A REVISTA TÉCNICA DO SETOR GRÁFICO BRASILEIRO
ANO XXI Nº 103 • VOL. II 2018 • ISSN 1678-0965
ESPECIAL
Do offset à impressão 3D, o que foi destaque na ExpoPrint/Converflex
TUTORIAL
Use scripts e simplifique o InDesign
NORMALIZAÇÃO O papel transformador do ONS27
CULTURA GRÁFICA O dream team da publicidade brasileira
COMO FUNCIONA Risografia cai no gosto dos criativos
Volume II – 2018 Publicação da ABTG – Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica e da Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica, Rua Bresser, 2315 (Mooca), CEP 03162‑030 São Paulo SP Brasil ISSN: 1678-0965 www.revistatecnologiagrafica.com.br ABTG – Telefax (11) 2797.6700 Internet: www.abtg.org.br ESCOLA SENAI – Fone (11) 2797.6333 Fax (11) 2797.6309 http://grafica.sp.senai.br Presidente da ABTG: Francisco Veloso Filho Diretor da Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica: Elcio de Sousa Conselho Editorial: Andrea Ponce, Bruno Cialone, Bruno Mortara, Enéias Nunes da Silva, Mara Cristine Aguiar, Manoel Manteigas de Oliveira, Simone Ferrarese e Tânia Galluzzi Elaboração: Escola Senai Theobaldo De Nigris Jornalista Responsável: Tânia Galluzzi (MTb 26897) Redação redacao@revistatecnologiagrafica.com.br Projeto Gráfico Cesar Mangiacavalli Produção: Escola Senai Theobaldo De Nigris Editoração Eletrônica: Escola Senai Theobaldo De Nigris Impressão e Pós-impressão: Escola Senai Theobaldo De Nigris Capa: Verniz Soft Touch - PrintVerniz Hot Stamping - Fitas Crown do Brasil Assinaturas: 1 ano (4 edições), R$ 40,00; 2 anos (8 edições), R$ 72,00 Tel. (11) 3159.3010 E-mail: editoracg@gmail.com
Apoio:
Esta publicação se exime de responsabilidade sobre os conceitos ou informações contidos nos artigos assinados, que transmitem o pensamento de seus autores. É expressamente proibida a reprodução de qualquer artigo desta revista sem a devida autorização. A obtenção da autorização se dará através de solicitação por escrito quando da reprodução de nossos artigos, a qual deve ser enviada à Gerência Técnica da ABTG e da revista Tecnologia Gráfica, pelo e-mail: abtg@abtg.org.br ou pelo fax (11) 2797.6700
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Debater é preciso
stamos entrando no segundo semestre e o mês de março já parece distante. Mesmo assim, não há como não falar aqui sobre a ExpoPrint Latin America, que atraiu as atenções de todo o setor, mobilizou os fornecedores, dos players mundiais às startups nacionais, e contabilizou seu maior público desde que a feira se estabeleceu. A diversificação marcou a ExpoPrint, que conseguiu apresentar um cenário amplo de recursos para o mundo da impressão, auxiliando o gráfico a enxergar novas possibilidades para o seu negócio. O evento veio também fortalecido pela grade de atividades focadas na atualização do conhecimento, com destaque para o Simpósio Internacional de Comunicação Visual, realizado pela ABTG, e o Gráfica 4.0, com um dia de palestras organizadas pela Senai sobre a aplicação prática do conceito que hoje domina o setor industrial. Com resultados bastante animadores, inclusive na geração de negócios, a ExpoPrint ratificou o dinamismo do nosso setor, sua capacidade de recuperação e o empenho de todos em construir alternativas inovadoras frente à limitação de recursos. Porém, os meses seguintes mostraram que a retomada econômica será mais lenta do que chegamos a cogitar no início do ano quando os primeiros índices positivos começaram a pipocar. A paralisação dos caminhoneiros em maio, somada às incertezas provocadas pelas eleições, ajudou a minar a confiança do mercado, com queda no percentual de empresários que apostam na melhora da economia brasileira, como aponta pesquisas recentes. O quadro eleitoral seguirá indefinido até o pleito. Por outro lado, os investimentos realizados na ExpoPrint e no período pré e pós feira revelam um empresário gráfico melhor embasado em suas decisões. A busca por alternativas, seja para fazer o mesmo de forma mais eficiente ou para apostar no novo com segurança, continua. E para discutir essas possibilidades convidamos a todos para o Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica, que acontecerá no final de agosto. O tema central será a embalagem e debateremos como os avanços tecnológicos podem abrir portas para a redução de custos e o aumento de produtividade, além de maior flexibilidade, aproximando as empresas, inclusive, de soluções sustentáveis. Antes disso teremos a Serigrafia Sign, mais um espaço para a atualização e discussão de caminhos. Esperamos você na feira e no congresso!
Francisco Veloso Filho
Presidente executivo da ABTG VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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Sumário 10
A ExpoPrint/ConverExpo e suas múltiplas possibilidades
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A praticidade das embalagens nos Estados Unidos
ESPECIAL
PRODUÇÃO GRÁFICA
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Syder Studio SPINDRIFT
Risografia
Como Funciona
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Quem eram os criativos nos primórdios da publicidade brasileira Cultura Gráfica
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Literatura
Tintas flexográficas com cura UV
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Impressão fine art: beleza e estética
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O papel transformador do ONS27 na indústria gráfica
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Automatize tarefas no InDesign
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A indústria 4.0 e a gestão com base em dados
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KodakOne
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Impressão
NORMALIZAÇÃO
Gestão
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Academia
Tutorial
Spindrift
Notícias
Cursos
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Capa: Mara Aguiar Ilustração: Thiago Justo
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Design Gráfico é uma das novas categorias do Prêmio Fernando Pini
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m sua 28ª edição, o Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini, realização da ABTG com colaboração da Abigraf Nacional, traz novas duas novas categorias: Sustentabilidade Ambiental e Design Gráfico. Na primeira serão premiados aperfeiçoamentos em produtos ou processos que resultem em redução do seu impacto ambiental. Será avaliada a melhoria que minimizou a pegada ambiental em comparação com produtos e processos anteriores da própria empresa ou com as práticas usuais do mercado. Além das gráficas, empresas fornecedoras também poderão inscrever-se nessa categoria, desde que os cases apresentados sejam de produção nacional. Em Design Gráfico poderão ser inscritos quaisquer produtos gráficos, impressos sobre quaisquer materiais e por qualquer processo de impressão e acabamento. A avaliação será feita com base no projeto gráfico a partir de amostras impressas dos trabalhos finais. As inscrições poderão ser realizadas também por pessoas físicas,
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individualmente ou em grupos, desde que sejam as responsáveis pelo design gráfico das peças. Os produtos aos quais os projetos gráficos corresponderem deverão ter produção, venda e/ou distribuição regulares e não poderão ser inscritos no segmento Produtos Próprios. A categoria Inovação Tecnológica também foi atualizada e passa a incluir produtos feitos a partir de processos de impressão, mas que não são considerados impressos tradicionais. O mercado vem nomeando essas inovações como “impressão funcional” ou “impressão industrial”, peças nas quais o substrato ou tinta desempenham outras funções como, por exemplo, transmissão de co rrente elétrica. Nesse caso, as empresas concorrentes não precisam ser exclusivamente classificadas como gráficas. As inscrições para o Prêmio Fernando Pini começam em 1º de agosto e vão até 14 de setembro. A cerimônia de premiação acontece no dia 27 de novembro no Espaço das Américas, em São Paulo.
Embalagem é tema central da segunda edição do Congresso de Tecnologia Gráfica
om bons índices de crescimento e fundamental para a sociedade, a embalagem está no centro da discussão da segunda edição do Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica, iniciativa da ABTG (Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica) em parceria com a APS Marketing de Eventos. O Congresso ocorre no dia 23 de agosto, das 8h às 18h, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo. Especialistas do Brasil e do exterior tratarão dos aspectos da produção da embalagem: a relação com o meio ambiente, o uso como ferramenta estratégica de marketing, inovações tecnológicas, integração de diferentes processos de impressão, como as gráficas estão se preparando para atender às atuais demandas dos donos de marca, dentre outros assuntos. O objetivo desta edição do Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica é atrair um público ainda maior e mais diversificado, indo além dos empresários gráficos e de conversão e atingindo também compradores de embalagem e profissionais e estudantes da área de design.
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Por conta de sua importância dentro da sociedade, o mercado de embalagem segue registrando resultados positivos. Porém, os fabricantes e designers de embalagens têm que se preparar para novos desafios, alerta Manoel Manteigas de Oliveira, diretor técnico da ABTG. “Certamente um desses desafios é tornar as embalagens mais amigáveis ao meio ambiente. As embalagens devem ser, tanto quanto possível, reutilizáveis, recicláveis e biodegradáveis. Além de proteger e identificar os produtos, muitas embalagens devem cumprir papel decisivo no marketing dos produtos”. Outro aspecto relevante, cita Francisco Veloso Filho, presidente da ABTG, “é a constante busca das empresas por redução de custos e aumento de produtividade. Avanços tecnológicos em equipamentos, materiais, ferramentas para integração da produção e outros devem estar a serviço dessas demandas”. No Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica serão apresentados conceitos que visam uma produção altamente tecnológica, que prime pela eficiência e flexibilidade, sempre ligada à sustentabilidade. Inscrições: www.apsfeiras.com.br/congressoabtg
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Theobaldo e Barueri conquistam prêmio
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s Escolas Senai Theobaldo De Nigris e Barueri foram premiadas na edição 2017 do Concurso Latino-Americano de Produtos Gráficos Theobaldo De Nigris. O ouro foi para a Theobaldo com a amostra “Corte e vinco automático” e a prata para Barueri com o bloco “Árvore”. O Prêmio da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf) tem como finalidade prestigiar a qualidade do produto gráfico latino-americano, assim como estimular a competitividade entre os países do continente, elevando seus padrões de excelência. A premiação ocorreu em Fort Lauderdale, Flórida, em fevereiro deste ano.
Novas turmas na pós-graduação
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Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica abrirá, no segundo semestre deste ano, novas turmas dos quatro cursos de pós-graduação latu sensu: Gestão de projetos de embalagens, Produção gráfica – Planejamento e produção de mídia impressa, Desenvolvimento e produção de embalagens flexíveis e Gestão da produção de celulose e papel. Os programas passaram por revisão em 2017 e serão ofertados com o currículo atualizado. Além disso, será lançado também o curso Gestão e engenharia de produção, estruturado para possibilitar aos participantes a análise das técnicas e ferramentas mais modernas de gestão de operações e incentivar a discussão sobre a inovação no segmento industrial, principalmente em relação ao desenvolvimento da manufatura avançada. Os cursos de pós-graduação oferecem aos alunos a possibilidade de especialização em diferentes áreas que, vinculadas à graduação, ampliam a formação inicial obtida no curso superior e oferecem novas oportunidades de atuação profissional por estarem em perfeita sintonia com o mercado de trabalho. Contando com um corpo docente com experiência acadêmica e de mercado, os cursos serão desenvolvidos com estratégias diversificadas, como estudos de caso, a fim de estabelecer uma dinâmica de criação de novas ideias a respeito de caminhos sustentáveis para inovar os métodos de gestão e de operações de diferentes processos produtivos. As aulas serão desenvolvidas nas instalações da Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica aos sábados, das 9:00 as 16:00h.
Gestão de projetos de embalagens (360h) – Início em 21/07 Gestão e engenharia de produção - Início previsto para 25/08 ◆◆ Produção gráfica – Planejamento de produção de mídia impressa – Início em 22/09 ◆◆ Desenvolvimento e produção de embalagens flexíveis – Início previsto em 2019 ◆◆ Gestão da produção de celulose e papel – Início previsto em 2019 ◆◆ ◆◆
Venha celebrar a leitura!
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PÓS-GRADUAÇÃO
o dia 15 de setembro a Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica e a Escola Theobaldo De Nigris promoverão a segunda edição do evento “Quem lê, sabe porquê”. Será um dia inteiro de atividades voltadas a leitura e uma oportunidade de encontro entre as diversas turmas de alunos e ex-alunos. Os visitantes poderão conhecer todo o processo gráfico para a produção de um livro, haverá diversos ambientes interativos com atividades para todas a família. Os ex-alunos poderão ver as mudanças que ocorreram na escola e, principalmente, rever amigos. Tudo isto com muita diversão e food truck. Siga-nos no Facebook para ficar por dentro das notificações do evento: www.facebook.com/senaigrafica VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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Gráficas paulistas têm agora um prêmio regional
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om o objetivo de valorizar a indústria gráfica do Estado, a Abigraf-SP está lançando o Prêmio Paulista de Excelência Gráfica Luiz Metzler. O concurso, com coordenação técnica da ABTG , contemplará 11 segmentos: Promocional, Editorial, Impressos de Segurança, Cadernos Escolares, Embalagem Cartonada, Embalagem Micro-ondulada, Rótulos e Etiquetas, Comunicação Visual, Impressão Rotativa Offset, Displays e Embalagens Flexíveis. Cada um terá três categorias: Melhor Impressão, Melhor Acabamento e Melhor Design & Inovação, totalizando 33 troféus Luiz Metzler. O julgamento terá fase única, em agosto, com os vencedores sendo anunciados em cerimônia programada para setembro. As empresas que inscreverem seus trabalhos receberão ingressos para a festa. Os participantes ganharão no início do evento o catálogo com os trabalhos concorrentes. Assim como nos demais concursos regionais, os vencedores serão automaticamente inscritos no Prêmio Fernando Pini. O julgamento será realizado por um colegiado misto, composto por profissionais gráficos, designers, publicitários e professores de instituições ligadas ao universo da comunicação impressa. O concurso homenageia o “embaixador das artes gráficas” Luiz Bertram Metzler. Natural de Porto Alegre, Metzler construiu sua carreia em São Paulo, onde viveu por 41 anos até seu falecimento, em 2010. Por 39 anos, foi o relações públicas da Heidelberg, primeiro na Gutemberg e depois na própria empresa, acompanhando e incentivando o desenvolvimento da indústria gráfica.
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ABTG e Abigraf-SP reforçam parceria
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m abril, a Abigraf-SP e ABTG firmaram um novo acordo de cooperação para estreitar ainda mais as suas atividades. Os termos desse acordo são mais objetivos e visam resultados mais imediatos, substituindo com vantagens o convênio anterior, que perdurava desde o ano de 1993. As gráficas associadas à Abigraf-SP continuarão a ser automaticamente consideradas associadas da ABTG , sem necessidade de pagamento de taxas adicionais. Com ele, a Abigraf-SP será patrocinadora institucional da ABTG em vários eventos, como o 2º Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica, a Semana de Artes Gráficas, o Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini, além de seminários e cursos. Segundo Francisco Veloso, presidente executivo da ABTG , o trabalho em parceria é sempre mais produtivo. “Unir as forças das duas entidades vai beneficiar principalmente a indústria gráfica paulista. O objetivo da ABTG é estender essas ações de cooperação também para outras entidades, a exemplo do que já vem ocorrendo com o Singrafs – Sindicato das Indústrias Gráficas da região do ABCDM e Baixada Santista e com o Senai.” Para Sidney Anversa Victor, presidente da Abigraf-SP, a ABTG sempre foi o braço técnico da Abigraf-SP. “Esse convênio garante os DAG`s (Dia de Artes Gráficas) em todas as nossas regionais e em cidades até 100 km de distância da capital. Os gráficos paulistas vão continuar qualificando os trabalhadores com quem mais entende do assunto. Em tempos de crise, qualidade é sinônimo de competitividade e quem não investe em treinamento, fica para trás.”
Associação participa da revisão da Classificação Brasileira de Ocupações
unto com o Senai e outras instituições, a ABTG foi chamada pelo Ministério do Trabalho e Emprego para participar ativamente da revisão dos descritivos das ocupações da área gráfica no documento conhecido como Classificação Brasileira de Ocupações, CBO. O trabalho vem sendo desenvolvido a partir de estudos realizados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, FIPE . A CBO tem o papel de normalizar as ocupações do mercado de trabalho brasileiro. Sua última versão é de 2002, portanto uma atualização da classificação era necessária, frente ao constante avanço tecnológico que o segmento gráfico vem sofrendo e que impacta fortemente na dinâmica das funções dos profissionais. O foco desse trabalho, no entanto, não é 8 TECNOLOGIA GRÁFICA
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a exclusão de antigas ocupações, mas sim a revisão de seu descritivo e nomenclatura, considerando toda a diversidade existente no vasto território nacional. Seu papel de instrumento organizador, classificador e normalizador, confere à CBO dimensão estratégica essencial para o desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre o mercado de trabalho, permitindo a geração de indicadores para criação de políticas de emprego, de investimentos tecnológicos e de formação profissional. Como Oscip, Organização Social de Interesse Público, a ABTG cumpre seu papel de apoiar os órgãos públicos em suas ações e políticas relativas ao setor e, ao mesmo tempo, defender os interesses dos profissionais e empresas gráficas.
