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Número 36 | maio 2020 - Publicação Bimestral. | ISSN 2618-4567
Nova série de Webinars da SLTC
+ Potencial gerador de nitrosaminas dos aceleradores. Pág. 54
TPE baseado em resíduos de NBR. Pág. 20
Estudo de materiais abrasivos da Universidade de Concepción. Pág. 08
Índice 03. Editorial 04. ABTB
36. Trabalhos de Querétaro: Recauchutagem como meio de reciclagem de pneus. 38. Trabalhos de Santiago de Chile: Por que reciclar NFU mecanicamente?
08. RITC
40. Sustentabilidade e RSE
A pesquisa aplicada da UDT-EST como uma contribuição ao desenvolvimento de novos materiais de borracha.
12. Segurança e saúde ocupacional A investigação de acidentes de trabalho.
16. Ciência e tecnologia
Aplicação de nanotubos de carbono como reforço em compostos de borracha.
20. Termoplásticos Elastómeros TPE's baseados em resíduos de NBR.
22. Plantações
22. Impacto do Coronavírus (COVID-19) nas plantações da América Latina. 26. O potencial das estratégias de valor agregado para ajudar a indústria de borracha na América Latina.
30. Reciclagem de pneus
30. Inovação de produtos a partir da reciclagem de pneus: skate com base em borracha reciclada.
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O Coronavírus exige previsão empresarial e uma grande responsabilidade.
42. Tecnologia de látex
Fórmula para misturas de espuma de látex com cloreto de amônio ou fluorsilicato de sódio como agente coagulante ou gelificante.
46. Revista Caucho Espanha
As razões para não inovar nas empresas: um problema para resolver.
54. Ficha Técnica colecionável 56. Patentes e Vigilância Tecnológica 58. Bibliografia recomendada 67. Somente para entendidos
Criamos uma série de seminários on-line (Webinars) para que nosso pessoal se sinta acompanhado
Entrevistamos María Alexandra Piña, Presidente da SLTC, que nos contou sobre a nova série de seminários on-line recém lançados, gratuitos e para todo o tipo de público. Nessas conversas são abordados tópicos de
natureza técnica, econômica, comercial, de mercado e, inclusive aspectos históricos do setor de borracha, com os quais podemos afirmar que eles foram especialmente projetados para qualquer pessoa interessada na área.
Diretor: Víctor Dvoskin – Diretor Comercial: Sergio Junovich. Comissão de redação: Emanuel Bertalot, Mariano Escobar, Diogo Esperante, Diego Hernández Mejía, Patricia Malnati, Tim Osswald, María Alexandra Piña, Karina Potarsky, Catalina Restrepo, Joan Vicenç Durán. Comitê Técnico de Edição: Emanuel Bertalot, Mariano Martín Escobar, Esteban Friedenthal, Diego Hernández Mejía, Karina Potarsky e Carlos Zaccaro. Tradução para o português: Fátima das Chagas Silva, Cleber Fernandes Pereira, Leandro Fernandes Pereira, Marcelo Eduardo da Silva. Diretor de arte: Gonzalo Fernández. É uma publicação as Associação Civil para a Tecnologia da Borracha. ISSN 2618-456. O editor se reserva o direito de publicar solicitações de publicidade, cujo conteúdo não é de responsabilidade do editor, mas das empresas de publicidade. Endereço administrativo: Av. Paseo Colón 275, 3° andar “B”.
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EDITORIAL
Estação de quarentena, é momento de dar um tempo para conversar com quem vive dentro de ti. José “Pepe” Mujica Ex Presidente de Uruguai
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DOSSIER ABTB (Brasil)
A ABTB fortalece seu papel como provedora de conhecimento e tecnologia mesmo diante dos desafios de 2020 A Associação Brasileira de Tecnologia da Borracha, principal entidade representativa do setor no Brasil, vem passando por um momento de transformação, crescimento e adaptação. Engajada em oferecer benefícios tangíveis aos seus associados, a associação entregou, no ano passado, uma agenda cultural repleta de atrações relevantes, atuais e com impacto positivo nos negócios de seus associados. Foram 22 eventos, com 40 diferentes temas, mais de 1300 participantes, 40 palestrantes, em 7 cidades, 7 estados e 6 diferentes países, atraindo mais de 30 mil visitantes em seu site e proporcionando mais de 150 horas de palestras, oficinas e networking.
Ministrantes e Diretoria da ABTB em evento realizado em 2019. Foto: ABTB.
Neste ano, diante da pandemia do coronavírus, a entidade buscou logo estabelecer um protocolo de saúde, adaptação e posicionamento. Primeiro, ajustou as atividades de seus colaboradores, de modo a alinhar-se com as determinações das autoridades de saúde, preservar sua integridade e de toda a sociedade.
Nesta mesma linha, cancelou ou adiou eventos com presença física no período da quarentena. Em seguida, mantendo o mesmo espírito de oferecimento de capacitação, conhecimento e benefícios aos seus associados, acelerou seus processos digitais, criando eventos, conteúdos e workshops de modo online e disponibilizando-os em suas plataformas. Ao mesmo tempo, a ABTB voltou-se para o apoio ao setor produtivo que representa, promovendo, divulgando e apoiando medidas de socorro ao segmento e de impulsionamento econômico das empresas e dos indivíduos que trabalham na cadeia da borracha. Especialmente no âmbito da comunicação e da tecnologia, a ABTB criou em seu site e redes sociais uma seção de informações e matérias de utilidade pública, divulgando as medidas governamentais no âmbito econômico e tributário, bem como ações de apoio às pessoas, inclusive psicológico, durante a pandemia. A entidade também apoiou, em termos de divulgação e tecnologia de pagamentos online, a ação conjunta com a SLTC, Apabor, ANIP e International Rubber Study Group para ajudar as famílias de seringueiros do Brasil. Fortemente atingidos pelo impacto econômico da pandemia a partir da redução ou paralisação de algumas grandes fábricas consumidoras do produto de seu trabalho, única fonte de sustento, as famílias passaram a se encontrar em situação de grande vulnerabilidade. A ação promoveu um Webinar solidário, com importantes personalidades do setor da borracha na América Latina, tendo o valor das inscrições todo
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revertido para a ajuda aos seringueiros.
através da internet.
O fornecimento de informações relevantes e atualizadas para os seus associados também não foi interrompido pela ABTB, que conta, em seu website, com duas formas de divulgação das principais notícias do setor da borracha.
Com uma estrutura de apresentador, painelistas e espectadores, a plataforma permite a exposição de conteúdos ricos, com vídeos, apresentações e integração com o público, que pode fazer perguntas pelo chat, tudo em tempo real.
Na área aberta, há uma seção de Revistas, entre elas a SLTCaucho, a Borracha Atual e a RubberWorld, todas disponíveis de modo digital, com as edições mais recentes.
O primeiro Webinar foi realizado no dia 05 de maio, com André Mautone como ministrante. Mautone tem 35 anos de atuação no mercado de borracha como formulador e na área de pesquisa e desenvolvimento, é Gerente de P&D na empresa Microjuntas, Diretor Vice-Presidente da ABTB e Professor Universitário.
Na Área do Associado, há matérias da Lateks e edições semanais do Smithers Report, um dos mais respeitados compilados de notícias sobre o mercado da borracha no mundo, especialmente do segmento de pneus. Para poder atender a demanda de eventos de seu público, a ABTB contratou e customizou uma plataforma de Webinars, passando a poder desenvolver seminários e workshops completos
Tendo como título “Efeito do ZnO e/ou MgO na cura de EPDM e HNBR por peróxido”, o Webinar ministrado por Mautone contou com 131 inscritos e 79 participantes simultâneos, com rico espaço de perguntas e respostas, além de uma repercussão bastante positiva dos participantes. ■
A AGENDA DE WEBINARS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DA BORRACHA, ATÉ O FECHAMENTO DESTA EDIÇÃO, CONTAVA COM OS SEGUINTES EVENTOS: Webinar - com Luiz Emiliani Data: 02/06/2020 Palestrante(s): Luiz Emiliani Assunto(s): Luiz Emiliani atua, desde 1977, no setor de Borracha, iniciando na Empresa Proquitec S/A, no desenvolvimento de diversos materiais para uso em Borracha, entre eles, antiozonantes, antioxidantes, carga, aceleradores, agentes de vulcanização, adesivo Borracha-Metal, auxiliares de processo, dissecantes, ativadores de vulcanização, plastificantes, elastômeros diversos. Desde 1998, Emiliani é Diretor e Consultor Técnico e na área de Treinamento na Empresa Modulus Assessoria Técnica em Borracha. André Mautone foi o ministrante do primeiro Webinar da ABTB. Fotomontagem: André Mautone e ABTB.
Atenção: Vagas limitadas (100) Local: Online pelo app Zoom
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Webinar - com Dr. Fabio Bacchelli Data: 09/06/2020 Palestrante(s): Dr. Fabio Bacchelli Assunto(s): Dr. Fabio Bacchelli é gerente técnico experiente, com histórico comprovado de trabalho na indústria da borracha. Hábil em Química de Polímeros, Reologia, Desenvolvimento e Promoção de Produtos, Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e Engenharia de Processos. Profissional forte em engenharia de polímeros, com muitos trabalhos em conferências e doutorado pela Università di Bologna.
Mercado de Borracha Data: 16/06/2020 Palestrante(s): Sidnei W. Nasser Assunto(s): Therpol e a 5ª Revolução Industrial no Mercado de Borracha" Sidnei W. Nasser é CEO na Proquitec S/A Atenção: Vagas limitadas (100) Local: Online pelo app Zoom
Atenção: Vagas limitadas (100) Local: Online pelo app Zoom Webinar - Therpol e a 5ª Revolução Industrial no
Student Chapter em parceria com a Rubber Division da American Chemical Society Outro programa mantido pela ABTB que segue adaptado às condições atuais, sendo de suma importância para a capacitação das novas gerações do setor da borracha é o Student Chapter Brasil, em parceria com a Rubber Division da American Chemical Society. Participar de um Student Chapter Group da Rubber Division (ACS) é uma maneira maravilhosa e educacional de aprender mais sobre a indústria e a profissão escolhida pelos jovens, enquanto conhecem outros alunos e se divertem! Viagens de campo para empresas locais da indústria
da borracha e a possibilidade de participar de reuniões da Rubber Division (ACS) e Rubber Group também fazem parte do entusiasmo de ingressar em um Chapter. A Rubber Division, divisão da borracha da American Chemical Society, tem apenas dois parceiros globais no projeto Student Chapter Group e um deles é no Brasil, através da parceria com a ABTB. A partir desta parceria, a ABTB investe no desenvolvimento de gerações cada vez mais capacitadas de estudantes que se tornarão profissionais do setor da borracha. Os encontros aproximam a indústria da academia, promovem inovação e forjam futuro. Alunos e professores interessados no programa podem entrar em contato com a ABTB, através do e-mail abtb@abtb.com.br para saber mais. ■
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A ABTB fortalece seu papel como provedora de conhecimento e tecnologia mesmo diante dos desafios de 2020 Para que os associados possam, a partir de suas casas, aumentar seu conhecimento e ter impacto positivo e transformador em seus negócios, a sessão do site da ABTB exclusiva para eles foi ampliada durante a pandemia.
Assim, a entidade consegue entregar um acervo rico e exclusivo, com valor inestimável para quem busca conhecimento, capacitação e o emprego de novidades fundamentais para o avanço de seus negócios.
Agora, a Área do Associado conta com mais de 1000 arquivos técnicos e 40 GB de conteúdo, contendo Apresentações em Congressos, Análises de Mercado, Matérias Exclusivas, Palestras, Cursos, entre outros.
Na área aberta do site, especificamente na seção “Notícias”, a ABTB tem proporcionado acesso a temas muito atuais e ligados ao momento que vivemos agora, como o futuro do trabalho, a indústria 4.0, o papel das novas tecnologias em momentos de distanciamento social e os avanços empresariais e sociais que esta revolução propicia.
Mais de 300 arquivos foram adicionados em abril, incluindo o compilado completo das apresentações de 2019 e 2020 do principal evento sobre pneus da Europa. Nesta área do site são encontradas raridades, como cópias digitalizadas de arquivos técnicos fundamentais na história do mercado no Brasil, com mais de 40 anos, alguns da época da fundação da ABTB, em 1975, e dos primeiros Congressos Brasileiros de Tecnologia da Borracha, que ocorrem a cada 2 anos. Ao mesmo tempo, lá também se encontra aquilo que de mais recente se produziu em termos de tecnologia, técnicas e ferramentas do setor da borracha, com arquivos de eventos realizados em 2020, antes da pandemia alastrar-se pelo mundo.
Área do Associado no Site da ABTB. Fotomontagem: ABTB.
