08 . 12
NR 25
ano: 2012 . nr 25 . mês: Agosto . director: António Serzedelo . preço: 0,01 €
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Ilustração Dinis Carrilho
Parabéns à irreverência É com muito gosto que me associo à passagem de mais um aniversário da Prima Folia, neste caso o quinto, período este de tempo que na essência tem sido marcado pelas consequências da crise internacional na Europa e a que Portugal não escapa. Acompanhando as atividades desta associação e do jornal que é veículo dos objetivos que prossegue - O Sul - registo ser uma instituição que, irreverente e muitas vezes polémica, toma parte a favor do futuro. Na minha perspetiva, fá-lo do lado bom, ou seja, do lado que aposta no progresso, com suporte em princípios alicerçados na cultura com vista à valorização da igualdade, da justa distribuição da riqueza, da importância do papel do Estado e da inevitabilidade de um novo paradigma da vida que está em gestação e para o qual é necessário sabermos dar respostas. Essas respostas implicam a convocação da sociedade civil à participação e ao debate sobre ideias claras e é nesta linha de orientação que a Prima Folia e o jornal O Sul vêm trabalhando. Como é evidente esta postura que é de rutura com a indiferença e o conservadorismo dos vários quadrantes não beneficia da compreensão daqueles que lidam mal com as liberdades de opinião e de expressão. Ainda não há muitos meses verificámos isso mesmo nas limitações de distribuição impostas ao jornal O Sul pela atual gestão do Município de Setúbal. Acreditando como acredito na experiência e na sabedoria do povo português, não sou daqueles que entende que a resignação que aparentemente se observa na sociedade portuguesa perante as medidas restritivas em curso e que vão muito para além do memorando da troika traduzem aceitação das políticas que as corporizam. E não penso isso porque a ‘venda a retalho’ do país a que assistimos a pretexto de serem necessárias privatizações de empresas estratégicas, que são verdadeiros instrumentos de soberania, para o reforço das receitas, não são fatos indiferentes à generalidade dos cidadãos por respeitarem ao seu futuro. São, também, para estas questões da maior importância para Portugal que a Prima Folia tem convocado a sociedade civil como aliás se reflete na leitura de ‘O Sul?. Consciente que o contributo que a Prima Folia vem dando é um elo importante na cadeia de reforço da nossa sociedade civil, inclusive para o distrito de Setúbal, ou sobretudo para ele tão carente de ruturas para um futuro melhor para todos, desejo que a aniversariante persista, contra ventos e mares, na linha de rumo irreverente que traçou. Vítor Ramalho Presidente do INATEL