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Two Sides segue derrubando mitos PARCERIA ENTRE TURMA DA MÔNICA E TWO SIDES ESCLARECE MITOS SOBRE O PAPEL
No início de abril, três revistas da Mauricio de Sousa Produções (Cebolinha, Cascão e Almanaque da Mônica, todas publicadas pela Panini) trouxeram a primeira de 12 histórias que têm por objetivo esclarecer mitos sobre o impacto ambiental do papel e da comunicação impressa. O projeto é uma parceria da Two Sides e da Mauricio de Sousa Produções. Os histórias, de uma página, tratam de consumo consciente, passando por assuntos como descarte correto, reciclagem, origem do papel, importância das florestas, entre outros.
500 CAMPOS DE FUTEBOL POR DIA
A Associação Nacional do Editores de Revista, Aner, é uma das entidades que está apoiando a nova campanha da Two Sides Brasil. Denominada “Campo de Futebol” e alinhada com os anúncios publicados em jornais e revistas da de todo o mundo, a campanha contará a milhões
de pessoas sobre a grande história ambiental por trás da impressão e do papel. O objetivo é melhorar a percepção da mídia impressa e aumentar a conscientização sobre a silvicultura responsável que apoia a indústria de impressão e papel. Você pode envolver-se nessa ação, divulgando a frase “Há algumas ótimas razões para você #AmarPapel” e distribuindo os materiais desenvolvidos pela Two Sides (alguns são exclusivos para membros) em escolas, bibliotecas, no refeitório da sua empresa, pendurando o cartaz ao lado das impressoras, entre outros. As artes adaptadas do “Mitos e Fatos” podem ser aproveitadas nas redes sociais, e você poderá solicitar novas artes de acordo com sua disponibilidade. Certifique-se de incluir a hashtag #AmarPapel em seus posts nas redes sociais. Se você é um editor e gostaria de usar os anúncios quando o espaço estiver disponível, entre em contato com a Two Sides para receber o anúncio no formato adequado a sua disponibilidade: twosides@twosides.org.br.
FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA AJUSTA COMUNICAÇÃO
Ação da Two Sides conseguiu modificar a mensagem de divulgação do 8º Fórum Mundial da Água. Realizado entre os dias 17 e 22 de março, em Brasília, o evento estava sendo promovido como um “Fórum sem Papel”. A página do fórum na internet continha informações incorretas para balizar a decisão de disponibilizar todos os documentos e informativos apenas em formato eletrônico. A mensagem afirmava que tal iniciativa economizaria mais de 500 mil páginas, gerando menos impacto ao ambiente, sobretudo com relação ao consumo de água. A partir de denúncia da Ibá, Indústria Brasileira de Árvores, a Two Sides enviou carta ao Ministério da Integração Nacional, responsável pela organização do evento no Brasil, apontando as incorreções na mensagem do fórum, alertando para a prática de greenwashing1 e demostrando a contribuição das indústrias de celulose, papel e comunicação impressa para a preservação do meio ambiente. Sensibilizada pelos argumentos, a equipe de comunicação do 8º Fórum Mundial da Água retirou do site o trecho relativo ao consumo de água para a produção de papel. A Two Sides é uma organização global, sem fins lucrativos, criada em 2008 por membros das indústrias de celulose, papel e comunicação impressa. Ela promove a produção e o uso responsável da impressão e do papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização desse recurso. www.twosides.org.br
Você sabia que o papel é feito de árvores plantadas Todos os dias no Brasil são plantados o equivalente aexclusivamente para essa finalidade? cerca de 500 campos novas florestas para a produçã o de papel e outros produto de futebol de s.
O Brasil tem 7,8 milhões de hectares de florestas plantadas. As indústrias que usam essas árvores conservam outros 5,6 milhões de hectares de matas nativas. de impressos sabendo que o papel que vem Você gostará ainda mais de revistas e jornais el. Descarte corretamente. árvores plantadas, é reciclável e biodegradáv Seja um consumidor responsável.
Fonte: Relatório Ibá 2017, Indústria Brasileira de Árvores Two Sides é uma organização global, sem fins lucrativos, criada em 2008 por membros das indústrias de celulose, papel e comunicação impressa. Two Sides promove a produção e o uso responsável da impressão e do papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização desse recurso. O papel, por ser proveniente de florestas certificadas e gerenciadas de forma sustentável, é um meio de comunicação excepcionalmente poderoso, de fonte renovável, reciclável e biodegradável.
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ato de confundir os consumidores quanto às práticas ou benefícios ambientais de uma empresa ou de um produto ou serviço VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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Fotos: Divulgação APS
Tânia Galluzzi
Expoprint/ConverExpo 2018: uma feira, inúmeras possibilidades
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o offset à impressão 3D. Da produção de rótulos à sinalização. De seminários à competição de envelopamento. Assim foi a ExpoPrint Latin America/ConverExpo Latin America 2018, feira quadrienal que dominou corações e mentes entre os dias 20 e 24 de março. Realizada no Expo Center Norte, em São Paulo, promovida pela Afeigraf e organizada pela APS Marketing de Eventos, a quarta edição atingiu seu maior público, 50.216 pessoas (contra 48.866 em 2014), das quais 4.684 profissionais vindos de toda a América Latina e de outras partes do mundo. Equipamentos, sistemas e insumos de mais de 750 marcas foram apresentados por 326 expositores, ultrapassando a marca de R$ 900 milhões em negócios gerados durante a feira. Veja a seguir algumas das soluções responsáveis por tal movimento.
rolo-a-rolo com diferentes características em termos como quantidade de cores e velocidade. DUPONT
Além de disponibilizar todo o portfólio de chapas Cyrel Easy, a DuPont expôs o Cyrel Fast 2000 TD de forma inédita, utilizando o recurso de realidade aumentada. Com um tablet, os visitantes podiam conhecer o sistema, que permite a confecção de chapas flexográficas eliminando o uso de solventes químicos e soluções aquosas. O Cyrel Fast 2000 TD atende ao principal formato de chapas utilizado no mercado (1.067 x 1.524 mm) e apresenta diversas melhorias em relação aos modelos anteriores. Quando combinado
COMERCIAL E EMBALAGEM AGFA
Oferecendo de softwares, chapas e CtPs a impressoras de grande formato, a empresa destacou a chapa térmica de alta performance Energy Elite Eco, direcionada à impressão comercial, de embalagens e UV, prometendo vida útil de até 600 mil impressões. Quem foi ao estande da Agfa viu também as impressoras digitais das linhas Anapurna e Jeti, com modelos que variam entre tecnologias híbridas, flatbed e 10 TECNOLOGIA GRÁFICA
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às chapas Cyrel Easy Fast, o sistema garante melhor resultado de impressão, com alta qualidade, seja para banda larga ou banda estreita. FERROSTAAL
A empresa expôs as máquinas de acabamento Horizon, MGI , Brausse e a impressora offset plana RMGT 924. Rodando no formato 640 x 920 mm, a máquina atinge velocidade de 16.200 f/h, trabalhando com vários substratos, entre papel, cartão, PVC, PS , material lenticular e 3D. O equipamento tem cura LED UV e cilindro de duplo diâmetro, possibilitando menos trocas de pinças e papel mais estável. FURNAX
No maior estande da feira, um dos destaques foi a impressora offset Lithrone GL37, da Komori, que produz em formato A1 e oferece 640 x 940 mm, rodando até 16 páginas A4 por folha com barra de cor. Um de seus diferenciais é a pilha alta com 1,10 m de altura graças ao cilindro duplo de grande diâmetro (250 mm). Compacta e versátil, a GL 37 atende às exigências dos segmentos editorial, promocional, embalagens e web-to-print. A Furnax apresentou também a laminadora BOPP automática que conta com um novo sistema de pré-aquecimento por indução, permitindo que o equipamento esteja pronto para rodar os trabalhos em apenas 90 segundos, diminuindo não só o tempo de setup como o consumo de energia. HEIDELBERG
A impressora offset plana Speedmaster CX 75, lançada no ano passado, e a corte e vinco Easymatrix 106 CS , voltadas para os segmentos comercial e de embalagens, foram as atrações do estande da Heidelberg. Versátil, a CX 75 pode imprimir desde papéis muito finos, com 0,03 mm, até cartões com 0,80 mm de espessura, com formato máximo de impressão de 510 mm x 740 mm. Máquina de corte e vinco automática que realça a parceria existente entre a chinesa MK Masterwork e a Heidelberg, a Easymatrix 106 CS atinge velocidade de 7.700 folhas por hora, curto tempo de acerto e fluxo de trabalho automático que evita erros e agiliza a produção. Os modelos expostos foram comprados pela gráfica KWG (SP) e pela indústria química Yndac (RS), respectivamente.
plana Rapida 75 Pro que roda trabalhos de alta qualidade em diferentes substratos. A rapidez na troca de trabalhos e a velocidade de impressão de até 16.000 folhas por hora são diferenciais do modelo. O equipamento está pronto para receber recursos completos de automação, incluindo unidades de tinta que podem ser desengatadas quando não são necessárias. Além do modelo em exposição na feira, vendido para a Rex (RS), duas outras 75 Pro já estão em operação na Nitoli e na Coppola, ambas de São Paulo. KODAK
Além de comemorar os 10 anos de lançamento do sistema Flexcel NX para a produção de clichê flexográficos, com direto a bolo e champagne, a Kodak apresentou na feira a novíssima Sonora X. Considerada pela empresa como um marco na tecnologia de chapas livres de processamento, a Sonora X promete cobrir até 80% do mercado offset, incluindo gráficas comerciais com impressoras planas, rotativas coldset e heatset, convertedores e gráficas que usam impressoras UV e UV de baixo consumo de energia. Há ainda uma versão, a XN, voltada para a impressão de jornais. De acordo com a Kodak, a Sonora X pode substituir qualquer chapa sem queima, exceto altíssimas tiragens ou quem usa chapas violetas. KONICA MINOLTA
A nova bizhub Press C71cf foi a principal novidade. Indicada para pequenos e médios volumes na produção de rótulos e etiquetas, a impressora digital
KBA
A fabricante alemã aproveitou a feira para divulgar seu novo logotipo. Marcando seus 200 anos, o grupo voltou as suas origens, substituindo a sigla KBA pelo nome Koenig & Bauer. O mais antigo fabricante de sistemas de impressão do mundo mostrou pela primeira vez em uma feira latino-americana a impressora offset VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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conta com quatro cores (CMYK), resolução de 1.200 x 1.200 dpi, suporte para mídias com largura máxima de 330 mm, dispensando aplicação de primer. O equipamento aceita papéis com gramaturas de 60 a 250 g/m², com velocidade de até 13,5 metros/minuto. Também mostrada pela primeira vez no Brasil, a AccurioPress C6100 é a opção da Konica Minolta para impressão em alta produtividade, atingindo até 100 páginas/minuto a 1.200 x 1.200 dpi. Os diferencias da impressora digital colorida são a impressão duplex de mini-banner por meio de acessório opcional de alta capacidade de papel, e o suporte a um portfólio maior de gramaturas, cobrindo mídias de 52 até 400 g/m². SINALIZAÇÃO ALPHAPRINT
Um dos equipamentos que mais chamou a atenção dos visitantes foi exposto pela Alphaprint: a impressora Massivit 1800 3D. A máquina, lançada em 2016, veio ao Brasil por conta do investimento da Total Color, de São Paulo. Utilizando um gel com secagem UV desenvolvido pela própria Massivit, o equipamento consegue imprimir objetos em formatos de até 1,80 m de altura x 1,50 m de largura x 1,30 m de profundidade com diversas aplicações, como peças promocionais, cenográficas, maquetes, termoformagem e design de produtos high-tech. Em palestra no Simpósio de Comunicação Visual promovido pela ABTG durante a feira, André Kertenetzky, da israelense Massivit, afirmou que o dispenser printer é 10 vezes mais rápido do que em qualquer outra impressora 3D. Uma peça de 1,80 m de altura pode ser feita em seis horas
e meia. Segundo André, 70 impressoras já foram vendidas em todo o mundo, das quais 55 já estão em funcionamento, sendo duas no Brasil. AMPLA
Única fabricante 100% nacional de equipamentos de impressão digital de grande formato, a Ampla destacou a Cromax Eco-Solvente. Com tecnologia jato de tinta micro-piezo, a impressora entrega até 1.400 dpi, com alta performance e baixo custo de produção. Estava no estande também a New Samba XT RR LED UV projetada para trabalhar com chapas rígidas leves e mídias flexíveis, garantindo a reprodução de imagens em alta qualidade, alcançando até 1.200 dpi. A máquina tem como diferenciais o sistema on-line de diagnóstico para rápida resposta e solução em atendimentos técnicos, monitoramento real time e sistema robusto e preciso de tracionamento de mídias. CANON
O principal lançamento foi a impressora de grande formato Océ Colorado 1640, a primeira impressora rolo a rolo de 64” com a nova tecnologia UVgel. Trata-se de uma tinta UV, desenvolvida pela Canon, que congela instantaneamente ao entrar em contato com o substrato. Cabeças inteligentes combinadas a um sistema UV, baseado em LED, atuam sem adicionar calor à mídia. Projetada para garantir que os clientes trabalhem facilmente com altos volumes de impressão, a máquina tem carregamento de mídia totalmente automatizado, trabalhando com ampla variedade de materiais, inclusive mídias sensíveis ao calor. SOFTWARE CALCGRAF
A desenvolvedora de softwares lançou na feira o NetCalc, uma versão gratuita de seu sistema de orçamento em nuvem. A ferramenta pode ser acessada por smartphones, tablets e notebooks e traz regras de cálculo personalizáveis, permitindo a definição 12 TECNOLOGIA GRÁFICA
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automática de quesitos fundamentais para qualquer gráfica, como aproveitamento de papel e consumo de insumos. O NetCalc possibilita também a escolha do processo de impressão mais adequado e considera tempos de produção, acabamentos, serviços terceirizados, entre outros fatores. O novo sistema contempla cálculos tanto para offset quanto digital e integra-se aos demais módulos de gestão da Calcgraf (Produção, Faturamento, Financeiro, Suprimentos, Fiscal, PCP, Pós-Cálculo e Gerencial). EFI A EFI montou na feira seis estações de trabalho
para demonstrar as ferramentas dos softwares de ERP Metrics e iQuote, voltados para o mercado de impressão e embalagem, ERP Radius, Corrugated Packaging Suite e Escada System, englobando o segmento de papelão ondulado, e as soluções de marketing digital Market Direct, Digital StoreFont e Metrix. No estande estava também produzindo a impressora EFI Reggiani Next 340, desenvolvida para o segmento têxtil.
UV e ainda obter os benefícios das lâmpadas de LED. Em condições normais, uma lâmpada LED tem vida útil ao menos 15 vezes maior do que a de lâmpadas de mercúrio, sem perda de potência. ANTALIS
Participando em conjunto com a Fujifilm, a Antalis incrementou a linha de insumos para comunicação visual. Entre as novidades, o Coala Magnético, uma película branca mate de PVC imprimível com uma camada magnética preta no dorso. Aderente a superfícies de ferro e aço, o material é uma alternativa aos produtos autocolantes, sendo intermutável, recolocável e resistente à água.
HYBRID SOFTWARE
A nova versão de seu PackZ, software para edição nativa de documentos PDF, está mais amigável e ágil. Entre as novidades do PackZ 4.2 estão os parâmetros de preflight (verificação), bem como otimizações de interface. Agora, os usuários podem contar com até oito novas funcionalidades de verificação de conteúdo, incluindo especificidades como tamanho de fonte, posicionamento de objetos, espaços de cores etc. Outra inovação é uma variável disponível para relatórios, que calcula, em tempo real, quanto tempo o arquivo fica aberto em tela, permitindo monitorar o tempo de cada etapa da produção. ISIDORA SOFTWARE
A Isidora, plataforma nacional de web-to-print, mostrou na feira sua nova parceira, a portuguesa Clever Print. A empresa conta com uma solução especificamente direcionada para a indústria gráfica, o Print&Plan, envolvendo orçamentação, produção e planejamento de produção. O software contempla os processos offset plano e rotativo, flexográfico, impressão digital e ambientes híbridos.
TOYO INK
A Toyo levou soluções para várias áreas, ressaltando o lançamento global de novas linhas de tintas offset para acabamento rápido, assim como uma nova família para impressão inkjet que oferece consistência de impressão para aplicações digitais. O grupo também mostrou sua experiência em serviços de pré-impressão, provas de cores e de suporte para ajudar o mercado a obter alta qualidade de imagem, estabilidade e eficiência da impressão.
