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| CÉLULAS ESTAMINAIS 5 CASOS QUE COMPROVAM A UTILIDADE CLÍNICA |
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NÚMERO 305 MENSAL MAIO 2020
PLANO DE
PERDA DE
PESO
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AMOR PÓS-PANDEMIA
VOLTARÁ A SER COMO ANTES?
COMO CUIDAR DA
SAÚDE PSICOLÓGICA DE TODA A FAMÍLIA
VACINA
ANTIPNEUMOCÓCICA
MAIS NECESSÁRIA DO QUE NUNCA
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MAIO 2020 • COMO CUIDAR DA SAÚDE PSICOLÓGICA DE TODA A FAMÍLIA
CRIE A SUA PRÓPRIA DIETA
MIL E UMA APLICAÇÕES
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[SUMÁRIO SAÚDE] ESPECIAL EMAGRECER
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Plano de perda de peso
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Crie a sua própria dieta
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Selénio e zinco: poder antioxidante
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Vegetais: frescos ou congelados?
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Reforçar o sistema imunitário, a energia e a resistência
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Doenças do aparelho digestivo: avanços recentes
ESPECIAL EMAGRECER ESPAÇO VIDA SAUDÁVEL
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NUTRIÇÃO
Textos redigidos ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico
ESPAÇO AMPLIPHAR
PNEUMOLOGIA
GASTRENTEROLOGIA
Doentes respiratórios e Covid-19: haverá sequelas? É impossível dizê-lo...
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ALTERNATIVAS Plantas medicinais: mil e uma aplicações
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ESPAÇO BIOCODEX
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Desconforto do trato urinário?
24
“ Estou com dor de dentes! E agora?”
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Dor e inflamação bucal
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10 conselhos para o bem-estar psicológico dos diabéticos
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Diabéticos constituem um grupo de risco altamente vulnerável ao Covid-19
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Doenças cardiovasculares e Covid-19
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Hipertensão arterial e insuficiência cardíaca: relação perigosa
36
Doentes respiratórios e Covid-19
MEDICINA ORAL
MEDICINA ORAL DIABETOLOGIA
ESPAÇO AMPLIPHAR
CARDIOLOGIA CARDIOLOGIA
ESPECIAL EMAGRECER Plano de perda de peso
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PNEUMOLOGIA PNEUMOLOGIA
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Vacina antipneumocócica salva vidas
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Células estaminais: 5 casos de sucesso
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Conhece os seus filhos?
46
Amor pós-pandemia
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Saúde psicológica e bem-estar emocional durante a pandemia
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Plantas medicinais
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Feng Shui: 20 dicas
ESPAÇO CRIOESTAMINAL
INFÂNCIA SEXOLOGIA PSICOLOGIA
ALTERNATIVAS ALTERNATIVAS BELEZA
58
Dicas caseiras para cuidar do corpo
PSICOLOGIA Saúde psicológica e bem-estar emocional durante a pandemia
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FITNESS
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Diga não ao sofá!
As rubricas designadas por ESPAÇO são da exclusiva responsabilidade das empresas, marcas ou autores mencionados. Estatuto editorial em www.saudebemestar.com.pt
Apesar dos tempos exigentes que estamos a atravessar,
MANUELA MORAIS, presidente da Direção Nacional da Alzheimer Portugal, a propósito da iniciativa Café Memória em formato online
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com demência e os seus cuidadores e familiares
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não perdemos a determinação de apoiar as pessoas
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[SAÚDE OBSERVAÇÃO]
NÃO COVID-19
ORDEM DOS MÉDICOS PREOCUPADA
O
COMBATE À PANDEMIA DA COVID-19 obrigou a uma reorganização dos hospitais e centros de saúde, o que passou pelo adiamento de exames, consultas e cirurgias programadas. A própria Ordem dos Médicos recomendou, desde o primeiro momento, que fosse feita a reprogramação das agendas, salvaguardando os casos prioritários ou urgentes. Agora, a entidade que regula a prática médica em Portugal afirma-se, em comunicado de 9 de abril, preocupada com a falta de resposta a doentes prioritários não COVID-19. “Os indicadores que nos chegam sobre o excesso de morbilidade e mortalidade e algumas situações concretas de doentes mostram que, infelizmente, os doentes não COVID-19, por falta de estratégia e organização da tutela, estão a ser relegados para segundo plano em patologias que não podem esperar. Por exemplo, o diagnóstico, tratamento e/ou seguimento com exames complementares de doentes oncológicos, de doentes transplantados ou a aguardar transplante, de doenças neurológicas, de outras doenças crónicas como doenças autoimunes, insuficiência cardíaca, DPOC, doenças inflamatórias intestinais, insuficiência renal, diabetes, etc., doenças que podem descompensar rapidamente, em doentes com medo da COVID-19 e sem alternativa fácil a cuidados de saúde”. “Temos noção que numa pandemia como a que estamos a viver é impossível conseguirmos manter toda a atividade normal e responder aos
doentes com COVID-19 no SNS. Mas também não podemos aceitar que se esteja a fazer uma gestão meramente política desta pasta, em que parece que só os números da pandemia importam e todas as outras doenças e mortes deixaram de existir”, afirma Miguel Guimarães, o bastonário da Ordem. O responsável recorda que muitos dos exames complementares de diagnóstico e terapêutica de doentes do SNS, fundamentais para diagnóstico, estadiamento e tratamento de várias doenças, eram feitos através de convenções com os setores privado e social, que também viram a sua atividade reduzida com encerramento total ou parcial de várias unidades de saúde. “Isto significa que nos próximos meses podemos ser confrontados com diagnósticos tardios, por exemplo de casos oncológicos, com impacto na possibilidade de tratamento e de cura”. “É urgente que o Ministério da Saúde crie uma task-force (...) que monitorize com muita transparência e seriedade o que está a acontecer aos outros doentes e que faça contactos diretos para que ninguém fique perdido. Os danos que a COVID19 está a infligir na nossa sociedade já são suficientemente cruéis para podermos aceitar ainda mais danos colaterais”, reforça o bastonário. Miguel Guimarães lamenta que "a tutela não tenha acolhido a proposta da Ordem dos Médicos, feita logo no início de março, de ter hospitais públicos e privados ou áreas específicas bem delimitadas dentro dos mesmos apenas dedicados à COVID-19, até para reforçar a confiança dos outros doentes".
RADIOLOGISTAS PREOCUPADOS Os Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT) da área de Radiologia estão preocupados com a exposição radiológica nos hospitais de campanha, recentemente instalados, bem como com a carência de equipamentos portáteis de aquisição de Imagem para fazer face aos planos de contingência à COVID19. A radiação ionizante não é inócua e estes técnicos, representados pelo sindicato e associação do setor, temem que, fruto das caraterísticas das próprias estruturas provisórias, a exposição à radiação não esteja controlada.
UROLOGISTA PIONEIRO José Sanches de Magalhães é o primeiro urologista, em Portugal, a disponibilizar uma técnica inovadora e minimamente invasiva para o tratamento da hiperplasia benigna da próstata. O procedimento é realizado no Instituto de Terapia Focal da Próstata. Tratase da inovadora técnica Rezüm, que utiliza a energia convectiva do vapor de água para destruir o tecido obstrutivo que causa os sintomas associados à HBP, uma doença que afeta 50% dos homens a partir dos 60 anos e cerca de 90% dos homens a partir dos 80 anos.
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Os danos que a COVID-19 está a infligir na nossa sociedade já são suficientemente cruéis para podermos aceitar ainda mais danos colaterais
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5 WIN-FIT Melatonina Ampliphar PUB 1
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[ESPECIAL EMAGRECIMENTO] UMA DIETA ADEQUADA E A ADOÇÃO DE HÁBITOS DE VIDA SAUDÁVEIS SÃO ESTRATÉGIAS INDISPENSÁVEIS NO TRATAMENTO DO EXCESSO DE PESO E DA OBESIDADE. DE OUTRO MODO, O RISCO DE RECUPERAR OS QUILOS PERDIDOS É, INFELIZMENTE, MUITO ELEVADO.
PLANO DE
PERDA de
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ARA OS ENDOCRINOLOGISTAS, não existe uma dieta “standard”: há que definir o perfil da pessoa com excesso de peso ou obesidade e estabelecer o tratamento, que é sempre específico para cada caso. Há, igualmente, que procurar o momento adequado e estabelecer objetivos realistas: é melhor pequenas perdas de peso, capazes de serem mantidas, do que grandes perdas, com o inevitável risco de recuperação rápida dos quilos. Afinal, já se demonstrou clinicamente que perdas de peso de 5 a 10% são suficientemente importantes para reduzir o risco de sofrer doenças associadas ao excesso de peso e obesidade.
PESO
ESTABELEÇA OBJETIVOS REALISTAS A redução de peso pode ter vantagens do ponto de vista estético – ficar mais elegante –, bem-estar físico – ficar mais leve, mais ligeiro –, psicológico – ficar mais ativo, mais autoconfiante – e pode ser uma medida importante para a prevenção e tratamento de certas doenças: hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, diabetes, cálculos na vesícula, artroses, hipertensão arterial e a maioria das doenças cardiovasculares. Se precisamos de perder peso por motivos de saúde, é o médico a pessoa mais indicada para estabelecer as metas. De
uma maneira geral, podemos afirmar que uma perda de peso de 5 a 10% tem, desde logo, efeitos favoráveis, diminuindo as gorduras do sangue – colesterol e triglicéridos – e a tensão arterial. É aconselhável para a maioria das pessoas perder peso calmamente, não ultrapassando meio a um quilograma por semana, o equivalente a 2-4 Kg por mês. Devemos procurar ser realistas na definição dos objetivos: se formos demasiadamente ambiciosos, podemos deitar tudo a perder. DOIS GRANDES PILARES A redução de peso assenta em dois grandes pilares: alimentação e exercício físico.
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Há que estabelecer objetivos realistas: é melhor pequenas perdas de peso do que grandes perdas, suscetíveis de recuperação rápida dos quilos perdidos
IDENTIFICAR AS DIFICULDADES Todas as pessoas com excesso de peso sabem que emagrecer não é fácil e que se encontram muitas dificuldades. São tantas, que às vezes se acaba por desistir. Frequentemente, a melhor estratégia não é enfrentar os obstáculos, mas sim contorná-los, se soubermos quais são e onde estão. Para isso, tentemos identificar, antecipadamente, os problemas que vamos encontrar, quando pusermos em prática o nosso plano para a redução de peso e pensar, desde já, numa forma de os solucionar. Vejamos alguns exemplos, em relação ao plano alimentar:
4 PLANO DE EXERCÍCIO FÍSICO É importante seguir um plano de exercício físico regular, que pode ser tão simples como andar a pé 30 a 60 minutos, três a cinco vezes por semana. Em tempos de isolamento social, pode substituir a caminhada pela prática de exercícios aeróbicos em casa. Existem inúmeras aplicações para telemóvel que ajudam, bem como aulas online oferecidas pela maioria dos ginásios. Quando poder retomar a prática desportiva fora de casa, se optar por uma modalidade, não o faça sem consultar o médico.
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Deve ser elaborado pelo médico, nutricionista ou dietista. No entanto, quando o excesso de peso é ligeiro, as pessoas bem informadas alteram naturalmente a sua alimentação, de forma a normalizar a situação. As principais correções a fazer na alimentação são a limitação ou substituição de alimentos ricos em gorduras, açúcar e álcool – alimentos com muitas calorias – e o aumento do consumo de produtos da horta e do pomar. A distribuição de alimentos ao longo do dia é também muito importante. Não devemos ficar muito tempo sem comer, nem “saltar” refeições; o resultado poderá ser uma fome incontrolável e desequilíbrios orgânicos.
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4PLANO ALIMENTAR OU DIETA
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[ESPECIAL EMAGRECIMENTO] 4 São tantas as modificações que não vou conseguir aguentar mais de uma semana Modificar radicalmente a alimentação pode ser um erro. Se o plano alimentar é para manter durante muito tempo, ou mesmo para toda a vida, mais vale introduzir as alterações gradualmente, semana a semana ou mês a mês, dando tempo para a adaptação.
Incremento da atividade física O aumento da prática de exercício físico é uma componente importante nos programas de perda de peso. Enquanto que grande parte da perda de peso ocorre pela diminuição da ingestão de calorias, a prática de exercício físico torna-se muito importante para prevenir o aumento de peso.
Os adultos devem ter o objetivo de, a longo prazo, praticar, pelo menos, 30 minutos de exercício moderado e, de preferência, durante todos os dias da semana. No entanto, deve-se consultar sempre o médico, antes de efetuar qualquer mudança na atividade física a praticar.
4 Só de pensar que nunca mais posso comer sobremesas fico deprimido É errado eliminar alimentos. Podemos retirá-los da rotina diária, para que não nos façam mal e comê-los, por exemplo, uma vez por semana, num dia em que se fez exercício físico mais prolongado. E é sempre possível substitui-los por outros, como fruta em vez de doce, por exemplo. É tudo uma questão de hábito e, passado algum tempo, já nem vamos sentir a sua falta. Entretanto, podemos utilizar a técnica das metades: sempre que um alimento não nos seja favorável, mas tivermos dificuldade em lhe resistir, podemos comer apenas metade da dose.
4 Gosto de acompanhar as refeições com vinho As bebidas alcoólicas têm muitas calorias, mas são muito pobres em elementos nutritivos. Por isso, recomenda-se uma grande moderação no consumo de álcool. Se nos for difícil suprimir totalmente as bebidas alcoólicas, podemos utilizar, também aqui, a técnica das metades: beber só a uma refeição, metade da dose habitual. Pouco a pouco, tornar-se-á mais fácil não ultrapassar as quantidades recomendadas.
A melhor estratégia para perder peso não é enfrentar os obstáculos, mas sim contornálos, se soubermos quais são e onde estão 4 Sempre que me enervo,
4 Os meus familiares querem
vingo-me nas bolachas Se não conseguimos evitar certas situações emocionais, podemos seguramente evitar ter em casa certos alimentos que nos fazem engordar. A nossa família vai aceitar estas medidas – e até beneficiar com elas –, se explicarmos o porquê. Existem alguns truques para evitar esta vontade compulsiva de ingerir alimentos: esperar 10 minutos antes de começar a comer, beber um copo de água gelada, ouvir uma música relaxante, entre outros.
ajudar-me, mas a única coisa que fazem é repreender-me Há muitas formas de sermos ajudados pelos nossos familiares e amigos. Uma delas é partilharmos com eles as nossas dificuldades, em conversa responsável de adulto para adulto; para além do apoio que eles podem dar, têm, por vezes, ótimas ideias para resolver os problemas. Também podemos solicitar a sua companhia para o programa de exercício físico, que se torna, deste modo, muito mais agradável. E porque não pedir aos amigos que nos arranjem receitas de bons pratos com poucas calorias?
4 Quando vejo muitos alimentos, tenho dificuldade em evitá-los Então, o melhor é evitar frigoríficos cheios, despensas recheadas, festas e outros locais tentadores. Também podemos preparar os pratos na cozinha e não levar as travessas para a mesa; e levantar da mesa assim que tenhamos terminado. Nos restaurantes, depois de nos servirmos, podemos pedir ao empregado para levar as travessas para dentro. Perante uma mesa de festa, antes de começar, devemos decidir aquilo que vamos comer.
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4 Tenho dificuldade em encontrar qualquer coisa para comer, a meio da manhã ou da tarde Se frequentarmos habitualmente os mesmos estabelecimentos, há que expressar as nossas preferências! Se muitas pessoas fizerem o mesmo, será possível alargar as ofertas alimentares das pastelarias, cafetarias e snack-bares.
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é melhor que a minha Basta anunciar que estamos a tentar perder peso e não falta quem venha com conselhos e dietas milagrosas. Na maior parte dos casos, só servem para nos desmoralizar ou desviar do bom caminho. Mais vale não dar ouvidos.
Enquanto não conseguimos resolver o problema, o melhor será levar de casa os alimentos, para comer nos intervalos das refeições principais.
4 Não consigo avaliar a quantidade daquilo que como De facto, não é fácil avaliar instantaneamente a quantidade de determinado alimento num recipiente comum. Assim, há que experimentar e estabelecer bitolas: saber qual a capacidade do nosso copo ou chávena, pesar alimentos, medir quantas colheres de sopa de gordura utilizamos para temperar ou cozinhar os alimentos, entre outros.
4 Fico com uma sensação de mal-estar, se não comer uma quantidade razoável Se estivermos habituados a comer muito, devemos reduzir as quantidades de forma gradual. Podemos substituir alimentos com muitas calorias por outros mais saudáveis, como, por exemplo, legumes em vez de batatas fritas. Começar a refeição
CONTROLAR A PERDA DE PESO O médico, nutricionista ou dietista deve controlar, periodicamente, como está a decorrer a perda de peso, de forma a detetar e corrigir eventuais problemas. As pessoas que estão a tentar perder peso sem a ajuda daqueles profissionais devem efetuar esse controlo ainda mais frequentemente. Depois de atingido o peso ideal, a fase de manutenção também requer um controlo, para não recuperar os quilos perdidos. Assim, de tempos a tempos – todos os dias, semanal ou mensalmente, conforme os casos –, devemos averiguar e, se possível, escrever: PESO – Pesar-se sempre nas mesmas condições – mesma balança, mesma hora do dia, mesma roupa, por aí fora. Verificar se está de acordo com a perda de peso programada. ALIMENTAÇÃO – Registar tudo o que se come ao longo do dia. Verificar se está de acordo com o plano alimentar. EXERCÍCIO FÍSICO – Registar o exercício físico efetuado. Verificar se está de acordo com o plano de exercício. LEVANTAMENTO DAS DIFICULDADES – Registar quais os “deslizes”e dificuldades; procurar as soluções, para evitar
Os programas de tratamento tradicional, que englobam a dieta e o aumento do exercício físico, podem ter resultados excelentes, em termos de perda de peso. Infelizmente, a maioria dos fatores de risco mantêm-se e uma percentagem considerável de pessoas que perdem peso voltam a ganhá-lo. O maior desafio que as pessoas obesas enfrentam, quando estabelecem uma dieta, é a incapacidade de manter o peso. Para aquelas que não conseguem perder ou manter o peso só com dieta e exercício, a prescrição de medicação deverá constituir uma opção importante. Nos anos mais recentes, os médicos têm recorrido à prescrição de medicamentos, acompanhados de dieta e exercício, para ajudar os doentes a manter o peso que perdem, por um período mais longo. A farmacoterapia pode ser administrada em doentes que tenham um IMC igual ou superior a 30 ou igual ou superior a 27, nos casos em que haja fatores de risco associados, como hipertensão, diabetes tipo 2, doenças coronárias, apneia do sono e dislipidemia.
estas situações no futuro. Registar quais as dificuldades que foram bem resolvidas. Registar as dúvidas surgidas e o que vamos fazer para as esclarecer. Estes registos são confidenciais e o principal interessado é o próprio indivíduo. Por isso, não nos vamos enganar. Mesmo que, de momento, não saibamos como solucionar determinado problema, é sempre preferível reconhecê-lo, do que recusarmo-nos a encará-lo. EM RESUMO Ter peso a mais, significa que existe um desequilíbrio entre o que se come e a energia que se despende. Os alimentos em excesso são transformados em gordura, que é armazenada em várias partes do corpo e que pode ser causa de muitas doenças. Para perder peso, é necessário: 4 Saber para quê e quanto peso é desejável perder; 4 Saber como deve ser a alimentação e o exercício físico; 4 Saber identificar as dificuldades; 4 Saber fazer um controlo periódico. Reunidos estes saberes, é lançar mão à obra e não desistir às primeiras dificuldades, que vão, sem dúvida, teimar em aparecer.
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4 A dieta da vizinha
Tratamento farmacológico
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com uma salada ou uma sopa – com mais cenoura ou abóbora do que batata – pode ajudar. Também é importante aprender a comer calmamente e a mastigar bem os alimentos.
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[ESPECIAL EMAGRECIMENTO]
CRIE A SUA
própria dieta SÃO DOIS OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DE UMA DIETA: EQUILIBRAR O CONSUMO CALÓRICO E COMER DE FORMA VARIADA. A PARTIR DESTES PRESSUPOSTOS, IDEALIZAR E CONFECIONAR UMA DIETA DE EMAGRECIMENTO SAUDÁVEL OU DE MANUTENÇÃO, SALVO EM CASOS PATOLÓGICOS, NÃO CONSTITUI UMA TAREFA DEMASIADO DIFÍCIL.