Preocupada com a sociedade e com a saúde, mas atenta ao que será preciso fazer para seguirmos em frente, a ABTB acredita que as crises oferecem uma série de desafios e também de oportunidades. É por isso que a associação se posiciona ao lado de seus parceiros e do mercado para as dificuldades e, ao mesmo tempo, provê conhecimento, soluções e tecnologia para enfrentarmos os desafios de 2020 e do que está por vir. Mais informações sobre a ABTB estão disponíveis em www.abtb.com.br, onde além dos benefícios aqui descritos também se encontram muitos, bem como a lista de associados, parceiros e patrocinadores que tornam isso possível. Juntos, vamos vencer. ■
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REDE INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA DA BORRACHA (RITC)
A pesquisa aplicada da UDT-EST como uma contribuição ao desenvolvimento de novos materiais de borracha AUTOR Patricia Castaño Rivera (CHI) Unidade de desenvolvimento Tecnológico, Universidade de Concepción, Chile p.castano@udt.cl
Eduardo Troncoso Ortega (CHI) Centro de Biotecnología Universidade de Concepción, Chile etroncoso@udec.cl
COORDINADOR Dr. Mariano Escobar (ARG) Director del Comité de Red Internacional de Tecnología del Caucho. ritc@sltcaucho.org
A Unidade de Desenvolvimento Tecnológico (UDT) é um instituto de ciência, tecnologia e inovação, que depende da Vice Reitoria de Investigação e Desenvolvimento da Universidade de Concepción (UdeC) que se encontra na cidade de Coronel no Chile. Desde o seu começo, em 1996, a UDR tem realizado numerosos projetos com diversas indústrias, destacando-se a indústria florestal. Por outro lado, a Empresa de Serviços Tecnológicos Ltda. (EST), nasceu em 1998 como um spin off da UDT, com o intuito de prestar serviços especializados para empresas de diferentes setores. Atualmente, a UDT-EST, possui duas áreas de trabalho: Biomateriais e Bioenergia. A área de Biomateriais, mantêm as seguintes linhas de
pesquisa: recipientes e embalagens, bioplásticos, materiais lignocelulósicos, materiais bioativos e materiais elastoméricos. A linha de materiais elastoméricos é a mais recente, iniciou em 2014, com um projeto financiado por CONICYT, atualmente conhecida como Agência Nacional de Investigação e Desenvolvimento (ANID). Este projeto surgiu porque a indústria mineira no Chile, que representa o setor econômico mais importante do país (10,8% PIB no ano 2019) tem como problemáticas o desgaste abrasivo que sofrem as peças de borracha, tais como esteiras transportadoras, malhas de aço, raspadores ou revestimento de moinhos para lavagem de minérios, ocasionando a parada das plantas programadas ou não, para sua troca.
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REDE INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA DA BORRACHA (RITC)
Como solução para este problema, desde o ponto de vista do material, este projeto estudou o uso de nanoestruturas, especificamente nanoargilas, para obter a melhoria de um composto de borracha quanto em termos de desgaste abrasivo.
I7818010002 (2019-2020); “Desenvolvimento de compostos de borracha com microestruturas de celulose e nanoargilas para produtos da indústria de mineração nacional”, também financiado pelo ANID.
O projeto titulado: “Desenvolvimento de elastómeros com melhores propriedades mecânicas e resistência à abrasão, mediante reforço e controle da cinética de vulcanização, para aplicação na indústria de mineração”, foi realizado em duas etapas.
Como resultado, foi demonstrado o efeito reforçante de microfibras de celulose obtidas na UDT-EST e provenientes da polpa kraft branqueada, de Eucalyptus globulus, em um composto de borracha. Um avanço deste projeto foi apresentado pela Patricia Castaño Rivera, na XV Jornada Latino Americana de Borracha, em Querétaro, México, 2019. Cabe mencionar a colaboração fundamental neste projeto de Juan Cea, Karen Galvez e Isabel Calle da UDT-EST Andrea Andrade e o Dr. Miguel Pereira do Laboratório de Produtos Florestais da UdeC e Eduardo Troncoso do Centro de Biotecnologia da UdeC.
Na primeira fase (código do projeto: ID14i10437, 2015-2017), foi possível validar em nível laboratorial a melhoria da resistência à abrasão de um composto de borracha, mediante o uso de nanoargilas. Na segunda etapa do projeto (código: ID14i20437, 2018-2020), atualmente em execução, a produção deste material foi dimensionada para nível industrial, e agora pretende validar seu desempenho em condições reais de operação. Por outro lado, em resposta à busca de novas aplicações de bioprodutos provenientes da biomassa florestal, nasceu o projeto PAI
Da mesma forma, uma problemática importante no Chile, é a reciclagem e a disposição final dos pneus fora de uso (NFU). Atualmente se estima 130 mil ton/ano de pneus tirados, dos quais ao redor de 5% tem algum tipo de gestão sustentável. No Chile em 1º de abril de 2015 foi aprovada a lei REP (Responsabilidade Estendida do Produtor),
Equipe de trabalho da linha de elastómeros, UDT-EST. Da esquerda para a direita: Álvaro Maldonado, Carolina Olivari, Patricia Castaño Rivera e Karen Galvez.
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(chefe da área de Biomateriais), Karen Galvez (Analista Química), Carolina Olivari (Engenheira de Projeto) e pela Dra. Patricia Castaño Rivera (Engenheira de Projeto e encarregada do laboratório de elastómeros).
Tecnologia de produção de nanofibras de celulose (NFC) quimicamente modificadas, para aplicações de alto interesse econômico e impacto global.
onde as NFUs são consideras como prioritárias. A lei REP entrará em vigência em janeiro de 2021. Nesse contexto, a linha de elastómeros da UDTEST pode desenvolver projetos de P&D para recuperação dos resíduos de NFU, através do desenvolvimento de compostos de pó de borracha reciclada em matrizes termoplásticas. Isto foi possível, uma vez que a área de Biomateriais, possui um laboratório de elaboração e caracterização de compostos de matriz termoplástica e uma planta piloto para dimensioná-los por extrusão e injeção. Atualmente, a equipe de trabalho da linha de elastômeros é composta por: Alvaro Maldonado
5.557 M2 DE INFRAESTRUTURA
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PATENTES
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PUBLICAÇÕES
Finalmente, devemos agradecer as outras pessoas que tornaram possível a criação da linha de elastômeros e que nos apoiaram: Ao diretor executivo da UDT-EST Dr. Alex Berg Gebert, a MSc. Isabel Calle Holguín (Engenheira de Projeto UDT-EST, 2014-2019), ao professor Paulo Flores (Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Concepción), a Dra. Johanna Castaño (Pesquisadora na Universidade de San Sebastián) e ao Dr. Diego Giraldo (professor associado da Universidade de AntioquiaColômbia). ■
Unidade de Desenvolvimento Tecnológico (UDT) Universidade de Concepción www.udt.cl
Telefone: (51) 3904-2700 Email: comunicaciones@udt.cl Avenida Cordillera Nº 2634, Parque Industrial Coronel
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PLANTAS PILOTO
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LABORATÓRIOS
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SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL
A investigação de acidentes de trabalho COLUNISTA
Joan Vicenç Durán (ESP)
Presidente del Consorcio Nacional de Industriales del Caucho de España www.ceroaccidentes.es jvduranllacer@gmail.com
Recentemente, a CAEB, Confederação das Associações Empresariais de Baleares, me pediu para preparar uma conferência de divulgação técnica sobre o assunto que dá título ao artigo. Achei muito interessante, pois é um tema em que, em geral, encontro muita boa vontade nas empresas e um bom conhecimento jurídico, mas pouca metodologia, principalmente que seja regular e com critérios claros de quando se deve fazer pesquisa e quando não é necessário.
da excelência na prevenção de riscos e uma boa maneira é evitar a repetição de acidentes. Uma maneira muito poderosa para realizar "O caminho para o zero" é conhecer em detalhes as causas de cada acidente e colocar os meios necessários para que eles não aconteçam novamente. Dessa forma, eles caminharão gradualmente em direção a zero acidentes, com uma equipe motivada e orgulhosa de suas realizações.
A primeira parte foi a razão pela qual os acidentes deveriam ser investigados. Para dar um pouco de humor e provocar a platéia, meu primeiro slide foi o seguinte: "Porque a lei diz". Em seguida, anunciei que a conferência havia terminado e que poderíamos tomar um café ...
Esta revista é lida em muitos países e nem todas as leis são idênticas, mas boa parte da legislação exige apenas uma análise de acidentes fatais ou muito graves.
Do meu ponto de vista, que a lei diz que é uma condição suficiente, mas não necessária, usando termos matemáticos.
Os motivos explicados para realizar a investigação são: o impacto psicológico que um evento como esse tem sobre o pessoal, as consequências da repetição do evento e as repercussões legais.
Independemente de a lei dizer ou não, é do senso comum mais elementar que um fato acidental não pode deixar de ser investigado e esperar que o destino seja bom e que isso não nos aconteça novamente.
Alguns exigem ou recomendam fazê-lo também em todos os acidentes ou incidentes menores, mesmo naqueles que não tenham feridos, mas em certas circunstâncias, como, por exemplo, uma frequência repetitiva notável, o risco de ser um acidente grave ou que as causas não sejam identificadas.
Todas as empresas devem trabalhar na direção
Por sua vez, a OIT (Organização Internacional do
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SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL
Trabalho) sugere investigar casos de morte ou danos físicos graves, situações repetitivas ou eventos que agentes envolvidos na prevenção, como comitês, delegados e até mesmo a administração pública, considerem que têm uma relevância especial devido às suas características.
coleta de dados “Big/Small Data” e criaram um algoritmo que permite prever acidentes e, logicamente, evitá-los. Eles foram finalistas do prêmio de melhor ação preventiva da Associação Catalã de Grupos Empresariais, Fomento do Trabalho.
As administrações públicas aceitam que nem todos os acidentes e incidentes possam ser analisados; portanto, os critérios de seleção permanecem nas mãos do ponto de vista da empresa, exceto nos casos mencionados.
Todas as empresas devem trabalhar na direção da excelência na prevenção de riscos e uma boa maneira é evitar a repetição de acidentes.
Pessoalmente, acho que é um erro grave. Por que? Muitos leitores estarão familiarizados com a Pirâmide de Bird, que concluiu que, para cada 600 incidentes, ocorreram 30 acidentes leves, 10 acidentes graves e um acidente fatal ou por incapacidade. Você tem que atacar a base, não o topo da pirâmide. O topo não tem remédio, a base sim. Na minha opinião, deve ser feito um relatório com todos os acidentes ou incidentes que ocorrem na empresa, mesmo que você não tenha capacidade operacional para lidar com todos eles até o fim. O processamento de dados esta avançando a uma velocidade vertiginosa e, em alguns anos, teremos aplicativos que, com dados suficientes, nos permitirão prever e prevenir acidentes com base no histórico. Eu, pessoalmente, vivi o caso de uma empresa em que um profissional de prevenção fazia relatórios exaustivos de cada acidente. Ele anotava tudo o que você pode imaginar: dia, hora, local, tempo em que esteve naquela máquina naquele dia, tempo em que estava trabalhando em sua sala, na empresa, se voltasse de férias ou de alguma licença, último treinamento, idade, antiguidade, estado civil, etc. Por 25 anos, todos pensaram que isso era algo desnecessário, usado apenas para identificar algumas áreas da fábrica onde os acidentes eram repetidos. Quando essa pessoa se aposentou, seu sucessor, encontrou um tesouro real, entrou em contato com uma empresa de
Uma investigação bem-sucedida de acidentes também fornece informações relevantes para melhoria de processos ou para análise comportamental, que gera entre 70 e 80% dos acidentes mais comuns. Menosprezar pequenos acidentes gera brincar com a sorte, algo que nunca deve ser feito na prevenção. Alguns vão se lembrar de um dos meus assuntos favoritos: o estilete. Quando alguém corta a palma da mão ou um dedo e a ferida é pequena, ela é desinfetada, coberta com gaze esparadrapo, e nada aconteceu aqui. O que teria acontecido se a lâmina nos cortasse 5 ou 6 centímetros mais alto e cortasse uma veia? Meu amigo, voar para um hospital correndo risco grave, se você não tiver um profissional de saúde em sua área de trabalho (existem apenas em centros com muitas pessoas). O acidente é o mesmo: costumávamos direcionar o estilete para a nossa mão, então o acaso decidia que dano causaria, mas se a ferramenta tivesse sido usada lateralmente, direcionando para o ar, não haveria nenhum acidente. É necessário analisar e investigar tudo, aqui pode ter havido uso indevido ou não uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual Obrigatório) que, mostrando isso, permitiria realizar ações de melhoria nessa área.
