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Regenerar o ecossistema

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Inflamação

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PRODUÇÃO| AGRICULTURA REGENERATIVA REGENERAR O ECOSSISTEMA

A DEGRADAÇÃO DO MONTADO E O EMPOBRECIMENTO DOS SOLOS LEVARAM MIGUEL VACAS DE CARVALHO A PROCURAR SOLUÇÕES ALTERNATIVAS AO MODELO TRADICIONAL DE GESTÃO DO NEGÓCIO AGROPECUÁRIO. Por Ruminantes Fotos Francisco Marques

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Miguel Vacas de Carvalho é formado em Engenharia Agronómica pelo Instituto Superior de Agronomia e é funcionário da Herdade da Lobeira em Montemor-o-Novo. Esta herdade, que pertence à família Aleixo Paes Vacas de Carvalho, tem como negócio principal a criação de bezerros, borregos e porcos de montanheira. Da experiência do contacto diário com a exploração, Miguel foi-se apercebendo da urgência de tomar medidas para travar a degradação do montado e o empobrecimento dos solos. O conhecimento de outras realidades, um pouco por todo o mundo, permitiu-lhe encontrar exemplos bem sucedidos que o levaram a querer experimentar na Herdade da Lobeira um modelo diferente de gestão do negócio agropecuário. É o caso da abordagem mais consentânea com os princípios da agricultura regenerativa, tendo em conta a tomada de decisões holísticas pensada por Allan Savory no seu livro “Maneio holístico – Uma revolução para regenerar o nosso ambiente”. Neste livro Allan Savory explica que para que seja tomada qualquer decisão, é necessário ter em conta aspetos como o contexto sócio-económico, os processos ecológicos

Da experiência do contacto diário com a exploração, Miguel foi-se apercebendo da urgência de tomar medidas para travar a degradação do montado e o empobrecimento dos solos.

e as ferramentas disponíveis para que se possa planificar, monitorizar, controlar e replanificar (assumindo que houve erros). No caso da Herdade da Lobeira, o objetivo é tentar um equilíbrio entre a produção com o maior lucro por hectare regenerando o ecossistema.

Quando começou a utilizar os princípios do maneio holístico? Em 2017, Gonçalo Pires e eu fomos desafiados por Joaquim Mira, que já conhecia e praticava o sistema, para fazermos um curso de maneio holístico no norte de Espanha, com Gustavo Alés, presidente do Savoryhub na Península Ibérica. Quando voltámos fomos visitar o Manuel Die, agricultor que já fazia este maneio há uns anos e com quem temos aprendido muito. Com esse curso mudámos a nossa maneira de ver as coisas. Como vimos resultados positivos fomo-nos interessando sobre o tema e já fizemos vários cursos, workshops e este ano acabámos por ir à Austrália visitar explorações que praticam agricultura regenerativa. Entretanto já conhecemos Allan Savory, Joel Salatin, Darren Doherty, Charlie Arnott, David Marsh, Matthew Mckinley, Brad Collins, David Sims, Dianne Haggerty, que praticam agricultura regenerativa, alguns há mais de 20 anos. Neste momento já temos um grupo “tertúlia holística”, chamamos nós em tom de brincadeira, em que já alguns agricultores praticam este maneio com resultados muito interessantes. Pareceu-nos que esta abordagem, sendo mais amiga do ambiente e melhoradora do solo, poderá ser uma solução. É isso que queremos experimentar.

Resumidamente, em que consiste o maneio holístico? Consiste em tomar decisões tendo em conta todos os aspetos, o ecossistema e as pessoas que nele trabalham, mantendo o objetivo de maior lucro/ha. Um dos aspetos do maneio holístico é tentar imitar a natureza. Na natureza as grandes manadas de herbívoros pastoreiam com muita intensidade em determinadas áreas que depois descansam por longos períodos …