C
OMER BEM NÃO SIGNIFICA APENAS alimentar-se bem ou corretamente. Comer bem pode ter muitos significados: para algumas pessoas significa ir ao melhor restaurante da cidade e degustar os pratos mais requintados; para outros, significa, simplesmente, empanturrar-se com o que quer que seja; outras pessoas entendem por comer bem comer daquilo que mais lhes agrada. Afinal, quem tem razão? Todos e nenhum! Os animais comem com o simples objetivo de conseguirem as substâncias que lhes são necessárias para a sobrevivência. O homem, usando a sua inteligência, consegue transformar uma mera necessidade fisiológica, como é o comer, numa verdadeira arte, como é a gastronomia. Nenhum outro ser na Natureza sabe cozinhar e, no entanto, todos comem. Porém, na sua irracionalidade, é muito possível que os restantes animais – excluindo alguns que convivem com o homem – comam melhor do que nós, já que o ser humano nem sempre ingere aquilo que necessita. COMER DE TUDO, MODERADAMENTE Quando um paciente pergunta ao seu médico ou nutricionista o que deve comer para se sentir bem, a resposta é sempre a mesma: há que comer de tudo, moderadamente. Suprimir da alimentação quotidiana algum dos grupos alimentares implica sempre um risco para a saúde, que pode ser compensado, no entanto, com outros alimentos, que incluam os nutrientes necessários. O caso mais comum é o dos ovolactovegetarianos, que não comem carne nem peixe, mas que compensam o défice de proteínas através dos ovos e do leite ou derivados deste. O princípio de comer de tudo deve manterse, mesmo nos casos em que se queira iniciar uma dieta de perda de peso, por muito estranho e paradoxal que isto possa parecer. A fim de preservar a saúde, deve comer-se, diariamente, representantes dos seis grupos alimentares.
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SEIS GRANDES GRUPOS ALIMENTARES As novas tendências da nutrição classificam os alimentos em seis grandes grupos: 4 ALIMENTOS BÁSICOS PROTEICOS: carnes, peixes, ovos, queijos e leguminosas. 4 LÁCTEOS: representado, exclusivamente, pelo leite e iogurtes. 4 GORDURAS: engloba os alimentos de alto teor lipídico: óleos, manteiga, margarina, natas, azeitonas e, inclusive, frutos secos. 4 FÉCULAS: alimentos ricos em amido, como o pão, o arroz, a massa, as batatas, as favas, as ervilhas, etc. 4 LEGUMES: inclui alimentos muito pouco calóricos, com poucos açúcares e ricos em fibras, como a alface, as couves, os espargos, etc. 4 FRUTAS: de origem vegetal, como os legumes, mas contêm frutose e, por isso, são mais calóricas.
Distribuição ideal Percentagem do total energético diário
acarretar consequências nefastas, como também não produzirá os efeitos desejados a longo prazo Outra questão muito diferente é quanto comer. A ingestão deve variar segundo as necessidades de cada pessoa, devendo terse em conta diversos fatores, como o sexo, a raça, a idade, a estatura, o peso atual e a atividade física. Inclusivamente, até as estações do ano têm influência nesta questão. No inverno, por exemplo, pode e deve ingerir-se mais calorias do que no verão, sem recear o excesso de peso. A explicação é simples: o frio, como é lógico, tende a baixar a temperatura corporal e o organismo compensa esta perda de calor cutâneo,
aumentando os seus mecanismos de produção de energia. FONTES DE ENERGIA Na nossa alimentação quotidiana, devemos procurar que entre 50 e 60% do fornecimento total da energia se deva aos hidratos de carbono, que as gorduras não ultrapassem os 25 ou 30% e que a restante energia – 15 a 20% – seja proveniente das proteínas. No entanto, realizar corretamente estes cálculos não é fácil. Por isso, existem especialistas. Por outro lado, não é demasiado difícil
seguir um esquema dietético quando se tem algum conhecimento dos alimentos. Assim, as pessoas que pretendem realizar uma dieta de 1400 Kcal diárias, teriam uma alimentação equilibrada se entre 700 e 840 das calorias fossem provenientes dos hidratos de carbono, entre 350 e 420 das gorduras e entre 210 e 280 das proteínas. É preciso ter em conta que o valor energético de cada grama de hidratos de carbono ou de proteínas é de 4 Kcal e o das gorduras de 9 Kcal. Portanto, a pessoa do exemplo deve comer, diariamente, entre 175 e 210g de hidratos, 39 a 45g de gorduras e 53 a 79g de proteínas. Isso não significa que esta pessoa não possa comer um bife de 100g, como fonte de proteínas. Na composição dos alimentos, exceto dos óleos, existe uma elevadíssima percentagem de água: assim, estima-se que um bife magro de 100g de peso contenha cerca
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Perder peso com demasiada rapidez, não só pode
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Pequeno-almoço.................. 20% Meio da manhã...................... 5% Almoço................................. 40% Lanche................................... 5% Jantar................................... 30%
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[ESPECIAL EMAGRECIMENTO]
Emagrecer com sabedoria Quando uma dieta para emagrecer produz enjoos, estados depressivos, cansaço e outras anomalias, é porque não está bem “desenhada”, podendo, além disso, ser muito perigosa. Nenhum regime alimentar correto deve acarretar problemas de saúde, nem sequer exigir grandes sacrifícios. A perda de peso deve ser lenta, mas segura. Assim, o nosso organismo irá habituando-se gradualmente às novas alterações, para evitar perturbações como as estrias, a flacidez, a desnutrição ou a anemia. Além disso, será mais fácil manter o peso final e, sobretudo, os novos hábitos adquiridos, que é o que se deseja. Perder peso com demasiada rapidez, não só pode acarretar consequências nefastas, como também não produzirá os efeitos desejados a longo prazo.
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de 23g de proteína. Da mesma forma, em 100g de pão, nem tudo são hidratos de carbono: apenas cerca de 60g. O que se deve ter em conta é que 10g de azeite são sempre 10g de gordura. HORÁRIO ALIMENTAR Ao longo deste artigo, temos falado de “o que comer” e ”quanto comer”. Chegou a vez de “quando comer”. Está perfeitamente demonstrado que, com a mesma quantidade de calorias, se engorda menos fazendo várias refeições ao dia, do que se ingerirmos tudo numa ou em duas refeições. A distribuição ideal seria: pequeno-almoço, pequeno lanche a meio da manhã, almoço, lanche a meio da tarde e jantar. O pequeno-almoço, contrariamente ao que é hábito entre nós, deve ser abundante, proporcionando 25% da energia diária. Das 1400 calorias já referidas, um pequeno-almoço de 350 calorias seria o adequado. No caso de se poder efetuar um lanche a meio da manhã, deveremos baixar o pequeno-almoço em 20%, isto é, para 280 calorias. A meio da manhã, há que comer uma tosta com doce light e um chá de limão, por exemplo, que não soma mais de 70 Kcal. O almoço deve constituir 40% do fornecimento diário: cerca de 560 Kcal. Deixamos 5% para o meio da tarde e os restantes 30% para o jantar. Estes valores não são tão difíceis de manter como se possa pensar. É uma questão de modificar os hábitos dietéticos.
DIETAS HIPOCALÓRICAS Uma dieta hipocalórica correta e equilibrada deve conter entre 15 a 20% das calorias em forma de proteínas, 25 a 30% de lípidos e a restante percentagem sob a forma de hidratos de carbono, preferencialmente complexos e integrais. Tenha em conta que uma dieta hipocalórica não tem necessariamente de ser agressiva para o organismo: é preferível perder peso mais lentamente, mas assegurar-se que o faz à custa da gordura corporal. Por outro lado, uma perda de peso duradoura e saudável não vai além dos 500g a 1 Kg por semana, e é normal que, com o passar do tempo, este ritmo se torne mais lento. Deve sempre acompanhar uma dieta hipocalórica com exercício físico apropriado às características e circunstâncias pessoais. ALIMENTOS ACONSELHADOS 4Lácteos magros; 4 Todo o tipo de legumes (pelo menos, duas doses por dia); 4 Todas as frutas, com limitações para as seguintes: bananas, figos, uvas e abacate; 4Carnes magras, peixe e marisco;
4 Ovos com moderação (3 a 4 por semana); 4 Leguminosas, tubérculos e cereais ao pequeno-almoço (especialmente integrais); 4Água e infusões de todo o tipo. ALIMENTOS DESACONSELHADOS 4 Queijos gordos; 4 Açúcares simples: refrescos, açúcar, bolos de pastelaria e cereais açucarados; 4 Carnes gordas, enchidos e conservas em azeite; 4 Álcool (apenas um copo de vinho tinto, em ocasiões especiais). RECOMENDAÇÕES GERAIS 4 Comer devagar e mastigar bem os alimentos, para ter boas digestões; 4 Beber, pelo menos, 2 litros de água por dia; 4 As formas de cozinhar mais saudáveis são: grelhar, assar, no papelote, cozer, ao vapor… Pode usar e abusar de especiarias e ervas aromáticas, temperar com azeite, vinagre, sumo de limão e alho; 4 Não usar outros óleos para além do azeite; 4 Não saltar refeições e procurar fazê-las em horário regular.
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[ESPAÇO VIDA SAUDÁVEL]
Poder
SELÉNIO E ZINCO
antioxidante
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S RADICAIS LIVRES SÃO OS NOSSOS PIORES INIMIGOS. Sem darmos por isso, atacam o nosso organismo e prejudicam o seu funcionamento normal, contribuindo para a deterioração da nossa saúde em geral. São responsáveis pelo envelhecimento precoce e aumentam o risco de desenvolvimento de várias doenças, entre as quais patologias inflamatórias, diabetes, cancro e doenças degenerativas.
IMPEDIR A OXIDAÇÃO DAS CÉLULAS Nada disto deve ser novidade para si, mas será que sabe verdadeiramente o que são estes inimigos silenciosos? Os radicais livres derivam, por exemplo, da radiação solar, da poluição, do tabaco, do stress e até mesmo do nosso metabolismo energético. Sendo uma consequência natural do nosso metabolismo e daquilo que nos rodeia, não é possível evitá-los. A boa notícia é que os podemos combater com a ajuda dos antioxidantes, substâncias aptas a neutralizá-los e a impedir a oxidação das células.
SELÉNIO E ZINCO O nosso organismo produz naturalmente antioxidantes. No entanto, podemos reforçar a sua presença através da alimentação, até porque mesmo os antioxidantes endócrinos necessitam de diversos minerais e vitaminas para poderem atuar. O selénio e o zinco são dois exemplos de minerais que nos ajudam nesta proteção e ambos favorecem o funcionamento normal do sistema imunitário. Enquanto o primeiro está presente na carne, peixe e nos cereais integrais, o segundo encontra-se nas ostras, carne, peixe, leite, queijo e algumas leguminosas. No entanto, tem-se verificado que muitas dietas atuais, sobretudo as que são ricas em alimentos processados e pobres em verduras e fruta, comprometem a obtenção de antioxidantes e é preciso tomar um suplemento alimentar com aqueles minerais para reforçar os antioxidantes endógenos e exógenos.
BENEFÍCIOS DO SELÉNIO 4Contribui para o bom funcionamento do sistema imunitário. 4Apoia a espermatogénese normal. 4Estimula o funcionamento normal da glândula tiroide. 4Mantém o cabelo e unhas saudáveis. 4Ajuda a proteger as células contra o stress oxidativo causado pelos radicais livres.
BENEFÍCIOS DO ZINCO 4 É fundamental para a síntese normal de DNA e para o bom funcionamento do sistema imunitário. 4Participa no processo de especialização das células. 4Apoia a fertilidade normal e a reprodução. 4Contribui para uma função cognitiva normal. 4Ajuda o metabolismo normal dos ácidos gordos. 4Mantém o cabelo, unhas, pele e visão saudáveis. 4Integra a síntese normal de proteínas. 4Contribui para os níveis normais de testosterona no sangue. 4Apoia o metabolismo normal dos hidratos de carbono. 4 Contribui para a proteção das células contra o stress oxidativo causado pelos radicais livres.
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OS ANTIOXIDANTES SÃO OS NOSSOS MAIORES ALIADOS PARA COMBATER OS RADICAIS LIVRES, RESPONSÁVEIS PELO ENVELHECIMENTO PRECOCE E MUITAS DOENÇAS.
Selénio e zinco contribuem largamente para a proteção das células contra o stress oxidativo causado
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pelos radicais livres
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[SAÚDE NUTRIÇÃO]
VEGETAIS
frescos ou congelados QUE FATORES PODEM INFLUENCIAR O SEU VALOR NUTRICIONAL? O CONSUMO REGULAR DE VEGETAIS, ASSOCIADO A UM ESTILO DE VIDA ATIVO E EQUILIBRADO, APRESENTA DIVERSOS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE. MAS SERÁ QUE ESTES BENEFÍCIOS APENAS SE APLICAM AOS VEGETAIS FRESCOS OU OS CONGELADOS TAMBÉM ESTÃO INCLUÍDOS?
4TIPO DE ALIMENTO CONGELADO Um estudo publicado em 2015 concluiu que o valor nutricional de algumas frutas e legumes é mais afetado pelo método de congelação do que outros. Por exemplo, o teor de riboflavina (uma vitamina do complexo B) foi menor em ervilhas congeladas, mas maior nos brócolos congelados. O valor de magnésio, pelo contrário, foi menor nas ervilhas, espinafres e milho congelados. Já o teor de ferro foi menor nos espinafres e cenouras.
E
M ALTURAS DE CRISE como a que estamos a viver, a disponibilidade de alimentos nos supermercados é limitada e devemos pensar noutras alternativas para preparar as nossas refeições. É o que se verifica com os vegetais. Mas não utilize esta situação como desculpa para não os colocar nas suas refeições. Há sempre outra opção: comprar os vegetais congelados. Basta descongelar, cozinhar e acompanhar com uma proteína ou leguminosa. O consumo regular de vegetais, associado a um estilo de vida ativo e equilibrado, reduz a pressão arterial, previne o aparecimento de doenças cardiovasculares, reduzem o colesterol no sangue e pode até oferecer proteção contra certos tipos de cancro. Mas será que estes benefícios apenas se aplicam aos vegetais frescos ou os congelados também estão incluídos? Analisando
Pela
DRA. CATARINA SOFIA CORREIA Nutricionista, Clínica Tejo Saúde, Parceira Fitness Hut - Grupo Viva Gym
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o valor nutricional destas duas opções, vários estudos chegaram à conclusão de que não há diferenças nutricionais significativas. Isto ocorre porque, logo após serem colhidos, os vegetais são imediatamente congelados. No entanto, há diversos fatores que podem influenciar o valor nutricional:
4MÉTODO DE CONFEÇÃO Quando coloca os vegetais em água a ferver, sejam eles frescos ou congelados, poderá perder até 75% das vitaminas do complexo B, folato ou vitamina C (pois são vitaminas solúveis em água). A melhor opção de confeção será refogar os legumes com azeite a altas temperaturas. Desta forma, mantém os nutrientes nos alimentos.
4 ADIÇÃO DE MOLHOS OU OUTROS ADITIVOS Algumas embalagens de vegetais congelados possuem molhos ou aditivos. Estes produtos são ricos em açúcar e sódio. Verifique sempre a lista de ingredientes de todas as embalagens e opte pelos vegetais simples. Adicione especiarias e ervas aromáticas no momento de os cozinhar De um modo geral, o processo de congelamento não afeta significativamente o valor nutricional dos vegetais. O importante é que consiga pôr em prática hábitos alimentares equilibrados e saudáveis, incluindo frutas e vegetais na sua alimentação. Tenha em atenção o rótulo das embalagens e a forma como cozinha os seus alimentos.
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[ESPAÇO AMPLIPHAR]
REFORÇAR
O SISTEMA IMUNITÁRIO, A ENERGIA E A RESISTÊNCIA DO ORGANISMO O sistema imunitário compreende todos os mecanismos pelos quais o organismo se defende de “invasores” externos como vírus, bactérias e fungos. O sistema imunológico, em condições normais, desencadeia uma resposta de ataque aos vírus “invasores”. Quando o sistema imunitário está debilitado, o organismo fica mais vulnerável. Virose é um termo pouco específico, que significa doença viral ou infeção provocada por um vírus. Apesar do termo virose abranger todas as infeções de origem viral, na prática, reserva-se esse diagnóstico para as infeções mais leves, de origem respiratória ou gastrointestinal. As viroses respiratórias são provocadas pelo vírus da gripe, chamado vírus influenza, ou pelos vários vírus que provocam o resfriado comum, entre eles: rinovírus, adenovírus, vírus sincicial respiratório, coronavírus, parainfluenza. Os Coronavírus são uma família de vírus que podem causar doença no ser humano. A infeção pode ser semelhante a uma gripe comum ou apresentar-se como doença mais grave, como pneumonia.
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O novo Coronavírus, designado por Covid-19, foi identificado em Dezembro de 2019 na China, na cidade de Wuhan. Este novo agente nunca tinha sido identificado antes em seres humanos. A transmissão ocorre por contacto próximo com pessoas infetadas pelo vírus ou pelo contacto com superfícies ou objetos contaminados. As medidas preventivas para travar a propagação desta pandemia passam pelo reforço das medidas de higiene e pela etiqueta respiratória. No combate ao risco de infeção por Covid-19, ganha especial relevância reforçar o sistema imunitário, a energia e resistência do organismo. Paralelamente a um estilo de vida saudável, também a alimentação desempenha um papel importante no bom funcionamento do sistema imunitário, requerendo um consumo adequado de vitaminas e minerais. O consumo de vitamina C, comprovado e bem conhecido de todos, é um exemplo clássico na prevenção, redução da intensidade e duração de gripes e constipações. A vitamina C ou ácido ascórbico é uma vitamina hidrossolúvel que se encontra naturalmente nas frutas e vegetais, tais como frutas cítricas, sumo de tomate, batata, pimento verde e vermelho, kiwi, brócolos e morango. Além de estar envolvida na formação de colagénio, no metabolismo produtor de energia, no funcionamento do sistema nervoso e na proteção antioxidante, a vitamina C tem um papel importante no reforço do sistema imunitário e promove a absorção do ferro. Também a vitamina D, o zinco, o ácido fólico, as vitaminas B6 e B12, o ferro e o selénio comprovadamente contribuem para o normal funcionamento do sistema imunitário. Já no reforço da energia, destaca-se o magné-
sio e a coenzima Q10.
O magnésio contribui para a produção de energia e para a redução do cansaço e da fadiga. A sua carência provoca sintomas como cansaço físico, fadiga muscular, cãibras e alterações de estados de humor. A coenzima Q10 é muito importante para a produção de energia, tendo ainda propriedades antioxidantes. É importante, para o reforço do sistema imunitário, que o nosso organismo, para além de uma alimentação racional e regular, esteja bem equilibrado em vitaminas, minerais e nutrientes.
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[SAÚDE GASTRENTEROLOGIA]
aparelho digestivo
Doenças do
AVANÇOS RECENTES
A SOCIEDADE PORTUGUESA DE GASTRENTEROLOGIA ESTÁ A COMEMORAR 60 ANOS DE EXISTÊNCIA, SEMPRE EM PROL DA SAÚDE DIGESTIVA. É UM BOM MOMENTO PARA EXPLICAR O PAPEL DESTA ESPECIALIDADE E OS AVANÇOS MAIS RECENTES.
C
ORRIA O ANO DE 1960 QUANDO UM CONJUNTO DE MÉDICOS, de várias especialidades e áreas de diferenciação, decidiram formar a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG). O Ministério da Saúde (e Assistência) fora criado dois anos antes, em 1958. A SPG é agora uma Associação Científica de Utilidade Pública, sem fins lucrativos, tendo neste contexto várias missões a cumprir. A especialidade de Gastrenterologia começou a diferenciar-se no século XIX, na Alemanha e na Áustria. Mas a primeira sociedade de Gastrenterologia do Mundo seria criada em 1897, nos Estados Unidos:
MAIO 2020
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Pelo
Presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia
A NOSSA MISSÃO O que é uma Sociedade Científica? É uma associação de profissionais de saúde, neste caso, na sua grande maioria, médicos especialistas em Gastrenterologia, uma das cerca de 50 especialidades reconhecidas pela Ordem dos Médicos. Uma Sociedade Científica tem vários objetivos e missões a cumprir: promoção da investigação científica, organização de reuniões científicas, promover a informação dos profissionais de saúde, do público em geral e dos decisores políticos. Uma das principais missões centra-se na promoção da melhoria dos cuidados de saúde para a população, que será sempre o centro da nossa atividade. A SPG tem também como missão a partilha de conhecimentos entre os médicos da especialidade. É uma verdadeira Escola de Vida: a formação contínua é assegurada, em grande parte pelas Sociedades Científicas, pela partilha do conhecimento entre especialistas de várias gerações. E somos hoje 500 especialistas. O GASTRENTEROLOGISTA Quais são os órgãos principais do aparelho digestivo? Esófago, estômago, intestino delgado (inclui o duodeno), cólon e reto,
ânus, fígado e vias biliares, vesícula biliar e pâncreas. Tantos para um fim comum. A função do gastrenterologista assenta em três pilares: 4Execução de exames para observar por dentro o corpo humano, muitos deles aproximando-se da atividade de um cirurgião. São eles a endoscopia alta, para ver o esófago, estômago, duodeno; colonoscopia, para o cólon; cápsula endoscópica, para o intestino delgado; CPRE, para os canais do pâncreas e das vias biliares, entre outros. Atualmente, até se consegue realizar uma ecografia aos órgãos internos com um aparelho chamado ecoendoscópio (endoscopia e ecografia), com a possibilidade de realizar biopsias e fazer alguns tratamentos.
