ANO III - NÚMERO 2 - Abr/Mai/Jun 2014

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ANO III • NÚMERO 2 ABR/MAI/JUN 2014

REVISTA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

ENDOMETRIOSE E GINECOLOGIA MINIMAMENTE INVASIVA

SBE | v. 16 | nº 2 | Abr • Mai • Jun • 2014

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Sumário | Expediente Editorial

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FDA e o Morcelador

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Highlights Video Sessions

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Ciência Jovem

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Endometriose peritoneal superficial é uma doença?

Do Brasil 2014, para Vancouver, 2017

33 Frases

FERNANDO M. REIS

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Novidade em Endometriose e Infertilidade

Congresso Mundial de Endometriose em São Paulo — Um sucesso!

RUI ALBERTO FERRIANI

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Principais temas abordados no Congresso Mundial de Endometriose

VIVIAN FERREIRA DO AMARAL

Cobertura do 12º Congresso Mundial de Endometriose

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Tecnologia Robótica, destaque do pré-congresso

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Destaques do 12º Congresso Mundial de Endometriose

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JOSÉ VITOR ZANARDI, VÍVIAN FERREIRA DO AMARAL, RUI ALBERTO FERRIANI

12º Congresso Mundial de Endometriose

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Entrevista

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Lançamento do livro Atlas de Endometriose Profunda — Correlação Ressonância e Laparoscopia

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Endometriose e Câncer: diferentes aspectos desta associação

Olhar Brasileiro

GIULIANO MOYSÉS BORRELLI, SYLVIA

Palco de Debates Internacionais

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Gestão Editorial

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O Melhor do Congresso

Seja Sócio

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Seja Sócio

37 Cartas Notícias e Eventos

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Notícias e Eventos

MECHSNER, MAURÍCIO SIMÕES ABRÃO

Endometriose e Câncer

CONSELHO EDITORIAL/CIENTÍFICO Eduardo Schor Fernando M. Reis Frederico Côrrea Mauricio S. Abrão Nicolau D’Amico Filho Rui Alberto Ferriani Vivian Ferreira do Amaral

Rua das Roseiras, 464 CEP 03144-090 - São Paulo-SP Tel/Fax: (11) 2341-8045 E-mail: alamtec@br.inter.net Site: www.alamtec.com.br Tiragem: 12.000 exemplares Distribuição: Território nacional Periodicidade: Trimestral Público Alvo: Médicos ginecologistas, bibliotecas de hospitais, escolas de medicina, centros de estudos de hospitais públicos e privados.

Editora de Jornalismo: Lilian Burgardt MTB - 59618SP Conteúdo: Hélice Comunicação Reportagem: Lilian Burgardt e Aline Braz Avenida Queiroz Filho. 1700. Torre B. Sala 1004 CEP: 05319-000. Alto de Pinheiros. São Paulo - SP E-mail: editorial@helicecomunicacao.com.br Site: www.helicecomunicacao.com.br

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DIRETORIA Presidente Rui Alberto Ferriani Vice Presidente Carlos Alberto Petta Diretor Financeiro Sergio Podgaec 1º Tesoureiro Claudio Crispi Secretário Geral Nicolau D´Amico Filho 1º Secretario Luciano Gibran Diretora de Comunicações Vivian Ferreira do Amaral Diretor Técnico Científico Eduardo Schor Diretor de Relações Internacionais Fernando Marcos dos Reis Diretor de Relações Institucionais Paulo Augusto Ayroza Galvão Ribeiro Diretor de Sede Patrick Bellelis Diretora de Ensino Helizabet Salomão Abdalla Ayroza Ribeiro Presidente do Conselho de Ética Reginaldo Guedes Lopes

Vice-Presidente do Conselho de Ética Celso Luiz Borreli 1º Conselheiro do Conselho de Ética João Antônio Dias Junior 2º Conselheiro do Conselho de Ética Carlos Augusto Pires Costa Lino 3º Conselheiro do Conselho de Ética João Sabino C. Cunha Filho Conselho Fiscal Paula Andrea de Albuquerque Salles Navarro Conselho Fiscal Frederico José Silva Correa Conselho Fiscal Júlio Cesar Rosa e Silva 1º Membro do Conselho Vitalício Mauricio Simões Abrão Secretária Executiva Monica Sgobbi

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Editorial

Congresso Mundial de Endometriose em São Paulo — Um sucesso! Foram 288 apresentações de pôsteres, 14 vídeos e 50 apresentações orais, que foram inseridas no programa do congresso, mostrando uma programação centrada nos participantes. Ao longo de três dias e meio tivemos dez sessões principais e seis keynotes sessions, além de outras nove sessões de temas, duas sessões de vídeos e seis cursos pré-congresso, todos muito concorridos.

RUI ALBERTO FERRIANI

Presidente Eleito da SBE Gestão 2014-2016

Caros colegas, aconteceu em São Paulo, no início de maio desse ano, o 12th World Endometriosis Congress 2014, promovido pela World Endometriosis Society e pela SBE, cujo presidente foi o Profº Dr. Maurício Abrão, ex-presidente da SBE. O evento foi um sucesso, tendo sido um dos mais concorridos ao longo das 12 edições já realizadas em diversos locais do mundo, com 1345 inscrições, sendo 511 de colegas estrangeiros, vindo de 64 países diferentes. Tivemos cerca de 150 palestrantes, incluindo os maiores cientistas e pesquisadores básicos, clínicos e cirurgiões renomados com prática em cirurgia minimamente invasiva. 4

Além de ser um evento centrado no participante, pudemos ter uma visão do que é a abordagem atual da endometriose, centrada na paciente. A palestra de abertura foi dada pela Profª Fiona Godlee, editora do British Medical Journal, que ponderou sobre uma tendência que tem percebido na medicina atual, o excesso de diagnóstico e de tratamentos nas diversas especiali- dades médicas, e que provavelmen- te se aplica à endometriose. Durante a programação, os diversos métodos de diagnóstico foram abordados, com enfoque nos métodos não invasivos e em ferramentas de screening. Mesas específicas sobre os aspectos genéticos e epigenéticos da doença, considerada ainda consequência de alterações de muitos genes mas, cada qual com pequenos efeitos. Mas os estudos genéticos dão cada vez mais subsídios aos estudos epidemiológicos, e pudemos ver um grande esforço colaborativo entre cientistas básicos e clínicos para um melhor delineamento da doença.

Muito se falou também sobre o papel do ferro e dos mecanismos oxidativos relacionados às lesões e suas consequências. Não menos importante, várias sessões abordaram a relação da doença com câncer, as diversas modalidades de abordagem cirúrgica, e a grande discussão sobre as indicações de cirurgia, especialmente na endometriose profunda. O papel da doença profunda e quando da indicação de cirurgia definitiva foi tema de uma palestra específica. Foram apresentados novos modelos de mecanismos de dor, que muito podem ajudar na terapêutica em futuro próximo. E o futuro está próximo. Pesquisas promissoras permitem desenvolvimento de novas drogas e novas abordagens cirúrgicas, mais eficientes e menos mutiladoras. Em suma, pudemos ter contato com o que há de mais novo no estudo da endometriose, e foi possível refletir para o cuidado em se fazer diagnósticos ou se implementar terapêuticas específicas de maneira indiscriminada, tendo a paciente um papel fundamental na tomada de decisões, o que promove uma melhor aceitação e adesão.

Rui Ferriani Scientific Programme Chair Presidente da SBE

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Editorial

Principais temas abordados no Congresso Mundial de Endometriose Entre os 67 países que marcaram presença, 36 trouxeram trabalhos científicos na forma de pôster, temas livres e vídeos. Foram 288 apresentações de pôsteres, 14 vídeos e 50 apresentações orais e os países “Top 5” com maior número de trabalhos foram: o Brasil com 126 trabalhos, a França com 34, os Estados Unidos com 33, a Austrália com 32 e o Japão com 24. Para os que não conseguiram assistir, publicamos o resumo dos principais vídeos apresentados.

VIVIAN FERREIRA DO AMARAL Diretora de comunicação da SBE

Queridos colegas, Esta edição foi especialmente elaborada com os principais temas abordados no Congresso Mundial de Endometriose (30/04 a 3/05/2014), realizada em São Paulo.

Além dos Highlights, artigos científico, disponibilizamos as entrevistas com o presidente do evento, Dr. Mauricio Abrão, sobre as principais keynotes lectures apresentadas, o diretor científico, Dr. Rui Ferriani, equipe responsável pela organização do evento no Brasil (board), nosso diretor científico da SBE, Dr. Eduardo Schor, nosso diretor Dr. Nicolau D’Amico que além de grande colaborador da nossa revis-

ta, nos auxiliou a trazer o debate sobre um grande desafio para os cirurgiões, devido a proibição do uso do morcelador pelo FDA (Food and Drug Administration). Recomendo especial atenção ao debate sobre o tema, com a visão norte Americana e Européia quanto ao uso do morcelador e o risco de Câncer. Foi discutida de forma brilhante pelos colegas Charles Miller, Michel Canis e Ceccaroni. A participação de ginecologistas, pesquisadores e especialistas em cirurgia minimamente invasiva de diversos países foi efetiva nos três dias e, alem da troca de conhecimentos, o evento foi responsável pelo reencontro de colegas, amigos e um grande elo para novas amizades e parcerias científicas.

Desejo-lhes uma ótima leitura! Cordialmente, Vivian Ferreira do Amaral

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12º Congresso Mundial de Endometriose

COBERTURA DO 12º CONGRESSO MUNDIAL DE ENDOMETRIOSE  Congresso Mundial de Endometriose reúne especialistas do mundo para debater o

futuro do diagnóstico, tratamento e tecnologias no combate à doença

Durante quatro dias, mais de 1.300 especialistas de 67 nações, estiveram presentes no evento realizado em São Paulo para falar sobre os novos rumos no trato da doença que é uma das maiores causas de infertilidade em mulheres, sobretudo, no Brasil.

Realizar no Brasil, um evento que reunisse especialistas do mundo todo para discutir a endometriose, doença enigmática que desafia a medicina, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) são cerca de 176 milhões de portadoras no mundo, destes, 5,4 milhões só no Brasil, foi o que motivou a organização da Sociedade Mundial de Endometriose a realizar, pela primeira vez em nosso país, um Congresso Mundial sobre o tema. Segundo especialistas, uma das maiores causas de infertilidade entre as brasileiras. Por outro lado, o Brasil é também, segundo especialistas, um dos países que mais diagnostica a endometriose no mundo, fato curioso que, durante o evento, levou alguns médicos estrangeiros a declarações marcantes como: “tamanha é a quantidade de casos relatados no Brasil, muitas vezes brincamos entre nós, de que deve ser algo na água de vocês”, disse em tom des6

contraído em entrevista à equipe de reportagem presente no 12º Congresso, a médica que atua nos Estados Unidos, Rosanne Kho. Empolgada com a qualidade dos debates no primeiro dia do evento, quando foi procurada por nossa equipe de reportagem para comentar a importância de um Congresso deste porte no Brasil, Rosanne ainda completou: “brincadeiras à parte, o Brasil possui um grupo de líderes no tema, muito forte, que tem contribuído não só para a literatura científica, como para a ciência básica. Além disso, suspeitamos que o Brasil tenha os melhores diagnosticadores de endometriose do mundo, por isso, tantos casos são relatados aqui, já que é uma doença, com diversas particularidades, o que muitas vezes, a torna de difícil diagnóstico”, diz. Não fosse só o número de diagnósticos relatados em nosso País que impressionam os estrangeiros, boa parte dos especialistas que estive-

ram em solo brasileiro para participar do Congresso proferindo palestras em diversas mesas sobre a discussão do tema ao redor do globo fizeram questão de ressaltar como nossos médicos estão cada vez mais capacitados para lidar com doenças do trato feminino. Por essas tantas razões, sediar o Congresso em terrar brasileiras foi considerado por muitos, mais do que oportuno. É o caso do Dr. Sony Sight. “Já estive presente em diversos países para lidar com médicos sobre o tema endometriose, o que vejo por aqui é que o Brasil é, sem dúvida, um dos melhores países para a saúde da mulher. A realização do Congresso foi muito importante para debatermos com médicos brasileiros o cenário desta doença e suas formas de tratamento”, destacou. Sigh se disse ainda bastante empolgado com o nível dos debates do primeiro dia do evento, adiantando que como membro da comissão que organiza o próximo Congresso Mundial

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12º Congresso Mundial de Endometriose

Sony Sight, que elogiou a qualidade do tratamento de saúde para mulher no Brasil

de Endometriose, que será realizado em Vancouver, Canadá, em 2017, os congressistas podem esperar um nível de qualidade dos debates tão grande quando o encontrado aqui. Uma das autoridades médicas mais respeitadas no assunto, Charles Chapron, figura presente no Brasil há mais de 10 anos, destacou es-

Charles Chapron, uma das maiores autoridades em endometriose no mundo, entusiasmado com a qualidade do evento realizado no Brasil

tar muito orgulhoso do Brasil e de sua classe médica na especialidade porque, há muitos anos, nossa nação é a segunda do globo (disse sem citar a primeira) que reúne os maiores entusiastas da endometriose no mundo, enviando os melhores resumos e artigos científicos sobre o tema para o Congresso Mundial.

