ANO VIIII - 49 - JULHO/AGOSTO DE 2015
A REVISTA DO EMPRESÁRIO DO SETOR FuNERÁRIO
Cemitério Belo Vale e as inovações no mercado mineiro
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EDITORIAL | Nesta edição da In Memorian, trazemos para você uma entrevista exclusiva sobre o Cemitério Belo Vale, que vem ultrapassando as expectativas para o setor funerário, por conta de sua boa administração, atendimento e espaço. Quem fala mais sobre o assunto é Lucas Provenza, diretor executivo do Cemitério Belo Vale, que traz nesta concisa entrevista mais informações sobre o funcionamento da empresa, e ainda como faz para promover a desmistificação da prática funerária. Para comemorar os meses da Festa Junina, e aproveitar o frio bom dessa época, mostramos no Decole um pouco mais sobre como a celebração é festejada ao redor do mundo e, de quebra, ensinamos você a fazer duas delícias de Festa Junina, na Essência do Sabor. No Luto, trazemos o falecimento de duas grandes personalidades, vindos de mundos totalmente diferentes, mas igualmente importantes e queridos pelos seus fãs: o ator britânico Christopher Lee e o compositor mineiro Fernando Brant. Vale a pena conferir também a indicação de filme e livro desta edição, recheada de ação e emoção
Boa Leitura! Equipe InMemorian.
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no meio da temática da Segunda Guerra Mundial.
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EXPEDIENTE Diretor geral ROBERTO MÁRCIO P. DE CARVALHO Direção de Marketing ROSA CARVALHO Administração Financeira SABRINA COSTA Redação Gabriella Carvalho Layout e diagramação Arte Final Comunicação
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29 ESSร NCIA DO SABOR
CEMITOUR
16 DECOLE
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CEMITOUR |
As lendas urbanas, criadas pela fantasia
acreditava na existência de um lobisomem, que só
popular circulavam de boca em boca deixando todo
aparecia em noites de lua cheia. Por via das dúvidas
mundo tremendo de medo. Eram elas: a mulher
eu ficava bem quietinho escondido em minha casa.
de branco que caminhava todas as noites com seu
Ainda hoje, comenta-se que o lobisomem está de
vestido de noiva e seus pés nunca tocavam o chão,
volta. Dizem alguns moradores que o bairro do
após a meia noite de uma sexta-feira 13 ninguém se
Campestre é o lugar onde ele se esconde. Também
atrevia a andar sozinho pelas ruas da cidade.
uma lenda que se tornou muito famosa no cenário
Em minha infância, junto com alguns amigos e
nacional, fazia parte do imaginário de nosso povo.
amigas, na festa de casamento de uma de minhas
Era o Chupa- Cabras, que também andou dando
primas, á noite, eis que olho para o pasto, do alto
as caras em nossa cidade. Era muito engraçado
de minha casa, vejo uma mulher desconhecida com
de se ouvir as histórias desse imaginário popular,
o vestido longo atravessando a escuridão da noite.
pois todos tinham medo desse bicho e davam as
Num grito que dei todos os amigos que estavam
mais diversas explicações sobre sua origem. Era
comigo também viram aquela imagem assustadora.
interessante observar as mais diversas descrições
Todos corremos para avisar nossos pais que subiram
do tal Chupa-Cabras. Diziam ser um E.T, ou mesmo
o pasto, armados de porretes. Acredito que os adultos
uma experiência cientifica que havia dado errado.
estavam com mais medo que nós crianças.
Era muita imaginação e fantasia que acabou fazendo
Nunca se soube se realmente era uma assombração ou uma pessoa que se vestia de branco para assim assustar a todos.
parte da história do município. Outro fato também chama atenção pelos
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Viver em Bom Repouso
detalhes arrepiantes que os mais velhos contam:
Não deixa de ser engraçada uma situação
Dizem os mais antigos moradores que a
dessas que contagiava toda uma cidade que também
primeira Capela de Bom Repouso seria perto da sede
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CEMITOUR | da Fazenda Bom Retiro, próximo da atual Igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde hoje está a casa do conhecido “Dito Candinha”. Dizem que, antigamente, perto dessa Capelinha fora encontrado um corpo de mulher, que teria sido brutalmente assassinada. Pessoas mais antigas dizem que daí nasceu mais uma lenda: a da mula sem cabeça. Outra história que também causou muito pavor a do homem do poste. Trata-se de uma lenda que se iniciou há muitos anos, no tempo dos bandeirantes. Contavam que dois peões, passando por Bom Repouso, pararam para o pouso de descanso. Eis que começam a brigar e um peão acabou matando seu companheiro, deixando-o ali mesmo, onde hoje está localizado o Hospital da cidade. Depois do crime, eis que o lugar ficou assombrado pelo peão ali assassinado. Diziam que ele estava de botas com uma capa de chuva e um chapéu de peão e que também era muito alto, daí ter nascido o “homem do poste”. Ele não tinha data para assombrar, aparecia a qualquer momento. Portanto, você,
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notívago, cuidado ao sair, pois o homem do poste pode te pegar também. Mas existiu uma lenda em Bom Repouso que foi muito marcante e até colocou nossa cidade no cenário nacional sendo falado em vários canais de TV, e em vários jornais da época, até destaque no Jornal Nacional. Toda semana, muito dinheiro aparecia nas ruas de Bom Repouso e muitas pessoas começaram a catar. O fato ocorreu por alguns meses e virou notícia, atraindo 10
CEMITOUR | várias pessoas com o intuito de achar dinheiro nas
por ter sido á muitos anos o primeiro cemitério da
ruas de nossa cidade, repórteres e câmeras estavam
cidade, pessoas dizem ter visto uma mulher de mãos
por todo lado, Cid Moreira dizia no Jornal assim:
dadas com duas crianças em plena madrugada se
- “Até agora já foram achados quinhentos mil
encaminharem para as escadas da Igreja Matriz e
cruzeiros”.