4Por outro lado, lida com doenças graves, potencialmente mortais, como sejam os cancros digestivos e as doenças do fígado. Os cancros do aparelho digestivo representam 1/3 de todos os cancros dos portugueses, sendo responsáveis por 10% das mortes anuais. Um deles é o cancro mais frequente em termos de novos casos por ano, o cancro do cólon e reto, com pouco mais de 10.000 casos em 2018. Ou seja, na próxima década irão aparecer 100.000 novos casos. Três das entidades onde o gastrenterologista tem um papel vital estão no Top 10 da mortalidade em Portugal: cancro do estômago, cancro do cólon e doenças do fígado.
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PROF. RUI TATO MARINHO
The American Gastroenterological Association. Num tempo em que o Tempo corria mais devagar!
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A atividade especializada dos gastrenterologistas tem contribuído, de forma bem marcada, para a excelente esperança média de vida dos portugueses 4Por último, lidamos com outras doenças menos graves, mas que afetam milhões de pessoas (obstipação com 2 milhões, doença de refluxo com 3 milhões, síndroma do intestino irritável com 1 milhão) ou alguns milhares, como a doença de Crohn e a colite ulcerosa.
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SUCESSO NA SAÚDE DIGESTIVA Muita da atividade do gastrenterologista é centrada no diagnóstico, rastreio (deteção sem sintomas), tratamento e cura de muitas doenças graves e mortais. A evolução da Gastrenterologia acompanha a evolução geral da sociedade em que vivemos: tecnologia, gestão, informática, biologia molecular, imunologia, virologia, bacteriologia, estatística, dados, epidemiologia, internet, publicação científica, facilidade de comunicação, etc. E esta evolução tem sido notável. Salientaria duas áreas: a endoscopia digestiva e a área das doenças do fígado, a chamada hepatologia. A Sociedade de Portuguesa de Endoscopia Digestiva seria fundada em 1979 e o Núcleo de Hepatologia em 1983 (agora, Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado). São duas Sociedades com quem a SPG partilha o espaço e secretariado.
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EXCELENTE ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA O primeiro presidente da SPG foi o Prof. Cascão de Anciães. Outros 26 se seguiram. Todos eles deram e receberam, contribuindo para que os portugueses tenham hoje uma das melhores ofertas europeias e mundiais no domínio das doenças do aparelho digestivo. Um dos aspetos que ilustra o progresso do conhecimento médico é o facto que a esperança média de vida em Portugal ter aumentado, desde 1960, quase 20 anos, de 64 para 81,6 anos. Temos hoje uma das melhores esperanças médias de vida do Mundo. Temos a quarta população do mundo com maior percentagem de população (22,7%) com mais de 65 anos. Um dos aspetos que contribuiu para esta longevidade foi a criação e implementação do Serviço Nacional de Saúde, em 1979, que gerou ganhos de saúde a todos os títulos notável. No ano 2000, foi classificado pela Organização Mundial de Saúde como o 12º melhor do Mundo, entre 191 países. Dado as doenças que acima descrevemos, a atividade especializada dos gastrenterologistas contribuiu, de forma bem marcada, para a excelente esperança média de vida dos portugueses, agora os nossos pais, avós e bisavós.
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[SAÚDE GASTRENTEROLOGIA] ecografia abdominal, TAC, ressonância magnética. Ou seja, temos hoje armas que permite ver com detalhe o interior do aparelho digestivo e os seus órgãos anexos, por dentro e por fora. Um aparelho semelhante a uma ecografia, chamado elastografia ou Fibroscan, permite em dois minutos, como que fosse magia, saber se alguém tem cirrose ou não, reduzindo o número de biopsias (com agulha espetada no fígado) em cerca de 90 por cento. OBJETIVO: SALVAR VIDAS Uma das doenças clássicas de há três décadas, a úlcera duodenal, deixou de o ser. De repouso, dieta e leite no passado, vários fármacos viriam a tornar esta entidade quase um não problema: cimetidina, ranitidina, inibidores da bomba de protões (omeprazol e os seus congéneres). A identificação de uma bactéria chamada Helicobacter pylori permitiu a sua cura e reduzir o grande problema de saúde que foi a úlcera duodenal e gástrica. A intervenção na hemorragia digestiva (emissão de sangue pelas fezes e pelo vómito) tem sido cada vez maior: trata-
Devido à pandemia, sabemos que no espaço de um mês teremos o diagnóstico de 1500 novos casos de cancro digestivo, mais de metade correspondente a cancro do cólon mento para as varizes que sangram, clips, eletrocoagulação, sprays, colas. O gastrenterologista tem hoje muitas armas para intervir e salvar vidas. A intervenção nos cancros é cada vez maior, seja na prevenção, no diagnóstico, no tratamento ou na paliação. O paradigma é a importância do rastreio com a colonoscopia do cancro do cólon e do reto. Nas doenças do fígado, os avanços são igualmente múltiplos: foram identificados
E DEPOIS DO ADEUS AO CORONAVÍRUS? Com a pandemia de coronavírus, o País parou e deixaram de se fazer as 1000 colonoscopias que se realizavam num só dia. Sabemos que no espaço de um mês teremos o diagnóstico de 1500 novos casos de cancro digestivo, mais de metade correspondente a cancro do cólon. A Gastrenterologia é hoje uma especialidade da maior relevância. Esta terrível pandemia veio chamar a atenção que o País não pode viver sem gastrenterologistas. A saúde digestiva é, claramente, uma das componentes vitais da Moderna Saúde Pública, sendo da maior relevância insistir nos estilos de vida saudável, exercício físico, não fumar, não consumir álcool em excesso, comer frutas e vegetais e… tentar ser feliz!
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Durante estas seis décadas, a endoscopia tornou-se rotina, conseguindo observar praticamente toda a extensão dos 8 metros do aparelho digestivo com vários aparelhos (endoscópio, enteroscopia, cápsula endoscópica e colonoscopia). As vias biliares e os canais pancreáticos também se conseguem observar com um exame chamado CPRE. Outras inovações na área da Radiologia permitem hoje uma maior eficiência:
cinco vírus (A, B, C, D, E) e produzidas vacinas para quatro deles (A, B, D, E). A vacina da hepatite B tem salvo muitas vidas. O transplante do fígado tornou-se hoje uma rotina, sendo Portugal um dos países que mais transplantes: cerca de 200-250 por ano. Quanto ao tratamento, foi conseguido o controlo da hepatite B e a cura da hepatite C, um dos maiores avanços da virologia moderna. É necessário ter presente que a epidemia do fígado gordo está à nossa porta: estima-se que um quarto da população mundial tenha esteatose hepática. O avanço da microbiologia contribuiu sobremaneira para muitos destes avanços. A identificação do ADN em 1953 e a descoberta de algumas técnicas como o PCR (Polymerase Chain Reaction) permitiu conhecer muitos destes vírus e partir para a descoberta de curas e vacinas. Quem identificou o vírus da hepatite B e o Helicobacter foi agraciado com o Prémio Nobel em 1976 e em 2005, respetivamente. Qual o significado das cerca de 100 triliões de bactérias que temos no intestino e que connosco vivem em equilíbrio?
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[BIOCODEX ESPAÇO]
DESCONFORTO
do trato urinário? Novo suplemento
com probióticos e arando vermelho
já disponível nas farmácias
ACABA DE CHEGAR AO MERCADO UM NOVO SUPLEMENTO ALIMENTAR QUE COMBINA DUAS ESTIRPES DE BACTÉRIAS PROBIÓTICAS(1) COM EVIDÊNCIA CIENTÍFICA CONTRA A PROLIFERAÇÃO DE BACTÉRIAS NOCIVAS. CONTÉM AINDA ARANDO VERMELHO, UMA BAGA DA FAMÍLIA DO MIRTILO QUE TAMBÉM AJUDA A PREVENIR A ADESÃO DE BACTÉRIAS À BEXIGA. SOBRETUDO ÚTIL EM CASOS DE DISTÚRBIOS URINÁRIOS RECORRENTES, SYMBIOSYS® CYSTALIA PROMOVE UM ALÍVIO DO DESCONFORTO PROVOCADO.
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Referências: 1 - Probióticos são, segundo a definição da Organização Mundial da Saúde, “microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem um benefício à saúde do hospedeiro”. Os seus benefícios dependem das propriedades da estirpe, ciclo de vida, do processo de fabrico e método de armazenamento, do seu estado, nível de evidência e dose efetiva e da via de administração (oral ou tópica). 2 - Cistite não complicada na mulher. Associação Portuguesa de Urologia. Setembro 2008. 3 - Khoo, C., & Liu, H. (2018). Effect of Cranberry Polyphenols and Metabolites on Microbial Activity and Impact on Urinary Tract Health. Polyphenols: Prevention and Treatment of Human Disease, 89-105. doi: 10.1016/B978-0-12-813008-7.00008-4 4 - Maki, K. et al. Consumption of a cranberry juice beverage lowered the number of clinical urinary tract infection episodes in women with a recent history of urinary tract infection. American Journal of Clinical Nutrition 103(6):1434-1442 · June 2016. doi: 10.3945/ajcn.116.130542
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As cistites acontecem quando há proliferação de Escherichia coli, responsável por 70 a 80%(2) dos casos de cistite ou por migração das bactérias E. coli do reto para a bexiga e uretra. Essa proliferação encontra-se favorecida quando há um desequilíbrio da microbiota intestinal e também em etapas específicas da vida da mulher, nas quais há menor presença de lactobacilos protetores.
O tratamento da cistite com antibióticos não está isento de efeitos secundários. Destrói as bactérias nocivas, mas também as benéficas, levando ao desequilíbrio da microbiota e ao aumento da probabilidade de recorrência das infeções (3,4). A microbiota intestinal, anteriormente conhecida como flora intestinal, não é mais do que a população de bactérias boas e leveduras naturalmente presentes no nosso sistema digestivo. Nos adultos, a microbiota intestinal contém muitos milhões de micro-organismos vivos em equilíbrio, que desempenham um papel fundamental na saúde, em particular no trato digestivo, urinário e respiratório. Uma microbiota em desequilíbrio faz com que o sistema imunitário fique em risco. Boas regras de higiene e uma boa alimentação em associação com probióticos e arando ajudam a prevenir os distúrbios do trato urinário.
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CYSTALIA CONTÉM AS ESTIRPES SELECIONADAS LACTOBACILLUS rhamnosus LR06 e Lactobacillus plantarum LP02, além de extrato de arando vermelho. A sua formulação, suportada por vários estudos científicos, contribui para o normal funcionamento do trato urinário. Estas estirpes bacterianas são reconhecidas como seguras pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar. Além disso, estão protegidas da acidez gástrica, uma vez que as substâncias ativas estão revestidas por um método inovador que as torna inofensivas para o estômago. O suplemento Symbiosys® Cystalia, da farmacêutica Biocodex, não contém alérgenos, nem são de esperar efeitos secundários. Além disso, é muito fácil de tomar: basta 1 stick de Cystalia todas as manhãs e o pó é dissolvido na boca para uma toma sem água. Cerca de metade das mulheres em todo o mundo são afetadas por Infeções do Trato Urinário (ITU), entre estas, as cistites são as mais comuns.
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[SAÚDE MEDICINA ORAL]
“ Estou com
dor de dentes! E agora?”
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DOR DE DENTES É UMA DOR QUE ABRANGE o maxilar e a face e é causada por um problema com um dente, com a raiz do dente e/ou com infeções. No interior dos dentes existe um tecido macio e esponjoso, com muitos nervos sensíveis e vasos sanguíneos, a que chamamos de polpa dentária. A polpa está rodeada por camadas de tecidos duros, constituindo no seu conjunto o dente. ENTÃO, PORQUE SENTIMOS DOR? Quando sentimos dor, significa que existe a inflamação da polpa dentária, a que se dá o nome de pulpite, e que é muitas vezes causada pelas cáries. As cáries fazem com que o dente se torne “mole” e que se desenvolvam “buracos” (cavidades) que expõem o nervo. Se o problema não for resolvido, a polpa morre e origina uma infeção, levando à formação de um abcesso.
UMA TERRÍVEL DOR DE DENTES EM PERÍODO DE ISOLAMENTO SOCIAL, COM AS CLÍNICAS DENTÁRIAS ENCERRADAS, PODE SER UM DRAMA. OU TALVEZ NÃO!...
COMO SEI QUE ESTOU COM DOR DE DENTES? A dor de dentes, normalmente, aparece de repente e pode variar de um desconforto ligeiro a um grau de severidade elevado. Por isso, deve ser tratada assim que possível, para evitar infeções maiores. Poderá sentir uma dor constante ou intermitente na cabeça, no maxilar ou até perto da orelha. Habitualmente, a dor piora quando está a comer ou a beber, sobretudo se o alimento ou bebida estiver muito quente ou frio. O maxilar relacionado com a área da dor pode doer, inchar e estar sensível ao toque. A dor pode também piorar quando se deita, pois aumenta a pressão sobre o dente. A dor de dentes pode ocorrer também devido a pequena fratura (quando partimos um dente). Desta forma, ao partirmos o dente, aumenta a proximidade com o nervo pulpar e o dente pode tornar-se mais sensível. A recessão gengival, isto é, o recuo da gengiva, pode expor a raiz do dente, que é mais sensível, e provocar também dor, chamada de hipersensibilidade dentária. Existem outros problemas que podem causar sintomas semelhantes à dor de dentes e não serem problemas com os dentes. Por exemplo, a presença de aftas, gengivas inflamadas, sinusite ou lesões na articulação que nos permite abrir e fechar a boca (a articulação temporomandibular). O aparecimento de dentição nos bebés e nas crianças também pode provocar dor, assim como a erupção dos dentes do siso. O QUE POSSO FAZER? Se sentir dores de dentes, deve consultar o seu médico dentista com a maior brevidade. A dor de dentes é, muitas vezes, resolvida de uma forma fácil, no entanto, o mais importante é descobrir qual é a origem do problema. Poderá pensar que sabe exatamente qual é o dente afetado, contudo, os nervos do dente, por vezes, dão a mensagem errada ao cérebro, ou seja, o problema pode ser noutro dente ou até noutro maxilar. O médico dentista irá examinar os dentes e as gengivas para procurar sinais de inchaço, vermelhidão e lesões. Poderá testar a sua sensibilidade ao quente e frio em vários dentes e realizar um raio-X para identificar cáries, fraturas no dente ou problemas com o osso.
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Pela
As clínicas fecharam as suas portas
DRA. MAFALDA VILHENA
ao atendimento regular, mas o
Médica dentista da Clínica Médis
atendimento de urgências continua disponível, embora de uma forma restrita e com triagem prévia
QUAL O TRATAMENTO? Se a dor de dentes for causada por cáries, a cárie será tratada de forma adequada. Se a polpa do dente estiver infetada (como explicado acima), poderá precisar de fazer um tratamento chamado “desvitalização”. Se assim for, o médico dentista irá retirar o nervo do dente e preenchê-lo com um material adequado. O tratamento deste dente poderá ter que ser realizado em mais do que uma consulta, mas a dor melhora ou desaparece logo após a primeira consulta! A infeção poderá provocar inchaço e dificuldade para abrir a boca e, por isso, se o dente estiver infetado, isto é, se existir alguma infeção, como um abcesso, poderá necessitar de tomar antibióticos. Se o dente não puder ser tratado, porque já não tem indicação, o poderá ter de ser extraído. COMO DEVO PROCEDER AGORA, DEVIDO À COVID-19? Dada o risco de propagação do novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença COVID-19, o exercício da atividade de Medicina Dentária foi decretada como suspensa, não só pelo Estado Português, publicado em Diário da República, mas em todo o mundo, isto é, as clínicas fecharam as suas portas ao atendimento regular, mas todos os médicos dentistas continuam disponíveis para o ajudar! O atendimento de urgências continua disponível, embora de uma forma restrita e com triagem prévia. 4Se estiver com dor de dentes ou com uma dor relacionada,
deve entrar em contacto com a clínica e/ou médico dentista via telefone ou e-mail. 4Será feita uma triagem por telefone ou e-mail; posteriormente, poderá ser proposta a realização de uma videochamada com o médico dentista. 4Caso necessite de atendimento presencial, o médico dentista e o assistente deslocam-se à clínica para o atender com a máxima segurança, utilizando máscaras, luvas, batas e outros meios de proteção, e que deve ser utilizado com bom senso e responsabilidade; por isso, esta triagem telefónica é importante e obrigatória para que as consultas apenas se realizem quando é estritamente necessário e inadiável. 4Antes de começar a consulta, o médico dentista irá pedir-lhe que lave as mãos e, assim que chegar à clínica, a sua temperatura corporal será também avaliada. Tudo isto são procedimentos recomendados e obrigatórios, a pensar na sua saúde e na de todos o que o rodeiam. CONSELHOS FINAIS O isolamento social promove alguma ansiedade, que muitas vezes compensamos com o aumento do número de refeições e o consequente aumento da ingestão de alimentos mais açucarados. Por isso, nesta fase, recomenda-se utilização de uma pasta de dentes com flúor para reforçar a remineralização do esmalte, cumpra com a escovagem diária 2 a 3 vezes por dia e não se esqueça de fazer uma escovagem suave das gengivas, também para evitar que possa ter… uma dor de dentes!
O que posso fazer para PREVENIR? A melhor forma de evitar a dor de dentes é mantendo os dentes e as gengivas tão saudáveis quanto possível. 4 Assegurar uma boa higiene dentária, limitando a ingestão de alimentos ricos em açúcares. 4 Lavar os dentes duas a três vezes por dia com uma pasta de dentes que contenha flúor. 4 Utilizar o fio dentário e escovilhões, antes da escovagem. 4 Escovar suavemente as gengivas e a língua (sabia que é na língua que se depositam a maior parte das bactérias?). 4 Fumar pode piorar os problemas que tenha nos dentes, principalmente os problemas gengivais. 4 Visitar o seu médico dntista e/ou higienista oral a cada 6 meses.
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[SAÚDE MEDICINA ORAL] OS TRANSTORNOS ORAIS NÃO SE RESUMEM A DORES DE DENTES E PERIODONTITES. VÁRIAS OUTRAS PERTURBAÇÕES PODEM AFETAR A MUCOSA BUCAL, AS GENGIVAS E ATÉ A GARGANTA.
Dor e inflamação bucal T
ODOS NÓS JÁ SOFREMOS, ocasionalmente, dores e inflamações no revestimento (mucosa) da boca, língua, gengivas e garganta, ou seja, na chamada cavidade orofaríngea. Na maioria das situações, a causa não é grave e os incómodos podem ser atenuados com tratamentos fáceis e acessíveis. Contudo, se um problema persistir por um período de tempo prolongado ou ressurgir, é aconselhável consultar o médico assistente ou o dentista. Vejamos quais os transtornos mais frequentes.
ÚLCERAS As úlceras bucais são comuns. Resultam de uma fissura na mucosa, a qual expõe o tecido subjacente, que é bastante sensível. Embora sejam geralmente pouco graves, podem ser surpreendentemente dolorosas. Habitualmente, estas úlceras surgem na sequência de uma pequena dentada, ao mastigar, ou em resultado da ingestão de algo muito quente. As aftas são um grupo particular de úlceras, que surgem de forma ,por vezes associadas a períodos de stress. A maioria das úlceras da boca saram por si só no espaço de uma ou duas semanas. Bochechar com uma solução bucal indicada para o efeito, de venda em farmácia, alivia a dor e acelera o processo de cicatrização. INFEÇÕES O revestimento da boca é habitualmente resistente a organismos infecciosos. A maioria das pessoas só sofre infeções na boca quando apresenta a imunidade enfraquecida ou mantém uma dieta pouco saudável. herpes labial é um exemplo do tipo de infeção recorrente, podendo as reativações surgirem na sequência de stress, fadiga, luz solar intensa, alguma outra infeção, febre e até mesmo a menstruação. Por seu turno, as infeções das gengivas são frequentes em pessoas que negligen-
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ciam a sua higiene oral, bem como em fumadores, indivíduos sujeitos a stress ou na presença de uma infeção na garganta. As gengivas tornam-se dolorosas e inchadas, avermelhadas e podendo sangrar. GARGANTA INFLAMADA Faringite é o nome que se dá à inflamação da faringe - zona da garganta situada entre a boca/fossas nasais e a laringe/ esófago -, cujo primeiro sintoma é a dor. A causa habitual são as infeções virais, mas também pode ser provocada por infeções bacterianas, pelo refluxo dos ácidos do estômago, entre outras razões. O álcool e o tabaco são sempre fatores de agressão e agravamento da inflamação da faringe. O QUE FAZER? Para o tratamento sintomático dos estados irritativos e inflamatórios da cavidade orofaríngea, por vezes associados a dor, pode ser eficaz gargarejar ou bochechar com uma solução anti-inflamatória não esteroide de venda em farmácia. Princípios ativos como o diclofenac, sob a forma de solução bucal, podem estar indicados nos casos acima citados, bem como na sequência de tratamentos dentários conservadores ou de extração. Em caso de agravamento ou não melhoria dos sintomas, deve consultar-se o médico.
