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Rede de informação BovINE
by RUMINANTES
MANTER AS VITELAS COM AS MÃES
PROJETO PIONEIRO EM ISRAEL Uma exploração industrial de leite no sul de Israel iniciou um projeto pioneiro, que pretende manter as vitelas (fêmeas) junto das mães após o nascimento. A habitual separação das crias das suas mães tem sido alvo de muitas criticas por parte da opinião pública e ativistas dos direitos dos animais, que consideram esta separação de “cruel” e causadora de stress. Segundo a notícia, publicada no site da Times of Israel, a exploração onde será iniciado este projeto, com 360 vacas e uma média de 150 partos por ano, pretende iniciar este projeto de forma gradual durante o próximo ano. Os vitelos do sexo masculino continuarão a ser separados das mães e enviados para uma engorda, mas as fêmeas permanecerão junto das mães durante 3 a 6 meses até ao desmame, separandose depois naturalmente. Os responsáveis da exploração estão conscientes que perderão o leite que a cria ingere da sua mãe. No entanto, a expectativa é que, conforme alguns estudos, as vitelas alimentadas pelas suas mães acabem por ser vacas mais saudáveis e melhores produtoras do que aquelas que são separadas após o nascimento. Além disso, os atuais custos para manter as vitelas num espaço à parte também são significativos. Assim, os responsáveis pela iniciativa esperam que este projeto seja um sucesso e que no longo prazo as vantagens ultrapassem os potenciais custos.
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SUSTENTABILIDADE REDE BovINE A REDE DE INOVAÇÃO TRANSEUROPEIA PARA A CARNE DE BOVINO FOI RECENTEMENTE ESTABELECIDA ENTRE 10 ESTADOS DA UE PARA SE FOCAR NAS NECESSIDADES DE 255.000 AGRICULTORES QUE CONSTITUEM O SETOR EUROPEU DE PRODUÇÃO.
Adaptado por : Revista Ruminantes Artigo completo em www.revista-ruminantes.com
Oprojecto BoViNE tem como objectivo principal fornecer e disseminar os instrumentos necessários para que se garanta a sustentabilidade da produção de carne de bovino na UE. Isso será conseguido pela estimulação e promoção do intercâmbio de conhecimentos e de boas práticas, bem como a integração da investigação aplicada e de procedimentos inovadores exequíveis, a um nível regional, nacional e internacional, por todos os parceiros relevantes no sector europeu de carne de bovino.
PARCEIROS EM PORTUGAL Em Portugal, vários parceiros atuam a níveis diferentes neste projeto europeu. Dois estarão mais intimamente ligados à parte da investigação, à identificação das necessidades e à validação das boas práticas. São eles a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa e ainda o Agrupamento de Produtores de Bovinos Mertolengos. Outros estarão mais virados para a divulgação, como é o caso da Ruminantes. Outras organizações, como a IACA, a Confagri o GPP e várias Associações de produtores, já mostraram interesse em colaborar.
O QUE É O BOVINE REGIONAL NETWORK PORTUGAL (BRNP)? O BovINE Regional Network Portugal é uma rede que assenta numa abordagem de multiactores envolvidos na produção de bovinos de carne e que exige uma cooperação focada entre todos os parceiros do sector, para facilitar o intercâmbio de conhecimentos e a aceitação e implementação das soluções co-criadas.
QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DO BRNP? O BovINE Regional Network Portugal tem como objectivo fomentar a inovação, através da troca de conhecimento e da integração dos resultados da investigação no sector da produção de bovinos de carne, enquadrados nas seguintes áreas temáticas: resiliência socioeconómica, saúde e bem-estar animal, eficiência da produção e qualidade da carne, sustentabilidade ambiental.
QUE BENEFÍCIOS TEM AO MANTER-SE LIGADO AO BRNP? • Fazer parte de uma network muito mais abrangente, que inclui muitíssimos actores ligados à produção de bovinos de carne em toda a Europa. • Poder vir a associar-se às actividades e estudos relacionados com a aplicação de práticas inovadoras na produção de bovinos de carne. • Poder indicar necessidades/constrangimentos à produção, decidir sobre necessidades de investigação e identificar boas práticas associadas à produção de bovinos de carne. • Poder partilhar e receber conhecimento e experiência durante as actividades do Network. • Ter livre acesso on-line ao BKU Bovine Knowledge Hub (Repositório de informação técnica e científica).
Mais informação em: www.bovine-eu.net. | Contacto: George Stilwell | Email: stilwell@fmv.ulisboa.pt
REVISTA 'ANIMAL'
VAI TER ACESSO LIVRE EM 2021
A publicação cientifica mensal “Animal” celebrou um acordo com a Elsevier do qual faz parte a abertura ao acesso livre a partir de janeiro de 2021. Esta revista publica cerca de 250 artigos revistos por pares por ano, abrangendo os mais diversos temas: genética, fisiologia, nutrição, comportamento e bem-estar animal, saúde, produção e qualidade alimentar de produtos de origem animal. A decisão de abrir o acesso aos leitores, segue a tendência recente no universo deste tipo de publicações cientificas. Além do leitor, a mudança para este tipo de acesso beneficia também investigadores, institutos de investigação e indústria. Ao tornar os artigos disponíveis para o publico, aumenta o número de leitores aumentando consequentemente a visibilidade e a aplicabilidade dos estudos científicos de qualidade. Esta mudança pretende ainda reforçar também a posição da animal no seu campo.