ali, ajoelhada, clamava e rezava. Em alguns minutos
para a cidade até com picaretas para desenterrar as notinhas do famoso cruzeiro. O fato é que ninguém, até hoje, conseguiu
desaparecia como num passe de mágica. Quem não se lembra da história do tal Padre que rogou uma praga para Bom Repouso? Será Lenda? Ou será Verdade?
explicar a origem desse dinheiro que estava
Em pesquisa pela cidade, já acabei ouvindo
aparecendo pelas ruas. Alguns diziam que era um
que ainda agora tem gente que está vendo “ETS” nas
automóvel da cor preta, que pela madrugada jogava
redondezas de nosso município. Será? É mais um
este dinheiro pelos cantos da cidade.
Mistério! E o tal Petróleo? Mais um fato interessante
Como o fato alcançou repercussão nacional, os
que mexeu com a imaginação de muitos em Bom
próprios moradores acabavam jogando dinheiro aqui
Repouso. Parecia até aquele filme da Família Buscapé,
e ali, para que a cidade continuasse notícia. Um fato
que de uma hora pra outra se tornava bilionária. O
verídico que passou a ser cômico, pois, Bom Repouso
certo é que a Petrobras esteve em Bom Repouso e
passou a ser conhecida como “a cidade do dinheiro”.
analisou o tal liquido que brotava da terra, mas em
Muitas coisas misteriosas já aconteceram em Bom
segredo permaneceu escondido e ninguém mais
Repouso. Seriam frutos da imaginação ou seriam
ouviu falar se era, ou não, realmente Petróleo. Resta
histórias verdadeiras? Quem sabe!
relatar que se trata de mais uma lenda de Bom
Sabemos que não se deve duvidar do sobre
Repouso. Só nos resta, aguardar!
natural, pois sendo verdade ou mentira, nos causa
Estas são algumas das lendas urbanas de nossa cidade,
curiosidades e medo. O povo ainda conta coisas de
algumas são reais, outras são misteriosos contos, que
causar arrepio até hoje. Fala-se da misteriosa Bola
talvez sejam verdadeiros. Mas são folclóricos contos
de Fogo que de vez em quando pairava ao redor da
que povoam o imaginário popular de nosso povo
cidade que não era a única a presenciar este fato,
Bom- Repousense, não duvido, mas também não
Também cheguei a ver a tal Bola de Fogo. Seria
assino em baixo, ficam no ar os mistérios que rondam
um meteorito? Não se sabe! Nunca tivemos uma
nossa linda cidade.
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Com uma notícia dessas, muitas pessoas vinham
explicação e acaba fazendo parte dos mistérios de nossa cidade. Dizem outros moradores da cidade
Texto do livro “Viver em Bom Repouso”, de Jean C. de
que, na Praça Cel. Ananias de Andrade bem no centro,
Andrade. 11
BOA LEITURA I
À Luz da Segunda Guerra
Não se pode dizer que um épico histórico sobre
a Segunda Guerra seja uma escolha arriscada para um romance.
O
tema
parece
oferecer
enfoques
tão
inesgotáveis quanto o interesse do público –motivo pelo qual “Toda Luz que Não Podemos Ver” começou a vender bem, antes mesmo de ser indicado ao National Book Award, em setembro, e ganhar, nesta semana, o Prêmio Pulitzer de ficção.
Entretanto, se o resultado é (quase) garantido,
o processo de se escrever algo assim nunca é simples. Reconstruir aquele momento requer um mínimo de pesquisa, sabedoria e principalmente sintonia. Como entender o que é viver aqueles cenários, naquele
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momento? Dizer que o norte-americano Anthony Doerr,
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41, fez a lição de casa seria menosprezar o escritor e
Werner, órfão alemão que aos poucos é cooptado
superestimar a escola.
pela máquina nazista, e Marie-Laure, menina francesa
Lançado há um ano nos EUA, o livro teve
que perde a visão e vive sob a proteção do pai. Werner
recepção que surpreendeu editora e autor, cujos quatro
é apaixonado por transmissões de rádio, aprende a
livros anteriores, elogiados pela crítica, tiveram alcance
ouvir, consertar, fazer cálculos e identificar emissores, e
restrito. Ao final de 2014, tinha vendido quase 1 milhão
seu talento desperta a atenção da Alemanha. “É certo
de cópias, o que levou a Intrínseca a tratá-lo como sua
fazer algo porque todos estão fazendo?” é a pergunta
grande aposta para 2015 –coroada com o anúncio do
da irmã que ecoa em sua mente quando se vê cada vez
Pulitzer dias depois de a tradução sair.
mais entranhado na juventude nazista, em seus ritos
perversos.
Em narrativas paralelas, o romance apresenta
BOA LEITURA I um ponto preestabelecido de tempos em temos, de maneira fracionada, com recortes da época em capítulos curtos e com uma quantidade limitada de personagens.
A interrupção constante da linha de cada
protagonista para dar lugar ao outro mantém a expectativa que explica o sucesso de um livro de mais de 500 páginas. É o que os americanos chamam de “page turner”, um livro em que cada página obriga a virar a próxima. O texto é objetivo, narrado no presente como senso de urgência.