Estreante em terras brasileiras, o especialista italiano, Dr. Mario Malzoni, também foi um dos estrangeiros que se mostrou impressionado com a diversidade temática do Congresso. “É a primeira vez que participo do evento, e também, a primeira vez que venho ao Brasil.”

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Contraindicações: mulheres grávidas ou que possam engravidar durante o tratamento. Interações: exames laboratoriais - pode haver aumento das concentrações séricas de cálcio, ácido úrico, ureia e creatinina e hipoproteinemia. 8

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12º Congresso Mundial de Endometriose  Tecnologia Robótica, destaque do pré-congresso A discussão sobre novas tecnologias no tratamento da endometriose chamou a atenção dos congressistas durante as atividades pré-congresso, no primeiro dia do evento Se o Brasil está muito avançado na maneira como diagnostica e lida com o paciente portador de endometriose, e também é um dos maiores entusiastas do tema, enviando para o congresso, os melhores artigos científicos, não é de se espantar que a curiosidade dos médicos brasileiros por inovação também seja grande. Por isso, a programação do evento voltada para a tecnologia, foi uma das que mais chamou a atenção dos congressistas no primeiro dia do evento, este, reservado para a realização dos cursos pré-congresso. Os médicos catarinenses Adalberto Cesario e Ailton Comper, respectivamente, disseram, no término do primeiro dia dos eventos pré-congresso, que o destaque das apresentações ficou por conta dos debates apresentados no curso pré-congresso: “Anatomia, Energia, e novas tecnologias para o gerenciamento de cirurgias de endometriose”, sob a batuta dos especialistas brasileiros Manoel Orlando Gonçalves e Alice Brandão e do norte-americano Scott Young. “Tivemos a oportunidade de ter contato com as tecnologias inovadoras no tema como a robótica 3D que foi, em minha opinião, um dos pontos altos do dia”, disse Cesario. “O mais interessante deste encontro foi a oportunidade de conferir a opinião de especialistas consagrados e seus esforços para trazer paridade, tanto no que diz respeito ao diagnóstico, como também no uso das tecnologias para padronizar as práticas quando o tema é endometriose”, destacou.

Após sua apresentação, em que fez um paralelo interessante sobre a atual visão sobre o uso da robótica para cirurgias de endometriose e, há 10 anos, a visão reticente da classe médica sobre a cirurgia de laparoscopia, o Dr. Arnold Advíncula se mostrou entusiasmado com o interesse demonstrado pelo público sobre o assunto. E disse

que não esperaria outra reação dos congressistas, sobre tudo dos brasileiros. “Os médicos que diagnosticam a endometriose no Brasil estão avançados no tema, por isso, espero que vejam a ferramenta robótica com bons olhos, como uma cirurgia que os pode ajudar muito a tratar os casos de endometriose”, disse.

Adalberto Cesario, médico catarinense que veio acompanhar as novidades em tecnologia dos cursos pré-congresso

Ailton Comper, médico de Santa Catarina que veio ao congresso para conferir os especialistas consagrados que ainda estão publicando na área da endometriose

O especialista Arnond Advíncula, dos EUA, que veio ao Brasil falar de tecnologia robótica na cirurgia da endometriose

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12º Congresso Mundial de Endometriose

DESTAQUES DO 12º CONGRESSO MUNDIAL DE ENDOMETRIOSE

Dr. Maurício, Dr. Paolo Vercellini (presidente do WES), Dr. Adams e a palestrante da abertura Profa. Fiona Godlee, editora do British Medical Journal

Coquetel de abertura

Ala de temas livres

Board da atual diretoria da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia minimamente invasiva (SBE) e responsável pela organização local do evento, reunidos no jantar do Presidente e comemorando o sucesso do Congresso mundial de Endometriose

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Auditório e participantes

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12º Congresso Mundial de Endometriose  Olhar brasileiro Médicos brasileiros tiveram a oportunidade de apresentar seus trabalhos para especialistas do mundo inteiro, e chamaram a atenção pela diversidade e qualidade dos temas que fizeram parte da programação do evento

cipantes inscritos nesta 12ª edição. “Tivemos mais de 1.300 profissionais vindos de mais de 67 países ao redor do mundo. Essa adesão ao projeto foi superior a das duas edi-

ções passadas, realizadas em Montpellier, na França, e em Melbourne, na Austrália”, destacou. Outro especialista brasileiro que fez sucesso ao difundir o seu conheci-

O Brasil é atualmente um dos países que mais contribuem cientificamente para aperfeiçoar o diagnóstico e o tratamento da endometriose, sendo considerado um dos líderes mundiais no assunto. Este panorama pôde ser comprovado com a presença de diversos especialistas brasileiros na programação científica da última edição do Congresso Mundial de Endometriose. Presentes em mesas diversificadas, eles conduziram palestras ao longo do segundo dia de evento que abordaram desde os fatores que dão origem à patologia até a realização de procedimentos cirúrgicos específicos e a eficácia de tratamentos para infertilidade.

O presidente da SBE (Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva), Rui Ferriani, que liderou o debate sobre as vantagens e os riscos da cirurgia de endometrioma de ovário

Uma das autoridades médicas nacionais mais respeitadas no assunto, o Dr. Rui Ferriani, presidente da SBE (Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva), liderou o debate sobre as vantagens e os riscos da cirurgia de endometrioma de ovário. “Nesta apresentação, resolvemos fazer uma análise de todos os pontos que envolvem o procedimento, dando ênfase à perda da reserva ovariana que pode acontecer nestes casos e comprometer seriamente a capacidade de a mulher engravidar”, lembrou. Orgulhoso pela realização do Congresso em solo brasileiro, o médico ressaltou o grande número de parti-

Diretor de Relações Internacionais da SBE, Fernando Reis, que abordou as dúvidas sobre como proceder em casos de endometriose de grau leve ou moderado que não apresenta sintomas à paciente

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12º Congresso Mundial de Endometriose em casos de endometriose de grau leve ou moderado que não apresenta sintomas à paciente. “Para nortear melhor nossos colegas, buscamos abordar se devemos considerar ou não esse problema uma doença e tratá-lo como tal, mesmo com a ausência de sinais”, explicou.

O diretor técnico científico da SBE, Eduardo Schor, que discutiu a teoria da menstruação retrógrada

O secretário geral da SBE, Nicolau D’ Amico, que debateu sobre a infertilidade ligada à endometriose e as possibilidades da fertilização in vitro

mento com o público no dia 1o de maio foi o Dr. Fernando Reis, diretor de Relações Internacionais da 12

SBE. Em sua palestra, ele abordou as dúvidas enfrentadas por boa parte dos médicos sobre como proceder

Ao longo do segundo dia de evento, temas relacionados à origem da endometriose também foram lembrados. O Dr. Eduardo Schor, diretor técnico científico da SBE, discutiu a teoria da menstruação retrógrada, além de outros fatores interessantes que podem influenciar no surgimento da doença, como o estresse oxidativo e a sobrecarga de ferro no organismo. “Fizemos uma relação de todos esses fatores para que a visão sobre as causas da patologia se ampliem, assim como as possibilidades de como tratá-la”, afirmou o especialista. Além de discutir a raiz do problema e as formas de combatê-lo, as mesas que contaram com a participação de especialistas brasileiros também abordaram a questão da infertilidade. No conjunto de seminários liderado pelo Dr. Nicolau D’Amico, secretário geral da SBE, o problema foi amplamente tratado, assim como a adoção e as possibilidades da fertilização in vitro - meio mais indicado para as mulheres que têm a endometriose em estágio mais avançado. “A abordagem de assuntos tão importantes como esse resume por si só porque o Brasil foi escolhido como sede do Congresso deste ano. Somos referência mundial no assunto e, por isso, muitas pessoas procuram o país para se atualizarem”, destacou Nicolau.

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12º Congresso Mundial de Endometriose  Palco de debates

internacionais

Entre os mais de 1.300 congressistas que circularam pelo 12º Congresso Mundial de Endometriose, algumas das maiores autoridades no assunto marcaram presença discutindo e debatendo sobre a endometriose Boa parte dos especialistas mundiais mais importantes no tema endometriose esteve no Congresso realizado no Brasil para participar dos debates e também trazer um pouco de sua realidade de trabalho para dividir com os 1.300 congressistas. Entre uma palestra e outra, alguns deles concederam entrevista à nossa equipe de reportagem, o que resultou num debate rico sobre alguns temas considerados polêmicos entre a classe médica, motivo de muita discussão entre diferentes correntes de especialistas, como a escolha entre cirurgia de endometriose ou fertilização in vitro.

A convite da SBE (Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva), o Dr. Dominique Deziegler, comentou sobre o dilema que divide muitos especialistas dizendo que defende a escolha da cirurgia em casos de endometriose em mulheres mais jovens pensando no principal benefício que ela oferece: a possibilidade de ter o parto em casa. Sua defesa, porém, é um paradoxo, por muitos acreditarem que a cirurgia deve vir em último lugar, quando todas as demais alternativas para a gravidez falharam. “No caso de pacientes jovens, observamos que o maior benefício é a possibilidade de uma rápida recuperação e a chance de ter um parto natural em casa, o que acontece com 50% das pacientes operadas e que não apresentam complicação”, disse. Por outro lado, quando o tema é gravidez tardia, ele acredita que a fertilização in vitro possa ser me-

Dr. Dominique Deziegler, em entrevista à revista da SBE, destaca as vantagens da cirurgia da endometriose em relação à fertilização in vitro

Hoje, a cirurgia só é recomendada dependendo muito da opinião do médico. Então, a paciente precisa entrar na porta correta para ter esse diagnóstico, enquanto que o risco na medicina moderna deveria ser medido de acordo com o benefício, como no caso de mulheres jovens, do benefício de ter o filho em casa.

lhor opção, já que não há garantia de gravidez, e já é uma gravidez de risco, pelo fato da idade avançada. “A grande questão é conscientizar, especialmente as mulheres mais jovens, porque, quando você fala em cirurgia, elas tendem a dizer não, argumentando que ainda não esgotaram as possibilidades”, afirmou. Além disso, ele ainda diz que o dilema da medicina moderna é oferecer a melhor alternativa, pensando na paciente e não na opinião do médico. “Hoje, a cirurgia só é recomendada dependendo muito da opinião do médico. Então, a paciente precisa entrar na porta correta para ter esse diagnóstico, enquanto que o risco na medicina moderna deveria ser medido de acordo com o benefício, como no caso de mulheres jovens, do benefício de ter o filho em casa”, explicou.

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12º Congresso Mundial de Endometriose  Presença mais

que esperada

Estudos pré-clínicos e novidades no tratamento e diagnóstico da endometriose chamaram a atenção de especialistas do Brasil e do mundo, como Thomas D’hooghe que elogiou a qualidade do programa científico do evento Veio da Bélgica uma das presenças ilustres dessa edição do Congresso. Thomas D‘Hooghe que comentou sobre pesquisas experimentais no tratamento da endometriose. Para ele, que considerou o evento com uma programação científica riquíssima, os painéis que trataram dos mecanismos da dor da endometriose foram os pontos altos Congresso. Outro aspecto interessante foram as novas possibilidades de tratamento para endometriose que prometem menos efei-

tos colaterais, como a administração do chá verde. “Muitas dessas apresentações ainda estão em fase pré-clínica, mas são muito promissoras porque são mais seguras e oferecem menos riscos do que os tratamentos atuais”, comparou. No painel de terapias médicas, do qual participou, D’Hooghe falou sobre os diferentes sintomas em diferentes tipos de pacientes, e a importância de saber diferenciá-los para o melhor diagnóstico e tratamento. Ele destacou a importância de uma soma de fatores para encontrar o melhor diagnóstico e tratamento sempre associando o histórico de reclamação de dor da paciente, os exames clínicos, o uso do ultrassom, quando possível e recomendado, e

a combinação de todos esses dados para a melhor tomada de decisão. “Se combinarmos todos estes dados no computador, teremos bons métodos de prever a endometriose e encontrar o tratamento mais adequado a cada perfil de paciente”, disse.