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[SAÚDE DIABETOLOGIA]
10 CONSELHOS
bem-estar psicológico dos diabéticos PARA O
COM A PREOCUPAÇÃO DE AJUDAR AS PESSOAS COM DIABETES A MANTER O BEM-ESTAR PSICOLÓGICO DURANTE O ISOLAMENTO SOCIAL, A ASSOCIAÇÃO PROTECTORA DOS DIABÉTICOS DE PORTUGAL DEIXA 10 CONSELHOS ELABORADOS PELA PSICÓLOGA CLÍNICA DA ASSOCIAÇÃO, DRA. ANA LÚCIA COVINHAS.
COVID-19: o que fazer quando Devido às incertezas que existem sobre o novo coronavírus, os profissionais de saúde da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal reuniram um conjunto de informação validada e desenvolveram um Manual de Apoio para as pessoas com diabetes tipo 1 e 2 e seus cuidadores saberem lidar com um diagnóstico positivo de Covid-19. “As pessoas com diabetes são um dos grupos mais vulneráveis ao desenvolvimento de complicações graves com a infeção por coronavírus. Desta forma, é crucial reforçar as medidas e cuidados a ter para controlar a diabetes. Antes e durante! A pessoa com diabetes deverá estar em contacto com o seu médico assistente, continuar a tomar a medicação aconselhada, sem nunca interromper o tratamento, nomeadamente com insulina, fazer a determinação da glice-
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“É
NORMAL SENTIR MAIS ANSIEDADE, stress, irritabilidade, zanga, sentimentos depressivos, insónia e frustração. Estes sintomas resultam da sensação de privação de liberdade, conjuntamente com o medo de contrair a infeção ou o medo de não ter as provisões suficientes para atravessar este período. Resultam também do crescendo da desinformação resultante do confronto entre várias fontes informativas”, explica a psicóloga Dra. Ana Lúcia Covinhas. Assim, para enfrentar com maior bem-estar esta fase tão desafiante das nossas vidas, a especialista aconselha:
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Cumpra escrupulosamente as orientações das instituições de referência de autoridade da saúde, quer nos comportamentos de prevenção à propagação do vírus para não aumentar o contágio, quer no cumprimento do isolamento social a que a quarentena obriga.
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Selecione fontes de informação credíveis e confie. Não há razão para as autoridades nos esconderem informação, uma vez que precisam da colaboração de todos. Tenha cuidado com as informações/vídeos/ testemunhos que circulam nas redes sociais. Não temos como saber se são verdadeiros. Saiba que o medo nos leva a fazer interpretações irracionais e a aumentar a dimensão da realidade que nos assusta. Este facto, amplifica e potencia emoções negativas.
4 5
Informe-se das linhas de apoio geral e de apoio à diabetes. Peça ajuda!
Esteja atento às redes sociais de grupos de pessoas com diabetes. A interajuda é fundamental neste período.
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Aproveite o tempo que está em casa para fazer coisas que lhe dão prazer. Aquelas para as quais se queixa de “não ter tempo”. Faça listas para agora e para depois!
APOIO DA APDP Para as pessoas com diabetes com mais de 60 anos, consideradas grupo de maior risco, tal como acontece com os idosos e pessoas com outras doenças crónicas, esta quarentena é ainda mais importante e é esse grupo o foco de maior preocupação por parte da associação. José Manuel Boavida, presidente da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, salienta que “garantir um sentimento de segurança e proteção é um dos principais objetivos da Associação. Para tranquilizar, a APDP implementou um sistema de teleconsultas, com contactos diários aos seus utentes para dar uma palavra de conforto, criou uma linha de atendimento telefónico gratuito para prestar aconselhamento especializado de apoio e orientação a adultos com diabetes e seus familiares, criou um serviço domiciliar de entrega de medicamentos e continua a assegurar os novos casos de diabetes ou situações urgentes.” O número de telefone da linha de apoio é o 21 381 61 61 e está disponível das 8.00h às 20.00h, incluindo fins de semana.
Procure manter os seus ritmos diários de sono, padrão alimentar adequado e o exercício físico possível.
Contacte familiares e amigos. Mantenha-se em rede. A comunicação aproxima-nos, ajuda a relativizar as preocupações, combate o aborrecimento e reduz a ansiedade.
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Seja altruísta e procure o altruísmo nos outros. Além de nos engrandecer enquanto ser humano, promover o bemestar físico e psicológico. Participe nas correntes de apoio que começam a surgir (como ir à janela bater palmas aos profissionais de saúde que cuidam de nós ou cantar em conjunto ou outras que nos façam ir à janela, todos à mesma hora) A comunidade apoia-se e todos sabem exatamente o que está a sentir.
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Para tudo, seja criativo. A criatividade liberta e dá-lhe poder.
A pessoa com diabetes deverá estar em contacto com o seu médico assistente, continuar a tomar a medicação aconselhada, sem nunca interromper o tratamento, nomeadamente com insulina
reforçar a importância da educação terapêutica e criar ferramentas que a suportem, permitindo assim que as pessoas com diabetes desenvolvam competências na autogestão dos cuidados, capazes de manter o melhor controlo possível”. O Manual de Apoio aborda ainda o papel do cuidador da pessoa em isolamento, os procedimentos de limpeza e desinfeção, procedimentos para remoção da roupa da cama e atoalhados, remoção de resíduos da zona de isolamento e responde ainda a questões como a transmissão de covid-19 por via fecal e a infeção através do animal de estimação. O Manual de Apoio está disponível para consulta, em português e inglês, em https://apdp.pt/coronavirus-e-diabetes/ e deve ser entendido como uma informação adicional que não se sobrepõe às indicações da equipa de saúde assistente de cada doente ou às das autoridades de saúde.
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mia de quatro em quatro horas, beber mais líquidos para evitar a desidratação, tentar comer normalmente e verificar a temperatura diariamente, de manhã e à noite”, esclarece José Manuel Boavida, presidente da APDP. O mesmo responsável afirma que “o manual refere os cuidados específicos para cada tipo de tratamento, medicação oral ou insulina, e serve de complemento à linha de apoio (213816161) que a APDP tem em funcionamento para todas as pessoas com diabetes e seus familiares que necessitem de aconselhamento especializado.” Por sua vez, o Dr. João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP e presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, acrescenta: “Em caso de infeção, as medidas ensinadas, para os dias de doença, às pessoas com diabetes, devem ser reforçadas, com mais pesquisas de glicemia e de cetona sempre que necessário. Agora, mais do que nunca, é fundamental
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O RESULTADO É POSITIVO?
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[ESPAÇO AMPLIPHAR ]
OS DIABÉTICOS
constituem um GRUPO DE RISCO
ALTAMENTE VULNERÁVEL AO COVID-19
Como noutras infeções virais, o Covid-19 afeta o controle da diabetes, o que obriga este grupo a uma maior vigilância. A diabetes mellitus leva a uma maior suscetibilidade à patologia infeciosa, bem como a quadros de maior gravidade e prognóstico menos favorável. É uma das doenças que acarreta maior risco de mortalidade por Covid-19, sendo ultrapassada apenas pela cardiovascular. O excesso de açúcar no sangue, o processo de inflamação mais acentuado, acarreta maior vulnerabilidade aos diabéticos, pois sobrecarrega e compromete a resposta do sistema imunitário.
Uma vez que os altos níveis de glicose associados à diabetes afetam o funcionamento do sistema imunitário, o controlo da glicémia constitui a medida mais eficaz para proteger os diabéticos de infeções. O crómio, em conjunto com a insulina, ajuda a transportar a glicose da corrente sanguínea para as células, onde esta constitui uma importante fonte de energia. Na falta de crómio, este processo não ocorre tão eficazmente, aumentando os níveis de glicose no sangue. Várias investigações referem a capacidade do crómio para regular as concentrações de açúcar no sangue, ajudando a promover o controlo da diabetes.
Uma vez comprometido, o sistema imunitário pode não conseguir dar os sinais de alarme da doença, podendo avançar rapidamente para quadros mais graves.
Assim, “com os níveis de glicémia controlados, o risco de um diabético contrair Covid-19 é idêntico ao de uma pessoa saudável.”
As medidas preventivas recomendadas aos diabéticos são iguais às partilhadas com a população em geral e é crucial o indivíduo manter-se hidratado e controlar a sua glicémia.
A atestar os benefícios do crómio, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA), refere que “o crómio contribui para a manutenção de níveis normais de glicose no sangue.”
Em Portugal, existem três milhões de pessoas com diabetes ou pré-diabetes, o que representa 40% da população portuguesa e que justificam todo o apoio e esclarecimento para que consigam reunir todas as condições para prevenir o contágio. Pela relação de proximidade e confiança, é relevante a intervenção do Farmacêutico no acompanhamento e aconselhamento dos diabéticos, na prevenção do Covid-19.
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[SAÚDE CARDIOLOGIA]
Doenças cardiovasculares e
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N
OS ÚLTIMOS 100 ANOS, temos assistido a episódios repetidos de pandemias, algumas com elevadíssima mortalidade. Durante a 1ª Guerra Mundial, a Gripe Espanhola dizimou milhões de pessoas em todo o mundo e, mais recentemente, tivemos em 2002 uma pandemia pelo coronavírus SARS-CoV1 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus), em 2009 a Gripe A, causada pelo vírus Influenza H1N1 e, em 2012, outro coronarivus, chamado MERS – CoV (Middle East Respiratory Syndrome Coronavirus). Em finais de 2019, apareceram os primeiros casos de uma nova doença por coronavírus ou Coronavirus Disease 2019 (COVID-19), causada pelo SARS-CoV2. Os primeiros casos foram descritos em Wuhan, na província de Huban, na China, mas rapidamente de propagou a toda a China e Ásia. A fácil circulação das pes-
soas facilitou a sua disseminação a outros países mais distantes, incluindo a Europa, que a partir de finais de janeiro começou a reportar os primeiros casos. Este rápido alastramento internacional levou à declaração de pandemia pela Organização Mundial de Saúde, em 11 de março de 2020. GRUPOS COM MAIOR RISCO O vírus transmite-se de pessoa a pessoa por contacto próximo, sobretudo através de gotículas respiratórias, com um período de incubação de cerca de 14 dias e tem maior contagiosidade que com os vírus anteriores. Diversas publicações científicas têm surgido sobre esta infeção, a maioria com origem na China, onde referem que 81% dos casos têm forma de apresentação ligeira, 14% grave e 5% critica ou muito grave. Podem ser atingidas pela infeção pessoas
de todas as idades e o risco de desenvolverem doença grave aumenta a partir dos 60 anos. A presença de comorbilidades ou doenças crónicas nos doentes infetados é frequente (cerca de 24% dos doentes), sobretudo a hipertensão arterial em 17%, a diabetes em 8% e as doenças cardiovasculares em 5%, bem como doenças respiratórias e cancro, com valores ainda mais elevados nos doentes que são internados (50% dos doentes, com 40% por doença cardio ou cerebrovascular) e, em particular, nos cuidados intensivos, mostrando assim que estas comorbilidades os tornam particularmente mais vulneráveis. A taxa de mortalidade global pela infeção com COVID-19 situa-se nos 2,3%. Nos indivíduos sem outras doenças, é bastante baixa, de 0,9%, aumentando para 8% no grupo etário entre os 70 e 79 anos e 14,8% acima dos 80 anos.
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OS DOENTES COM DOENÇAS CARDIOVASCULARES CONSTITUEM UM GRUPO COM MAIOR RISCO DE CONTRAIR INFEÇÃO E TÊM TAMBÉM UM ACRÉSCIMO SIGNIFICATIVO DE COMPLICAÇÕES. DAÍ A IMPORTÂNCIA DA ADOÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS ADICIONAIS, QUE DEVEM SER SEGUIDAS COM ESPECIAL ATENÇÃO E RIGOR.
RECOMENDAÇÕES É fundamental a sensibilização dos profissionais de saúde e dos doentes com doença cardiovascular crónica, seus familiares e cuidadores, para o potencial de risco acrescido de contrair infeção por COVID-19 e de complicações, para a adoção de medidas preventivas adicionais às estabelecidas pela Direção Geral de Saúde para a população em geral, devendo ser seguidas com especial atenção e rigor. Assim: 4Evitar deslocar-se ao hospital ou centro de saúde, a menos que estritamente necessário, procurando contactar por via telefónica ou informática o seu médico assistente ou outros profissionais de saúde;
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PROFª. ANA TERESA TIMÓTEO Secretária-geral da Sociedade Portuguesa Cardiologia; cardiologista, Hospital Santa Marta, Centro Hospitalar Lisboa Central; professora auxiliar, Faculdade Ciências Médicas de Lisboa
4Permaneer no domicílio, deslocando-se ao exterior apenas se estritamente necessário; 4Lavar as mãos com frequência, mesmo que esteja no domicílio, desinfetar regularmente os materiais tocados por outros (maçanetas de portas, corrimão, teclados de computador) e evitar contactos com outras pessoas; 4Verificar a temperatura corporal do próprio e com quem contacte diariamente, ainda que no mesmo domicílio, se houver alguma suspeita de contágio; 4Promover medidas genéricas de estimulação imunológica, nomeadamente alimentar-se bem, dormir adequadamente e reduzir os níveis de stress. Não esquecer também que, em caso de sintomas sugestivos de enfarte ou AVC, deve contactar imediatamente o 112 que, em caso de confirmação destas situações, irá assegurar o transporte seguro e direto para um serviço de especializado para um rápido tratamento. Existem vias seguras de orientação destes doentes, pelo que o receio de contrair infeção no hospital não deve condicionar o doente no acesso aos cuidados de saúde.
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COMPLICAÇÕES CARDÍACAS As complicações cardíacas associadas à infeção por COVID-19 são semelhantes às produzidas pelos outros vírus referidos, podendo afetar o sistema cardiovascular, quer pelo desenvolvimento de nova doença ou por descompensação de situações previamente existentes. Uma das formas mais frequentes de apresentação cardiovascular é a lesão do miocárdio, o músculo do coração, sendo também marcador de evolução clínica desfavorável. Pode ser resultado de agressão direta do vírus sobre o músculo do coração, por inflamação, por causar enfarte do miocárdio ao atingir as artérias coronárias que irrigam o coração ou pelos baixos níveis de oxigénio no sangue nas formas graves de pneumonia. Os doentes que apresentam maior risco de lesão do miocárdio são os idosos e doentes com doenças cardiovasculares de base e diabetes, e este envolvimento associa-se a uma mortalidade substancialmente superior, em particular com doença cardiovascular de base. Outras formas de manifestação cardiovascular, em particular nos doentes que necessitam de internamento em cuidados intensivos, são o choque, as arritmias e as alterações de coagulação, esta última com formação de coágulos em várias localizações, como o pulmão e as veias das pernas e resultante de um processo intenso de inflamação generalizada, que conduz também a perturbações da coagulação.
ORIENTAÇÕES SOBRE A MEDICAÇÃO Os doentes com doenças cardiovasculares devem manter a medicação em curso e seguir os conselhos do seu médico assistente, garantindo que têm medicação em quantidade suficiente. A segurança de alguns medicamentos para o tratamento da hipertensão arterial e insuficiência cardíaca, nomeadamente os IECA e ARA II, foi questionada em alguns artigos científicos, tendo sido sugerido que os doentes sob tratamento com estes medicamentos poderiam ter uma evolução mais grave da doença a coronavírus. No entanto, estudos com resultados opostos estão também publicados, pelo que, segundo as recomendações atuais, o tratamento com estes medicamentos não deverá ser interrompido. Outra nota importante sobre medicação diz respeito aos diversos medicamentos que têm sido testados e utilizados para o tratamento desta infeção, alguns com efeitos deletérios diretos sobre o coração e outros que causam interferência com muitos dos medicamentos utilizados no tratamento das doenças do coração, podendo reduzir o seu efeito e colocar o doente em risco. Nestas circunstâncias, o médico que assiste o doente quando diagnosticada a infeção deverá analisar casos a caso a medicação a utilizar.
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A presença de outras doenças crónicas, confere também um risco aumentado de morte. Salientam-se as doenças cardiovasculares com uma mortalidade de 10,5%, seguida pela diabetes com 7,3%, doença respiratória crónica com 6,3%, HTA com 6% e cancro com 5,6%. Assim, os doentes com doenças cardiovasculares constituem, tal como os idosos (eles próprios portadores dessas doenças), um grupo com maior risco de contrair infeção e têm também um acréscimo significativo de complicações e de mortalidade.
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[SAÚDE CARDIOLOGIA]
Hipertensão arterial
e insuficiência
EXISTEM UMA RELAÇÃO MUITO PRÓXIMA E PERIGOSA ENTRE A HIPERTENSÃO ARTERIAL E A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. CONTROLAR UMA SIGNIFICA PREVENIR A OUTRA.
A
HIPERTENSÃO ARTERIAL (HTA) é um dos problemas de saúde pública mais importantes a nível mundial, acarretando enorme impacto, quer a nível económico, quer na qualidade de vida das pessoas, pelas complicações a esta associadas (sejam as doenças cerebrovasculares, como o acidente vascular cerebral, e/ou as cardíacas, como o enfarte agudo do miocárdio e a insuficiência cardíaca). A prevalência global de HTA em adultos é de aproximadamente 30 a 45%, aumentando tendencialmente com a idade.
cardíaca
RELAÇÃO PRÓXIMA E PERIGOSA Estima-se que, em pessoas com idade superior a 60 anos de idade, a prevalência ultrapasse os 60%, isto é, mais de metade desta população será hipertensa. O QUE É A HTA? Define-se HTA como sendo uma pressão arterial sistólica no consultório maior a ou igual 140mmHg e/ou diastólica maior ou igual 90mmHg. Na maioria das vezes, a HTA é silenciosa, representando por si só um fator de risco para muitas outras doenças, como sejam a doença arterial coronária, o acidente vascular cerebral ou a insuficiência cardíaca. Em muitos casos, a HTA está associada a outras patologias, como a diabetes e a dislipidemia, aumentando o risco de desenvolvimento de doença cardíaca, particularmente insuficiência cardíaca.
Sabemos que uma pessoa de 60 anos de idade com doença cardiovascular e diabetes tem, em média, menos 12 anos de esperança média de vida, relativamente a uma pessoa sem tais patologias. CONTROLO DOS FATORES DE RISCO Desde modo, torna-se fundamental o controlo dos fatores de risco cardiovasculares, de modo a evitar o aparecimento das lesões dos órgãos alvo (coração, vasos, rim e cérebro). Assim, o controlo da HTA, da diabetes, da dislipidemia, e a cessação tabágica, resulta num cenário em que a mesma esperança média de vida passa a ser equivalente à dos indivíduos sem fatores de risco. Consequentemente, a visão do médico passou do controlo/tratamento de cada
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DRA. PAULA FELGUEIRAS Secretária Adjunta Norte da Direção da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH)
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vida, como por exemplo a dieta hipossalina e a prática de exercício físico), quer a terapêutica farmacológica.