INSUMOS ACTEGA
A empresa apresentou sua linha de tintas de cura UV LED que foi desenvolvida para reduzir significativamente o consumo de energia em relação ao sistema UV tradicional. As tintas permitem aos usuários manterem o nível de qualidade já conhecido da impressão VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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ESPECIAL
Aprender é preciso
A
ExpoPrint/ConverExpo 2018 teve uma intensa programação de eventos paralelos focados na disseminação do conhecimento. Entre eles vale destacar o Simpósio Internacional de Comunicação Visual, realizado pela ABTG , e o Gráfica 4.0, promovido pelo Núcleo Gráfico Senai. O primeiro aconteceu no dia 21 e o segundo no sábado, 24 de março. Reunindo cerca de 90 pessoas, o simpósio da ABTG contou com oito palestras. Carlos Kawall, do Banco Safra, abriu os trabalhos falando sobre tendências macroeconômicas para 2018/2019, seguido por Heberto Pachón, da Landa, que abordou o valor digital no mercado de comunicação visual, Alexandre Keese, da APS , que discutiu aspectos do marketing e vendas, e por Leonardo Cruz, da Esko, que apontou como acabar com os gargalos na comunicação visual, da pré-impressão ao acabamento. Após o almoço, André Kerstenetzky, da Massivit 3D, falou sobre o uso da impressão 3D na comunicação visual. Thiago Fabbrini, da HP, cuidou de destacar a inovação como forma de ganhar mais com a impressão digital em grandes formatos. Automação, integração e
produtividade foi o tema abordado por Vlamir Marafiotti, da Agfa, e Flavio Hirata, da Foccus Brasil, encerrou o simpósio falando sobre tendências em tintas, substratos e impressoras. No dia 24 a equipe do Senai destrinchou a corrente que domina hoje a indústria. Enéias Nunes discutiu os pilares da gráfica 4.0, Felipe Consiglio falou da aplicação da Indústria 4.0 na pré-impressão, enquanto Jairo Alves e Marcelo Sartori abordoram a integração da impressão e pós-impressão na Gráfica 4.0. Sandra Almeida ministrou a palestra Gestão da Gráfica 4.0, e João Alfredo, da Abimaq, fechou os trabalhos falando sobre a entidade e a Indústria 4.0.
Fernando Veloso abriu o simpósio da ABTG
Equipe de especialistas do Senai Theobaldo De Nigris, responsável pela Gráfica 4.0
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Vamos falar de gestão Quando chegamos ao estande da Ecalc todas as estações de trabalho estavam ocupadas. Eram 16h da sexta, a feira estava cheia, mas não demorou muito para o Helder ser atendido e conhecer as ferramentas da Ecalc, principalmente o Easycalc, focado em orçamentos e gestão de vendas. De lá partimos para a Calcgraf, onde o gráfico foi atraído pelo novo NetCalc, versão gratuita do sistema de orçamento em nuvem. Na última visita do dia, o empresário viu a plataforma de web-to-print Isidora e o Print&Plan, solução da parceira Clever Print. Voltei a procura-lo três semanas depois. Queria saber se havia valido a pena ir à ExpoPrint. “Eu sou um entusiasta de feiras, eventos, palestras, workshops. Acredito que sempre há o que agregar. Esses eventos nos mostram o movimento das pessoas e do mercado. Faz a gente sair da caixa. Amplia nossa visão de negócios.” Perguntei se ele já tinha se decidido quanto ao software. “Ainda não. Vamos investir, mas no momento oportuno. Antes preciso ajustar alguns processos. O software só vai me ajudar a mensurar se o processo estiver correto.” Fotos: Tânia Galluzi
C
om o objetivo de enxergar a feira do ponto de vista do gráfico, a revista Tecnologia Gráfica acompanhou a visita de Helder Masson, da Gráfica Masson (SP), à ExpoPrint. Formado pelo Senai, Helder herdou a empresa fundada em 1974. De lá para cá a gráfica mudou radicalmente e hoje atua no segmento comercial, trabalhando com duas impressoras monocolores, mais linha de corte e vinco e acabamentos em geral. Para atender seus clientes, conta com dois parceiros equipados com offset quatro cores ¼ e ½ folha e impressão digital. Para a alegria daqueles que não se cansam de afirmar que para se tornar relevante a empresa tem de investir em gestão, Helder foi a feira com um objetivo claro: analisar as opções disponíveis em softwares capazes de agilizar o processo produtivo e agregar inteligência ao seu negócio. Muito bem recebido e atendido nos estandes pelos quais passou, Helder fez a primeira parada no espaço da EFI. “O software de vocês é modular? Já tenho uma ferramenta. É antiga, o Graphos, mas consigo fazer o controle até a pré-impressão”, argumentou o microempresário. Em seguida fomos conhecer a solução da Zênite Sistemas, o GWorks Entreprise 3.0, que reúne em um único produto o controle dos cadastros, mapa de custos, orçamento, produção, PCP, estoque, financeiro, CRM , nota fiscal eletrônica, SPED fiscal e estatísticas gerenciais. “Análise das informações. Isso é importante”, comentou Helder. Com o Wingraph EX , da Bremen, voltamos ao modelo modular. Assim como nos demais que seguem essa estrutura, a gráfica pode optar pelo ERP completo ou pelos recursos que mais lhe interessam. O Wingraph EX é composto pelos tradicionais módulos de orçamento, faturamento, financeiro, estoque, PCP, CRM , além do balcão, criado para agilizar o atendimento de balcão, com emissão de pedidos e notas; o backup cloud, para o armazenamento das informações na nuvem; e o B.I., que permite a visualização dos dados gerenciais em qualquer lugar. Por sua leveza e simplicidade, foi o que mais agradou Helder. “Preciso automatizar os procedimentos. Quero ficar livre para me dedicar mais ao contato com os clientes.”
Helder Masson foi à ExpoPrint em busca de softwares capazes de agilizar o processo produtivo VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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COMO FUNCIONA Priscila Yuri Tioma Jessica Cordeiro Domingos de Souza Karina Nascimento de Andrade Thiago Cesar Teixeira Justo
Risografia, a nova febre A risografia vem ganhando cada vez mais espaço, principalmente entre artistas gráficos, designers e editoras de menor porte, para publicações artísticas e independentes. O processo preenche uma lacuna na produção de trabalhos de médias tiragens, financeiramente inviáveis de serem produzidos em impressoras digitais ou em offset.
A
tecnologia das impressoras Risograph foi desenvolvida no Japão por Noboru Hayama – fundador da empresa Riso-Sha, atual Riso Kagaku Corporation – no mesmo contexto em que outros sistemas simples de reprodução textos e imagens, como papel carbono, mimeógrafo e duplicadora a álcool, foram concebidos. A finalidade desses processos é atender a tiragens menores com baixo custo. Enquanto o carbono e a duplicadora a álcool (que
no Brasil ficou conhecida como mimeógrafo a álcool) utilizam as propriedades da tinta anilina para produzir cópias, o mimeografo à tinta e a risografia fazem a reprodução por meio de estêncil, sendo que a risografia oferece qualidade muito superior (1). A primeira duplicadora Risograph foi apresentada ao mercado em 1984. Nessa época, a tecnologia da Xerox dominava o mercado de cópias. Todavia, as já consagradas copiadoras exigiam alto investimento inicial, limitando seu uso a empresas de grande porte ou que tivessem necessidade de produção de cópias em altos volumes. Na Risograph, o preço unitário das cópias diminui à medida que a tiragem aumenta, enquanto nas tecnologias digitais o preço unitário é fixo (2). A matriz do processo é um estêncil, produzido a partir de fibras de casca de banana. A gravação das imagens é feita por meio de cabeçotes térmicos que fazem micro orifícios na matriz de acordo com a imagem a ser gravada. Os cabeçotes térmicos instalados na duplicadora são controlados digitalmente a partir do arquivo PDF das
1 TINTA
ESTÊNCIL
PAPEL
2
DIGITAL
1 página
100 páginas
custo unitário
custo unitário
1 mil páginas
custo unitário
10 mil páginas
custo unitário
X
RISOGRAPH
1 página
custo unitário
100 páginas
custo unitário
1 mil páginas
custo unitário
10 mil páginas
custo unitário
Custo unitário
16 TECNOLOGIA GRÁFICA
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imagens a ser reproduzidas. A gravação também 3 pode ser feita a partir de originais físicos, digitalizados num scanner da própria impressora (3). O estêncil gravado é fixado em um tambor cilíndrico perfurado, que é entintado por dentro. A tinta, pressionada, atravessa o cilindro, os orifícios do estêncil e é depositada no papel (4) . A tinta é produzida a partir de uma emulsão de água, óleo de soja e pigmentos. Possui consistência pastosa e seca por absorção e evaporação. Por não conter nenhuma substância nociva ao meio ambiente, é considerada ecologicamente correta. Gravação da Master A maioria das duplicadoras Risograph é limitada ao formato máximo A3 (420 x 297mm) e pos4 sui apenas um cilindro de impressão. Cada cor demanda um novo estêncil e acarreta uma nova Rotação do entrada e passagem do papel pela duplicadora, cilindro o que dificulta o acerto do registro entre as cores impressas. Existem equipamentos que imprimem duas cores simultaneamente (5). As cores das tintas não seguem as referências Cilindros Entintadores de cores Pantone e nem as CMYK do processo convencional. Atualmente, a empresa produz 21 Papel cores padronizadas e 50 cores personalizadas. O papel utilizado para impressão precisa ser poroso e sem revestimento, já que a tinta seca por absorção e evaporação (6). O RIP da Risograph é capaz de gerar retículas convencionais (AM – amplitude modulada) e esProcesso de impressão Risograph tocástica (FM – frequência modulada). A lineatura varia de 46 a 106 linhas por polegada, seme- 5 lhante à usada para impressão de imagens em papel jornal (7). Cada tinta (cor) possui um conjunto de impressão próprio, composto pelo cilindro perfurado e o compartimento de tinta em seu interior. Na troca de cor é preciso trocar o conjunto para aquela escolhida para evitar contaminação entre as cores. Para cada cor é preciso ter um conjunto impressor.
Recipiente da Tinta Cilindro impressor
Master - estêncil Tinta
Cilindro contra-pressão
Confira um vídeo demonstrativo da tecnologia de impressão Risograph: Erro de registro entre cores VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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17
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7 vermelho
vermelho brilhante
RISO vermelho marinho
bordô
marrom
amarelo
verde
turquesa
azul
cinza
cinza claro
amarelo dourado
laranja
laranja carmesim
verde tropical
rosa laranja dourado fluorescente fluorescente
azul médio
púrpura
RISO azul marinho
50 cores pernonalizadas
Cores da Risograph
8
PRISCILA YURI TIOMA, JESSICA CORDEIRO DOMINGOS DE SOUZA E KARINA NASCIMENTO DE ANDRADE são ex-alunas curso técnico de Pré-impressão na Escola Senai Theobaldo De Nigris. ORIENTADOR: THIAGO CESAR TEIXEIRA JUSTO, instrutor de Formação Profissional II.
Impresso produzido em Risograph
18 TECNOLOGIA GRÁFICA Untitled-1 1
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ESPECIAL
Serigrafia Sign terá circuito de produção têxtil
U
ma das atrações da Serigrafia Sign FutureTextil 2018 será a 2º edição do Circuito de Impressão Digital Têxtil. O objetivo é apresentar os sete pilares mais importantes do processo fabril digital têxtil que, quando executados de forma assertiva, fazem toda diferença no produto final e no resultado de vendas: pesquisa e mercado, tendência e foco da empresa, criação de produto e imagem, teste, pré-tratamento, impressão e pós-tratamento. Cada área será abordada por um especialista. Ocupando 220 m², o circuito funcionará com visitas guiadas a cada uma hora, durante os quatro dias da feira. Para que os empreendedores possam ter uma noção melhor de como é a implantação de uma área digital têxtil, ao final do circuito será mostrada uma mesa digital touch na qual, com um software específico, será possível construir o layout de uma empresa real, conforme espaços pré-determinados, calculando custos e condições aproximadas.
A experiência é ideal para aqueles que pensam em ampliar o negócio abrindo uma área de impressão digital, já que ele conseguirá visualizar quanto investirá em média e terá uma ideia melhor do espaço físico necessário focando em melhores resultados. “Depois de conhecer o dia a dia de uma produção digital têxtil, os visitantes poderão conversar com os consultores e de forma pontual sanar suas dúvidas. Além disso, a troca de informações proporcionada pelos especialistas é enriquecedora”, comenta Pedro Dupláa do Circuito de Impressão Digital Têxtil. Direcionada aos profissionais que atuam em impressão digital, serigrafia, sublimação, envelopamento, estamparias, produtos promocionais, sinalização, além de agências de publicidade, gráficas, birôs de impressão, revenda e distribuição, a Serigrafia Sign FutureTextil acontece entre os dias 25 e 28 de julho, no Expo Center Norte, em São Paulo. A Informa Exhibitions, organizadora do evento, espera um público em torno de 36 mil pessoas.
Circuito de Impressão Digital Têxtil contará com todas as etapas para produção, desde o planejamento até o produto final. Feira acontece entre 25 e 28 de julho.
28ª Serigrafia Sign FutureTextil 25 a 28 de julho de 2018 - Expo Center Norte, São Paulo De quarta à sexta, das 13h às 20h - Sábado, das 10h às 17h www.serigrafiasign.com.br VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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19
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PRODUÇÃO GRÁFICA
A praticidade das embalagens americanas
Juliana Coelho de Almeida
V
Veja mais exemplos de embalagens americanas na galeria de fotos:
ivendo há quase sete meses nos Estados Unidos e passado o período de adaptação, admito que estou fascinada pelas embalagens americanas. Sucesso e prosperidade ao alcance de todos com base em trabalho árduo, em uma sociedade sem obstáculos e com oportunidades para todos em função de suas habilidades e conquistas é o que preconiza o “Sonho Americano” e arrisco-me a afirmar que as embalagens americanas representam a materialização dos estereótipos do país da liberdade e prosperidade, onde “time is money”. A prosperidade se traduz na variedade de produtos à disposição nas gôndolas dos supermercados e nos tamanhos comercializados. Apesar do “family size” ou “jumbo pack” serem tamanhos padrões para a maioria dos produtos, percebi uma grande preocupação dos americanos em relação à redução do desperdício e ao consumo consciente. A tendência de redução do desperdício pode ser identificada principalmente em embalagens que podem ser fechadas novamente para garantia da preservação dos princípios ativos e posterior consumo. Além do resselamento, são comuns sub embalagens para consumo em menores porções ou embalagens
Embalagem family size ou jumbo pack
20 TECNOLOGIA GRÁFICA
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individuais acondicionadas na principal, tornando essa última uma embalagem secundária, contribuindo também para o consumo consciente. A conveniência e simplicidade também estão presentes nas embalagens em um país no qual ter uma ajudante do lar é luxo. Tesouras são muito pouco requisitadas para a abertura de uma embalagem, pois elas normalmente são produzidas com zíperes ou “seals” lacrados por serrilhas que facilitam essa ação. Para o americano que tem o hábito de almoçar em sua própria mesa do trabalho e preza a conveniência nesse momento, a possibilidade do preparo do produto na própria embalagem é uma necessidade e regra em praticamente todas as embalagens de produtos congelados. A preocupação com o meio ambiente também pode ser identificada no apelo sustentável de reutilização, seja com a política do refil do mesmo produto ou reutilização da embalagem para outro fim. Com tantas opções, facilidades e conveniências, as embalagens, além de cumprirem suas principais funções de preservar a qualidade do produto, protegendo sua integridade no transporte e armazenamento, também assumem e missão de vendê-lo,
Embalagem com fechamento com ziper
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Embalagem comemorativa
Embalagem para refil
acumulando também a responsabilidade de atrair a atenção do consumidor em um ambiente tão concorrido. Para isso, as embalagens americanas usam e abusam do diferencial em design: embalagens comemorativas, interativas, embalagens com formatos diferenciados etc. Aspecto que também me chamou bastante atenção foi o fato de que a qualidade de impressão do produto mais barato em relação ao seu concorrente “top of mind” pouco muda, tornando a concorrência ainda mais acirrada e elevando a exigência em relação à produção gráfica da indústria convertedora. De acordo com especialistas do segmento, os próximos desafios na indústria americana de embalagens consistem em focar na impressão digital com a produção de embalagens inteligentes e interativas, aumentar a produção de embalagens flexíveis, inovar em relação à segurança do alimento, reduzir as perdas e garantir a sustentabilidade e, não menos importante, a padronização das embalagens para e-commerce. Se os Estados Unidos ditam as regras do mercado, que sigamos bons exemplos! JULIANA COELHO DE ALMEIDA é Tecnóloga em Produção Gráfica pela Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica e especialista em impressão rotográfica e flexográfica.