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SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL
O QUE ACONTECE SE UM ACIDENTE NÃO FOR INVESTIGADO? Nada positivo: • A porta é deixada aberta para que se repita. • A equipe nunca estará ciente do caminho certo. • As informações são perdidas, e não apenas do acidente. • Pode prejudicar o ambiente de trabalho e aumentar o estresse dos trabalhadores ("Vamos ver quando é a minha vez"). • A lei está sendo violada, com suas possíveis consequências. Se perde uma oportunidade magnífica para: • Iniciar ou reforçar um projeto de cultura preventiva. • Reforçar o papel do empregador na segurança e saúde de seus funcionários.
Em alguns anos, teremos aplicativos que, com dados suficientes, nos permitirão prever e prevenir acidentes com base no histórico. • Dar voz aos acidentados e àqueles que testemunharam o acidente, sem limitá-los, desde que expressem apenas fatos e não suposições. • Se for alcançada uma redução de acidentes, melhorará o ambiente de trabalho e, consequentemente, o desempenho dos trabalhadores e da empresa.
ATÉ QUE PONTO A PESQUISA DEVE SER FEITA? Depende dos recursos da empresa e da gravidade ou complexidade do acidente. Para casos complexos de acidentes, nos quais não apenas o aspecto comportamental é considerado, e o componente técnico tem uma grande importância, será bom contar com um especialista externo, por seu conhecimento e experiência. Essa pessoa investiga esse tipo de evento todos os dias e, felizmente, um preventista da empresa não faz isso diariamente. De qualquer forma, continuo insistindo na conveniência de fazer um relatório de acidentes, de todos os acidentes e até mesmo de incidentes. Servirá sempre como documentação de consulta em caso de repetição ou algo semelhante. QUEM DEVE PARTICIPAR DA PESQUISA? Sem ser uma lista exaustiva, eles poderiam ser: • A pessoa acidentada, a menos que sua condição não permita. Nesse caso, a vítima deve colaborar posteriormente. • Aqueles que testemunharam o acidente (verifique se realmente eram testemunhas e localize o maior número de testemunhas).
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SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL
• O departamento de Saúde e Segurança, se houver, ou a pessoa responsável pela prevenção de riscos, que normalmente liderará a investigação. • A pessoa hierárquica responsável pela pessoa acidentada. • O chefe do setor onde ocorreu o acidente (caso a vítima não estivesse em sua área de trabalho). • Em empresas muito grandes, a presença do médico e / ou enfermeiro do trabalho pode ser interessante para entender os ferimentos, se apropriado, e contribuir com sua experiência. • O SPA (Serviços de Prevenção Externa) para empresas que não possuem seu próprio serviço de prevenção. • Serviços conjuntos de prevenção, para as empresas que os possuem.
Nem todos devem intervir, isso dependerá do tipo de incidente ou acidente. Como já apontamos, em casos complexos, será solicitada a ajuda de uma empresa externa especializada. E que método vamos usar para a pesquisa? Qual será o mais útil e eficaz? Bem, vamos deixar isso para o próximo artigo, já que existem várias opções, e é conveniente fornecer uma explicação mínima de cada uma para poder escolher. Enquanto isso, sigam cuidando dos seus funcionários, eles são o melhor ativo e o maior capital da sua empresa. ■
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CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Aplicação de nanotubos de carbono como reforço em compostos de borracha COLUNISTA
Dr. Mariano Escobar (ARG) Dpto. Diseño de Materiales, INTI - CONICET. ritc@sltcaucho.org
COLABORADORAS INVITADAS Dra. Marcela Mansilla (CONICET) Lic. Daniela García (INTI) Como mencionado em vários números anteriores, a República Popular da China está investindo enormemente em ciência e tecnologia e gerando avanços a passos largos. Nesse sentido, um dos campos de investigação se baseia nos diferentes usos possíveis de nanotubos de carbono (NTC), pois possuem excelentes propriedades mecânicas, elétricas e térmicas. Atualmente, os NTCs são usados em baterias de íon de lítio, telas sensíveis ao toque flexíveis e transistores de última geração. A seguir, apresentamos o trabalho do Prof. Lu do Laboratório da Cidade de Pequim de Materiais Poliméricos, no qual eles incorporam diferentes tipos de nanotubos de carbono (com diferentes graus de defeitos cristalinos) em uma matriz de borracha natural (NR) [1]. Os nanotubos de carbono são obtidos por meio de um processo de Deposição Química em Fase de Vapor, no qual as variáveis são pressão, temperatura e tipo de gás precursor, que atua como fonte de carbono para sintetizar os nanotubos, que podem ser acetileno, metano etc. Dependendo de como essas variáveis são ajustadas, nanotubos de diferentes qualidades (e preços) podem ser obtidos. Os autores confirmam que, através da mistura em
moinho aberto, é possível obter uma dispersão homogênea de NTC na matriz de borracha natural. Embora uma das vantagens dos nanotubos, sob o ponto de vista geométrico quando comparado com as partículas de negro de fumo, é sua geometria fibrilar (o comprimento é muito maior que o seu diâmetro), os autores tentaram imitar a morfologia das partículas de negro de fumo (que atua como aglomerados de partículas chamadas agregados) usando nanotubos com um grande número de defeitos cristalinos na superfície. A técnica microscopia de força atômica (conhecida como AFM sua sigla em inglês: Atomic Force Microscope - Microscópio de Força Atômica) foi desenvolvida em meados da década de 1980 e possui uma resolução muito alta (permite distinguir átomos um do outro). No caso dos compostos de borracha, permite analisar a interface entre a matriz de borracha e a superfície dos nanotubos e identificar a presença de defeitos na superfície externa do NTC. O grupo de trabalho analisou a inclusão de um agente de acoplamento (Si69) e avaliou a interface, constatando que o silano melhora o desempenho mecânico através do engrossamento da interface.
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CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Em uma segunda parte do trabalho, é apresentada a planta piloto para o dimensionamento da linha de produção, produzindo um composto de 360 Kg em um misturador Banbury (370 L) com o objetivo de fabricar pneus que reduzam o consumo de combustível. Já é conhecido que o uso de nanosílica em vez de negro de fumo induz uma redução na resistência ao rolamento, o que ajuda a reduzir o consumo de combustível. No entanto, a sílica é um isolante elétrico e pode gerar acúmulo de cargas no pneu, aumentando o risco de choque elétrico. Como os NTCs são condutores elétricos, a adição de uma pequena quantidade fornece um certo nível de condutividade, impedindo esse acúmulo de carga. Os autores incorporaram 0,7 phr de nanotubos no composto e o usaram para fazer uma banda de rodagem, submetendo-o a testes dinâmicos para avaliar seu tan d a 60 ºC. Em conclusão, obtiveram resultados semelhantes aos compostos contendo sílica como reforço. Também se caracterizaram as seguintes propriedades: dureza Shore A, módulo à 300 %, resistência à tensão de ruptura, alongamento na ruptura, resistência ao rasgo e abrasão. Os valores de resistência volumétrica indicam que o material obtido, assim como o comercial, é antiestático. Dado o enorme número de meios de transporte no mundo que usam combustível como fonte de energia, qualquer fração mínima que reduz a
Qualquer fração mínima que reduz a resistência ao rolamento gera uma redução na emissão de CO2 no meio ambiente. resistência ao rolamento gera uma redução na emissão de CO2 no meio ambiente e uma economia apreciável no consumo de um recurso nãorenovável. Em resumo, o trabalho do Prof. Lu e colegas tornou possível fabricar pneus com a incorporação de pequenas quantidades de NTC que reduzem o consumo de combustível, possuem boa resistência à fadiga a longo prazo e são antiestáticas. Acreditamos que o trabalho do Prof. Lu é um reflexo da viabilidade dos benefícios que podem ser obtidos com o uso de NTCs na indústria da borracha. ■ [1] Y. Lu, J. Liu, G. Hou, J. Ma, W. Wang, F. Wei, L. Zhang. From nano to giant? Designing carbon nanotubes for rubber reinforcement and their applications for high performance tires. Composites Science and Technology 137 (2016) 94-101.
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TERMOPLÁSTICOS ELASTÔMEROS
TPEs baseadas em resíduos de NBR COLUNISTAS
Catalina Restrepo (CHI/COL) catalina.restrepo.z@gmail.com
Tim Osswald (EUA/COL) tosswald@wisc.edu
Continuando a temporada de elastômeros termoplásticos com base de borracha e plástico reciclado, a coluna de hoje se concentra nos TPEs com base de resíduos NBR. Recordamos que a NBR, borracha nitrilica, é obtida graças ao químico russo Sergei Vasilyevich Lebedev em 1910, que sintetizou por primeira vez o butadieno para fabricar borrachas sintéticas. Entre as décadas de 1920 e 1940, foi amplamente utilizado na União Soviética, mas o seu uso se tornou popular quando a NBR foi desenvolvido na Alemanha em 1931 pela IG Farben e foi conhecido inicialmente como Buna-N. Em 1935, começa sua produção em massa. As suas propriedades mais atraentes são a resistência ao óleo, ao combustível e outros químicos devido à presença de nitrila, tendo como desvantagem sua baixa flexibilidade em comparação com outros materiais. Também tem a capacidade de manter suas propriedades entre -40 e 108ºC. E possui alta resiliência e resistência ao ozônio. Por todas essas
propriedades, elas são usadas em mangueiras para óleo e combustível, alguns tipos de pneus, tanques, anéis, solas de sapatos, adesivos, espumas, pisos e luvas onde não é possível usar borracha natural. Agora, quando o produto de NBR termina sua vida útil, o que é feito? Infelizmente, a NBR tem uma desvantagem importante com a recuperação, pois normalmente é contaminado com diferentes solventes e produtos químicos ou misturado com outras borrachas. De fato, ao consultar a literatura sobre diferentes tipos de recuperação, não há muito o que escolher. Do pouco obtido, os compostos de NBR se recuperam das seguintes maneiras. a) Utilizando um aglutinante de copolímero líquido de acrilonitrila-polibutadieno com 50 % de NBR virgem, aumentando a resistência à tração em 10 %, mas o alongamento é reduzido para 20 %. b) Foram feitas tentativas de misturar com partículas de pneus em fim de vida (NFU) com
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TERMOPLÁSTICOS ELASTÔMEROS
uma granulometria de 100 a 200 μm em uma proporção de até 40 phr, utilizando também um compatibilizador alifático. Com esses compostos são obtidos propriedades semelhantes às de um NBR virgem, de fato, há um aumento do alongamento na ruptura e da resistência ao rasgamento.
e, assim, evitar a degradação do material que será usado como matriz elastomérica. Em geral, esses TPEs são preparados adicionando os resíduos de NBR a uma composição elastomérica contendo NBR virgem e estireno acrilonitrila (SAN) na proporção 70:30.
c) Entre 1995 e 1996, a empresa STI-K Polymer Sdn Bhd, da Malásia, patenteou o produto DeLink, que é adicionado à borracha vulcanizada para quebrar as ligações de enxofre, ou seja, o desvulcaniza. A NBR foi a primeira borracha usada com este produto e se obteve a resistência mecânica a partir de 7 MPa, sendo isso melhor que as propriedades das NBR´s recuperadas adicionada a um composto virgem. No entanto, a temperatura de serviço do composto abaixou a menos de 100ºC.
O objetivo é substituir entre 45 % e 50 % de NBR virgem pelos resíduos, já que até o momento não é possível ter 100 % de NBR reciclado devido à falta de estudos em granulometria e fontes de NBR limpas, livres de resíduos como têxteis ou metais. Isso resulta em materiais que têm valores de alongamentos na ruptura acima de 200 % e uma tensão de ruptura em 100 % de alongamento entre 20 e 26 %. Outra das vantagens é que ele pode ser reciclado novamente sem ter efeitos adversos nas propriedades mecânicas.
Por outro lado, até agora não há estudos publicados sobre o uso de NBR desvulcanizada para gerar TPEs com vulcanização dinâmica. Nos últimos anos, a NBR também tem sido usada para misturas de asfalto.
Outra opção da matriz termoplástica é o polipropileno, PP. A mistura NBR / PP normalmente foi trabalhada com vulcanização dinâmica, no entanto, se encontrou espaço para a NBR recuperada.
Apesar do interessante dos estudos mencionados, a moagem de produtos de NBR continua sendo a melhor opção para gerar TPEs. Ao contrário de outros elastômeros que são moídos a seco, para NBR é sugerida uma moagem úmida, a fim de reduzir a temperatura gerada durante a moedura
A diferença do TPE de vulcanização dinâmica, onde é gerada uma fase cristalina e contínua, as partículas de NBR são incorporadas na matriz de polipropileno, em baixas proporções com tamanhos de partículas menores que 10 mesh (2 mm), onde quanto menor a granulometria, maiores as propriedades mecânicas, no entanto, assim como as misturas de acrílico, não foi encontrado um tamanho ideal para gerar uma família confiável.
