O Rei das Montanhas Chinesas Nunca Descansa Sobre Suas Conquistas
Na China, o nome Shantui é sinônimo de carregadeira. De fato, somos o Rei da Montanha há décadas e agora nossas máquinas abrem caminho para o crescimento, oferecendo uma completa linha de equipamentos para construção e manuseio de cimento. Enquanto diversificação e internacionalização são estratégias importantes, nosso foco principal permanece no Valor Shantui. A Shantui oferece um equilíbrio único entre desempenho e preço, o que nenhum concorrente pode igualar. Além disso, nunca esquecemos os valores culturais que nos tornaram uma das Mais Reconhecidas Marcas e uma das empresas multinacionais líderes na China. Este é o jeito Shantui
SHANTUI VALUE WORKS FOR YOU.Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção
Diretoria Executiva e Endereço para correspondência:
Av. Francisco Matarazzo, 404, cj. 401 – Água Branca
São Paulo (SP) – CEP 05001-000
Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192
Conselho de Administração
Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede
Construtora Norberto Odebrecht S/A
Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta
Intech Engenharia Ltda.
Vice-Presidente: Eurimilson João Daniel
Escad Rental Locadora de Equipamentos para Terraplenagem Ltda.
Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos
Ytaquiti Construtora Ltda.
Vice-Presidente: Juan Manuel Altstadt
Asserc Representações e Comércio Ltda.
Vice-Presidente: Mário Humberto Marques
Construtora Andrade Gutierrez S/A
Vice-Presidente: Mário Sussumu Hamaoka
Rolink Tractors Comercial e Serviços Ltda.
Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos
Entersa Engenharia, Pavimentação e Terraplenagem Ltda.
Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe
Lequip Importação e Exportação de Máquinas e Equipamentos Ltda.
Vice-Presidente: Paulo Oscar Auler Neto
Construtora Norberto Odebrecht S/A
Vice-Presidente: Silvimar Fernandes Reis
Galvão Engenharia S/A
Diretoria
Diretor de Operações: Hugo José Ribas Branco
Diretor Administrativo Financeiro: Nelson Acciarito
Conselho Fiscal
ÁlvaroMarquesJr.(AtlasCopcoBrasilLtda.–DivisãoCMT)-CarlosArasanzLoeches(EurobrásConstruções MetálicasModuladasLtda.)-DionísioCovoloJr.-(MetsoBrasilIndústriaeComércioLtda.)-MarcosBardella (Brasif S/A Importação e Exportação) - Permínio Alves Maia de Amorim Neto (Getefer Ltda.)
Rissaldo Laurenti Jr. (SW Industry)
Assessoria Jurídica
Marcio Recco
Diretoria Regional
AmerícoRenêGiannettiNeto(MG)(ConstrutoraBarbosaMelloS/A)-ArielFonsecaRego(RJ/ES)(Sobratema)
-JoséDemesDiógenes(CE/PI/RN)(EIT–EmpresaIndustrialTécnicaS/A)-JoséLuizP.Vicentini(BA/SE) (Terrabrás Terraplenagens do Brasil S/A) - Rui Toniolo (RS / SC) (Toniolo, Busnello S/A)
Wilson de Andrade Meister (PR) (Ivaí Engenharia de Obras S/A)
Diretoria Técnica
Alcides Cavalcanti (Iveco) - Gustavo faria (Terex Latin America) ÂngeloCeruttiNavarro(U&MMineraçãoeConstrução)-AugustoPaesdeAzevedo(CaterpillarBrasil)
Benito Francisco Bottino (Construtora Norberto Odebrecht)BlásBermudezCabrera(ServengCivilsan)-CarlosHernandez(JCBdoBrasil)-CélioNetoRibeiro(Auxter)-Clauci Mortari(Ciber)-CláudioAfonsoSchmidt(ConstrutoraNorbertoOdebrecht)-DaviMorais(Sotreq)-EdsonReis DelMoro(YamanaMineração)-EduardoMartinsdeOliveira(Santiago&Cintra)-EuclydesCoelho(MercedesBenz)-PauloLancerotti(BMC–BrasilMáquinasdeConstrução)-GilbertoLealCosta(ConstrutoraNorberto Odebrecht)-GinoRanieroCucchiari(CNHLatinoAmericana)-IvanMontenegrodeMenezes(Vale)-JoãoMiguel Capussi(ScaniaLatinAmerica)-JorgeGlória(Doosan)-JoséCarlosMarquesRoza(CariocaChristiani-Nielsen) -JoséRicardoAlouche(MANLatinAmerica)-LaérciodeFigueiredoAguiar(ConstrutoraQueirózGalvãoS/A)
-LédioAugustoVidotti(GTM–MáquinaseEquipamentos)-LuisAfonsoD.Pasquotto(CumminsBrasil)-Luiz CarlosdeAndradeFurtado(CRAlmeida)-LuizGustavoR.deMagalhãesPereira(Tracbel)-MaurícioBriard (Loctrator)-PauloAlmeida(AtlasCopcoBrasilLtda.–DivisãoCMT)-PedroLuizGiavinaBianchi(Camargo Corrêa)-RamonNunesVazquez(MillsEstruturas)-RicardoPagliariniZurita(LiebherrBrasil)-SérgioBarretoda
Silva (GDK) - Sergio Pompeo (Bosch) - Valdemar Suguri (Komatsu Brasil)
Yoshio Kawakami (Volvo Construction Equipment) Comitê Executivo
Cláudio Schmidt (presidente), Paulo Oscar Auler Neto, Silvimar F. Reis, Permínio A. M. de Amorim Neto e Norwil Veloso.
Construcoes Grandes
Diretor Executivo: Hugo Ribas
Editor: Paulo Espírito Santo
Redação: Mariuza Rodrigues
Publicidade: Carlos Giovannetti (gerente comercial), Maria de Lourdes, José Roberto R. Santos e Henrique Schwartz Neto
Operação e Circulação: Evandro Risério Muniz
Produção Gráfica & Internet
Diagrama Marketing Editorial
Produtor: Miguel de Oliveira
Projeto Gráfico e Diagramação: Anete Garcia Neves
Ilustração: Juscelino Paiva
Internet: Adriano Kasai
Revisão: Marcela Muniz
“Grandes Construções” é uma publicação mensal, de circulação nacional, sobre obras de Infraestrutura (Transporte, Energia, Saneamento, Habitação Social, Rodovias e Ferrovias); Construção Industrial (Petróleo, Papel e Celulose, Indústria Automobilística, Mineração e Siderurgia); Telecomunicações; Tecnologia da Informação; Construção Imobiliária (Sistemas Construtivos, Programas de Habitação Popular); Reciclagem de Materiais e Sustentabilidade, entre outros.
Tiragem: 12.000 exemplares
Impressão: D'arthy Editora e Gráfica Ltda.
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A Educação e o Projeto de Nação
Estamos finalizando 2011 com uma economia em franca expansão, apesar das turbulências no cenário internacional. Temos um governo com credibilidade e amplo apoio popular, a despeito das inúmeras denúncias de corrupção contra vários ministros do governo de Dilma Rousseff (PT), que resultaram na queda de seis integrantes do primeiro escalão. O setor da construção, por sua vez, segue aquecido, apresentando números bem acima da média dos últimos anos.
As expectativas para o próximo ano são de manutenção do ritmo atual do crescimento, apoiado no fortalecimento do mercado consumidor interno, na continuidade dos investimentos públicos e privados em segmentos vitais da infraestrutura, na aceleração da expansão ou construção de novas plantas industriais, apesar dos fatores externos pouco favoráveis.
Sabemos que é preciso intensificar as ações voltadas para a redução dos gastos públicos, da carga tributária, sem falar no rigoroso controle da inflação que ameaça retornar, em parte revigorada pelo próprio aumento do poder de consumo da população.
Apesar dos vários desafios que temos ainda pela frente, podemos afirmar que o Brasil vem construindo um processo de amadurecimento. Hoje despontamos no cenário mundial como uma grande nação em crescimento. Tudo parece sinalizar que estamos no caminho certo. Mas engana-se quem apostar que estão dadas aí todas as condições necessárias para um crescimento sustentado e de longo prazo. O País carece urgentemente de um projeto nacional consistente, de desenvolvimento de longo prazo, com o apoio das mais diversas instituições governamentais e da sociedade. E a base desse Projeto de Nação está na Educação.
Esse é sem dúvida nosso principal desafio. Mesmo figurando entre as 10 maiores potências do planeta, o Brasil encontra-se no 70º lugar no ranking de Desenvolvimento Humano, entre os países com os maiores níveis de exclusão e desigualdade social. Somente no ensino fundamental público, estima-se que o País precisaria de 247 anos para igualar o nível de conhecimento de crianças e jovens brasileiros aos de alunos de países desenvolvidos.
Vários fatores têm dificultado o desenvolvimen-
to da Educação no Brasil, mas um dos mais importantes é que nunca se tomou a decisão de colocar a Educação como prioridade de Estado. O que se vê é um discurso mundial de Educação para todos, de ênfase na qualidade da Educação. Mas, entre o discurso e a prática existe um abismo profundo.
A UNESCO recomenda que os países da América Latina invistam no mínimo 6% do PIB em Educação. Poucos países no mundo atingem esse percentual. O Brasil investe apenas 4% do PIB em Educação. E muitas vezes, os recursos são mal aplicados. Existem problemas de gestão do sistema, da falta de valorização do professor, a escola, de modo geral, não está suficientemente preparada para enfrentar todas as dificuldades de aprendizado do aluno.
O Brasil parou no tempo em termos de investimentos em Educação, desenvolvimento tecnológico, inovação e capacitação da mão de obra. O setor da Construção já vive hoje sérios problemas causados pela falta de profissionais especializados.
O desafio brasileiro é ainda maior porque não parte da sociedade brasileira a percepção clara da importância estratégica da Educação em um Projeto de Nação, nem que ela é o instrumento mais seguro de superação da pobreza. Sendo assim, é a Educação o principal instrumento para se promover uma distribuição mais justa das nossas riquezas, erradicando definitivamente a miséria do nosso território.
O Brasil precisa de uma política de Estado de Educação, que possa, gradativamente, dar conta da grande tarefa de educar e de formar cidadãos. Mas precisa também conscientizar sua população de que essa é a prioridade número um do País e de que a Educação é um processo continuado, duradouro e para toda a vida.
Só assim poderemos, um dia, ser de fato uma grande Nação, e não apenas um País em um eterno processo de crescimento.
Feliz 2012 para todos!
Paulo Oscar Auler Neto Vice-presidente da SobratemaESpaço SobraTEMa
M&T Expo 2012
Expositores, empresários e profissionais de equipamentos já têm encontro marcado para a feira mais importante do setor na América Latina. Em sua 8ª edição, a M&T Expo pretende superar o sucesso da edição de 2009. A feira acontecerá de 29 de maio a 02 de junho/2012, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo.
FóruM SobraTEMa – braSil inFraESTruTura
“Quase 13 mil obras e um investimento de R$ 1,48 trilhão em obras até 2016”, revelou o vice-presidente da Sobratema Mário Humberto Marques, durante o II Fórum Sobratema – Brasil Infraestrutura, cujo tema foi “Cidades”. O evento contou com a participação do governador do estado de São Paulo Geraldo Alckmin, que discutiu projetos como: ampliação do metrô, investimento em habitação, duplicação da rodovia Tamoios, pré-sal e extensão do Rodoanel.
MiSSõES TécnicaS
Mais uma Missão Técnica foi realizada no último mês, um grupo de empresários juntamente com a área de Relações Internacionais, estiveram na feira BICES - em Pequim, na China - e puderam vivenciar novas experiências com profissionais de outros países através de um intercâmbio, aumentando sua bagagem técnico-cultural e estabelecer contatos para futuras negociações.
ESTudo dE MErcado E anuário
O estudo faz uma projeção de cinco anos e é atualizado anualmente. Neste ano, o Estudo do Mercado 2011-2016 chega à sua 5ª edição, paralelamente a este, também acontece a publicação da 5ª edição do Anuário Brasileiro de Equipamentos para Construção.
agEnda SobraTEMa curSoS dezembro
05 a 09 – Curso de Rigger – Sede Sobratema
12 a 16 – Curso de Supervisor de Rigging –Sede Sobratema
EvEnToS novembro
23 – 5ª edição do Estudo de Mercado, Anuário e Pesquisa de Frotas – Espaço Hakka, SP
dezembro
03 – Festa dos Associados – Espaço Rosa Rosarum/SP
Acesse o nosso site: www.sobratema.org.br
AtlAs COPCO adquire a GIA
A Atlas Copco AB adquiriu a GIA Industri AB, empresa sueca que produz equipamentos para operação subterrânea. A GIA pertencia à Vätterledens Verkstad. Com essa aquisição a Atlas Copco aumenta sua oferta com uma linha de produtos que inclui caminhões rebaixados movidos à energia elétrica, veículos utilitários e sistemas de ventilação.
A matriz da GIA, bem como sua fábrica, estão localizadas em Grängesberg, na Suécia. A empresa tem 113 empregados e receita anual
de aproximadamente MSEK 230. A Vätterledens Verkstad manterá as operações da GIA que não estão relacionadas ao mercado da mineração. As partes decidiram não informar o valor da operação.
Os produtos GIA também incluem locomotivas e sistemas de shuttle cars para transporte subterrâneo, anfoloader e caminhões plataforma, scaling, equipamento cable bolting e sistemas completos de ventilação. A GIA é representada por uma rede de distribuidores
R$ 49,6 mIlhõEs PARA ObRAs NA ROCINhA
A favela da Rocinha vai ganhar obras de complementação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 1. A Secretaria Estadual de Obras do Estado do Rio de Janeiro lançou, no dia 8 de dezembro, edital de licitação para elaboração de projeto executivo e execução de um conjunto de obras de reurbanização na comunidade, avaliado em R$ 49,6 milhões. As principais benfeitorias incluem drenagem, pavimentação, iluminação e
urbanismo do Caminho dos Boiadeiros e outras vias; construção de um mercado público, com três andares, 49 lojas e praça de alimentação, que pretende organizar os arredores do Largo do Boiadeiro; uma creche-modelo; um plano inclinado, com três estações, que vai ligar o acesso principal da Rocinha (Autoestrada LagoaBarra) ao final da Rua 1 (próximo ao Túnel Zuzu Angel); além da ampliação da rede de abastecimento de água e sinalização viária.
POuCOs RECuRsOs PARA GARGAlOs
NOs AEROPORtOs bRAsIlEIROs
Oposição a KAssAb alterar Piritubão
A bancada da oposição na Câmara dos Vereadores de São Paulo conseguiu incorporar várias alterações ao projeto de lei do prefeito Gilberto Kassab que autoriza a construção do Centro de Exposições no terreno de cerca de 5 mil m² em Pirituba, Zona Oeste de São Paulo, apelidado de Piritubão. O projeto foi aprovado ontem, dia 15 de dezembro, em segunda votação na Câmara Municipal.
Levantamento divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, até agosto deste ano – último dado disponível no Ministério do Planejamento – a Infraero só havia investido nos aeroportos brasileiros 17,5% do orçamento total previsto, de R$ 2,2 bilhões. Nesse ritmo, a estimativa do Ipea é de que a Infraero investirá em todo o ano de 2011 apenas um quarto do volume total previsto. Em 2010, o percentual foi de 58% e, no ano anterior, de 42%.
De 2003 a 2010, a Infraero executou um orçamento de R$ 3,9 bilhões, incluídos no total de R$
6,7 bilhões de todo o setor aéreo. Isso representa um investimento médio anual de R$ 437 milhões. De 2011 a 2014, a Infraero planeja investir R$ 5,2 bilhões no sistema, o que, segundo o Ipea, é insuficiente para fazer face ao crescimento da demanda, isso sem contar com o pico esperado durante os jogos da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. No período de 2003 a 2011 o número de aviões que passam pelos aeroportos brasileiros subiu 58%, segundo o Ipea. Nesse mesmo período, o número de passageiros mais do que dobrou. O salto foi de 71,22 milhões em 2003 para 172 milhões, previstos até o fim deste ano.
Dentre as questões incluídas no projeto de lei estão a viabilização das ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social); a manutenção da taxa de permeabilidade atual, em 50%; a vinculação do projeto à implantação do centro de exposições e a garantia da participação da comunidade no acompanhamento do projeto através do Conselho Gestor.
A viabilização das ZEIS, existentes na área, garantirá moradia às famílias que poderão ser desapropriadas com a obra. Com a trava, qualquer mudança proposta para a área só valerá se for para a implantação do centro de exposições.