Muitas dessas apresentações ainda estão em fase préclínica, mas são muito promissoras porque são mais seguras e oferecem menos riscos do que os tratamentos atuais

O especialista Thomas D‘Hooghe que se mostrou impressionado com a qualidade dos temas apresentados no 12º Congresso Mundial de Endometriose

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12º Congresso Mundial de Endometriose  FDA e o Morcelador Especialistas presentes no 12º Congresso Mundial de Endometriose deram entrevista exclusiva à revista da SBE para comentar a decisão do FDA em suspender o morcelador O intervalo do Congresso rendeu entrevistas com três dos maiores especialistas em endometriose de todo o mundo sobre a polêmica decisão do FDA (Food and Drug Administration) em se mostrar contrária ao uso do morcelador em tratamentos da Endometriose. Confira, a seguir, as opiniões de Charles Miller, Michel Canis e Marcelo Ceccaroni sobre o tema.

Charles Miller, durante em entrevista realizada no 12º Congresso Mundial de Endometriose

SBE - Qual sua opinião sobre a decisão do FDA em suspender o uso do Morcelador em cirurgias de endometriose? Charles Miller - Na verdade, o FDA não suspendeu o morcelador, mas disse que desencoraja seu uso. Mas, nessa discussão, o que o FDA não disse e que deveria ter dito é que se você usa a técnica em um paciente, deveria considerar outras opções de tratamento, mas se depois disso, você ainda considerar que seu uso ainda é a melhor opção, você deveria informar o paciente dos riscos envolvidos e fazê-lo, caso ele concorde, já que se trata de um procedimento minimamente invasivo. O que eles

realmente deveriam ter dito é que o médico deveria discutir as opções de tratamento com o paciente, assim como os riscos envolvidos, não só desencorajá-lo por associá-lo a casos relacionados ao câncer. O problema dessa decisão, nos moldes em que foi tomada, é que muitos hospitais, e seus administradores, ficaram alarmados com a decisão do FDA e por isso baniram o uso do equipamento. Além disso, algumas marcas como a Johnson & Johnson, nos Estados Unidos, decidiram parar de vender o equipamento. Eu sou totalmente contra essa decisão, já que ela caberia ao médico ter com o paciente, informando os riscos e os benefícios do uso da técnica. Os nú-

meros também mostram que os riscos de sarcomas estão associados a outras questões, como a idade, é muito mais difícil ocorrer em mulheres de 25 do que em mulheres de 50 anos. Para ter uma ideia, há 20 anos, tenho feito aproximadamente 2.500 procedimentos por ano usando o morcelador. Nesse tempo, tive dois casos de sarcoma, sendo que um era pré-existente e foi removido. Ou seja, tivemos um caso de sarcoma em 20 anos. Além disso, com sua proibição, o uso de outras técnicas aumenta o risco de cicatrizes maiores, sangramentos e até mesmo de uma infecção, já que estamos fazendo incisões maiores. Então, o que devemos nos perguntar é qual o benefício dessa decisão? Contudo, acredito que ainda há uma luz no fim do túnel que é a possibilidade de nos aprimorarmos no uso do morcelador. E também de discutir os riscos que as novas soluções como as técnicas de isolamento do equipamento podem trazer.

O que eles realmente deveriam ter dito é que o médico deveria discutir as opções de tratamento com o paciente, assim como os riscos envolvidos, não só desencorajálo por associá-lo a casos relacionados ao câncer.

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12º Congresso Mundial de Endometriose

Michel Canis se mostrou contrário a decisão do FDA em suspender o Morcelador

SBE - Qual sua opinião sobre a decisão do FDA em suspender o uso do Morcelador em cirurgias de endometriose? Michel Canis - Acredito que tenha sido uma decisão totalmente equivocada. Nós sabemos há muito tempo que, em alguns casos, existe o risco do uso do morcelador estar associado ao aparecimento de sarcomas, porém, isso é muito raro, especialmente em pacientes jovens. Se pararmos de usar a técnica só por causa disso, provavelmente vamos recorrer muito mais a laparotomia, que envolve muito mais riscos do que o morcelador que é uma técnica minimamente invasiva. No fim das contas, estaremos superando em riscos do que em benefí16

cios ao usá-la como substituição ao uso do morcelador. É uma situação difícil. O paciente realmente deve ser informado dos riscos. O que, muitas vezes, não acontece. Assim, há muito mais riscos em deixar de fazer o procedimento, do que em mantê-lo como opção, e usá-lo com sabedoria. Contudo, vejo o problema todo sendo muito mais político do que médico. Imagine que o FDA não suspende o uso e um paciente resolve entrar com um processo contra o FDA porque ele permite que tal procedimento seja feito e isso provocou um sarcoma? A mesma preocupação atinge as empresas: “Você está vendendo algo que causa câncer.” Em minha opinião, é um problema muito mais relacionado ao aspecto legal da decisão porque ninguém mais confia

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em ninguém e todos temem um processo judicial, do que realmente aos riscos associados ao uso do morcelador.

O problema todo é muito mais político do que médico. Imagine que o FDA não suspende o uso e um paciente resolve entrar com um processo contra o FDA porque ele permite que tal procedimento seja feito e isso provocou um sarcoma?

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12º Congresso Mundial de Endometriose o paciente dos riscos envolvidos, mesmo que de baixa probabilidade. Outra questão é que, o paciente tem que saber que nós não temos atualmente outras possibilidades para fazer o procedimento, senão cortar a vagina ou o abdômen. Há, ainda, a possibilidade de usá-lo isolando o equipamento, mas isso não se aplica a procedimentos feitos dentro do útero. Outra questão é que nós precisamos fazer um correto diagnóstico pré-operatório no paciente. Por essa razão, não acredito que suspender o uso da técnica minimamente invasiva seja um benefício. O que precisamos nos concentrar é em melhorar as técnicas disponíveis, assim como, o pré-diagnóstico de cada caso. Marcelo Ceccaroni, que apresentou dados científicos para justificar sua opinião contrária à decisão do FDA

SBE - Qual sua opinião sobre a decisão do FDA em suspender o uso do Morcelador em cirurgias de endometriose? Marcelo Ceccaroni - Pessoalmente eu não concordo com essa decisão. Primeiramente, devemos considerar o que os epidemiologistas dizem sobre o assunto e que a taxa anual de incidência de sarcomas uterinos é menor que dois a cada 100.000 mulheres. E a incidência de

detecção do sarcoma é de 0.0007%. E tem outro estudo retrospectivo falando que de cada 1.300 pacientes submetidos a miomectomia ou histerectomia a taxa de incidência é de 0,27% só se o mioma tiver crescimento rápido. Com isso, acredito que nós não podemos evitar o uso do morcelador somente por causa dos riscos de incidência dos sarcomas. O correto é adotar o procedimento, quando necessário, informando previamente

Não acredito que suspender o uso da técnica minimamente invasiva seja um benefício. O que precisamos nos concentrar é em melhorar as técnicas disponíveis, assim como, o pré-diagnóstico de cada caso.

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12º Congresso Mundial de Endometriose  Ciência jovem

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Jovens médicos brasileiros elogiam a programação do congresso e a oportunidade de apresentar e discutir seus trabalhos com especialistas consagrados que continuam publicando e contribuindo com a comunidade científica da endometriose Buscar o ponto de vista de jovens médicos sobre o assunto endometriose, também foi outra preocupação da organização do Congresso, que buscou contemplar em sua grade de palestras, espaço para que este perfil de especialistas pudesse demonstrar seus estudos e dividi-los com os colegas. Um dos destaques dessa programação foi o brasileiro Luis Fernando Pina de Carvalho. O médico que acabou de concluir seu doutorado fora do país teve a oportunidade de apresentar seu trabalho sobre um assunto que está em alta no momento e, por isso, chamou a atenção de muitos congressistas que lotaram a sala principal do evento para conferir seu estudo sobre como o estresse oxidativo está envolvido no desenvolvimento e na progressão da endometriose e, principalmente, como ele afeta a fertilidade da mulher. Segundo o especialista, uma das curiosidades sobre o tema é que o estresse oxidativo é algo que precisa ser mais debatido, devido a pouca quantidade de

estudos relacionados ao tema. “Para se ter uma ideia, de todos os ensaios que mostrei sobre o uso de antioxidantes para tentar engravidar, como para combater a dor em quem tem endometriose, tudo que foi estudado leva em conta um universo de 135 pacientes. O que é muito pouco”, lamenta. O médico compara que, na área de cardiologia, qualquer estudo similar leva em conta um universo de 1.000 a 1.500 pacientes. Isso significa que mesmo após 150 anos de um Prêmio Nobel ter sido entregue a quem descobriu que o metabolismo do oxigênio pode causar lesão nas pessoas, não temos praticamente nada de estudo científico para avaliar o benefício do uso de vitaminas em pacientes com endometriose. Isso, sem falarmos que, atualmente, quase todo mundo usa vitamina. “O americano acha que é remédio, e toma religiosamente, todos os dias, os brasileiros, por sua vez, estão indo no mesmo caminho, sem qualquer evidência científica de que isso ajuda. Daí a importância dessa discussão e de

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Ainda sobre o tema, o médico destaca as principais constatações de seu estudo: a falta de evidência no uso de antioxidante pra tentar engravidar, o fato de não haver diferença entre tomar antioxidante e isso causar aborto, algo que se achava, até então, e, por fim, que não existe diferença estatística pra tratar dor em endometriose, ou seja, o uso de antioxidante, neste caso, não é um tratamento estabelecido. Questionado sobre a oportunidade que teve de apresentar seu trabalho no Congresso, ele destacou a grandiosidade do evento, que reuniu 1.300 especialistas, mais do que qualquer outra edição, incluindo a última em Montpellier, na França, onde 1.200 congressistas marcaram presença e esta havia sido considerada sucesso de público. “Além do número de congressistas, me chamou a atenção a quantidade de especialistas que publicam estarem presentes no evento. Para quem gosta de pesquisa de bancada e pesquisa clínica, foi uma oportunidade única para discutir com as maiores autoridades no assunto. Sem dúvida, o formato do evento, permitiu uma troca de experiências muito rica”, disse.

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Ltda.

mais estudos sobre o tema”, refletiu.

O médico Luis Fernando Pina de Carvalho que acabou de concluir seu doutorado fora do país teve a oportunidade de apresentar seu trabalho sobre estresse oxidativo no desenvolvimento e na progressão da endometriose

Além do número de congressistas, me chamou a atenção a quantidade de especialistas que publicam estarem presentes no evento. Para quem gosta de pesquisa de bancada e pesquisa clínica, foi uma oportunidade única para discutir com as maiores autoridades no assunto

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Endometriose peritoneal superficial é uma doença? FERNANDO M. REIS

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

Os métodos diagnósticos e as políticas de saúde evoluíram para um estágio em que passamos a fazer diagnósticos subclínicos, ou seja, encontramos marcas anatômicas ou funcionais em pessoas assintomáticas e as taxamos de doentes. Isso é plenamente justificável nos casos que, se não tratados, muito provavelmente evoluiriam para sintomas graves e irreversíveis, como por exemplo o câncer de mama ou a obstrução coronariana. Mas é menos justificável chamar de doença miomas uterinos assintomáticos, uma vez que eles podem permanecer subclínicos ou até regredir, sem causar morbidade ou mortalidade. Em qual dessas situações devemos situar a endometriose peritoneal superficial?