DADOS GERAIS DA EXPLORAÇÃO NOME: HERDADE DA LOBEIRA LOCALIZAÇÃO: MONTEMOR-O-NOVO ÁREA TOTAL: 1500 HA ÁREA DE REGADIO: 200 HA ÁREA DE MONTADO: 1300 HA CULTURAS: CEREAIS, FORRAGEIRAS, MULTIPLICAÇÃO DE TREVO Nº DE CERCAS: 60 Nº DE EMPREGADOS: 4 Nº BOVINOS: 550 Nº OVINOS: 550 | Nº SUÍNOS: 100

RAÇAS DE BOVINOS UTILIZADAS: MERTOLENGA, ANGUS, CHAROLÊS, LIMOUSINE IDADE AO DESMAME: 6 A 8 MESES IDADE DE VENDA: 1 A 2 MESES APÓS O DESMAME

…de tempo. Foi assim que ao longo de muitos milhares de anos se criaram os solos com elevado teor de matéria orgânica. Nós tentamos imitar esse processo dividindo áreas grandes em parcelas mais pequenas onde os animais permanecem curtos períodos de tempo.

Para implementar este sistema, que investimentos fez? Todas as mudanças devem ser lentas e graduais para os erros não nos levarem à falência. Nós começámos a experiência com um rebanho de 100 novilhas. Comprámos desenroladores de fio, vários postes isoladores, já tínhamos máquinas (tudo material Gallagher) e criámos cercas a partir das que já existiam. Ao confinar os animais a 1/10 da área habitualmente disponível, percebemos que a mesma cerca permitia o pastoreio por mais tempo, por haver menos desperdício e mais crescimento de erva nas cercas sem animais. Então estendemos este regime aos outros rebanhos. Percebemos então, ao fim de algum tempo, que a melhor solução, para ter menos trabalho, seria juntar as vacadas. Assim ficámos com o mesmo número de cercas, já existentes, mas em vez de ter três rebanhos temos apenas um que passa pelas cercas todas. Os resultados têm sido muito encorajadores pois temos vindo a reduzir os custos da suplementação das vacas (os dados ainda são prematuros mas diria que entre 10 a 20%). No 3º ano investimos em mais cercas elétricas fixas que ficaram pagas pela redução dos custos. O baixo custo das cercas elétricas é determinante para conseguirmos fazer este tipo de maneio. A questão do abeberamento também teve de ser revista e tivemos de aumentar o numero de bebedouros e o caudal instantâneo. Muitas vezes fizemos as cercas a desembocar num bebedouro já existente.

O que mudou na exploração? A meu ver, a grande mudança está na mentalidade. Temos de regenerar o nosso ecossistema. Assistimos a uma apresentação de Charles Massy, que referiu que no projeto Drawdown uma equipa de cientistas apresenta soluções para o aquecimento global. Nas top 20 medidas, 10 são práticas de agricultura regenerativa. Isto fez-nos perceber que, por trabalharmos neste ramo, temos a possibilidade de contribuir para esta mudança positiva.

Neste sistema faz-se alguma mobilização de solo? A mobilização é uma das ferramentas que dispomos e faz-se quando necessário, sendo sempre a última opção. Os 5 princípios da agricultura regenerativa são: - minimizar ou eliminar as mobilizações; - manter a superfície do solo coberta todo o ano; - biodiversidade vegetal e animal; - raízes vivas o máximo de tempo possível; - impacto animal Gabe Brown, agricultor norte americano, conseguiu ao fim de 20 anos, aumentar a matéria orgânica de 1,7% para 6% e, consequentemente, aumentar a capacidade de infiltração de água no solo de 12mm/ hora para 10 vezes mais em 20 anos. Segundo este agricultor, a capacidade que o solo tem de conseguir infiltrar e armazenar a água, é conseguida em maior grau através do aumento da matéria orgânica (MO), do que da quantidade de água por ele recebida. Assim sendo, utilizamos a técnica de sementeira direta de forma a evitar as mobilizações e aumentar a matéria orgânica.

"ESTAMOS FOCADOS EM MELHORAR O SOLO, QUE É A BASE DE TUDO O RESTO."