Essa foi a forma encontrada para evitar que o prefeito utilize a aprovação do projeto para autorizar implantação de empresas ou edifícios que não vão trazer benefícios significativos ao desenvolvimento da cidade e melhoria da qualidade de vida na região, segundo o vereador Chico Macena, relator do projeto na Comissão de Política Urbana e autor das alterações apresentadas pela bancada do PT.
mAIs NAvIOs PARA A PEtRObRAs
A Petrobras acaba de adquirir, na Coreia do Sul, duas novas sondas de perfuração que vão atuar na Bacia de Santos. As novas sondas fazem parte de um lote de 12 sondas afretadas pela estatal e são preparadas para perfuração em águas ultraprofundas. A expectativa é de que as embarcações comecem a operação no início de 2012. Com a aquisição, a Petrobras pretende garan-
tir o crescimento da produção de petróleo e gás natural, para atingir 4,9 milhões de barris de petróleo por dia em 2020. De acordo com o presidente da empresa José Sergio Gabrielli de Azevedo, a indústria de petróleo e gás continua demandando novas embarcações. Serão necessárias nada menos que 65 sondas, 94 plataformas do tipo FPSOs e 568 barcos de apoio, entre outros equipamentos até 2020. A maior parte poderá ser construída no Brasil.
ENGENhARIA COmPARtIlhAdA
tRAbAlhO téCNICO dE 2011
é O mElhOR
da Diagrama Comunicação, o portal foi destacado por reunir um gigantesco acervo de informações técnicas sobre engenharia a favor da qualificação profissional e acadêmica do setor. Previsto para ir ao ar no início de janeiro, o Portal Engenharia Compartilhada foi criado com base na obra “Visão Sistêmica da Engenharia, modelagem e interdependência por processos de trabalho”, dos autores Remo e Bauer. “Os processos propostos nessa edição foram elaborados a partir da nossa experiência em projetos e canteiros de obras no Brasil e no exterior”, diz Remo Cimino. Ele explica que as informações colhidas para a edição da “Visão Sistêmica da Engenharia” foi convertida para o Portal “Engenharia Compartilhada”, voltado para o acesso de profissionais e estudantes, cujo objetivo é disseminar o conhecimento científico dos autores e homogeneizar procedimentos de engenharia.
O Instituto de Engenharia de São Paulo concedeu ao Portal Engenharia Compartilhada o título de Melhor Trabalho Técnico do Ano de 2011 na área de engenharia. Criado pelos Engenheiros Remo Cimino e Roberto José Falcão Bauer e pelo publicitário Miguel de Oliveira, diretor
No portal, os internautas poderão encontrar grande variedade de temas, desde experiências de Planejamento Estratégico e Planos de Negócios para obras até PPPs e o papel do Gestores Públicos, passando por seções sobre Riscos; meio ambiente, legislação e normas; concessões e licitações, entre outras. www.engenhariacompartilhada.com.br.
sustENtAbIlIdAdE NA CONstRuçãO
O secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo, Bruno Covas, e o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, assinaram convênio, no dia 15 de dezembro, visando conjugar esforços para consolidar o processo de desenvolvimento sustentável no setor.
O governo paulista e a construção vão desenvolver ações em favor da gestão sustentável de resíduos das obras. Será estimulada a utilização de recursos naturais de forma sustentável, em especial, o uso de madeira legalizada. Além disso, pretende-se avançar no incremento de requisitos de sustentabilidade em projetos e obras.
Uma das ações definidas pelo convênio é a criação do "Resíduos On Line", um sistema declaratório de resíduos da construção. Municípios, geradores, transportadores e áreas de destinação vão ser cadastrados. Municípios e estado entrarão com suas informações e os grandes geradores, com seus planos de gestão. Isso permitirá montar indicadores e rastrear a geração, o transporte e a destinação dos rejeitos. Para orientar os agentes públicos e privados envolvidos na gestão desses resíduos, serão elaborados folhetos sobre pequenos e grandes geradores, áreas de transbordo e triagem, áreas de destinação e beneficiamento, e transporte. Haverá seminários na capital paulista e nos nove municípios-sede das Regionais do SindusCon-SP no estado, envolvendo
as agências da Cetesb. Pretende-se propor incentivos para a reciclagem, estimular o uso de agregados feitos com resíduos reciclados, e elaborar normas técnicas que regulamentem sua utilização.
machbert: soluções para grandes obras
O estado do Rio de Janeiro irá receber, no período 2011-2013, investimentos públicos e privados que somam R$ 181,4 bilhões, 70% a mais que no período 2010-2012. Serão empreendimentos industriais – notadamente do setor de petróleo e gás, obras de infraestrutura urbana, complexos desportivos para receber as competições da Copa 2014 e Jogos Olímpicos de 2016, entre muitos outros. Buscando oferecer soluções para a cadeia da construção na região, a Machbert apresentou ao mercado, durante o congresso Rio Infra, realizado no início de novembro, uma ampla linha de equipamentos de ponta para a racionalização em demolições, desmontes de rocha, aberturas de túneis e canais, bem como equipamentos compactos para obras urbanas. Os destaques foram as autobetoneiras e Dumpers para a confecção e transporte de concreto, unidades hidráulicas e acessórios para trabalhos urbanos, rompedores hidráulicos para adaptação em veículos de 0,7 à 90 toneladas, fresas transversais adaptáveis a escavadeiras e perfuratrizes adaptáveis a retroescavadeiras. A empresa já está presente em grandes obras em execução no Rio de Janeiro, tais como a
COmEçAm As ObRAs dO musEu dO AmANhã
A Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), e a Fundação Roberto Marinho, deram início, no dia 1º de novembro, às obras de construção do prédio do Museu do Amanhã, no Píer Mauá. Com projeto de arquitetura do consagrado arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o museu é uma das âncoras do Projeto Porto Maravilha e está orçada em R$ 215 milhões. O prédio terá 15 mil metros quadrados e sua arquitetura tem foco na sustentabilidade, prevendo a utilização de recursos naturais do local, como a água da Baía de Gua-
nabara, para diminuir a temperatura do interior do museu e para o espelho d´água no seu entorno. Outra ação é a captação de energia solar. O museu vai buscar a certificação Leed, de liderança em energia e projeto ambiental, concedida pelo Green Building Council.
Já estão sendo executadas as obras de reforço estrutural do píer, as fundações do museu e do espelho d’água.
lANçAdO AO mAR NAvIO JOsé AlENCAR
A Transpetro, subsidiária da Petrobras, lançou ao mar no dia 12 de dezembro, o navio de produtos José Alencar, batizado em homenagem ao ex-vice-presidente da República, que morreu em 29 de março deste ano, após uma árdua luta contra o câncer. A embarcação, feita pelo Estaleiro Mauá, foi levada até o cais, onde passará por acabamentos finais antes da entrega. Com 183 metros de comprimento, o José de Alencar tem capacidade para transportar 56 milhões de litros de combustíveis e é o último da série de quatro navios de produtos encomendados pelo Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro) ao Estaleiro Mauá.
O primeiro, Celso Furtado, foi entregue à Transpetro no dia 25 de novembro deste ano e já está em operação. As outras duas embarcações, Sérgio Buarque de Holanda e Rômulo Almeida, estão em fase de acabamentos. O Promef já encomendou 41 navios e 20 comboios hidroviários a estaleiros brasileiros, com investimento de R$ 10 bilhões.
O Brasil tem hoje a quarta maior carteira de encomendas de petroleiros do mundo e ocupa a quinta posição no ranking das encomendas de navios em geral.
A indústria naval brasileira, que tinha menos de 2.000 trabalhadores na virada do século, hoje emprega quase 60 mil pessoas.
Furnas e Alupar vão construir dez parques eólicos no Ceará
dez parques eólicos no município de Aracati, no Ceará, com investimentos da ordem de R$ 800 milhões. Para os empreendimentos, Furnas e Alupar selecionaram aerogeradores fabricados pela alemã Fuhrländer. Os equipamentos contam com potência de 2,5 MW, altura de 141 metros – os mais altos no Brasil, onde os ventos são menos sujeitos a interferências - e torres treliçadas, que não comprometem a dinâmica do aerogerador, ao invés das estruturas tubulares mais comuns no mercado.
túNEl
lIGARá
sANtOs A GuARuJá
O consórcio formado por Furnas (49%) e Alupar Investimento S.A. (51%) vendeu, em leilão de geração da Aneel, ocorrido dia 20 de dezembro, 204 MW de energia eólica para entrega a partir de janeiro de 2016. O preço vencedor foi equivalente a R$ 110,00 MW/h, um deságio de cerca de 5% sobre o valor inicial. As empresas construirão em parceria
Furnas já possui um complexo de empreendimentos responsável por quase 10% da geração do Brasil. São 15 usinas hidrelétricas, duas termelétricas, aproximadamente 20 mil quilômetros de linhas de transmissão e 52 subestações. De toda a energia consumida no País, mais de 40% passam pelo Sistema Furnas. Atualmente, Furnas constrói, em parceria com grupos empresariais, os parques eólicos Miassaba III e Rei dos Ventos I e III, que vão entrar em operação no início de 2012. Em 2014 será a vez dos parques Famosa I, Rosada, Pau Brasil e São Paulo, cujas construções foram asseguradas com a venda de energia no Leilão LER 03/2011. Concentrados na Região Nordeste, os sete empreendimentos somam 487,6 MW/h de potência instalada, energia para 1,2 milhão de pessoas.
Duas empresas holandesas, a TEC Consultoria em Engenharia e a Mergor/Strukton, especializadas na construção em túneis imersos, demonstraram interesse em participar da construção da ligação seca entre Santos e Guarujá, proposta pelo Governo do Estado. Elas participaram como consultoras, da pesquisa realizada pela Dersa, que definiu o melhor projeto a ser implantado, entre os 13 propostos.
O projeto prevê a construção de um túnel em perfis de concreto, que são construídos e montados em doca seca, fora do canal. Depois as bocas são fechadas para impedir a entrada de água, e o túnel é afundado. Com isso, o canal de navegação entre Santos e Guarujá fica preservado. Essa tecnologia é usada há mais de 100 anos, principalmente na Holanda, onde existem 80 túneis construídos dessa forma. O custo da obra pode chegar a R$ 1,3 bilhões.
livro analisa a produtividade na préfabricação de tubulações industriais
A Associação Brasileira de Engenharia Industrial (ABEMI) lançou o livro Melhoria de Produtividade em Tubulação - Problemas, Causas e Soluções, que analisa os problemas que reduzem a produtividade na pré-fabricação e montagem de tubulações nas obras brasileiras. A publicação traz recomendações e sugestões úteis sobre como mitigar as falhas mais comuns que prejudicam a produtividade nos canteiros de obras. Estatísticas mostram que as empresas do setor de engenharia industrial, mesmo as razoavelmente bem geridas, desperdiçam recursos significativos nos processos de construção e montagem. Os desperdícios advêm principalmente de retrabalho, tempo de espera por erros no sequenciamento de tarefas, ou falta de documentos, materiais, ferramentas e mesmo equipamentos necessários para o desempenho de tarefas. A importância das tubulações, especialmente nos segmentos de óleo e gás, químico e petroquímico, levou a Abemi a reunir um Grupo de Trabalho representativo com profissionais de suas associadas para investigar os fatores que influenciam a produtividade dessa atividade nos canteiros de obras e buscar soluções para minimizálos. Resultado de um estudo iniciado em 2009 pela entidade, o livro é parte das ações da ABEMI visando à competitividade da engenharia industrial brasileira.
A bomba SMD da Sulzer é a mais nova geração de bombas de dupla sucção bipartidas axialmente.
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Ferroanel: solução depende de acordo com iniciativa privada
A implantação do Ferroanel na Região Metropolitana de São Paulo já está em fase final de negociação entre o governo federal, governo do estado e iniciativa privada. De acordo com Bernardo Figueiredo, diretor Executivo da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), as obras devem ser iniciadas pelo trecho norte, acompanhando o traçado do tramo norte do Rodoanel. O objetivo é amenizar as intervenções no meio ambiente, principalmente no que diz respeito à região sul da Grande São Paulo, com grande reserva nativa de Mata Atlântica e mananciais importantes como as represas Billings e Guarapiranga.
passageiros
Com pouco mais de 70 quilômetros de extensão, todo em bitola larga, o ferroanel, previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo fede-
ral, deverá promover a ligação ferroviária entre as principais ferrovias que cortam a grande São Paulo, na tentativa de fazer uma conexão direta e uma modernização no transporte ferroviário da região, que sofre com o abandono de investimentos há meio século. Além disso, pretende-se fazer com que o transporte de carga deixe de passar pelos trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), operadora do transporte de passageiros da Região Metropolitana. A meta da ANTT é inaugurar pelo menos esse trecho norte em 2015, quando todos os trens da CPTM operarão com intervalos de três minutos. A coexistência do sistema de carga e de passageiros nos mesmos trilhos poderá causar um conflito ainda maior na região, inviabilizando ambos.
Para acelerar o empreendimento, as li-
A meta é tirar os trens de carga de dentro da Região Metropolitana de São Paulo, abrindo espaço para o transporte deS Flagrante de trem cargueiro da MRS Logística disputando espalço com trens de passageiros da CPTM em plena estação da Luz, no Centro de São Paulo
cenças ambientais do Rodoanel Norte já estão considerando uma faixa de domínio 30 metros maior, de forma a aproveitar o traçado para o Ferroanel.
Nessa entrevista, Bernardo Figueiredo fala das complexas negociações envolvendo a MRS Logística, operadora privada do transporte ferroviário de carga, que detém a concessão da malha na região, identificada como parceira preferencial para uma PPP envolvendo o ferroanel. Ele fala ainda dos custos, vantagens e dificuldades para tornar o projeto realidade.
Grandes Construções – E quais são as novidades em torno da execução doprojeto do ferroanel de são Paulo?
b ernardo Figueiredo – O Ministro dos Transportes tem mantido várias conversas com o Secretário de Transportes Metropolitano de Sâo Paulo, no sentido de esclarecer o que se pretende com o projeto, e entraram em um consenso. Nesse momento, nós estamos trabalhando tendo como prioridade a construção do trecho Norte do Ferroanel que, a princípio, vai ser construído em paralelo ao trecho Norte do Rodoanel de São Paulo, passando em seguida para um novo trecho de ferrovia segregado à malha dos trens de passageiros da CPTM. Inicialmente, apresentamos um projeto para a brealização do empreendimento em parceria com a iniciativa privada, no caso, com a MRS Logística, que é a concessionária da Malha Sudeste da ferrovia, e que corta a região. O que ocorreu foi que, naquele primeiro momento, as discussões com a MRS não chegaram a um termo adequado, não evoluíram como esperávamos. Por isso começamos a repensar o modelo do Ferroanel, mas não paramos de negociar com a MRS. Hoje essas discussões estão bem mais avançadas.
Grandes Construções – As negociações avançaram em que direção?
b ernardo Figueiredo – A MRS Logística elaborou, por solicitação do governo do estado de São Paulo, um projeto
de engenharia e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) contratou um estudo de viabilidade econômica e financeira, a partir de alguns parâmetros estabelecidos para a operação do trajeto. Esse estudo deverá ser concluído em janeiro e nós vamos modelar o processo de construção em parceria com a iniciativa privada. A nossa expectativa é a de que possamos realizar esse empreendimento em parceria com a MRS Logística.
Grandes Construções – m as por que com essa parceria tem de ser prioritariamente com a m R s ?
bernardo Figueiredo -- O Ferroanel é um projeto que se insere na concessão ferroviária da MRS Logística. Mas não é uma obrigação da concessionária executá-lo. Então, a primeira ideia é fazer uma negociação com a concessionária para ver a possibilidade de contar com a parceria dela na construção do Ferroanel. Mas podemos realizar o projeto sem a MRS, até mesmo com outra operadora. Depende muito da MRS aceitar as condições como favoráveis aos seus interesses. Vamos continuar a conversa com a concessionária, mas, paralelamente, pensar modelos alternativos para a implementação. O que não há dúvida é de que é um projeto importante e que existe a determinação do Governo Federal para que seja implementado. O objetivo nosso, tanto do governo federal quan-
to do governo do estado de São Paulo é que essas linhas, que hoje cortam a região metropolitana e que são compartilhadas entre o transporte de carga e de passageiros, sejam liberadas exclusivamente para o transporte de passageiros já a partir de 2015. E para que isso seja possível, é necessário que até lá nós tenhamos algum dos dois tramos do ferroanel pronto.
Grandes Construções – Não seria necessário fazer um processo de licitação para a escolha desse parceiro privado para a realização do empreendimento?
b ernardo Figueiredo – Não necessariamente. Se for possível viabilizar esse projeto através de uma pactuação com a MRS não seria preciso, porque essa possibilidade já está prevista no contrato original de concessão da MRS.
Grandes Construções – Esse trecho que irá compor o ferroanel seria então incorporado à malha concessionada à m R s ?
b ernardo Figueiredo – Na verdade, para construir o ferroanel nós estare-
mos tirando um trecho da linha que hoje está sob a concessão da MRS. Então, teoricamente, se ela entrar na parceria, o ferroanel, uma vez construído substituiria esse trecho.
Grandes Construções – E o que acontece se essa concessionária definitivamente não aceitar a parceria?
b ernardo Figueiredo – Se a gente só tirasse esse trecho da malha da MRS, ela teria direito a uma análise do que isso geraria de impacto no equilíbrio econômico-financeiro da sua concessão, para efeito de ressarcimento. Mas se, no lugar do trecho retirado da malha, eu ofereço a ela a alternativa de utilização de um infraestrutura ainda mais eficiente do que a atual, para que ela entre no estado de São Paulo, eu posso estar oferecendo à MRS condições até mais favoráveis à sua operação. A única dúvida, nessa negociação é que essa nova infraestrutura poderá ser incorporada à malha da MRS, se ela aceitar as condições da negociação.
