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Habacuque

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Obadias

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Habacuque, cujo nome significa “abraço”, profetizou a Judá quanto à invasão iminente dos caldeus (1.6). Não há qualquer identificação de sua linhagem ou mesmo do lugar de seu nascimento.

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Os nobres de Judá, aliados aos líderes espirituais e outros, estavam inescrupulosamente oprimindo e roubando o povo. Tinham, portanto que ser punidos através da instrumentalidade dos caldeus. É importante notar que a nobreza foi a primeira parte a população a ser levada ao cativeiro nas duas deportações preliminares de 605 e 597 a.C., feita por Nabucodonosor, conforme pode-se observar no Livro do profeta Daniel. A maior parte da população, pertencente às classes mais humildes foi deixada na terra até a terceira deportação de 586 a.C.

Depois disso o profeta percebe que os caldeus se constituíram num problema difícil de conciliar com a doutrina da santidade de Deus, sendo um povo sanguinário, sem compaixão e sem a mínima reverência pela lei moral. Ao invés de cair no cinismo, o profeta dá um exemplo muito saudável de espera pelo Senhor (2.1). Finalmente ele compreende que o pecador orgulhoso que confia em si mesmo será condenado e seu tempo está próximo. Somente o justo fiel ficará em pé, justificado, no julgamento do Senhor. (2.4). Essa é a única referência à palavra fé no Antigo Testamento e essa expressão “o justo por sua fé viverá” se torna o grande grito do Evangelho e a grande verdade resgatada pela Reforma Protestante no século XVI. Dessa forma o conflito interno de um profeta e a resposta que obtém de Deus, torna-se uma poderosa verdade a transformar o mundo. Habacuque ainda manifesta a sua confiança de que Deus tomou nota do pecado dos caldeus e vindicará gloriosamente no final, ao trazer julgamento à sua terra (capítulo 2)

Habacuque foi um homem de natureza profundamente meiga e de um caráter espiritual. Ele manifestou um grande amor por seu povo, cumprindo a posição de atalaia para eles. Suas perguntas e dúvidas surgiram de seu zelo pela santidade e justiça de Deus. O profeta ficou perplexo vendo de Deus permitir o mal em Judá e

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ainda mais quando Deus usou a Babilônia como vara de correção para com o seu povo. Ele pronunciou cinco ais contra os caldeus, manifestando o caráter julgador de sua profecia:

Por causa do orgulho e ambição (2.6–8) Por causa do orgulho e cobiça (2.9–11) Por causa da crueldade (12–14) Por causa da bebedeira (2.15–17) Por causa da idolatria (2.18–20)

Habacuque irrompe com este salmo de santo regozijo e rememora os dias do Êxodo, da Conquista e a época dos Juízes. Recordando os acontecimentos do passado nos quais, Deus de maneira semelhante, vindicou seu caráter de retidão e demonstrou sua soberania perante o mundo. Sua fé e amor inabaláveis ficaram fortemente expressos (3.17-19), onde ele coloca sua devoção acima de qualquer dificuldade que possa surgir.

Sua profecia tem vários aspectos singulares. O estilo com que ele aborda o assunto é digno de nota. Ao invés de se dirigir à nação diretamente como porta-voz do Senhor, ele entregou a mensagem divina como ela chegou até ele, respondendo às perguntas que estavam surgindo dentro de sua alma. Com a possível exceção de Daniel, não há outro autor bíblico que empregue essa técnica.

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ESBOÇO DE HABACUQUE

I. As perguntas de Habacuque (1.1–17)

A. Uma pergunta acerca da preocupação de Deus (1.1–11)

a) A pergunta declarada: “Por que Deus não faz alguma coisa? (1.1–5) b) A resposta dada: “Porque eis que suscito os caldeus” (1.6–11)

II. Uma pergunta acerca dos métodos de Deus (1.12–17)

A. A resposta do Senhor (2.2–20)

a) O alcance da resposta (2.2–3) b) A verdade central para os crentes (2.4) c) As conseqüências da verdade para os incrédulos (2.5–20)

III. A oração de Habacuque (3.1–19)

B. O poder do Senhor (3.1–16)

A. Um grito de misericórdia (3.1–2) B. O poder da natureza (3.3–11) C. O poder contra as nações (3.12–16)

C. A fé do profeta (3.17–19)

a) Confiança apesar das circunstâncias (3.17–18) b) Confiança por causa de Deus (3.19)

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