viajando para o Infinito
Transformado em um grande blockbuster,
“Travelling to Infinity: The True Story Behind The Theory of Everything” (em tradução literal, “Viajando para o Infinito: A Verdadeira História Por Trás de A Teoria de Tudo”, ainda sem data de lançamento no Brasil) é um livro de memórias escrito pela primeira esposa de Stephen Hawking, e traz os turbulentos anos de seu casamento com o gênio astrofísico, seu traumático divórcio e a recente reconciliação.
O Professor Stephen Hawking é um dos mais
famosos e notáveis cientistas da nossa época, e também autor do best-seller “Uma Breve História do Tempo” (Editora Rocco), que vendeu mais de 25 milhões de cópias. Neste eloquente livro de memórias, sua primeira esposa, Jane Hawking, relata a história por dentro de seu extraordinário casamento.
Ao mesmo tempo que a carreira acadêmica de
Stephen decolava, seu corpo desmoronava sob uma
ao tentar balancear o cuidado 24 horas que seu marido precisava, juntamente com as necessidades de sua
Neste livro de memórias excepcionalmente
família em crescimento, revela a força interior da autora,
aberto, agitado, e muitas vezes engraçado, Jane
enquanto o caráter auto-evidente e as realizações de seu
Hawking confronta não só os dilemas profundamente
marido para fazer um história incrível são apresentados
complicados e dolorosos de seu primeiro casamento,
com uma honestidade inflexível. A franqueza de Jane
mas também as falhas de seu relacionamento, expostas
não é menos evidente quando o casamento finalmente
pelos duros efeitos da fama e da riqueza. O resultado é
termina em um surpreendente colapso, com Stephen
um livro sobre o otimismo, amor e mudança, que atrai
deixando Jane para uma de suas enfermeiras, e Jane
leitores em todos os lugares.
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doença que atacava seu sistema nervoso. A fé de Jane
casando com um velho amigo da família. 11
VALE ASSISTIR ! |
A Teoria de Tudo A história cinematográfica de Stephen Hawking
Nascido em Oxford (Reino Unido), no ano de 1942, Stephen William Hawking (Eddie Redmayne) é
considerado um dos mais importantes astrofísicos de todos os tempos. Em 1963, já estudando Física na conceituada Universidade de Oxford, Stephen está decidido a encontrar uma “simples e eloquente” explicação para o Universo. Nesta mesma época - depois de conhecer a estudante de Artes Jane Wilde (Felicity Jones), sua, futuramente, esposa, - é diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica, uma doença incurável e degenerativa, que o leva à perda permanente do movimento muscular. Dado apenas 2 anos a mais de vida à Hawking, ele se vê perdido e sem esperanças, em vista de suas capacidades físicas cada vez mais limitadas. Porém, com a ajuda de Jane e de seu maior segredo para continuar à lutar contra a doença – o Tempo -, o estudante supera seus maiores obstáculos, sem nunca perder a vontade de viver e nem a sua extraordinária capacidade de se assombrar com o Universo.
Estralado pelos brilhantes e talentosos Eddie Redmayne (“Os Miseráveis, 2012) e Felicity Jones (Loucamente
Apaixonados, 2011), “A Teoria de Tudo” é um filme que renova sua perspectiva sobre esperança, e nos faz refletir sobre como levamos nossa vida – o que fazemos com o tempo que nos é dado todos os dias ao acordarmos, e como o estamos gastando. De modo delicado e sensível, a história do grande astrofísico enche a tela do cinema e traz aos seus espectadores surpreendentes atuações. É, realmente, um filme para quem gosta de dramas sobre superações, além de exemplos de vida e genialidade.
‘‘Não importa quanto a vida possa ser ruim, sempre existe algo que você pode fazer, e triunfar. Enquanto há vida, há esperança.”
DECOLE | Amazônia
A
mais
famosa
embarcação
que
proporciona cruzeiros pela Amazônia é o Iberostar Grand Amazon. O navio com capacidade para 150 passageiros tem as facilidades de um cruzeiro tradicional e opera no sistema all-inclusive. Tem duas saídas semanais, às segundas e às sexta. O preço do roteiro de três noites sai a partir de R$ 1.959 por pessoa e o de quatro noites, R$ 2.572 por pessoa.
