ANO II - NÚMERO 4 - Out/Nov/Dez 2013

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ANO II • NÚMERO 4 OUT/NOV/DEZ 2013

REVISTA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

ENDOMETRIOSE E GINECOLOGIA MINIMAMENTE INVASIVA

SBE | v. 15 | nº 4 | Out • Nov • Dez • 2013

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Tratamento para endometriose para a mulher que acredita em seus sonhos.

Lorelin Depot Níveis hormonais sob controle.1 Lorelin Depot® - acetato de leuprorrelina. Apresentação: Frasco-ampola com 3,75 mg de pó liófilo (microesferas) injetável de acetato de leuprorrelina, ampola com 2 mL de diluente, seringa, 2 agulhas e material para assepsia. Indicações: tratamento paliativo da neoplasia avançada da próstata quando a orquiectomia ou a estrogenoterapia não estiverem indicadas; tratamento do leiomioma uterino por um período de 6 meses (no pré-operatório ou para melhorar os sintomas em mulheres na perimenopausa que não vão ser submetidas à cirurgia); tratamento da endometriose por um período de 6 meses (em monoterapia ou como adjuvante à cirurgia) e tratamento da puberdade precoce central (idiopática ou neurogênica). Contraindicações: mulheres grávidas ou que possam engravidar durante o tratamento, lactantes e em pacientes com hipersensibilidade conhecida ao acetato de leuprorrelina ou aos seus excipientes. Advertências e Precauções: pode ocorrer piora do quadro clínico de neoplasia da próstata, leiomioma uterino e puberdade precoce nas primeiras semanas de tratamento. Portadores de neoplasia de próstata sob risco (com lesões vertebrais metastáticas ou obstrução do trato urinário) devem iniciar o tratamento com acetato de leuprorrelina de uso subcutâneo diário para facilitar a interrupção do tratamento, caso isso seja necessário. A resposta ao tratamento deve ser monitorada pela mensuração da testosterona (que pode se elevar na primeira semana), do PSA e da fosfatase ácida prostática. O acetato de leuprorrelina não deve ser administrado a pacientes com sangramento vaginal anormal não diagnosticado. O estado de hipoestrogenismo resultante do tratamento com Lorelin Depot® (acetato de leuprorrelina) pode causar perda de massa óssea. A não adesão ao tratamento da puberdade precoce ou posologia inadequada pode resultar em retorno dos sinais puberais, assim, a resposta ao medicamento deve ser avaliada 1 a 2 meses após o início da terapia com teste de estimulação com GnRH e dosagem dos esteróides sexuais. A idade óssea deve ser re-avaliada a cada 6-12 meses. Os pacientes devem ser desaconselhados a dirigir ou exercer outras funções que exijam atenção, até que se verifique a resposta do organismo ao medicamento. Interações: como o acetato de leuprorrelina não é metabolizado por enzimas do citocromo P450, não são esperadas interações medicamentosas. Pode haver aumento das concentrações séricas de cálcio, ácido úrico, ureia e creatinina e hipoproteinemia. Posologia mensal recomendada de Lorelin Depot® (acetato de leuprorrelina) para administração intramuscular: neoplasia prostática: 3,75 a 7,5 mg, por tempo determinado pelo médico assistente; leiomioma uterino e endometriose: 3,75 mg, por período máximo de 6 meses. Se os sintomas de endometriose reaparecerem após a terapia e o tratamento for prolongado, deve-se avaliar a densidade mineral óssea antes do início do retratamento. Puberdade precoce: a dose deve ser individualizada e titulada até não mais se observar progressão puberal. A dose inicial recomendada é de 0,3 mg/kg (mínimo de 7,5 mg). A dose inicial pode ser baseada no peso da criança: ≤ 25,0 kg =7,5 mg; >25 a 37,5 kg =11,25 mg e > 37,5 kg=15 mg. Se não houver resposta ao tratamento, a dose deve ser aumentada com incrementos de 3,75 mg a cada 4 semanas e a dose de manutenção é aquela com a qual se obtém o bloqueio puberal. Reações adversas (>5% dos pacientes): Neoplasia de próstata: edema, náuseas e vômitos, redução do tamanho testicular, fogachos, sudorese, impotência, astenia. Leiomioma: edema, náusea e vômito, distúrbios gastrintestinais, fogachos, sudorese, alterações mamárias, redução da libido, acne, seborreia, hirsutismo, alteração da voz, mialgia, dor articular, depressão, labilidade emocional, cefaleia, tontura, insônia, nervosismo, parestesias, vaginite, ganho ou perda de peso. Puberdade precoce (>2% pacientes): dor generalizada, acne, reação no local da injeção, vaginite, sangramento, corrimento. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado. MS 1.0646.0166. Farm. Resp.: Geisa Acetto Cavalari - CRF-SP NO 33.509 Peça publicitária impressa em Março/2013. Material destinado a profissionais de saúde prescritores. Reprodução proibida. Referência: 1. Bula do produto.

Contraindicações: mulheres grávidas ou que possam engravidar durante o tratamento. Interações: pode haver aumento das concentrações séricas de cálcio, ácido úrico, ureia e creatinina e hipoproteinemia.

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SBE | v. 15 | nº 4 | Out • Nov • Dez • 2013


Sumário | Expediente Editorial

Retrospectiva SBE

04

Encerramento e continuidade

13

MAURICIO SIMÕES ABRÃO

As principais realizações da SBE em 2013

Despedida

SBE Comunicação

05

Comunicação em constante evolução

14

Nicolau D’Amico Filho

Notícias da SBE

06

4° COBEN — Considerações baseadas em evidências científicas

15

Fatores de risco para ocorrência e recorrência da endometriose

Turismo

Adelino Amaral Silva, André Deeke Sasse, Carlos Alberto Petta, Fernando Marcos dos Reis, João Antonio Dias Junior, Manoel Orlando da Costa Gonçalves, Mauricio Simões Abrão, Patrick Bellelis, Rui Alberto Ferriani, Vivian Ferreira do Amaral

São Paulo é sede do 12º Congresso Mundial de Endometriose (WCE2014)

19

21

Tiragem: 8.000 exemplares Distribuição: Território nacional Periodicidade: Trimestral Público Alvo: Médicos ginecologistas, bibliotecas de hospitais, escolas de medicina, centros de estudos de hospitais públicos e privados.

Efficacy of melatonin in the treatment of endometriosis: a phase II, randomized, double-blind, placebocontrolled trial

Schwertner A., Conceição Dos Santos C.C., Costa G.D., Deitos A., de Souza A., de Souza I.C., Torres I.L., da Cunha Filho J.S., Caumo W.i

25

Programação para os próximos 12 meses

Para entidades médicas, programa Mais Médicos coloca em risco a saúde da população

11

Rua das Roseiras, 464 CEP 03144-090 - São Paulo-SP Tel/Fax: (11) 2341-8045 E-mail: alamtec@br.inter.net Site: www.alamtec.com.br

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Programa Mais Médicos

Highlights

Gestão Editorial

Rui Alberto Ferriani

Notícias e Eventos

São Paulo para todos

Entrevista Internacional

Entrevista exclusiva com Linda Giudice. Endometriose: questão de saúde pública

SBE amplia o leque de comunicação com associados e comunidade

Projetos

16

Esse ano foi em conjunto com a IFFS, realizado em Boston, em outubro de 2013

Highlights do Annual Meeting American Society of Reproductive Medicine (ASRM)

Conselho Editorial/Científico Eduardo Schor Fernando M. Reis Frederico Côrrea Mauricio S. Abrao Nicolau D’Amico Filho Rui Alberto Ferriani Vivian Ferreira do Amaral Editora de Jornalismo Luciana Oncken MTB 46.219

DIRETORIA Presidente Mauricio Simões Abrão Vice Presidente Carlos Alberto Petta Primeiro Tesoureiro Claudio Crispi Secretário Geral Eduardo Schor Diretor de Relações Internacionais Fernando Marcos dos Reis Diretor de Comunicações Nicolau D’Amico Filho Diretor de Sede Patrick Bellelis Diretor de Ensino Paulo Augusto Ayroza Galvão Ribeiro

Diretor Técnico Científico Rui Alberto Ferriani Diretor Financeiro Sergio Podgaec Diretor de Relações Institucionais Tsutomu Aoki Conselho de Ética Celso Luiz Borrelli João Antonio Dias Jr Reginaldo Guedes Coelho Lopes Luiz Flavio cordeiro Fernandes Marco Antonio Bassi Plinio Tostes Berardo Carneiro da Cunha

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Editorial

Encerramento e continuidade Caros amigos, É com grande satisfação que vivemos um cenário atual de reconhecimento mundial do Brasil no campo da endometriose e da cirurgia minimamente invasiva. Desde a fundação da SBE em 2007, criamos uma Sociedade representada em sua excelência por especialistas em ginecologia minimamente invasiva do ponto de vista técnico e científico, com profissionalismo, seriedade e representatividade.

MAURICIO SIMÕES ABRÃO Presidente da SBE

nacional da SBE, contando com dez convidados internacionais, representando um marco entre os congressos na nossa área com um número representativo de trabalhos apresentados. Estamos a um passo do maior congresso mundial de endometriose a ser sediado em São Paulo, entre os dias 30 de abril e 3 de maio de 2014, o XII World Con-

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Nestes dois mandatos pudemos perceber que a itinerância nos trouxe resultados animadores com relação ao conhecimento, diagnóstico e tratamento da doença, projetando para o futuro próximo o aprimoramento de projetos que possam atingir o Brasil como um todo, como por exemplo a inciativa de ações governamentais encabeçadas pela Frente Parlamentar de Endometriose, liderada pelo Deputado Robergress on Endometriosis (WCE 2014) organizado pela SBE e pela Sociedade Mundial de Endometriose, evento intitulado “Adding pieces to the puzzle of endometriosis”, onde esperamos mais de 1500 participantes (acesse pelo site da SBE: www.sbendometriose.com.br). E é nesse contexto que passo a presidência da SBE ao amigo Rui Ferriani ,

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to de Lucena, que pretende colaborar nas estratégias de Saúde Pública para o tratamento da doença. Podemos afirmar que a endometriose é um problema de saúde pública nacional. Com a crescente conscientização do diagnóstico pela população brasileira, poderemos perceber, em curto espaço de tempo, uma mudança na epidemiologia desta doença extremamente prevalente, com possibilidade de tratamento de estadios mais precoces e economia de recursos, além de preservar a fertilidade deste grupo que cada vez mais precocemente apresenta sinais da doença. Conquistamos fortes e importantes parcerias internacionais com o mesmo objetivo: a AAGL e a ISGE que nos apoiaram e incentivaram a chegar onde estamos. Tivemos entre os dias 15 a 17 de agosto de 2013 mais um Congresso Interque presidirá a nova diretoria da SBE pelo próximo triênio, continuando nossa busca contínua para avançar na missão de conscientizar a sociedade sobre doenças como a endometriose, disseminar o conhecimento médico na área e estimular o investimento em pesquisas, visando o reconhecimento nacional e mundial.