A redução do consumo de sal
DIETA BAIXA EM SAL É fulcral, a nível da terapêutica não farmacológica, a manutenção de uma dieta mediterrânica baixa em teor de sal. A população portuguesa consome em média, diariamente, mais do dobro do sal recomendado. A redução do consumo de sal é fundamental para o controlo da pressão arterial e da insuficiência cardíaca. Quanto à terapêutica farmacológica, nos doentes com HTA e insuficiência cardíaca, e como primeira linha de terapêutica, surgem os antagonistas dos recetores de angiotensina (ARAS) e os inibidores de enzima conversora de angiotensina (IECAS), tendo vários estudos provado
é fundamental para o controlo da pressão arterial e da insuficiência cardíaca
RELAÇÃO PERIGOSA Uma hipertensão arterial não controlada conduz, ao longo do tempo, ao aumento do músculo cardíaco no ventrículo esquerdo (do coração), resultando num ventrículo com alterações do enchimento (diastólico) e, posteriormente, num ventrículo dilatado e cuja função cardíaca diminui, levando a que o sangue fique acumulado a montante, a nível pulmonar, e daí o aparecimento da “falta de ar”. Por outro lado, a própria hipertensão arterial acelera a perda de “compliance” arterial relacionada com o envelhecimento, aumentando a massa muscular do ventrículo esquerdo. Seguem-se alterações a nível das células do músculo cardíaco, com posterior dilatação das câmaras do coração e, consequentemente, surgem arritmias (fibrilhação auricular, entre outras). Controlar a pressão arterial ajuda a prevenir a insuficiência cardíaca. Para prevenir o aparecimento da insuficiência cardíaca, os doentes hipertensos devem manter a pressão arterial dentro dos alvos, com recurso quer a terapêutica não farmacológica (através de mudanças de estilo de
a redução da mortalidade com a sua utilização. Estão igualmente provados os benefícios do uso de beta-bloqueantes e de antagonistas dos recetores dos mineralocorticoides. EM RELAÇÃO À COVID-19 Um apontamento relativamente à pandemia COVID-19: os doentes com doença cardiovascular parecem ter um aumentado o risco de efeitos adversos quando infetados pelo coronavírus, isto porque, apesar das manifestações clínicas mais frequentes serem os sintomas respiratórios, o vírus pode causar lesões cardiovasculares. Segundo a posição das Sociedades Internacionais de Cardiologia, não existe evidência clínica ou experimental que mostre outcomes adversos na terapêutica com os ARAS ou os IECAS. Aliás, as várias sociedades científicas emitiram, em 17 de Março de 2020, uma declaração conjunta na qual recomendam a manutenção da terapêutica em curso para a HTA e para a insuficiência cardíaca.
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E A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA? Quanto à insuficiência cardíaca, esta define-se como uma síndrome em que a pessoa desenvolve intolerância ao esforço na presença de disfunção cardíaca. As pessoas apresentam mais comummente sintomas como o cansaço/fadiga e a “falta de ar”, seja em esforços moderados e médios ou até mesmo em repouso (dependendo do grau de insuficiência cardíaca). Podem também apresentar edema, vulgarmente identificado como pernas “inchadas”, que se caracteriza pela acumulação de líquido e pelo urinar várias vezes durante o período noturno. Ainda que menos específicos, podem ainda surgir outros sintomas, como sejam a falta de energia crónica, a dificul-
dade em dormir, a confusão ou perda de memória, a tosse com expetoração espumosa, entre outros. A insuficiência cardíaca é considerada o último estádio da doença cardíaca, surgindo devido a doenças específicas ou quando os fatores de risco, nos quais se inclui a HTA, não são devidamente controlados.
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patologia de forma independente, para uma perspetiva global, para cada indivíduo (daí a designação de terapêutica individualizada), mediante a idade da pessoa, o sexo, os hábitos de vida (tabaco, consumo de álcool, sedentarismo), obesidade, dislipidemia, HTA e diabetes, entre outros. As consultas de Risco Cardiovascular são de elevada importância, na medida em que, para cada paciente, é avaliado o risco específico, bem como traçados objetivos pessoais de controlo de tensão, dos lípidos, da diabetes, do peso e dos hábitos de vida. A terapêutica individualizada é fundamental para controlo dos fatores de risco, evitando assim o desenvolvimento da insuficiência cardíaca, que se torna a fase avançada do “continuum” cardiovascular.
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[SAÚDE PNEUMOLOGIA]
Doentes respi r e Covid-19 HAVERÁ SEQUELAS? É IMPOSSÍVEL DIZÊ-LO...
A
NTES DE MAIS, SÃO NECESSÁRIAS ALGUMAS NOÇÕES BÁSICAS. Os vírus não se reproduzem autonomamente, precisam de outras células para o fazerem. Com a sua utilização, provocam a sua morte, impedindo-as de exercer a respetiva função, necessária ao bem-estar do organismo. Neste caso, as células usadas nos casos graves localizamse nos pulmões, as que permitem as trocas gasosas com a hemoglobina. Ainda não se sabe o porquê de, por vezes, acontecer isso e outras não. Daí a divisão tão propalada em 80% de casos leves, 15% a precisar de internamento e 5% de cuidados intensivos. O tempo de doença é demorado. A resposta imunológica do nosso organismo, para que os doentes deixem de o ser, demora. O tempo de internamento e de internamento nas UCI, com ou sem ventilação, é demorado pelas mesmas razões. SABE-SE POUCO DA DOENÇA Neste momento, sabe-se muito do vírus, mas pouco da doença. Acabou de chegar à Europa. Afogou-nos em números de infetados, de internados e de mortes. A epidemiologia ensinou-nos algumas coisas sobre os casos graves, a sua frequência e a sua relação com as patologias prévias da população.
É uma doença com letalidade significativa, muito mais alta no grupo etário superior aos 70 anos. É importante nos homens entre 60 e 70 (3%), sendo as mulheres deste grupo etário relativamente poupadas. Pensou-se que tal se poderia dever aos hábitos tabágicos, mas o ambiente hormonal pode ser outra explicação. A relação com as patologias normalmente evocadas – insuficiência renal, doenças cardiovasculares, diabetes e doenças respiratórias crónicas – pode ser casual ou causal. Nos mais velhos, existem mais patologias. Sabemos que os portugueses são saudáveis até aos 65 anos e que a necessidade de ventilação mecânica prolongada dificulta a sobrevivência em doentes com múltiplas comorbilidades, mais frequentes nas idades mais avançadas.
Não sabemos como vão reagir os pulmões a estas agressões;
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normalmente, reagem bem, com restituição da normalidade; esperemos que, neste caso, também
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i ratórios UMA DOENÇA NOVA, COM CLÍNICA DESCONHECIDA E COM FISIOPATOLOGIA INTRIGANTE. ASSIM É A COVID-19, UMA DOENÇA VÍRICA, MAIORITARIAMENTE RESPIRATÓRIA, PROVOCADA POR UM NOVO CORONAVÍRUS, O SARS-COV 2.
Pelo
PROF. JOSÉ ALVES Médico pneumologista e presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão
E QUANTO ÀS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS? Devemos dividir as doenças respiratórias em dois grandes grupos: as agudas (gripe, constipação, asma ligeira, etc) e as crónicas. No caso das doenças agudas, a dificuldade é não confundir os sintomas e os diagnósticos. A ajuda de um médico avisado deve ser utilizada. Quanto às doenças crónicas, a situação é diferente. A taxa de mortalidade sobe até 6%, em algumas séries, como é o caso da doença pulmonar obstrutiva crónica. Nestes casos, deve manter-se a medicação, continuando a controlar a doença. As fibroses pulmonares intersticiais, quando se usam imunossupressores, como as neoplasias e as doenças autoimunes ou asma grave, facilitam, plausivelmente, a progressão da Covid-19. Em qualquer dos casos, sem imunidades específicas, arma de defesa biológica do nosso organismo, sem tratamento eficaz e sem vacina, só podemos recorrer ao isolamento profilático, tão anancástico quanto possível, nunca será demais. Assim venceremos a primeira vaga, que terminará duas semanas depois de pararem os casos novos.
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HAVERÁ SEQUELAS? É impossível dizê-lo. Só com uma bola de cristal... Haverá consequências sociais e, eventualmente, sequelas. Não são prováveis nos casos mais ligeiros, mas podem aparecer, dentro de mais ou menos tempo, a todos os que passarem por ventilação mecânica e por pneumonias graves. Não sabemos como vão reagir os pulmões a estas agressões. Normalmente, reagem bem, com restituição da normalidade. Esperemos que, neste caso, também. Ultrapassaremos esta crise, no caso de Portugal, com orgulho de sermos portugueses.
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VIRÃO OUTRAS VAGAS Virão outras vagas, porque a população em isolamento imita a imunidade, mas não a adquire, mantendo-se, portanto, suscetível. A sua ocorrência depende das características do vírus e das medidas tomadas pelas autoridades, que têm sido um exemplo de qualidade, tal como os profissionais de saúde, os bombeiros, os portugueses. No nosso país, a taxa de internamento ronda os 9% e a necessidade de UCI os 2,5%. Pode piorar. Mas é admirável, e todos temos de agradecer, as medidas tomadas pelo Presidente da República, secundadas excecionalmente bem pelo Governo e pelo Serviço Nacional de Saúde. Em qualquer dos casos, enquanto doentes e potenciais infetados, o que podemos fazer é o isolamento.
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Vacina antipneumocócica [SAÚDE PNEUMOLOGIA]
SALVA VIDAS
A PANDEMIA QUE ESTAMOS A VIVER MOSTROU-NOS BEM A NOSSA FRAGILIDADE. E SE É VERDADE QUE A VACINA ANTIPNEUMOCÓCICA NÃO TEM QUALQUER LIGAÇÃO AO CORONAVÍRUS, TAMBÉM É VERDADE QUE, SE CONTRAIRMOS UMA PNEUMONIA NESTA ALTURA, A RECUPERAÇÃO PODERÁ SER BEM MAIS COMPLICADA.
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ATUALIDADE TEM-NOS MOSTRADO, de forma clara e inequívoca, a importância da prevenção e da proteção, sobretudo entre as pessoas que se encontram mais vulneráveis e fragilizadas. Para essas pessoas, doenças graves e potencialmente fatais como a pneumonia continuam a representar um risco acrescido, com a agravante do que representa contrair uma pneumonia nesta altura: uma recuperação, por si só, bastante mais complicada, quando sabemos que os equipamentos e os próprios profissionais de saúde estão sobrecarregados.
PNEUMONIA MATA TODOS OS DIAS Apesar da disseminação de informação e das diferentes campanhas organizadas para sensibilizar a população, a pneumonia continua a matar todos os dias. Mesmo sendo prevenível por vacinação. Os constrangimentos económicos serão a causa para alguns não se vacinarem, mas a falta de informação e de conhecimento é a principal causa apontada para a baixa taxa de imunização contra a doença. Cabe-nos continuar a falar sobre o tema, mostrar as vantagens de se estar protegido e assim apoiar quem se encontra em maior risco. Crianças e pessoas a partir dos 65 anos são os mais vulneráveis à pneumonia, a par de adultos com doenças crónicas como diabetes, asma, doença pulmonar obstrutiva crónica, outras doenças respiratórias crónicas, doença cardíaca, doença hepática crónica, doentes oncológicos, portadores de VIH e doentes renais, entre outros.
A fragilidade do seu sistema imunitário transforma-os em grupos de risco, por isso é um segmento da população que deve estar particularmente protegido. RECOMENDAÇÃO DA DGS Em junho de 2015, a Direção Geral da Saúde (DGS) lançou uma norma que recomenda a vacinação antipneumocócica a todas as pessoas com mais de 18 anos, pertencentes aos grupos de risco. Ao vacinarmos estas pessoas, estamos a protegê-las, a investir na sua saúde, a prevenir eventuais internamentos e, sem dúvida, a reduzir o número total de mortes por pneumonia.
O PNEUMOCOCO Responsável por 1,6 milhões de mortes por ano em todo o mundo, o pneumococo é um dos agentes microbianos mais vezes identificados como a causa da pneumonia. Sintomas como a febre, tosse, expetoração e dificuldade respiratória podem estar associados a quadros de pneumonia, pelo que, quando presentes, devem ser avaliados por um médico.
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DR. RUI COSTA Coordenador do Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
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Em Portugal, todos os dias são internadas 81 pessoas com pneumonia, das quais 16 acabam por morrer
E desengane-se quem acredita que a pneumonia é sazonal e que, por isso, não se terá de preocupar nos próximos meses. Há casos de pneumonia ao longo de todo o ano. Pode, por isso, vacinar-se em qualquer altura. Não me canso de repetir, tal como muitos outros médicos, que a vacinação deve ser uma prioridade ao longo da vida. Se protegemos – e bem – as nossas crianças, porque não fazemos o mesmo com a restante população? Porque não fazemos o mesmo connosco? Sobretudo quando se trata de doentes crónicos ou quem tem mais de 65 anos.
A cada 90 minutos morre uma pessoa vítima de pneumonia Em Portugal, todos os dias são internadas 81 pessoas com pneumonia, das quais 16 acabam por morrer. Ou seja, de 18 em 18 minutos há um internamento e, no tempo que demoramos a assistir a uma partida de futebol, morre uma pessoa vítima daquela que é uma das principais causas de morte prevenível por vacinação. A pneumonia custa-nos uma média de 80 milhões de euros por ano. Só com tratamentos e internamentos, gastamos 218 mil euros por dia, sem contabilizar os custos indiretos, como o absentismo laboral e quebras de produtividade.
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INVESTIR NA PREVENÇÃO A vacina antipneumocócica já está contemplada no Plano Nacional de Vacinação para as crianças e para alguns dos grupos de risco, e a sua eficácia está comprovada em todas as faixas etárias, incluindo na prevenção das formas mais graves da doença. Tal como a vacina da gripe é gratuita para quem tem mais de 65 anos, porque não fazer o mesmo com a vacina da pneumonia, estendendo a gratuitidade a pessoas a partir dos 65 anos? Investir em prevenção é sempre preferível ao tratamento e à cura, até porque não sabemos como estes podem evoluir, mesmo
Aposte na PREVENÇÃO A vacinação antipneumocócica é a forma mais eficaz de prevenir a pneumonia. Para além desta, a vacinação antipneumocócica previne formas graves da infeção por pneumococos, como a meningite e a septicemia, mas também outras menos graves, como a otite média aguda e a sinusite. Para uma proteção mais completa, recomenda-se, também, a vacinação antigripal, bem como a cessação tabágica, a moderação no consumo de bebidas alcoólicas, a manutenção de um estado nutricional adequado, o controlo de doenças crónicas existentes, a promoção de uma boa higiene oral e a atenção aos primeiros sinais de doença.
nos casos mais simples. Para além disso, o envelhecimento saudável da população depende, também, de evitarmos mortes e sequelas provenientes de doenças potencialmente fatais. Vinte e um por cento dos portugueses têm, atualmente, 65 ou mais anos. Caso fosse aprovada a gratuitidade da vacina antipneumocócica a esta faixa etária, cerca de dois milhões de pessoas beneficiariam desta medida e contribuiria para reduzir significativamente os custos anuais com internamento por pneumonia em Portugal: cerca de 80 milhões de euros. Valores bastante abaixo dos números reais, uma vez que não contabilizam despesas indiretas, como o absentismo ou a baixa rentabilidade, e muito menos aquilo que é o mais importante – as nossas vidas e as daqueles a quem queremos bem. A vacinação salva vidas, por isso protejase e vacine-se.
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[ESPAÇO CRIOESTAMINAL]
Células estaminais 5 CASOS DE SUCESSO QUE COMPROVAM A UTILIDADE CLÍNICA
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S CÉLULAS ESTAMINAIS possuem características únicas, que permitem a substituição das células que vão morrendo e a reparação de tecidos danificados, sendo, por isso, fundamentais para o bom funcionamento do nosso organismo. Adicionalmente, as suas propriedades conferem-lhes um grande potencial para o tratamento de diversas doenças. Em todo o mundo, a utilização de células estaminais do sangue do cordão umbilical é já uma realidade bem patente, tendo sido realizados, até à data, mais de 45 mil transplantes com esta fonte de células estaminais. As células estaminais do sangue do cordão umbilical são semelhantes às que se encontram na medula óssea, podendo ser usadas no tratamento de mais de 80 doenças, incluindo doenças oncológicas, deficiências medulares, doenças metabólicas, imunodeficiências e hemoglobinopatias. Para além disso, nos últimos 10 anos, o número de novas aplicações terapêuticas do sangue do cordão umbilical em estudo aumentou marcadamente, tendo envolvido já mais de 800 doentes tratados no âmbito de estudos clínicos experimentais. O tecido do cordão umbilical é outra fonte de células estaminais que ganhou destaque nos últimos anos, estando já registados mais de 170 ensaios clínicos que visam testar a sua aplicação clínica num leque alargado de doenças, nomeadamente em doenças de carácter autoimune.
BEBÉS PREMATUROS Um estudo publicado na revista científica Stem Cells Translational Medicine, mostrou que a administração autóloga de sangue do cordão umbilical em bebés prematuros reduziu significativamente o tempo de suporte respiratório que estes bebés necessitariam. Pelas suas propriedades regenerativas, anti-inflamatórias e imunomoduladoras, o sangue do cordão umbilical está a ser investigado para a prevenção de complicações associadas à prematuridade. Ren Z, et al. Stem Cells Transl Med. 2020 Feb;9(2):169-176.
ESÕES NOS JOELHOS L (OSTEOCONDRITE DISSECANTE DO JOELHO) Dois jovens atletas, de 16 e 17 anos de idade, diagnosticados com osteocondrite dissecante do joelho, foram submetidos a um tratamento experimental que consistiu na injeção direta de células estaminais no local da lesão. Este tratamento permitiu a regeneração da cartilagem, que posteriormente se verificou possuir características semelhantes às da cartilagem original. Ao fim de um ano, estes jovens puderam voltar a praticar a sua modalidade de eleição. Song JS, et al. J Clin Orthop Trauma. 2019. 10 (Suppl 1):S20S25.
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Estes são alguns exemplos de tratamentos com células estaminais realizados com sucesso, que vêm comprovar a sua utilidade clínica: ANEMIA APLÁSTICA GRAVE Uma criança portuguesa, de 4 anos de idade, entrou em remissão após transplante com as células estaminais do seu sangue do cordão umbilical para tratar anemia aplástica grave. Esta doença ocorre quando a medula óssea deixa de produzir células sanguíneas suficientes, provocando anemia, hemorragias e infeções. O tratamento foi realizado em abril de 2019, na Unidade de Transplante de Medula do IPO de Lisboa, com uma amostra de células estaminais do Sangue do Codão Umbilical guardada na Crioestaminal. https://parentsguidecordblood.org/pt/news/henrique-salvo-com-o-seu-sangue-do-cordao-umbilical
LESÕES CEREBRAIS Um adolescente de 16 anos, que, na sequência de uma paragem cardiorrespiratória, sofreu lesões cerebrais, apresentou uma recuperação notável após tratamento com células estaminais do tecido do cordão umbilical. O jovem, que tinha ficado severamente incapacitado, recuperou totalmente, tanto a nível motor como cognitivo.
Kabataş S, et al. Cell Transplant. 2018. 27(10):1425-1433.
ANEMIA FALCIFORME Uma criança de 8 anos com anemia falciforme ficou curada após um transplante hematopoiético, realizado em 2017, nos EUA, com a amostra de sangue do cordão umbilical do seu irmão mais novo, que tinha sido guardada num banco familiar. Um ano depois do transplante, o menino estava totalmente curado, vivendo uma vida saudável. https://parentsguidecordblood.org/en/news/hamads-story
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[SAÚDE INFÂNCIA] TODOS OS PAIS ACREDITAM QUE CONHECEM OS SEUS FILHOS. PORÉM, SÃO FREQUENTEMENTE SURPREENDIDOS PELAS REAÇÕES DOS MAIS PEQUENOS. OS INTERESSES E OS COMPORTAMENTOS DAS CRIANÇAS VÃO VARIANDO À MEDIDA QUE ELAS VÃO CRESCENDO E, POR VEZES, CONSEGUEM DESORIENTAR-NOS...
Conhece
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ODOS OS CASAIS QUE JÁ PASSARAM PELA EXPERIÊNCIA DE SEREM PAIS concordam em afirmar que os primeiros meses de convivência com o bebé são uma espécie de loucura. De repente, há mais alguém na casa que reclama a nossa atenção 24 horas por dia. Não segue um horário nem admite nenhuma ordem: uma noite pode dormir seis horas seguidas e na noite seguinte não pregar olho; um dia pode negar-se a comer e no seguinte mostrar um apetite voraz. Um bebé é, de facto, uma autêntica caixinha de surpresas!
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os seus filhos; porém, são frequentemente surpreendidos pelas reações dos mais pequenos
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Felizmente, este estado de coisas não dura eternamente. Pouco a pouco, aprendemos a distinguir quando chora de fome, de frio, de medo ou de sono. E entendemos, com um olhar apenas, aquilo que nos pede. Com o tempo, até conseguimos perceber se tem ciúmes, se está feliz ou se precisa do nosso apoio. NENHUMA CRIANÇA É IGUAL A OUTRA No entanto, as suas reações nunca deixam de nos surpreender. Por vezes, parecem mais crescidos do que realmente são; outras vezes, comportam-se como se fossem bebés. Esta situação desconcerta muitos pais, levantando enormes indecisões quanto à melhor forma de educar a criança. Mas não há motivo para alarme: estas situações são absolutamente normais. Ao fim e ao cabo, nenhum pai ou mãe é obrigado a fazer um curso acelerado de pedagogia antes de ter um filho. Além disso, não existem normas universalmente válidas para educar as crianças, já que nenhuma criança é igual a outra, nem se desenvolve ao mesmo ritmo, nem tem as mesmas necessidades que outras crianças da sua idade. Por isso, o que importa é que lhe dediquemos tempo e carinho. Com bom humor, vontade de diálogo e uma boa dose de paciência, podem superar-se todos os problemas que surjam.
