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7. TIPOS DE ALTERAÇÕES EFETUADAS PELOS COPISTAS

EXEGESE BÍBLICA

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TIPOS DE ALTERAÇÕES EFETUADAS PELOS COPISTAS

Pelo fato ainda não possuirmos as introduções e os apêndices de ambas as edições em português, apresentamos a seguir uma síntese das principais informações. As variantes entre os manuscritos geralmente podem ser explicadas de duas maneiras: elas originaram-se de alterações involuntárias ou intencionais. As alterações involuntárias compreendem todas as modificações não intencionais provocadas no texto. Dentre elas podemos destacar:

a) Equívocos visuais - devido à semelhança que existe entre algumas letras do alfabeto grego, os copistas, involuntariamente trocavam algumas palavras.

Por exemplo, em Romanos 6.5 a conjunção adversativa alla (“mas, porém”) foi confundida por alguns copistas com o advérbio ama (ao mesmo tempo).

De fato, os dois termos são muito parecidos em escrita continua maiúscula:

ADDA e AMA!

b) Equívocos auditivos - algumas vezes os textos eram ditados para os copistas, que involuntariamente trocavam uma mesma pronuncia grega para vogais com ditongos diferentes. Por exemplo, em (1 Coríntios 15.54), ao invés da palavra “tragada foi a morte na vitória” alguns manuscritos apresentam o texto: “tragada foi a morte no conflito”. Caso semelhante ocorre em (1 Coríntios 13.3), onde, ao invés de “entrego meu corpo para gloriar-me”, certos manuscritos escreveram: “entrego meu corpo para queimar”.

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c) Equívocos mentais - a mente exerce grande influência na composição do texto, se a mente do copista não estava em condições adequadas, conseqüentemente a substituição podem ocorrer omissões e inversões de palavras. Por exemplo, em (Marcos 1.4), o texto diz: “e veio João, o Batista, no deserto e pregava arrependimento...” foi modificado para “e veio João no deserto, batizando e pregando arrependimento...”.

As alterações intencionais compreendem todas aquelas que os copistas efetuaram conscientemente nos textos. Como exemplo, citamos: a) Harmonizações - ocorrem, sobretudo, entre textos dos evangelhos sinóticos.

Quando as diferenças entre os textos dos evangelhos não eram consideráveis, costumava-se harmonizar seu conteúdo. No aparato Nestle-Aland, as harmonizações vêm assinaladas pela anteposição da sigla p. Em (Marcos 2.16), por exemplo, alguns manuscritos lêem: “por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores?”, ao invés de “por que come e bebe ele com publicanos e pecadores?”. A leitura com os verbos na segunda pessoa do plural é claramente uma harmonização com o texto de (Lucas 5.30). b Correções de ortografia, gramática e estilo - em (Marcos 1. 12) alguns manuscritos apresentam “foi conduzido ao deserto” (com dativo), enquanto que outros escrevem com acusativo: “foi conduzido para o deserto”. c) Correções explicativas ou doutrinárias - alguns manuscritos procederam a uma correção doutrinária em (Lucas 1.3.) ao texto “a mim também pareceu conveniente... escrever-te” acrescentam uma referência ao Espírito

Santo, ficando a leitura assim: “a mim e ao Espírito Santo também pareceu conveniente... escrever”. Com este acréscimo, os copistas podiam dar a entender que o evangelho foi escrito por Lucas divinamente inspirado. Outra correção doutrinária pode-se verificar em (Mateus 24.36): “Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu nem o Filho, mas só o Pai”. Alguns manuscritos apresentam este versículo sem a referência ao Filho, para que o texto conflitasse com a onisciência de Jesus.

d) Acréscimos com complementos naturais e interpolações de notas

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marginais - em (Mateus 27.41), por exemplo, alguns manuscritos acrescentam “fariseus” após a menção dos “escribas”, ficando o texto assim: “Do mesmo modo, também os chefes dos sacerdotes, juntamente com os escribas, fariseus e anciãos, caçoavam dele”. e) Correções geográficas e históricas - em (Mateus 23.35), a omissão de

“filho de Baraquias” no códice sinaítico (a) pode-se explicar pelo fato de esta informação contradizer (2 Crônicas 24.20), em que Zacarias é apresentado como sendo o filho de Joiada. Em (João 1.28), Orígenes e vários manuscritos testemunharam, ao invés de “Betânia”, a palavra “Betabara”. Esta modificação visava corrigir um eventual erro geográfico, pois, a localidade de “Betânia”, referida ainda em (João 11.18), não ficava “do outro lado do Jordão”, mas próximo de Jerusalém.

O estudo comparativo dos numerosos manuscritos levou à descoberta de alguns tipos específicos de texto, que se caracterizam, sobretudo, por apresentarem tendências homogêneas na transmissão do texto, e por decorrerem em regra de conferências feitas em centros expressivos de difusão do cristianismo.

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