Despedida

Comunicação em constante evolução E

sta edição finaliza o trabalho que se iniciou nesta última gestão e que pretendia, entre outras coisas, publicar estas quatro revistas, com um novo projeto visual, um conteúdo científico atualizado e completo, trazendo os principais guidelines da Endometriose, as teses recém-publicadas e as mais relevantes entrevistas nacionais e internacionais, além da criação do site e dos primórdios da comunicação social. Como todo bom projeto, alguns rumos foram sendo acertados ao longo da caminhada, mas sabemos que o resultado final atingiu os objetivos iniciais, principalmente quando fomos surpreendidos com os pedidos de duplicação da tiragem da revista.

Nicolau D’Amico Filho Diretor de Comunicações

Deveremos relançar as campanhas, tão necessárias para a informação simples e útil desta doença e com isso fazer chegar, quem sabe, por meio de projetos mais ousados, aos quatro cantos deste país. Esta sem dúvida é a função da comunicação de qualquer sociedade! Finalizando, gostaria de agradecer a confiança em mim depositada por esta diretoria, a quem agradeço por meio do presidente Dr. Mauricio Simões Abrão e do futuro presidente Dr Rui Alberto Ferriani. Boa sorte a todos nós!

ANO II • NÚMERO 1

ANO II • NÚMERO 2

ANO II • NÚMERO 3

ANO II • NÚMERO 4

JAN/FEV/MAR 2013

ABR/MAI/JUN 2013

JUL/AGO/SET 2013

OUT/NOV/DEZ 2013

REVISTA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

SBE | v. 15 | nº 1 | Jan • Fev • Mar • 2013

REVISTA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

REVISTA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

ENDOMETRIOSE E GINECOLOGIA MINIMAMENTE INVASIVA

Revista SBE No 1

Com a nova diretoria eleita, o projeto de comunicação deverá evoluir e com certeza teremos como ponto futuro a abran-

gência das mídias sociais, a reformulação do site e um target maior nas edições futuras, agora dirigido pela minha amiga Dra Vivian Ferreira do Amaral, a quem desejo um bom trabalho.

SBE | v. 15 | nº 2 | Abr • Mai • Jun • 2013

1

Revista SBE No 2

REVISTA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

ENDOMETRIOSE E GINECOLOGIA MINIMAMENTE INVASIVA

ENDOMETRIOSE E GINECOLOGIA MINIMAMENTE INVASIVA

SBE | v. 15 | nº 3 | Jul • Ago • Set • 2013

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Revista SBE No 3

ENDOMETRIOSE E GINECOLOGIA MINIMAMENTE INVASIVA

SBE | v. 15 | nº 4 | Out • Nov • Dez • 2013

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Revista SBE No 4

SBE | v. 15 | nº 4 | Out • Nov • Dez • 2013

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Projetos

4° COBEN (Comitê Brasileiro de Endometriose) Considerações baseadas em evidências científicas Fatores de risco para ocorrência e recorrência da endometriose Adelino Amaral Silva André Deeke Sasse Carlos Alberto Petta Fernando Marcos dos Reis João Antonio Dias Junior Manoel Orlando da Costa Gonçalves Mauricio Simões Abrão Patrick Bellelis Rui Alberto Ferriani Vivian Ferreira do Amaral

 Introdução e Métodos O objetivo deste documento é auxiliar médicos e outros profissionais da saúde, principalmente cirurgiões e radiologistas, a tomarem decisões clínicas quanto ao diagnóstico e tratamento da endometriose. Cada item destas recomendações está baseado em uma questão clinicamente relevante elaborada pelos organizadores. Com base nessas questões, e para identificar os estudos clínicos mais importantes e relevantes, as pesquisas foram conduzidas por bibliografia pertinente à área. As publicações identificadas foram estruturadas como os arquivos encontrados no CENTRAL (Registro Cochrane de Ensaios Controlados) e a base

de dados utilizada foi a MEDLINE (Medlars Online – base de dados bibliográfica criada e mantida pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos). Estratégias foram desenvolvidas para selecionar estudos em que a qualidade da metodologia fosse a melhor possível, de acordo com os níveis predefinidos das evidências. Assim, os participantes receberam as questões e artigos selecionados inicialmente para uma análise crítica dos dados. Em seguida, realizou-se uma reunião multidisciplinar com os participantes das áreas envolvidas (radiologia e ginecologia) para uma avaliação final e, enfim, houve a incorporação das sugestões e aprovação do texto. Todas as

Tabela 1.

Nível de evidência

Nota de recomendação

1

A (forte)

2012

Considerações baseadas em evidências científicas

2 B (moderado)

Tratamento Revisão sistemática com meta-análise. Estudo randomizado com amostra de tamanho grande. Estudo randomizado com amostras pequenas. Estudo prospectivo.

3 Fatores de risco para ocorrência e recorrência da endometriose

4

C (fraco)

5

D (muito fraco)

Apoio científico:

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Estudo retrospectivo.

Relatório de casos. Opinião de especialistas. Pré-clínica.

Diagnóstico Revisão sistemática com meta-análise. Grupo validado por um padrão adequado. Estudo do grupo explorado com padrões adequados. Seleção não consecutiva de casos. Estudo do grupo com padrões aplicados de forma não uniforme. Estudo de controle de caso. Grupo com padrão inadequado. Relatório de casos. Opinião de especialistas. Pré-clínica.


COBEN | Amaral et. al

recomendações listadas nos documentos a seguir estão acompanhadas pelos respectivos níveis de evidência e grau de recomendação. Para ajudar o leitor a avaliar os pontos fortes da evidência que comprovam os resultados publicados e que levaram à sua recomendação, foi utilizado um sistema de classificação formal. Várias escalas de classificação foram desenvolvidas e, com o objetivo de facilitar a leitura deste documento, foi usado um sistema simplificado de acordo com cada questão formulada (podendo ser referente ao tratamento ou ao diagnóstico), como descrito na Tabela 1. Essas recomendações não foram desenvolvidas com a intenção de se tornarem o padrão ouro para cuidados médicos; no entanto, os parâmetros disponíveis podem servir como orientação para a gestão de casos. O cumprimento das recomendações não garante um resultado clínico satisfatório em todos os casos. A decisão final sobre o procedimento clínico mais adequado sobre um plano de tratamento para um paciente específico deve sempre ser tomada pelo médico após discutir as opções com o paciente e com base no diagnóstico e nas opções terapêuticas disponíveis.

No entanto, recomendase que quaisquer desvios significativos na gestão prática das recomendações feitas neste documento sejam justificados e os motivos, devidamente documentados.

Questão-chave nº 1 Há algum fator de risco associado ao desenvolvimento/diagnóstico de endometriose? A endometriose, enfermidade anteriormente subdiagnosticada pela presença de sintomas subjetivos e pouco específicos, possuía perfil epidemiológico pouco compreendido até o último século. No entanto, o advento de estratégias de diagnóstico e intervenção mais potentes, além da maior conscientização geral sobre a endometriose e sua apresentação permitiram que novas evidências se tornassem disponíveis. Desde a década de 90, diversos estudos retrospectivos e coortes foram publicados com o objetivo de caracterizar possíveis fatores de risco da doença e assim traçar medidas de prevenção e controle. Dentre os possíveis fatores etiológicos, suspeitas crescentes envolviam o padrão e intensidade de ciclos menstruais, a alta estatura, consumo de álcool ou cafeína, menor

índice de massa corpórea e raça oriental ou caucasiana. Alguns autores criaram um perfil fenotípico mais relacionado à doença: o de pacientes com menarca precoce, ciclos curtos, dismenorreia, subfertilidade e alta estatura.1 Nesta seção, analisaremos estes possíveis fatores de risco e as evidências que os suportam. Dos fatores estudados, o antecedente familiar de endometriose apresenta-se como o fator de risco mais potente, embora baseado na descrição de dois estudos caso controle retrospectivos. O primeiro estudo, avaliando 485 pacientes e 197 controles, registrou odds ratio (OR) de 10,2 na presença de parentes de primeiro grau acometidos.2 Já o maior estudo caso controle sobre endometriose realizado, partindo de coorte prospectiva envolvendo 43.722 mulheres, apresentou como único fator de risco estatisticamente significante a presença de mãe e irmãs com antecedente de endometriose.3 [NE 3; GR B] Estudos genéticos em busca de polimorfismos relacionados, no entanto, não identificaram alterações preditoras de maior incidência.4 [NE 2; GR B] O antecedente familiar de câncer de mama foi igualmente relacionado a maior incidência de

Tabela 2. Ensaios randomizados e controlados sobre tratamento pós-operatório. (DIU: dispositivo intrauterino; ACO: anticoncepcional oral)

Autor, ano

Serracchioli 201030 299

ACO contínuo ou cíclico, versus observação

2 anos

2 anos

Muzii 201132

ACO cíclico versus contínuo

6 meses

2 anos

Vercellini 199924 269 Gosserrelina versus observação

6 meses

2 anos

Tempo para recorrência de sintomas significativamente maior (p 0,04) com uso de gosserrelina.

Loverro 200828

54

3 meses

5 anos

Sem diferença significativa em recorrência (RR 1,29; p 0,6).

Sesti 200929

259

6 meses

18 meses

Sem diferenças significantes.

2 meses

1 ano

Sem diferenças significantes.

57

Intervenção

Tempo de exposição Seguimento

Resultados Recorrência de endometriomas em 14,7%, 8,2% e 29% de ACO cíclico, contínuo e observação, respectivamente. Sem diferenças significantes entre uso contínuo ou cíclico. Sem diferenças significativas entre uso contínuo ou cíclico.

Alborzi 201131

N

Triptorrelina versus placebo

Placebo versus dieta, versus ACO, versus triptorrelina/ gosserrelina Letrozol versus triptorrelina, 144 versus observação

Vercellini 200326

40

DIU letrozol versus observação

1 ano

1 ano

Diminuição significativa de dismenorreia associada à endometriose (45% versus 10%).

Alborzi 200727

88

Pentoxifilina versus placebo

6 meses

1 ano

Sem diferenças significantes.

Acién 200225

52

Interferon alfa 2b intraperitoneal versus placebo

1 dia

21 meses

Aumento da recorrência (42,3% versus 15,4%) com uso de interferon.