PONTO DE PARTIDA Se pais e educadores conhecerem como as crianças se desenvolvem, será mais fácil entender as suas reações. Aqui fica um breve resumo, que poderá servir de ponto de partida:
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PROXIMIDADE Dos 0 aos 4 meses, o mundo dos bebés é muito limitado, reduzindose a sensações: fome, frio, sono, sons, formas e cores. Para eles, a sua mãe é um prolongamento de si mesmos. E a sua dependência relativamente a ela é total. No entanto, ultrapassada esta fase, o bebé descobre que pode agir sobre o mundo exterior e que é capaz de provocar reações: por exemplo, se chora, a sua mãe pega-lhe ao colo ou dá-lhe alimento. Em função da resposta que obtém, vai fixando o seu comportamento. Por isso, embora devamos atendê-lo e tratá-lo com muito carinho, nunca se deve ceder sempre aos seus caprichos. O bebé deve perceber que a sua mãe é independente de si. Esta descoberta – que se produz por volta dos 8 meses – é crucial, porque potencia o desenvolvimento da própria identidade. Mas provoca-lhe uma certa angústia. Por isso, é provável que os bebés, que até então tinham sido muito sociáveis, comecem a assustar-se perante os desconhecidos. Para que o bebé supere esse medo, é aconselhável ampliar os seus pontos de referência – com a introdução do infantário, dos educadores, dos avós, etc. –, para que se dê conta de que há outras pessoas que o conhecem e que podem cuidar dele, além dos seus pais.
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4 DOS 0 AOS 12 MESES
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[SAÚDE INFÂNCIA] 4 DOS 12 AOS 24 MESES:
EM BUSCA DE APOIO É a partir dos 12 meses de vida que a consciência da própria identidade começa a ganhar força, porque a criança adquire uma maior mobilidade e controlo do próprio corpo, o que lhe permite ganhar autonomia. No entanto, do ponto de vista afetivo, ainda continua muito dependente da sua mãe. Necessita permanecer próximo dela e é possível que, por vezes, revele um comportamento algo açambarcador. Nesta fase, é importante ensinar à criança aquilo que ela pode e não pode fazer, o que é bom para ela e o que não é. Entre os 12 e os 24 meses, a criança começa a desenvolver a sua autoestima, a qual depende da valorização que nós damos àquilo que ela consegue fazer. Devemos, pois, animá-la e festejar os seus esforços com entusiasmo.
4 DOIS ANOS:
IDADE DO “NÃO!” Esta expressão é, claramente, a da autoafirmação. Por isso, não nos devemos surpreender com o facto da criança revelar uma atitude mais egocêntrica e de nos contrariar por tudo e por nada. A oposição é uma forma de nos demonstrar que tem vontade própria. Pelo mesmo motivo, a criança também deseja fazer as coisas sem ajuda: vestir-se, comer, descalçar-se, etc. Devemos respeitar a sua iniciativa, mas isso não significa deixá-la fazer tudo e ceder a todos os caprichos, mesmo que nos custe uma birra, o que é muito frequente, nestas idades. Há que mostrar-se firme e fazer-lhe compreender que apenas queremos ensinar-lhe o que é melhor para ela. Desta forma, pouco a pouco, a criança adquirirá bons hábitos.
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4 TRÊS ANOS:
“JÁ NÃO SOU UM BEBÉ!” A partir dos 3 anos de idade, as crianças começam a compreender e a aceitar que existem normas. E são mais conscientes daquilo que está bem e daquilo que está mal. O abandono das fraldas permite-lhes assumir que já não são bebés, o que lhes dá muita satisfação. Mas ainda não distinguem claramente o mundo real das suas próprias fantasias. Ainda não são capazes de seguir uma conversa e ouvem-se mais a si próprios do que aos outros. A nível afetivo, dão-se conta de que podem agir sobre as emoções das outras pessoas. Por isso, é provável que tentem fazer chantagem com a comida, algo que os pais não devem tolerar. No entanto, esta capacidade também é utilizada de forma positiva: se nos veem tristes, tentam
consolar-nos, dando-nos um abraço ou um brinquedo. As crianças de 3 anos têm muita vontade de aprender: por isso, seguem-nos por toda a casa e tentam copiar tudo aquilo que fazemos. Devemos deixar que nos deem uma “ajudinha”, encarregando-as de pequenas tarefas: ligar o interruptor, guardar as molas da roupa na cesta, etc. As crianças adoram sentir-se úteis e importantes! Um aspeto muito importante: jamais devemos usar qualificativos pejorativos, do tipo “palerma” ou “mau”. Se a criança erra ou faz alguma coisa mal, devemos ensiná-la a fazer bem, sem ferir os seus sentimentos.
4 QUATRO ANOS:
LIMITES E REGRAS Por volta dos 4 anos, as crianças dão-se conta de que existem as chamadas regras de convivência que devem aprender e aceitar. Os pequenos querem, então, saber o que lhes é e não é permitido. É importante darlhes explicações claras, para que não se confundam. Conhecer os limites permitelhes ordenar o mundo e isso tranquiliza-os. Também pedem explicações sobre muitas coisas e começam a colocar as grandes questões da existência humana: “como funcionam as coisas?”, “como nasci?”, “o que é a morte?”. Do ponto de vista emocional, é uma fase difícil, de ansiedade, porque experimentam sentimentos mais complexos, como a vergonha, os ciúmes, o orgulho... Estes sentimentos preocupam-nos, porque receiam que os adultos os descubram e, com isso, percam parte do seu carinho.
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PROBLEMAS mais comuns 4CHUCHAR NO DEDO As crianças fazem-no instintivamente (reflexo de sucção). Proporciona-lhes consolo e tranquiliza-as. Se persistir neste hábito para além dos 2 ou 3 anos, há que averiguar a causa, em vez de ralhar e insistir para que o abandone. 4ATIRAR E BATER NOS BRINQUEDOS Em primeiro lugar, os pais devem ter consciência de que a criança não tem má intenção. Está a experimentar, apenas. Tenha paciência e não lhe dê importância.
4 CINCO ANOS:
DESEJO DE SER CRESCIDO As crianças de 5 anos têm uma grande vontade de aprender. Desejam construir a sua própria identidade e tornarem-se maiores; ao mesmo tempo, não querem abandonar o mundo infantil. Por isso, não nos devemos surpreender com algumas atitudes contraditórias: parecem autossuficientes, mas ainda necessitam muito de mimos; querem fazer amigos, mas ainda lhes custa partilhar os brinquedos...
Adoram histórias fantásticas, o mundo da magia e tudo o que estimule a sua imaginação. Os seus ídolos são o papá e a mamã, pelo que desejam ser como eles. Há que procurar, portanto, dar-lhes um bom exemplo e não os dececionar.
4 SEIS ANOS:
ENTRADA NO MUNDO REAL As crianças de 6 anos começam a aceitar o mundo dos adultos, mas ainda há muitas coisas que não entendem; por isso, costumam fazer muitas perguntas, as quais, por vezes, têm resposta difícil ou embaraçosa. Encontram-se neste grupo as questões relacionadas com o sexo e a origem da vida. A partir dos 6 anos, os pequenos ampliam o seu círculo de amizades e descobrem que há outras famílias e outros hábitos. Isso faz com que estabeleçam comparações e comecem a interrogar-se sobre o porquê das diferenças. Também aprendem novos conceitos: a velhice, a doença, a pobreza e a riqueza, a solidariedade, etc. Adaptar-se a estas mudanças requer um certo esforço, sendo provável que se sintam muito cansados.
Até aos 7 anos, as crianças mentem
4CHORAR POR TUDO É um recurso para chamar a nossa atenção e conseguir que cedamos às suas pretensões. Há que explicar-lhe que essa não é a forma de pedir as coisas nem de as obter; e demonstrar-lhe que pode consegui-las, se as pedir corretamente. 4NEGAR-SE A COMER Há que ter paciência e evitar as discussões ou a coação. Distraia a sua atenção com um jogo. 4FAZER BIRRAS São frequentes, entre os 2 e os 3 anos, pois as crianças ainda não sabem controlar as suas emoções. Devemos ser firmes e não ceder aos seus caprichos. 4NÃO QUERER SEPARAR-SE DOS PAIS Há que fazê-lo compreender que a separação é temporária. O jogo do “cu-cu” – “onde está a mamã? Está aqui!” – serve para explicar este conceito. No infantário, devemos despedir-nos com naturalidade e não mostrar angústia da nossa parte. 4MENTIR COM FREQUÊNCIA Não devemos culpabilizar a criança, uma vez que, até aos 7 anos, os pequenos não consideram a mentira como uma “maldade”. Fazem-no, simplesmente, porque misturam as suas fantasias com a realidade. Há que procurar explicar as coisas como
porque misturam as suas fantasias com a realidade; há que
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coisas como elas são
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procurar explicar as
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Amor [SAÚDE SEXOLOGIA]
pós-pandemia VOLTARÁ A SER COMO ANTES?
O
SER HUMANO APRENDE COM AS SUAS EXPERIÊNCIAS DE VIDA e, após cada evento vivenciado, não voltará a ser o mesmo de antes. Heráclito de Efeso, filósofo, disse um dia que “nenhum homem consegue banhar-se duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez o rio já não é o mesmo e o homem também não”. Conseguimos, assim, entender que ninguém voltará a ser como antes, e isto vai refletir-se de diferentes formas sobre o modo como vivemos as relações e o amor. ATRITOS E DIVERGÊNCIAS Estas alterações já começam a fazer-se sentir e, para alguns casais, o pós-quarentena deixará de fazer sentido ser vivido em conjunto. Por outro lado, alguns casais poderão sair desta fase fortalecidos. Tudo depende do tipo de relação e da dinâmica de funcionamento do casal prévias
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DRA. CATARINA LUCAS Psicóloga; Direção e Coordenação Técnica do Centro Catarina Lucas
à quarentena. Numa relação onde já se fizessem sentir atritos, grandes divergências ou distanciamento, é possível que a maior convivência a que estão sujeitos acabe por agudizar aqueles que já eram problemas da relação. Poderão, assim, surgir separações e, em casos mais graves, situações de violência. Passar muito tempo numa convivência permanente vai levar-nos a reparar em caraterísticas a que, no dia a dia, não atribuímos valor e coisas simples poderão provocar atritos e discussões. Mais até do que a ansiedade, a irritabilidade é um estado emocional que se faz sentir muito por esta altura de confinamento. REDESCOBERTA DO CASAL Mas alguns casais poderão sair fortalecidos de tudo isto. Nos casais onde se verificava uma convivência saudável, esta pode ser encarada como uma ótima oportunidade de fortalecimento da relação, de encontro de momentos para estarem verdadeiramente um com outro, de realização de atividades que, na correria do quotidiano, não é possível ou de desenvolvimento de longas conversas. As crises poderão ter o efeito potenciador e fortalecedor de laços. Muitos destes casais sairão mais coesos de tudo isto, com uma visão diferente de si mesmos, do mundo e da própria relação, valorizando e praticando a gratidão por aquilo que de bom existe nas suas vidas. Neste caso, as crises surgem como potenciadores do desenvolvimento humano. Estar tanto tempo com o/a parceiro/a poderá também acrescentar uma visão mais real da vida do outro, do seu contexto, daquilo em que trabalha, podendo isso funcionar como uma redescoberta do casal e do outro.
INIBIDORES DA SEXUALIDADE Todavia, é também um facto que a alteração da rotina pode levar a alguma desorganização, física e emocional, bem como a alterações na convivência sexual. A incerteza e imprevisibilidade, o não controlo das nossas vidas, o trabalho em casa e os filhos sempre por perto poderão ser fatores inibidores da sexualidade entre o casal. A tendência para o menor cuidado com a aparência e diminuição do autocuidado poderão também exercer alguma influência na sexualidade, especialmente no desejo sexual. A convivência constante e a pouca novidade poderão desempenhar um papel negativo no desejo sexual, sendo por isso importante encontrar alguma criatividade e tirar partido do tempo que agora tende a ser maior.
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SOBRE O FUTURO, POUCO OU NADA SABEMOS, MAS UMA DAS POUCAS CERTEZAS QUE SENTIMOS TER É DE QUE A NOSSA REALIDADE APÓS A QUARENTENA SERÁ DIFERENTE DAQUELA QUE CONHECÍAMOS. TEMOS AINDA A PERCEÇÃO DE QUE ISTO SE ESTENDERÁ A INÚMEROS CONTEXTOS, DIRÍAMOS ATÉ, A QUASE TODOS. OS RELACIONAMENTOS AMOROSOS NÃO SÃO, POR ISSO, EXCEÇÃO.
APROVEITAR O TEMPO JUNTOS Sabemos que partilhar um espaço a tempo inteiro pode ser, a determinada altura, perturbador. Contudo, basta encontrar algumas rotinas e alguns momentos reservados a cada um e às suas tarefas individualmente. O casal precisa de se reinventar e, numa fase em que estamos privados de alguma liberdade, os casais precisam de se sentir seguros para amar e investir nas suas relações. Passar mais tempo juntos sempre foi um dos desejos mais comuns dos casais. É altura de tirar partido disso.
O ser humano é um ser social, precisa do outro, precisa de presença, de toque e de abraços. Num momento em que nos privam disso, parece que sentimos ainda mais falta e que nos tiram o chão. Contudo, recordemo-nos que não é o isolamento que ditará um dano nos relacionamentos, mas sim as suas dinâmicas e as ferramentas que cada casal utiliza para se manter unido. Esta é a altura certa para viver o momento presente com quem amamos, focando naquilo que pode ser controlado.
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CULTIVAR O AMOR Há sempre espaço para o amor e é importante que este não seja esquecido no meio do caos que se instalou. O amor dá-nos esperança, dá-nos conforto, dá-nos serenidade e até alguma previsibilidade quando falamos em relações estáveis e duradouras. Por isso, é importante dedicar-lhe tempo, fomentá-lo e cultivá-lo no agora, já que poderá ser um dos bens mais preciosos no nosso dia a dia. A compreensão, a empatia e a tolerância são palavras de ordem, devendo ser praticadas regularmente na convivência com o outro. As pessoas têm diferentes formas de lidar com as coisas, de encarar o medo e de gerir a ansiedade. Validar o outro nos seus sentimentos, medos e angústias é importante para que o casal se mantenha unido.
E esta é uma aprendizagem que deve ser levada para o pós-pandemia.
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SEXO À DISTÂNCIA Vida mais dificultada terão as pessoas que optaram por viver a quarentena de forma isolada ou cujo relacionamento não implica coabitação. Nestes casos, a vivência do amor e da sexualidade implicará outro tipo de ajustamento ou até de construção. As tecnologias vêm dar uma ajuda neste sentido e muitas relações amorosas e até sexuais têm vindo a ser facilitadas por ela. O sexting, ou partilha de mensagens e conteúdo erótico e sexual através de aplicações no telemóvel, é uma realidade em crescimento nos últimos anos, ganhando agora uma nova dimensão pela obrigatoriedade de distanciamento. Sendo esta uma prática em crescimento antes do surto de Covid-19, poderá ganhar nesta fase uma nova dimensão, mantendo-se depois disso como uma prática recorrente. Quando a tecnologia acrescenta algo de positivo, será sempre bem-vinda e, se tem o caráter de atenuar distâncias e até potenciar as relações, deverá ser pensada a sua inclusão na dinâmica de casal. Contudo, nestas situações, é preciso especial cautela com a proteção dos conteúdos e com a informação que temos sobre a confiabilidade do recetor dos conteúdos, sobretudo em relações que se estão a iniciar neste momento por essa via.
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[SAÚDE PSICOLOGIA]
DURANTE A PANDEMIA
Saúde psicológica
e
bem-estar emocional
COMO CUIDAR DE SI E DA SUA FAMÍLIA
STRESS, ANSIEDADE, MEDO, PÂNICO, DEPRESSÃO E/OU HUMOR IRRITÁVEL ESTÃO ENTRE OS MUITOS PROBLEMAS PSICOLÓGICOS E EMOCIONAIS ASSOCIADOS À ATUAL SITUAÇÃO PANDÉMICA. CONHEÇA OS PRINCIPAIS SINAIS DE ALARME E SAIBA COMO CUIDAR DA SUA SAÚDE PSICOLÓGICA E DO BEM-ESTAR EMOCIONAL DA SUA FAMÍLIA.
N
UMA SITUAÇÃO DE PANDEMIA como aquela que enfrentamos atualmente, é natural que fiquemos preocupados e sintamos emoções como a ansiedade e o medo. Embora estas emoções sejam desagradáveis, elas têm uma função importante: motivar-nos a agir no sentido da autoproteção e preparação para lidar com uma situação difícil ou de perigo. Quando não são “bem” geridas, estas emoções podem intensificar-se e interferir negativamente com o nosso funcionamento
diário, podendo criar também problemas nas nossas relações. Como tal, é importante sabermos gerir as nossas emoções para que possamos pô-las a nosso favor e em prol do nosso bem-estar! Muitas pessoas estão e vão ficar infetadas com coronavírus, mas é muito superior o número de pessoas que estão e vão ficar afetadas com problemas psicológicos de stress, ansiedade, medo, pânico e depressão, gerados por esta situação pandémica... Pela
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DRA. CLÁUDIA MADEIRA PEREIRA Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta, especializada em Psicoterapia CognitivaComportamental e Integrativa. Formação adicional em Psicoterapias de Terceira Geração, baseadas em Mindfulness e outras técnicas psicoterapêuticas mais atuais. Doutoramento em Psicologia Clínica e Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde. Exerce clínica privada em Lisboa.
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SINTOMAS E SINAIS DE ALARME A situação de pandemia e o consequente isolamento e distanciamento social podem ter diversos efeitos psicológicos, cujos sintomas e sinais de alarme importa conhecer.
O isolamento causado pelo ficar em casa e consequente afastamento de familiares e amigos, por um período prolongado de tempo, pode desencadear-nos ainda sentimentos de tédio e solidão.
4STRESS, ANSIEDADE, MEDO E PÂNICO – Podemos sentir estas emoções associadas a diversas preocupações, por exemplo, sobre o contágio de coronavírus, a lavagem e desinfeção, a obtenção de alimentos e outros produtos essenciais, os familiares que estavam sob o nosso cuidado, a incerteza acerca do futuro, etc.. Quando não são geridas de forma adequada, tais emoções podem originar sintomas físicos (por exemplo, dores de cabeça, náuseas, tensão muscular, aperto no peito, batimento cardíaco acelerado e/ou outros), alterações do sono e do apetite, assim como cansaço/fadiga, incapacidade de relaxar e/ou dificuldades na atenção e concentração.
4IRRITAÇÃO, RAIVA e REVOLTA – Estes sentimentos podem surgir da eventual sensação de perda de liberdade pessoal (originada pelo isolamento), de pensamentos de injustiça ou negligência e/ou de outros julgamentos críticos negativos. Quando não são geridos adequadamente, tais sentimentos podem desencadear em nós comportamentos impulsivos, reativos e/ou agressivos (ex., discussões ou conflitos familiares).
Muitas pessoas estão infetadas com coronavírus, mas é muito superior o número de pessoas que vão ficar afetadas com problemas psicológicos de stress, ansiedade, medo, pânico e depressão, gerados por esta situação pandémica
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interrupção das rotinas e atividades significativas que faziam parte do nosso dia a dia pode conduzir-nos a sentimentos de frustração, desânimo e/ou humor depressivo.
Estudos científicos comprovam que, quando somos afetados por stress, ansiedade e/ou depressão, as defesas imunitárias do nosso organismo diminuem. Como tal, é importante preservarmos o nosso bem-estar emocional nesta situação pandémica, para que o nosso corpo possa otimizar as suas defesas contra eventuais ameaças ao nosso organismo! Já diz a expressão: “Mente sã, corpo são!”…
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Sabia que a nossa saúde psicológica tem impacto direto na nossa saúde física?
