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º Conselheiro Liya Regina Mikami

professores em decorrência do rompimento de um contrato de prestação de serviços pode ter consequências danosas para os alunos”, afirmou, na ocasião, deputada federal Renata Abreu (Pode-SP), autora da proposta. Para o professor Douglas Oliani, presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR), suprimir a possibilidade de terceirização do magistério tanto em colégios quanto em universidades privadas está em desacordo com a modernidade e a eficiência das relações atuais. “Essa proposta engessa as atividades educacionais e interfere na própria autonomia dos profissionais que desejam trabalhar nessa modalidade. Isso sem falar que esse tipo de contratação costuma ser priorizada para admitir professores por tempo determinado, para cobrir férias ou licenças de outros docentes, por exemplo”, diz Oliani. No entendimento do professor, a contratação por Pessoa Jurídica (PJ) desburocratiza as relações de trabalho e elimina custos. Segundo Oliani, é preciso desmistificar a ideia que o Poder Público tenta emplacar de que terceirização é, automaticamente e em todos os casos, sinônimo de precariedade. Nas instituições de ensino, a qualidade é um dos principais fatores considerados quando se opta por uma contratação via PJ, com a preocupação quanto ao reconhecimento e à especialidade do contratado. O presidente do Sinepe/PR ainda destaca o delicado momento econômico pelo qual o país passa. “Proibir a terceirização nas instituições de ensino particulares aumentará os custos da organização, que automaticamente serão refletidos nas mensalidades. Não serão todos os alunos e famílias que darão conta de arcar com esse aumento”, finaliza.

Os desafios da digitalização

Como o ensino remoto e a tecnologia transformaram o dia a dia das universidades

Nos últimos dois anos, as universidades viram a tecnologia e o universo digital se tornarem protagonistas no segmento da educação. Com a migração de disciplinas, aulas e até cursos inteiros para o modelo de ensino remoto, vieram também os desafios, necessidades e aprendizados. Ainda que a vacinação esteja avançando e, aos poucos, a presencialidade seja retomada, tudo indica que muitas tecnologias vieram para ficar. Para as universidades, o processo foi de adaptação e, principalmente, auxílio para que professores e alunos pudessem usufruir da modalidade sem afetar o aprendizado. Para o mestre em Design Gráfico e professor no curso de Jogos Digitais e Pedagogia da Universidade Positivo (UP) Rafael Baptistella Luiz, um dos grandes pontos de atenção da mudança foram os usuários. “É natural existir uma curva de aprendizado para compreender programas que nunca, ou quase nunca, foram usados antes. Para alguns docentes e alunos, mais acostumados com tecnologias digitais, o processo foi muito mais tranquilo. Entre os professores, os que sabiam mais ajudavam os que sabiam menos”, explica, destacando que, apesar da dificuldade, o desafio, por se tratar de uma questão técnica, foi facilmente contornável com treinamento. Os obstáculos com a infraestrutura, por sua vez, não foram tão simples. Isso porque esse problema, diferentemente do conhecimento

do usuário, que poderia ser resolvido com capacitações e demonstrações, demanda investimento.

FERRAMENTAS DIGITAIS Com as salas de aula no formato online, as equipes pedagógicas também inovaram ao adaptar dinâmicas já conhecidas no ensino presencial para o meio virtual. De acordo com o vice-reitor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), professor Vidal Martins, para as aulas remotas, a utilização do modelo tradicional de ensino e aprendizagem, em que o professor discorre sobre o tema sem iniciativas de interação e engajamento, não é válida. “Chegou a hora de usar novas ferramentas. O docente precisa mudar a estratégia e se apropriar de novas formas de transmitir o conteúdo para garantir um aproveitamento melhor no meio digital”, analisa, citando exercícios que podem ser realizados nas aulas online. “Temos algumas opções de ferramentas que coletam a percepção do estudante sobre o que está sendo discutido a partir de perguntas e respostas e propiciam que o professor reforce conteúdos ou veja o que está funcionando e o que precisa ser mudado. Também já contamos com programas que simulam quadros, para trabalhos em equipe, que permitem interação entre alunos no meio digital”, acrescenta.