"Deve-se monitorizar o maneio colocando um marcador nas plantas e nas arvores, fotografá-las, e ir percebendo com o tempo o que está a acontecer."

“Melhorando a vida no solo aumentamos a velocidade da decomposição do esterco dos animais, aumentado a MO. Esta fotografia mostra bem a cobertura do solo que queremos ter. ”

"UM DOS PRINCÍPIOS DA AGRICULTURA REGENERATIVA É MANTER O SOLO SEMPRE COBERTO."

As infestantes continuam a ganhar terreno? Segundo Nicole Masters, agroecologista, devemos tomar decisões olhando para o que queremos e não para o que não queremos. Ainda há uns meses, um agricultor da “Tertúlia Holística” que tem uma exploração de vacas leiteiras, notou que quando as vacas entravam numa determinada cerca, com muitas plantas de uma determinada espécie “infestante”, a produção de leite aumentava 10%. Curioso com a situação, fez uma análise a essas plantas e ficou a saber que têm um teor de proteína muito elevado. Portanto, eu já não sei se são infestantes ou não. Noto, por exemplo, que muitas vacas comem os cardos em flor. Os cardos tem uma raiz muito profunda que estará, certamente, a melhorar o solo.

Tem medido o impacto deste maneio na matéria orgânica (MO) do solo? Ainda não, mas no futuro gostaria de medir de dois em dois anos por exemplo.

Aplica menos adubo nas searas? Não, continuamos a aplicar o mesmo adubo que sempre aplicámos. Contudo, na Austrália aprendemos soluções que poderão ser eficazes para diminuir a sua utilização. Quando visitámos agricultores de uma associação,VicNoTill, Matthew Mckinley e David Sims, percebemos que há outras maneiras de produzir. O seu foco é sempre aumentar o lucro por hectare, criando um sistema mais resiliente à seca ou ao excesso de água.

Passaram a semear menos área de fenos? Fazemos questão de ter sempre assegurada comida para dois anos. O que fizemos foi aumentar a área de armazenamento.

Após três anos, que diferença têm no número de animais por hectare? Já não falamos em número de animais/ ha, falamos em número de animais (cabeça normal - CN) /ha/dia, visto que também é considerado o número de dias em que os animais estão na cerca. Atualmente estamos com números de 50 a 70 CN/ha/dia. O agricultor da exploração de vacas leiteiras da “Tertúlia Holística” já conseguiu 1200 CN/ha em 3 horas sem sacrificar a produção. Resumindo, é possível, sem perda de produção, ter 1200 cabeças a pastar em apenas 1 hectare desde que o tenpo de permanência seja adequado.

Que alterações fizeram na exploração? Juntámos rebanhos, fizemos cercas, aumentámos os bebedouros. Hoje em dia temos cerca de 60 cercas que variam entre os 15 e 30 ha. A ideia é continuar a dividir para aumentar o impacto animal num curto período de tempo permitindo ter grandes períodos de descanso das parcelas.

Como determina o número de dias em que as vacas estão em cada parque? No primeiro ano dividíamos as cercas de forma a que os animais estivessem apenas 3 dias por parque. Hoje em dia, dependendo da altura do ano, como já temos cercas fixas mais pequenas, o que fazemos é retirar os animais quando queremos. Neste momento não obrigamos as vacas a comerem a parte inferior da planta pois, sendo a menos nutricional, poderíamos estar a condicionar a sua condição corporal. Pensamos que assim é a melhor opção, nesta altura do ano. …

"Hoje temos 60 cercas, que variam entre 15 e 30 hectares. Queremos dividir mais algumas cercas", diz Miguel.

“O próximo passo é juntar os porcos ao rebanho” diz Miguel, a rir. O meu pai até fica com os cabelos em pé”.

…Em quanto aumentou o efetivo desde que implementou este maneio? Em 10%, quer nas vacas, quer nas ovelhas. Isto poderia significar que tínhamos um encabeçamento baixo, mas o que realmente me alegra não é ter aumentado o encabeçamento, é sim ter diminuído o número de dias que dou de comer aos animais “à mão”. Este é um bom indicador de que o sistema tem resultado e é rentável, porque é na alimentação suplementar das vacas que está o grande gasto, no nosso caso cerca de 1,5€/animal/dia. Para nós o segredo está no número de cercas. Quanto mais, melhor, até um limite, claro.