Preparação na própria embalagem
Embalagens que permitem a percepção do odor do produto
Embalagem para reutilização
Embalagem para otimização do espaço e facilidade no manuseio VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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IMPRESSÃO
Tintas flexográficas UV para aplicações em termoencolhível
Pamila Heitkoeter de Melo
Mariana Nascimento
22 TECNOLOGIA GRÁFICA
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U
ma das características das tintas curadas em UV é o fato de terem baixa ou nenhuma volatilidade e alta resistência química. Em função disso é possível formular um sistema de tinta curado por energia que reduzirá ou eliminará os problemas de blocking, baixa resistência, alta retenção de solventes e falta de adesão das tintas na aplicação em termoencolhível. Atualmente, as tintas UV são usadas em algumas aplicações de termoencolhível nas quais propriedades específicas são necessárias. Os oligômeros, monômeros, fotoiniciadores e aditivos devem ser cuidadosamente selecionados para atender às exigências do processo e da aplicação final e para manter velocidades de cura suficientes para minimizar a exposição ao calor do substrato e maximizar as velocidades de impressão. A impressão de tintas para termoencolhível aumentou significativamente nos últimos anos devido à expansão na decoração de embalagens de leite, suco, iogurte, molho de macarrão, maionese, garrafas de vinho, cerveja e outros produtos. Em comparação ao tradicional, as aplicações em termoencolhível permitem uma decoração de cobertura total, que proporciona uma área maior de informações do produto. Além disso, promovem brilho superior com maior proteção de tinta uma vez que o processo em termoencolhível é geralmente impresso no lado avesso. Apesar da dominância da rotogravura com tintas à base de solventes, problemas como velaturas, encolhimento prematuro do filme causado pelo calor necessário para a secagem da tinta e blocking da tinta continuam a afetar adversamente a produção. Com as tintas à base de solvente e à base de água usadas para impressão flexográfica, outros problemas como a falta de adesão, a baixa qualidade de impressão, retenção de solventes e pouca resolubilidade são observados. Dada a natureza e o desempenho das tintas UV já existentes, o uso de tintas flexográficas UV em
termoencolhível proporciona uma ótima combinação de impressão e desempenho final. As tintas UV não contém solvente e oferecem ótima qualidade de impre s s ão, excelente estabilidade e propriedades de alta resistência. Não exibem blocking na transferência de tinta na impressão, se devidamente curadas. Como o calor não é aplicado para remover o material volátil, o encolhimento prematuro do filme não deve ser um problema. Além disso, uma ótima adesão nos filmes altamente encolhiveís deve ser possível, desde que a combinação ideal de matérias-primas seja feita. A seleção de matéria-prima neste trabalho envolveu testes de oligômeros acrilados para propriedades básicas de reatividade, aderência, scratch e dobras. O melhor oligômero acrilado foi então testado com monômeros selecionados para identificar possíveis vantagens da seleção de monômeros. A combinação mais promissora de oligômero/monômero foi então avaliada com várias combinações de fotoiniciador para otimizar a reatividade (velocidade de prensagem) enquanto se mantinha o desempenho desejado. As avaliações foram inicialmente concluídas usando testes de bancada com equipamento de laboratório típico na película de contração SRHL PVC da Bonset e na película de contração Bonpet 5A PETG do mesmo fabricante. Reatividade, aderência, dobras e transparência foram testados em ambos os substratos e as classificações de desempenho relativas foram atribuídas. Tabela 1. Formulação
Oligômero
50%
Tripropileno glicol diacrilato
37%
Dispersão Cyan
5%
Fotoiniciador
8%
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Dispersão Cyan
5%
Fotoiniciador
8%
Tabela 2. Avaliação dos oligômeros Oligômero
Funcionalidade relativa
Ebecryl 3212
Pré termoencolhimento
Pós termoencolhimento
Reatividade
Adesão
Dobras
Transparência
Adesão
Dobras
Transparência
Baixa
1
1
1
4
4
1
1
4
Ebecryl 3302
Baixa
1
5
5
4
4
5
5
4
Ebecryl 3401
Baixa
4
4
4
4
4
4
4
1
Ebecryl 3703
Baixa
5
3
2
3
3
3
2
3
Ebecryl 3720-TP25
Baixa
3
3
3
3
3
2
3
2
Ebecryl 6602
Média
5
5
5
5
5
5
5
2
Ebecryl 4827
Baixa
1
3
1
4
4
3
1
3
Ebecryl 220
Alta
5
4
3
4
4
4
3
4
Ebecryl 270
Baixa
5
5
5
5
5
3
3
5
Ebecryl 8411
Baixa
2
4
4
5
5
4
4
3
Viaflex 410
Média
5
5
5
5
5
5
5
5
Ebecryl 1290
Alta
5
4
2
3
3
3
2
3
Ebecryl 812
Média
1
5
5
5
5
5
5
3
Ebecryl 809
Média
5
5
5
5
5
5
5
3
Ebecryl 870
Alta
5
5
5
5
5
5
5
3
Tabela 3. Formulações variando monômeros Os oligômeros foram misturados com outros ingredientes para produzir uma fórmula inicial (Tabela Sample Sample Sample Sample Descrição 1). Essa fórmula inicial foi impressa com uma pren200 201 202 203 sa piloto da marca K-Proofer em filmes de PVC e Viaflex 410 50 50 50 50 PET e testada quanto à reatividade, adesão, dobras e transparência. Os resultados, conforme listados Iboa 37 na Tabela 2, foram os mesmos em ambos os filmes. ODA 37 Os resultados para reatividade, adesão, dobras e transparência foram avaliados em uma escala de TPGDA 37 1-5. Sendo 1 = ruim e 5 = excelente. A avaliação da HDDA 37 faixa de oligômeros identificou diferenças na reatividade, adesão, dobras e transparência. O Ebecryl OTA-480 6602, o Viaflex 410, Ebecryl 809 e o Ebecryl 870 exiTMPEOTA biram resultados de desempenho promissores. O Viaflex 410 foi selecionado para trabalhos futuros Disperção Cyan 5 5 5 5 porque esse material proporcionou a melhor combiFotoiniciador 8 8 8 8 nação de desempenho de aplicação e transparência após o encolhimento. A manutenção da transparência da impressão também ofereceu resultados promissores, mas foi após o encolhimento aumentará a percepção da inferior quanto a dobras e transparência. Embora impressão durante sua vida útil. Além disso, em o desempenho das dobras com o HDDA possa ser alguns casos, os revestimentos são aplicados na melhorado com o uso de aditivos, a redução da superfície externa e/ou áreas claras da embalagem transparência é uma desvantagem. para efeitos como slip, acabamento fosco ou As melhores matérias-primas e formulações de sensação tátil. Portanto, a transparência das resinas partida identificadas durante este projeto mostrausadas nesses revestimentos deve ser previsível e ram um desempenho ótimo em tintas flexográficas consistente. UV impressas em filmes de PVC e PET, a velocidades Foram preparadas misturas com Viaflex 410 e de até 400 ft/min na impressora Aquaflex. Embovários monômeros utilizando as fórmulas da Tabela 3. ra possa ser necessário aprofundar os estudos para Com base nos resultados (Tabela 4), o TPGDA foi modificar a formulação para atender aos requisitos Monômetro Reatividade Adesão Dobras Transparência escolhido como o melhor monômero. O TPGDA é específicos da tinta, foi demonstrado que é possív1 1 1 4 Acrilato de isobornila (IBOA) comumente usado para redução de viscosidade em el formular tintas flexográficas UV para atender às aplicações que exigem uma combinação de flexibiexigências de aplicação e 1uso final em 5 embalagens 5 4 Octil/Decil Acrilato (ODA) lidade, resistência à umidade e reatividade. O HDDA de termoencolhível. Tripropileno Glicol Pré termoencolhimento
50
50
37 37 5
5
8
8
Pós termoencolhimento
Adesão Dobras Transparência 1
1
4
5
5
4
4
4
4
1
2
3
4
4
4
1,6-Hexanodiol diacrilato (HDDA)
5
3
2
3
3
Glicerol Triacrilato
3
3
3
3
2
Acrilato (TPGDA)
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Sample Sample 204 205
VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
23
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Tabela 4. Avaliação dos monômeros Monômetro
Pré termoencolhimento
Reatividade Adesão Dobras Transparência
Pós termoencolhimento
Adesão Dobras Transparência
Acrilato de isobornila (IBOA)
1
1
1
4
1
1
4
Octil/Decil Acrilato (ODA)
1
5
5
4
5
5
4
Tripropileno Glicol Acrilato (TPGDA)
4
4
4
4
4
4
1
1,6-Hexanodiol diacrilato (HDDA)
5
3
2
3
3
2
3
Glicerol Triacrilato Propoxilado (OTA-480)
3
3
3
3
2
3
2
Trimetilolpropano Etóxi Triacrilato (TMPEOTA)
5
5
5
5
5
3
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O QUE É A RADTECH
A RadTech é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 1993 e sediada no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares na Universidade de São Paulo. Fundada como Associação Técnica Brasileira de Cura por Radiação, ATBCR , em agosto de 2006 passou a chamar-se Radtech South America, a partir de um acordo operacional entre a ATBCR e a Radtech International North America. A Radtech South America conta hoje com 30 associados, entre empresas, entidades e profissionais liPAMILA HEITKOETER DE MELO gados à cura por radiação UV e EB (feixe de elétrons). Ser membro da RadTech South America significa é coordenadora de aplicação participar de um fórum educacional internacional permanente, além de ter acesso a importantes bee MARIANA NASCIMENTO é analista de laboratório nefícios para pessoas, organizações e ao meio ambiente. da Allnex Brasil, membro Para maiores informações entre em contato no telefone (11) 3034-0078 ou pelo site: da RadtechRadtech South www.radtech.org.br 20180615-ad-tecnologia-grafia-v01.pdf 1 06/18/2018 10:12 America.
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NORMALIZAÇÃO
O papel transformador do ONS27 no setor gráfico
Bruno Mortara
A
o assumir junto à ABNT, em 1993, a responsabilidade pela elaboração das normas técnicas, a ABTG atendeu a uma demanda da Abigraf, com suporte financeiro do Sindigraf. Essa necessidade surgiu do reconhecimento das duas entidades de que não poderiam abrir mão do controle das normas que seriam aplicadas ao segmento gráfico. Assim, essa prestação de serviço tem papel estratégico fundamental. As normas técnicas são mandatórias em muitos contratos, processos de compra governamentais e no comércio internacional. Deixar que outras instituições controlem esse processo pode ter consequências desastrosas para o setor. Bons exemplos são as normas de livros didáticos e a de cadernos. Se estivessem fora do controle do setor gráfico poderiam ter resultado em especificações difíceis de atender e que imporiam muitas devoluções e pesadas multas às gráficas. Apenas esses dois casos já cobrem mais de 30% do PIB da indústria gráfica brasileira. Além disso, o Organismo de Normalização Setorial, ONS27, tem um papel inestimável no desenvolvimento técnico e no aumento da competitividade da indústria brasileira, na medida em que envolve diretamente centenas de profissionais e dezenas de empresas na discussão e elaboração das normas e outros documentos. As ações e participações do Brasil e do ONS27 no mercado nacional e nas reuniões da ISO têm caráter de investimento de longo prazo e com retornos que às vezes não podem ser medidos, mas que são evidenciados com clareza. Ação no mercado nacional Uma das tarefas que o ONS27 tem cumprido de forma eficiente e atendendo às necessidades específicas do mercado brasileiro é a elaboração de
PD/X-1a, em duas edições, PDF/X-3, PDF/X-4 e 5, Provas digitais, Gerenciamento de cores, Requisitos para aprovação de offset, Impressão flexográfica, Dicionário de termos, Provas virtuais.
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normas que não existem originalmente na ISO. Os setores mais beneficiados têm sido: ◆◆ Cadernos didáticos. As normas ajudaram a equilibrar a concorrência em um mercado com inúmeros problemas como importação e produção local de produtos não conformes. ◆◆ Livros didáticos. Apoia um dos maiores programas de distribuição de livros do planeta. A ação do ONS27 tem evitado inúmeros problemas de relacionamento entre as gráficas e seus clientes. A indústria participou da formulação dos requisitos de qualidade que o IPT verifica. ◆◆ Impressos de segurança. Os principais players do setor de impressos de segurança (cheques, passaporte, cédulas, documentos oficiais, ingressos etc) adotam a norma, cuja terceira versão já está sendo discutida e é usada pelos agentes públicos como requisito nos editais nas diferentes esferas de governo. ◆◆ Envelopes. Com o auxílio dos Correios foram feitas as especificações de envelopes em conformidade com os equipamentos existentes, viabilizando todo um setor de impressão transacional. Esses resultados demonstram a relevância das contribuições do Sindigraf ao segmento gráfico e ao País, enquanto patrocinadores do ONS27, e da ABTG , enquanto realizadora das ações. PARTICIPAÇÃO NO TC 130 DA ISO
Além disso, há mais de duas décadas o Brasil vem participando assiduamente das reuniões do TC 130, tendo passado de Membro Observador para Membro Participante (com direito a voto nas normas em discussão). Nessa qualidade, o Brasil tem influenciado positivamente a elaboração de normas internacionais que afetam o comércio exterior de produtos
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gráficos, insumos e equipamentos. Em tal esfera merecem destaque alguns resultados que são críticos para os interesses do segmento gráfico brasileiro. ◆◆ Manutenção da norma ISO 15930-1, PDF/X-1a. Os Estados Unidos propuseram seu cancelamento. O Brasil se posicionou contra e obteve o apoio da França, Itália e Alemanha para sua manutenção. O formato PDF/X ainda é predominante no Brasil. A ausência da norma poderia trazer muitos problemas às empresas brasileiras. ◆◆ O Brasil apoiou os Estados Unidos na norma ISO 15339 para condições de impressão, com balanço de grises embutidos nas mesmas no formato G7, entendendo que é o futuro para diversos setores da nossa indústria. ◆◆ O Brasil defendeu que na norma de provas, a ISO 12647-7, não houvesse a necessidade de que os substratos de impressão de provas tivessem as mesmas características do papel da impressão simulada, em fluorescência. Isso obrigaria às gráficas possuírem em estoque quatro a seis tipos de papel de prova diferentes. ◆◆ Brasil defendeu a Indonésia quando os Estados Unidos e Inglaterra alegaram que o país era “muito remoto” para uma reunião e que precisariam muitas horas de voo. Canadá e Brasil se opuseram veementemente e nosso argumento foi de que não há tal coisa como “um centro do mundo” e locais distantes de tal centro, uma vez que o Brasil poderia estar na situação da Indonésia num futuro. ◆◆ Alteração da norma ISO 12647-2, a partir do firme posicionamento do Brasil, especificamente nos parâmetros de papel não revestido, de modo a incluir os papéis de impressão nacionais, notadamente o alta alvura, além de outros substratos nacionais que são extremamente azulados. Graças a isso, as empresas que já investiram em padronização de impressão podem continuar em conformidade com a ISO 12647-2 na sua nova versão, 2013. ◆◆ Brasil teve um papel crucial no suporte à Inglaterra na criação de norma para medição de pegada de carbono nos processos gráficos e, posteriormente, no apoio ao desenvolvimento de norma para MANUAL DE
IMPRESSÃO FLEXOGRÁFICA
avaliação de pegada de carbono em e-books. O objetivo final é viabilizar ferramentas e argumentos que demonstrem que a mídia eletrônica não é superior à impressa no que diz respeito ao impacto ambiental. ◆◆ Brasil deu suporte à China para a criação de grupo de pós impressão, sendo um dos cinco países que apoiaram sua criação, de um mínimo de cinco. Neste momento fornecemos tradução resumida de nossas normas de page-flip e page-pull e espera-se uma fácil adaptação das empresas do setor editorial às novas normas. A participação nos grupos da ISO tem orientado o planejamento estratégico do ONS27, documentado no bussiness plan do ONS27: ◆◆ Rever as normas baseadas em normas ISO e transformá-las em equivalentes ◆◆ Escolhido um núcleo de normas fundamentais, entre as mais de 70 normas, e as comissões focaram na tradução e adoção das mesmas ◆◆ Participar ativamente na integração harmônica entre o acervo de normas nacionais e das novas normas ISO sendo criadas pelo TC 130, como segurança e pós-impressão. O PRÊMIO FERNANDO PINI E AS NORMAS DO SETOR A participação no TC 130 trouxe o entendimento da
urgência de se adotarem boas práticas na indústria nacional. Por influência direta do ONS27, a ABTG introduziu duas categorias no Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini, que visam incentivar as gráficas brasileiras a adotarem as normas - uma para provas digitais em acordo com a ISO 126477 e outra para impressos em acordo com a norma mais importante do setor, a ISO 12647-2. A adoção dessas normas leva as empresas a um ganho significativo de qualidade e produtividade. AS CARTILHAS DO ONS27 PUBLICADAS PELA ABTG
A cada ano empresas se inscrevem para essas categorias e, com o auxílio das cartilhas da ABTG , MANUAL PDF/X-4
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tentam atingir a excelência e eficácia nos quesitos provas e impressão. Uma vez que normas são materiais relativamente difíceis de disseminar, o ONS27, a partir das prioridades apontadas no TC130 (todos os grandes fabricantes da indústria estão presentes e atuantes) fez a tradução/adoção de normas internacionais e das conhecidas cartilhas que contêm os requisitos da norma.