Para tentar responder a essa pergunta, vamos desdobrá-la em outras perguntas menores e mais objetivas, já que do ponto de vista prático a lesão será considerada doença se: (a) provocar sintomas; e/ou (b) for propensa a evoluir para formas mais graves e sintomáticas; e/ou (c) der origem a uma doença grave. 20

A endometriose peritoneal pode ser assintomática? Sim, como indicam estudos de prevalência em mulheres férteis, sem dor, que foram submetidas a laparoscopia para laqueadura tubária. A prevalência encontrada nos estudos das décadas de 1980-90 variou de 2% a 22%1-4. Estudo mais recente realizado no Brasil encontrou 16% de endometriose histologicamente comprovada em mulheres assintomáticas5. A endometriose peritoneal assintomática tende a evoluir e causar sintomas? A única evidência disponível sugere que não 6. Em uma coorte de mulheres férteis e assintomáticas, a probabilidade de apresentar sintomas álgicos 12-15 anos após a laparoscopia foi a mesma entre as pacientes com achado incidental de endometriose mínima e aquelas com pelve normal 7. A endometriose peritoneal leve tende a progredir para formas mais graves? Em um modelo de endometriose símia, laparoscopias repetidas demonstraram o aumento no número e na área dos implantes peritoneais ao longo do tempo8,9. Todavia, a pouca evidência existente em humanos sugere que a evolução espontânea das lesões endometrióticas leves é imprevisível, pelo menos no curto prazo. Em alguns casos as lesões regridem, em outros elas permanecem estáveis e em outros elas progridem10,11. Endometriose peritoneal isolada pode causar dor ou infertilidade? Parece que sim. Os escores visuais de dor apresentados por mulheres com

endometriose peritoneal isolada são semelhantes àqueles de mulheres com endometrioma de ovário ou com endometriose profunda infiltrativa12. Em primatas babuínos, D’Hooghe e colaboradores verificaram que a taxa de fecundidade é significativamente reduzida no grupo com endometriose leve (estágio II) mas não no grupo com endometriose mínima (estágio I)13. Um estudo prospectivo com mulheres subférteis acompanhadas por 9 meses não mostrou diferença significativa na taxa de gravidez espontânea entre o grupo com endometriose mínima ou leve e o grupo com infertilidade sem causa aparente14. Estudo similar com maior tempo de seguimento sugeriu que após 2 anos de tentativa a probabilidade de obter uma gravidez é menor no grupo com endometriose15. A endometriose peritoneal dá origem ao endometrioma ou à endometriose profunda infiltrativa? Algumas observações sugerem que os endometriomas se formam pelo aprisionamento do refluxo menstrual na superfície ovariana bloqueada por aderências, as quais podem ser resultantes da endometriose peritoneal superficial16,17. Em um estudo retrospectivo, mulheres adultas com endometriose profunda infiltrativa relataram com maior frequência haver apresentado dismenorreia intensa durante a adolescência, comparadas àquelas com formas mais brandas da doença18. É possível que os sintomas intensos vividos na adolescência fossem de endometriose peritoneal inicial e que a doença tenha evoluído nos anos seguintes para a forma profunda.

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12º Congresso Mundial de Endometriose A endometriose peritoneal pode dar origem a outra doença que seja potencialmente grave ou fatal? Evidências mais recentes sugerem que a agressão reiterada aos órgãos pélvicos pelo refluxo menstrual mensal (a “menstruação incessante”) está na origem de alguns tumores malignos tubo-ovarianos17,19. Contudo, os dados epidemiológicos que associaram a endometriose a risco aumentado de câncer de ovário (tumores endometrióides, de células claras e serosos de baixo grau), são provenientes de estudos do tipo caso-controle, nos quais não foi possível distinguir se a endometriose era do tipo peritoneal, endometrioma, ou profunda infiltrativa20. Assim, a dúvida permanece. Tratar a endometriose peritoneal leve reduz o risco do surgimento de endometriose profunda/grave e suas complicações? Infelizmente não há estudos controlados que nos permitam responder a essa pergunta. Um estudo retrospectivo e não controlado sugere que tratar a endometriose mínima ou leve em mulheres sintomáticas pode frear o ritmo de progressão da doença21. Portanto, a evidência é fraca e não permite que se tire uma conclusão definitiva. Diante do achado incidental de endometriose em uma mulher totalmente assintomática, deve-se intervir? Não havendo infertilidade, dor, nem qualquer outro sintoma atribuível à endometriose, o tratamento de lesões incidentais não pode ser recomendado, pois não há estudos disponíveis que demonstrem o benefício dessa intervenção6.

 Referências 1. Strathy JH, Molgaard CA, Coulam CB, Melton LJ, 3rd. Endometriosis and infertility: a laparoscopic study of endometriosis among fertile and infertile women. Fert Steril 1982;38:667-72. 2. Moen MH. Endometriosis in women at interval sterilization. Acta Obstet Gynecol Scand 1987;66:451-4. 3. Kirshon B, Poindexter AN, 3rd, Fast J. Endometriosis in multiparous women. J Reprod Med 1989;34:215-7. 4. Moen MH, Muus KM. Endometriosis in pregnant and non-pregnant women at tubal sterilization. Hum Reprod 1991;6:699-702. 5. Barbosa CP, Souza AM, Bianco B, Christofolini D, Bach FA, Lima GR. Frequency of endometriotic lesions in peritoneum samples from asymptomatic fertile women and correlation with CA125 values. Sao Paulo Med J 2009;127:342-5. 6. Dunselman GA, Vermeulen N, Becker C, Calhaz-Jorge C, D’Hooghe T, De Bie B et al. ESHRE guideline: management of women with endometriosis. Hum Reprod 2014;29:400-12. 7. Moen MH, Stokstad T. A long-term follow-up study of women with asymptomatic endometriosis diagnosed incidentally at sterilization. Fert Steril 2002;78:773-6. 8. D’Hooghe TM, Bambra CS, Raeymaekers BM, Koninckx PR. Serial laparoscopies over 30 months show that endometriosis in captive baboons (Papio anubis, Papio cynocephalus) is a progressive disease. Fert Steril 1996;65:645-9. 9. Langoi D, Pavone ME, Gurates B, Chai D, Fazleabas A, Bulun SE. Aromatase inhibitor treatment limits progression of peritoneal endometriosis in baboons. Fert Steril 2013;99:656-62 e3. 10. Thomas EJ, Cooke ID. Impact of gestrinone on the course of asymptomatic endometriosis. Br Med J 1987;294:272-4. 11. Hoshiai H, Ishikawa M, Sawatari Y, Noda K, Fukaya T. Laparoscopic evaluation of the onset and progression of endometriosis. Am J Obstet Gynecol 1993;169:714-9. 12. Reis FM, Luisi S, Abrão MS, Rocha AL, Viganò P, Rezende CP et al. Diagnostic

value of serum activin A and follistatin levels in women with peritoneal, ovarian and deep infiltrating endometriosis. Hum Reprod 2012;27:1445-50. 13. D’Hooghe TM, Bambra CS, Raeymaekers BM, Riday AM, Suleman MA, Koninckx PR. The cycle pregnancy rate is normal in baboons with stage I endometriosis but decreased in primates with stage II and stage III-IV disease. Fert Steril 1996;66:809-13. 14. Berube S, Marcoux S, Langevin M, Maheux R. Fecundity of infertile women with minimal or mild endometriosis and women with unexplained infertility. The Canadian Collaborative Group on Endometriosis. Fert Steril 1998;69:1034-41. 15. Akande VA, Hunt LP, Cahill DJ, Jenkins JM. Differences in time to natural conception between women with unexplained infertility and infertile women with minor endometriosis. Human reproduction (Oxford, England) 2004;19:96-103. 16. Brosens IA. Is mild endometriosis a progressive disease? Hum Reprod 1994;9:2209-11. 17. Vercellini P, Crosignani P, Somigliana E, Vigano P, Buggio L, Bolis G et al. The ‘incessant menstruation’ hypothesis: a mechanistic ovarian cancer model with implications for prevention. Hum Reprod 2011;26:2262-73. 18. Chapron C, Lafay-Pillet MC, Monceau E, Borghese B, Ngo C, Souza C et al. Questioning patients about their adolescent history can identify markers associated with deep infiltrating endometriosis. Fert Steril 2011;95:877-81. 19. Kurman RJ, Shih Ie M. Molecular pathogenesis and extraovarian origin of epithelial ovarian cancer--shifting the paradigm. Hum Pathol 2011;42:918-31. 20. Pearce CL, Templeman C, Rossing MA, Lee A, Near AM, Webb PM et al. Association between endometriosis and risk of histological subtypes of ovarian cancer: a pooled analysis of case-control studies. Lancet Oncol 2012;13:385-94. 21. Doyle JO, Missmer SA, Laufer MR. The effect of combined surgical-medical intervention on the progression of endometriosis in an adolescent and young adult population. J Pediat Adol Gynecol 2009;22:257-63.

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Novidade em Endometriose e Infertilidade JOSÉ VITOR ZANARDI¹ VÍVIAN FERREIRA DO AMARAL² RUI ALBERTO FERRIANI³ Pós-graduando (Doutorado) do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP; Médico Assistente do Setor de Cirurgia Ginecológica do Hospital das Clínicas USP - Ribeirão Preto 2 Professora Titular da Pontíficia Universidade Católica do Paraná; Professora Adjunta da Universidade Federal do Paraná 3 Professor Titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 1

Entre os dias 30 de abril e 3 de maio de 2014, São Paulo foi o palco do mais importante evento em endometriose do mundo. Grandes especialistas estiveram reunidos e expuseram os recentes avanços no estudo e na terapêutica de endometriose.

As discussões se aprofundaram nos temas relacionados aos aspectos imunológicos, genéticos, células-tronco e estresse oxidativo. Os quais têm norteado o desenvolvimento de novos tratamentos para endometriose. Entre os avanços nos estudos em pacientes inférteis, destacamos a exposição do neozelandês Neil Johnson com sua experiência no uso do já conhecido Lipiodol - um contraste iodado organicamente combinado com ésteres etílicos de ácidos graxos, provenientes do óleo de sementes de papoula. O contraste, popular nas décadas de 1970 e 1980, foi parcialmente substituído por meios hidrossolúveis, que possibilitavam imagens melhores e mais fáceis de interpretar. Mais recentemente ganhou notoriedade em seu uso à histerossalpingografia, ao permitir um significativo aumento da fecundidade em pacientes com esterilidade sem causa aparente. A revisão sistematizada publicada por Johnson, em fevereiro de

2014, no periódico Australian and New Zeland Journal of Obstetrics and Gynecology (Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2014 Feb;54(1):9-12) descreve a eficácia do lipiodol, cujas assertivas se devam à provável eliminação de debris presentes nas tubas. Ainda se atesta que o Lipiodol exerça um papel imunológico no peritônio pélvico e endométrio. Particularmente nesse último, o Lipiodol permite uma maior janela de implantação embrinária, ao reduzir a expressão da osteopontina e aumentar o número de células Natural Killers. A modulação imunológica conferida pelo fármaco também se aventa como uma das hipóteses à maior fecundidade em pacientes inférteis com endometriose. Conclui-se que o lipiodol apresentase como uma opção de baixo custo, de baixa invasibilidade, e opção simples no tratamento de infertilidade relacionada a endometriose, bem como pode ter aplicações mais ampliadas.

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Lançamento do livro Atlas de Endometriose Profunda — Correlação Ressonância e Laparoscopia Autores: Alice Brandão Claudio Peixoto Crispi Marco Aurélio Pinho de Oliveira

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12º Congresso Mundial de Endometriose

Endometriose e Câncer: diferentes aspectos desta associação GIULIANO MOYSÉS BORRELLI1,2 SYLVIA MECHSNER2 MAURÍCIO SIMÕES ABRÃO1

Setor de endometriose da Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo 2 Centro de Pesquisa em endometriose do Hospital Charité – Universidade de Medicina de Berlim 1

1. a coexistência de carcinoma e endometriose no mesmo ovário; 2. a presença de tecido similar ao estroma endometrial ao redor de glândulas epiteliais características; 3. exclusão de tumor metastático do ovário; 4. presença de endometriose benigna histologicamente contígua ao tumor maligno; Por outro lado, a associação entre endometriose e câncer pode ser entendida de três formas, conforme exemplificado na figura 1, onde a endometriose pode ‘ocorrer em associação de forma simultânea’ com qualquer tipo de câncer, assim como ‘simular’ ou ‘agir como’ câncer e por fim, ‘evoluir’ para câncer por meio da transformação maligna das lesões típicas endometrióticas.

 Introdução A endometriose caracteriza-se pela presença de tecido endometrial ectópico1 e, apesar de ser uma doença de natureza benigna, possui comportamento semelhante ao encontrado nos processos malignos, com capacidade de crescimento infiltrativo e destrutivo, podendo se manifestar em diferentes órgãos e tecidos distantes do útero. Assim, tem se estudado muito a respeito desta relação nos últimos anos, devido suas características semelhantes. A primeira descrição da associação entre endometriose e câncer foi publicada em 1925 por Sampson2, quando identificou um carcinoma endometrióide de ovário surgindo a partir de tecido endometrial naquele órgão. Anos depois, estabeleceu-se quatro critérios para caracterizar esta associação no ovário2,3:

Figura 1: Formas de associação entre endometriose e câncer.

Aqui, nosso foco será abordar e discutir como a endometriose pode ‘simular’ ou ‘agir como’ uma neoplasia maligna, assim como, em alguns casos raros, sofrer transformação maligna e ‘evoluir’ para câncer.

mecanismo de disseminação da doença. Nesse sentido, alguns estudos identificaram lesões típicas de endometriose acometendo linfonodos do meso-reto, incidentalmente removidos com os segmentos intestinais nos casos de endometriose profunda (EP) de acometimento intestinal4,5,6. Mais do que isso, utilizando-se a técnica de linfonodo-sentinela (LS), Mechsner et al. (2008) identificaram a presença de lesões típicas de endometriose em linfonodos pélvicos da cadeia ilíaca em 25% dos casos, além de células disseminadas positivas aos receptores de estrogênio e progesterona em 83% dos casos7, evidenciando assim a disseminação linfática da endometriose.

Uma das maneiras da endometriose simular uma neoplasia maligna está no

Sabemos que algumas quimiocinas desempenham papel importante nos pro-

cessos de metástases tumorais a órgãos distantes e na disseminação linfática das células do tumor primário pelos linfonodos regionais8,9. Os receptores de quimiocinas CXCR4 e CCR7 são os dois mais relacionados e atuantes nestes processos, agindo em forma de eixo com seus ligantes específicos CXCL12, no caso do primeiro receptor, CCL19 e CCL21 para o último10,11. Quimiocinas têm sido relacionadas com endometriose nos últimos 20 anos12, mas até o momento, os estudos avaliaram principalmente seu papel como possíveis marcadores bioquímicos da doença13 e não avaliaram seu possível papel na disseminação linfática da endometriose. A transformação maligna da endometriose tem sido descrita na literatura principalmente relacionada às lesões ovarianas da doença, as quais poderiam evoluir para dois subtipos histológicos específicos de carcinomas ovarianos, o de células claras e o endometrióide14. Wiegand et al. (2010) avaliaram mutações do gene supressor tumoral ARID1A (AT rich interactive domain 1A), que codifica a proteína BAF250a (componente chave do complexo de remodelação da cromatina SWI-SNF) em carcinomas

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12º Congresso Mundial de Endometriose ovarianos epiteliais; mutações do gene ARID1A foram identificadas em 46% (55/119) dos carcinomas de células-claras, em 30% (10/33) dos carcinomas tipo endometrióide e em nenhum (0/76) carcinoma ovariano tipo seroso de alto grau. Por meio de avaliação imuno-histoquímica (IHQ) da proteína BAF250a nestas amostras, identificaram que a perda da expressão desta proteína está fortemente correlacionada com os subtipos de células-claras e endometrióide e mais do que isso, com a presença das mutações do gene ARID1A; nesta análise, os autores ainda identificaram em dois casos que a mutação do gene ARID1A e a perda da expressão da proteína BAF250a estava presente não apenas nas lesões tumorais, como também nas lesões atípicas de endometriose, contíguas ao tumor, sugerindo que estas alterações poderiam representar um evento precoce na transformação de endometriose em câncer; esse fato, porém, não foi identificado nas lesões distantes (‘benignas’) de endometriose, não contíguas ao tumor 15. Dois anos depois, Samatzis et al. (2012) publicaram interessante estudo avaliando a expressão da proteína BAF250a nas lesões isoladas de endometriose; a perda completa da expressão da proteína BAF250a foi observada por meio de avaliação IHQ em três casos de endometriomas (3/20, 15%) e em um caso de endometriose profunda (EP) (1/22, 5%), mas em nenhum caso de endometriose peritoneal (0/16) e endométrio tópico (0/30). Além disso, os autores relataram a presença da perda parcial da expressão da BAF250a em forma de grupo ou agregado de células (“cell clusters”) indicando a perda clonal (“clonal loss”) da expressão da BAF250a nestas células16. Apesar desses achados, ainda não está claro o real risco de transformação maligna nas lesões isoladas de endometriose e o verdadeiro significado da perda completa ou parcial da expressão da BAF250a na endometriose e para melhor esclarecer esses fatos, mais estudos são necessários nessa área. Apesar da associação entre EP do sítio 26

retovaginal e/ou retossigmóide com neoplasias malignas desta região ser rara, ela está descrita na literatura basicamente em dois tipos de tumores de apresentação colorretal - os carcinomas de origem mülleriana e o sarcoma estromal endometrial extragenital de acometimento intestinal (retossigmóide, septo retovaginal ou intestino de forma geral). O primeiro tipo foi relatado na literatura17 em um estudo reunindo 13 casos, dos quais 12 tinham localização no reto, retossigmóide, septo retovaginal ou ceco e 1 estava localizado na pelve, região peri-ureteral, apresentando-se com obstrução ureteral. Todos receberam diagnóstico final de carcinoma de origem mülleriana (6 carcinomas endometrióides, 4 carcinomas endometrióides associados ao carcinoma seroso-papilífero misto, 2 tumores müllerianos mistos malignos e 1 indiferenciado); o mais interessante foi que a análise histológica ainda identificou focos típicos de endometriose adjacentes ao tumor ou no próprio tumor em 9 dos 13 casos, além de endossalpingiose em um 1 caso adicional, ou seja, 10 dos 13 casos apresentaram elementos müllerianos benignos juntos ao tumor, sugerindo uma possível associação entre a endometriose de acometimento intestinal e esses tumores de origem mülleriana neste sítio. O outro foi descrito em uma revisão (18) de 79 casos de sarcoma estromal endometrial surgindo a partir de lesões de endometriose em diferentes localizações, dos quais 38 (48%) eram de localização extragenital e destes, 15 (39 %) tinham origem intestinal.  Objetivos Devido aos achados até o presente momento, desenvolvemos estudo colaborativo entre a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e o Hospital Charité da Universidade de Medicina de Berlim, com a finalidade de investigar: (a) se a endometriose pode simular ou agir como as neoplasias malignas no que diz respeito à disseminação linfática, por meio da avaliação da expressão de quimiocinas relacionadas a este processo

na EP e linfonodos pélvicos, assim como da avaliação da concentração dessas quimiocinas no líquido peritoneal (LP) de pacientes com e sem endometriose utilizando a tecnologia para bioensaios multiplex - Luminex Technology® xMAP; (b) se existe fator relacionado a transformação maligna na EP do sítio retovaginal, por meio da avaliação da expressão da proteína BAF250a nessas lesões de EP e nos linfonodos pélvicos.  Materiais e Métodos Foram incluídas neste estudo amostras de 120 pacientes, incluindo mulheres com endometriose e controles sem a doença, todas submetidas a procedimentos cirúrgicos no Hospital Charité - Berlim entre os anos de 2007 e 2014. As pacientes foram divididas em três subgrupos de acordo com os métodos de pesquisa utilizados e a finalidade de cada avaliação, conforme representado no fluxograma da Figura 2.

Figura 2. Subgrupos das pacientes incluídas no estudo. IHQ: imuno-histoquímica; EP: endometriose profunda; LS: linfonodo sentinela; EO: endometriose ovariana; ET: endométrio tópico; LP: líquido peritoneal

As amostras de linfonodos pélvicos foram colhidas segundo a técnica de linfonodo-sentinela (LS) das pacientes com EP de acometimento retovaginal e/ou retossigmóide submetidas a tratamento cirúrgico conforme ilustrado nas Figuras 3A e 3B. Em (A) identificamos o nódulo de endometriose no fórnice vaginal posterior para injeção de 4ml de azul patente® e em (B) visualizamos durante a laparoscopia o LS colorido de azul para remoção cirúrgica. Todas amostras foram armazenadas em blocos de parafina para posterior corte e preparo das lâminas para realização da técnica de IHQ.

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12º Congresso Mundial de Endometriose ligante específico do receptor CXCR4, a quimiocina CXCL12, que mostrou-se expressada em todas as amostras analisadas, porém sem diferença estatisticamente significante entre elas. Figura 3(a e b): Técnica de linfonodo-sentinela; (a) identificação do nódulo no fórnice vaginal posterior para injeção de 4ml de azul patente®; (b) identificação do linfonodo sentinela (LS) colorido de azul no retroperitônio durante a laparoscopia.

Para avaliar a expressão das quimiocinas e da proteína BAF250a nas lesões de endometriose e nos LS por meio do método imuno-histoquímico, utilizamos anticorpos específicos contra essas proteínas.  Resultados Antes de realizar os testes de IHQ, aplicamos a coloração de hematoxilina-eosina em todas as amostras para identificar as células de interesse para o estudo (p.ex. glândulas e estroma característico das lesões de endometriose e endométrio tópico). Desse modo, identificamos 22/27 (81,4%) lesões típicas nos casos de EP, 4/27 (15%) lesões de endometriose acometendo os linfonodos pélvicos, 20/20 (100%) lesões endometrióticas de ovário e 20/20 (100%) de tecido correspondente ao endométrio tópico das pacientes do grupo controle. Nossos resultados preliminares mostraram perda parcial da expressão da BAF250a em 30% (6/20) dos endometriomas, 40% (9/22) das lesões de EP, 50% (2/4) das lesões acometendo linfonodos pélvicos e ainda, em 25% (5/20) das amostras de endométrio tópico das pacientes do grupo controle. Encontramos também forte expressão do receptor de quimiocinas CXCR4 na endometriose profunda, nas lesões acometendo os linfonodos pélvicos, assim como no endométrio tópico das pacientes do grupo controle. Mais ainda, observamos que a expressão deste receptor na EP foi diretamente relacionada ao tamanho da lesão de EP, sendo muito mais expressiva nas lesões acima de 3cm. Além disso, identificamos a expressão do

O receptor CCR7 e seus ligantes específicos CCL19 e CCL21 estão sendo analisados ainda e não temos resultados para apresentar até o momento. Da mesma forma, a concentração dessas quimiocinas no LP de pacientes com e sem endometriose está em fase de análise.  Conclusão Como vimos, a endometriose pode se associar ao câncer de três maneiras distintas e em nosso estudo, focamos na endometriose ‘agindo como’ ou ‘simulando’ câncer e também, ‘evoluindo’ para câncer. No que se refere à primeira forma, vimos que algumas quimiocinas estão fortemente expressadas nas lesões de EP e nos respectivos linfonodos pélvicos e deste modo, podem exercer papel importante no mecanismo de disseminação linfática da endometriose. Em relação à outra forma de associação, identificamos a perda parcial da expressão da proteína BAF250a nas lesões de EP e nas lesões acometendo os LS; resta-nos saber se este fenômeno, já descrito na literatura para outras lesões, representa fator de risco ou um evento precoce para transformação maligna dessas lesões de endometriose.  Bibliografia 1. Giudice LC, Kao LC. Endometriosis. Lancet 2004; 364:1789-99. 2. Sampson JA. Endometrial carcinoma of the ovary, arising in endometrial tissue in that organ. Arch Surg 1925; 10:1-72. 3. Scott RB. Malignant changes in endometriosis. Obstet Gynecol 1953; 2:283-9. 4. Abrao MS, Podgaec S, Dias JA Jr, et al. Deeply infiltrating endometriosis affecting the rectum and lymph nodes. Fertil Steril 2006; 86:543-7. 5. Noel JC, Chapron C, Fayt I, Anaf V. Lymph node involvement and lymphovascular invasion in deep infiltrating rectosigmoid endometriosis. Fertil Steril 2008; 89:1069-72. 6. Mechsner S, Weichbrodt M, Riedlinger WF, Kaufmann AM, Schneider A, Köhler C. Immunohistochemical evaluation of endometriotic lesions and disseminat-

ed endometriosis-like cells in incidental lymph nodes of patients with endometriosis. Fertil Steril 2009 May 5. 7. Mechsner S, Weichbrodt M, Riedlinger WF, et al. Estrogen and progestogen receptor positive endometriotic lesions and disseminated cells in pelvic sentinel lymph nodes of patients with deep infiltrating rectovaginal endometriosis: a pilot study. Hum Reprod 2008; 23:2202-9. 8. Arya M, Patel HR, Williamson M. Chemokines: key players in cancer. Curr Med Res Opin 2003; 19(6):557-564 9. Balkwill F. Cancer and the chemokine network. Nat Rev Cancer 2004; 4(7):540-550. 10. Müller A et al. Involvement of chemokine receptors in breast cancer metastasis. Nature. 2001 Mar 1; 410(6824):50-6. 11. Alfonso-Pérez M et al. Anti-CCR7 monoclonal antibodies as a novel tool for the treatment of chronic lymphocyte leukemia. J Leukoc Biol. 2006 Jun; 79(6):1157-65. 12. Borrelli GM, Carvalho KI, Kallas EG, Mechsner S, Baracat EC, Abrão MS. Chemokines in the pathogenesis of endometriosis and infertility. J Rep Immunol. 2013; 98(1-2):1-9. 13. Borrelli GM, Abrao MS, Mechsner S. Can chemokines be used as biomarkers for endometriosis? A systematic review. Hum Rep 2014; 29(2):253-266. 14. Pearce CL, Templeman C, Rossing MA, et al. Association between endometriosis and risk of histological subtypes of ovarian cancer: a pooled analysis of case-control studies. Lancet Oncol 2012; 13(4):385-94. 15. Wiegand KC, Shah SP, Al-Agha OM, et al. ARID1A mutations in endometriosis-associated ovarian carcinomas. N Engl J Med 2010; 363:1532-1543. 16. Samartzis EP, Samartzis N, Noske A, Fedier A, Caduff R et al. Loss of ARID1A/BAF250a-expression in endometriosis: a biomarker for risk of carcinogenic transformation? Mod Pathol 2012 Jun; 25(6):885-92. 17. Yang Q, Wang H, Cho HY, Jung SJ, Kim KR, Ro JY, Shen SS. Carcinoma of müllerian origin presenting as colorectal cancer: a clinicopathologic study of 13 cases. Ann Diagn Pathol 2011; 15(1):12-18. 18. Alcázar JL, Guerriero S, Ajossa S, Parodo G, Piras B, Peiretti M, Jurado M, Idoate MA. Extragenital Endometrial Stromal Sarcoma arising in endometriosis. Gynecol Obstet Invest 2012; 73(4): 265-71.

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12º Congresso Mundial de Endometriose  Endometriose e Câncer O tema endometriose e câncer teve destaque especial na programação do Congresso, com especialistas vindos de diversos países para comentar algumas das pesquisas e dos resultados dos estudos relacionados ao tema

Endometriose e câncer foi o tema tratado pelo jovem cientista francês, Bruno Borghese, que concedeu uma entrevista à SBE sobre os highlights de sua palestra. Ele comentou que realmente há uma associação entre endometriose e câncer de ovário, com um risco em 1,5% durante o tempo de vida das pacientes. Por isso, os médicos precisam estar atentos a essa associação, para fazer o gerenciamento do tratamento de seus pacientes, de acordo com estes dados, especialmente aos 40 e 50 anos de idade, quando os riscos são potencializados. O médico ainda agradeceu a oportunidade de estar no País para dividir o tema com diversos especialistas e

considerou o evento muito grandioso, por cobrir desde os tópicos como ciência básica, até os diferentes tipos de diagnóstico da endometriose. “Vi muitos trabalhos, inclusive de brasileiros, bastante avançados no assunto. Sem dúvida, foi um Congresso estimulante”, destacou. Um dos trabalhos que pode ser considerado uma promessa neste tema é do pesquisador Giuliano Borrelli que está desenvolvendo um estudo com a Universidade de Berlim e a USP (Universidade de São Paulo), sobre a correlação entre endometriose e câncer. O estudo preliminar está surpreendendo, pois faz uma relação entre endometriose de

O jovem cientista francês, Bruno Borghese, que concedeu uma entrevista à SBE sobre os highlights de sua palestra sobre endometriose e câncer

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intestino e câncer de ovário. Até hoje, a maioria dos estudos relacionados a câncer de ovário se relacionam com a endometriose naquele órgão. “Em nosso estudo, porém, estamos avaliando a endometriose profunda localizada no intestino, que acomete 40% das nossas pacientes, e até o momento não existe nenhum estudo, avaliando essas lesões de intestino evoluírem para câncer”, explicou. Como é uma doença muito difícil de tratar, o médico revelou que muitas pacientes ficam em cirurgia de espera de endometriose de intestino, por isso é preciso saber o potencial delas evoluírem para o câncer. “Nossos resultados, ainda que preliminares, mostraram alterações de proteínas relacionadas com o risco de transformação maligna em 40% dos casos de endometriose de intestino. Ainda não podemos concluir nada neste momento, mas é uma linha promissora de pesquisa, algo que precisa se começar a pensar e discutir”, disse. Justamente por isso que o médico considerou um dos pontos altos do evento essa seção especial de endometriose e câncer. “Ali foi possível trocar informação de diversos centros de pesquisa de diversos lugares do mundo que estão olhando para essa associação. Fiquei muito feliz em participar e, provavelmente, para o próximo evento da SBE devo ter resultados mais conclusivos deste trabalho”, afirmou.

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O brasileiro Giuliano Borrelli

Até hoje, a maioria dos estudos relacionados a câncer de ovário se relacionam com a endometriose naquele órgão. Em nosso estudo, porém, estamos avaliando a endometriose profunda localizada no intestino, que acomete 40% das nossas pacientes, com 40% de incidência maligna. Embora ainda inconclusivos, os dados são promissores.

Giuliano Borrelli, pesquisador brasileiro que desenvolve estudo sobre endometriose de intestino e câncer, com resultados já promissores, em parceria com a Universidade de Berlim e a Universidade de São Paulo.

do, e o brasileiro, Sergio Podgaec. Segundo ele, seu estudo procurou observar a diferença constatada entre o material genético de fetos de mulheres sem endometriose e com endometriose, para fazer posterior notificação sobre isso, já que não se havia estudos sobre o tema.

O francês Louis Marcellin que marcou presença no evento para destacar os principais aspectos de sua palestra que falou de resultados obstétricos ligados à endometriose

O francês Louis Marcellin também marcou presença no evento e no elenco de entrevistas feito pela SBE para destacar os principais aspectos de sua palestra que falou de resultados obstétricos ligados à

endometriose, apresentada no painel “epigenética e análises genômicas de membranas fetais humanas de mulheres grávidas afetadas pela endometriose”, sob a batuta de Andrew Horne, do Reino Uni-

O francês, Pietro Santulli, proferiu uma de suas palestras logo na sequência painel de Louis Marcelllin. Ao conceder uma entrevista para A SBE falou sobre endometriose e inflamação, dividindo com especialistas do Brasil e do mundo que a endometriose é uma doença enigmática, ca-

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Precisamos de novos tratamentos para endometriose focados em todo o mecanismo da inflamação, já que os tratamentos médicos atuais se mostram ineficientes nesse aspecto.

O francês Pietro Santulli, que proferiu palestra sobre inflamação e endometriose. Pietro Santulli, que proferiu uma de suas palestras logo na sequência painel de Louis Marcelllin sobre endometriose e inflamação

racterizada por uma importante inflamação e dependência hormonal. Além disso, que o bloqueio do endométrio fora do útero é associado

a uma importante invasão, adesão (angiogênese) e inflamação. Por essa razão, defende o desenvolvimento de novos tratamentos para endome-

triose focados em todo o mecanismo da inflamação, já que os tratamentos médicos atuais se mostram ineficientes nesse aspecto.

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Highlights Video Sessions PATRICK BELLELIS

Dentre as diversas sessões, tivemos duas Video Sessions. No primeiro dia com seis vídeos e no segundo com sete, sobre diferentes abordagens na endometriose, relatos de novas técnicas e de casos raros. Com seis vídeos apresentados, foi o país com maior número de vídeos apresentados, sendo inclusive, o principal destaque no primeiro dia e teve seus vídeos muito bem ranqueados. O primeiro dia começou com a brilhante apresentação de um grupo brasileiro mostrando um caso de endometriose profunda acometendo diversos locais no intestino grosso e delgado, ovários e lesão retrocervical. Vídeo muito bem documentado e editado, com imagens em alta definição, mostrando como o serviço brasileiro procede frente a um caso destes. Segui-se a apresentação de um grupo israelense em que foi mostrada a abordagem de um caso com endometriose em reto e bexiga e muito foi discutido a respeito da possibilidade de ocorrência de fístula retovaginal, pois o caso apresentava uma sutura em intestino e outra em fórnice vaginal. O terceiro vídeo apresentado mostrou bonita dissecção de paramétrio em caso de endometriose envolvendo o ureter em região próxima à sua entrada na bexiga.

Entre dos dias 1º e 03 de maio de 2014, tivemos a realização do 12th World Congress of Endometriosis no WTC aqui em São Paulo. Evento realizado em conjunto pela WES (World Endometriosis Society) e pela SBE. Seguiu-se a apresentação de outro grupo brasileiro demonstrando a abordagem da endometriose intestinal através do grampeamento circular, realizado por cirurgia robótica. Com bonitas imagens em alta definição, foi mais um vídeo bastante elogiado. Terminando o dia, tivemos outro grupo brasileiro mostrando a associação do shaving com o grampeamento circular e por fim, o professor Tamer Seckin apresentou um vídeo educacional mostrando que há muito mais além do peritônio. O segundo dia do evento começou com a apresentação de um vídeo de excelente qualidade. Um grupo francês mostrou nova técnica para abordagem de lesões intestinais a até 8cm de distância da borda anal. Realizando a dissecção com plasmajet, permitindo, segundo o autor, uma dissecção mais cuidadosa e com preservação do tecido são, com completa excisão das lesões endométrioticas. Além disto, mostrando a retirada do nódulo endometriótico por via transanal, através a utilização do grampeador Contour. Parece uma técnica promissora, mas que necessita uma avaliação por um período mais longo e em outros serviços. Foi o vídeo premiado em primeiro lugar no congresso. Seguiu-se com a apresentação de relato de caso de endometriose em

parede abdominal aderido ao fígado e abordado por laparoscopia. Vídeo apresentado pelo grupo do professor Wattiez, mostrou a excisão da lesão com a maestria do cirurgião. Tivemos mais três vídeos de grupos brasileiros mostrados na seqüência. Começando pela apresentação de belo caso de endometriose vesical, seguido pela apresentação da abordagem de endometrioma ovariano através da cirurgia robótica e, por fim, pela padronização da abordagem da endometriose intestinal pelo cirurgião colorretal. Com a apresentação de mais um belo caso de endometriose ureteral, em região próxima ao paramétrio, um grupo australiano apresentou um belo vídeo mostrando a abordagem desta difícil cirurgia. Por fim, o professor Charles Miller mostrou um update da utilização da cirurgia robótica na endometriose. Foram dois dias de sala cheia, com todos os lugares ocupados e com boa parte da platéia de pé, desfrutando da apresentação destas belíssimas cirurgias, além de poderem aproveitar a demonstração de diferentes serviços com diferentes formas de abordar esta doença que nos desafia cada vez mais.