Com um protagonista órfão, outra cega,
e tratando de guerra, é praticamente impossível fugir da pieguice, mas essa talvez esteja só na dose indispensável para que se ecoe como grande história, para um grande público.
“Toda Luz que Não Podemos Ver” é um livro
delicado, em que se sente além do que é dito. Como exemplo, o personagem Frederik, “o mais fraco”, colega de Werner no internato, poderia render mais cem páginas ou se desdobrar num épico completo. Isso acaba por formar um universo muito mais tridimensional do que os protagonistas podem demarcar. No final, a saudade por se afastar dos
Já o pai de Marie-Laure é guardião de um dos maiores
personagens parece reverberar tanto no leitor quanto
tesouros da França, um diamante mítico a que se
no autor, que talvez tenha estendido o romance num
atribui poderes e maldições. Com a guerra, pai e filha
sentido desnecessário, trazendo-o até os dias atuais,
fogem pelo país e acabam numa cidadezinha litorânea,
num resvalo de “Titanic”, de James Cameron. Não
protegidos por um tio misantropo, que tem uma
compromete, contudo, o conjunto. “Toda Luz que Não
coleção de rádios.
Podemos Ver” é um belo livro.
Essas duas linhas desconexas –menina cega
e menino nazista– caminham para um encontro
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Por Santiago Nazarian
inevitável, do qual já se pode intuir um desfecho romântico e redentor como uma foto na revista “Life”. A hábil estrutura segue linearmente, voltando a
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VALE ASSISTIR I |
O Brasil na Guerra
Quando o ator alemão Richard Sammel
recebeu o convite para viver o oficial alemão Jürgen Mayer em “A Estrada 47”, longa de Vicente Ferraz, relutou para embarcar em mais uma história sobre a Segunda Guerra Mundial. “Estava cansado de fazer sempre o vilão nazista. Esta história já foi contada tantas vezes”, declarou. “E para me convencer de fazer uma história desta guerra hoje, tem de ser muito criativo e vir com uma ideia diferente, sem os velhos clichês dos últimos 50 anos”, completa ele, que tem no currículo a participação em longas como “Bastardos Inglórios”, de Quentin Tarantino, e “A Vida É Bela”, de Roberto Benini, em que vive claro, agentes nazistas.
Pois uma proposta diferente foi exatamente o que o diretor brasileiro fez a Sammel. Sua ideia era contar não só uma história pouco conhecida tanto no exterior quanto no Brasil, mas também dar ao ator alemão a chance de fugir do estereótipo do típico vilão nazista. “Quando li o roteiro, entendi tudo. Eu seria um desertor,
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que não só sai do óbvio ao romper com o exército alemão como também é capturado por improváveis oficiais brasileiros, que ainda fazem outro prisioneiro, um Partigiano italiano. Isso sim é algo novo! E que de fato aconteceu”, conta Sammel.
“A Estrada 47”, a propósito, conta a saga de quatro oficiais brasileiros da Força Expedicionária Brasileira (FEB) , perdidos na terra de ninguém na Itália, em território ocupado pelas forças do Eixo. Após sofrerem um ataque de pânico, próximo à Linha Gótica (linha de
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VALE ASSISTIR I |
defesa nazi-fascista que cortava os Montes Apeninos, onde foi travada a Batalha de Monte Castelo, em que houve grande baixa de soldados brasileiros) eles se vêm no meio do nada, fastigados pelo frio inclemente e divididos entre o medo de serem acusados de desertores e de enfrentar a Corte Marcial e o de encarar o inimigo nazista. O longa é estrelado por Daniel de Oliveira (Guima), Francisco Gaspar (Piauí), Júlio Andrade (Tenente), Thogun Teixeira (Laurindo), o italiano Sergio Rubini (Roberto), o português Ivo Canelas (Rui) e Richard Sammel (Mayer). “Eu não fazia ideia de que os brasileiros tinham combatido ao lado dos Aliados. E isso porque eu estudei muito o assunto. Ninguém sabe disso na Alemanha e nem na Itália. É esta história, que é importante sobretudo para o Brasil que me emocionou. Como ninguém a contou antes?”, questiona Sammel.
brasileiros enfrentaram um frio de -30C nos Apeninos italianos, combatendo nazista. E é algo tão absurdo que me pergunto por que não filmaram antes? Não foi a vontade de fazer um filme de gênero, mas contar a história dos brasileiros reais. Este encontro de culturas, dos brasileiros, tropicais, em Guerra europeia é o que me moveu neste filme”, responde o próprio diretor. Por ser um raro filme de Segunda Guerra baseado em fatos e produzido pelo Brasil, Estrada 47 provoca interesse. Talvez o principal acerto de Ferraz seja saber de suas limitações. Ele não recorre a cenas grandiosas com centenas de figurantes, nem se arrisca em cenas de ação mais elaboradas. Em plano bem aberto, ele consegue impactar o
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Essa mesma pergunta o que fez Vicente ter a inspiração para criar “A Estrada 47”. “Há 70 anos, mais de 25 mil
espectador mantendo a destruição à distância. Mas o excesso de zelo é também seu maior tropeço. Ao evitar o aprofundamento dos personagens, o diretor perde boa parte da subjetividade e da emoção que o elenco poderia acrescentar ao filme.