Fernando Pini Manual da Categoria 11.3 CONFORMIDADE COM A NORMA NBR ISO 12647-7 Comissão Técnica do Prêmio Fernando Pini 2011
Fernando Pini Manual da Categoria 11.2 CONFORMIDADE COM A NORMA NBR ISO 12647-2 Comissão Técnica do Prêmio Fernando Pini 2011
ONS27 E A ESCOLA SENAI THEOBALDO DE NIGRIS
A difusão de conhecimento técnico a partir do ONS27 se dá também pela ampla participação de docentes do Senai na discussão e elaboração das normas. Nesse sentido destacamos as seguintes normas: ISO 2846 (tintas), ISO 15930 (PDF/X), ISO 12647-7 (provas), ISO 12647-2 (offset), ISO 12647-4 (rotogravura), e ISO 12647-6 (flexografia). O conhecimento e a experiência adquiridos pelos professores se tornaram parte das práticas didáticas diárias e dos materiais oferecidos aos alunos. Isso tem enorme força na disseminação de conhecimento de forma capilar para as empresas, alcançando todos os setores nos quais esses estudantes forem atuar como profissionais. REVISTA TECNOLOGIA GRÁFICA
O último pilar, porém não menos importante, é a publicação regular de artigos técnicos pelo ONS27 na revista Tecnologia Gráfica, publicação da ABTG e da Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica. Até agora foram mais de oitenta artigos que têm levado a milhares de profissionais e empresários informações e conhecimentos relevantes para melhoria do desempenho das empresas brasileiras: ◆◆ 2017 Edição 99 - NBR 16183 - Metodologia de benchmarking para a indústria gráfica ◆◆ 2016 Edição 98 - Resolução, visão e processos de impressão ◆◆ 2016 Edição 97 - Normas fundamentais são discutidas em Berlim 28 TECNOLOGIA GRÁFICA
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2016 Edição 97 - ABTG e Senai discutem novidades de 2016 ◆◆ 2016 Edição 97 - A Drupa 2016 ◆◆ 2016 Edição 96 - Comunicação Gráfica Meeting Points ◆◆ 2016 Edição 96 - Entenda o PSD, padrão FOGRA para impressão digital de pequenos e grandes formatos ◆◆ 2015 Edição 95 - Crossmedia, por que não? ◆◆ 2015 Edição 95 - Comitê de normas Coreia ◆◆ 2015 Edição 94 - QR Code e realidade aumentada ◆◆ 2015 Edição 94 - Comitê técnico Internacional de Tecnologia Gráfica reúne-se na Itália ◆◆ 2015 Edição 92 - Alvejantes ópticos e os novos espectrofotômetros ◆◆ 2015 Edição 91 - A batalha entre a ISO 12647-2 e a ISO DIS 15339 ◆◆ 2014 Edição 89 - A nova ISO 12647-2_Parte III ◆◆ 2014 Edição 89 - A nova ISO 12647-2_Parte II ◆◆ 2014 Edição 88 - A nova ISO 12647-2 ◆◆ 2013 Edição 87 - Para onde caminham os padrões da indústria gráfica ◆◆ 2013 Edição 87 - Selo Qualidade Ambiental privilegia produção mais limpa ◆◆ 2013 Edição 86 - ABTG Certificadora é aprovada pelo Inmetro em mais uma Norma ◆◆ 2013 Edição 85 - Editorial - Digital e moderninho ◆◆ 2013 Edição 84 - Grandes Formatos, a nova fronteira ◆◆ 2012 Edição 83 - Provas digitais normalizadas ajudam instituições públicas ◆◆ 2012 Edição 83 - A nova norma de impressão digital ◆◆ 2012 Edição 82 - O uso do XML para controle de processo em tecnologia gráfica ◆◆ 2012 Edição 81 - Validade das provas digitais, uma questão a ser definida ◆◆ 2012 Edição 81 - Cuidados no desenvolvimento de rótulos termoencolhíveis ◆◆ 2011 Edição 80 - O que é e para que serve o código QR? ◆◆ 2011 Edição 79 - Norma 12647-8: Uma possível solução tropicalizada para as provas ◆◆ 2011 Edição 79 - Dados variáveis para todos: o PDF/ VT ◆◆ 2011 Edição 79 - As Imagens de Teste SCID ou ISO 12640 ◆◆ 2011 Edição 77 - Resultados fotográficos surpreendentes com HDR ◆◆ 2011 Edição 77 - A imagem fotorrealista: mais real que a realidade? ◆◆ 2011 Edição 77 - XRGA - Um novo padrão X-Rite para artes gráficas? ◆◆
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2011 Edição 76 - A nova parte da norma ISO 19005 ou, simplesmente, PDF/A-2 ◆◆ 2011 Edição 75 - Maior encontro do TC130 é realizado em São Paulo ◆◆ 2011 Edição 75 - As imagens de teste SCID ou ISO 12640 ◆◆ 2011 Edição 75 - Dados variáveis para todos: o PDF/VT digitais ◆◆ 2010 Edição 72 - O que é Zink? ◆◆ 2010 Edição 71 - Provas precisas e estáveis: somente com insumos de qualidade ◆◆ 2010 Edição 70 - Black backing/White backing O que é? Para que serve? Como se utiliza? ◆◆ 2009 Edição 69 - O 19º Prêmio Fernando Pini e as categorias da 12647 ◆◆ 2009 Edição 67 - A certificação na indústria gráfica ◆◆ 2009 Edição 65 - A importância e a aplicabilidade de condições de visualização padronizadas ◆◆ 2009 Edição 64 - Condigi ◆◆ 2009 Edição 64 - O uso do conjunto de dados de caracterização no gerenciamento de cores ◆◆ 2008 Edição 63 - O que está por trás Delta E ◆◆ 2008 Edição 62 - Os novos perfis ICC baseados na 12647 ◆◆ 2008 Edição 61 - Feliz 12647 ◆◆ 2008 Edição 60 - O que diria Gutenberg? ◆◆ 2008 Edição 60 - Entendendo a família PDF/X por dentro ◆◆ 2007 Edição 59 - As provas provam o que? ◆◆
2007 Edição 57 - O futuro do formato XPS 2007 Edição 56 - Digishow ◆◆ 2007 Edição 54 - Os muitos sabores do PDF ◆◆ 2006 Edição 53 - 10 anos de Informação - 10 anos de pura tecnologia ◆◆ 2006 Edição 53 - Gracol 7 X ISO ◆◆ 2006 Edição 53 - Revelação digital. Para onde caminha o consumidor? ◆◆ 2006 Edição 50 - O PDF/A, suas versões e a posição do Brasil ◆◆ 2004 Edição 42 - JDF, realidade e desafios ◆◆ 2004 Edição 42 - EUA e Europa disputam hegemonia na comunicação de cores especiais ◆◆ 2004 Edição 39 - ISO 12642 a confirmação de um sucesso ◆◆ 2003 Edição 35 - O negócio gráfico na pós- modernidade ◆◆ 2002 Edição 27 - A padronização depende do controle do processo ◆◆ ◆◆
NÚMEROS DO ONS-27:
63 normas publicadas 16 comissões de estudo atuando regularmente ◆◆ 350 profissionais participantes das comissões (1200 inscritos), de mais de 300 empresas diferentes ◆◆ 17 guias (cartilhas) publicados, com orientações sobre uso de normas e controle de processos. Esses guias são distribuídos gratuitamente. ◆◆ ◆◆
BRUNO MORTARA é superintendente do ONS27, coordenador do ISO/ TC130/WG13 – Avaliação da Conformidade e professor de pós-graduação na Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica.
LITERATURA Controle de Qualidade do Papel para Impressão
Paulo Dragoni “Controle de Qualidade do Papel para Impressão “, de Paulo Dragoni, publicado pela Editora do Senai-SP, apresenta de forma didática e com rigor técnico os métodos de ensaios das propriedades dos papéis, cartões e micro-ondulados. São testes em laboratório que podem ser realizados no recebimento de cada lote de matéria-prima com o objetivo de verificar se os parâmetros de qualidade se encontram dentro das especificações desejadas. A obra esclarece quais características desses substratos influenciam diretamente nos processos de impressão e no produto acabado. As informações técnicas disponibilizadas no livro também serão de grande utilidade para que os profissionais possam compreender melhor as causas de problemas frequentes de impressão e preveni-los, reduzindo paradas de máquinas e perdas por defeito (quebras de tiragem). A obra é destinada principalmente a supervisores de impressão, impressores, compradores de papéis, profissionais das fábricas de papel e pessoal de suporte técnico às gráficas. Editora Senai-SP www.senaieditorasp.com.br A obra está disponível na Biblioteca do Senai Theobaldo De Nigris pelo tel. (011) 2797-6325 VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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GESTÃO
Indústria 4.0 e a gestão com base em dados
Imagem: Freepik
Oziel Branchini
“Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes” Klaus Schwab, em “A Quarta Revolução Industrial”
A
expressão “indústria 4.0” foi utilizada pela primeira vez na feira de Hannover, Alemanha, em 2011, para designar a conexão entre máquinas, sistemas e ativos que permite o controle exato de cada etapa da cadeia de valor, tornando as fábricas “inteligentes”. Em abril de 2013, novamente na mesma feira, foi apresentado um estudo de implementação desse modelo de indústria para o governo federal Alemão. Nas palavras de Angela Merkel, “a indústria 4.0 é a transformação completa de toda a esfera da produção industrial por meio da fusão da tecnologia digital e da internet com a indústria convencional”. A chamada quarta revolução industrial já está em curso também em outros países desenvolvidos, como França, Itália, Inglaterra e Estados Unidos. As transformações estão sendo alavancadas por um arsenal de ferramentas e metodologias que precisamos entender em função do grande impacto que terão no nosso dia a dia. Algumas dessas ferramentas já são largamente conhecidas, como computação em nuvem (cloud computing), inteligência artificial, realidade aumentada, realidade virtual. Mas há também o cyber
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physical systems (integração dos mundos físico e virtual), a internet das coisas, a internet dos serviços, as smart factories (fábricas inteligentes) e o big data & analytics. Isso para citar somente algumas. A disponibilidade de dados digitais está crescendo a um ritmo impressionante na esteira do aumento do número de dispositivos conectados (internet das coisas), do baixo custo de armazenamento de informações digitais e da imensa quantidade de dispositivos portáteis e móveis. Outros fatores são tendências sociais e de mercado, popularização das mídias sociais, disponibilidade e penetração da internet. Segundo a União Internacional de Telecomunicações há cerca de 7 bilhões de celulares em uso no planeta, para uma população global atual de 7,6 bilhões de pessoas. 3,2 bilhões de pessoas têm acesso à internet. Segundo a IBM , geramos mais de 2,5 exabytes de dados por dia. Isso é equivalente aos dados armazenados em cerca de 625 milhões de DVDs. Aproximadamente 90% dos dados gerados pela humanidade foram criados nos últimos dois anos. Espera-se que esse volume de dados dobre a cada ano, pelo menos nos próximos cinco anos.
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Portanto, vivemos na era dos dados e esse volume de informação, que pode ser processado em tempo real, está revolucionando a gestão das empresas que já estão tomando decisões e gerando negócios com base em dados. Chama-se de big data o conjunto de metodologias utilizadas para capturar, armazenar e processar um volume imenso de informações de várias fontes (dados estruturados, semiestruturados e não estruturados) com o objetivo de acelerar a tomada de decisão e produzir vantagens competitivas. O big data já vem influenciando fortemente o nosso cotidiano. Nossas compras com cartões, pesquisas no Google, cada movimento que fazemos com nosso celular mesmo no bolso, os “likes” e as “curtidas” no Facebook, capturas por sensores e câmeras, textos, falas de telemarketing, todas essas informações são armazenadas e constituem dados que podem ser utilizados para traçar o nosso perfil psicológico e preferências pessoais, com base na psicometria, um sub-ramo da psicologia. Na era digital, os dados são mais valiosos do que ouro e petróleo. Em analogia com essas riquezas, eles precisam ser localizados, minerados, armazenados e transformados para gerar valor. Hoje o poder de uma empresa é proporcional ao bom gerenciamento dos dados de que dispõe, inclusive os relacionados aos clientes. Os benefícios da tomada de decisão com base em dados foram demonstrados conclusivamente. Andrew McAfee e Erik Brynjolfsson, professores do MIT Sloan School of Management, em artigo no Wall Street Journal, demonstraram que empresas orientadas com base em análise de dados têm produtividade 4% maior e lucros 6% maiores do que as concorrentes.
Os resultados dessa pesquisa corroboram com os conceitos da metodologia de gestão Six Sigma (Seis Sigma), fundamentada na análise de dados. Os especialistas em Seis Sigma (white, yellow, green e black belts) são treinados e capacitados a tirar ouro de montanhas de dados, utilizando o conhecimento estatístico e o pensamento sistêmico. São especialistas movidos a dados. O cenário da indústria 4.0 nos indica que profissionais que possuem habilidade em análise de dados serão cada vez mais procurados e terão papel de destaque nessa nova era digital. Desenvolver a cultura de decidir com base na análise de dados será o grande diferencial para as organizações. Um caminho seguro para avançar em tal sentido é utilizar metodologias consagradas como o Seis Sigma, suas ferramentas estatísticas e o pensamento sistémico. Portanto, é indispensável que as empresas treinem profissionais para desenvolver competências em análise de dados. Segundo o ranking anual do CareerCast.com, site norte-americano especializado em empregos, o estatístico está no topo da lista de melhores profissões nos Estados Unidos em 2017. Nessa mesma lista, o cientista de dados está na quinta posição. Esses são profissionais chave do big data. Para contribuir com as empresas que estão buscando um patamar avançado de gestão, a ABTG está oferecendo o curso “Green Belt – Estratégia Lean Seis Sigma”, fundamentado na estatística e focado em aplicações práticas. Os alunos recebem treinamento de 80 horas nas ferramentas Seis Sigma, com ênfase na análise de dados, pensamento estatístico e ganhos radicais da lucratividade. Seis Sigma. Essa metodologia tem desencadeado verdadeira revolução nas empresas que o adotam integralmente.
OZIEL BRANCHINI é consultor de empresas e professor de pós-graduação na Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica. Também ministra o curso de extensão universitária Green Belts – Estratégia Lean Seis Sigma.
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CULTURA GRÁFICA
“Quem são êles?”
E
Norberto Gaudêncio Júnior
m sua edição de junho de 1956, a revista Propaganda publicou na página 24 uma breve reportagem intitulada “O que estão fazendo êles?”. Ilustrando essa curta missiva, uma fotografia que a referida reportagem já tratava por “histórica”. A imagem, aqui reproduzida (1), era um retrato coletivo daquele que pode ser considerado o dream team da publicidade brasileira de então: 38 artistas ligados à publicidade brasileira confraternizando-se no estúdio do fotógrafo Francisco Albuquerque, em São Paulo. Servindo de legenda, um esquema visual numerado nomeava cada um dos retratados (com exceção de um artista americano não-identificado) e informava a atuação profissional de cada profissional naquele momento. O curioso é que, apesar do tratamento “histórico” conferido pela publicação, essa fotografia
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fora tirada poucos anos antes, em 1950, ocasião em que ocorreu o I Salão de Propaganda no Museu de Arte de São Paulo (MASP), quando o museu ainda localizava-se na rua 7 de Abril, no centro de São Paulo. Em sua edição do primeiro trimestre de 1951, a revista Habitat, publicação oficial do MASP, já havia reproduzido a mesma imagem e o mesmo esquema de identificação posteriormente revividos pela revista Propaganda. O curto interregno entre as duas publicações, e o provocativo questionamento da segunda (o que estão fazendo êles?), serve como um retrato dos combalidos esforços de nosso país em registrar sua memória. Se em 1956 pairava a dúvida sobre o que esses personagens faziam, hoje, transcorridas mais de seis décadas, a dúvida é outra: afinal, quem são essas pessoas?