Introduziu as ovelhas no rebanho das vacas. Porque o fez? Quando visitámos o agricultor australiano Charlie Arnott vimos vacas e ovelhas a pastar juntas. Achei piada e quisemos experimentar. No princípio os animais estranharam, mas uma semana depois já estava tudo bem. Neste momento estão separadas para facilitar o maneio nos currais mas assim que for possível, voltamos a juntá-las. Da pouca experiência dos rebanho juntos, 2 meses, só retirei uma conclusão, parece haver mais facilidade de entreajuda entre os dois funcionários responsáveis pelas vacas e pelas ovelhas. A vistoria a todos os animais e às cercas é sempre feita por duas pessoas. Pareceu-me uma boa técnica e é para continuar.

O solo fica mais despido pelo facto de as ovelhas comerem as plantas até mais abaixo? Nós é que controlamos a cobertura do solo. Há duas linhas de pensamento neste sistema. Jaime Elizondo defende que os animais devem comer tudo até ao fim, comendo sem seletividade. Greg Judy e Gabe Brown defendem que a condição corporal está em primeiro lugar, pois é onde se ganha dinheiro. Contudo, o que já verificámos é que se “obrigarmos” os animais a comer tudo até ao fim a condição corporal piora e não temos a cobertura do solo desejada. Ainda estamos a aprender, depende da altura do ano, do objetivo, do tipo de animais, etc.. Este ano, por exemplo, de meados de março até meados de maio experimentámos mudar os animais todos os dias. Reparámos que mal se notava o que comiam e ao fim de 30 dias o coberto vegetal recuperou por completo.

Em termos de saúde animal, melhorou algum aspeto? Também com um pensamento ecológico retirámos os desparasitantes internos e no futuro, se calhar, os externos. O que não invalida que o façamos quando um animal necessite. A ideia é desparasitar só os que estão parasitados, com estas mudanças frequentes ajudamos a que não se parasitem. Além disso, o facto de ter várias espécies animais a pastar juntas também ajuda no controlo de parasitas, visto que alguns parasitas são específicos de cada espécie e, ao passarem no tubo digestivo da espécie que não é hospedeira são inativados.

Que cercas utiliza? Só usamos cercas eléctricas marca Gallagher. No princípio fazíamos apenas com um

"AS CERCAS ELÉTRICAS, IMPRESCINDÍVEIS PARA ESTE SISTEMA, SÃO MAIS BARATAS E MAIS FÁCEIS DE MONTAR DO QUE AS CONVENCIONAIS DE REDE."

Carlos Grulha, funcionário da Herdade da Lobeira, prefere as eletrificadoras alimentadas por painel solar por serem mais práticas. “Se houver uma fuga não preciso de ir à origem e inspecionar o arame todo.” Geralmente as eletrificadoras ligadas à corrente estão alguns quilómetros afastadas do local em questão.

Cerca elétrica de 3 arames e alturas diferentes, preparada para o rebanho misto de vacas, ovelhas e porcos.

COMPONENTES DUMA CERCA ELÉTRICA Eletrificadora: transforma a corrente elétrica em impulsos elétricos espaçados no tempo. Pode ser alimentada a corrente elétrica, a bateria ou a painel solar. Condutor: transmite impulsos de energia ao longo de todo o comprimento da cerca (arame, fita, corda, etc.) Postes: permitem fixar os condutores Isoladores: isolam os impulsos de energia dos postes de forma a que a energia não flua para o terreno.

“NO NOSSO CASO, POR CADA DIA QUE CONSEGUIRMOS REDUZIR A COMIDA À MÃO, POUPA-SE APROXIMADAMENTE 750€."

arame a 90 cm de altura que para as vacas é suficiente. Agora com vacas e ovelhas fazemos com 3 arames a 25, 50 e 90 cm.

