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Daniel

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Referências

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LIVROS PROFÉTICOS

O Livro de Daniel pertence a um gênero literário conhecido como apocalíptico. Esta categoria de Livro é assim conhecida porque relata histórias e visões. Quando a impiedade parecia suprema no mundo e os poderes do mal dominante, foi dado um apocalipse para mostrar a verdadeira situação por trás daquilo que era aparente, e para indicar a vitória final da justiça sobre a Terra. As obras apocalípticas usam muitas figuras e símbolos. Deus usou esta forma literária para transmitir a Sua verdade ao Seu povo.

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Daniel foi ainda jovem levado à Babilônia, por volta do ano 605 a.C., numa das campanhas que Nabucodonosor realizou, logo antes de ascender ao trono. Daniel e seus amigos foram treinados no serviço do palácio real. Logo deu demonstrações de sabedoria sobrenatural naquela terra famosa por seus sábios e, finalmente, foi elevado a altos postos até tornar-se o primeiro entre os três oficiais mais importantes do Império Medo-Persa (5.29; 6.1-3).

Daniel é um Livro de reis e reinos, de tronos e domínios. Embora inclua alguns registros históricos, compõe-se de profecias sobre a seqüência de reinos nos “tempos dos gentios” e descreve o fim deste período. Os acontecimentos históricos de Daniel, que ocorrem no começo dos tempos dos gentios, ilustram acontecimentos profeticamente apresentados no Livro que vão acontecer no final deste período, culminando catastroficamente com o fim do governo mundial gentio na volta de Cristo, o Messias. Assim, a perseguição dos filhos de Deus nos (caps.3 e 6) é uma sombra da perseguição mais severa e universal do povo de Deus que vai acontecer no fim desta dispensação (7.25; 8.24; 12.1); do mesmo modo, o repúdio blasfemo do Deus de Israel, conforme (5.1-4; 6.5-12), vai aparecer numa forma mais universal e até com uma intensidade maior desta dispensação (7.25; 9.26; 11.37-38).

Este Livro foi mencionado ou citado muitas vezes no Novo Testamento (compare especialmente as referências de nosso Senhor a Daniel em Mateus 24.15; Marcos 13.14) e é a chave do Apocalipse. Ele exerceu uma grande influência sobre a Igreja primitiva; seu esquema de quatro impérios sucessivos dominou a historiografia européia até os meados do século XVIII.

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LIVROS PROFÉTICOS

Daniel tem uma característica distintiva entre os profetas. Apesar de o próprio Senhor Jesus Cristo tê-lo chamado de profeta, ele nunca fez pronunciamentos semelhantes aos demais profetas, utilizando-se a expressão “Assim diz o Senhor”. Sua mensagem consiste em sonhos e visões interpretadas conforme a direção divina. Talvez por esse motivo o Livro tenha sido colocado no cânon hebraico entre os chamados escritos. A mescla de visões e narrativas tornou o Livro ainda mais peculiar, uma jóia distinta entre os profetas.

A soberania de Deus é a mensagem central deste Livro. Deus está no controle do céu e da terra, dirigindo as forças da natureza, o destino das nações e cuidando do seu povo. Jerusalém pode ser destruída e ter seu templo reduzido a ruínas, o povo de Deus pode ser exilado e os maus governantes podem parecer triunfantes, mas somente Deus permanece supremo. É Ele e somente ele “quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz” (2.21-22). Por causa de suas muitas visões, o Livro de Daniel tem sido chamado “O Apocalipse do Antigo Testamento”, como afirmou Stanley Ellisen, “é um Livro ‘apocalíptico’, no verdadeiro sentido de ‘apocalipse’, uma ‘revelação’ de Deus”. 2

ESBOÇO DE DANIEL

I. As convicções religiosas de Deus (1.1–21)

a) O exílio de Judá (1.1–2) b) A decisão de Daniel de manter-se separado (1.3–21) II. O primeiro sonho de Nabucodonosor (2.1–49)

a) O sonho esquecido (2.1–28) b) A revelação e a interpretação de Daniel (2.29–45) c) Daniel é honrado através de promoção (2.46–49)

2. ELLISEN, Stanley A. Conheça Melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Ed. Vida, 1999, p. 264.

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III. A libertação da fornalha de fogo (3.1–30)

a) Convocação para adorar a estátua de ouro (3.1–7) b) A recusa dos três hebreus de se prostrarem perante a estátua (3.8–18) c) Os três hebreus são miraculosamente protegidos (3.19–25) d) O rei confessa o Deus verdadeiro (3.26–30)

IV. O segundo sonho de Nabucodonosor (4.1–37)

a) O sonho de Nabucodonosor (4.1-37) b) A Interpretação da Daniel (4.19–27) c) O cumprimento do sonho (4.28–33) d) A oração e restauração de Nabucodonosor (4.34–37)

V. A festa blasfema de Belsazar (5.1–31)

a) A escrita manual na parede (5.1–9) b) A interpretação de Daniel da escritura (5.10–31)

VI. Daniel na cova dos leões (6.1–28)

a) Complô contra Daniel (6.1–9) b) Daniel é lançado na cova dos leões (6.10 –17) c) Daniel é liberado (6.18 – 28)

VII. A primeira visão de Daniel (7.1–28)

a) O sonho da Daniel sobre os quatro animais (7.1–14) b) A Interpretação de Daniel (7.15–28)

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VIII. A segunda visão de Daniel (8.–27)

a) O sonho de Daniel sobre um carneiro, um bode e sobre os chifres (8.1–14) b) A interpretação de Gabriel (8.15–27)

IX. A profecia das setentas semanas (9.1–17)

a) A oração de Daniel (9.1–19) b) A Visão da Daniel (9.20–27)

X. A visão final de Daniel (10.1–12.13)

a) A visão de Daniel de um ser glorioso (10.1–9) b) A visita de um anjo (10.10–21) c) Guerra entre reis do Norte e do Sul (11.2–45) d) O tempo da tribulação (12.1–13)

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