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12º Congresso Mundial de Endometriose  Do Brasil 2014, para Vancouver, 2017 Para fazer um balanço da 12ª edição do Congresso Mundial de Endometriose a SBE decidiu ouvir uma das vozes mais emblemáticas deste meio, Lone Hummelshoj, executiva-chefe da Sociedade Mundial de Endometriose. Entrevistada em meio a muitas discussões e painéis que acompanhava na programação, ela destacou que a força desse evento, organizado pela Sociedade Mundial de Endometriose, esteve diretamente ligada aos resumos trazidos, o que se configurou em uma oportunidade tremenda para os jovens clínicos, e pesquisadores apresentarem seus trabalhos. “Selecionando essas apresentações, nós pudemos observar que foi trazido apenas o melhor dos melhores trabalhos para esse encontro. Isso refletiu na alta qualidade científica do programa”, afirmou. Além disso, o alto nível dos convidados internacionais também foi outro ponto alto da programação. Havia apenas 16 convidados, destes, só um está aposentado. O que significa que os demais estão todos

praticando medicina. “São pessoas jovens, que ainda estão trabalhando, trazendo seus trabalhos e dividindo seus resultados com a comunidade científica. Isso é um conceito único que criamos e que funcionou realmente muito bem”, disse. Quando questionada sobre a possibilidade de interação e troca de experiências de um evento como esse, Lone destacou que a beleza de um Congresso Mundial é justamente a oportunidade de trocar experiências e aprender uns com os outros, o que foi mais do que possível, já que havia congressistas de 67 nações nesta 12ª edição do Congresso. “A efervescência de trabalhos e pesquisadores foi uma injeção de estímulo para muitos jovens ali presentes. Para você ter uma ideia, esta manhã, já acordei com dois e-mails em minha

Fiquei contente em observar isso, porque se pensarmos bem, ao final do dia o que temos que lembrar é que estamos fazendo ciência para criar melhores tratamentos para as mulheres do mundo que sofrem com a endometriose.

Uma das vozes mais emblemáticas da organização do evento mundial, Lone Hummelshoj, que fez um balanço positivo da 12ª edição do Congresso Mundial de Endometriose, realizado no Brasil

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caixa postal com proposta de projetos de pessoas que estavam ali conferindo a programação tiveram ideias e que querem colocá-las em prática”, comemorou. Sobre o encontro ser organizado no Brasil, ela destacou que o País é um dos que mais se destacam no campo da endometriose pela expressiva atividade científica e o grande interesse de seus pesquisadores. “Além disso, é um país com 5,4 milhões de mulheres que sofrem com a doença, se o congresso puder ajudar a diagnosticar e tratar cada uma dessas mulheres nós teremos cumprido nosso objetivo”, disse. A preocupação com os pacientes, aliás, foi outro ponto alto do Congresso realizado no Brasil, segundo Lone. Ela comparou com edições anteriores muito focadas nas lesões da endometriose e seus impactos. Nesta edição, ela ficou impressionada em como o impacto da doença na qualidade de vida do paciente esteve muito mais presente nas discussões. “Fiquei contente em observar isso, porque se pensarmos bem, ao final do dia o que temos que lembrar é que estamos fazendo ciência para criar melhores tratamentos para as mulheres do mundo que sofrem com a endometriose e o objetivo do encontro é justamente melhorar o tratamento para essas mulheres”, disse. O evento já acaba com uma missão, repetir o sucesso trazendo uma programação científica ainda mais forte, e aquecendo os debates sobre o tema dos próximos três anos. Tanto é que para o próximo encontro, que se realizará em Vancouver, no Canadá, em 2017, há dois grandes fatores a serem considerados: a opinião dos congressistas sobre o que eles querem ver no próximo evento, e uma análise dos últimos três anos, deste evento, e do que virá no próximo triênio no campo da endometriose, sob o olhar atento de 60 pesquisadores internacionais, presentes no workshop internacional, realizado no encerramento desta edição. É esperar para ver.

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12º Congresso Mundial de Endometriose  Frases Durante o 12º Congresso Mundial de Endometriose, diversos especialistas, congressistas e membros das sociedades brasileira e mundial foram ouvidos pela equipe de jornalista da revista da SBE sobre os temas que tiveram destaque na programação, assim como a própria organização do evento. Confira alguma das frases mais marcantes. contente em observar isso, porque se pensarmos bem, ao final do dia o que “ Fiquei temos que lembrar é que estamos fazendo ciência para criar melhores tratamentos para as mulheres do mundo que sofrem com a endometriose.

Lone Hummelshoj, executiva-chefe da Sociedade Mundial de Endometriose, sobre os debates do Congresso estarem mais centrados no paciente do que nas lesões, como era de costume nas edições anteriores.

diferença entre as membranas fetais “ Há humanas de mulheres grávidas com endometriose e sem endometriose.

de novos tratamentos para “ Precisamos endometriose focados em todo o mecanismo

O francês Louis Marcellin também marcou presença no evento e no elenco de entrevistas feito pela SBE para destacar os principais aspectos de sua palestra que falou de resultados obstétricos ligados à endometriose

da inflamação, já que os tratamentos médicos atuais se mostram ineficientes nesse aspecto.

O francês Pietro Santulli, que proferiu palestra sobre inflamação e endometriose

hoje, a maioria dos estudos relacionados a câncer de ovário se relacionam com a endometriose “ Até naquele órgão. Em nosso estudo, porém, estamos avaliando a endometriose profunda localizada no intestino, que acomete 40% das nossas pacientes, com 40% de incidência maligna. Embora ainda inconclusivos, os dados são promissores.

Giuliano Borrelli, pesquisador brasileiro que desenvolve estudo sobre endometriose de intestino e câncer, com resultados já promissores, em parceria com a Universidade de Berlim e a Universidade de São Paulo

muitos trabalhos, inclusive de brasileiros, “ Vibastante avançados no assunto. Sem dúvida,

acredito que suspender o uso da “ Não técnica minimamente invasiva seja um benefício. O que precisamos nos concentrar é em melhorar as técnicas disponíveis, assim como, o pré-diagnóstico de cada caso.

foi um Congresso estimulante.

Bruno Borghese, pesquisador francês que esteve no País para falar de Endometriose e câncer

Marcelo Ceccaroni, sobre a decisão do FDA em suspender o uso do morcelador e os desdobramentos dessa decisão

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12º Congresso Mundial de Endometriose problema todo é muito mais político do que médico. Imagine que o FDA não suspende o uso e um “ Opaciente resolve entrar com um processo contra o FDA porque ele permite que tal procedimento seja feito e isso provocou um sarcoma? A mesma preocupação atinge as empresas: “Você está vendendo algo que causa câncer.” Em minha opinião, é um problema muito mais relacionado ao aspecto legal da decisão porque ninguém mais confia em ninguém e todos temem um processo judicial, do que realmente aos riscos associados ao uso do morcelador.

Michel Canis sobre o porquê do FDA ter tomado a decisão de suspender o uso do morcelador

eles realmente deveriam ter dito é “ Oquequeo médico deveria discutir as opções de

americano acha que vitamina é “ Oremédio, e toma religiosamente, todos os dias, os brasileiros, por sua vez, estão indo no mesmo caminho, sem qualquer evidência científica de que isso ajuda. Daí a importância dessa discussão e de mais estudos sobre o tema.

tratamento com o paciente, assim como os riscos envolvidos, não só desencorajá-lo por associá-lo a casos relacionados ao câncer.

Charles Miller, sobre a decisão do FDA em suspender o uso do morcelador

Luiz Fernando Pina de Carvalho, que apresentou pesquisa de seu doutorado sobre o uso de antioxidantes para tratar a infertilidade e a dor causadas pela endometriose.

a cirurgia só é recomendada dependendo “ Hoje, muito da opinião do médico. Então, a paciente precisa entrar na porta correta para ter esse diagnóstico, enquanto que o risco na medicina moderna deveria ser medido de acordo com o benefício, como no caso de mulheres jovens, do benefício de ter o filho em casa.

dessas apresentações como o uso do “ Muitas chá verde como o tratamento da endometriose ainda estão em fase pré-clínica, mas são muito promissoras porque são mais seguras e oferecem menos riscos do que os tratamentos atuais.

Dominique Deziegler sobre o dilema em recomendar a cirurgia de endometriose ou a fertilização in vitro em pacientes jovens e em idade mais avançada

Thomas D’hooghe sobre as terapias médicas apresentadas no 12º Congresso Mundial de Endometriose

médicos que diagnosticam a endometriose no “ Os Brasil estão avançados no tema, por isso, espero que vejam a ferramenta robótica com bons olhos, como uma cirurgia que os pode ajudar muito a tratar os casos de endometriose.

dessas apresentações como o uso do “ Muitas chá verde como o tratamento da endometriose ainda estão em fase pré-clínica, mas são muito promissoras porque são mais seguras e oferecem menos riscos do que os tratamentos atuais.

Dr. Arnold Advíncula que apresentou o uso de tecnologia robótica e criticou a resistência dos médicos em usar a ferramenta comparando com a visão reticente dos médicos em relação ao uso da laparoscopia, há 10 anos

Thomas D’hooghe sobre as terapias médicas apresentadas no 12º Congresso Mundial de Endometriose

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12º Congresso Mundial de Endometriose muitos anos, o Brasil é a segunda nação “ Há do globo que reúne os maiores entusiastas da endometriose no mundo, enviando os melhores resumos e artigos científicos sobre o tema para o Congresso Mundial. Charles Chapron, elogiando a classe médica brasileira que estuda a endometriose

que o Brasil tenha “ Suspeitamos os melhores diagnosticadores de

endometriose do mundo, por isso, tantos casos são relatados aqui, já que é uma doença, com diversas particularidades, o que muitas vezes, a torna de difícil diagnóstico.

A especialista Rosann Kho, sobre os casos de endometriose relatados no Brasil

a primeira vez que participei e já fiquei com mais “ Foi vontade de estudar sobre o assunto.

Luciana Toquetão, médica ginecologista de Araçatuba, no interior de São Paulo, estreante no evento

de um congresso internacional desse “ Participar porte foi uma grande oportunidade de divulgar o meu trabalho sobre a relação entre a menopausa e os prolapsos vaginais na sessão de pôsteres e de me capacitar profissionalmente.

programação foi muito bem organizada “ Ae distribuída. Deu para aproveitar tudo, principalmente a aula sobre o diagnóstico da endometriose por imagem, realizada pelo Dr. Maurício Abrão, que eu estava muito interessada em ver.

Lúcia Guimarães, ginecologista e obstetra do Rio de Janeiro, enaltecendo a programação balanceada do Congresso

Fernanda Schier de Fraga, estudante do 6º ano do curso de medicina da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Curitiba, falando sobre a sua primeira participação no evento

importante abordar a relação das “ Écélulas-tronco com a endometriose. Esse assunto ainda é pouco estudado, mas me parece bem promissor, tanto que também faço pesquisas sobre isso.

descobrir várias novidades a “ Pude respeito do tratamento da doença que ampliaram a minha visão sobre a endometriose. Foi tudo muito produtivo.

O ginecologista Djalma Antônio A. dos Santos, de Taubaté, São Paulo, dando a sua opinião sobre a palestra Immunology and Stem Cells, ministrada pelo Dr. Hugh Taylor, dos EUA.

Francisco Paulo Cerqueira Mota, médico ginecologista, de Feira de Santana, na Bahia, estreante no evento

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Entrevista

O Melhor do Congresso

O presidente do 12º Congresso Mundial de Endometriose, Dr. Maurício Abrão

O presidente do 12º Congresso Mundial de Endometriose, realizado no Brasil, Dr. Maurício Simões Abrão, comenta os seis temas dos Keynotes Lectures que enriqueceram a programação científica evento Um dos destaques da programação do 12º Congresso Mundial de Endometriose foram os temas que compuseram as seis keynotes lectures da programação científica do evento. Para comentar sobre os destaques das palestras realizadas nestas sessões, a revista da SBE fez uma entrevista com o Dr. Maurício Abrão, presidente do 12º WES. Confira a seguir. SBE - Dr. Maurício, em sua opinião, o que chamou mais atenção no evento? Dr. Maurício Abrão - O Congresso mundial é baseado nas últimas no36

vidades de cada assunto. Isso ele fez muito bem. A Sociedade Mundial de Endometriose selecionou conferencistas para falar sobre as novidades em cada área em cada um dos painéis, o curioso é que destes seis painéis, dois eram de brasileiros, não só porque o evento era no Brasil, mas porque efetivamente o País está na ponta no desenvolvimento de estudos científicos sobre a endometriose.

Alan Lam, de fazermos uma boa estratégia para a doença, olhando para a cirurgia como tratamento único, não como vários tratamentos, e discutindo o que é persistência da doença recidiva. Também vale destacar as apresentações sobre o futuro da pesquisa em endometriose e a colaboração da paciente na decisão cirúrgica. Este tema é muito contemporâneo e importante de ter sido discutido no congresso.