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DECOLE | Mundo
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A festa junina ao redor do mundo
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A chegada do mês de Junho juntamente com aquele frio “bom para tomar um caldo” significa só uma coisa para os brasileiros: Festa Junina. A comemoração, desde o século XVII, possui esse nome por estar associada ao referido mês e, além de manter características herdadas da Europa como a celebração dos dias dos santos, também mescla elementos típicos do interior do Brasil e de tradições sertanejas fruto da mistura das culturas africanas, indígenas e europeias. Sendo assim, as comidas típicas (como a pamonha), as danças, o uso de instrumentos musicais (como a viola caipira) nas festas, os trajes específicos, as fogueiras, fogos de artíficio e balões de ar, refletem milênios de tradições diversas que se misturaram. Mas como será a comemoração da Festa Junina ao redor do mundo? A InMemorian traz para você nesse Decole,
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como são diferentes os costumes em cada região do mundo, e a beleza e particularidade de cada uma.
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DECOLE |Mundo 1. Polônia Assim como a figura do caipira está para a nossa comemoração, o pirata está para a versão polonesa. A festa começa às 8h da manhã do dia 23 e não tem hora para acabar. As fantasias são livres, o que interessa é se divertir e comemorar o dia mais longo do verão. A celebração já entrou no calendário oficial de Varsóvia.
2. Espanha Em Barcelona, que também tem esse dia como o mais longo do ano, a comemoração acontece por todas as partes. Nas praças e praias, fogos de artifício e fogueiras fazem parte do cenário de madrugada, à espera do sol nascer. Mas se você não quiser ir para a multidão, a dica é assistir nas partes altas da cidade. O espetáculo também é lindo e
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quem já participou afirma que tem um clima mágico.
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DECOLE |Mundo 3. Portugal A Festa Junina por lá é chamada, na verdade, de Festas dos Santos Populares, porque junta São João, Santo Antônio e São Pedro. Assim como aqui, o arraial é sucesso garantido, acompanhadas com sardinhas assadas. Em homenagem ao Santo Antônio, cerca de200 a 300 casais se casam todo ano em uma gigante cerimônia. No Porto, a festa é tão grande que já foi comparada ao Carnaval de Salvador.
4. Ucrânia Na Ucrânia, a comemoração vai desde 23 de junho até 6 de julho. Por lá, os elementos naturais ganham destaque nessa época. As mulheres costumam colocar flores nos rios para dar sorte, e também usam coroas floridas na
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cabeça. Assim como por aqui, as fogueiras também tem forte participação, já que também é um elemento natural.
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CAPA | CEMITร RIO BELO VALE
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DICAS PARA TER UMA
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Cemitério Belo Vale e as inovações no mercado mineiro
O Belo Vale é um cemitério parque localizado na região metropolitana de Belo Horizonte. Para maior conforto, segurança e benefícios de seus clientes, o Belo Vale conta com uma infraestrutura moderna e tratamento diferenciado, levando mais tranquilidade para os familiares nos momentos mais difíceis. O Cemitério Belo Vale vem se destacando, principalmente, pela sua proximidade com os clientes. Além dessa boa relação, o mais novo Crematório de Minas Gerais, que se localiza também no Cemitério, vem alcançando não apenas as expectativas dos seus clientes e diretores da empresa como também contribuem para a quebra de tabus sobre a prática,
Quem fala mais sobre o assunto é Lucas Provenza, diretor executivo do Cemitério Belo Vale, em entrevista concisa, repleta de expectativas e novos projetos: “Temos que trabalhar nesse cenário e continuar crescendo, melhorando a estrutura e a satisfação dos nossos clientes e ao mesmo tempo fazendo um trabalho intenso para a redução de custos”,
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ainda tão mistificada e coberta por superstições.
diz, em tom esperançoso e firme. Saiba mais sobre o funcionamento do Cemitério, curiosidades e aproveite para conhecer mais a prática da cremação. 21
CAPA | CEMITÉRIO BELO VALE 1.Há quanto tempo a Belo Vale existe? Como
2.O cemitério Belo Vale possui alguma inovação
funcionam os serviços da empresa?
em relação aos outros cemitérios de Belo Horizonte?
Começamos a operação no dia 16 de maio
Estamos todos esses anos aperfeiçoando e
de 2010. Na época fizemos um estudo muito rigoroso
tentando diminuir custos, construindo tudo de uma
antes de iniciarmos o projeto, pesquisamos sobre os
forma bem eficiente. Inovamos também na forma
cemitérios da região metropolitana de Belo Horizonte e
de pagamentos dos clientes, e hoje conseguimos
identificamos que a maioria dos cemitérios particulares
disponibilizar o serviço de débito automático. A
que existiam eram voltados para as classes A e B. A
questão do crematório também é um diferencial. Belo
maioria da população - 80% que pertenciam às outras
Horizonte não tem crematório, é um divisor de águas,
classes – ainda estava sendo atendida por cemitérios
uma atividade dificílima de você conseguir prosseguir.
públicos, como o Cemitério da Paz, Cemitério da
A prefeitura tem que aprovar o projeto, passando pela
Consolação, Cemitério da Saudade e Cemitério do
câmara dos vereadores, um processo bem complicado,
Bonfim. Então, posicionamos o Cemitério Belo Vale
um investimento muito grande que tem de ser feito
neste mercado, tentando dar um foco maior ao cuidado com a família e excelência no atendimento. Estamos
3.Como foi abrir um crematório em Minas Gerais,
em operação há mais de 5 anos e, até hoje, não fizemos
estado em que as pessoas ainda possuem muitas
nenhuma distribuição de dividendos pois tivemos um
ideias conservadoras a respeito da atividade?
alcance muito positivo e com isto reinvestimos nosso resultado em prol de nossos clientes.