As suas propriedades mais atraentes são a resistência ao óleo, ao combustível e outros químicos devido à presença de nitrilo, tendo como desvantagem sua baixa flexibilidade em comparação com outros materiais.
Devido a isso, as aplicações desse TPE, tanto de matriz de acrílico quanto de polipropileno, se concentram em pisos, lâminas, placas, todos focados em superfícies esportivas. Claramente, essa família de TPE sustentável ainda precisa de muitos estudos de pesquisa e aplicação. Algum interessado? ■
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PLANTAÇÕES
Impacto do Coronavírus (COVID-19) nos seringais da América Latina
Lic. Diogo Esperante Diretor do Comitê de Plantação SLTC Dr. Juan Sierra Membro do Comitê de Plantação SLTC
O atual surto da doença COVID-19, identificado pela primeira vez em 31 de dezembro na cidade de Wuhan (China), paralisou a China devido a extensas medidas de quarentena e hoje, 21 de março deste ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença se espalhou em aproximadamente 184 países, infectando cerca de 267.013 pessoas e matando mais ou menos 11.201. Em 21 de março, 24.483 casos de infecção e 292 casos de morte foram confirmados na região das Américas. Na América Latina, em 26 de fevereiro, o primeiro caso foi registrado no Brasil e hoje, segundo a OMS, o Brasil apresenta 814 casos de infectados e 4 casos de morte. O restante da América Latina também registrou rapidamente casos e, assim, todos começaram a implementar medidas de restrição.
A pandemia do COVID-19 está gerando uma grave crise econômica no mundo, uma vez que medidas de isolamento ou quarentena implementadas causaram a interrupção das atividades comerciais e industriais, impactando negativamente a produção, o consumo e o investimento. Essa severidade do COVID-19 também se reflete em choques negativos na oferta e demanda mundial, além de ter uma enorme pressão sobre os recursos nas áreas da saúde, devido ao enorme crescimento da doença. Com todo esse cenário, a perspectiva é que a pandemia do COVID-19 impeça a recuperação da economia global projetada anteriormente para 2020. Nesse contexto, é necessário priorizar os objetivos imediatos da luta contra a pandemia e o controle de seus efeitos na atividade econômica.
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PLANTAÇÕES
No que diz respeito à América Latina, em 20 de março de 2020 no Brasil, empresas de pneus [os maiores consumidores do Granulado Escuro
A perspectiva é que a pandemia do COVID-19 impeça a recuperação da economia global projetada anteriormente para 2020. Nesse contexto, é necessário priorizar os objetivos imediatos da luta contra a pandemia e o controle de seus efeitos na atividade econômica.
renda entre março, abril e maio, poderíamos considerar perdas de US $ 17,9 milhões (Tabela 1.) para esses trabalhadores. Levando em conta seus parentes diretos (uma média de 3 pessoas por família), estaríamos falando de 100.000 pessoas. Para entender um pouco melhor a gravidade da situação brasileira, em comparação com os demais países produtores de borracha natural da região, temos que observar a distribuição anual da produção (Figura 1, 2). Para a Colômbia, Guatemala e México, agora é o período de descanso ou parada da produção, ao contrário do Brasil, que atualmente está no início do pico (alto) de produção. ■
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Área Foliar Máxima
Brasileiro Grade 10 (GEB-10) no Brasil] como: Pirelli, Prometeon e Goodyear confirmaram o fechamento das fábricas e suspensão entregas do GEB-10. Isso levou à paralisia de plantas de processamento do país e, como consequência, à restrição de compras de coágulos de pequenos, médios e grandes produtores. Da mesma forma, outras empresas estão prestes a anunciar o fechamento total de suas fábricas, o que significará um possível fechamento total do setor. No Brasil, existem aproximadamente 30,4 mil pessoas relacionadas à produção de borracha natural (MBAgro, 2019), com uma produção anual de 185 mil toneladas de borracha seca por ano (IBGE, 2018). Assim, o mais preocupante é como manter a renda (salário) dos seringueiros, uma vez que, interrompidas as compras, a crise se manifestará nas fazendas. Se projetarmos sua
A
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Acumulación de Energía Máximo
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Senescencia (Defoliación)
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D Área Foliar Máxima
Figura. SIERRA-HAYER. J.F. 2020
Figura 1. Distribuição anual de produção para o Brasil.
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Acumulación de Energía Máximo
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Figura. SIERRA-HAYER. J.F. 2020
Figura 2. Distribuição anual de produção para a Colômbia, Guatemala e México.
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PLANTAÇÕES
Tabela 1. Distribuição mensal da produção, sazonalidade e renda dos trabalhadores no Brasil. Fonte: IBGE / APABOR Adaptação: Diogo Esperante.
Gráfico 1. Cota de mercado de GEB-10 Brasileiro. Porcentagem total de consumo suspenso em 24 de março de 2020: 64% Fonte: APABOR Projeções: Diogo Esperante
Literatura Consultada • MBAgro 2019 – “A Cadeia da Borracha no Brasil”. Câmara Setorial da Borracha Natural CSBN, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento MAPA, Setembro 2019 – Brasil • Esperante, 2019. “The Potential of added value strategies to aid Latin America NR industry in challenging the limitations of secular decline of commodity prices”. XV Jornadas Latinoamericanas de Tecnología del Caucho. Querétaro, México, 2019. • Sierra-Hayer, 2019. “Cuidados Fitossanitários com a Seringueira”. X Simpósio Estadual Sobre Seringueira”. Pinheiros - ES – Brasil, 2019. • Organização Mundial de Saúde (OMS) https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019
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PLANTAÇÕES
O potencial das estratégias de valor agregado para ajudar a indústria de borracha natural na América Latina COLUNISTA
Diogo Esperante (BRA) Diretor do Comitê de Plantação SLTC. diogo@plantech.com
Este artigo é parte de uma peça maior apresentada durante a XV Conferência Latino-Americana de Tecnologia da Borracha, quando fui convidado para a direção do recém-criado Comitê de Plantação da Sociedade Latino-Americana de Tecnologia da Borracha. Como uma das atividades propostas pelo Comitê de Plantações, pretendemos contribuir com publicações relacionadas ao tema aqui na Revista SLTC Caucho. Nesta primeira parte, apresentamos o contexto global em que nossa indústria está incluída e identificamos alguns dos desafios enfrentados nessa área. Nas próximas edições, apresentaremos as seguintes partes do artigo por completo. Continente americano e o mercado mundial de borracha natural. Em 2018, 4 países latino-americanos concentraram a maior parte da produção de borracha natural do continente americano: Brasil, Guatemala, Colômbia e México. Com um total de 332 mil toneladas por ano, a região representou 3,4% da produção mundial total de 13,9 milhões de toneladas
naquele ano. Se, por um lado, a produção na região tem uma pequena presença global, o consumo, por outro lado, é de maior importância, com um total de 1,8 milhão de toneladas, aproximadamente 13% do total global de 13,8 milhões de toneladas.
Em 2018, 4 países latino-americanos concentraram a maior parte da produção de borracha natural do continente americano: Brasil, Guatemala, Colômbia e México.
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PLANTAÇÕES
sendo a primeira uma característica comum desde o início do século XX e a segunda um aspecto mais recente dos últimos 40 anos.
2% Otros 2%
5%
Guatemala 31%
Isso significa que cada vez mais países do sudeste asiático não apenas vendem mais borracha natural entre si, mas também exportam menos matériaprima e mais produtos industrializados para outras regiões (por exemplo: menos TSR, mais pneus).
Brasil 56%
As tendências de consumo interno entre 2016 e 18 mostram um grande aumento em importantes regiões produtoras como Indonésia, Tailândia, Índia e China.
4%
Imagem 01. Percentual da produção de borracha natural na América Latina. Fonte: IRSG. Adaptação. Diogo Esperante
As estatísticas globais revelam uma grande concentração, na região da Ásia, não apenas em relação à produção, mas também ao consumo,
120% 100% 80%
85%
79%
71%
52%
24%
15%
21%
29%
48%
76%
1960
1970
1980
2000
2018
60% 40% 20$
Gráfico 2. Produção e Consumo de Borracha Natural: Ásia x Resto do Mundo. Fonte: IRSG. Adaptação. Diogo Esperante
Tabela 1. Produção e consumo de borracha natural: América x resto do mundo - Fonte: IRSG. Adaptação. Diogo Esperante
Essa situação representa um desafio estratégico para os países dependentes de importação, pois é plausível ter em mente que, no futuro próximo, se essa tendência continuar, a indústria de borracha natural nessas regiões sofrerá interrupções no fornecimento de matérias-primas. Ao avaliar os fundamentos do mercado de borracha natural no continente americano, fica claro que, como região, somos um importador líquido de recursos naturais e, portanto, somos obrigados a superar o desafio mencionado acima.
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PLANTAÇÕES
É importante notar que o continente americano teve o maior déficit de borracha natural em 2018, em comparação com outras regiões do mundo. Um total de 1,4 milhão de toneladas quase o dobro da região da EMEA (Europa, Oriente Médio e África). Com grandes áreas livres de desmatamento, adequadas para o cultivo de borracha natural e boas ferramentas tecnológicas para implementála, a América Latina enfrenta agora o desafio de
alcançar seu potencial e se tornar uma alternativa para ajudar a indústria do continente a superar essa limitação. A próxima parte deste artigo apresentará os fatores positivos e negativos em relação ao atual posicionamento estratégico da produção de borracha natural no continente americano e o debate sobre as ideias para seu reposicionamento. ■
Argentina Brasil Canadá Chile Colômbia Guatemala Peru México USA Bolívia Outros América Total América Ásia-Pacífico Europa, Oriente Médio e África
13.734
13.870
Tabela 2. Produção e consumo de borracha natural: América x resto do mundo ('000 toneladas por ano). Fonte: IRSG / SLTC / ABRABOR. Adaptação: Diogo Esperante (Comitê de Plantação SLTC).
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RECICLAGEM DE PNEUS
Inovação de produtos a partir da reciclagem de pneus: skate com base em borracha reciclada
Paolo Stefano Gentile é um jovem desenhista de 24 anos, nascido em Cernusco Sul Naviglio, uma pequena cidade italiana da província de Milão, COORDINADORES Karina Potarsky (ARG) Directora INTI - Caucho kpotarsky@inti.gob.ar
região da Lombardia. Ele estudou na Universidade NABA, Nuova Accademia di Belle Arti e se formou em 2019, quando começou a trabalhar em um importante Estúdio de Desenho.
Emanuel Bertalot (ARG)
Director de ReNFUPA S.A.S emanuelbertalot@yahoo.com.ar
A Revista SLTCaucho entrevistou esse garoto apaixonado por skate desde os 8 anos de idade e usuário desde pequeno, quando, um ano depois seu pai lhe deu o primeiro de vários. O objetivo: conhecer mais sobre o "skate feito com borracha triturada".
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RECICLAGEM DE PNEUS
Estamos intrigados em saber como sua paixão por skates se manifestou? • No começo eu usava o skate como esporte, já que em Milão existem muitos parques para seu uso, conhecidos como parques de skate. Hoje, porém, eu o uso principalmente como meio de transporte.
O normal é ver skates feitos com outras matérias-primas, é por isso que queremos saber quando surgiu a ideia e por que você pensou em usar borracha moída em vez de outro material? • A ideia surgiu há dois anos, porque a borracha obtida dos pneus inservíveis possui propriedades técnicas muito interessantes que acompanham as necessidades de um skate, como aderência, segurança, durabilidade, etc. De fato, se pensarmos em ambos os produtos, pneus e skates são objetos que coexistem nas ruas.
Como você chegou a borracha triturada? O que fez você se conectar com a indústria de reciclagem de borracha?
• No início, entrei em contato com a Ecopneus, um consórcio italiano de gerenciamento de pneus inservíveis. Depois de receber informações, fui apresentado a Casei Eco-system, uma empresa que produz objetos a partir de borracha triturada. E pelo contato com as duas entidades, recebi muitas dicas úteis para o design de skates.
"Minha inspiração foi dar aos pneus fora de uso uma segunda chance de continuar rodando na forma de skates.
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RECICLAGEM DE PNEUS
E qual foi sua inspiração para pensar em fazer skates? • Sinceramente, minha inspiração foi dar aos pneus fora de uso uma segunda chance de continuar rodando na forma de skates.
Você conhecia outros produtos feitos de borracha moída? • Sim, antes de projetar os skates, pesquisei e encontrei muitos produtos interessantes, como solas de sapatos de marcas reconhecidas, diferentes tipos de pisos, mobiliário urbano e etc. Tudo relacionado com o projeto.
Com relação aos requisitos técnicos e as exigências de utilização, de quais propriedades o skate precisa? • Os skates devem ser leves, resistentes, duráveis, devem ter uma boa aderência na superfície e ser à prova de choque. Utilizando este skate, tudo fica mais suave e leve, e as irregularidades são menos perceptiveis.