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Projetos endometriose; no entanto, esta associação foi descrita apenas em análises retrospectivas.5 [NE 4; GR C] O menor peso corporal também tem sido relacionado à presença de endometriose. Em recentes coortes prospectivas, o menor índice de massa corpórea esteve relacionado ao aumento da incidência desta doença, em todas as faixas etárias e principalmente na idade adulta, com riscos relativos (RR) entre 1,18 e 1,32.6-7 [NE 3; GR B] Embora estudos retrospectivos anteriores sugerissem a obesidade na infância como provável risco,8 o mesmo não foi observado em outros estudos com maior nível de evidência. Da mesma forma a presença de alta estatura, com associação avaliada em casos controles,9 não apresentou evidências em outras análises de maior poder estatístico. [NE 4; GR C] Além do maior peso corporal, a raça negra (RR 0,6), uso de álcool (RR 0,7) e prática de exercício físico (RR 0,89) foram considerados fatores protetores em coortes recentes.6,10 [NE 2; GR B] Estudos retrospectivos de pequena amostragem também apontam a exposição a certas substâncias tóxicas, como bifenilpoliclorado (presente em tintas, com RR reportado em 3,17)11, fungicidas aromáticos e nonacloro (presente em formicidas), como potenciais fatores relacionados.12 Análises com maior número de pacientes e melhor desenho de estudo são necessárias para confirmar estes achados. [NE 4; GR C] Em relação às características dos ciclos menstruais, a polimenorreia ou hipermenorreia também têm sido sugeridas como possíveis fatores de risco, embora descritas apenas em análises retrospectivas.13 [NE 4; GR C] Outros fatores estudados como o tabagismo,9 a densidade óssea,14 sedentarismo10 e uso de cafeína6 não demonstraram efeito sugestivo sobre endometriose em nenhum dos estudos prospectivos ou mesmo de caso controle. [NE 3; GR B]

Questão-chave nº 2 Há intervenções no estilo de vida que diminuem o risco do desenvolvimento de endometriose? A melhor forma de responder esta pergunta sobre prevenção primária seria através de ensaios prospectivos clínicos randomi8

zados ou revisões sistemáticas, analisando a comparação entre a intervenção e a observação ou placebo. Até o presente momento, entretanto, não existem estudos disponíveis com este tipo de desenho.

dicadores de risco consistiram no achado de aderências pélvicas e o uso de agentes estimuladores da função ovariana. A gravidez após cirurgia se mostrou como possível fator protetor.17 [NE 3; GR B]

Duas análises de coorte prospectivas estão presentes na literatura atual. A primeira envolveu 70.790 mulheres em pré-menopausa e o padrão de consumo dietético de ácidos graxos.15 Houve redução significativa do risco de endometriose em até 22% para pacientes com alto consumo de ômega-3, ao passo que o uso de gorduras insaturadas em maior quantidade promoveu aumento deste risco (RR 1,53), apontando uma possível relação entre dieta e endometriose. Vale lembrar, porém, que esse estudo envolveu apenas um grupo específico de pacientes (enfermeiras), e não utilizou randomização para sua avaliação, apresentando portanto possibilidade maior de bias. [NE 3; GR B]

Além das características anteriores, a menor idade de apresentação clínica e a presença e intensidade de dor pélvica pré -operatória foram consideradas fatores de risco para recidiva em análises multivariadas retrospectivas, que envolveram entre 150 a 850 pacientes. Estudos prospectivos são necessários para definir a influência destes fatores. [NE 4; GR C]

A segunda análise prospectiva, já descrita em seção anterior, estudou a atividade física regular entre 102.197 mulheres americanas e seu impacto sobre a incidência de endometriose.10 Embora a presença de atividade física sugira redução desse risco (RR 0,89), os resultados presentes nesse estudo não alcançaram significância estatística.

Questão-chave nº 3 Em pacientes com endometriose tratadas cirurgicamente, há fatores prognósticos definidos que identifiquem um risco maior de recorrência? A recorrência da endometriose após tratamento cirúrgico consiste em um dos maiores desafios atuais, com frequência relatada em até 32% dos casos.16 O conhecimento de possíveis fatores prognósticos torna-se, portanto, essencial para melhor compreensão desta doença e planejamento terapêutico. Até o momento, duas coortes prospectivas17-18 e seis estudos retrospectivos16,19-23 estão disponíveis na literatura, avaliando pacientes submetidas a tratamento cirúrgico em diversos estágios de endometriose. Dois fatores prognósticos de maior recorrência, comuns às análises prospectivas, foram o estádio da doença e a presença de cirurgias prévias. [NE 2; GR B] Na menor coorte, com 150 pacientes, outros in-

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Questão-chave nº 4 Em pacientes com endometriose, a adição de tratamento clínico após intervenção cirúrgica diminui o risco de recorrência da doença? Diversos ensaios clínicos randomizados estão disponíveis na literatura atual, com o objetivo de avaliar o papel do tratamento pós-operatório sobre a recorrência da endometriose (Tabela 2).24-32 Como resultado, distintas modalidades de intervenção têm sido estudadas, algumas com achados promissores. Dentre estas, merecem destaque o uso de anticoncepcionais orais combinados (ACO), hormonioterápicos centrais como triptorrelina ou gosserrelina, além de dispositivo intrauterino (DIU) com progestágenos. O uso de ACOs combinados apresenta influência favorável sugerida principalmente em avaliações retrospectivas, com OR entre 0,05 e 0,20 para a redução de recidiva da endometriose.33-34 Estudos randomizados, no entanto, não refletiram estes resultados com intensidade semelhante. Enquanto um ensaio clínico de menor número não comprovou benefícios com uso de qualquer intervenção (dieta, hormonioterapia central, ACO) por seis meses,29 uma segunda avaliação com tratamento anticoncepcional por 2 anos apresentou redução significativa das taxas de recorrência,30 fato que indica uma possível necessidade de maior tempo de uso de ACOs para resultados concretos. [NE 2; GR B] O padrão de administração, cíclico ou contínuo, não indicou diferenças estatisticamente significantes em eficácia segundo dois ensaios controlados.30,32 Assim como em relação aos ACOs, o uso de hormonioterapia central também pa-


COBEN | Amaral et. al

rece depender de exposição prolongada. Estudos randomizados com triptorrelina ou gosserrelina durante 2 e 3 meses não apresentaram resultados positivos.28,31 Em contrapartida, o uso de gosserrelina por seis meses em uma análise de 269 pacientes demonstrou maior tempo para recorrência dos sintomas.24 [NE 2; GR B] O uso de DIU com progestágenos aparenta possuir influência sobre o controle da endometriose quando aplicado após cirurgia, hipótese baseada na diminuição dos sintomas de dismenorreia em um pequeno estudo.26 Ensaios com maior número de participantes e ferramentas de seguimento mais adequadas são necessários para atribuir maior poder estatístico. [NE 3; GR B] Outras modalidades de tratamento como uso de pentoxifilina ou interferon alfa 2b intraperitoneal não se mostraram vantajosas, segundo estudos de pequeno volume.25,27 [NE 3; GR B]

 Conclusões Não existem dúvidas de que os crescentes estudos sobre endometriose permitem traçar com maior acurácia estratégias de estratificação de risco, tanto para o diagnóstico, quanto para a recorrência da doença. Dentre as análises de fatores de risco, o antecedente familiar e o baixo peso são os indicadores principais sobre a incidência de endometriose, assim como o antecedente de tratamento cirúrgico e o estadiamento são indicadores sobre recorrência após tratamento. Estudos randomizados e prospectivos são necessários para avaliar a real aplicabilidade destas informações, quanto à identificação de grupos de risco e possíveis medidas de controle ou diagnóstico precoce. Resultados promissores apontam o uso prolongado de anticoncepcionais orais combinados, agonistas de GnRH ou mesmo dispositivos intrauterinos para a prevenção de recorrência. Dados de estudos são conflitantes, em parte por possuírem pequena amostragem, e adicionalmente pelos subjetivos métodos definidores de recorrência (ora clínico, ora cirúrgico). Existe ainda dificuldade na diferenciação entre recorrência e progressão de doença preexistente, considerando a escassez de informações sobre a extensão das cirurgias realizadas e seu real desfecho. A presença de cirurgia

prévia como fator de pior prognóstico pode estar em parte relacionada a menor chance de ressecção completa de lesões, por fibrose ou aderências. A realização de estudos randomizados de longa duração, multicêntricos, com critérios de tratamento e diagnóstico uniformes poderá apresentar maior utilidade na elucidação da incidência e recorrência da endometriose e possíveis fatores de controle.

 Referências

dometriosis. Human Reproduction (Oxford, England) 2005;20:279-85. 12. Cooney MA, Buck Louis GM, Hediger ML, Vexler A, Kostyniak PJ. Organochlorine pesticides and endometriosis. Reproductive Toxicology (Elmsford, NY) 2010;30:365-9. 13. Matalliotakis IM, Cakmak H, Fragouli YG, Goumenou AG, Mahutte NG, Arici A. Epidemiological characteristics in women with and without endometriosis in the Yale series. Archives of Gynecology and Obstetrics 2008;277:389-93. 14. Dochi T, Lees B, Sidhu M, Stevenson JC. Bone density and endometriosis. Fertility and Sterility 1994;61:175-7.

1. Cramer DW, Missmer SA. The epidemiology of endometriosis. Annals of the New York Academy of Sciences 2002;955:11-22; discussion 34-6, 396-406.

15. Missmer SA, Chavarro JE, Malspeis S, et al. A prospective study of dietary fat consumption and endometriosis risk. Human reproduction (Oxford, England) 2010;25:1528-35.

3. Templeman C, Marshall SF, Ursin G, et al. Adenomyosis and endometriosis in the California Teachers Study. Fertility and Sterility 2008;90:415-24.

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study comparing triptorelin or expectant management following conservative laparoscopic surgery for symptomatic stage III -IV endometriosis. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol 2008;136:194-8. 29. Sesti F, Capozzolo T, Pietropolli A, Marziali M, Bollea MR, Piccione E. Recurrence rate of endometrioma after laparoscopic cystectomy: a comparative randomized trial between post-operative hormonal suppression treatment or dietary therapy vs. placebo. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol 2009;147:72-7. 30. Seracchioli R, Mabrouk M, Frasca C, et al. Long-term cyclic and continuous oral contraceptive therapy and endometrioma recurrence: a randomized controlled trial. Fertility and Sterility 2010;93:52-6. 31. Alborzi S, Hamedi B, Omidvar A, Dehbashi S, Alborzi M. A comparison of the effect of short-term aromatase inhibitor (letrozole) and GnRH agonist (triptorelin) versus case

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control on pregnancy rate and symptom and sign recurrence after laparoscopic treatment of endometriosis. Archives of Gynecology and Obstetrics 2011;284:105-10. 32. Muzii L, Maneschi F, Marana R, et al. Oral estroprogestins after laparoscopic surgery to excise endometriomas: continuous or cyclic administration? Results of a multicenter randomized study. J Minim Invasive Gynecol 2011;18:173-8. 33. Lee DY, Bae DS, Yoon BK, Choi D. Post-operative cyclic oral contraceptive use after gonadotrophin-releasing hormone agonist treatment effectively prevents endometrioma recurrence. Human Reproduction (Oxford, England) 2010;25:3050-4. 34. Takamura M, Koga K, Osuga Y, et al. Post-operative oral contraceptive use reduces the risk of ovarian endometrioma recurrence after laparoscopic excision. Human reproduction (Oxford, England) 2009;24:3042-8.