1. Milton Silveira Christovam, diretor de arte da MacCann Erickson 2. Hennio Imparato, sócio de Augusto Mendes da Silva 3. Oswaldo Morgantetti, Standard Propaganda 4. Mário Rambelli, freelancer 5. Milton José Brescia, diretor do Centro de Publicidade 6. Fritz Lenssing, diretor de arte da Standard Propaganda 7. Renato de Barros Macedo, diretor de arte da Alcântara Machado 8. Jean Gabriel Villin, layout-man 9. Gerhard Wilda, direto de arte da Lintas do Brasil 10. Sadamu Tokunaga, diretor de arte da Eclética Publicidade 11. Sigismund Valpetris, em tratamento no Sanatório Vicentina Aranha 12. Orlando de Jesus, diretor de arte da Lince Propaganda 13. Dorca, freelancer 14. Artista americano cuja identidade não se pôde identificar 15. Ceslau Romasko, Lintas 16. Wellington Campos, freelancer 17. Rado, desenhista 18. George Munch, chefe de arte da J. Walter Thompson 19. José Caruso, freelancer 20. Joaquim Alves, diretor de arte da Lintas 21. João Cardacci, Standard Propaganda 22. Mirgalowski, diretor de arte da Cia de Anúncios em Bondes 23. Vicente Caruso, freelancer 24. Oswaldo W. Schwarz, assistente de produção gráfica da Seleções 25. Rubens Vaz, departamento de propaganda da Caso José Silva e da Cia de Anúncios em Bondes 26. Amilcar Sorrentino, departamento de propaganda da Casa José Silva e freelancer 27. Théo Gygas, diretor de arte da Cia Lithographica Ypiranga 28. Hans Günter Flieg, fotógrafo freelancer 29. Ivo Valdemar Traldi, diretor de arte da Publitec 30. Norberto Paller, sócio e diretor de arte da Arco-Artusi Propaganda 31. Adolpho Alves, produtor gráfico de Dória Associados 32. Charlotte Adlerová, freelancer 33. Fred Jordan, departamento de arte da Niccolini 34. Augusto Mendes da Silva, freelancer e sócio de Hennio Imparato 35. Geza Kaufmann, desenhista freelancer 36. Hermelindo Fiaminghi, desenhista freelancer 37. Leonidas Simões, departamento de arte da Sensação Modas 38. Ignaz Johan Sessler, diretor técnico da S.A.I.B VOL. II 2018
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Comecemos pelo retratado de número 8: Jean Gabriel Villin. Francês, bien sûr, sobre o qual sabe-se algo, afinal foi um dos ilustradores da obra infantil de Monteiro Lobato (2). Natural de Amiens, desembarcou na cidade de Porto Ferreira, interior de São Paulo, em 1925, convidado a trabalhar como desenhista numa fábrica de louças. Dois anos depois já estava na capital, trabalhando como desenhista no funcionalismo público. A qualidade de seu traço não passou despercebida, e não tardou para que o francês emprestasse seu talento à causa publicitária. As fontes bibliográficas disponíveis classificam-no como “o mais brasileiro dos desenhistas publicitários”, por adotar como temática o folclore e as coisas do Brasil. Em 1956 foi identificado pela revista Propaganda como um “layout-man ‘free-lancer’ com estúdio próprio à Rua Barão de Itapetininga”. Jean Gabriel Villin é um caso típico de uma primeira geração de desenhistas (muitos deles, imigrantes) que ingressou na publicidade como uma oportunidade de diversificar sua atividade profissional, talvez por razões financeiras, ou mesmo para obter a legitimação social de outras instâncias de sua obra. Se Villin já desembarcara no Brasil incumbido de uma atividade profissional no campo das artes aplicadas (o desenho de louças), outros fizeram questão de preservar sua atividade como artistas plásticos, com incursões comedidas à atividade publicitária. Foi o caso do artista italiano Danilo Di Prete (ausente na fotografia), que em reportagem da revista Publicidade & Negócios de 1948 foi retratado como um artista que entrou na propaganda comercial através da orientação de Henrique Mirgalowski, diretor artístico da Companhia de Annuncios em Bonds. Nessa mesma reportagem, Di Petre é retratado como um artista cujo principal “objetivo era a pintura, mas precisou de dinheiro para viver e o caminho foi o cartaz [...] Cobra 3.000 cruzeiros por cada trabalho e seu principal cliente é a Standard Propaganda. Está bastante contente com suas experiências em propaganda, mas seu grande desejo é continuar pintando” (3). Em 1951, Di Prete conquistou o prêmio de pintura da I Bienal de São Paulo e, ao que consta, pode enfim dedicar-se apenas à pintura. Filhos de um calabrês que imigrou para o Brasil em 1979/1880, os irmãos José e Vicente Caruso (retratados 19 e 23, respectivamente) também foram artistas plásticos que estenderam suas atividades para o ramo publicitário. José Caruso, o mais
Villin: um francês “lobatiano”
velho, foi um excelente aquarelista que marcou época como diretor de arte de importantes agências de publicidade. Segundo seu neto, Rubens Caruso, que mantém um excelente blog sobre a trajetória artística de sua família (http://www.pintorescaruso. com.br/), José criou memoráveis campanhas publicitárias para grandes anunciantes e contribuiu decisivamente para a consolidação da propaganda em nosso país. Além de desenhista publicitário, também redigia textos de qualidade e criou alguns slogans que marcaram época. Vicente Caruso, seu irmão, é, certamente, dentre os citados neste artigo, o nome mais conhecido dentre os brasileiros. Ou melhor, talvez não conhecido pelo nome, mas sim por uma pintura em que retratou figura de Cristo, e que foi fartamente reproduzida e exibida em tantos lares brasileiros. Como publicitário, notabilizou-se, dentre outros feitos, por ter ilustrado calendários institucionais, as populares “folhinhas”, como as a indústria de pneus GoodYear, especialmente a comemorativa do quarto centenário da fundação de São Paulo, em 1954, em que criou uma espécie de pin-up paulistana (4). Tanto José quanto Vicente são descritos na reportagem da revista Propaganda como artistas “free-lancers”. O supracitado Henrique Mirgalowski - o Mirga - é figura fundamental para que se compreenda o desenvolvimento da profissão de desenhista publicitário no Brasil na primeira metade do século XX . Polonês natural de Vilna, Mirgalowski desembarcou no Brasil em 1925, a reboque de um projeto artístico encampado por outro artista polonês de quem era amigo e assistente. Sua experiência anterior como desenhista publicitário em Varsóvia foi o suficiente para qualifica-lo a assumir o ateliê de desenho da Companhia de Annuncios em Bonds, responsável pelos cartazes publicitários que eram veiculados nos bondes da Light (5). O protagonismo de Mirgalowski deve-se não só ao seu excepcional talento como desenhista, mas também ao fato de seu ateliê ter se transformado numa escola de formação para jovens desenhistas publicitários, numa época em que ainda não existiam instituições formais de ensino para esse fim. Mirgalowski
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Di Prete: artista a serviço da causa publicitária
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Vicente Caruso: uma pinup paulista VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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Mirga: o mestre de muitos
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Lessin: traço especializado
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é o retratado de número 22, para quem o olhar de Jean Gabriel Villin carinhosamente se dirige. Especula-se, inclusive, que Villin trabalhou no ateliê de Mirgalowski. Além desse, outros sete profissionais presentes nessa fotografia tiveram passagem especulada ou confirmada pelo Atelier Mirga. Estão lá: Renato Macedo, Czelan Romasko, João Cardacci, Rubens Vaz, Jean Gabriel Villin, Oswaldo Morgantette, José Caruso e Fritz Lessin. Natural de Mannheim, na Alemanha, Fritz Lessin (retratado de número 6) desembarcou no Brasil em 1919, com pouco mais de dois anos de idade. Ainda menino foi apresentado pelo pai, que era corretor da Companhia de Annuncios em Bonds, a Henrique Mirgalowski. Como salientou um perfil biográfico do artista, publicado em edição de fevereiro de 1952 na revista Publicidade & Negócios, “no estúdio de Mirga, a maior escola, sementeira, cadinho, estufa do talento artístico comercial do Brasil, Fritz passou 7 anos aprendendo o que nenhum curso formal lhe havia dado: sentido do manejo de formas, cores, volumes pesos”. De todos os pupilos formados pelo Atelier Mirga, Lessin certamente é o mais significativo, pois sua carreira é um exemplo paradigmático de um profissional já gestado na prática profissional do desenho publicitário. Após o aprendizado com Mirga, Lessin colocou seu talento a serviço de agências e clientes, até ingressar na Standard Propaganda, a maior agência nacional do período aqui evocado. Na Standard, pode se aperfeiçoar nos ditames de uma publicidade já profissionalizada. Lessin é particularmente citado por ter sido o principal responsável pela implantação do Dia dos Namorados e do Dia das Mães como datas a serem exploradas comercialmente no Brasil, conceito que trouxe dos Estados Unidos. Com um traço capaz de aliar o pragmatismo do desenho publicitário norte-americano ao refinamento do modernismo europeu, Lessin, que faleceu prematuramente, em 1970, é figura fundamental para que se entenda o processo de consolidação do moderno diretor de arte na publicidade brasileira (6). Assim como Lessin, Gerhard Wilda (retratado de número 9) é outro nome de proa nesse processo de profissionalização. Natural de Hamburgo, Alemanha, Wilda chegou ao Brasil em 1936 (acumulando uma experiência profissional anterior na sua cidade natal e em Londres), quando ingressou como assistente de estúdio na N. W. Ayer. “Quando trabalhei na Ayer, realmente, entrei num mundo
totalmente novo, observando pela primeira vez um layout feito por um americano, não me lembro o nome dele – e, mais tarde, foi o Villin... Aprendi observando essas pessoas”. Esse depoimento, para a edição de setembro/outubro de 2000 da Revista da ESPM , é exemplar de como se aprendia a fazer propaganda no Brasil quando ainda não existiam instituições formais de ensino para isso. Depois de sete anos na Ayer, onde adquiriu o conhecimento técnico e saiu como “um júnior layoutman formado”, Wilda foi para a Lintas, onde ficou por apenas uma ano e meio, antes de se transferir para a McCANN Erickson, em 1943, onde permaneceu até 1953 (7). Afora sua atuação como publicitário, Wilda será sempre lembrado por ter organizado e curado o I Salão de Propaganda no Museu de Arte de São Paulo (MASP). A iniciativa, pioneira no Brasil, motivou a criação da primeira Escola de Propaganda no Museu, embrião do que viria a se tornar a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), do qual foi um dos fundadores e professor. UMA HISTÓRIA QUE AINDA ESTÁ POR SER CONTADA
Todos sabemos do valor e do protagonismo da publicidade brasileira, campeoníssima nos festivais internacionais que coroam os melhores do ramo. Também nos habituamos a reconhecer e admirar profissionais notáveis, como Washington Olivetto e Nizan Guanaes, nomes que extrapolaram suas esferas de atuação tornando-se personas públicas e formadores de opinião. Mas isso certamente não é suficiente para afirmarmos que de fato conhecemos a nossa publicidade, pelo menos do ponto de vista historiográfico. Convido ao leitor a digitar em um site de buscas, ou mesmo em uma enciclopédia online, um a um os nomes presentes na fotografia que ilustra este artigo. A grande maioria das buscas resultará em conteúdo pífio ou mesmo inexistente. Apenas uma menção aqui e uma nota memorialística acolá. Iniciativas existem, claro. Diversos autores organizaram obras compilatórias referenciais, que servem de ponto de partida para empreitadas mais focadas. No campo acadêmico louva-se a iniciativa de pesquisadores e congressos de âmbito nacional que direcionam seus esforços para a historiografia dos processos comunicacionais no Brasil. Mas essas contribuições, como de praxe, não extrapolam o universo acadêmico. Uma comparação com um campo profissional correlato talvez seja necessária. O design gráfico, atividade que ganhou contornos profissionais
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no Brasil concomitantemente com a publicidade, nas últimas duas décadas testemunhou um crescente interesse pelo estudo e registro de sua história. A publicação, em 2003, de uma monografia ricamente ilustrada do designer pioneiro Alexandre Wollner. em certa medida aguçou uma consciência histórica talvez já latente entre nossos pesquisadores, profissionais e editores. A culminância desse processo pode ser exemplificada pela publicação, em 2011, de Linha do Tempo do Design Gráfico no Brasil, de autoria de Chico Homem de Melo e Elaine Ramos, que já nasceu referencial. O desenho publicitário brasileiro, no entanto, ainda aguarda por investidas de porte e alcance semelhantes. O caro leitor já deve ter percebido que não respondemos a contento a pergunta feita no título deste artigo. Apenas nos aventurarmos por um passeio, reconhece-se, sem grandes novidades por alguns desses nomes, lançando um facho de luz
aqui e outro acolá, na tímida tentativa de tecer esse “tecido de incoerência” que é a história, como bem salientou o historiador francês Paul Veyne. Assim como no conhecido poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade, é possível estabelecer as conexões entre os personagens: Lessin, que aprendeu com Mirga, que trabalhou com Villin, e assim por diante... Que esta foto sirva de ponto de partida para os que desejam se aventurar neste difícil, mas necessário, resgate.
NORBERTO GAUDÊNCIO JUNIOR é designer gráfico, professor e pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é autor dos livros “A Herança Escultórica da Tipografia” (2004) e “Cultura Gráfica” (2010), publicados pela Edições Rosari.
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Wilda: pioneiro na educação
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O Spyder Studio, da Datacolor
Contrariando a ideia de que fotógrafos profissionais navegam em um fluxo de trabalho com gerenciamento de cores, uma pesquisa recente feita pelo Fórum de Usuários da Leica revelou que a maioria deixa de calibrar seus monitores.
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mbora a calibragem do monitor seja uma etapa importante e crucial, deve-se considerar também a possibilidade de calibrar a impressora e a câmera se quisermos resultados previsíveis e repetíveis, especialmente no caso de usar a própria impressora para a impressão das fotos. Tradicionalmente, softwares e hardwares para gerenciamento de cores são caros e difíceis de usar, ou pelo menos desafiadores para operar. Contudo, há opções a um preço razoável. Uma delas é o portfólio do Spyder 5 Studio, da Datacolor, que você pode usar para calibrar o monitor e a impressora e também fazer a calibração básica de sua câmera. Testamos o Spyder 5 Studio, bem como a mais avançada ferramenta de calibração de câmeras da Datacolor, o Spyder Checkr.
GERENCIAMENTO DE CORES SE PAGA!
Voltemos à pesquisa, conduzida por Andreas Jürgensen nos fóruns de usuários Leica e Fuji X, com 750 membros respondendo à pesquisa. Mais da metade dos entrevistados descobriu que a aplicação do gerenciamento de cores proporcionou melhor qualidade das imagens em impressoras e monitores.
Apesar disso, menos de ¼ deles tinha um fluxo de trabalho totalmente calibrado. Além disso, 1/3 estimou que a aplicação do gerenciamento de cores em todo o fluxo de trabalho reduziria o desperdício e economizaria tempo. Parece ser um pouco contraditório, como tantas coisas na vida – quando nem sempre fazemos as coisas da maneira que sabemos ser a melhor, mas sim da forma que achamos ser a mais fácil. Porém uma coisa ficou muito clara nessa pesquisa: a maioria absoluta, 77% dos entrevistados, tira suas foto em RAW. Com isso, em muitas situações eles se beneficiariam de uma solução que lhes permitisse calibrar sua câmera para captura em RAW. Como veremos, o Datacolor oferece dispositivos e software para calibrar câmera, monitor e impressora, e muito mais. O Datacolor possui uma gama de soluções profissionais para empresas, incluindo um recurso para calibrar lentes, o Spyder Lenscal, mas não testamos isso nesta revisão. Outros produtos lidam com formulações de tinta e pigmentos, mas neste teste focamos nas soluções de gerenciamento de cores para fotografia, da captura ao retoque e impressão. Testamos o pacote Spyder 5 Studio, que inclui o Spyder Cube, para facilitar a configuração do balanço de cinza e ponto de preto e de branco, o Spyder 5 Elite, um calibrador de monitor, e o Spyder Print, que é um colorímetro para calibrar e caracterizar impressoras coloridas. Esses instrumentos vêm reunidos numa caixa de alumínio robusta e elegante. COMO FOI FEITO O TESTE
O Datacolor Spyder 5 Studio consiste de um calibrador de monitor chamado Spyder 5 Elite, o Spyder Cube para calibração de câmeras e o colorímetro Spyder Print para calibração de impressoras RGB
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Decidimos testar os componentes na ordem típica de um fluxo de trabalho, começando pela captura de imagens. Existem muitas soluções para auxiliar o fotógrafo a definir o ponto branco e de preto para a captura de suas imagens, assim como o balanço de cinza da cena. Porém, observamos que o Spyder Cube é de longe a solução mais inteligente que encontramos. Ele combina um cartão de referência branco e cinza com uma referência preta verdadeira na forma de um buraco negro no cubo. Mas não apenas isso. Você também tem uma pequena bola revestida de cromo no topo do cubo.
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Então você tem os destaques absolutos capturados no reflexo dessa bola. Muito esperto! Mas, como sabíamos que a Datacolor tem uma solução mais completa para calibrar câmeras e depois criar predefinições de ajuste de cores para as condições de iluminação em estúdio gravando arquivos RAW, também testamos a solução Spyder Checkr. Ela consiste em uma tabela de cores de referência semelhante ao conhecido Color Checker, da X-Rite. Os cartões de referência da Datacolor são montados em uma prática caixa plástica que pode ser montada sobre um tripé. Se necessário há também um parafuso no topo da caixa para montagem alternativa. Outra característica é um detector que irá avisá-lo se os gráficos de referência de cor tiverem desbotados demais e precisarem ser substituídos. O Spyder Checkr não faz parte do Spyder 5 Studio, mas é altamente recomendável comprá-lo para uma calibração completa da sua câmera se você fizer muita fotografia em estúdio ou quiser alinhar o resultado entre várias câmeras. O processo é muito simples e vinculado a alguns conversores RAW, como o Adobe Lightroom, o Photoshop e o Hasselblad Phocus. Você simplesmente tira uma foto da referência colorida, abre-a no software Spyder Checkr e envia um arquivo de ajuste/predefinição para o seu software de conversão RAW. É só aplicar essa predefinição nas imagens que se abrem no conversor RAW. Naturalmente, essa predefinição só é relevante para fotos tiradas nas mesmas condições de luz. Mas para a fotografia de produto em um estúdio, isso deve economizar muito tempo, além de ter o benefício de cores mais precisas nas imagens. Outra situação é se várias câmeras forem usadas para o mesmo trabalho, possivelmente de marcas diferentes. Todas as imagens precisam ter a mesma aparência, e isso pode significar horas de trabalho se for feito manualmente. Utilizando o Spyder Checkr o tempo final será reduzido para minutos. Em seguida, usamos o Spyder 5 Elite para calibrar nossos monitores, bem como um projetor de vídeo. O colorímetro possui um tripé, o que facilita a calibragem de projetores de vídeo. Decidimos calibrar nosso monitor NEC SpectraView Reference usando seu software dedicado, e como o software suporta o colorímetro Spyder 5, tudo funcionou bem. O monitor do MacBook Pro, assim como um segundo monitor LaCie, foram calibrados com as mesmas configurações, fazendo com que todos ficassem muito parecidos após a calibragem. A interface de usuário do Spyder 5 Elite é fácil de entender e pode-se simplesmente seguir o guia
O Spyder Cube é um “cartão” de balanço de cinza inteligentemente projetado com o qual pode-se definir tanto o ponto de branco quanto o de preto, assim como o balanço de cinza da câmera para a cena. Observe o buraco negro no centro da área escura!
