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º Conselheiro Artur Gustavo Rial

Uma universidade que refute a hierarquia tradicional, com um grupo que manda e outro que obedece, e na qual os estudantes tenham voz ativa e autonomia. É assim que deve ser o futuro das instituições de ensino superior no Brasil. Essa é a opinião de Waldemiro Gremski, reitor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e atual presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub). Nessa entrevista, o professor aborda as principais lições que a pandemia do novo coronavírus deixou para as universidades do país e que devem ser incorporadas à realidade das instituições assim que a crise passar. Gremski também fala sobre os principais desafios que as faculdades brasileiras enfrentam atualmente e qual é o papel da sociedade para solucioná-los.

Passado o momento mais crítico da pandemia da Covid-19, quais foram os principais aprendizados da educação superior nesse período? A pandemia exigiu das instituições uma reação imediata, o que fez com que elas acabassem sendo divididas entre aquelas que simplesmente se fecharam e não ofereceram nenhuma alternativa e aquelas que não interromperam os processos. A exigência foi a velocidade. Boa parte das universidades gastou, no máximo, uma semana para ofertar o ensino na modalidade remota. A crise sanitária despertou nas empresas e instituições de ensino a administração ágil. O que a universidade teve que fazer? Propor um novo modelo administrativo, que eliminou a hierarquização que nos caracteriza, porque a hierarquia, como era antes da pandemia, obriga a lentidão. Acordamos para uma nova realidade, que é a de passar para cada professor e colaborador uma corresponsabilidade para administrar a universidade. Importante falar também dos alunos, que foram maravilhosos e compreenderam rápido os novos tempos.

Falando nos estudantes, como eles foram impactados durante a crise sanitária? Antes, na sala de aula física, o professor precisava falar tudo para o aluno. Mas agora, em casa, ele aprendeu a ir atrás do conhecimento, passou a ser uma pessoa muito mais dotada de competências. Com a pandemia, o estudante se tornou um indivíduo crítico, protagonista de sua formação. O grande desafio é visualizar que universidade teremos no pós-pandemia. Podemos dizer que tanto a Covid-19 quanto a revolução tecnológica estão preparando a universidade para um novo processo de formação.

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