A rota de navegação que sai e retorna a
Manaus, pelo Rio Negro, visita ainda os igarapés próximos ao vilarejo de Jaraqui, a região de Três Bocas, situada no arquipélago de Anavilhanas:
O Planeta Amazônia
Novo Airão, para entrar em contato com os botocor-de-rosa; e o território dos índios Cambeba, oferecendo, em cada passeio, histórias eletrizantes, visões instigantes, ótimas opções para a compra de belos souvenirs e um precioso intercâmbio cultural.
Para completar, essa viagem proporciona
A Amazônia foi, por muito tempo, um dos
um “detox tecnológico”, no qual a conexão Wi-Fi
destinos favoritos dos estrangeiros, em suas visitas
dá lugar à conexão com a natureza misteriosa e
ao Brasil. Com a exceção de poucos aventureiros e
perfeita, aquela que faz bater mais forte o coração
pesquisadores, poucos turistas brasileiros se arriscavam
do turista.
a passar alguns dias em meio à densa mata. Um dos
Informações: Revista Travel 3, N° 26, Janeiro de 2015
transportes que, somados às passagens aéreas em preços exorbitantes, espantava os viajantes.
No entanto, os visitantes encontram hoje
opções de hospedagens de diversos tipos e preços nos arredores de Manaus, porta de entrada de quem quer se aventurar na selva, incluindo serviços com uma infraestrutura confortável, com TV, ar-condicionado e
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nº 47| Ano VIII | fev |m ar 2015
motivos era a falta de estrutura dos hotéis e meios de
água quente. Um exemplo é o cruzeiro promovido pelo navio Iberostar Grand Amazon, que atrai desde casais 13
em lua de mel, a grupos de amigos e famílias.
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DECOLE | Amazônia
A melhor época para se visitar a Amazônia
Entre os principais pontos turísticos da
varia, de acordo com seu objetivo de viagem. Na
Amazônia, vale visitar: o Teatro Amazonas, em Manaus,
época mais chuvosa, de Dezembro à Maio, os barcos
localizado no centro da cidade, sendo a expressão
podem percorrer percursos maiores, facilitando os
mais significativa da riqueza em Manaus durante o
deslocamentos e passeios de canoa pelos igapós
Ciclo da Borracha; O Jardim Botânico Adolpho Ducke,
(floresta inundada). No entanto, no período de seca,
maior jardim botânico do mundo, que possui mais
que vai de Julho à Novembro, o clima se torna ideal para
de 5 KM² de área para pesquisas; O Centro Cultural
aproveitar as praias fluviais, que somem quando o rio
Palacete Provincial, que abriga o Museu Numismática,
está cheio. “Como faz calor e chove o ano todo, é difícil
Pinacoteca do Estado, Museu de Arqueologia, Museu da
falar qual a melhor época para ir”, diz Ricardo Pedroso,
Imagem e do Som do Amazonas e o Museu Tiradentes; e
da agência de viagens Amazonas by Vivaverde. “Dá para
o Relógio Municipal, erguido para celebrar o centenário
aproveitar todos os meses”, completa.
da elevação de Manaus à categoria de cidade.
Na mala, não deixe de levar roupas leves e
No verão ou no inverno, faça chuva ou faça
confortáveis, chapéu, trajes de banho, repelente e os
sol, a Amazônia é um destino especial para quem quer
medicamentos habituais. Para os passeios na mata,
se aventurar e vencer barreiras culturais. Rodeada por
calças compridas leves, capa de chuva e um tênis
exuberantes Fauna e Flora, é uma viagem que vale a
confortável. Preste também atenção com os cuidados à
pena ser feita, pelo menos uma vez na vida. Descubra
saúde, como a correta vacinação contra a febre amarela,
os segredos da natureza, e embarque nessa aventura de
recomendada para toda a região Norte do País, e a
tirar o fôlego!
vacina contra o Tétano.
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CAPA |
Tragédias
A crítica falta de água
são pegos com a boca na botija ou quando o governo, não tendo mais como explicar desmandos, resolve censurar os críticos. Crises, como dito, são manifestações que nos pegam de surpresa, no pulo.
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Outra característica de uma crise é a sua
Ao contrário do que governos, imprensa e
temporalidade. Crises sempre acabam. Para o mal ou
até organizações ambientalistas afirmam, não existe
para o bem, em algum momento cessam. Crise que não
nenhuma crise hídrica no Brasil. Classificar o que está
cessa não é crise. Crise contínua não é crise, é doença
acontecendo com os recursos hídricos nos maiores
crônica. Na relação conjugal, ou acaba a crise ou acaba
Estados do país como “crise” é reduzir e limitar a real
o casamento.
compreensão dos fatos.
