DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA
ESCRITORA LUANDRO Se com a leitura aprendemos a “ler” o mundo, com a escrita o tornamos um pedacinho do eterno.”
Desde os seis anos, Maria de Lourdes Batista trabalhou como “babá” de uma menina de dois anos. Aos onze, com o novo casamento de sua mãe, mudou-se para um barraco de madeira, a pior moradia de seus tios ricos. Seu padrasto perdeu o emprego e então começou a entregar pão e leite de porta em porta. Ela começou a passar roupa, enquanto sua mãe lavava trouxas e trouxas para não passarem fome. Maria de Lourdes sabe passar e engomar perfeitamente, até com ferro a carvão. Aos dezessete anos formou-se professora primária (hoje fase I do Ensino Fundamental). Já dava aula em casa e fazia de tudo, menos “viver”. Era necessário pagar as contas e ser correta. Nunca foi a um baile. Sua mãe lhe arrumava namorados. Não quis nenhum. O que ela amou, a morte levou. Trabalhou em comércio e começou a lecionar com carteira assinada aos 17 anos.Traumatizada com a perda de seu primeiro amor, mergulhou no trabalho. Fez Letras – Português/Literatura, bem como especializações. Em seguida, prestou concurso para uma empresa ligada a um ministério em Brasília, onde esteve alguns anos, sempre trabalhando e lecionando em cursinhos e cuidando de seu filho pequeno. Separou-se. Seu marido, já falecido, era advogado e bebia. Ficou casada menos de três anos.Tem um filho (mas teria dois) e um neto. Tornou-se executiva-geral aos 27 anos, mas foi demitida em 2003 e só lecionou a partir de então. Hoje, está aposentada por cegueira. Foi responsável pela correspondência geral do CDL-Rio, bem como pelos discursos e artigos para a imprensa. Era responsável pela secretaria-geral. Nunca deixou de escrever... Um dia rasgou tudo.
Boa leitura! 80
www.divulgaescritor.com | abril 2018