Grandes Construções – Quais são as bases para essa negociação?
b ernardo Figueiredo – Pelos cálculos do BNDES, o projeto do tramo Norte custaria R$ 1,5 bilhão. Para que o empreendimento aconteça no ambiente da parceria público-privada, caberá à concessionária uma contrapartida. Se o governo avaliar que essa participação é interessante, a parceria é viabilizada. Mas ela também poderá ser viabilizada com outros parceiros privados. Nós estamos preparando uma modelagem de ferrovia separando a infraestrutura da operação e prestação de serviço. Nós poderemos até testar esse modelo, se não houver acordo. Se for concretizado o acordo com a MRS, ela passa a ser a concessionária do ferroanel, com direito a cobrar das demais operadoras ferroviárias o direito de passagem para entrar em São Paulo. Se não houver acordo, a MRS passa a ser apenas mais uma usuária com direito de passar no trecho novo.
Para ser construído, o trecho Norte do ferroanel terá que ter duas segregações em relação à linha de passageiros. Uma na região de Mogi e outra de raiz da Serra até o Ipiranga. Uma segrega-
ção já está em andamento, que a MRS está fazendo por sua própria conta e risco, e a outra já está definida. Nós só precisamos ver quem a fará. Hoje nós estamos, junto a CPTM, justamente definindo a questão da separação dos ativos desse trecho.
Grandes Construções – Quais as possibilidades da mRs aceitar participar do empreendimento, em condições aceitáveis para o governo?
b ernardo Figueiredo – Veja bem: a decisão do Governo Federal de fazer o anel ferroviário atende ao interesse público de retirar trens de carga do centro da cidade (de São Paulo), criar condições para expansão do sistema metropolitano e gerar ganhos de capacidade e produtividade para ferrovia. Esse é o interesse público. Mas existe também o interesse privado da MRS, que diz respeito às várias restrições para circulação de trens pela área central de São Paulo. A MRS vai ganhar com o projeto, porque vai aumentar sua capacidade e produtividade, além de diminuir custos. Nós temos que captar, para ajudar a financiar o projeto, esse ganho privado que ele gera, e tentamos negociar com a MRS.
Grandes Construções – Qual o percentual de participação para a m R s que o governo considera aceitável b ernardo Figueiredo – Nós estamos concluindo o estudo de viabilidade. E o que orienta esse estudo é o fato de que hoje a MRS passa cerca de 5 milhões de toneladas dentro de São Paulo, com velocidade reduzida e grandes limitações de horários. O ferroanel vai permitir que a concessionária passe com 40 milhões de toneladas. Ou seja, ele gera o benefício que é o aumento da capacidade de transporte – mais trens com um custo operacional mais baixo –, sem limitação de horário, o que se traduz em aumento de produtividade. E esses benefícios têm de ser quantificados. A concessionária MRS terá de
investir para ter esse conjunto de benefícios. Ela pode perceber que o que ela tem a ganhar corresponde a fazer 20% do investimento, cabendo ao governo arcar com os 80% restantes. É essa negociação que estamos travando. Se a concessionária concordar com os nossos valores, tudo bem. Se ela ficar aquém do que esperamos, se ela tiver uma percepção pior que esta, nõs faremos o projeto de outra forma.
Grandes Construções – Qual será a extensão do ferroanel?
bernardo Figueiredo – Pouco mais de 70 quilômetros, todos em bitola larga.
Grande Construções – m as por que dar prioridade ao tramo norte do traçado?
b ernardo Figueiredo – Na verdade nós estamos trabalhando com o conceito do anel ferroviário completo. Do meu ponto de vista, o Ferroanel é um conjunto, é um todo. O que a gente está discutindo são as datas de
construção. Não existe dicotomia de Ferroanel tramo Norte, Ferroanel tramo Sul. Existe um projeto de fazer um anel ferroviário em São Paulo e o que nós estamos discutindo é por onde ele começa e por onde ele acaba. Estamos estudando uma infraestrutura logística completa para a região de Sâo Paulo. Nós estamos estudando também a questão do acesso ao Porto de Santos, o tramo Norte, mas também o tramo sul do ferroanel. Nosso objetivo, portanto é a realização do ferroanel completo, com plataformas logísticas compatíveis com a movimentação de carga na região e com o acesso adequado ao Porto de Santos, com geração de eficiência. Hoje, um trem chega a demorar 48 horas para descarregar no porto de Santos. Ele gasta 40 horas viajando e mais 48 horas esperando descarregar. E isso não é aceitável. Nós temos que mudar essa realidade. Por isso é que o ferroanel tem de ser visto como uma solução integrada.
“Do meu ponto de vista, o Ferroanel é um conjunto, é um todo. O que a gente está discutindo são as datas de construção. Não existe dicotomia de Ferroanel tramo Norte, Ferroanel tramo Sul.”
sONhO FEItO dE CONCREtO, AçO E POlêmICA
Obras do futuro estádio do Corinthians, em Itaquera, Zona
Leste de São Paulo, já tem mais de 20% de avanço físico
Sete meses depois do primeiro trator começar a operar, em 30 maio, no antigo Centro de Treinamento do Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, as obras do futuro estádio do Corinthians, ainda sem nome, mas já apelidado de Itaquerão, atingem a marca de 20% de serviços concluídos. No início de dezembro, começaram a ser colocadas as primeiras vigas jacaré que sustentarão as arquibancadas inferiores do edifício leste, setor onde a construção está mais avançada.
Segundo a Odebrecht, empresa responsável pela obra, as vigas são feitas com peças pré-moldadas de concreto e fabricadas dentro do próprio canteiro. Neste momento, 56 das 60 peças deste setor de arquibancada estão em estoque no terreno da zona leste de São Paulo. Até agora, foram cravadas 2.130 das 3.200 estacas previstas pelo projeto e executados mais de 394 blocos de concreto das fundações do estádio.
A Roca Fundações foi contratada para a execução das fundações em Estacas Raiz. Para as estacas com diâmetro de 410 mm foram utilizados tricones para as escavações em silte argiloso, muito compacto, e martelos de profundidade (down the hole) nas travessias de material rochoso, atingindo em ambos casos , profundidades de 23 metros.
Apesar de demora para o início dos trabalhos, o tempo perdido já foi recuperado com 19% dos serviços realizados nos primeiros seis meses – índice próximo ao do Arena Pernambuco (22%), na Grande Recife, também executadas pela construtora. Com terreno de 198.000 m 2 , a área construída do Itaquerão chegará a 189.000 m 2 .
O estádio começou a sair do papel em meados de 2011, mais precisamente em 30 de maio. As negociações entre o Corinthians e a Odebrecht para deslanchar o empreendimento começaram em 2004 e em 2010, sendo firmado um primeiro acordo entre as duas partes. Os trabalhos foram iniciados em 30 de maio de 2011, e
em setembro de 2011 foi assinado o contrato com o valor de R$ 820 milhões. O projeto do futuro estádio ficou a cargo do escritório CDCA representado pelos arquitetos Anibal Coutinho e Antonio Paulo Cordeiro.
Projeto polêmico
A importância que a obra tem tomado no imaginário coletivo da cidade de São Paulo explica-se pelo papel que ele terá na Copa do Mundo de 2014, assim como posteriormente ao evento. Prevê-se que o jogo de abertura do campeonato mundial, previsto para ocorrer no estádio, atraia a presença de 32 chefes de estado e representantes dos países participantes, além de mais de 5 mil jornalistas e público do mundo todo.
As negociações para a montagem da intrincada engenharia financeira, no entanto, foi demorada e envolveu a participação da prefeitura municipal de São Paulo e Câmara de Vereadores da cidade, governos federal e estadual, gerando bastante polêmica. A questão mais polêmica ficou por conta do financiamento do projeto, em parte, com recursos públicos. Em julho deste ano, o prefeito Gilberto Kassab sancionou projeto de lei que concede incentivos fiscais de R$ 420 milhões para a construção do estádio, provocando fortes reações contrárias (ver matéria nesta edição). Há ainda a previsão de liberação de R$ 400 milhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O Corinthians vai pagar a construtora através dos direitos do nome, ou seja, todo o valor arrecadado com o nome do time, será usado para pagar a empresa, e o valor que faltar, o clube terá dez anos para pagar.
Outra questão muito discutida ficou por conta das dimensões do estádio. Como o projeto original prevê 48 mil lugares, para atender as imposições da Fifa – que estabelece a necessidade de 65 mil lugares para sediar o jogo de abertura da Copa –, ficou acertado que o Governo do Estado irá bancar a instalação de 20 mil lugares
temporários, além de dividir com a prefeitura um volumoso conjunto de obras urbanas no entorno do complexo desportivo.
Não faltou nada nessa novela. Até mesmo a existência de dutos da Petrobrás que passavam pelo terreno, entrave que também começa a ser removido. Após a decisão do Ministério Público de São Paulo, ficou definido que o Corinthians será responsável por bancar a remoção dos dutos sob o terreno de Itaquera. As tubulações estão localizadas sob uma das arquibancadas do estádio. Mas por estarem em“área de domínio”, ou seja, protegidas de qualquer tipo de construção no entorno, terão que ser realocadas para as margens do terreno da Zona Leste paulistana.
Em novembro, a SACS, credenciada pela Transpetro, foi contratada para executar a remoção, e obra contará com o apoio da Construtora Odebrecht e supervisão técnica da própria Transpetro. O valor do contrato, conforme informou o Corinthians, dependente da formalização da isenção tributária a que fazem jus as obras da Copa, deverá ser de R$ 7 milhões. No dia 13 de dezembro começaram a ser soldados os primeiros tubos de 24 polegadas que serão instalados no novo traçado da tubulação da Petrobras. Ao todo, serão executados mais de 800 metros de tubulação de 24 polegadas e outros 800 metros de dutos com 22 polegadas. Só depois de soldadas as peças, as duas linhas serão colocadas e enterradas na vala que será
aberta no novo traçado.
Pré-moldados dão velocidade à obra
A Construtora Odebrecht preparase para iniciar a montagem das estruturas, que irá utilizar um grande número de pré-moldados. Serão 11.682 unidades de lajes, 3.274 unidades de vigas, 594 unidades de pilares e 1.937 unidades de degraus pré-moldados.
Ao mesmo tempo em que começa a colocar os primeiros pilares, continua a ser feita a cravação das estacas prémoldadas para as diversas fundações, que ainda incluem estacas raiz. Ao todo, as fundações somarão 3.100 unidades de pré-moldados de cerca de 15 m de
comprimento. A conclusão de todas as fundações está prevista para o final de 2011. Parte dos pré-moldados será feita no canteiro e outra parte em uma fábrica.
Segundo o engenheiro Felipe Pacífico, responsável pela produção do empreendimento, a fabricação das estruturas pré-moldadas tanto no canteiro quanto em fábrica externa, permitirá elevados ganhos de velocidade. A isso será somada uma logística bem estruturada para a movimentação das peças, que prevê o uso intensivo de guindastes e torres de grande porte. “No pico das obras teremos cerca de 10 guindastes, além de esteiras”, diz Pacífico. Segundo ele, a obra contará
iTAQUeRÃO
com frota de 75 equipamentos, entre escavadeiras, rolos compressores, rolo compactador e bate-estacas. No entanto, deve chegar a 100 máquinas das mais variadas marcas, como Liebherr, Caterpilar, Hyundai, à medida em que as obras avancem.
Além dos pré-moldados, a obra contará com uma cobertura metálica de mais de 4 mil toneladas e 32.300 m 2 , e fachada em pele de vidro de 6.150 m 2 . Trata-se de uma estrutura treliçada simples, apoiada em dois pontos, em balanço, não havendo pilares na área das arquibancadas. A treliça deverá atingir três metros de altura nas bordas e até dez metros de altura nos dois pontos principais de apoio. Ela fica apoiada nos pilares, transferindo as cargas diretamente para as fundações.
O engenheiro responsável pelo projeto estrutural da cobertura é Werner Sobek, da Universidade de Stuttgart, que deverá seguir os mesmos conceitos adotados no estádio de Berlim. A fachada leste deve receber brises para ventilação. O sistema passará por testes de túnel de vento em laboratório em Sttugart, na Alemanha. Na área ambiental, um dos destaques do projeto fica por conta da fachada de pele de vidro, com alta eficiência energética, além de sistema de captação de água de chuva para utilização nas áreas de serviço.
Formação de mão de obra
Antes mesmo de ser assinada a ordem de serviço dando início oficial às obras do Itaquerão, muitos dos candidatos já se acotovelavam junto ao terreno em busca de emprego. A maioria dos candidatos é morador da própria Zona Leste, nos arredores do estádio, além de ser torcedor do Corinthians. Vizinhos às obras, muitos deles, mesmo sem experiência em construção civil, estavam dispostos a qualquer sacrifício para trabalharem na obra que consideram histórica, se não pelo salário, mas pelo amor à camisa do time do coração. Até hoje, muitos deles, que não foram contratados para o trabalho, passam o dia observando as obras, que viraram uma espécie de atração turística local.
Para aproveitar ao máximo possível o aproveitamento da mão de obra local, a construtora Odebrecht decidiu implementar na região o Programa Acreditar, de qualificação profissional. Iniciativa da empresa, o programa já é aplicado em outras obras como na usina hidrelétrica de Santo Antonio, em Porto Velho (RO) e visa treinar mão de obra local no entorno das obras. Para o empreendimento do estádio, a expectativa é de treinar 2 mil pessoas, das quais estima-se que cerca de 300 sejam absorvidas diretamente no can-
teiro de obras.
Hoje, são 700 operários trabalhando em regime de dois turnos no canteiro. E a expectativa é de que sejam 2 mil operários, no momento em que as obras atingirem seu pico, o que está previsto para acontecer até o final do primeiro semestre de 2012.
Números do Itaquerão
Área do terreno: 198.000 m2
Área construída: 189.000 m2
Fundação profunda com estacas pré-moldadas e estacas raiz: 3.100 unindades
Pilares pré-moldados: 594 unidades
Vigas pré-moldados: 3.274 unidades
Lajes pré-moldados: 11682 unidades
Degraus prémoldados: 1.937 unidades
Estacionamento descoberto: 1620 unidades
Estacionamento coberto: 929 vagas
Camarotes: 89 unidades
Assentos: 48.000 unidades
Sanitários: 502 unidades
Lojas de concessão: 59 unidades
Elevador: 15 unidades
Escada Rolante: 10 unidades
Auditório: 1 unidade
Restaurante Sport Bar: 4 unidades
Cozinha industrial: 1 unidade
Fachada em pele de vidro (Prédio Oeste): 6.150 m2
Ar condicionado: Prédio Oeste e Leste
Cobertura Metálica: 32.300 m2
EstádIO NAsCE sOb O sIGNO dA POlêmICA
Muitas foram as manifestações contrárias à construção do Itaquerão com recursos públicos, através da concessão dos incentivos fiscais pela prefeitura de São Paulo. Uma delas ficou por conta do vereador e campeão olímpico de judô, em 1988, Aurélio Miguel (PR), que protocolou uma representação contra o projeto no Ministério Público Estadual, por considerar a decisão do prefeito inconstitucional, já que direciona recursos públicos para entidadesprivadasespecíficas,nocaso o Corinthians e a Odebrecht.
Em resumo, a lei sancionada por GilbertoKassabestrabeleceoincremento do fundo de investimento criado pelos empreendedores do estádio com Certificados de Incentivo de Desenvolvimento (CID). Esses títulos poderão, no futuro, ser utilizados para o pagamento de impostos, podendo ser vendidospeloempreendedornomercado financeiro.Ocompradordotítulopode
obter desconto sobre o valor de face. O novo detentor do CIDs poderá utilizar os papéis no futuro para o pagamento de dívidas municipais: Imposto sobre Serviços (ISS) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Se durante as obras a construtora necessitar,elapodenegociarostítulos.No entanto,aintençãodosempreendedores, segundo a direção do Corinthians, é que os CIDs sejam negociados o mais tarde possível. Os certificados têm validade de dez anos, no valor de até 60% do investimento realizado.
Mas a ação protocolada por Aurélio Miguel,bemcomooutrastrês,também contrárias à concessão dos incentivos fiscais, foram derrubadas no dia 12 de dezembro de 2011 pela juíza Maria Fernanda de Toledo Rodovalho com o argumento de que seus autores (Luiz H. Brito Brescendo, Gilson J. dos Santos, Ursulino dos Santos Izidoro), se sentiram incomodados porque o está-
dio está na Zona Leste, uma das regiões mais pobres da cidade.
Na visão da juíza, os incentivos são essenciais para que o estádio seja concluído a tempo e o País não seja punido por não cumprir as metas estabelecidas para ter a cidade como palco da abertura da Copa.