Crises são acontecimentos abruptos e
ao quadro de escassez de água em São Paulo, Rio de
momentâneos. Um momento difícil na existência,
Janeiro, Minas Gerais ou Espírito Santo. A água não
quando enfrentamos – na maioria das vezes –
acabou do nada, de repente. E muito menos será uma
situações quase sempre alheias a nossa vontade.
situação passageira. O quadro que se instalou nesses
Podemos ter uma “crise renal” quando o
Estados, particularmente em São Paulo, é irreversível.
nosso corpo sofre um ataque bacteriano ou quando
Pelo menos para o paulistano que nasceu na data de
as nossas funções nefrológicas falham subitamente.
hoje. Ele, por mais longeva vida que tenha, não viverá
Podemos ter uma “crise no casamento” quando os
como viveram seus antepassados.
cônjuges descobrem segredos ocultos ou quando
se desentendem por alguma razão. Podemos ter
não é fruto de um acontecimento imprevisível. Não se
uma “crise ministerial” quando algum ministro fala
trata de um capricho de São Pedro que, de uma hora
pelos cotovelos ou quando o seu chefe imediato
para outra, resolveu castigar a Região Sudeste. Há mais
o desautoriza em público. Podemos ter uma “crise
de 10 anos os governos tinham informações técnicas
financeira” quando perdemos o emprego ou quando
confiáveis que as torneiras iriam secar a médio prazo.
enfrentamos uma doença na família. Podemos ter
Nenhuma dessas características acima se aplica
A falta de água não é uma “crise”, porque ela
A falta de água não é uma “crise” porque
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Um colapso irreversível:
uma “crise política” quando os representantes do povo
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CAPA | ela não será passageira. Os fatores que levaram ao esvaziamento das represas não cessarão subitamente. Recuperar as Matas Ciliares que protegem os rios do assoreamento, reflorestar grandes áreas para manter a perenidade das nascentes, cessar o desmatamento da Mata Atlântica e da Amazônia, substituir uma prática agrícola predatória e, principalmente, adotar um novo modelo de desenvolvimento, não são medidas fáceis de serem adotadas e muito menos elas se encontram presentes na agenda dos atuais governantes. Quem acreditar nisso estará sendo, no mínimo, ingênuo. No caso dos políticos que tentam se justificar – chamando de crise o que permanente será – é pura leviandade mesmo.
Por maiores que sejam os dilúvios que possam
cair sobre as regiões que hoje enfrentam a escassez de água, a situação não irá mudar. E não mudará porque não existem sinais de que mudaremos as nossas práticas cotidianas. Os reservatórios até poderão encher, mas as razões que os levaram a secar continuarão e eles novamente voltarão a ser o que são hoje: terra seca. O nosso “balde natural” furou. E o rombo é muito maior do que a boca da torneira que o enche.
O que acontece hoje em São Paulo e que se
um fenômeno natural. Aliás, eventos da natureza são absolutamente previsíveis. Até terremotos e tsunamis são cada vez mais antecipados pela ciência. Erupções Vulcânicas são identificadas meses antes de ocorrerem. Não existem “crises sísmicas” ou “crises vulcânicas”. Assim como não existem “crises hídricas”.
Em
se
tratando
de
natureza,
tudo
é
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espelha em outras regiões do país, também não é
extremamente previsível, direto e muito simples: apesar de ser existencialmente complexo em sua essência, o 16
ciclo da vida no planeta reage imperiosamente contra
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CAPA | quem tenta interrompê-lo. A natureza nunca privilegiou os fracos ou os “desajustados”. Para continuar existindo, o ciclo da vida se renova constantemente a fim de eliminar as ameaças.
Se não é uma crise, o que são então aquelas
imagens de represas e açudes vazios? Simples a resposta: um colapso. Um “Colapso Hídrico”!
Um colapso significa falência, esfacelamento e
esgotamento.
O colapso, ao contrário de uma crise, não é
passageiro.
O colapso, ao contrário de uma crise, é
perfeitamente previsível.
O “Colapso Hídrico” se instalou porque
esgotamos o atual modelo de desenvolvimento, que
investimentos em pesquisa e conservação ambiental.