SBE - O que o sr. achou dos trabalhos apresentados pelos brasileiros?

SBE- Em resumo, qual sua percepção geral do evento?

Dr. Maurício Abrão - No trabalho sobre estresse oxidativo, apresentado por Luis Fernando Carvalho, ele mostrou com muita propriedade o que tem de novo nessa área não apenas em relação à etiologia da doença, mas também em relação aos potenciais futuros tratamentos considerando o estresse oxidativo. Além disso, também me chamou a atenção o trabalho do Fernando Reis, que expôs sobre o significado da doença peritoneal. Há um grande questionamento sobre a importância do problema.

Dr. Maurício Abrão - Inegavelmente o programa teve grande impacto, por esse formato científico, por abordar temas contemporâneos, desde pesquisa básica até os aspectos clínicos, abordando também a importância da paciente. Tudo isso fez do evento muito completo. Creio que o Congresso superou as nossas expectativas em várias questões desde a quantidade de pessoas, até qualidade do material. Sem dúvida, este foi o maior evento da Sociedade Mundial de Endometriose.

SBE - Além dos brasileiros, algum outro trabalho chamou a atenção? Dr. Maurício Abrão - Sem dúvida. Outro importante tema apresentado nos keynotes lectures foi a gravidez em pacientes com endometriose, mostrando claramente que existem chances de problemas obstétricos na portadora da doença e que há relação hormonal nessas questões também. SBE - Qual sua opinião sobre as demais conferências apresentadas? Dr. Maurício Abrão - Vale destacar a conferência do colega australiano,

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A Sociedade Mundial de Endometriose selecionou conferencistas para falar sobre as novidades em cada área em cada um dos painéis, o curioso é que destes seis painéis, dois eram de brasileiros, não só porque o evento era no Brasil, mas porque efetivamente o País está na ponta no desenvolvimento de estudos científicos sobre a endometriose.

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Seja Sócio da SBE Ser sócio da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) significa fazer parte de uma Sociedade Médica voltada para uma série de objetivos, que visam capacitação do profissional médico ligado à saúde da mulher, não só com projetos relacionados à educação continuada, mas também com benefícios que o amparem em seu dia-a-dia. Ao ser filiada a associações internacionais como a Sociedade Mundial de Endometriose (WES) e a Associação Americana de Ginecologia Laparoscópica (AAGL), a SBE concederá diversos benefícios a seus associados como: descontos na filiação a estas

importantes sociedades internacionais, participação em eventos com preços reduzidos e recebimento dos jornais de cada sociedade, entre outros. Além disso, estimulará a realização de estudos colaborativos, epidemiológicos e fará campanhas de divulgação e esclarecimento da doença em todo o País. Para associar-se, preencha esta ficha e encaminhe para a SBE. Em poucos dias, será enviada uma confirmação de sua afiliação. Ou, se preferir, acesse nosso site: www.sbendometriose.com.br e preencha nossa FICHA CADASTRAL ON-LINE. A SBE espera por você. Venha fazer parte da SBE.

FICHA CADASTRAL SBE Nome: Data de Nasc.:

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Cartas C #

aro associado, é com imensa satisfação que comunicamos a criação de uma nova seção em nossa revista. A partir da próxima edição, nossos leitores terão um espaço para interagir com a publicação, nos contando o que mais gostariam de ver em nossa revista. A seção “Cartas” já está à disposição por meio dos e-mails de contato faleconosco@sbendometriose.com.br e contato@sbendometriose.com.br.

Quem tiver interesse em dividir conosco suas opiniões sobre os temas discutidos na revista, devem enviar Nome completo, Cidade e Estado, junto de sua opinião. A equipe do Conselho Editorial da Revista da SBE fará uma seleção das melhores cartas para publicar nas próximas edições.

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Notícias e Eventos

29 de junho a 02 de julho de 2014

24 a 27 de setembro de 2014

6 a 8 de novembro de 2014

30ª Annual Meeting ESHRE

12º Congresso Brasileiro de Videocirurgia SOBRACIL

XXV Congresso Brasileiro de Reprodução Humana

Local: Centrosul — Florianópolis, SC Informações: http://www.sobracil.org.br/ congresso/

Local: Porto Alegre, RS Informações: http://www.sbrh.org.br/

Local: Monique, Alemanha Informações: http://www.eshre.eu/annual_meeting/page.aspx/11 19 a 23 de julho de 2014

24 a 26 de setembro de 2014

SSR 2014 – Society for the Study of Reproduction Local: Grand Rapids — Michigan, USA Informações: www.ssr.org

23º Congresso Anual da Sociedade Européia de Endoscopia Ginecológica (ESGE)

10 a 13 de setembro de 2014

Local: Bruxelas, Bélgica Informações: http://www.esge.org/brussels-2014/welcome-address

Minimally Invasive Surgery Week 2014 - Annual Meeting & Endo Expo, a multidisciplinary minimally-invasive surgical conference slated Local: Las Vegas, Nevada Informações: www.sls.org

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17 a 21 de novembro de 2014

43º AAGL Global Congress on Minimally Invasive Gynecology Local: Vancouver Convention Centre ­— Vancouver, Canadá Informações: www.aagl.org/annual-meeting/

18 a 22 de outubro de 2014

70ª Annual Meeting ASRM Local: Hawaii Convention Center — Honolulu, Havai, USA Informações: http://www.asrm.org/awards/ detail.aspx?id=3315

Cursos com 10% de desconto aos associados SBE 4 a 6 de agosto de 2014

7 a 9 de agosto de 2014

Cirurgia Ginecológica – Endometriose

Cirurgia Ginecológica Oncológica

Informações: contact@amits.com.br www.amits.com.br

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Telefone: (17) 3321-7000

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Se você gostaria de ter seu evento divulgado na agenda cientifica da Revista SBE, envie os detalhes para o e-mail: secretaria@sbendometriose.com.br

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Folder em Parceria com Haver

Mais uma novidade da SBE!!! Aos colegas que tiverem interesse em divulgar sobre a Endometriose para suas pacientes, encaminhe um e-mail para secretaria@sbendometriose.com.br

“Para prevenção, é preciso comunicação” Cordialmente, A diretoria

Para solicitar os folders para seu consultório informe:

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Na endometriose

Tratamento simples e eficaz2,4

Indicado especificamente para o tratamento da endometriose Reduz lesões da endometriose

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Reduz de forma eficaz a dor Indicado para uso

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a longo prazo

Adequada tolerabilidade

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e segurança

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ALLURENE®. DIENOGESTE. REG. MS – 1.7056.0088. INDICAÇÃO: TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE. CONTRAINDICAÇÕES: DISTÚRBIO TROMBOEMBÓLICO VENOSO EM ATIVIDADE, PRESENÇA OU HISTÓRICO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR E ARTERIAL, DIABETES MELLITUS COM ENVOLVIMENTO VASCULAR, PRESENÇA OU HISTÓRICO DE DOENÇA HEPÁTICA GRAVE ENQUANTO OS VALORES DA FUNÇÃO HEPÁTICA NÃO RETORNAREM AO NORMAL, PRESENÇA OU HISTÓRICO DE TUMOR HEPÁTICO (BENIGNO OU MALIGNO), SUSPEITA OU DIAGNÓSTICO DE NEOPLASIAS DEPENDENTES DE HORMÔNIOS SEXUAIS, SANGRAMENTO VAGINAL NÃO DIAGNOSTICADO, HIPERSENSIBILIDADE À SUBSTÂNCIA ATIVA OU A QUALQUER UM DOS COMPONENTES DA FORMULAÇÃO. CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS: GRAVIDEZ E LACTAÇÃO. DURANTE O TRATAMENTO COM ALLURENE® A OVULAÇÃO É INIBIDA NA MAIORIA DAS PACIENTES. ENTRETANTO, ALLURENE® NÃO É UM CONTRACEPTIVO E CASO SEJA NECESSÁRIO PREVENIR A GRAVIDEZ, AS PACIENTES DEVEM SER ORIENTADAS A UTILIZAR MÉTODOS CONTRACEPTIVOS NÃO HORMONAIS. DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS, TUMORES, ALTERAÇÕES NO PADRÃO DE SANGRAMENTO, HISTÓRICO DE DEPRESSÃO, DESENVOLVIMENTO DE HIPERTENSÃO CLINICAMENTE SIGNIFICATIVA, DIABETES MELLITUS, E OCORRÊNCIA DE FOLÍCULOS OVARIANOS PERSISTENTES. RECORRÊNCIA DE ICTERÍCIA COLESTÁTICA E/OU PRURIDO OCORRIDO ANTERIORMENTE DURANTE UMA GRAVIDEZ OU DURANTE O USO ANTERIOR DE ESTEROIDES SEXUAIS. MULHERES COM TENDÊNCIA A MELASMA/CLOASMA DEVEM EVITAR EXPOSIÇÃO AO SOL OU RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA DURANTE O TRATAMENTO. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: INDUTORES OU INIBIDORES ENZIMÁTICOS INDIVIDUAIS (CITOCROMO P450), SUBSTÂNCIAS COM PROPRIEDADES DE INDUÇÃO ENZIMÁTICA (FENITOÍNA, BARBITÚRICOS, PRIMIDONA, CARBAMAZEPINA, RIFAMPICINA E POSSIVELMENTE TAMBÉM OXCARBAZEPINA, TOPIRAMATO, FELBAMATO, GRISEOFULVINA, NEVIRAPINA E ERVA-DE-SÃO-JOÃO), SUBSTÂNCIAS COM PROPRIEDADES DE INIBIÇÃO ENZIMÁTICA (ANTIFÚNGICOS AZÓLICOS, CIMETIDINA, VERAPAMIL, MACROLÍDEOS, DILTIAZEM, INIBIDORES DA PROTEASE, ANTIDEPRESSIVOS E SUCO DE TORONJA). COM BASE EM ESTUDOS DE INIBIÇÃO IN VITRO, É IMPROVÁVEL QUE HAJA INTERAÇÃO CLINICAMENTE RELEVANTE ENTRE ALLURENE® E O METABOLISMO DE OUTROS MEDICAMENTOS MEDIADO PELA ENZIMA DO CITOCROMO P450. POSOLOGIA: UM COMPRIMIDO POR DIA SEM INTERVALO DE PAUSA, TOMADO, PREFERENCIALMENTE, NO MESMO HORÁRIO TODOS OS DIAS, COM UM POUCO DE LÍQUIDO, SE NECESSÁRIO, INDEPENDENTEMENTE DE SANGRAMENTO VAGINAL. AO TÉRMINO DE UMA CARTELA, A PRÓXIMA DEVE SER INICIADA, SEM INTERRUPÇÃO. A INGESTÃO DOS COMPRIMIDOS PODE SER INICIADA EM QUALQUER DIA DO CICLO MENSTRUAL. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SAC 0800 702 1241

CONTRAINDICAÇÕES: DIABETES MELLITUS COM ENVOLVIMENTO VASCULAR. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: ANTICONVULSIVANTES

REFERÊNCIAS: 1. KÖHLER G, GORETZLEHNER G, BRACHMANN K. LIPID METABOLISM DURING TREATMENT OF ENDOMETRIOSIS WITH THE PROGESTIN DIENOGEST. ACTA OBSTET GYNECOL SCAND 1989; 68. 2. KÖHLER G, FAUSTMANN TA, GERLINGER C, SEITZ C, MUECK AO. A DOSE-RANGING STUDY TO DETERMINE THE EFFICACY AND SAFETY OF 1, 2, AND 4MG OF DIENOGEST DAILY FOR ENDOMETRIOSIS. INT J GYNAECOL OBSTET 2010; 108: 21 -25. 3. PETRAGLIA F, ET AL. REDUCED PELVIC PAIN IN WOMEN WITH ENDOMETRIOSIS: EFICACY OF LONG-TERM DIENOGEST TREATMENT. ARCH GYNECOL OBSTET (2011) 285:167 -173 . 4. STROWITZKI T, FAUSTMANN T,GERLINGER C, SEITZ C. DIENOGESTE IN THE TREATMENT OF ENDOMETRIOSISASSOCIATED PELVIC PAIN: A 12-WEEK, RANDOMIZED, DOUBLE-BLIND, PLACEBO-CONTROLLED STUDY. EUR J OBST GYNECOL REPROD BIOL 2010.

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