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Miquéias

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Ageu

Ageu

LIVROS PROFÉTICOS

Miquéias oferece poucas informações a respeito de si mesmo. Profetizou durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, portanto, fica evidente que foi contemporâneo do profeta Isaías. Ambos formam uma dupla interessante: um era aristocrata, confidente do rei e estadista, enquanto que o outro é camponês lavrador de terras. Miquéias é originário da pequena cidade de Moresete, cerca de 40 quilômetros ao sudoeste de Jerusalém. O fato do nome de seu pai não ser mencionado pressupõe que pertencesse a classes mais humildes.

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Sua mensagem, como a de Amós, também aponta os pecados sociais da nação. A exploração do povo pelo governo recebeu a sua censura. Esse foco pode ser mais um indício de sua origem humilde. A nobreza latifundiária, rica e sem escrúpulos foi duramente repreendida. É fácil perceber que o contexto contra o qual lutava era muito semelhante com aquele de Isaías, Amós e mesmo Oséias.

Há muita semelhança entre passagens de Isaías e Miquéias (compare Miquéias 4.1-5 com Isaías 2.2-4). Alguns inclusive alegam que ele falou sobre os mesmos temas, como se o seu Livro fosse um “pequeno Isaías”. Jeremias menciona Miquéias pelo nome (Jeremias 26.18) e o relaciona com o reino de Ezequias, e o Senhor Jesus o citou também (Mateus 10.35-36 comp. Miquéias 7. 6). Samaria, Jerusalém, toda Judá, Israel e as nações são o assunto da profecia. A Assíria é o poder estrangeiro proeminente. As mensagens são particularmente contra as capitais, Samaria e Jerusalém, como centros de influência da nação. Deus roga Israel e a Judá que voltem para Ele, abandonando o pecado, estabelecendo a Assíria como a vara de Sua ira, e Ele conclui com promessas de glória futura sob o Messias e o Seu Justo Reino.

Sua menção a Samaria demonstra que seu ministério foi exercido antes da queda dessa cidade, em 722 a.C. A situação lembra o tempo do rei Acaz ou mesmo os primeiros anos de Ezequias antes da reforma efetuada por este. Sobre o término de seu ministério não há evidências.

Ainda que sua mensagem se destinasse a Judá, pelo menos em um capítulo o

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vemos se dirigindo ao Reino do Norte, onde a corrupção já tinha atingido níveis muito maiores, tanto social quanto espiritualmente. Mesmo sua pregação para o Reino do Sul parece ter sido dirigida a classes mais simples da população, enquanto Isaías, por sua posição social e relacionamento com a classe reinante dirigiu a esses sua mensagem.

Utilizou uma linguagem forte, até mesmo ríspida, empregando metáforas e jogos de palavras. Ele resumiu em poucas palavras as exigências de Deus para a nação: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?” (6.8)

Não é difícil identificar no Livro pelo menos três discursos distintos. Eles iniciam com a expressão: “Ouvi” e são encontrados em (1.2; 3.1 e 6.1). O primeiro, fala do julgamento de Deus contra os Reinos do Norte e do Sul (Israel e Judá). O segundo, apresenta Deus como Juiz e aquele que é fiel à sua aliança. O terceiro, procura trazer à memória tudo o que Deus fez pelo seu povo.

Também é de Miquéias fortes passagens messiânicas (capítulo 5), inclusive a indicação de Belém como a cidade onde nasceria o Messias (5.2).

ESBOÇO DE MIQUÉIAS

I. A dramática cinda do Senhor em Julgamento (1.1–2.13)

a) Sobre as cidades capitais de Samaria e Jerusalém (1.1–9) b) Sobre as cidades localizadas a sudoeste de Jerusalém (1.10–16) c) Sobre os crimes que trazem ocupação estrangeira (2.1–11) d) Sobre todos, exceto um restante liberto pelo Senhor (2.12–13)

II. A condenação dos líderes feita pelo Senhor (3.1–12)

a) Sobre os líderes que consomem o povo (3.1–4) b) Sobre os profetas, exceto Miquéias (3.5–8)

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c) Sobre os oficiais: chefes, sacerdotes e profetas (3.9–12)

III. A vinda do reino universal do Senhor (4.1–5.15)

a) Atração de todas as nações pelo nome do Senhor (4.1–5) b) Compaixão sobre o povo dependente e rejeitado (4.6–13) c) O lugar de nascimento e a administração do Messias (5.1–6) d) A restauração de um restante num lugar sem ídolos (5.7–15)

IV. A apresentação da contenda do Senhor (6.1–7.6)

a) O seu cuidado redentor na sua história (6.1–5) b) Suas expectativas para uma reação apropriada (6.6–8) c) Seu fundamento para o julgamento do ímpio (6.9–7.6)

V. A salvação do Senhor como a esperança do povo (7.7–20)

a) Apesar do julgamento temporário (7.7–9) b) Apesar dos inimigos do povo (7.10–17) c) Por causa da sua incomparável compaixão (7.18–20)

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