Entrevista Internacional

Entrevista Internacional Endometriose: questão de saúde pública A

revista da SBE conversou com exclusividade com a presidente eleita da Associação Americana para Medicina Reprodutiva (American Society for Reproduction Medicine) e da Associação Mundial de Endometriose (World Endometriosis Society), a professora Linda Giudice, que é professora da cadeira de Ginecologia, Obstetrícia e Ciências da Reprodução da Universidade de São Francisco. Linda recebeu a distinção por colegas da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) por sua pesquisa científica em medicina reprodutiva, estatísticas e células-tronco. A professora é bioquímica, ginecologista e endocrinologista reprodutiva, especializada em distúrbios da endometriose, implantação ovulatória, infertilidade e reprodução assistida. Linda também é vice-presidente da Fundação Mundial de Pesquisa de Endometriose; líder em pesquisas sobre os impactos ambientais sobre a saúde reprodutiva e fundadora do Programa de UCSF em Saúde Reprodutiva e Meio Ambiente (PRHE ), além de ex-presidente da Society for Gynecology Investigation (SGI) . Ela também atuou em inúmeras seções de estudo do NIH, é o ex- Presidente do Comitê Consultivo de Drogas para Saúde Reprodutiva do FDA, além de outros cargos de igual magnitude. Linda Giudice Presidente eleita da ASRM e da WES, professor and chair of Obstetrics, Gynecology and Reproductive Sciences at University of California, San Francisco

SBE — Em relação ao último Congresso da ASRM, quais os tópicos que a senhora considera os mais relevantes relacionados com o avanço do nosso entendimento da endometriose? Linda — Bem, a endometriose foi um tema importante em destaque em quase todas as partes do IFFSASRM em reunião conjunta em Boston, em outubro de 2013, incluindo as sessões plenárias, simpósios, sessões interativas, trilogias, mesas redondas, a comunicação livre oral e resumos de pôsteres. Impressionantes mesmo foram as palestras plenárias sobre células-tronco no endométrio e endometriose, entregues pelo Dr. Hugh Taylor,

Nesta entrevista, Linda Giudice fala sobre os temas debatidos no último Congresso da Associação Americana para Medicina Reprodutiva, suas expectativas para o 12o Congresso Mundial de Endometriose, que será em São Paulo, para o avanço no tratamento e abordagem da endometriose como problema de saúde pública e sobre os próximos cinco anos da Associação Mundial de Endometriose. Confira! de Yale, e a palestra IFFS Jean Cohen sobre endometriose relacionada com a terapia da infertilidade, entregue pelo Dr. Charles Chapron, de Paris. É claro, desde o programa científico, que o papel das células-tronco, do sistema imunológico, da inflamação, da hipóxia, da genética e da epigenética, dos hormônios esteroides e análogos, e a exposições a fatores ambientais vêm promovendo nosso entendimento da patogênese da endometriose e de sua fisiopatologia. Outro assunto interessante foi a abordagem da endometriose como fator de risco para câncer ovariano e endometrial, que vem mudando a nossa visão da endometriose como uma doença “benigna”. Os novos para-

digmas de diagnóstico e abordagens cirúrgicas visando a melhora da fertilidade (por exemplo, com a modificação da fimbrioplastia laparoscópica para tratar a endometriose mínima e a infertilidade sem explicação), e também novos paradigmas de preservação da fertilidade pós-cirurgia de endometriose e para o tratamento da doença de infiltração profunda. SBE — Quais são as suas expectativas em relação ao próximo WCE 2014? Linda — Eu imagino o engajamento de cientistas, clínicos, cirurgiões, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais de saúde de outras áreas que envolvem o tratamento da endome-

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Entrevista Internacional triose, além de estudantes em uma síntese energética em torno do debate sobre as inovações relacionadas ao diagnóstico e terapêutica, novas abordagens cirúrgicas, avaliações refinadas sobre os impactos na qualidade de vida, economia da saúde, e abordagens para melhora da qualidade de vida das mulheres com essa doença e suas famílias. A reunião é grande o suficiente para ter a amplitude de integrar as múltiplas faces da endometriose desde a definição da doença e doenças associadas, a pesquisa sobre os mecanismos subjacentes à dor e à infertilidade e sequelas associadas à gravidez, novos diagnósticos (biomarcadores, imagens e outros), cuidados clínicos / cirúrgicos e avaliações psicossociais - e é pequeno o suficiente para ter discussões aprofundadas que levam a novas colaborações em muitos níveis. Além disso, São Paulo é um belo local para este encontro! SBE — Em sua opinião, qual é o papel do setor de saúde pública e /ou privada na prevenção e diagnóstico precoce da endometriose? Linda — A endometriose é uma questão de saúde pública, pois afeta mi-

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lhões de mulheres e adolescentes e suas famílias em todo o mundo. Acredito que precisamos de uma campanha de conscientização muito maior sobre a endometriose, a dor, a infertilidade e as sequelas posteriores a ela associados com a medicina convencional, para o domínio público e à frente de nossos financiadores, órgãos de saúde e grupos comunitários. Precisamos de escolas para que as meninas e adolescentes com dor e endometriose entendam que esta é uma doença grave, e não algo de sua imaginação, e que elas precisam e merecem cuidado multidisciplinar. Precisamos capacitar as mulheres para falar sobre a depressão que acompanha a dor e a infertilidade associadas à endometriose e receber cuidados e terapias de apoio adequadas para a dor, a infertilidade e a depressão. E nós precisamos educar as famílias para entender o curso e as consequências da endometriose, a genética desta doença e outras doenças associadas. Sabendo o que contribui para a endometriose e sua progressão, talvez possamos prevenir e reduzir suas sequelas. Se tivermos biomarcadores para a doença, podemos iniciar modalidades de rastreamento entre populações apro-

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priadas e também seguir a recorrência da doença. Este é definitivamente um problema de saúde pública que merece compreensão do risco, prevenção e otimização de terapias para o bem-estar do paciente e de sua família. SBE — Qual é a visão da Sociedade Mundial de Endometriose para a Endometriose para os próximos cinco anos? Linda — Eu gostaria de ver WES desempenhar um papel importante na defesa dos itens discutidos na questão anterior desta entrevista e ampliar sua atuação com membros de outras disciplinas relacionadas à endometriose (por exemplo, os neurocientistas, especialistas em dor, biólogos computacionais de alto risco, obstetras, oncologistas, psicólogos, psiquiatras, terapeutas pélvicos físicos, imunologistas, pediatras e outros). Isto irá permitir dar um salto para entender a causalidade e o que levará a prevenção, que também irá resultar em novos diagnósticos e terapêuticas, permitir uma matriz de suporte estrutural para os nossos pacientes e suas famílias em todo o mundo que vivem com esta doença.


Retrospectiva SBE 2013

Principais realizações da SBE no último ano E

ste foi um ano importante para a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE). Aqui, destacamos os principais acontecimentos do ano, abordados na revista da SBE, que completa 2013 com esta quarta edição

Janeiro, Fevereiro e Março, edição 1 A revista traz a primeira atualização do Comitê Brasileiro de Endometriose (Cobem), com a conclusão de que “o exame ginecológico é fundamental na suspeita de endometriose, pois vários sinais podem ser detectados. Mesmo assim, os exames de imagem são mandatórios na suspeita de endometriose. Na suspeita de endometriose profunda o ultrassom vaginal com preparo intestinal ou a ressonância nuclear magnética são os mais efetivos na identificação mais precisa das lesões e são os mais disponíveis”. Uma entrevista com o presidente da Associação Americana de Laparoscopia Ginecológica, Dr. Javier Magrina, mostra a visão entidade sobre a participação de médicos brasileiros no estudo da endometriose e ginecologia minimamente invasiva, anunciando uma parceria entre a entidade brasileira e a norte-americana. Lançamento do projeto de comunicação, com relançamento da revista da SBE e do site. Neste último, foi priorizada a orientação ao público leigo, com textos informativos, perguntas e respostas mais frequentes e o fale conosco, o objetivo foi tornar o veículo mais informativo. A área restrita continuou a disponibilizar aos sócios o acesso às publicações internacionais, revista e às teses e doutorados mais recentes, com publicações comentadas e os guidelines da Endometriose, na íntegra. Abril, Maio e Junho, edição 2 A publicação trouxe duas entrevistas, uma nacional e uma internacional. Na

nacional, o presidente da Associação Paulista de Medicina fala sobre a intenção, agora já consolidada, do governo federal trazer médicos de fora do país para suprir a carência de profissionais nas regiões mais afastadas dos grandes centros, onde faltam profissionais. A entidade havia acabado de participar de um grande protesto na Avenida Paulista em São Paulo, que teve o objetivo de chamar a atenção da população para faltas de política e plano de carreira para que o profissional vá para o interior do país. Já a entrevista internacional foi com o então futuro presidente da AAGL, que estaria no Brasil dali a dois meses, em que ele fala sobre os avanços e o que ainda precisa avançar no tratamento da endometriose pela cirurgia minimamente invasiva, novos estudos e novas tecnologias. Na mesma edição, foi divulgada a publicação da primeira diretriz mundial sobre endometriose, publicado na Human Reproduction. As novas diretrizes foram elaboradas por um consórcio organizado pela World Endometriosis Society, que congregou 56 especialistas representando 34 organismos internacionais, incluindo a SBE, representada por três de seus diretores. As melhores evidências científicas foram reunidas e avaliadas criticamente, seguindo os métodos mais rigorosos para a produção de diretrizes médicas. E mais uma boa notícia para os profissionais envolvidos no tratamento da endometriose foi a aprovação na Câmara Federal da criação na Comissão de Seguridade Social e Família de um grupo de trabalho para debater a endometriose. Resultado do trabalho do deputado Roberto Lucena, o grupo vai

discutir a falta de políticas públicas de saúde para o tratamento da endometriose Brasil. O objetivo é que o Grupo de Trabalho aborde a doença de maneira ampla levantando dados como números de portadoras, diagnósticos e tratamentos para a doença no âmbito do Sistema Único de Saúde. Julho, Agosto, Setembro, edição 3 O destaque da edição foi o Congresso Internacional da SBE, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 15 e 17 de agosto. Após meses de preparação, que privilegiou a qualidade da grade científica e dos convidados nacionais e internacionais, os profissionais da área puderam aproveitar o sucesso do evento. O evento superou todas as expectativas, segundo os organizadores, proporcionando o melhor em atualização científica e em convívio social. Os highlights do Congresso estão sendo apresentados nas edições da revista da SBE, o primeiro foi “Endometriose e Infertilidade” (incluindo o congelamento de oócitos). Na revista, também foram anunciados os ganhadores do melhor tema livre e pôster. A revista da SBE fez o anúncio da nova diretoria, que assume em 2014, eleita durante o Congresso, que terá como presidente o Dr. Rui Alberto Ferriani; vice-presidente, o Dr. Carlos Alberto Petta; secretário-geral, Nicolau D´Amico Filho; diretor de relações internacionais, Fernando Marcos Reis; diretora de comunicações, Vivian Ferreira do Amaral; diretor técnico-científico, Eduardo Schor; diretor financeiro, Sergio Podgaec; e diretor de relações institucionais, Paulo Augusto Ayroza Galvão Ribeiro.