Eu acredito que foi uma ação positiva, pois foi
Com estas ações estamos colhendo bons frutos.
muito bem aceita junto às funerárias que compraram
Conseguimos atender a toda a população, com uma
a ideia de um crematório. Sentimos que as funerárias
qualidade muito superior e com um valor bem acessível
sempre quiseram colocar a cremação em seus planos
para todos e que não compromete o orçamento familiar.
funerários, mas nunca conseguiram, porque o valor era muito alto e percebia-se quase um monopólio do
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serviço, em que apenas uma empresa oferecia e não
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disponibilizava para todos. O maior diferencial que a Belo Vale tem é a presença dos proprietários dentro do cemitério e com isto convivemos com as famílias. Caso ocorra alguma situação a ser resolvida nós estamos ali, dispostos a promover a solução em tempo real de forma clara e objetiva.
4.A empresa tem sentido um amadurecimento por parte dos clientes quanto a este tipo de serviço?
Existe ainda este tabu. Mas o que o está sendo interessante é que estamos conseguindo desmistificar esse
processo. Em termos de volume na cremação, estamos atingindo o que prevíamos, mas o que está sendo mais importante é que estamos abrindo as portas do cemitério, o que antes era uma coisa muito fechada e escondida. Ninguém sabia como era o equipamento, ninguém entendia como era o processo de cremação e então a maioria ficava sem a informação correta sobre a atividade. A Belo Vale promove uma abertura maior para este entendimento do cliente, melhorando assim o relacionamento e a confiança das pessoas envolvidas.
5.E como funciona a negociação do cemitério diretamente com as funerárias?
A Belo Vale é um dos únicos cemitérios particulares que hoje em dia não tem funerária. Quando falamos
de parceria, de pegarmos uma funerária que tem uma cartela de serviços muito grande, como por exemplo, a Pax de Minas, o cálculo muda muito para o cliente final. O plano funerário trabalha como se fosse uma seguradora em cima de sinistro. Supondo que de cada mil pessoas que pagam, somente uma utiliza o serviço e, se isso acontece, mil pessoas pagando R$2,00 por mês, paga-se uma cremação. Então fica muito acessível, muito mais fácil você vender uma cremação a R$2,00 do que a R$2.000,00, que seria o preço regular atual. Funerárias pequenas têm nos procurado, porém não temos como mudar ou diferenciar no valor. Por exemplo, quando negociamos com empresas em Conselheiro Lafaiete, eles compraram alguns lotes, e já estamos fazendo um trabalho na medida em
CAPA | CEMITÉRIO BELO VALE que forem ocorrendo os óbitos.
projeto, fora do convencional e os diretores gostaram do
O relacionamento que temos com as funerárias,
trabalho e me chamaram para continuar. Acompanhei
é um relacionamento muito aberto. Tentamos manter
a obra, contratei funcionários, montei sistemas, fiz os
uma parceria firme com as empresas maiores, até pela
procedimentos todos e fui convidado para assumir o
questão de não vincular nossa marca com empresas
setor. Achei um pouco complicado porque cemitério
que comungam os mesmos valores nossos. Não
não fecha, funciona 24 horas e dessa forma a atenção
conseguimos dar exclusividade para ninguém, porque
é permanente. Mas aceitei o desafio, porque acho
precisamos de um volume muito grande de serviços, da
importante vivenciar experiências diferentes e atingir
mesma forma que a funerária também não consegue
os resultados esperados.
me dar exclusividade, porque além de questões
financeiras tem também o direito de escolha do
Estamos alinhados em relação ao que foi possível de
cliente, que tem que ser respeitado. Mas na medida do
fazer, inovamos bastante, principalmente nesta questão
possível, tentamos trabalhar juntos onde todos fiquem
do relacionamento com as funerárias, o que fez com
satisfeitos.
que o investimento no cemitério maturasse muito mais
A Diretoria ficou satisfeita com o trabalho.
depressa. Atualmente, tenho um percentual pequeno
6.Caso uma funerária queira fechar essa parceria,
da empresa e ocupo o cargo de diretor-executivo.
como é o processo?
Cuido,
principalmente,
da gestão estratégica e
financeira. Estou buscando outras oportunidades de
Fazemos um processo de credenciamento,
investimentos, principalmente em cidades do interior
vamos até a empresa, conhecemos a diretoria,
para continuarmos mantendo o ritmo de crescimento
avaliamos a real necessidade e fazemos um convênio.
da empresa, o que não é muito fácil.
Tentamos olhar também o perfil do cliente para que o nosso produto esteja alinhado com o serviço prestado pela funerária. O contato acontece por e-mail, telefone,
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ou diretamente comigo no cemitério Belo Vale.
7.Como você entrou no mundo funerário?
Sou economista. Fiz formação gerencial na
Fundação Torino e Economia no IBMEC. Os atuais sócios do Cemitério me convidaram para realizar um estudo de viabilidade econômica para a implantação do cemitério e desde então estou lá. Na época eu nem sabia como um cemitério funcionava e nem como poderia ser rentável. Fiz um estudo de viabilidade econômica do
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8.Quais as expectativas de vocês em questão de vendas para o mercado de 2015?
