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Ezequiel

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Referências

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LIVROS PROFÉTICOS

Ezequiel é um profeta do exílio, fora levado para a Babilônia entre a primeira e a última deportação de Judá (2 Reis 24.11-16). O nome de seu pai era Buzi, da linhagem sacerdotal, provavelmente pertencia a classe social alta suficiente para ser incluído entre os reféns que Nabucodonosor levou para a Babilônia em 597 a.C. Foi chamado para o seu ministério profético por volta de 592 a.C. (o quinto ano do cativeiro do rei Jeoaquim) quando tinha ele mesmo uns trinta anos de idade. Seu casamento feliz terminou com a morte de sua esposa (Ezequiel 24.16). Tornou-se um pregador famoso entre os exilados e freqüentemente o povo vinha para ouvi-lo, inclusive muitos anciãos de Israel. Seu último discurso é datado de 571 a.C., o vigésimo sétimo ano do cativeiro de Jeoaquim.

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Diferindo dos profetas pré-exílicos, cujo ministério foi principalmente junto a Judá ou junto ao reino das dez tribos, ou junto a ambos, Ezequiel foi a voz do SENHOR para “toda a casa de Israel”. Em notável contraste com Jeremias, todo o material na profecia de Ezequiel está arranjado em ordem cronológica conforme Deus a revelou.

A destruição de Jerusalém e sua restauração. Como os habitantes de Jerusalém, os exilados apegados aos falsos profetas, acreditavam obstinadamente que a cidade de Jerusalém não seria invadida e que logo eles retornariam à sua terra. Já que Deus havia escolhido Jerusalém para sua morada e já que ele mesmo a defendeu no passado, não seria diferente dessa vez. Entretanto, o profeta Ezequiel os advertiu que o castigo era certo, por causa de suas transgressões, e que o exílio babilônico fora usado por Deus para corrigir os rebeldes e afastá-los de sua vil maneira de viver. Muitos não deram crédito à suas palavras, e em pouco tempo viram e ouviram que a cidade do grande rei (Jerusalém) fora destruída e o restante do povo foi levado cativo. Cumprida a profecia, a mensagem profética toma outro rumo, o profeta passa a consolar os desterrados dando-lhes promessas de libertação futura e retorno à terra de seus pais. Dois temas teológicos agem como um equilíbrio no pensamento do profeta. Na doutrina do homem, em Ezequiel, ele colocou a ênfase

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no dever pessoal (18.4: “a alma que pecar, essa morrerá”). Por outro lado, ele enfatizou a graça divina no renascimento da nação. O arrependimento do remanescente fiel entre os exilados resultaria na recriação de Israel a partir dos ossos secos (37.11-14).

Este Livro apresentou dificuldades para ser incluído dentro do cânon judaico, devido às visões relativas ao Templo, narradas nos capítulos 40 a 48. Tanto as dimensões, quanto os detalhes estruturais diferem do Templo de Salomão. Mesmo os sacrifícios não estão de acordo com as Leis sacerdotais. Essa foi a raiz das controvérsias.

Tal situação, todavia não representa grande dificuldade levando em conta que Ezequiel era um sacerdote e essas discrepâncias não estavam ali por engano. Mesmo que nem todos aceitem essa posição, o mais provável é que seja uma descrição futura do Templo. Não apenas uma descrição do Templo erguido por Zorobabel e reformado por Herodes, o Grande, mas ainda o Templo em um período futuro, no Milênio. A riqueza de detalhes é imensa e o tom escatológico deixa transparecer a situação dos tempos finais, além do contexto da história atual. Isso não é nenhuma coisa espantosa para um profeta de Israel.

Outros, utilizando método de interpretação alegórico têm traçado paralelos entre o Templo de Ezequiel e a Igreja no Novo Testamento. Tal comparação evita certas dificuldades criadas por um entendimento literal milenar, mas cria barreiras intransponíveis. Nem tudo é resolvido definitivamente. De qualquer forma, a vivacidade da descrição não pode ser ignorada e os estudiosos com certeza podem tirar muitas riquezas espirituais dessa porção do livro de Ezequiel.

ESBOÇO DE EZEQUIEL

I. O início da visão e chamada de Ezequiel (1.1–3.21)

a) Visões introdutórias (1.1–28) b) O encargo dos profetas (2.1–3.21)

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II. Profecias e visões sobre a destruição de Jerusalém (3.2–24.27)

a) Oráculos de julgamento (3.22–7.27) b) Visões de idolatria no templo (8.1–11.25) c) O exílio e cativeiro de Judá (12.1–24.27)

III. Oráculos da ruína contra nações estrangeiras (25.1–32.32)

a) Contra Amom (25.1–7) b) Contra Moabe (25.8–11) c) Contra Edom (25.12–14) d) Contra a Filistia (25.15–17) e) Contra Tiro (26.1–28.19) f) Contra Sidom (28.20–26) g) Contra Egito (29.1–32.32)

IV. Profecias de restauração (33.1–48.35)

a) Ezequiel como vigia (33.1–33 b) Deus como Pastor (34.1–31) c) Julgamento contra Edom (35.1–15) d) Restauração de Israel (36.1–37.28) e) Julgamento contra Gogue (38.1–39.29) f) Restauração do templo (40.1–46.24) g) Restauração da terra (47.1–48.35)

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