O “Colapso Hídrico” está acontecendo porque
esfacelamos todas as oportunidades de adotarmos políticas públicas que priorizassem a modernização dos nossos recursos tecnológicos, para que diminuísse a pressão sobre os recursos naturais.
O “Colapso Hídrico” continuará porque o nosso
sistema político está totalmentefalido e não é mais capaz de planejar a médio e longo prazo.
O Brasil está começando a vivenciar o
seu primeiro colapso ambiental. Outros virão. E as consequências são imprevisíveis. Um país que reduz 95% da Mata Atlântica, que incentiva a emissão de gases poluentes, através de políticas fiscais que estimulam o uso do transporte individual, que ignora a sistemática redução dos Biomas, que mantém uma produção agrícola ultrapassada, que produz leis como o Código Florestal e, principalmente, que elege políticos que não tem nenhum compromisso, a não ser com a
perpetuação do poder para sustentar suas máquinas partidárias, está fadado a colapsar.
A primeira – e a mais importante – medida que
devemos adotar agora é assumir a realidade como ela é. Devemos ser francos e admitir que o que estamos vivendo não é uma crise e sim um colapso. O fim de um ciclo econômico que falhou.
Não compreender – e aceitar – a diferença entre
uma crise e um colapso é o mesmo que tratar gripe e câncer com chazinho caseiro. A gripe até pode passar, o câncer não. Ele sempre evolui. E para pior.
As Polianas de plantão – principalmente
aquelas que têm um grau maior de responsabilidade sobre o que está acontecendo – vão taxar esse texto de extremamente pessimista. Vão continuar espalhando sua visão romântica sobre o mundo, enquanto as gotas nas torneiras continuarão sumindo.
nº 47| Ano V III |ma r |a br i l 2015
privilegia a distribuição de lucros em detrimento dos
Mas a verdade é que o sonho acabou. Ou mudamos ou sumimos. Simples assim. Por Dener Giovanini
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nยบ 35 | Ano Vi | nov I dez 2012
nยบ 47| Ano VIII |ma r |abr i l 2015
ESSÊNCIA DO SABOR |
Bolo Cremoso
de M acaxeira
Ingredientes
2 Colheres (sopa) de margarina 3 ovos inteiros 3 xícaras de açúcar 1 lata de leite condensado 1 pacote de coco ralado
2 xícaras de leite 1 colher (chá) de sal
Modo de Preparo 1. Misture todos os ingredientes no liquidificador (exceto o coco, que deve ser misturado à parte depois de liquidificado) e bata aos poucos. 2. Unte uma forma com óleo e farinha e despeje a mistura.
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1 garrafa de leite de coco de 200ml
3. Polvilhe açúcar cristal por cima. 4.
Leve
ao
forno
médio,
aproximadamente 40 minutos.
pré-aquecido,
por 19
ESSÊNCIA DO SABOR |
Pirarucu grelhado, purê de abóbora e batata-doce e molho de coco. Ingredientes
Para o Purê de abóbora (rende 400 g):
Principal:
500 g de abóbora
1 posta de pirarucu
50 g de cebola
60 g de purê de abóbora
40 g de manteiga
60 g de purê de batata-doce
1 g de louro
10 g de coco laminado
1 g de sal
5 g de pimentão picado
1 g de mix de pimentas
5 g de tomate picado 5 g de cebola picada
Para o Molho de pirarucu
5 g de sal e pimenta
(rende 10 porções):
20 ml de molho de coco
100 g de cebola
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20 g de gengibre
Para o Purê de batata-doce
20 g de coco em flocos
(rende 1 kg):
20 g de manteiga sem sal
3 kg de batata-doce
10 g de capim-limão
400 g de manteiga sem sal
10 g de tomate sem pele e sem semente
10 g de sal grosso
10 g de sal
2 g de mix de pimentas
5 g de alho
3 litros de água
2 g de pimenta-dedo-de-moça
100 ml de leite integral
150 ml de leite de coco 100 ml de creme de leite fresco 2 ml de shoyu
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ESSÊNCIA DO SABOR | Modo de Preparo Purê de batata-doce: 1. Coloque a água e o sal grosso em uma panela para ferver. 2. Corte a batata-doce em tamanhos iguais e junte com a água. 3. Deixe cozinhar até que esteja macia. 4. Escorra a água e passe a batata-doce pela peneira fina. 5. Coloque o purê em uma panela e leve ao fogo para finalizar. Dica de chef: lembre que a manteiga deve estar bem gelada e deve ser acrescentada aos poucos, mexendo sempre.
