3 minute read

Amós

Next Article
Referências

Referências

LIVROS PROFÉTICOS

Amós, natural da cidade de Tecoa, cidade situada a vinte quilômetros de Jerusalém, nas montanhas, próximo de Belém, vilarejo que beirava os desertos de Judá. Aí viveu ele como pastor e cultivador de sicômoros, uma espécie de figueira brava.

Advertisement

Parece ter estudado bastante a Lei, visto que sua mensagem apresenta um forte conhecimento do Pentateuco, mesmo não tendo sido indicado formalmente para o ministério profético. Dentro dessas condições é fácil ver as dificuldades existentes em seu trabalho como profeta. Teve que deixar seu lar em Judá e dirigir-se para Samaria, capital do Reino de Israel para repreender a classe governante que vivia uma vida idólatra distante do padrão divino.

Devido a essas circunstâncias, foi acusado de conspiração por Amazias, sacerdote de Betel, perante o rei Jeroboão. Alegava que suas predições eram por demais pesadas e não se cumpririam. Então Amazias ordenou-lhe que se retirasse para Judá e não mais profetizasse em Betel (Amós 7.12), pelo que Amós tornou a profetizar contra Israel (Amós 7.10-17).

Enquanto Oséias foi oprimido pelo sentimento da infidelidade de Israel para com o amor de Deus, Amós foi ultrajado pela violência deles contra a justiça e integridade de Deus. A nota que ele toca em sua profecia é o correlativo e o corolário da mensagem pronunciada por Oséias. As palavras mais descritivas da mensagem de Amós são: ”Corra o juízo como as águas, e a justiça como ribeiro perene” (5.24). A justiça social é inseparável da verdadeira impiedade. Por causa dessa ênfase em sua mensagem ele já foi chamado de “profeta da justiça social”. A situação de opulência de uma classe, enquanto a outra sofria agudas necessidades, levou o profeta a pronunciar sua palavra contra essa situação de desigualdade e injustiça.

Além das mensagens inspiradas contra os pecados de Israel, Amós também narra pelo menos cinco visões onde são representados os juízos de Deus. Esses julgamentos divinos foram representados por gafanhotos, fogo, prumo, cestos de frutos e um capitel derrubado. Apesar de sua intercessão junto a Deus pedindo

71

LIVROS PROFÉTICOS

misericórdia para Israel, não foi possível evitar a catástrofe. Ele foi apenas mais um dos vários profetas que predisseram o fim do reino das dez tribos, definitivamente ocorrido em 722 a.C., pela mão dos assírios.

O que chama a atenção na literatura profética é a uniformidade dos temas. As afirmações de castigo e de derrota sempre vêm acompanhadas de promessas de restauração e elevação. Ele não termina sua profecia em tom de amargura e fim, mas reconfirmando o que outros profetas já haviam predito. Deus tornará a reunir o seu povo Israel em sua terra e tornará a abençoá-los.

Outro destaque a ser notado é que Elias e Eliseu haviam profetizado por volta desse período no Reino do Norte. Sua mensagem se dirigia principalmente contra o culto a Baal, atingindo primeiramente aspectos espirituais e religiosos da nação. Amós veio do Sul, de Judá, para apontar outra área na qual o povo estava pecando. Era uma mensagem complementar àquela que fora dada pelos dois grandes profetas do período.

ESBOÇO DE AMÓS

I. Introdução (1.1–2)

II. Julgamento sobre as nações (1.3–2.16)

a) Damasco (1.3–5) b) Gaza (1.6–8) c) Tiro (1.9–10) d) Edom (1.11–12) e) Amom (1.13–15) f) Moabe (2.1–3) g) Judá (2.4–5) h) Israel (2.6–16)

72

LIVROS PROFÉTICOS

III. Oráculos contra Israel (3.1–6.14)

a) Julgamento sobre o povo escolhido de Deus (3.1–15) b) Julgamento de Deus sobre o povo insensível (4.1–13) c) Julgamento sobre o impenitente povo de Deus (5.1–6.14)

IV. Visões de Julgamento (7.1–9.10)

a) Visões de abrandamento (7.1–6) b) Visões de rigidez (7.7–9.10)

V. A restauração de Israel (9.11–15)

a) A tenda de Davi levantada (9.11–12) b) A terra e o povo restaurados e abençoados (9.13–15)

73

This article is from: