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Sofonias

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Naum

Naum

LIVROS PROFÉTICOS

Nada se sabe a respeito de Sofonias, exceto o que se encontra em seu escrito. Era filho de Cusi, da descendência de certo Ezequias, provavelmente do Rei Ezequias (1.1), o que faria dele o único profeta de sangue real. Essa teoria se torna ainda mais provável uma vez que ele parece morar em Jerusalém, pois se refere a ela como “este lugar” (1.4) e faz uma descrição da cidade com detalhes que pressupõe um conhecimento pessoal amplo. As evidências internas do Livro indicam que ele profetizou durante o reinado do rei Josias, provavelmente antes do grande reavivamento de 621 a.C. A situação moral e espiritual de seu contexto é muito ruim, resultado dos reinados ímpios dos reis Amon e Manassés. Movido por esse declínio moral do seu tempo, ele previu a queda de Jerusalém, que, em sua inspirada visão, tornou-se uma figura do “dia do SENHOR”. Não apenas isso, mas ele também previu o juízo dos gentios e a restauração de Israel no Reino Messiânico.

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O tema principal de Sofonias é o “dia do SENHOR”, um acontecimento futuro que ele descreve com vivo poder. Sofonias usa o termo, “o dia do SENHOR”, mais do que qualquer outro profeta; mas ele também roga a Judá que “busque o SENHOR” para que possam “esconder-vos no dia da ira do SENHOR” (2.3). A expressão “Dia do Senhor” aparece sete vezes neste pequeno Livro. Se considerarmos as referências a “o Dia”, esse número aumenta para treze, demonstrando a importância que o tema adquire.

Alguns acreditam que sua profecia se refere à invasão súbita e devastadora dos citas, povo da região do Mar Negro que fizeram um ataque rápido na região do Cáucaso em cerca de 630 a.C., e vieram varrendo a região da Média e da Assíria. Conforme o historiador Heródoto, eles teriam saqueado a Síria e ameaçado o Egito de tal maneira que o Faraó teve de comprar a paz. Este flagelo de nômades guerreiros servia como uma advertência a Israel, avisando a proximidade do “Dia do Senhor”, um tema profético recorrente nessa literatura do Antigo Testamento.

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De forma semelhante a outros profetas bíblicos e principalmente aos profetas maiores, Sofonias também profetiza para outras nações, declarando que a Filistia sentiria o peso da mão de Deus e que Moabe e Amon seriam aniquiladas semelhante a Sodoma. Etiópia e Assíria também são alcançadas pela palavra de Sofonias e mais especificamente Nínive, capital do Império Assírio.

Há um apelo ao arrependimento e uma ordem para se buscar ao Senhor, vem como a humildade (ou mansidão). Este apelo foi respondido pelos simpatizantes do rei Josias apesar de não terem ficado no poder após a morte súbita de seu herói na batalha de Medido contra o Faraó Neco (609 a.C.).

Algumas passagens de Sofonias parecem fazer referência ao Milênio, como na bem-aventurança final de Israel: “Os restantes de Israel não cometerão iniqüidade, nem proferirão mentira e na sua boca não se achará língua enganosa; porque serão apascentados, deitar-se-ão e não haverá quem os espante” (3.13). A era futura será de fé universal, e todas as nações, inclusive as “de além dos rios da Etiópia”, servirão ao Senhor com consentimento comum, falando a mesma linguagem da fé (3.9-10).

Em Sofonias um dos elementos da profecia hebraica se torna notável. Eventos e oráculos dirigidos a Judá e nações circunvizinhas adquirem um colorido de advertência universal, que transcende os limites geográficos e históricos para compor os grandes temas da escatologia bíblica.

ESBOÇO DE SOFONIAS

I. O dia do julgamento contra Judá (1.2–13)

a) O julgamento sobre toda a criação (1.2–3) b) Contra os líderes religiosos (1.4–7) c) Contra os líderes políticos (1.8–9) d) Contra os líderes do comércio (1.10–11) e) Contra os descrentes (1.12–13)

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II. O dia do Senhor (1.14–18)

a) Próximo e se aproxima rapidamente (1.14) b) Um dia de indignação (1.15–16) c) A terra inteira para ser destruída (1.18)

III. Um chamado ao arrependimento (2.1–3)

a) Um chamado para congregar (2.1–2) b) Um chamado pra buscar o Senhor (2.3)

IV. O dia do julgamento contras as nações circunvizinhas (2.4–15)

a) Aos da borda do Mar—filisteus (2.4–7) b) Aos do Oriente—Moabe e Amom (2.8–11) c) Aos do Sul—Etiópia (2.12) d) Aos do Norte—Assíria (2.13–15) V. O dia do Julgamento contra Jerusalém (3.1–7)

a) Contra os líderes (3.1–4) b) O Senhor é justo, no meio dela (3.5) c) Jerusalém não mudou (3.6–7)

VI. Um remanescente fiel (3.8–20)

a) Falar com pureza e honestidade (3.8–13) b) Os juízos são afastados, e os inimigos são exterminados (3.4–15) c) O Senhor se regozijando (3.16–17) d) O povo restaurado (3.18–20)

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