O skate está em um período de protótipo ou podemos encontrá-lo em algum mercado mundial? • O skate está atualmente em fase de aprimoramento, portanto ainda não está à venda. É necessário entender os pontos fortes, fracos e as limitações deste produto a partir da nova matéria-prima, a borracha triturada. Em seguida, investigaremos se é necessário ter algum tipo de aprovação para lançá-lo no mercado. E por último seria o marketing do próprio skate. O tempo nos dará respostas para nossas incógnitas. Do ponto de vista jurídico, ainda não descobrimos, mas temos certeza de que não haverá problemas.
Como você experimentou o primeiro skate? Foi você ou outra pessoa? O que pensaram ou qual foi o retorno? • O teste foi feito por mim na universidade, no campus da NABA em Milão. Foi um teste em que pude ver o potencial do skate e ele nunca falhou. Então escrevi possíveis melhorias que talvez eu deva fazer, mas ainda assim o desempenho e o resultado foram muito bons.
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RECICLAGEM DE PNEUS
Os skates devem ser leves, resistentes, duráveis, devem ter uma boa aderência na superfície e ser à prova de choque. Utilizando este skate, tudo fica mais suave e leve, e as irregularidades são menos perceptiveis.
O skate teve aceitação em outros usuários? • Sim, dois amigos que são fanáticos por skates testaram. Eles ficaram impressionados enquanto andaram.
Quantos são feitos ou foram feitos? • Sendo um protótipo, apenas cinco unidades foram fabricadas no momento. Todos são protótipos que já foram aprimorados.
Existe um projeto futuro para este produto ser fabricado no mundo e ser exportado? • Seria o meu sonho ser capaz de fazê-lo e pensei nisso, mas ainda não estou nessa fase. Prefiro continuar no projeto e o futuro dirá se ele se tornará realidade. ■
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RECICLAGEM DE PNEUS
Trabalhos do Querétaro: Recauchutagem como meio de reciclagem de pneus AUTOR Otto A. Trujillo L. Entre Ríos S.A. otrujillo@grupoentrerios.com
Objetivo
A recauchutagem funciona como um excelente meio de reduzir o impacto na produção de resíduos de pneus usados. Nos países latino-americanos, o conceito de recauchutagem tem sido historicamente considerado apenas um meio de recuperar uma carcaça a um baixo custo, independentemente de seu desempenho final. Este conceito deveria ser mudado.
Conhecer aspectos técnicos para obter melhores carcaças
A falta de conhecimento técnico leva a carcaças de qualidade muito baixa (desgaste excessivo da banda de rodagem) que, juntamente com um processo de recauchutagem ruim (baixo custo), resultam em pneus reformados que não oferecem nenhuma garantia.
Inspeção inicial
Em primeiro lugar, se deve começar com uma limpeza profunda da roda. Esse é um aspecto muito importante, pois seu objetivo é detectar facilmente problemas na carcaça e utilizar bons critérios para definir quais danos são reparáveis e quais carcaças não são mais funcionais.
Reparação técnica de carcaças
Além disso, existem empresas especializadas na reparação de carcaças antes de realizar o trabalho de reforma. Os danos que podem ser reparados de maneira técnica são surpreendentes e os critérios dessas empresas são um pouco mais amplos que os de um fabricante de pneus de reposição.
Raspagem da carcaça
Um dos segredos da reforma correta é escolher a qualidade certa da raspagem (Texture (Textura)), bem como o arco (Arc, Crown (Arco, Coroa)), profundidade da raspagem (Buffing) (Polimento) e manutenção da pressão durante a raspagem.
Escolhendo a banda de rodagem (tread) correta e a ligação (cushion (Coxim)) correta
A escolha de uma boa marca de banda de rodagem é muito importante, pois você não só precisa prestar atenção especial ao bom design da banda, mas também no composto, o que será muito importante para definir a que tipo de serviço o pneu reformado será designado (fora da estrada com alta porcentagem de cargas de NR e SiO2, rodoviário com alto conteúdo de SBR e BR ou serviço duplo compostos mistos). Da mesma forma, a ligação também é muito importante, uma vez que determinará a adesão
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RECICLAGEM DE PNEUS
da banda de rodagem com a carcaça e a zona de amortecimento do calor gerado. O fornecedor da banda e da ligação deve ser capaz de demonstrar o desempenho de cada tipo de banda em quilômetros, em condições ideais.
Vulcanização
Além disso, é extremamente importante conhecer as condições do equipamento de vulcanização, pois um excesso de cura ou falta de cura afetará o desempenho da reforma. Por esse motivo, é necessário conhecer as áreas mais frias do equipamento e os níveis de vulcanização, dependendo das dimensões da banda, da ligação e da carcaça. Isso normalmente é realizado por meio de equipamento de registro de temperatura (termopares), que monitorará o processo de vulcanização ao longo do ciclo de cura, levando em consideração a curva reométrica dos compostos.
Procedimento
Por outro lado, será necessário ter registros das condições iniciais e finais, bem como a identificação de cada pneu reformado, condições anormais apresentadas etc., a fim de detectar os motivos de falha da reforma em serviço em determinados momentos. O treinamento constante de clientes e usuários colaborará com melhor desempenho.
Conclusões
A recauchutagem é uma boa maneira de reciclar pneus e também oferecer maior quilometragem a um custo menor do que uma pneu original. Devemos trabalhar com o objetivo de mudar a atual ideia latina de que o pneu reformado é um pneu de segunda categoria. Juntos, podemos realizar isso.
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Fonte da imagem: trucknews.com
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RECICLAGEM DE PNEUS
Trabalhos do Santiago do Chile: Por que reciclar NFU mecanicamente?
AUTOR Jorge A. Peralta Núñez (CHI) jorgeperaltanunez@gmail.com
Fonte da imagem: cmshredders.com
Todos sabemos que os pneus são altamente poluentes, tanto na sua composição quanto durante sua vida útil, e alguns métodos de reciclagem também são. No entanto, a reciclagem de (NFU) por trituração mecânica resulta ser um processo de reciclagem ecológico. Tanto é assim que uma planta de reciclagem de NFU bem projetada: • Não contamina as camadas subterrâneas (armazenamento seguro). • Não polui a água (no processo de produção). • Não emite poluição sonora, com as cabinas à prova de som apropriada • Não emite partículas em suspensão. • Não emite gases de qualquer tipo. • Todos os produtos obtidos com este processo de reciclagem (Borracha, Aço e Tecido) são 100% reutilizáveis.
• Para a fabricação de: • Pisos e todos os tipos de peças de pavimentação, para cobrir áreas de segurança, especialmente em áreas de alto tráfego de pedestres, como hospitais, edifícios públicos, escolas ou áreas úmidas, etc. • Sinalização viária de todos os tipos. • Delimitadores de entrada de automóveis. • Isolamento acústico, anti-vibratório, térmico, folhas de impermeabilização em rolos. • Piso para campos esportivos, com ou sem grama e / ou academias. • Até 10% na banda de rodagem de pneus novos. • Na fabricação de correias transportadoras. • Para cobrir superfícies sujeitas a desgaste por tração ou impacto.
Os produtos de valor agregado derivados dos grânulos e / ou pós de um NFU são puros, ou seja, são reutilizáveis sem inconvenientes. Exemplos:
Como deve ser uma planta típica? Uma planta típica de reciclagem por via mecânica de NFU (até 1.400 mm de diâmetro), bem desenhada, para atingir sua máxima eficiência e, portanto, ser lucrativa, tratando 3 toneladas / hora, deve ser composta por:
• Pintar grânulos de qualquer cor. • Como polímero modificador de asfalto (MAC).
• 1 Triturador primário (produção de peças entre 300 e 150 mm).
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RECICLAGEM DE PNEUS
• 1 Triturador secundário (produção de pedaços entre 100 e 80 mm). • 1 Granulador (produção de grânulos entre 20 e 25 mm). • 1 Moinho (produção de grânulos entre 1 e 4 mm). • 1 Pulverizador (produção entre 20 e 40 malhas (0,4 a 0,8 mm). • Vários separadores eletromagnéticos de ferro (ímãs). • Vários tipos de transportadores de materiais no processo. • Várias peneiras. • Laboratório de Controle de Qualidade e de P&D. O processo de trituração mecânica é um processo baseado no efeito de tesoura. Nasce da interação de uma peça fixa e outra rotativa, conhecida como facas, que geram o corte.
Estes, por sua vez, geram uma diminuição no tamanho do NFU à medida que o processo avança, ou seja, uma entrada máxima de 1.400 mm de diâmetro até atingir menos de 0,4 mm de diâmetro.
Conclusão:
Esse processo é muito eficiente e sustentável ao longo do tempo: • O investimento na planta tem um custo muito menor do que outros métodos de reciclagem. • É amigável ao meio ambiente. • Rendimento potencial em torno de 80% ou mais. • Baixo consumo de energia. • Baixo custo de manutenção. • Baixo custo em mão de obra. • Os três produtos obtidos são 100% comercializáveis no mercado.
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SUSTENTABILIDADE E RSE
O Coronavírus exige prevenção empresarial e uma grande responsabilidade COLUNISTA
Patricia Malnati (ARG) Presidente de Jomsalva SA pmalnati@jomsalva.com
Cada vez mais países estão apostando no Home Office para evitar infecções por COVID-19. Devido à expansão do COVID-19 (Coronavírus) em todo o mundo, se requer mais do que nunca um setor de negócios prevenido e responsável, que atue sem pânico nem alarmismo e, além disso, envolva várias ações para proteger a integridade e a saúde dos seus trabalhadores. Países como a Alemanha, que está em um estágio mais avançado do vírus do que a América Latina, permitem que muitos de seus trabalhadores realizem suas atividades remotamente, com o chamado home office (escritório em casa). Até agora, outro país que a implementou de maneira massiva em seus diferentes centros de trabalho é a China, por razões óbvias. Espera-se que os países latino-americanos passem para uma próxima fase de contágio nas próximas semanas, aguardando a presença de dezenas de pacientes em cidades ou locais específicos, segundo autoridades de diferentes países. Diante desses eventos, medidas preventivas devem ser implementadas em locais públicos,
Lavarse las manos con agua y jabón frecuentemente y utilizar alcohol en gel.
Evitar compartir sábanas y fundas de almohadas.
Al estornudar y/o toser cubrirse la nariz y la boca con el pliegue del codo.
Evitar compartir alimentos del mismo recipiente.
Evitar tocarse los ojos, nariz y boca.
Evitar reuniones multitudinarias.
Desinfectar con agua y lavandina las superficies de uso común.
Evitar el saludo con beso y/o darse la mano.
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SUSTENTABILIDADE E RSE
escolas, locais de trabalho, recreação etc. É importante que as empresas espalhem hábitos de higiene em massa, como lavar as mãos com sabão e até considerar o uso de gel antibacteriano, que contém pelo menos 70% de álcool para ser eficaz, na tarefa de eliminar germes. Também podem recomendar planos de saúde, protocolos de crise, redistribuição de tarefas e / ou home office (trabalho em casa). O setor privado precisa ser muito perspicaz, agir com responsabilidade e não se surpreender com essa pandemia. COVID-19 abre portas para novas tecnologias Sempre há coisas para aprender em tempos de crise. Este é um momento, talvez mais do que nunca na história, em que o uso da Internet nos fornece ferramentas para gerar novas dinâmicas de trabalho.
O trabalho remoto, para o qual são necessários apenas um computador e uma boa conexão à Internet, estabeleceu novos parâmetros valorizados pelas empresas e por seus funcionários. Na rede, podemos encontrar plataformas virtuais de colaboração e produtividade empresarial que podem ajudar a lidar com a situação pela qual estamos passando. Hoje, que estamos na presença de uma pandemia e que a principal recomendação médica é reduzir o contato físico, essas novas metodologias para trabalhar em casa (para as tarefas em que é possível aplicá-lo) aparecem como uma resposta adequada para não atrasar as tarefas, enquanto a ciência busca soluções definitivas para o problema. ■
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TECNOLOGIA DE LÁTEX
Fórmula para misturas de espuma de látex com cloreto de amônio ou fluorsilicato de sódio como agente coagulante ou gelificante COLUNISTA Ing. Diego Hernández Mejía (COL)
Asesor en Investigación y Desarrollo en la fabricación de artículos en látex y espuma de látex. dhernandez_mejia@hotmail.com
Segue uma lista de fórmulas e aplicações no fascinante mundo do látex, processamento e transformação, fornecendo um ponto de partida para pesquisa e desenvolvimento. A seguir, analisaremos as fórmulas com diferentes tipos de coagulantes, para obter espuma de látex em formato de gel, moldada, laminada, com uma mistura termossensível ou para itens pouco inflamáveis. Vamos começar! FÓRMULA PARA MISTURAS DE ESPUMA DE LÁTEX COM CLORETO DE AMÔNIO OU FLUORSILICATO DE SÓDIO COMO AGENTE COAGULANTE OU GELIFICANTE Ingrediente a) 100,0 phr de Látex 60 %. 3,0 phr de Estabilizador de espuma. 7,0 phr de Espuma / umectante / estabilizante. 5,0 - 10,0 phr de Espessante. 3,0 phr de Dispersão antioxidante 30 %. Ingrediente b) 2,5 phr de Dispersão de enxofre.