Os diagramas de referência de cores de calibração da câmera do Spyder Checkr, juntamente com o software, facilitam a calibração de suas câmeras ao fotografar em RAW. Os ajustes aparecem como predefinições do usuário no seu conversor RAW favorito, conforme demonstrado aqui no Adobe Lightroom
do assistente passo a passo. Você ainda tem acesso a ajuda interativa ao longo do caminho em cada etapa, bem como uma série de tutoriais sobre tópicos centrais no gerenciamento de cores. Embora não seja explicado ou referenciado em detalhe, parece-nos que o software levou em consideração o que os padrões ISO relevantes sugerem para a calibração do monitor e a configuração das cabines de visualização. Mas a maioria dos fotógrafos prefere trabalhar com a condição de luz padrão D65 (luz do dia padrão com um ponto branco em ou próximo a 6500K). Essa é uma luz mais fria do que na maioria das cabines de visualização, que normalmente estão em conformidade com a norma ISO 3464 (D50, a 5000K). Embora alguns monitores de provas sofisticadas sejam calibrados de fábrica para corresponderem às condições de iluminação VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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D50 (luz do dia padrão com um ponto branco a 5000K), obtém-se resultados bem satisfatórios com um monitor calibrado a D65, avaliando-se as impressões na cabine a D50. Isso ocorre porque o sistema de gerenciamento de cores pode converter as cores para corresponder à condição de exibição e, assim, às impressões. Quase todos os perfis ICC para impressoras coloridas assumem que a condição de visualização de impressões e provas seja D50, e o módulo de gerenciamento de cores no Mac OS e no Windows lida muito bem com essa transformação de cores. Outra razão para os fotógrafos calibrarem o monitor para a D65 é que tanto o sRGB quanto o Adobe RGB utilizam D65 como branco de referência, por isso faz sentido visualizar as fotos originais, na tela, na luz D65. O único problema que tenho com as configurações padrão para uma calibração padrão está no fato de o brilho sugerido do monitor não ser superior a 160 cd/m2. Embora isso esteja em conformidade com o padrão ISO 3664, é um pouco baixo se a cabine de visualização estiver configurada com o brilho mais alto, cerca de 2000 lux. Para um monitor combinar com essa luz muito forte, ele precisa ter um brilho de cerca de 700 cd/m2, e há muito poucos desses monitores no mercado. Um compromisso é sugerido na norma ISO 3664: diminuir o brilho na cabine de visualização para ser apenas 600-800 lux ao comparar impressões ou provas com imagens em um monitor. Mas 600 lux é uma luz de visualização muito ruim para avaliar impressões - é o que normalmente temos como luz ambiente em um escritório. Em vez disso, sugerimos que se calibre o monitor para um brilho ligeiramente mais alto, talvez 180-200 cd/m2 , e depois ajuste o brilho na cabine de visualização para corresponder ao monitor. Deve-se estar no mínimo, ou um pouco acima, na extremidade inferior das configurações recomendadas para uma cabine de visualização, que é de 1500 lux - cerca de duas vezes mais brilhante que a iluminação típica de escritório! O software pode verificar a luz ambiente e ajustar isso, mas esse não é um procedimento que recomendamos. Em vez disso, favorecemos a situação clássica de ter luz rebaixada na sala onde o monitor de retoque está localizado ou criar um espaço de trabalho para isso sem fontes de luz fortes próximas, adicionar um capuz de monitor para que ele não receba luz ambiente diretamente na tela. Fique atento para não tentar realizar avaliações de cores de qualidade ou retoques em um monitor sensível ao ângulo em que você visualiza 38 TECNOLOGIA GRÁFICA
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a tela. Normalmente, um monitor que usa painéis IPS (In Plane Switching) não sofre desse problema, mas é um pouco mais caro que os monitores padrão. Porém, se você investir em equipamentos como o Spyder 5 Studio, achamos que faz sentido ter também um monitor de qualidade entregando um nível de qualidade similar ao obtido nos outros equipamentos com gerenciamento de cor adequadamente executado. Verifique se você está satisfeito com a calibragem do seu monitor, pois não faz sentido realizar ajustes ou retoques nas suas preciosas fotos até saber se o monitor realmente mostra as cores verdadeiras! FINALMENTE A IMPRESSORA!
Existem diferentes opiniões sobre se vale a pena tentar calibrar uma impressora colorida. Aqueles que sugerem que não, afirmam que todas as impressoras coloridas de alta qualidade vêm com perfis ICC padrão muito bons para os tipos de papel mais comuns para aquele equipamento específico. Nossa experiência ao longo dos anos é um pouco diferente. Sim, os perfis ICC padrão para papéis de marca conhecidos normalmente produzem resultados razoavelmente bons, tanto em termos de precisão de cores quanto de formatação suave de tons. Mas acreditamos em obter sempre o máximo de sua máquina e quase sempre vemos melhorias claras na qualidade da impressão quando realizamos uma cuidadosa calibração de uma impressora colorida. E isso não demora muito quando se tem o software e o hardware para fazê-lo, e se está familiarizado com o procedimento. O Spyder Print é um colorímetro compacto, mas avançado, que pode ler gráficos de cores no modo de medição pontual ou no modo de escaneamento (lendo uma faixa inteira de amostras de cores de uma só vez). Se você tiver uma mão firme, poderá fazer medições no modo de escaneamento à mão livre ou usar a régua de orientação incluída no pacote. Se as amostras de cores forem grandes o suficiente, é muito fácil fazer isso à mão livre, mas agradecemos que a Datacolor ofereça uma régua para aqueles que preferirem isso. O fluxo de trabalho é novamente direto - é dito a você o que fazer a seguir e há acesso a ajuda interativa e tutoriais se necessitar. Observe que o Spyder não é um espectrofotômetro, portanto, não obedece ao padrão ISO 13655 para espectrofotômetros – normalmente usado para produção de impressão comercial na calibração de sistemas offset, flexo e soluções de provas. Em vez disso, o software e hardware Spyder Print são dedicados à produção fotográfica e à
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calibração e caracterização das chamadas impressoras RGB. Você usa o mecanismo de impressão nativo das impressoras, envia imagens no modo RGB , mas em vez dos perfis ICC padrão que acompanham a impressora (se você usa um papel de marca), você otimiza a saída desses papéis, de acordo com seu gosto. Você também precisará fazer a calibração quando usar papéis sem marca, o que é muito comum. Mesmo que o Spyder não seja um espectrofotômetro, é possível detectar se o papel contém uma grande quantidade de OBA (alvejantes ópticos) e compensar isso editando o perfil ICC . Outro recurso muito útil é a possibilidade de se ajustar as condições de visualização onde as fotos irão ser expostas. Pode-se também importar arquivos de ajuste de curva de tons do Photoshop, que vieram da edição de uma imagem e devem ser aplicados a muitas outras. No lugar de editar todas, o sistema modifica o perfil ICC e as imagens não são modificadas. Ao imprimir é só aplicar o perfil ICC modificado – solução inteligente e que economiza tempo!
O Datacolor Spyder Print vem com uma régua para ajudá-lo nas medições. Mas também pode-se usá-lo à mão livre ou no modo de medição pontual
CONCLUSÕES
Tudo somado, usar o Spyder Studio foi uma experiência agradável. Testamos versões anteriores do calibrador de monitor do Spyder, mas este foi o primeiro encontro com o Spyder Print. Se você acha que não vai calibrar nenhuma impressora, mas focar na parte do fluxo de trabalho de fotografia de captura e retoque, deve considerar o pacote Spyder 5 Capture Pro. Ele inclui o Spyder Checkr e o Spyder Lenscal no lugar do Spyder Print. Caso mude de ideia, pode sempre comprar o Spyder Print como um produto separado.
Tradução autorizada de texto publicado no site Spindrift em 13 de fevereiro de 2018, publicação produzida pela Digital Dots, empresa de consultoria na área gráfica.
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ACADEMIA
Paulo Henrique Espejo
Impressão fine art: beleza e técnica
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linguagem fotográfica enquanto meio artístico e documental acompanha o desenvolvimento das sociedades desde o seu surgimento em meados do século XVIII . No entanto, a conjugação dos termos fotografia e impressão alcançou novos patamares sobretudo no final do século XX , com o início da era das câmeras e impressoras digitais, possibilitando a flexibilização do trabalho fotográfico e níveis de fidelidade de cores e de qualidade cada vez maiores. Nesse panorama surge a expressão fine art, que em tradução literal significa “bela arte”. No Brasil ele é empregado para se referir tanto à produção fotográfica artística e autoral, quanto a um circuito de exposições dedicadas a essas obras, ao mercado de arte que a consome, a pessoas e instituições que sobrepõe à ideia de valor monetário a ideia de valor artístico singular implícito nessas peças de arte. Por fim, aplica-se o termo fine art ao processo de impressão dotado de especificidades técnicas que visam a qualidade em nível de excelência. As particularidades que desvelam nesse processo o alto grau de refinamento do produto final demandam a precisão de um olhar técnico atento por parte do profissional da área gráfica, de modo a abranger de forma sistemática os principais conceitos inerentes a esse método de impressão.
Rafael Leh Dias
Vinícius Gonçalves
Nancy Picarone
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO FLUXO DE IMPRESSÃO FINE ART
O fluxo de trabalho para impressão fine art (1) compreende uma sucessão de etapas durante as quais o arquivo digital de imagem transita por plataform ntes, o que demanda atenção especial quanto à calibração de câmera fotográfica, monitor e impressora, e a utilização de instrumentos de controle colorimétrico: color checker, colorímetro e espectrofotômetro. O resultado final da impressão fine art está diretamente ligado à qualidade dos arquivos originais de imagem. Por isso, deve ser utilizado o formato 40 TECNOLOGIA GRÁFICA
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Planejamento da Impressão Tamanho da imagem Tipo de papel Preparação da Imagem Cópia da imagem original Ajuste da faixa tonal Dimensionamento da imagem Ajuste de saída Preparação do Papel Prepração da Impressora Checagem da conexão Verificação da tinta correta Verificação da qualidade da tinta Teste da cabeça de impressão Tipo de alimentação (folha ou rosto) Impressão Configuração da impressão no editor de imagem Configuração da midia Configuração do driver de impressão ou r.i.p. Impressão Secagem Inspeção da impressão Armazenamento / Enquadramento
Fluxo de impressão fine art
RAW, que permite manter integralmente os atributos da imagem, posto que a compactação do arquivo de nessa extensão se dá sem perdas de informação, pois o processamento da imagem pela câmera fotográfica ocorre em níveis mínimos. Outro aspecto a ser considerado é o correto dimensionamento da imagem em função do tamanho final da impressão. O tamanho original da imagem é determinado pelo formato da câmera e pela sua resolução nativa, dada em megapixels. A
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8 bits qualidade da imagem em aspectos como transição tonal e nitidez será mantida de maneira fidedigna tanto mais quanto forem evitados artifícios para a 16 bits produção de imagens super ou subdimensionadas. O uso de algoritmos para interpolação da imagem 0% 25% 50% 75% 100% Escala Tonal podem produzir bons resultados quando utilizados dentro do limite de 20% para ampliação e 0 64 128 192 255 8 bits 256 níveis 50% para redução. A profundidade de bit, color depth, é um as0 16348 32768 49152 65535 16 bits - 65536 níveis pecto técnico de grande importância para o resultado final. A profundidade de bit diz respeito à quantidade de informação com relação aos ní- Comparação entre um dégradé gerado em modo de 8 bits e em modo de 16 bits veis, ou matizes, de cor atingidos numa escala tonal. Quanto maior a quantidade de bits utilizados 3 para descrever a informação de cor, mais suaves serão as transições tonais da imagem processada (2). O olho humano, em condições ideais de visualização, distingue entre 120 a 200 matizes diferentes em uma dada cor. Mesmo assim, deve ser preferido o modo de 16 bits ao de 8 bits. Dessa forma se mantém a maior quantidade de informações da cor para posterior processamento, assegurando-se o detalhamento da imagem advindo do equilíbrio entre nitidez e transição tonal (3). A maior precisão na descrição dos matizes possíveis numa escala de cinza torna possível a obtenção de nuances tonais cuja transição se dá com maior realismo e suavidade, presentes em detalhes da imagem como o céu e as copas das árvores por exemplo. A equalização da imagem nos três dispositivos pelos quais transita – câmera, monitor e im- Imagem trabalhada em modo de 16 bits Foto: “Urbe Inerte, 2017” autora: Cristiane pressora –, objetivando uma reprodução fidedig- Mortari na das cores, é o objetivo da etapa de correção de cor e faz parte do gerenciamento de cores. No gerenciamento de cores é conhecida e determinada, informações colorimétricas desse dispositivo em por via colorimétrica, a gama de cores alcançada função das características da tinta e de um deterem cada dispositivo a fim de compará-la com os minado tipo de substrato utilizado. valores-alvo de um espaço de cores virtual padroA interação entre impressora, papel e tinta e nizado. Em seguida, cria-se um perfil do disposi- suas variáveis encontram na eficácia do perfil ICC tivo de saída – impressora –, no qual constam as o elemento fundamental para se alcançar maior VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA 41
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4 Impressão via plug-in do driver de edição de imagem
Impressão via software RIP
Foto: “Matiz, 2017 autora: Cristiane Mortari Imagens adequadas ao perfil ICC de saída por meio da conversão perceptiva, perceptual, porém impressas via plug-in de impressão utilizando-se o perfil prédefinido pelo fabricante, e via software RIP utilizando-se um perfil gerado. A imagem da direita perde saturação, mas evidencia muito mais nuances em todas as faixas tonais.
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se dispõe de instrumentos para controle colorimétrico. No entanto, o desenvolvimento do perfil ICC pelo fabricante de papel para fine art se dá sob uma condição ideal, na qual tomam-se todos os cuidados para que a impressão ocorra de modo otimizado, com temperatura ambiente controlada, papéis devidamente acondicionados, em impressoras corretamente calibradas e na sua melhor performance operacional. As medições colorimétricas são feitas com instrumentos precisamente calibrados e aferidos, operando em conjunto com softwares confiáveis. Os resultados provenientes da execução de um controle da impressão para fine art por meio da atividade de gerenciamento de cores adquirem uma maior relevância e substancialidade quando observada a consistência do resultado impresso via plug-in de impressão e via software RIP. Os fabricantes de impressoras para fine art têm criado e disponibilizado aplicativos para interface entre o software de edição de imagem e a impressora como ferramentas para alinhar mais objetivamente a impressão aos parâmetros pré-definidos da impressora. Esses plug-ins, além de possibilitarem um diálogo mais adequado para a ordem de impressão, permitem obter bons resultados impressos quando em trabalhos com referência de calibração e perfis de saída pré-definidos. Porém a utilização de um software RIP pode, em muitos casos, proporcionar resultados mais otimizados e satisfatórios (4) por permitir o estabelecimento de novos parâmetros para
Imagem exemplificando o comportamento da tinta com pigmento corante e com pigmento mineral
consistência e uniformidade na reprodução impressa da imagem. Nesse sentido, os fabricantes de papéis certificados para fine art, Canson e Hahnemühle, investem em pesquisas criteriosas para determinar e disponibilizar em seus sites os perfis ICC para a impressão em cada um dos tipos de papéis e em função da impressora a ser utilizada. Esses perfis pré-definidos oferecem ótimas soluções e alternativas de controle da impressão – por meio do sistema de provas virtuais (soft proofing) - em ambientes de trabalho onde não 42 TECNOLOGIA GRÁFICA
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Estrutura de um papel fotográfico revestido
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a calibração da impressora, afora instaurar um gerenciamento de cores mais rigoroso. Na impressão fine art utiliza-se preferencialmente tintas à base d’água com pigmentos minerais, muito embora possa ser utilizada também a tinta à base d’água com pigmento corante, desde de que observada a necessidade de um tipo específico de papel destinado a essa aplicação. Quando a durabilidade da impressão é fator imprescindível, o pigmento mineral proporciona resultados consideravelmente melhores, tal como atestados pelo instituto de pesquisas relativas à imagem Wilhelm Imaging Research. As tintas têm características estruturais diferentes e por isso apresentam comportamentos diferentes quando aplicadas no ato da impressão (5). A estrutura superficial dos papéis para fine art (6) definem características tais como: reflectância da luz, absorção da carga de tinta, estabilidade e resistência da impressão. É a partir da interação entre papel e tinta que se pode determinar o aspecto final das cores impressas e o gamut de cores alcançado em cada papel. A representação visual do gamut (7) mostra a análise precisa quanto às cores que podem de ser reproduzidas na impressão em relação ao espaço de cor de origem. Recomenda-se o trabalho de edição da imagem no espaço de cor definido pelo ProPhoto RGB . A simulação das cores impressas no software de edição de imagem através do perfil ICC de saída possibilita definir a correção das cores com base na escolha do método de conversão ideal: perceptivo (perceptual) ou colorimétrico relativo (relative colorimetric). Papéis com diferentes características proporcionarão diferentes resultados. Em linhas gerais pode-se afirmar que os papéis com revestimento brilhante – glossy, satin, luster –, tendem a valorizar imagens com cores muito saturadas e/ou onde o nível de detalhamento requeira uma maior definição. Papéis tipo mate (fosco) tendem a resultados muito agradáveis em trabalhos em que se objetive ressaltar texturas e/ou em impressões em preto e branco, nas quais a utilização da tinta preta para impressão fotográfica ganha uma excepcional profundidade.