Trabalhamos com um planejamento de longo prazo. Hoje, por exemplo, já estamos avaliando os projetos
para 2017. Estou me dedicando a eles com muita antecedência. O que está acontecendo hoje, já tínhamos previsto há 3 anos atrás, o crematório entrou na hora certa. Já estamos em busca de novos investimentos. A crise econômica, o aumento das taxas de juros, o desemprego que está voltando, estão no nosso cenário e dificilmente vamos conseguir aumentar muito a nossa velocidade de venda. A margem para melhorar a produtividade já é pequena e o produto não tem apelo comercial, apesar de ser de necessidade básica, todo mundo precisar um dia a maioria deixa para o último momento.
Mas isso tudo não pode ser algo que nos intimide. Temos que trabalhar nesse cenário e continuar crescendo,
melhorando a estrutura, fortalecendo a marca e alinhando valores e estratégias em um menor espaço de tempo.
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CAPA |
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LUTO |
Um século fascinante
Foi triste a manhã do dia 11 de Junho deste
ano para os adoradores de cinema. Christopher Lee, ator britânico lendário com mais de 70 anos de carreira, morreu na manhã do domingo aos 93 anos.
Segundo o jornal Britânico Telegraph, Lee
estava internado há três semanas em Londres devido à insuficiência respiratória. A publicação afirma que sua esposa decidiu adiar o anúncio da morte até avisar a todos da família. O casal esteve junto ao longo de 50 anos.
Christopher Lee deixa um legado no cinema.
Começou a carreira em 1940. Entre suas atuações marcantes está “Dracula” (1958), onde interpretou o famoso vampiro e “A Múmia” de 1959. Lee também viveu o vilão Scaramanga em “007 contra o homem com a pistola de ouro“, atuou em “Star Wars: Episódio II” e “III” e já até trabalhou com o diretor Tim Burton em “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça”, “A Fantástica Fábrica de
O ator também será pra sempre lembrado
como Saruman, um dos personagens mais marcantes de “Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”.
Desde 2009, Lee passou a ser conhecido como
Sir Christopher, ano em que foi eleito cavaleiro por sua atuação pela Inglaterra.
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Chocolate” e “Sombras da Noite”. Um grande currículo.
Esteja em paz, Christopher.
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LUTO | confiante”, disse. O compositor deixa três filhos: duas mulheres de 39 e 37 anos respectivamente, e um rapaz de 25 anos, além de dois netos e a esposa. O velório foi aberto ao público. Clube da Esquina:
No início dos anos 60,
Fernando Brant
conheceu o amigo Milton Nascimento. Em 1967, Milton conseguiu convencer o então hesitante Brant a escrever sua primeira letra. Era “Travessia”, composição que, no mesmo ano, ganhou o segundo lugar no II Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro, funcionando como o estopim da carreira de sucesso de Milton. Em 1969, conseguiu trabalho como jornalista na revista “O Cruzeiro”.
A travessia de Fernando
Na sexta-feira do dia 12, aos 68 anos, o Brasil
perdeu mais um ícone da música nacional. Faleceu, no Hospital das Clínicas, o jornalista, escritor e compositor mineiro Fernando Brant, depois de complicações em
Nesse mesmo ano, em Belo Horizonte, Brant e os
amigos começaram a articular o projeto que se tornaria o Clube da Esquina. A parceria com Milton, Lô Borges, Tavinho Moura e outros membros do Clube mostrou-se muito produtiva, gerando mais de 200 canções, entre as quais há clássicos como “San Vicente”, “Saudade dos Aviões da Panair (Conversando no Bar)”, “Ponta de Areia”, “Maria, Maria”, “Para Lennon e McCartney”, “Canção da América” e “Nos Bailes da Vida”, entre muitas outras.
uma cirurgia de transplante de fígado.
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O velório aconteceu no sábado dia 13, no
cemitério do Bonfim. Fernando Brant estava internado no Hospital das Clínicas da UFMG desde segunda-feira, quando se submeteu a um primeiro transplante. Após uma semana internado, ele teve que ser submetido a um segundo procedimento, mas não resistiu. Ele já havia se submetido a outra cirurgia, há dois anos, para a retirada de um tumor no órgão.
De acordo com a filha, Ana Luiza Brant, 39, a
equipe médica deu toda a assistência. “Fomos muito 28
bem tratados. Ele entrou para sala de cirurgia super
“Solto a voz nas estradas, já não quero parar.Meu caminho é de pedra, como posso sonhar”
ESSÊNCIA DO SABOR | Como fazer 1.Dissolva o caldo de galinha na água e reserve. 2.Cozinhe o brócolis no vapor e reserve. 3.Em outra panela coberta, ferva o caldo de galinha e a cebola picada por 15 minutos em fogo baixo, até que as cebolas fiquem macias. 4.Em uma panela separada derreta a manteiga e adicione a farinha e a pimenta. 5.Misture bem os ingredientes até engrossar. 6.Aqueça o leite no microondas por 2 minutos e acrescente na mistura. 7.Em seguida, acrescente o caldo de frango o brócolis, os queijos e o frango cozido à mistura da farinha, leite e pimenta.
Caldo de Frango com Brócolis e Queijo Ingredientes
8.Deixe cozinhar por alguns minutos em fogo médio, mexendo de vez em quando até engrossar. 9.Com uma faca para pão, retire a tampa e um pouco do recheio do pão até formar uma “bacia” ou “tigela”. 10.Coloque a sopa dentro e delicie. 11.Dica: você pode usar a tampa do pão para comer com a sopa.