Em nota oficial contestando a sentença, o vereador Aurélio Miguel declarou que, em vários aspectos, a decisão da juíza não está revestida de Justiça. “O argumento base da sentença que não acatou os processos, não apreciou o mérito e definiu-se pelo não cabimento de ação popular contra lei, posto esta, segundo a Juíza, não ser um‘ato’administrativo. O que seria então? Este entendimento é frontalmente contrário à recente decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que manteve decisão de concessão liminar para sustar a lei que autorizaria a alienação do chamado
quarteirão do Itaim”, afirmou.
Aurélio Miguel declarou ainda que a sentença é extremamente omissa, já que sequer faz menção, em fundamento e decisão, à cessão da área do estádio, reiteradamenteobjetodeconstataçãode ilegalidades pelo Ministério Público e pela Câmara Municipal de São Paulo.“A confusãoentrepatrimônio públicoe privado e outras infelizes colocações como, por exemplo, se as ilegalidades patentes e constatadas pelo ministério Público e Câmara Municipal, devidamente documentadas, fossem meras divergências futebolísticas,norteiampelainfelicidade da decisão. Ao contrário, a juíza coloca a construção do estádio como obrigação do poder público, uma prioridade, segundo ela, ao lado deestradas e aeroportos,considerandocomoumaquestãode soberania nacional”, comentou.
O advogado do vereador, Antônio
Salim Curiati Júnior, diz que aguardará a publicação da sentença para decidir quais ações tomar. Segundo ele, a juíza deixou de mencionar alguns fatos importantes e fez relação a outros que não constam no processo. “Ela deixou de apreciar, a licitude da cessão do terreno. O prefeito não pode ceder área pública sem que o documento passe pela avaliação prévia e autorização legislativa e concorrência pública, conforme já se manifestou o Ministério Público em ação civil pública e a Câmara Municipal em CPI, realizada em 2001. A juíza não decidiu sobre esse assunto, explanado em mais de 10 páginas de petição inicial e diversos documentos. Não leu ou não quis ler. Ela usa argumentos que não estão presentes nos autos e chega a tratar em tom “jocoso” mais de R$ 400 milhões de dinheiro público, um assunto de
extrema gravidade relegado a questões menores de torcida. Um absurdo.”
entendendo o X do incentivo
Mas nem todos os que se manifestam sobre o assunto são contra o empreendimento. Para o engenheiro José Geraldo Baião, presidente da Aeamesp – Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô, embora a aprovação da Lei de renúncia fiscal estivesse condicionada à abertura da Copa em São Paulo, o argumento principal para a concessão do incentivo fiscal foi a importância que o estádio teria para o desenvolvimento da zona leste, inclusive para geração de empregos, já que é uma região com cerca de quatro milhões de habitantes.
No entender do presidente da Aeamesp, o incentivo é válido por vários motivos. Pelos cálculos da prefeitura a abertura da Copa pode gerar R$ 1,5 bilhão ao município.“Isso é quase R$ 1,1 bilhão a mais do que os incentivos fiscais do município ao estádio”, calcula Baião. “No que diz respeito à área de transporte público coletivo, nós temos defendido que os investimentos em infraestruturas também se deem através de mecanismos tributários, com isenção ou incentivo fiscal”, diz.
“O desenvolvimento regional, mesmo as revitalizações, são sempre importantes e bem vindos às cidades. Londres escolheu a região mais degradada, pobre e com sérios problemas ambientais de contaminação de solo para implantar a sua Vila Olímpica. Portanto, muito mais que o legado das instalações e dos equipamentos, lá se procurou revitalizar e desenvolver uma área da cidade carente e que por coincidência é também a região leste da cidade. Necessitamos ter um olhar mais abrangente, não nos atendo somente à questão do estádio que é particular e um sonho dos corintianos. Estava em questão o jogo de abertura da Copa, a inabilitação, por diversos motivos, do estádio do Morumbi e a importância da cidade de São Paulo. Frente a tudo isso, o desenvolvimento da Zona Leste, creio eu, foi o elemento que juntou as vontades políticas para resolver o impasse”, acrescenta o engenheiro.
Para o presidente da Aeamesp, o va -
lor que a Prefeitura deixará de arrecadar não fará falta para as áreas de saúde e educação que têm, nas três esferas de governo, percentuais pré-determinados e obrigatórios nos orçamentos anuais. Ele observa, no entanto, que esse não é o caso para as áreas de transporte, habitação e saneamento, que são sensíveis e concorrem com recursos dos orçamentos.“Se levarmos em consideração todas elas e mais a de segurança, vamos concluir que todas são carentes, porque o cobertor é sempre mais curto”.
Baião não concorda com os argumentos que, com tal recurso de R$ 420 milhões, poderia se fazer isso ou aquilo. Mesmo porque, diz ele, na realidade, mesmoquandohárecursosdisponíveis, este tipo de discussão acaba levando a não fazer nem uma coisa e nem outra. “Na minha opinião, quando sem tem competência, faz-se um pouco de tudo”.
O presidente da Aeamesp acredita
que, com esse valor seria possível, no caso do Metrô, construir um quilômetro de linha, incluindo projetos, desapropriações, obra civil e fornecimento de sistemas com material rodante.
Parada Gay X itaquerão
Defensor de mais investimentos governamentais no sistema público de saúde, o médico pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros é contra a participação dos governos na construção do estádio. Segundo, ele a cidade de São Paulo tem centenas de prioridades, como saúde, escolas, casas populares, antes de se dar ao luxo de investir em um empreendimento com tal objetivo.“Os governantes não conseguem cumprir seus programas por falta de verbas, e agora resolvem investir (através de isenção de impostos) em construção de estádio?
Não acho correto”, reafirma.
No seu entender o Itaquerão não trará benefício algum para o Corinthians, e nem muitos benefícios (financeiros
e políticos) para aqueles envolvidos no projeto. “Com esse valor seria possível abrir mais vagas nas UTI´s, criar novos leitos nos hospitais do SUS, etc. Inclusive poder-se-ia equipar e contratar médicos e funcionários para hospitais já prontos e inaugurados, que não funcionam por falta de pessoal”, reforça o pediatra.
Segundo ele, os hospitais universitários da cidade trabalham eternamente em condições precárias, por falta de verba, e poderiam ser beneficiados com essa verba.“A cidade de São Paulo tem pouco a ganhar com o evento da Copa do Mundo. Eventos como Congressos e Simpósios, que acontecem durante o decorrer do ano inteiro, corrida de fórmula 1 e Indy, Parada Gay, etc., trazem muito mais benefícios para nossa cidade, através do turismo de negócios, do que uma fugaz copa do mundo de futebol”, finaliza.
Dersa publica eDital De pré-qualificação para obras Do polo institucional De itaquera
No dia 16 de dezembro, a DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S/A, publicou, no Diário Oficial Empresarial, edital de Pré-Qualificação para as obras de implantação do Programa de Desenvolvimento Viário da Zona Leste, o Polo Institucional de Itaquera, Zona Leste de São Paulo, onde está sendo construído o estádio do Corinthians.
As construtoras interessadas deverão entregar os envelopes com Documentação para Habilitação e os de Metodologia de Execução no dia 18 de janeiro de 2012, até as 9h30, na sede da DERSA, na Rua Iaiá, 126, Vila Olímpia, Zona Sul de São Paulo.
Com prazo de execução de 20 meses, as obras têm previsão de início em julho de 2012, com conclusão em fevereiro de 2014. O custo estimado das obras de implantação é de R$ 353 milhões. As empresas poderão participar isoladamente ou em forma de consórcios formado por até duas empresas.
Na definição da fonte de recursos, R$ 365,4 milhões são investimentos do Tesouro do Estado de São Paulo, enquanto a Prefeitura de São Paulo investirá R$ 112,8 milhões. Assim, o total previsto para o empreendimento é de R$ 478,2 milhões.
Veja Detalhes no mapa.
Polo Institucional de Itaquera
Projeto Básico: concluído em 27/09/11
Edital Detalhamento ConstrutivoPublicado 29/11/11
Previsão de Assinatura do Contrato / Início dos serviços: 02/04/12
Previsão de investimento no empreendimento: R$ 478,2 milhões
R$ 353 milhões para as obras brutas
R$ 125,8 milhões para os demais serviços como desapropriação, interferência, projeto, gerenciamento, supervisão, obras complementares e ambientais.
Fontes de recursos:
R$ 112,8 milhões - Prefeitura SP
R$ 365,4 milhões - Tesouro do Estado
INdústRIA dA CONstRuçãO: muItO FOI CONQuIstAdO, mAs AINdA há muItO POR FAzER
Aestabilidade política e econômica e a manutenção dos fatores de crescimento da economiabrasileirasãoconsideradososaspectos mais positivos de 2011. Essa é aopiniãounânimenavisãodealguns dosmaisimportanteslíderesdomercado da construção civil no Brasil, ouvidos pela revista Grandes Construções. O bom momento brasileiro contrasta ainda com o cenário de crise financeira internacional.Tanto quealgunsdosnotáveisconsultados alertamparaumeventualimpactofuturo para o Brasil.
Mesmo diante da avaliação positiva, há vários campos em que o País precisaráavançar,paraconsolidar-se como potência mundial. João Crestana, presidente do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo
(Secovi-SP), destaca que o mercado imobiliário entrou, nesse ano, em processodeestabilizaçãoemtermos de velocidade de vendas, prazos de produção e de custos e que isso é positivo, para dar maior equilíbrio ao mercado.
Moacyr Servilha Duarte, presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovia (ABCR), destaca a preparação de novas concessões rodoviárias, caracterizadas como Parceria Pública Privada (PPPs), para trazer novo fôlego para os investimentos em rodovias.
Para Carlos Mauricio Lima de Paulo Barros, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), o maior gargalo nacional é o da competitividade, que está relacionado a diversos fatores,“com destaque para o Custo Brasil, para o do -
mínio tecnológico e para a formação ecapacitaçãodamãodeobra”,alerta. A opinião é compartilhada por Ricardo Pessoa, presidente da UTC, quetambémmencionaaconcorrência com construtoras europeias que buscam novo mercado como principal desafio do setor no ano que vem. Ele também reclama dos encargos tributários que penalizam o setor produtivo do Brasil.
Já Aluizio de Barros Fagundes, presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo, acredita que, apesar do avanço,hágrandedesorganizaçãona liberaçãodosrecursospúblicos,além de um avanço não harmônico nas ações da iniciativa privada. Ele aponta a falta de planejamento por parte dosgovernoscomograndecomprometedor do processo de desenvolvimento brasileiro.
Para o arquiteto Siegbert Zanettini, os maiorespontosnegativosficamporconta da área política. Segundo ele, não há planos nem projetos de médio e longo prazos. MarcosVicelli, executivo da Racional Engenharia, alerta para os reflexos que a crise mundial poderá ter no Brasil, apesar do País estar mais maduro. Para André Glogowsky, presidente do Conselho de Administração da Hochtief do Brasil, a velocidade com que o País está se desenvolvendo é surpreendente.
Oconjuntodedepoimentospublicados a seguir dá uma idéia dos caminhos trilhados pela cadeia da construção nesse ano queseencerrou,eprojetamumaperspectiva para o futuro próximo. Otimista, na maioria das opiniões, mas acima de tudo conscientedamaturidadealcançadapela indústria da construção no Brasil e do seu poderdetransformaçãodanossarealidade. Com a palavra, os líderes do setor.
Brasilprecisaaperfeiçoarregulamentações
e trabalhistas; o elevado custo do capital; a falta de mão de obra qualificada diante dos empreendimentos existentes. E, por fim cita como desafio a chegada das empresas europeias para disputar o mercado interno com as empresas nacionais, em razão da fragilidade da economia da Europa.
e projetos, mas novas regulamentações são necessárias para facilitar o crescimento dos investimentos de forma menos onerosa.
Para o presidente da UTC, Ricardo Pessôa, o crescimento da economia brasileira até o terceiro trimestre é um dos principais pontos positivos a destacar neste ano de 2011, associados aos investimentos em infraestrutura necessários para que o país possa crescer além daqueles relacionados ao programa do Pré-sal.
Os pontos negativos, no entanto, não deixam de ser citados por ele, como a manutenção da carga tributária e de encargos sociais
momento surpreendente
Na opinião do empresário, em 2012 o Brasil continuará a crescer em ritmo mais lento, sendo que o crescimento do PIB deve se situar na faixa de 3,5%. Ele prevê que “haverá a diminuição no ritmo de exportações em razão da desaceleração da economia mundial. O setor de serviços será o destaque na criação de empregos, com possibilidades de desaceleração nos demais setores”, destaca.
Pessoa destaca que o Brasil necessita de investimentos em infraestrutura, mas persiste uma demanda represada notadamente para o segmento de construção e montagem. Ele enfatiza ainda necessidade de novas regulamentações e adequações para facilitar as condições de financiamento para esses investimentos, sem interromper o ciclo já estabelecido. A seu ver, hoje há fluxo de investimentos
Para que ocorra a dinamização desejada, na opinião de Ricardo Pessoa, há necessidade de medidas complementares no campo da política econômica – visando a diminuição de carga tributária, encargos sociais e trabalhistas. Também menciona a necessidade de facilitar a aquisição e implementação de tecnologia de ponta para produção, assim como subsídios e incentivos governamentais às empresas que atuam no setor. E reforça a necessidade de desburocratização da legislação fiscal e trabalhista e por fim a capacitação de mão de obra.
Mas finaliza com uma perspectiva favorável ao Brasil: “O Brasil manterá o crescimento num patamar entre 3% a 5%, com destaques principalmente para os setores: petróleo, gás, químico/petroquímico e infraestrutura. A inflação ficará dentro das metas previstas com pequenas variações sazonais”.
ricardo pessôa
evolução desse mercado”.
O executivo destaca o otimismo focado justamente nesse desempenho que a economia brasileira vem tendo. “Hoje, está vindo bastante investimento para o Brasil. E hoje quando a gente olha todos os programas nas áreas de educação, de agricultura, e todos esses eventos que vão acontecer no país. Enfim, a gente vê o quanto ainda tem de ser feito. E a indústria de construção vai estar junto com esse desenvolvimento. Então nós estamos num bom momento e estamos bastante otimistas com relação ao ano que vem”.
lizado. “Com respeito aos equipamentos e aos materiais, a indústria é capaz de rapidamente se adequar. Se o mercado cresce, e indústria vai atrás. Mas treinar a mão de obra é um processo muito mais longo, até se formar um engenheiro e para que ele tenha experiência, é um período bem mais longo”, diz.
Para André Glogowsky, presidente do Conselho de Administração da Hochtief do Brasil, o crescimento do mercado imobiliário está vinculado também ao mercado mais profissional. “Há toda uma cadeia econômica evoluindo e, por isso, estamos enfrentando bons problemas. São os problemas normais de crescimento, de desenvolvimento de um país, que é justamente ajustar os fornecedores, a mão de obra, os materiais, enfim, todos os agentes que fazem parte da
Para ele, o mercado imobiliário cresceu bastante e por isso é normal que a necessidade de algumas adequações. “O Brasil é grande. E tem regiões em que a oferta é maior do que a procura. Ou vice-versa. Mas o mercado vai aprendendo, vai se profissionalizando... E eu acho que o espaço de crescimento é enorme se levarmos em consideração o déficit de moradias no país.”
Na opinião, o gargalo econômico está na conta da mão de obra, pois ela demanda treinamento e isso demora para poder ser rea-
O executivo destaca o momento otimista do país e a surpreendente curva econômica que ele atingiu. “Se alguém tivesse dormido 10 anos e voltasse agora, e você falasse como está o Brasil, que estamos emprestando dinheiro para Europa, que as pessoas estão acreditando no crescimento, o terceiro mundo passou o primeiro mundo, enfim, de que o risco lá começa a ser maior do que o risco aqui, tudo isso seria impensável anos atrás. Então a gente começa a ver um monte de coisas que a gente pensou que demoraria mais tempo. A velocidade que o país está se desenvolvendo é surpreendente e nós estamos bastante otimistas.”
a ndré glogowskyBrasilemsituaçãoprivilegiada
2011, observar-se uma análise muito mais cuidadosa das empresas em relação aos planos de investimentos, enfatiza ele.
Apesar desse cenário internacional pouco favorável, as perspectivas para a construção no Brasil continuam positivas para 2012, na opinião de Carlos Mauricio Lima de Paula Barros, Presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) . “Temos uma projeção de investimentos de longo prazo bastante importantes, principalmente no setor de óleo e gás relacionados à exploração do pré-sal e novas refinarias, na infraestrutura de transportes para a Copa e Olimpíadas, energia, biocombustíveis e no agronegócio de maneira geral”, diz. Os setores de mineração e siderurgia, química e papel e celulose, ainda que mais impactados pela crise econômico-financeira, devem dar continuidade aos seus investimentos, estimulados pela demanda interna e, no mercado externo, pela China, que deve manter um ritmo de crescimento significativo avalia o empresário. A continuidade de investimentos, projetos e obras previstas e em andamento, especialmente no segmento de óleo e gás, na avaliação do empresário, permitiram às empresas do setor de engenharia industrial, em geral, manter suas atividades em ritmo crescente. O agravamento da crise econômico-financeira internacional, no entanto, impactou negativamente os setores que dependem fortemente do mercado externo, especialmente os ligados à mineração, siderurgia e papel e celulose, além de, a partir do segundo semestre de
“Os investimentos no setor de infraestrutura precisam ter forte aceleração, para estarmos razoavelmente preparados para os eventos esportivos”. Somados a estes, os projetos do PAC da área de energia capitaneados pelas grandes hidrelétricas, os parques eólicos, a construção de Angra III, os projetos de transporte e comunicações devem ser superiores ao previsto para 2012, visto alguns terem escorregado no tempo. O crescimento do PIB em 2012, devido à atuação do governo federal no sentido de incentivar a atividade econômica, com a redução da taxa de juros e outras medidas de estímulo à economia são vetores que darão impulso ao setor”, declara ele.