0,6 phr de Dispersão de acelerador. 0,4 phr de Dispersão de acelerador ultra-rápida. Ingrediente c) 10,0 phr de Dispersão de óxido de zinco. Ingrediente d) 1,0 phr de Dispersão antioxidante. Ingrediente e) 20,0 phr de Solução aquosa de cloreto de amônio. Ingrediente f) 11,0 phr de Dispersão de fluorsilicato de sódio. Deve-se notar que as dispersões de b), c) e d) podem ser realizadas em uma única dispersão, que será chamada de dispersão vulcanizante (DV). Preparação da mistura: Conform a ordem indicada na fórmula, são adicionados ao látex os componentes das letras b) e c). Após esta adição, a mistura é mantida sob agitação até a altura desejada, com duração de alguns
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minutos. Em seguida, adiciona-se a dispersão de óxido de zinco mencionada em d), e mantém a agitação por 1 ou 2 minutos e, finalmente, adiciona-se os ingredientes sob as letras e) e f). Depois, mantém a agitação por 1 minuto a uma velocidade mais alta, e na sequência continua com agitação pórem a uma velocidade baixa (refinada), a fim de reduzir o tamanho da bolha incorporada neste processo. Na sequência, a mistura final é vertida no molde pré-aquecido à 50-60 ºC, e mantida hermeticamente em repouso por alguns minutos, de modo que, devido à ação da temperatura, comece a gelificar (o tempo de vulcanização depende da espessura do artigo). Além disso, com a ajuda de uma mistura sensibilizada com éter-polivinil éter ou poliéter-poli-tioéter, pode-se obter uma espuma com uma excelente estrutura de poros. Como a mistura só gelifica sob aquecimento até a temperatura de coagulação, também é recomendado para a aplicação com raspador. FÓRMULA DE UMA MISTURA DE ESPUMA DE LÁTEX TERMOSSENSÍVEL PARA APLICAÇÃO COM RASPADOR Ingrediente a) 100,0 phr de Látex 60 %. Ingrediente b) 3,0 phr de Dispersão de óxido de zinco. 3,0 phr de Dispersão de enxofre. 1,0 phr de Dispersão aceleradora. 0,5 phr de Corante ou pigmento. Ingrediente c) 1,0 phr de Estabilizador. 2,0 phr de Antioxidante. 1.0 - 5.0 phr de Coagulante. Ingrediente d) 5.0 - 10.0 phr de Espessante Ingrediente e) 2,0 - 3,0 phr de Antioxidante.
Preparação da mistura: Os componentes da mistura acima mencionados, sob as letras b) e c) são prémisturados e adicionados ao látex sob agitação. Deve-se notar que os ingredientes da letra b) com o antioxidante podem ser preparados em uma única dispersão, chamada dispersão vulcanizante (DV) e, em seguida, são adicionados d) e e). O sabão (espuma / umectante/ estabilizante) é necessário para a formação da espuma, dependendo da altura desejada, são adicionados 5 a 10 phr de solução de espuma a 10%. Com látex estável, são necessários cerca de 5 phr de éterpolivinil éter (agente coagulante ou gelificante) e 3,0 phr de antioxidante, e com látex sensíveis, ou seja, menos estáveis, costumam ser suficientes 1 phr de coagulante e 2,0 phr de antioxidante. A mistura é mantida sob agitação até atingir a altura desejada, em seguida a espuma é vertida, no molde préaquecido a 50 - 60 ºC, e mantida em repouso por alguns minutos e é vulcanizada a 100 - 150 ºC. FÓRMULA DE ESPUMA DE GEL COM FLUORSILICATO DE SÓDIO COMO AGENTE COAGULANTE OU GELIFICANTE Ingrediente a) 80,0 phr de Látex 70 %. Ingrediente b) 20,0 phr de Látex 60 %. Ingrediente c) 1,5 phr de Espumante. Ingrediente d) 5,9 phr de Dispersão vulcanizante (DV). Ingrediente e) 3,0 phr de Ativador de vulcanização. Ingrediente f) 0,75 phr de Acelerador lento. Ingrediente g) 3,5 phr de Coagulante. Os ingredientes das letras e), f) e g) constituem o
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sistema de coagulação ou gelificação. Este último deve ser adicionado lentamente durante o período de refino no misturador planetário ou lentamente no espumante. FÓRMULA DE ESPUMA MOLDADA DO TIPO GEL Ingrediente a) 100,0 phr de Látex 68 %. Ingrediente b) 5,0 phr de Espumante. Ingrediente c) 0,5 phr de Solução de hidróxido para ajuste de pH. Ingrediente d) 2,0 phr de Dispersão vulcanizante (DV). Ingrediente e) 0,8 phr de Acelerador lento. Ingrediente f) 5,0 phr de Ativador de vulcanização. Ingrediente g) 2,0 phr de Coagulante. Os ingredientes em e), f) e g) são o sistema de coagulação ou gelificação. FÓRMULA DE ESPUMA LAMINADA EM GEL PARA TAPETE COM ACETATO DE AMÓNIO COMO COAGULANTE OU DE GELIFICANTE Ingrediente a) 100,0 phr de Látex 68 %. Ingrediente b) 0,5 phr de Hidróxido para ajuste de pH. Ingrediente c) 1,0 phr deEspumante. Ingrediente d) 0,5 phr de Sequestrante de íons Ca ++ . Ingrediente e) 9,0 phr de Dispersão vulcanizante.
Ingrediente f) 10,0 phr de Espessante. Ingrediente g) 2,0 phr de Coagulante. Características do composto: pH 10,5 - 11,5. Viscosidade 5000 cps ou mPa. FÓRMULA PARA ARTIGOS POUCO INFLAMÁVEIS DE ESPUMA DE LÁTEX Ingrediente a) 100,0 phr de Látex 60 %. Ingrediente b) 2,0 phr de Antioxidante. 4,0 phr de Espumante, estabilizante e umectante. 50,0 phr de Parafina clorada. Ingrediente c) 2,5 phr de Dispersão de óxido de zinco. 2,5 phr de Dispersão de enxofre. 0,6 phr de Dispersão acelerador. 0,4 phr de Dispersão acelerador secundário. 15,0 phr de Agente anti-chama. Ingrediente d) 2,0 phr de Antioxidante. Ingrediente e) 20,0 phr de Coagulante. Preparação da mistura: Os ingredientes indicados em b) e c) são adicionados ao látex, que é mantido sob agitação até atingir a altura desejada. Então a velocidade é reduzida e os agentes sensibilizadores indicados em d) e e) são adicionados (se uma solução aquosa de cloreto de amônio a 10% for utilizada, agite por mais 5 minutos). A espuma é então vertida em um molde préaquecido a 60-80ºC. O molde fechado é deixado em repouso por 10 minutos e é vulcanizado a 100 ºC por 30 minutos.
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Utizando a solução de cloreto de amônio a 5%, a espuma permanece durante 20 minutos para derramar e raspar e somente 15 minutos a 10%. Impregnação: Existem muitos fatores que podem dificultar a impregnação, como algumas substâncias hidrofóbicas (presentes nos tecidos), cargas elétricas, torção nos filamentos e linhas, etc. A impregnação das fibras deve torná-las dotadas de maior resistência ao rasgamento e maior elasticidade; por outro lado, o material impregnado deve apresentar aderência ou pegajosidade superficial o mínimo possível e uma sensação o menos possível da borracha, Além disso, coagule a borracha dentro do tecido e não
na superfície do mesmo. Por esse motivo, sem produtos auxiliares ou agentes de processo, não se pode realizar uma boa impregnação. O látex natural não possui propriedades umectantes particularmente boas, e é por isso que, devido ao efeito hidrofóbico do tecido (causado por produtos de colagem ou por um pequeno conteúdo de ceras, óleos e gorduras, as partículas de borracha são praticamente absorvidas). Isso pode ser evitado com a adição de umectantes, na forma de sabões naturais ou sintéticos, que atuam efetivamente dissolvidos, em pequena quantidade, na água. ■
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CONVENIO DE COLABORAÇÃO Acordo com a Revista Borracha do Consorcio Nacional de Industriais de Borracha (Espanha) para o intercambio de artigos de interesse entre ambas publicações | www.consorciocaucho.es
As razões para não inovar nas empresas: um problema para resolver
Por que as empresas continuam tendo motivos para não inovar? Não foi demonstrado suficientemente que a inovação é um meio pelo qual a empresa pode obter vantagens competitivas em relação a terceiros? Como é então que o percentual de empresas que consideram ter motivos para inovar não é reduzido significativamente? A que se deve? Como esse problema pode ser resolvido?
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CONSÓRCIO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE BORRACHA
María José Romero García de Paredes (ESP) Doutora em Inovação.
Por que as empresas não devem ter motivos para não inovar? Nenhuma empresa hoje deve ter motivos para não inovar. A cultura corporativa e os valores corporativos da empresa devem promover a inovação como pedra angular da instituição, com base em que a inovação é um pilar fundamental da competitividade, na medida em que é capaz de aumentar a capacidade competitiva da empresa. Não deve haver razão para não inovar em primeiro lugar, e de um ponto de vista geral, porque: 1) O atual paradigma dos países é alcançar uma economia baseada no conhecimento que gere altos níveis de emprego, produtividade e coesão social. Razão pela qual os países da União Europeia alinharam suas políticas de PD&I. 2) Foi empiricamente corroborado que a inovação é uma aposta inteligente como estratégia de negócios, porque gera vantagens competitivas que afetam positivamente a lucratividade. Portanto, podemos afirmar que a inovação é um fator chave na competitividade da empresa e, como tal, deve ser sua pedra angular. E segundo lugar, pela particularidade de cada caso, não deve haver razão para não inovar, porque é cada vez mais apreciado como a inovação não se refere apenas aos setores mais tecnológicos, áreas científico-tecnológicas e / ou grandes empresas Também se refere aos setores tradicionais, áreas humanísticas e sociais, bem como às PME, porque a inovação é de responsabilidade de todas as empresas, independentemente do setor e / ou área em que se encontram e do tamanho de suas empresas.
“A inovação também bate à porta das pequenas empresas. O que parecia impossível há apenas cinco anos, está se tornando uma realidade que nos rodeia” Inovação bate à porta do pequeno comércio via @pacocorma
Além disso, como existem fatores que dificultam a inovação de todos os tipos (fatores de custo, conhecimento, mercado, regulatório ou legislativo etc.), as empresas devem tentar resolver os problemas subjacentes às suas razões para não inovar porque i) se a razão de ser de qualquer empresa está, por definição, obter benefícios; e ii) é inquestionável que a inovação gere vantagens competitivas que afetam positivamente a lucratividade; então como a inovação é uma chave para que a empresa cumpra sua razão de ser, toda empresa deve, na medida do possível, tentar acabar com seus motivos para não inovar.
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Fatores que dificultam a inovação vs. razões para não inovar O Instituto Nacional de Estatística - INE, com sua Pesquisa de Inovação Tecnológica, fornece informações estatísticas sobre os fatores que impedem a inovação ou que influenciam na decisão de não inovar, tratando como se fosse os mesmos fatores que dificultam a inovação e as razões para não inovar.
Tabela 1: Inovação tecnológica no período de 2013-2015: Fatores que dificultam a inovação ou que influenciam na decisão de não inovar por ramos de atividades, tipo de indicador e tamanho da empresa. Fonte: INE e elaboração da autora.
Se olharmos para a Tabela 1, à primeira vista, pode parecer que tanto os fatores de custo, conhecimento e mercado, assim como, as razões para não inovar são fatores que impedem a inovação ou influenciam a decisão de não inovar. No entanto, para não se enganar, deve-se fazer uma distinção entre os fatores que dificultam a inovação e os motivos para não inovar. Por que? Bem, porque os fatores que dificultam a inovação são obstáculos que a empresa enfrenta quando se trata de inovar, enquanto os motivos para não inovar são as razões pelas quais a empresa não realiza atividades inovadoras. Esta distinção é muito importante porque influencia na hora de diferenciar entre: • Empresas não inovadoras que não desejam inovar são aquelas que consideram uma razão
para não inovar que "não é necessário, porque não há demanda por inovações". • Empresas não inovadoras que desejam inovar, mas não o fazem (empresas desmotivadas) seriam aquelas que não inovam: i) devido a fatores ou obstáculos à inovação, ou ii) porque consideram uma razão para não inovar que “Não é necessário, devido a inovações anteriores” (Gómez et al., 2016). Essa distinção entre empresas nos permite entender por que é tão difícil que o percentual de empresas com motivos para não inovar tenda a diminuir, como aconteceu com as empresas que simplesmente encontram fatores que impedem sua inovação (vide Tabela 2): é menos provável que as empresas não inovadoras que não desejam inovar mudam de ideia em relação às
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empresas não inovadoras que desejam inovar, mas não o fazem (empresas desmotivadas).