•1 tablete de caldo de galinha •1 copo de água •1cebola em cubos pequenos
•1/4 xícara (chá) de manteiga •2 copos de leite •3 xícaras (chá) de cheddar •250 gr de queijo suiço ralado •1/2 xícara (chá) de brócolis em pedaços pequenos •3 unidades de peito de frango desossado cozido e
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•1/4 xícara (chá) de farinha de trigo
desfiado •Pimenta-do-Reino branca à gosto •1 unidade(s) de pão italiano bola 29
ESSÊNCIA DO SABOR |
Como fazer 1.Processe o amendoim até que obter uma farofa fina. 2.Cozinhe o leite condensado com a manteiga, o chocolate
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Brigadeiro de Paçoca
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em pó, o sal, o amendoim e a glucose até dar o ponto de brigadeiro. 3.Ponha a massa num prato e cubra com plástico filme em contato. Espere esfriar completamente para enrolar. 4.Enquanto isso, ponha o leite condensado cremoso num
Ingredientes
saco de confeitar e faça bolinhas numa forma forrada com
•1 xícara de amendoim tostado, sem pele e sem sal
papel manteiga. Leve ao freezer até congelar.
•1 lata de leite condensado
5.Abra o brigadeiro num formato de círculo na sua mão,
•1 colher de sopa de manteiga sem sal
depois arrume uma bolinha de leite condensado dentro
•2 colheres de chocolate em pó ou achocolatado
e enrole.
•uma pitada de sal
6.DICA: Se preferir, recheie o brigadeiro com o leite
•1 colher de sopa de glucose (opcional; a glucose evita a
condensado direto da lata, sem levar ao congelador - o
cristalização do brigadeiro, o que faz com que ele dure
problema é que dessa maneira é muito mais fácil de fazer
mais)
bagunça.
•Leite Moça cremoso para rechear
7.Termine de enrolar as bolinhas, passe na paçoca e sirva
•Paçoca para enrolar
em forminhas!
MILISTÓRIAS | GOBBO
Pode ouvir toda a agitada movimentação ao
que se espalhavam inocuamente ao seu redor.
seu redor. Sentiu quando foi embrulhada em um lençol
Uma movimentação maior gerando um som de arrastar
e levada, escada abaixo da grande mansão, para o carro
de pés indicou à morta-viva que estava chegando o
funerário, que a conduziu para o velório.
momento do enterro.
Parece que tudo já estava preparado para seu
enterro.
Ela não pode ver quando Emiliano, ajudado
por outra pessoa, pegou a tampa do caixão. Mas sentiu. O medo se transformou em pavor, à medida
Sentiu em cada fibra de seu corpo que aquele seria o
que as horas passavam. Dezenas, centenas de pessoas
momento final, pois uma vez lacrada dentro do esquife,
se aproximaram do esquife onde ela estava acomodada
sua morte estaria consumada.
entre flores de cheiro adocicado, cheiro de morte.
Sentia-se coberta por um véu que roçava seu nariz, a
Foi naquele momento crucial, e definitivo que, além
testa, os cabelos e as mãos cruzadas sobre o peito.
de todo o poder paralisante da droga maldita, a reação
O véu da morte, pensou.
ocorreu. Concentrando-se num único e extremo
esforço, a mente de Susana fez com que sua boca
A imobilidade dentro do exíguo esquife gerou
A mente humana tem poderes sobrenaturais.
um novo pavor: a claustrofobia.
abrisse e as cordas vocais emitissem um grito que mais
se assemelhou a um urro mortal.
Nunca vou conseguir sair daqui. Vão me trancar
dentro do caixão, me enterrar viva!
NÃÃÃÃÃÃÃOOOO!
Por mais que se esforçasse, não conseguia
Todas as pessoas no recinto se assustaram. O
mover nada. Seu corpo não obedecia a nenhum
que ajudava Emiliano a levantar a tampa levou tamanho
comando consciente.
susto que a tampa se lhe escapou das mãos. Emiliano,
Se eu conseguisse pelo menos abrir os olhos
também surpreso, não conseguiu sustentar sozinho a
ou dar uma piscada. As pessoas veriam que não estou
tampa, que caiu ao chão com estrondo aumentando
morta.
ainda mais a confusão que passou a imperar no recinto.
Inútil. Nem as pálpebras, nem a boca, nem um
Alguém gritou:
dedo. Imobilidade total.
— Ela não está morta não!
As horas passaram lentamente. Não se poderia
Pessoas mais atrevidas acercaram-se do esquife.
dizer que o terror, o medo, o pavor, a claustrofobia e
Entre os curiosos, um homem decidido, afastou o véu
outras sensações iam aumentando, pois tinham atingido
e levantou as pálpebras. Susana viu a face vermelha
há muito o seu clímax. Era como se o corpo de Suzana
do homem bem acima de si. Os olhos brilharam com
fosse uma pilha viva gerando essas ondas de energia,
lágrimas que brotaram espontaneamente.
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A MORTA – VIVA final
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MILISTÓRIAS | GOBBO — Ela está viva sim! Está chorando!
O pandemônio se instalou no velório. Emiliano
viu que todo seu plano fracassara e que os resultados seriam nefastos. — Me ajudem aqui, vamos tampar logo o caixão. Inutilmente tentou levantar a tampa, pois outras pessoas se interpuseram e o impediram. — Água. Tragam água! — alguém gritou.
As velas foram apagadas e afastadas. O mesmo
homem que se aproximara e vira as lágrimas nos olhos de Suzana, agora tentava levantá-la.