Que recomendações faz a quem vai começar? Primeiro, que veja o seu contexto e que se informe sobre o tema. A mudança de mentalidade é fundamental. Depois, que vá testando com uma cerca elétrica móvel e à medida que vai vendo alguma evolução, ir passando para cercas elétricas fixas. Mudanças lentas e graduais e ir aumentando o número de cercas a pouco e pouco, ou juntar rebanhos.

Como é a alimentação das cercas? É feita por eletrificadoras que podem estar ligadas à corrente elétrica ou serem alimentados por baterias ou painéis solares. Aqui usamos os dois sistemas. Com as de painel solar, se houver uma fuga de energia é mais fácil inspecionar porque são geralmente distâncias mais curtas. A reparação e manutenção das cercas elétricas é muito reduzida.

Há algum sistema que avise em caso de falha? Sim. A electrificadoras I-series da Gallagher têm um sistema que envia mensagens permitindo saber instantaneamente em que setor temos a fuga. Contudo não há melhor que todos os dias, quando estamos a ver os animais, verificar a voltagem.

Que vantagens têm as cercas elétricas? São muito mais funcionais e baratas do que as convencionais de rede, pois não são tão exigentes em material e mão-de-obra.

Como é feito o abastecimento de água às cercas? Todas as cercas já tinham água. Ao aumentarmos o numero de cercas, tentámos colocar o bebedouro a dar para as cercas adjacentes. Em alguns casos aumentámos o número de bebedouros e noutros aumentámos o caudal. A grande maioria dos bebedouros são fixos, mas temos alguns móveis.

Qual é objetivo da exploração para os próximos anos? Aumentar o lucro/ha regenerando o ecossistema.

Qual é o critério de refugo das vacas? Por idade e por problemas de fertilidade (se não pariu na época anterior). No futuro vai ser, através de ecografias, refugar se não estiver gestante.

Qual o critério em termos de genética? As nossas vacas são F1 e F2 de Mertolengas com Limousine e Charolês. Escolhemos novilhas filhas das vacas com melhores intervalos entre partos. A ideia é ter vacas cruzadas com sangue de raça exótica e de raça autóctone (rústica e adaptada às nossas condições), e ter touros puros de raças exóticas. Olhando “holisticamente” para o negócio agropecuário, os produtores têm que produzir o que os compradores querem comprar.

O que conseguiu melhorar com este maneio? Conseguimos diminuir os custos com a alimentação. No nosso caso, por cada dia que conseguimosm reduzir a "comida à mão", poupa-se aproximadamente 750€. O tempo necessário para ver os animais também diminui. Utilizamos menos desparasitantes. Os animais estão mais dóceis, não sei se devido à descorna ou às mudanças frequentes de cerca. Por último, parece-nos, pois ainda só temos 3 anos de experiência, que o renovo vinga melhor com este maneio.

Terminámos a entrevista com este comentário do Miguel: "Nada disto teria sido possível sem a permissão e a flexibidade do gestor Pedro Vacas de Carvalho, e sem a colaboração do Carlos Grulha que se mostrou sempre disponível para aprender e para aceitar a mudança, o que nem sempre é fácil."

LIVROS E/OU PALESTRAS PARA VER NO YOUTUBE • Allan Savory - Livro: "Holistic Management"; • Joel Salatin - Livros: "Folks this ain’t normal"; "Everything I want to Do is Illegal" • Gabe Brown - Livro: "Dirt to Soil". • Nicole Masters - Livro: "For the Love of the Soil". • Charles Massy - Livro: "Call of the reed Warbler". • Greg Judy - Livro: "No Risk Ranching: custom grazing on leased land". • Jaime Elizondo - Livro: "Regenerative Ranching: Maximum sustainable profit by ranching in nature’s image". • Jim Gerrish - Livro: "Kick the Hay Habit". • Walter Jehne "Supporting the soil carbon sponge". • Chistine Jones "Livro: "Meeting the challenge for change". • Associações Australianas VicNoTill | Soils for Life.

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