SUPLEMENTOS DE ALGAS
REDUZEM AS EMISSÕES DE METANO
Uma nova investigação, publicada no Journal of Cleaner Production, demonstra que a suplementação das dietas de bovinos com algas vermelhas, pode reduzir as emissões de metano em cerca de 98%. Uma equipa de investigação da Organização de Ciência e Pesquisa Industrial da Commonwealth (CSIRO), avaliou a suplementação da alimentação de bovinos de carne em feedlot com algas vermelhas. O estudo foi realizado em bovinos da raça brahmanangus, alimentados com uma dieta rica em cereais. Esta dieta foi suplementada com algas vermelhas da espécie Asparagopsis taxiformis e administrada a diferentes grupos em diferentes concentrações de 0.05%, 0.10%, e 0.20% e um grupo de controlo. Genericamente, verificou-se uma diminuição das emissões de metano que se tornou mais significativa à medida que a concentração do suplemento aumentou. Adicionalmente, o grupo que consumiu a dieta com maior concentração do suplemento teve maiores ganhos médios diários de peso e um melhor índice de conversão, sem efeitos negativos. Após o abate, a carne dos animais foi também avaliada relativamente à qualidade, e testada para a presença resíduos de bromofórmio. A qualidade da carne foi classificada como excelente e não foram detetados quaisquer vestígios de bromofórmio. Além dos benefícios ambientais decorrentes da redução das emissões, o estudo demonstrou um aumento da produtividade sem prejuízo da qualidade da carne e sem efeitos negativos. No entanto serão necessários mais estudos para avaliar este tipo de suplementação noutros sistemas de produção, e em animais alimentados com forragens.
Aumente até aos 6% de açúcares na matéria seca da dieta e aumente a produção das suas vacas!
Melhora o rendimento
Aumenta a produção Melhora a qualidade do leite
Redução do pó e da escolha dos animais nos comedouros
Diminuição do risco de acidose ruminal
Fonte de energia imediata
Aumento da ingestão de matéria seca
Melhora a digestibilidade da fibra
www.edfman.com
Av Antonio Serpa, 23-7º 1 050-026 Lisboa Telef: +351 21 7801 488 Fax: +351 21 7965230 Email: lisbon@edfman.com
VITAMINA E
NATURAL VERSUS SINTETIC
De acordo com um novo estudo desenvolvido pela dinamarquesa Aarhus University, bovinos de leite alimentados com erva rica em vitamina E apresentam melhores níveis desta vitamina no leite, em comparação a bovinos alimentados com alimentação com vitamina E sintética (all-rac-a-tocopherol acetate). A vitamina E é um importante antioxidante, impedindo a oxidação de do leite e da carne. Esta vitamina tem também um papel importante na resposta imunitária. O estudo, publicado na revista Food Chemistry, pretendeu avaliar a excreção no leite das diferentes apresentações de vitamina E. Para esse efeito, os animais em estudo receberam uma injeção intramuscular de 2,5g vitamina E sintética contendo 8 formas, entre as quais uma forma de vitamina E natural. Posteriormente, a excreção das diferentes formas no leite foi avaliada ao longo de 11 dias. Concluiu-se que a excreção de vitamina E natural foi de 16.3%, um valor superior ao da vitamina E sintética que no total foi excretada numa percentagem entre 6 e 7%. Este estudo demonstra uma clara discriminação entre as formas natural e sintética da vitamina E no leite e plasma de bovinos de leite. Assim, para um leite com maior teor de vitamina E a solução poderá passar por alimentar as vacas com alimentos que contenham a sua forma natural como a erva e silagem de erva.
ESTRATÉGIA GERA CONTROVÉRSIA
DO PRADO AO PRATO OS AGRICULTORES PRECISAM DE MAIS COOPERAÇÃO EM VEZ DE MAIS REQUISITOS.
Em maio passado foi lançada a nova Um dos pontos potencialmente problemáticos estratégia “do prado ao prato” e de apontados pela FEFAC (Federação Europeia biodiversidade da União Europeia. dos Fabricantes de Alimentos Compostos Desde então, o setor da agricultura para Animais) foi o objetivo de incentivar um e da produção de alimentos para aumento de produção de proteínas vegetais animais tem vindo a manifestar alguma e alternativas às proteínas de origem animal. preocupação com os objetivos anunciados. A organização relembrou que os animais de
A estratégia anunciada pretende reduzir as produção têm também um papel fundamental emissões de carbono bem como a utilização na economia circular e na conversão de de antibióticos e fertilizantes. Paralelamente, matérias primas não edíveis em alimentos na atual conjuntura da pandemia causada como o leite, carne e ovos, bem como na pelo novo coronavírus, a Comissão produção de fertilizantes naturais.