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SBE Comunicação

A

gestão que se encerra em 2013 marcou o início de um novo projeto de comunicação, envolvendo a revista e o site da SBE, ampliando os canais de comunicação especialmente com o profissional da área. Para 2014, a entidade prepara novas mudanças. A comunicação não para de evoluir. E, nesta nova etapa, o desafio será, além de atingir mais profissionais envolvidos com o tratamento e o estudo da endometriose, a comunidade, a população. A SBE começa o ano com novas ferramentas de comunicação, privilegiando uma presença mais marcante nas redes sociais e mídias tradicionais. A nova etapa do projeto se inicia com o lançamento de uma página no Facebook (www.facebook.com/tratandoaendometriose) e uma conta no Twitter, para uma atualização mais dinâmica das informações na área. A revista e o site também passarão por mais mudanças, dando continuidade ao projeto iniciado na gestão que se encerra. Nesta etapa do projeto, as principais mudanças envolvem produção e gestão de conteúdo, a fim de favorecer a publicação e a leitura dos artigos científicos, com incremento na área jornalística. Seguindo uma tendência mundial, o site torna-se mais uma ferramenta mais institucional e de prestação de serviço, com

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informações mais estáticas e de interesse tanto dos profissionais, com acesso às publicações internacionais, pesquisas e diretrizes na área, quanto da população e da imprensa, que buscam dados e informações sobre a doença. O Facebook e o Twitter ficam com o lado mais dinâmico da atualização diária. Para este trabalho, está sendo contratada a empresa Banca de Conteúdo, que tem à frente a jornalista Luciana Oncken. Com mais de 15 anos de experiência na área de saúde, Luciana coordenou o departamento de comunicação da Associação Paulista de Medicina por 11 anos, também foi responsável por todo conteúdo institucional do Hospital Sírio-Libanês, incluindo o site, durante seis anos, e fez diversos trabalhos para a revista Saúde! (editora Abril), entre outros. Recentemente, empresa foi responsável por criar e fortalecer as redes sociais da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). A página hoje tem mais de 20 mil seguidores em menos de um ano de trabalho. Como resultado, a entidade tem conseguido mais destaque quando o tema é obesidade, colocando a credibilidade da Abeso à disposição da comunidade. O trabalho também gerou mais interesse dos profissionais em se associar à Abeso. Na página do Facebook, são postadas as

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Imagem: Bigstock

SBE amplia o leque de comunicação com associados e comunidade

últimas notícias e atualizações sobre os temas e campanhas de esclarecimento à população, com a vantagem de que esta informação chega todos os dias ao público interessado. Já o Twitter da Abeso conta com mais de 2,3 mil seguidores. A rede social funciona muito bem em cobertura de eventos, e, no dia a dia, para fortalecer as ações da entidade como um todo. “A experiência em conteúdo segmentado, apropriado para este público, é essencial no trabalho de comunicação em saúde. O caminho é investir em um conteúdo forte, de qualidade, que seja confiável e, acima de tudo, relevante. Este trabalho é aliado a estratégias de marketing direcionadas às redes sociais e integradas aos demais veículos da entidade”, salienta Luciana Oncken, diretora de Conteúdo e sócia da empresa.


Notícias da SBE

São Paulo é sede do 12º Congresso Mundial de Endometriose (WCE2014) P

rofissionais da área terão a oportunidade de participar do maior congresso mundial de endometriose e ginecologia minimamente invasiva, no país da Copa 2014

São Paulo será sede, em 2014, do 12º Congresso Mundial de Endometriose (WCE2014), entre 30 abril e 3 maio, precedendo a Copa do Mundo que será realizada no Brasil, com organização pela Associação Brasileira de Endo-

metriose e Ginecologia Minimamente Invasiva em parceria com a Sociedade Mundial de Endometriose. Será uma oportunidade única para atualização na área, debatendo as descobertas biológicas, as perspectivas de

pesquisa global sobre essa condição inflamatória crônica que aflige milhões de mulheres jovens e impacta negativamente na fertilidade e qualidade de vida relacionada à saúde. O presidente do evento é Maurício Simões Abrão, atual presidente da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE). O evento tem a finalidade de promover o intercâmbio de experiência clínica, o pensamento científico e de investigação entre os ginecologistas, endocrinologistas, cientistas, biólogos e outros profissionais qualificados interessados em endometriose. Além de incentivar e apoiar a colaboração entre as sociedades e indivíduos interessados​​ em endometriose em âmbito nacional e internacional.

Ponte Estaiada - Octávio Frias de Oliveira Foto Bigstock

No site da SBE, o profissional tem acesso a informações sobre inscrições e ao programa preliminar: www.sbendometriose.com.br.

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Turismo

São Paulo para todos O maior congresso de endometriose do mundo será realizado na cidade mais cosmopolita do país Com informações da SPTuris

Luciana Oncken

O

site da São Paulo Turismo destaca que São Paulo é onde o Brasil encontra o mundo e onde o mundo encontra o Brasil, afinal a nossa população é compostas por pessoas das mais

Vista aérea do centro de São Paulo Foto de Caio Pimenta/SPTuris

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diversas regiões do país e do mundo. São Paulo é a maior cidade japonesa, libanesa e italiana fora de seus países de origem. E a cultura é praia do paulistano. São Paulo tem opções de cul-


São Paulo

Mercado Municipal

Foto de José Cordeiro/SPTuris

tura como poucas cidades no Brasil. Muitas com acesso livre. A megalópole recebe anualmente cerca de 2,5 milhões de visitantes estrangeiros e mais 10 milhões de turistas de outras localidades do Brasil, segundo a São Paulo Turismo. Desse total, 56,1% das pessoas vêm a negócios; 22,4% para participar de eventos; 10,9% a lazer; 4,0% para estudos; 2,6% para visitar parentes e amigos e, ainda, 2,5% para assuntos relacionados à saúde. São Paulo é o maior destino de turismo de saúde do Brasil. Não é para menos, São Paulo é sede de 38% das 100 maiores empresas privadas de capital nacional; 63% dos grupos internacionais instalados no Brasil estão em São Paulo; 17 dos 20 maiores bancos têm sede principal na cidade. São Paulo tem a maior bolsa de valores da Améri-

ca do Sul. E o maior e mais renomado complexo hospitalar da América Latina, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ainda na área de Saúde, são mais de 1.700 estabelecimentos de saúde, 40 hospitais públicos, 61 hospitais particulares, 24.957 leitos hospitalares. A São Paulo Turismo destaca que a cidade é capital sulamericana de feiras de negócios e está entre os top 15 destinos para eventos internacionais no mundo, em 12º lugar. Anualmente, são realizados 90 mil eventos por ano, ou seja, um evento a cada seis minutos. E os eventos médicos ocupam o primeiro lugar da lista. A base hoteleira da cidade reúne as principais redes hoteleiras nacionais e internacionais, com 410 hotéis (42 mil apartamen-

tos disponíveis) e uma taxa de ocupação média dos hotéis em 2009 de 62,2%. Mas um dos grandes destaques e um dos bons motivos para estar em São Paulo é a gastronomia, com destaque mundial. A cidade atende a todos os gostos com seus 12,5 mil restaurantes que reúnem 52 tipos de culinária. E o 6º melhor restaurante do mundo, o DOM, está em São Paulo. São 15 mil bares, 500 churrascarias, 250 restaurantes japoneses e a famosa pizza paulistana pode ser encontrada em 1,5 mil estabelecimentos, que vendem 720 redondas por minuto. As padarias são uma das paixões paulistanas. Não é a toa que a cidade reúne 3,2 mil delas, que assam 10,4 milhões de pãezinhos por dia. Paulistano adora pedir “uma média com pão na chapa” (café com leite médio e um pão francês

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Turismo com manteiga) na padaria pela manhã; ou um pingado a qualquer hora do dia. Uma boa pedida é ir ao Mercado Municipal e comer o famoso sanduíche de mortadela, ou o pastel de bacalhau. E o lanche de pernil do bar do Estadão (em referência a um dos maiores jornais da cidade e do Brasil). Uma feijoada as quartas e sábados é quase obrigatória.

Foto de Alexandre Diniz/SPTuris

São Paulo oferece uma gama gigantesca de lazer e opões culturais. A cidade tem mais peças de teatro do que em Nova York e três vezes mais livrarias. São 160 teatros, 110 museus, 260 salas de cinema, 600 espetáculos teatrais por ano, 40 centros culturais, sete parques temáticos, incluindo a Grande São Paulo, 64 parques e áreas verdes. São sete grandes casas de espetáculo e outras 300 salas para shows e concertos.

Pateo do Collegio

Memorial America Latina

Pinacoteca

Foto de José Cordeiro/SPTuris

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O turismo de compras também é muito forte na cidade que reúne os principais shoppings do país e a 8ª rua mais chique do mundo, a Oscar Freire. No total, São Paulo reúne 240 mil lojas, 80 shoppings, cerca de 60 ruas especializadas em mais de 50 segmentos.

Pinacoteca

Foto de Caio Pimenta/SPTuris

Foto de José Cordeiro/SPTuris

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Mas atividades ao ar livre vêm conquistando cada vez mais adeptos. Virou mania andar de bicicleta nas ciclofaixas ou correr no “minhocão” aos domingos. E os parques e áreas verdes não ficam atrás dos museus em número de visitas de turistas, com 81%, ante 83% dos museus. Bares ou casas noturnas estão em terceiro, com 67%. A cidade tem também algumas das melhores baladas do mundo, incluindo a 8ª melhor: D-Edge. Teatros ficam com 56% e casas de shows com 37%.

Para conhecer tudo o que a cidade oferece e se encantar com São Paulo, acesse o site: www.cidadedesaopaulo.com


Programa Mais Médicos

Para entidades médicas, programa Mais Médicos coloca em risco a saúde da população Luciana Oncken

A lei que institui o Programa Mais Médicos foi publicada na edição do dia 23 de outubro no Diário Oficial da União. O texto havia sido sancionado no dia anterior pela presidente Dilma Rousseff, em cerimônia no Palácio do Planalto. Criado por medida provisória editada em julho e aprovada em meados de outubro pelo Congresso Nacional, o programa diz ter o objetivo de levar médicos para regiões consideradas prioritárias e com carência desses profissionais, como as periferias das grandes capitais e o interior do país. O programa também diz que visa aprimorar a capacitação dos profissionais. Alvo de críticas das principais entidades médicas do país, principalmente por contratar profissionais estrangeiros sem a necessidade de passar pela revalidação do diploma, a proposta enviada pelo governo foi alterada pelos parlamentares durante a tramitação no Congresso. Uma das mudanças transferiu para o Ministério da Saúde a responsabilidade de emitir o registro provisório para que os médicos com diplomas do exterior possam trabalhar no programa. Atribuição esta que era dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Com a mudança, todos os estrangeiros participantes do programa começam a receber o registro, que é uma declaração provisória para exercer suas atividades nos municípios até que a cartei-