COMUNIDADE ACADÊMICA Além dos desafios da tecnologia e barreiras digitais, o ensino remoto também trouxe à tona a importância do investimento em estratégias que gerem pertencimento e engajamento dos estudantes nas atividades ofertadas pela universidade. Baptistella ressalta, contudo, que não há como garantir a participação de todos os alunos. “Se isso já não era possível com as aulas presenciais, no remoto ficou ainda pior. Muitos alunos não usam ou não possuem webcam e muitas vezes não falam ao microfone, dificultando a interação. Mas, independentemente de ser remoto ou não, para que os estudantes possam participar e aproveitar mais as aulas, o uso de metodologias ativas por parte dos professores é essencial”, explica o professor de Jogos Digitais da UP. Já para o vice-reitor da PUCPR, a diferença entre a criação de laços no formato presencial e no online é a necessidade de uma intervenção das instituições. “É possível construir o conceito de comunidade no meio digital, mas no presencial isso ocorre de forma natural, faz parte do convívio entre as pessoas, a instituição não precisa fazer esforço para que o espírito coletivo se crie. Já no digital, deve haver uma intencionalidade por parte de quem oferece os cursos, uma vez que, se não há estímulo, a falta de encontros físicos pode manter as pessoas mais distantes. No híbrido, por exemplo, a parte presencial consolida o espírito de comunidade e as relações se solidificam no meio online”, finaliza.

A melhor hora para começar é agora Universidades devem fomentar a inserção dos estudantes no mercado de trabalho

O Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) divulgou, em outubro de 2021, a disponibilidade de mais de 7 mil vagas de estágio em todas as regiões do Brasil. Além das oportunidades contabilizadas pela entidade, diversas empresas abrem, diariamente, novos espaços de trabalho para universitários que buscam ingressar no mercado profissional. Mas será que essa é a hora certa? O estudante está preparado para assumir uma posição dentro de uma corporação?

“A empresa contrata quem quer aprender e se desenvolver”

Elaine Pacheco - coordenadora do Núcleo de Empregabilidade da FAE Centro Universitário

Segundo a coordenadora do Núcleo de Empregabilidade da FAE Centro Universitário, Elaine Pacheco, as empresas, quando abrem vagas de estágio, já sabem que o aluno terá pouca ou nenhuma experiência, mas são outros pontos que contam para a escolha do novo contratado. “O que vale são outras vivências, como trabalho voluntário, intercâmbios, experiência fora da universidade e participação em eventos. Falo de vivências que não são estágios, mas uma extensão do ensino. O comportamento do aluno também conta muito. É preciso saber se comunicar, saber o que deseja no momento, ter sede de conhecimento. A empresa contrata quem quer aprender e se desenvolver”, explica. Para os estudantes que iniciam a jornada pelo mercado de trabalho ainda durante a graduação, a chance de se adaptar às características que o mundo corporativo exige e ir além do estágio é muito maior. “O principal desafio para um estudante não é ser escolhido, mas permanecer em um bom emprego ou estágio. Houve um aumento no número de pessoas com curso superior no Brasil, mas ainda continua muito difícil encontrar um profissional, formado ou em formação, com habilidades de relacionamento e capacidade de análise requintada para os desafios profissionais”, comenta o reitor da Universidade Positivo (UP), Roberto Di Benedetto. Por isso, para os estudantes que têm dúvidas sobre encarar o desafio de um novo estágio, a dica é: esse é o momento de arriscar! “O primeiro passo para entrar no mercado de trabalho é o voluntariado ou o estágio. Não aproveitar esse momento é perder tempo. A experiência de atuar profissionalmente ainda na universidade é importante pois o mercado sabe que você está aprendendo, portanto, errar é permitido. Ainda, há o apoio da universidade e dos professores, que dão direcionamentos e orientações”, finaliza Elaine.

NOTÍCIAS RÁPIDAS

09.nov.2021 | 8h às 9h30 Ambiente macroeconômico e cenário político: perspectivas e oportunidades no ensino superior

Palestrante: Rodrigo Capelato Mediador: Prof. Douglas Oliani

16.nov.2021 | 8h às 9h30 Afinal de contas, quem são nossos concorrentes?

Palestrante: Rafael Villas Bôas e Bruno Barreto Mediadora: Profa. Adriana Karam

23.nov.2021 | 8h às 9h30 Tendências do novo mundo para a educação superior

Palestrante: Fábio Reis Mediador: Prof. Douglas Oliani

30.nov.2021 | 8h às 9h30 Novos tempos, novos formatos de educação: discussões sobre o ensino híbrido

Palestrante: Thuinie Daros Mediadora: Profa. Adriana Karam

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