Segundo Mauricio, nos setores de petróleo e gás, energia elétrica, mineração, química, siderurgia, e papel e celulose, especialmente em petróleo e gás e energia elétrica, os investimentos e projetos devem ser mantidos, pois há perspectivas claras de retorno financeiro e social. “O maior gargalo nacional é o da competitividade, que está relacionado a diversos fatores, com destaque para o Custo Brasil, para o domínio tecnológico e para a formação e capacitação da mão de obra”, alerta. Do Custo Brasil tem relevância a alta carga tributária e impostos não recuperáveis, encargos sociais e trabalhistas, custos de logística e custo de financiamentos. “Estes são da competência do governo resolvê-los.”
O domínio de tecnologias de ponta, principalmente as relacionadas à exploração e produção de petróleo no mar, poderia trazer para o Brasil uma fatia importante de produtos e serviços que hoje são comprados em outros países. As exigências de Conteúdo Nacional mínimo nestes projetos vem motivar as empresas estrangeiras a virem para o Brasil,
formando novas empresas ou parcerias com empresas nacionais, o que dará um melhor equacionamento a essa questão, diz ele.
A formação e capacitação de mão de obra especializada é o gargalo mais importante que deve ser atacado em conjunto, pelo governo e pela iniciativa privada e que tem efeito direto no aumento da competitividade, na geração de empregos e na nossa capacidade de executar os projetos nos prazos contratados. “É importante ressaltar que esta é uma área na qual o Brasil pode superar seus entraves dependendo unicamente das ações ordenadas, com os recursos financeiros sendo aplicados nos setores prioritários, com participação atuante de governo, iniciativa privada e sindicatos trabalhando em consonância”.
Ele considera que o Brasil está numa situação relativamente privilegiada, comparada aos países plenamente desenvolvidos – como Estados Unidos, Europa e Japão – devido a uma série de fatores conjunturais e ações governamentais que permitiram ao país ser considerado pela maioria das instituições de governança econômico-financeira mundial como um dos mais estáveis atualmente. “Temos instituições democráticas e em pleno funcionamento; clima, solo e área para agricultura, que permitem ao país ser um dos celeiros do mundo; o pré-sal com perspectivas reais de tornar nosso país uma potência exportadora de petróleo; temos as realizações da Copa 2014 e da Olimpíada 2016 alavancando o turismo e investimentos em infraestrutura em nossas principais capitais. Em resumo, o Brasil estará “na foto” nos próximos cinco anos. Cabe a nós fazer a nossa imagem bonita ou feia.”
carlos maurício lima de paula Barros
cenáriointernoépositivo,masoexternopreocupa
terá efeitos no país. “Apesar de acreditar que o Brasil esteja muito mais maduro e com musculatura para enfrentar essa perspectiva de recessão mundial, certamente ela influenciará no fluxo de investimentos diretos no país, que tem impacto na perspectivas dos nossos negócios no curto prazo”, enfatiza.
melhorar nossa infraestrutura”, destaca.
A manutenção dos fatores que permitiram o crescimento do setor de construção, sem sombra de dúvida, é o principal fator positivo de 2011. Essa é a opinião de Marcos Vicelli, executivo da Racional Engenharia, empresa que atua em vários segmentos da construção industrial, imobiliária e infraestrutura. O crescimento econômico do país é impulsionado principalmente pelo consumo interno no país, promovendo um crescimento expressivo para os segmentos de bens de consumo, shopping centers e varejo. “Percebemos também, alguns projetos industriais, que foram retomados, frente às perspectivas de demandas de crescimento interno”
O aspecto negativo, na opinião do executivo, é não ser possível acreditar que o cenário de baixo crescimento mundial, principalmente na União Europeia e Estados Unidos, não
Ele diz acreditar que em 2012 o Brasil crescerá, mesmo que em ritmo moderado de aproximadamente 2,5% do PIB, mantendo investimentos centrados no mercado interno. Anunciadas recentemente pelo governo federal, algumas medidas tais como a redução da taxa de juros e desoneração tributária para alguns setores, podem propiciar uma perspectiva favorável ao crescimento do segmento da construção civil, enfatiza. Outro ponto favorável que ele destaca é a aproximação dos eventos esportivos, Copa do Mundo e Olimpíada, que precisará acelerar algumas obras direta e indiretamente necessárias a estes eventos.
O executivo acredita que o setor de infraestrutura permanecerá em ascensão, motivado por duas vertentes: primeira, a ausência de grandes projetos no cenário mundial, trazendo investidores para os países emergentes; e, também, a necessidade do país aumentar a sua competitividade, nesse quesito a nossa infraestrutura tem uma parcela relevante. “Se pretendemos figurar no cenário internacional no médio prazo como país em desenvolvimento, vamos ter de, necessariamente,
Br-101/es: expectativa para 2012
“Acredito que algumas ações precisam ser priorizadas no país, dentre elas destaco: a desoneração tributária aos setores produtivos; regulamentação e incentivo às PPP (parcerias público-privadas); o controle mais efetivo pelos órgãos de anticorrupção endêmica, principalmente nestas grandes obras de infraestrutura que acabam sendo taxadas como um veículo à corrupção; enfim, a priorização do governo federal no investimentos na nossa infraestrutura.
Vicelli vê o Brasil em processo de amadurecimento, a despeito dos desafios e dificuldades estruturais do país. “Acredito que temos muitas coisas boas por aqui, como um sistema financeiro altamente eficiente, uma fisco referência mundial. Nossas construções não deixam a desejar para nenhum país no mundo. Já aplicamos tecnologia de ponta em alguns setores da economia. E estamos entrando no bônus demográfico, ou seja, no auge de nossa capacidade produtiva. Enfim, estou muito otimista em relação ao país no médio prazo, e creio que se soubermos com maturidade enfrentar os desafios que um processo de desenvolvimento como nação nos impõe, certamente, teremos muitos frutos a colher nos próximos anos”.
Como a maior parte dos principais eixos rodoviários já foram concedidos e são administrados pela iniciativa privada, ainda existem poucos trechos que podem ser concedidos unicamente por meio de uma concessão comum, modelo no qual a rodovia é sustentada pela receita do pedágio. Mas há a expectativa
em torno da concessão da BR–101/ES, cujo leilão está marcado para janeiro de 2012, destaca Moacyr Servilha Duarte, presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias. O trecho a ser licitado possui 475,9 km de extensão. Estão previstos para breve também a licitação de concessão de trechos da BR-040 e BR-116, em Minas Gerais. Segundo o presidente da ABCR, o governo federal e o de alguns estados estudam novas concessões em modelagens que são caracterizadas como Parceria Pública Privada (PPPs). “No caso das concessões patrocinadas, o governo subsidia a tarifa de pedágio, para que essa possa ser reduzida, e assim viabilizar a concessão de determinados trechos que, por exemplo, tem um fluxo baixo de veículos. Um exemplo de rodovia que já opera nesse modelo é a MG-050, administra-
da pela concessionária Nascentes das Gerais, em MG”, explica.
A outra modalidade que está em estudo, segundo ele, são as concessões administrativas, conhecidas fora do Brasil como Shadow toll. Nesse caso, o governo pagaria uma quantia fixa, ou pelo número de veículos que utilizaram o trecho, sem cobrança de pedágio. Recentemente o estado da Bahia assinou contratos de concessão comum e está estudando outros, incluindo concessões patrocinadas. Outros estados, como São Paulo e Mato Grosso também tem projetos em estudo, informa. moacyr
Brasil estará entre as cinco maiores economias gloBais
O setor de projetos de infraestrutura est á em expansão, gerando novos contratos e aumentando a oferta de empregos. Já o setor imobiliário começou a apresentar arrefecimento indesejável. A grande expectativa é que até 2020 o Brasil atinja o 5º ou 4º lugar no ranking das economias globais. Um pouco de retenção no ímpeto de crescimento do setor é salutar para propiciar a necessária reorganização do setor. Essa é a opinião de Aluízio de Barros Fagundes, presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo sobre os condicionantes para o setor da construção para 2012.
Para ele, a fase de estudos e projetos de engenharia está em expansão, o que indica previsão de implantação de obras públicas. “Porém, percebo uma grande desorganização na liberação dos recursos públicos, além de um avanço não harmônico nas ações da iniciativa privada. Continua a faltar planejamento por parte dos governos”.
Quanto aos investimentos e projetos, Fagundes destaca que há cinco anos
despontava um novo ciclo de progresso no Brasil, que até então estava com a economia estagnada por duas décadas. Ressalta a falta de uma política e o respectivo planejamento para um crescimento seguro mas alerta para o fato de que a euforia ‘empanou’ as ações preparatórias para o novo ciclo”. “Veja, até a bandeira da Copa do Mundo de 2014, a realizar no ‘País do Futebol’, não foi suficiente para tomarmos providências tempestivas. Daí, digo que o principal gargalo a ser vencido é a nossa falta de competência técnica e gerencial. Nossos governos não possuem quadros qualificados para entender o problema e começar a agir”, destaca.
Ele destaca a desconfiança generalizada sobre desvios de conduta em tudo o que se refere à Engenharia. “O Ministério Público e os Tribunais de Contas veem malversação em todas as licitações e contratos e conseguem paralisar via Poder Judiciário as iniciativas do Poder Executivo. Tenho visto erros crassos de avaliação dos operadores do Direito, por desconhecerem os processos e procedimentos do setor essencialmente técnico da Engenharia”.
A seu ver, o erro mais comum dos inexpertos é imaginar que todas as obras parecidas têm de ter o mesmo preço, como se construções fossem produtos industriais de prateleira, gerados por um único fabricante. “Os inexpertos também desconhecem o mercado da construção, cujas conjunturas, inevitavelmente interferem no próprio interesse dos protagonis -
tas, determinando preços diferenciados. Assim, injustificadamente, empreendimentos são cancelados ou postergados indefinidamente, pois a operação do Direito desconhece cronogramas. Atrasos em empreendimentos de infraestrutura trazem prejuízos absolutamente irrecuperáveis. O tempo perdido é como a seta disparada ou a má palavra proferida. Não volta mais”.
Aluízio de Barros Fagundes, no entanto, está otimista com as expectativas de médio e longo prazos. “As necessidades internas e os interesses externos pressionarão o progresso brasileiro. Por isso, em curto prazo, ou seja, nos próximos cinco anos, inevitavelmente, teremos de formar um quadro técnico proficiente, como base do futuro, não só no âmbito governamental, mas também nas empresas de engenharia. Teremos de rever conceitos e critérios de contratações, cooptando os operadores do Direito, Promotores, Advogados públicos e privados, Conselheiros de Tribunais de Contas, Juízes, Peritos Judiciais e outros para que venham a conhecer as facetas e organizações inerentes à atividade de construir, de modo a romper o nefasto paradigma da desconfiança que, infelizmente, por conta de um ou outro caso de malfeitoria, tomou conta do entorno da profissão do engenheiro”, finaliza.
a luizio de Barros fagundes
bALAnçO e PeRSPecTiVAS
sem planos na área política
opinião do arquiteto, ficam por conta da área política: “ a área política sem projetos e planos, comprometida apenas com interesses próprios e atolada numa corrupção institucionalizada, e da parcela significativa da elite econômica preocupada apenas com o lucro à curto prazo”. Mas Zanettini menciona também aspectos urbanos, como “a estagnação no desenvolvimento sustentável das cidades que incham desordenamento onde se acumulam erros de todos os níveis: trânsito infernal, ocupação equivocada de encostas e várzeas e com soluções improvisadas e imediatistas”.
“Sob o ponto de vista do consumismo as perspectivas tendem a se manter sob os aspectos humano, social e ambiental e como resultado deve perpetuar-se o anacronismo estrutural e a banalização da vida social que, acredito, só mudará com uma revolução cultural que não vejo a curto prazo”. Ele destaca ainda que não haverá mudança de rota, “pois, neste País nada é planejado e tudo caminha ao sabor de influências, interesses setoriais e políticos com uma visão curta, improvisada e imediatista. O mesmo ocorrerá com a infraestrutura”, vaticina
Para o arquiteto Siegbert Zanettini, o aquecimento geral da economia, com reflexos em todos os segmentos da economia, é um dos pontos a serem comemorados em 2011, pois têm solicitado novos investimentos em praticamente todas as áreas produtivas. Ele destaca também o acréscimo significativo de demanda de parte da população que teve acesso a novos patamares de consumo em geral, como também na área da cadeia de construção civil, assim como a melhoria gradativa de qualidade no controle da produção e de facilidades de crédito nas áreas de indústria e comércio. Os pontos negativos, no entanto, na
E lembra as condições desastrosas da infraestrutura nas áreas de educação e saúde públicas, caracterizada por: “ investimentos quase inexistentes em transporte de massa (metrô, trens, aeronaves), e a política de incentivo ao consumismo (automóveis, eletrodomésticos, etc), ao passo que é inexistente a preocupação tanto pública como privada de espaços de cidadania (parques, praças, locais de lazer não pago) e de habitações na faixa popular que permanecem com baixo nível arquitetônico e construtivo”.
O arquiteto volta a mencionar o consumismo como uma fonte de problemas sociais.
2011 marca processo de estaBiliZaçãoeconômica
Naquele momento houve até um crescimento de preços, que no nosso ponto de vista chegou até num limite, entre o final de 2010 e 2011”.
A seu ver, tanto os investimentos como os projetos não escapam dessa trajetória. “Há gargalos infindáveis a serem superados. Somente com ciência, tecnologia e produção inovadora, criativa e planejada sairemos desta mesmice. Nada no Brasil mudará a curto prazo. Faço um imenso esforço pessoal como profissional e professor há 50 anos e os enganos estruturais do País se perpetuam. Torço para que não percamos também este século”, conclui.
Depois de um pico alcançado em 2010, em 2011 o mercado imobiliário brasileiro deu os passos para a estabilização, segundo o presidente do Secovi/SP João Crestana. “O ano de 2011 foi sui generis para o mercado imobiliário, pois veio a seguir de 2010, ano em que o Brasil cresceu quase 8% e o setor imobiliário cresceu da mesma forma. Ao chegar ao ápice, ao cume de uma situação de recuperação desde a década de 1990, o mercado brasileiro chegou ao apogeu em 2010. Vendia-se muito e rapidamente...
Segundo ele, em 2011 os preços começaram a estabilizar devagar. Ele explica, porém, que há tipos de empreendimentos diferenciados, os quais os preços ainda são crescentes. “Mas a tendência é dos preços se estabilizarem. Com preços estabilizados, e a classe média comprando de uma maneira consciente, estudada... nada de compra por impulso. Eu acho que a nossa Sociedade está ficando muito madura, está aprendendo a comprar imóvel, seja para moradia ou renda, de uma maneira estudada. E esse ano de 2011 refletiu isso: vendas boas, uma dinâmica vigorosa no mercado, mas compradores responsáveis, mais conscientes...”, destaca.
Segundo Crestana, o mercado é em parte formado por casais com ou sem filhos, ou pessoas entre 20 a 35 anos de idade, caracterizando-se como a primeira residência.
Em geral, esse público demanda imóveis que vão de 40 metros até 70, 80 metros, na sua grande maioria, e preços geralmente abaixo de
R$ 500 mil, a maior parte situando-se entre R$ 90 mil e R$ 300 mil. “É um mercado com vigor, bastante dinâmico, mas com mais sustentabilidade”, destaca.
A expectativa para 2012, a seu ver, é um cenário semelhante ao de 2011. “Naturalmente nós estamos inseridos no mundo e temos de ficar atentos para o que vai acontecer na Europa e nos Estados Unidos. Mas eu entendo que o Brasil tem o seu rumo próprio. Se formos responsáveis, trabalharmos com cuidado, com sustentabilidade, cada um pensando muito bem na sua poupança, na sua possibilidade de fazer qualquer tipo de investimento, nós vamos ter oportunidades muito boas para comprar a casa própria, para investir na aposentadoria, investir no seu salário melhorado, e isso pode sim ser respondido pelos imóveis que trazem uma solução muito boa para essas demandas. Acho que 2012 vai ser positivo, mas não vai refletir nenhuma exuberância. Vai ser um mercado sustentável”, finaliza.