Com informações do CFM, Agência Brasil e Agência Estado

ra fique pronta. A carteira funcionará como uma cédula de identidade médica, elaborada especificamente para o programa, com validade de três anos, autorizando o exercício da medicina exclusivamente na atenção básica, em atividades do programa e apenas nos municípios para onde os profissionais foram designados. O nome da cidade vai constar na identificação. Para o Conselho Federal de Medicina, ao permitir que médicos formados em outros países atuem no Brasil antes de aprovação em exame de revalidação de diplomas de Medicina obtidos no exterior (Revalida), o Governo cria duas categorias de profissionais: os de primeira linha, com graduação em universidades nacionais ou com diplomas revalidados, que podem atender em qualquer localidade; e os de segunda linha, sem competência devidamente avaliada, com atuação restrita ao Programa Mais Médicos e sem condições de responder com plenitude às exigências da população. “No Brasil, o currículo das escolas médicas prioriza a formação de médicos em condições de responder às diferentes necessidades da população: desde uma simples consulta até um atendimento de urgência, como emergências cardíacas, comuns nos prontos-socorros. Oferecer indivíduo com perfil distinto é iludir os moradores das áreas mais carentes, pois se houver um caso grave

esse médico de segunda linha terá dificuldades em agir, podendo, inclusive, causar até danos maiores”, alerta o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d’Avila. Um levantamento realizado pelas entidades mostra que 48 profissionais que já atuam no Mais Médicos estão entre os 1.440 candidatos reprovados na primeira fase no Revalida deste ano. Eles estão lotados em postos de saúde de 36 municípios de 15 Estados, a maior parte em São Paulo. “Essa situação expõe os pacientes a risco. É uma operação irresponsável. Um indivíduo investido do cargo de médico tem a autoridade de definir como um cidadão vai tratar uma doença. Se não for preparado para tanto, pode deixar esse doente ainda mais vulnerável”, destaca o primeiro secretário do CFM, Desiré Callegari. O Revalida, criado por meio de uma portaria interministerial, em 2010, vem sendo aplicado anualmente desde então. Os percentuais de aprovação não passam de 13% e apontam as carências na formação dos candidatos, como desconhecimento de sintomas, técnicas e procedimentos exigidos de um egresso de uma escola médica brasileira que ainda não passou por uma especialização. Ele é aplicado em 36 universidades públicas de todo o país. As provas são realizadas uma vez por ano em duas etapas: ava-

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Programa Mais Médicos liação escrita - composta por uma prova objetiva e uma prova discursiva; e avaliação das habilidades clínicas. Para se ter uma ideia, este ano, apenas 9,7% dos candidatos habilitaram-se para a última fase o que, para o CFM, demonstra despreparo técnico-científico de grande parte desses profissionais. Até abril de 2014, o objetivo do Governo é atingir a meta de 13 mil médicos. E o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse no início de novembro, que, se for necessário, poderá assinar um termo aditivo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para trazer mais médicos cubanos, além dos quatro mil já contratados, para participar do programa. A declaração foi feita após a chegada em Brasília, de um grupo de 215 profissionais vindos de Havana, recebidos pelo ministro no aeroporto. Até lá, o governo vai “avaliando mês a mês”, disse, sem detalhar quantos cubanos poderão vir a mais. A vinda de profissionais de Cuba recebeu críticas pelo fato de o pagamento ser feito à Opas, que repassa ao governo cubano, que então remunera os profissionais. Os demais médicos do programa recebem, cada um, R$ 10 mil, pagos diretamente em suas contas bancárias, além de ajuda de custo. Pelos quatro mil médicos da ilha, o governo desembolsará R$ 511 milhões até fevereiro de 2014. Atualmente, segundo o ministério, 3,6 mil profissionais participam do Mais Médicos – 819 brasileiros e 2,8 mil estrangeiros. De acordo com a pasta, o programa vai totalizar 2013 com mais de 6,6 mil profissionais.

Nacionalidade do Candidato País Inscritos Aprovados Percentual de Aprovação 2011 2012 2011 2012 2011 2012 Brasil 393 560 31 42 7,9% 7,5% Bolívia 119 156 4 10 3,4% 6,4% Peru 46 39 3 5 6,5% 12,8% Colômbia 22 30 6 3 27,3% 10,0% Argentina 20 10 6 2 30,0% 20,0% Cuba 16 16 3 4 18,8% 25,0% Venezuela 7 11 3 3 42,9% 27,3% Diversos A. Latina 35 38 6 4 17,1% 10,5% Diversos Europa 13 20 2 4 15,4% 20,0% Diversos Ásia 3 1 0,0% 0,0% Diversos África 2 2 1 50,0% 0,0% América do Norte 1 1 0,0% 0,0% Total 677 884 65 77 9,6% 8,7% Origem do Diploma País Inscritos Aprovados Percentual de Aprovação 2011 2012 2011 2012 2011 2012 Bolívia 304 411 14 15 4,6% 3,6% Cuba 140 182 15 20 10,7% 11,0% Argentina 56 69 13 14 23,2% 20,3% Peru 45 33 5 5 11,1% 15,2% Colômbia 19 28 6 3 31,6% 10,7% Paraguai 17 50 1 2 5,9% 4,0% Espanha 16 26 0 5 0,0% 19,2% Venezuela 16 15 4 4 25,0% 26,7% Portugal 0 8 0 3 0,0% 37,5% Diversos A. Latina (9) 42 37 5 1 11,9% 2,7% Diversos Europa (10) 18 21 2 5 11,1% 23,8% Diversos Ásia (3) 2 1 0 0 0,0% 0,0% Diversos África (2) 2 0 0,0% 0,0% América do Norte (1) 2 1 0 0 0,0% 0,0% Total 677 884 65 77 9,6% 8,7% Fonte: INEP

Governo descumpre parte de acordo com CFM* No momento de sancionar a Lei 12.871/13, a Presidente vetou artigo que garantia carreira federal para o médico no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, ressalte-se, os outros pontos foram mantidos, como: • o direito dos Conselhos de Medicina de não registrar os médicos estrangeiros sem o Revalida, mantendo sua autonomia em respeito à legislação nacional estabelecida e à reciprocidade internacional; além disso, esses intercambistas não são considerados médicos pela lei brasileira; • a redução de seis para três anos do tempo de permanência no Programa Mais Médicos, com a exigência de aprovação no Revalida para os estrangeiros após o intercâmbio; • a manutenção da expedição de títulos de especialistas pelas Sociedades Médicas e a não formação de Fórum de Regulação Profissional em Saúde, que atuaria como agência controladora dos Conselhos; • a promessa da base aliada no Congresso de se empenhar pelo aporte de 15% do PIB (receita líquida), mesmo que no decorrer de três anos. *integra nota oficial do CFM 20

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Highlights

Highlights do Annual Meeting American Society of Reproductive Medicine (ASRM) Este ano foi em conjunto com a IFFS, realizado em Boston, em outubro de 2013  Endometriose Houve uma trilogia sobre endometriose. O primeiro tema abordado foi sobre Genética e Epigenética da endometriose, proferido por Grant Montgomery, de Brisbane, Austrália. Está claro que a doença é complexa e o risco de ser portadora é influenciado por fatores genéticos e ambientais. Taxas mais elevadas da doença são encontradas entre parentes de mulheres com endometriose, e estudos genéticos em gêmeos e em primatas não humanos confirmam esses dados. O principais pontos de investigação ainda são a determinação de quais os genes envolvidos, a fim de facilitar obviamente o diagnóstico e tratamento. Diversos genes candidatos foram apresentados, com numerosas revisões de literatura sobre eles. Infelizmente, os resultados não tem sido replicados de maneira homogênea, talvez devido a falta de poder estatístico dos estudos, pelas variantes da doença, dificuldades de diagnóstico e estadiamento e diferentes populações estudadas. Marcadores principais já foram identificados no cromossoma 10q26 e a associação de SNPs na região do citocroma P450 (CYP2C19), já que esse gene está bem envolvido no metabolismo de drogas e estrogênios. Também uma região do cromossoma 7p13-15 foi identificada como de risco, assim como outros genes estão associados à doença: HBA, SFRP4 e HOXA 10. Rui Alberto Ferriani

Presidente Eleito da SBE Gestão 2014-2016

Dados de estudos de Genome Wide Association (GWA) tem sido bastante úteis nos estudos genéticos de endometriose, e vários caminhos genéticos tem sido apresentados. Também a epigenética está relacionada a gênese da endometriose, pois alterações nas células, tecidos ou organismos poderiam levar a alterações celulares que predispõem à endometriose. Há várias evidências de alterações epigenéticas na endometriose, e o que tem sido mais recentemente focado é o fato de que alterações epigenéticas possam predispor mais ao risco

de câncer de ovário em portadoras de endometriose. Estudos futuros deverão incluir maiores populações com fenótipos bem definidos, o que possibilitará a determinação final de caminhos genéticos que possam realmente ser úteis do ponto de vista clínico. Uma palestra sobre as aplicações clínicas das células-tronco foi dada pelo professor Hugh Taylor, de New Haven. As células-tronco endometriais mostram um grande potencial de aplicações clínicas. Modelos animais já mostram resultados terapêuticos em

casos de S. de Asherman, assim como diferenciação em células pancreáticas, neuronais e cardíacas. O professor Mauricio Abrão, do Brasil, nos falou sobre a conduta diante de uma paciente com endometriose e dor, fazendo um balanço entre a indicação cirúrgica e a terapêutica clínica. Não há consenso sobre a melhor maneira de se tratar a paciente com doença peritoneal. Para a endometriose ovariana, as razões para se indicar a cirurgia passam pela presença de dor importante, o tratamento da infertilidade e a neces-

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Highlights sidade e possibilidade de se fazer um diagnóstico diferencial com doença maligna. Em geral, os tratamentos clínicos tem sido a primeira escolha, já que a taxa de recorrência é alta em ambas as modalidades, e é preferível sempre ser mais conservador.  Miomas Outra trilogia foi sobre miomas. Houve uma abordagem específica sobre a ciência básica relativa aos miomas, proferida pela professora Erica Marsh, de Chicago. Vários estudos genéticos e populacionais foram citados, com destaque para a mutação MED12 e vários microRNAs. As perspectivas terapêuticas dos moduladores seletivos de receptor de progesterona (SPRMs) foram apresentadas, mas ainda não há estudos clínicos avançados. As opções terapêuticas para os miomas foram abordadas pelo professor Michal Mara, da República Tcheca. Apesar de múltiplas abordagens mini-invasivas, a miomectomia permanece como método de escolha em mulheres com planos reprodutivos. Deveria ser considerada em casos de tumores solitários de até 7 cm,

intramurais ou subserosos com fácil acesso pela laparoscopia ou em miomas submucosos com até 5 cm elegíveis para ressecção transcervical. Essa recomendação é baseada em boa evolução clínica dos casos operados e baixa incidência de complicações. Citou as várias recomendações importantes para uma boa ressecção de miomas por laparoscopia usando sutura endoscópica, e o que ele ponderou é que a técnica em si da sutura não é o mais importante, mas sim o bom fechamento da cavidade nos casos que houver penetração intrauterina, em suturas com duas camadas e evitar coagulação extensa. Deve-se evitar concepção por cerca de 4 a 6 meses após a cirurgia. A decisão entre a miomectomia aberta e a laparoscópica depende essencialmente da experiência do cirurgião. Obviamente há limites relativos a local, tamanho e número de miomas, mas em geral a via laparoscópica é a preferencial, devido a menor invasibilidade e melhores resultados reprodutivos. Em algumas pacientes, especialmente com múltiplos miomas, a decisão pode e deve ser feita no in-

tra-operatório e o cirurgião deve estar preparado para ambas as abordagens. O dilema entre miomectomia e o tratamento não cirúrgico não é fácil. Em geral tratam-se de miomas volumosos que alterem a anatomia pélvica, deformando cavidade uterina e em casos sem outra causa de infertilidade ou falhas prévias sucessivas de reprodução assistida. Quanto aos outros métodos, foi citada a oclusão da artéria uterina por via laparoscópica usando eletrocirurgia bipolar, pinças ativadas por ultra-som ou ligaduras ou clips. Apresentou uma experiência de mais de 150 casos com bem pouca invasão e baixa complicação, incluindo baixa prevalência de complicações gestacionais, mas infelizmente a técnica não é suficiente para remover de vez os miomas, e apenas causa redução de seu volume. A embolização de artéria uterina mostra-se promissora mesmo em casos com desejo de gravidez, mas os resultados ainda não são muitos, e há relatos de maior incidência de diminuição de reserva ovariana e bloqueio da cavidade uterina.