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[SAÚDE PSICOLOGIA] SUGESTÕES PARA CUIDAR DE SI
4Proteja-se e fique em casa (sempre
Sugestões para cuidar de crianças 4Procure mostrar-se atencioso e compreensivo. O isolamento pode ser especialmente difícil para as crianças, podendo mostrar-se aborrecidas, tristes, ansiosas e com medo. Podem revelar-se confusas devido à alteração das rotinas diárias e/ou expressar saudades dos amigos. Para além disto, podem ainda manifestar-se mais irritáveis, dependentes, com dificuldades do sono e fazer mais “birras” do que o habitual. Seja paciente… 4Procure manter a rotina diária habitual, como os horários das refeições, do dormir e de outras atividades. 4Se tem filhos em idade escolar, procure manter o contacto com o professor. Peça sugestões de tarefas e/ou atividades para realizar com a criança, no sentido de promover a continuação da sua aprendizagem e do seu desenvolvimento escolar. 4Garanta um tempo diariamente para a criança brincar. Participe nas brincadeiras e envolva os irmãos, sobretudo quando a criança estiver recetiva a isso. Aproveite para passar mais tempo com as crianças e procure estimular nelas o gosto pelas atividades em família. 4Promova passatempos que não envolvam apenas a televisão e as tecnologias. Incentive
atividades como desenho, pintura, leitura, trabalhos manuais, jogos de tabuleiro, etc. Privilegie os jogos de cooperação, em alternativa aos de competição. 4Explique, através de palavras simples (certifique-se de que a criança compreende), o “porquê” da importância do isolamento e evite associar emoções desagradáveis ao facto de terem de ficar em casa. Procure antes fomentar pensamentos e sentimentos positivos, para que a criança possa sentir-se bem na situação. 4Limite a exposição da criança a notícias, uma vez que as crianças podem ficar facilmente perturbadas pelo que veem e ouvem… Esteja atento! 4Convide a criança a falar sobre eventuais preocupações, medos ou outras emoções que ela possa sentir. Procure ajudá-la a expressar-se, explique-lhe o que se passa (use um discurso apropriado à idade), tranquilize-a e reconforte-a. 4No que respeita às tarefas domésticas e ao cuidar das crianças, é importante que os pais se ajudem mutuamente e se coordenem de forma equilibrada. Sempre que possível, recomenda-se ainda que a mãe e o pai reservem algum tempo do dia para si próprios.
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que a situação o exija). O isolamento ajuda a conter a propagação do vírus. Ao ficar em casa está a contribuir, não só para a sua saúde e segurança, mas também para as de outras pessoas. Anime-se: o isolamento não vai durar para sempre! 4Procure manter uma rotina diária e as suas atividades habituais, quando possível. Mantenha um horário regular para o sono, as refeições e outras tarefas. Se puder, trabalhe a partir de casa. 4Tenha uma alimentação saudável. Consuma alimentos anti-inflamatórios, como frutas e vegetais. Estes alimentos são ricos em fibra, vitaminas, minerais e antioxidantes que ajudam a proteger o nosso organismo. 4Pratique atividade física. Contrarie o sedentarismo associado ao isolamento, fazendo exercício físico em casa. A atividade física conduz o organismo a produzir substâncias antidepressivas que nos ajudam a sentir bem. Experimente atividades relaxantes como dançar, fazer yoga, pilates ou tai chi. 4Permita-se relaxar e animar-se! Aproveite para repor o seu sono e descansar. Se estiver familiarizado com técnicas de relaxamento, recorra ao relaxamento respiratório e muscular. Se tiver conhecimento das técnicas de Mindfulness, socorra-se destas para combater o stress, a ansiedade e a depressão. Procure aquilo que o anima e o faz rir ou sorrir, por exemplo, veja programas de humor ou filmes de comédia. 4Aproveite para fazer as coisas para as quais não costumava ter tempo, como ler, fazer um curso online, ver os seus programas favoritos, passar tempo em família, realizar atividades com os filhos, retomar um projeto pessoal/profissional que estava pendente, ou outro.
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Se sentir mal-estar emocional intenso e/ou persistente, dificuldades no sono, alterações no apetite, incapacidade de realizar as tarefas do dia a dia e/ ou desejo de consumir álcool ou drogas para gerir a situação, contacte o SNS24 (808 24 24 24) ou marque uma consulta de Psicologia à distância
4Procure fazer aquilo que lhe dá prazer. Se algumas coisas que gosta de fazer são atividades que costumava fazer no exterior, procure usar a sua criatividade para reinventá-las e adaptá-las ao contexto da sua casa (ex., crie o seu ginásio em casa). 4Mantenha o contacto com familiares e amigos através de chamadas telefónicas, vídeo chamada/conferência, mensagens, redes sociais, etc. Fale sobre a sua experiência da situação, as suas preocupações e emoções. Desabafar com alguém é uma estratégia eficaz para diminuir a ansiedade e a solidão. 4Mantenha-se informado, mas evite a exposição excessiva a notícias que possam aumentar a ansiedade e gerar pânico. Escolha fontes de informação credíveis (ex., sites da DGS, OMS, SNS24) e consulte-as não mais de uma ou duas vezes por dia. 4Se precisar, peça ajuda… fale sobre o que precisa para se manter seguro e confortável (ex., alimentos, medicamentos, etc.). Se suspeitar de sintomas ou tiver dúvidas, contacte o SNS24 (808 24 24 24). Se necessitar de apoio psicológico especializado, procure um serviço de apoio psicológico à distância.
Consultório de Psicologia QUESTÃO: “Sou uma profissional de saúde, sou enfermeira, e estou na linha da frente no combate à Covid-19. Como é que eu posso manter a minha mente sã perante esta situação? Sinto-me mal e culpada se descansar, mas depois acabo completamente esgotada…” RESPOSTA: Saiba que é natural e compreensível que sinta stress, frustração, culpa, cansaço/fadiga e/ ou exaustão. Precisamente por isso, é essencial permitir-se descansar e cuidar de si, para poder recarregar energias e reforçar o seu sentimento de capacidade e eficácia na sua tarefa de cuidar dos outros. Quando possível, descanse e faça pausas para comer, hidratar-se e/ou relaxar (se estiver familiarizada, socorra-se de técnicas de relaxamento respiratório e muscular, e/ou de práticas de mindfulness). Procure recorrer às estratégias que costuma usar e que funcionam para si noutras situações de stress. Mantenha o contacto com familiares e amigos (mesmo que a interação seja feita somente através de meios digitais). Aproveite para desabafar, mas procure falar também sobre coisas positivas e casos de sucesso. Esteja atenta a sinais de irritabilidade, hipervigilância, imagens e pensamentos intrusivos e/ ou insónia, assim como de reações emocionais excessivas ou, pelo contrário, de embotamento afetivo (ausência de reação emocional). Procure ajuda psicológica se sentir mal-estar emocional incapacitante e persistente. Lembre-se: ao cuidar de si estará a cuidar de outros!
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Plantas medicinais [SAÚDE ALTERNATIVAS]
MIL E UMA APLICAÇÕES
DESDE A MAIS REMOTA ANTIGUIDADE, OS HOMENS UTILIZAM AS PLANTAS COMO REMÉDIO PARA ALIVIAR OU CURAR AS SUAS DOENÇAS. DESCUBRA O MUNDO DAS PLANTAS MEDICINAIS E SAIBA COMO CRIAR A SUA PRÓPRIA ERVANÁRIA CASEIRA.
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MA DAS LENDAS DO AYURVEDA, a medicina milenar da Índia, conta que, como prova de seleção, um grupo de aspirantes a curandeiros foi mandado percorrer uma área de 100 km em busca de uma planta que não contivesse qualquer propriedade medicinal. Superou a prova o estudante que regressou sem nada, pois um dos princípios da terapêutica vegetal é que qualquer planta possui virtudes curativas, desde que se saiba usá-la. De facto, as ervas medicinais desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento da nossa sociedade. Todas as civilizações se valeram delas, ao longo da História, para aliviar todo o tipo de males. Ainda hoje, milhões de pessoas continuam a usar produtos vegetais naturais na sua vida quotidiana.
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CULTIVAR, COLHER E CONSERVAR A escolha da substância que se deve usar em cada situação está sujeita à influência de fatores como a estação, a constituição e a idade de quem vai tomar o remédio, o seu estado físico e psicológico e, inclusive, a sua capacidade digestiva. A dose quase nunca é fixa e, devido aos milhares de fórmulas possíveis, o mais razoável é consultar um ervanário de confiança, antes de adquirir as ervas. A forma como se cultiva, colhe e conserva cada erva afeta as suas propriedades finais, pelo que é muito importante prestar a devida atenção a este aspeto. As plantas medicinais cultivadas em casa devem estar afastadas de fontes de calor excessivo – radiadores, aparelhos elétricos, etc. – e devem plantar-se sempre em terra bem drenada e livre de parasitas, minhocas ou bolor. Antes de elaborarmos infusões ou decocções com as nossas plantas medicinais “caseiras”, deveremos verificar se estão bem enraizadas e se apresentam boa cor, dois sinais inequívocos de qualidade. Nunca deveremos, por exemplo, usar uma planta atacada por insetos, como o pulgão.
As flores devem colher-se logo que aparecem, para que conservem todas as suas propriedades. Uma vez colhidas, se não forem utilizadas imediatamente, as folhas e os caules devem ser secos num quarto escuro e sem humidade, para serem guardados, de seguida, em potes de vidro escuro, com fecho hermético.
UM REMÉDIO para cada problema 4INDIGESTÃO Uma infusão de camomila ajudará a ultrapassar o problema. 4INSÓNIAS Para a insónia, está recomendada uma infusão de qualquer das seguintes ervas: manjerona, flor-de-laranjeira, flor-de-maracujá, salva, papoila, camomila ou tília; ou uma decocção de valeriana. 4PROBLEMAS DO FÍGADO Para o fígado, está indicada uma infusão de sementes de cardo-mariano, fumária, dente-de-leão, boldo ou alecrim. A maioria destas plantas apresenta um sabor amargo, pelo que se recomenda tomar a tisana fria e açucarada com mel de alecrim. 4PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS As tisanas de agulhas de pinheiro são as melhores para os problemas respiratórios, pela sua ação balsâmica. 4VÓMITOS Tomar uma infusão de erva-cidreira, pelas suas propriedades antiespasmódicas e digestivas, pode ser bastante útil.
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Plantas de A a Z A antiga fitoterapia, aliada às mais recentes análises de composição, deramnos as chaves que aqui lhe mencionamos e que, sabiamente aplicadas, podem converter-se facilmente no dicionário do seu bem-estar pessoal.
ALECRIM
COSMÉTICA NATURAL 4LOÇÃO SUAVIZANTE Num litro de água a ferver, prepara-se uma infusão com cinco flores de camomila, três punhados de rosas-silvestres, um punhado de malvaísco – alteia –, dois punhados de flor-de-alfazema e um punhado de pétalas de rosa. Deixa-se a macerar, durante três horas, coa-se e pode aplicar-se como uma loção corporal suavizante... e de aroma delicioso.
Estimulante, tónico, descongestionante e repelente de insetos. Aplicações - Esta infusão ajuda a combater a fadiga, a astenia primaveril, os resfriados, o reumatismo, as feridas e até as queimaduras.
CAMOMILA
É muito popular pelas suas inúmeras propriedades sedantes e cosméticas. Aplicações - Os banhos de vapor com infusão de camomila acalmam a mente e aliviam os problemas da pele. Combate a fadiga em geral e, no seu uso externo, serve para tratar a conjuntivite, as feridas na boca e os ardores intensos.
4TÓNICO FACIAL Leva-se a ferver um litro de água mineral e retirase do lume. Deixa-se repousar e acrescenta-se 50 gramas de pétalas de rosa frescas. Deixa-se macerar, durante umas três horas e coa-se. O mais adequado para a conservação deste tónico é guardá-lo numa garrafa de vidro escuro.
4BANHO DE VAPOR Limpe a pele da seguinte forma: acrescente a um litro de água a ferver o sumo de meio limão e duas colheres de alecrim, duas de alfavaca, uma de tomilho e uma de folhas de menta. Cubra o cabelo com uma touca, coloque uma toalha sobre a cabeça e incline o rosto sobre o recipiente, a uns 15 cm de distância, com os olhos fechados, durante um quarto de hora. Depois, lave a cara com água fria. Faça-o apenas uma vez de 15 em 15 dias, para evitar que os óleos naturais da pele se alterem.
ALFAVACA
Estimulante e refrescante. Acalma os espasmos gástricos e diminui a tensão nervosa. Aplicações - Depressão, desmaios, fadiga mental, enxaqueca, náuseas e tensão nervosa em geral.
ALFAZEMA
Poderoso antissético e cicatrizante. Aplicações - Estimula a circulação periférica. É ainda uma planta antidepressiva, sedativa e analgésica, para além de um ótimo repelente de insetos.
4CHAMPÔ
CANELA
Estimulante e afrodisíaca. Aplicações - Fraqueza geral, infeções, impotência. Em infusão ou como condimento culinário. Se se acrescentar uma pitada de canela ao café, este fica muito mais saboroso.
CEDRO
Sedante e expetorante. Aplicações - Sob a forma de óleo essencial, cura a tosse, o reumatismo e as feridas superficiais. Na água do banho, alivia as varizes e descansa as pernas.
CIPRESTE
Ferva 50g de folhas de hera, num litro de água, durante 10 minutos; depois, coe bem, espremendo as folhas. Acrescente água, até perfazer os dois litros e utilize esta infusão para lavar o cabelo. Lembre-se que, para que o resultado seja eficaz, deve massajar corretamente o couro cabeludo.
Relaxante, refrescante, reconstituinte. Aplicações - Sob a forma de óleo essencial, cura a tosse, o reumatismo e as feridas superficiais. Na água do banho, alivia as varizes e descansa as pernas.
ANIS-VERDE
Digestivo, sedante e relaxante. Aplicações - Além de tomar-se simples, para aliviar os problemas digestivos, pode acrescentar-se a qualquer infusão, para melhorar o seu sabor.
DENTE-DE-LEÃO
Adstringente e anti-inflamatório. Aplicações - Se se juntar uma decocção de folhas e raiz de dente-de-leão ao banho, curam-se mais facilmente pequenas cicatrizes da pele.
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Regulador da vesícula biliar. Aplicações - A sua infusão é excelente para acabar com a flatulência e a indigestão, que se seguem a uma refeição demasiado copiosa.
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BOLDO
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[SAÚDE ALTERNATIVAS] ERVA-CIDREIRA
Tranquilizante e sedativa, induz o sono e permite o controlo das emoções. Aplicações - Indicada para crises nervosas, taquicardia, histerismo e depressão.
GENGIBRE
Alivia os enjoos, estimula a circulação e combate as constipações. Aplicações - Contra as náuseas e outros problemas gastrointestinais, utilize-o em forma de infusão. Pode beber-se um máximo de três chávenas por dia. Há quem também assegure que é um potente afrodisíaco.
MENTA
Tonificante e antissética, digestiva e analgésica. Aplicações - É um bom remédio para as constipações e para ajudar a suar, quando há febre. Útil para evitar flatulência, indigestão e enxaquecas. Aplicada sobre a pele, cura pequenas erupções.
ERVA-PRÍNCIPE
Analgésica, antidepressiva e antibacteriana. Aplicações - Combate a transpiração, o pé-de-atleta e infeções da pele.
EUCALIPTO
Sob a forma de infusão ou vapores, é o remédio ideal para as afeções respiratórias. Tranquilizante, estimulante e repelente de insetos. Aplicações - Podem utilizar-se as suas folhas, os seus frutos ou a sua essência, para tratar laringites, asma, tosse, reumatismo ou feridas.
FLOR-DE-LARANJEIRA
Acalma as dores gástricas de origem nervosa. Aplicações - Ainda fica mais agradável quando se adoça com mel de flor-delaranjeira.
FLOR-DE-SABUGUEIRO
Sudorífica. Estimula a sudação e reduz o excesso de calor. Aplicações - Sob a forma de infusão e/ ou compressas, é de grande utilidade para baixar a febre.
LAVANDA
Exerce uma importante função descongestionante, calmante e regeneradora. Refrescante e muito terapêutica. Aplicações - Para homens, umas gotas de infusão concentrada é ideal como loção para depois da barba. Também é muito adequada, em essência, para tratar queimaduras ligeiras.
LOURO
Antissético, tónico e descongestionante. Aplicações - Em forma de infusão ou vapores, alivia as perturbações pulmonares e as constipações.
MALVA
Fluidificante das secreções brônquicas. Aplicações - As flores de malva possuem um forte odor, mas as suas propriedades expetorantes tornam-nas especialmente indicadas para tratar problemas respiratórios.
ROSA
Antibacteriana, sedante e antidepressiva. Aplicações - O chá de rosas é um remédio muito agradável para vencer a depressão e para eliminar náuseas, dor de cabeça e insónia. Sob a forma de águade-rosas, é um incomparável cosmético da pele.
SALVA
Tónica, antissética e descongestionante da circulação. Aplicações - Fadiga, nervosismo, asma, bronquite e tensão baixa.
TÍLIA
Sedante. Aplicações - Quando se prepara uma infusão de tília, deve ter-se em conta que, para que seja eficaz, a quantidade a utilizar é de seis a oito colheres por chávena.
FUNCHO
Facilita o esvaziamento do estômago e a digestão. Aplicações - O melhor é o fresco, embora a infusão de sementes também seja muito eficaz.
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GENCIANA
É antianémica, estimula o apetite e alivia os problemas digestivos. Aplicações - Depressão, desmaios, fadiga mental, enxaquecas, náuseas e tensão nervosa, em geral. Para perturbações digestivas, tomar uns golos desta infusão, em jejum.
TOMILHO MANJERONA
Acalma os espasmos do estômago. Aplicações - Se sofre de más digestões, tome uma infusão suave de manjerona, depois das refeições.
Devido à sua ação antissética, é muito útil nos processos que tendem a infetar-se, tanto dermatológicos como pulmonares. Aplicações - Os vapores de tomilho constituem um bom tratamento para as imperfeições da acne.
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URTIGA
Estimulante, tonificante e antidiarreica. Contém vitaminas A e C. Aplicações - Tomar uma infusão à base de tomilho, alecrim, salva e urtiga, à razão de uma colher de cada por chávena. Importante: não tomar mais de duas chávenas por dia.
VALERIANA
Diminui a ansiedade, é sedante e acalma a dor. Aplicações - Pode tomar-se sob a forma de infusão, maceração ou pó de raiz.
ZIMBRO
Refrescante, estimulante, digestivo. Aplicações - Digestão lenta, retenção de líquidos e chagas. A infusão está indicada para peles com acne e gordurosas, já que intensifica a sua limpeza.
A forma como se cultiva, colhe e conserva cada erva afeta as suas propriedades finais, pelo que é muito importante prestar a devida atenção a este aspeto
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Feng Shui [SAÚDE ALTERNATIVAS]
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DICAS PARA UMA CASA MAIS SAUDÁVEL E FELIZ
O BEM-ESTAR NA NOSSA CASA NUNCA FOI TÃO IMPORTANTE COMO ATUALMENTE. POR ISSO, APLIQUE AS SUGESTÕES DO FENG SHUI PARA UMA CASA MAIS SAUDÁVEL E FELIZ.
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FENG SHUI É UMA ARTE MILENAR CHINESA com cerca de 3500 anos, que significa literalmente “vento e água”, cujo objetivo é harmonizar os espaços. Tornou-se uma ferramenta para potenciar o equilíbrio dos seus praticantes, proporcionando melhorias das suas vidas, quer a nível pessoal, quer a nível profissional.
AS SUGESTÕES Seguem algumas dicas de Feng Shui para uma casa mais saudável e feliz:
1
Utilize óleos essenciais para perfumar o ar da casa. O uso da lavanda é uma excelente opção, pois para além de perfumar o ar, acalma e relaxa. Pode-se colocar óleo de lavanda nos cortinados e tapetes (2 gotas). Nem todos os óleos essenciais são 100% naturais, por isso, deve-se ter alguma precaução na compra dos mesmos;
2 3
Oiça música calma e relaxante para equilibrar a mente;
Tenha plantas purificadoras do ar em casa. Por exemplo, lírio-da-paz. O melhor local para colocar esta planta é perto dos aparelhos eletromagnéticos (televisão, telemóvel, computador, aparelho Wi-Fi);
4 5
Faça uso de lâmpadas ecológicas;
Prefira velas de cera de abelha em detrimento das convencionais, que utilizam petróleo e que poluem o ar que respiramos;
6
Utilize madeiras naturais, como a cortiça, em substituição de mobília com verniz e outros acabamentos, madeira prensada e MDF. A maioria dos móveis não são de madeira maciça e são fabricados utilizando materiais tóxicos, que comprometem a qualidade do ar;
7 8
Opte por tintas ecológicas; Abra as janelas, 30 minutos por dia, para renovar o ar da casa;
PORQUÊ UTILIZAR O FENG SHUI? Porque é um método fácil e rápido para renovar a nossa vida, pois os locais onde vivemos podem ser alterados por nós, tal como a nossa alimentação. A utilização do Feng Shui poderá ser uma ferramenta para esse processo de mudança, uma vez que proporciona inúmeros benefícios a um espaço, tais como: 4 aumenta o bem-estar dos moradores de uma casa ou dos colaboradores de uma empresa; 4 harmoniza as energias da natureza dentro de um espaço; 4 torna os ambientes agradáveis e saudáveis, de acordo com a função que cada ambiente possui; 4 permite que as pessoas estabeleçam novas relações com os espaços em que vivem.