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Empregando 1.500 operários, obras da Transoeste está avaliada em R$ 800 milhões, terá 56 km de extensão e contará com 64 estações por onde trafegarão os ônibus BRTs da Mercedes-Benz
Partedeumpacotedemelhoriaspara a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, aTransoeste será a primeira linhaexpressainauguradapelaPrefeitura do Rio, no primeiro semestre de 2012. O sistema vai ligar a Barra da Tijuca a Campo Grande e Santa Cruz de maneira ágil econfortável,beneficiandocercade220 milpessoaspordia.Totalmentesegregadodotráfegogeral,compostoporlinhas expressaseparadoras,ocorredorterá56 quilômetros de extensão.
De acordo com Eduardo Fagundes, gerentedeobrasviáriasdaSecretariaMunicipal de Obras, cerca de 75% da obra já
estáconcluída.Quatrodoscincolotesdo traçadojáestãocomobrasemandamento. O viaduto Orlando Raso, entre as avenidasdasAméricaseaSalvadorAllende, já foi inaugurado. O túnel da Grota Funda, considerado mais importante etapa daobra,estátotalmenteperfuradoeem fase de instalação dos sistemas de segurança, ventilação e iluminação do túnel. Tambémestásendoprovidenciadaaimpermeabilizaçãodasabóbodas,paraprevenção de possíveis infiltrações.
ASecretariaMunicipaldeObrasinaugurouaindaduasestações-modelopara queapopulaçãoconheçamelhoropro-
jeto.UmadelasestálocalizadanaAvenida das Américas, na Barra da Tijuca, na altura do Condomínio Novo Leblon. A outraficanoentroncamentodaEstrada doMagarçacomAvenidadasAméricas, em Guaratiba. Ao longo do traçado da Transoeste estão previstas 64 estações, equipadascomacessibilidadeesistema inovadordeclimatizaçãoeadaptadasà demandadecadalocal,podendoterentradas com 6 ou 12 catracas.
A estimativa é que o tempo de espera dousuárionasestaçõessejamuitocurto, de um minuto a um minuto e meio, proporcionando intervalos menores entre
os ônibus. Os veículos foram projetados para não abrir as portas fora das estações. Os sinais de trânsito das vias serão programados de forma que os ônibus dos BRTs sigam sempre sem interrupções.
Criado em Curitiba e exportado para diversascidades,taiscomoBogotá,Pequim e Johanesburgo, o BRT, sigla em inglês para Bus Rapid Transit, é a nova alternativaadotadapelascidadesgrandesemédias, para solucionar seus problemas de transporte público, em alternativa às linhas de
metrô, muito mais caras e de execução muito mais demorada.
O BRT consiste num sistema de transportepúblicocomônibusarticuladosque circulam em vias segregadas e por isso operamemvelocidademaiordoqueuma linha de ônibus comum. O embarque de passageirossedáemestaçõescomplataformascompatíveiscomopisodosveículos,reduzindootempodeembarqueeos bilhetessãovendidosantecipadamente.
Além do conforto, as estações BRT darão total acessibilidade a portadores de necessidadesespeciais,idososoumesmo mulheres com carrinhos de bebê. A colocaçãodasplataformasnomesmonível do piso dos ônibus, a 95 cm do solo, vai permitir que isso aconteça sem o uso de mecanismos de elevação, como os utilizados atualmente na frota comum.
Atualmente,otrajetoSantaCruz-Barra daTijuca tem aproximadamente 50 quilômetrosdeextensão,que,deônibus,são percorridos,emmédia,emumahorae40 minutos. Com a construção do TransOesteeaimplantaçãodeBRTs,essepercursoseráde38,5quilômetros,eotempode viagem cairá para 60 minutos.
O pacote de melhorias para a Copa e as Olimpíadas inclui também os BRTs Transcarioca (em construção), Transolímpica (em licitação) e Transbrasil, fechando o sistema viário da cidade.
estágio da obra
SegundoFagundes,aobraqueemprega 1.500 funcionários está 75% concluída faltando terminar as estações de BRT (duas já estão prontas); recuperar a ponte antiga do canal Sernambetiba; construirotrechoentreocanalSernambetiba e a estrada do pontal. “Nesta região, foi encontrado um solo muito ruim, o qual necessitou-sesubmeteràtécnicadegeodreno – que hoje se encontra na etapa de aterro de conquista”, explica.
O túnel encontra-se em fase de construção das subestações. Está sendo aplicadooasfaltoefaltaoacabamento,além das instalações dos sistemas operacionais;estásendorealizadaadrenagemem Guaratiba; no trecho entre a saída do túnel e o trevo de Guaratiba, falta finalizar a drenagemeumapartedeterraplanagem. “O trecho entre o Rio Portinho e Estra-
da da Matriz também encontra-se solo mole. Estamos aguardando a hora de retirar o aterro de conquista para finalizar a drenagem”, explica.
No trecho entre a Estrada da Matriz e a EstradadaMagarça-aduplicaçãodapistae recuperaçãodapistaexistenteestáemfase de finalização; a ponte sobre o rio Piraque estáemconstrução;apistaexistentenotrecho entre a Estrada da Magarça e o Cinco Mariasestáemrecuperaçãoeasestações de BRT, no trecho de Santa Cruz e Campo Grande, estão em fase de construção.
Quando concluída, a obra terá utilizado 25.861,24 m³ de concreto armado (sem contar com as super estruturas) e utilizado os seguintes equipamentos: Bate-estacas, escavadeiras hidráulicas, retroescavdeiras, jumbo (para a construção do túnel), pá carregadeira, acabadoura de asfalto, rompedor hidráulico, extrussora de meio-fio, caminhão munck, caminhão basculante, vibrador de concreto, guindastes para as pontes e viadutos, perfuratriz (para o geodreno), perfuratriz para estacas raiz, bobcat (para limpeza), fresadora.
Um novo modelo de transporte
O sistema BRT (Bus Rapid Transit) ligarááreasdealtaconcentraçãodepopulação como Campo Grande e Santa Cruz, à Barra, na Zona Oeste da Cidade, onde se concentrará a maior parte das competições dos Jogos em 2016. Na região, estarão localizados o Parque Olímpico,
X
o Centro de Convenções Riocentro e o campo de golfe, além da Vila dos Atletas eosCentrosdeImprensaeTransmissões.
Para a implantação do sistema BRT, a Avenida Dom João VI (antigo trecho da Avenida das Américas) terá uma parte duplicada, com faixa exclusiva para o transportepúblico.Haverátambémaimplantação desta faixa exclusiva para ônibus na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes.
Alémdaintegraçãocomaslinhastradicionaisdeônibusecomosistemaferroviário,aconstruçãodebicicletáriospermitirá a integração ao sistema cicloviário.
Osprojetistastambémsepreocuparam com o entorno das estações.Todas as estruturas vão ter ao seu redor tratamento paisagísticoedeacessibilidadedeentrada e saída, para que a população tenha qualidade de transporte. A ideia é que pessoas cheguem ao ônibus como chegam hoje ao metrô.
“A grande maioria das 12 cidades que receberãoosjogosdaCopajáoptoupelo sistema BRT. Elas se apoiam em vantagenscomocustosdeimplantaçãoatédez vezes menores e um prazo de até 2/3 menor em comparação com outros modais, como trem e metrô, para transportar a mesma quantidade de passageiros”, diz GustavoNogueira,especialistaemSistemas BRT da área de Marketing de Produto – Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil.
A Mercedes-Benz será a fornecedora dos ônibus que circularão na linhaTransoeste.Atéagora,aempresanegociou87 unidades do articulado O-500 MA Euro V (100 % de participação da marca nesse BRT. Acreditamos que essa tendência se manteráparaaTranscariocaeTransolímpica)”, conta Nogueira.
Do total, 47 unidades encarroçadas pelaMarcopoloserãoentreguesàViação Jabure40veículosencarroçadospelaNeobusirãoparaViaçãoPegasos.Asempresas atuarão no BRT Transoeste, a partir de abril de 2012.
QuantoaosoutrosBRTs,devemserimplantados entre 2013 e 2016 em função danecessidadedeobrasdeinfraestrutura (principalmente as vias segregadas e as estações de embarque edesembarque).
Nessescasos,asrespectivasnegociações irão ocorrer um pouco mais pra frente.
Os veículos, seguem o mesmo padrão dos ônibus articulados BRT que circulam na ExpressoTiradentes, só que atendendo as normas Euro V, que entra em vigor em 2012.
Com 77% de participação no segmento, a empresa vendeu desde 2006 (quando foi lançado) até hoje 1.630 unidades paraatenderosmercadosinternoeexterno. Em 2010, foram comercializados 139 chassis articulados O 500, destinados às cidades de São Paulo, Campinas, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Vitória e Ponta Grossa, entre outras cidades. Essas e outras localidades, como as que serão sedes da Copa do Mundo de 2014 e dasOlimpíadasde2016,vêmmostrando interesse pelo sistema BRT.
“Esse excelente desempenho de vendas confirma o sucesso da linha O 500 de chassis articulados juntos aos transportadores de passageiros do Brasil e de diversos países”, afirma Joachim Maier, vice-presidentedeVendasdaMercedesBenz do Brasil. “Desde que foi lançado, em 2006, já são cerca de 1.630 unidades vendidas,destinadasespecialmentepara avançadossistemasdetransportecoletivo urbanodegrandevolumedepassageiros, como o BRT de São Paulo e Curitiba, no Brasil, e os de Bogotá na Colômbia, Santiago do Chile, África do Sul e México”.
O êxito de vendas do O 500 articulado demonstra a excelente aceitação do produto pelos clientes. Isso se deve a atributoscomoaelevadarobustez,reduzido consumo de combustível, fácil dirigibilidade e, principalmente, alta disponibilidade operacional.
A Mercedes-Benz oferece ao mercado dois modelos de chassis para ônibus ar-
ticulados: O 500 UA com piso baixo tipo “lowentry”,parapontosdeembarqueao nível da calçada e o O 500 MA com piso normal,paracorredoresqueutilizamplataformas de embarque elevadas.
Ganhos ambientais, econômicos e de eficiência no transporte
Aimplementaçãodesistemasdetransporte de alto desempenho, eficientes e ecologicamente sustentáveis consta mundialmentenaagendadeplanejadores urbanos e ambientais. Essas modalidadesprojetamamigraçãodotransporte individualporumatrativotransportecoletivo, com segurança e conforto para os passageirosecombenefíciosambientais, comoreduçãodeemissõesediminuição de congestionamentos.
Deslocarcadavezmaispessoasdentro de um menor tempo e a baixo custo é umdosprincipaisobjetivosdossistemas BRT. Os ganhos são para todos. As cidades se beneficiam com a fluidez do tráfego e uma melhor qualidade do ar. As empresasoperadorastêmreceitasgarantidas e baixos custos operacionais, com a demandadepassageirosapresentandotendência de aumento considerável, o que garante a eficiência da operação. Por sua vez, os passageiros passam a contar com um meio de locomoção rápido, seguro, confortável e de ampla acessibilidade.
Obras de arte n O percurs O
• Viaduto Orlando raso (sobre a avenida s alvador allende) - já concluído e liberado o tráfego;
• ponte sobre o canal sernambetiba - em fase de acabamento;
• Viaduto sobre a estrada do pontal - em fase de acabamento;
• túnel da Grota Funda - em execução de pavimentação e acabamentos;
• Viaduto de Guaratiba - em acabamento;
• ponte sobre o rio portinho - em acabamento;
• ponte sobre o rio piraque - em execução dos blocos;
• estações de brt – d uas já estão prontas. as demais serão realizadas.
Ônibus articulados, com maior capacidade, operarão no corredor
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As vEdEtEs dA ENGENhARIA ‘INvIsívEl’
Durante décadas, um dos marcos mais tradicionais da Avenida Paulista foi a mansão da família Maratazzo, numa esquina onde a valorização comercial a tornou o metro quadrado mais caro do País. Agora, depois que o tempo se encarregou de transformartudoemruínaserecordações, o local está prestes a ressurgir novamente como centro das atenções, desta vez em formato de um complexo composto por torre comercial e shopping Center.
O empreendimento terá uma área verde aberta ao público, de 2.380 m², com projetoarquitetônicoepaisagísticoúnico, e foi iniciado em maio de 2011 pelas incorporadoras Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) e a Cyrela Commercial Properties (CCP). Ao todo, são aproximadamente 43 mil m2 de área locável, sendo 22 mil m2 de área privativa de escritórios e 21 mil m² de área bruta locável de shopping.
Mas a protagonista desta fase da obra é a fundação, parte construtiva que chega a consumir 1/3 do tempo total de execução de um projeto e, mesmo assim, ficará invisível depois que o prédio estiver erguido. Hoje, a engenharia aplicada em obras de fundaçõesegeotecniarompemfronteiras, colocam o Brasil entre os principais países difusores de conhecimento técnico em projetos desse setor.
Em todo o Hemisfério Sul, o País conseguiu realizar todas as obras de fundações sem a necessidade de importar profissionais. No caso de um empreendimento como o da Avenida Paulista, além de chamaratençãopelopontodevistageotécnico,oscuidadoscomasegurançasãoredobrados, já que o fluxo de pessoas é intenso nas ruas e no subsolo, pois o metrô está próximo às escavações. “Além da fundação de toda a estrutura, estamos fazendo asparedesdediafragmasegurasatravésde tirantes,paracontençãodosolo”,explicao engenheiroLucianoJoséMartins,superintendentedeobrasdaGeosonda,empresa responsável por essa etapa da obra.
“Escavamos uma área de cerca de 9.000 m² de em um terreno com área da ordem de 11.700m² entre as ruas São Carlos do Pinhal, Pamplona e Avenida Paulis-
W Imagem em 3D do empreendimento Torre Matarazzo, que está sendo erguido na Av. Paulista, onde havia a mansão dos Matarazzo
Projetos com elaboradas técnicas de fundação e geotecnia são realizados em diferentes cartões postais brasileiros e trazem à tona o valor de uma atividade imprescindível na realização de qualquer obra
taeaprimeiraatividadefoiconstruirasparedesdiafragmas, paraemseguidafazermosaescavaçãodacaixadosubsolo”, informa Luciano. Elas são feitas em concreto moldado no local, em formato de painéis, cada um com 3,20 m x 40 cm. Devido à proximidade com o túnel do metrô, na Paulista as placas medem 2,5 m x 50 cm de espessura, a parede tem 33 m de profundidade e o desnível é de 6 m para a São Carlos do Pinhal, no lado oposto. A distância da obra até a Rua Pamplona, na lateral, é de 13 m.
Ostirantesquefazemacontençãodessasparedessãofeitos com cordoalhas de aço, inclinados, com comprimento que chega a 40 m.
No projeto inicial, Luciano conta que a parede que sustentará o corpo do prédio – no lado da Rua Pamplona – estava prevista para ser construída com 1 m de espessura x 46 m deprofundidade.“Masoelevadovolumedeconcretonecessário para cada lamela, na região da Paulista, e a necessidadedeseatravessarcamadasespessasdelimonita(concressionado do terreno com óxido de ferro), característico do substrato no local, fez com que a Geosonda sugerisse uma nova alternativa técnica. A solução é composta por estacas escavadas com 1,20 m de diâmetro, justapostas, formando uma parede, impermeabilizadas entre si, com a técnica de Jet Grouting”, descreve.
Entre essas estacas escavadas, os espaços foram preenchidos com as colunas Jet Grouting de 80 cm de diâmetro, onde através de jatos de calda de cimento de alta pressão mistura-se o solo local com o cimento, criando se colunas impermeáveis.
Na cota 75, a 25 m abaixo da Paulista, será erguido o prédio, que terá como fundação 161 estacas escavadas – o empreendimento terá ao todo 289 estacas escavadas, com diâmetros que variam entre 1,20 m e 1,80 m.“Considerando-se como cota 100 na Av. Paulista, elas atingirão a cota 46, na maior profundidade. Na fundação de todo o empreendimento, haverá um total de 29 m de profundidade útil das estacas”.
A fundação vai suportar os 13 pavimentos de lajes corporativas que possuem entre 1.500 e 2.000 m² e podem ser divididas em dois conjuntos. Serão 16 elevadores no total – oito sociais, dois de serviços e outros seis para descer ao subsolo.Oprojetocontatambémcomacessoparaportadoresdenecessidadesespeciais,saladesegurança,automação e supervisão predial.
Oshoppingéprojetadoparadarmaisopçõesdeserviçose lazerparaopúblicoqueresideetrabalhanaregião,comcinco pisos e aproximadamente 21 mil m², 142 lojas, praça de alimentação,noverestaurantes,seissalasdecinema,teatro, alémdeserviçosdeapoioeconveniência.Serãosetesubsolos e aproximadamente 1.500 vagas de garagem. O projeto está previsto para ser entregue no 1º semestre de 2015.
de São Paulo para a Sapucaí
Outro local que passa por uma repaginada na estrutura é o Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro.
A obra foi orçada em R$ 30 milhões e, segundo a Prefeitura, terá sido concluída até o carnaval de 2012. Para se ter ideia, tudo o que existe de um lado da Marquês de Sapucaí está sendo construído do outro, com algumas diferenças estruturais. Os camarotes, por exemplo, terão varanda e vão ocupar dois andares em cada um dos quatro blocos de arquibancadas e frisas.