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Highlights

Efficacy of melatonin in the treatment of endometriosis: a phase II, randomized, doubleblind, placebo-controlled trial Schwertner A. Conceição Dos Santos C.C. Costa G.D. Deitos A. de Souza A. de Souza I.C. Torres I.L. da Cunha Filho J.S. Caumo W.

O

tratamento medicamentoso da dor pélvica crônica associada à endometriose é, atualmente, baseado em drogas antinflamatórias, analgésicos, neurotrópicas além do bloqueio ovariano com contraceptivos ou análogos do GnRH. Frente ao baixo índice de sucesso destas medicações, o estudo de novas opções terapêuticas tornam-se necessárias.

Pain. 2013 Jun;154(6):874-81. doi:10.1016/j.pain.2013.02.025. Epub 2013 Mar 5. PubMed PMID: 23602498

Este estudo, realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, procurou avaliar o efeito da melatonina, comparado com placebo, no alívio dos

Para avaliar a eficácia da melatonina, os autores utilizaram a escala visual analógica de dor, a qualidade de sono, a dose necessária de analgésicos ou antinflamatórios durante o estudo, além da dosagem sérica do brain-derived neurothropic factor (BDNF).

Os resultados mostraram diminuição significativamente maior da intensidade da dor no grupo que usou melatonina. Os autores relatam que, quando compararam os dois grupos, o de medicação mostrou redução de dor em cerca de 39%. A utilização de medicação analgésica suplementar foi reportada por 42,2% das mulheres do grupo placebo e por 22,9% das do grupo de melatonina, o que corrobora o resultado observado na intensidade de dor.

Das mulheres que iniciaram o estudo, 17 do grupo melatonina e 19 do placebo finalizaram as oito semanas de medicação, sendo o abandono relacionado à persistência da dor pélvica crônica.

*

sintomas álgicos em mulheres com diagnóstico laparoscópico pregresso de endometriose. A melatonina é conhecida por seus efeitos antinflamatórios, antioxidantes, analgésico e antinociceptivo. A droga mostrou-se promissora em estudos com modelos animais com endometriose. Foram estudadas 40 pacientes com diagnóstico cirúrgico prévio de endometriose. 20 receberam medicação placebo e a outra metade melatonina na dose de 10mg/dia pelo período de oito semanas. No que se refere a qualidade de sono foi observado melhora significativa na qualidade de sono do grupo melatonina. Reportaram, também, diminuição significativa dos níveis séricos de BDNF, independente da intensidade da dor, no grupo tratado. Frente aos resultados, os autores concluem que a melatonina é uma droga promissora no tratamento da dor pélvica crônica associada à endometriose.

Artigo traduzido e comentado pelo Dr. Alexander Kopelman Pós graduando do setor de Algia Pélvica e Endometriose da UNIFESP

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Seja Sócio da SBE Ser sócio da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) significa fazer parte de uma Sociedade Médica voltada para uma série de objetivos, que visam capacitação do profissional médico ligado à saúde da mulher, não só com projetos relacionados à educação continuada, mas também com benefícios que o amparem em seu dia-a-dia. Ao ser filiada a associações internacionais como a Sociedade Mundial de Endometriose (WES) e a Associação Americana de Ginecologia Laparoscópica (AAGL), a SBE concederá diversos benefícios a seus associados como: descontos na filiação a estas importantes sociedades inter-

nacionais, participação em eventos com preços reduzidos e recebimento dos jornais de cada sociedade, entre outros. Além disso, estimulará a realização de estudos colaborativos, epidemiológicos e fará campanhas de divulgação e esclarecimento da doença em todo o País. Para associar-se, preencha esta ficha e encaminhe para a SBE. Em poucos dias, será enviada uma confirmação de sua afiliação. Ou, se preferir, acesse nosso site: www.sbendometriose.com.br e preencha nossa FICHA CADASTRAL ON-LINE. A SBE espera por você. Venha fazer parte da SBE.

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Notícias e Eventos

10 a 14 de novembro de 2013

04 a 07 de junho de 2014

24 a 26 de setembro de 2014

42nd AAGL Global Congress on Minimally Invasive Gynecology

10th AAGL International Congresso n Minimally Invasive Gynecology

23º Congresso Anual da Sociedade Européia de Endoscopia Ginecológica (ESGE)

Local: Barcelona, Espanha Informações: http://www.aaglbarcelona2014.com/

Local: Bruxelas, Bélgica Informações: http://www.esge.org/brussels-2014/welcome-address

29 de junho a 02 de julho de 2014

18 a 22 de outubro de 2014

Local: Gaylord National Resort and Convention Center, Washington D.C. Informações: www.aagl.org/annual-meeting/ 26 a 29 de março de 2014

61st Annual Scientific Meeting - SGI Local: Florença, Itália Informações: www.sgionline.org Março de 2014

2014 ISGE Annual Meeting Local: Dubai Informações: www.isge.org 23 a 27 de abril de 2014

Pacific Coast Reproductive Society Annual Meeting Local: Renaissance Esmeralda, Indian Wells, CA, USA Informações: www.pcrsonline.org 30 de abril a 03 de maio 2014

WES 2014

30ª Annual Meeting ESHRE Local: Monique, Alemanha Informações: http://www.eshre.eu/annual_meeting/page.aspx/11 19 a 23 de julho de 2014

SSR 2014 – Society for the Study of Reproduction Local: Grand Rapids, Michigan, USA Informações: www.ssr.org 24 a 27 de setembro de 2014

12º Congresso Brasileiro de Videocirurgia SOBRACIL Realização: Sociedade Brasileira de Videocirurgia - SOBRACIL Local: Centrosul - Florianópolis - SC Informações: http://www.sobracil.org.br/ congresso/

70ª Annual Meeting ASRM Local: Hawaii Convention Center Honolulu, Havai, USA Informações: http://www.asrm.org/ awards/detail.aspx?id=3315 6 a 8 de novembro de 2014

XXV Congresso Brasileiro de Reprodução Humana Local: Porto Alegre, RS Informações: http://www.sbrh.org.br/ 17 a 21 de novembro de 2014

43º AAGL Global Congress on Minimally Invasive Gynecology Local: Vancouver Convention Centre Vancouver, Canadá Informações: www.aagl.org/annual-meeting/

Local: WTC, São Paulo, SP Informações: http://endometriosis.ca/ world-congress/wce2014/

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Se você gostaria de ter seu evento divulgado na agenda cientifica da Revista SBE, envie os detalhes para o e-mail: secretaria@sbendometriose.com.br

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12TH WORLD CONGRESS ON ENDOMETRIOSIS 30 April to 3 May 2014 São Paulo, Brazil

Adding pieces to the puzzle of Endometriosis

Early bird registration deadline The early bird registration deadline is 20 December 2013. Registration is now open. Book early and take advantage of reduced rates!

www.endometriosis.ca/wce2014 For further information contact us at wce2014@endometriosis.ca 26

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An invitation to the world's largest congress on endometriosis

EARLY BIRD REGISTRATION DEADLINE The early bird registration deadline is 20 December 2013. Registration is now open. Book early and take advantage of reduced rates!

Standard Delegate

Early Bird

Standard

USD 630.00

USD 700.00

WES / SBE Member

USD 525.00

USD 575.00

Trainee

USD 315.00

USD 400.00

Student/Nurse/Support Organisation

USD 265.00

USD 300.00

www.endometriosis.ca/wce2014

WCE2014 VENUE World Trade Centre São Paulo Av. das Nações Unidas, 12551 - Brooklin Novo São Paulo, 04578-903 - Brazil

Dear Friends and Colleagues, We are proud to invite you to the 12th World Congress on Endometriosis: Adding pieces to the puzzle of endometriosis, 30 April - 3 May 2014 in São Paulo, Brazil. WCE2014 will provide a unique opportunity of concentrating into a few days the updated knowledge, the biological findings, and the global research perspectives on a chronic, inflammatory condition afflicting millions of young women and adversely impacting on fertility and health-related quality of life.

The World Congress of Endometriosis has always been a scientific meeting heavily biased towards presentations by delegates, rather than invited speakers. This congress is for you and by you. Together we will be adding pieces to the puzzle of endometriosis through:  

 

PARTNER ORGANISATIONS:               

AAGL American Society for Reproductive Medicine (ASRM) Associazione Italiana Endometriosi Onlus (AIE) Center for Endometriosis Care Endometriosis.org Endometriosis New Zealand Endometriosis Research Centre (ERC) European Society of Human Reproduction and Embryology (ESHRE) Japan Society of Endometriosis Journal of Endometriosis and Pelvic Pain Middle East Fertility Society Journal Nordic Federation of Societies of Obstetrics and Gynaecology Sociedad Española de Fertilidad Society of Laparoendoscopic Surgeons World Endometriosis Research Foundation (WERF)

  

3 – 5 post-graduate courses 10 main clinical and scientific seminars addressing current conundrums in endometriosis (all abstract driven, providing an opportunity to everyone in the community to be heard) 7 keynote lectures 3 industry-sponsored lunch symposia 100+ oral abstract presentations distributed over the 10 main seminars and 9 free communication sessions (addressing both clinical and scientific issues) 3 video sessions 350+ posters There will be awards for the best clinical and the best scientific presentations by researchers under the age of 40, as well as a prize for the best video presentation.