Evolução das empresas com motivos para não inovar Segundo dados da Pesquisa de Inovação Tecnológica do Instituto Nacional de Estatística (INE), no período 2010 - 2015, o percentual de
empresas que consideram de grande importância os fatores de custo, conhecimento e / ou de mercado com relação à inovação diminuiu entre 5,47 e 10,30 pontos, enquanto o percentual de empresas com motivos para não inovar aumentou 2,54 pontos, principalmente devido às empresas que pensam que “Não é necessário, porque não há demanda por inovações”, ou o que é o mesmo, as empresas não inovadoras que não desejam inovar.
Tabela 2: Fatores que dificultam a inovação ou que influenciam na decisão de não inovar por tipo de indicador. Fonte: INE e elaboração da autora.
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Esses dados revelam uma preocupante percepção negativa nas empresas sobre a necessidade de inovar que não deve ser ignorada, portanto, deveríamos:
Fatores de custo
Fatores de mercado
Motivos para não inovar
Fatores de conhecimento
1) Questionar o que está falhando para que 28,69% das empresas (27,04% em 2010) considerem que "não há demanda por inovação", ou o que é o mesmo, que consideram que a inovação não é um meio de através das quais eles podem obter vantagens competitivas que se traduzem em benefícios econômicos para sua empresa. 2) Considere a eficácia de como a inovação é divulgada para aumentar a conscientização sobre sua importância (a União Europeia declarou literalmente que "nosso futuro depende da inovação" - COM (2006 - 502 final).
Gráfico 1. Evolução de fatores que dificultam a inovação ou influenciam em não inovar. Período de 2010-2015. Fonte: INE e elaboração da autora.
Existem muitas razões para inovar e poucas razões para não inovar, mas essa ideia não acaba sendo suficientemente penetrante entre as empresas espanholas, como revelam os dados mais recentes publicados pelo INE (ver Tabela 2 e Gráfico 2). As organizações e profissionais de inovação que dedicam parte ou suas atividades à disseminação devem considerar como melhorar a eficácia da disseminação, de modo a alcançar a consciência da importância da inovação para a sociedade em geral e para as empresas em particular.
Não é necessário, devido as inovações anteriores
Não é necessário, porque não existe demanda de inovações
Motivos para não inovar
Gráfico 2. Evolução dos motivos para no inovar. Período 2010-2015. Fonte: INE e elaboração da autora.
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Como obter uma percepção positiva da necessidade de inovar Para alcançar uma percepção positiva da inovação, é necessário levar em consideração a existência de empresas que têm motivos para não inovar e não encontram motivos para inovar. Os dados do INE sobre fatores que dificultam a inovação ou que influenciam a decisão de não inovar podem ser aprimorados se forem desenvolvidas estratégias de conscientização para os dois grupos de empresas que afetam esses indicadores: i) Empresas não inovadoras que não desejam inovar. ii) Empresas não inovadoras que desejam inovar, mas não o fazem (empresas desmotivadas). Neste artigo, propomos duas estratégias de conscientização: a divulgação da inovação e a cultura da inovação.
1º. Divulgação de inovação No artigo, haverá um Pacto para PD&I após as eleições gerais? Vimos que "a opinião pública é a única capaz de pressionar partidos e grupos parlamentares a trabalhar em favor da ciência", mas a maioria" desconhece a importância da ciência no presente e no futuro". Se a opinião pública não conhece a importância da ciência, ela não conhece a importância da inovação, portanto, é necessário alterar a abordagem atual da divulgação para torná-la mais eficaz na conscientização da importância da inovação e pode ser traduzida em uma diminuição considerável na porcentagem de empresas não inovadoras que não desejam inovar. A divulgação da inovação pode se tornar uma ferramenta eficaz de divulgação, se conseguir conscientizar a importância da inovação para o nosso futuro e nosso presente, para a sociedade em geral e para as empresas, em particular.
A divulgação é particularmente relevante como um meio para divulgar as inovações obtidas, as patentes obtidas, o pessoal altamente qualificado, internacionalização e, assim, obter uma melhor imagem da 'marca' que permite a diferenciação dos concorrentes, e se traduz em vantagem competitiva que oferece benefícios para a empresa ” Do livro “O impacto econômico da inovação: 10 razões para inovar”.
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Para atingir esse objetivo árduo, é necessário elaborar estratégias de divulgação da inovação que diferenciem os públicos-alvo. Para que cada tipo de público possa se conscientizar da importância da inovação em suas vidas e / ou negócios é necessária uma difusão de acordo com as características intrínsecas do grupo ao qual pertence. A disseminação adequada da inovação pode conscientizar a sociedade da importância da
inovação. No entanto, no caso das empresas, a disseminação da inovação deve ser combinada com outra estratégia de conscientização, como a cultura da inovação.
2º. Cultura de inovação A cultura da organização pode ser um obstáculo importante quando se trata de conscientizar as empresas sobre a importância da inovação.
A cultura é precisamente tudo o que é feito sem pensar, que é feito automaticamente. É tudo o que parece normal e lógico para nós. É o que se encaixa em nosso modo de ser, em nossos gostos. É um quadro de referência que nos diz o que é apropriado e o que não é. É por esse motivo que uma boa ideia prospera dentro de um grupo humano, enquanto a mesma ideia é radicalmente rejeitada em outro. O processo de mudança cultural pode ser percebido como um trabalho pouco menos que impossível [...]. No entanto, mudar a cultura de uma organização é mais fácil do que você imaginar” Cultura de inovação via CDI.
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A cultura da organização inclui implícita ou explicitamente os valores corporativos da empresa com base nos quais o pessoal exerce sua atividade profissional.
A cultura da inovação é a base sobre a qual uma organização inovadora é construída. Dois elementos são necessários para que as ideias prosperem em uma organização: pessoas criativas e uma cultura de inovação.” Cultura de inovação via CDI
MUDAR A CULTURA DA ORGANIZAÇÃO PARA UMA CULTURA DE INOVAÇÃO É A CHAVE PARA CONSEGUIR UMA REDUÇÃO NO NÚMERO DE EMPRESAS COM MOTIVOS PARA NÃO INOVAR.
Para criar uma cultura organizacional de inovação, a organização deve ser orientada ao cliente e valorizar as pessoas que fazem parte dela. Uma empresa pode se tornar inovadora se a gerência estiver envolvida na cultura da inovação, facilitando o desenvolvimento profissional de sua equipe, promovendo a criatividade, estimulando o intraempreendedoríssimo, evitando o medo do fracasso, etc. Referências Veja as referências em: https://www.innova2r.es/motivos-para-no-innovar/
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FICHA TÉCNICA COLECIONÁVEL
Potencial gerador de nitrosaminas dos aceleradores Grupo
Código
Químico
A
CBS
N-ciclohexil-2-benzotiazol sulfenamida
X
TBBS
N-t-butil-2-benzotiazol sulfenamida
X
DCBS
N, N-diciclohexil-2-benzotiazol sulfenamida
MBS
2-(morfolinotio)benzotiazol
MBT
2-mercaptobenzotiazol
X
MBTS
dissulfeto de benzotiazol
X
ZMBT
2-mercaptobenzotiazol de zinco
X
DPG
difenilguanidina
X
DOTG
di-toluilguanidina
X
OTBG
o-toluilbiguanidina
X
TMTD
dissulfeto de tetrametiltiuram
X
TMTM
monossulfeto de tetrametiltiuram
X
DPTT
tetrassulfeto de dipentametileno tiuram
X
TETD
dissulfeto de tetraetiltiuram
DTDC
dissulfeto de caprolactama
DTDM
ditiodimorfolina
X
MBSS
dissulfeto de 4-morfolinil-2-benzotiazol
X
ZnDMC
dimetilditiocarbamato de zinco
X
ZnDEC
dietilditiocarbamato de zinco
X
ZnDBC
dibutilditiocarbamato de zinco
X
ZnEPC
etilfenilditiocarbamato de zinco
X
Zn5MC
pentametilenoditiocarbamato de zinco
X
TeDEC
dietilditiocarbamato de telúrio
X
ZnDBzEC
dibenzilditiocarbamato de zinco
NaDMC
dimetilditiocarbamato de sódio
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Condensação de butiraldeído com anilina (Vulkacit 576)
X
ETU
etileno tiourea
X
DETU
dietil tiourea
X
DPTU
difenil tiourea
X
HMT
Hexametilenotetramina
---
dibutil ditiofosfato de zinco
X
---
dibutil ditiofosfato de cobre
X
Sulfenamidas
Tiazóis ou Mercaptos
Guanidinas
B
X X
Tiurams
Doadores de enxofre (outros)
Ditiocarbamatos
Outros
C
X X
X X
X
A: Não forma N-nitrosaminas - B: Forma N-nitrosaminas não cancerígenas - C: Forma N-nitrosaminas cancerígenas Apreciação: Prof. Marly Jacobi
Faça o download da coleção de cartões em sltcaucho.org/fichas
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PATENTES E VIGILÂNCIA TECNOLÓGICA
Patentes e vigilância tecnológica COLUNISTA María Alexandra Piña (VEN) Ing. Química | Gerente en Silkymia Colombia SAS marialexpi@gmail.com
MÁSCARA COM SELO FACIAL MELHORADO Número: US 5,699,792 Data: 23 de dezembro, 1997 Inventores: Reese, George (Arlington, TX) - Rich Jr., Albert (Watauga, TX) Responsável: TECNOL Medical Products, INC. (Forth Worth, TX)
Esta patente consiste em uma máscara facial, que inclui um corpo capaz de filtrar líquidos, partículas e aerossóis de tamanho apropriado para os fins previstos. Ao mesmo tempo, esta máscara proporciona uma excelente respirabilidade e comodidade durante longos períodos de uso. O corpo do filtro pode estar formado por múltiplas camadas de material de filtração, com uma configuração geralmente retangular e com múltiplas pregas. Quanto à própria máscara, ela pode ser fixada na cabeça do usuário mediante tiras cirúrgicas ao redor das orelhas, unidas por abas que se estendem desde o corpo do filtro para formar um selo fluído entre a superfície da máscara e o rosto. Em algumas aplicações, estas tiras podem ser de material elástico, o que melhora ainda mais a fixação da máscara, bem como o conforto do usuário. Este material pode ser fixado ao longo de cada lado do corpo do filtro com tiras cirúrgicas ou protetores auriculares presos às tiras elásticas.
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PATENTES E VIGILÂNCIA TECNOLÓGICA
EMBALAGEM PARA LUVAS COM BARREIRA ANTIMICROBIANA Número: US 10,597,218 Data: 24 de maço, 2020 Inventores: Yao, Min (Vernon Hills, IL) - Amdur, Samuel (Libertyville, IL) Responsável: Medline Industries, INC. (Northfield, IL) Esta patente trata de uma embalagem para luvas que compreende um recipiente para guardá-las e, além disso, uma barreira posicionada para cobrir pelo menos uma parte da abertura do recipiente. Esta barreira protege as luvas de partículas no ar e outros materiais ou contaminantes que podem infectá-las antes de serem retiradas da embalagem. Também inclui um material antimicrobiano para proteger as luvas de microrganismos, patógenos ou outros materiais ou contaminantes que entram em contacto com estas, com a finalidade de reduzir ainda mais a possibilidade de contaminação.
LUVAS ANTIMICROBIANAS PARA EXAME Número: US 9,352,074 Data: 31 de maio, 2016 Inventores: Gros, Robert (Londres, GB) Responsável: Chemical Intelligence Limited (Shropshire, GB) Estas luvas de látex de borracha nitrílica para exame médico diferem das demais por seu método de fabricação. Para a elaboração, os moldes são imersos em uma solução coagulante que contem cátions divalentes de cálcio e partículas de nitrato de cálcio, a qual foi adicionado uma composição que contendo álcool etoxilato, óxido de amina, ácido etilendiaminotetracético, glutaraldeído, di-gluconato de clorexidina, diclorhidrato de clorexidina, Salisept, dióxido de titânio e nano partículas de prata.
Neste processo, (b) os moldes das luvas recobertos são imersos em uma dispersão de látex de borracha nitrílica à qual foi adicionada uma composição contendo álcool etoxilato, óxido de amina, ácido láctico, ácido etilendiaminotetracético, glutaraldeído e Salisept. Por último, durante (c), as luvas de látex de borracha nitrílica são finalmente colocadas na embalagem utilizando um verniz de revestimento transparente impregnado com um composto de cloro fenólico, um colóide micronizado de nanoprata e um composto quaternário.