O trabalho de fundação teve início no mês de agosto de 2011 e foi concluído em outubro.“Foi feita cravação de estacas pré moldadas de 42 cm e 50 cm de diâmetro, de 12 m a 16 m de profundidade, num total de 7.500 m lineares”, informa Luiz Gonzalez, diretor de engenharia daTerratest Brasil, empresa que realizou o trabalho de fundação das novas arquibancadas.
Ele explica que, inicialmente, os projetistas pensaram que o terreno seria bom, sem muitas dificuldades do ponto de vista geotécnico, ou seja, o solo seria muito mole mas consistente para cravação.“Fizemos até 200 m lineares por dia, emboascondiçõesdetrabalho,semchuva. No entanto, à medida que a profundidade era atingida, começamos a sentir dificuldades, em algumas zonas os solos eram mais duros, de maior resistência. Ainda assim, conseguimos manter boa produtividade sem qualquer quebra de estaca”, explica Luiz.
Como o metrô passa próximo, foram necessários vários testes para certificar queaobranãocausariaimpactosnasedificaçõeseoutrasestruturaspelosarredores. Constatada a viabilidade, aTerratest utilizouestacascomhélicecontínua,que medem desde 300 mm a 1.000 mm de diâmetro e comprimento de até 20 m.
OprojetodereformadoSambódromo é de Oscar Niemeyer e tem como objetivoretomarotraçadooriginaleprepararo espaçoparaabrigarcompetiçõesdosJogos Olímpicos, como provas de tiro com arco e a maratona.
No Setor 2, haverá um novo bloco com trêsmódulosdearquibancadas,camarotes e frisas, incluindo áreas para a instalaçãodebanheirospúblicos,acessospara
X Os tirantes que fazem a contenção das paredes diafragma são feitos com cordoalhas de aço, inclinados, com comprimento que chega a 40 metros
portadoresdedeficiências,postosmédicos, sala de segurança, áreas de serviço e um espaço destinado aos jurados. Com a ampliação, o Sambódromo passará a receber um público de 77.800 pessoas.
estabilização de encosta para construir edifícios
Apreocupaçãocomasquestõesgeológicasdeumempreendimentoantecedem a concepção do projeto, de forma a harmonizar construção e engenharia e ter o quesito segurança como chancela. Mas no empreendimento Acqua Play, na cidade de Santos (SP), está havendo uma adequação da obra com a geologia local, deformasegura,tecnologicamenteavançada e, de acordo com seus realizadores, sem danos naturais.
Ao lado da encosta do morro Santa Therezinha, a aproximadamente 30 m a 40m,estãosendoconstruídasoitotorres residenciais, sendo sete com 23 andares e uma com 22, e 1.464 unidades residenciais de dois a três dormitórios.“Mesmo com margem de segurança, o Ministério Públicoexigiuquefossefeitaaestabilização da encosta antes do início da execução da obra”, explica o diretor executivo técnico da Tecnisa, Fábio Villas Bôas.
Essa encosta tinha vários componentes que precisavam ser estabilizados. Existiam blocos rochosos grandes e pequenos, e locais de inclinação negativa onde funcionava uma pedreira.“Alguns blocostiveramdeserderrubados,outros foram fixados no local”, explica Fábio. “Foi feito trabalho com drenos DHPs para retirar a água alojada em camadas mais profundas das rochas – ou seja, se
há fissura numa profundidade de 80 m, a água empossa e deve ser drenada – além de serem utilizados tirantes ou chumbadores com ou sem tela”, diz.
Mais para cima, a uma altura de 95 metros, está o grande desafio – aplicar telas de alta resistência para fazer a estabilização na parte da encosta onde há vegetação em terra e não apenas nas rochas. Foram aplicados 130 metros de telas importadas, normalmente utilizadas em áreas onde é preciso conter avalanches,commontantescravadosna horizontal em rocha, tirantes e colunas. “Quandohádeslizedepedra,madeiraou qualquer outro material, a tela faz a contenção com elos que funcionam como molas, impulsionando o material de volta”, descreve Fábio.
No intuito de determinar as trajetórias de blocos em queda livre ao longo da encosta, foram realizadas simulações porprogramascomputacionais,asquais consistiram em análises em duas e três dimensões,usandocomobaseolevantamento topográfico de detalhe da encosta nordeste do Morro Santa Terezinha e suas adjacências.
As análises em duas dimensões foram desenvolvidas utilizando o método CRSP (Colorado RockFall Simulation Program), desenvolvido por Pfeiffer e Bowen (1989), que descreve o comportamentodosblocosaplicandoequações de trajetória parabólica de corpos em queda livre e o princípio de conservação de energia.
Arugosidadedaencostaeageometria dos blocos são utilizadas como parâmetrosadicionaisnamodelagemdoevento deimpacto.Ométodoconsideraascom-
binações de movimentos de translação, rotação e ricochete dos blocos. Como dadosdeentradasãoutilizadasaposição inicial do bloco na encosta, com massa e módulo de elasticidade definidos, e sua velocidadeinicial.Essasinformaçõessão fornecidaspelousuário,juntamentecom ageometriaeoscoeficientesdeabsorção de energia (rugosidade) na direção normaletangencialdasuperfíciedaencosta. A velocidade do bloco durante a queda é entãocalculadaapartirdaenergiacinética para todos os pontos da trajetória. O cálculo é finalizadoquandoavelocidadecaiabaixode um valor pré-definido.
O programa permite simular a instalação de valas de captura de bloco e de barreiras formadas por aterros e/ou outros tipos de estruturas maciças (muros de concreto, gabiões, etc.). Permite tambémsimularainstalaçãodebarreiras
Fundações e Geotecnia
dinâmicas de absorção de impacto, definidas pela sua posição, altura e energia máxima absorvível.
De acordo com a Tecnisa foram investidos R$ 4 milhões só na parte de contenção de encostas, sendo US$ 5 mil por metro linear de tela, que foi aplicada por equipecontratadapelaTecnisaedevidamente treinada pelo fabricante.
O projeto executivo da contenção e fundação foi realizado pela empresa Zaclis Falconi. A fundação foi feita com os métodosdeestacaescavada,estacacontínua e estaca raiz.“Por ser realizada em sopé de morro, sabíamos que teríamos pelafrenteumsolobastanteheterogêneo e,paraatingiraprofundidadenecessária, algumasvezeschegamosaatravessaraté seis matacões”, explica Fábio.
Para o desmonte de rocha foi utilizada a fita diamantada, ao invés de dinamite e martelohidráulico.“Trata-sedeumaopção modernaondesefazofurodosdoislados.
Fundação sob holofotes em 2012
O setor brasileiro de obras de engenharia de fundações vive, hoje, um dos mais importantes momentos de sua trajetória. Impulsionado pelo crescimento
da infraestrutura interna e da expansão imobiliária dos últimos quatro anos, criou oportunidades para as empresas desse segmento – tanto às prestadoras deserviçocomoàsindústriasfabricantes deequipamentos–quejáampliamnegóciosediversificamasatividadesdeforma mais produtiva. O País reúne mais de 500 empresasdefundaçãoegeotecnia,entre projetistas, executores, gerenciadoras, fabricantes e distribuidores de equipamentos, que representam 4% do PIB da construção.
“Aexecuçãodasfundaçõesestáobrigatoriamenteinseridaemtodososprojetos, sejanaconstruçãodeusinashidrelétricas de pequeno, médio e grande porte, aeroportos, portos, linhas de metrô e inúmeros projetos habitacionais ou urbanísticos”, explica o presidente da ABEF – Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Fundações e Geotecnia,
Clóvis Salioni Júnior.
Em 2011, de acordo com dados obtidos pela ABEF, as empresas fabricantes de perfuratrizes e equipamentos de cravaçãopreveemumfaturamentodeaproximadamente R$ 350 milhões, um salto de 10% sobre os R$ 316,7 alcançados em 2010.
Com o mercado aquecido e várias empresasseinstalandonoPaís,osetorganha seu principal evento: de 17 a 20 de junho de 2012, será realizado o SEFE 7 – 7º Seminário de Engenharia de Fundações Especiais e Geotecnia, no Expo Transamérica,emSãoPaulo.Tradicionalmente, o evento dissemina conhecimento, novas tecnologias, tendências por meio de grandes debates que integram técnicos, fornecedores e prestadores de serviço, e ganhará em 2012 a 1ª Feira da Indústria de Fundações e Geotecnia.
A exposição acontecerá numa área de cerca de 3 mil m², onde serão apresentadas máquinas de grande, médio e pequeno porte, nacionais e importadas, alémdeinsumos,soluçõesemfundações e geotecnia.
Realizado a cada quatro anos, o SEFE reúne os mais importantes técnicos, executores, projetistas, consultores e dirigentes empresariais do setor de fundações, sondagens e geotecnia no Brasil.
O evento é realizado pela ABEF, em parceria com o SINABEF, o DFI – Deep Foundations Institute, ABMS – Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica e com a ABEG – Associação Brasileira das Empresas de Projeto e Consultoria em Engenharia Geotécnica. A parceria com o Deep Foundations Institute (DFI), entidade norte americana promotora de diversos eventossobreoassuntonosEstadosUnidos, dá uma dimensão mais abrangente ao evento.
mARACANã: ObRAs AvANçAm dENtRO dE CONCEItOs dE sustENtAbIlIdAdE
Projeto prevê o reúso de água para limpeza geral e irrigação do gramado, utilização de energia solar para o aquecimento das duchas e torneiras e outras medidas para reduzir as emissões de gás carbônico
As obras do Maracanã, palco da final da Copa do Mundo de 2014, entraram em nova fase. Após conclusão da retirada da marquise de concreto do estádio, foi iniciadaaconcretagememontagemdaparte inferior da arquibancada. De acordo com a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop), subordinada à SecretariadeObrasdoEstado(Seobras),o ConsórcioMaracanãRio2014,composto pelas empresas Andrade Gutierrez, OdebrechteDelta,deuinícioaoassentamento dosblocosqueservirãodebaseparaascadeirasnumeradas.Osdegrausestãosendo feitos e estocados no próprio estádio.
As fundações das arquibancadas tambémestãosendofeitas.Paradarceleridade aoprocesso,umacentraldeconcretagem,
da Holcim, e outra de modelagem, foram montadas no interior do Maracanã. As rampas externas de acesso ao estádio tambémjáestãosendoerguidas,eficarão prontas em dezembro.
“Estamosfinalizandoafasedeterraplanagem e também das demolições, com mais de 90% dos trabalhos concluídos, e mais de 50% das fundações feitos. Atualmente,cercade1.900operáriostrabalham nareformaeadequaçãodoestádioparaa Copade2014,emdoisturnosdetrabalho, das7hàs17hedas19hàs5h.Ametaéchegar a 3 mil, com três turnos de trabalho.
Anovaarquibancadanãoteráseparação desetoresepartirãodabeiradogramado até o topo do antigo anel superior. Assim, quando a reforma estiver concluída, os
dois níveis do anel do estádio vão se encontrar,separadosapenasporumalinhade 110camarotes.Comasmudanças,otorcedorvaificarmaispertodocampoeassistirá aosjogosemposiçãoprivilegiada,umavez queapartesuperiorvaiavançar12metros emdireçãoaogramado.“Nãohaverámais pontoscegosnoestádio",afirmaHudson Braga,secretárioestadualdeObras.Ainda deacordocomaEmop,ostrabalhoscomeçaramnaarquibancadamaiscurta.Depois, oscamarotesserãoconstruídos.Alémdisso,aconstruçãodasrampasjáatingiu50% de avanço. As obras do Maracanã foram iniciadas no dia 8 de setembro de 2010.
Para a remoção da antiga cobertura de concretodoMaracanã–etapaquedurou cincomeses–oconsórcioresponsávelpe-
W Cerca de 1.900 operários trabalham na reforma e adequação do estádio para a Copa de 2014, em dois turnos de trabalho
lasobraslançoumãodeguindastesdaLiebher, de grande porte.
A velha cobertura vai dar lugar a uma nova,emmembranatensionada,sustentadaporcabosdeaço,comdurabilidadede 50anos.Anovacoberturaserádotadade umaredededrenagemparacoletaraágua dachuva,queseráusadanadescargados banheiros e na irrigação do gramado.
Estádio sustentável
AsobrasnoMaracanãseguemasregras para a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), voltada para as construções sustentáveis e ambientalmenteeficientes.Nocentrodo campoestásendoconstruídoumdecantador, que concentrará a água da chuva duranteaobra,permitindoqueotrabalho
aconteçasemquesedimentos,comolama, cheguemàrededeáguaspluviais.Quando a obra estiver concluída, o sistema de drenagemnocampoirárecolheroexcedente da água do gramado e a direcionará, livre deresíduos,paraacisternadereuso.Nesse caso,osmineraisqueseperderemdurante a irrigação retornarão ao gramado.
Outra ação voltada para a preservação do meio ambiente é a utilização de energiasolarparaoaquecimentodasduchase torneirasnosbanheiros.Astorneirastambém usarão o sistema de temporização, paraevitardesperdício.Damesmaforma, asválvulasdasdescargasterãoduasfases, sendo uma com um volume menor de água,paraodescartederesíduoslíquidos. Todasastorneirasterãoemseusbicosum aerador,equipamentoqueajudanamelhor distribuiçãodaágua.Dessaforma,reduz-se oconsumocomumavazãomaiseficiente.
O aquecimento dos chuveiros das duchas dos vestiários será feito por energia solar. Essas ações ajudarão na redução do consumodeáguaedeenergiaelétrica,as-
simcomoháumapreocupaçãonaredução das emissões de gás carbônico.
Outra medida de sustentabilidade é o depósito do entulho em uma máquina que separa o concreto das estruturas em ferro, levando-o para um triturador que o transformaembrita.Omaterialéusadona própriaobra,principalmenteparaaterrar o subsolo. A trituração in loco do material demolido elimina o tempo gasto com o transportedeentulhoatéoslixõesnacidade e contribui para o trânsito no entorno doMaracanã,queficacomprometidoem horários de pico.
Alémdisso,comoreaproveitamentodo materialdemolido,reduz-se,também,anecessidadedeimportarmaterialdejazidas para os reaterros.
Paraevitarquepoeiraequalquertipode resíduopossamsairdoestádio,duranteas obras,estãosendolavadasasrodasdosveículos,protegidososbueiros,paraevitarque ossedimentospossamchegaràredepluvial, ecercadasasárvoresnoentornodoestádio, para evitar qualquer prejuízo às espécies.
Dinheiro do BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou R$ 80 milhões para as obras do estádio do Maracanã, o que representa 20% do total do empréstimo que o governo estadual pediu.
Os recursos ajudarão na continuação emritmoaceleradodaobra,quetemprevisãodeentregaparadezembrode2012, atempoparaascompetiçõesdaCopadas Confederações, que acontece em 2013 e é considerado um evento preparatório para a Copa de 2014.
De acordo com a Emop, a reforma do Maracanã fica R$ 84 milhões mais barata que o valor acertado anteriormente com o Tribunal de Contas da União (TCU) - R$ 859.946.874,32. Pois, o governo do estado teria conseguido reduzir ainda mais o custo das obras de reforma do Maracanã. O custo final será de R$ 775.776.273,54, ou seja, aproximadamente, R$ 84 milhões. A redução foi possível devido a desoneração de impostos
prevista no Regime Especial deTributação para Construção e Reforma Estádios da Copa de 2014 o chamado Recopa, criado pelo governo federal por meio da Lei no.12.350.
“Depoisdemaisumareduçãodoscustos e a aprovação pelo TCU e Fifa do nosso projeto, acertamos com o BNDES as últimasmedidasparaaliberaçãodaprimeira parceladoempréstimo.Tudoparafazerdo Maracanãumdosestádiosmaismodernos domundo”afirmouosecretariodeObras, Hudson Braga.
DuranteoMundial,aintençãoérealizar oescoamentodopúblicoematéoitominutos. Para isso, será erguido quatro conjuntos de rampas, em um total de seis. Serão instaladostambém16elevadoreseseisescadas rolantes.
A previsão é de que até março de 2012 acompanhiaresponsávelpelomaterialseja escolhidaeascadeiras,instaladaslogoem seguida.Emsetembro,anovacoberturado estádioseráimplantada.Oprocessodeve durar seis semanas.
CONCREtO sustENtávEl
A construção civil tem um papel importantequandooassuntoésustentabilidade.Vamosaosdados:osetorresponde por um terço das emissões de gases poluentes e é o maior consumidor de recursos naturais no mundo. Os dados são da ONU e indicam que a construção civil, sozinha,respondeporquase40%detoda a energia gerada no mundo e 30% dos materiais extraídos da natureza. E mais: o segmento gera 25% dos resíduos sólidos totais, consome um quarto da água e ainda ocupa 12% das terras do planeta. Em resumo, não passa despercebida. A pergunta para quem se espanta com os números citados só pode ser uma: como reduzir esse impacto?