Purê de Abóbora: 1. Refogue a cebola picada em óleo vegetal. 2. Junte a abóbora cortada em cubos, acrescente o caldo de legumes e 1 folha de louro. 3. Deixe cozinhar em fogo baixo com a panela tampada. 4. Amasse, junte a manteiga noisette e acrescente a abóbora. 5. Passe por peneira e tempere com sal e pimenta.
Molho de pirarucu: 1. Em uma panela preaquecida, doure a cebola. 2. Acrescente leite de coco, creme de leite, sal, pimenta,
ingredientes para decorar.
Montagem: 1. Grelhe o pirarucu. 2. Em um prato, coloque os dois purês em forma de quenelle. Coloque o molho e os legumes por cima do
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gengibre, capim-limão e shoyu; reserve o resto dos
peixe e, por último, as lâminas de coco.
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NEGÓCIOS |
5 negócios brasileiros que começaram do zero e hoje fazem sucesso
Como uma ideia pode se transformar em um negócio milionário? O empreendedorismo muitas vezes é
visto como uma espécie de passe de mágica, restrito a poucos e com chances de dar errado. Os estigmas criados em cima disso causam receios e dúvidas, que muitas vezes impedem novas iniciativas empreendedoras: as pessoas já nascem sabendo? É preciso ter graduação para empreender? E se der errado?
Desenvolver uma proposta inovadora e monetizá-la, dando início a uma empresa, envolve persistência,
disciplina e, sobretudo, coragem. Às vezes, trata-se de uma necessidade, e em outros casos, empreender é enxergar e saber aproveitar oportunidades. Para entender o empreendedorismo, nada melhor do que conhecer quem já arriscou, trabalhou duro e hoje já comemora bons resultados. Escolhemos 5 negócios brasileiros que começaram do zero e trazem histórias verdadeiramente inspiradoras. Confira:
1. Carolina Sales
O que leva uma mestre em Medicina Veterinária
e estudante de Medicina Humana a largar tudo para vender brigadeiros? A carioca Carolina Sales tinha suas razões para deixar de lado sua carreira na área de saúde a fim de se arriscar no ramo da pâtisserie. Mas quando isso aconteceu, em 2011, mal sabia ela que quatro anos depois, em 2015, estaria vendendo nada menos que 50 mil doces todos os meses e conquistando um faturamento anual de R$ 1,5 milhão.
O empreendedorismo começou quando fazia
nº 47| Ano VIII |ma r |abr i l 2015
caixinhas decoradas artesanais e as vendia em um blog, enquanto cursava a faculdade. Mas vender caixas vazias parecia não fazer muito sentido. Foi então que, com a ajuda de sua avó, Carolina começou a vender brigadeiros dentro das caixinhas, desenvolveu novas receitas e abriu, em 2011, a primeira loja especializada em brigadeiros gourmet no Rio de Janeiro (RJ), a Brigaderia Chic.
Ao longo dos anos, as receitas foram
aperfeiçoadas e o cardápio aumentou, trazendo 22
NEGÓCIOS | brigadeiros congelados, brownies, cupcakes, bolos e até sorvetes. A loja ganhou uma nova marca e hoje opera sob o nome de Carolina Sales. Nas vitrines, doces incríveis não perdem em nada para uma típica pâtisserie francesa e a recompensa pelo trabalho duro e coragem só aumenta. O segredo? “Acreditar no que se faz, olhar para frente e não deixar nada te desestimular”, afirmou ela ao Hypeness.
Carolina, que sempre foi mais de comer do
que de cozinhar, descobriu seu talento para os doces por acaso e não deixou a oportunidade escapar, transformando as vendas pela internet em um negócio de sucesso. Segundo ela, as dificuldades com mão de obra e impostos são inerentes ao empreendedorismo, mas nada que trabalho duro e uma boa estratégia não contornem os problemas. Agora, Carolina pensa na expansão da marca
e não descarta a possibilidade de levar os brigadeiros gourmet e os demais doces do cardápio para um food truck, acompanhando a tendência nacional de oferecer boa comida de maneira despretensiosa, sobre rodas. “É possível sim. Estamos avaliando algumas propostas. Nosso plano é continuar prezando pela qualidade antes
2. Easy Taxi
Computadores e dispositivos móveis estão cada
vez mais acessíveis, bem como a conexão à internet e o acesso a cursos gratuitos e fóruns sobre programação. Com isso, desenvolver um aplicativo é um desafio que, em tese, qualquer um pode aceitar. Prova disso são os milhares de novos apps que aparecem todos os dias nas lojas de aplicativos da Apple e da Google. Mas com tantos aplicativos por aí, por que são raros aqueles que se tornam um verdadeiro sucesso?