Representação gráfica de alguns gamuts obtidos a partir da criação de seus respectivos perfis ICC de saída. O trabalho com impressoras de 12 cores e tintas com pigmentos de elevada pureza permitem a obtenção de gamuts de grande amplitude, ideais para a impressão de imagens fotográficas com ampla abrangência de cores.
7
O método de conversão das cores da imagem para o espaço de cor de destino deve ser selecionado em função do aviso de gamut do software editor de imagem. A conversão perceptiva propõe um resultado visual mais proporcionalmente equilibrado. A conversão colorimétrica relativa mantém a aparência da maior parte das cores da imagem, porém pode incorrer em desvios tonais ao referenciar as cores que estão fora do espaço de destino.
VINÍCIUS DA SILVA GONÇALVES é ex-aluno do cursos técnico em Pré-Impressão pela Escola Senai Theobaldo De Nigris. Colaboraram os ex-alunos do mesmo curso PAULO HENRIQUE CARDOSO ESPEJO e RAFAEL LEH DIAS. Este artigo é resultado de estudos para o trabalho de conclusão de curso “Leitura Imagética: um olhar técnico sobre a impressão fine art através de testes colorimétricos e análise visual da impressão em mídias diferentes”, orientado pela instrutora de pré impressão Nancy Picarone. VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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TUTORIAL
Automatize tarefas no InDesign CC com o uso de Scripts
Ana Cristina Pedrozo Oliveira
A
produtividade é um dos itens mais importantes para os desenvolvedores de projetos editoriais. Em função disso, as ferramentas de automação do InDesign sempre atraem atenção. Entre esses recursos estão os scripts, disponíveis desde as versões mais antigas do programa, mas que são pouco conhecidos pelos usuários. Esse recurso já vem no programa, mas é possível criar ou baixar scripts na internet. No InDesign eles são acessados pelo menu Janela/Windows > Utilitários/Utility > Scripts (1).
André Lam
1
Dentre os scripts que já vem inseridos InDesign destacamos:
ADD GUIDES O uso de guias é uma ação comum durante o processo de diagramação. Elas são colocadas manualmente, clicando na régua (horizontal ou vertical), segurando e arrastando até a posição desejada. O Add Guides aplica guias ao redor de objetos. Selecione o objeto e clique duas vezes no script. Aparecerá uma janela com as opções de configuração das guias (2). Add Guides At: determina os pontos de referência para colocação das guias. São, na ordem em que aparecem, em cima, esquerda, embaixo, direita, centro horizontal, centro vertical, âncora (vértice do elemento), horizontal e âncora vertical. Add Guides Around: quando forem selecionados mais de um objeto é possível aplicar as guias em cada um (Each Object) ou no conjunto dos elementos (Entire Selection). O resultado é a aplicação das guias conforme as opções configuradas (3). CROP MARKS E REGISTRATION MARKS O InDesign tem como padrão aplicar marcas de corte para impressão relacionadas com o tamanho da página. Porém, pode ser necessário criar essas marcas em elementos. Para isso, selecione o objeto e clique duas vezes no script CropMarks (4).
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Text, o texto terá os estilos embutidos e serão salvos com a extensão .txt. No exemplo a seguir tais arquivos são os que possuem o número 2 no final, mas o usuário pode renomea-los (8). 4
Podem ser aplicadas marcas de corte (Crop Marks) e marcas de registro (Registration Marks). Em Crop Marks é possível configurar tamanho (Lenght), posição (Offset) e espessura da linha (Stroke Weight). Em Registration Marks, as opções disponíveis são: raio (Radius), radio interno (Inside Radius), raio externo (Radius Outside), posição (Offset) e espessura (Stroke Weight). Além disso, as marcas podem ser aplicadas em cada objeto (Each Object) ou em um conjunto de elementos (Entire Selection), disponíveis na opção Draw Marks Around (5).
5 EXPORTALLSTORIES No trabalho com textos na diagramação de projetos editoriais, é comum ser necessário extrair esses textos e transformá-los em arquivos que possam ser lidos por outros programas. Selecionando as caixas de texto e clicando duas vezes no script ExportAllStories é possível executar tal tarefa. Note que as caixas de texto não estão encandeadas, ou seja, cada caixa é independente da outra (6). As opções de exportação podem ser: texto puro (txt), texto para aplicativos Microsoft (rtf) e texto com estilos incorporados (InDesign Tagged Text) (7). Os arquivos são salvos na pasta designada pelo usuário. Quando a escolha for InDesign Tagged
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BREAKFRAME Dependendo do tipo de diagramação, é necessário separar em caixas os blocos de textos que estejam encadeados. Com o uso do BreakFrame é possível fazer essa separação de maneira bastante simples. Basta selecionar as colunas de texto e clicar duas vezes no script. Na primeira imagem (9), o texto está aplicado em três colunas dependentes. Na seguinte (10), note que, após a aplicação do script, as caixas aparecem separadas, sem o encadeamento do texto. VOL. II 2018 TECNOLOGIA GRÁFICA
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9 IMAGE CATALOG Se o usuário possui uma pasta com muitas imagens e necessita criar um catálogo com miniaturas delas, esse script é fundamental. De forma prática e organizada, o InDesign descarrega as imagens de uma pasta em um novo arquivo. Para tanto, clique duas vezes no script ImageCatalog (11) e configure a quantidade de quadros desejados em cada página (Number of Rows e Columns). Além disso, é possível inserir legendas nas imagens (Label) (12), escolher a distância entre as elas e determinar a relação da imagem com o formato do quadro (Fitting).
10 MAKE GRID O script Make Grid divide uma imagem em pedaços, podendo ser em várias linhas e colunas. Podem ser determinadas as distâncias de cada segmento. Selecione uma imagem e dê duplo clique no script Make Grid. Na janela de configuração, escolha a quantidade de linhas e colunas em Rows e Columns e o espaço (distância) entre as partes (Row Gutter e Column Gutter). Clique em Ok para confirmar (13).
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PLACEMULTIPAGEPDF As inserções de arquivos externos em um documento do InDesign é uma tarefa repetitiva se o arquivo estiver no formato PDF e possuir várias páginas. O script PlaceMultipagePDF automatiza essa tarefa. Clique duas vezes sobre o script e selecione o arquivo PDF que precisa ser importado (14). Selecione a página inicial para a importação. O arquivo PDF será inserido página por página. E se não houver páginas suficientes, o InDesign irá inserir as que estão faltando.
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14 SELECT OBJECTS Nos projetos editoriais mais elaborados, são utilizadas várias caixas, variando entre texto, imagem e não atribuído (sem elementos inseridos). Pode ser difícil selecionar algumas dessas caixas sem incluir outras indesejadas. Para auxiliar nessa tarefa é possível utilizar o script Select Objects (15). Há várias opções para configurar a seleção dos elementos desejados. Basta selecionar o tipo de caixa e clicar no botão OK .
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SWAP Na diagramação de um projeto nos depararmos com imagens inseridas que estão com as posições trocadas. O método natural seria o reposicionamento com a ferramenta Seleção, movendo-as com o mouse, uma por uma. Outra maneira seria substituir cada uma, inserindo a imagem correta no lugar. Dependendo da quantidade de imagens, esses dois métodos podem tomar muito tempo O InDesign não oferece, até a versão testada, um script no painel padrão para solucionar o problema. Buscamos em blogs e grupos de discussão encontramos o script Swap Images, que pode ser baixado e copiado na pasta script do InDesing. A partir daí a ferramenta estará disponível dentro do painel Script (16). Selecione as duas imagens e dê duplo clique com o botão esquerdo do mouse no script Swap Images para realizar a troca de posições (17). O script estará disponível no painel (18). Em algumas versões do software, ao aplicar o script pode ocorrer um erro e uma mensagem aparecerá na tela (19).
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Experimente utilizar a opção Load Image In Place Cursor. Para isso, clique com o botão direito do mouse com as duas imagens selecionadas (20).
20 17
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Existem outras opções disponíveis no painel Script, além das mostradas aqui. Na internet podem ser encontradas novas ferramentas desenvolvidas por usuários ou programadores. Fique atento às notícias sobre o assunto e aos fóruns de discussão para estar sempre atualizado sobre este assunto.
ANA CRISTINA PEDROZO OLIVEIRA e ANDRÉ LAM
são instrutores em pré‑impressão da Escola Senai Theobaldo De Nigris.
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SPINDRIFT
A Wenn é um desenvolvedor de moedas digitais, baseadas na tecnologia blockchain, e a plataforma que a Wenn desenvolveu é chamada de KodakOne. A moeda digital ou criptomoeda é a KodakCoin, um belo reflexo do Kodachrome para a era digital. O lançamento da KodakOne e da KodakCoin confirmam que a Kodak ainda é uma das empresas líderes da indústria fotográfica contemporânea.
A
KodakOne foi desenhada especificamente para fotógrafos. Trata-se de uma plataforma de gerenciamento de direitos de imagens baseada em blockchain, uma tecnologia de banco de dados distribuída entre servidores e segura. Blocos de dados são adicionados à base de dados, que reside em vários servidores diferente e cada bloco é especificamente vinculado ao bloco anterior, portanto, uma cadeia de blocos ou blockchain. Os blocos não podem ser alterados sem estragar o link para os blocos precedentes e posteriores. Com isso, seria preciso uma rede inteira de participantes para corromper um único bloco na cadeia. Esse é o princípio de gerenciamento de dados que torna a escrituração contábil digital criptografada extremamente segura. A tecnologia blockchain serve de base para sistemas de gerenciamento de dados digitais seguros e a KodakOne é uma dessas plataformas. É o primeiro de seu tipo para a indústria gráfica. A plataforma KodakOne armazena imagens novas e arquivadas, para que seu uso possa ser monitorado e licenciado. Utiliza a tecnologia webcrawler para monitorar continuamente a internet em busca de imagens que estejam cadastradas no seu blockchain. Quando encontra em algum site uma imagem cadastrada verifica se a licença está ativa. Caso não exista licença, processa automaticamente as taxas de licença e eventuais violações de direitos autorais. Os pagamentos são feitos em KodakCoin, criptomoeda específica para imagens, da Kodak. As agências e fotógrafos passam a ter uma forma muito interessante de monetizar o uso de imagens através da plataforma KodakCoin.
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A razão mais óbvia para isso ser uma boa notícia para a sustentabilidade dos produtos gráficos é que a mudança melhorou as finanças da Kodak, o que a ajudará a continuar com seu excelente trabalho ambiental. As ações da empresa cresceram bem mais de 400% quando a KodakOne foi anunciada e, desde então, se estabilizou em 300%, sugerindo muito mais confiança na Kodak por parte do mercado. A segunda razão é que a plataforma KodakOne é uma ideia brilhante. Não só fornece proteção de direitos autorais para fotógrafos – o mercado no qual as fortunas da Kodak foram originalmente criadas –, como também resolve uma das maiores preocupações da era digital: monetizar o conteúdo digital. Com a KodakOne, os fotógrafos e designers têm uma plataforma para suas imagens, garantindo que elas sejam usadas legalmente e de forma responsável. A plataforma KodakOne e a KodakCoin são atualmente específicas para imagens e as KodakCoins são comercializadas em um ambiente rigidamente controlado, dedicado aos fotógrafos. Mas a plataforma e a criptomoeda podem facilmente se expandir para incluir outras formas de trabalho criativo, como textos. A KodakOne poderia ser a base para uma abordagem completamente nova ao comércio de conteúdo na indústria gráfica. Não é nada menos que uma revolução. Obrigado Kodak! Tradução autorizada de texto publicado no site Spindrift em 25 de janeiro de 2018, publicação produzida pela Digital Dots, empresa de consultoria na área gráfica.
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CURSOS CURSOS ABTG 2018 Como reproduzir a mesma cor sob diferentes substratos em grandes formatos Bruno Mortara Data: 17 a 19 de julho Custos e formação de preço de venda para a indústria José Pires Data: 21 de julho Como atingir o sucesso em projetos de sinalização e decoração de veículos Eduardo Yamashita
Data: 4 de agosto O relacionamento com o cliente: O desafio da fidelização Cristina Simões Data: 14 a 16 de agosto Grandes Formatos Suprimentos para comunicação visual Eduardo Yamashita Data: 15 de agosto NR12: Como adequar sua empresa para atender à norma
Marcia Biaggio Data: 18 de agosto Formação de líderes de produção Cristina Simões Data: 1º de setembro Engenharia de produtos Eduardo Azevedo Data: 11 a 13 de setembro
Formas de Pagamento: Boleto bancário, pago até a data do curso Cartão de crédito, em até três vezes sem juros Horário dos cursos: Cursos de três dias: das 18h30 às 21h30, durante a semana Cursos de um dia: das 09h00 às 17h00, aos sábados Para mais informações entre em contato: abtg@abtg.org.br ou 11 2797-6700
Investimento por curso: R$ 260,00 - Estudante R$ 360,00 - Associado ABTG R$ 460,00 - Não associado
CURSOS SENAI 2018 Curso
CH
Dias
Horário de início
Horário de término
Data de início
Data de término
Valor
Auxiliar de preservação de acervos em papéis
160
3ª,4ª, 5ª e 6ª
14h
17h
24/7
25/10
R$ 1.900,00
Pré-impressão digital para flexografia
32
Sábado
8h
17h
21/7
18/8
R$ 570,00
Automação de fluxo de trabalho com ESKO Automation Engine
40
Sábado
8h
17h
18/8
22/9
R$ 680,00
Impressor de Corte e Vinco Automático
80
Sábado
8h
17h
21/7
22/9
R$ 1.200,00
Planejamento e Controle da Produção
32
Sábado
8h
17h
4/8
25/8
R$ 450,00
EngView
40
Sábado
8h
17h
21/7
18/8
R$ 660,00
Operador de Dobradeira
28
2ª,3ª,4ªe5ª
19h
22h
23/7
7/8
R$ 580,00
Operador de Guilhotina Linear
28
Sábado
8h
17h
21/7
11/8
R$ 510,00
Operador de Guilhotina Linear
28
2ª,3ª,4ªe5ª
8h
17h
23/7
7/8
R$ 510,00
Encadernador Manual de Livros
32
Sábado
8h
17h
21/7
11/8
R$ 500,00
Encadernador Manual de Livros
32
2ª,3ª,4ªe5ª
19h
22h
23/7
8/8
R$ 500,00
Desenho de Faca de Corte e Vinco
40
Sábado
8h
17h
21/7
18/8
R$ 535,00
Assistente de Controle da Qualidade
40
2ª,3ª,4ªe5ª
19h
22h
30/7
31/10
R$ 950,00
Serigrafo
40
2ª,3ª,4ªe5ª
19h
22h
30/7
31/10
R$ 950,00
NR-11 - Operação de Empilhadeira
32
Sábado
8h
17h
21/7
11/8
R$ 600,00
Impressor de Serigrafia
64
Sábado
8h
17h
28/7
15/9
R$ 787,00
Impressão offset em máquina quatro cores
60
Sábado
8h
17h
28/7
15/9
R$ 1.280,00
CURSOS SENAI – Para inscrição é necessário apresentar, para simples conferência, cópias ou originais dos seguintes documentos: histórico ou certificado do ensino fundamental ou médio (conforme requisito de acesso), RG, CPF, comprovante de residência e comprovante do pré‑requisito.
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Alunos menores de idade deverão comparecer para matrícula acompanhados por responsável. O pagamento dos cursos livres pode ser dividido no cartão de crédito ou boleto bancário. O Senai reserva‑se o direito de não iniciar os cursos se não houver número mínimo de alunos inscritos.
Escola Senai Theobaldo De Nigris
Inscrições também pelo site: grafica.sp.senai.br
Rua Bresser, 2315 - Mooca 03162-030 - São Paulo - SP Tel. (11) 2797.6333 Fax: (11) 2797.6307
Para mais informações: senaigrafica@sp.senai.br www.sp.senai.br/grafica
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