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Bibliografia recomendada COLUNISTA: Catalina Restrepo | catalina.restrepo.z@gmail.com
MATERIAIS COMPÓSITOS À BASE DE ELASTÔMERO - PROPRIEDADES MECÂNICAS, DINÂMICAS, MICRO-ONDAS E APLICAÇÕES DE ENGENHARIA Nikolay Dishovsky Esse livro está centrado em materiais compostos à base de elastômeros que compreendem diferentes tipos de cargas de reforço. O exemplar amplia as aplicações de engenharia dos compostos elastoméricos mediante o uso de diversos tipos de cargas híbridas, ferritas, cerâmicas e examina sua síntese e caracterização. Essas novas cargas são caracterizadas por técnicas padrão e por métodos atualizados, como espectroscopia de raios X de dispersão em energia, em microscopia eletrônica de varredura por transmissão (STEM/EDX), espectroscopia de absorção atômica em plasma com acoplamento indutivo (AAS). O livro também enfoca o efeito das cargas de reforço e/ou enchimento sobre as propriedades do vulcanizado, parâmetros mecânicos e dinâmicos, condutividade elétrica e as características dielétricas e de micro-ondas dos compostos. Onde eu consigo isso? Amazon | www.amazon.com
COMPORTAMENTO VISCOELÁSTICO DOS MATERIAIS DE BORRACHA Michael Roland As macromoléculas que conformam os elastômeros fazem que seus movimentos moleculares abranjam uma ampla gama de escalas de longitude, que por sua vez, apresentem um comportamento viscoelástico. Essa dependência das propriedades é uma das características predominante dos elastômeros. A melhora do rendimento e o avanço de novas aplicações, requerem uma compreensão dos princípios básicos de como os movimentos moleculares afetam as propriedades físicas. Esse livro tem como objetivo proporcionar uma base em aspectos fundamentais do comportamento dinâmico dos materiais elastoméricos, adotando uma perspectiva molecular no seu tratamento para enfatizar como os processos microscópios estão conectados com o comportamento macroscópico observado. Onde eu consigo isso? Amazon | www.amazon.com
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BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
O IMPACTO ECONÔMICO DA INOVAÇÃO – 10 RAZÕES PARA INOVAR María José Romero García de Paredes Esse livro fornece 10 razões, pelas as quais as empresas deveriam inovar ou, por assim dizer, 10 motivos associados ao seu impacto econômico. O exemplar explica por que a inovação não é um fim em si mesma, e sim um meio para obter vantagens competitivas que concedem, durante o período de tempo em que inova até ser copiado pela concorrência, uma posição vantajosa que se traduz em maiores vendas e mais benefícios. Onde eu consigo isso? Innova2r | www.innova2r.es/publicaciones
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ENTREVISTA
Entrevista com María Alexandra Piña, presidente da SLTC: "Criamos uma série de seminários on-line para que nosso pessoal se sinta acompanhado"
Por Mariano Aratta
Embora entendamos que a pandemia do COVID-19 pode ter sido uma razão, certamente existem outros motivos para o lançamento desta série de Webnars, certo? Como surgiu essa ideia? • A ideia dos webinars nasceu no ano passado: quando organizamos as Jornadas de Querétaro, montamos diferentes comitês que mais tarde se expandiram e se tornaram comitês permanentes da SLTC, incluindo: Plantações, Reciclagem, Treinamento e Desenvolvimento, Indústria de Látex, Publicações, Rede Universitária, para citar alguns. Esses comitês atraíram pessoas muito interessantes, não apenas altamente instruídas, mas também com visões desde outras perspectivas da indústria. Para isso, começamos a usar o GoToMeeting e, como eles também oferecem o serviço de plataforma para webinars, começamos a avaliar as opções, licenças, preços e descontos que poderíamos obter por ser uma Organização sem Fins Lucrativos. As reuniões virtuais foram muito boas para nós, apesar de estarmos espalhadas pela América Latina, conseguimos gerenciar muitos dos projetos em que estamos trabalhando.
A base de membros da SLTC vem crescendo ano após ano e, embora a tentativa de realizar eventos e nos conectar através da revista e boletins, quanto mais são, mais difícil é chegar a todos, talvez seja o principal motivo para avaliar um sistema que nos permitiria fazer isso. Decidimos, portanto, lançar os seminários on-line para o segundo semestre de 2020. Em seguida, o Coronavírus foi apresentado e foi assim que decidimos começar, embora não tivéssemos todos os aspectos controlados, porque sabíamos que, no meio dessa quarentena global, nossos amigos e colegas certamente precisariam de um pouco de contato e oportunidades de treinamento. Por fim, fizemos um teste com o primeiro Webinar, em 26 de março, intitulado "Silanização da sílica precipitada em um Moinho Aberto".
Que vantagens e desvantagens você vê entre os Webnars e os cursos ou aulas tradicionais em sala de aula? • A grande vantagem que vejo é que há maior disponibilidade. Um Webinar é muito acessível do
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ponto de vista do deslocamento: qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo pode entrar e assistir a uma conversa de onde estiver inclusive do trabalho ou em casa.
específicos, oficinas técnicas, e não Webinars ou palestras de uma hora. Em definitivo, eles seriam algo que leva mais tempo e recursos, até mais de um dia.
Portanto, a grande vantagem é a onipresença do treinamento e, é claro, você também pode apresentar pessoas que apresentam um painel, como o Webinar que tivemos em 2 de abril (“Impacto do COVID-19 no mercado de NR na América Latina”).
Obviamente, que por ser on-line, a ideia é que as pessoas possam acessar, a um custo diferencial, que de outra forma, seriam muito caros. Em outras palavras, nossos cursos geralmente não são caros, mas se as pessoas tiverem que viajar de outro país, pagar por um vôo, um hotel, para conferência, perder 2 ou 3 dias de trabalho etc., tudo isso torna o curso mais caro. Por todas essas razões, acreditamos que, por meio dessa plataforma, podemos organizar cursos que podem ser bastante baratos para o participante.
Quanto às desvantagens, parece-me que ainda pode ser um desafio que teremos que dominar, é que o engajamento é mais difícil. Em outras palavras, que o público participe. Obviamente, eu não diria que isso é uma desvantagem, mas um desafio: quando você fala, você está acostumado a alguém olhando para você e perguntando ou dizendo que eles não entendem algo, ou que você fala muito rápido ou devagar. Particularmente para mim, quando dou palestras, gosto que as pessoas me façam perguntas, até me dá a oportunidade de cada conversa ser diferente, porque às vezes alguém lhe pergunta algo e muda o curso da conversa, mesmo que seja a mesma que outras ocasiões. Cada pessoa que interrompe, de uma maneira boa, é uma possibilidade de personalizar essa conversa para o público à sua frente, essas perguntas fazem com que você leve o próximo slide para outro setor, fale mais sobre uma coisa que você acha que o público se importa mais, etc. Teremos que ver como reunir grupos menores para que as pessoas possam falar ao vivo. O que acontece é que, para este primeiro Webinar, esperávamos 20 ou 25 registrados e se registraram 200! Então é claro que você não pode abrir o microfone a todos.
Os seminários on-line são gratuitos?
• Isso mesmo, todos eles são gratuitos. O que não descartamos é incluir mais tarde alguns palestrantes com os quais podemos criar alguns cursos on-line por meio dessa plataforma e que sejam pagos, uma vez que seriam mais
Resumindo, continuaremos com os Webinars gratuitos, já estamos preparando o planejamento para os próximos três meses. A maioria deles concederá um certificado de participação. Também vamos abrir a oportunidade para esses cursos, oficinas e eventos pagos de baixo custo, que serão on-line. Temos as duas opções. No entanto, se alguém quiser nos enviar por correio eletrônico algum tema específico sobre o qual gostaria que falássemos nesses Webnars, não tenha dúvidas em escrever para nós, que faremos o possível para incluir também esse tipo de conversa.
Como foi a primeira experiência? • A experiência foi extraordinária. Não esperávamos tanta assistência, ela realmente nos transbordou. Para nós, era uma espécie de teste, falamos "vamos fazer agora, porque talvez as pessoas fiquem empolgadas nesse contexto". E recebemos muitos e-mails dizendo que eles gostaram muito, também havia perguntas que ainda estamos respondendo, porque chegaram mais do que esperávamos. Honestamente, para mim foi uma experiência incrível. Estamos todos muito felizes, muito animados e agradecidos pela aceitação. É claro que sinto que há muito a melhorar. Como
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ENTREVISTA
na verdade era um teste, algumas coisas falharam, em um nível técnico, que tivemos que resolver ao vivo no momento. Um dos problemas que tivemos e que já melhoramos é em relação à capacidade do sistema. Como se tratava de uma conferência aberta, colocamos uma capacidade máxima de participantes que transbordou. O sistema indicava que havia 250 pessoas registradas, mas aceitava apenas 100. Já corrigimos isso, demos esse passo para ter capacidade para 500 pessoas. Também, com base nisso, está a questão de abrir o microfone ou ler as perguntas que eles nos enviam ao vivo ou escolher algumas e, em seguida, responder as outras por correio ou na revista. De qualquer forma, estou imensamente grata pelo apoio. Quando toda essa questão da pandemia terminar e as pessoas retornarem ao trabalho, revisaremos os horários novamente, para que todos possam continuar participando além de suas responsabilidades de trabalho e seus horários.
Quais temas cobrirão a série? • É claro que queremos enfatizar a questão tecnológica, porque isso interessa a todo mundo, especialmente nos dias de hoje, onde as pessoas também estão saturadas de notícias e informações sobre a pandemia e ouvindo algo técnico podem separar um pouco as pessoas de todas essas informações e distraí-las. Além disso, essa sempre foi a nossa fortaleza e é por isso que as pessoas nos conhecem. Mas também queremos incluir mais algumas coisas, por exemplo, a economia, a situação do mercado, alguma tecnologia leve, teremos uma conferência de negócios familiares que certamente será muito interessante, teremos algo de marketing, inclusive alguém também quis fazer uma como cuidar de si hoje em dia, do ponto de vista físico. Além disso, teremos conferências sobre o tema Reciclagem, trazidas por especialistas do Comitê.
Ouvindo você, é claro para nós que a SLTC está acompanhando sua gente neste momento difícil. • Estamos montando isso para apoiar nossa gente, para que se sintam acompanhados. Há muitas pessoas trancadas em suas casas, que não podem falar nem com um vizinho, de modo que a sensação de fazer alguma coisa, saber como estão seus colegas, ouvi-los, achamos que é satisfatório. Sempre agradecemos aos patrocinadores pelo apoio e por saber que estamos todos avançando juntos. Estamos unidos, todos vamos sair disso. Gostaria de dar às pessoas uma mensagem de solidariedade, estamos aqui para apoiá-los. Vamos sair machucados, mas diferentes e favorecidos, se vai abrir um mundo de oportunidades que ainda não sabemos. ■
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GAZETA - SOMENTE PARA ENTENDIDOS
- O que é um CH3 gritando na varanda? - Metil ou não metil?
COMITÊ DA PRESIDÊNCIA • María Alexandra Piña (VEN) - Presidente • Marly Jacobi (BRA) - Vice-presidente • Emanuel Bertalot (ARG) - Secretário • Sergio Junovich (ARG) - Tesoureiro
DIRETORES DE COMITÊS • Treinamento e Desenvolvimento: Esteban Friedenthal (ARG)
• Reciclado: Emanuel Bertalot (ARG)
Günther Lottmann (GUA)
• Rede Internacional de Tecnologia da Borracha: Mariano Escobar (ARG)
Myriam Murcia (COL)
• Sustentabilidade: Patricia Malnati (ARG)
CONSELHO CONSULTIVO Marcos Carpeggiani (BRA) David Cruz (MEX)
• Industria de Látex: Ludwyg Reyes (GUA)
Diogo Esperante (BRA)
• Plantações: Diogo Esperante (BRA)
Ricardo Núñez (MEX) Tim Osswald (COL/EUA) Anahís Piña (CR/VEN) César Parra (MEX)
• Comunicação e Publicações: Víctor Dvoskin (ARG)
• Planejamento, Eventos e Exposições: Andrés Gil (BRA)
Jorge Mandelbaum (ARG)
Mariano Escobar (ARG) Fernando Genova (BRA) Mauricio de Greiff (COL) Carlos Keipert (ARG) Lars Larsen (EUA)
Sebastián Parra (CHI) Karina Potarsky (ARG) Alberto Ramperti (ARG) Liliana Rehak (ARG) Ludwyg Reyes (GUA) José Luis Rodríguez (ESP) Robert Schuster (RUM/ALE) Paul Tejada (PER) Carlos Zaccaro (ARG)
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Número 36 | maio 2020 - Publicação Bimestral.