Ela estava ainda sob os efeitos da droga, mas
conseguia piscar e articular sons.
Foi um tanto grotesco levantar o corpo hirto e
retirá-lo o esquife. Esfregaram-lhe os pulsos, passaram água na testa. Alguém começou a massagear o peito. Medidas aleatórias e ineficazes, pois a droga ainda imobilizava o corpo.
Levada às pressas para o hospital, sob o comando
do doutor Amarildo, o mesmo que atestara sua morte, permaneceu sob observação e com medicamento anticataléptico injetado através do soro.
Somente algumas horas depois dos primeiros
sintomas de vida é que o corpo de Susana foi voltando à nº 49| Ano VIIII |ju l |ag o 2015
normalidade. Sua consciência, entretanto, não lhe faltou um só momento durante todo o tempo em que estivera aparentemente morta. Por isso, ao voltar a articular palavras, estava tão certa de que fora o marido o autor de toda a tentativa de eliminá-la, que perguntou: — Emiliano... Onde está meu marido?
Foi então que se deram conta de que a última
vez que viram o mexicano fora no velório. Depois, nunca mais foi visto em lugar algum. 32
ANTONIO GOBBO Belo Horizonte, 8 de maio de 2015
ELEIÇÕES SINDINEF |
Prezados Diretores Funerários,
Secretário - Haroldo Felício – Funerária Renascer - Belo
O SINDINEF agradece a participação de todos os
Horizonte
associados que prestigiaram, colaboraram e apoiaram o
Tesoureiro - José Afonso – Funerária Bom Jesus - Belo
processo eleitoral do ano de 2015, que teve sua eleição
Horizonte
realizada no dia 08/06/2015.
Conselheira Fiscal - Valéria Aparecida M. da Cunha -
Funerária Pirâmide - Uberlândia
Os candidatos eleitos para representar o
SINDINEF no próximo triênio 2015-2018 são: Presidente
-
Daniel
Pereirinha
–
Conselheira Fiscal - Vivianne Brasil - Funerária Metropax Preparus
– Belo Horizonte
Somatoconservação - Belo Horizonte
Conselheira Fiscal - José Dornelas de Abreu – Assistencial
Vice-Presidente - Roberto Márcio – Funerária Pax de
em Vida – Manhuaçu
Minas - Belo Horizonte
Suplente do Conselho - Marcelo Silvestre Dayrell –
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Eleições
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Funerária Curvelana – Curvelo
precisarem.
Suplente do Conselho - Luiz Antônio Rodrigues – Plano
Sim – Carmo do Rio Claro
vocês a oração que acredito ser de um verdadeiro
Suplente do Conselho - Érico Ricardo Matucuma -
Diretor Funerário:
Funerária São Francisco - Lagoa da Prata
a preparação e o vigor de um gladiador, a coragem de
Parabenizamos e desejamos sucesso à nova
um herói, a delicadeza e o cuidado de um diplomata,
Equipe do SINDINEF
a consciência e a intuição de um sábio, assim como
Afonso do Real
Agradeço a todos os associados que apoiaram
e participaram do SINDINEF nesses 06 anos de gestão em que ocupei o cargo do presidente e peço desculpas aos que não foram atendidos da forma que gostariam.
Aos nossos colaboradores, agradeço pelo
profissionalismo e comprometimento que tiveram ao longo dos anos, elevando a imagem da nossa instituição no cenário nacional.
Informo que todas as ações realizadas por nós
nesse período foram sempre prezando pela Ética e Respeito e tiveram como objetivo atender os interesses gerais da classe funerária. Durante esses anos, as ações foram desenvolvidas de forma imparcial, e a partir dessa postura foi possível, com a participação dos associados e de toda a diretoria, alcançar várias conquistas, nº 49| Ano VIIII |ju l |ag o 2015
Contemplai-me senhor para que haja em mim
diretoria eleita!
Agradecimentos do Atual Presidente Sr. José
dentre elas: compra da sede própria, participação efetiva em defesa dos planos funerários no projeto de lei sobre “Microsseguro“ e no projeto de lei sobre “Regulamentação de Planos Funerários”, realização de dois grandes eventos para interação e promoção da imagem do setor funerário, entre outros.
Sempre com a intenção de fazer o melhor para
o setor funerário, continuarei participando da diretoria na próxima gestão ocupando o cargo de tesoureiro e 34
Em forma de agradecimento, partilho com
me coloco desde já a inteira disposição de vocês no que
a calma, a paciência e a tolerância de um santo, pois acredito serem essas as qualidades essenciais de um justo, perfeito e verdadeiro Diretor Funerário. ASSIM SEJA! Meus sinceros agradecimentos. José Afonso do Real
Objetivos da Nova Diretoria triênio 2015-2018
Agradecemos
aos
associados
que
nos
apoiaram com seu voto para conquista desse objetivo e informamos que o projeto de gestão será baseado em três pilares: Profissionalização, Representatividade e Benefícios, esses pilares representam as metas a serem perseguidas durante todos os dias nos próximos três anos pela nova diretoria e por todos os colaboradores do SINDINEF.
As ações que serão propostas durante o novo
mandato têm como objetivo principal atender os interesses dos associados do SINDINEF e principalmente promover a imagem do setor funerário, demonstrando seu crescimento e organização, perante a sociedade.
Pedimos a Deus que ilumine as nossas mentes
e os nossos corações para que, com fé, sabedoria e coragem, possamos transformar as nossas ações propostas em realidade. Abraços fraternos Diretoria triênio 2015-2018
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