Europeia tentou reforçar a necessidade de Também o Copa-Cogeca (Comité das construir uma cadeia alimentar resiliente organizações profissionais agrícolas -Comité e sustentável. A estes pilares junta-se a geral da cooperação agrícola da União garantia de segurança alimentar para o Europeia) manifestou preocupações com consumidor. Alguns dos objetivos a alcançar o documento, principalmente no que diz até 2030 incluem: 50% de redução no uso de respeito a medidas de apoio aos produtores pesticidas, 20% de redução na utilização de em situações de crise, como a atual fertilizantes, 50% de redução na utilização provocada pela COVID-19. Esta preocupação de antibióticos na produção animal e a levou o presidente desta entidade, Joachim conversão de 25% do terreno agrícola em Rukwied, a afirmar que os agricultores produção biológica. precisam de mais “cooperação em vez
Embora estejam de acordo com alguns dos de mais requisitos” e que os “agricultores objetivos, os agricultores temem que em vez não devem sustentar sozinhos os custos de resiliência, alguns dos objetivos aumentem da proteção ambiental” o que na sua ótica a dependência em relação a países terceiros conduzirá ao abandono da produção e a mais com o consequente aumento de importações. produção importada fora da EU.
ZOOPAN LANÇA GEL HIDRO-ALCOÓLICO
PANDERM POWER No ano em que assinala 40 anos de história a empresa Zoopoan uma empresa do Grupo Lusiaves, acaba de lançar um novo produto de higienização de mãos - o Panderm Power que coloca esta organização na linha da frente na disponibilização de soluções higienizantes. Desenvolvido e produzido 100% em Portugal, o Panderm Power é um gel hidro alcoólico porque contém 70% de álcool e peróxido de hidrogénio e apresenta uma viscosidade ajustada à correta dispersão nas mãos e uma secagem rápida, deixando uma sensação de hidratação na pele. Este produto foi desenvolvido seguindo todas as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) no sentido de ser um produto português que está disponível no mercado para combater o risco de contágio por Covid 19 e outros. Neste momento, a Zoopan optou por colocar o produto à venda em embalagens de 500 ml e de 5 litros, e estão a ser estudadas outras quantidades.
BORREGOS APP. É MAIS FÁCIL EMITIR GUIAS DE CIRCULAÇÃO PARA PEQUENOS RUMINANTES.
A tarefa de emitir guias de circulação para pequenos ruminantes está muito facilitada, desde o lançamento da aplicação “Borregos”. Comece por instalar a aplicação no seu browser (Google Chrome ou Microsoft Edge). Depois, sempre que emitir uma guia no portal do IFAP, deverá proceder Investigadores da Estación Experimental del Zaidín (CSIC) afirmam que a inoculação com fluido ruminal pode otimizar o processo de desmame em caprinos. Os ruminantes nascem com um rúmen pouco desenvolvido e o seu desenvolvimento pode ser limitado nas condições em que normalmente são criados, com recurso a leite de substituição e um desmame precoce. Neste estudo, 4 tratamentos foram administrados do dia 1 à semana 11, a 8 cabritos recém-nascidos: fluido ruminal autoclavado (AUT), fluido ruminal fresco obtido de animais alimentados com foragem (RFF) ou concentrado (RFC) e um grupo de controlo sem inoculação (CTL). Durante o estudo os cabritos tiveram acesso ad libitum a um leite de substituição, a concentrado starter e a feno-silagem. Semanalmente foram colhidas amostras de sangue e a fermentação microbiana ruminal foi monitorizada às cinco, sete e nove semanas de idade (prédesmame, desmame e pós-desmame). como sempre fez mas, no momento em que começaria a demorada tarefa de selecionar os animais, deve submeter um simples ficheiro Excel com as marcas auriculares a movimentar. Em segundos, a extensão faz esse registo. A aplicação está disponível
gratuitamente em https://gadoges.com. Este estudo demonstrou que a inoculação de cabritos jovens com fluido ruminal fresco proveniente de adultos, acelerou o desenvolvimento do rúmen e facilitou a sua colonização precoce com protozoários. Estes animais apresentaram um maior consumo de alimentos sólidos, uma maior concentração de amónia no rúmen, maior percentagem de ácidos gordos voláteis e menor consumo de leite ainda durante o pré-desmame. Além disso, esta intervenção minimizou o choque habitualmente causado pelo desmame uma vez que os animais a quem foi administrado o inoculado de fluido ruminal fresco não sofreram um atraso no crescimento além da primeira semana pós-desmame. Na semana 8 os animais dos grupos RFF e RFC apresentaram ganhos médios diários 2,2 vezes superiores e uma eficiência alimentar 3,7 vezes superior aos restantes. Já a inoculação com fluido ruminal autoclavado não revelou efeitos benéficos significativos comparativamente ao grupo de controlo.