We look forward to welcoming you to a memorable experience in the multi-cultural city of São Paulo. You can contact us any time for more information at WCE2014@tfigroup.com. Sincerely,

Maurício Simões Abrão President 12th World Congress on Endometriosis (WCE2014)

Paolo Vercellini President World Endometriosis Society

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Na endometriose

Tratamento simples e eficaz

Indicado especificamente para o tratamento da endometriose Reduz lesões

1

Reduz de forma eficaz a dor Indicado para uso

2,4

a longo prazo

Adequada tolerabilidade

3

e segurança

2

ALLURENE® (DIENOGESTE) RG MS-1.7056.0088 INDICAÇÃO: TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE. CONTRA-INDICAÇÕES: DISTÚRBIO TROMBOEMBÓLICO VENOSO EM ATIVIDADE, PRESENÇA OU HISTÓRICO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR E ARTERIAL, DIABETES MELITUS COM ENVOLVIMENTO VASCULAR, PRESENÇA OU HISTÓRICO DE DOENÇA HEPÁTICA GRAVE ENQUANTO OS VALORES DA FUNÇÃO HEPÁTICA NÃO RETORNAREM AO NORMAL, PRESENÇA OU HISTÓRICO DE TUMOR HEPÁTICO (BENIGNO OU MALIGNO), SUSPEITA OU DIAGNÓSTICO DE NEOPLASIAS DEPENDENTES DE HORMÔNIOS SEXUAIS, SANGRAMENTO VAGINAL NÃO DIAGNOSTICADO, HIPERSENSIBILIDADE À SUBSTÂNCIA ATIVA OU A QUALQUER UM DOS COMPONENTES DA FORMULAÇÃO. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES: ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO COM ALLURENE®, DEVE-SE EXCLUIR A POSSIBILIDADE DE GRAVIDEZ. DURANTE O TRATAMENTO COM ALLURENE® A OVULAÇÃO É INIBIDA NA MAIORIA DAS PACIENTES. ENTRETANTO, ALLURENE® NÃO É UM CONTRACEPTIVO E CASO SEJA NECESSÁRIO PREVENIR A GRAVIDEZ, AS PACIENTES DEVEM SER ORIENTADAS A UTILIZAR MÉTODOS CONTRACEPTIVOS NÃO HORMONAIS (POR EXEMPLO, MÉTODO DE BARREIRA). COM BASE NOS DADOS DISPONÍVEIS, O CICLO MENSTRUAL RETORNA AO NORMAL DENTRO DE 2 MESES APÓS O TÉRMINO DO TRATAMENTO COM ALLURENE®. EM MULHERES COM HISTÓRICO DE GRAVIDEZ EXTRAUTERINA OU DE ALTERAÇÃO DA FUNÇÃO DAS TROMPAS, O USO DE ALLURENE® DEVE SER DECIDIDO APENAS APÓS CUIDADOSA AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO RISCO/BENEFÍCIO. COMO ALLURENE® É UM MEDICAMENTO QUE CONTÉM SOMENTE PROGESTÓGENO, DEVEM SER CONSIDERADAS AS PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS DE TODOS OS MEDICAMENTOS QUE CONTEM SOMENTE PROGESTÓGENO, EMBORA NEM TODAS ESTEJAM BASEADAS EM ACHADOS DOS ESTUDOS CLÍNICOS REALIZADOS COM ALLURENE®. CASO QUALQUER UMA DAS CONDIÇÕES/FATORES DE RISCO DESCRITAS A SEGUIR ESTEJA PRESENTE OU SE AGRAVE, DEVE-SE REALIZAR UMA ANÁLISE INDIVIDUAL DA RELAÇÃO RISCO/BENEFÍCIO ANTES DE INICIAR OU CONTINUAR O USO DE ALLURENE®: DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS; TUMORES; ALTERAÇÕES NO PADRÃO DE SANGRAMENTO; HISTÓRICO DE DEPRESSÃO; DESENVOLVIMENTO DE HIPERTENSÃO CLINICAMENTE SIGNIFICATIVA DIABETES MELITUS (SOBRETUDO HISTÓRICO DE DIABETES MELITUS GESTACIONAL); E OCORRÊNCIA FOLÍCULOS OVARIANOS PERSISTENTES (CISTOS OVARIANOS FUNCIONAIS). RECORRÊNCIA DE ICTERÍCIA COLESTÁTICA E/OU PRURIDO OCORRIDO ANTERIORMENTE DURANTE UMA GRAVIDEZ OU DURANTE O USO ANTERIOR DE ESTEROIDES SEXUAIS REQUER A DESCONTINUAÇÃO DE ALLURENE®. MULHERES COM TENDÊNCIA A MELASMA/CLOASMA DEVEM EVITAR EXPOSIÇÃO AO SOL OU RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA DURANTE O TRATAMENTO COM ALLURENE®. RECOMENDA-SE ACOMPANHAMENTO REGULAR, COM ATENÇÃO ESPECIAL À PRESSÃO ARTERIAL, MAMAS, ABDOME E ÓRGÃOS PÉLVICOS, INCLUINDO CITOLOGIA CERVICAL. ALLURENE® NÃO DEVE SER ADMINISTRADO A MULHERES GRÁVIDAS UMA VEZ QUE NÃO HÁ NECESSIDADE DE TRATAR A ENDOMETRIOSE DURANTE A GRAVIDEZ - CATEGORIA B – “ESTE MEDICAMENTO NÃO DEVE SER UTILIZADO POR MULHERES GRÁVIDAS SEM ORIENTAÇÃO MÉDICA OU DO CIRURGIÃO-DENTISTA”. A ADMINISTRAÇÃO DE ALLURENE® DURANTE A LACTAÇÃO NÃO É RECOMENDADA. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: INDUTORES OU INIBIDORES ENZIMÁTICOS INDIVIDUAIS (CITOCROMO P450); SUBSTÂNCIAS COM PROPRIEDADES DE INDUÇÃO ENZIMÁTICA (FENITOÍNA, BARBITÚRICOS, PRIMIDONA, CARBAMAZEPINA, RIFAMPICINA E POSSIVELMENTE TAMBÉM OXCARBAZEPINA, TOPIRAMATO, FELBAMATO, GRISEOFULVINA, NEVIRAPINA E ERVA-DE-SÃO JOÃO); SUBSTÂNCIAS COM PROPRIEDADES DE INIBIÇÃO ENZIMÁTICA (ANTIFÚNGICOS AZÓLICOS, CIMETIDINA, VERAPAMIL, MACROLÍDEOS, DILTIAZEM, INIBIDORES DA PROTEASE, ANTI-DEPRESSIVOS E SUCO DE TORONJA). COM BASE EM ESTUDOS DE INIBIÇÃO IN VITRO, É IMPROVÁVEL QUE HAJA INTERAÇÃO CLINICAMENTE RELEVANTE ENTRE ALLURENE® E O METABOLISMO DE OUTROS MEDICAMENTOS MEDIADO PELA ENZIMA DO CITOCROMO P450. O USO DE PROGESTÓGENOS PODE INFLUENCIAR OS RESULTADOS DE CERTOS EXAMES LABORATORIAIS, INCLUINDO PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DO FÍGADO, TIREÓIDE, FUNÇÃO RENAL E ADRENAL, NÍVEIS PLASMÁTICOS DE PROTEÍNAS (CARREADORAS), POR EXEMPLO, FRAÇÕES LIPOPROTEICAS/LIPÍDICAS, PARÂMETROS DO METABOLISMO DE CARBOIDRATADOS E PARÂMETROS DA COAGULAÇÃO E FIBRINÓLISE. DE MODO GERAL, AS ALTERAÇÕES PERMANECEM DENTRO DA FAIXA LABORATORIAL NORMAL. POSOLOGIA: UM COMPRIMIDO POR DIA SEM INTERVALO DE PAUSA, TOMADO, PREFERENCIALMENTE, NO MESMO HORÁRIO TODOS OS DIAS, COM UM POUCO DE LÍQUIDO, SE NECESSÁRIO, INDEPENDENTEMENTE DE SANGRAMENTO VAGINAL. AO TÉRMINO DE UMA CARTELA, A PRÓXIMA DEVE SER INICIADA, SEM INTERRUPÇÃO. A INGESTÃO DOS COMPRIMIDOS PODE SER INICIADA EM QUALQUER DIA DO CICLO MENSTRUAL. REAÇÕES ADVERSAS: FREQUENTES: CEFALEIA, DESCONFORTO NAS MAMAS, HUMOR DEPRIMIDO, ACNE, NÁUSEA, AUMENTO DE PESO, DOR ABDOMINAL, CISTO OVARIANO, CONDIÇÕES ASTÊNICAS, FLATULÊNCIA, FOGACHOS, DISTÚRBIOS DO SONO, IRRITABILIDADE, SANGRAMENTO UTERINO/VAGINAL INCLUINDO GOTEJAMENTO, NERVOSISMO, PERDA DE LIBIDO, ALOPECIA, DOR NAS COSTAS, DISTENSÃO ABDOMINAL, VÔMITO, ENXAQUECA, HUMOR ALTERADO. POUCO FREQÜENTES: RESSECAMENTO VULVOVAGINAL, DESEQUILÍBRIO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO, CANDIDÍASE VAGINAL, PELE SECA, ANSIEDADE, DEPRESSÃO, DISTÚRBIO DA ATENÇÃO, CONSTIPAÇÃO, DESCONFORTO ABDOMINAL, INFLAMAÇÃO GASTRINTESTINAL, HIPERIDROSE, PRURIDO, DIARRÉIA, INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO, CORRIMENTO GENITAL, DOR PÉLVICA, EDEMA, ANEMIA, DIMINUIÇÃO DE PESO, AUMENTO DE APETITE, OLHO SECO, ZUMBIDO, DISTÚRBIOS INESPECÍFICOS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO, PALPITAÇÕES, HIPOTENSÃO, DISPNÉIA, HUMOR ALTERADO, GENGIVITE, HIRSUTISMO, ONICÓLISE, CASPA, DERMATITE, CRESCIMENTO ANORMAL DE PÊLOS, REAÇÃO DE FOTOSSENSIBILIDADE, DISTÚRBIO DE PIGMENTAÇÃO, DOR NOS OSSOS, ESPASMOS MUSCULARES, DOR NA EXTREMIDADE, PESO NAS EXTREMIDADES, VULVOVAGINITE ATRÓFICA, MASSA MAMÁRIA, DOENÇA FIBROCÍSTICA DA MAMA, ENDURECIMENTO DA MAMA. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SAC 0800 7021241. VE0211-CCDS4. REFERÊNCIAS: 1. KÖHLER G, FAUSTMANN TA, GERLINGER C, SEITZ C, MUECK AO. A DOSE-RANGING STUDY TO DETERMINE THE EFFICACY AND SAFETY OF 1, 2, AND 4MG OF DIENOGEST DAILY FOR ENDOMETRIOSIS. INT J GYNAECOL OBSTET 2010; 108: 21 -25. 2. KÖHLER G, GORETZLEHNER G, BRACHMANN K. LIPID METABOLISM DURING TREATMENT OF ENDOMETRIOSIS WITH THE PROGESTIN DIENOGEST. ACTA OBSTET GYNECOL SCAND 1989; 68. 3. PETRAGLIA F, ET AL. REDUCED PELVIC PAIN IN WOMEN WITH ENDOMETRIOSIS: EFICACY OF LONG-TERM DIENOGEST TREATMENT. ARCH GYNECOL OBSTET (2012) 285:167 -173 . 4. STROWITZKI T, FAUSTMANN T,GERLINGER C, SEITZ C. DIENOGESTE IN THE TREATMENT OF ENDOMETRIOSIS- ASSOCIATED PELVIC PAIN: A 12-WEEK, RANDOMIZED, DOUBLE-BLIND, PLACEBO-CONTROLLED STUDY. EUR J OBST GYNECOL REPROD BIOL 2010.

CONTRAINDICAÇÕES: DISTURBIOS CARDIOVASCULARES, DIABETES MELLITUS COM ENVOLVIMENTO VASCULAR. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: ANTICONVULSIVANTES, ANTIFÚNGICOS AZÓLICOS, ANTIDEPRESSIVOS. 28

SBE | v. 15 | nº 4 | Out • Nov • Dez • 2013

Material destinado exclusivamente aos profissionais da saúde www.bayerpharma.com.br L.BR.WH.2012-07-30.0837 Código: 85121724


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