Em 2011, no Rio de Janeiro (RJ), aconteceu o
Startup Weekend, um evento que reuniu programadores, empreendedores e entusiastas da tecnologia e dos negócios para uma série de palestras e um desafio: as equipes deveriam, em dois dias, desenvolver um plano
nº 47| Ano V III |ma r |a br i l 2015
para um aplicativo. Tallis Gomes, que já havia criado três empresas, decidiu criar um app que facilitasse a vida de quem pega ônibus, mostrando horários e
23
NEGÓCIOS | de energia renovável da Europa. No Brasil, eles deram forma à Easy Taxi, convenceram taxistas de que o serviço facilitaria suas vidas, incentivaram o uso por parte dos clientes e hoje colhem os resultados. O que o Easy Taxi fez diferente de todos os outros novos apps que aparecem por aí? “Acredito que o mais importante é ter uma proposta de valor clara para o produto ou serviço. Em seguida, muito, muito trabalho e foco nos detalhes do serviço básico que é prestado”, afirma Wang, que hoje atua como CEO da Easy Taxi, em entrevista ao Hypeness. E Wang deu ainda dois conselhos valiosos para quem quer se aventurar no empreendedorismo: “1. rotas, mas desistiu ao saber que a Google já preparava um serviço semelhante – via Google Maps. Foi ao ficar meia hora esperando um táxi para ir do evento para casa que enxergou a oportunidade: e se houvesse um aplicativo para conectar taxistas a clientes sem precisar do intermédio de uma cooperativa?
Acredite e ame o que você faz – empreendedorismo é como uma montanha-russa com várias quedas. Se você ama o que faz, é recompensador passar pelas adversidades. E 2. Construa um bom time – tenha parceiros com habilidades complementares, que sejam inteligentes e que tenham paixão pelo que fazem”.
Foi aí que surgiu o Easy Taxi o primeiro serviço de chamada de táxi via celular do mundo. Por meio do aplicativo, o cliente chama um táxi até o seu local, que é indicado via GPS, e pode realizar o pagamento via cartão de crédito, eliminando a necessidade por vouchers ou dinheiro “vivo”. O aplicativo não só foi o nº 47| Ano VIII |ma r |abr i l 2015
vencedor do Startup Weekend daquela edição, como já conquistou mais de R$ 150 milhões em investimento e está presente em 33 países – mais precisamente, em 420 cidades do mundo, sendo 350 delas no Brasil. Para que a ideia saísse do papel rumo ao sucesso, Gomes contou com a ajuda de Dennis Wang, um administrador de empresas cujo primeiro contato com o empreendedorismo foi ao captar 450 milhões de euros para investir em um projeto de parques eólicos e solares, o que resultou em um dos primeiros fundos 24
3. Zé Coxinha Iniciativas empreendedoras também podem ser inspiradas pela família. É o caso de Lorena de Carvalho, que em 2011, aos 22 anos, abriu em Vila Velha (ES), o primeiro Zé Coxinha. Estimulada pelo pai, que foi dono de padaria por mais de 30 anos, ela trouxe para o mercado uma proposta gastronômica tentadora: 15 mini-coxinhas servidas dentro de um copo descartável por apenas R$ 1.
NEGÓCIOS | Lorena, graduada em Administração e com pósgraduação em Marketing, deu novos rumos ao negócio, ao lado do pai e do irmão. Com cardápio ampliado, o Zé Coxinha passou a vender pastéis de queijo, quibes e pretende apostar até mesmo no bolinho e bacalhau. Hoje, a marca já conta com mais de 60 lojas espalhadas pelo Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro em um sistema de franquia e tem um faturamento médio de R$ 600 mil por mês, com a venda de cerca de 60 milhões de salgados. Em uma área de 1.000 m², oito máquinas fazem 20 mil coxinhas por hora, que são congeladas e enviadas às lojas, que só precisam fritá-las. “Trabalho nunca me assustou. Pelo contrário, sempre
4. Wise Up
me motivou bastante. Desde novinha eu sabia que
eu queria ter empresa, que queria crescer nesse ramo.
e um especialista de qualquer área? O empreendedor é
Na minha família, todo o mundo trabalha. Todos nós
capaz de vender um produto e organizar uma empresa
sabemos fritar, todos os processos, desde o mais simples
mesmo sem entender muito do que está falando –
até o mais exigente, a gente sabe fazer”, afirmou Lorena,
pelo menos em um primeiro momento. Prova disso é
que hoje é diretora comercial da marca, em entrevista à
Flávio Augusto da Silva, que fundou a escola de inglês
Folha de SP.