De acordo com especialistas e entidades ligadas à proteção ambiental e à cadeia da construção civil, existem soluções. Elas podem incluir desde a utilização das construções – com sistemas que reduzem o consumo de energia elétrica, com reutilização de resíduos líquidos e outros – até a fase de obras em si, onde a produçãoeaplicaçãodematérias-primas podemserotimizadas.PauloHelene,professor do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Universidade de São Paulo, avalia que essa é a busca pela sustentabilidade, conceito amplo e que envolveaspectossociais,econômicos,éticosedesaúde,alémdequestõestécnicas. “Osetordaconstruçãocivildeveproduzir mais com menos e de forma mais rápida”, avalia. Ele lembra que há indicativos de sustentabilidade para o setor - caso do LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) -, que têm evoluído em aspectos gerais, mas que ainda dão poucaimportânciaàsustentabilidadedos produtosutilizadosnaconstrução.Oconcreto faz parte desse rol.
ConsideradoumadasprincipaisautoridadesemqualidadedeconcretonoBrasil, Helene exemplifica a importância desse materialnoquedizrespeitoaosaspectos ambientais.“Lembro-me dos resultados positivos na construção do e-Tower, na RuaFunchal,emSãoPaulo,realizadacom concreto de alta resistência”, diz. Ele se refere à utilização de concreto de 80 Mpa deresistênciaemdetrimentoaomaterial de 40 Mpa, que foi descartado no início doprojeto.“Essamodificaçãoresultouna economiade70%deareiaedebrita,20% decimento,53%deconcretomisturadoe de água, 31% de área de forma para escoramento e 43% de aço”, complementa.
“Com o aumento da resistência, podemos afirmar que o total de emissões de CO2 por unidade de resistência diminui nesses materiais, desde que se utilize tecnologiaadequadaeseapliquecontrolede qualidade”,afirmaJoséMarquesFilho,presidentedoInstitutoBrasileirodoConcreto (Ibracon). De acordo com ele, o consumo deinsumosnãorenováveisporvolumede mistura produzida também cai. É o caso da redução do uso de agregados e do carregamento permanente em estruturas.
MarquesFilhosalientatambémqueasestruturasconstruídasaindaapresentamaumentoconsideráveldesuavidaútil,desde quesetomemosdevidoscuidadoscoma curaeosefeitostérmicosdahidrataçãodo concreto. O especialista lista outras alter-
nativasconsideradassustentáveisnaprodução e utilização de concreto, incluindo osestudosparaaaplicaçãodeagregados miúdosartificiais,comaltapresençadefinos,edadiminuiçãodeperdasdeconcreto emcentraisdosadoras(autobetoneiras). Nesseúltimocaso,oprocessoéconseguidocomoreaproveitamentodoresíduode caminhões em novas misturas usadas na composição de artefatos de concreto.
E as iniciativas envolvendo a produção deconcretomenospoluentepodemrenderresultadosexpressivosquandoaplicados em larga escala. É o que demonstra o artigoescritoporAndersonBenite,diretor daUnidadedeSustentabilidadedoCentro de Tecnologia de Edificações (CTE). Sugundo o material, um edifício comercial, localizado na cidade de São Paulo, emite 301 kg de CO2 por m² durante a sua etapa de construção. Os dados foram extraídos de um estudo realizado pela Ativos Técnicos Ambientais (ATA) em parceria com o CTE. O levantamento indicou aindaqueasproduçõesdecimento,açoecal sãoresponsáveispelasmaioresemissões industriais, como classificou o Inventário Nacional de Emissões de 2005.
Para Marques, do Ibracon, os técnicos epesquisadoresbrasileirosestãodeolho nessesresultadoseporissotêmampliado aatençãodadaàstecnologiasdoconcreto edocimentonasúltimasdécadas,buscandomateriaiscommaiorapelosustentável.
Melhorias tecnológicas aumentam a qualidade e reduzem os impactos ambientais gerados na produção e na aplicação da massa nos canteiros de obras
“Aindústriacimenteira,porexemplo,trabalhanamelhoriadaeficiênciaenergética e no uso de matéria-prima alternativa, alémdareduçãonoconsumodecombustível durante a produção e transporte do material”,diz.Outrasaçõescitadasporele são estudos realizados para a reciclagem de concreto e para a utilização de materiaisrecicladosemsuacomposição,além do desenvolvimento de normalização paraaplicaçãodosconceitosdesustentabilidade na produção das misturas.
A utilização de cimento CPIII, que con-
tém 70% de escória de alto forno em sua composição,éoutrorecursosustentávelcitadaporMarques.Essaescóriaéumpassivoambientaldorejeitoindustrialgeradona produção de aço.Trata-se de um material capazdecontaminaratémesmooslençóis freáticos, razão pela qual os especialistas recomendam sua utilização na produção do cimento CPIII como iniciativa de sustentabilidade. “O CPIII utiliza o rejeito de maneiranobre,diminuindoosefeitostermogênicosdahidrataçãoeaumentando, em alguns casos, a durabilidade do con-
creto, além de reduzir a reação alcalina do agregado,queéumadasprincipaiscausas de desagregação do concreto”, explica. Apesardassoluçõescitadas,osavanços emtecnologiadoconcretoaindasãotímidos e localizados na opinião de Marques. De acordo com ele, um dos motivos disso é a pequena utilização de concreto usinadoemrelaçãoaomisturado.“Outroponto paraopoucoavançopodeseranecessidade deampliarosesforçosemdisseminaçãodo conhecimento,treinandoeconscientizando os profissionais do setor”, finaliza.
Dezembro 2011 / 53 estacas hélice contínua estacas de deslocamento - ômega estacas raiz estacas escavadas de gde diâmetro paredes diafragma estacas barrete tubulões a ar comprimido tirantes | cortinas atirantadas solo grampeado | chumbadores túneis em solo e rocha
cATáSTROFeS e A enGenHARiA dAS inceRTezAS e nÃO LineARidAdeS
José Roberto Castilho Piqueira(*)lizações, desprezando certos fatos que, supostamente, têm pequena influência no funcionamento do conjunto.
Esses pequenos fatos, aliados à nossa ignorância natural, levam-nos a considerar possíveis perturbações aleatórias. Por exemplo, ao projetarmos uma ponte usamos a Mecânica Newtoniana, mas é possível que seja necessário levar em conta um estudo estatístico dos ventos na região onde ela será construída.
Os rios transbordaram, as pedras rolaram pelas encostas, as casas foram soterradas. A imprensa cobre o fato, reportando cenas desesperadoras de sofrimento pessoal, em todas as classes sociais.
De vez em quando, um engenheiro é chamado para um palpite, com tempo limitado e sujeito à arguição daqueles que entendem de tudo: das previsões da astrologia ao acelerador de partículas, com bordões sem profundidade.
Tsunamis, inundações, erupções vulcânicas, nevascas e terremotos são anteriores à espécie humana e, portanto, não podem ser associados a vinganças da natureza ou a manifestações divinas de descontentamento com os habitantes de nosso planeta.
Entretanto, não há como negar que certas ações humanas de transformação ambiental são prejudiciais à manutenção da vida e, tendo em vista os adensamentos populacionais, transformações naturais ou provocadas por nossa espécie produzem catástrofes, desalojando e dizimando quantidades significativas de vegetais e animais.
Esse fato foge à percepção pública, mas vem à tona quando afeta nossos iguais. Principalmente, se ocorre no nosso país, outrora tão orgulhoso por ser livre de tragédias coletivas.
Em meio ao otimismo pelas perspectivas de progresso econômico, somos surpreendidos pela falta de engenharia e pelo elevado nível de investimento necessário para projetos condizentes com a complexidade que as relações humanas passaram a ter no mundo das novas tecnologias.
Temos engenheiros bem formados e aptos a exercerem atividades que vão do projeto à execução e manutenção de obras e equipamentos como belíssimas pontes estaiadas, modernos aviões, sofisticados programas de computadores e complicadas plataformas para exploração de petróleo,
mas nossa engenharia ainda engatinha.
O número de engenheiros atuantes é muito baixo, fato que tem sido divulgado e discutido. Apesar disso, vou dar alguns palpites sobre o assunto, começando pela constatação que, nas décadas de 1980 e 1990, o interesse dos jovens pela carreira diminuiu muito.
A principal origem disso está na crença que desenvolver tecnologia é inviável para nosso país. As empresas, pressionadas por planos econômicos e pela pouca visão de seus executivos, preferem soluções prontas, inadequadas à nossa realidade.
O final do século passado, entretanto, presenciou o início de uma mudança silenciosa: estudantes iniciando negócios milionários com aplicações da INTERNET, indústria aeronáutica crescendo, energia e telecomunicações se modernizando, petróleo e gás desenvolvendo novas tecnologias de prospecção, exploração e refino.
Agora todos dizem: faltam engenheiros com boa formação. Há, então, duas questões a serem solucionadas: o nível dos cursos e o interesse dos jovens. Para a primeira, antes das escolas de engenharia, escolas de professores de engenharia, aprimorando a técnica com envolvimento em projetos reais, sem deixar de lado as modernas demandas de Sustentabilidade, em programas de mestrado bem estruturados e objetivos.
A segunda poderia começar com ações no ensino médio, mostrando aos estudantes que, embora os problemas de engenharia usem Física e Matemática, não têm resultados exatos ou soluções únicas, sendo suscetíveis a incertezas de toda espécie, algumas passíveis de avaliação computacional, outras não.
Projetos pressupõem modelos para os sistemas a serem construídos. Esses modelos, às vezes matemáticos, adotam leis físicas aplicáveis às idea-
Além disso, mesmo um sistema descrito por equações sem termos aleatórios pode apresentar comportamentos imprevisíveis, por conta das suas não linearidades. Isto é, pequenas mudanças nas condições iniciais produzem grandes alterações de comportamento.
Em meio à tragédia, os administradores públicos decidiram montar um sistema de previsão de catástrofes, em nosso país. É sabido que os problemas relativos à meteorologia são governados pelas equações de Navier-Stokes, que são fortemente não lineares e apresentam sensibilidade às condições inicias.
Assim, essa será uma tarefa que exigirá pessoal com boa base de modelagem e de computação. Há competência estabelecida no país para isso, mas o projeto é complexo, leva tempo e exige vultosos recursos.
Comprar pronto demandará o mesmo nível de investimento sem, entretanto, assegurar domínio da técnica, eternizando nossa dependência.
M&T Expo 2012: oi Tava E dição acon TE c E EM junho
De 29 de maio a 2 de junho de 2012, a Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção, realizará a M&T Expo 2012, o evento mais esperado da América Latina, pelos players dos setores de construção e mineração. Englobando a 8ª Feira Internacional de Equipamentos para Construção e 6ª Feira Internacional de Equipamentos para Mineração, o evento ocupará cerca de 66 mil m 2 de área de exposição e 102 mil m 2 de área total do Centro de Exposição Imigrantes – Zona Sul de São Paulo – uma área 26,9% maior que a da edição anterior, realizada em 2009.
Durante os cinco dias da feira, todos terão a oportunidade de conhecer, em detalhes, as principais novidades em termos de equipamentos e máquinas voltadas às duas atividades. A expectativa é da participação de 480 expositores, representando 920 marcas – aumento 4,5% acima da versão de 2009. Para atender à alta procura por estandes, a direção da feira decidiu ocupar até a área de estacionamentos. Será mais uma feira estratégica, com maior diversidade de equipamentos para construção e mineração e garantia de atender o setor como um todo, tanto usuários como fabricantes.
Lá estarão expostos equipamentos para terraplanagem, centrais de concreto, fôrmas e escoramentos, guindastes, além de motores, peças e componentes. Nos diversos espaços da feira haverá ainda equipamentos para britagem, para transporte de rocha e solo, para perfuração em rochas e para
pavimentação. Como ocorre normalmente, haverá um espaço dedicado para apresentações e exibições dinâmicas dos equipamentos, um local onde o visitante poderá ver as máquinas em pleno funcionamento.
Para este ano, é esperado um público recorde de 45 mil pessoas, o que representará um incremento de aproximadamente 10% em relação também ao evento anterior. Esse público é composto por visitantes qualificados, tanto do Brasil como de toda a América Latina. São, em sua maioria, profissionais, empresário e técnicos das áreas de mineração e construção.
Em 2009, a M&T Expo movimentou R$ 1 bilhão durante o evento e projetou R$ 3 bilhões em negócios até 2012. Foram 436 expositores (231 nacionais e 205 estrangeiros), 880 marcas representadas de 65 países e 4 pavilhões internacionais. O evento recebeu 41.37241 visitantes, dos quais 2.482 estrangeiros. Com economia aquecida e mercado em franco crescimento, a expectativa é de que todos esses números sejam superados facilmente na 8ª edição da M&T EXPO.
Mais informações pelo tel.: (11) 36624159, pelo e-mail mtexpo@sobratema. org.br, ou pelos sites ww.mtexpo. com.br e www.sobratema.org.
br. informações para a imprensa: Mecânica de comunicação Ltda. Tels.: (11) 3259.6688/1719 – Fax: (11) 3256.4312 e-mail: meccanica@ meccanica.com.br.
BRaSiL janeiro
INFRA bRAsIl ROdOvIAs. Dias 30 e 31 de janeiro e 1 de fevereiro,no WTC Convention Center, em São Paulo (SP).
Organização: Clarion Events.
inFo:
Tel.: (11) 3893-1300 ramal 286
Email: info@infrabrasilsummit.com.br
Site: www.infrabrasilrodovias.com.br/
Março
20A FEICON bAtImAt - sAlãO INtERNACIONAl dA CONstRuçãO. De 27 a 31 de março, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo (SP). O evento é organizado e promovido pela Reed Exhibitions Alcantara Machado.
inFo:
Tel.: (11) 3868-0300
Site: www.feicon.com.br
Facebook: http://www.facebook. com/home.php#!/pages/FeiconBatimat/131751203558968
Twitter: @feiconbatimat
AGENDA 2012
junho
sEFE7 - sEmINáRIO dE ENGENhARIA dE FuNdAçõEs EsPECIAIs E GEOtECNIA
1ª FEIRA dA INdústRIA dE FuNdAçõEs E GEOtECNIA. De 17 a 20 de junho de 2012, no Transamérica Expo Center, no Bairro de Santo Amaro, São Paulo (SP). Promoção: Associação Brasileira de Empresas de Engenharia de Fundações
e Geotecnia, ABEG, ABMS, Sinabef e DFI. Organização: Acqua Consultoria.
inFo:
Tel. Fax: 55 11 3868 0726
E-mail: sefe7@acquacon.com.br Site: www.sefe7.com.br
outubro
41A REuNIãO ANuAl dE PAvImENtAçãO- RAP\ ExPOPAvImENtAçãO – FEIRA dE mAtERIAIs E
inTERnacionaL
janeiro
WORld OF CONCREtE. De 23 a 27 de janeiro, em Las Vegas - Nevada (EUA). Evento anual da indústria internacional do concreto comercial e industrial, de construção e alvenaria. Exposição de tecnologis e produtos, dos principais fornecedores mundiais
inFo:
E-Mail: contactus@worldofconcrete.com
Sites: www.worldofconcrete.com www.hanleywood.com
Fevereiro
NAhb INtERNAtIONAl buIldERs’ shOW – De 8 a 11 de fevereiro, no Orange County Convention Center, em Orlando, Flórida (EUA). Promoção da National Association of Home Builders.
inFo:
Tel.: (US)+1-202-266-8111, 1-800-368-5242, ext. 8111
Fax: (US)+1-202-266-8104
Site: www.buildersshow.com/
RENtAl shOW 2012 - De 05 a 08 de fevereiro, em Nova Orleans, EUA. Realização da Associação Americana de Locadores.
inFo:
Tel.: ( 21) 3823-2413
Email: patrick.levy@trade.gov /rental@ brazilusa.com.br
Site: www.therentalshow.com
abril
INtERmAt. De 16 a 21 de abril, no Nord Villepinte, em Paris, França. Exposição internacional de materiais e tecnologia para a indústria da construção.
inFo:
Tel.: 01 55 23 7171
Sites: www.cisma.fr/ www.intermat.fr
Setembro
mINExPO. De 24 a 26 de setembro, em
EQuIPAmENtOs PARA PAvImENtAçãO. De 1 a 5 de outubro, no Pavilhão Leste, em Fortaleza (CE). Promoção da Associação Brasileira de Pavimentação (ABPv) e da Internatgional Society for Asphalt Paviments (ISAP), em Parceria com a Universidade Federal do Ceará.
inFo:
Tel.: (85)3261-1111
E-mail: contato@expopavimentacao.com.br
Site: www.expopavimentacao.com.br
Las Vegas , Nevada (EUA). Promoção da National Mining Association
inFo:
E-mail: minexpo@nma.org
Site: www.minexpo.com/
novembro
bAumA ChINA- De 27 a 30 de novembro, em Shanghai, China. Maior feira da China e Ásia para todos os setores relacionados à industria de máquinas para construção. O evento acontece a cada dois anos e se constitui uma porta de entrada para quem deseja estabelecer relações comerciais ou iniciar novos negócios naquele continente.
inFo
Tel.: +49 89 9 49-2 02 51
Fax: +49 89 9 49-2 02 59
E-Mail: info@bauma-china.com
Site: www.bauma-china.com