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Naum

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Habacuque

Habacuque

LIVROS PROFÉTICOS

Naum era natural da cidade de Elcós, cidade cuja localização é desconhecida, que os estudiosos têm colocado em lugares variados. Existem pelo menos quatro opiniões diferentes sobre a localização da cidade. De qualquer forma parece que o profeta pertencia ao Reino do Sul, Judá.

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Sua mensagem é monotemática, se destina unicamente à cidade de Nínive, capital do Império Assírio e grande metrópole da antiguidade. O seu Livro forma uma seqüência com o Livro de Jonas. O arrependimento no tempo de Jonas adiou o juízo de Deus por cerca de um século. A profecia de Naum pode ser datada entre a destruição de Tebas ou Nô (3.8) por Assurbanipal em 666 a.C., e a captura de Nínive pelos babilônios e os seus aliados em 612 a.C. O estilo de Naum é de poesia lírica da mais alta qualidade, que alguns têm considerado como o mais apaixonado de todos os profetas. Todos têm de concordar que suas mensagens são vivas e impetuosas.

Ele começa sua mensagem fazendo uma referência ao caráter de Deus. Dizer que ele era “tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado não tem por inocente” (1.3) era uma forma de relacionar o caráter dele e o julgamento que viria sobre Nínive. Sua predição quanto ao destino da cidade é exata. Cumpriu-se literalmente sobre a capital Assíria. Deus transformaria aquela cidade em ruína e acabaria de uma vez com o lugar de Nínive, (1.8) “Não há cura para tua ferida, tua chaga é mortal” (3.19).

Curiosamente, a profecia bíblica vai falar de rios e de inundação. Em Naum (1.7) ele afirma que destruiria Nínive, com uma inundação transbordante e em (2.6) ele diz: “As portas do rio se abrem e o palácio se derrete”. Cumprindo-se exatamente esta predição, no ano de 612 a.C., as tropas babilônicas, medas e citas achavam-se acampadas próximas à cidade, contudo sem poder entrar. O rei Sin-char-ichkun, em seu sentimento de invencibilidade, banqueteava-se com seus principais, comendo e embriagando-se ignorando completamente a palavra do profeta que anos antes havia decretado: “Pois ainda que eles se entrelacem com

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os espinhos, e se saturem de vinho como bêbados, serão inteiramente consumidos como palha” (1.10).

Na própria cidade de Nínive havia um provérbio que dizia: “Nenhum inimigo jamais tomara Nimus [um de seus nomes] de surpresa a menos que o rio se torne o primeiro inimigo da cidade”. Sardanápalo, então general, considerou que isto jamais aconteceria. Todavia, a ação dos rios contada. A mão divina entrava mais uma vez na história para ditar seus rumos. Fortes chuvas fizeram o rio transbordar de tal forma e com tal força que desmoronou boa parte dos muros e inundou parte da cidade.

Os muros estavam quedados, a brecha fora aberta e o inimigo agora penetrava em Nínive. Sobre ela pesava o martelo da Palavra divina: “As tuas tropas no meio de ti são como mulheres! As portas da tua terra estão de todo abertas ao teu inimigo, o fogo consome os teus palácios” (3.13). O rei entrou em pânico. Perdeu todas as esperanças e ordenou que seus bens reais, bem como suas concubinas e servos fossem colocados numa área do palácio, e, lacrando-o, pôs fogo nele e o destruiu totalmente. Cumpria-se a profecia. O golpe definitivo fora dado sobre a Assíria com a espada de Deus. Nunca mais haveria de levantar-se. Não pode escapar da ordenação divina. “O fogo ali te consumirá; a espada te exterminará e, como gafanhoto, te consumirá” (3.15).

Ao escavar aquelas ruínas, aproximadamente vinte e cinco séculos depois, Layard pôde contemplar as cinzas deixadas pelo incêndio que destruiu a cidade. Era mesmo difícil de crer que ali havia a grande cidade de Nínive, com inúmeros palácios, templos, casas e estátuas, sede de um grande império, dominador de todo o Crescente Fértil. O arqueólogo inglês, após desvendar toda a história soterrada, podia mais do que qualquer homem, entender a seriedade da mensagem divina, através do profeta Naum, o elcosita.

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ESBOÇO DE NAUM

I. O veredicto de Deus (1.1–15)

a) O zelo de Deus (1.2–6) b) A bondade de Deus (1.7) c) O julgamento de Nínive (1.8–14) d) A alegria de Judá (1.15) e) A vingança de Deus (2.1–13) f) A destruição de Nínive (2.1–12) g) A declaração do Senhor (2.13)

II. A vitória de Deus (3.1–19)

a) Os pecados de Nínive (3.1–4) b) O cerco de Nínive (3.5–18) c) A celebração sobre Nínive (3.19) LIVROS PROFÉTICOS

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