WiseUp, vendida em 2013 para o grupo Abril Educação
por estimados R$ 866 milhões, sem saber uma palavra
simples, como uma coxinha, pode resultar em um
do idioma.
negócio de sucesso.
Ao deixar a faculdade de Ciências da
Computação para trabalhar na área comercial de uma escola de inglês, Silva pode praticar sua boa lábia para vendas e meses depois já ocupava o cargo de diretor comercial. Foi então que teve a ideia de tentar seu próprio negócio. O ano era 1995, quando brasileiros iam aos Estados Unidos como quem vai à esquina e o inglês se tornou indispensável para muitos profissionais. Mas aprender um novo idioma não é tarefa fácil e demanda tempo – algo que as pessoas, já naquela época, não
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Esta é a prova de que até mesmo um produto
Sabe qual é a diferença entre um empreendedor
tinham disponível. Por que, então, não criar um método para o aprendizado da língua em poucos meses? Após se reunir com um grupo de professores e
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NEGÓCIOS | especialistas no idioma, Silva tomou coragem para abrir a primeira escola Wise Up, cuja proposta era ensinar inglês em 18 meses. Em um ano, já eram mais de mil alunos inscritos e filiais começaram a serem criadas. Empreendedor nato, ele já tomou frente em outras iniciativas de empreendedorismo e possui uma página no Facebook voltada para quem se interessa no assunto, a Geração de Valor.
Apostar na ousadia, no serviço diferenciado
e no trabalho duro são algumas das lições presentes nas verdadeiras aulas de empreendedorismo que Flávio Augusto Silva costuma dar durante entrevistas e em sua página. Segundo ele, começar do zero é mais do que possível e, apesar de ser uma tarefa árdua, as recompensas valem cada noite mal dormida.
“a mão na massa”. Ao incrementar uma receita de biscoitos que era tarefa de casa, aos 8 anos de idade, João descobriu que poderia alterar e acrescentar ingredientes e o resultado foi melhor que o esperado. “Fiz meio que uma experiência, e ao dar pros meus pais e irmãos provarem e ver o sorriso no rosto deles, senti uma coisa meio que inexplicável, que eu só sinto através da cozinha”, contou ele ao Hypeness. A paixão pela arte de cozinhar, em especial a pâtisserie, veio por primeiro e o empreendedorismo surgiu com a necessidade. João conta que queria comprar um cachorrinho e, para isso, precisaria economizar alguns trocados. Foi então que decidiu vender bolos e tortas para familiares e amigos próximos e conseguiu levantar a quantia. “Depois isso, percebi que era muito legal fazer algo que você ama e ainda conseguir lucrar com isso”, afirma o garoto, que já está de olho em cursos de culinária na França, para poder se firmar ainda mais como um chef profissional. “Os lucros do negócio são, definitivamente, voltados para os cursos de pâtisserie na França, meu maior sonho”, diz ele. Embora apaixonado pela cozinha e com sonhos de ser um chef de sucesso, João nunca imaginou que começaria a vender seus bolos tão cedo. Segundo ele,
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o incentivo de juntar dinheiro para comprar o cãozinho foi fundamental para que enxergasse a possibilidade
5. Do João Não é só gente grande que trabalha duro e busca realizar sonhos. João Camargo tem apenas 14 anos, mas já está à frente da marca Do João, através da qual vende bolos e tortas que ele mesmo faz. O garoto lembra que sempre gostou de participar de jantares e churrascos
de empreender. Hoje, João vende uma média de 6 tortas e bolos todos os meses, fora as encomendas para casamentos e eventos. Já acostumado ao fluxo de trabalho, ele consegue organizar sua rotina entre a cozinha, a escola e os amigos e pretende aumentar sua produção para este ano.
que aconteciam na casa de sua família, mas foi um dever da escola que despertou sua paixão por colocar 26
Por Bruna Rasmussen Matéria retirada do site Hypeness
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