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Utilize óleos essenciais para perfumar o ar da casa; o uso da lavanda é uma excelente opção, pois para além de perfumar, acalma e relaxa
9 10
Arrumar as gavetas, armários e roupeiros promove a higiene dos espaços;
Verifique os prazos de validade dos medicamentos e dos alimentos com regularidade;
11 12
Tenha sempre ervas aromáticas na bancada da cozinha;
As plantas artificiais e as plantas secas não são recomendadas, pois as primeiras são produzidas através de produtos tóxicos e as secas acumulam muito pó. Podemos ter plantas naturais em todas as divisões da casa, devendo ter em consideração as características de
cada espécie. A ideia de que dormir com plantas no quarto representa perigo não passa de um mito. A quantidade de CO2 libertada pelas plantas durante a noite é muito pequena e insuficiente para causar qualquer problema. Se este perigo fosse real, seria também desaconselhado dormir com outra pessoa ou mesmo um animal de estimação, já que ambos consomem bem mais oxigénio e libertam muito mais CO2 do que as plantas.
13
Limpe o frigorífico com água e limão ou vinagre de cidra; e use bicarbonato de sódio para limpar o forno e as loiças da casa de banho;
14
Use vinho branco para remover manchas de vinho tinto, das roupas, toalhas de mesa e guardanapos de pano;
15 16 17
Substitua os post-it por um quadro de ardósia;
Adira às faturas online;
Cortinados, lençóis e mantas, se possível, deve ser de materiais naturais, como algodão, linho ou lã;
18
Empregue bicarbonato de sódio, em detrimento da lixívia, para o branqueamento da roupa branca.
19
Face a uma maior permanência dentro de casa, a limpeza deve ser feita com maior regularidade, inclusive torneiras, maçanetas das portas e armários, capa do telemóvel, etc.;
20
Os sapatos do exterior devem ficar à porta e não devem ser colocados perto dos sapatos/chinelos utilizados dentro de casa.
Professora e Consultora Internacional de Feng Shui
Siga estas dicas e tenha uma casa mais saudável e feliz!
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PROFª. VANDA BOAVIDA
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Por
LAURA COSTA SPA Coordinator, Quinta da Beloura Holmes Place Health Club
Banho hidratante com camomila Feito com leite, aveia e camomila, este banho hidratante é uma excelente alternativa para quem tem a pele seca. A camomila tem propriedades que ajudam a hidratar a sua pele. INGREDIENTES 44 colheres (sopa) de camomila seca 4500ml de leite integral 4120g de flocos de aveia moídos PREPARAÇÃO A camomila e o leite devem ser misturados num frasco e guardado no frigorífico durante uma noite. Pela manhã, filtre e adicione o conteúdo do frasco na banheira, em água morna. Os flocos de aveia devem ser moídos e então adicionados ao banho. Aproveite este banho para relaxar durante, aproximadamente, 15 minutos. O próximo passo é secar a pele, sem esfregar, e aplicar uma loção corporal para manter a humidade da cútis. RESULTADO Estes ingredientes naturais têm propriedades que ajudam a hidratar a pele seca e a diminuir a comichão que costuma acompanhar a secura da pele.
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cuidar do corpo DICAS CASEIRAS PARA
CONTINUE A CUIDAR DO SEU CORPO, MESMO EM TEMPOS ONDE FICAR EM CASA É O MAIS RECOMENDADO. ESTAS DICAS CASEIRAS AJUDAM A MANTER A PELE SEMPRE BONITA, HIDRATADA E MACIA, EM QUALQUER ÉPOCA DO ANO.
Esfoliação corporal A esfoliação é uma técnica que vai retirar as células mortas e o excesso de queratina da superfície da pele, proporcionando a sua renovação, bem com a suavização de marcas, deixando a pele suave e lisa. Também estimula a circulação sanguínea e facilita a penetração de substâncias hidratantes. É aconselhável fazer duas vezes por semana, esfregando sobre a pele sem muita força.
COMO PODEMOS FAZER?
4Açúcar e óleo de amêndoas - Um esfoliante à base de açúcar e óleo de amêndoas tem vitaminas capazes de promover a remoção de células mortas e, assim, melhorar o aspeto da pele. Para preparar este esfoliante basta misturar os ingredientes num recipiente, em igual proporção. Vai depender da quantidade que pretende fazer. Por exemplo, uma chávena pequena de açúcar e uma chávena pequena de óleo de amêndoas. Aplique na pele com movimentos circulares, evitando apenas as áreas mais sensíveis do corpo.
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[BELEZA SAÚDE] Hidratante caseiro
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Esta dica caseira para hidratar a pele seca do corpo tem ótimos resultados porque contem ingredientes que protegem a pele contra a perda de humidade. INGREDIENTES 450ml de creme hidratante (da sua preferência) 425ml de óleo de prímula (é uma planta medicinal; pode ser adquirido em lojas de produtos naturais) 420 gotas de óleo essencial de gerânio (é uma planta medicinal; pode ser comprado em lojas de produtos naturais) PREPARAÇÃO Coloque todos os ingredientes num recipiente e misture bem. Aplique este hidratante natural sobre o corpo inteiro com movimentos circulares e suaves, de preferência após o banho.
4Fubá - A esfoliação com fubá é uma boa opção para peles oleosas, sendo mais utilizado nos cotovelos, joelhos e calcanhares. Para fazer a esfoliação com este alimento, basta colocar uma colher de fubá num recipiente com um pouco de óleo ou creme hidratante e aplicar na região com movimentos circulares. Deve-se, depois, remover o esfoliante com água fria e secar a pele com uma toalha macia.
4Mel e açúcar - Excelente para o corpo e rosto, além de limpar a pele, promove a sua hidratação. Para fazer este esfoliante, basta misturar uma colher de sopa de mel com uma colher de açúcar num recipiente e depois aplicar no corpo ou rosto com movimentos circulares. Deixe atuar 10 minutos e remova com água morna. CONSELHO Não deve fazer a esfoliação após a depilação, já que a pele fica mais sensível, o que pode levar a pequenas lesões ou irritação da pele.
Óleo de damasco É ótimo para a hidratação das peles secas, mesmo para peles sensíveis. INGREDIENTES 4250g de sementes de damasco 4500ml de óleo de amêndoas doces PREPARAÇÃO Esmague as sementes, coloque num recipiente de vidro e adicione o óleo de amêndoas doces. Mantenha num local ensolarado durante alguns dias e aplique, diariamente, na pele depois do banho ou use a seguir à esfoliação da pele. CONSELHO É importante consumir alimentos ricos em vitamina E e vitamina C, bem como beber bastantes líquidos, para ajudar a eliminar gordura e celulite. Para a retenção de líquidos (pernas pesadas), pode beber água morna com limão, água com limão e frutos vermelhos (colocar no frigorifico e beber no dia seguinte), chá de alecrim ou chá de cavalinha. Beba especialmente água, que além de promover a hidratação de dentro para fora, também limpa o organismo.
A esfoliação é uma técnica que vai retirar as células
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[SAÚDE FITNESS]
MAIS DO QUE NUNCA, É NECESSÁRIO AFASTAR O SEDENTARISMO DAS NOSSAS VIDAS. NESTE ARTIGO, EXPLICO PORQUÊ E COMO FAZÊ-LO.
Diga não ao sofá! D
E ACORDO COM OS DADOS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (2018), um em cada cinco adultos não pratica atividade física suficiente. Apesar das inúmeras evidências científicas do benefício da prática de exercício físico estarem bem documentadas, o nível de sedentarismo tende a aumentar com estilos de vida monótonos, longas horas de trabalho, elevado stress acumulado e as pessoas pouco ou nada fazem para quebrar esta tendência e manterem-se ativas. Cada vez mais parados na ação para a prática de exercício físico regular, o sedentarismo ganha grande dimensão no nosso quotidiano. O estudo do comportamento sedentário tem sido reconhecido, nos últimos 10 anos, como uma questão de saúde pública. Considerando já o sedentarismo com a doença do século, investigações colocam em evidência que este comportamento está relacionado com efeitos nefastos para saúde, sendo necessário distinguir e clarificar alguns conceitos.
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COMPORTAMENTOS SEDENTÁRIOS O comportamento sedentário define-se como a realização de atividades com baixo dispêndio energético. Comportamento sedentário é o termo utilizado para todas as atividades que são realizadas na posição deitada ou sentada e que não aumentam o dispêndio energético acima dos níveis de repouso. São exemplos de atividades sedentárias o tempo de lazer na posição de sentado, como ver televisão ou estar ao computador, assim como o tempo passado em atividades do trabalho e da escola. Longos períodos deste comportamento estão relacionados com malefícios para a saúde. INATIVIDADE FÍSICA Ser insuficientemente ativo corresponde ao não cumprimento das recomendações de saúde pública para os níveis recomendados de atividade física. A falta da prática de atividade física regular está relacionada com efeitos prejudiciais para a saúde.
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Pela PROF.ª ANA ANDRADE
Doutoranda em Atividade Física e Saúde, pela Universidade Lusófona de Lisboa (ULHT). Mestre em Exercício e Bem-Estar, ULHT Lisboa; Personal Trainer e Group Trainer no Holmes Place Parque das Nações.
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Evite permanecer mais de 2 horas sentado; Substitua o elevador pelas escadas; Deixe o carro ou saia uma paragem antes do seu local de trabalho/casa; Assista a televisão de pé ou deixe o comando longe para se obrigar a levantar sempre que necessite mudar de canal; Realize 30 minutos de atividade física por dia, encontre algo que goste e comece com calma, é mais importante a consistência do que a intensidade.
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5 dicas para reduzir os comportamentos sedentários
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FISICAMENTE ATIVO Ser fisicamente ativo corresponde ao cumprimento das recomendações de intensidade e frequência da prática de atividades físicas, tanto no lazer, nas atividades domésticas, no trabalho ou no meio de transporte. Recomenda-se que os adultos acumulem, pelo menos, 150 minutos por semana de atividade física de intensidade moderada, ou 75 minutos de atividades vigorosas (ou uma combinação equivalente). Adicionalmente, devem praticar atividades que contribuam para melhorar ou manter a força e resistência musculares, pelo menos, duas vezes por semana. Ao ser fisicamente ativo está a promover benefícios associados à saúde física e mental, sendo uma componente importante para um estilo de vida saudável.
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[SAÚDE FITNESS] 5 EXERCÍCIOS PARA COMEÇAR A TREINAR
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POSSO SER FISICAMENTE ATIVO, MAS SEDENTÁRIO? A resposta é afirmativa! Há consenso entre estudos para a condição elevada do tempo exposto a comportamentos sedentários estar associada a um maior risco de mortalidade e doenças crónicas. Ou seja, por mais que o indivíduo seja ativo fisicamente, tal comportamento pode não compensar os efeitos adversos do tempo prolongado na posição sentada. Num estudo de meta-análise desenvolvido com o objetivo de verificar os efeitos do comportamento sedentário na expetativa de vida da população dos Estados Unidos, foi identificado um aumento de dois anos na expetativa de vida com a redução do tempo diário despendido na posição sentada para menos que três horas e um aumento de 1,38 anos a partir da redução para menos de duas horas/dia de visualização de televisão. POR ONDE COMEÇAR? Um objetivo sem um plano é somente um desejo. Para iniciar esta mudança será sempre bom começar por atividades que goste ou desafiar um amigo para o acompanhar nesta luta muitas vezes solitária. O importante é começar com uma frequência de 3 vezes por semana, 30 minutos por sessão: caminhar, andar de bicicleta, subir escadas, tudo é válido para iniciar este desafio e ir progredindo até atingir os 150 minutos semanais recomendados (30 minutos diários). Sabemos que o reforço muscular é determinante na fase inicial, para fortalecer articulações e prevenir lesões. Assim, poderá começar a fazer os 5 exercícios que se seguem, na primeira semana uma série de 10 repetições, e ir aumentando consoante a sua resistência. A velocidade de execução (cadência) será de 2 segundos ao contrair a zona que está a exercitar e 2 segundos ao alongar (retomar a posição inicial). Nos primeiros dois meses, vá com calma: prefira ter frequência de treino, em vez de intensidade. O maior desafio será criar o hábito de se mexer. Lembre-se que iniciar um treino não é um sprint, mas sim uma maratona, e tudo deve ser levado com calma e perseverança. Se tiver alguma patologia, limitação articular ou outro fator que condicione o seu treino, recomendamos que realize uma avaliação física inicial com um personal trainer certificado, para prescrever um plano de treino de acordo com as sua condição física atual. É tempo de sair do sofá e vencer o sedentarismo! Bons treinos!
1. AGACHAMENTO Pés
à largura da anca, joelhos para fora alinhados com a ponta do pé, peso
distribuído por todo o pé, calcanhar no chão.
Sentar, projetando
a anca para trás
e para baixo, descer até à linha do joelhos, contrair o abdominal, mantendo o peito aberto e o olhar em frente.
Voltar
à posição inicial.
2. ABDUÇÃO Pés
à largura da anca, afastar no conforto articular a perna do centro do corpo,
mantendo a anca virada para a frente. Voltar à posição inicial.
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3. FLEXÕES Mãos
afastadas para além do ombros, cabeça
à frente das mãos, com joelhos apoiados no chão.
Descer o peito até ao nível Voltar à posição inicial.
do cotovelo.
O reforço muscular é determinante na fase inicial, para fortalecer articulações e prevenir lesões; assim, poderá começar por estes cinco exercícios
4. PRANCHA FRONTAL Deitar
de barriga para baixo, apoiar as mãos à largura do ombro, com
anca e joelho alinhados.
Opção: joelhos
Contrair
ligeiramente o abdominal, coxa e glúteos.
apoiados nos chão.
5. ABDOMINAL Deitar de barriga para cima, colocar as mãos sobre a coxa e deslizar até aos joelhos. Retomar à posição inicial, mantendo o queixo para dentro e ombros relaxados.
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[SAÚDE DIVULGAÇÃO] A pescada faz bem!
Numa altura em que é tão importante praticar uma alimentação saudável, a Pescanova recorda os benefícios do consumo de pescada, um peixe típico da dieta mediterrânica. Fonte natural de proteínas e de ómega-3 EPA e DHA, o consumo de pescada está associado ao fortalecimento dos sistema cardiovascular. A pescada é um alimento rico em minerais e vitaminas, como o fósforo, o selénio ou a vitamina B12, nutrientes particularmente relevantes para o bom funcionamento dos sistema imunológico.
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Reforce o sistema imunitário com Aquilea O reforço do sistema imunitário é fundamental, mas em tempos de pandemia, essa preocupação deve ainda maior. Uma alimentação rica em vitaminas e minerais é um fator essencial. No entanto, é importante complementar com uma boa suplementação alimentar. Aquilea aposta na força dos ingredientes da natureza e sugere uma gama que responde às necessidades de toda a família: para os mais novos, Aquilea Top Royal Infans; Aquilea Top Royal Dynamica, para os adultos que se sentem mais cansados e stressados; e Aquilea Top Royal Mature, para a pessoas com o imunitário mais fragilizado.
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[SAÚDE ÚLTIMAS] Brincar com crianças traz benefícios para pais e cuidadores Um estudo recente da responsabilidade da Dra. Jacqueline Harding (MA Cert Ed SFHEA), professora universitária na Middlesex University e especialista internacional em desenvolvimento infantil e neurofisiologia, realizado em parceria com a marca de brinquedos Fisher-Price, veio demonstrar os efeitos positivos que brincar com crianças pode trazer para pais, avós e outros cuidadores. Para a elaboração do relatório, intitulado “Playtime For Everyone”, foram analisados, pela primeira vez, mais de 100 estudos sobre neurociência e psicologia comportamental, na procura de evidências sobre o possível impacto das interações lúdicas entre pais, ou outros cuidadores, e crianças, quando estes se encontram num contexto de recreio. As conclusões a que a Dra. Harding chegou sugerem que o tempo de brincadeira pode ajudar a reduzir os níveis de stress, a aumentar o bem-estar e a resistência mental, e até a fortalecer o sistema imunológico. Rir enquanto se brinca com crianças pode até ter efeitos semelhantes aos que se obtém num ginásio, por exemplo. Num dos estudos referenciados pela Dra. Harding, médicos descrevem uma “gargalhada” como o equivalente a uma “corrida interna”, na medida em que a primeira pode diminuir a pressão sanguínea e o stress, e impulsionar o sistema imunológico, tal como acontece na prática de exercícios moderados. Outro ponto no qual a Dra. Harding se focou no relatório está relacionado com a libertação, no cérebro, da hormona cortisol em períodos constantes de stress, e a forma como os momentos
lúdicos entre adultos e crianças podem ajudar a combatê-la, providenciando um “antídoto inteligente”. A verdade é que pais ou outros cuidadores que estejam sujeitos a grandes níveis de stress durante a atual crise do coronavírus podem evitar o desgaste de relações positivas através de interações harmoniosas e frequentes com as crianças. Verificando-se noutros contextos, a situação é particularmente importante nesta pandemia, uma vez que as crianças muitas vezes não conseguem interagir ou brincar com outras crianças.
Dra. Harding afirma: “Sabemos que este é um momento incrivelmente desafiante para os pais que estão a tentar coordenar agendas numa situação sem precedentes. Este relatório revela que o tempo de recreio pode ser um antídoto ao stress e trazer inúmeros benefícios para adultos e crianças. O meu conselho passa por pais e cuidadores continuarem a brincar com as crianças da maneira que mais gostarem, porque as vantagens podem durar a vida toda e são boas para ambas as partes. É uma verdadeira situação de win-win”.
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Principais preocupações dos portugueses são saúde, desemprego e crise financeira O projeto PsiQuaren10 do ISPA – Instituto Universitário, coordenado pela Profª Ivone Patrão, está a desenvolver um estudo sobre o impacto psicossocial da quarentena nos portugueses. Trata-se de um estudo evolutivo, com a apresentação de resultados semanais. Os resultados da segunda semana da quarentena revelaram que 55% dos participantes sentem-se preocupados com o futuro da atividade, sendo o desemprego a situação mais reportada, seguida de preocupações financeiras.
irritados e 28% sentem-se muito deprimidos. Totalizando até à data 317 participantes, 38% destes indicam que sentem mais conflitos familiares agora do que antes da quarentena e na questão do tempo passado online, 85% das pessoas referem agora passar mais horas na Internet. As maiores necessidades durante a quarentena são o convívio social, a manutenção ou existência de rotinas/ocupação do tempo e preocupações com o exercício físico, saúde e/ ou alimentação.
Francisco Duarte
Drª Luísa Carvalho (Especialista de Medicina Geral e Familiar) REVISÃO CIENTÍFICA:
COLABORADORES/CONSULTORES: Dr. A. Coimbra
de Carvalho (Dent.);Dr. Alexandre Fernandes (Nutrição); Drª Ana Maria Cordeiro (Radiodiag.); Prof. Antero da Palma Carlos (Alergo.); Dr. António Manuel Marques (Socio.); Dr. António Meyrelles do Souto (Ortop.); Dr. Artur Aguilar (Oftalm.); Dr. Artur P. Galvão (Psiq.); Dr. Baptista Fernandes (Cirur. Estét.); Dr. C. Canas Ferreira (Otorrino.); Dr. César Ramos (Imuno./Alergo.); Drª Cláudia Madeira Pereira (Psicologia Clínica); Dr. Duarte Vilar (Socio.); Dr. E. Melo Rocha (Alergo./Pediat.); Dr. Fernando Lacerda Nobre (Clín. Geral); Prof. Francisco J. Antunes (Venér./SIDA); Prof. Francisco Reich de Almeida (Oftal. Infant.); Drª Isabel do Carmo (Endocri.); Dr. J. Seixas Martins (Cirur. Plást.); Dr. João de Matos Silva (Homeop.); Dr. Joaquim Margalho Carrilho (Ass. Port. Medi. Adicção); Dr. José Pacheco (Sexo); Prof. L. Menezes Falcão (Cardio.); Dr. Libério Bonifácio Ribeiro (Pediat./ Alergo.); Prof. Lincoln Justo da Silva (Pediat.); Dr. Luís Mendes Graça (Obstet.); Dr. Manuel Costa Guerreiro (Psiq.-Assoc. Defesa Saúde Mental); Dr. Manuel Neves e Castro (Gineco.); Drª Margarida Cordo (Psico-Socio.); Drª Maria Antónia Frasquilho (Psiq. Med. Trabalho); Dr. Mário Andrea (Otorrino.); Nazaré Nunes (Estét.); Drª Paula Martinho da Silva (Adv.-Ética); Dr. Paulo Guimarães (Urolog.); Dr. Pedro Levy (Psiq.); Associação de Planeamento para a Família. E-MAIL:
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Raquel Madureira, Fotolia, Arquivo FOTOGRAFIA:
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As três preocupações atuais mais identificadas são: a saúde (contágio, exposição e evolução negativa da doença), o desemprego e a crise financeira. Ao nível do impacto psicossocial, 58% sente que a quarentena perturbou muito as suas rotinas; 35% sente que a quarentena tem perturbado muito o seu sono e 16% sente que necessita de apoio psicológico para lidar com a quarentena. Ao nível do impacto emocional 51% sentem-se muito ansiosos, 37% sentem-se exaustos; 35% sentem-se
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